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FECILCAM - FACULDADE ESTADUAL DE CIENCIAS E LETRAS DE CAMPO


MOURÃO

ANE CAROLINE DA SILVA


EDILENE ALESSANDRA GIL

PIAGET E VYGOTSKY
NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR

CAMPO MOURÃO
2009
2

ANE CAROLINE DA SILVA


EDILENE ALESSANDRA GIL

PIAGET E VYGOTSKY
NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR

Relatório Científico apresentado à


Faculdade Estadual de Ciências e Letras de
Campo Mourão - FECILCAM, como parte dos
requisitos para obtenção de nota parcial na
disciplina de Psicologia da Educação do 1º ano
de Pedagogia noturno.

Orientadora: Sonia Maria Yassu Okido Rodrigues.

CAMPO MOURÃO
2009
3

AGRADECIMENTOS

Aos meus colegas de equipe; Ana Paula, Valéria e

Marcos; pelos momentos de aprendizagem constante e pela

amizade solidificada, ao longo deste trabalho, que, certamente

se eternizará.

Aos professores, especialmente à Professora Sonia

Maria Yassu Okido Rodrigues e também à Professora

Wanessa Gorri de Oliveira, pela contribuição, dentro de suas

áreas, para o desenvolvimento de nosso relatório científico, e,

principalmente pela dedicação e empenho que demonstraram

no decorrer de suas atividades para com o grupo e com a sala.

À todos aqueles que, direta ou indiretamente,

colaboraram para que este trabalho consiga atingir aos

objetivos propostos.
4

“O professor tem o papel explícito de


interferir na zona de desenvolvimento
proximal dos alunos, provocando avanços
que não ocorreriam espontaneamente.”

Marta Koll Oliveira, 1993.


5

RESUMO

Este relatório científico, elaborado a partir de observações participantes ocorridas


em uma 3ª série de em escola municipal de Campo Mourão, descreve como as
relações de trabalho se materializam nos processos de ensino-aprendizagem da
instituição escolar. Nessa tarefa, tomamos como base os pressupostos teóricos dos
autores Jean Piaget e Lev Semenovitch Vygotsky. A partir daí, tecemos uma
reflexão sobre os processos de ensino-aprendizagem, com o propósito de explicar a
atuação da escola e dos professores de hoje, que reproduzem um sistema de
formação ideológico que privilegia o mercado de trabalho, contribuindo para rever o
posicionamento social da escola, que atua ou não, como reprodutora do sistema
capitalista, e também incentivar o seu papel transformador.

Palavras-chave: ensino-aprendizagem, operações concretas, zona de


desenvolvimento proximal.
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SUMÁRIO

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.............................................................................................7
2 A TEORIA JUNTO A PRÁTICA.........................................................................................7
3 COLETA DE DOCUMENTOS: PROPOSTA POLÍTICA CURRICULAR....................9
3.1 COLETA DE DOCUMENTOS: REGIMENTO ESCOLAR.........................................10
4 RELACIONAMENTO DOS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DE VYGOTSKY COM
A OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE...............................................................................11
5 RELACIONAMENTO DOS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DE JEAN PIAGET
COM A OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE.....................................................................12
6 CONSIDERAÇOES FINAIS..............................................................................................14
7 REFERÊNCIAS...................................................................................................................15
8 APÊNDICE...........................................................................................................................16
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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Nossos questionamentos e apontamentos surgiram a partir de uma pesquisa


feita, no nosso Estágio Curricular Supervisionado, em uma escola municipal,
abrangendo a 3ª série do ensino fundamental e a instituição escolar como um todo.
O objetivo geral é compreender como o processo de ensino-aprendizagem se
desenvolve na instituição escolar, tendo em vista as relações de trabalho do sistema
capitalista.
Para alcançar esse resultado é preciso unir o que foi coletado nos
documentos: Proposta Política Curricular - PPC-, que nos foi fornecido como
documento substituto do Projeto Político Pedagógico - PPP-, e no Regimento
Escolar - RE, com as observações registradas no diário de campo. Os
procedimentos metodológicos foram realizados a partir de observações
participantes, coletas de depoimentos, entrevistas estruturadas e coletas do
documento PPC.
Assim será possível analisar previamente se a instituição escolar intenciona
formar um cidadão crítico ou apenas projetá-lo para a reprodução das relações de
produção e exploração do sistema capitalista. E também perceber a importância da
união entre teoria e prática.

