Você está na página 1de 16

CASIMIRO AMADO

EDUCAÇÃO
COMPARADA

Guião para apoio ao estudo individual


( para uso exclusivo dos alunos da disciplina)
Universidade de Évora
versão 2010
1

APRESENTAÇÃO

No ano lectivo de 2007-2008, quando leccionámos pela primeira vez a disciplina de


Educação Comparada vimo-nos obrigados a constituir um conjunto consistente de textos de
referência fundamentais para a iniciação aos grandes problemas desta Ciência da Educação.
Uma vez seleccionados, foram digitalizados e distribuídos aos alunos electronicamente. Aliás,
desde esse primeiro momento de trabalho nesta área se tornou claro que em Educação
Comparada não pode hoje fazer-se nada de muito válido se não tirarmos partido das novas
possibilidades que a Internet nos dá para acesso e intercâmbio de informação. Cada vez mais a
informação essencial está e estará disponível online. E devemos também nós contribuir para essa
fogueira partilhando o fruto do nosso trabalho e da nossa investigação.
As grandes dificuldades sentidas pelos alunos nesse ano (e que não pudemos
contornar nessa primeira edição do curso de Educação Comparada) ficaram-se certamente a
dever também ao facto de lhes ser proposto e exigido um tipo de trabalho autónomo de recolha e
tratamento de informação para o qual a sua preparação anterior não os habilitara. Com
efeito, para um aluno recém-chegado ao Ensino Superior não é nunca fácil a transição de um
modelo de estudo assente em manuais para uma construção do conhecimento com base na
iniciativa individual e na capacidade de selecção pessoal de documentação relevante para as
aprendizagens a realizar.
Assim, na segunda edição do curso, em 2009, decidimos elaborar um “Guião para apoio
ao estudo individual”. Tememos muito na altura e continuamos a temer que ele possa ser tomado
como uma espécie de “voz do dono” e tenha como destino ser pasto de uma deglutição acrítica.
Na verdade, trata-se apenas um exercício, ainda muito incipiente, de organização e sistematização
da grande quantidade de informação com que temos de lidar na Educação Comparada. Que possa
servir para apoio ao trabalho pessoal, que permita, com rapidez e eficácia, esclarecer este ou
aquele aspecto, que dê uma noção geral dos temas abordados na leccionação da disciplina, esses
são os nossos únicos objectivos.
Na versão presente, a de 2010, aqui e ali fazemos alguns acrescentos e alterações. Por
outro lado, a ordem das partes foi modificada em função de uma lógica que agora nos parece
mais adequada.
Apesar do cuidado posto na revisão do texto, ele comporta ainda, certamente, algumas
gralhas e até mesmo erros materiais cuja detecção agradecemos nos seja comunicada. O mesmo
se aplica aos links que possam aparecer “quebrados” em virtude da constante mudança no
ciberespaço. Quanto à qualidade literária do texto, lamentamos que não seja ainda tão simples e
claro quanto convém a qualquer texto e principalmente aos que têm uma finalidade didáctica.

Évora, Março de 2010

Casimiro Amado

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010
(documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)
2

1. EDUCAÇÃO COMPARADA: UMA CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO

Objectivos:

− Conhecer a origem etimológica do termo “Pedagogia”.


− Explicar em que circunstâncias surgiu a noção de “Ciências da Educação”.
− Compreender as razões dos que consideram “Pedagogia” e “Ciências da Educação”
como sinónimas.
− Compreender as razões dos que não consideram “Pedagogia” e “Ciências da
Educação” como sinónimas e defendem a superioridade de cada uma das noções.
− Definir o que são as “Ciências da Educação” e quais são.
− Explicar em que consiste o risco de as mesmas se tornarem “saberes em mosaico” e
indicar como ele pode ser superado.
− Explicar em que medida a educação é uma arte e simultaneamente uma técnica.
− Explicar como a formação em Pedagogia/Ciências da Educação pode contribuir
para a formação dos educadores profissionais e dos especialistas/generalistas em
Educação.
− Compreender que lugar tem a Educação Comparada no seio das Ciências da
Educação.

1.1. Estatuto epistemológico dos saberes acerca da educação

Objectivos:

− Conhecer a origem etimológica do termo “Pedagogia”.


− Explicar em que circunstâncias surgiu a noção de “Ciências da Educação”.
− Compreender as razões dos que consideram “Pedagogia” e “Ciências da Educação”
como sinónimas.
− Compreender as razões dos que não consideram “Pedagogia” e “Ciências da
Educação” como sinónimas e defendem a superioridade de cada uma das noções.
− Definir o que são as “Ciências da Educação” e quais são.
− Explicar em que consiste o risco de as mesmas se tornarem “saberes em mosaico” e
indicar como ele pode ser superado.
− Explicar em que medida a educação é uma arte e simultaneamente uma técnica.
− Explicar como a formação em Pedagogia/Ciências da Educação pode contribuir
para a formação dos educadores profissionais e dos especialistas/generalistas em
Educação.

