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PRODUÇÃO DE TEXTO
N
este módulo, iniciaremos a estrutura da Dissertação. No entanto, antes de iniciar-
mos este assunto, vamos lembrar das ações essenciais para a produção de um bom
texto.
1º. LER
LEITURAS ORIENTADAS
Após o conhecimento dos itens que formas para sobreviver. ra que se estabelece de indivíduo
podem garantir a elaboração de textos A primeira editora sobre cuja ati- para indivíduo e que, apenas em al-
bem escritos, sugerimos exercícios com vidade se tem notícias, através das car- guma época e em algum momento,
leituras orientadoras, que devem prece- tas de Cícero, é a fundada em Roma, pode ver-se amplificada em comu-
der ao ato de produção de textos. En- por volta do ano 50 antes de Cristo, nicação maciça. Saber que Petrarca
tende-se por leituras orientadas aquelas por Tito Pomponio Actico, para a di- e Boccaccio trocaram entre si per-
que, pertencendo a um mesmo campo fusão dos clássicos gregos e das novi- gaminhos, em que haviam copiado,
do conhecimento humano, fornecem dades latinas; estava organizada de de seu próprio punho e letra e com
subsídios para o leitor desenvolver seu forma não muito diferente das edito- fina elegância, suas próprias obras
texto e, por outro lado, apresentam vi- ras de nossos dias, exceto que, em lu- ou as de Dante, dá-me a convecção
sões diferentes criadas por seus autores. gar dos tipógrafos, se utilizava um de que períodos de esplendor para
Ao lê-las, o estudante estará recebendo grande número de escribas. a literatura podem surgir sejam quais
informações, que poderão ser refutadas, Por certo que, então, o número forem as condições exteriores.
criticadas ou enriquecidas com sua argu- de leitores não era o das tiragens dos Sabemos que a forma dos livros
mentação crítica, baseada em conheci- “best-sellers” de hoje, mas, se pensar- mudou muitas vezes na história e
mentos prévios sobre o assunto. mos que tantos livros fundamentais que, seguramente, continuará mu-
Assim, não se faz necessário o recur- têm, ainda em nossos dias, uma circu- dando. Claro que isto não me ale-
so às “fórmulas mágicas” e “aos macetes”, lação limitada, damo-nos conta de que, gra, porque me atraem os livros tam-
pois, como já ficou demonstrado, ler e ainda na comparação numérica, há bém como objetos, na forma que
escrever constituem os dois lados de certa similitude. O importante é que têm hoje, se bem que seja cada vez
uma mesma moeda. o fio que corre através da escritura na mais raro ver edições que expressem
se interrompa. Pensar que, também o amor pelo livro-objeto, que, para
EXERCÍCIOS SOBRE RELAÇÕES durante os séculos de ferro e fogo acompanhar nossa vida, deveria ser
INTERTEXTUAIS do período medieval, os livros tenham feito segundo as regras da arte.
encontrado nos conventos um espa- É claro que mudarão muitas coi-
A necessidade-prazer da leitura ço onde conservar-se e multiplicar-se sas, se é certo que, com as processa-
Agora talvez devesse ocupar-me de me reconforta, por um lado, e me pre- doras de palavras, nossos livros se-
uma pergunta que hoje é feita com mui- ocupa, por outro. Poderia inclusive rão compostos por nossas próprias
ta freqüência, quando se fala dos livros ocorrer-me a idéia de nos retirarmos mãos, sem necessidade de passar
como de algo que sempre existiu e que to do s em con ve ntos dotados de pela tipografia. Assim, como muda-
sempre existirá: mas que segurança exis- todo conforto, abandonando as me- rão as bibliotecas, que talvez ve-
te de que o livro tenha um futuro pela trópoles às invasões bárbaras dos ví- nham conter apenas microfilmes.
frente? Que sobreviva à concorrência deo-casetes; mas sentiria pelo resto Isto me entristece um pouco por-
dos meios de comunicação eletrônicos? do mundo, que ficaria sem livros, pri- que deixamos de ouvir o agradável
Como se transformará e em que se con- vado de seu silêncio cheio de sussur- ruído das páginas.
verterá o escritor? ros, de sua calma reconfortante ou de Mudará o nosso modo de ler?
