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Política Nacional de

Resíduos Sólidos
(PNRS)
Contexto
Resíduos Sólidos: causa de grandes problemas ambientais

Poluição de água, ar e solo

Contaminação da população e ecossistemas

Desperdício de materiais e/ou energia Uso do espaço (aterros)


Histórico PNRS

• 1991: PL 203/1991- resíduos dos serviço de saúde (a partir do PLS 354/1989)

• 1993: Apensado o PL 3.333/ 1992


• Posteriormente outros 106 PLs;
• Criadas duas Comissões Especiais na Câmara, gerando substitutivos;

• 2001: Câmara Dep. Cria Comissão Especial da PNRS;

• 2008: criado Grupo de Trabalho que gerou nova subemenda substitutiva;

• 2010: Após modificações, a proposta foi convertida na Lei nº 12.305/2010,


que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS);

• 2010: Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010.


Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS)

Instituída pela Lei Federal n° 12.305,


de 03 de agosto de 2010

Regulamentada pelo Decreto Federal n° 7.404,


de 23 de dezembro de 2010

• Estabelece um marco regulatório global para os Resíduos Sólidos;

• Define princípios, diretrizes e responsabilidades;

• Atua sobre diversos tipos de resíduos (domiciliares, industriais, etc);

• Traz novas atribuições e obrigações a diversos entes

(União, Estados, Municípios, Empresas e Cidadãos);


Estrutura da PNRS
Assunto Artigos da Lei
Objeto e disposições gerais 1, 2, 4 e 5
Definições 3
Princípiosobjetivos 6e7
Instrumentos 8

Hierarquia da gestão 9
Responsabilidades do poder público 10 a 12
Classificação dos resíduos 13
Planos de resíduos (nacional, estaduais, municipais) 14 a 19
Plano de gerenciamento de resíduos (geradores) 20 a 24
Responsabilidades dos geradores 25 a 29
Responsabilidade compartilhada e logística reversa 30 a 36
Gerenciamento de resíduos perigosos 37 a 41

Instrumentos econômicos 42 a 46

Proibições 47 a 49
Disposições finais 50 a 57
Destaques da PNRS: Definição de resíduo e rejeito

Resíduos Sólidos:
“material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe
proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido,
bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos
d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em
face da melhor tecnologia disponível” (Art. 3°, inc. XVI)

Possui valor econômico, e pode ser revalorizado!

Rejeito:
“resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de
tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e
economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não
a disposição final ambientalmente adequada” (Art. 3°, inc. XV)

Não possui valor econômico, e precisa ser disposto adequadamente!


Destaques da PNRS: Objetivos (Art. 7°)

Fonte: SMA/ CEPAM


Destaques PNRS: Hierarquia da Gestão (Art. 9°)

Art. 9° Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a


seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização,
reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos.
§ 1° Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos
resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade
técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de
emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.

NÃO-GERAÇÃO

REDUÇÃO

REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

TRATAMENTO

DISPOSIÇÃO
FINAL
Destaques PNRS: Encerramento de Lixões

“A disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, observado o


disposto no § 1o do art. 9o, deverá ser implantada em até 4 (quatro) anos
após a data de publicação desta Lei” (Art. 54)

03 de agosto de 2014!

• Responsabilidade dos municípios;

• Devem implantar aterros sanitários, preferencialmente compartilhados.

• Inclui o “banimento de lixões” (disposição inadequada);

OBS: já não era permitido desde PNMA (1989) – em SP, desde 1976...

• Mas também exige o envio aos aterros apenas de rejeitos;


Destaques PNRS: Classificação (Art. 13°)

resíduos sólidos urbanos


resíduos domiciliares
resíduos de limpeza urb.
resíduos de resíduos dos
estab. comerciais e serv. públ. de
prestadores de saneamento
serviços básico

resíduos de
QUANTO
resíduos
serviços de saúde À industriais
ORIGEM

resíduos da resíduos
construção civil agrossilvopastoris

resíduos de resíduos de
serviços de transportes mineração
Destaques PNRS: Classificação (Art. 13°)

Resíduos QUANT Resíduos


O À
PERIGOSOS PERICULOSIDADE NÃO-PERIGOSOS
Destaques PNRS: Planejamento da Gestão

Fonte: MMA

• Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos


• Horizonte de atuação de 20 anos e revisão a cada 4 anos (União e
Estados);

• Elaborados com participação e controle social;


• Conteúdo mínimo definido na Lei, inclui:
• Diagnóstico;
• Proposta de cenários;
• Metas;
• Programas / Projetos / Ações, dentre outros itens.

