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RECIFE
2011
FERNANDO JOSÉ BERTINO DE FIGUEIRÊDO
JOSINEIDE CONFESSOR RAIMUNDO LIMA
RECIFE
2011
Dedicamos este trabalho aos nossos pais, razão
das nossas existências; aos nossos filhos,
grandiosas dádivas divinas; aos nossos
cônjuges sempre pacientes, presentes e
cúmplices em todos os momentos, à Camila
pela dedicação na revisão e a todos amigos que
nos ajudaram na nossa trajetória.
RESUMO
1.INTRODUÇÃO..................................................................................................7
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................9
2.1 CADEIA DE CUSTÓDIA..............................................................................9
2.1.1 Duas vertentes:............................................................................................9
2.1.2 Requisitos Básicos da Cadeia de Custódia..................................................9
2.2 CENTRAL DE CUSTÓDIA........................................................................11
2.3 FUNCIONAMENTO DA CADEIA DE CUSTÓDIA.................................12
2.3.1 No local.....................................................................................................12
2.3.2 Na Instituição............................................................................................13
2.3.3 No Laboratório..........................................................................................13
2.3.4 Na Instituição outro Local.........................................................................13
2.4 RESPONSABILIDADE PELA CUSTÓDIA..............................................13
2.5 REGRAS GERAIS PARA A CADEIA DE CUSTÓDIA.............................14
2.6 FORMULÁRIO DE CADEIA DE CUSTÓDIA..........................................15
3. OBJETIVOS...................................................................................................16
3.1 Objetivo Geral..............................................................................................16
3.2 Objetivos Específicos...................................................................................16
3.2.1 Público Alvo..............................................................................................16
3.3.2 Área de Abrangência.................................................................................16
4. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO...............................................17
4.1 ETAPAS DA CADEIA DE CUSTÓDIA......................................................17
4.1.1 1ª Etapa: Pré-Coleta Coleta........................................................................17
4.1.2 2ª Etapa: Coleta.........................................................................................17
4.1.2.1 Tipos de Embalagem...............................................................................18
4.1.2.2 Etiquetas de Identificação......................................................................24
4.1.3 3ª Etapa: Transporte...................................................................................27
4.1.4 4ª Etapa: Recebimento, Armazenamento e Transferência..........................28
4.1.5 5ª Etapa: Análise........................................................................................29
4.1.5.1 Amostragem............................................................................................30
4.1.5.2 Estratégia de Amostragem......................................................................31
3.1.5.3 Quantas populações há? Qual é o tamanho da(s) população(ões)?........31
3.1.5.4 Quando é necessário realizar amostragem?............................................32
4.1.6 6ª Etapa: Armazenamento.........................................................................32
4.1.6.1 A construção da Central de Custódia deve privilegiar segurança..........32
4.1.6.2 A construção da Central de Custódia deve privilegiar a segurança........33
4.3 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES..........................................................35
ANEXO...............................................................................................................41
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1. INTRODUÇÃO
A transferência das evidências deverá ser registrada cada vez que as elas passarem de
uma pessoa para outra ou de um tipo de mídia para outro.
Sendo o Estado de Pernambuco um das sedes de realização dos jogos da copa do
mundo, percebemos a necessidade de regulamentação e implementação da cadeia de custódia
com excelência Internacional, visto que os eventos criminosos registrados nesse período
assumirão repercussão que irão além das fronteiras do nosso país.
Diante deste contexto existe a necessidade de regulamentação e sistematização de
procedimentos padrões na cadeia de custódia que irão robustecer a prova material.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
a. Fazer o registro da amostra no exato local onde foi encontrada, descrevendo com
fotografias e medições –a chamada amarração –para, só depois, começar a manuseá-la.
b. Caso seja imprescindível, os peritos criminais devem estar preparados para realizar
alguns exames no próprio local, visando evitar eventuais perdas antes da sua
movimentação e recolhimento. Isso para evitar a possível perda de alguma informação
ao manusear o objeto.
c. Antes do recolhimento do objeto, fazer a sua respectiva identificação, para constar do
laudo pericial e do auto de apreensão.
