Você está na página 1de 10

Abertura e movimentação de contas

A abertura de uma conta é um contrato entre o banco e o cliente. De acordo com a


legislação cada banco pode estabelecer certas condições para a aceitação de um cliente.
Poderá também recusar a abertura da conta caso o cliente esteja no CCF ou com o CPF
cancelado na receita federal.

Uma conta de acordo com o número de titulares pode ser individual quando o contrato
de abertura de crédito é com apenas um titular ou conjunta quando o contrato é firmado
com mais de um titular, não havendo limite máximo para o número de titulares.

As contas podem ser abertas ou por pessoas físicas ou jurídicas. As contas abertas por
pessoas físicas tanto podem ser individual como conjunta, mas as contas abertas por
pessoas jurídicas só poderão ser individual, ou seja, não existe conta conjunta com
pessoa jurídica.

É permitida a transformação de uma conta individual em conta conjunta e vice versa,


desde que mediante expressa concordância de todos os titulares.

Os contratos de conta conjunta possuem cláusulas específicas para regular a forma de


movimentação, denominadas de cláusulas de solidariedade.

Quando o contrato expressar “titulares solidários” a conta será:

 Solidária

A solidária pode ser movimentada em conjunto ou pelos titulares isoladamente,


realizando retiradas ou autorizando débitos.

Quando no contrato expressar “titulares não solidários” a conta será:

 Não solidária

A conta só pode ser movimentada por todos os titulares presentes, na falta de um a


conta só poderá ser movimentada com autorização judicial.

Para esse tipo de conta não podem ser emitidos cartões magnéticos para movimentação
em equipamentos de autoatendimento.

As contas conjuntas poderão ser movimentadas por cheques. Se a conta conjunta for
solidária qualquer um dos titulares poderá assinar que o cheque será descontado. Se a
conta não for solidária todos os titulares deverão assinar para que o cheque seja
descontado, caso falte uma assinatura o cheque não poderá ser descontado.

Se no local da assinatura constar mais de um nome é porque a conta é conjunta, se tiver


a expressão “e/ou” a conta será solidária e bastará uma assinatura, mas se tiver a
expressão “e” a conta será não solidária e deverá conter a assinatura de todos os
titulares.

*É permitida a abertura de mais de uma conta individual ou conjunta no nome do


mesmo titular.
Vejamos alguns tipos de contas:

Conta corrente
Essa conta deverá ser aberta quando o cliente desejar movimentá-la livremente fazendo
depósitos e saques quando lhe convier.

Embora tenha custos para manutenção e movimentação, o cliente se beneficia pelo fato
de não precisar portar dinheiro no bolso, por utilizar cartão magnético e talões de
chegues e por poder autorizar débitos automáticos de fatura de água, luz, telefone,
mensalidade escolar entre outras.

Abertura de uma conta corrente

Para a abertura de uma conta corrente o cliente deve preencher a ficha-proposta e


apresentar os originais com suas respectivas cópias dos seguintes documentos:

Da pessoa física:

 Carteira de identidade (que antes poderia ser substituída por carteira de trabalho
ou outro, mas atualmente só se aceita a carteira de identidade);
 CPF;
 Comprovante de residência que deve ter sido emitido no máximo em sessenta
dias (contas de água, luz, telefone ou ainda contrato de locação);
 Comprovante de rendimentos (contracheque, folha de pagamento, declaração de
imposto de renda e etc.)

Da pessoa jurídica:

 Contrato social, estatuto ou qualquer outro documento que comprove a


constituição da empresa (neste apontarão as pessoas que poderão assinar pela
abertura e movimentação da conta);
 Registro na junta comercial;
 CNPJ;
 Os documentos (RG e CPF) dos sócios ou representantes da empresa.

Movimentação de contas correntes

A movimentação de uma conta corrente se dá pelos depósitos realizados e os saques


através de chegues resgatados, ou ainda através de cartões magnéticos.

*Vale lembrar que desde a queda do sigilo bancário o banco é obrigado a informar a
receita federal os depósitos superiores a mil reais e os que superam os doze mil reais no
mês. O fisco exigirá do correntista a origem de tal dinheiro, se não for comprovado a
sua legalidade a renda será dita “renda auferida” e o fisco cobrará o imposto de renda
em cima do valor.
Tipos de contas correntes

De um modo geral as contas correntes podem ser classificadas em:

 Conta corrente comum

Quando não são autorizados a fazer débitos ou saques acima do saldo em conta, ou seja,
não pode existir saldo devedor.

 Conta corrente especial

Quando são autorizados débitos ou saques além da provisão de fundos na conta até certo
limite estabelecido em contrato.

