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FÍSICA DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

O núcleo de hidrogênio (H) e suas propriedades magnéticas são a base da Ressonância


Magnética usada na medicina.
O próton tem carga positiva e possui um movimento giratório em torno de seu próprio eixo
gerando um campo magnético.
O corpo humano possui milhões de prótons que em situação normal sem a influência de
nenhum campo magnético externo seus spins magnéticos apontam em diferentes direções
formando um sistema em equilíbrio já que a soma e seus vetores é igual a zero.
O estudo por Ressonância Magnética para ser efetuado depende de um campo magnético
externo mais alto o qual dependendo do aparelho pode variar de 0,2 a 3,0 T ( 1 T = 104
Gauss).
O campo magnético externo (B0) é gerado pela corrente elétrica circulando por um super
condutor que precisa ser continuamente refrigerado até uma temperatura de 4K por meio de
hélio líquido a fim de manter as características super condutoras do magneto.
O paciente será colocado no centro do magneto onde o campo é mais intenso e mais
homogêneo o que não significa que não há campo magnético ao redor do magneto podendo
causar estragos se algum objeto metálico ficar por perto.
Ao iniciar o exame os spins começam a orientar-se pelo campo magnético em paralelo ou
anti-paralelo ao B0.
Para que se obtenha a situação de anti-paralelo é necessário mais energia que a orientação
paralela ( cada uma destas orientações corresponde à um nível energético diferente ).
No estado de equilíbrio temos um pequeno excesso de spins em paralelo ao B0 dessa forma
a soma vetorial de todos os spins não é zero gerando um valor de Magnetização total
(Mtot).
O Bo agindo sobre os spins gera também um movimento de precessão destes em relação à
Bo a qual tem uma freqüência deteminada , conhecida como freqüência de Larmor (wL), a
qual é proporcional ao Bo e à constante giromagnética y de cada núcleo (wL = -yBo).
A wL do hidrogênio num Bo de 1.5T é de aproximadamente 63MHz,ou seja, o spin dá 63
milhões de voltas em torno de Bo por segundo (cada núcleo tem uma wL característica).
Neste ponto já temos uma magnetização diferente de zero porém esta ainda não pode ser
medida. Para isto precisamos deslocar a magnetização para um eixo perpendicular ao Bo
(eixo transversal).
Para deslocar a magnetização do eixo longitudinal para o transversal emite-se uma onda
eletromagnética da mesma freqüência de wL, chamada de onda de radiofreqüência (rf) com
campo magnético B1, a qual corresponde à amplitude da onda, perpendicular ao Bo.
Como a freqüência de B1 corresponde a wL temos o que se descreve classicamente como
efeito de ressonância, no qual Bo é cancelado e a magnetização fica sob o efeito de B1 no
eixo transversal, sem deixar de girar em torno de Bo com a freqüência de Larmor.
No momento em que temos a magnetização no eixo transversal desliga-se a rf e então
começamos a medir a magnetização com oreceptor no eixo transversal. O que é registrado
pelo receptor é a voltagem induzida pelo movimento de precessão da magnetização
transversal em torno de Bo, que oscila com wL e cuja amplitude vai diminuindo
exponencialmente. Este é o chamado “Free Induction Decay” (FID) ou Decaimento de
Indução Livre (DIL).
A amplitude do FID diminui com o tempo por causa do processo de relaxamento,
mecanismo pelo qual a magnetização vai voltar lentamente ao estado inicial de equilíbrio.
A velocidade com que o conjunto de spins volta ao estado inicial de equilíbrio depende do
tipo de tecido a que eles pertençam.
No estado de equilíbrio o vetor de magnetização total está apontando na direção z do
campo magnético externo Bo (Mz = Mtot) e não há componente de magnetização
tranversal (Mxy = 0). Durante o relaxamento pode-se distinguir dois tipos de relaxamento:
o relaxamento longitudinal (Mz -> Mtot) e relaxamento transversal (Mxy -> 0) que são
descritos pelas constantes de tempo T1 e T2, respectivamente. Quanto mais longo o T1 e o
T2 mais tempo demora o processo de relaxamento.
T2 é sempre menor ou igual a T1, ou seja, a magnetização transversal decresce mais
rapidamente do que a magnetização longitudinal demora para voltar ao valor inicial. Os
valores de T1 e T2 dependem da intensidade das interações entre os spins magnéticos e da
freqüência com que estas interações estão sendo moduladas.
Pode-se dizer que T1 e T2 estão diretamente relacionados às propriedades moleculares de
cada tecido podendo-se diferenciar a gordura, a substância branca, a substância cinzenta, o
edema ou o líquor através de seus diferentes tempos de ralaxamento, visto que T1 e T2
aumentam nesta ordem.
Quando se efetua o registro do FID pode-se escolher os parâmetros que vão definir se o
contraste final da imagem vai ser ponderad em T1, T2 ou densidade de prótons (DP).
T1 : tecidos com T1 longo aparecem com hipossinal e tecidos com T1 curto com hipersinal.
T2 : tecidos com T2 curto aparecem com hipossinal e tecidos com T2 longo aparecem com
hipersinal.
DP : o contraste T1 e T2 é minimizado de tal maneira que o contraste final da imagem
representa a densidade de prótons do tecido ( por isso nos locais onde há acúmulo de água
como em edemas a DP mostra hipersinal ).

CONTRASTES EXTERNOS INTRAVENOSOS

Contrastes para-magnéticos em geral derivados do gadolíneo, cuja função é diminuir


os tempos de relaxamento dos tecidos com os quais entram em contato.
Os elétrons do gadolíneo interagem intensamente com os spins magnéticos dos nossos
prótons, fazendo com que estes relaxem rapidamete ( diminui-se T1 e T2 ).

Outras aplicações da RM além do estudo morfológico :


- angiografias (imagens pesadas em fluxo)
- difusão, perfusão ou imagens funcionais (estudo da ativação cerebral)
- espectroscopia ( análise bioquímica do tecido “in vivo”)

COLAR IMAGENS T1 T2 DP E APÓS CONTRASTE

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