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TOM

Em música, tom pode ter vários significados:


Um tom é um intervalo utilizado na escala diatônica (e conseqüentemente em grande parte da música
ocidental). Corresponde à diferença de altura entre duas teclas brancas do piano quando há uma tecla preta
entre elas ou ainda entre duas teclas pretas. O tamanho exato de um semitom (em relação às freqüências)
depende do temperamento que é utilizado.
Os exemplos sonoros abaixo mostram um intervalo de um tom melodicamente (duas notas em seqüência) e
harmônicamente (as duas notas simultaneamente).

O termo tom também pode se referir à nota em relação à qual se constrói uma escala no sistema tonal e que
representa o centro tonal em torno do qual se compõe a tensão e o repouso no qual esse sistema se baseia.
Neste sentido, tom é sinônimo de tonalidade. Quando dizemos, por exemplo que uma música está em Dó
maior, isso significa que a música é composta em uma escala maior, cuja nota fundamental é o Dó.

O INTERVALO DE UM TOM
No sistema de afinação conhecido como temperamento igual, um tom é igual a dois semitons.
Os termos tom e semitom são usualmente usados juntos para expressar intervalos. Por exemplo, a quarta
justa tem 5 semitons ou 2 tons e meio. Em sua forma abreviada podemos usar esses termos para expressar
as diferenças de altura entre as notas sucessivas de uma escala. Por exemplo, a escala maior pode ser
expressa pela seqüência de intervalos T-T-S-T-T-T-S, onde T significa tom e S, semitom.

SIGNIFICADO MATEMÁTICO DO TOM


No sistema de temperamento igual, um intervalo de um tom é igual a dois semitons. Como a relação entre

duas freqüências separadas por um semitom é igual a 1:21 / 12 ou , a relação de um

tom será , ou seja, .


Em sistemas que não utilizam o temperamento igual, tal como a escala pitagórica, baseada puramente em
relações inteiras de freqüências e na série harmônica, a oitava não é dividida em 12 semitons iguais e
conseqüentemente os semitons representamm relações matemáticas diferentes. Nestes sistemas, os tons e
semitons de uma mesma escala podem ter valores ligeiramente diferentes entre si.

TIPOS
Na escala diatônica, a primeira classificação de um intervalo é quanto à ocorrência de simultaneidade em
sua execução. Assim, o intervalo será melódico quando os sons aparecerem em sucessão um ao outro, ou
harmônico, caso sejam executados no mesmo instante.
INTERVALO MELÓDICO
Pode ser classificado quanto:
• A posição do segundo som em relação ao primeiro. Assim, o intervalo será ascendente se o
segundo som for de maior frequência (mais agudo) que o primeiro e será descendente caso
o segundo som seja de menor frequência (mais grave) que o primeiro.
• A distância entre os dois sons. Será conjunto o intervalo que dista de um ou dois semitons
(somente o intervalo de segunda) entre as notas e serão disjuntos todos os outros.

INTERVALO HARMÔNICO
O intervalo harmônico pode ser classificado somente quanto à distância entre os dois sons.

INTERVALOS MUSICAIS
Os nomes dos intervalos da escala diatônica são dados pela distância entre as notas, isto é, distância de
segunda entre duas notas, terça ou terceira entre três, quarta, quinta, sexta, sétima, oitava, nona, etc., mais o
designativo que indica se a frequência entre os intervalos são mais ou menos consonantes - intervalo justo,
menor, maior, aumentado, diminuto, superaumentado ou superdiminuto - chamado também de "qualidade"
do intervalo.
Assim, temos os seguintes intervalos:

• Primeira justa ou uníssono: sem intervalos entre os dois sons.


