acustica.

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CAPA

Barulho domado
Construtoras ainda relutam a fazer projeto acústico, apesar de usuários
sinalizarem o desconforto com o desempenho de apartamentos e escritórios.
Veja os materiais e as técnicas que podem isolar, absorver ou refletir os ruídos

eclamações de usuários por

R

Fotos: Marcelo Scandaroli

causa de ruídos em edificações
geralmente têm fundamento. Quase
sempre a origem do barulho é o pró-
prio prédio. A afirmação é dos con-
sultores em acústica ouvidos por
Téchne e vale para ruídos oriundos de
tubulações e equipamentos. "As pato-
logias no âmbito da acústica são per-
niciosas porque o usuário não coloca
a culpa no edifício, mas sim no vizi-
nho", analisa o arquiteto e especialista
em conforto ambiental Walter Gal-
vão. Assim, é de responsabilidade da
construtora prever e providenciar so-
luções para situações de descontrole
acústico, tarefa a ser executada por ar-
quitetos, consultores e projetistas.
A constatação, alcançada após
compilação das opiniões de usuários,
deveria provocar uma realimentação
do processo construtivo. Esse efeito
vem sendo observado, ainda que ti-
midamente, em alguns apartamentos
luxuosos. Moradores de habitações
populares também sofrem com o ba-
rulho excessivo. São os empreendi-
mentos de padrão elevado que mos-
tram um desempenho mais satisfató-
rio. "O usuário não agüenta a falta de
privacidade, quando fez um investi-
mento alto", explica o consultor José
Augusto Nepomuceno.
Não há uma diferenciação signifi-
cativa entre as exigências acústicas de
edifícios residenciais e comerciais.

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Para Nepomuceno, as diferenças se
concentram na necessidade de dimi-
nuir o ruído de fundo em residências,
principalmente em dormitórios, e os
decorrentes de impactos.
Para atacar a fonte é importante
entender mecanismos e característi-
cas dos ruídos. Podem ser aéreos ou
de impacto – internos ou externos.
São aéreos quando a transmissão não
depende de contato com a estrutura e
de impacto quando o canal transmis-
sor é a laje, as paredes ou os pilares.
Os elementos empregados para
reduzir a transmissão sonora podem
ser isolantes ou absorventes. Os pri-
meiros apenas evitam que o ruído ge-
rado num ambiente passe para outro,
podendo refletir nos revestimentos e
causar reverberação. Os absorventes
reduzem a transmissão entre am-
bientes e a reflexão.
Essas características não permi-
tem classificar as soluções entre me-
lhor ou pior. Uma residência não
pode ter todo o som interno absorvi-
do e estar vedada contra o externo,
por motivos psicológicos. O silêncio
exagerado causa a sensação de ausên-
cia de atividade humana nos arredo-
res e, conseqüentemente, solidão e
depressão nas pessoas.
Os ruídos externos são, geral-
mente, aéreos e ocasionados fora dos
limites da estrutura. Os internos de-
correm de atividades dos usuários ou
dos equipamentos localizados no
edifício. Em todo caso, o desconforto
que causam depende do volume em
decibéis, da quantidade de ocorrên-
cias ao longo do tempo e da freqüên-
cia de onda. De modo geral, freqüên-
cias mais baixas – campainhas, por
exemplo – causam irritação. O con-
trário vale para freqüências baixas,
Por onde começar
A atenção do construtor deve, num
primeiro momento, voltar-se para
o tipo e o nível de ruídos existentes
no local do empreendimento.
Confrontada com as exigências
do edifício, a análise resultará na
proporção da solução ou nos índices
de redução que os materiais devem
alcançar. Isso seria definido,
portanto, pelo desempenho.
O arquiteto Walter Galvão explica
que a implantação, bem como
o direcionamento das aberturas
e a disposição dos ambientes, são
pontos vitais para o desempenho
acústico da edificação. "Grande parte
dos problemas surgem na fase de
escolha do terreno, quando devem ser
observadas as principais fontes
de ruído próximas", completa.
O layout do edifício – a disposição dos
ambientes internos – pode aumentar
ou diminuir a quantidade de elementos
como automóveis e aparelhos de ar-
condicionado. No entanto, dependen-
do do volume, e se ocorrem poucas
vezes por dia, podem não exigir ne-
nhum tratamento específico.
Barulho localizado
Exceto em casos específicos, o
problema mais fácil de solucionar é o
do ruído aéreo externo. Fechamento
e vedação eficientes costumam ate-
nuar o som vindo da rua. Em casos
mais complexos é possível lançar
mão de esquadrias acústicas ou alve-
naria preenchida com absorventes
sonoros. Fontes externas de ruído in-
tenso, como casas de show ou equi-
acusticamente eficientes existentes
no prédio. Se o ar-condicionado
estiver ao lado das salas de reunião
de um escritório, por exemplo, um
sistema de isolamento deverá ser
providenciado. Caso seja possível
localizar o equipamento num local
com maior tolerância ao barulho, esse
custo será eliminado ou minimizado.
pamentos de prédios vizinhos, en-
quadram-se na Resolução no 1 do
Conama (Conselho Nacional do
Meio Ambiente), que responsabiliza
o gerador pela solução.
Internamente, os problemas são
diferentes. Além do ruído aéreo entre
ambientes, exigem cuidados os ruí-
dos de impacto e o tempo de reverbe-
ração. O primeiro, em edificações co-
merciais e residenciais, compromete
a privacidade, o repouso e a concen-
tração, exigindo divisórias e envoltó-
rias isolantes. A reverberação, tanto
em razão do tempo como da freqüên-
cia, é mais difícil de resolver em espa-
ços amplos, já que depende, em gran-
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CAPA

