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E-BOOK

COLETA SELETIVA
NOÇÕES DE GERENCIAMENTO DE
RESIDUOS SOLIDOS E COLETA SELETIVA
CONSUMO CONSCIENTE

Verde Ghaia 2016. Todos os direitos reservados.

FICHA TÉCNICA

Texto: Bianca Rubia Braz Moreira


Fernanda Ribeiro Pinheiro
Ana paula Lima Rocha
Revisão técnica: Daniela Pedroza
Projeto Gráfico e Diagramação: Ingrid Vasconcelos

GRUPO VERDE GHAIA


Rua General Dionísio Cerqueira 315 • Gutierrez
Belo Horizonte/MG • CEP 30441-063
31 2127.9137
www.verdeghaia.com.br
3.

verdeghaia.com.br
CONSUMO CONSCIENTE
5.

SUMÁRIO
CONCEITOS E NOÇÕES SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS 6
PROCESSO INDUSTRIAL 6
MEIO AMBIENTE 6
RESÍDUO 7
IMPACTO AMBIENTAL 9
ESTRUTURA DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS:
IMPLEMENTAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO 10

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 11


CONTROLE DE GERAÇÃO 12
CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO 13
PROCEDIMENTOS PARA CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS 15
MANUSEIO E ACONDICIONAMENTO 16
ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO 17
TRANSPORTE EXTERNO 18
DISPOSIÇÃO E DESTINAÇÃO FINAL 20

CONCEITOS E NOÇÕES SOBRE COLETA SELETIVA 22


RESOLUÇÃO CONAMA Nº 275, DE 25-04-2001 23
RESÍDUOS RECICLÁVEIS 23
RESÍDUOS NÃO RECICLÁVEIS 23
RESÍDUOS DE PAPEL 24
RESÍDUOS DE PLÁSTICO 25
RESÍDUOS DE METAL 27
EMBALAGENS TETRA PARK 27
RESÍDUOS DE VIDRO 27
RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS 28
RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL 28
RESÍDUOS ORGÂNICOS 29
RESÍDUOS DE MADEIRA 30
RESÍDUOS PERIGOSOS 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E RECOMENDAÇÕES DE LEITURA/
VISUALIZAÇÃO 36
CONSUMO CONSCIENTE

CONCEITOS E NOÇÕES
SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS
PROCESSO INDUSTRIAL

Um processo industrial é o conjunto de operações de transformação das


características das matérias-primas, convertendo-as em diferentes classes de
produtos. De uma forma geral, para obter um determinado produto, são necessários
diversos procedimentos individuais.

Durante os diferentes estágios dos processos industriais e, na maioria das vezes,


inerentes a estes, também são gerados subprodutos, como resíduos, efluentes
e emissões gasosas, que comprometem o Meio Ambiente e até mesmo a saúde
pública se não tratados de forma adequada.

MEIO AMBIENTE

Segundo a definição proposta pela NBR ISO 14001:2015, Meio Ambiente é a


circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo ar, água, solo, recursos
naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações.

Ainda segundo essa norma, a circunvizinhança pode se estender de dentro de


uma organização para os sistemas local, regional e global e pode ser descrita em
termos de biodiversidade, ecossistemas, clima ou outras características.

No Brasil, temos a Política Nacional do Meio Ambiente - LEI Nº 6.938, DE 31


7.
DE AGOSTO DE 1981 que “tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação
da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições
ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à
proteção da dignidade da vida humana. ”

RESÍDUO

O conceito de resíduo pode ser abrangente e gerar divergência de opiniões.


Algumas pessoas o definem como sendo um material que não tem mais valor para
o seu proprietário, podendo ser gerado secundariamente por um processo ou como
sendo simplesmente lixo.

Porém, lixo é um conceito do passado, pois traz a ideia de que não pode ser
reaproveitado. Já o resíduo pode ser definido como sendo materiais que não podem
mais ser utilizados com a finalidade para as quais foram originalmente produzidos.
Eles são decorrentes de atividades antrópicas, geradas como sobras de processos
e se resumem em tudo o que pode ser reciclado, reaproveitado ou recuperado.

Ou seja, o resíduo é o material que já foi descartado, mas que ainda comporta
alguma possibilidade de uso, seja por meio da reciclagem ou reaproveitamento.

Resíduo Sólido

O resíduo sólido, que diz sobre o estado físico do material, pode se originar
de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de
serviços e de varrição.

Esse tipo de resíduo teve sua definição disposta na Política Nacional de


Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010.
Essa lei considera o resíduo sólido um “material, substância, objeto ou bem
descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação
final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados
sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos
ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente
inviáveis em face da melhor tecnologia disponível”.

Rejeito

A PNRS também definiu os rejeitos como sendo “resíduos sólidos que,


depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por
processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem
CONSUMO CONSCIENTE

outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada”.

Ou seja, pode-se dizer que rejeito é todo resíduo sólido que não pode mais ser
reutilizado ou reciclado e está pronto para ser disposto no meio ambiente como
alternativa final.

Resíduos Domiciliares

São originados de atividades domésticas diárias das residências urbanas.

Sua composição é bastante variável sendo influenciada por fatores como


localização geográfica e renda familiar. Contudo, nesse tipo de resíduo podem ser
encontrados restos de alimentos, produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas,
embalagens em geral, resíduos sanitários (papel higiênico, fraldas descartáveis e
absorventes, por exemplo) e uma grande diversidade de outros itens.

É importante lembrar que alguns produtos que utilizamos e descartamos em


casa são considerados perigosos e devem ter uma destinação diferente dos demais.
Dentre esses resíduos podem estar pilhas, baterias, produtos químicos (água
sanitária, cloro, soda cáustica, limpadores de vidro, fogão, etc), produtos aerossóis
(desodorantes e inseticidas), solventes, querosene, medicamentos vencidos, entre
outros. Nestes casos, é importante consultar o fabricante ou o comércio em que
os produtos foram adquiridos a fim de que seja informado a forma correta de
destinação ou se há algum ponto de coleta para estes resíduos.

Resíduos Industriais

São os resíduos gerados nos processos produtivos e instalações industriais


de diversos ramos, tais como metalúrgico, químico, petroquímico, de papelaria, da
indústria alimentícia etc.

A composição desses resíduos é bastante heterogênea e uma grande parte é


considerada perigosa. Eles podem conter cinzas, óleos, lodos, borrachas, adesivos,
escórias (impurezas resultantes da fundição do ferro), entre outros.

A indústria geradora é a responsável pelo correto gerenciamento e destinação


de todos os seus resíduos, sejam estes perigosos ou não, de acordo com a legislação
vigente.

