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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS

GERAIS
FUNDAÇÃO FAFILE DE CARANGOLA
FACULDADE VALE DO CARANGOLA

Everton Renato de Sousa


Layon Lacerda Bonjour
Levy Sérgio Rodrigues Herculano
Marcos Alves Maia
Miguel Lucas Lopes da Silva
Wagner de Souza Oliveira

TRABALHO DE DIREITO:
NOTA PROMISSÓRIA

Carangola
2009
Nota Promissória
Noções Gerais
A nota promissória tem sua origem ligada à cautio da idade média,
documento lavrado pelo banqueiro, por meio do qual se obrigava a pagar uma
determinada quantia ao mercador, só que em outra praça. Veja-se que, assim
como a letra de câmbio, a nota promissória também tem seu surgimento com a
operação de câmbio, entretanto, em vez de ser sacada para que um terceiro
venha a efetuar o pagamento pecuniário nela consignada, È por esta razão que
tano a letra de câmbio quanto a nota promissória são até os dias de hoje
denominadas de cambial. O código comercial francês de 1807 tratou de
disciplinar a nota promissória, a ela dando o nome de billet à ordre, legislação
esta que acabou por influenciar outros países a adotar essa espédie de título
de crédito. No entanto, por conta da possibilidade de a nota promissória vir a
encobrir o empréstimo a juros, francamente combatido naquela época, esse
título somente teve maior desenvolvimento na modernidade, tratando-se hoje
de título abertamente utilizado, inclusive, em maior escala que a própria letra
de câmbio. Na Lei Uniforme, a nota promissória ganha regramento próprio nos
arts. 75 a 78, remetendo-se à disciplina da letra de câmbio vário dos institutos a
ela aplicáveis, tais como o vencimento, pagamento, ação executiva etc.

Tratam-se a nota promissória de uma promessa pura e simples de


pagamento pela qual seu emitente obriga-se a pagar ao seu beneficiário ou à
sua ordem determinada quantia em dinheiro.

Requisitos essenciais

A nota promissória, como um título formal, deverá conter determinadas


características para que seja considerada como tal. Faltando qualquer um
deles o documento deixa de ter valor cambial e passa a ser tão somente um
documento civil representativo de dívida pecuniária. O art. 75 da Lei Uniforme
estabelece quais são os requisitos essenciais da nota promissória. São eles:

a) A denominação “nota promissória” inserta do próprio texto do título,


expressa na mesma língua empregada para a redação do restante do
título, com o intuito de individualizar o título. Diferenciando-se dos
demais.
b) A promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada.
Tal promessa deverá ser incondicional e figurar no texto do título. O
valor poderá figurar por extenso ou em algarismos, sendo que, se
houver divergência entre o valor por extenso e aquele grafado em
algarismos, prevalece o valor por extenso, e se na mesma nota houver a
indicação do valor a ser pago mais de uma vez, quer por extenso, quer
em algarismos e houver divergências entre as diversas indicações,
prevalecerá a que se achar feita pela quantia inferior.
c) O nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga,
diante do que não se admite anota promissória ao portador. Nada
impede, e aliás é bastante comum, que a nota circule será à oposição
do nome do credor deverá ser preenchido quando da apresentação da
nota para pagamento ou execução.
d) A indicação da data em que é passada, devendo constar o dia, o mês e
o ano.
A assinatura do emitente, que deverá constar no anverso do título, devendo
ser de próprio punho do emitente ou de procurador seu com poderes
específicos para tanto.
Outros requisitos da nota promissória, constantes do art. 75 da Lei
Uniforme, são a indicação de vencimento da nota e a indicação do lugar em
que se deve efetuar o pagamento. Não se tratam, outrossim, de requisitos
indispensáveis, pois na falta de indicação do vencimento a nota será
considerada à vista e, se não constar no título o local do pagamento,
considerar-se-á pagável no local de sua emissão.