• Segunda
• menor: distância de um semitom entre os sons.
• maior: distância de dois semitons entre os sons.
• Terça ou Terceira
• menor: distância de três semitons entre os sons.
• maior: distância de quatro semitons entre os sons.
• Quarta justa ou quarta: distância de cinco semitons entre os sons.
• Quarta aumentada ou quinta diminuta ou trítono: distância de seis semitons (três tons,
daí seu nome) entre os sons.
• Quinta justa ou quinta: distância de sete semitons entre os sons.
• Sexta
• menor: distância de oito semitons entre os sons.
• maior: distância de nove semitons entre os sons.
• Sétima
• menor: distância de dez semitons entre os sons.
• maior: distância de onze semitons entre os sons.
• Oitava justa ou oitava: distância de doze semitons entre os sons.
•Um intervalo menor, quando decrescido de um semitom, se transforma em um intervalo diminuto.

•Um intervalo maior, quando acrescido de um semitom, se transforma em um intervalo aumentado.

•Um intervalo diminuto, quando decrescido de um semitom, se transforma em um intervalo


superdiminuto.

•Um intervalo aumentado, quando acrescido de um semitom, se transforma em um intervalo


superaumentado.
•Um intervalo justo, quando decrescido de um semitom, se transforma em um intervalo diminuto.

•Um intervalo justo, quando acrescido de um semitom, se transforma em um intervalo aumentado



No caso de dois intervalos com a mesma distância em semitons mas com nomes diferentes, como, por
exemplo, a quarta aumentada e a quinta diminuta, ou a terça diminuta e a segunda maior, dá se o nome de
intervalos enarmônicos.


Existe um meio mais racional e fácil de se saber a qualidade de um dado intervalo sem ter de contar o
número de semitons entre as notas. Basta estar atento para o fato de que, na escala diatônica ou natural, a
distância entre todas as notas é de um tom, exceto entre as notas MI e FA e SI e DO, onde o intervalo é de
um semitom - são os chamados semitons naturais.

Uma vez identificado onde se localizam esses semitons naturais, basta levar em conta que:
• Nos intervalos de SEGUNDA e TERÇA, são MAIORES os que não possuem, isto é, não "passam
por" nenhum semitom natural.
• Nos intervalos de SEXTA e SÉTIMA, são MAIORES os que possuem APENAS um semitom
natural.
• Os intervalos de QUARTA e QUINTA são todos JUSTOS, com EXCEÇÃO DO TRÍTONO
(quarta aumentada ou quinta diminuta).

ESCALA DIATÔNICA
Todas as escalas musicais empregadas na música ocidental não passam de variantes da escala diatônica.
Ela teve origem na antiga [Grécia].
O sábio grego Pitágoras acreditava que tudo no universo está governado pelos números. Ele notou que,
quando uma corda esticada é posta em vibração, ela produz um certo som. Se o comprimento da corda
vibrante for reduzido à metade, um som mais agudo é produzido, que guarda uma relação muito
interessante com o primeiro. Para entender melhor o que Pitágoras fez, vamos pensar na corda dó de uma
viola ou violoncelo moderno. Quando submetida a uma certa tensão, se a corda vibra em toda a sua
extensão, ela produz um som de uma certa frequência, que se convencionou chamar de dó. O
instrumentista varia o comprimento da corda vibrante, pondo o dedo em certas posições na corda. O que

Pitágoras fez foi dividir a corda segundo a sequência de frações ,

, , . Assim foram obtidas as notas


que hoje nós chamamos dó, sol, fá, mi.
Como a frequência do som produzido por uma corda vibrante é inversamente proporcional ao
comprimento da corda, se atribuimos o valor 1 à frequência fundamental da corda, as frequências das

outras notas que acabamos de obter resultam: mi = , fá = ,

sol = .
Assim, as notas musicais são geradas a partir de relações de números simples com a frequência
fundamental. Ao multiplicarmos a frequência de uma nota por 2, obtemos uma outra nota que recebe o

mesmo nome da anterior. Se multiplicamos a frequência por , obtemos uma nota


que guarda com a anterior uma relação harmônica tão interessante que ela recebe um nome especial: a
dominante.
É claro que uma escala musical com só quatro notas como a que obtivemos acima é muito pobre, mas a
verdade é que todas as notas musicais podem ser geradas a partir da dominante. Por exemplo, se quisermos

saber qual é a dominante do mi, só precisamos multiplicar a freqência do mi por :

