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PODER JUDICIÁRIO
^"•'--•'M TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SAO PAULO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA
9 REGISTRADO(A) SOB N°

ACÓRDÃO i mm mu um mu um um mu mu nu m
*03204624*

Vistos, relatados e discutidos estes autos de


Agravo de Instrumento n° 990.10.332822-1, da Comarca
de São Paulo, em que é agravante COOPERATIVA
HABITACIONAL DOS BANCÁRIOS DE SÃO PAULO LTDA sendo
agravado TEREZA CRISTINA DE ALMEIDA MANTOVANI.

ACORDAM, em 7 a Câmara de Direito Privado do


Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte
decisão: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. V. U.", de
conformidade com o voto do Relator, que integra este
acórdão.

O julgamento teve a participação dos


Desembargadores LUIZ ANTÔNIO COSTA (Presidente sem
voto), SOUSA LIMA E GILBERTO DE SOUZA MOREIRA.

São Paulo, 29 de setembro de 2010.

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MILTON CARVALHO
RELATOR
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Voto n. 1143.
Agravo de instrumento n° 990.10.332822-1.
Comarca: São Paulo.
Agravante: Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo Ltda.
Agravada: Tereza Cristina de Almeida Mantovani.

EXECUÇÃO - Título extrajudicial - Cooperativa habitacional -


Penhora sob bem imóvel da agravante - Pretendido afastamento
da constrição para que incida sobre patrimônio relativo ao
empreendimento que originou a dívida - Inadmissibilidade -
Não indicação de bens, nem de conta bancária própria do
empreendimento - Patrimônio da agravante que deve responder
pelas dívidas por ela contraídas - Penhora mantida - Recurso
desprovido.

Trata-se de agravo de instrumento tirado da r. decisão


que determinou que a penhora recaísse sobre o imóvel sede da
agravante.
Sustenta a recorrente que a penhora sobre o conjunto
o
n. 152, 5 andar da rua Libero Badaró, registrado sob a matrícula 30.192,
junto ao 4o Oficial de Registro de Imóveis da Comarca da Capital, onde
funciona sua sede, fere o patrimônio de afetação de^_cada
empreendimento, na medida em que permite que o patr lônio dí
agravante seja utilizado para a satisfação de dívidas do empreendimento
Vila Inglesa, do qual a agravada era associada, prejudicando a
cooperativa e comprometendo sua confiança. Requer o levantamento da
penhora, e que seja limitado ao patrimônio do empreendimento \VÍIE

Inglesa a satisfação da execução.

APEL. n° 990.10.332822-1 - São Paulo - Voto 1143.


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Negada o efeito suspensivo à r. decisão agravada,


houve resposta.

É o relatório.

O recurso não é de ser acolhido.

Trata-se de execução fundamentada em título


extrajudicial (Termo de Restituição de Crédito,firmadopelas partes e subscrito
por testemunhas) que contém obrigação incondicionada de pagamento de
quantia determinada em momento certo, cujo inadimplemento substancial
já foi reconhecido em sede de embargos.
A agravante pretende seja afastada a penhora que
recaiu sobre o imóvel onde localizada sua sede, ao argumento de que
fere o patrimônio de afetação de cada empreendimento, pois permite que
o seu patrimônio seja utilizado para a satisfação de dívidas do
empreendimento Vila Inglesa, do qual a agravada era associada,
prejudicando a cooperativa e comprometendo sua confiança, devendo a
constrição ser limitada ao patrimônio do empreendimento invocado.
Razão, no entanto, não lhe assiste, uma vez que todo o
patrimônio da executada responde por suas dívidas, independentemente
do empreendimento do qual se originou o débito, cumprindo ressaltar que,
em momento algum, a agravante apontou bens que constituíam o
patrimônio do empreendimento Vila Inglesa para que fosse/promovida\a
substituição da constrição. /
Também não há que se falar em violação a
patrimônio de afetação, porque ajuste entre a Bancoop e o
Ministério Público irmado em ação civil pública previu
especificamente que: "a celebração do presente acordo não inWjlte-

APEL. n° 990.10.332822-1 - São Paulo - Voto 1143. /


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

que os cooperados exerçam todos os direitos que lhe são


assegurados pelo ordenamento jurídico (especialmente pela Lei
Federal nr. 5.764/71) e pelo Estatuto da Bancoop, ou que ajuízem
ações individuais ou coletivas contra a Cooperativa visando
assegurar seus interesses" (fl. 42). Além disso, o acordo previu que
a Cooperativa manteria contas separadas para cada um dos
empreendimentos. Não há nos autos o mais pálido indício de que a
devedora disponha de aludida conta, ou que esta tenha fundos
suficientes para cobrir a dívida em aberto. Sob esse enfoque,
parece claro que o acordo não obsta a penhora de bens livres e
desimpedidos da cooperativa para saldar a dívida que lhe incumbe
por força de decisão judicial (TJSP - Agravo de Instrumento n.
994.09.282252-2, rei. Des. Francisco Loureiro, j. 13.01.2010)
Por tais fundamentos, nega-se provimento ao recurso:

MILTON PAULO DE CARVALHO FILHO


relator

APEL. n° 990.10.332822-1 - São Paulo - Voto 1143.

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