Esse tipo de conta pode ser firmado entre o banco e o seu cliente no momento da
abertura da conta ou posteriormente através de um contrato específico chamado
Contrato de abertura de crédito em conta corrente.

O correntista pagará encargos financeiros (juros e impostos: IOF), mas apenas quando
utilizar o crédito especial e os juros só incidiram em cima do saldo devedor.

 Crédito rotativo

A conta corrente especial é um exemplo de crédito rotativo, pois quando se cobre o


saldo devedor ele se recompõe ficando a disposição do cliente novamente.

As empresas precisam de créditos suplementares para atender suas necessidades, que


podem não ser cobertos pelos créditos disponibilizados pelo cheque especial. Por isso o
banco oferta, exclusivamente, as empresas o crédito rotativo.

O crédito rotativo diferente do crédito da conta especial é garantido por duplicatas a


vencer, as quais ficam vinculadas a operação e à medida que vão sendo pagas os
créditos se renovam.

Encerramentos de contas correntes

Os contratos ou fichas-proposta de abertura de conta deverão conter informações para o


encerramento de contas. De um modo geral devem-se tomar os seguintes
procedimentos:

 Comunicação prévia por escrito seja por atitude do banco ou do cliente;

 Devolução ao banco das folhas de cheques em seu poder ou declaração por


escrito de sua inutilização;

 Manutenção de saldo suficiente em conta para liquidação de compromissos


assumidos com o Banco ou decorrentes de disposições legais (impostos, taxas,
cheques pré-datados emitidos, etc.);

 O cliente deve pedir o extrato e conferir se há algo de errado nas movimentações


feitas;

 Cancelar os débitos automáticos;


 Exigir do banco o protocolo das devoluções e encerramento da conta (muito
importante o cliente exigir tais protocolos).

O encerramento da conta não eximirá seu titular das obrigações legais decorrentes da
sustação, revogação ou cancelamento de cheques. O banco deverá informar os motivos
de devolução dos cheques apresentados dentro do prazo de prescrição, mesmo quando
ocorrer após o encerramento da conta.

Conta-salário
É um tipo especial de conta de depósito à vista, aberta pela empresa/fonte pagadora em nome de
um favorecido/beneficiário, exclusivamente para pagar-lhe salários e/ou vencimentos. O cliente
(empregado/funcionário/beneficiário) é isento de tarifa de manutenção da conta-salário. A tarifa
de manutenção da conta é negociada e cobrada da empresa ou órgão pagador do
salário/vencimento.

 A abertura dessa conta é feita pela empresa ou fonte pagadora, cabendo a ela
toda a responsabilidade de identificação do favorecido/beneficiário. O
instrumento contratual de abertura da conta-salário é firmado entre o banco e a
instituição/empresa pagadora;
 Essa conta não é movimentável por cheques, mas apenas por cartão magnético,
nas agências do banco e nos equipamentos de auto-atendimento internos e
externos;

 O cliente também pode optar por transferir integralmente seus recursos por meio
de um único DOC/TED, mensal e gratuito, para movimentá-los em outro banco;

 A conta-salário só recebe créditos da empresa ou fonte pagadora não recebendo


depósitos realizados por terceiros ou mesmo pelo beneficiário e não pode ser
utilizada para débitos automáticos.

Os saques em conta-salário ficam restritos a cinco, consultas em auto-atendimentos a


duas e dois extratos no mês sem cobrança de tarifas.
Caderneta de poupança
Para a abertura da conta poupança será exigido os mesmos documentos que na abertura
de conta corrente, ou seja, carteira de identidade, CPF, comprovante de residência, mas
neste tipo de conta não será exigido o comprovante de rendimentos, pois esta conta não
é movimentada por cheques e como o próprio nome já explica o objetivo é poupar.

A caderneta de poupança é a aplicação financeira mais popular do país, pois é um


investimento de baixo risco, de liquidez garantida e ainda possibilita a movimentação de
pequenos valores, mas seus rendimentos também são considerados pequenos, composto
por uma taxa referencial (TR) acrescida de juros de no mínimo 0,5% ao mês ou 6% ao
ano.

O que é a TR?

Índice criado pelo governo, para complementar os juros pagos na poupança e é


calculado a partir da SELIC e da média das taxas de CDB, pré-fixado, de 30 dias.

Podem operar com cadernetas de poupança:

1- Sociedades de Créditos Imobiliários – SCI;


2- Bancos múltiplos com carteiras imobiliárias;
3- Associações de poupança e empréstimo;
4- Caixas Econômicas Federais.

Os recursos oriundos das cadernetas de poupança devem ser aplicados, pelos bancos, de
acordo com as regras preestabelecidas pelo Banco Central do Brasil:

 30% na faixa habitacional (15% em depósito compulsório e 15% em


disponibilidades financeiras e operações de faixa livre);
 70% na faixa habitacional.

