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ESTADO DE PERNAMBUCO

SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL


CURSO SUPERIOR DE POLÍCIA CSP-2011

FERNANDO JOSÉ BERTINO DE FIGUEIRÊDO


JOSINEIDE CONFESSOR RAIMUNDO LIMA

A CADEIA DE CUSTÓDIA E O PERITO CRIMINAL


SOB A ÓTICA DA COPA DO MUNDO DE FUTEBOL MASCULINO 2014

RECIFE
2011
FERNANDO JOSÉ BERTINO DE FIGUEIRÊDO
JOSINEIDE CONFESSOR RAIMUNDO LIMA

A CADEIA DE CUSTÓDIA E O PERITO CRIMINAL


SOB A ÓTICA DA COPA DO MUNDO DE FUTEBOL MASCULINO 2014

Projeto de Intervenção apresentado à


Academia Integrada de Defesa Social da
Secretaria de Defesa Social do Estado de
Pernambuco, como parte para conclusão do
Curso Superior de Polícia.
Orientador: Joel Venâncio da Silva Júnior
MSc.

RECIFE
2011
Dedicamos este trabalho aos nossos pais, razão
das nossas existências; aos nossos filhos,
grandiosas dádivas divinas; aos nossos
cônjuges sempre pacientes, presentes e
cúmplices em todos os momentos, à Camila
pela dedicação na revisão e a todos amigos que
nos ajudaram na nossa trajetória.
RESUMO

O presente projeto busca definir procedimentos para a garantia da excelência na qualidade de


todas as atividades que lidam com elementos da prova material utilizada para a
implementação da cadeia de custódia, de grande importância em qualquer investigação do
tipo forense. A cadeia de custódia é um termo jurídico que se refere à capacidade de garantir a
identidade, integridade e rastreabilidade de uma evidência ou amostra que futuramente poderá
se tornar prova material ou não, envolvendo todas as pessoas que tiveram a posse de algo que
é considerado evidência. A prova compõe um dos principais elementos que fundamenta a
decisão dos juristas nos diversos processos, seja no âmbito penal ou civil, a fim de que os
direitos sejam garantidos na sua plenitude. Atualmente as evidências criminais de contraprova
ou ficam sob a guarda e custódia dos peritos relatores nas suas respectivas coordenações ou
sob a guarda de Coordenações de Apoio Operacional. No entanto, com a implementação da
Lei nº 11.690/08, que altera o Código de Processo Penal, notadamente no § 6º do art. 159,
torna-se inevitável à criação da Central de Custódia de Evidências Criminais no Instituto de
Criminalística Professor Armando Samico. Assim, faz-se necessária a inclusão do projeto nas
diretrizes políticas-gerenciais institucionais dos órgãos diretamente ligados à cidadania e à
defesa social, gerando comprometimento de todos para a manutenção, acompanhamento e
continuidade dos processos de melhoria e qualificação da materialização do delito no âmbito
jurídico-forense em Pernambuco. Além disso, o momento é extremamente propício para as
mudanças de comportamento e conscientização cidadã, vislumbrando a copa de 2014, evento
de uma enorme grandeza no que diz respeito ao crescimento da segurança jurídica e da
redução da impunidade criminal, fortalecendo ainda mais o programa de Governo “Pacto pela
Vida”.

Palavras-chave: Procedimentos Operacionais. Cadeia de Custódia. Prova Material.


SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO..................................................................................................7
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................9
2.1 CADEIA DE CUSTÓDIA..............................................................................9
2.1.1 Duas vertentes:............................................................................................9
2.1.2 Requisitos Básicos da Cadeia de Custódia..................................................9
2.2 CENTRAL DE CUSTÓDIA........................................................................11
2.3 FUNCIONAMENTO DA CADEIA DE CUSTÓDIA.................................12
2.3.1 No local.....................................................................................................12
2.3.2 Na Instituição............................................................................................13
2.3.3 No Laboratório..........................................................................................13
2.3.4 Na Instituição outro Local.........................................................................13
2.4 RESPONSABILIDADE PELA CUSTÓDIA..............................................13
2.5 REGRAS GERAIS PARA A CADEIA DE CUSTÓDIA.............................14
2.6 FORMULÁRIO DE CADEIA DE CUSTÓDIA..........................................15
3. OBJETIVOS...................................................................................................16
3.1 Objetivo Geral..............................................................................................16
3.2 Objetivos Específicos...................................................................................16
3.2.1 Público Alvo..............................................................................................16
3.3.2 Área de Abrangência.................................................................................16
4. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO...............................................17
4.1 ETAPAS DA CADEIA DE CUSTÓDIA......................................................17
4.1.1 1ª Etapa: Pré-Coleta Coleta........................................................................17
4.1.2 2ª Etapa: Coleta.........................................................................................17
4.1.2.1 Tipos de Embalagem...............................................................................18
4.1.2.2 Etiquetas de Identificação......................................................................24
4.1.3 3ª Etapa: Transporte...................................................................................27
4.1.4 4ª Etapa: Recebimento, Armazenamento e Transferência..........................28
4.1.5 5ª Etapa: Análise........................................................................................29
4.1.5.1 Amostragem............................................................................................30
4.1.5.2 Estratégia de Amostragem......................................................................31
3.1.5.3 Quantas populações há? Qual é o tamanho da(s) população(ões)?........31
3.1.5.4 Quando é necessário realizar amostragem?............................................32
4.1.6 6ª Etapa: Armazenamento.........................................................................32
4.1.6.1 A construção da Central de Custódia deve privilegiar segurança..........32
4.1.6.2 A construção da Central de Custódia deve privilegiar a segurança........33
4.3 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES..........................................................35
ANEXO...............................................................................................................41
7

