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RELATÓRIO FINAL
As atividades realizadas não foram em nada diferentes daquelas feitas nos demais
semestres, no Estágio I e II, já relatadas nos respectivos diários de campo e relatórios finais, ou
seja: Plantão Social, observação e participação em reuniões de equipe e dos Conselhos
Municipais de Assistência Social (CMAS) e dos Direitos da Criança e Adolescente
(COMDICA), também no recém criado Comitê de Controle Social do Programa Bolsa Família,
além de algumas participações no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, contato com
pessoas que estão cumprindo medidas sócio-educativas, adultos e adolescentes,
institucionalização de idosos e de crianças, atendimento a demandas provenientes do Conselho
Tutelar, reuniões com os conselheiros deste último, etc.
A situação mais grave, com certeza, é daquele segmento da população que ficam
completamente excluídos do mercado de trabalho formal. Se a condição daqueles que
sobrevivem do trabalho informal na maioria das vezes já é precária, esse aspecto se acentua
naquelas famílias que estão de fora mesmo desse tipo de trabalho, e dependem exclusivamente
dos benefícios de transferência de renda e dos auxílios da Prefeitura Municipal.
Sendo assim, este espaço no contexto municipal é onde mais se verifica a concentração
de pobreza, baixa renda, vulnerabilidade e risco social. Mesmo levando em consideração o fato
de ser o espaço mais assistido pela Prefeitura em termos de benefícios e serviços sociais, e
onde ocorre o maior número de intervenções sociais por parte do Serviço Social da instituição,
essas intervenções estão longe de serem satisfatórias, e ao contrário de buscarem a autonomia e
emancipação humana, pelo contrário, perpetuam a dependência.
Aprofundando um pouco a discussão sobre a Vila Glória, enfatiza-se que este espaço é
recente dentro da cartografia urbana de Tuparendi. Como pode ser observado no mapa do
município de Tuparendi (Anexo I), existem outras vilas, mas afirma-se empiricamente que
existem algumas diferenças visíveis: Na Vila Julio Fabrício (mais conhecida como Vila Peru),
e na Vila Progresso, existe uma demanda considerável de famílias em vulnerabilidade social,
mas o espaço é visivelmente menor do que na Vila Glória. A Vila Esperança, poderia ser
considerada mais como um espaço intermediário entre o centro e a Vila Glória, visto que não
acumula características de periferia. A Vila dos Bancários, como o próprio nome já indica, não
apresenta situação de vulnerabilidade social, com raras exceções.
Então, conclui-se, embora haja pobreza e baixa renda em outros pontos da Zona Urbana
e Rural de Tuparendi, a Vila Glória demanda mais atenção pela quantidade de pessoas que lá
residem, pelo espaço territorial considerável dentro do município, e pelo fato da maioria das
famílias apresentarem situação econômica e social extremamente frágil. Os mais bem
sucedidos em termos econômicos lá são aqueles que possuem membros da família que
trabalham na construção civil, nas serrarias e marcenarias, entretanto, se caracteriza também
como trabalho informal.
Não são raras as situações em que o pai, a mãe e os filhos menores de idade trabalham
todos nessa “cooperativa”. O curioso é que as crianças e adolescentes que estão sendo
recrutadas para o trabalho infantil, o qual muitos insistem não existir em Tuparendi, não são
alvo de proteção do poder público e encontram-se fora do Programa de Erradicação do
Trabalho Infantil, reforçando a ideologia de que o trabalho evita que essas crianças e
adolescentes rumem para o caminho da marginalidade, conforme discorre o texto de Campos e
Alverga (2008).
A Vila Glória é um espaço bastante recente em relação a formação do município de
Tuparendi, ou seja, quando da colonização deste espaço e posterior desenvolvimento até
chegar a emancipação em 1959, este espaço não existia, ou seja, não haviam moradores e não
era urbanizado.
Podemos perceber com isso que a formação da Vila Glória tem a ver com um aspecto
em particular, que somado a outros secundários, determinaram a instalação de famílias mais
pobres nesse espaço, em moradias precárias e sem nenhuma infra-estrutura e urbanização.
Trata-se do êxodo rural, uma realidade ainda constante nos dias atuais, e que está longe de ter
solução definitiva.
Percebe-se em Rotta (1999), que quando as indústrias começaram a tomar uma posição
de maior expressão na sociedade regional, aumentaram as ofertas de empregos urbanos. A
cidade sempre foi mais atrativa para as pessoas do que a zona rural, de modo que julgava-se ser
uma grande ascensão social deixar a agricultura familiar e se tornar um trabalhador assalariado,
sinônimo de estabilidade financeira e tranqüilidade para a família. Na cidade, estavam perto de
escolas, hospitais, comunicação, lazer, enquanto na zona rural estavam privados disso tudo e de
certa forma isolados. Morar na zona urbana significava ter mais qualidade de vida no
imaginário das pessoas.
