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PRODUTO 04

Relatório de Coleta de Dados e Análise Parcial


GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Luiz Fernando Pezão - Governador
Francisco Dornelles - Vice Governador

SECRETARIA DE ESTADO DE GOVERNO


Affonso Henriques Monnerat Alves da Cruz - Secretário
Vicente de Paula Loureiro - Diretor Executivo da Câmara Metropolitana de Integração Governamental

GRUPO EXECUTIVO DE GESTÃO METROPOLITANA


COORDENAÇÃO E FISCALIZAÇÃO
Paulo César Costa - Diretor Executivo Adjunto da Câmara Metropolitana de Integração Governamental
Luiz Firmino Martins Pereira - Superintendente de Planejamento
Gerard Andres Fischgold - Superintendente de Projetos
Affonso Junqueira Accorsi - Coordenador de Planejamento
EQUIPE TÉCNICA
Ana Paula Sant’Anna Masiero - Engenheira Civil
Bruno Jorge Vaz Sasson - Engenheiro Civil
Carmem Lúcia Petráglia - Engenheira Civil
Christiane Lemos Ammon - Arquiteta e Urbanista
Edison Rodrigues Barreto Junior - Economista
Jelcy Willekems Trigueiro Filho - Técnico em Planejamento
Márcia da Costa Ribeiro Campos - Arquiteta e Urbanista
Marcus Galvão Fernandes de Vasconcelos - Jornalista
Milton de Mello Bastos - Arquiteto e Urbanista
Nelson Caldeira - Administrador
Pedro Motta Lima Cascon - Arquiteto e Urbanista
Sydnei Dias Menezes - Arquiteto e Urbanista
Solange Maria de Freitas Bezerra - Assistente Social
Vera Lúcia Sanches França e Leite - Arquiteta e Urbanista

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


Palácio Guanabara
Rua Pinheiro Machado, S/N - Laranjeiras
Rio de Janeiro – RJ
CEP: 22.231-090
Tel.: +55 (21) 2332-2819

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CONSÓRCIO QUANTA / LERNER
EQUIPE CHAVE
Willy Müller - Coordenador Geral
Jaime Lerner - Coordenador de Estratégias / Especialista em Planejamento Urbano
Roberto Smith - Especialista em Economia
Alberto Maia da Rocha Paranhos - Especialista em Administração Pública
Rômulo Dante Orrico Filho - Especialista em Transportes
Paulo Canedo de Magalhães - Especialista em Saneamento Básico

COORDENAÇÃO
Alexandre Weber Aragão Veloso - Coordenador Técnico
Jaime Lerner - Coordenador de Estratégias / Especialista em Planejamento Urbano
José de Ribamar Sousa - Coordenador Gerencial
Marina Cabreira Bastos - Coordenadora Administrativa
Willy Müller - Coordenador Geral

EQUIPE TÉCNICA
Alberto Maia da Rocha Paranhos - Especialista em Administração Pública
Alexandre Weber Aragão Veloso - Especialista em Planejamento do Território
Anabela Paiva - Especialista em Comunicação
Ariadne dos Santos Daher - Especialista em Equipamentos Sociais
Nerêo Cardoso de Mattos Júnior - Especialista em Direito Urbano
Paula Lemos Azem - Especialista em Monitoramento e Avaliação
Paulo Canedo de Magalhães - Especialista em Saneamento Básico
Pedro Daniel Strozemberg - Especialista em Mecanismos de Participação
Ricardo Duarte Pontual - Especialista em Habitação
Riley Rodrigues de Oliveira - Especialista em Economia
Rômulo Dante Orrico Filho - Especialista em Transportes
Valéria Figueiredo Bechara Elias - Especialista em Patrimônio Histórico e Cultural

EQUIPE DE APOIO
André Sales Sousa - Apoio Técnico em Arquitetura e Urbanismo
Jeniffer Cristina da Costa - Apoio em Desenho Técnico
Lyvia Cleide Moura Chaves - Apoio Técnico em Geografia e Geoprocessamento
Marina Benício Baptistão Suhett - Apoio Técnico em Arquitetura e Urbanismo
Nara Boechat Roberty - Apoio em Mídias Sociais e Cobertura de Eventos

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Guilherme Leiva - Apoio Técnico em Mobilidade
Ígor Godeiro de Oliveira Maranhão - Apoio Técnico em Mobilidade
Pedro Geaquinto - Apoio Técnico em Mobilidade
Bruna Peres Battemarco - Apoio Técnico em Saneamento
Antonio Krishnamurti Beleño de Oliveira - Apoio Técnico em Saneamento
Renata Alves Moreira - Apoio Administrativo

CONSÓRCIO QUANTA/ LERNER


Av. Rio Branco, n° 277, sala 1604, Centro
Rio de Janeiro – RJ
CEP: 20.040-009
Tel.: +55 (21) 2533-7030

3
FICHA DE CONTRATO

Nº do Contrato 002/2015

Nº do Processo E-15/001/691/2015

Governo do Estado do Rio de Janeiro / Estado de Governo – SEGOV e da UGP


Contratante
Metropolitana/SEGOV

Consórcio Quanta-Lerner (Quanta Consultoria Ltda e Jaime Lerner Arquitetos


Contratado
Associados Ltda)

Elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da


Objeto
Região Metropolitana do Rio de Janeiro – PEDUI-RJ

Fortalecimento da Gestão do Setor Público e do Desenvolvimento Territorial


Programa
Integrado – Rio Metrópole - Progestão II

Agente Financiador Banco Mundial

Nº do Empréstimo LOAN 8327-BR

Tipo de Serviço Consultoria

Concorrência Internacional do tipo SBQC – Seleção Baseada na Qualidade e no


Método de Seleção
Custo, conforme SDP 001/2014

Tipo de Contratação Preço Global

Valor do Contrato 7.713.242,29

Data da Assinatura do Contrato 14 de janeiro de 2016

Data da Ordem de Serviço 21 de janeiro de 2016

Luiz Firmino Martins Pereira – Presidente


Comissão de Fiscalização do
Gerard Andres Fishgold – Membro
Contrato
Affonso Junqueira Accorsi - Membro

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1
1 ATIVIDADES 22/04/2016 A 21/05/2016 .............................................................................................. 10

1.1 MECANISMOS DE PARTICIPAÇÃO ................................................................................................... 11


1.1.1 DESENHO PRÁTICO ..................................................................................................................................12
1.1.2 BALANÇO .................................................................................................................................................12
1.1.3 ATIVIDADESATIVIDADES PRINCIPAIS ATIVIDADES REALIZADAS NO PERÍODO .......................................13
1.1.3.1. LISTA DE MAILLING .............................................................................................................................13
1.1.3.2. PREPARAÇÃO PARA AS NOVAS OFICINAS ...........................................................................................14
1.1.3.3. REUNIÕES COM A CÂMARA ................................................................................................................14

1.2 COMUNICAÇÃO SOCIAL .................................................................................................................. 15


1.2.1. AVANÇOS ALCANÇADOS .........................................................................................................................15

CAPÍTULO 2
2. EIXOS ESTRUTURANTES E GESTÃO PÚBLICA ...................................................................................... 20
2.1 RECONFIGURAÇÃO ESPACIAL E CENTRALIDADES.......................................................................................20
2.1.1. REGIÕES DE INFLUÊNCIA DAS CIDADES -2007, IBGE .............................................................................21
2.1.1.1. NOTAS METODOLÓGICAS, OBJETIVOS E A REDE NACIONAL ..............................................................21
2.1.1.2. NOTAS METODOLÓGICAS E O POSICIONAMENTO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO NA REDE URBANA
NACIONAL ........................................................................................................................................................25
2.1.2. ARRANJOS POPULACIONAIS E CONCENTRAÇÕES URBANAS DO BRASIL -2014, IBGE ............................50
2.1.2.1. REFERENCIAL TEÓRICO E PREMISSAS DE ESTUDO ..............................................................................50
2.1.2.2. ABORDAGEM METODOLÓGICA E AS CONCENTRAÇÕES URBANAS ....................................................54
2.1.2.3. TENDÊNCIAS DE DESTAQUE ................................................................................................................63

2.2 EXPANSÃO ECONÔMICA ................................................................................................................. 66


2.2.1. VISÃO DE FUTURO ..................................................................................................................................67
2.2.2. VISÃO DE FUTURO SETORES POTENCIAIS A PARTIR DA MELHORIA DA INFRAESTRUTURA PRODUTIVA 69
2.2.3. ANÁLISE MUNICIPAL ..............................................................................................................................70
2.2.4. POTENCIAL DOS SETORES SELECIONADOS ...........................................................................................140
2.2.4.1. PLATAFORMA LOGÍSTICA INTERNACIONAL .......................................................................................140

5
2.2.4.2. COMPLEXO DA SAÚDE ......................................................................................................................154
2.2.4.3. TURISMO ...........................................................................................................................................172
2.2.4.3.1 TURISMO DE NEGÓCIOS E EVENTOS ................................................................................................180
2.2.4.4. ECONOMIA CRIATIVA ........................................................................................................................181

2.3. VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO NATURAL E CULTURAL ................................................................... 185


2.3.1. LEVANTAMENTO E CATALOGAÇÃO ......................................................................................................186
2.3.2. ELABORAÇÃO DE QUESTIONÁRIO ........................................................................................................186
2.3.3. LEVANTAMENTO DE CAMPO ................................................................................................................186

2.4 MOBILIDADE ................................................................................................................................ 188


2.4.1. GESTÃO DE MOBILIDADE URBANA ......................................................................................................188
2.4.2. TRANSPORTE PÚBLICO MUNICIPAL E METROPOLITANO .....................................................................193
2.4.3. PRÓXIMAS ETAPAS ...............................................................................................................................197

2.5 HABITAÇÃO E EQUIPAMENTOS SOCIAIS ....................................................................................... 198


2.5.1. CONCEITUAÇÕES INICIAIS .....................................................................................................................198
2.5.2. MARCO INSTITUCIONAL E NORMATIVO................................................................................................200
2.5.2.1. ÂMBITO FEDERAL ...............................................................................................................................201
2.5.2.2. ÂMBITO ESTADUAL E MUNICIPAL (CAPÍTULO EM ELABORAÇÃO) .....................................................203
2.5.3. CARACTERIZAÇÃO DO ESTOQUE E DAS NECESSIDADES HABITACIONAIS1 ............................................206
2.5.3.1. PRESSÃO DEMOGRÁFICA ...................................................................................................................207
2.5.3.2. ESTOQUE DE DOMICÍLIOS, COMPORTAMENTO DE DÉCADAS RECENTES E PROJEÇÃO PARA 2030
(DEMANDA) ....................................................................................................................................................209
2.5.3.3. DÉFICIT ..............................................................................................................................................219
2.5.3.4. INADEQUAÇÃO...................................................................................................................................224
2.5.3.5. AGLOMERADOS SUBNORMAIS - FAVELAS..........................................................................................225
2.5.4. DISPERSÃO ESPACIAL DO CRESCIMENTO URBANO ..............................................................................227
2.5.5. OFERTA E MODALIDADES DE FINANCIAMENTO HABITACIONAL ..........................................................233
2.5.6. ESPACIALIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES DO EIXO HABITACIONAL ..........................................................233
2.5.6.1. OBJETIVOS .........................................................................................................................................233
2.5.6.2. BASE INICIAL DE INFORMAÇÕES ........................................................................................................235