1. INTRODUÇÃO

No aspecto criminal, enquanto profissionais de segurança pública, estamos


preocupados com a busca incessante e célere da verdade real, coletando evidências e indícios
que possam ser trazidos à investigação policial de forma clara e cristalina.
Por mais que os avanços tecnológicos e científicos venham contribuindo com as
ciências forenses para melhorar a capacidade de reunir evidências utilizadas na solução de
processos no âmbito criminal ou civil, não representam, por si só, garantia de que suas
evidências serão aceitas como prova pericial pela justiça.
Há situações nas quais a suspeição quanto às condições e o modo de apreensão de
determinado objeto é bastante levantada. Todavia, o valor probatório de um material só será
válido se não tiver sua origem e tramitação questionada.
Todos os procedimentos relacionados à evidência, desde a coleta, o manuseio e a
análise, desprovidos das cautelas necessárias e da observação de condições mínimas de
segurança, podem acarretar na falta de integridade da prova, provocando danos irrecuperáveis
no material coletado, comprometendo, assim, a idoneidade do processo e prejudicando a sua
rastreabilidade.
Deste modo, faz-se necessário o estabelecimento de um controle sobre todas as fases
deste processo. Diante desta preocupação, tem-se adotado a Cadeia de Custódia - CC, cujo
objetivo é garantir a integridade, identidade e idoneidade do material, pertencente às mais
variadas áreas do conhecimento, de forma documentada. Essas peculiaridades, relacionadas à
qualidade do procedimento, são de grande relevância no âmbito judicial.
A Cadeia de Custódia, procedimento que retrata a qualidade aplicada na perícia, não
era explicitamente prevista na legislação brasileira, embora o art. 170 do Código de Processo
Penal (CPP) disponha que os peritos devem guardar material suficiente para a eventualidade
de nova perícia.
O § 6º do art. 159 do Código em comento, com redação modificada pela Lei nº
11.690/2008, reflete a necessidade imperiosa da implantação de um Centro de Custódia de
Evidências Criminais. A referida Lei fortalece a Cadeia de Custódia, de forma a garantir que a
autenticidade e a integridade das amostras sejam mantidas, englobando o local de coleta, o
encaminhamento, o transporte, a entrega ao órgão de execução do exame, durante a análise,
até a conclusão e/ou devolução.
8

Atualmente as evidências criminais de contraprova ou ficam sob a guarda e custódia


dos atuais peritos relatores, dentro das suas respectivas coordenações, estando os mesmos fora
da sua atividade fim, qual seja, realizar perícia; ou em sala sob a guarda da Coordenação.
O Instituto de Criminalística Professor Armando Samico (ICPAS), mais
especificamente na Unidade de Laboratório (UNILAB), conta com uma estrutura física que
contêm refrigeradores e freezers biológicos.
Analisando sua importância, por meio de seus elementos essenciais, e propondo um
método de documentação, distinguem-se vestígios de evidências e indícios sob uma ótica,
ética e lógica, considerando seu início, seu fim e seus elementos essenciais (registros
documentais, rastreabilidade e integridade da prova) um paralelo entre os métodos científicos
e passíveis de cunho prático e jurídico.
A prova pericial compõe um dos principais elementos que baseia a decisão dos juristas
nos diversos processos, seja no âmbito penal ou civil, para que os direitos sejam garantidos na
sua plenitude.
A cadeia de custódia é uma relação de todas as pessoas que tiveram a posse de algo
que é considerado evidência, que, futuramente, tornar-se-á prova ou não. Além disso, são
processados outros dados relevantes, fazendo desse um procedimento ímpar no que tange a
perícia oficial e seus resultados.
Como, já mencionado, não havia legislação no Brasil que resguardasse a prova da
atuação do perito oficial. Posteriormente, a Lei nº 11.690/2008 alterou alguns dispositivos do
CPP quanto à prova, contudo falta muito trabalho para ajustá-lo aos princípios da
Constituição Federal, diferentemente de outros países que participarão da Copa de 2014.
Na maioria desses países, no ciclo da cadeia de custódia, a coleta da evidência, a
análise até sua conclusão/devolução, não são acessíveis, nem mesmo, pelos assistentes
técnicos. Atualmente, o perito que compõe o corpo laboral da perícia oficial por vezes emite
opinião única no processo, sendo que a outra parte não tem a possibilidade de acompanhar e
atuar devidamente dentro do procedimento de recolhimento das futuras provas.
Devido ao usual exercício do contraditório, a defesa poderá questionar no tribunal a
legitimidade dos resultados da investigação, alegando que as evidências foram alteradas ou
substituídas por outras. Devido à importância das mesmas, é indispensável que o perito
mantenha a cadeia de custódia.
A cadeia de custódia prova onde as evidências estavam em um determinado momento
e quem era o responsável por ela, durante o curso da perícia. Ao documentar estas
informações, você poderá determinar que a integridade delas não foi comprometida.
9