Vencimento

Dissemos que a nota promissória que não contenha data para o


pagamento considera-se pagável à vista, nos termos do disposto no art. 34 da
Lei Uniforme, que nesse aspecto Aplica-se também às notas promissórias.

Por outro lado, como se trata de título que se perfaz completamente


desde sua emissão, não necessitando de aceite como ocorre com a letra
câmbio, isso porque o sacador coincide com o devedor principal da nota. A
nota promissória, assim, nasce aceita. Diante desse fato poderíamos supor que
a ela não se aplica a modalidade de vencimento a certo termo da vista, na
medida em que nessa modalidade de vencimento a data para o pagamento é
estabelecida a partir do momento do aceite da cambial ou do protesto por falta
dele. O art. 78 da Lei Uniforme, entretanto, dispõe que as notas promissórias
pagáveis a certo termo da vista devem ser apresentadas ao visto dos
subscritores da nota promissória no prazo de um ano de sua emissão. Assim,
como se vê, existe a possibilidade da emissão de nota promissória em que
conste que seu vencimento, por exemplo, se dê em 45 dias da vista: dessa
forma, a partir do momento em que o emitente do título dá seu visto na nota,
inicia-se a contagem desse prazo para seu pagamento. Nessa hipótese, acaso
haja recusa no aceite ou visto, tal prazo se inicia com o protesto por falta de
aceite.

O vencimento da nota promissória pode ser também a dia certo,


ocorrendo da data determinada no próprio título.

Nota promissória vinculada a contrato

É bastante como que em determinados contratos, especialmente


contrato de mútuo, além da assinatura do contrato em si, as partes
convencionem a emissão de uma nota promissória vinculada a ele, fazendo
com que, não paga a dívida, possa o credor executa ou o contrato ou então a
nota promissória que a ele se prende. Nessa situação, a pergunta que se faz é
a seguinte: pode o devedor opor resistência à execução com base na relação
causal consubstanciada pelo contrato ao qual a nota promissória está
vinculada?

Para a solução dessa questão devemos nos lembrar do princípio da


autonomia e dos seus subprincípios da abstração e da inoponibilidade das
exceções ao terceiro de boa-fé. Por tais princípios aquele que adquire o título
de crédito de boa-fé passa a ser titular autônomo do direito creditício nele
mencionado, diante do que, o título desvincula-se por completo do negócio
jurídico que lhe deu origem, o que resulta na impossibilidade de o devedor vir
alegar, para o não-pagamento do título, exceções fundadas na relação causal.

Para que a nota promissória esteja efetivamente vinculada a um contrato


deverá consta no próprio título a indicação desse fato. Isso se faz normalmente
no texto da nota promissória ou então no seu verso, mediante a oposição de
expressões como “este título está vinculado ao contrato...”, ou “nota
promissória emitida em função do contrato...”. Existindo essa indicação
inequívoca de que tal título prende-se a um determinado negócio jurídico,
qualquer pessoa que venha a receber o título não será considerado um terceiro
de boa-fé, na medida em que teve condições de verificar que a nota
promissória recebida está vinculada a um determinado contrato e, portanto, o
devedor terá condições de levantar objeção para o não-pagamento fundada no
negócio jurídico que originou o título.

Por outro lado, acaso no título não exista qualquer indicação de que ele está
vinculado a um determinado negócio jurídico, como não há possibilidade de
terceiros virem a ter essa informação senão por meio do próprio título, com sua
circulação deixa de ser possível que o devedor venha a apresenta exceção
para o não-pagamento consubstanciada no descumprimento da obrigação
assumida no contrato.

NOTA PROMISSÓRIA

CONCEITO – PROMESSA PURA E SIMPLES DE PAGAMENTO PELA QUAL


O EMITENTE OBRIGA-SE A PAGAR AO SEU BENEFICIÁRIO OU À SUA
ORDEM DETERMINADA QUANTIA EM DINHEIRO.

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