2 A TEORIA JUNTO A PRÁTICA

Segundo Marques, entende-se que função teórica é todas as explicações


de fatos observados e a função prática é a aplicação da teoria nos estágios. Não
se pode separá-las, pois uma completa a outra. A teoria estuda as observações e
a pratica aplica estes estudos na realidade do cotidiano. Entretanto não se pode
praticar sem ter uma teoria. Por outro lado, jamais devemos confundi-las porque
são diferentes entre si.
Justifica-se esta idéia quando Marques (2003) propõe que

Não se podem, em nenhum momento, separar teoria e pratica, como


não se podem elas confundir como se não fossem uma e outra distintas,
quer em sua positividade, quer na negação em que fazem uma da outra
[...]. A teoria nega a pratica em seu imediatismo, assim como a pratica
nega a teoria dela desvinculada, exigindo se ambas ao negarem-se uma à
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outra. (MARQUES, 2003, p.93).

A primeira preocupação dos cursos é ensinar o aluno a solucionar todos os


problemas. A função do estágio é proporcionar o acadêmico a procurar ele mesmo
a resposta para suas dúvidas, através da pesquisa social, colocando em prática o
que se aprendeu na teoria. O estágio deve servir de base para que o futuro
profissional não seja qualquer um e sim um bom profissional com capacidade de ter
suas próprias iniciativas e argumentações.
Marques nos diz que:

Dirijam-se os alunos estagiários a seus possíveis campo de atuação


profissional, não com o intuito de neles atuar para modificar algo, mas
impulsionados pela necessidade de melhor conhecê-los, de buscar
respostas as suas indagações sobre eles, de testar suas hipóteses [...].
Busquem eles formas mais concretas de aprendizagem, sem a
competência comunicativa e ampliada, as capacidades de observar e
refletir, de elaborar suas próprias conclusões. (2003, p.95).

Nesse primeiro ano, iniciaremos a prática no ensino fundamental que de


acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB-9394/96, em
seu Artigo 32 “O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos,
gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por
objetivo a formação básica do cidadão [...]” e isso compreende o desenvolvimento
da leitura, da escrita e do calculo; a compreensão do ambiente natural, social, e
político; o desenvolvimento da formação de atitudes e valores e o fortalecimento
dos vínculos de família.
A educação infantil é a base para a criança aprender viver em consenso
com a sociedade e iniciar o desenvolvimento de sua inteligência. Faz-se
necessário prepará-la para a vida fora do ambiente escolar também, através de
experiência e conhecimentos.
Isso se mostra claro também na LDB-9394/96, em seu Art. 2

 A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos


princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por
finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Assim percebemos que toda criança precisa de uma educação que instrua
como ela deverá agir na escola e em sua vida. É por essas finalidades que nos
propomos observar a relação entre teoria e prática, pois é de suma importância
9

conciliar a Prática Pedagógica no Ensino Fundamental com a Teoria para


verificarmos o que realmente acontece no cotidiano das escolas.

3 COLETA DE DOCUMENTOS: PROPOSTA POLÍTICA CURRICULAR

Na apresentação do PPC (2007) a instituição propõe uma educação


transformadora

[...] sendo esta libertadora, critica e humanitária, oportunizando ao educando


um conhecimento cientifico, político e cultural, visando formar um cidadão
consciente de seus direitos e deveres, preparando-o para a vida. Um
individuo capaz de interagir com o outro e com o meio ambiente de forma
equilibrada, onde prevaleça o respeito e a dignidade humana. (PPC, 2007,
p.4).

E diz ter como meta trabalhar com a diversidade humana, respeitando as


potencialidades, limitações e especificidades de cada individuo, pois são a favor de
uma sociedade sem exclusão social.
Mas já nos primeiros dias de observações participantes tivemos um susto,
porque muito se fala de inclusão social e em contrapartida a sala em que fizemos a
maior parte das observações se localiza no segundo andar da instituição, e para se
ter acesso existe somente uma escada. Como falar de inclusão social se não
existem rampas de acesso para a sala da 3ª série? Como irão matricular alguém que
tenha alguma necessidade especial como, por exemplo, deficiência física?
Ou seja, esta parte do PPC foi muito bem elaborada teoricamente, mas nesse
atual momento não é possível ser colocado em pratica. Quem sabe futuramente eles
consigam enxergar este erro e corrigi-lo.
Quanto à metodologia, foi observado que ela vem se concretizando na
pratica, proposta pelo trabalho interdisciplinar e observação das ações das crianças,
na intenção de problematizar as intenções dos alunos, intervindo para que reflitam
sobre o conhecimento.
No que diz respeito à concepção de desenvolvimento humano, é citado no
PPC os pensamentos de Lev Semenovitch Vygotsky

Segundo Vigotsky (1988) o desenvolvimento humano esta


intrinsecamente ligado à aprendizagem, sendo por ele modificado. Quando
o processo de aprendizagem esta adequadamente organizado resulta em
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desenvolvimento e põe em movimento vários processos, que sem o ensino


seriem impossíveis de acontecer. (2007, p.8).