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d. Colocar o objeto em embalagem adequada (malote, caixa, saco plástico, etc.) e lacrar a
sua abertura, apondo a assinatura do perito criminal e/ou da autoridade policial. Quando
a embalagem tiver lacre próprio, relacionar no laudo e no auto de apreensão o
respectivo número do lacre.
e. Recomenda-se que o perito criminal ou o delegado de polícia acrescente um sinal/marca
próprio como garantia adicional, constando essa informação no laudo e no auto.
f. Quando se tratar de material sensível ao manuseio e transporte, tomar os devidos
cuidados para mantê-lo como foi encontrado.
g. Transportar o objeto para o Instituto de Criminalística se for necessário algum exame
pericial. Do contrário, levar diretamente para a respectiva Delegacia de Polícia onde
estão sendo coordenadas as investigações. Em se tratando de valores ou qualquer outro
material peculiar (ex. substância entorpecente), a autoridade policial deverá
providenciar a guarda em local seguro ou dar a destinação adequada.
h. Quando o objeto chegar ao Instituto de Criminalística, o lacre somente poderá ser
rompido1 pelo perito criminal que vá examinar o referido objeto, ficando sob a sua
responsabilidade até o final dos exames e entrega do laudo pericial.
i. Durante o período do exame, nos momentos em que não estiver sob a sua guarda visual
direta, é preciso que a Instituição tenha formas operacionais de garantir a integridade e
segurança desse objeto, a fim de manter a sua idoneidade. Todas essas informações
deverão constar no laudo pericial.
j. Quando o objeto retornar à Delegacia, procedente do Instituto de Criminalística,
juntamente com o laudo pericial, somente poderá ser aberto na estrita necessidade de
algum exame. Não é preciso abrir para conferir o conteúdo, já que estando lacrado; a
responsabilidade é do perito criminal até o momento que for aberto, mesmo que isso
ocorra já no âmbito da Justiça.
k. É bom lembrar que o rompimento do lacre 2, sem motivo justificado, levanta suspeita à
priori, sobre a idoneidade do objeto, além de transferir a responsabilidade da guarda
para quem o abriu.
2
Lembrar que vários países não aceitam a abertura dos lacres em nenhuma hipótese.
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ser formalmente registrado. Após aberto, deve ser novamente lacrado. Também neste
caso, essas movimentações devem constar de algum documento formal inserido no
Inquérito, inclusive listando o nome de quem abriu e quem manuseou tal objeto até o
lacre seguinte.
g. Sala de secagem de evidências (estufa de secagem). Pode estar associada à sala para
embalo das evidências.
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2.3.1 No local
2.3.2 Na Instituição
a. Quem recebeu?
b. Quando foi recebido?
c. Em que condição foi recebido?
2.3.3 No Laboratório
c. Quem analisou?
g. Quem destruiu?
a. Amostras estão sob a custódia de um profissional sempre que esta não for oficialmente
transferida através de preenchimento do registro de transferência de cadeia de
custódia. Isso inclui:
b. Sempre que a amostra estiver sob a guarda de um profissional para transporte,
armazenamento ou análise de qualquer tipo;
c. Sempre que a amostra estiver guardada em um armário ou cofre na instituição, se o
registro da cadeia de custódia estiver em nome do profissional;
d. Mesmo que a amostra estiver armazenada em área segura, com acesso restrito, se o
registro da cadeia de custódia estiver em nome do profissional.
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O número de pessoas responsáveis pela coleta e manipulação das amostras deve ser o
menor possível:
a. Apenas pessoas envolvidas no caso, que tenham um motivo e autorizadas devem
manipular as amostras.
b. Toda transferência de custódia DEVE ser documentada.
c. A amostra SEMPRE DEVE estar acompanhada de seu registro de cadeia de custódia.
d. A identificação das amostras SEMPRE DEVE ser feita de forma legível e com caneta
permanente.
e. Caso a instituição não possua procedimento interno para Cadeia de Custódia, este
DEVE ser feito.
3. OBJETIVOS
4. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO
Momento em que as amostras são coletadas no local, para futura análise. Os vestígios
devem ser embalados e registrados; identificados e lacrados de forma apropriada. É
importante que o lacre permita a identificação de seu rompimento indevido.
O registro da cadeia de Custódia pode ser feito de modo eletrônico ou em papel. O
código de identificação da amostra, referente ao caso/processo, deve ser transferido para o
formulário de cadeia de custódia antes que esta seja transportada para o laboratório.