PROBLEMAS MAIS FREQÜENTES

Componente Problema Residencial Comercial

Lajes Transmissão de ruído aéreo
e de impacto. A redução de som
aéreo varia com a espessura,
mas o de impacto depende
mais do amortecimento
Revestimento Carpete, madeira, granito têm
de piso amortecimentos diferentes.
Podem influenciar na transmissão
de som de impacto, mas pouco
na transmissão aérea
Janelas Transmissão de ruído de tráfego.
A espessura e tipo dos vidros
devem ser escolhidos em função
do ruído externo e do ambiente
Portas Transmissão de ruído
de áreas externas. Casas de
máquinas demandam
portas acústicas
Forro mineral Alta capacidade de
absorção acústica
Forro de gesso Não deve ser usado em escritórios
panorâmicos ou fechados. Nem
em áreas com conversação. Tem
baixo índice de absorção acústica
Elevadores Transmissão de ruído
estrutural e aéreo
Instalações de Geração de ruído incômodo
ar-condicionado
Instalações Geração de ruído incômodo
elétricas
e hidráulicas
Fonte: José Augusto Nepomuceno
Nas residências, é fonte
de incomodo. Solução: piso
flutuante, carpete,
forro suspenso
O uso de carpete pode diminuir
significativamente a transmissão
de ruído de impacto
Prejuízo ao sono, relaxamento,
concentração e comunicação.
Solução: vidros duplos ou
vidros laminados
Portas mais espessas e vedadas
para quartos, home theater
Raramente utilizado
em residências
Pode ser utilizado como
acabamento. Se suspenso em
hangers de neoprene torna-se uma
boa solução para ruídos de impacto
Fonte de incomodo. Soluções:
máquinas de elevadores e quadros
em isoladores de vibração,
tratamento acústico parcial
de casas de máquinas e poço
Fonte de incomodo. Solução:
instalação com cuidados de
controle de ruído e vibrações
Fonte de incomodo. Solução:
instalação com cuidados de
controle de ruído e vibrações.
Atualmente as instalações
hidráulicas são significativamente
mais silenciosas
Raramente é problema
em escritórios salvo
na transmissão de ruídos
de máquinas
Nos escritórios, o problema
de ruído de impacto é menor.
O uso de carpete pode
diminuir a energia acústica
reverberante
Prejuízo à concentração
e em alguns casos à
comunicação. Solução: vidros
duplos ou vidros laminados
Portas mais espessas e
pesadas são recomendadas
para todas as áreas que
requerem privacidade
Essencial na diminuição de
energia sonora reverberante
e na melhoria da privacidade
de escritórios panorâmicos
ou fechados
Não costuma ser utilizado
para essa finalidade
Tem as mesmas implicações
do residencial
Importante fonte de incomodo
porque são sistemas grandes,
centrais, com máquinas
pesadas. Demanda estudo
especifico para a instalação
de sistemas de controle
de ruído e vibrações
Fonte pouco freqüente de
incômodo. Solução:
dimensionamento correto
das redes e prumadas entre
outros. Instalação de controle
de ruído e vibrações