E, aí, minha resposta só pode ser sua inquietude sutil. Pode ser sim, mas não podemos pre-
uma: de fidelidade ao livro, aconteça o Há uma continuidade na solidão ver de que maneira. Podemos dizer
que acontecer. Ponhamo-nos na pers- que o escritor arrasta atrás de si como que temos um testemunho direto
pectiva dos séculos. um destino inerente a sua vocação, de uma revolução importante no
Os livros circularam por muitos sécu- mas desta solidão assoma uma vonta- modo de ler ocorrida no passado,
los antes da invenção de Gutemberg, e, de e uma capacidade de comunicação: porque Santo Agostinho nos con-
nos séculos futuros, encontrarão novas esta comunicação especial da literatu- tou com estupor o momento em
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16 REDAÇÃO
que se deu conta do acontecimen- que é errado o critério de considerar que ela tem um ritmo que é governado
to. Indo ao encontro de Santo com desprezo as novidades tecnológi- pela vontade do leitor; a leitura abre espa-
Ambrósio, Agostinho soube que o cas, em nome de valores humanísticos ços de interrogação, de meditação e de
Bispo de Milão estava lendo, mas em perigo. Penso que cada novo meio exame, isto é, de liberdade; a leitura é uma
de um modo que ele não havia vis- de comunicação e difusão das palavras, correspondência não só com o livro, mas
to antes: silenciosamente, só com das imagens e dos sons pode propiciar também com nosso mundo interior, atra-
os olhos e com a mente, sem emi- novos desenvolvimentos criativos, no- vés do mundo que o livro nos abre.
tir som algum, sem sequer mover vas formas de expressão. E creio que Pode ser que o tempo que poderia
os lábios. Agostinho havia passado uma sociedade mais avançada tecnolo- ser destinado à leitura seja cada vez mais
por escolas importantes e ambien- gicamente poderá ser mais rica em es- ocupado por outras coisas; isto é certo já
tais de estudo, mas nunca havia sus- tímulos, em escolhas, em possibilida- hoje, mas era ainda mais certo no passado
peitado que se pudesse ler como des, e haja cada vez mais necessidade para a maior parte dos seres humanos. De
o fazia Ambrósio, sem pronunciar de ler, de coisas para ler e de pessoas qualquer forma, quem tenha necessida-
as palavras. que leiam. de de ler, quem tenha o prazer de ler (e
E pode ser que, no futuro, ve- Tenho certeza de que a leitura não ler é, sem dúvida, uma necessidade-prazer),
nha a haver outros modos de lei- é comparável a nenhum outro meio de continuará recorrendo aos livros, aos do
tura de que não suspeitamos. Creio aprendizagem e de comunicação, por- passado e aos do futuro.
2º. INTERPRETAR
01. De forma resumida indique o núcleo temático do texto.
02. O texto levanta a questão da possibilidade de continuidade do livro em nossa futura sociedade. Qual a opinião do
autor e qual a sua argumentação?
03. Contrariando opinião muito divulgada, para Calvino as novas tecnologias não destruirão a escrita, embora possam
mudá-la. Justifique.
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REDAÇÃO 17
PEGADINHA VERBAL
Quando você quiser deixar PROF. SÉRGIO NOGUEIRA
boa impressão com o uso das
palavras, é melhor que esteja
prevenido. O português, muitas
vezes, nos prega peças. Pegadinha
Verbal mostra alguns dos enganos
mais freqüentes do nosso idioma.
ERRADO: “Saiu a convocação da nossa seleção de so do lado de fora”, “Ele é o protagonista secundário
júniors.” desta história”, “Aqui está o segundo protótipo”, “O
anexo segue em separado”, “Me inclua fora disso”,
CERTO: “Saiu a convocação da nossa seleção de juni- “Havia duas lésbicas e um homossexual”, “Uma vítima
ores.” fatal foi o saldo do acidente”.
