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AS PARTEIRAS

Componentes do Grupo

Carla Rangel
Hermenegildo
Jucileide Gomes
Maria Berenice
Roberto Vieira
Sônia Vieira
Resumo
O artigo que faz parte de nosso
trabalho faz uma comparação entre as
discussões internas a classes médicas,
relacionadas à disputa pelo monopólio
da assistência ao parto entre os
médicos e as parteiras, e a definição
do futuro desta prática feminina no
Brasil.
Desde muito tempo, ao longo da
história, as parteiras tem sido, para
muitas mulheres, o anjo da guarda...
Sua função é tão antiga quanto a
própria humanidade. Através da
história foram perseguidas, combatidas
e caluniadas pelos representantes da
sociedade que dominavam, detinham o
poder, tais como sacerdotes,
administradores, médicos, homens de
maior posses.
Na Idade Média chegaram a serem
queimadas nas fogueiras da
Inquisição. Aquelas que saíssem das
atribuições específicas concedidas
pelos médicos deveriam ser punidas
rigorosamente, e deveriam ser
perseguidas implacavelmente, e que o
Estado deveria intervir de forma
enérgica e decisiva, tornando as
parteiras inofensivas à preservação
do monopólio médico na assistência ao
parto.
Ainda hoje essas mulheres têm
um papel essencial em muitas
comunidades, principalmente em
locais de difícil acesso e onde há
carência de profissionais de saúde.

Segundo o Ministério da Saúde, as


mulheres que auxiliam o parto
enfrentam muita discriminação,
preconceitos e proibições por parte
dos profissionais de saúde.
Conforme o Ministério da Saúde,
reconhece o trabalho das parteiras,
levou a criar, então, o Programa
Trabalhando com Parteiras
Tradicionais, em março de 2000,
para melhorar a assistência ao parto
domiciliar. O Programa estimula a
troca entre os saberes tradicionais
e o técnico-científico.
Desde o início do programa, de 2000
até 2005, já foram alcançados
resultados como a capacitação de
aproximadamente 1.170 mulheres e
570 profissionais de saúde.

Também houve aumento no


reconhecimento de situações de
risco pelas parteiras, com
encaminhamentos das mães para os
serviços do SUS.
No Brasil as regiões onde o índice de
mortalidade infantil é menor são nas
regiões Norte e Nordeste, mais
especificamente no estado do Amapá,
onde existe a menor taxa de partos
cesarianos do País.
Normalmente as mulheres que estão
para ganhar seu bebê, escolhem
uma parteira de seu convívio ou uma
componente de sua família, para
acompanhá-la na hora do parto.
Na hora do parto elas orientam a
mãe e em seguida começam a
tocar e apalpar a barriga
massageando-a com óleos naturais
e ao mesmo tempo fazendo
orações.
Alguns cuidados simples e básicos devem ser
levados em conta para aquelas que irão
realizar o parto, no caso das parteiras, que
acompanham a mulher durante o seu
trabalho de parto, para proteger o bebê:
 deixá-la caminhar de acordo com sua

vontade, auxiliando na dilatação;


 se a mãe quiser deitar, mantê-la

lateralizada à esquerda para não comprimir


os vasos sangüíneos que fornecem oxigênio
ao bebê;
 não utilizar medicação na mulher em

trabalho de parto, somente o médico pode


fazê-lo;
no momento da expulsão do bebê, deve a
parteira evitar de comprimir com força a
barriga da mãe para baixo para forçar o feto
a nascer, podendo ocasionar assim
rompimento do útero da mãe, causar
hemorragia no cérebro e dentro do olho do
bebê;

devem as parteiras levar para o hospital


mais próximo toda mulher que estiver
perdendo água há mais de 12 horas para
proteger a mãe e o filho de graves
infecções;
deve oferecer a mulher que está tendo o
bebê, água açucarada, caldo de cana,
rapadura, suco de frutas doce para evitar
que o açúcar em seu sangue e no do bebê
diminua causando uma hipoglicemia e
causando danos ao cérebro do bebê;

a parteira deve incentivar a presença do


marido ou pessoa mais próxima à mãe para
dar conforto e apoio psicológico na hora de
nascer o bebê; (J.A. 2002)
II CURSO PARA PARTEIRAS
TRADICIONAIS
Os objetivos do curso foram:
* Capacitar novas parteiras para
acompanhar e encaminhar as
gestantes para o pré-natal na cidade;
* Reciclar e acompanhar as parteiras
que participaram do primeiro. curso,
em setembro de 2001;
* Incentivar a articulação entre o
trabalho das parteiras e o sistema
de saúde local;
As parteiras que estavam
participando pela primeira vez, foram
capacitadas pelas enfermeiras Ana
Paula Viana e Silvana Maria, do Grupo
Curumim, auxiliadas por Neidi Regina
Frierdrich, Maria Mercês Bezerra e
Helena Ferreira Moura. A principal
ferramenta usada foi novamente o
Livro da Parteira, produzido pelo
Grupo Curumim, revisado e editado
pelo Ministério da Saúde.
O Programa teve início mesmo em 1995,
apenas com 62 parteiras, já em 2000 o
número aumentou para 948. Até o início do
Programa elas não eram reconhecidas, eram
perseguidas como usurpadoras ou charlatãs
da saúde, e que, somente quem deveria
fazer tal atividade seriam os enfermeiros e
os médicos. A maioria eram mulheres não
alfabetizadas ou com pouco conhecimento, e
menos da metade eram indígenas. A idade
variava de 29 a 89 anos.
Conclusão
Concluímos que a vida e a morte é um
grande enigma, independente de haver
ou não hospitais e médicos, os seres
humanos continuam nascendo, e a
função das parteiras nessa história é
fundamental. São mulheres humildes,
sábias, com grande força interior,
fortes e perseverantes, que nos
mostra num jeito muito especial de
decidir e de fazer saúde comunitária.
A parteira quando ajuda a mãe a
dar a luz, sabe buscar fontes de
coragem e intuição que a levam a
desenvolver habilidades e fazer
o que tem que ser feito na hora
de realizar aquele parto.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
 FONTES, José Américo Silva. Assistência ao Recém-
Nascido para Parteiras e Agentes de Saúde. 1ª ed.
Brasília 2002.
 Site: Ministério da Saúde apóia Parteiras.
 www.ccs.uel.br/espacoparasaude/vol5n1/deve.htm
 NESCO – Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva. “Deve
ou não haver Parteiras?”
 JUCÁ, Luiza, MOULIN, Nilson. Parindo um Mundo Novo
Janete Capiberibe e as Parteiras do Amapá. Ed. Cortez
2002.
 www.mamiraua.org.br

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