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010
(documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)
3

BREVE ANTOLOGIA

"A pedagogia é a teoria prática da educação". (Durkheim)

"A educação é a matéria da pedagogia". (Durkheim)

"A pedagogia é a ciência e a arte da educação". (Émile Planchard)

"Perante as ambiguidades do termo Pedagogia, (...) certos pensadores de


ontem e de hoje mostraram a sua preferência por uma noção que é simultaneamente
mais extensa e menos ambiciosa: a de Ciências da Educação. (...) Empreendimento de
equipas de especialistas que se encontram na encruzilhada das diversas ciências
humanas, as Ciências da Educação realizam incontestavelmente uma promoção da
pedagogia, assegurando-lhe condições de objectividade e de rigor científico. Mas,
devido à diversidade dos seus objectos e à complexidade das técnicas que utilizam, as
Ciências da Educação estão ameaçadas de constituir «saberes em mosaico»,
artificialmente justapostos e cujos resultados só podem ser efectivamente totalizados
através de uma filosofia da educação". (Paul Juif e Fernand Dovero)

"As ciências da educação são constituídas pelo conjunto das disciplinas que
estudam as condições de existência, de funcionamento e de evolução das situações e
dos factos de educação". (Gaston Mialaret)

“Antigamente havia uma ciência educacional única: era a Pedagogia, na qual


se englobavam todos os conhecimentos relativos à "arte de educar". A partir do século
XX; porém, os conhecimentos sobre o educando e a sua educação se alargaram e
aprofundaram de tal maneira que hoje não há mais uma ciência da educação e sim
numerosas. A Pedagogia, assim, o conjunto das ciências pedagógicas.”. (Amaral
Fontoura)1

Efectivamente, como escreve Amaral Fontoura, a antiga Pedagogia cedeu o lugar às mais
modernas Ciências da Educação. Um saber que era uno e não especializado, de base mais
filosófica e intuitiva deu lugar a uma pluralidade de saberes ou ciências cujo método se ancora

1
Autores há para que insistem em manter em conjunto as designações de Pedagogia e de Ciências da Educação com
a agravante de a primeira abandonar o seu estatuto globalizante que historicamente teve e que, na prática continua a
ter – tal como se reflecte no uso corrente do adjectivo “pedagógico” aplicado ao largo espectro das questões que de
alguma forma versam ou têm uma dimensão educativa – e passar a ser uma das disciplinas que integram o novo
conjunto das Ciências da Educação. Ou seja, mantém como designação de uma das partes do todo aquilo que outrora
- e ainda continua a fazê-lo – designou o todo. Essa é a posição, por exemplo, de Quintana Cabanas: "A Pedagogia é
uma ciência da educação, juntamente com as outras ciências da educação, embora distinguindo-se delas por causa do
seu carácter científico e, por conseguinte, formando um grupo à parte. As ciências da educação incluem a Pedagogia:
mas a Pedagogia não inclui as "Ciências da Educação". (...) tenhamos em conta que a pedagogia deve fundamentar-
se nas "Ciências da educação" (...)".

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010
(documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)
4

nas diversas ciências humanas e sociais. Na verdade, uma vez estas (sociologia, psicologia, etc)
desenvolvidas e autonomizadas a partir do século XIX, chegámos a meados do século XX com
ramos (psicologia da educação, sociologia da educação, etc) de cada uma delas aplicados ao
estudo do fenómeno educativo. O velho pedagogo deu lugar aos especialistas sem que, entretanto,
tenhamos deixado de sentir a necessidade de uma perspectiva holística e unificadora
relativamente a esse fenómeno e às suas formas.
Em meados do século XX, quando a Ciência e a Técnica prometiam e cumpriam realizar o
velho sonho de domínio humano da Natureza e do próprio mundo humano, a palavra “pedagogia”
aparecia com um ar demasiado retro e demodé. Em seu lugar foi colocada a designação bem
parecida de “Ciências da Educação”. Não foi difícil justificar a substituição. Por causa da
“complexidade das situações e dos fenómenos que pertencem ao domínio da educação” é que,
argumentava então Gaston Mialaret, há a “necessidade de fazer apelo a um grande número de
disciplinas científicas, para tentar discernir os factores que entram em jogo, e as relações ou as
leis que regem o conjunto do sistema.”

Este autor classificou as ciências da educação em três categorias:


— as que estudam as condições gerais e locais da educação;
— as que estudam a situação de educação e os próprios factos de educação;
— as da reflexão e da evolução.