de parte, da qualidade de forros e re-
vestimentos.
As queixas por ruídos decorren-
tes de impactos contra a estrutura
são menos comuns em prédios co-
merciais. Em empreendimentos resi-
denciais, foram classificados com
unanimidade pelos consultores
como a maior fonte de reclamações.
"A queixa mais recorrente é do mora-
dor por causa do barulho do vizinho
de cima", conta o engenheiro Schaia
Akkerman, consultor de acústica.
O fato é confirmado pelo também
consultor Fernando Henrique Aidar.
"Em residências, a ordem decrescente
de queixas é impacto entre pisos, ruí-
dos das instalações hidrossanitárias,

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Fotos: Marcelo Scandaroli
Absorventes sonoros, forros de lã mineral (acima) e molas helicoidais (abaixo) têm
funções diferentes. O primeiro atua principalmente no ruído aéreo e o outro evita que
a vibração das máquinas atinja a estrutura. O recobrimento dos pendurais minimiza a
transmissão dos ruídos de impacto
música de vizinhos, ruído urbano e
de casas de máquinas", enumera.
O aumento da espessura das lajes
reduz o problema, mas um resultado
significativo só pode ser obtido com
espessuras muito acima dos padrões
atuais. Já o uso de forros é controver-
so entre os consultores. Nessa situa-
ção atuam como isolantes, mas não
impedem que a energia do impacto
seja conduzida pelos pilares. "En-
quanto a laje for incorporada às
vigas, o forro falso não isolará o som
de impacto, mesmo que não esteja
suspenso na laje", conclui Aidar. A
solução mais adequada é a adoção de
elementos amortecedores, como
lajes flutuantes ou carpetes.
As alternativas para as instalações
hidráulicas têm aumentado. Os pró-
prios fabricantes investem em siste-
mas menos ruidosos e os projetistas
dispõem de artifícios para criar geo-
metrias favoráveis. Outro recurso é
dotar a edificação de shafts, que con-
finam os ruídos num único local.
Para isso, as paredes desses dutos são
revestidas com isolantes e absorven-
tes. O mesmo acontece com os pró-
prios tubos, que são envolvidos com
lã de rocha ou vidro, uma camada de
ligação e, em seguida, gesso.
No caso das instalações de ar-
condicionado, para dispensar o uso
de elementos adicionais, o mais sen-
sato é, no projeto de arquitetura,
Comuns em edifícios comerciais e
residenciais, os geradores elétricos
exigem isolamento total e demandam
projeto específico de acústica que
considere transmissão sonora aérea
e via estrutura
locar o equipamento distante das
áreas de repouso. O processo para as
tubulações só difere pela troca da lã
mineral por neoprene, que pode rece-
ber umidade. Instalações elétricas,
por si só, não geram ruído. Mas se ali-
nhadas numa mesma parede, podem
ser o gargalo de um sistema acústico.
Nas situações descritas acima, o
responsável pela acústica trabalha em
conjunto com projetistas elétricos,
hidráulicos, de ar-condicionado e ar-
quitetos. "A interação entre os diver-
sos projetos ocasiona brechas para o
surgimento de problemas acústicos",
afirma Nepomuceno.
Maus exemplos são a passagem de
dutos por divisórias de dutos de ar-
condicionado sobre áreas acustica-
mente sensíveis e a falta de compati-
bilidade entre os requisitos estrutu-
rais e acústicos das lajes. O arquiteto
Walter Galvão conta que "se as fontes
não forem identificadas, os proble-
mas podem surgir já no anteprojeto
de arquitetura".
A acústica é uma solução de pro-
jeto, pois a recuperação posterior é
sempre muito difícil e, dependendo
da magnitude do problema, pode ser
inviável por motivos técnicos ou eco-
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CAPA
Silêncio aplicado
O edifício Casa de Avis, da construtora
Adolpho Lindenberg, é exemplo
da preocupação com o conforto
dos usuários. Com oito apartamentos,
sendo um por andar, de 270 m2 cada,
o edifício, localizado no bairro do Itaim,
na zona Sul de São Paulo, tem o projeto
de acústica assinado pelo engenheiro
Schaia Akkerman.
De acordo com o gerente de planejamentos
da Lindenberg, Tomás Mesquita Freire,
o projeto somado à aquisição e execução
dos elementos de acústica representam
de 1 a 1,5% do custo total da obra.