Quando a oferta de trabalho aumentou nas cidades, ainda de acordo com Rotta (1999),
muitos agricultores se desfizeram de sua propriedade e foram instalar-se nos povoamentos,
onde havia melhores oportunidades de conseguir emprego, colocar os filhos na escola, ter
acesso à saúde, estar próximo das atividades de lazer, ter acesso às noticias, etc. a propaganda
para que os agricultores migrassem para a cidade, foi bastante atrativa e assim muitos o
fizeram.
Levantando os estudos de Rotta (1999), é possível fazer uma relação bem próxima com
a formação da Vila Glória, no município de Tuparendi, visto que a maioria das famílias que se
instalaram nessa área eram de agricultores, que optaram por viver na cidade, em busca de
trabalho assalariado e melhor qualidade de vida. Evidentemente, essa não é uma regra: existem
famílias oriundas de outros municípios, ou que já foram da classe média e alta mas acabaram
por decair em seu padrão de vida por várias questões, mas que tem em comum o aspecto da
baixa renda e má qualidade de vida.
Com a modernização da agricultura, ainda resgatando Rotta (1999), aqueles que não
possuíam condições financeiras de se adequar às novas tecnologias que surgiam, também
optaram por um novo modo de vida. Evidentemente, na cidade não teve lugar para todos, o
espaço foi insuficiente para acolher a oferta de mão de obra. A industrialização passa a exigir
novas tecnologias, para que fosse possível adequar-se às regras rígidas do mercado e competir
com a concorrência. No caso especifico de Tuparendi, a fonte mais significativa de empregos
na década de 70 e até o final da década de 80, era a indústria de máquinas agrícolas Fankhauser
S/A, que representa até hoje a maior fonte de arrecadação de ICMS do município. E na época,
era símbolo de status e de estabilidade financeira ser um operário dessa indústria. Mas é claro
que a indústria não teve capacidade de absorver toda a oferta de mão de obra existente, e
muitos dos ex-pequenos agricultores que migraram para a cidade em busca de trabalho
assalariado, acabaram compondo aquilo que chamamos de “exército industrial de reserva”, ou
seja, a mão de obra excedente em relação às necessidades do capital.
Esta situação gerou a exclusão de muitas pessoas deste mercado de trabalho assalariado
ascendente, e com isso, muitas das características das nossas cidades hoje, foram se
configurando (ROTTA, 1999). Ou seja, os colonos que haviam migrado da cidade, só
conseguem ter acesso a moradias precárias, instaladas nas periferias das cidades, formando um
circulo de vilas e bairros pobres nos arredores dos centros urbanos. Este é o perfil da Vila
Glória, assim como de várias outras vilas que compõem as periferias dos municípios da nossa
região, em que o índice de concentração de pobreza é com certeza maior do que nos espaços
centrais das cidades.
Sem qualificação para ter acesso a um dos empregos nas indústrias, automaticamente
ficaram de fora do trabalho formal. De acordo com as idéias de Rotta (1999), estes passaram a
viver de trabalhos informais, biscates, trabalhos temporários, etc. e assim, foram excluídos dos
direitos sociais e demais benefícios do trabalho assalariado formal. Pode-se concluir então, que
as camadas mais vulneráveis da população, concentradas em bairros e vilas mais pobres em
termos econômicos e estruturais, são descendentes destes migrantes que no passado iludiram-
se com as promessas que giravam em torno das cidades e do dito “progresso”.
Este processo ainda não deixou de acontecer. Diariamente, muitas pessoas ainda
migram para as cidades, diante das dificuldades existentes na agricultura, acreditando nas
promessas de que a cidade e o emprego assalariado é a solução para seus problemas. Ao se
depararem com outra realidade, sem qualificação, sem emprego, engrossam as estatísticas dos
indivíduos e famílias que se encontram à margem da sociedade. Soma-se a isso outros
processos que decorrem de exclusão social, e acabam por gerar ainda mais desigualdade social,
como o aumento do desemprego, o uso de drogas lícitas e ilícitas, a violência, a marginalidade,
que fazem com que essas pessoas se sintam quase como uma “contra-sociedade” ou uma “não-
sociedade” (NETTO, 1996) e acabam agindo dessa forma.
Com o passar do tempo, mais e mais famílias acabaram se instalando nesse local, o que
obrigou a Prefeitura Municipal, já em meados da década de 80 realizar um processo de
legalização do local, de um primitivo e mal feito processo de urbanização, e o reconhecimento
deste espaço como pertencente ao perímetro urbano de Tuparendi. A Vila Glória foi
aumentando, e hoje representa uma boa parcela, embora não quantificada, da população do
município, contando de acordo com o Sistema de Informações da Atenção Básica – SIAB com
cerca de 450 domicílios1.
