O documento descreve as visões econômicas de Bastiat e Carey no século XIX. Ambos criticavam a teoria econômica clássica, especialmente de Ricardo, por não refletir as relações harmônicas da sociedade burguesa. Carey via as relações americanas como naturais versus as distorcidas relações inglesas, enquanto Bastiat via as relações francesas como distorcidas pela intervenção estatal. No fim, porém, Carey passou a defender protecionismo para defender a harmonia econômica mundial da influência industrial ing
O documento descreve as visões econômicas de Bastiat e Carey no século XIX. Ambos criticavam a teoria econômica clássica, especialmente de Ricardo, por não refletir as relações harmônicas da sociedade burguesa. Carey via as relações americanas como naturais versus as distorcidas relações inglesas, enquanto Bastiat via as relações francesas como distorcidas pela intervenção estatal. No fim, porém, Carey passou a defender protecionismo para defender a harmonia econômica mundial da influência industrial ing
O documento descreve as visões econômicas de Bastiat e Carey no século XIX. Ambos criticavam a teoria econômica clássica, especialmente de Ricardo, por não refletir as relações harmônicas da sociedade burguesa. Carey via as relações americanas como naturais versus as distorcidas relações inglesas, enquanto Bastiat via as relações francesas como distorcidas pela intervenção estatal. No fim, porém, Carey passou a defender protecionismo para defender a harmonia econômica mundial da influência industrial ing
2. ed. Paris, 1851. Prlogo A histria da economia ol!tica moderna termina, com "icardo e #ismondi $ olos antitticos em que um %ala ingl&s e o outro, %ranc&s $, e'atamente como come(a no %inal do sculo )*++, com Petty e Boisguille,ert. A literatura ol!tico-econ.mica osterior se erde se/a em com&ndios eclticos, sincrticos, como a o,ra de 0. #t. 1ill, se/a na ela,ora(2o aro%undada de 3reas articulares, como A history o% rices 45ma histria dos re(os6, de 7oo8e 1 , e, em geral, os escritos ingleses mais recentes so,re a circula(2o $ a 9nica 3rea em que %oram %eitas desco,ertas e%eti:amente no:as, ois a literatura so,re a coloni;a(2o, a roriedade %undi3ria <em suas di%erentes %ormas=, a oula(2o etc. s se distingue da mais antiga ela maior rique;a de material $, se/a na rerodu(2o de antigas contro:rsias econ.micas ara um 9,lico mais amlo e na resolu(2o r3tica de ro,lemas cotidianos, como os escritos so,re o li:re comrcio e rotecionismo, se/a, or %im, em elucu,ra(>es tendenciosas so,re as orienta(>es cl3ssicas, uma rela(2o em que est2o, or e'emlo, de Chalmers a 1althus e de ?@lich a #ismondi, e, em certo asecto, de 1cCulloch e #enior, em suas rimeiras o,ras, a "icardo. 7rata-se de uma literatura totalmente de e!gonos, de rerodu(2o, de maior re%inamento da %orma, de aroria(2o mais e'tensa do material, de &n%ase, de oulari;a(2o, de s!ntese, de ela,ora(2o dos detalhes, sem %ases de desen:ol:imento decisi:as e distinti:asA or um lado, registro in:ent3rio, or outro, crescimento do detalhe. As 9nicas e'ce(>es, aarentemente, s2o os escritos de Carey, o ianque, e de Bastiat, o %ranc&s, mas o 9ltimo admite que se ,aseia no rimeiro 2 . Am,os comreendem que a oosi(2o B economia ol!tica $ socialismo e comunismo $ tem seu ressuosto terico nas o,ras da rria Cconomia cl3ssica, esecialmente em "icardo, que tem de ser considerado sua e'ress2o 9ltima e mais er%eita. Por essa ra;2o, am,os consideram necess3rio atacar, como equ!:oco, a e'ress2o terica que a sociedade ,urguesa ganhou historicamente na Cconomia moderna, e ro:ar a harmonia das rela(>es de rodu(2o ali onde os economistas cl3ssicos ingenuamente retrata:am seu antagonismo. D am,iente nacional a artir do qual am,os escre:em, aesar de totalmente di%erente, inclusi:e contraditrio, imele-os aos mesmos es%or(os. Carey o 9nico economista original dentre os norte-americanos. Pertence a um a!s em que a sociedade ,urguesa n2o se 1 7homas 7oo8e, A history o% rices, and o% the state o% the circulation <Eondres, Eongman, Drme, BroFn, ?reen and Eongmans, 18G8-5H, I :.