* = ; obtivemos assim uma outra


nota, que chamamos de si.
Se multiplicarmos a frequência do fá por obteremos a própria nota dó, provando

assim que a dominante do fá é dó: * =2


Já sabemos que sol é a dominante de dó; para saber qual é a dominante do próprio sol, fazemos

* = . Obtemos então uma nota mais


aguda que o segundo dó; dividindo sua frequência por 2 (para que ela fique na primeira gama que estamos

tentando preencher), * = - obtemos


assim uma outra nota, que vamos chamar de ré.
Assim, seguindo o método acima, procurado achar a dominante de cada nota obtida (multiplicando sua
frequência por 3/2), acabamos por obter a escala diatônica completa:
dó ré mi fá sol lá si dó
1 9/8 5/4 4/3 3/2 5/3 15/8 2
V V V V V V V
9/8 10/9 16/15 9/8 10/9 9/8 16/15

Percebemos que a dominante é o quinto grau da escala. Uma quinta acima do dó está o sol; uma quinta
acima do sol está o ré; uma quinta acima do ré está o lá; assim, seguindo o ciclo das quintas, obtemos todas
as notas da escala diatônica e retornamos ao dó.
Para sabermos em que ponto da corda dó o instrumentista deve pôr o dedo para obter as notas sucessivas
da escala diatônica, basta olharmos a figura abaixo:
INTERVALOS
O intervalo entre duas notas é definido da seguinte maneira: se a frequência de uma nota é f1, e a da outra é

f2, então o intervalo entre elas é a razão . Se esta razão for igual a 2, o intervalo é

chamado de oitava justa. Outros intervalos também recebem nomes especiais: =

quinta justa, = quarta justa, = terça maior,

= terça menor, = tom maior, =

tom menor, = semitom. O intervalo entre o tom maior e o tom menor, igual a
81/80, é chamado uma coma pitagórica, e é considerado o menor intervalo perceptível pelo ouvido
humano.

FORMAÇÃO DAS ESCALAS MAIORES


A escala que acabamos de obter também se chama a escala de dó maior. Se tivéssemos começado com a
corda sol de um instrumento musical, e fizéssemos a mesmíssima divisão da corda que fizemos acima,
obteríamos não mais a escala de dó maior, mas sim a escala de sol maior. A escala que criamos acima tem a
seguinte distribuição de intervalos:
dó ré mi fá sol lá si dó
V V V V V V V
semito to semito
tom tom tom tom
m m m

Suponhamos que queremos formar uma escala que soe melodicamente igual à escala de dó maior, mas
começando na nota sol.
sol lá si dó ré mi fá sol
V V V V V V V
semito semito
tom tom tom tom tom
m m

A escala acima não soa melodicamente igual à escala de dó maior, e é fácil ver porque. A distribuição dos
semitons não é a mesma. Para que isto aconteça, uma nota da escala tem que ser alterada. Mais
precisamente, o fá tem que subir um pouquinho para ficar mais próximo do sol e mais longe do mi. Ou
seja: dizemos que o fá tem que virar fá sustenido. Resolvendo uma equaçãozinha, acharemos facilmente
que precisamos multiplicar a frequência desta nota por 25/24.
Definição: Sustenir uma nota é multiplicar sua frequência por 25/24.
Similarmente, se quisermos criar uma outra escala que soe melodicamente igual à escala de dó maior, mas
começando na nota fá, veremos que teremos que alterar uma nota da escala. Mais precisamente, o si vai ter
que virar si bemol.
Definição: Bemolizar uma nota é multiplicar sua frequência por 24/25.

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