3 - Aula - Resduos

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Resíduos sólidos

Confronto de conceito de resíduo, lixo e rejeito

Resíduo: 1- Remanescente, 2- aquilo que resta de qualquer substância; resto, 3- o


resíduo que sofreu alteração de qualquer agente exterior, por processos químicos,
físicos e etc. resíduo é tudo aquilo que ainda pode ser
reciclado e/ou reutilizado
Lixo: 1- aquilo que se varre da casa, do jardim, da rua e se joga fora; entulho 2-
tudo o que não presta e se joga fora, 3- sujidade, sujeira, imundície 4- coisa ou
coisas inúteis, velhas, sem valor.
o lixo é definido como restos de
atividades humanas
Rejeito:
Será considerado como rejeito quando não
houver nenhum tipo de possibilidade de
reaproveitamento ou reciclagem
Diferenças conceituais entre os termos lixo e
resíduo
Lixo Resíduo

Não tem Subproduto de


serventia X processos

Disposição Reciclagem Reutilização

Fonte: Mancini; Ferraz; Bizzo, 2012, p. 347


Atitudes dos geradores que podem comprometer
o reaproveitamento de resíduos:
• Falta de conhecimento, por parte do gerador.
• Possibilidades de utilização do material
• Custos – que os geradores raramente estão dispostos a pagar
• Investimento em pesquisas
• Ausência de um sistema de coleta preparado
Definição segundo NBR 10004
A NBR 10004:2004 define resíduo sólido como:

“Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de


origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e
de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de
sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.”
Outras definições
• “Qualquer substância indesejável que não tenha consistência
suficiente para fluir por si mesma, não sendo utilizável em sua forma
original ou para o processo em que foi gerado. Resíduos sólidos é uma
analogia a todos os resíduos sólidos e semisólidos, putrescíveis ou
não, incluindo desperdícios, despejos, cinzas, lixo de varrição de ruas,
Valle; Pacheco, 1999, p.29
etc.”
• Portanto, mesmo que em alguns casos esses termos sejam tratados como
sinônimos é importante reconhecer a diferença entre entes:
• Resíduo = dá ao material a conotação de que pode ser reintegrado a novos processos
produtivos
• Lixo = rotula o material como algo inservível, portanto deve ser descartado
Classificação e caracterização dos resíduos
sólidos
• Gestão de resíduos
• Envolve a aplicação de normativas e legislações relacionadas aos materiais descartados
• Operações de:
• Coleta
• Transporte
• Tratamento
• Destinação final
• A classificação dos resíduos sólidos tem como objetivos destacar a composição
desses materiais segundos suas características:
• Biológicas
• Físicas
Classificação: Fundamental para o adequado
• Químicas gerenciamento dos resíduos e também para
• Estado da matérias e escolha das melhores soluções técnicas e
• Origem economicamente viáveis para o tratamento e
destinação final
Resíduos sólidos - classificação:
Existem várias formas de classificação, entretanto a forma mais
convencional é segundo a origem. Segundo esta metodologia, os resíduos
são classificados como:
• industriais,
• urbanos,
• de serviços de saúde,
• de portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários,
• agrícolas,
• radioativos e
• construção civil e demolição
Urbanos:
São aqueles provenientes da vida diárias nas
residências, constituídos de restos de alimentos,
embalagens diversas, varreduras , folhagens e outros...

Comerciais: procedentes dos diversos estabelecimentos comerciais,


como escritórios lojas, supermercados, lanchonetes e restaurantes
• Volume gerado dependendo do município, responsabilidade do
gerador.
Serviço de saúde:
Materiais de origem complexa
• Criação de categoria de maior abrangência
• Regulação própria
• Anvisa – Resolução 358 – 2005 (Conama)

De acordo com a legislação, os resíduos de serviços de saúde não são gerados apenas no
ambiente hospitalar, mas em todos os locais que realizam serviços relacionados ao
atendimento à saúde humana ou animal, incluindo-se laboratórios analíticos de produtos para
a saúde, necrotérios, funerárias e serviços em que se realizem atividades de embalsamento;
serviços de medicina legal; drogarias e farmácias; estabelecimentos de ensino e pesquisa na
área de saúde; centro de controle de zoonoses; distribuidores farmacêuticos; unidades
móveis de atendimento à saúde; clínicas de acupuntura; estúdios de tatuagem, dentre outros.

