A Sensitiva

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A SENSITIVA JORNAL LITERRIOE RECREATIVO CONSAGRADO AO BELLO SEXO Ano I Bananal, 18 de junho de 1881, nmero 3 Publica-se aos sbbados.

s. Editores e proprietrios J. C. Cabral e M. Barbosa Collaboradoras diversas EDITORIAL Os direitos da mulher A emancipao da mulher alem de ser um direito natural um direito Divino. Deus ao dar a companheira que lhe pediu Ado ensinou aquelles dous entes a amarem-se, no dando mais a um do que a outro. A fora do direito est pois perfeitamente comparada entre homem e mulher sem profanao do que h de mais justo e santo. A defeza dos direitos sagrados da mulher est nomodo porque ella desempenha a sua misso neste mundo terrqueo de misria e profanao. A mulher na defesa de seus direitos mais forte do que homem, no transige. Ha tres sculos Agostine levantou o primeiro brado em favor do nosso sexo que at ahi se via opprimido pela fora viril do homem, desde ento at hoje muitas tentativas se temfeito no novo e velho mundo para que gozemos dos direitos de que atrozmente nos espoliaram. Sem motivo para orgulharmos da victoria, vemos com effeito, que no actual sculo, os homens tem comprehendido que a mulher no tem obrigao de obedecer leis anachronicas que as condemnavam mais crassa ignorncia. Vemos o homem considerar na esposa no a escrava que tem de executar a sua mais nfima ordem, mas a companheira que soffre as suas dores, que toma parte nos seus pezares e alegrias e aquella a quem est entregue a educao moral de seus filhos e a direo ntima do lar domestico. Que metamorphose se nota na mulher contempornea para a mulher do XV sculo. Na Europa a mulher occupa hoje todos os cargos que eram ento desempenhados pelo homem, excepto os polticos,estudam todos os ramos da sciencia, de industria, etc. e a sociedade caminha apezar dos espritos refractarios s leis sociaes e humanas. E no s na Europa se nota o desenvolvimento extraordinario na educao superior da mulher, na Amrica e no prprio torro de Santa-Cruz h j doutoras em medicina, em direito e em sciencias naturaes. Caminhemos pois, sem apparato, sem rudo e provemos aos que todo transe e por todos os meios nos negam a capacidade intellectual,que elles quem no teem razo de existir porque s representam o sophisma herdado dos sculos obscurantistas. E.

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