A transferência das evidências deverá ser registrada cada vez que as elas passarem de
uma pessoa para outra ou de um tipo de mídia para outro.
Sendo o Estado de Pernambuco um das sedes de realização dos jogos da copa do
mundo, percebemos a necessidade de regulamentação e implementação da cadeia de custódia
com excelência Internacional, visto que os eventos criminosos registrados nesse período
assumirão repercussão que irão além das fronteiras do nosso país.
Diante deste contexto existe a necessidade de regulamentação e sistematização de
procedimentos padrões na cadeia de custódia que irão robustecer a prova material.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 CADEIA DE CUSTÓDIA

A Cadeia de Custódia não está prevista na legislação Brasileira, tampouco


normatizada, a exemplo de outros países do mundo, o que gera uma série de distorções.

Entende-se por Cadeia de Custódia a capacidade de garantir a identidade e integridade


de uma amostra e\ou item no decurso da sua obtenção, durante a sua análise e até o final do
processo. Na prática consiste em salvaguardar a amostra, de forma documentada, a fim de
inviabilizar alegações sobre possíveis modificações e/ou alterações durante o processo.

2.1.1 Duas vertentes:

• Amostras oriundas de locais de crime (vestígios, evidências) e amostras apreendidas


com suspeita de estarem relacionadas a um crime.
• Amostras em posse de um suspeito, não necessariamente relacionadas a um crime,
custodiadas (roupas, bens de valor, etc).

2.1.2 Requisitos Básicos da Cadeia de Custódia

a. Fazer o registro da amostra no exato local onde foi encontrada, descrevendo com
fotografias e medições –a chamada amarração –para, só depois, começar a manuseá-la.
b. Caso seja imprescindível, os peritos criminais devem estar preparados para realizar
alguns exames no próprio local, visando evitar eventuais perdas antes da sua
movimentação e recolhimento. Isso para evitar a possível perda de alguma informação
ao manusear o objeto.
c. Antes do recolhimento do objeto, fazer a sua respectiva identificação, para constar do
laudo pericial e do auto de apreensão.
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d. Colocar o objeto em embalagem adequada (malote, caixa, saco plástico, etc.) e lacrar a
sua abertura, apondo a assinatura do perito criminal e/ou da autoridade policial. Quando
a embalagem tiver lacre próprio, relacionar no laudo e no auto de apreensão o
respectivo número do lacre.
e. Recomenda-se que o perito criminal ou o delegado de polícia acrescente um sinal/marca
próprio como garantia adicional, constando essa informação no laudo e no auto.
f. Quando se tratar de material sensível ao manuseio e transporte, tomar os devidos
cuidados para mantê-lo como foi encontrado.
g. Transportar o objeto para o Instituto de Criminalística se for necessário algum exame
pericial. Do contrário, levar diretamente para a respectiva Delegacia de Polícia onde
estão sendo coordenadas as investigações. Em se tratando de valores ou qualquer outro
material peculiar (ex. substância entorpecente), a autoridade policial deverá
providenciar a guarda em local seguro ou dar a destinação adequada.
h. Quando o objeto chegar ao Instituto de Criminalística, o lacre somente poderá ser
rompido1 pelo perito criminal que vá examinar o referido objeto, ficando sob a sua
responsabilidade até o final dos exames e entrega do laudo pericial.
i. Durante o período do exame, nos momentos em que não estiver sob a sua guarda visual
direta, é preciso que a Instituição tenha formas operacionais de garantir a integridade e
segurança desse objeto, a fim de manter a sua idoneidade. Todas essas informações
deverão constar no laudo pericial.
j. Quando o objeto retornar à Delegacia, procedente do Instituto de Criminalística,
juntamente com o laudo pericial, somente poderá ser aberto na estrita necessidade de
algum exame. Não é preciso abrir para conferir o conteúdo, já que estando lacrado; a
responsabilidade é do perito criminal até o momento que for aberto, mesmo que isso
ocorra já no âmbito da Justiça.
k. É bom lembrar que o rompimento do lacre 2, sem motivo justificado, levanta suspeita à
priori, sobre a idoneidade do objeto, além de transferir a responsabilidade da guarda
para quem o abriu.

l. Se o objeto foi diretamente para a Delegacia ou para lugar pré-determinado em função


das suas peculiaridades, a autoridade policial deverá tomar todas as providências para
mantê-lo lacrado e somente quando necessário poderá ser aberto, o que, para tanto, deve
1
Em vários países, uma vez lacrado, nenhum lacre é rompido.

2
Lembrar que vários países não aceitam a abertura dos lacres em nenhuma hipótese.
11

ser formalmente registrado. Após aberto, deve ser novamente lacrado. Também neste
caso, essas movimentações devem constar de algum documento formal inserido no
Inquérito, inclusive listando o nome de quem abriu e quem manuseou tal objeto até o
lacre seguinte.

2.2 CENTRAL DE CUSTÓDIA

a. Sala de recepção com balcão para recebimento de Sala de evidências (atendimento


interno e atendimento às evidências público externo).