Essa classificação reflectiu-a Gaston Mialaret no quadro seguinte:2

Quadro enumerativo das ciências da educação


1. Ciências que estudam 2. Ciências que estudam a 3. Ciências da reflexão e da
as condições gerais e relação pedagógica e o evolução:
locais da instituição próprio acto educativo:
escolar: Filosofia da educação
Ciências que estudam as Planificação da educação e
História da educação condições imediatas do acto teoria dos modelos
Sociologia escolar educativo:
Demografia escolar - Fisiologia da educação
Economia da educação - Psicologia da educação
Educação comparada - Psicossociologia dos
pequenos grupos
- Ciências da comunicação

Ciências da didáctica das


diferentes disciplinas.

Ciências dos métodos e


técnicas

Ciências da avaliação
2
Gaston MIALARET, As Ciências da Educação, Moraes Editores, Lisboa, 1976, p. 48.

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010
(documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)
5

Mas o que poderia parecer apenas mais um aggiornamento festivo ao gosto da época,
depressa levantou uma extensa sucessão de debates epistemológicos inconclusivos e, portanto,
ainda hoje abertos.
A problemática epistemológica não é, naturalmente, longe disso, exclusiva de um
qualquer tipo ou grupo de ciências. A verdade é que nalguns casos os problemas parecem mais
vivos e de mais difícil “solução”. A forma diversa que assume a cientificidade das diversas
ciências e os mecanismos de criação do conhecimento característicos de cada uma são matéria do
debate especializado dos epistemólogos. Ora, no nosso caso, a discussão sobre o estatuto
epistemológico dos saberes acerca da educação centra-se desde logo na discussão das
designações de Pedagogia e de Ciências da Educação. Essa problemática revela-se muito
superior a uma mera questão terminológica. Uma boa síntese dos principais problemas
epistemológicos3 no campo das Ciências da Educação maiores oferece-no-la Maria de Jesus
Fonseca4 no texto que segue:

[…] hoje, a expressão Ciências da Educação, introduzida por Gaston Mialaret, veio
substituir o termo pedagogia, seja porque o termo estava carregado de ambiguidades e equívocos
no seu uso tradicional, seja porque é inadequado, pois a educação já não é apenas o
correspondente ao seu sentido etimológico "acção sobre as crianças", e estende-se a todos os
indivíduos, ao longo de toda a vida. Tentou-se o termo andragogia mas o seu sentido é
igualmente restritivo e, de qualquer forma, não fez moda. À falta de melhor, e apesar de se
reconhecer que é problemática, lacunar e mesmo imprópria, vingou a terminologia "ciências da
educação"; mas nela operou-se uma modificação essencial, a saber, abandonou o singular e
instalou-se no plural. Esta "passagem do singular para o plural não é apenas um pormenor
gramatical ou uma comodidade terminológica; ela tem um sentido e um alcance propriamente
epistemológicos".5 Primeiro, não há uma única ciência da educação, mas várias; são, pois,
plurais. Há quem defenda esta pluralidade blindando-se na amplitude e na complexidade do seu
objecto, objecto esse que só uma abordagem pluridisciplinar pode esclarecer. Portanto, essa
pluralidade é constitutiva e radica na própria natureza destas ciências. Para outros, pelo
contrário, essa pluralidade é aporética e constitui o calcanhar de Aquiles destas ciências.
Mas perguntar pelo estatuto epistemológico das ciências da educação exige recuar a
questões anteriores a esta. Assim, começa-se por questionar se são ciências, o que é, para alguns,
duvidoso6, pese embora o facto de as instâncias políticas e sociais as reconhecerem. De qualquer
modo, a resposta a esta pergunta não é unânime: para uns são ciências, para outros não o são, e,
enfim, para outros, ainda não o são mas sê-lo-ão num dia mais ou menos próximo; são, por
enquanto, pré-paradigmáticas ou ciências em vias de constituição.
Trata-se, a seguir, de saber porque são (ou não são) ciências. O que as sustém e justifica (ou
3
Adalberto Dias de Carvalho dedicou a esta temática uma obra fundamental:Epistemologia das Ciências da
Educação, Porto, Afrontamento, 1988. Um outro texto também essencial sobre esta matéria é o de Albano Estrela
O Tempo e o lugar das Ciências da Educação, Porto Editora, Porto, 1999.
4
Disponível na Internet via WWW. URL: http://www.ipv.pt/millenium/pce6_mjf.htm. Arquivo capturado em 15
de Fevereiro de 2010.
5
Guy Avanzini (dir.), A Pedagogia no século XX, 2º vol., Lisboa, Moraes Editores,1978, p.107
6
Entre nós, Albano Estrela é desta opinião. As ciências da educação ainda não possuem um autêntico estatuto
científico. São, antes, ciências "em vias de constituição". Albano Estrela, Pedagogia, ciência da educação?,
Porto, Porto Editora,1992, p.11