Resíduos de Serviço de Saúde

São os gerados nos serviços de saúde, também conhecidos como resíduos


hospitalares. Esses resíduos são comumente descartados por hospitais, farmácias,
laboratórios, clínicas veterinárias e instituições de pesquisa.
9.
Geralmente eles são compostos por seringas, curativos, agulhas, órgãos
removidos, meios de culturas, cobaias ou outros resíduos sépticos, sendo aqueles
que contém ou potencialmente podem apresentar algum tipo de contaminação
por agentes causadores de doenças (patogênicos).

Os resíduos não-sépticos destes locais que não entraram em contato direto


com os pacientes ou com os resíduos sépticos, são considerados como domiciliares,
podendo ser compostos de papéis, restos da preparação de alimentos, pós de
varrição, etc.

Resíduos de Serviços Urbanos

Esses resíduos são englobados pelos domiciliares, originários de atividades


domésticas, e pelos resíduos de limpeza urbana, originários da varrição, limpeza de
logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana.

Sua composição envolve, além dos materiais citados para resíduos domiciliares,
restos de vegetais diversos (folhas de árvores, galhos e grama), animais mortos,
papel, plástico, embalagens diversas etc.

Resíduos da Construção Civil

São gerados na construção civil, resultante de atividades de reformas,


construção, reparos e demolições de obras, incluindo os provenientes da preparação
e escavação de terrenos para obras civis.

Também chamado de entulho, esse tipo de resíduo é composto por madeiras,


cimento, rebocos, tijolos etc. Geralmente, tratam-se de materiais inertes que, em sua
grande maioria, podem ser reaproveitados, embora isso não ocorra na maioria das
situações por falta de informação.

IMPACTO AMBIENTAL

Analisando estes conceitos, chegamos à conclusão de que a geração de


resíduos traz impactos ao meio ambiente e estes devem ser minimizados.

Segundo o Artigo 1º da Resolução nº 001/1986 do Conselho Nacional do Meio


Ambiente (CONAMA), impacto ambiental é “qualquer alteração das propriedades
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma
de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, afetam:
CONSUMO CONSCIENTE

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II - as atividades sociais e econômicas;

III - a biota;

IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V - a qualidade dos recursos ambientais”.

Aplicando um conceito mais direcionado às atividades industriais/econômicas,


a NBR ISO 14001:2015 define que impacto ambiental é qualquer modificação do meio
ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades,
produto ou serviços de uma organização.

Sendo assim, pode-se associar impacto ambiental à alteração no meio ambiente


considerada significativa ou não por meio da avaliação do projeto ou atividades de
um determinado empreendimento, podendo ser negativa ou positiva.

ESTRUTURA DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: IMPLE-


MENTAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO

A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi aprovada no congresso nacional


a partir do projeto de lei nº 121/2003, regulamentada pela Lei nº 12.305 de 02 de
agosto de 2010. Ela contém instrumentos importantes no combate aos principais
problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado
dos resíduos sólidos.

A PNRS tem a proposta de incentivar práticas de consumo sustentável, o


aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos, a fim de prevenir e
reduzir sua geração. A disposição ambientalmente adequada dos rejeitos também
é outro tema abordado.

A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos também


é instituída por essa lei, de modo que os geradores (fabricantes, importadores,
distribuidores, comerciantes e consumidores) passem a ter responsabilidade na
minimização de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como na redução dos seus
impactos causados na saúde humana e à qualidade ambiental.

Outro ponto abordado é a eliminação dos lixões, através da criação de metas


e instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microrregional,
intermunicipal, metropolitano e municipal. Um desses instrumentos é o Plano de
11.
Gerenciamento de Resíduos sólidos, imposto pela norma para o setor público e
empresarial.

Outros instrumentos importantes são a Avaliação de Impactos Ambientais,


o Licenciamento de atividades potencialmente poluidoras, a Coleta Seletiva,
a Educação Ambiental, o monitoramento e a fiscalização ambiental, além dos
incentivos fiscais, financeiros e creditícios.

A PNRS, além de diferenciar os conceitos de resíduos e rejeitos e também de


destinação e disposição final, também apresenta outras duas definições importantes:

• Acordo Setorial: “ato de natureza contratual firmado entre o poder


público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes,
tendo em vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo
ciclo de vida do produto”;

• Logística Reversa: “instrumento de desenvolvimento econômico


e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos
sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou
em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente
adequada”;

GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS
O Gerenciamento de Resíduos Sólidos constitui um conjunto de procedimentos
de gestão, planejados e implementados com o objetivo de minimizar a produção de
resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, a adequada coleta, armazenamento,
tratamento, transporte e destino final adequado, visando a preservação da saúde
pública e a qualidade do meio ambiente.

Essa gestão é realizada de acordo com o Plano Municipal de Gestão Integrada


de Resíduos ou com o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e possui as
seguintes etapas:

• Controle de Geração

• Caracterização e Classificação
CONSUMO CONSCIENTE

• Minimização da Geração

• Manuseio e Acondicionamento

• Armazenamento

• Transporte Externo

• Disposição e Destinação final

CONTROLE DE GERAÇÃO

Princípios

O princípio básico do Controle de Geração é que todo resíduo gerado é uma


perda. Assim, a melhor ação possível sempre será não gerar o resíduo.

O gerenciamento de resíduos sólidos deve ocorrer em todos os setores da


sociedade, seja tanto no setor produtivo quanto nos de serviços e/ou consumo. Para
que haja maior controle a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS através do
Princípio da Responsabilidade Compartilhada que obriga os geradores de resíduos
sólidos a gerenciarem adequadamente, seus resíduos.

Entendendo que o processo de produção pode ter sua eficiência aumentada


significativamente, a prevenção e a precaução reflete a metodologia de não geração
de resíduos e tem um grande impacto no melhor uso de matéria prima, energia e
desenhos de produtos. Sendo assim, a minimização da geração de resíduos gera
valor para a organização e para a sociedade, pois, quanto mais uma organização
investe e incentiva na “não geração” de resíduos, mais eficiente esta organização se
torna, gerando mais empregos, benefícios e eficácia na produção através de uso de
tecnologias inovadoras e modernas. Consequentemente, todos os investimentos
realizados transformam-se em lucro, como a diminuição no custo das produções,
produtos com melhor competitividade no mercado, trabalhadores satisfeitos e mais
produtivos.

É comum, muitas organizações não perceberem a viabilidade no processo de


melhorias, pois incialmente, aparenta-se ser economicamente, inviável. Por outro
lado, existem estímulos fiscais e financeiros que colaboram com o processo de
eficiência na “não geração” de resíduos das organizações.