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

b. Cofres para armazenagem temporária de evidências.

c. Acesso para distribuição de evidências para os laboratórios.

d. Gabinetes para os funcionários da Central de Custódia (min. 6 m2).

e. Área para armazenamento de documentos relativos à cadeia de custódia (arquivos).

f. Áreas para armazenagem de evidências em geral, incluindo evidências de grande


porte, narcóticos, armas e bens de valor.

g. Sala de secagem de evidências (estufa de secagem). Pode estar associada à sala para
embalo das evidências.
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Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

2.3 FUNCIONAMENTO DA CADEIA DE CUSTÓDIA


Todo vestígio coletado em local de crime deve ter sua cadeia de custódia registrada
segundo procedimentos pré-definidos, que incluem:

2.3.1 No local

a. O que foi coletado?


b. Onde foi coletado?
c. Quando foi coletado?
d. Quem coletou?
e. Quem transportou?
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f. Quando foi transportado?

2.3.2 Na Instituição

a. Quem recebeu?
b. Quando foi recebido?
c. Em que condição foi recebido?

d. Onde foi armazenado?

2.3.3 No Laboratório

a. Onde foi analisado?


b. Quando foi analisado?

c. Quem analisou?

2.3.4 Na Instituição outro Local

a. Quem autorizou a destruição?


b. Quando autorizou a destruição?
c. Quem transportou para o local da destruição?
d. Quando transportou para o local da destruição?
e. Onde foi destruído?
f. Quando foi destruído?

g. Quem destruiu?

2.4 RESPONSABILIDADE PELA CUSTÓDIA

a. Amostras estão sob a custódia de um profissional sempre que esta não for oficialmente
transferida através de preenchimento do registro de transferência de cadeia de
custódia. Isso inclui:
b. Sempre que a amostra estiver sob a guarda de um profissional para transporte,
armazenamento ou análise de qualquer tipo;
c. Sempre que a amostra estiver guardada em um armário ou cofre na instituição, se o
registro da cadeia de custódia estiver em nome do profissional;
d. Mesmo que a amostra estiver armazenada em área segura, com acesso restrito, se o
registro da cadeia de custódia estiver em nome do profissional.
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Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

2.5 REGRAS GERAIS PARA A CADEIA DE CUSTÓDIA

O número de pessoas responsáveis pela coleta e manipulação das amostras deve ser o
menor possível:
a. Apenas pessoas envolvidas no caso, que tenham um motivo e autorizadas devem
manipular as amostras.
b. Toda transferência de custódia DEVE ser documentada.
c. A amostra SEMPRE DEVE estar acompanhada de seu registro de cadeia de custódia.
d. A identificação das amostras SEMPRE DEVE ser feita de forma legível e com caneta
permanente.
e. Caso a instituição não possua procedimento interno para Cadeia de Custódia, este
DEVE ser feito.

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO


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2.6 FORMULÁRIO DE CADEIA DE CUSTÓDIA

Os formulários abaixo são apenas exemplos.

Pode ser necessário utilizar mais de um formulário para a Cadeia de Custódia.

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO


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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Implementar o sistema de cadeia de custódia, no grande Recife e na cidade da copa,


com a finalidade de padronizar a tutela dos vestígios em conformidade com os padrões
estabelecidos na carta de intenções da FIFA.

3.2 Objetivos Específicos

• Regulamentar a cadeia de custódia, inicialmente, na Região Metropolitana e,


principalmente na cidade da Copa;
• Estabelecer Procedimento Operacional Padrão (POP) para os atores envolvidos no
processo de coleta de vestígios;
• Coletar os vestígios de uma forma que não comprometa a natureza das provas;
• Acondicionar os vestígios de modo que preserve a natureza das provas;
• Registrar os vestígios de modo a não permitir dúvida, quanto à alteração ou
substituição acidental ou deliberada;
• Estabelecer POPs que sejam capazes de rastrear todas as evidências ligadas ao caso, de
modo que não gere dúvida com relação à apresentação das provas, de modo a serem
devidamente coletadas;
• Sugerir a construção da Central de Custódia nas instalações do Instituto de
Criminalística Professor Armando Samico (ICPAS).

3.2.1 Público Alvo

O Estado de Pernambuco, em suas ações de governo, e toda a sociedade


pernambucana.

3.3.2 Área de Abrangência

Inicialmente na Região Metropolitana, mormente na cidade da Copa para,


posteriormente, alcançar todo Estado de Pernambuco.
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4. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO

4.1 ETAPAS DA CADEIA DE CUSTÓDIA

4.1.1 1ª Etapa: Pré-Coleta Coleta

A etapa inicial engloba cuidados pré-coleta, inclusive antes de chegar ao local de


crime. Quando os reagentes, materiais e equipamentos necessários para a coleta são
preparados. Exemplo: o preparo de reagentes, equipamentos e\ou suprimentos que serão
empregados no local de crime (Tudo o que puder afetar de alguma forma a amostra).
Todas as informações pertinentes devem ser registradas, inclusive o(s)
responsável(eis) pelo preparo dos itens nessa etapa prévia (Quando e quem preparou um
reagente ou equipamento que será utilizado no local).
Obs. Essas informações podem ser questionadas no futuro.