Verifica-se que este local é bastante assistido pela Prefeitura Municipal, mas não no
sentido de promover o exercício da cidadania, a autonomia e a emancipação humana. Pelo fato
das ações do poder público serem restritamente em forma de auxílios emergenciais e pontuais,
perpetua-se a dependência dessa população para com os serviços assistenciais. Ou seja, este
local carece de incentivos a participação da população nas instâncias de controle social, ou seja
Conselhos Municipais e Conferências. Carece também de iniciativas de organização da
comunidade em torno de seus interesses, ou seja, da existência de um movimento social que
possa cobrar do poder público ações mais abrangentes e que signifiquem uma oportunidade de
desenvolvimento social para este local e para as pessoas que o habitam.
1 1
De acordo com a PNAD (2007), o município de Tuparendi conta com 2686 domicílios, sendo que a maior parte
está localizada na Zona Urbana.
Visto que nesse ano de 2009, a administração municipal é outra, e que entrou em cena
com grandes propostas, como implantar o Programa Primeira Infância Melhor, implantar o
Centro de Referência da Assistência Social – CRAS, mudar a Secretaria Municipal de Saúde e
Ação Social para o prédio alugado onde antes funcionava a Vera Cruz, “desafogando” o fluxo
de pessoas no local atual que é também a Unidade Central de Saúde, a implantação de
programas de geração de emprego e renda, melhorias no Programa de Erradicação do Trabalho
Infantil, entre outras coisas.
Nesse espaço, sem dúvida, estão as famílias que sobrevivem em situações precárias,
degradantes e de extrema exclusão social. As moradias não têm a mínima condição de serem
habitadas, e há a urgente necessidade de duas iniciativas: a formulação de uma política
habitacional condizente, e a retirada dessas famílias para uma área regular e legalizada, pondo
em prática as medidas cabíveis quando a preservação daquele riacho.
Esse novo padrão de resposta a questão social preconizado pelo capital atualmente, ao
contrário da idéia de Welfare State, propõe a descentralização do poder do Estado, a
desoneração do capital e a auto responsabilização da sociedade civil organizada (Montaño,
2002). O Estado é apresentado como incapaz, burocrático, ultrapassado e arcaico, enquanto o
mercado apresente, ainda que implicitamente e com discurso forjado, as instituições da
sociedade civil como dinâmicas, competitivas, e capazes de sanar as lacunas deixadas pelas
esferas estatais principalmente nas respostas a questão social.
Assim, o mercado tendo adotado a teoria pioneira de Adam Smith, se considera auto
suficiente como agente regulador da economia e de todo o resto dos segmentos, inclusive dos
interesses individuais (Naves, 2003). O que é possível abstrair disso como análise do
município de Tuparendi, é que olhando superficialmente a realidade que se apresenta, as
mudanças são tantas na sociedade que parece mesmo estar brotando uma “nova questão
social”.
Isso poderia ter como argumento a impressão de que o conflito capital e trabalho parece
ter se retraído e dado lugar a uma luta generalizada pela sobrevivência, tanto do capital local
quando dos trabalhadores.
A realidade que se coloca é bastante preocupante, perpassando um quadro de
empobrecimento geral: a indústria, o comércio e a agricultura, fazem malabarismos para
manter seus empreendimentos de portas abertas, muitos deles sucumbindo a uma
competitividade de mercado voraz. Eles não têm nenhum incentivo, são engolidos por
empreendimentos maiores e ainda tem a incumbência de manter a economia local em pé. De
outro lado, está a população, que não tem acesso a vagas de emprego formal, visto que as
dificuldades financeiras dos estabelecimentos industriais e comerciais não permitem a criação
de novos postos. Em suma, parece que o trabalhador não chega nem a ter uma relação com o
capital para poder entrar em conflito com ele.
O que acontece, sinteticamente, é que Tuparendi está tão longe dos grandes centros que
não consegue esboçar uma reação de competição com outras cidades mais desenvolvidas. E
são ausentes as estratégias do COMUDE, por exemplo, para tentar integrar o município ao
desenvolvimento da região como um todo.
E assim os habitantes, e não só as classes mais subalternas, padecem dos males de uma
economia precária e sem perspectivas. Ainda, não podemos culpabilizar somente a esfera
estatal municipal. Como explica Naves (2003), o funcionamento do Estado é muito simples: os
cidadãos pagam uma série de impostos e em troca, esperam receber uma série de serviços.
Seria uma lógica quase infalível se não fosse por dois detalhes típicos do Brasil:
primeiro, a maior parte da arrecadação obtida através dos tributos é canalizada para o
pagamento dos juros da dívida externa, acumulada por sucessivos empréstimos internacionais
ao longo de vários governos e segundo, que uma fatia bem grande do orçamento é desviada
para financiar a nossa tão conhecida corrupção (Naves, 2003).