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010
(documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)
6

não) como ciências? Em que consiste a sua cientificidade ou a sua falta de cientificidade? E, se
ainda não o são, o que é preciso para se constituírem como ciências?7 Para além destas questões,
surge então o facto de, ademais, serem plurais. Esta pluralidade8 corresponde a uma simples
soma do conjunto das disciplinas que integram as chamadas ciências da educação, sendo, nesse
caso, a sua ordem arbitrária? E cada uma dessas disciplinas trata, do seu ponto de vista e com
métodos específicos que são os seus, o seu objecto? Cada uma delas olha, a seu modo, para a
educação e, portanto, é meramente casual o facto de todas elas se interessarem pelo mesmo
objecto e, por isso, apenas ocasional o conjunto que formam? Ou, pelo contrário, trata-se de mais
que de uma simples justaposição de disciplinas? Ou seja, há ou não uma unidade neste conjunto?
Possuem ou não uma organicidade interna? Possuem ou não uma unidade substancial, funcional
e fundante?
Uma outra grande dificuldade, que se prende com o estatuto de cientificidade das ciências
da educação, é a da sua autonomia. Consiste ela em saber se se tratam de ciências autónomas e
independentes ou se, bem pelo contrário, são dependentes e tributárias de outras disciplinas que
lhes estiveram na origem e das quais são simples extensões, diluindo-se nelas. Neste caso, não
possuiriam autonomia e seriam, por consequência, absorvidas pela disciplina principal ou mãe.
Igualmente, o seu objecto careceria de autonomia porquanto se tratava de um sub-produto, mais
ou menos marginal, de um objecto principal.

1.2. O lugar da Educação Comparada no seio das Ciências da Educação

A Educação Comparada, sendo uma das Ciências da Educação, é solidária com o


emaranhado de problemas epistemológicos que caracteriza estas Ciências. O seu estatuto
epistemológico tem sido objecto de intermináveis discussões sem que, por isso, se possa
considerar que estamos mais confortavelmente esclarecidos hoje do que ontem a esse respeito.
A respeito da Educação Comparada, Mialaret defende a sua necessidade com base no
princípio segundo o qual não se pode compreender bem alguma coisa ou algum fenómeno a não
ser através da comparação com outras coisas ou com outros fenómenos. Sendo assim, “A
variedade dos sistemas de educação é de tal forma que uma análise comparativa fornece
elementos preciosos para o estudo da evolução e para a compreensão da situação actual.”
Mialaret concorda com a perspectiva que J. Lauwerys9 tem acerca da educação
comparada como sendo «a parte da teoria da educação que diz respeito à análise e às
interpretações das diferentes práticas e políticas em matéria de educação nos diferentes países e

7
Entre nós, Albano Estrela é desta opinião. As ciências da educação ainda não possuem um autêntico estatuto
científico. São, antes, ciências "em vias de constituição", Iidem, ibidem.
8
Estes mesmos problemas já se puseram noutras ciências. O caso mais típico, por um lado, e mais similar, por
outro, é o da Medicina. Mas há outros, o da engenharia, por exemplo.
9
Joseph LAUWERYS, La pédagogie comparée: son développement, ses problémes, in Traité des sciences
pédagogiques, t. III, cap. I.

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010
(documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)
7

diferentes culturas. Preocupa-se em primeiro lugar em reunir e classificar todas as informações


(do ponto de vista descritivo tal como do ponto de vista quantitativo) respeitantes aos sistemas
escolares, às escolas, à administração e às finanças, aos professores e aos alunos, aos programas e
aos métodos de ensino, às disposições legais, etc. Em seguida, a educação comparada tenta
explicar por que razão as coisas são o que são, analisando os dados reunidos à luz da evolução
histórica dos diferentes sistemas ou mostrando qual foi a influência dos fenómenos sociais,
económicos, teenológicos, religiosos e filosóficos, bem como preconceitos raciais ou nacionais. O
seu objectivo é tentar oferecer um conjunto de princípios gerais que auxiliariam os reformadores a
predizer as consequências possíveis das medidas que propõem. A educação comparada não é
normativa: não prescreve regras para o bom andamento das escolas e do ensino. Não prescreve o
que deveria ser feito. Tenta apenas compreender o que se faz e por que é assim.»
Desde 1817 ao presente esta Ciência da Educação que é a Educação Comparada tem
vindo a percorrer o seu caminho e tem vindo a constituir um corpus de conhecimentos acerca da
educação que são hoje especialmente cultivados por organismos internacionais como a UNESCO
e a OCDE.
No quadro seguinte podemos confirmar como esta Ciência que aqui nos interessa, ora
designada como “Pedagogia Comparada” ora como “Educação Comparada”, é um dos elementos
comuns a classificações propostas por diferentes autores:

QUADRO SINÓPTICO DAS CLASSIFICAÇÕES DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