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

4.1.2 2ª Etapa: Coleta

Momento em que as amostras são coletadas no local, para futura análise. Os vestígios
devem ser embalados e registrados; identificados e lacrados de forma apropriada. É
importante que o lacre permita a identificação de seu rompimento indevido.
O registro da cadeia de Custódia pode ser feito de modo eletrônico ou em papel. O
código de identificação da amostra, referente ao caso/processo, deve ser transferido para o
formulário de cadeia de custódia antes que esta seja transportada para o laboratório.
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Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

A amostra é coletada no local de acordo com procedimentos operacionais e


armazenada em embalagem apropriada, inerte, e selada para prevenir abertura acidental e/ou
por pessoa não autorizada.
Cada embalagem deve ser identificada de forma inequívoca com caneta de tinta
permanente, referindo-se ao número do processo.
Deve-se utilizar formulário apropriado para registro das amostras coletadas no local e
cadeia de custódia.
Importância de utilizar embalagens adequadas para os diversos tipos de vestígios:
a. Manter a integridade da amostra desde a coleta até a destruição final (se for o caso).

b. Redução do risco para as pessoas que manipulam a amostra.

4.1.2.1 Tipos de Embalagem

a. Envelopes de papel pardo de tamanhos diversos com ou sem fecho metálico.

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO


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Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

b. Amostras que precisam ser refrigeradas precisam de embalagem dupla

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO


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Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

c. Papel kraft em rolo –para embalar objetos irregulares ou de grande porte

d. Caixas de papelão padrão de vários tamanhos

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

e. Embalagens plásticas para mídia diversas: CD\DVD, fitas cassete, VHS, de bolha e
antiestética para peças de computador etc.
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f. Embalagens especiais com proteção Faraday, evita que o equipamento receba


ligações e sofra alteração de informações.

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

g. Tubos plásticos: vários tipos específicos. Para seringas, facas etc.

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO


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Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

h. Envelopes de papel encerado, latas, potes plásticos. Para pelos, fibras e pequenos
objetos.

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

i. Swabs e tubos para coleta de amostras biológicas

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO


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j. Sacos plásticos para material com risco biológico (ex. Roupas com sangue)

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

k. Sacos plásticos especiais de polietileno com lacre e identificação gravada.

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

l. Sacos plásticos simples (usar seladora) e tipo zip-lock.

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO


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Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

4.1.2.2 Etiquetas de Identificação

a. Etiquetas de cartolina com presilha metálica ou plástica.

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

b. Etiquetas de Identificação

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO


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Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

4.1.2.3 Lacres

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO


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Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO


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Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

4.1.3 3ª Etapa: Transporte

Quando os vestígios são transportados do local para o laboratório.


A preservação da amostra de modo a manter sua integridade durante seu transporte
para o laboratório faz parte da cadeia de custódia que Inclui requisitos relativos a temperatura.
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Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

4.1.4 4ª Etapa: Recebimento, Armazenamento e Transferência.

Quando os vestígios são recebidos e armazenados na Central de Custódia até


transferência para o perito responsável pela análise.
A recepção no laboratório é feita na Central de Custódia. A Central de Custódia deve
efetuar a transferência de custódia, a conferência da integridade da embalagem e do lacre e o
armazenamento e distribuição interna para análise (com documentação das transferências de
custódia interna).
Um novo número de processo associado ao laboratório pode ser adicionado à amostra.
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Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

Secretário da
SDS

Instituto de
Polícia Militar Criminalística Polícia Civil

Central de
Custódia

4.1.5 5ª Etapa: Análise

Quando os vestígios são analisados de acordo com a requisição.


As análises realizadas devem seguir procedimentos e/ou normas técnicas, de forma a
manter a integridade da amostra (sempre que possível).
A responsabilidade pela amostra é do(s) perito(s) responsável(eis) pela análise.
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Após a análise, a amostra é devolvida para a Central de Custódia, onde pode ser
encaminhado para outro setor, para armazenamento de longo prazo ou para destruição.

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

4.1.5.1 Amostragem

Qualquer situação em que amostras são utilizadas para análise:


a. amostra de itens heterogêneos
b. amostra de itens similares (aparentemente homogêneos)
c. amostra única

Também inclui situações em que é necessário coletar amostras de um local, de uma


vítima, de um suspeito e realizar sub-amostragens no laboratório.

O Procedimento deve ser estabelecido pela Instituição, definindo em que condições é


pertinente.
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4.1.5.2 Estratégia de Amostragem

3.1.5.3 Quantas populações há? Qual é o tamanho da(s) população(ões)?

a. Amostragem aleatória
b. Amostragem para fins estatísticos
• Determinar o tamanho de uma população
• Probabilidade de um percentual da população ser positivo para uma droga
• Probabilidade de uma população ser positiva para uma determinada característica
c. Amostragem não estatística
• Testar 1
• Testar 1 em 5
• Testar 1 em 10
• Testar a raiz quadrada da população
• Testar a raiz quadrada de metade da população e 10-205 do restante
• Testar tudo para populações < 10
• Testar a raiz quadrada da população total se > 100
d. Amostragem Tática
Baseada no conhecimento de padrões observados por quem faz a amostragem. ex.
coleta de determinados itens em locais de crime (amostras de sangue em uma roupa,
amostras de fibras).
e. Amostragem baseada no julgamento
Exemplo: selecionar sapatos com a sola semelhante a uma impressão
f. Amostragem a granel
g. Amostra única retirada de um recipiente suspeito, e sub-amostragem no laboratório.
h. Amostragem sistemática.
i. Amostras coletadas após intervalos definidos. Ex. amostras de água em local com
suspeita de poluição
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j. Amostras estratificadas coletas realizadas por camadas. Ex. arqueologia forense