Logo, o processo de desenvolvimento do ser humano caracteriza-se por ser


continuo e integrado , abrangendo os aspectos físicos, emocional, cognitivo e social
da vida humana. Isso significa que para os sujeitos se desenvolverem e aprenderem
sobre o mundo, precisam interagir com o meio sócio-cultural em que estão inseridos.
Na concepção de ensino-aprendizagem o PPC diz que esse processo
articulado com um contexto tem como mediador o professor, e que este tem a
responsabilidade de levar o aluno a tornar-se sujeito responsável pelo seu processo
de aprendizagem.

Segundo VIGOTSKY é na relação com o outro que as experiências


de aprendizagem criam o desenvolvimento proximal. A boa aprendizagem é
aquela que consolida e, sobretudo, cria zonas de desenvolvimento proximal
sucessivas, as quais podemos entender como “funções emergentes” no
sujeito, as capacidades ainda manifestada com o apoio e recursos auxiliares
oferecidos por outros. Portanto o professor deve orientar a interação,
propondo situação problemáticas que estimulem a curiosidade discente e a
busca de compreensão da teoria, envolvendo o aluno na construção do
conhecimento, estimulando-o a participar permanentemente do processo
educativo, o qual explica em: complexibilidade, diversidade, transformação,
adaptação, significação afetiva, cognitiva, ética e social. (PPC, 2007, p. 10).

Assim, a aprendizagem deve provocar uma modificação na capacidade de


pensar e agir do homem. Mediante a aprendizagem, o sujeito adquire e desenvolve
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para compreender, melhorar e
transformar o seu meio.

3.1 COLETA DE DOCUMENTOS: REGIMENTO ESCOLAR

Durante a coleta do RE tivemos a oportunidade de comparar o antigo com o


atual. E nessa comparação foi observado que os direitos dos alunos tem aumentado
de forma desproporcional se comparado com os deveres. No atual RE (2009) são
colocados 12 direitos dos alunos, entre eles, ser respeitado por seus educadores e
ter acesso a escola pública e gratuita. Já os deveres são 7, e entre eles, executar as
tarefas escolares e estudar; cooperar na manutenção da higiene e na conservação
das instalações escolares e manter uma atitude ética na escola e na comunidade.
Encontramos uma falha durante a observação na sala de aula no que diz
respeito a uma das 12 proibições aos alunos contidas no RE. Vigora-se que é
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proibido “entrar e sair da sala de aula sem permissão do professor”, porém há um


aluno com hiperatividade controlada pelo uso do medicamento Ritalina que entra e
sai da sala de aula sem a permissão do professor e não é tomada nenhuma atitude
em respeito a essa ação.
Quanto aos direitos e deveres dos pais é percebido que os pais tem alguns
direitos que nem eles mesmos sabem que tem como, por exemplo, “contestar os
critérios avaliativos”. E nem todos os deveres são cumpridos, há um que diz
“comparecer a este estabelecimento quando solicitado.” E foi afirmado pela
coordenação pedagógica que muitos pais não comparecem quando solicitados.
E é bem nessa ocasião que a escola joga a culpa de indisciplina dos alunos
nas costas dos pais, pois afirmam que quem tem que educar e dar exemplos de
valores morais é em primeiro lugar a família.