Propósitos do Controle de Geração


13.
O Controle de Geração tem o propósito de conhecer todos os resíduos gerados
na empresa, incluindo informações como:

• Fonte geradora (Área ou Setores/Processos/Atividades/Estações de


Trabalho).

• Tipos de resíduos gerados por fonte geradora.

• Quantidades de resíduos gerados por fonte geradora.

Assim, é possível realizar o monitoramento periódico das quantidades de


resíduos gerados, auxiliando na definição e implantação de planos de redução de
geração de resíduos.

Esse é justamente o objetivo de investir na eficiência da organização para a


não geração de resíduos, é para que esta tenha controle sob os resíduos gerados
através do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, sendo a finalidade deste
de apontar riscos, descrever ações de manejo, caracterizar os resíduos e definir
critérios adequados para a coleta, manuseio, acondicionamento, armazenamento,
transporte e disposição dos resíduos gerados pela organização.

CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

A classificação dos resíduos é de extrema importância, uma vez que servirá


para orientar e nortear as tomadas de decisões a serem executadas. Portanto, deve-
se avaliar o resíduo sólido quanto a sua natureza física, grau de biodegradabilidade
ou em função da composição química do resíduo, permitindo identificar com
mais facilidade a sua matéria, ou seja, se é um resíduo orgânico ou inorgânico.
Outra possibilidade de classificação é quanto à função da sua origem ou o grau
de periculosidade, sendo esta última com maior destaque na classificação dos
Resíduos Sólidos.

Utiliza-se a periculosidade com mais frequência para classificar os resíduos


sólidos, pois está classificação permite identificar os impactos à Saúde e ao Meio
Ambiente e a sua fonte geradora. Abaixo, encontram-se as classificações dos
resíduos quanto a sua periculosidade, conforme a ABNT NBR10004:

“A classificação de resíduos sólidos envolve a identificação do processo ou


atividade que lhes deu origem, de seus constituintes e características, e a
comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias
cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido.
CONSUMO CONSCIENTE

A segregação dos resíduos na fonte geradora e a identificação da


sua origem são partes integrantes dos laudos de classificação, onde a
descrição de matérias-primas, de insumos e do processo no qual o resíduo
foi gerado devem ser explicitados.

A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização


do resíduo deve ser estabelecida de acordo com as matérias-primas, os
insumos e o processo que lhe deu origem”.

Procedimentos para classificação de periculosidade dos resíduos

Quanto a periculosidade de um resíduo, deve-se considerar as funções de suas


propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, podendo apresentar:

• Risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou


acentuando seus índices;

• Riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma


inadequada.

De acordo com a norma ABNT NBR 10.004, os resíduos podem ser classificados
em:

Não perigoso – Classe II: São os resíduos que não apresentam quaisquer
propriedades de periculosidade. Podendo ainda ser dividido em:

Não inerte - Classe II A: Quaisquer resíduos que e submetidos a um


contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à
temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, tiverem um ou mais de
seus constituintes solubilizados ou lixiviados. Este podem ter as seguintes
propriedades: Biodegradabilidade, Combustibilidade e Solubilidade em
água.

Inerte – Classe II B: Quaisquer resíduos submetidos a um contato dinâmico


e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente,
conforme ABNT NBR 10006, não tiverem nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de
água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. Resíduos que
não solubilizam nem lixiviam.

Perigoso – Classe I: para que um resíduo seja considerado perigoso, este deve
apresentar uma ou mais das seguintes propriedades: Inflamabilidade, Corrosividade,
Reatividade, Toxicidade e Patogenicidade. A NBR 10.007 – Amostragem de
resíduos sólidos define as características que os resíduos apresentam quando
15.
possuem estas propriedades através de ensaios em laboratório.

PROCEDIMENTOS PARA CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS

O correto gerenciamento dos resíduos sólidos deve se dispor de dados


sobre a composição, quantidade e fontes geradoras, juntamente, com as variáveis
socioeconômicas. Por isso, é importante identificar e conhecer o tipo de resíduo que
está sendo descartado pela organização, permitindo assim, caracterizá-lo. Somente
através da caracterização é possível obter informações quanto as características
físicas, químicas e biológicas e considerar os possíveis danos que esses resíduos
sólidos podem causar ao meio ambiente e a saúde pública.

Coletam-se amostras do resíduo, conforme norma ABNT NBR 10.007:2004,


para assegurar que as amostras coletadas serão representativas do resíduo que se
quer caracterizar. A garantia da representatividade se relaciona a:

• Quantidade suficiente de material amostrado para que sejam feitas todas


as análises necessárias e que sejam mantidas amostras adicionais para
uso nos casos onde a contraprova se fizer necessária.

• Garantia de que a amostra não será contaminada durante ou após a


coleta.

• Garantia de que a amostra não receba quaisquer influências de natureza


química, física ou biológica que possa alterar sua constituição e
propriedades.

A Caracterização de um resíduo pode ser definido da seguinte maneira:

• Ensaio de lixiviação: Processo para determinação da capacidade de


transferência de substâncias orgânicas e inorgânicas presentes no resíduo
sólido, por meio de dissolução no meio extrator. Operação de separar de
certas substâncias, por meio de lavagem, os sais nela contidos.

• Solubilização: Tornar (uma substância) solúvel.

• Solúvel: Que se pode solver, dissolver ou resolver.

A caracterização trata-se de um processo complexo e, por isso, caro. Sendo


assim, só deve ser realizado com resíduos os quais a organização geradora não
consegue definir, devido aos processos por quais este passou, se o mesmo é
perigoso ou não.
CONSUMO CONSCIENTE

MANUSEIO E ACONDICIONAMENTO

Manusear os resíduos sólidos consiste em recolher os recipientes nos quais


foram despejados e encaminhá-los para os locais de armazenamento. Todo o
manuseio deve ser realizado por pessoal treinado e utilizando, devidamente todo o
equipamento de proteção individual.

Alguns exemplos de EPI’s para a coleta de resíduos:

• Gorro (de cor branca, para proteger os cabelos).

• Óculos (lente panorâmica, incolor e de plástico resistente, com armação


em plástico flexível, proteção lateral e válvulas para ventilação).

• Máscara (para impedir a inalação de partículas e aerossóis, do tipo


semifacial).

• Uniforme (calça comprida e camisa manga três quartos, de material


resistente e cor clara).

• Luvas (de material impermeável, resistente, tipo PVC, antiderrapante e


de cano longo).