Resíduos comuns Resíduos perigosos


Industriais

Resíduos que compreendem os materiais gerados durante as


atividades produtivas das industriais e são de responsabilidade da
empresa geradora

De coleta de varrição

Relacionam-se, na maioria, com as atividades de limpeza pública,


como podas de árvores, varrições das ruas e manutenção de jardins
• Classificação adicional
• Processo ou atividade de origem
• Constituintes
• Características
• Comparação dos constituintes com substancias de impacto conhecido
ABNT
• No Brasil a ABNT padroniza os procedimentos para correta
caracterização e classificação dos resíduos sólidos
• Normativas:
• ABNT NBR 10004: Resíduos sólidos – Classificação
• ABNT NBR 10005: Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólidos
• ABNT NBR 10006: Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos
sólidos
• ABNT NBR 10007: Amostragem de resíduos sólidos

A classificação da ABNT está


baseada na composição e em
algumas caraterísticas dos resíduos
ABNT NBR 10004
• Classificação:
• Classe I (perigosos)
• podem apresentar riscos à saúde pública e ao meio ambiente devido às suas
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade e patogenicidade.
• Classe IIA (não inertes)
• incluem-se nesta classe os resíduos potencialmente biodegradáveis ou combustíveis;
• Classe IIB (inertes)
• perfazem esta classe os resíduos considerados inertes e não combustíveis.
• Para classificar adequadamente dos resíduos
• Fundamental conhecimento da origem das matérias primas e insumos que
geraram esse resíduo.

• São considerados perigosos resíduos (classe I) que possuem as


seguintes características:
• Inflamabilidade
• Corrosividade
• Reatividade
• Toxicidade
• Patogenicidade
Classificação

Origem Possíveis Classes Responsável


Domiciliar 2a Prefeitura
Comercial 2a, 2b Prefeitura
Industrial 1, 2a, 2b Gerador do resíduo
Público 2a, 2b Prefeitura
Serviços de saúde 1, 2a, 2b Gerador do resíduo
Portos, aeroportos e terminais 1, 2a, 2b Gerador do resíduo
ferroviários
Agrícola 1, 2a, 2b Gerador do resíduo
Entulho 2b Gerador do resíduo
Resíduos Sólidos - Brasil
Estima-se que em 2011 foram gerados quase de 62 milhões de toneladas de resíduos
sólidos urbanos nos municípios brasileiros

Perfil da geração e coleta de resíduos sólidos urbanos de 2007-2011


Resíduos Sólidos - Brasil
“Notáveis deficiências”

Destino final dos resíduos sólidos por


unidade de destino dos resíduos (%)
Ano
Vazadouro a Aterro Aterro
céu aberto controlado sanitário
1989 88,2 9,6 1,1
2000 72,3 22,3 17,3
2008 50,8 22,5 27,7
Destino final dos resíduos sólidos por unidades de destino dos resíduos

Inadequado: Aterro
controlado e Lixão
42%

Adequado:
Aterro Sanitário
58%
Destinação final dos RSU coletados no Brasil em 2011
Vazadouro a céu aberto
Destino final dos resíduos sólidos por unidades de destino dos resíduos

Aterro controlado
Vazadouro a céu aberto
Aterro sanitário
Aterro controlado

1985 1990 1995 2000 2005 2010


Ano Aterro sanitário

1985 1990 1995 2000 2005 2010


Ano

2035

Com essa taxa na redução de vazadouros a céu aberto será impossível cumprir o que
estabelece a PNRS (Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010) que prevê previa a
eliminação de lixões do Território Nacional até o ano de 2014. Fazendo-se uma
simples extrapolação dos valores obtidos até o momento, tem-se que os lixões serão
exauridos apenas em 2035.
Distribuição dos resíduos sólidos domiciliares e/ou
públicos por unidade de destino final