3.1.5.4 Quando é necessário realizar amostragem?

a. Quantidades muito grandes para serem submetidas ao laboratório.


b. Custo
c. Limitações de tempo
d. Requisitos instrumentais
e. Replicatas
f. Repetitividade e reprodutividade
g. Garantir a homogeneidade de uma população
h. Identificação
i. Identificação e quantificação

4.1.6 6ª Etapa: Armazenamento

Quando todos os registros, documentos, dados gerados, laudos e às vezes o próprio


vestígio é armazenado de forma temporária ou definitiva.
Após as análises realizadas, toda a documentação referente à amostra deve ser
organizada e passível de ser rastreada.

Fonte: Curso de Metrologia Forense e Qualidade INMETRO

4.1.6.1 A construção da Central de Custódia deve privilegiar segurança.

a. Uso de blocos de concreto.


b. Teto e piso reforçado
c. Sem janelas
d. Não usar drywall
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e. Não usar sistema de divisórias


f. 6.As portas devem ser do tipo cofre com sistema de controle de entrada automatizado
(simples ou dupla).
7.Sistemas de aquecimento, climatização e ventilação devem ser planejados de modo a
impedir possíveis rotas de acesso.

4.1.6.2 A construção da Central de Custódia deve privilegiar a segurança.

a. Armas
b. Narcóticos
c. Bens de valor

Sempre que a instituição fizer o uso de instalações satélite para central de custódia (ex.
armazenamento de longo prazo), deve-se ter em mente a necessidade de segurança para
efetuar o transporte.
34

4.2 FLUXOGRAMA DE ATIVIDADES


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4.3 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DA CADEIA DE CUSTODIA DO IC


PERÍODO (Meses)
AÇÕES
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Plano de Gerenciamento do Projeto
Desenvolvimento do Termo de Abertura
Desenvolvimento da Declaração de Escopo
Apresentação do Projeto aos Diretores dos
Departamentos
Apresentação do Projeto aos Servidores do
IC
Criação de canal de comunicação com os
servidores do IC visando interação no
desenvolvimento dos processos
Diagnóstico da Cadeia de Custódia do IC
Padronização do Relatório
Elaboração do Diagnóstico em Cada
Departamento
Apresentação dos Relatórios dos
Departamentos
Integração dos Relatórios
Relatório Final-Diagnóstico do IC
Entrega do Documento Diagnóstico ao
Diretor Geral
Coleta, Registro e Acondicionamento do
Vestígio.
Estudo dos recursos relativos ao
recebimento, identificação e registro dos
vestígios.
Desenvolvimento dos processos e
tecnologias relativas ao recebimento,
identificação e registro do vestígio.
Ajustes e Entrega de Relatório ao Diretor
Geral
Pesquisa nos Departamentos relativa ao
condicionamento e individualização do
vestígio
Desenvolvimento das embalagens de
acondicionamento e individualização dos
vestígios
Implantação do projeto piloto
Ajustes e Entrega de Relatório ao Diretor
Geral
Transporte e Guarda do Vestígio
Segurança
Devolução e Descarte do Vestígio
Estrutura Funcional do IC
Laudo Pericial
Acompanhamento da implantação do
Projeto
Sensibilização e Capacitação dos
Servidores
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4.4 ORÇAMENTO DO PROJETO

PLANILHA DE ORÇAMENTO PARA O PROJETO PILOTO


Valor Unit. Total Reais
Descriminação Quant
R$ R$
Envelope de segurança marca starlock espessura
de 75 micras por parede, modelo SLR com Recibo 25.000 R$ 1,00 R$ 25.000,00
155x155+60 mm (Largura x Altura)
Envelope de segurança marca starlock, modelo
SLR com Recibo 155x185+60 mm (Largura x 15.000 R$ 1,05 R$ 15.700,00
Altura)
Envelope de segurança marca starlock espessura
de 75 micras por parede, modelo SLR com Recibo 12.000 R$ 1,90 R$ 22.800,00
265x185+60 mm (Largura x Altura)
Envelope de segurança marca starlock espessura
de 75 micras por parede, modelo SL405745 SEM
10.000 R$ 4,40 R$ 44.000,00
RECIBO, espessura de 100 micras por parede
405x745 mm (Largura x Altura)
Envelope de segurança marca starlock, modelo
SL-ESP medindo 405x1310mm (LarguraxAltura)
3.250 R$ 5,35 R$ 17.387,50
SEM RECIBO, espessura de 100 micras por
parede
Envelope de segurança marca starlock, modelo
SLR com recibo, espessura de 100 micras por 6.150 R$ 3,25 R$ 19.987,50
parede 405x395+60 mm (Largura x Altura)
Envelacre de Segurança reutilizável modelo EB
19,0x10,0 cm (Largura x Altura) em material de 30 R$ 25,00 R$750,00
PVC na cor Azul Escuro numerados
Lacre para envelope ballzip lâminas PLIK N
10.000 R$ 0,16 R$ 1.600,00
laranja sem gravação
Etiquetas papel P/Cod de Barras, branco
COUCHÊ Auto-Adesivo 50x30 mm duas colunas 140.000 R$ 0,006 R$ 840,00
juntas
Etiquetas BOPP P/ cod de barras branco Auto-
140.000 R$ 0,010 R$ 1.400,00
Adesivo 50x30 mm duas colunas juntas
RIBBON de Resina 110 mm x 75 m 132 R$ 14,90 R$ 1.966,80
RIBBON de Cera-Resina 110 mm x 75 m 132 R$ 9,90 R$ 1.306,80
Seladora - PFS 300 7 R$ 220,00 R$ 1.540,00
Saco plástico simples kg 10 R$ 15,00 R$ 150,00
TOTAL R$ 154.478,60
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A necessidade imperiosa de conferir segurança e confiabilidade a todas as etapas de