• Previsão de planos regionais / metropolitanos/ específicos/


simplificados;

• Plano municipal pode estar inserido no respectivo Plano de


Saneamento;
Destaques PNRS: Planejamento da Gestão

• Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (geradores)

• Para geradores de resíduos com características diferentes de RSU;

• Parte integrante o licenciamento ambiental (Art. 24);


• Atividade não-licenciado: aprovação municipal;

• Conteúdo mínimo inclui:


• Descrição atividade/ empreendimento;

• Diagnóstico, incluindo passivos ambientais;

• Indicação de responsáveis;

• Descrição de procedimentos operacionais;

• Indicação das soluções adotadas;

• Ações preventivas e corretivas em caso de acidente;

• Metas, incluindo redução, reuso e reciclagem;

• Ações de responsabilidade compartilhada e logística reversa;

• Dentre outros.
Destaques PNRS: Responsabilidade Compartilhada

“Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos:


conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos
titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos
sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem
como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade
ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei”
(Art. 3°, inc. XVII)

• Todos são responsáveis pelos resíduos


gerados, de forma solidária;

• Delega divisão destas responsabilidades


a outros instrumentos;
Destaques PNRS: Coleta Seletiva

• Parte da separação na origem (fonte) por tipo/ característica;


• Ao menos em secos/ úmidos – depois entre parcelas específicas;

• É fundamental para cumprir meta de só dispor rejeitos em aterros;

• Os Municípios devem:
• Implementar imediatamente programas de coleta seletiva;
• Assegurar a prioridade às entidades de catadores de materiais recicláveis;
• Realizar campanhas de educação ambiental junto à população;

• Gerador de resíduos domiciliares:


• Deve separar, acondicionar e entregar adequadamente os resíduos (Art. 35);
• Se houver coleta seletiva e/ou sistema de LR, devem disponibilizar a estes;
• Tem sua responsabilidade cessada com a disponibilização para a coleta ou
devolução para sistema de logística reversa (Art. 28);
Destaques PNRS: Inclusão social dos catadores

“Art. 6° - São princípios da PNRS (...) VIII – o reconhecimento do resíduo


sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social,
gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania (..)”
“Art. 7° São objetivos da PNRS (...) XII - integração dos catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos(...)”

• A participação de catadores deve ser:


• priorizada em sistemas de coleta seletiva e de logística reversa;
• prevista nos planos municipais, por programas e ações de inclusão;

• A contratação de entidades de catadores é dispensada de licitação;


• Serão priorizados no acesso a recursos da União os municípios que implantarem
coleta seletiva com participação das cooperativas;
• A união deverá estabelecer programas de estímulo ao
fortalecimento institucional das cooperativas;
• Na logística reversa de embalagens os fabricantes, importadores, comerciantes
e distribuidores dos produtos podem atuar em parceria com cooperativas;
Destaques PNRS: Logística Reversa

“Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um


conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a
restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em
seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente
adequada” (Art. 3°, inc. XII)

• Não significa, necessariamente, trazer pelos mesmos meios ou devolver ao


fabricante, mas assegurar a coleta/ recolhimento e destinação independente
do sistema público de coleta de resíduos;

• Instrumento usado em diversas partes do mundo, principalmente Europa;


• No Brasil, já existe para alguns produtos por regulamentação anterior
(pneus, óleo lubrificante, pilhas e baterias, embal. agrotóxicos)

• Potencial de alavancar coleta seletiva e auxiliar municípios;


Destaques PNRS: Logística Reversa

“Art. 33- São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa,


mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma
independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos
sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de:
(agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus
resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz
mista; produtos eletroeletrônicos e seus componentes)

§1° (...) os sistemas previstos no caput serão estendidos a produtos comercializados em


embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e embalagens(...)