A caderneta de poupança pode ser adquirida tanto por pessoas físicas quanto por
pessoas jurídicas.

Os rendimentos das cadernetas de poupança pertencentes às pessoas físicas são


creditados mensalmente no aniversário da conta, que pode ser do dia 01 ao dia 28 de
cada mês. Se o poupador fizer depósitos nos dias 29, 30 e 31 seus rendimentos serão
creditados no dia 01.

Para pessoas jurídicas os rendimentos serão creditados em sua caderneta


trimestralmente com as mesmas taxas de juros que a da pessoa física.

Além desta diferença a caderneta de poupança para pessoas físicas e jurídicas possui
outra, enquanto que a conta pertencente à pessoa jurídica paga o imposto de renda a
conta pertencente à pessoa física está isenta.

A grande vantagem oferecida pelo fisco aos poupadores é que estes podem sacar total
ou parcialmente seus recursos acrescidos de seus rendimentos a qualquer momento que
lhe convier e estão completamente isentos de imposto de renda, mas somente as pessoas
físicas.
Não é cobrada taxa para manutenção (pelo menos não é para ser cobrada), a menos que
o saldo da conta seja igual ou inferior a vinte reais e esteja com no mínimo seis meses
sem movimentação, neste caso, o banco pode cobrar até 30% do saldo da conta como
manutenção até a conta ser zerada.

Além da poupança popularmente praticada, existem outros tipos de poupança:

Caderneta de Poupança Programada

O poupador assume o compromisso de efetuar depósitos programados a cada 12, 18 ou


24 meses.

Características:

 Progressividade nos rendimentos;


 Rendimentos creditados trimestralmente;
 Carência inicial de seis meses para saque;
 O poupador se beneficia com um seguro de vida que servirá para garantir a
efetivação dos depósitos restantes do contrato após sua morte.

Caderneta de Poupança de Rendimentos Crescentes

 Realização de depósito único;


 Progressividade nos rendimentos;
 Rendimentos creditados trimestrais;
 Proibido saques parcelados;
 Depósito múltiplo de 10;
 Rendimento retroativo, se houver mudança de taxa,

Cadernetas de Poupança Vinculada

Aquela que o dinheiro poupado está vinculado a alguma finalidade específica, sendo a
mais comum o financiamento de imóveis.

 Prazo mínimo de 36 meses;


 Com Correção e juros;
 Isenção do IOF e IR.

A poupança vinculada é objeto de contratação em que serão fixados:

 Os valores dos depósitos;


 A forma de correção e sua periodicidade;
 Condições de financiamento.

Caderneta de Poupança Rural – Caderneta Verde

Parece com a caderneta de poupança livre, diferindo-se dessa pelo fato de que seus
recursos captados são basicamente direcionados para financiamento de operações rurais
e não em crédito imobiliário.
Título de capitalização
Simplificadamente, título de capitalização se resume no esquema:

Título de capitalização = Poupança + Loteria.

Esse tipo de investimento é interessante para quem gosta de jogar, com a garantia de
que se não ganhar terá parte do que investiu recuperado, mas este tipo de investimento
está em desvantagem em relação aos outros.

Funciona da seguinte maneira, o cliente faz depósitos uma parte do que ele deposita vai
para os sorteios, outra parte para as despesas e o lucro do banco e a maior parte do que
ele havia depositado vai obter rendimentos.

Há prazo para resgatar o que foi depositado, no entanto muitos bancos estão reduzindo
ou até eliminando estes prazos que variavam de seis meses a 24 meses, ou seja, de meio
ano a dois anos.

Observação: Parar de pagar pode significar a perda de todo o valor já investido. È um


contrato que o cliente tem que honrar até o fim.

Termos relacionados a título de capitalização


Capital nominal: É o valor que o cliente vai resgatar no final do contrato.

Sorteios: Podem ocorrer semanalmente, mensalmente e etc. cada instituição poderá se


basear em sorteios próprios.

Prêmio: É o valor pago pelo investidor pelo título, este pagamento pode ser de uma só
vez (plano único) ou mensal (plano mensal).

Provisão para sorteios: É a parcela paga pelo investidor para o acúmulo do prêmio.

Carregamento: É a despesa e o lucro do banco.

Provisão matemática: É o que realmente se destina a conta e vai render.

Carência: É o prazo para o resgate do investimento que varia de seis a vinte e quatro
meses, mas muitos bancos nem possuem mais esta carência.

Subscritor: É a pessoa que subscreve a proposta para aquisição do título de


capitalização.

Titular: É o próprio subscritor ou um terceiro indicado por ele. É o proprietário do


título.