6
2.5.6.3. A CONSTRUÇÃO DE UM MODELO DE ANÁLISE ESPACIAL ..................................................................238
2.5.6.3.1. GRUPAMENTO DE SETORES CENSITÁRIOS ......................................................................................238
2.5.6.3.2. MATRIZ DE ANÁLISE MULTICRITÉRIO ..............................................................................................241
2.5.6.4. PRIMEIROS RESULTADOS DO MAPEAMENTO ...................................................................................243

2.6 SANEAMENTO E RESILIÊNCIA AMBIENTAL ..................................................................................... 246


2.6.1 PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DA BAÍA DE GUANABARA
(PDRH-BG).......................................................................................................................................................246
2.6.1.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA) ...............................................................................................................246
2.6.1.2 ESGOTOS DOMÉSTICOS E EFLUENTES INDUSTRIAIS ..........................................................................248
2.6.1.3 RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................................................................249
2.6.1.4 QUALIDADE AMBIENTAL ...................................................................................................................250
2.6.1.5 DESLIZAMENTOS.................................................................................................................................251
2.6.1.6 ENCHENTES.........................................................................................................................................252
2.6.2 PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA DOS RIOS IGUAÇU-SARAPUÍ - PROJETO IGUAÇU
(1996)..............................................................................................................................................................254
2.6.2.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA) ...............................................................................................................255
2.6.2.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO................................................................................................................255
2.6.2.3 RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................................................................255
2.6.2.4 QUALIDADE AMBIENTAL ...................................................................................................................256
2.6.2.5 DESLIZAMENTOS.................................................................................................................................257
2.6.2.6 ENCHENTES.........................................................................................................................................258
2.6.3 REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA DOS RIOS IGUAÇU-SARAPUÍ –
PROJETO IGUAÇU (2007) ................................................................................................................................262
2.6.3.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA) ...............................................................................................................262
2.6.3.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO ................................................................................................................263
2.6.3.3 RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................................................................264
2.6.3.4 QUALIDADE AMBIENTAL ...................................................................................................................266
2.6.3.5 ENCHENTES.........................................................................................................................................268
2.6.4 PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO RIO DE JANEIRO (2014)..............................................270
2.6.4.1 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E PROTEÇÃO DE MANANCIAIS...........................................................270
2.6.4.2 VULNERABILIDADE A DESLIZAMENTOS ..............................................................................................271
2.6.4.3 VULNERABILIDADE A INUNDAÇÕES ...................................................................................................273
2.6.4.3.1 REGIÃO HIDROGRÁFICA II - GUANDU..............................................................................................273

7
2.6.4.3.2 REGIÃO HIDROGRÁFICA V - BAÍA DE GUANABARA ........................................................................275
2.6.4.3.3 REGIÃO HIDROGRÁFICA VI - LAGOS SÃO JOÃO ...............................................................................278
2.6.4.4 FONTES ALTERNATIVAS PARA ABASTECIMENTO DE ÁGUA COM ÊNFASE NA RMRJ ........................278
2.6.4.4.1 SISTEMAS ISOLADOS........................................................................................................................279
2.6.4.4.2 SISTEMAS INTEGRADOS...................................................................................................................280
2.6.5 IMPACTOS DE NOVAS TRANSPOSIÇÕES NA BACIA DO RIO PARAÍBA DO SUL ......................................283
2.6.6 SANEAMENTO BÁSICO – RESÍDUOS SÓLIDOS .......................................................................................283
2.6.7 SANEAMENTO BÁSICO – ESGOTAMENTO SANITÁRIO ..........................................................................285
2.6.8 PLANO DE AÇÕES ...................................................................................................................................286
2.6.9 ESTRATÉGICO DE RECURSOS HÍDRICOS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS GUANDU, DA GUARDA
E GUANDU MIRIM (2007) ...............................................................................................................................288
2.6.9.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...............................................................................................................289
2.6.9.2. ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...............................................................................................................290
2.6.9.3. RESÍDUOS SÓLIDOS............................................................................................................................291
2.6.9.4. QUALIDADE AMBIENTAL ...................................................................................................................292
2.6.9.5. DRENAGEM URBANA E ENCHENTES..................................................................................................294
2.6.10. PLANO DIRETOR DE MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO (2010) .............297
2.6.10.1. QUALIDADE AMBIENTAL .................................................................................................................297
2.6.10.2. DESLIZAMENTOS..............................................................................................................................298
2.6.10.3. DRENAGEM URBANA E ENCHENTES................................................................................................299
2.6.11. PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MUNICÍPIOS DO ENTORNO DA BAÍA DE
GUANABARA (PSAM) ......................................................................................................................................303
2.6.11.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA .............................................................................................................306
2.6.11.2. ESGOTAMENTO SANITÁRIO .............................................................................................................313
2.6.11.3. RESÍDUOS SÓLIDOS..........................................................................................................................320
2.6.11.4. DRENAGEM URBANA .......................................................................................................................321
2.6.11.5. QUALIDADE AMBIENTAL .................................................................................................................322
2.6.12. DIAGNÓSTICO E ANÁLISE ESTRATÉGICA DOS TEMAS SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE, TOMANDO A
DRENAGEM URBANA COMO EIXO ESTRUTURANTE – CASO PILOTO: CIDADE DO RIO DE JANEIRO ..............332
2.6.12.1. HISTÓRICO DE CHEIAS NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO .................................................................332
2.6.12.2. O PLANEJAMENTO URBANO COM SANEAMENTO E RESILIÊNCIA AMBIENTAL...............................337
2.6.12.3. REQUALIFICAÇÃO FLUVIAL COMO ESTRATÉGIA DE AÇÃO ..............................................................339
2.6.12.4. DIAGNÓSTICO PRELIMINAR DE DRENAGEM E DO MEIO AMBIENTE – CIDADE DO RIO DE JANEIRO
........................................................................................................................................................................340
2.6.12.4.1. AS FRAGILIDADES DO MEIO FÍSICO NATURAL .............................................................................340