Elementos
comuns V. R. Hubert Luzuria Mialaret Nassif Oliveros
Garcia ga
Hoz
1.1. Biologia da Biologia Factores Fisiologia da Biologia Biologia Educativa
Educação Educativa biológicos Educação Pedagógica

1.2. Psicologia da Psicologia da Psicologia Factores Psicologia da Psicologia Psicologia da


Educação Educação Educativa psicológicos Educação Pedagógica Educação

1.3. Sociologia da Sociologia da Sociologia Factores Sociologia da Sociologia Sociologia da


Educação Educação Educativa sociológicos Educação; Pedagógica Educação
Demografia;
Economia

1.4. Filosofia da Filosofia da Filosofia da Pedagogia Filosofia da Filosofia da Filosofia da


Educação Educação Educação Normativa; Educação Educação Educação
Ideais, Fins,
Estrutura da
educação

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010
(documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)
8

2. 1. Pedagogia Ciência Técnicas


Experimental Experimental Investigação
da Educação experimental
estatística

2.2. Educação Pedagogia Educação Educação Comparada


Comparada Comparada Comparada

3.1. Organização Organização Instituições Organização, Planificação Organização Administração e


escolar Escolar Escolares Instituições da educação e educativa; Legislação
da Educação Teoria dos Legislação,
modelos Adm. escolar

3.2. Didáctica Didáctica Os Métodos Métodos da Ciência de Metodologia Didáctica geral


geral Pedagógicos Educação Métodos e educativa
Técnicas. didáctica
Avaliação

3.3. Didácticas Didáctica das Didácticas especiais,


Especiais diferentes diferenciais
disciplinas

3.4. Orientação Orientação e Orientação Educativa


Escolar e Formação
Profissional

4.1. Pedagogia Pedagogia Elementos da Pedagogia Pedagogia Geral


Geral Geral Educação Geral e
Sistemática

4.2. História da História da História da Pedagogia História da Educação


Educação Educação Educação Histórica;
História da
Educação, da
Pedagogia

5.1. Pedagogia Pedagogia


diferencial diferencial

6. OUTROS Arte da Educação Acção Ciências da Moral Profissional;


Educativa Comunicação; Psic. Problemas
Educabilidad dos pequenos Educativos nacionais;
e Educador grupos Trabalho em
comunidade

Adaptado de GIMENO, José Blat, e IBAÑEZ, Ricardo Marín, A formação do professorado de


educação primária e secundária, C.L.B., Lisboa, 1982, pp., 54-55.

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010
(documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)
9

Não é aqui o lugar para a discussão desses problemas epistemológicos mais gerais das
Ciências da Educação10. Por um lado, tudo poderia resumir-se a um upgrade da antiga Pedagogia
com o estudo da educação a deixar de ser obra de uma ciência generalista de pendor mais ou
menos filosófico e a passar a ser feito por um conjunto de ciências sociais e humanas, todas elas
de origem relativamente recente enquanto ciências autónomas. Ora, assim sendo, elas
partilhariam um objecto comum – a educação – que tratam de estudar cada uma delas com os
seus métodos próprios. E que métodos poderiam ser esses senão os métodos das Ciências-mãe de
que cada uma delas emana: a Psicologia da Educação os métodos da Psicologia, a História da
Educação os métodos da História, a Filosofia da Educação os métodos da Filosofia, a Sociologia
da Educação os métodos da Sociologia, etc. Ora, no caso da Ciência da Educação que aqui nos
ocupa – a Educação (ou Pedagogia?) Comparada - como se colocará o problema?
Em primeiro lugar, temos de resolver o problema de saber se se trata de educação ou de
Pedagogia Comparada. Por analogia, de acordo com o princípio comum de designar as ciências a
partir do método de estudo e não do objecto estudado, parece que deveria considerar-se mais
correcta a designação “Pedagogia Comparada”. O único e importante senão é que, sendo o
elemento “Pedagogia”, à partida, a designação do todo a que se passou a designar de “Ciências da
Educação”, então a “Pedagogia Comparada” seria sinónimo de “Ciências comparadas da
Educação”. Convenhamos que seria demasiado vago…e até mesmo confuso. Pelo contrário, a
opção pela designação “Educação Comparada” apesar de ter um tom anglicista muito agradável
ao ouvido comum dos tempos que correm, tem a desvantagem de desta forma uma disciplina do
saber humana ser designada pelo objecto e não pela ciência que o estuda. Mas tem a vantagem de
particularizar esse objecto que é alvo de uma abordagem [científica] comparativa: percebe-se que
se trata de comparar a educação tal qual ela existe, tal qual se faz em contextos [nacionais] que,
por serem diferentes mas também não serem absolutamente estranhos, podem ser objecto de um
estudo comparativo. Esse estudo é o que se propõe fazer essa ciência da Educação a que, assim
sendo, designamos como “Educação Comparada”.
A “resolução” do problema da designação não adianta grande coisa em termos de
esclarecimento do estatuto epistemológico desta ciência da “Educação Comparada”. A pergunta
é, basicamente, saber que tipo de ciência é essa. O que a caracteriza e faz a sua especificidade?
Tal como as restantes Ciências da Educação ela deve ser caracterizada pelo seu método o qual
neste caso não é o de nenhuma “Ciência-mãe” como designámos as Ciências Sociais e Humanas
que são a matriz das demais Ciências da Educação.
Não adiantará muito, mas a leitura da pluralidade de definições de Educação Comparada
que têm sido dadas pode ajudar a fazer luz sobre os fins e os meios desta ciência. Eis uma série
de tais definições:

“Os comparatistas em educação encontram-se numa situação especial. Sabem


que a Educação Comparada existe. Acaso não têm diante os seus olhos um número cada
vez mais impressionante de obras relativas a esta disciplina?
E, no entanto, não sabem exactamente qual é a essência e os limites da sua
especialidade Os comparatistas mais eminentes reuniram-se várias vezes, mas não
chegaram, todavia, a pôr-se de acordo para formular uma definição. Haveria que

10
Duas obras de referência clássicas para o aprofundamento deste assunto: Gaston Mialaret, As Ciências Da
Educação, Moraes Editores, Lisboa, 1980; e Adalberto Dias de Carvalho, Epistemologia Das Ciências Da
Educação, Edições Afrontamento, Porto, 1988.

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010
(documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)
10

começar, pois, por um estudo comparado das numerosas definições de Educação


Comparada.
Enquanto chega esse momento, devemos contentar-nos em prosseguir
empiricamente” (Rosselló, 1978, 17).

“O fim da Educação Comparada é o de descobrir as diferenças nas forças e


causas que produzem diferentes sistemas educativos. Seu maior valor reside na análise
das causas que determinam o desenvolvimento dos sistemas, na comparação das
diferenças entre os distintos sistemas, nos motivos subjacentes e, por último, no estudo
das soluções tentadas”. Isaac L. Kandel, Educação Comparada

“O principal objectivo da Educação Comparada consiste em estudar


analiticamente esses factores [raça, língua, religião, politica...] de um ponto de vista
histórico, e em comparar as soluções tentadas para os problemas resultantes”. Nicholas
Hans, Educação Comparada

“Pedagogia comparada é a ciência que, mediante a comparação dos factos


pedagógicos, no sentido estrito ou num sentido cultural mais amplo, pertencentes ao
passado ou à actualidade, ao próprio país ou a países estrangeiros, trata de responder às
questões pedagógicas individuais ou de estabelecer conceitos pedagógicos ou leis
universais”. Friedrich Schneider, La Pedagogia de los Pueblos

“A Educação Comparada é o estudo comparado de uma das formas mais


complexas da conduta humana: o processo educativo. A Educação Comparada não deve
estar confinada ao estudo dos sistemas escolares ou ao estudo de qualquer outro tipo de
‘factos singulares’, assim como não é uma descrição inerte de práticas e instituições
educativas estrangeiras, como se estas pudessem ser adoptadas e importadas para sua
exibição em museus. Está interessada nas peculariedades do processo educativo,
considerado como um processo total”. Edmund King, Comparative Education Review, n
°3

“A Educação Comparada, em seu sentido mais amplo, pode ser definida como a
comparação intercultural da estrutura, do processo, das metas, e dos métodos e dos
rendimentos dos distintos sistemas educativos e seus elementos”. Arnold Anderson,
International Review of Education, v. 7, 1101

“A Pedagogia Comparada é a parte da Teoria da Educação que concerne à


análise e às interpretações das diferentes práticas e políticas em matéria de educação,
nos diferentes países e diferentes culturas”. A. Lauwerys, in A. D. Márquez, Educación
Comparada

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010
(documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)
11

“A Pedagogia Comparada é uma disciplina que investiga e tende a extrair


conhecimentos novos, de ordem teórica e prática, por meio da confrontação de dois ou
mais sistemas de educação em uso em diversos países, regiões ou em distintas épocas
históricas”. A.Vexliard, La Pédagogie Comparée

“Pedagogia Comparada é o estudo comparativo de questões pedagógicas de


diverso tipo, e em particular dos sistemas educativos dos diferentes países”. J. M.
Quintana Cabanas, Educar, n°3

“A Educação Comparada faz parte de um plano mais amplo para explicar os


fenómenos, primeiro dentro dos sistemas e instituições educativas, e segundo, abraçando
e vinculando a educação com o seu ambiente social”. Noah, M A. Eckstein, Towards a
Science of Comparative Education

