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Primeiros Socorros

SUPORTE BÁSICO DE VIDA

FISIOLOGIA: Estuda o funcionamento do sistema de órgão do corpo, uniformemente


ou separados.

SINAIS VITAIS

a) Pulso (Batimentos Cardíacos por minuto = bpm)

Adulto (acima de oito anos) .............60 a 100 bpm


Criança (um a oito anos) ...........100 a 120 bpm
Bebê (abaixo de um ano) .......... 120 a 140 bpm

b) Pressão Arterial (Pressão do sangue sobre a parede arterial).

Pressão Sistólica (pressão máxima) .......... 110 a 140mmHg


Pressão Diastólica (pressão mínima).......... 60 a 90 mmHg

c) Respiração (Movimentos Respiratórios por minuto)

Adulto (acima de oito anos) ...............10 a 20 mrpm


Criança (um a oito anos) .....................20 a 30 mrpm
Bebê (abaixo de um ano) ...............30 a 40 mrpm

d) Temperatura (Temperatura corporal em graus centígrados)

Temperatura axilar ....................................36, 0 a 36, 8


Temperatura bucal ....................................36, 2 a 37, 0

d.1) Temperatura abaixo do normal:

Sub Normal ..............................................36, 0 a 35, 0


Hipotermia ..............................................35, 0 a 34, 0

d.2) Temperatura acima do normal:

Estado febril ..............................................37, 5 a 38, 0


Febre ..............................................38, 0 a 38, 9
Pirexia ..............................................39, 0
hipertemia ou Hiperpirexia ........................39, 0 a 41, 0
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Sistema Tegumentar

É constituído por:

a) Pele - Epiderme
- Derme
- Tecidos Subcutâneos

b) Anexos - Glândulas sudoríparas


- Glândulas sebáceas
- Pelos

c) Tecidos subcutâneos
- Gorduras
- Vasos

Funções:
- Proteção contra infecções
- Regulação da temperatura
- Sintetização da Vitamina D (raio ultravioleta)
- Eliminação de substâncias (suor)
- Percepção (terminações nervosas)
- Tato, temperatura, pressão, dor e etc...

Sistema Esquelético

É constituído por:

a)- Ossos – número de 206


b)- Cartilagens
c)- articulações

Funções:
Sustentação
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Proteção dos órgãos internos


Formação de elementos sangüíneos (medula óssea)

Coluna vertebral é dividida em 05 (cinco) partes

Cervical ............................................................... 07
Torácica ou dorsais ..................................................12
Lombares ............................................................... 05
Sacrais ............................................................... 05
Coccígeas ............................................................... 04 ou 03

Sistema Nervoso

É constituído por:

A)- Encéfalo
1. Cérebro - Substância cinzenta (córtex)
- Substância branca

2. Cerebelo - Equilíbrio

3. Tronco Encefálico - Bulbo


Une o Encéfalo à medula Espinhal – ponte

B)- Medula Espinhal – Encontra-se no canal vertebral envoltas pelas meninges e delas
partem as terminações nervosas motoras e chegam as sensitivas.

Sistema Vascular

É constituído por:

a). Coração - Órgão responsável pelo bombeamento do sangue para todo o restante
do corpo.

Fases:

Sístole – Período de contração do músculo. O sangue é impulsionado para a


circulação. Pressão Sistólica – máxima

Diástole – Período de relaxamento do músculo. O coração se enche de sangue. Pressão


Diastólica – mínima

b). Vasos Artérias – saem do centro


Veias – vão para o centro
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Sistema Respiratório

É constituído por:

Vias aéreas superiores e inferiores


Boca
Laringe
Traquéia
Brônquios
Bronquíolos
Alvéolos pulmões

Função:

Troca de gases o² através do ar inspirado e o CO² do sangue da pequena circulação.

1. Respiração externa – troca gasosa no pulmão


2. Respiração interna – troca gasosa nos tecidos

Sistema Digestório

É constituído por;

Boca
Faringe
Esôfago
Estômago
Intestino Delgado
Intestino Grosso
Ânus

São complementares:

Dentes
Glândulas salivares
Fígado
Pâncreas
Vesícula Biliar
Baço

Função:
Mastigação
Ingestão
Digestão
Absorção de nutrientes
Eliminação de resíduos
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Sistema Urinário

É constituído por:

Rins
Ureteres
Bexiga
Uretra

Função:
Manutenção hídrica do organismo
Filtração dos catabólicos do sangue para eliminação através da urina

VOCÊ SABE O QUE É UM TRAUMA?


CINEMÁTICA DO TRAUMA?

Trauma é uma lesão ou ferimento provocado por acidentes automobilísticos,


quedas, atropelamentos, agressões, ferimentos por armas brancas ou de fogo,
descarga elétrica afogamento, entre outros. Todos provocados por motivos evitáveis

É urgente rever todo comportamento de risco e o comprometimento das


pessoas com suas próprias vidas e com a dos outros, resgatando o direito de viver com
segurança.
É urgente colocar em prática medidas educativas e preventivas do trauma.

VIVA E DEIXE VIVER!

Suporte Básico de Vida – (ABCDE)

1 Conceito para tratamento de qualquer trauma

A Abrir vias aéreas


B Boa ventilação
C Circulação
D Distúrbios neurológicos
E Expor o corpo da vítima

Análise do Paciente

1). Análise primária subjetiva

- Relacionar a vítima com o acidente

2). Análise primária Objetiva - ABCDE

- Verifique Nível da consciência


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2.1) - Abrir vias aéreas - com controle da coluna (Jaw Thrust, Jaw Lift) em caso de
trauma na coluna, se a vítima estiver inconsciente ou se não conhece a cinemática do
trauma.