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2.6.12.4.2. AS FRAGILIDADES DO MEIO FÍSICO CONSTRUÍDO ......................................................................343
2.6.12.4.3. RELAÇÃO DRENAGEM-ESGOTO SANITÁRIO .................................................................................345
2.6.12.4.4. SITUAÇÃO DE DESEQUILÍBRIO URBANO ATUAL ...........................................................................347
2.6.12.4.5. EXEMPLOS TÍPICOS DO DESEQUILÍBRIO URBANO DO RIO DE JANEIRO .......................................349
2.6.12.4.6. MEDIDAS CORRETIVAS EM CURSO PARA OS RIOS JOANA/MARACANÃ ......................................354
2.6.12.4.7. DIAGNÓSTICO PRELIMINAR CONSOLIDADO ................................................................................355
2.6.12.5. DIRETRIZES PARA ENFRENTAMENTO DE SITUAÇÕES CRÍTICAS – VERSÃO 1 (EM CONSTRUÇÃO) ..358
2.6.13. COMENTÁRIOS FINAIS ........................................................................................................................359

2.7 GESTÃO PÚBLICA .......................................................................................................................... 361


2.7.1 PAÍSES UNITÁRIOS E FEDERATIVOS .......................................................................................................362
2.7.2. ALGUNS ARRANJOS TERRITORIAIS .......................................................................................................363
2.7.3. MATRIZES DE REFERÊNCIA SUCINTA ....................................................................................................366
2.7.4 COMENTÁRIOS ADVINDOS DOS DEBATES NAS OFICINAS REALIZADAS .................................................366
2.7.5 COMENTÁRIOS SOBRE AS EMENDAS DE PLENÁRIO DA ALERJ COM RESPEITO AO PLC 10/2015 ..........366
2.7.6 COMENTÁRIOS FINAIS ...........................................................................................................................367

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................... 368


ANEXOS
 MECÂNISMOS DE PARTICIPAÇÃO
- RELATORIO MÍDIAS
- COMUNICAÇÃO ANEXO - RELEASE PARA OFICINA DE TRABALHO

 MOBILIDADE
- QUESTIONÁRIO

 GESTÃO PÚBLICA
- MATRIZES DE REFERÊNCIA SUCINTA
- EMENDAS DE PLENÁRIO DA ALERJ COM RESPEITO AO PLC 10/2015

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CAPÍTULO 1 – ATIVIDADES 22/04/2016 À 21/05/2016
1. ATIVIDADES 22/04/2016 A 21/05/2016
O período foi marcado pelo enorme esforço do Consórcio e da Câmara Metropolitana na
elaboração da lista de convidados para as oficinas e encontros do Plano. Foram realizadas reuniões entre o
Consórcio, Casa Fluminense e Carioteca, e também Consórcio, Carioteca e Câmara, para melhoria contínua
da metodologia de participação. A estruturação para o novo formato de encontro levou a reunião
simultânea das oficinas de segmentos (dia 24/05) e depois temática (dia 31/05), e exigiu
redimensionamento e recomposição da equipe, e novo planejamento.

Na frente de atividades técnicas há um remanejamento do ritmo de trabalhos da coleta de dados


para atividades de reflexões, discussões e pesquisas que redundem na construção de um diagnóstico e
subsídios técnicos para a elaboração da visão de futuro.

Neste relatório destacasse a ampliação do escopo de abordagem do eixo de expansão econômica.


No eixo reestruturação espacial e centralidades é apresentada uma síntese de estudos elaborados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que em conjunto focam a compreensão espacial do processo
de urbanização do país, a hierarquia e abrangência dos sistemas urbanos. Trata-se de elemento para situar
a Região Metropolitana do Rio de Janeiro em âmbito nacional para compreender nosso papel no contexto
nacional.

Ao longo do mês de junho de 2016 realizaremos consolidação dos trabalhos realizados até o
momento e ordenação das informações no sentido de sistematizarmos um diagnóstico integrado e, junto
com as contribuições oriundas das atividades de participação realizadas, definimos um desenho de visão de
futuro.

Uma síntese de visão de futuro e diagnóstico será entregue no final do mês de junho para servir de
base para a consolidação dessas fases nos momentos em que submeteremos os resultados desenvolvidos e
avaliadas pela Câmara Metropolitana aos comitês de acompanhamento e ao conselho do plano no mês de
Julho de 2016.