Segundo a gramática da língua portuguesa, as pala-
vras terminadas em r fazem o plural com es: repórte- A PEGADINHA: Com muita freqüência, ouvimos nos-
res, revólveres, mártires, flores, açúcares. É como en- sos locutores esportivos dizerem que o time, após so-
sinou Pasquale Cipro Neto, o professor que deu sabor frer um gol, deverá correr atrás do prejuízo. Eu, par-
especial ao Big Mac: o plural de hambúrguer é ham- ticularmente, jamais correria atrás do prejuízo. Pre-
búrgueres, pois a palavra já está devidamente aportu- firo fugir do prejuízo. Mas, como todo chavão espor-
guesada. Deve, por isso, seguir as normas gramati- tivo, correr atrás do prejuízo é mais um que veio e
cais da língua portuguesa. ficou. Espero que por pouco tempo. Já estamos can-
Para quem acha a pronúncia juniores esquisita ou feia, sados de tantos “monstros sagrados”, “lutas do sécu-
o melhor é construir a frase de modo a evitar o plural: lo” e do duvidoso “administrar o resultado”.
“Saiu a convocação da nossa seleção de futebol jú-
nior” ou “categoria júnior”. ERRADO: “Na última novela, seu personagem era um
alcólatra.”
A PEGADINHA: Responda rápido: qual é o plural de
sênior? Como foi explicado acima, segundo as regras CERTO: “Na última novela seu personagem era um al-
da língua portuguesa, o certo é seniores. Sênior é uma coólatra.”
palavra de origem latina, da qual se derivam senhor, A palavra alcoólatra é composta por aglutinação híbri-
senil e senador. Curiosidade: todo senador romano da: álcool, do árabe, e latria (= adoração); do grego.
devia ter “idade avançada”, o que significava conheci- Embora alguns pronunciem como se houvesse ape-
mento e experiência. Já a túnica branca representava nas uma vogal o, o certo é pronunciar e escrever oo:
a pureza, daí a palavra candidato, derivada de cândido. alcoólatra.
Graças a Deus, o ideal romano está vivo entre nós até
hoje! A PEGADINHA: Certa vez li numa placa na cidade de
Piracicaba, interior de São Paulo: Alcóolicos Anôni-
ERRADO: “Tiramos a despesa e, depois, dividimos o mos. Pela posição do acento agudo, era bastante alto
lucro em três metades.” o teor alcoólico de quem escreveu a placa.
CERTO: “Tiramos a despesa e, depois, dividimos o lu-
cro em três partes.” ERRADO: “É grande o tráfico aéreo sobre Congonhas.”
Não existem três metades. Metades são sempre duas. CERTO: “É grande o tráfego aéreo sobre Congonhas.”..
No ano passado, o repórter de um bom telejornal nos Tráfico se refere sempre a comércio ilegal. Já ouvi-
disse que havia um pedaço de terra dividindo o Mar mos falar de tráfico de drogas, de crianças, de mulhe-
Morto em duas metades. Isso é pleonasmo. Dividir em res, de escravos, de influência... Em relação a trânsi-
metades iguais também é redundante. “Dividir uma cir- to, a movimento, devemos usar tráfego. Grandes “en-
cunferência em duas metades iguais é a redundância garrafamentos” ocorrem em cidades, como São Pau-
da redundância. E pedir a metade maior é incoerente, lo, onde o tráfego é intenso.
é “coisa de criança”.
Frases incoerentes não faltam em nossos meios de A PEGADINHA: Aqui vai um teste para os cariocas
comunicação. Observe alguns exemplos: “Estou pre- que conhecem bem a Rua São Clemente no bairro de
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18 REDAÇÃO
Botafogo. Responda rápido: “São Clemente é uma rua Há muitos erros quanto ao uso da vogal i.
de muito tráfego ou de muito tráfico?” Se você res- Observe alguns casos: O certo é manteigueira, e não
pondeu “depende”, parabéns. “mantegueira”; aleijado, e não “alejado”; bandeja, e
não “bandeija”, beneficente, e não “beneficiente”, ca-
ERRADO: “Ela foi no cabelereiro.” ranguejo, e não “carangueijo”; freada, e não “freia-
da”; prazerosamente, e não “prazeirosamente”; pri-
CERTO: “Ela foi ao cabeleireiro.” vilégio, e não “previlégio”, verossimilhança, e não
Já vimos que quem vai vai a algum lugar. A regência do “verossemelhança”.
verbo ir exige a preposição a, e não a preposição em.