“A finalidade da Educação Comparada é o estudo das inter-relações que têm


lugar entre a educação e a sociedade, não só na situação nacional mas, também, na
internacional, com o propósito de entender problemas tanto locais quanto universais”.
Kneller, in A. D. Márquez, Educación Comparada

“A Educação Comparada pode ser definida como a ciência que tem por objecto
esclarecer, analisar e explicar as semelhanças e as diferenças entre os factos educativos,
e/ou as suas relações com o ambiente que os rodeia (político, económico, social,
cultural), e de investigar as leis eventuais que os determinam nas diferentes sociedades e
em diferentes momentos da história humana”. Lê Thành Khôi, L’éducation comparée

“A Educação Comparada é: a) a componente pluridisciplinar das Ciências da


Educação; b) que estuda os fenómenos e os factos educativos; c) nas suas relações com o
contexto social, político, económico, cultural, etc.; d) comparando suas semelhanças e
suas diferenças em duas ou mais regiões, países, continentes, ou a nível mundial; e) afim
de melhor compreender o carácter único de cada fenómeno no seu próprio sistema
educativo e de encontrar generalizações válidas ou desejáveis; f) com a finalidade de
melhorar a educação” (Daele, 1993, 16-17)

[Extraído de FERREIRA, António Gomes Alves, Educação Comparada, FPCE,


Coimbra, 1998, pp. 19-23.]

Há mais de duas décadas Epstein ousou considerar que as questões epistemológicas e


metodológicas fundamentais no âmbito das Ciências da Educação e da Educação Comparada em
particular estão na dependência de factores exógenos não menos decisivos para a disciplina:

“A capacidade de sobrevivência da nossa disciplina tem que ver mais com


aspectos pragmáticos (casamentos de conveniência, por assim dizê-lo) numa
situação caracterizada pelo pequenos número de investigadores, a escassez de
recursos disponíveis para publicações e congressos e um interesse comum pela

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010
(documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)
12

comparação (definida de formas muito diversas) do que com um universo de


discurso e um conjunto de pressupostos epistemológicos compartilhados”11.

Passaram já mais de 25 anos sobre este diagnóstico sombrio de Epstein relativamente à


nossa Ciência, mas não podemos garantir que ele não continue a fazer tanto sentido agora como
em 1983. A pujança da Educação Comparada e a “empregabilidade” (para usar uma noção cara
aos nossos dias) dos seus especialistas, designadamente no âmbito das instituições internacionais
e transnacionais, continua, em nosso entender, a não ser suficiente para esconder mil fragilidades
no domínio epistemológico. Mesmo se não temos nenhuma solução simples para o(s) problemas,
nem assim nos escusamos de os tentar enunciar convictos de que iludi-los seria a pior política.
A tónica de Epstein em termos de debilidade epistemológica vai principalmente para o
facto de, em seu entender, a Educação Comparada não ter conseguido evoluir como área de
conhecimento unitária, mas como um agregado de tendências separadas mesmo se florescentes.
Essas correntes - que ele considera serem nas últimas décadas principalmente três
(neopositivismo, neomarxismo e neorelativismo) – procedendo de “teorias filosóficas da
verdade” incompatíveis e de “ideologias irreconciliáveis”, acabam por produzir cada uma delas
um conjunto de conhecimentos que acaba por ser mais o património da corrente do que da
Educação Comparada enquanto tal. Os representantes de cada “tradição”, diz Epstein, recusam-se
a aceitar a validade dos métodos dos das outras. E o que é pior ainda é que apesar da filiação dos
especialistas em tradições incompatíveis, muito poucos de facto se aperceberam das
incongruências ideológicas que os separam…
O que preocupava Epstein neste seu famoso texto, era que os sucessos da Educação
Comparada não lhe pareciam ter uma base minimamente sólida. E as bases sólidas de uma
ciência residem na consistência epistemológica que dá a assunção de uma teoria da verdade
genericamente partilhada pelos seus especialistas. Parece que não chegou ainda o dia por que
ansiava em que descubramos “um método e uma epistemologia óptimos para todos” 12. Resta-nos
continuarmos a tarefa que Epstein se/nos distribuiu: aprofundarmos a consciência dos
pressupostos epistemológicos nossos e dos outros, para o que pode ser útil também a clarificação
das ideologias que lhes estão associadas.

O próprio Epstein fez esse exercício de clarificação:

A) Os defensores do positivismo, aí incluídos os neopositivistas, “crêem na possibilidade de


abstrair do tempo e do espaço configurações ordenadas e repetitivas de processos sociais
relacionados com a educação e de verificar sistematicamente as suas proposições” 13.
Naturalmente, procurarão aplicar métodos empíricos sistemáticos às suas observações da
educação, naturalmente, privilegiam a identificação de relações causais e em particular a

11
Erwin H. Epstein, “La izquierda y la drecha: la ideologia en la Educacion Comparada”, in ALTBACH, Philip G.,
e KELLY, Gail P., Nuevos Enfoques en la Educación Comparada, Mondadori, Madrid, 1990, p. 293 (tradução
adaptada). Note-se que o texto original é um artigo publicado no volume 27, nº1, da Comparative Education
Review, em Fevereiro de 1983.
12
Idem, p. 294.
13
Idem, p. 278.