• Botas (de material impermeável, resistente, tipo PVC, de solado


antiderrapante, cor clara, e de cano três quartos).

• Avental (PVC, impermeável e de comprimento médio, na altura dos


joelhos).

O manuseio dos resíduos sólidos deve seguir os seguintes procedimentos,


para assegurar a segurança pública e individual:

Acondicionadores

• São dispositivos ou equipamentos destinados ao acondicionamento


correto dos resíduos sólidos em recipientes padronizados.

• Os acondicionadores podem ser: contêineres, tambores, tanques ou a


granel.

Ao acondicionar os resíduos, a organização deve se atentar aos seguintes


requisitos:

• Compatibilidade: O material do recipiente deve ser compatível com


equipamento usado para transportá-lo e ser adequado ao mesmo. O
17.
material do recipiente deve ser compatível com o resíduo a ser contido,
não podendo reagir quimicamente com mesmo.

• Estanqueidade: O recipiente deve ser isento de vazamento e ser dotado


de proteção para evitar a inserção de água ou outros materiais no resíduo.

• Resistência física: O recipiente deve ter resistência suficiente para suportar


a quantidade de resíduo a ser contida e a sua movimentação.

• Durabilidade: O recipiente deve possibilitar um número elevado de


reutilizações.

Segregação

A segregação dos resíduos ainda na fonte geradora é uma atitude fundamental


para seu adequado gerenciamento. Dentre outros objetivos da segregação
destacam-se:

• Evitar a mistura de resíduos incompatíveis, evitando consequências tais


como, geração de calor; fogo; explosões; geração de fumos ou gases;
volatilização de inflamáveis e tóxicos; solubilização de substâncias tóxicas.

• Evitar a contaminação dos resíduos, para que os mesmos possam ser


reciclados ou utilizados.

Segregar os resíduos significa implementar a Coleta Seletiva, conforme a


CONAMA n° 275, consistindo em:

• Separar os diferentes tipos de resíduos (papel, plástico, metal, vidro, etc.)


no momento de jogá-lo no coletor.

• Resíduo selecionado (descartar no lugar certo) permite a separação de


materiais com vista a:

• Comercialização daqueles que apresentam algum valor no mercado.

• Definição da melhor forma de disposição e destinação.

ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO

A organização deve prover infraestrutura para o armazenamento adequado


dos resíduos de acordo com a NBR 11.174 – Armazenamento de resíduos inertes e
não inertes e NBR 12.235 Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos.
CONSUMO CONSCIENTE

• Locais separados para armazenar resíduos perigosos e os não perigosos;

• Segregação entre resíduos que sejam incompatíveis entre si;

• Sistema para prevenir o acesso de pessoas não autorizadas;

• Proteção contra intempéries;

• Proteção contra contaminação do solo;

• Drenagem de percolados;

• Prevenção de acúmulo de gases perigosos;

• Piso impermeável para resíduos perigosos,

• Piso e paredes laváveis.

TRANSPORTE EXTERNO

O transporte dos resíduos sólidos é importante para confirmar a quantidade


gerada, além de possibilitar o reconhecimento do fluxo origem-destino, assim como
identificar os agentes que deverão participar do processo, garantindo a eficácia do
Planejamento de Gestão dos Resíduos Sólidos.

Ressalta-se que o transporte de resíduos sólidos deve atender a legislação


ambiental específica, seja ela, municipal, estadual ou federal e estar provido com os
documentos de controle ambiental, informando o acondicionamento adequado,
podendo ser granel, bombonas, fardos, dentre outros.

Quando ocorrer qualquer tipo de acidente durante o transporte, a remoção do


resíduo pode ser realizada com a isenção de algumas exigências, por exemplo, é
possível manter a documentação original da carga, mesmo após o acidente.

É importante que todos os equipamentos dos transportes sejam


descontaminados, porém estes devem ser realizados em locais autorizados pelos
órgãos competentes.

O transporte externo deve respeitar algumas condições conforme a NBR13.221:

• Os requisitos legais apropriados;

• Adequação do veículo ao transporte;


19.
• Manutenção e conservação do veículo,

• Capacitação dos condutores.

A Adequação do Veículo para realizar o transporte dos resíduos sólidos deve


ser dotado de:

• Carroceria isenta de furos e rachaduras;

• Sistema de segurança adequado, direção, freios, equipamentos de


segurança etc.

• Sinalização apropriada (painel de segurança e rótulo de risco), adotando


como referência a ABNT NBR 7500.

• Kit de emergência;

• Ficha e envelope de Emergência, conforme ABNT NBR 7503.

• Envelope de emergência, conforme ABNT NBR 7503:2005.

• Veículos-tanques devem possuir certificação de acordo com os requisitos


do INMETRO.

• Sinalização apropriada, identificando o transporte terrestre, manuseio,


movimentação e armazenamento de produtos, conforme a NBR 7500.

Manutenção e Conservação dos transportes devem ser realizados com


frequência, afim de se evitar impactos a saúde pública e ao meio ambiente.

Capacitação dos Condutores deverá incluir:

• Habilitação conforme definido no Código Brasileiro de Trânsito, Lei


Federal no 9.503/97

• Curso de Direção Defensiva;

• Curso MOPP – Manuseio e Operação com Produtos Perigosos, para o


transporte de resíduos Classe I. Isto inclui:

• Movimentação de cargas perigosas;

• Procedimentos em caso de acidentes ambientais e etc.

• Condições adequadas de saúde.


CONSUMO CONSCIENTE

Para controle da saída de resíduos, itinerário até a destinação final, o transporte


deverá possuir Manifesto na qual estação inclusas as seguintes informações:

• Gerador do resíduo;

• Resíduo e quantidade a ser transportada;

• Transportador;

• Destino.

DISPOSIÇÃO E DESTINAÇÃO FINAL

Ambos os termos são utilizados pela Política Nacional de Resíduos Sólidos


(PNRS), Lei n° 12.305 de agosto de 2015, regulamentada pelo Decreto no 7.404, de
23 dezembro de 2010. No entanto, é importante compreender a finalidade e uso
destes dois termos, conforme o Art.3º da Política Nacional de Resíduos Sólidos:

• A destinação final, ambientalmente correta, inclui a reutilização, reciclagem,


compostagem, recuperação e o aproveitamento energético ou outras
destinações. Percebe-se que são formas, alternativas, para destinar os
resíduos sólidos, adequadamente. Salienta-se que os resíduos sólidos
não devem ir para os aterros, uma vez que é possível dar a estes resíduos
outras finalidades, economicamente viáveis.

