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Lembrou aos poucos dos detalhes da noite. Do beijo, dos cheiros, dos
toques. Se sentou novamente no sofá e dessa vez teve vontade de chorar.
Deixou uma lágrima solitária escorrer por seu rosto. Não sabia o que fazer,
o que pensar e muito menos o que sentir. Tinha agido por impulso, estava
bebado. Mas tinha gostado, queria mais.
Dentro do carro não colocou o ipod. O silencio estava mais atraente naquela
manha ensolarada. O verão carioca estava fazendo os corpos suarem mais
rapidos e os pensamentos correrem mais lentos.
Entrou no escritório, sabia que a primeira mesa era a de Dani, não poderia
nem passar despercebido. Fechou a porta, raspirou fundo mais uma vez e
continuou andando em uma velocidade que parecia eterna. Sabia que a
primeira pessoa que iria ver assim que virasse no canto da parede era o
Dani e Marcos não sabia o que sentir quanto a isso. Queria muito
reencontrá-lo. Mas não sabia o que dizer, o que falar, como sorrir, ou não
sorrir. Estava nervoso e suando.
Marcos seguiu calado até sua mesa, fechou a porta. Deixou a chave a
carteira em cima da mesa e sentou em sua cadeira, ainda no automático
ligou o computador, rodou a cadeira e olhou a praia pela janela. Ao mesmo
tempo que passou uma sensacao de alívio por dentro dele estava com
medo de não ver mais o Dani. Estava com medo de o ter assustado. Foi uma
terça feira diferente e estranha.