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ENSINAMENTO DE MEISHU-SAMA

ALICERCE DO PARAÍSO – VOLUME 1

O QUE É A IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL

Esta Igreja tem por finalidade construir o Paraíso Terrestre, criando e


difundindo uma civilização religiosa que se desenvolva lado a lado com o
progresso material.
Não há dúvida de que “Paraíso Terrestre” é uma expressão que se refere
ao mundo ideal, onde não existe doença, nem miséria, nem conflito.
O “Mundo de Miroku” anunciado por Buda, a chegada do “Reino dos
Céus” profetizada por Cristo, a “Agricultura Justa” proclamada por Nitiren e o
“Pavilhão da Doçura” idealizada pela Igreja Tenrikyô, têm o mesmo significado
que o Paraíso Terrestre a que nos referimos. A diferença é que eles não fizeram
indicação de tempo. Mas eu cheguei à conclusão de que o momento se
aproxima. E o que significa isto? É a hora da “Destruição da Lei”, prevista por
Buda, e do “Fim do Mundo” ou “Juízo Final”, prometido por Cristo.
Seria uma felicidade se o Paraíso Terrestre pudesse ser estabelecido sem
que isso afetasse o homem. Antes, porém, é indispensável destruir o velho
mundo a que pertencemos.
Para a construção do novo edifício, faz-se necessária a demolição do
prédio velho e a limpeza do terreno. Deus poupará o que for aproveitável – e
essa seleção será feita por Ele.
Eis a razão pela qual é importante que o homem se torne útil para o
mundo vindouro.
Transpor essa grande fase de transição significa ser aprovado no exame
divino. A Fé é o único caminho para obtermos essa aprovação.
As qualificações para ultrapassar a grande fase de transição são as
seguintes:
a) tornar-se um homem saudável não apenas na aparência, mas
verdadeiramente sadio;
b) um homem que se libertou da miséria;
c) um homem de paz, que odeia o conflito.
Deus resguardará aquele que for possuidor dessas três grandes
qualificações e dele se utilizará, como um ente precioso, no mundo que vai
surgir.
Certamente não há discordância entre os desígnios de Deus e os ideais
do ser humano. Portanto, haverá um caminho que possibilite estabelecer as
condições requeridas. E como poderemos obtê-las?
Nossa Igreja tem por objetivo orientar as pessoas e transmitir-lhes a
Graça Divina, de modo a criar essas condições.

25 de janeiro de 1949
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PARAÍSO TERRESTRE

“Paraíso Terrestre” é uma expressão que soa maravilhosamente. Não há


nada que inspire mais Luz e Esperança.
Entretanto, a maioria das pessoas considera o Paraíso Terrestre uma
utopia, algo impossível de ser realizado. Quanto a mim, creio na sua chegada e
sinto-a bem próxima.
Meditemos na grande advertência bíblica: “Arrependei-vos, porque é
chegado o Reino dos Céus”.
Não é possível que o grande fundador do poderoso cristianismo, que
influenciou metade do mundo, tenha proferido palavras sem fundamento.
É natural que todos queiram saber o que seja o Paraíso Terrestre. Vou
descrevê-lo apelando para a imaginação.
O Paraíso Terrestre pode ser compreendido como o Mundo dos Felizes.
Será um mundo de alta civilização, sem doença, sem miséria e sem conflito.
Nós é que temos de encontrar a forma de minorar o sofrimento humano e
transformar este mundo repleto de males em Paraíso.
Inicialmente, precisamos descobrir como eliminar a doença, pois, dentre
as três grandes desgraças que citamos, ela é a principal. Em seguida, temos de
vencer a miséria, cuja causa primária é a doença; os pensamentos errados, as
falhas políticas e a deficiente organização social são causas secundárias.
A preferência pelos conflitos é motivada pelo estado selvagem de que a
humanidade ainda não conseguiu se libertar. Portanto, é essencial eliminar as
três grandes desgraças.
Como adquiri confiança na solução desses problemas, vou esclarecer a
realidade da forma mais simples possível.
Todos os que ingressam em nossa Igreja e seguem seus ensinamentos,
para sua própria surpresa, vão sendo purificados espiritual e fisicamente,
libertam-se pouco a pouco da miséria e tomam aversão aos conflitos. Há
inúmeras experiências de fé provando que a maioria dos fiéis, com o correr dos
anos, goza de crescente felicidade.
É condenável salientar os defeitos alheios, mas, neste momento, devo
fazer referência às pessoas que, embora possuam fé, tombam nas garras de
doenças fatais ou continuam vivendo de forma miserável, mas satisfeitas e
contentes. Comparando-as com os descrentes, é possível que estejam salvas
espiritualmente, mas não fisicamente. A salvação foi feita pela metade. A
verdadeira salvação abrange o espírito e o corpo. Uma família deve tornar-se
saudável, libertar-se da pobreza e todos devem usufruir de alegria plena. Até
hoje, porém, visava-se apenas à salvação do espírito, não havendo
preocupação com o corpo físico; todos se resignavam, considerando que “a Fé
limita-se à salvação da alma”.
É ilógica a concepção segundo a qual “a Fé que busca obter graças
imediatas é inferior”. Muitos religiosos afirmam isso, mas não há quem não
aspire a graças imediatas.
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Se alguém se queixa de dores físicas, é estranho retrucar que “o homem