4 RELACIONAMENTO DOS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DE VYGOTSKY COM


A OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE

Segundo Marta K. Oliveira o psicólogo Vygotsky valoriza a ação e a


intervenção pedagógica, pois ao contrario de Jean Piaget acredita que a
aprendizagem promove o desenvolvimento e o mesmo ocorre de fora para dentro do
individuo. O Interacionismo, ou seja, a interação entre o individuo e a cultura é
fundamental para que o indivíduo se insira em determinado meio cultural para que
aconteçam mudanças no seu desenvolvimento.
É citado em seu livro que “um conceito central para a compreensão das
concepções vygotskianas sobre o funcionamento psicológico é o conceito de
mediação.” (Oliveira, 1993, p.26)
A mediação simbólica é a intermediação entre uma coisa e outra de forma
indireta por meio de instrumentos (objetos de trabalho) e signos (linguagem). Não
generalizando, posso dizer que a mediação ocorre também por lembranças de
experiências anteriores que são compartilhadas historicamente no meio social.
Pensamento e linguagem são signos que além de serem construídos por uma
convenção cultural, são arbitrários e polissêmicos, sendo a língua o seu principal
instrumento.
Para uma rica e eficiente intervenção pedagógica o profissional da educação
deve ter claro em seus conhecimentos os conceitos de Zona de Desenvolvimento
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Proximal para que possa trazer a seus alunos novos obstáculos a vencerem que
estejam dentro de seus níveis de desenvolvimento potencial, pois se estiverem
dentro do nível de desenvolvimento real não será tão atrativo aos alunos.
Na entrevista estruturada, que segue em apêndice, direcionada à
coordenação pedagógica, foi questionado o seguinte para a pedagoga:
- Qual a sua concepção de aprendizagem?
E obtivemos a resposta:
- A aprendizagem é uma transformação, em que o meio social influi de
maneira significativa, tanto negativa como positivamente.
A aprendizagem pode ser formal ou informal.
A educação e os educadores estão sobrecarregados, pois a família vem
fugindo á sua responsabilidade.
A família precisa se envolver, mas é necessário que se desenvolvam projetos
para integrar sociedade e escola.
Então percebemos que a resposta se desenvolve de maneira bem superficial,
abrangendo vários aspectos e não focalizando apenas um de modo mais profundo.
Porém não foge do que realmente ocorre na realidade da escola. Quanto a
isso a escola não fica de braços cruzados, pois sempre desenvolve bazar, gincanas,
palestras e outros atrativos na tentativa de aproximar a família da escola e também
conhecer melhor o ambiente social em que vivem seus alunos para poder sempre
estar trabalhando em suas Zona de Desenvolvimento Proximal com a intenção de
mediar o conhecimento do aluno.

5 RELACIONAMENTO DOS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DE JEAN PIAGET


COM A OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE

Observamos, dentro da instituição onde se concretizou nosso estágio


curricular supervisionado, uma iniciativa que vai de encontro ao que Jean Piaget
propôs ao estabelecer e esquematizar os quatro estágios de desenvolvimento de
uma criança.
A iniciativa que citamos acima partiu da professora que leciona a disciplina de
Psicomotricidade, disciplina esta que busca equilibrar o desenvolvimento mental e
físico da criança; conduzidos pela professora os alunos cultivam uma horta que
produz hortaliças, folhas e vegetais, todos orgânicos; a mesma é cultivada em uma
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parte disponível do pátio escolar, e a partir do momento em que começaram a


desenvolver esse projeto na escola, os alunos foram incentivados pela professora a
também cultivarem outra horta, agora em suas casas, e com a ajuda da família, esta
atitude possibilita uma maior aproximação entre pais e filhos e dá a estes a
possibilidade de trocarem experiências, e a divisão de responsabilidades como
propôs Piaget, se torna gratificante. Dentro da classe observada, constatamos que
muitos alunos plantaram a sua horta com a ajuda dos pais, e demonstram grande
contentamento ao comentar seus progressos.
A nossa observação se procedeu de forma mais próxima com alunos
matriculados na terceira série do ensino fundamental, com idades entre 8 e 9 anos,
e de acordo com Barros (1996), Piaget esquematizou as fases de desenvolvimento
de uma criança em quatro estágios, eles se encontram no terceiro estágio,que é o
estágio das operações concretas, que abrange as idades de 7 a 12 anos; nesta
idade “[...] as operações mentais da criança ocorrem em resposta a objetos e
situações reais. A criança usa a lógica e o raciocínio de modo elementar, mas os
aplica apenas na manipulação de objetos concretos” (p.61), ou seja absorvem com
maior facilidade o que se materializa para ela, possuindo a devida compreensão
dessas fases dentro do processo de desenvolvimento, o professor necessita de
encontrar maneiras que façam com que a criança se desenvolva mediante as
potencialidades de sua idade, e entendemos que a iniciativa do cultivo da horta,
além de promover a aproximação da família com a escola, também dá possibilidade
para este desenvolvimento, “[...] As crianças devem ocupar-se com atividades
apropriadas e não apenas em sentar-se e escutar ou observar os outros[...]”(p.63).
Neste sentido não seria coerente e nem correto, colocarmos de lado, o ensino
adquirido em sala de aula, mas sim exemplificarmos, que a associação entre prática
e teoria, é possível.
Nesta fase o pensamento da criança tem grande flexibilidade, o que
potencializa diversas formas de aprendizagem, esta fase também é caracterizada
pela melhor assimilação de ações que se materializam para criança, ou seja, ela vai
assimilar melhor o que pode ver e o que possa tocar.
Entendemos, partindo da perspectiva piagetiana, que o processo de
desenvolvimento de uma criança por estar associado a diversas fases, necessita de
estímulos para que ela se desenvolva segundo suas condições e em seu tempo
adequado, e podemos entender também, que o convívio familiar e o aprendizado
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adquirido no ambiente escolar são indissociáveis na formação, não só em termos de