2.2) - Boa Ventilação – verifique respiração, ajoelhar junto à vítima aproximando a


parte lateral do rosto da boca e nariz para VER – OUVIR – SENTIR se a mesma
transmite algum movimento na caixa torácica.

2.3) - Circulação – Verifique circulação com controle de grandes hemorragias,


verificando pulso carotídeo em crianças e adultos e pulso braquial em bebês.

2.4) - Distúrbios neurológicos AVDN


Verifique se a vítima está Alerta
Responde a estímulos Verbais
Responde a estímulos Dolorosos
Não responde
3). Análise Secundária Subjetiva
3.1 - Queixa principal do paciente
3.2 - Histórico médico da vítima
- Sinais e sintomas
- Alergias
- Medicamentos que faz uso
- Problemas médicos anteriores
- Última alimentação oral
- Mecanismo da lesão
- Relato de testemunhas
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4). Análise Secundária Objetiva

4.1) - Exponha o corpo da vítima

 Exame da “cabeça aos pés”. Consiste no exame completo da vítima,


comparando um lado com outro, procurando possíveis deformidades, ou outro
sinal anormal.

 A imobilização da cabeça deverá ser feita manualmente.

 Examine as pupilas.

 Verifique a saída de Líquor e/ou sangue pelo nariz e/ou ouvidos.

 Verifique a presença de objetos estranhos e/ou secreções na boca.

 Apalpe a cabeça da vítima procurando por hematomas, deformidades e


ferimentos.

 Examine o pescoço, verificando o alinhamento da traquéia e da coluna, além


de possíveis ferimentos.

 Após o exame da região do pescoço, deverá ser providenciada imobilização do


mesmo.

 Examine o tórax da vítima, observe a respiração (movimentos de expansão do


tórax).

 Examine o tórax procurando por ferimentos, segmentos soltos, por


deformidades e fique atento para pneumotórax.

 Apalpe o abdome, procurando por áreas mais enrijecidas, com hematomas,


ferimentos e deformidades.

 Examine a bacia, verificando se existe dor crepitação ou rangido.

 Examine os membros inferiores procurando por ferimentos, deformidade e por


fraturas.

 Verifique pulso distal e perfusão capilar

 Se a vítima estiver consciente verifique sensibilidade e resposta motora.

 Examine os membros superiores procurando por ferimentos deformidades e


por fraturas.

 Verifique pulso distal e perfusão capilar

 Se a vítima estiver consciente verifique sensibilidade e resposta motora.

 Verifique possíveis deformidades e hematomas na coluna quando for fazer o


rolamento para transportar a vítima na prancha longa.
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PRIORIDADES NO ATENDIMENTO DA VÍTIMA

1. Prioridades principais

 Parada Cárdio Respiratória


 Parada Respiratória
 Obstrução Respiratória
 Trauma Crânio Encefálico
 Trauma de Tórax
 Trauma de Abdome
 Grandes hemorragias

2. Prioridades Secundárias

 Trauma de Coluna
 Trauma de bacia
 Grandes Queimados
 Fratura de fêmur

3. Prioridades Terciárias

 Ferimentos
 Fraturas de extremidades
 Queimados leves

Estado de Choque

Definição

Falência hemodinâmica do sistema circulatório.

Sistema circulatório - É composto pelo coração, artérias, veias e capilares. Sua função
é de levar o sangue para todos os tecido do corpo, ou seja, pela chegada de nutrientes
e oxigênio nos tecidos e remoção de CO² e produtos do metabolismo.

O veículo é o sangue, que é composto por:

Parte liquida Plasma (meio de transporte) Nutrição


Parte sólida Hemácias (células vermelhas) Respiração
Leucócitos (células brancas) Defesa
Plaquetas Coagulação

O coração tem por função impulsionar o sangue pelo sistema (bomba). A cada
contração do coração (sístole). Segue-se uma onda de pressão que é a pressão
Sistólica, que conseguimos mensurar através da verificação da Pressão Arterial.
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A medida que o sangue se distribui pelo sistema periférico, ocorre o escoamento nos
capilares, onde temos a troca sangüínea com os tecidos. Essa circulação capilar é
controlada pela resistência periférica. É um sistema ativo, abrem e fecham os
capilares de acordo com as necessidades dos tecidos, esse sangue retorna ao coração
pelas veias.

É através do sangue que levamos a “energia da vida” para todas as células de todos os
tecidos do corpo.

ENTÃO: “Qualquer alteração no sistema circulatório, acarretará uma dificuldade


de nutrição, oxigenação, defesa e coagulação dos tecidos podendo levar ao sofrimento
celular e morte celular”.
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Sensibilidade dos órgãos à Isquemia (diminuição do fluxo de sangue):


04 a 06 minutos - Coração
- Cérebro
- Pulmão

45 a 90 minutos - Fígado
- Baço
- Rins
- Trato Gastrintestinal

120 a 180 minutos - Pele


- Músculos
- Osso

Após este período de tempo colocado acima com pouco ou sem sangue
começa haver risco de sofrimento celular e morte celular dos órgãos
discriminados acima.

CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE CHOQUE E PRINCIPAIS CAUSAS

a). CHOQUE HIPOVOLÊNICO – perda de volume

Hemorragias (internas e externas)


Queimaduras graves
Diarréia, vômitos (desidratação)

b). CHOQUE CARDIOGÊNICO – defeito da “bomba” do sistema

Infarto Agudo do Miocárdio


Arritmia cardíaca
Insuficiência Cardíaca Congestiva

c). CHOQUE SÉPTICO – toxina do agente infeccioso

Infecções graves
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d). CHOQUE ANAFILÁTICO – histamina

Reação de hipersensibilidade a medicamentos, alimentos e etc...

e). CHOQUE NEUROGÊNICO – adrenalina

Lesão da Medula Espinhal


Dores intensas

 Porém o efeito é um distúrbio da circulação periférica que pode evoluir para a


falência circulatória total.

COMO RECONHECER O ESTADO DE CHOQUE

 Pele pálida, fria e pegajosa


 Pulso fraco e rápido (maior que 100)
 Perfusão capilar periférica lenta ou nula
 Respiração curta e rápida
 Tontura e desmaio
 Sede, tremor e agitação.
 Rosto e peito vermelho, coçando, queimando, demasiado, dificuldade respiratória,
edemas de face e lábios (anafilático).
 Pressão Sistólica menor que 90 mmHg

Lembre - se
 Que a pressão Sistólica no estado de choque vai diminuindo
progressivamente, então uma medida isolada da pressão arterial podemos
encontrar valores superiores a 80 mmHg, que vai diminuindo com o avanço
do estado de choque.

IMPORTANTE

Com 03 (três) momentos, podemos fazer o diagnóstico do Estado de Choque:

Observe - Palidez e sudorese fria


Sinta - Pulso e perfusão periférica
Ouça - Pressão Arterial

AÇÃO
Posicione a vítima deitada com as pernas elevadas
Trate a causa do Estado de Choque
Afrouxe as roupas
Mantenha a vítima aquecida
Ministre O²
Não dê nada para a vítima beber
Transporte imediatamente a uma Unidade Hospitalar

Se considerarmos uma pessoa como uma caixa cheia de sangue, quando


apresentamos uma perda deste sangue, ele não vai ocupar todo o corpo. Isto
pode ser melhorado deitando-se a vítima, com as pernas elevadas, desde que
não haja lesão na cabeça ou problemas cardíacos, devendo nestes casos o
tronco ser elevado.
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Obstrução Respiratória

VÍTIMA CONSCIENTE ENGASGADA

1. Pergunte para a vítima: “você pode falar?”.

2. Se não pode falar, se coloque atrás da vítima e posicione as mãos para as


manobras de Heimlich.

3. Efetue repetidas compressões no abdome, se adulto ou criança, até a desobstrução


ou até a chegada de socorro adequado.
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4. Em gestante ou obeso, efetue as compressões no osso Esterno.

5. Repita os passos anteriores até a desobstrução, até a chegada de socorro


adequado ou até a vítima ficar inconsciente.

VÍTIMA INCONSCIENTE ENGASGADA

1. Verifique inconsciência

2. Se a vítima estiver inconsciente, Abra as Vias aéreas e verifique a Respiração.

3. Caso a vítima não respira, efetue duas insuflações boca a boca.

4. Se não conseguir (o tórax não se eleva), repita a liberação das vias aéreas e as
ventilações.

5. Se o ar não passar, efetue 05 compressões no abdome, se a vítima for adulto ou


criança (manobras de Heimlich), 02 dedos acima do umbigo.
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6. Em gestante ou obesos, efetue as compressões no osso Esterno.

7. Após as 05 compressões tente visualizar e remover o objeto estranho

8. Se não respira e persiste a obstrução, repita os passos anteriores até a


desobstrução, ou chegada de socorro adequado.

“ENQUANTO VOCÊ REALIZA OS PRIMEIROS SOCORROS


OUTRA PESSOA PROVIDENCIA SOCORRO ADEQUADO”.

BEBÊ ENGASGADO

 Verifique inconsciência – (cócegas na sola do pezinho)

 Abra as vias aéreas e verifique a Respiração

 Se não respira, efetue duas insuflações boca a boca e nariz.


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 Se o ar não passa (o tórax não se eleva), repita a abertura da vias aéreas e as


insuflações. Se persistir a obstrução segure o bebê em suas mãos

 Vire o bebê de bruços e efetue 05 pancadas entre os omoplatas do bebê

 Vire o bebê de barriga para cima visualize a linha dos mamilos e coloque dois
dedos no Esterno, abaixo desta linha efetue 05 compressões.

 Após as manobras, tente visualizar e retirar o objeto estranho.

 Se não respira e persiste a obstrução, repita os passos anteriores até a


desobstrução, ou chegada de socorro adequado.

Parada Respiratória
Verifique inconsciência:

Adulto ou criança – Hei tudo bem? Hei tudo bem?

Bebê – Faça cócegas na sola do pé.

Abra vias aéreas – com controle da coluna cervical

Boa ventilação – verifique a respiração – VER OUVIR SENTIR

Se a vítima não respira, efetue duas insuflações:


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Adulto ou criança – boca a boca, ou boca a máscara – a intensidade do sopro será


de acordo com o porte físico da vítima.

Bebê – boca a boca e nariz, ou boca a máscara – somente o ar das


bochechas.

Circulação – verifique pulso com o controle de grandes hemorragias.

Se a vítima tem pulso, então apresenta um quadro de Parada Respiratória.

Adulto – faça uma insuflação a cada 05 segundos, verificando pulso e


respiração a cada 10 ventilações.

Criança ou bebê – faça uma insuflação a cada 03 segundos, verificando pulso e


respiração a cada 20 ventilações.