• A Disposição final, ambientalmente correta, tem a função de distribuir


ordenadamente, os rejeitos em aterros, focando em normas operacionais
específicas, evitando assim, danos ou riscos à saúde e à segurança
pública, minimizando os impactos ambientais adversos. Sendo assim,
a disposição final é para o rejeito, ou seja, para os resíduos que não
apresentam outra alternativa de destinação.

A Disposição Final visa a eliminação ou minimização dos impactos ambientais.


A escolha adequada da forma de disposição final está interligada a Caracterização
e classificação do resíduo. Convém ressaltar que existem atividades proibidas nas
áreas de Disposição Final:

• Utilização dos rejeitos dispostos como alimentação

• Catação

• Criação de animais domésticos


21.
• Fixação de habitações temporárias ou permanentes.

• Quaisquer atividades que sejam vedadas pelo Poder Público.

Locais apropriados para a disposição final

• Aterros Sanitários: São usados para disposição de lixo doméstico,


devendo incluir a impermeabilização do solo, captação e tratamento do
chorume, drenagem de gases e monitoramento do aquífero.

• Aterros Industriais: São usados para a disposição de resíduos das


indústrias, devendo incluir a impermeabilização do solo, captação e
tratamento dos líquidos, drenagem de gases, cobertura, monitoramento
das estruturas e da estabilidade geotécnica e o monitoramento dos
gases líquidos, do aquífero e do entorno do aterro.

Locais apropriados para a destinação final

• ncineração: Consiste na queimada dos resíduos, sob condições


controladas em câmara fechada. Os incineradores devem incluir um
sistema de controle de alimentação de resíduos, sistema de captação e
tratamento dos gases gerados e um sistema de captação de efluentes,
caso seja usado algum sistema de tratamento de gases por via úmida.

• Co-processamento/Fornos de Clínquer: Consiste no uso do resíduo,


principalmente, para resíduos de Classe I, como combustível ou mesmo
outro tipo de matéria-prima para produção de clínquer. Após a moagem,
o clínquer é transformado em cimento. No entanto, é necessário possuir
licenciamento especifico para a produção de cimento e para o co-
processamento.

• Reciclagem: Consiste em transformar materiais usados em novos


produtos para o consumo. Com isso, há uma diminuição significativa da
poluição, seja, água, ar ou solo, além, de contribuir com as organizações
na diminuição de custos.

• Reutilização: Consiste dar a determinado material outra finalidade, ou


seja, dar ao material diversas possibilidades de uso.
CONSUMO CONSCIENTE

CONCEITOS E NOÇÕES
SOBRE COLETA SELETIVA
A coleta seletiva consiste na correta segregação dos resíduos de acordo
com sua composição, assim em que são gerados. Tal atitude é essencial para o
gerenciamento de resíduos sólidos.

A coleta seletiva é o início do processo de gerenciamento e garante que uma


maior quantidade de resíduos recicláveis seja reaproveitada, além de contribuir para
a disposição ambientalmente adequada dos não recicláveis. Sua prática diminui os
impactos ao meio ambiente e à saúde pública, podendo servir como subproduto
para algumas atividades industriais e como fonte de renda para trabalhadores.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece a coleta seletiva como


obrigatória para os planos de gerenciamento de resíduos municipais, reconhecendo
a sua importância para realização de uma correta gestão.

Como funciona a Coleta Seletiva:

• Para cada tipo de resíduo, define-se um tipo apropriado de coletor.


• Cada acondicionador terá uma cor específica para cada tipo de resíduo.
Vantagens da Coleta Seletiva:

• Permite que sejam implantados Programas de Redução da Geração;


• Diminui o desperdício;
• Reduz o consumo de energia;
• Diminui a poluição do solo, água e ar;
• Diminui a exploração de recursos naturais;
• Prolonga a vida útil dos aterros sanitários;
• Possibilita a reciclagem de materiais que iriam para o lixo.
Dificuldades para a manutenção da eficácia da coleta seletiva:

• Educar as pessoas para que as mesmas respeitem as diretrizes da coleta


seletiva.
• Não basta definir, adquirir e distribuir os coletores nas instalações da
empresa. É necessário capacitar as pessoas, supervisioná-las e monitorar
o funcionamento da Coleta Seletiva.
23.
• Diferenças entre Treinar e Conscientizar - não basta fazer um treinamento
apenas na implantação, a capacitação deve ser periódica para que todos
se conscientizem da importância da coleta seletiva.

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 275, DE 25-04-2001

A Resolução Conama Nº 275, de 25-04-2001 estabelece o código de cores


para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e
transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. As
cores são estabelecidas da seguinte forma:

RESÍDUOS RECICLÁVEIS

São aqueles resíduos que ainda podem ser utilizados da forma em que estão,
como, por exemplo, garrafas pet de refrigerante para armazenar água (nestes casos
dizemos que o resíduo foi reaproveitado ou reutilizado) ou ainda podem passar por
processos industriais e serem reciclados, como no caso de pneus que se tornam
composto de asfalto.

RESÍDUOS NÃO RECICLÁVEIS

São aqueles que, depois de analisadas todas as tecnologias ambiental e


economicamente viáveis, não apresentam outra alternativa senão a disposição final
CONSUMO CONSCIENTE

ambientalmente adequada. Também são conhecidos como rejeitos.

RESÍDUOS DE PAPEL

RECICLÁVEL NÃO RECICLÁVEL


Jornais e revistas Etiquetas adesivas
Listas telefônicas Papel carbono
Papel sulfite/rascunho Papel celofane
Papel de fax Fitas crepe
Folhas de caderno Papéis sanitários
Formulários de computador Papéis parafinados
Caixas em geral (papelão ondulado) Papéis plastificados
Aparas de papel Guardanapos
Fotocópias Bitucas de cigarro
Envelopes Papel fotográfico
Rascunhos
Cartazes

Reciclagem de Resíduos de Papel

Além da reciclagem industrial, os resíduos de papel podem ser utilizados como


rascunho, reaproveitados em trabalhos de artesanato ou ainda podem ser reciclados
em casa conforme descrito no quadro a seguir:
25.
RESÍDUOS DE PLÁSTICO

RECICLÁVEL NÃO RECICLÁVEL


Copos Cabos de panelas
Sacos/sacolas Adesivos
Frascos de produtos Espuma
Tampas Acrílico
Embalagens metalizadas (biscoitos
Potes
e salgadinhos)
Canos e tubos de PVC
Embalagens PET (Refrigerantes,
Suco, Óleo, Vinagre, etc.)