Conta simplificada
É uma conta corrente ou popança individual, que pode ser aberta em bancos múltiplos
com carteira comercial, bancos comerciais e na caixa econômica federal, por cliente
pessoa física que não tenha em seu nome outra modalidade, em qualquer banco.
Os documentos necessários são o CPF e a identidade, não exigindo comprovante de
residência, mas o cliente fará declaração de endereço a punho. Caso no momento da
abertura o cliente não possa apresentar a identidade e o CPF no momento bastará o NIS
(Número de Inscrição Social) e terá o cliente um prazo de seis meses para a
apresentação dos documentos.

Movimentação da conta simplificada

É movimentada através de cartão magnético, meio eletrônico ou cheques avulsos sendo


vedado para este tipo de conta o uso de talonários de cheques.

O cliente é isento de tarifa para realizar até quatro saques, quatro extratos e quatro
depósitos por mês, caso ultrapasse esses limites pagará tarifas cobradas pelo banco.

Observação:

A conta simplificada não pode apresentar saldo ou soma de créditos superiores a mil
reais no mês. Caso o cliente exceda esse limite duas vezes em um ano, o banco
bloqueará a movimentação da conta e verificará a ocorrência se as justificativas forem
aceitas a conta será desbloqueada. Se houver bloqueio novamente a conta será encerrada
ou se transformará em outro tipo de conta.

Exemplos de contas simplificadas são a conta “caixa fácil” da caixa econômica federal e
a conta “banco postal” do Bradesco.
Conta investimento ou fundo mútuo de investimento
Como seria muito difícil um investidor ficar acompanhando as altas e baixas dos vários
documentos negociados em bolsas de valores, demandando assim muito de seu tempo é
normal que ele deposite seus recursos nas mãos de outros que passam a administrar seus
investimentos.

Portanto, temos uma conta investimento quando um investidor (cliente) passa seus
recursos para administradores (bancos), para que estes adquiram e negociem papéis em
seu nome. Esses papéis formam a carteira do fundo.

Para abrir várias opções para os clientes, os bancos criam modalidades de fundos: fundo
de ações, fundo cambial e etc. Ao aplicar seus recursos em determinado fundo o cliente
passa a ter uma cota, ou seja, ser um cotista de tal fundo de investimento.

Os administradores aplicam os recursos dos investidores e dividem com eles os


rendimentos auferidos nas transações.

Podemos deduzir de cara que contas investimentos não renderão o mesmo nos bancos e
são operações de alto risco para os investidores, podendo ser maior ou menor de acordo
com a carteira do fundo.

Para fazer aplicações em qualquer fundo o banco é obrigado pela legislação a deixar
bem claro ao cliente os riscos da operação.

Nessas operações incidem tributos, na forma de imposto de renda, sobre apenas os


rendimentos adquiridos na operação. Também é cobrado o IOF do investidor caso ele
realize o resgate até o 29º dia após a aplicação.

Os bancos devem observar as condições e os procedimentos para a abertura e


manutenção de contas correntes, mas essa formalidade deve ser dispensada no caso de
aberturas de contas de investimentos para os clientes que já tenham outros tipos de
contas no mesmo banco ou da mesma aglomeração.

O resgate de aplicações pode ser feito direto da conta de investimento.

Ingresso de recursos na conta de investimentos

Transferência de conta corrente para conta de investimentos

Se a conta for de pessoas físicas deve haver pelo menos um titular em comum entre as
contas.

Se a conta for de pessoas jurídicas ambas deve ter a mesma titularidade.

Transferência de uma conta de investimento para outra conta de investimento

Pessoa física: devem ter idêntica titularidade, com no máximo dois titulares.

Pessoa jurídica: devem ter idêntica titularidade.

Depósito em chegue
Deve ser cruzado e intransferível, de emissão do titular da conta de investimento.

Observação: não é permitido depósitos em espécies.

Saída de recursos da conta de investimento

Transferência para conta corrente

Pessoa física: Deve haver pelo menos um titular comum entre as contas.

Pessoa jurídica: Devem ter idêntica titularidade.

Transferência para conta de investimentos

Pessoa física: as contas devem ter idêntica titularidade, com no máximo dois titulares.

Pessoa jurídica: As contas devem ter idêntica titularidade.

Movimentações permitidas na conta investimentos

 Aplicações;
 Compra de ações;
 Depósito de chegues emitido pelo próprio titular;
 Extratos e saldos;
 Resgates;
 TED;
 Transferências entre contas do banco.

Movimentações não permitidas na conta investimento

 Saques;
 Pagamentos de contas;
 Depósitos em dinheiro;
 Depósitos em cheques emitidos por terceiros;
 Depósitos de cheques TB;
 Créditos de salários.

Você também pode gostar