Parada Cárdio Respiratória

ADULTO CRIANÇA E BEBÊ

Verifique inconsciência;

Adulto ou criança – Hei tudo bem! Você pode me ouvir? Você pode falar?
Bebê – faça cócegas na sola do pé

Abra vias aéreas – com controle da coluna cervical

Boa ventilação – verifique a respiração – VER OUVIR SENTIR

Se a vítima não respira, efetue duas insuflações:

Adulto ou criança - boca a boca, ou boca a máscara – a intensidade do sopro será


de acordo com o porte físico da vítima.

Bebê - boca a boca e nariz, ou boca a máscara – somente o ar das


bochechas.

Circulação - verifique pulso com o controle de grandes hemorragias

Se a vítima não tem pulso, então a vítima apresenta um quadro de Parada Cárdio
Respiratória.

Ache o local da massagem cardíaca externa


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O local da massagem cardíaco externo é achado colocando a mão dois dedos acima do
Apêndice Xifóide

As mãos devem ser sobrepostas, dedos entrelaçados e somente a base de uma das
mãos em contato com o osso Esterno.

As compressões fazem com que o sangue circule, substituindo assim o trabalho que
seria feito pelo coração.
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Sincronismo das ventilações e massagens cardíacas externas

Vítima adulta, atendida pôr 01 (um) ou 02 (dois) socorristas: o sincronismo será de


02 insuflações e 30 massagens cardíacas externas (02 X 30), verificando o pulso a
cada 05 ciclos.

Criança atendida pôr 01 ou 02 socorristas sincronismo será de 02 insuflação e 30


massagens cardíacas externas (02 X 30), verificando o pulso a cada 05 ciclos.

Bebê atendido por 01 (um) socorrista - o sincronismo será de 02 insuflação e 30


massagens cardíacas externas (02 X 30), verificando o pulso a cada 10 ciclos.

Bebê deverá ser atendido por somente um socorrista


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PARADA RESPIRATÓRIA

ADULTO CRIANÇA BEBÊ


Sincronismo 01 insuflação a 01 insuflação a 01 insuflação a
cada 05 segundos cada 03 segundos cada 03 segundos
Ciclo 10 vezes 20 vezes 20 vezes

PARADA CÁRDIO RESPIRATÓRIA

ADULTO CRIANÇA BEBÊ


Posição da Duas mãos sobre Uma mão sobre o Dois dedos abaixo
mão o esterno esterno da linha dos
mamilos
Compressões 3,5 a 5,0 cm 2,5 a 3,5 cm 1,3 a 2,5 cm

Insuflações Com força Moderada Ar das bochechas

Ciclos 30 compressões 30 compressões 30 compressões


02 insuflações 02 insuflação 02 insuflação
Tempo 05 ciclos 05 ciclos 05 ciclos

OBSTRUÇÃO RESPIRATÓRIA

ADULTO CRIANÇA BEBÊ


Compressões No abdome No abdome Entre os omoplatas
e no esterno
Ciclos 05 compressões 05 compressões 05 pancadas entre
os omoplatas e 05
compressões no
esterno

Queimaduras

Definição - lesão no tecido de revestimento do corpo, causado por agentes térmicos,


químicos, radioativo ou elétrico, podendo destruir total ou parcialmente a pele e suas
camadas, e até atingir camadas mais profundas (músculos, tendões e ossos).

Classificação:

1º Grau - Somente a epiderme


- Dor e vermelhidão local
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- Sem bolhas

2o Grau - Epiderme mais derme


- Dor e vermelhidão local mais intensa
- Formação de bolhas

3º Grau - Todas as camadas da pele são atingidas


- Pouca e/ou ausência de dor (dest. Terminais nervosos)
- Área escurecida ou esbranquiçada

GRAVIDADE QUANTO A EXTENSÃO

A). Pequenas queimaduras – menos de 10% da área corpórea


B). Grandes queimaduras – mais de 10% da área corpórea

OBS: O risco de vida está relacionado com a extensão do que com a profundidade
devido ao choque, infecção e outros.

QUEIMADURAS CONSIDERADAS GRAVES:

- Elétricas
- Em períneo
- Com mais de 10% da área corpórea
- Com lesão das vias aéreas

AÇÃO

- Prevenir o estado de choque


- Evitar infecções na área queimada
- Controlar a dor (aplicando água fria)

PROCEDIMENTOS:

1. Em queimaduras térmicas – fogo


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 Apagar o fogo da vítima com água, rolando-a no chão ou cobertor (em direção aos
pés)

 Verifique – ABCDE e evite estado de choque – (especial atenção para VAS em


queimaduras de face)
 Retirar partes da roupa não queimada, e as queimadas aderidas no local recortar
em volta.
 Retirar pulseiras, anéis, relógios e todos objetos de adornos...
 Estabelecer extensão e profundidade das queimaduras.
 Quando de 1o Grau, banhar o local com água fria.
 Não passar nada no local, não furar bolhas.
 Cobrir regiões queimadas com plástico estéril ou papel laminado.
 Quando em olhos cobrir com gaze embebida em soro, nos dois olhos.

2. Em queimaduras químicas

 Verifique – ABCDE e evite estado de choque – (especial atenção para VAS em


queimaduras de face)
 Retirar as roupas da vítima
 Lavar com água ou soro sem pressão ou fricção
 Identificar o agente químico - ácido lavar por 05 minutos
- álcali lavar por 15 minutos
- na dúvida lavar por 15 minutos
 Se álcali seco não lavar, retirar manualmente (ex: soda cáustica)

Choque elétrico

Definição: Acidente causado pelo contato com corrente de alta ou baixa tensão
elétrica.

FISIOPATOLOGIA

A energia elétrica é convertida em calor em contato com a pele ou mucosa, causando


uma lesão térmica. Isto é explicado pela lei de Joule: Calor = resistência X
(intensidade da corrente)².
A lesão é auto limitada, ou seja, interrompida a corrente não causa mais lesão.