Portanto, ninguém vai “em Brasília”, “na praia” ou “no A PEGADINHA: “Meritíssimo juiz” é a forma correta.
banheiro”. Meritíssimo é uma palavra derivada de mérito. “Mere-
O certo é irmos “a Brasília”, “à praia” ou “ao banheiro”. tíssimo”, portanto; está errado.
Outro erro é cabelereiro. O certo é cabeleireiro, pa- Pior mesmo é dirigir-se ao juiz e chamá-lo de “mere-
lavra derivada de cabeleira. tríssimo”. O juiz é capaz de não gostar e dizer que
“meretríssima” é a mãe.
Bem, ao terminar este processo, vamos ler o texto “Poética” de Vinícius de Moraes e acompanhar a interpretação
de Dilson Catarino.
POÉTICA
De manhã escureço
De dia tarde
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Nasço amanhã
Ando onde há espaço
- Meu tempo é quando.
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REDAÇÃO 19
ropa, o berço da civilização e da cultura (Vinícius viveu seis va com o espaço em se encontrava. O que importa é viver o
anos na Inglaterra). presente, independentemente do lugar em que se encontra.
A oeste a morte contra quem vivo: O oeste, onde o Meu tempo é quando pode representar o eterno, ou
sol se põe, representa o fim, a morte, contra a qual ele seja, também não importa a época em que se vive. O que
vivia, ou seja, não desejava a morte, diferentemente dos importa é viver, enfrentando as vicissitudes, as contradi-
poetas românticos e simbolistas. ções, as negações que se nos apresentam durante a vida.
Do sul cativo pode significar que ele se sentia seduzi-
Como se trata de análise de texto, evidentemente há
do pelo sul, talvez pelo hemisfério sul, onde se situa o
Brasil. várias maneiras de se interpretar o que o autor escreveu. A
Outros que contem passo por passo, ou seja, os intenção da Gramática On-line é promover a discussão
outros é que possuem a responsabilidade de se preocupar acerca de textos variados, é levar o internauta a raciocinar
com a sucessão de dias; a ele cabia o ato de renovar-se sobre diversos pensamentos de autores diferentes. Em
constantemente (Eu morro ontem / Nasço amanhã), sem nenhum momento, intencionou-se apresentar a interpreta-
se inquietar com os acontecimentos cotidianos. ção oficial do texto. Cada um tem sua própria maneira de
Ando onde há espaço, ou seja, ele não se preocupa- ‘enxergar’ as mensagens pretendidas pelo autor.
DISSERTAÇÃO
In: Revista de divulgação científica da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, vol. 1, n° 109, maio 1995. p. 41.
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20 REDAÇÃO
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Uma dissertação geralmente se divide em três partes:
O desenvolvimento
O desenvolvimento é a análise da introdução, e é
06. Você concorda com a análise mencionada no exercí- ancorado pela argumentação.
cio anterior? Nessa parte da dissertação, cabe defender a idéia
proposta na introdução. Devem ser apontadas semelhan-
ças de idéias, divergências, devem ser feitas comparações,
ligações, buscas, enfim, comprovações da idéia inicial.
Note como a autora realiza a análise da introdução no
07. Apesar do discurso nacionalista de assimilação alieníge- texto Mestiçagem e imigração:
na, qual foi, segundo o texto, a reação dos imigrantes a) aproxima o “pertencimento étnico” do “pertencimen-
europeus que passaram a ocupar terras no Brasil a partir to nacional”;
da política de imigração do século passado? Explique. b) privilegia o caso brasileiro em sua exemplificação;
c) esmiúça o caso brasileiro, aprofundando-se na aná-
lise da emigração nos anos 40.
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REDAÇÃO 21
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22 REDAÇÃO
02. Aponte nos textos como foi feita a definição do assunto levará um jovem a atear fogo em um índio inofensi-
e como os autores indicaram caminhos. vo ou em um mendigo indefeso?
Já as cenas de sexo, sem a orientação devida,
levam os jovens iniciantes à busca desses prazeres
desconhecidos de forma equivocada, como indu-
zem os falsos ídolos. Desse modo, um poderoso
meio de comunicação que, se usado de forma res-
ponsável, pode ser a grande arma de educação e
libertação de um povo, desvirtuando essas patrióti-
cas finalidades termina sendo um instrumento de
banalização de violência e de estímulo à ignorância.