Assim, já sobra muito pouco para investir na prestação dos serviços que são de
obrigação do Estado, conforme a legislação. Dessa forma, o Estado abre a guarda para as
críticas dos neoliberais, que adeptos do “discurso único”, defendem o livre mercado e o Estado
mínimo.
Isso a nível nacional e estadual, mas que tem reflexos na realidade dos municípios, já
que recebe poucos investimentos das esferas estatais superiores. Soma-se a isso o fato de que
os parcos recursos enviados para os municípios vão se esvaindo ao longo do caminho.
Isso quer dizer que os recursos em maior escala ficam concentrados na esfera federal,
respingam na esfera estatal e chegam minimizados aos municípios. Poderia-se supor então, que
a situação precária em que se encontra o município de Tuparendi não é única e exclusivamente
culpa das sucessivas más administrações que precederam a essa, baseadas em uma cultura
política mais individualista do que coletiva.
A Assistência Social nesse cenário é vista como a grande vilã das políticas públicas,
como diria Montaño (2002). Ora, os “cidadãos” pagam impostos e em troca recebem, ao menos
na teoria, os serviços da Prefeitura Municipal, que compreendem obras, saúde, educação,
transporte, saneamento, etc. Já os usuários da Assistência Social em sua grande maioria não
pagam tributos, como o IPTU por exemplo, causando a impressão que só retiram dos cofres
públicos. São totalmente assistidos e não retornam nenhuma contrapartida por isso. No caso
dos moradores da Rua E, objeto das visitas de hoje, eles não pagam IPTU e seus casebres estão
irregulares.
É claro que essa é uma ótica equivocada e reducionista, mas perpassa com certeza o
imaginário dos gestores, especialmente os que tomaram posse recentemente. Ou seja, eles
entendem que os usuários, seja da Zona Rural ou Urbana, não pagam os devidos impostos e
somente sugam do poder público.
Os usuários, em sua grande maioria, são moradores da Vila Progresso e da Vila Glória,
nessa última inclusive a situação é pior nas chamadas Ruas A, B, C, D, E, F... (de tão precárias,
nem nome receberam ainda) onde as pessoas foram se instalando sem nenhuma infra-estrutura
de urbanização, onde não há calçamento, as habitações são inabitáveis, o esgoto corre em um
valão ao lado da rua onde as crianças brincam. Como eles não dão o “retorno” ao poder
público, e são considerados um “peso”, conseqüentemente os serviços prestados a eles são,
literalmente, as sobras.
Nesse sentido, a grande vilã das políticas públicas, aquela que, ao ver dos gestores, só
traz ônus aos cofres municipais é a assistência social. Não é a toa que a assistência social só é
prioridade para as gestões quando se aproxima o período eleitoral, quando é “interessante”
condicionar as pessoas pobres a idéia do “favor”.
Mais um ponto para a crítica neoliberal ao Estado, pois na ótica do Welfare State, as
políticas públicas, especialmente as sociais, deveriam ser vistas como responsabilidade do
Estado e direito do cidadão. Nesse caso, a esfera municipal nem sequer se entende como
Estado, empurrando os defeitos para as demais esferas, e ainda, não compreende a todos como
“cidadãos”, em pé de igualdade, e sim, existem alguns que são “mais cidadãos” que os outros.
Assim fica fácil para o capital argumentar a total inoperância do tal “Estado de Direito” que
aqui mais parece o “Estado do Favor”, ou pior, o “Estado da Troca de Favores”. E aquele que
não tem nada para essa troca, literalmente “sobra”.
Enfim, existe uma dupla subalternidade que envolve o Serviço Social: enquanto
executor da política de Assistência Social, subalterna na instituição, e enquanto a sua posição
de inferioridade frente a outras profissões presentes na equipe (médico, enfermeira,
nutricionista, psicóloga, dentista). Sendo a política executada a última na lista das prioridades
da gestão municipal, sendo o Serviço Social a última profissão em termos de status profissional
na equipe, não é difícil imaginar a posição difícil em que se encontram as estagiárias em
Serviço Social, que além de não terem funções especificas atribuídas, por vezes são
consideradas um estorvo.
A legitimação da profissão, nesse ponto de vista, não precisa ser revista somente entre
os outros profissionais da equipe e os gestores municipais, mas sim, repensar a compreensão
do usuário sobre o Serviço Social é profundamente necessário, e criar mecanismos para que
eles venham a pensar a intervenção do profissional Assistente Social importante nas suas vidas.
Como aponta Netto (1996), os assistentes sociais hoje em dia precisam competir com
outras profissões que surgem e outras que se remodelam, e acabam por adentrar no espaço de
intervenção do Serviço Social, como o caso da Psicologia Social, Sociologias Aplicadas. Nesse
sentido, como diz este autor, as fronteiras profissionais não estão delimitadas: no município de
Tuparendi, por exemplo, é muito freqüente a invasão de outras profissões no espaço de
intervenção do Serviço Social e vice-versa, havendo uma visível confusão das atribuições
profissionais de cada um.