A temperatura atingida no tecido é o fator crítico que chamamos de magnitude da


lesão. Sempre encontramos um ponto de entrada – trajeto – ponto de saída.

Gravidade da lesão

A gravidade da lesão depende:

1o – Resistência da pele e estruturas internas do corpo, por exemplo: a palma


da mão tem uma resistência de 40.000 ohms, se estiver molhada a resistência cai
para 300 ohms, a mão de um trabalhador braçal tem uma resistência de 1.000.000
ohms, a boca tem uma resistência de 100 ohms.

2o – Tipo de polaridade da corrente (alternada ou contínua)


A alternada é mais perigosa que a contínua, por dar contrações musculares tetânicas,
que impede a vítima de afastar-se da fonte agressora.
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3o – Freqüência, intensidade e duração da corrente:


Quanto maior for a intensidade e duração do estímulo, maior será a lesão, os calos
são formados por camadas de queratina.

Vias de corrente
Podemos ter 03 (três) vias de corrente: mão – mão
mão – pé
pé – pé

QUADRO CLÍNICO:

 Queimaduras - A lesão cutânea é mínima quando comparada às lesões profundas.


Temos um ponto de entrada (contato) e um ponto de saída (terra).

 Alterações cardíacas - A corrente elétrica provoca alterações na despolarização


cardíaca, podendo levar a arritmias, fibrilação e Parada Cardíaca.

 Alterações pulmonares - Ocorrem lesões pulmonares térmicas com insuficiência


respiratória grave.

 Complicações neurológicas - Agitação, perda de consciência, amnésia, cefaléia,


déficits motores, sensoriais e convulsões.

 Lesões musculares - Queimaduras e catarata tardia.


 Infecções
 Insuficiência Renal Aguda
 Alterações vasculares - Hemorragias, tromboses e vasculites que podem
comprometer o segmento distal.

AÇÃO:

Desligar a energia ou afastar a vítima da fonte antes de iniciar o atendimento


Checar sinais vitais e iniciar as manobras de reanimação, se necessário.
Ministre O²
Trate as queimaduras no ponto de entrada e saída da corrente elétrica
Transporte para o hospital

Ferimentos Especiais

Ferimentos na cabeça
Procedimentos semelhantes a ferimentos em partes moles
Não tente limpar o ferimento, há perigo de aumentar a hemorragia
Não fazer compressão com os dedos
Controlar sangramento com curativo limpo e pouca pressão
Procurar uma Unidade Hospitalar

Ferimentos nos olhos


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Não tente remover objetos na córnea


Não faça curativo compressivo

Não remova objetos empalados, estabilize-o


O curativo deve ser frouxo e nas duas vistas
Em queimaduras químicas, lavar sempre do nariz para as extremidades com água
estéril (5’a 15’)
Procurar uma Unidade Hospitalar

Ferimentos no ouvido
Curativo ou bandagem em caso de ferimento na orelha
Nunca ocluir o canal auditivo em caso de hemorragia
Saída de Líquor claro e/ou sangue significa Traumatismo Crânio Encefálico
Procurar uma Unidade Hospitalar

Ferimentos na face
Corrigir problemas circulatórios
Não esquecer da possibilidade de lesão na coluna
Usar pressão suficiente para parar o sangramento
Retirar corpos estranhos do ferimento da boca
Retirar objetos empalados na bochecha, se penetrar na cavidade oral
Fazer curativo
Procurar uma Unidade Hospitalar

Ferimentos no nariz

Controlar hemorragia
Em avulsão colocar o retalho de volta no local
Curativo oclusivo
Procurar uma Unidade Hospitalar

Epistaxe - (sangramento no nariz)

Colocar o paciente sentado


Cabeça ligeiramente inclinada para frente
Fazer compressão leve no local até cessar o sangramento, pode-se aplicar gelo
Se não parar o sangramento procurar uma Unidade Hospitalar

Ferimentos na boca
Remova objetos estranhos
Procurar uma Unidade Hospitalar

Ferimentos no pescoço
Manter o paciente calmo
Peça para a vítima respirar devagar e observe a respiração
Administrar O²
Não se esqueça da possibilidade de trauma de coluna
Curativo oclusivo com uma compressa, devendo está ser coberta com plástico estéril
ou papel laminado.
Perigo de Embolia Traumática pelo Ar
Não aplicar pressão sobre as vias aéreas
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Não aplicar pressão do dois lados ao mesmo tempo


Procurar uma Unidade Hospitalar

Ferimentos no tórax
Manter a vítima deitada sobre o lado da lesão
Colocar curativo oclusivo preso em três lados
Administrar O²
Monitore os sinais vitais
Aspirar sangue e secreções caso necessário
Procurar socorro adequado
Transporte sobre o lado ferido

Ferimentos no abdome
Mantenha a vítima deitada
Monitore os sinais vitais
Ficar alerta para vômitos
Não toque nem recoloque no lugar as vísceras
Cobrir as vísceras com curativo oclusivo embebido em soro fisiológico, cobrindo este
com plástico estéril ou papel laminado
Não remova objetos empalados
Procurar uma Unidade Hospitalar

Ferimentos na região genital


Curativo compressivo e procurar socorro adequado
Controlar hemorragia

OBS.:
Em caso de mutilação, o membro amputado deverá ser colocado dentro de um
saco plástico sem nada dentro, podendo a parte amputada ser umidificada com
soro fisiológico, devendo este saco ser colocado dentro de outro saco com gelo.
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Fraturas

Definição:

É uma ruptura total ou parcial da estrutura óssea (solução de continuidade no osso)

Tipos de fraturas: - Completa (quando há quebra do osso)


- Incompleta (quando ocorre uma fissura)
- Aberta (provoca ferida na pele)
- Fechada (não há perfuração na pele)

SINAIS E SINTOMAS

Pesquise a dor
Deformação (angulação e encurtamento)
Inchaço, hematomas
Ferida (pode existir ou não)
Palidez ou cianose da extremidade
Diferença de temperatura no membro afetado
Incapacidade funcional

AÇÃO

 Verifique ABCDE
 Ministre O² se necessário
 Nas fraturas alinhadas, imobilize com tala rígida ou inflável.
 Nos deslocamentos, em fraturas expostas e fraturas em articulações, imobilize na
posição encontrada com tala rígida.
 A tentativa de alinhar deverá ser feita suavemente e uma única vez, se houver
resistência, imobilize na posição encontrada com tala rígida.
 Use bandagens para imobilizar fraturas ou luxações na clavícula, escápula e
cabeça do úmero.
 Após a imobilização continue checando pulso e perfusão capilar
 Fraturas de fêmur não tente realinhar, imobilize na posição encontrada com duas
talas rígidas, até o nível da cintura pélvica e transporte em prancha longa.

Fratura de crânio

SINAIS E SINTOMAS

Ferimento extenso ou profundo na cabeça


Checar presença de hematomas nas pálpebras (sinal de Guaxinim) e saída de
sangue e/ou Líquor pelo nariz ou ouvidos
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Primeiros Socorros

Verifique estado neurológico através da resposta e reações da vítima (alterações


mentais – AVDN)
Alterações na resposta pupilar (pupilas desiguais)
Controle alterações do padrão respiratório
Sinal característico atrás da orelha (sinal de BATTLE)
Monitore pulso e Pressão arterial

AÇÃO

Evitar manobras que possam agravar possível lesão na coluna


Imobilize coluna cervical
Ministre O²
Controle Estado de Choque
Esteja preparado para aspirar ou retirar secreções
Controle as condições e sinais vitais do paciente
Não obstrua a saída do sangue ou Líquor dos ouvidos e nariz
Monitore pulso e Pressão Arterial
Procurar socorro adequado

Fratura da Pelve

SINAIS E SINTOMAS

 Associe a lesão com o acidente


 Dor intensa na região à movimentação
 Perda de mobilidade dos membros inferiores (não obrigatório)
 Hematose localizada (não obrigatório)
 Um ou os dois pés caídos para o lado.

AÇÃO

 Com a vítima deitada em decúbito dorsal, coloque um cobertor ou outro material


disponível, dobrado entre suas pernas.
 Coloque um travesseiro pequeno debaixo das nádegas da vítima
 Prenda suas pernas com faixas ou bandagens
 Transporte em prancha longa
 Procurar socorro adequado

Fraturas Expostas

SINAIS E SINTOMAS

 Pesquise a dor
 Deformação (angulação e encurtamento)
 Inchaço, hematomas.
 Ferida com exposição do osso (exposição não obrigatória)
 Palidez ou cianose da extremidade
 Diferença de temperatura no membro afetado
 Incapacidade funcional

 AÇÃO

 Controle a hemorragia
 Não tente recolocar o osso exposto no interior da ferida
 Não limpe ou passe qualquer produto na ponta do osso exposto
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Primeiros Socorros

 Proteja o ferimento com gaze, ou atadura limpa


 Imobilizar com tala rígida, abrangendo uma articulação acima e outra abaixo.
 Em todos os casos previna o agravamento da contaminação
 Procurar socorro médico

Tórax Instável

SINAIS E SINTOMAS

 Dor local
 Respiração dificultosa, dor ao respirar.
 Tosse com sangue (não obrigatória)
 Sangue borbulhando da ferida do tórax em caso de perfuração por fragmentos
ósseos
 Parte afetada não acompanha o movimento do restante do tórax

AÇÃO

 Estabilize a área solta com o braço da própria vítima, prendendo-o com uma
atadura de crepom ou bandagem triangular, ou então prenda a parte solta ao restante
do tórax através de uma compressa volumosa presa por esparadrapo.
 A estabilização não pode causar dor à vítima
 Ministre O²
 Controle Estado de Choque

TRAUMA DE COLUNA

SINAIS E SINTOMAS

- Associação do tipo de acidente com a possibilidade de lesão (vítima de queda de


altura, mergulho no raso, acidente de desabamento, considere portador de trauma na
coluna).
- Dor intensa na região posterior do tronco
- Presença de hematoma ou edema na região posterior do tronco
- Presença de deformação palpável ou visível na coluna
- Perda de sensibilidade e ou mobilidade dos membros
- Priapismo (ereção peniana) sem estimulo sexual
- Perda do controle da urina e fezes
- Se o paciente estiver inconsciente, considere lesão na coluna cervical.
- Se não se conhece o mecanismo da lesão, adote as medidas para vítima portadora
de lesão na coluna.

AÇÃO

- Mantenha as condições respiratórias (usar O²)


- Mantenha a cabeça alinhada com tração e aplique colar cervical, se não tiver colar
improvise um rápido com papelão, jornal ou outro material.
- Se a vítima estiver sentada, coloque uma prancha curta, se não tiver prancha curta
providencia uma tábua pequena, e coloque atrás das costas da vítima antes de tentar
deitá-la.
- Se a vítima já estiver deitada, coloque uma prancha longa, se não tiver prancha
longa, providencia uma porta, ou uma tábua longa antes de removê-la.
- Controle sinais vitais
- Procurar uma unidade hospitalar
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Primeiros Socorros

Obs: As manobras Jaw Thrust ou Jaw Lift, devem ser usadas para manter abertura de
vias aéreas nos pacientes com suspeitas de trauma medular.

