Você está na página 1de 3

Por que não sou membro de igreja?

- por René Burkhardt | 4 de Abril de 2011

A resposta a esta pergunta não é simples, pois envolve diversos aspectos. Mas entendo que
este assunto deva ser abordado com seriedade, haja vista o crescente “confronto” que tem
havido entre os seguidores do Senhor Jesus que fazem parte de alguma instituição religiosa
e os que não fazem parte do quadro de membros de nenhuma delas.

Disse Jesus: “Venham a mim, TODOS os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes
darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo E APRENDAM DE MIM, pois sou manso e
humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. POIS O MEU JUGO É
SUAVE E O MEU FARDO É LEVE" (Mt 11.30). E, em outro lugar, disse: “O ESPÍRITO SANTO,
que o Pai enviará em meu nome, LHES ENSINARÁ TODAS AS COISAS e lhes fará lembrar
tudo o que eu lhes disse” (Jo 14.26).

Quando Jesus disse que estaria conosco até o final dos tempos (Mt 28.20), Ele estava Se
referindo à presença do Seu Santo Espírito junto a nós. É Ele que ensina, que orienta, que
manifesta dons! Ele é o Bom Pastor! Assim, Jesus estabelece princípios de relacionamento
pessoal íntimo e direto entre Ele e qualquer um que O reconheça como Senhor e deseja se
submeter ao Seu senhorio. Desta forma, toda pessoa, individualmente, deve buscar esse
relacionamento íntimo direta e constantemente.

Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! É vida abundante que Ele nos concede! Mas só
alcançamos estas coisas, se o jugo que estiver sobre nós for suave e se o fardo que nos for
imposto for leve! Isto implica em entendermos que Jesus não impôs uma nova lei, para que
a cumpríssemos rigorosamente, a exemplo da lei dada através de Moisés, a não ser a lei do
amor! Do amor a Deus e, conseqüentemente, do amor às pessoas. Visto que assim é, Ele
também não instituiu pessoas que O representassem, para assegurar que o Seu povo
cumprisse Sua lei. Neste sentido, Ele ainda afirmou que fosse o maior, como o menor! Que o
maior entre todos seria aquele que se dispusesse a servir a todos, não o que liderasse aos
outros!

Desde o princípio, o Senhor tem buscado um relacionamento íntimo direto conosco! Desde
Adão! No entanto, Adão e Eva preferiram um outro tipo de relacionamento, onde eles
próprios fossem o centro das atenções, através de sua capacidade de discernimento, de sua
sabedoria, de seu próprio conhecimento, onde Deus não seria o Deus Criador, que está
acima de tudo e de todos, mas um ser igual a eles!

Israel, exemplo da proposta divina de relacionamento Deus/homem, também rejeitou o


contato direto com Deus, Sua direção Pessoal para todas as coisas. Primeiro, exigiram que
apenas Moisés falasse diretamente com Deus e servisse de intermediário nesse
relacionamento. Depois, exigiram um rei humano sobre eles! Não queriam esse contato
direto com o Todo-Poderoso, essa liberdade! O que eles queriam, realmente, era que se
fizessem leis, as quais eles pudessem cumprir como demonstração de sua capacidade de
alcançar a perfeição, por si mesmos, e de seu mérito em estar diante de Deus! Isto é justiça
própria! E “todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo” (Is 64.6)!

Então, Jesus vem e Se apresenta como O CAMINHO! Não como UM caminho, mas como O
Caminho! E Ele rejeita vigorosamente o caminho escolhido pelo homem para se chegar a
Deus, o caminho das religiosidades, das ações humanas consagradas, e, novamente,
demonstra a necessidade da relação direta entre Deus e o homem. Uma relação entre o
Espírito de Deus e o espírito do homem. Entre o coração de Deus e o coração do homem. Ele
deixa claro, a todos, que não há outra possibilidade de alguém se relacionar com Deus, que
não seja pessoal e diretamente. E, desta vez, no Seu amor e na Sua misericórdia, Ele nos
concede o Seu próprio Espírito, para nos acompanhar diariamente, em todos os momentos,
em todas as coisas, em cada circunstância, nos ensinando tudo o que Ele quer que
aprendamos, nos orientando a cada passo, nos conduzindo ao Seu Reino.