10
1.1. MECANISMOS DE PARTICIPAÇÃO
Os processos participativos, mesmo quando realizados em ambientes propícios, necessitam de
tempo acumulado e flexibilidade para maturação das partes envolvidas, de forma a gerar dinâmicas de
participação, reconhecimento dos atores envolvidos e adequação ao cenário existente. A premissa de uma
escuta ativa e cuidadosa exige tempo e adequação às disponibilidades e interesse das partes envolvidas,
por esta razão ajustes e tratativas são essências aos processos iniciais de fomento a participação, ainda
mais em ambientes velozes e instáveis em que temos vivenciado.
No caso específico dos exercícios são ainda incorporados. 1) Fomentar a cultura de instancia
metropolitana, ainda pouco habitual para muitas instituições e. 2) Adotar o desafio de mirar o futuro,
desprendendo das urgências cotidianas para discutir a Visão de Futuro da Região Metropolitana, diálogo
não muito comum, acrescida do desafio sobre o alcance de 25 anos, exercício de planejamento que não
estão acostumados.
Contar com a sociedade, seus segmentos e setores, para ser um dos alicerces de condução na
execução do PDUI, é mudar a lógica até então observada em grande parte dos Planos de Governos.
Tradicionalmente verticalizada e homogênea, a discussão de políticas públicas já vem sendo, a cada dia,
posta à prova com uma maior exigência no controle social,e especificidades de grupos e territórios, A
composição da diversidade, transparência e acessibilidade são condicionantes de uma política sustentável e
democrática.
Contudo, além da efetividade de tais políticas, também vem sendo cobrada a participação ex-
ante, ou seja, no planejamento e elaboração de tais projetos e respectivos orçamentos. O PEDUI se propõe
a esse novo desafio na relação governo versus sociedade. Contudo, é importante atentarmos para que os
processos tenham tempo de maturação, não conseguiremos obter resultados práticos se não estivermos
dispostos a, concretamente, mudarmos a lógica no tratamento da participação. Sendo um processo, há
etapas importantes na condução, que se iniciam pela escolha das instituições e atores, escuta qualificada,
devolutiva das oficinas e encontros até a construção da Visão de Futuro. Há um risco sempre presente de
transformar a participação em um acumulado de eventos que respondem ao compromisso quantitativo,
porem pecam pelo aspecto qualitativo. Um risco a ser considerado ao longo deste processo pleno de
adaptações e influencias do contexto social e político.
Para, além disso, o esforço na abrangência e na capilaridade das instituições e personalidades é
fundamental. A representatividade precisa estar garantida, mas não podemos criar a expectativa que essa
etapa do Plano irá esgotar as ideias para a Visão de Futuro da Região Metropolitana.
Enquanto na primeira fase do PEDUI os desafios postos estão na convocação e apresentação do
Plano, a segunda fase do PDEUI precisa se concentrar na manutenção dos participantes, incrementos dos
que até lá não tiverem sido atingidos e a continuidade desse processo de escuta qualificada, já na terceira e
última fase, o grande desejo será de conseguirmos colher como resultado o sentimento de pertencimento
na apresentação final do Plano à sociedade. Portanto, o sucesso na elaboração e na execução do PEDUI se

11
dará pelo aprendizado do processo de participação juntamente com a possibilidade de termos como
parceiros e críticos construtivos os próprios beneficiários do Plano.
Como já mencionado os processos são cumulativos e dinâmicos. Exigem tentativas e ajustes
permanentes em seu formato e abrangência, mas também precisam de período de estabilidade e
adensamento. Esta delicada combinação se faz com prática, reflexão e sistematização que ajudam a
encontrar a melhor condução e preserva a memória do processo proposto e realizado.

1.1.1. DESENHO PRÁTICO


O período que compreende este relatório teve como principal aspecto uma maior reflexão acerca
das premissas estabelecidas para os mecanismos de participação e seus resultados práticos. As reuniões
entre Câmara e Consórcio demonstraram a necessidade da mudança de estratégia em virtude do
aprendizado adquirido com as duas primeiras oficinas, conforme relatado no último produto.
Como resultado imediato, a concentração do restante das oficinas, segmento e temáticas,
previstas para este momento do Plano, tiveram como efeito um maior tempo para que as equipes
pudessem se concentrar na lista de convidados, um dos grandes desafios até o momento. Ademais, o envio
do convite com mais tempo de antecedência e um maior tempo de discussão da metodologia, marcaram o
período, que também teve como elemento uma mudança no papel do consórcio em relação ao desenho
inicial previsto, em especial no reforço das equipes do Consórcio nas esferas de produção e convocação.
Este acréscimo se mostrou positivo e surtiu efeito. A Elaboração de uma base de dados com mais
de 800 nomes, recuperados de listagens e contatos históricos da Camara Metropolitana permite hoje uma
comunicação mais eficiente e direta com uma parcela significativa das instituições interessadas no debate
Metropolitano do RJ.
Outro aspecto importante neste período diz respeito ao reforço metodológico no
desenvolvimento dos encontros e oficinas com a contratação da Carioteca e da Casa Fluminense nos
processos de facilitação e sistematização.

1.1.2. BALANÇO
O principal destaque do período foi a pausa proposital para o alinhamento das ações em
consonância com os pontos tratados e acordados após as duas primeiras oficinas. Em termos gerais, a
atividade deste período foi na composição da lista de convidados para as oficinas e encontros, não
perdendo a qualidade do debate. Até o fechamento deste relatório, o mailing contava com 800 nomes,
dentre personalidades e instituições. Outra atividade do período foi o envio dos convites para as oficinas
dos dias 24 e 31, com a antecedência de 15 dias, conforme acordado com a Câmara.

Em relação à metodologia, com os resultados coletados pela Carioteca junto as primeiras oficinas, as
equipes conseguiram repensar outras estratégias, além das utilizadas anteriormente, para colher dos

12
participantes olhares mais específicos de cada segmento. Com o novo desenho das oficinas e encontros
haverá uma maior participação das equipes da Casa Fluminense e da Carioteca na condução da dinâmica.