Hemorragias

Definição

É a perda aguda de sangue circulante.

FERIMENTO

Definição

É o resultado da agressão sofrida pela parte mole, produzindo lesão tecidual.

AÇÃO: EM HEMORRAGIAS EXTERNAS

 Nunca toque na ferida


 Não toque e nem aplique medicamento ou qualquer produto no ferimento
 Não tente retirar objeto empalado
 Proteger com gaze ou pano limpo, fixando com bandagem sem apertar o ferimento.
 Fazer compressão local suficiente para cessar o sangramento
 Se o ferimento for em membros, deve-se elevar o membro afetado.
 Caso não haja controle do sangramento, pressione os pontos arteriais.
 Procuras uma Unidade Hospitalar

HEMORRAGIAS INTERNAS (ferimento fechado)

SINAIS E SINTOMAS

 Estado de Choque
 Rigidez local
 Diferença de temperatura
 Dor local
 Hematoma ou cianose
 Sede, sudorese e frio.
 Pulso fino e rápido
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Primeiros Socorros

AÇÃO

 Manter as vias aéreas liberadas


 Manter a vítima deitada
 Usar tala inflável em caso de fraturas
 Transporte na posição de choque
 Administrar O²
 Não dar nada para o paciente beber
 Procurar uma Unidade Hospitalar urgente

Animais Peçonhentos

São acidentes causados por ofídios, escorpiões, aranhas, vespas, abelhas e algumas
formas marinhas de vida animal que se constitui em um tipo de ENVENENAMENTO,
cujo veículo de introdução no corpo humano se faz através de pressas, ferrões e etc...

A toxidade do veneno varia em função do tamanho e estado de nutrição do animal


agressor, a quantidade de veneno inoculado e o peso e estado de saúde da vítima.

Como um socorrista não será necessário que você seja capaz de classificar insetos,
aranhas, artrópodes e ofídios em gênero e espécie. Tal atividade é reservada aos
estudiosos desta área, mas o que veremos a seguir é o mínimo indispensável que você
deve saber sobre esses animais para que seja possível utilizar técnicas adequadas a
cada situação.

ENVENENAMENTO POR OFÍDICO

O Brasil é o país que possui a mais rica variedade de ofídios do mundo e as não
venenosas são as grandes maiorias. Como o que nos interessa são as que causam
acidentes graves, portanto as venenosas vamos estuda-la sucintamente.

De modo prático podemos classificar as serpentes venenosas no Brasil em quatro


grandes gêneros, que são:

MICRURUS – Conhecidas vulgarmente como Corais. São encontradas nas regiões


Centro, Sul e Nordeste.

CROTALUS – São as famosas cascavéis, facilmente reconhecidas pelo “guizo” existente


na ponta da cauda. Ocorrem nas regiões Sul e Centro.

LACHESIS – Serpentes pouco conhecidas, são chamadas de surucucu ou


surucutinga, não ocorrem na região sul, sendo encontrada na região Amazônica e
Zona da Mata Nordestina.

BOTHROPS – São as mais conhecidas e as mais numerosas, vulgarmente são


conhecidas como jararacas e deste gênero fazem parte a Urutu Cruzeiro, Jararacuçu,
etc. Estas serpentes são responsáveis por cerca de 90% dos acidentes ofídicos do
Brasil e são encontradas em todo território nacional.

RECONHECIMENTO DE SERPENTES VENENOSAS

A maneira mais segura de se confirmar se um ofídio é do gênero venenosa, ou não é a


presença e FOSSETA LOREAL (pequeno orifício situado entre as narinas e os olhos
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Primeiros Socorros

das serpentes venenosas) e a DENTIÇÃO. As venenosas possuem duas presas ocas


(semelhante a agulha de injeção) para inocular o veneno. São chamadas
SOLENOGLIFAS.

Todos os demais sinais, tais como: forma da cabeça, escamas, cauda, etc. não são
definitivos, podendo ocorrer ou não no animal.

A presença das presas e da Fosseta Loreal confirma a periculosidade das serpentes do gênero Botrópico
(jararaca), Crotálico (cascavel) e Laquético (surucucu), porém tal classificação não é válida para as
serpentes do gênero Micrurus (corais). Estas são
conhecidas pelos anéis coloridos, preto, vermelho e brancos ou amarelos que
circundam seu corpo.

A diferença entre Coral verdadeira e falsa se faz pela dentição. As verdadeiras são
Proteróglifas (assim chamadas porque possuem duas pequenas pressas inoculadoras
de veneno localizadas no meio da mandíbula), enquanto as Corais falsas são
Opistóglifas (possuem duas pequenas presas no fundo da mandíbula, porém sem
canal inoculador de veneno).

O trabalho de diferenciação de Corais é muito difícil para leigos e deve ser executado
exclusivamente por técnicos especializados, jamais tente diferenciar Corais. Trate
todas como sendo verdadeiras e por tanto venenosas.

Sinais e sintomas de picadas de cobras:

ATENÇÃO: Nem todas as cobras deixam os sintomas abaixo, mas em todos os casos
você terá alguns desses sintomas:

 Dor imediata (não obrigatória)


 Inchaço
 Calor e rubor no local da picada
 Hemorragia no local da picada ou distante dele (não obrigatório)
 Bolhas, gangrenas.
 Insuficiência Renal Aguda
 Diarréia
 Dificuldade de abrir os olhos
 Visão dupla
 Cara de bêbado
 Dores musculares
 Dificuldade de falar
 Falta de ar

AÇÃO

 VRC, avaliação e tratamento.