produção da prova pericial torna essencial a cadeia de custódia a qual podemos definir como
um processo usado para manter e documentar a história cronológica da evidência, garantindo
a idoneidade e o rastreamento das evidências utilizadas em processos judiciais a fim de evitar
qualquer tipo de dúvida quanto à sua origem e caminho percorrido na investigação criminal e
o respectivo processo jurídico-forense.
O projeto para implantação da cadeia de custódia requer uma estrutura organizacional
adequada para desenvolvimento de novas idéias, requer tempo, paciência e comprometimento
que são essenciais para que se possa trabalhar em conjunto.
Com esse projeto, temos a oportunidade de convocar todos os servidores das mais
diversas áreas, já que temos um corpo de profissionais com formação acadêmica
diversificada, a fim de que possamos unir esforços em uma equipe multidisciplinar com o
intuito de concluirmos esse objetivo, pois com os resultados obtidos teremos consolidado o
respaldo da sociedade, como órgão forense, na promoção da justiça e da paz social. Mas para
que a realização seja concretizada precisamos ir além de nossa instituição e dos nossos
esforços com a inclusão do projeto nas diretrizes políticas-gerencial institucionais dos órgãos
diretamente ligados à cidadania e à defesa social, gerando comprometimentos para a sua
realização, permitindo assim, o apoio de todos para a manutenção, acompanhamento e
continuidade dos processos de melhoria e qualificação da materialização do delito no âmbito
jurídico-forense em Pernambuco.
Paralelamente, com a necessidade agora imperiosa da nova redação do § 6º do art. 159
do CPP - Lei nº 11.690/2008, que implica na implantação de uma Central de Custódia de
Evidências Criminais e no de fortalecimento da cadeia de custódia, de forma a garantir que a
autenticidade e a integridade das amostras sejam mantidas, desde o local de coleta, no
encaminhamento, transporte, entrega ao órgão de execução do exame, durante a análise e que
perdure até a conclusão e/ou devolução. Atualmente as evidências criminais de contraprova
ou ficam sob guarda e custódia dos peritos relatores nas suas respectivas coordenações ou sob
a guarda de Coordenações de Apoio Operacionais.
No campo governamental o momento é extremamente propício e adequado para as
mudanças de comportamento e conscientização cidadã, já que estamos próximo de um evento
de uma enorme grandeza que é a copa de 2014 e este projeto traria resultados para a sociedade
38

no que diz respeito ao crescimento da segurança jurídica e da redução da impunidade criminal


fortalecendo ainda mais o programa de Governo “Pacto pela Vida”.
Diante do exposto, faz-se indispensável à construção, devidamente estruturada, de
uma edificação voltada para a Central de Custódia na nova sede do ICPAS, a fim de
concretizar o que dispõe o a nova redação do § 6º do art. 159 do CPP, em Pernambuco.
É de bom alvitre lembrar que alguns Estados brasileiros já estão incorporando esta
nova organização em seus Institutos Criminalísticos.
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REFERÊNCIAS

BONACCORSO, N.; PERIOLI, C. Centro de Custódia. Disponível em:


http://www.peritocriminal.net/artigos/custodia.htm . Acesso em: 08.12.2011

COSTA, Marcelo Antonio Sampaio Lemos. Computação Forense. Campinas: Millennium,


2003.

MARTINS JUNIOR, Joaquim. Como escrever trabalhos de conclusão de curso. 3. ed.


Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

COSTA, Marcos Roberto Nunes. Manual para normatização de trabalhos acadêmicos. 7.


ed. Recife: INSAF, 2007.

MALLMITH, Décio de Moura. Corpo de delito, vestígio, evidência e indício. 2007.


Disponível em: http://peritocriminal.net. Acesso em: 09.12.2011.

MAZZILLI, Hugo Nigro. O papel dos indícios nas investigações do Ministério Público.
2003. Disponível em: http://www.apmp.com.br. Acesso em: 08.12.2011

NASCIMENTO, L. J. M. do; SANTOS, M. V. F. D. L dos. Cadeia de Custódia. Revista


prova Material 6/17. Salvador. Departamento da Polícia Técnica/ Secretaria de Segurança
Pública do Estado da Bahia, dez. 2005.

GOMES, A. S.; AZEVEDO, E. A. Cadeia de Custódia e Centro de Custódia de


Evidências: Necessidades Forenses. Revista prova Material 10/16. Salvador. Departamento
da Polícia Técnica/ Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia, ago. 2008.