E, novamente, o que o homem faz? Ele diz: “Não! Isso não é suficiente! Dessa forma, eu vou
parecer um incapaz! Dessa forma eu não vou poder provar que eu vou para o céu porque eu
mereço! Isso não é justo! O certo é eu correr atrás e fazer por onde merecer esse
relacionamento com o Criador! Eu Sou capaz de cumprir qualquer regra para isto e, assim,
se Você não quer criar regras, eu vou criar minhas próprias regras. E não admito que alguém
entre no Reino sem cumpri-las! Vou estabelecer pessoas capazes de liderarem esse meu
relacionamento com Deus e de fazerem com que as leis sejam cumpridas. Pessoas que
estudem muito tudo o que diz respeito a Deus e, assim, possam ensinar aos outros. Pessoas
que controlem todos os pagamentos que devem ser exigidos de todos os fiéis, para ficarem
bem com Deus. Pessoas que construam grandes altares, onde possamos cultuar a Deus da
nossa maneira. Pessoas que dirijam todos os usos e costumes desses fiéis, determinando o
que pode e o que não pode ser feito, inclusive, as formas de louvarmos a Deus. Enfim,
pessoas que escolhem quem pode e quem não pode fazer parte do Reino de Deus, afinal,
temos que ter o controle das coisas e a palavra final!”.

Amados, não falo nenhuma novidade aqui! Infelizmente, o homem criou o seu próprio
“espírito santo”: a igreja, que em nada se assemelha ao Corpo de Cristo, à Noiva de Cristo,
Sua verdadeira Igreja! O Espírito Santo de Deus foi sumariamente substituído pelo espírito
da instituição humana! Dons que o Espírito deveria distribuir a toda Igreja, conforme Sua
vontade e necessidade de edificação dos santos, têm sido concentrados sobre uma pessoa,
ou poucas, mediante o merecimento embasado no conhecimento humano! O dom do Espírito
de pastoreio, dado a algumas pessoas para manterem o ‘rebanho’ unido e alimentado, tem
sido estabelecido pelo conhecimento didático da teologia! O dom de evangelismo também! E,
assim, todos os outros dons, quando não são simplesmente suprimidos, com a desculpa de
que os tempos mudaram e a coisa não é mais assim.

Ouço dizer que, apesar de tudo isso, a igreja instituição humana tem sua validade, por ter
espalhado o Evangelho pelo mundo, através dos séculos, de forma que muitos foram salvos!
Eu duvido!!! Se muitos foram salvos (e foram), não foi por causa do evangelho trazido pelas
instituições religiosas, porque esse não é o Evangelho. Tais pessoas foram salvas pela
revelação pessoal de Deus a elas, através de Seu Espírito, apesar das igrejas, não por causa
delas. Qualquer um que ouça falar de Jesus, através das instituições religiosas, é
imediatamente levado a crer na sua própria responsabilidade e capacidade de salvação, não
à Cruz: “Bom, agora que você reconheceu a Jesus como Senhor e Salvador de sua vida, você
precisa se livrar de todos os seus pecados. Aqui tem uma lista deles. Se você não fizer isto,
você está perdido!”.

Neste caso, onde fica o Espírito Santo de Deus? Onde está o Consolador prometido por
Jesus, que nos ensinaria todas as coisas, que nos orientaria, que nos lembraria tudo o que
Ele ensinou? Onde está o poder regenerador do Espírito? Onde está o querer e o efetuar de
Deus? Onde está o Espírito que luta contra nossa carne, para que não façamos o que
queremos fazer? Exatamente: Ele foi apagado!!! Foi substituído pelo poder humano!

“Ah, mas as igrejas têm a vantagem de congregar os irmãos!”, diria alguém! Elas têm? Em
torno de que esses ‘irmãos’ se congregam? É em torno do Nome de Jesus, ou em nome do
cumprimento de uma lei que determina essa reunião? Claro, não temos como ver o que
move o coração de alguém em direção a tais reuniões. Mas podemos ver através dos frutos:
alguém se impacienta, quando o ‘horário’ é extrapolado? Há disputas que impedem o diálogo
entre algumas pessoas? Há interesses expressos por cargos? Há distinção de pessoas? Se
existem tais coisas, a vantagem de congregar é igual à de um clube, ou à de uma sociedade
elitista!
Sou membro do Corpo de Cristo, da Sua Igreja! Por isto, não poderia ser membro de uma
instituição que, apesar de usar expressamente Seu Nome, nega Seu poder, nega Sua
presença junto a cada pessoa, através do Seu Espírito, e que, principalmente, tenta se
colocar como mediadora entre Deus e os homens, substituindo arbitrariamente o Espírito
Santo de Deus!

Extraído de http://kasteloforte.blogspot.com/2011/04/por-que-nao-sou-membro-de-igreja.html

Você também pode gostar