deve superar a vida e a morte”. Ora, ninguém é capaz de tal superação. Pensar
que se conseguiu tal coisa é enganar a si próprio.
Um episódio relacionado à história do mestre Takuan é bem ilustrativo.
Quando ele estava às portas da morte, cercado de pessoas, alguém lhe
solicitou que escrevesse uma frase. Takuan, tomando da pena, escreveu: “Não
quero morrer”. Imaginando algum engano, pois julgavam que um mestre tão
notável não escreveria tal coisa, entregaram-lhe novamente a pena e o papel. E
o mestre escreveu: “Não quero morrer de maneira alguma”.
Admiro essa atitude. Em igual circunstância, a tendência vaidosa seria
escrever: “Acaso temerei a morte?” O mestre, porém, abandonou todo falso
orgulho e revelou francamente seus sentimentos. Isso merece consideração,
porque um simples bonzo não conseguiria fazê-lo.
Muitos dos que pretendem salvar o próximo fazem autopropaganda,
apesar de ainda não viverem livres das desgraças. A intenção pode ser boa,
mas os meios são incorretos.
Só devemos conduzir os que são vítimas de sofrimentos e misérias,
quando já tivermos conseguido a salvação e a felicidade; então, poderemos
trazê-los ao nível em que estamos. Nossos semelhantes sentir-se-ão atraídos ao
presenciar nosso estado feliz. É quando a propaganda surte cem por cento de
efeito.
Eu mesmo não ousei difundir meus ensinamentos antes de me encontrar
em boas condições. Só fiz quando me senti abençoado pelas Graças Divinas.
Se considerarmos que o Paraíso Terrestre é o Mundo dos Felizes,
concluiremos que no lugar onde as pessoas se reúnem e se tornam felizes, está
estabelecido o Paraíso Terrestre.

25 de janeiro de 1949
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CONCRETIZAÇÃO DA VERDADE

O verdadeiro objetivo da Religião é a concretização da Verdade.


Mas que é a Verdade?
A Verdade é o próprio estado natural das coisas. O Sol desponta no
nascente e desaparece no poente; o homem inevitavelmente caminha para a
morte (essa morte a que o budismo se refere com as expressões “tudo que
nasce está sujeito a desaparecer” e “todo encontro está condenado à
separação”). O homem manter-se vivo através da respiração e da alimentação
também é Verdade.
A mente humana anda tão confusa que preciso insistir sobre assuntos
tão óbvios.
Observando os revoltantes acontecimentos do mundo, como o caos que
reina na sociedade, os conflitos, a desordem, o pecado, é impossível negar que
tudo contribui mais para a infelicidade do que para a felicidade do homem.
Precisamos, pois, conhecer a razão de tais coisas. Tudo se baseia no fato de
estarmos longe da Verdade – isso é evidente. O problema é que não temos
consciência disso.
Vou explicar meu ponto de vista.
Vejo que o homem moderno perdeu a noção da Verdade. Parece que a
vida se mostra tão difícil para ele, que lhe falta tempo para refletir sobre o
assunto.
A Religião, também, até hoje não tinha condições para esclarecer o que
é a Verdade, e transmitia noções falsas acreditando serem verdadeiras. Se a
Verdade pudesse ter sido revelada tal qual é, a situação humana seria muito
melhor. Talvez até tivéssemos construído algo semelhante ao Paraíso Terrestre.
Mas é chegado o tempo de revelar a Vontade de Deus e pregar a
Verdade, para que esta possa se concretizar. E a Vontade de Deus é que a
Verdade seja transmitida claramente. Se aqueles que lerem minhas palavras
tiverem a mente livre de preconceitos, certamente hão de obter a correta visão
da Verdade.
Gostaria de dar uma explicação que todos compreendessem.
O homem adoece porque se distancia da Verdade e, por motivo idêntico,
não consegue curar-se. Política errônea, má ideologia, aumento de crimes, crise
financeira, inflação e deflação, tudo isso se deve, também, ao fato do homem
desviar-se da Verdade.
Tudo que desejássemos logo se realizaria se estivéssemos de acordo
com a Verdade: foi com esse propósito que Deus criou a sociedade humana. Eis
por que não é difícil a formação de uma sociedade ideal, nem é impossível ser
feliz. Nisto reside a possibilidade do advento do Paraíso Terrestre.
Alguns, talvez, achem estranhos os meus pontos de vista, mas não há
razão para isso. Tudo que estou dizendo tem muita lógica. Minhas ideias só
parecerão estranhas a quem não estiver voltado para a Verdade. Quanto mais
absurdas elas parecerem, mais evidente ficará o quanto o mundo se encontra
distanciado da Verdade.
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Deus concedeu ao homem a liberdade infinita. Eis a Verdade. As outras


