O documento relata uma entrevista com José Aparecida de Araújo, de 51 anos, que foi vítima de preconceito racial por um amigo de trabalho há cerca de 20 anos. Ele ficou magoado com a revelação do amigo de que não gostava de negros, apesar de sua amizade fora do trabalho. Embora tenha pensado em se vingar, refletiu sobre o exemplo que daria a seu filho pequeno e decidiu não agir com violência. O documento também discute as causas e consequências do preconceito contra negros no Brasil
O documento relata uma entrevista com José Aparecida de Araújo, de 51 anos, que foi vítima de preconceito racial por um amigo de trabalho há cerca de 20 anos. Ele ficou magoado com a revelação do amigo de que não gostava de negros, apesar de sua amizade fora do trabalho. Embora tenha pensado em se vingar, refletiu sobre o exemplo que daria a seu filho pequeno e decidiu não agir com violência. O documento também discute as causas e consequências do preconceito contra negros no Brasil
O documento relata uma entrevista com José Aparecida de Araújo, de 51 anos, que foi vítima de preconceito racial por um amigo de trabalho há cerca de 20 anos. Ele ficou magoado com a revelação do amigo de que não gostava de negros, apesar de sua amizade fora do trabalho. Embora tenha pensado em se vingar, refletiu sobre o exemplo que daria a seu filho pequeno e decidiu não agir com violência. O documento também discute as causas e consequências do preconceito contra negros no Brasil
Para falar sobre o preconceito, tema desta reportagem, tivemos a oportunidade de
entrevistar Jos Aparecida de Arajo, de 51 anos. Nasceu em So Bernardo do
Campo, onde ainda residente e mora no bairro Cooperativa. Atualmente, trabalha como chefe de segurana do Colgio Petrpolis, onde foi carinhosamente apelidado de Mo. casado, tem um filho de 27 anos e a cerca de 20 anos, foi vtima de preconceito racial. Mo trabalhava em uma casa de cmbio e l conheceu um colega de trabalho pelo qual acabou criando uma grande afinidade. A amizade deles ia alm do expediente, assim como descreve: ele ia em casa, almoava, passevamos juntos eu e ele, minha esposa e a esposa dele.... Porm, um dia, seu amigo contou-lhe que no gostava de negros, deixando-o confuso: eu fiquei sem entender, achei que era brincadeira, mas ele disse: no, estou falando srio. . A partir desse momento, concordou que s trataria de assuntos profissionais com seu amigo e o episdio encerrou-se. Portanto, quando perguntado o que sentiu naquele momento, Jos descreve que ficou muito magoado e como estava de cabea quente pensou em at fazer uma besteira. Mas claro, refletiu sobre o assunto, pensou tambm em seu filho, muito novo na poca, e percebeu que aquela no era a melhor maneira de se resolver a situao. Afinal, que exemplo estaria dando para o meu filho se tivesse agido daquela maneira? , diz Mo. Este foi o nico episdio discriminativo de grande evidncia em sua vida. Seu filho nunca sofreu algo parecido, mas j o preparou para se algo do tipo ocorrer: ensinei que no pode partir para a violncia, no assim que se resolve. Existe uma grande diferena entre o preconceito e o pr-conceito. O segundo, uma primeira anlise de algo ou algum logo no primeiro contato. Esta primeira impresso, caso for ruim, pode ser facilmente superada pelo convvio e conhecimento. Porm, o preconceito, em linhas gerais, no d espao para esta mudana de conceito, resultando na prpria histria entre o Mo e seu amigo, e em tantos outros casos de discriminao e violncia. O preconceito no Brasil, mais especificamente contra negros, surge da marginalizao destes na sociedade atual. fato que, na nossa realidade, a maioria pobre negra. Segundo uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2013, os negros ganham apenas 57,4% do salrio da populao branca. Alm disso, em representaes na mdia, quando no vemos o negro como marginal, vemos como um jogador de futebol ou artista. Em linhas gerais, este um dos pontos que faz surgir o preconceito. Est previsto no Art. 1 da lei nm. 7.716/89 que sero punidos os crimes resultantes de discriminao ou preconceito de raa, cor, etnia, religio ou procedncia nacional. As punies envolvem, inclusive, a recluso do condenado. Contudo, o preconceito tnico ou racial ainda faz parte do cotidiano da sociedade brasileira na medida em que, na maioria das vezes, ele ignorado e no resulta em mudana de postura ou mesmo a punio. necessrio aproximar a populao negra da branca tanto socialmente, quanto economicamente. Em relao s medidas econmicas, preciso que o governo d
condies para que o negro tenha as mesmas oportunidades que o branco e a
sociedade, por sua vez, deve destruir o arqutipo do negro na esfera pblica e mdia para que se reverta o preconceito enraizado na nossa sociedade. Havendo esta mobilizao conjunta de governo e sociedade, casos como o de nosso amigo Mo podem deixar de ocorrer com frequncia em um futuro prximo.