=. Cm /unho de 185H, ouco antes da reda(2o do es,o(o so,re Bastiat e Carey, 1ar' estudou e e'tratou o tomo I da o,ra de 7homas 7oo8e e Jilliam KeFmarch, A history o% rices, and o% the state o% the circulation, during the nine years 18L8-185I <Eondres, Eongman, Drme, BroFn, ?reen and Eongmans, 185H, :. I=. 2 Mrdric Bastiat, Harmonies conomiques <2. ed., Paris, ?uillaumin, 1851=, . GIL, nota do editorN O4Bastiat6 ro.s-se como declarou, a se ,asear rincialmente nos tra,alhos de 1. Carey, da Miladl%ia, ara com,ater a teoria de "icardo%P. desen:ol:eu so,re a ,ase do %eudalismo, mas come(ou a artir de si mesmaA em que a sociedade ,urguesa n2o aarece como o resultado remanescente de um mo:imento secular, mas como o onto de artida de um no:o mo:imentoA em que o Cstado, em contraste com todas as %orma(>es nacionais anteriores, desde o in!cio este:e su,ordinado B sociedade ,urguesa e B sua rodu(2o e /amais .de ter a retens2o de ser um %im em si mesmoA en%im, em um a!s em que a rria sociedade ,urguesa, com,inando as %or(as roduti:as de um :elho mundo com o imenso terreno natural de um no:o, desen:ol:eu-se em dimens>es e li,erdade de mo:imento at ent2o desconhecidas e sulantou em muito todo tra,alho anterior no dom!nio das %or(as naturaisA e onde, en%im, os antagonismos da rria sociedade ,urguesa aarecem unicamente como momentos e:anescentes. D que oderia ser mais natural do que as rela(>es de rodu(2o nas quais esse imenso no:o mundo se desen:ol:eu de maneira t2o r3ida, t2o surreendente e a%ortunada serem consideradas, or Carey, como as rela(>es normais e eternas da rodu(2o e do intercQm,io sociais, rela(>es que, na Curoa, em esecial na +nglaterra, que ara ele na :erdade a Curoa, eram simlesmente ini,idas e re/udicadas elas ,arreiras herdadas do er!odo %eudal, o que oderia ser mais natural que tais rela(>es s lhe arecessem :istas, rerodu;idas ou generali;adas de maneira distorcida ou %alsi%icada elos economistas ingleses orque eles con%undiam as distor(>es contingentes daquelas rela(>es com seu car3ter imanenteR "ela(>es americanas contra rela(>es inglesasN a isso se redu; sua cr!tica da teoria inglesa da roriedade %undi3ria, do sal3rio, da oula(2o, dos antagonismos de classes etc. Ka +nglaterra, a sociedade ,urguesa n2o e'iste de %orma ura, corresondente ao seu conceito, adequada a si mesma. Como os conceitos dos economistas ingleses da sociedade ,urguesa oderiam ser a e'ress2o :erdadeira e cristalina de uma realidade que eles n2o conheciamR Para Carey, o e%eito ertur,ador de in%lu&ncias tradicionais so,re as rela(>es naturais da sociedade ,urguesa, in%lu&ncias que n2o emergiam de seu rrio seio, redu;-se em 9ltima instQncia B in%lu&ncia do Cstado so,re a sociedade ,urguesa, a suas inter:en(>es e inger&ncias. D sal3rio, or e'emlo, cresce naturalmente com a roduti:idade do tra,alho. #e achamos que a realidade n2o corresonde a essa lei, temos unicamente de a,strair a in%lu&ncia do go:erno, imostos, monolios etc., se/a no Hindust2o, se/a na +nglaterra. As rela(>es ,urguesas consideradas em si mesmas, i.e., as a dedu(2o das in%lu&ncias do Cstado, semre con%irmar2o de %ato as leis harm.nicas da economia ,urguesa. Katuralmente, Carey n2o in:estiga em que medida essas rrias in%lu&ncias estatais, d!:ida 9,lica, imostos etc., t&m origem nas rela(>es ,urguesas $ e, or conseguinte, na +nglaterra, or e'emlo, de modo algum aarecem como resultados do %eudalismo, mas de sua dissolu(2o e suera(2o, e na rria Amrica do Korte cresce o oder do go:erno central com a centrali;a(2o do caital. Sesse modo, enquanto Carey con%ronta os economistas ingleses com a maior ot&ncia da sociedade ,urguesa na Amrica do Korte, Bastiat con%ronta os socialistas %ranceses com a menor ot&ncia da sociedade ,urguesa na Mran(a. *oc&s creem que se re:oltam contra as leis da sociedade ,urguesa em um a!s em que /amais se ermitiu que essas leis se reali;assemT *oc&s as conhecem unicamente na atro%iada %orma %rancesa, e consideram sua %orma imanente o que somente sua de%orma(2o nacional %rancesa. *e/am a +nglaterra. Aqui em nosso a!s reciso li,ertar a sociedade ,urguesa dos grilh>es que lhe .s o Cstado. *oc&s dese/am multilicar esses grilh>es. Primeiro desen:ol:am as rela(>es ,urguesas em sua %orma ura e deois odemos con:ersar no:amente. <Kesse caso Bastiat tem ra;2o, uma :e; que na Mran(a, em :irtude de sua con%igura(2o social eculiar, muito do que assa or socialismo , na +nglaterra, economia ol!tica.= Carey, cu/o onto de artida a emancia(2o da sociedade ,urguesa do Cstado na Amrica do Korte, termina, entretanto, com o ostulado da inter:en(2o do Cstado ara que o desen:ol:imento uro das rela(>es ,urguesas, como de %ato ocorreu na Amrica do Korte, n2o se/a ertur,ado or in%lu&ncias e'teriores. Cle rotecionista, ao asso que Bastiat li:re-cam,ista. A harmonia das leis econ.micas aarece em todo o mundo como desarmonia, e os rimeiros ind!cios dessa desarmonia surreendem Carey inclusi:e nos Cstados 5nidos. Se onde :em esse estranho %en.menoR Carey o e'lica a artir da in%lu&ncia destruti:a da +nglaterra so,re o mercado mundial com sua am,i(2o ao monolio industrial. Driginalmente, as rela(>es inglesas %oram distorcidas no interior do a!s elas %alsas teorias de seus economistas. Atualmente, como oder dominante do mercado mundial, a +nglaterra distorce a harmonia das rela(>es econ.micas em todos os a!ses do mundo. Cssa uma desarmonia real, de maneira nenhuma ,aseada meramente na conce(2o su,/eti:a dos economistas. D que a "9ssia oliticamente ara 5rquhart, a +nglaterra economicamente ara Carey. A harmonia das rela(>es econ.micas, ara Carey, ,aseia-se na cooera(2o harm.nica de cidade e camo, de ind9stria e agricultura. Cssa harmonia %undamental, que a +nglaterra dissol:eu em seu interior, ela destri or meio de sua concorr&ncia no mercado mundial e, assim, o elemento destruti:o da harmonia uni:ersal. # as rote(>es aduaneiras $ o ,loqueio nacional B %or(a $ odem constituir uma de%esa contra a %or(a destruti:a da grande ind9stria inglesa. Consequentemente, o 9ltimo re%9gio das Oharmonias econ.micasP o Cstado, que antes %ora estigmati;ado como o 9nico ertur,ador dessas harmonias. Se um lado, Carey e'ressa aqui outra :e; o desen:ol:imento nacional articular dos Cstados 5nidos, sua oosi(2o e concorr&ncia com a +nglaterra. C o %a; de %orma ing&nua, recomendando aos Cstados 5nidos destruir o industrialismo roagado ela +nglaterra desen:ol:endo-se mais r3ido or meio de rote(>es aduaneiras. A,straindo dessa ingenuidade, com Carey a harmonia das rela(>es de rodu(2o ,urguesas termina com a mais comleta desarmonia dessas rela(>es ali onde se aresentam no terreno mais grandioso, o mercado mundial, no desen:ol:imento mais grandioso de rela(>es entre na(>es rodutoras. 