Um processo ainda por cumprir são as conversas e visitas aos “pontos nodais” das representações de
segmentos que irão ajudar substancialmente na convocação das instituições com abrangência territorial
como a FIRJAN, Associação Comercial e SEBRAE. Este é uma ação que deverá ser liderada pela Camara e
com apoio do Consórcio.

No balanço geral realizado, entendemos que em um processo de melhoria contínua, oriundo de um


desejo de participação, é natural que sejam feitos ajustes para uma melhor condução de onde queremos
chegar. Nesse sentido, não há por parte deste Consórcio receio de que o atraso do calendário em virtude
do rearranjo da estratégia, irá causar problemas no resultado da Visão de Futuro. Ressaltamos, contudo,
que o próximo período será crucial para a elaboração da Visão de Futuro do Plano, já que nele estará
concentrado a realização dos eventos, dentre oficinas e encontros.

1.1.3. ATIVIDADES PRINCIPAIS ATIVIDADES REALIZADAS NO PERÍODO


O período foi marcado pelo enorme esforço das equipes na elaboração da lista de convidados para
as oficinas e encontros do Plano. Foram realizadas reuniões entre o consorcio, Casa Fluminense e Carioteca
e também Consórcio, Carioteca e Câmara, para melhoria contínua da metodologia. Ademais, se envidou
esforços para realizarmos o envio dos convites com antecedência, uma melhor logística e a definição de
locais mais adequados para as atividades.

1.1.3.1. LISTA DE MAILLING


A lista elaborada pela equipe do Consorcio partiu de dois caminhos complementares. O primeiro a
partir dos contatos listados para a instalação do Conselho Consultivo do Plano (179 pessoas) e das
primeiras duas oficinas (novas 67 pessoas). Assim tínhamos 246 nomes listados e com informações
incompletas.

Em três semanas saltamos para um banco de dados de aproximadamente 800 nomes reunidos em
atividades recentes que envolveram a camara metropolitana, contribuições da Casa Fluminense e da GIZ
(cooperação alemã, que havia feito uma mobilização para oficinas recentemente). Além disso, um mailing
com cerca de 12.000 acumulados em muitas listagens da Camara Metropolitana.

O Banco de Dados traz informações básicas de perfil, o vinculo com o PDUI, as áreas de interesse e as
participações nas atividades do Plano. Não é apenas um cadastro de convidados, mas aos poucos passar a
ser uma base de dados cada vez mais atualizada, completa e diversa.

13
1.1.3.2. PREPARAÇÃO PARA AS NOVAS OFICINAS
A estruturação para o novo formato de encontro reunirá de maneira simultânea oficinas de
segmentos (dia 24) e depois temática (dia 31),e exigiu uma recomposição da equipe e novo planejamento.

As principais alterações dizem respeito a uma diminuição das falas iniciais, revisão da apresentação e
reforço na explicitação da importância de distinção dos diferentes grupos envolvidos.

Houve expansão do tempo de funcionamento das oficinas e adequação dos materiais a serem usados.
As fichas de presença, avaliação e informe foram revisadas.

Foram contratados os serviços de café, locação de mobiliário e material gráfico.

1.1.3.3. REUNIÕES COM A CÂMARA


Ao longo deste período ocorreram reuniões entre a Camara Metropolitana e a equipe do Consórcio
em busca de alinhamento das atividades seguintes do Plano, bem como avaliação das atividades
executadas no período anterior.

Os encontros reuniam invariavelmente a equipe de participação, e muitas vezes a equipe de


comunicação e a coordenação técnica. Foram muitas reuniões neste período (aproximadamente 12
encontros) e contato sistemático por e-mail e telefônico.

14
1.2. COMUNICAÇÃO SOCIAL
O trabalho de Comunicação para o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da
Região Metropolitana do Rio de Janeiro no período de referência deste relatório deu continuidade aos
esforços de estruturação da equipe, rotinas e plataformas.

Em razão do intenso trabalho envolvido nos eventos realizados pelo Modelar a Metrópole e das
atividades inerentes à própria estruturação da equipe e processos de trabalho, foi preciso adiar ou
repensar atividades previstas no Plano de Comunicação.

O layout do site estava previsto para abril de 2016 e a publicação do site, até o fim de maio. No
entanto, o mês de março foi em grande parte dedicado à organização do evento de 22/3, de posse do
Conselho Metropolitano. Finda esta etapa, o mês de abril foi dedicado ao processo de contratação de
jornalista para a equipe, pesquisa de fornecedores do site e concepção prévia da sua arquitetura.
Contratada a empresa SV, o layout básico do site foi entregue em maio para aprovação pela Câmara. O site
está em desenvolvimento.

A implantação das redes sociais está sendo gradativa. De início, focamos no Facebook, a rede
social de maior penetração, seguido logo depois pelo twitter, que é muito acessado por formadores de
opinião. Com a produção de vídeos encaminhada, vamos criar agora nosso perfil no Youtube. A criação de
perfil no Instagran foi adiada. Na opinião da equipe de Comunicação, o Plano Modelar a Metrópole tem
uma produção limitada de imagens; o foco do trabalho de comunicação é noticioso e informativo; operar
um canal numa rede baseada em fotografias não é prioritário no momento.

O envio da newsletter foi iniciado com um template criado pela equipe de comunicação em 13/5,
enviado ainda como teste. No entanto, diante de solicitações da Câmara Metropolitana, estamos
encomendando a criação de layout especial para a newsletter.