aprendizagem teórica, mais na formação do ser como um todo, sendo necessário
que os envolvidos com este processo direta ou indiretamente, se conscientizem, da
importância dele acontecer corretamente, pois se tratam de vidas, seres que irão dar
continuidade no processo de desenvolvimento da humanidade.

6 CONSIDERAÇOES FINAIS

A partir das reflexões feitas acima, podemos concluir que, no quesito de


processo ensino-aprendizagem, a escola observada, na teoria cita muito Vygotsky e
na pratica utiliza Piaget. Dessa maneira consegue positivamente relacionar o
processo de ensino-aprendizagem perfeitamente com as necessidades dos alunos
observados, trazendo também, através da horta, uma aproximação da família com a
escola.
Percebemos também que uma das causas do desinteresse dos professores
em aplicar um ensino de qualidade pode ser o baixo salário pelo desgastante
serviço, já que para haver a aplicação do ensino de qualidade é necessária muita
pesquisa em um chamado “trabalho invisível”, pois não há tempo suficiente para
fazer isso nas Hora Atividade e assim tem que ser feito fora da instituição em
horários que deveriam estar descansando com a família.
Logo, essa pesquisa social nos possibilitou ver como é o cotidiano de uma
escola. E assim, quando relacionamos a teoria e a prática, percebemos como é
importante estarmos preparados e embasados teoricamente para poder desvendar
os vários problemas educacionais que permeiam a instituição como um todo. Pois
não adianta apenas acreditar nas justificações dos problemas, é preciso mais do que
isso, é preciso duvidar do que é dito como verdade universal, buscando sempre uma
educação democrática para todos.
Enfim, podemos avaliar que mesmo com vários obstáculos a instituição
observada vem conseguindo realizar um bom trabalho, pois consegue trabalhar em
uma perspectiva piagetiana, com algumas caracteristicas vygotskiana relacionando
com a realidade social de sua comunidade para poder associar a teoria e a pratica
na hora de aplicar conteúdos.
7 REFERÊNCIAS
15

BARROS, Célia Silva Guimarães. Psicologia e construtivismo. São Paulo: Ática,


1996.

BRASIL. Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelecer as diretrizes e bases


da educação nacional. Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil, Brasília, DF,
1996. Disponível em <www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L9394.htm> Acesso
em: 10 set.2007

MARQUES, Mario Osório. Formação do Profissional da Educação. 4.ed. Ijuí: Unijui,


2003.

OLIVEIRA, Marta Koll. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento no processo


sócio-historico. São Paulo: Scipione, 1993.

PPC, Proposta Política Curricular, 2007.

RE, Regimento Escolar, 2002.

RE, Regimento Escolar, 2009.

8 APÊNDICE
16

Questionário direcionado na entrevista estruturada no encontro com a coordenação


pedagógica da instituição.

1- Qual o tipo de gestão que existe na escola?


2- O regimento escolar é conhecido por todos os membros da escola?
3- A escola tem conselho escolar?
4- Qual é o principal objetivo da coordenação pedagógica da escola?
5- Há uma atividade de assistência pedagógica com o professor?
6- Como é feita a assistência pedagógica aos alunos e aos pais?
7- Como é feito o acompanhamento do trabalho do professor e do rendimento
do aluno?
8- Quais os problemas de indisciplinas ou infrações mais freqüentes?
9- Há uma programação de hora atividade?
10- Há um efetivo acompanhamento das atividades pedagógicas e
administrativas, em termos de sua eficácia e objetivos?
11- Quem elaborou o PPC? Os professores usam para organizar o seu plano de
aula?
12- Há um levantamento de dados para a escola conhecer a realidade sócio
cultural do aluno? Como é realizado?
13-Há escola desenvolve atividades envolvendo a comunidade?
14- É grande o índice de reprovação e desistência?
15-Quem é o mantenedor da escola e os recursos são suficientes?
16-Como seu trabalho é organizados?
17-Qual a sua concepção de aprendizagem?

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