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010
(documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)
13

perspectiva de a educação poder constituir uma variável independente e não apenas uma
variável que co-varia com outras variáveis14.

B) Os marxistas

C) Os relativistas e neorelativistas (defensores de uma abordagem “por problemas”), tal


como os marxistas, não aceitam o pensamento e o método dos positivistas. Duvidam da
possibilidade e da validade de se estabelecerem teorias gerais relativas a vários países, por
considerarem que elas se devem limitar a considerar contextos particulares e, tal como os
marxistas acabam por concordar na ideia de que a comparação serve mais do que para
explicar: serve para melhorar a educação em circunstâncias reais e concretas15.

14
Idem, p. 275.
15
Idem, ibidem.

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010
(documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)
14

ACTIVIDADES DE CONTROLE DA APRENDIZAGEM

I. Questionário

1. Comente a designação “Departamento de Pedagogia e Educação”.

2. Um professor /um educador de infância é um pedagogo ?

3. O que é a Pedagogia ? Qual a sua relação com as Ciências da Educação?

4. O que são as Ciências da Educação ? Qual a sua relação com a Pedagogia ?

5. Explique em que circunstâncias surgiram as Ciências da Educação.

6. Distinga “Pedagogia” e “Ciências da Educação”.

7. Em que caso podem as designações Pedagogia e Ciências da Educação ser tomadas


como tendo o mesmo significado ?

8. Em que medida faz sentido a polémica “Pedagogia versus Ciências da Educação” ?

9. Explique as razões dos que preferem “Pedagogia” a “Ciências da Educação”. Têm


razão?

10. Explique as razões dos que preferem “Ciências da Educação” em vez de


“Pedagogia”. Têm razão?

11. Qual a relação entre a Pedagogia e as Ciências da Educação ?

12. Comente:
“... as Ciências da Educação (...) devido à diversidade dos seus objectos e à
complexidade das técnicas que utilizam, estão ameaçadas de constituir «saberes em
mosaico», artificialmente justapostos”.(Paul Juif e Fernand Dovero)

13. Explique em que sentido se afirma que as Ciências da Educação correm o risco de
se tornarem “saberes em mosaico”.

14. Diga por que é grande o risco que as Ciências da Educação correm de constituirem
“saberes em mosaico” (Juif & Dovero), e explique como se pode combatê-lo.

15. Sendo a educação também uma arte, para que serve a formação pedagógica dos
professores ?

16. Aprecie criticamente a pergunta "A Pedagogia é uma ciência ou uma arte".

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010
(documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)
15

17. Qual o lugar da Pedagogia quando a educação for concebida como mera arte ?

18.Qual a melhor definição de Educação Comparada entre as que se transcrevem


acima? Justifique.

19. A Educação Comparada tem alguma relação privilegiada com alguma das restantes
Ciências da Educação? Se sim, diga qual ou quais e justifique. Se não, explique por
quê.

II. Elabore textos articulando os seguintes conceitos e expressões. Intitule-os.

1. "Ciências da Educação", "arte de educar", "formação pedagógica".

2. "Pedagogia", "Ciências da Educação", “«saberes em mosaico»”,"


interdisciplinaridade", "arte de educar".

3. ”Contributo da Educação Comparada para o saber pedagógico.” - escreva um texto


acerca deste tema.

BIBLIOGRAFIA
(Leituras complementares/ Actividades de remediação)

CABANAS, José María Quintana, "Pedagogía, Ciencia de la Educación y Ciencias de


la Educación", in AAvv, Estudios sobre Epistemología y Pedagogía, Salamanca, Ed.
Anaya, 1983, pp. 75-107.
CARVALHO, Adalberto Dias de, Epistemologia das Ciências da Educação, Porto,
Afrontamento, 1988, pp. 69-97.
CARRASCO, Joaquín García, As Ciências da Educação, Pedagogos para quê ?, Porto,
Brasília Editora, 1987, pp. 80-98.
JUIF, Paul, e DOVERO, Fernand, Guia do estudante das ciências pedagógicas, Lisboa,
Estampa Editora, 1974, pp. 11-24.
MIALARET, Gaston, As ciências da educação, Lisboa, Moraes Editores, 1976, pp.
7-18; 37-92.
PLANCHARD, Émile, Introdução à Pedagogia, Coimbra, Coimbra Editora, 1979, pp.
11-24.

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010
(documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)

Você também pode gostar