O mapeamento de páginas influentes nas redes sociais, contato com comunicadores institucionais
e com a imprensa local está sendo feito semanalmente. A cada evento, ampliamos a rede de contatos.

Estavam previstas conversas e vídeo em praças e escolas e encontros com comunicadores locais.
Os contatos com comunicadores locais devem começar a partir da realização dos encontros regionais. Os
eventos em praças e escolas foram adiados em razão da intensa agenda de oficinas.

1.2.1. AVANÇOS ALCANÇADOS


A seguir, são descritos os avanços alcançados.

15
Site
A equipe de comunicação do Modelar a Metrópole conversou com três empresas especializadas na
produção de sites, todas bem estabelecidas na praça: a Inventos Digitais; a Rastro Comunicação Digital e a
empresa SV – Studio Virtual. Dessas, a Inventos Digitais e a Studio Virtual chegaram a enviar propostas para
o projeto. A Rastro declinou por não poder iniciar rapidamente a produção do site. Depois de examinar as
propostas, a equipe escolheu a SV Studio Virtual, em razão de suas qualidades técnicas, preço e estrutura.

Foi realizada uma reunião de briefing no dia 6 de maio. O trabalho deve levar seis semanas a partir
da aprovação do layout pela Câmara Metropolitana. Em razão do curto prazo pretendido para execução, as
áreas que serão implementadas nessa fase serão:

 Apresentação

Conselho

Consórcio (Quanta + Jaime Lerner, com links)

Equipe


Vídeo institucional

 Região Metropolitana

Histórico


Câmara Metropolitana


Mapa interativo da região metropolitana
com links

 Atividades

Metodologia


Eventos

 Notícias
Na mídia
 Vídeos
 Fale conosco

A arquitetura foi ajustada em relação ao planejamento anterior para melhor funcionalidade. A área
“Acervo”, que pretende reunir documentos e informações sobre a RMRJ, será implementada na etapa de
manutenção, para evitar atrasar a produção do site. Serão produzidas versões para desktop e celular.

16
De acordo com solicitação da Câmara, será colocada na home do site a possibilidade de que os
internautas participem do plano. Também será feita a interligação com o site da Câmara Metropolitana.

Equipe
A partir de 1º de maio, a equipe passou a contar com o jornalista Darlan de Azevedo Junior,
formado pela UFRJ e com experiência na editoria Rio de O Globo.

Foram também selecionados fornecedores de fotografia, vídeo e design para o Plano


Metropolitano. Eles trabalharão sob demanda. A fotografia ficou a cargo de Mauro Pimentel, experiente
fotógrafo que costuma atuar para veículos como Folha de S. Paulo, UOL, El País, Veja e Associated Press.
Seu portfolio pode ser visto em http://www.mauropimentel.com . Mauro já havia feito a fotografia e
vídeos da oficina realizada na Associação Comercial no dia 14 de abril.

A empresa Mórula Ideias, de design e produção editorial, que já havia feito o folder para o Modelar
a Metrópole, foi selecionada para produção de artes para o Facebook e novos produtos.

Produtos e Rotinas
Com a entrada de um novo jornalista na equipe, foram implantadas novas rotinas de trabalho,
que envolvem:

 Monitoramento da internet para identificação de reportagens e conteúdos que possam ser


divulgados nas páginas do Modelar a Metrópole nas redes sociais;
 Produção de conteúdo especial para as redes sociais. A equipe de comunicação acompanhou as
visitas que técnicos do Plano e da Câmara fizeram a várias cidades da RMRJ, produzindo fotos e
informações postadas no Facebook e twitter;
 Realização de entrevistas com integrantes da equipe do Modelar a Metrópole e da Câmara
Metropolitana. Foi realizada entrevista em vídeo com o consultor Willy Muller;
 Criação de informativos para envio para o mailing do Modelar a Metrópole. Um, destinado à
equipe em geral do Plano; o segundo, apenas para os conselheiros. Foi acordado que o envio
destas newsletters será quinzenal e que elas terão conteúdos diferentes. Os conselheiros, assim,
receberão informes semanais. Foi criado template no site especializado em email marketing Mail
Chimp e enviada a primeira newsletter no dia 13 de maio. A newsletter dos conselheiros foi
enviada para aprovação da Câmara no dia 19 de maio. No dia 20 de maio, a Câmara informou
que seriam necessários ajustes e solicitou que o envio fosse adiado;
 Levantamento de páginas relevantes e influenciadores no Facebook e twitter relacionados à
Região Metropolitana. O trabalho de pesquisa está em curso.

17
Oficinas
A Comunicação do Modelar a Metrópole está envolvida na organização e divulgação das oficinas a
ser realizadas nos dias 24 e 31 de maio. Para estes encontros, foram produzidas artes para a sinalização do
ambiente, que envolveram o desenvolvimento de uma frase a ser associada ao Modelar. A frase, após troca
com a equipe da Câmara Metropolitana, foi definida como : “Projetando o futuro do Rio Metropolitano”.

Foram solicitados artes para:


 Dois banners para colocação na entrada das oficinas
 Backdrop pantográfico, que poderá ser usado nos demais eventos
 Crachás.

Assessoria e Impressa
Durante o período em foco, a equipe de comunicação trocou regularmente pontos de vista e
observações com a Comunicação da Câmara Metropolitana. De acordo com o combinado nessas interações,
para a oficina de segmentos programada para 24 de maio, foi produzido um release (ver anexo), aprovado
pela Câmara e em seguida enviado para os principais veículos de imprensa, comunicação de instituições e
secretarias.