O gerador de 150 KVA de potência
existente no subsolo exigiu que paredes
e teto da casa de máquinas fossem
revestidos com placas de lã de rocha
com 5 cm de espessura recoberta com
plástico para evitar impregnação de
poeira. A porta, além da proteção contra
fogo, foi isolada com lã mineral e teve
os batentes contornados com borracha,
para impedir o vazamento de ruído.
Para evitar transmitir vibração pela
estrutura, o equipamento apóia-se em
base anti-vibratória constituída de molas
helicoidais fixadas em contrapiso de 6 cm
de espessura. O escapamento, que tem
silenciador, foi revestido com alumínio
e lã de rocha. A entrada e a saída de ar
ganharam lamelas acústicas. Elementos
verticais e paralelos, dispostos a partir
da freqüência do equipamento, têm, em
sua extensão, material absorvente.
O som passa pelos canais entre as
lamelas, mas não escapa para o exterior.
A sala de ginástica, utilizada tanto para
a prática de exercícios geradores de
barulho quanto para meditação, recebeu
forro acústico com lã de vidro e caixilho
com vidro laminado de 8 mm preenchido
com lã de rocha. O piso é de taco de
nômicos. Têm mais chance de serem
resolvidos problemas de ruídos pro-
vocados por elevadores ou pelo tráfe-
go urbano. No primeiro caso, apesar
de trabalhoso, é possível calçar as má-
quinas com molas ou neoprene. A
troca das janelas é a solução mais
comum para o segundo.
40
madeira maciça com 2 cm de espessura,
que reduz a reflexão das ondas sonoras.
Para otimizar a solução acústica,
o engenheiro Tomás Freire ressalta
a importância da interação entre
o consultor em acústica e o arquiteto,
que buscaram equilíbrio entre técnica
e estética para alcançar a solução
alcançada no forro.
Outro ponto atacado no projeto foram
os pisos e janelas. Segundo Freire, são
as preocupações mais comuns desse tipo
de empreendimento. "São elementos
que isolam fontes de ruído sobre as
quais não se tem controle", explica
referindo-se à impossibilidade de
diminuir a emissão de ruídos externos,
provenientes de vizinhos e ruas.
As lajes dos apartamentos são flutuantes
e foram executadas em cinco etapas. Na
primeira foi limpa e regularizada. Na
seqüência ganhou 1,5 cm de lã de rocha
com densidade de 144 kg/m3, em
seguida recoberta com uma lona plástica.
As duas últimas fases foram de
acabamento, que exigiu uma tela
metálica e o lançamento da chamada
argamassa fraca. A armação é necessária
pelo fato de, nessa situação, a laje se
Interação ruidosa
O segundo problema que mais
afeta a privacidade entre vizinhos,
em residências, é o ruído aéreo entre
dois apartamentos contíguos no
mesmo andar. Em edifícios comer-
ciais, caracteriza-se como problema
quando coloca em risco informações
movimentar, podendo fissurar.
Apesar do tratamento estar presente
apenas nos trechos referentes às áreas
íntimas, toda a espessura foi aumentada
para evitar degraus no apartamento.
O pé-direito ganhou em altura ou, como
explica Freire, seria impossível encaixar
as portas com 2,10 m.
Todas as áreas íntimas têm caixilhos
acústicos e, no caso dos quartos,
persianas. A lã de rocha das esquadrias
é complementada pelo vidro laminado
de 7 mm, sendo uma lâmina de 3 mm
e outra de 4 mm, intercaladas pelo PVB
(Polivinyl Butiral).As janelas, assim como
as portas, têm borrachas de vedação
e exigem uma leve pressão para fechar,
evitando que o som passe pelas folgas
entre os elementos.
Nos banheiros, forro de drywall com
duas chapas de 12,5 mm ajuda a reduzir
o ruído das tubulações, envolvidas com
1,5 cm de lã de rocha e 1,5 a 2 cm
de gesso. Estas descem pelos shafts
que, por sua vez, contam com alvenaria
preenchida com argamassa fraca.
Molas chumbadas sob os motores
das banheiras completam as soluções
do edifício.
sigilosas trocadas em salas de reu-
niões ou prejudica a concentração.
Por vezes a solução encontra-se
numa execução supervisionada, con-
forme afirma a arquiteta Sheila Walbe
Ornstein, professora titular do Depar-
tamento de Tecnologia da Arquitetu-
ra, da FAU–USP. "O consultor não é só
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nada semelhante para portas no Bra-