Outra questão a ser apontada para o âmbito da profissão, é a discrepância que há entre
as produções teóricas dos intelectuais do Serviço Social e os profissionais de campo, como diz
Netto (1996). Conforme este autor, as produções bibliográficas da categoria evoluíram muito
desde a década de 80, especialmente depois da adoção da teoria marxista como norte para as
interpretações e leituras profissionais. Mas segundo ele, a produção de conhecimento não
chega até os profissionais que atuam cotidianamente nos vários campos de trabalho.
Essa distância do conhecimento teórico acumulado e a prática profissional é uma
discussão profundamente presente no Serviço Social. Cabe ao profissional formado e atuante
buscar constante qualificação, ou seja, “reciclar-se” profissionalmente, sob o risco de tornar a
prática profissional vazia, rotineira e sem nenhum embasamento.
Para Montaño (1999), a categoria profissional precisa buscar a sua re-legitimação “por
meio da qualificação, da pesquisa e resposta às demandas emergentes (...)”. Nesse sentido, não
é possível prostrar-se diante da invisibilidade da profissão, da desvalorização do Assistente
Social frente aos demais profissionais, da subalternidade e falta de autonomia dentro das
instituições em que trabalha, sendo necessárias estratégias para a modificação desse quadro,
especialmente no que tange a elaboração de respostas criativas, ousadas e em consonância com
as necessidades e reivindicações da população usuária.
Essa forma de exclusão está elencada pela ONU, ao lado da fome, da miséria e do
desemprego, como um dos problemas mais contundentes na atualidade. Na sociedade
brasileira, assim como as demais sociedades em países periféricos, a situação de exclusão é
agravada pela condição de dependência quanto aos recursos tecnológicos (DURAES, 2007).
Assim, sendo uma demanda existente a nível global, representando uma boa parcela dos
esforços do governo brasileiro, a inclusão digital torna-se um tema pertinente a ser adotado
pelo Serviço Social. Essa demanda, no contexto institucional, fez-se presente na pesquisa de
Liamara Coldebella, no ano de 2008, com as crianças e adolescentes do PETI e seus
responsáveis: quando perguntados pelas atividades que gostariam de ter no programa, as
crianças responderam em primeiro lugar o acesso a atividades de informática, empatada esta
opção com as atividades artísticas (dança, teatro, música).
Entretanto, este projeto não foi considerado pela supervisora, e não chegou ao
conhecimento dos gestores de 2008. Sendo assim, atualmente ele está sendo aplicado como
atividade externa e independente do Estágio Supervisionado em Serviço Social, com base na
utilização de trabalho voluntário e com a ajuda do Conselho Tutelar.
Entretanto, por problemas nos processos de licitação, o referido projeto começou a ser
aplicado apenas em 01 de julho de 2009, não sendo possível aplicá-lo no tempo hábil de
estágio. E além disso, todo o processo de aplicação foi realizado pela supervisora. Então, como
última tentativa de aplicação de um Projeto de Intervenção Profissional na instituição,
apresentou-se uma nova proposta: o Projeto Reconhecer para Libertar (em Anexo).
Essas situações que já não podem ser negadas, causam a revolta da sociedade em geral,
e há uma cobrança por ações do poder público, tanto para o atendimento qualificado e a
proteção dessas vítimas, quanto para a prevenção de novos casos. Nesse sentido, elaborou-se o
projeto, sendo entregues cópias para a supervisora Elizabét Cabaldi, para a Diretora de Ação
Social Carla Lisiane Sonza e para o Secretário Municipal de Saúde Valdemar Fonseca.
Providenciou-se cópia também para outros órgãos envolvidos com esta temática: Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselho Tutelar, Conselho Municipal de
Assistência Social e Secretaria Municipal de Educação, para que todos tomem conhecimento e
fiquem cientes de que a iniciativa existe, e se não for colocada em prática, é por negligência e
falta de esforços coletivos.
Como o Estágio Supervisionado em Serviço Social III tem seu término nesse semestre,
no mês corrente (julho/2009), a proposta feita é que a proposta seja aplicada mesmo assim, não
mais como vínculo de estágio, mas como prestação de serviço voluntário, com recebimento de
horas para as atividades complementares do curso de Serviço Social. Até o presente momento,
supervisora de campo e diretora de ação social estão analisando a proposta e ainda não
retornaram sobre a possibilidade de aplicação do projeto.
3. Avaliação do Processo Pedagógico
Foi possível também realizar o relato das atividades realizadas no cotidiano de estágio,
embora estas tenham sido pobres de intervenção profissional, e mais ricas em observação.