7odas as rela(>es que lhe arecem harm.nicas no interior de determinadas %ronteiras nacionais ou, inclusi:e, na %orma a,strata de rela(>es uni:ersais da sociedade ,urguesa $ concentra(2o do caital, di:is2o do tra,alho, assalariado etc. $, arecem-lhe desarm.nicas ali onde se aresentam em sua %orma mais desen:ol:ida $ em sua %orma de mercado mundial $, como as %ormas internas que rodu;em o dom!nio da +nglaterra so,re o mercado mundial e que, como e%eitos destruti:os, s2o a consequ&ncia desse dom!nio. U harm.nico quando, no interior de um a!s, a rodu(2o atriarcal d3 lugar B rodu(2o industrial, e o rocesso de dissolu(2o que acomanha esse desen:ol:imento areendido e'clusi:amente or seu asecto ositi:o. 1as se torna desarm.nico quando a grande ind9stria inglesa dissol:e a rodu(2o nacional estrangeira atriarcal, equeno-,urguesa ou outras %ormas que se encontrem em est3gios in%eriores. Para ele, a concentra(2o do caital no interior de um a!s e o e%eito dissol:ente dessa concentra(2o s t&m asectos ositi:os. 1as desarm.nico o monolio do caital concentrado ingl&s com seus e%eitos dissol:entes so,re os equenos caitais nacionais de outros o:os. D que Carey n2o comreendeu que essas desarmonias do mercado mundial s2o unicamente as e'ress>es adequadas 9ltimas das desarmonias que 4s2o6 %i'adas nas categorias econ.micas como rela(>es %i'as ou que t&m uma e'ist&ncia local em menor escala. K2o surreende que, or outro lado, ele esque(a o conte9do ositi:o desses rocessos de dissolu(2o $ o 9nico asecto que e'amina das categorias econ.micas em sua %orma a,strata ou das rela(>es reais no interior de determinados a!ses, das quais as categorias s2o a,stra!das $ em sua mani%esta(2o lena no mercado mundial. Por isso, onde as rela(>es econ.micas se aresentam a ele em sua :erdade, i.e., em sua realidade uni:ersal, Carey assa de seu otimismo or rinc!io ara um essimismo e'aserado e denunciante. Cssa contradi(2o constitui a originalidade de seus escritos e lhes con%ere seu signi%icado. Cle 4norte-6americano tanto em sua a%irma(2o da harmonia no interior da sociedade ,urguesa quanto na a%irma(2o da desarmonia das mesmas rela(>es em sua con%igura(2o de mercado mundial. Cm Bastiat, n2o h3 nada disso. A harmonia dessas rela(>es um alm que come(a /ustamente ali onde terminam as %ronteiras %rancesas, um alm que e'iste na +nglaterra e na Amrica 4do Korte6. U simlesmente a %orma ideal, imagin3ria, das rela(>es anglo-americanas n2o %rancesas, e n2o a %orma real que o con%ronta em seu rrio territrio. Portanto, como em Bastiat a harmonia n2o resulta de modo algum da rique;a da e'eri&ncia :i:ida, mas antes o roduto a%etado de uma re%le'2o %r3gil, ligeira e contraditria, o 9nico momento de realidade nele a e'ig&ncia de que o Cstado %ranc&s renuncie a suas %ronteiras econ.micas. Carey :& as contradi(>es das rela(>es econ.micas t2o logo elas aarecem como rela(>es inglesas no mercado mundial. Bastiat, que simlesmente imagina a harmonia, s come(a a :er a sua reali;a(2o ali onde termina a Mran(a e onde concorrem entre si, li,eradas da suer:is2o do Cstado, todas as artes constituti:as da sociedade ,urguesa nacionalmente searadas. Ko entanto, inclusi:e essa sua 9ltima harmonia $ e o ressuosto de todas as suas harmonias imagin3rias anteriores $ um simles ostulado, que de:e ser reali;ado ela legisla(2o de li:re comrcio. Por essa ra;2o, se Carey, indeendentemente do :alor cient!%ico de suas in:estiga(>es, ao menos ossui o mrito de e'ressar em %orma a,strata as grandes rela(>es americanas e, inclusi:e, em oosi(2o ao :elho mundo, o 9nico ano de %undo real em Bastiat seria a equene; das rela(>es %rancesas, que, or todo lado, metem o nari; em suas harmonias. 7oda:ia, o mrito sur%luo, ois as rela(>es de um a!s t2o antigo s2o su%icientemente conhecidas e o que menos recisam de tal des:io negati:o ara serem conhecidas. Cm consequ&ncia, Carey rico em esquisas, or assim di;er, ,ona %ide G na ci&ncia econ.mica, como as esquisas so,re crdito, renda etc. Bastiat se ocua unicamente com ar3%rases grati%icantes de esquisas inconclusi:asN a hiocrisia do contentamento. A uni:ersalidade de Carey a uni:ersalidade ianque. Para ele, 3 Aut&nticas, de ,oa-%. <K. 7.