Para os resíduos de plástico temos a NBR 13230, que identifica os diversos


tipos de resinas plásticas numerando-os de 1 a 7, sendo que os de número 1 a 6 são
recicláveis e os de número 7 não são recicláveis. Tal numeração deve ser exibida
na embalagem dos produtos para facilitar a segregação. Os resíduos de plástico
podem ser reaproveitados na nossa própria casa, como materiais para artesanato
ou reciclados através de processos industriais.

- 1 Tereftalato de Polietileno (PET)

São transparentes, inquebráveis, impermeáveis e leves. O PET é utilizado,


principalmente, na fabricação de garrafas de água mineral, refrigerante, embalagens
para produtos alimentícios (como óleos e sucos), de limpeza, cosméticos e
farmacêuticos.

- 2 Polietileno de Alta Densidade


CONSUMO CONSCIENTE

Resistente a baixas temperaturas, leve, impermeável e rígido. Embalagens para


alimentos, produtos têxteis, cosméticos e embalagens descartáveis. Também é
usado na fabricação de tampas de refrigerante, potes para freezer e garrafões de
água mineral, além de brinquedos, eletrodomésticos, cerdas de vassoura e escovas,
fitas adesivas, entre outros.

- 3 Cloretos de Polivinila (PVC)

Por suas características como rigidez, impermeabilidade e resistência à


temperatura, são usados principalmente em tubos, conexões, cabos elétricos e
materiais de construção como janelas, portas, esquadrias e cabos de energia. O
PVC também pode ser aplicado na fabricação de brinquedos, alguns tipos de
tecido, chinelos, cartões de crédito, tubos para máquinas de lavar roupa e caixas de
alimentos.

- 4 Polietileno de Baixa Densidade (PEBD)

São flexíveis, leves, transparentes e impermeáveis. É utilizado na produção de


filmes termo controláveis, como caixas para garrafas de refrigerante, fios e cabos
para televisão e telefone, filmes de uso geral, sacaria industrial, tubos de irrigação,
mangueiras, embalagens flexíveis, impermeabilização de papel (embalagens Tetra
Pak), entre outros. É aplicado, principalmente, na produção de embalagens de
alimentos, fraldas, absorventes higiênicos e sacaria industrial.

- 5 Polipropileno

Esses plásticos conservam o aroma e são resistentes a mudanças de


temperatura, brilhantes, rígidos e inquebráveis. São utilizados nas embalagens para
alimentos, produtos têxteis e cosméticos, tampas de refrigerante, potes para freezer
e garrafões de água mineral. Também são utilizados em produtos hospitalares
descartáveis, tubos para água quente, autopeças, fibras para tapetes, fraldas,
absorventes higiênicos, entre outros.

- 6 Poliestireno

As principais características do PS são a impermeabilidade, rigidez, leveza e


transparência. São utilizados nos copos descartáveis, eletrodomésticos, produtos
para construção civil, autopeças, potes para iogurte, sorvete e doces, frascos,
bandejas de supermercados, pratos, tampas, aparelhos de barbear descartáveis,
brinquedos etc.

- 7 Outros (Não recicláveis)

O Copolímero de Etileno e Acetato De Vinila (EVA) é empregado principalmente


27.
na fabricação de calçados, colas, adesivos, peças técnicas, fios e cabos.

RESÍDUOS DE METAL

O metal é um material que pode ser reciclado várias vezes sem que perca
suas características e qualidade, por isso sua comercialização é tão fácil e acaba
por se tornar fonte de renda de muitos trabalhadores. O metal também pode
ser reaproveitado em trabalhos de artesanato ou reciclado através de processos
industriais.

RECICLÁVEL NÃO RECICLÁVEL


Tampinhas de garrafa Clipes
Latas Granpos
Panelas sem cabo Esponja de aço
Ferragens Aerosóis
Arames Latas de tinta
Latas de verniz, solventes quimicos,
Chapas
inseticidas
Canos
Pregos/parafusos/ferramentas

EMBALAGENS TETRA PARK

As embalagens Tetra Pak possuem várias camadas dos três materiais que
somadas resultam em:

- 75% de Papel;

- 20% de Plástico;

- 5% de Alumínio.

Dentre as etapas do processo de reciclagem estão a trituração do material


com água por 20 minutos, separação das fibras do papel (Pasta de Celulose) dos
demais materiais e prensa ou derretimento dos demais materiais (plástico e metal).
As embalagens também podem ser reaproveitadas nas residências ou em trabalhos
de artesanato.

RESÍDUOS DE VIDRO

O vidro, assim como o metal, também pode ser reciclado várias vezes sem
CONSUMO CONSCIENTE

perder suas propriedades, por isso, vemos a obrigatoriedade de devolução de


embalagens com este material para vários produtos. Para fabricar uma nova
embalagem, pode-se utilizar até 90% de resíduos de vidro. As embalagens de vidro
também podem ser utilizadas em trabalhos de artesanato, atualmente utiliza-se
muito garrafas enfeitadas para decoração de eventos.

RECICLÁVEL NÃO RECICLÁVEL


Garrafas Espelhos
Potes de conserva Boxes temperados
Embalagens Louças
Frascos de remédios Cerâmicas
Copos Ocúlos
Cacos dos produtos citados Pirex
Para-brisas Porcelanas
Vidros especiais (tampa de forno e
micro-ondas
Tubo de TV

RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS

Resíduos eletroeletrônicos são todos aqueles oriundos da fabricação de


equipamentos eletrônicos, ou seja, que possuem algum modo de automação
controlada por placas de circuito impresso. Para a reciclagem deste material,
realiza-se primeiramente a desmontagem, em seguida a separação dos materiais
e finalmente a trituração para reutilização destes em outros processos industriais.

São exemplos de resíduos eletroeletrônicos: minicomputadores, unidades


de impressão, equipamentos informáticos pessoais, computadores pessoais
(CPU, Mouse e teclado incluídos), computadores portáteis (laptops, notepads,
tablets, notebooks, etc), impressoras, copiadoras, máquinas de escrever elétricas
e eletrônicas, calculadoras de bolso e de secretária, tele copiadoras, telefones
(postos, públicos, sem fio e celulares), dentre outros produtos ou equipamentos
para transmitir som, imagens ou outras informações por telecomunicação.

RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Os resíduos de construção civil também podem ser reaproveitados desde


que devidamente segregados já na sua fonte de geração. Após a coleta seletiva
dos materiais, estes passam por um processo de trituração e, em seguida, pela
granulagem - separação das frações. De acordo com o tamanho da fração, os
29.
resíduos serão classificados em areia, brita, pedrisco, bica corrida entre outros. A
partir disso, poderão ser comercializados como matéria prima secundária.