Procurou-se estabelecer, sempre que pertinente, a relação teórico-prática de tal relato, a fim de
enriquecer as reflexões sobre os fatos com os quais se teve contato empírico.
Supervisão Acadêmica
A supervisão acadêmica foi satisfatória, visto que a professora elencada para ser
supervisora desta turma nos três estágios é profundamente dedicada ao que faz, sempre
procurando atender as necessidades dos acadêmicos, trazendo materiais novos para estudo e
inovando em atividades criativas.
O fato de ter sido a mesma supervisora nos Estágios I, II e III, longe de atrapalhar em
alguma coisa, foi bastante positivo, no sentido do reconhecimento das dificuldades de cada um,
no esforço em auxiliar o acadêmico a superá-las, e no conhecimento daqueles pontos frágeis
onde é preciso exigir mais, cobrar mais.
Supervisão de Campo
Não é atribuída - como já foi evidenciado neste relatório - uma função especifica para
as estagiárias, sendo que a supervisora decide na hora o que será feito naquele dia. Isso
inviabiliza qualquer tentativa de planejamento das atividades de uma semana para a outra.
Várias vezes, apresentaram-se sugestões para que a supervisora apontasse um trabalho a ser
realizado, nos campos em que o atendimento do Serviço Social estaria frágil, como por
exemplo, o PETI e a Escola Especial, mas as sugestões não surtiram efeito.
Existe uma distância muito grande da prática profissional realizada nesse campo de
estágio com as teorias pertinentes à profissão, e produções intelectuais pertinentes à profissão
nas últimas décadas. Há um viés extremamente conservador e reformador, o que destoa com o
Projeto Ético-Político da categoria, e que entra em choque constante com os conhecimentos
apreendidos em âmbito acadêmico.
O fato de maior desagrado dentre todos compreende o fato de ter realizado sozinha
vários relatórios, estudos, pareceres, projetos, os quais depois foram assinados somente pela
supervisora. No espaço acadêmico houve a orientação de que seria possível assinar as
construções juntamente com a Assistente Social, porém não sozinha. Acredita-se que,
eticamente, esta seria a opção mais correta, e o fato de construir documentos importantes para
serem assinados como se fossem de outra pessoa, é desestimulante e desvalorizante.
Auto-Avaliação
Neste estágio III, houve uma desistência de bater de frente com a supervisora de campo,
e também uma mudança na forma de dar opiniões e sugestões, na tentativa de diminuir o clima
de conflito que sempre permeou o cotidiano de estágio. Muitas vezes, as situações vivenciadas
se chocavam com os princípios pessoais, e também profissionais, mas procurou-se assumir
uma postura mais retraída e menos questionadora.
Talvez essa retração tenha tornado o estágio entediante, repetitivo e rotineiro, mas a
postura mais prudente evitou novos atritos. Entretanto, minha mudança de atitude não
modificou em nada a postura hostil da supervisora.
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Sociedade, nº 50. São Paulo: Cortez, 1996
Mapa de Tuparendi
ANEXO II
1. Identificação
2. Apresentação
Este projeto tem como eixo temático a questão do abuso sexual, com ênfase no abuso
sexual intrafamiliar. A demanda posta para o Serviço Social compreende a existência
comprovada de vários casos de abuso sexual doméstico no município de Tuparendi, situação
que leva a sociedade a fazer cobranças de ações não só de tratamento, mas também preventivas
sobre esta questão. O objeto do presente projeto é, portanto, a prevenção do abuso sexual
contra crianças e adolescentes, envolvendo estes e outros sujeitos sociais, como família,
profissionais e sociedade em geral.
O eixo de discussão abordado diz respeito as formas de violação dos direitos das
crianças e adolescentes, especialmente no que concerne o abuso sexual doméstico e outras
formas de exploração da sexualidade infanto-juvenil. Esta é uma realidade inegável e latente
no município de Tuparendi, comprovada pela emergência simultânea de casos graves
envolvendo abuso sexual, tanto por parte de pessoas estranhas quanto por membros da própria
família.
Sabe-se que vivemos em uma sociedade capitalista, dividida em classes sociais pela
divisão social do trabalho, em que há uma polaridade entre cidadãos incluídos e cidadãos
excluídos da ordem social oficial. Existe portanto, uma discrepância entre aqueles que possuem
muito e aqueles que não possuem nada, um abismo entre ricos e pobres, típico da sociedade
capitalista.
A exclusão social da qual a maioria da população é vitima, tem sido agravada nas
últimas décadas pelas novas características do capitalismo tardio e seu projeto neoliberal de
reestruturação capitalista, como denomina Netto (1996), cujas transformações societárias
decorrentes causam profundas metamorfoses nos aspectos econômicos, produtivos, sociais,
culturais e políticos.