= Mran(a e China est2o igualmente r'imas. Cle semre o homem que :i:e tanto no litoral do oceano Pac!%ico como no do AtlQntico. A uni:ersalidade de Bastiat %a;er :ista grossa ara todos os a!ses. Como genu!no ianque, Carey a,sor:e de todos os lados o a,undante material que o :elho mundo lhe o%erece, n2o ara identi%icar a alma imanente desse material e, desse modo, reconhecer-lhe o direito da :ida articular, mas ara ela,or3-lo como e:id&ncias mortas, como material indi%erente ara seus rositos, ara suas roosi(>es a,stra!das desde seu onto de :ista ianque. Sa! seu eram,ular or todos os a!ses, sua estat!stica massi:a e acr!tica, sua erudi(2o de cat3logo. Bastiat o%erece, ao contr3rio, uma histria %ant3stica, com a,stra(>es ora na %orma de racioc!nio, ora na %orma de resumidos acontecimentos que, toda:ia, n2o ocorreram nunca em lugar nenhum, da mesma %orma que o telogo trata o ecado ora como lei da ess&ncia humana, ora como a histria do ecado original. Por conseguinte, am,os s2o igualmente anistricos e anti-histricos. Ko entanto, o momento anistrico de Carey o rinc!io histrico atual da Amrica do Korte, ao asso que o elemento anistrico em Bastiat mera reminisc&ncia da moda %rancesa de generali;a(2o do sculo )*+++. Carey, ortanto, in%orme e di%uso, Bastiat, a%etado e lgico do onto de :ista %ormal. D m3'imo que consegue Bastiat s2o lugares-comuns e'ressos de maneira arado'al, olidos em %acetas. Cm Carey, algumas teses gerais s2o anteciadas em %orma a'iom3tica. Clas :&m seguidas de um material in%orme, a comila(2o como ro:a $ a matria de suas teses n2o de modo nenhum ela,orada. Cm Bastiat, o 9nico material $ a,straindo de alguns e'emlos locais ou de %en.menos ingleses normais disostos de maneira %ant3stica $ consiste s das teses gerais dos economistas. A rincial ant!tese de Carey "icardo, em s!ntese, os modernos economistas inglesesA a de Bastiat, os socialistas %ranceses L . XIV) Dos salrios As rinciais teses de Bastiat s2o as seguintes 5 N todos os homens asiram a uma %i'ide; no rendimento, a uma renda %i'a. VAut&ntico e'emlo %ranc&sN 1= 7odo homem quer ser %uncion3rio 9,lico ou %a;er de seu %ilho um %uncion3rio 9,lico. <*er . GH1 I .=W D sal3rio uma %orma %i'a de remunera(2o <. GHI= e, ortanto, uma %orma muito aer%ei(oada de associa(2o, em cu/a %orma origin3ria redomina Oo aleatrioP H , orquanto Otodos os associadosP est2o su/eitos Oa todos os riscos do emreendimentoP 8 . V#e o caital assume o risco or conta rria, a remunera(2o do tra,alho se %i'a so, o nome de sal3rio. #e o tra,alho dese/a assumir ara si as ,oas e m3s consequ&ncias, a 4 A arte in%erior da quarta 3gina do manuscrito est3 em ,ranco. Pro:a:elmente 1ar' retendia, as o OPrlogoP $ que ocua as rimeiras tr&s 3ginas e a arte suerior da quarta 3gina do manuscrito e contm uma descri(2o geral das ideias de Mrdric Bastiat e de Henry Charles Carey $, caracteri;ar com mais detalhe o li:ro de Bastiat, Harmonies conomiques, cit. 5 7rata-se do ca!tulo 1L da segunda edi(2o do li:ro de Mrdric Bastiat, Harmonies conomiques, cit. Ko total, a segunda edi(2o contm 25 ca!tulos. 6 Ds n9meros de 3ginas indicados no ar3gra%o s2o re%er&ncias de 1ar' ao li:ro de Bastiat. <K. 7.= 7 Cm Mrdric Bastiat, Harmonies conomiques, cit., . GHX. 8 +,idem, . G8Y. remunera(2o do caital se destaca e se %i'a so, o nome de /uros <. G82=.W <#o,re essa associa(2o, :er ainda . G82-G.