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Umberto Eco
26/02/2009
O escritor italiano Umberto Eco, em seu livro Segundo Dirio Mnimo, traz uma
coletnea de crnicas, muitas delas bem-humoradssimas.
Uma parte da reunio de textos dedica-se ao que ele chama de instrues de uso,
pequenos manuais que explicam como desempenhar midas e gradas tarefas
cotidianas, tais como:
Nota reservada: Todo o pessoal lotado nas bibliotecas pblicas deve ser portador de
defeitos fsicos, porque uma das coisas que se espera de um rgo pblico que oferea
possibilidades de emprego aos cidados vtimas de deficincias (est presentemente em
estudos a extenso deste requisito tambm ao Corpo de Bombeiros). O bibliotecrio
ideal deve ser, antes de mais nada, manco, a fim de estender o tempo que transcorre
entre o recebimento da ficha preenchida, a descida aos subterrneos e a volta com os
livros pedidos. Para os servidores destinados a subir em escadas para atingir as
prateleiras de altura superior a oito metros, recomenda-se que o brao que falta seja
substitudo por uma prtese em gancho, por questes de segurana. Os funcionrios
totalmente desprovidos de membros superiores devem pegar os livros pedidos com os
dentes (disposio que tem como finalidade impedir a entrega aos leitores de columes
maiores que o formato in-oitavo).
Sobre esse ltimo tem, interessante observar que Umberto Eco escreveu um romance,
O Nome da Rosa, em que um dos principais personagens era uma biblioteca
particularmente um livro cujo responsvel era um monge beneditino cego.
Uma evidente homenagem ao escritor argentino Jorge Luis Borges que, quando assumiu
a direo da Biblioteca Nacional de Buenos Aires, j no enxergava mais nada.
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Disponvel em: <http://livroseafins.com/como-organizar-uma-biblioteca-publicasegundo-umberto-eco/>.
Acesso em: 28 out. 2010.