É uma minoria também que são assalariados, com Carteira de Trabalho regular e uma
situação estável de vida, comuns a classe média. Uma grande parcela da população sobrevive
do trabalho informal, isento de direitos sociais e sujeito a contingências, mas que, entretanto,
conseguem manter um certo padrão razoável de vida.
4. Justificativa
Empiricamente, pode ser feita a afirmação de que o abuso sexual intrafamiliar é uma
realidade profundamente latente no município de Tuparendi/RS. Embora não seja a única, e a
demanda mais significativa e grave que exige respostas imediatas e qualificadas do poder
público municipal e do Serviço Social, em especial.
É imprescindível a realização das ações previstas nesse projeto, a fim de que toda a
sociedade assuma seu papel em proteger os direitos das crianças e adolescentes, ajudando a
identificar e denunciando casos suspeitos. Todos os segmentos da sociedade devem estar
conscientes de que o abuso sexual é crime, e que é um dever denunciar.
5. Objetivos
5.1 Objetivo Geral
Orientar crianças e adolescentes sobre o abuso sexual através de oficinas nas escolas;
Realizar atividades específicas com a família das crianças e adolescentes em forma de
palestras;
Realizar uma palestra de capacitação para profissionais ligados à infância e à adolescência
sobre formas de identificação e providências a serem tomadas;
Elaborar um folder informativo para ser distribuído à população em geral contendo
informações centrais acerca do abuso sexual;
Utilizar espaços na mídia escrita e falada local para esclarecimentos sobre a temática.
6. Referencial Teórico
No caso do abuso sexual doméstico, o adulto agressor que comete essa vitimização
sexual é alguém com que a criança e/ou adolescente tenha laços de parentesco,
consangüinidade, afinidade ou responsabilidade, como pais biológicos ou adotivos, padrastos,
avôs, irmãos, tios, primos, tutores, etc. (AZEVEDO e GUERRA, 1989).
É importante ressaltar que este abuso sexual não compreende apenas o ato sexual em si,
ou seja, a penetração anal ou vaginal, e sim, diz respeito a todo contato sexualizado, como a
exposição da criança a nudez, manipulação dos genitais, exposição a materiais pornográficos,
etc. (GUERRA, 1998 apud NEVES e ROMANELLI, 2006).
As condições em que isso acontece, segundo Neves e Romanelli (2006), são as mais
diversas, não estando o fenômeno do abuso sexual intrafamiliar restrito as classes econômicas
subalternas. É uma situação que existe independente da condição social, gênero ou idade. A
diferença básica é que nas classes mais baixas, há propensão a agravantes ligados diretamente a
condição de vulnerabilidade social, e além disso, como não há privacidade, os casos são
identificados mais facilmente.
A vitima tem perfis também variados, sendo, como afirma Azambuja (2004), na
maioria das vezes meninas, por que, por serem mais frágeis se tornam presas fáceis, muito
embora essa não seja uma regra, pois existem muitos casos de crianças do sexo masculino que
são abusadas sexualmente. Além disso, o abuso acontece mais com vítimas do sexo feminino,
conforme essa autora, em decorrência da histórica dominação do homem sobre a mulher,
colocando esta última – e a sua sexualidade – a serviço do mais forte.
O senso comum muitas vezes aponta para um “consentimento” da vítima, como uma
forma de desviar a responsabilidade do agressor: vale ressaltar que, segundo Saffiotti (1995),
em situações de abuso sexual “ceder” não é sinônimo de “consentir”, pois o agressor usa-se
dos sentimentos da vítima para vencer a sua resistência, indo desde a sedução, manipulação da
culpa, medo e vergonha da criança, do seu medo da desintegração familiar, e por fim, da
ameaça e da violência física.
O agressor não necessariamente pode ser acometido de alguma patologia, nem mesmo
apresentar sinais claros de ser um abusador sexual. São pessoas normais, e muitas vezes, acima
de qualquer suspeita. Segundo Azambuja (2004), esta agressor pode ter distúrbios
psicológicos, dificuldade de se aceitar, baixa auto-estima, necessidade de exercer poder e
dominação sobre outras pessoas. Além disso, embora não seja uma regra, Furniss (1993)
aponta que alguns agressores podem ter sido vítimas de abuso na infância e transferem essa
situação para a vítima. De acordo com Santos (1991), os pais são os principais abusadores de
suas próprias filhas.
Na maioria dos casos, o abuso é mantido em segredo, que Furniss (1993) chama de
complô do silêncio. A família, segundo Cunha (2005) apud Azambuja (2004), protege este
segredo por um muro de tabus, medos, culpas e vergonhas, ou ainda, num contexto de
dependência financeira e emocional do agressor, além das ameaças e agressões. Araújo (2002)
relata que o agressor utiliza-se de vários mecanismos para perpetuar o abuso e seu exercício de
poder sobre a vítima.