RESÍDUOS ORGÂNICOS

Resíduo orgânico é todo resíduo que tem origem animal ou vegetal, ou seja, que
recentemente fez parte de um ser vivo. Esse tipo de resíduo é considerado poluente
e, quando acumulado, pode tornar-se malcheiroso, devido à decomposição destes
produtos.

Caso não haja um mínimo de cuidado com o armazenamento desses resíduos,


cria-se um ambiente propício ao desenvolvimento de organismos (bactérias, fungos,
ratos, baratas e moscas) que muitas vezes podem causar doenças.

Compostagem

A compostagem trata-se de um conjunto de técnicas utilizadas com o objetivo


de controlar a decomposição dos materiais orgânicos, tal decomposição resulta
em um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais; com atributos físicos,
químicos e biológicos superiores àqueles encontrados na natureza.

A vantagem da compostagem é que esta pode ser realizada em grande escala,


como em empresas ou aterros que possuem grandes quantidades de resíduos
orgânicos, ou até mesmo em residências, que também geram esses resíduos
diariamente. A matéria abaixo explica o passo a passo de como construir uma
composteira caseira, além de ajudar o meio ambiente, o húmus gerado pode ser
utilizado em hortas e o chorume como fertilizante.
CONSUMO CONSCIENTE

Fonte: Revista Terra da Gente, junho de 2010- Fertilizante em apartamento


Revista Galileu, junho de 2010 – Minhocultura

RESÍDUOS DE MADEIRA

A madeira é um produto do tecido xilemático dos vegetais superiores, localizado


no tronco e no galho das árvores, com células especializadas na sustentação e
condução de seiva. Sendo assim, é tido como resíduos de madeira tudo aquilo
que sobra de um processo industrial que envolve essas matérias ou de exploração
florestal.

Os resíduos de madeira podem ser destinados para a produção de:

• Energia (biomassa);

• Briquetes em substituição à lenha;

• Papel;

• Adubo orgânico;

• Cama de aviário;
31.
• Peças de Design;

• Artigos domésticos;

• Objetos decorativos;

• Artesanatos e brinquedos.

RESÍDUOS PERIGOSOS

Resíduos perigosos são todos aqueles resíduos sólidos, líquidos, gasosos


ou combinação destes, provenientes dos processos industriais e que por suas
características físicas, químicas ou microbiológicas não podem assimilar-se aos
resíduos domésticos, pois apresentam periculosidade. Ou seja, uma característica
apresentada por um resíduo, que em função de suas propriedades, podem
apresentar risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças
ou acentuando seus índices e/ou riscos ao meio ambiente.

Esses resíduos devem ser armazenados devidamente separados dos recicláveis,


para garantir que não haja contaminação. O tratamento para destinação/disposição
final também deve ser analisado para que cause o menor impacto possível ao meio
ambiente. O ideal é que seja feito algum tratamento que iniba a periculosidade
deste resíduo e, em seguida, realizar a disposição final em aterro ou incineração. Os
resíduos perigosos podem se dividir em resíduos inflamáveis, corrosivos, reativos ou
tóxicos.

Resíduos Inflamáveis ou contaminados com Material Inflamável

Inflamável é o material que tem facilidade de entrar em combustão, ou seja,


de queimar. Produz chamas e geralmente ao término da combustão deixa pouco
ou nenhum resíduo sólido. Esses resíduos queimam com facilidade devido as suas
propriedades físicas e químicas.

Um resíduo sólido é caracterizado como inflamável, se uma amostra


representativa dele, obtida conforme a ABNT NBR 10007, apresentar qualquer uma
das seguintes propriedades:

Ser oxidante definido como substância que pode liberar oxigênio e, como
resultado, estimular a combustão e aumentar a intensidade do fogo em outro
material;

Ser um gás comprimido inflamável, conforme a Legislação Federal sobre


CONSUMO CONSCIENTE

transporte de produtos perigosos.

Ser líquida a ter ponto de fulgor inferior a 60°C;

Não ser líquida e ser capaz de, sob condições de temperatura e pressão de
25°C e 1 atm, produzir fogo por fricção de umidade ou por alterações químicas
espontâneas e, quando inflamada, queimar vigorosa e persistentemente, dificultando
a extinção do fogo;

Resíduos Corrosivos

Um resíduo é caracterizado como corrosivo se uma amostra representativa


dele, obtida segundo ABNT NBR 10007, apresentar uma das seguintes propriedades:

• Ser aquosa e apresentar pH inferior ou igual a 2, ou, superior ou igual a


12,5;

• Ser liquida ou, quando misturada em peso equivalente de água produzir


um líquido e corroer o aço.

Sendo assim, os resíduos corrosivos podem atacar materiais e organismos


vivos, devido à suas características ácidas. Eles podem ser baterias de carros, ácidos
para piscina e cloro, outras baterias e pilhas simples, produtos de limpeza para canos
de esgoto, produtos de limpeza feitos com amoníaco, etc.

Resíduos Reativos

Consideram-se resíduos reativos aqueles que reagem com outras substâncias


de forma violenta e imediata, podendo liberar calor e energia. Sendo assim, um
resíduo é caracterizado como reativo se uma amostra representativa dele, apresentar
uma das seguintes propriedades:

• Ser normalmente instável e reagir de forma violenta e imediata, sem


detonar;

• Se reagir violentamente com água;

• Gerar gases, vapores e fumos tóxicos em quantidades suficientes para


provocar danos à saúde pública ou ao meio ambiente, quando misturados
com água;

• Ser explosivo, definido como uma substância fabricada para produzir um


resultado prático, através de explosão ou efeito pirotécnico, esteja ou
33.
não esta substância contida em dispositivo preparado para este fim.

• Ser capaz de produzir reação explosiva ou detonante sobre ação de forte


estímulo, ação catalítica ou temperatura em ambientes confinados;

• Ser capaz de produzir, prontamente, reação ou decomposição detonante


ou explosiva a 25°C e 1 atm;

Resíduos Tóxicos

Por tóxico entende-se tudo aquilo que possa contaminar e que é perigoso ou
nocivo para a saúde. Esse perigo, embora possa não ser físico, pode ser prejudicial
através do contato com o ar (respirando, por exemplo).

Os resíduos tóxicos são, por isso, perigosos devido às suas propriedades


intrínsecas que põem em risco a saúde das pessoas ou que podem causar danos
ao meio ambiente. Esses resíduos são capazes de agir com organismos vivos e
provocar danos às suas estruturas biomoleculares, podendo incluir aspectos
cancerígenos, mutagênicos, entre outros.