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e. Embalagens plásticas para mídia diversas: CD\DVD, fitas cassete, VHS, de bolha e
antiestética para peças de computador etc.
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h. Envelopes de papel encerado, latas, potes plásticos. Para pelos, fibras e pequenos
objetos.
j. Sacos plásticos para material com risco biológico (ex. Roupas com sangue)
b. Etiquetas de Identificação
4.1.2.3 Lacres
Secretário da
SDS
Instituto de
Polícia Militar Criminalística Polícia Civil
Central de
Custódia
Após a análise, a amostra é devolvida para a Central de Custódia, onde pode ser
encaminhado para outro setor, para armazenamento de longo prazo ou para destruição.
4.1.5.1 Amostragem
a. Amostragem aleatória
b. Amostragem para fins estatísticos
• Determinar o tamanho de uma população
• Probabilidade de um percentual da população ser positivo para uma droga
• Probabilidade de uma população ser positiva para uma determinada característica
c. Amostragem não estatística
• Testar 1
• Testar 1 em 5
• Testar 1 em 10
• Testar a raiz quadrada da população
• Testar a raiz quadrada de metade da população e 10-205 do restante
• Testar tudo para populações < 10
• Testar a raiz quadrada da população total se > 100
d. Amostragem Tática
Baseada no conhecimento de padrões observados por quem faz a amostragem. ex.
coleta de determinados itens em locais de crime (amostras de sangue em uma roupa,
amostras de fibras).
e. Amostragem baseada no julgamento
Exemplo: selecionar sapatos com a sola semelhante a uma impressão
f. Amostragem a granel
g. Amostra única retirada de um recipiente suspeito, e sub-amostragem no laboratório.
h. Amostragem sistemática.
i. Amostras coletadas após intervalos definidos. Ex. amostras de água em local com
suspeita de poluição
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a. Armas
b. Narcóticos
c. Bens de valor
Sempre que a instituição fizer o uso de instalações satélite para central de custódia (ex.
armazenamento de longo prazo), deve-se ter em mente a necessidade de segurança para
efetuar o transporte.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MAZZILLI, Hugo Nigro. O papel dos indícios nas investigações do Ministério Público.
2003. Disponível em: http://www.apmp.com.br. Acesso em: 08.12.2011
Curso Busca e Apreensão - Ministrado em 2007 pela SENASP via EAD (ensino a distância):
http://senasp.dtcom.com.br/
ANEXO
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
Art. 1o Os arts. 155, 156, 157, 159, 201, 210, 212, 217 e 386 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de
outubro de 1941 – Código de Processo Penal, passam a vigorar com as seguintes alterações:
“Art.155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos
na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições
estabelecidas na lei civil.” (NR)
“Art.156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:
I– ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas
urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida;
“Art.157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim
entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o
nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma
fonte independente das primeiras.
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
§ 4o (VETADO)
“Art.159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de
diploma de curso superior.
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§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de
diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação
técnica relacionada com a natureza do exame.
§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e
elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão.
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde
que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados
com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo
complementar;
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou
ser inquiridos em audiência.
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de
perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação.
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado,
poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente
técnico.” (NR)
“CAPÍTULO V
DO OFENDIDO
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da
infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo
as suas declarações.
§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá ser
conduzido à presença da autoridade.
§ 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da
prisão, à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham
ou modifiquem.
§ 3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele indicado, admitindo-se, por
opção do ofendido, o uso de meio eletrônico.
§ 4o Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado espaço separado para o
ofendido.
“Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam nem
ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso
testemunho.
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização, serão reservados espaços
separados para a garantia da incomunicabilidade das testemunhas.” (NR)
“Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz
aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na
repetição de outra já respondida.
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição.” (NR)
“Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério
constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento,
fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a
retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput deste artigo deverá constar
do termo, assim como os motivos que a determinaram.” (NR)
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e
§ 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;
Art. 2o Aqueles peritos que ingressaram sem exigência do diploma de curso superior até a data
de entrada em vigor desta Lei continuarão a atuar exclusivamente nas respectivas áreas para as
quais se habilitaram, ressalvados os peritos médicos.
Art. 3o Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a data de sua publicação.
Tarso Genro