= 7oda:ia, se originalmente redomina o aleatrio na condi(2o do tra,alhador, a esta,ilidade no assalariado ainda n2o est3 su%icientemente assegurada. U um Odegrau intermedi3rio que seara o aleatrio da esta,ilidadeP X . Csse 9ltimo n!:el alcan(ado mediante Oa ouan(a, nos dias de tra,alho, do que satis%a; Bs necessidades dos dias de :elhice e de doen(aP <. G88=. D 9ltimo n!:el desen:ol:e-se or meio das Osociedades m9tuas de seguroP <idem= e, em 9ltima instQncia, elo O%undo de ens2o dos tra,alhadoresP 1Y <. GXG=. <Sa mesma %orma que o ser humano artiu da necessidade de se con:erter em %uncion3rio 9,lico, ele termina com a satis%a(2o de rece,er uma ens2o.= Ad. 1. #uonha que tudo o que Bastiat di; so,re a %i'ide; do sal3rio se/a correto. D %ato de que o sal3rio se/a su,sumido Bs Orendas %i'asP n2o nos ermite conhecer o :erdadeiro car3ter do sal3rio, sua determina(2o caracter!stica. #eria destacada uma das rela(>es do sal3rio $ rela(2o que ele tem em comum com outras %ontes de renda. Kada mais. Certamente, isso /3 seria algo ara o ad:ogado que retende de%ender as :antagens do salariado. Cntretanto, n2o seria nada ara o economista que dese/a comreender a eculiaridade dessa rela(2o em toda a sua e'tens2o. Mi'ar uma determina(2o unilateral de uma rela(2o, de uma %orma econ.mica, e anegiri;3-la em comara(2o com a determina(2o in:ersaN essa r3tica ordin3ria de ad:ogado e aologista caracteri;a o raciocinante Bastiat. Portanto, em lugar de sal3rio, suonhaN %i'ide; do rendimento. K2o ,oa a %i'ide; do rendimentoR 7odo mundo n2o adora oder contar com o seguroR Csecialmente todo %ranc&s equeno-,urgu&s e mesquinhoR D homem semre necessitadoR A ser:id2o %oi de%endida do mesmo modo, e tal:e; com mais ra;2o. D oosto oderia ser tam,m a%irmado, e tem sido a%irmado. #uonha o sal3rio igual B n2o %i'ide;, i.e., a:an(o ara alm de certo onto. Zuem n2o re%ere a:an(ar em lugar de %icar aradoR Pode-se di;er que m3, ortanto, uma rela(2o que torna oss!:el um rogressus in in%initum ,urgu&sR Katuralmente, o rrio Bastiat em outro lugar considera o sal3rio como n2o %i'ide;. Se que outra maneira, sen2o ela n2o %i'ide;, ela %lutua(2o, oderia ser oss!:el ao tra,alhador dei'ar de tra,alhar, tornar-se caitalista, como dese/a Bastiat 11 R Por conseguinte, o salariado ,om orque %i'ide;A ele ,om orque n2o %i'ide;A ,om orque n2o nem uma coisa nem outra, mas tanto uma quanto a outra. Zue rela(2o n2o ,oa quando redu;ida a uma determina(2o unilateral, e esta 9ltima considerada como osi(2o, n2o como nega(2oR 7odo ala:rrio raciocinante, toda aologtica, toda so%istaria equeno-,urguesa reousa so,re tal a,stra(2o. 9 +,idem, . G8L. 10 #egundo Bastiat, os O%undos de ens2o dos tra,alhadores%P de:em ser %ormados a artir dos recursos dos rrios tra,alhadoresA somente assim eles odem assegurar o grau adequado da Oesta,ilidadeP <Mrdric Bastiat, Harmonies conomiques, cit., . GX5=. 11 +,idem, . LY2N OA ele:a(2o dos sal3rios 4...6 %acilita a ouan(a e a trans%orma(2o do assalariado em caitalistaP. Seois desse coment3rio reliminar geral, chegamos B :erdadeira constru(2o de Bastiat. #e/a dito ainda, de assagem, que seu arrendat3rio% de Eandes41Y6, o tio que re9ne em sua essoa a in%elicidade do tra,alhador assalariado com o a;ar do equeno caitalista, de %ato oderia se sentir %eli; se rece,esse sal3rio %i'o. $ A histria descriti:a e %ilos%ica% de Proudhon4116 di%icilmente chega ao n!:el da de seu ad:ers3rio Bastiat. [ %orma origin3ria de associa(2o, em que todos os associados% comartem os riscos do acaso, segue-se a %orma em que a remunera(2o do tra,alhador %i'ada, associa(2o de n!:el suerior e :oluntariamente integrada or am,as as artes. K2o dese/amos chamar a aten(2o aqui ara a genialidade que rimeiro ressu>e, de um lado, um caitalista e, de outro, um tra,alhador, ara em seguida %a;er surgir do acordo