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Maestro e compositor brasileiro

Heitor Villa-Lobos
05/03/1887, Rio de Janeiro (RJ)
17/11/1959, Rio de Janeiro (RJ)
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

Heitor Villa-Lobos usou a música popular como base para as suas peças eruditas
Heitor Villa-Lobos se tornou conhecido como um revolucionário que provocava um rompimento
com a música acadêmica no Brasil. As viagens que fez pelo interior do país influenciaram suas
composições. Entre elas, destacam-se: "Cair da Tarde", "Evocação", "Miudinho", "Remeiro do São
Francisco", "Canção de Amor", "Melodia Sentimental", "Quadrilha", "Xangô", "Bachianas
Brasileiras" (nas quais se inclui o famoso "Trenzinho Caipira") e "O Canto do Uirapuru".

Em 1903, Villa-Lobos terminou os estudos básicos no Mosteiro de São Bento. Costumava juntar-se
aos grupos de choro, tocando violão em festas e em serenatas. Conheceu músicos famosos como
Catulo da Paixão Cearense, Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros e João Pernambuco.

No período de 1905 a 1912, Villa-Lobos realizou suas famosas viagens pelo norte e nordeste do
país. Ficou impressionado com os instrumentos musicais, as cantigas de roda e os repentistas. Suas
experiências resultaram, mais tarde, em "O Guia Prático", uma coletânea de canções folclóricas
destinadas à educação musical nas escolas.

Em 1915, Villa-Lobos realizou o primeiro concerto com suas composições. Nessa época, já havia
composto suas primeiras peças para violão "Suíte Popular Brasileira", peças para música de câmara,
sinfonias e os bailados "Amazonas" e "Uirapuru". A crítica considerava seus concertos modernos
demais. Mas à medida que se apresentava no Rio e São Paulo, ganhava notoriedade.

Em 1919, apresentou-se em Buenos Aires, com o Quarteto de Cordas no 2. Na semana da Arte


Moderna de 1922, o aceitou participar dos três espetáculos no Teatro Municpal de São Paulo,
apresentando, entre outras obras, "Danças Características Africanas" e "Impressões da Vida
Mundana".

Em 30 de junho de 1923, Villa-Lobos viajou para Paris financiado pelos amigos e pelos irmãos
Guinle. Com o apoio do pianista Arthur Rubinstein e da soprano Vera Janacópulus, Villa-Lobos foi
apresentado ao meio artístico parisiense e suas apresentações fizeram sucesso.

Retornou ao Brasil em final de 1924. Em 1927, voltou à Paris com sua esposa Lucília Guimarães,
para fazer novos concertos e iniciar negociações com o editor Max Eschig. Três anos depois, voltou
ao Brasil para realizar um concerto em São Paulo. Acabou por apresentar seu plano de Educação
Musical à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

Em 1931, o maestro organizou uma concentração orfeônica chamada "Exortação Cívica", com 12
mil vozes. Após dois anos assumiu a direção da Superintendência de Educação Musical e Artística.
A partir de então, a maioria de suas composições se voltou para a educação musical. Em 1932, o
presidente Vargas tornou obrigatório o ensino de canto nas escolas e criou o Curso de Pedagogia de
Música e Canto. Em 1933, foi organizada a Orquestra Villa-Lobos.

Villa-Lobos apresentou seu plano educacional, em 1936, em Praga e depois em Berlim, Paris e
Barcelona. Escreveu à sua esposa Lucília pedindo a separação, e assumiu seu romance com
Arminda Neves de Almeida, que se tornou sua companheira. De volta ao Brasil, regeu a ópera
"Colombo" no Centenário de Carlos Gomes e compôs o "Ciclo Brasileiro" e o "Descobrimento do
Brasil" para o filme do mesmo nome produzido por Humberto Mauro, a pedido de Getúlio Vargas.

Em 1942, quando o maestro Leopold Stokowski e a The American Youth Orchestra foram
designados pelo presidente Roosevelt para visitar o Brasil O maestro Stokowski realizou concertos
no Rio de Janeiro e solicitou a Villa-Lobos que selecionasse os melhores músicos e sambistas, a fim
de gravar a Coleção Brazilian Native Music. Villa-Lobos reuniu Pixinguinha, Donga, João da
Baiana, Cartola e outros, que sob sua batuta realizaram apresentações e gravaram a coletânea de
discos, pela Columbia Records.
Em 1944/45, Villa-Lobos viajou aos Estados Unidos para reger as orquestras de Boston e de Nova
York, onde foi homenageado. Em 1945 fundou a Academia Brasileira de Música. Dois anos antes
de sua morte, o maestro compôs "Floresta do Amazonas"para a trilha de um filme da Metro
Goldwyn Mayer. Realizou concertos em Roma, Lisboa, Paris, Israel, além de marcar importante
presença no cenário musical latino-americano.

Praticamente residindo nos EUA entre 1957 e 1959, Villa-Lobos retornou ao Brasil para as
comemorações do aniversário do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Com a saúde abalada, foi
internado para tratamento e veio a falecer em novembro de 1959.

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