Os resíduos tóxicos podem ser despejados por grandes empresas e indústrias,


mas uma boa parte é proveniente de residências. Podemos encontrar resíduos desse
tipo em baterias de carro, alguns tipos de tintas, principalmente as de impressora,
resíduos industriais, em de pilhas velhas ou em objetos que contenham mercúrio
(lâmpadas fluorescentes), chumbo, cádmio e outros compostos químicos pesados
que em contato com a natureza podem infectar seres vivos.

Resíduos Patogênicos

Resíduos patogênicos apresentam características biológicas infecciosas,


contendo microrganismos ou suas toxinas, capazes de produzir doenças em homem
e animais.

Um resíduo é caracterizado como patogênico se uma amostra representativa


dele contiver ou se houver suspeitas de conter microrganismos patogênicos,
proteínas virais, ácido desoxirribonucleico, ácido ribonucleico ou toxinas capazes
de produzir doenças em homens, animais ou vegetais.

Este tipo de resíduo poderá ser descartado das seguintes formas:

• Devolver para uma farmácia de confiança é o jeito mais adequado de


não colocar a saúde em risco, tampouco prejudicar o meio ambiente.
CONSUMO CONSCIENTE

• Ampolas, seringas, agulhas e frascos de vidro danificados devem ser


entregues à farmácia em uma sacola diferente daquela que contém
restos de remédios.

Resíduos Ambulatoriais e de Serviços de Saúde

Dentro do grupo dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), são encontrados


os resíduos oriundos de hospitais (lixo hospitalar), postos de saúde, drogarias,
consultórios médicos e odontológicos, laboratórios de análises clínicas, dentre
outros estabelecimentos que prestam serviços semelhantes a estes.

Esses resíduos são compostos por seringas, agulhas, algodão utilizado em


ferimentos, luvas, sangue coagulado, gaze, bandagens, meios de culturas, remédios
com prazos de validade vencidos, restos orgânicos, radiografias, resinas e outros
materiais potencialmente contaminantes.

O tratamento desse tipo de resíduo consiste na descontaminação dos resíduos,


através de meios químicos ou físicos que devem ser feitos em locais seguros. Esta
etapa pode ser realizada através de diversas maneiras:

• Processos térmicos: através da realização da autoclavagem, incineração,


pirólise, ou até mesmo uso de aparelhos de micro-ondas.

• Processos químicos: previamente, os materiais à passarem por este


processo devem ser triturados para que haja um aumento na eficiência
deste. Em seguida à trituração os resíduos são imersos em desinfetantes
por alguns minutos.

• Irradiação: neste caso, há uma excitação da camada externa dos elétrons


das moléculas, devido à radiação ionizante, deixando-as carregadas.
Sendo assim haverá um rompimento do material genético (DNA ou
RNA) dos microrganismos, resultando na morte dos mesmos.

Por fim, após todos estes processos, o material resultante é encaminhado para
um aterro sanitário que possua licenciamento ambiental. Nos casos de municípios
que não possuem esta opção, vem sendo muito utilizada a implementação de
valas sépticas, onde os RSS são depositados nestas valas escavada no solo, que
em seguida é revestida por uma manta plástica impermeável, protegendo assim
contra possíveis contaminações ao meio ambiente. Outra opção é a incineração
dos resíduos de serviço de saúde, nestes casos, deve ser avaliado qual a tecnologia
ambiental e economicamente viável.
35.
Resíduos Radioativos

São considerados rejeitos radioativos quaisquer materiais resultantes de


atividades humanas que contenham radionuclídeos (materiais radioativos) em
quantidades superiores aos limites de isenção especificados na norma CNEN-
NE-6.02 da Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Estes resíduos devem ser segregados de acordo com a natureza física do


material e do radionuclídeos e o tempo necessário para atingir o limite de eliminação
conforme a norma do CNEN.

• Rejeitos Radioativos Sólidos: Devem ser acondicionados em recipientes


de material rígido, formado internamente com saco plástico resistente
e identificados com o símbolo internacional de presença de radiação
ionizante com demais especificações conforme regulamento.

• Rejeitos Radioativos Líquidos: Devem ser acondicionados em frascos


de até 2 litros ou em bombonas de material compatível com o líquido
armazenado sempre que possível de plástico, resistente, rígidos e
estanques com tampa rosqueada, vedante acomodada em bandejas
de material inquebrável e com profundidade suficiente para conter,
com margem de segurança o volume do total do rejeito. Devem ser
identificados como rejeito radioativo e conter as demais identificações
conforme o regulamento.

• Rejeitos Perfuro cortantes: Devem ser descartados separadamente


imediatamente após o uso em recipientes estanques, rígidos, com tampa,
devidamente identificados, sendo proibido o esvaziamento desses
recipientes para o seu reaproveitamento, devem ser identificados com a
inscrição de perfuro cortante e rejeito radioativo e demais especificações
conforme regulamento.

Esses resíduos, comumente chamados de “lixo atômico”, têm o seu recolhimento


e armazenamento realizado de acordo com a Lei 10.308/2001, sendo uma atividade
de responsabilidade legal exclusiva da CNEN, que atende às instalações geradoras
que necessitam de destinação apropriada. Os resíduos radioativos são recolhidos
e armazenados em depósitos intermediários existentes em unidades técnico-
científicas da CNEN. Sendo assim, a CNEN mantém armazenadas fontes radioativas
em desuso, recebidas de clínicas médicas, hospitais, indústrias e centros de pesquisa.
O transporte, o tratamento e o armazenamento desses materiais são realizados em
consonância com os padrões internacionais de segurança recomendados pela
Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
CONSUMO CONSCIENTE

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E RECOMENDAÇÕES DE LEITURA/


VISUALIZAÇÃO

Quais são os materiais recicláveis e não recicláveis? Link para acesso: http://
www.naturallimp.com.br/blog/guia-de-coleta-seletiva/quais-sao-os-materiais-
reciclaveis-e-nao-reciclaveis.

Resolução Conama nº 275, de 25 de abril de 2001 - Estabelece o código de


cores para os diferentes tipos de resíduos.

LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010 - Institui a Política Nacional de


Resíduos Sólidos.

Vídeos: ilha das flores https://www.youtube.com/watch?v=e7sD6mdXUyg

História das coisas https://www.youtube.com/watch?v=3c88_Z0FF4k

Resíduos Sólidos - Programa Água Brasil: https://www.youtube.com/


watch?v=oJsvzfLgKTw
37.
CONSUMO CONSCIENTE

LÍDER EM GESTÃO DE RISCO LEGAL


EM SUSTENTABILIDADE

VERDEGHAIA.COM.BR

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