entre am,os a rela(2o entre caital e tra,alho assalariado. A %orma de associa(2o em que o tra,alhador est3 e'osto a todos os riscos do negcio $ em que todos os rodutores est2o igualmente e'ostos a tais riscos $ e que imediatamente recede o sal3rio, em que a remunera(2o do tra,alho ganha %i'ide; e torna-se est3:el, da mesma %orma que a tese recede a ant!tese $ o estado, como ou:imos de Bastiat4126, em que a esca, a ca(a e o astoreio constituem as %ormas sociais e roduti:as dominantes. Primeiro, o escador, o ca(ador e o astor n.mades $ e, em seguida, o tra,alhador assalariado. Dnde e quando se deu essa transi(2o histrica do estado semissel:agem ara o modernoR Ko m3'imo, no chari:ari. Ka histria e%eti:a, o tra,alho assalariado resulta da dissolu(2o da escra:id2o e da ser:id2o $ ou do decl!nio da roriedade comunal, como se deu entre o:os orientais e esla:os $ e, em sua %orma adequada que %a; oca, %orma que a,arca toda a e'ist&ncia social do tra,alho, rocede da destrui(2o da economia das corora(>es, do sistema estamental, do tra,alho natural e da renda em escie, da ind9stria oerando como ati:idade rural acessria, da equena economia rural ainda de car3ter %eudal etc. Cm todas essas transi(>es histricas e%eti:as o tra,alho assalariado aarece como dissolu(2o, como destrui(2o de rela(>es em que o tra,alho era %i'ado em todos os asectos, em seu rendimento, seu conte9do, sua locali;a(2o, sua e'tens2o etc. Portanto, como nega(2o da %i'ide; do tra,alho e de sua remunera(2o. A transi(2o direta do %etiche do a%ricano ao ser suremo% de *oltaire, ou do equiamento de ca(a de um sel:agem norte-americano ao caital do Banco da +nglaterra, n2o t2o grosseiramente a:essa B histria quanto a transi(2o do escador de Bastiat ao tra,alhador assalariado. <Alm disso, em todos esses desen:ol:imentos n2o h3 nenhuma e:id&ncia de modi%ica(>es intencionais resultantes de acordo rec!roco.= +nteiramente digna dessa constru(2o histrica $ em que Bastiat ilude a si mesmo com sua a,stra(2o suer%icial so, a %orma de um e:ento $ a s!ntese em que as sociedades m9tuasi inglesas e as cai'as de ouan(a aarecem como a 9ltima ala:ra do salariado e a suera(2o de todas as antinomias sociais. Historicamente, ortanto, o car3ter de n2o %i'ide; do salariado o oosto da constru(2o de Bastiat. Ko entanto, como ele chegou, a%inal, B constru(2o da %i'ide; como a determina(2o do salariado que tudo comensaR C como chegou a retender aresentar historicamente o salariado nessa determina,ilidade como %orma suerior de remunera(2o, da remunera(2o do tra,alho em outras %ormas de sociedade ou de associa(2oR 7odos os economistas, t2o logo discutem a rela(2o e'istente entre caital e tra,alho assalariado, entre lucro e sal3rio, e demonstram ao tra,alhador que ele n2o tem nenhum direito a articiar das oortunidades do lucro, en%im, dese/am tranquili;3-lo so,re seu ael su,ordinado erante o caitalista, su,linham que ele, em contraste com o caitalista, ossui certa %i'ide; da renda mais ou menos indeendente das grandes a:enturasi do caital. C'atamente como Som Zui'ote consola #ancho Pan(a 4com a ideia6 de que, em,ora certamente le:e todas as surras, ao menos n2o recisa ser :alente. Portanto, uma determina(2o que os economistas atri,uem ao salariado em contraosi(2o ao lucro, Bastiat con:erte em uma determina(2o do salariado em contraosi(2o Bs %ormas antigas do tra,alho e em um rogresso na remunera(2o do tra,alho em comara(2o com as rela(>es mais antigas. 