 Procure identificar o animal agressor (não perca tempo em fazer isto), se o
capturar, leve-o para o hospital.
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Primeiros Socorros

 Avalie sinais vitais


 Limpe o local com água ou solução de PVPI (degermante)
 Mantenha o paciente deitado e calmo
 Em caso de hemorragia, estanque-a.
 É importante que você faça um circulo com uma caneta ou pincel no local da
inoculação do veneno
 Trate o choque caso necessário
 Em caso de acidente com abelha, fazer raspagem local com um bisturi.
 Transporte para uma Unidade Hospitalar com urgência.

Intoxicação por Plantas

DEFINIÇÃO
Plantas tóxicas são encontradas em todas os lugares: quintais, terrenos
baldios, e dentro de casa. Quando colocadas na boca ou manipuladas podem ser
perigosas, principalmente para as crianças. Os efeitos das plantas variam com as
diferentes espécies, sendo comum, náuseas, vômitos, diarréia e desidratação.

Prevenção

Mantenha longe do alcance das crianças


Ensine as crianças que não se colocam plantas na boca
Conheça as plantas que tem em casa e arredores pelo nome e característica
Não use remédios caseiros feitos de plantas sem orientação médica
Não coma plantas desconhecidas, lembre-se de que há regras ou testes seguros
para distinguir as plantas comestíveis das venenosas. Nem sempre o cozimento
elimina a toxidade da planta.

AÇÃO

Retire da boca o que resta da planta, cuidadosamente.


Enxágüe a boca com água corrente abundante
Faça-o ingerir água, leite, clara de ovo
Examine a língua e a garganta para verificar a irritação causada
Guarde a planta para posterior identificação
Procure uma Unidade Hospitalar, levando a planta.

Tóxico ingerido

Conduta

1). Paciente consciente:


Conservar o corpo da vítima aquecido com cobertores – Encaminhar a uma
Unidade Hospitalar
2). Paciente inconsciente:
Não de nada para a vítima beber
Verifique se há respiração
Abrir a boca da vítima para verificar se a língua não esta obstruindo a
respiração
Colocar em posição lateral (lado direito), para evitar a aspiração de vômitos
espontâneos.
Encaminhar a uma Unidade Hospitalar

Tóxico inalado
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Primeiros Socorros

Conduta

Colocar o acidentado debaixo de um chuveiro ou água corrente, enquanto toda roupa é retirada
(não fazer fricção ou jato d’água)
Vestir o acidentado com roupas limpas
Não tentar nenhum antídoto químico
Encaminhar a vítima a uma Unidade Hospitalar

Contaminação dos olhos

Conduta

Separar bem as pálpebras, lavar os olhos durante 05 a 15 minutos com água


corrente sem fazer fricção ou jato d’água, sempre do centro para a extremidade.
A lavagem precisa ser iniciada imediatamente, pois o atraso de alguns segundo
aumentará muito a intensidade da lesão.
Deve-se tamponar os dois olhos
Encaminhar com urgência a uma Unidade hospitalar

Outras condutas frente às intoxicações:

A observação é de extrema importância para relatar as circunstâncias da intoxicação.


Por exemplo:

Se a intoxicação for provocada por algum produto químico, procure o vidro ou


a caixa que ele se encontrava. Normalmente você poderá encontrar informação tais
como: substância que componham o produto e antídoto apropriado
Procurar levar ao médico a substância tóxica em seu recipiente ou frasco
original
Caso o envenenamento tenha sido causado por plantas ou comida, se possível,
levar uma amostra.

PARTO DE EMERGÊNCIA

Sinais do Parto

- Contrações fortes e freqüentes.


- Saída de liquido claro pela vagina.
- Discreto sangramento pela vagina.
- Apresentação cefálica.

Tratamento

a) Verifique VRC
b) Verifique a apresentação do bebê
- Se não existe apresentação cefálica, ministre oxigênio e transporte até um
hospital.
- Se existe apresentação cefálica, inicie o parto sem interferir.
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Primeiros Socorros

c) Após a saída da cabeça, vire gentilmente a cabeça do bebê lateralmente, logo


depois dê uma leve tração no ombro de cima e depois o debaixo.
d) Aspire as secreções do nariz e da boca do bebê com uma bombinha de
borracha tipo pêra, ou limpe as vias aéreas com um pano limpo.
e) Após o parto coloque dois clamps, ou amarre o cordão umbilical com dois
barbantes limpos, a partir do bebê (um a 20 cm de distância do bebê e outro a
10 cm do primeiro em direção a mãe), e corte com bisturi entre os dois clamps.
f) VRC do bebê, avalie e trate se necessário.

Paciente em posição de Bonnaire-Bué, sendo preparada para o parto


normal.

Parto Normal
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Primeiros Socorros

Tratamento com a mãe após o parto normal

Oxigênio se possível ou assista a respiração,


Coloque um absorvente higiênico entre as pernas da mãe e massageie o abdome da
mãe (região do útero).
Aqueça a mãe e o bebê, previna o choque.
Monitore sinais vitais e leve a placenta para o hospital, junto com o bebê.

COMPLICAÇÕES DO PARTO

A presença de outra parte que não seja a cabeça


Saída de líquido esverdeado
Saída do cordão umbilical

Nestes casos conduza a parturiente o mais rápido para um hospital na posição de


cócoras, com oxigênio, para que seja realizada uma cesariana.

Parto Cesárea

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