criaturas, como os animais e os vegetais, gozam de liberdade limitada.

Aqui se percebe a superioridade do homem. Falar da sua liberdade é


dizer que ele ocupa o ponto médio entre os dois extremos – o animal e o
divino.
Quando ele se eleva, torna-se divino; quando se corrompe, equipara-se
ao animal. Se desenvolvermos esse princípio, vemos que basta o homem
querer para que o mundo se converta em Paraíso. Caso contrário, ele faz do
mundo um inferno.
Esta é a Verdade. Não há dúvidas quanto à escolha: a não ser alguém de
espírito satânico, ninguém desejará ocupar a extremidade animal.
De acordo com o que acabamos de expor, a formação do Paraíso
Terrestre vem a ser o objetivo final do ser humano, e o único recurso para
atingi-lo é a concretização da Verdade.
Sendo esta a missão básica da Religião, eu prego a Verdade e me
esforço e trabalho incessantemente para concretizá-la.

16 de julho de 1949
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ATEÍSMO É SUPERSTIÇÃO

O problema do suborno de funcionários públicos tem ocupado os


noticiários jornalísticos.
Surge um caso após outro e parece que a coisa não tem fim. Isto nos
mostra que o serviço público está completamente corrompido. Assemelha-se a
um sifilíco purulento em terceiro grau. Jamais vi, até hoje, tanta corrupção. A
polícia estuda novos meios para prevenir o problema, mas não encontra
solução, embora venha aplicando severamente os recursos legais. Todas as
medidas revelam-se provisórias, pois não se conhece a raiz do mal e, por isso,
não é possível evitar que surjam problemas dessa espécie.
Dentro da mesma ordem de fatos, temos os aproveitadores dos serviços
públicos, cujas atividades obscuras vêm se tornando notória nos últimos
tempos. Convidam funcionários para reuniões em restaurantes ou casas
noturnas e, após oferecer-lhes magníficas recepções, conseguem concluir
negócios altamente vantajosos para si próprios. Desse modo, eles enfraquecem
todas as resistências. As despesas que disso resultam são geralmente
consideráveis, e é o povo que vai pagá-las através do aumento do preço das
mercadorias e dos impostos.
O problema em questão exige solução radical e urgente. Infelizmente,
nada poderá ser feito enquanto a polícia e os especialistas ignorarem as causas
do fato. Vou sugerir um meio infalível para solucioná-lo.
De início, parece-nos contraditório que pessoas de cultura superior ou,
pelo menos, de nível médio, cometam crimes. Entretanto, o povo se engana,
julgando que os homens mais instruídos sejam incapazes de praticá-los.
Talvez o homem culto não use métodos violentos, mas recorre às
sutilezas da inteligência. Consequentemente, seus delitos serão mais graves,
pois ele exerce maior influência social. E qual é o motivo que o leva à prática de
crimes revoltantes?
A causa principal é uma falha psicológica: sua visão materialista, que o
faz crer no êxito da ação culposa executada com habilidade, às ocultas, sem o
testemunho de outrem. Acontece, porém, que, quando menos se espera, o
crime é descoberto. Então, o culpado se surpreende e se põe a pensar. O que
se passa em seu íntimo deve ser mais ou menos o seguinte: “Infelizmente fui

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