• Criação de Comitê Interministerial e 5 GTs pelo Governo Federal;

• Implementação por Acordos Setoriais; Termos de Compromisso; ou Regulamento;

• Pode-se comprar produtos/ embalagens usados; instituir postos de entrega; etc;

• Devem priorizar as entidades de catadores, quando couber;

• Lançamento de editais e estudos de viabilidade técnico-econômica;


Destaques PNRS: Ciclo de vida dos produtos

“(...) fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes têm responsabilidade


que abrange:
I - investimento no desenvolvimento, na fabricação e na colocação no mercado de
produtos:
a) que sejam aptos, após o uso pelo consumidor, à reutilização, à reciclagem (...);
b)cuja fabricação e uso gerem a menor quantidade de resíduos sólidos possível;
(...)” (Art. 31)

“As embalagens devem ser fabricadas com materiais que propiciem a reutilização
ou a reciclagem.
§1° Cabe aos respectivos responsáveis assegurar que as embalagens sejam:
I -restritas em volume e peso às dimensões requeridas à proteção do conteúdo (...)
II - projetadas de forma a serem reutilizadas de maneira tecnicamente viável (...);
III - recicladas, se a reutilização não for possível” (Art. 32. )

• Ciclo de vida: conjunto de etapas desde planejamento/ projeto do produto até seu
descarte final, passando pela extração das matéria-primas, manufatura,
comercialização, uso, etc;
• Fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores tem
parcelas de responsabilidade no ciclo de vida dos produtos;
• Lei não detalha como atuar, mas especifica diretrizes – como por exemplo “a
adoção de tecnologias limpas” (Art. 6°, inc. IV), e o “estímulo à implementação da
avaliação do ciclo de vida” (Art. 6°, inc. XII);
Destaques PNRS: Instrumentos Econômicos
Previsão de incentivo mediante instrumentos econômicos, tais como:
Linhas de financiamento (Art. 42) para:
• Prevenção em processos produtivos;
• Desenvolvimento de produtos de menor impacto;
• Implantação de infraestrutura física e aquisição de equipamentos;
• Projetos de gestão intermunicipais (consórcios, p.e.);
• Estruturação de coleta seletiva e logística reversa;
• Descontaminação de áreas contaminadas; e
• Pesquisas em tecnologias limpas;
• Sistemas de gestão ambiental empresariais.

Critérios diferenciados para concessão de incentivos creditícios (Art. 43) para:


• Industrias e entidades de reutilização, tratamento e reciclagem;
• Projetos sobre responsabilidade sobre o ciclo de vida; e
• Empresas de limpeza urbana.

Incentivos fiscais, financeiros ou creditícios (Art. 44)


• Inclusive pelo município ao consumidor que participar do sistema de
coleta seletiva (Art. 35, inc. II, § único)

Prioridade para acesso a recursos (várias situações)


Destaques PNRS: Sistemas de Informação

“A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão e manterão,


de forma conjunta, o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos
Resíduos Sólidos (Sinir), articulado com o Sinisa e o Sinima” (Art. 12)

• Estados, municípios e o distrito federal devem fornecer as informações


necessárias;
• SNIR também é o depositório de documentos diversos – editais, estudos de
viabilidade, regras e diretrizes, planos de gestão e de gerenciamento, etc;

• Independente do SNIR, responsáveis por planos (gestão ou gerenciamento), e


participantes dos sistemas de logística reversa, deverão manter atualizadas e
disponíveis as informações sobre a implementação e operação dos sistemas sob
sua responsabilidade;
• Para isso deverá ser instituído Sistema Declaratório

• Interface também com outros sistemas, já existentes, tais como:


• Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras
de Recursos Naturais; e
• Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos;
Conclusões
• A PNRS representa um importante avanço nas políticas ambientais:
• Cria um arcabouço geral para o gerenciamento de resíduos no país;
• Introduz novos instrumentos e novas responsabilidades;
• Alavanca avanços sociais (inclusão de catadores, transparência e acesso à informação);
• Inicia discussões sobre aspectos modernos de gestão (eficiência no uso de
recursos naturais, valorização dos resíduos e instrumentos econômicos);

• Mas na prática ainda há grandes desafios:


• Recursos financeiros para infraestrutura e operação dos sistemas;
• Capacidade técnica para implantação de muitas medidas;
• Diversidade sócio-econômica no país, dificultando regras únicas;
• Compartilhamento claro das responsabilidades compartilhadas;
• Sensibilização e educação ambiental de todos.

• Há espaço para muitos avanços


• Com benefícios não apenas ambientais mas também com oportunidades de
negócio, geração de renda, emprego e arrecadação;

• Necessário uma discussão madura, onde cada um assuma sua parcela de


responsabilidade !

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