5m lugar-comum que se aresenta na dada rela(2o, e que consola um olo contra o outro, retirado dessa rela(2o elo sr. Bastiat e con:ertido em %undamento histrico de sua g&nese. Ka rela(2o entre sal3rio e lucro, entre tra,alho assalariado e caital, di;em os economistas, a :antagem da %i'ide; corresonde ao sal3rio. D sr. Bastiat a%irma que a %i'ide;, i.e., um dos olos na rela(2o entre sal3rio e lucro, constitui o %undamento histrico da g&nese do salariado <ou a :antagem que corresonde ao sal3rio n2o em oosi(2o ao lucro, mas Bs %ormas anteriores de remunera(2o do tra,alho= e, ortanto, tam,m do lucro, logo, de toda a rela(2o. Cm suas m2os, or conseguinte, um lugar-comum so,re um asecto da rela(2o entre sal3rio e lucro con:erte-se no %undamento histrico da inteira rela(2o. +sso se d3 orque ele est3 continuamente atormentado ela re%le'2o so,re o socialismo, que, ent2o, sonhado em toda arte como a rimeira %orma da associa(2o. D que constitui um e'emlo da imortQncia que assumem, nas m2os de Bastiat, os lugares-comuns aologticos correntes que acomanham as an3lises econ.micas. Para retornar aos economistas. Cm que consiste essa %i'ide; do sal3rioR D sal3rio inaltera:elmente %i'oR +sso contradiria inteiramente a lei da demanda e o%erta, o %undamento da determina(2o do sal3rio. Kenhum economista nega as oscila(>es, a ele:a(2o e a queda do sal3rio. Du o sal3rio indeendente das crisesR Du das m3quinas, que tornam sur%luo o tra,alho assalariadoR Du das di:is>es do tra,alho, que o deslocamR A%irmar tudo isso seria heterodo'o, e n2o se a%irma. D que se quer di;er que, em mdia, o sal3rio reali;a um n!:el mdio aro'imado, i.e., o m!nimo do sal3rio ara toda a classe t2o detestado or Bastiat, e que tem lugar uma certa continuidade mdia do tra,alhoA or e'emlo, o sal3rio ode manter-se mesmo em casos em que o lucro diminui ou momentaneamente desaarece or comleto. Dra, o que signi%ica isso sen2o que, ressuosto o tra,alho assalariado como a %orma dominante do tra,alho e o %undamento da rodu(2o, a classe tra,alhadora :i:e do sal3rio, e que o tra,alhador indi:idual em mdia ossui a %i'ide; de tra,alhar or sal3rioR Cm outras ala:ras, tautologia. Dnde caital e tra,alho assalariado a rela(2o de rodu(2o dominante, h3 a continuidade mdia do tra,alho assalariado, logo, %i'ide; do sal3rio ara o tra,alhador. Dnde e'iste o tra,alho assalariado, e'iste a %i'ide;. C isso considerado or Bastiat o seu atri,uto que tudo comensa. Cm adi(2o, o %ato de que no estado social em que o caital est3 desen:ol:ido a rodu(2o social, no geral, mais regular, mais cont!nua, mais :ariada $ logo, tam,m a renda ara os que nela se ocuam mais O%i'aP $ do que ali onde o caital, ou se/a, a rodu(2o, n2o se desen:ol:eu a esse n!:el outra tautologia contida no rrio conceito de caital e de uma rodu(2o nele ,aseada. Cm outras ala:rasN quem nega que a e'ist&ncia uni:ersal do tra,alho assalariado ressu>e um desen:ol:imento mais ele:ado das %or(as roduti:as em rela(2o aos est3gios anteriores ao tra,alho assalariadoR C como ocorreria aos socialistas %ormular e'ig&ncias sueriores se n2o ressuusessem esse desen:ol:imento suerior das %or(as roduti:as sociais romo:ido elo tra,alho assalariadoR Ka :erdade, tal desen:ol:imento o ressuosto de suas e'ig&ncias. KotaN a rimeira %orma em que o sal3rio se aresenta de modo generali;ado o soldo militar, que aarece com o decl!nio dos e'rcitos nacionais e das mil!cias de cidad2os. Se in!cio, o soldo era ago aos rrios cidad2os. Eogo em seguida, %oram su,stitu!dos or mercen3rios, que n2o recisa:am ser cidad2os. 2= <U imoss!:el rosseguir com esse nonsense. Portanto, ns dei'amos de lado o sr. Bastiat.= 41Y6 +,idem, . GH8-X e G88. 4116Pierre-0oseh Proudhon, #yst\me des contradictions conomiques ou Philosohie de la mis\re <Paris, ?uillaumin, 18LI= 4ed. ,ras.N #istema das contradi(>es econ.micas ou Miloso%ia da misria, #2o Paulo, ]cone, 2YYG6. 4126 Mrdric Bastiat, Harmonies conomiques, cit., . GHX-82.