NEGRINI NETO, O.; KLEINUBING, R. Dinâmica dos acidentes de trânsito: análises,


reconstrução e prevenção. 2ed. Campinas: Millennium, 2006.

PERIOLI, Celso. Centro de Custódia. 2002. Disponível em:


http://www.peritocriminal.net/artigo/custodia.htm. Acesso em: 10.10.2011.

SILVA, Mario Bezerra da. Cadeia de custódia e o estado. Disponível em:


http://direitoemdebate.net/index.php/direito-processual-penal/1627-cadeia-de-custodia-e-o-
estado Acesso em: 08.12.2011
40

Curso Busca e Apreensão - Ministrado em 2007 pela SENASP via EAD (ensino a distância):
http://senasp.dtcom.com.br/

Curso Local de Crime: Isolamento e Preservação - Ministrado em 2008 pela SE-NASP


via EAD (ensino a distância):http://senasp.dtcom.com.br/

MARTINY, Andrea. CADEIA DE CUSTÓDIA e todos os seus aspectos - coleta,


amostragem, preservação e rastreamento [CD-ROM], Curso de Metrologia Forense e
Qualidade - Nível Avançado INMETRO –Presi/Dipro Programa de Metrologia Forense, Out
de 2010

MARTINY, A.; SABINO, B.D.; GRALHA, S. Avaliação da Conformidade - Critérios


Gerais para o Funcionamento de Diferentes Tipos de Organismos que Executam
Inspeção. Aplicação para Perícia em Locais de Crime de Curso de Metrologia Forense e
Qualidade -Nível Avançado. Programa de Metrologia Forense. INMETRO, Instituto de
Criminalística/RJ, SENASP/MJ, Out 2010.

Lei nº 11.690, de 9 de junho de 2008 – DOU de 10.6.2008. Altera dispositivos do Decreto-


Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal, relativos à prova, e dá
outras providências. Presidência da República/Casa Civil - Sub-chefia para Assuntos
Jurídicos Arquivo capturado em junho/2008: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2008/lei/l11690.htm. Acesso em: 10.10.2011.

FILHO, Claudemir Rodrigues Dias. Cadeia de custódia: do local de crime ao trânsito em


julgado; do vestígio à evidência. 2009. Disponível em:
http://pt.scribd.com/doc/27896611/Cadeia-de-custodia-do-local-de-crime-ao-transito-em-
julgado-do-vestigio-a-evidencia. Acesso em: 08.12.2011.
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ANEXO

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 11.690, DE 9 DE JUNHO DE 2008.

Mensagem de veto Altera dispositivos do Decreto-Lei no 3.689, de 3


de outubro de 1941 – Código de Processo Penal,
Vigência relativos à prova, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e


eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Os arts. 155, 156, 157, 159, 201, 210, 212, 217 e 386 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de
outubro de 1941 – Código de Processo Penal, passam a vigorar com as seguintes alterações:

“Art.155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos
na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições
estabelecidas na lei civil.” (NR)

“Art.156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:

I– ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas
urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida;

II–determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para


dirimir dúvida sobre ponto relevante.” (NR)

“Art.157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim
entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o
nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma
fonte independente das primeiras.

§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.

§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada


por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.

§ 4o (VETADO)

“Art.159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de
diploma de curso superior.
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§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de
diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação
técnica relacionada com a natureza do exame.

§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.

§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e


ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.

§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e
elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão.

§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia:

I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde
que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados
com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo
complementar;

II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou
ser inquiridos em audiência.

§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de
perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação.

§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado,
poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente
técnico.” (NR)

“CAPÍTULO V
DO OFENDIDO

Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da
infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo
as suas declarações.

§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá ser
conduzido à presença da autoridade.

§ 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da
prisão, à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham
ou modifiquem.

§ 3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele indicado, admitindo-se, por
opção do ofendido, o uso de meio eletrônico.

§ 4o Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado espaço separado para o
ofendido.

§ 5o Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para atendimento multidisciplinar,


especialmente nas áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou
do Estado.

§ 6o O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e


imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados,
depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos
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meios de comunicação.” (NR)

“Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam nem
ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso
testemunho.

Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização, serão reservados espaços
separados para a garantia da incomunicabilidade das testemunhas.” (NR)

“Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz
aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na
repetição de outra já respondida.

Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição.” (NR)

“Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério
constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento,
fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a
retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.

Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput deste artigo deverá constar
do termo, assim como os motivos que a determinaram.” (NR)

“Art. 386. ........................................................................................................................................

IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;

V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;

VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e
§ 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;

VII – não existir prova suficiente para a condenação.

Parágrafo único. ............................................................................................................................

II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas;................” (NR)

Art. 2o Aqueles peritos que ingressaram sem exigência do diploma de curso superior até a data
de entrada em vigor desta Lei continuarão a atuar exclusivamente nas respectivas áreas para as
quais se habilitaram, ressalvados os peritos médicos.

Art. 3o Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a data de sua publicação.

Brasília, 9 de junho de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Tarso Genro

José Antonio Dias Toffoli

Este texto não substitui o publicado no DOU de 10.6.2008

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