A mãe, ou o adulto não abusador não pode ser considerado sempre um agente de
proteção para a criança. Embora, como aponta Oliveira (2004) quando existe a proteção
materna, as chances do abuso ser rompido antes de ter maiores conseqüências é grande, em
muitos casos a mãe não assume essa postura e sim, posiciona-se em defesa do agressor.
Entretanto, como aponta Azambuja (2004), essa conivência com o abuso sexual praticado
contra os filhos, pode ser explicado pela dependência econômica e emocional das mulheres em
relação ao companheiro, ou ainda, ao fato desta também estar sendo agredida e ameaçada.
Embora, como já dito, o abuso sexual possa acontecer em qualquer ambiente social,
com qualquer pessoa, não implicando na existência de um perfil de famílias incestuosas e de
agressor, Matos et al (2003) apud Azambuja (2004), apontam como fatores de risco a
vulnerabilidade social, os relacionamentos familiares pautados no poder e no medo, o uso de
drogas lícitas e ilícitas, a violência, a ausência do afeto materno e da presença materna no lar, a
negligência dos pais.
Mees (2001) apud Azambuja (2004) apontam que o abuso sexual, especialmente
quando praticado por pessoas em quem a criança confia, traz implicações físicas e psicológicas
para a vitima, traumas que podem perdurar por toda uma vida. Segundo Zavaschi (1991) apud
Azambuja (2004), as vítimas de abuso sexual podem apresentar em algum momento de sua
vida sintomas como tendências suicidas, auto-mutilação, uso de drogas, depressão, isolamento
afetivo, distúrbios de conduta, agressão sexual, etc.
Na Constituição Federal de 1988, art. 227, fica bem claro que qualquer agressão sexual
contra crianças e adolescentes devem ser punidas severamente. O Estatuto da Criança e
Adolescente, por sua vez, é uma iniciativa louvável em busca da efetiva proteção aos direitos
das crianças e dos adolescentes, estabelecendo mecanismos para essa proteção. Mas como é de
conhecimento geral, existe no Brasil uma discrepância muito grande entre os direitos previstos
em lei e a sua operacionalização na prática. A responsabilização do agressor, portanto, é
prevista em lei, e o abuso sexual é crime, e embora a primeira preocupação deva estar ligada ao
atendimento da vítima, o adulto abusador precisa ser submetido à lei e enfrentar as
conseqüências de seu ato criminoso (AZAMBUJA, 2004).
7. Metodologia
Para que este projeto venha a ser implementado é fundamental que as escolas se
comprometam com o enfrentamento do problema, e se posicionem favoráveis a realização das
oficinas. Nesse sentido, quando feitos os contatos iniciais com seus responsáveis, será
disponibilizada uma cópia do projeto, que ficará a disposição da escola.
As escolas que são alvo do projeto são: Escola Estadual de Ensino Básico Yeté, Escola
Municipal de Ensino Fundamental Incompleto Amadeu do Prado Mallmann, Escola Municipal
de Ensino Fundamental Vendelino Waldemar Rauber, Escola Municipal de Ensino
Fundamental 10 de Maio, Escola Estadual de Ensino Fundamental Andréa Parise e Escola
Municipal de Ensino Fundamental Senador Salgado Filho.
Assim que forem concluídas as oficinas com as turmas do Ensino Fundamental e Médio
das escolas atendidas, deverão ser realizadas atividades específicas voltadas para os pais, em
forma de palestra e com a utilização de recursos audiovisuais para auxiliar no entendimento e
na realização das discussões, estimulando a participação e o esclarecimento de dúvidas. Deve
ser realizada pelo menos uma reunião com os pais em cada uma das escolas.
Deve ainda, ser organizado um roteiro de informativos para esclarecimento nas Rádios
presentes no município de Tuparendi, a Rádio Mauá FM e Rádio Comunitária FM, e conforme
disponibilidade, na Rádio Noroeste AM que possui grande audiência no município. Além
disso, será utilizado espaço no Jornal Destaque para vinculação de matérias de esclarecimento
acerca do abuso sexual, além de outras matérias de divulgação do projeto no Jornal Noroeste e
Gazeta Regional.
Por fim, deve-se realizar uma ampla discussão com a equipe da Secretaria de Saúde e
Ação Social a fim de dar direcionamento as próximas ações a serem realizadas posteriormente
a conclusão deste projeto.
8. Recursos
8.1 Humanos
8.2 Materiais
Meios de locomoção
Equipamento de vídeo e/ou multimídia
Material didático
Folder informativo
9. Cronograma Físico
Referências Bibliográficas
AZAMBUJA, Maria Regina Fay de. Violência Sexual Intrafamiliar: É possível proteger a
criança? Porto Alegre: Livraria do Advogado Ed., 2004.
SAFFIOTI, Heleisth. Circuito fechado, abuso sexual incestuoso. In: Mulheres vigiadas e
castigadas. São Paulo: Claden, 1995.