Fotos: Marcelo Scandaroli

sil. O que acontece na prática é o uso

Mesmo com a evidente evolução, as instalações hidráulicas ainda exigem, por parte
de construtoras mais zelosas, revestimento das tubulações com camadas de lã
mineral e gesso
autor do projeto, tem que acompa-
nhar a obra também", enfatiza.
Se para ruídos de impacto o au-
mento da espessura não é eficiente, o
contrário vale para esses casos. Ak-
kerman salienta que o desempenho
acústico para ruídos aéreos é defini-
do pela relação peso/m2, solucionan-
do-se com o aumento da densidade.
Isso se dá com a majoração da espes-
sura ou com a aplicação de materiais
fonoabsorventes. É o que viabiliza,
por exemplo, a adoção de drywall.
CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS
Caso não acompanhe uma cuida-
dosa escolha e execução das juntas e
encontros da alvenaria, bem como
do posicionamento adequado das
instalações elétricas, o barulho conti-
nuará com trânsito livre entre os am-
bientes. "Onde tem ar há som", resu-
me Galvão.
A solução global passa pela esco-
lha correta de janelas e portas. A NBR
10821/00 regulamenta o CTSA (Coe-
ficiente de Transmissão Sonora
Aérea) para janelas, mas não existe
de portas e esquadrias preenchidas
internamente com lã mineral e vidros
laminados de espessura maior (veja
boxe). Contornar os batentes das por-
tas com borracha e promover uma
certa pressão no fecho das janelas au-
menta o isolamento.
Dependendo da capacidade de
absorção das superfícies de um am-
biente a reverberação pode se dar
num nível acima do tolerado. Quan-
do ocorre muita reflexão, as ondas so-
noras permanecem circulando no
ambiente após a emissão. Assim, o
entendimento das palavras é com-
prometido e as pessoas tendem a au-
mentar o volume da voz para sobre-
porem-se ao ruído reverberante.
Outro importante item a ser ob-
servado no projeto acústico é o iso-
lamento de casas de elevadores e ge-
radores. As soluções são específicas
para cada caso. Normalmente são
instalados sobre molas helicoidais
ou mantas absorventes a fim de eli-
minar a transmissão de vibração. O
ruído aéreo requer um investimento
maior. As paredes do recinto devem
ser recobertas de material absorven-
te e são exigidas portas corta-fogo
acústicas.
Bruno Loturco

Função Exemplos
Isolantes Tijolo cerâmico maciço, concreto, drywall,
pedras lisas, vidro com espessura mínima LEIA MAIS
de 6 mm e lambris de madeira
Ruídos em tubulações podem ter
Absorventes Lã de vidro, mantas de poliuretano,
várias causas. Revista Téchne no 72
carpetes grossos e cortinas de tecido
(março 2003)
Refletores Azulejos, cerâmicas e pedras lisas
Fonte: Walter Galvão
O incômodo ruído das tubulações
hidráulicas. Artigo de Fernando
Henrique Aidar. Revista Téchne no 35

Handbook of Noise Control. Cyril

M. Harris. Editora McGraw Hill

Avaliação Pós-Ocupação, Métodos

e Técnicas Aplicados à Habitação
Social. Marcelo de Andrade Roméro
e Sheila Walbe Ornstein coordenadores/
Pontos problemáticos do projeto de acústica, portas e esquadrias ganham em editores (disponível em
desempenho quando têm o interior preenchido por materiais fonoabsorventes de alta http://habitare.infohab.org.br/projeto
densidade e a pressão de fechamento aumentada pelo uso de borrachas de vedação s/publicacoes.asp)

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