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REDAÇÃO 23
ALUNO(A):
Nº:
SÉRIE: TURMA: DATA: / /
TEMA:
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
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24 REDAÇÃO
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REDAÇÃO 25
Frase de Arrastão
As orações sucedem-se sem uma correlação expres-
Classificação as seguintes frases, de acordo com o
sa entre elas. É a frase utilizada na linguagem infantil e na
método tradicional:
das pessoas incultas ou imaturas.
a) Que sala suja!
b) Meia volta! Exemplo:
c) Iracema foi a heroína de Alencar. Então me levantei e me vesti e aí tomei café e então fui
d) Almejo que tenhas sucesso. trabalhar. Mas acontece que era feriado. E daí voltei
e) Gostaria de saber se ela voltará. para casa e então fui descansar.
f) Que a deixe, por quê?
g) Nada me convence.
h) Não espere muito de mim.
Frase Entrecortada ou Picadinha
i) Lindo! Frase breve, incisiva, geralmente constituída por ora-
j) Boa viagem! ções coordenadas. Esse tipo de frase é muito comum no
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26 REDAÇÃO
Frase de Ladainha
Usada mais na linguagem coloquial; introduz orações
Frase Parentética
coordenadas ligadas por “e” ou subordinadas, que não se- É formada por orações justapostas e que não perten-
jam adjetivas, introduzidas por “que”. cem integralmente ao sentido lógico do período (são usa-
das para explicar, esclarecer, citar, advertir, opinar, exortar,
Exemplos: ressalvar e permitir).
“...e era uma tarde meio cálida e meio cinza e meio dou-
rada e estávamos alegres e o vento desenrolava nossos Exemplos:
cabelos e o ciciante mar estava da cor de um sabre...” Foi em outubro, se não me falha a memória, que
(José Carlos Oliveira, apud Othon M. Garcia, op. cit. p.91)
nos conhecemos.
É uma tristeza – livrai-nos, Deus! – o que eles fizeram!
“Mais tarde, não sei se sonhei ou se pensei realmente
que os aviões não caíam no meio das ruas, e que as ruas
não eram desertos, e que os portões brancos de quar-
téis não eram oásis”.
(Caio Fernando Abreu) A classificação feita a partir da frase de arrastão não é
uma classificação sintática, mas sim estilística.
Frase Labiríntica ou Centopéia
Frase confusa, sem clareza, período repetitivo, proli-
xo. São exemplos as frases usadas pelos escritores dos
séculos XVl e XVll, como Vieira e outros barrocos.
Exemplo: Identificar as frases que seguem de acordo com o pre-
“Mas também a vossa sabedoria e a experiência de to- sente estudo:
dos os séculos nos têm ensinado que depois de Adão
não criastes homens de novo, que vos servis dos que
tendes neste Mundo e que nunca admitis os menos a) Em 1974 – isso ocorreu num dia chuvoso – perdi
bons, senão em falta dos melhores”. uma das minhas maiores amigas
(Vieira)
Frase Fragmentária
Várias orações que se interligam sem sentido comple- b) Perigo.
to, formando um contexto. Isso acontece quando as ora-
ções subordinadas se desligam da principal, ou quando os
adjuntos, apostos e complementos se separam da expres-
são a que pertencem.
c) Dia de muito, véspera de nada.
Exemplos:
Há muito que ele se sentia doente. Doença cruel.
Ela o agredia sempre. Embora não houvesse moti-
vos para isso. d) “... e tudo era musicalidade, e tudo de certo modo era
triste como ficam tristes as coisas no momento mais
Frase Caótica agudo de felicidade e nós vimos sobre uma duna as
freiras e eram cinco freiras que usam chapeuzinho
Livre, fluente, sem racionalizar, como se o narrador, com uma borla ou bordado branco e vestido mar-
rom e eram cinco freiras alegres...”
através do fluxo de consciência, pusesse, às claras, seus (José Carlos de Oliveira)
mais íntimos sentimentos. Muito usada pelos modernos
escritores que utilizam a frase caótica para seus monólo- e) Ele quase morreu. De tédio.
gos interiores (reprodução da fala e do pensamento da per-
sonagem).
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