2000 2008
Destino Final
t/dia % t/dia %
Aterro sanitário 49.614,50 35,4 110.044,40 58,3
Aterro controlado 33.854,30 24,2 36.673,20 19,4
Vazadouro a céu aberto (Lixão) 45.484,70 32,5 37.360,80 19,8
Unidade de compostagem 6.364,50 4,5 1.519,50 0,8
Unidade de triagem para reciclagem 2.158,10 1,5 2.592,00 1,4
Unidade de tratamento por
483,10 0,3 64,80 <0,1
incineração
Vazadouros em áreas alagáveis 228,10 0,2 35,00 <0,1
Locais não fixos 877,30 0,6
Outra unidade 1.015,10 0,7 525,20 0,3
Total 140.080,70 188.814,90
Distribuição
Quando se analisa a distribuição
dos vazadouros pelos munícipios o
quadro fica ainda mais alarmante,
uma vez que os mesmos estão
concentrados nas regiões Norte e
Nordeste: 89,3% dos municípios da
região Nordeste e 85,5% da região
Norte possuem “lixões”. Em
contraposição, as regiões Sul e
Sudeste apresentam as menores
proporções: 15,8% e 18,7%,
respectivamente. Ainda assim, os
valores são bastante insatisfatórios
apesar da grande diferença entre os
quadros das regiões citadas. O que
não é novidade, uma vez que a
desigualdade social é uma das
principais características do nosso
país.
Garimpo

Segundo com o levantamento do IBGE do ano 2000 existem


3.686 “garimpeiros” de lixo atuando em vazadouros no Estado
de São Paulo, contra 2.916 em 1999. Sendo 448 crianças
menores de 14 anos (eram 643 em 1999).

Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2008,


26,8% das entidades municipais brasileiras que faziam o
manejo dos resíduos sólidos em suas cidades sabiam da
presença de catadores nas unidades de disposição final desses
resíduos.
Perfil de composição dos resíduos urbanos
O Município de São Paulo

A população do município é da ordem de 11 milhões de


habitantes, cerca de 6% da população nacional.

A cidade abriga regiões com grandes diferenças de níveis de


qualidade de vida. A renda per capita é cerca do dobro da renda
média do país.

A geração diária de resíduos é de cerca de 18 mil toneladas,


sendo 10 mil toneladas de origem domiciliar.

2 aterros sanitários (um municipal e um privado),


3 estações de transbordo,
usinas de compostagem e incineradores: não há mais em operação
Evolução da produção anual de resíduos sólidos urbanos versus
crescimento populacional na cidade de São Paulo
1,9

1,7

1,5

Geração (kg/hab.ano)
1,3

1,1

0,9

0,7

0,5
0,5 5,5 10,5 15,5 20,5
Renda média da população (salários minímos/chefe de comicílio)

Distribuição da geração de resíduo em função da renda familiar nas


regiões administrativas de São Paulo
Evolução da composição do lixo domiciliar na cidade de São Paulo (dados em %)

1927 1957 1969 1976 1991 1996 1998 2000 2011

Matéria orgânica 82,5 76,0 52,2 62,7 60,6 55,7 49,5 48,2 52,5
Papel e
13,4 16,7 29,2 21,4 13,9 16,6 18,8 16,4 9,8
assemelhados
Embalagem
0,9 1,0
longa vida
Plásticos 1,9 5,0 11,5 14,3 22,9 16,8 15,56
Metais ferrosos 1,7 2,2 7,8 3,9 2,8 2,1 2,0 2,6 2,0
Alumínio 0,1 0,7 0,7 0,9 0,7 0,4
Trapos, couros e
1,5 1,7 3,8 2,9 4,4 5,7 3 3,1
borrachas

Pilhas e baterias 0,1 0,01


Vidro 0,9 1,4 2,6 1,7 1,7 2,3 1,5 1,3 1,9
Terra e pedras 0,7 0,8 0,2 1,6 3,3
Madeira 2,4 1,6 0,7 1,3 2,0 2,0
Espuma 1,2
Fraldas e
5,1
absorventes
Diversos 0,1 1,7 2,6 9,3 2,1
Fluxograma de destinação de resíduos sólidos domiciliares da cidade
de São Paulo: 2011
• O que cada um pode fazer para produzir menos lixo
• https://youtu.be/JAvRK1dO8AE
• Resíduos Sólidos
• https://youtu.be/MiuIckYJfQY
• Entrevista Prof. Sabetai Calderoni
• https://youtu.be/3Nn1RYYlezo
• Documentário – Lixo extraordinário
• https://youtu.be/61eudaWpWb8
Tarefa – aula 26/03
• Leitura e resenha das normas
• NBR 10004; 10005; 10006 e 10007.

• Perguntas para responder na resenha:


• O que cada uma das normas objetiva?
• Quais as Classes de resíduos segundo a NBR 10004?
• Quais características um resíduo precisa ter para ser considerado perigoso?
• Como é feito o ensaio para obtenção do extrato lixiviado?
• Como é feito o ensaio para obtenção do extrato solubilizado?
• Quais o pontos importantes para a amostragem resíduos?

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