Mídias Sociais
O monitoramento das mídias sociais para este relatório foi feito entre os dias 21 de abril e 19 de
maio de 2016. Neste período, foram feitos posts durante a semana, em média um por dia, nas páginas do
Facebook e Twitter do Modelar a Metrópole. O mês teve resultados mais baixos que o anterior. No entanto,
com o impulsionamento de publicações feito no meio deste período, os números cresceram, alcançando
mais usuários das redes.

No Facebook, a página do Modelar a Metrópole ganhou 182 novos seguidores. O total de 1300
curtidas, ultrapassou o número de seguidores da página do plano de desenvolvimento de São Paulo, criada
em dezembro de 2015, que tem, no total, 346 curtidas.

O monitoramento no Facebook mostrou que mulheres, entre 25 e 34 anos e usuários de


dispositivos móveis (celular ou tablet) são o público mais numeroso. Tanto a página quanto as publicações
alcançaram 20.617 pessoas, onde 1.635 tiveram algum envolvimento com as publicações (como reações,
cliques, compartilhamentos ou comentários). Além disso, a página teve 247 visualizações neste período e
os vídeos, 3.468. A estratégia para o próximo mês é impulsionar novamente a página para ter mais
reconhecimento na mídia, produzir conteúdo diário, com informações disponibilizadas pelo cliente.

18
O desempenho do Twitter foi melhor neste período, comparado ao Facebook. Após promover a
página por duas semanas, o @modelarorio ganhou 282 novos seguidores, alcançando o número de 346 até
o dia 19 de maio. Para manter o bom desempenho, a estratégia para o próximo mês será aumentar o
número de posts, promover novamente a página para a mesma ser reconhecida pelo público-alvo e
interagir com os seguidores em respostas e hashtags.

19
CAPÍTULO 2 – COLETA DE DADOS E ANÁLISE PARCIAL
2. EIXOS ESTRUTURANTES E GESTÃO PÚBLICA
2.1. RECONFIGURAÇÃO ESPACIAL E CENTRALIDADES
Os dois capítulos apresentados a seguir trazem a síntese de dois estudos elaborados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística que em conjunto focam a compreensão espacial do processo de
urbanização do país, a hierarquia e abrangência dos sistemas urbanos. São eles Regiões de Influência das
Cidades 2007 (publicado em 2008) e Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil 2014
(publicado em 2015).

Dentro dessa síntese procurou-se destacar as referências conceituais e aspectos metodológicos que
embasaram as análises de cada um dos estudos, a fim de que se possa compreender que variáveis foram
abordadas, bem como ressaltar os aspectos que contextualizam a cidade do Rio de Janeiro e sua rede
urbana (dentro dos critérios do IBGE) no cenário nacional, objetivando, dentro do eixo do ordenamento
territorial e centralidades, melhor compreender aspectos de suas características inter e
intrametropolitanas. Os estudos do IBGE têm a vantagem de se apoiar em expertises cultivadas há décadas
dentro da instituição, em uma extensa série histórica, e na consistência de se trabalhar com
dados/informações que se aplicam a todos os municípios da federação.

Para além das conclusões que esses trabalhos apresentam e que estão transcritas nas páginas
subsequentes cabe, na leitura crítica desses conteúdos, destacar algumas reflexões.

Dentro da hierarquia urbana nacional, a cidade do Rio de Janeiro capitaneia a segunda maior rede
urbana do país, na categoria de Metrópole Nacional (as 12 metrópoles identificadas que comandam a rede
urbana brasileira se organizam em dois níveis: o primeiro com São Paulo -Grande Metrópole Nacional, Rio e
Brasília -Metrópole Nacional, e o segundo nível com as demais nove metrópoles).

Observa-se que na maioria das relações de comando e controle investigadas em aspectos


hierárquicos, bem como em aspectos de ligações horizontais, a metrópole fluminense se posiciona no
primeiro nível do sistema urbano nacional. É, portanto, um polo de particular dinâmica no cenário
brasileiro, terreno de oportunidades para conexões internas e internacionais. Despontam vocações nos
aspectos da gestão pública e privada, produção de informações e conhecimento, comércio e serviços
avançados.

Evidenciam-se também algumas fragilidades, como a “excessiva” primazia do município polo no


ambiente metropolitano, do qual decorre uma certa atrofia em termos da oferta de serviços públicos
(educação, saúde) e da localização de segmentos econômicos dinâmicos em boa parte dos demais
municípios que compõe a metrópole. A pouca expressão do setor agropecuário no contexto metropolitano
também é sinalizada.

20
Esses aspectos de força e fragilidade podem e devem ser considerados na construção da visão de
futuro da metrópole e na busca dos “coeficientes de equilíbrio” no âmbito regional.

O olhar para as relações internas dos municípios que compõe a concentração urbana do Rio do
Janeiro mostra, tendo por base os indicadores de deslocamento casa/trabalho ou estudo, reitera a
capitalidade superlativa do município polo. Entretanto, permitem também visualizar as diferentes
intensidades dos fluxos entre a cidade do Rio de Janeiro e os municípios metropolitanos, bem como dos
municípios metropolitanos entre si.

Nesse último aspecto aparecem trocas importantes entre Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá
(também entre São Gonçalo e Itaboraí), sinalizando relações próprias entre esses municípios e uma certa
“subpolaridade” de Niterói.

Duque de Caxias apresenta fluxos de deslocamentos com Magé, Belford Roxo, São João do Meriti e
Nova Iguaçu (em menor intensidade), enquanto Nova Iguaçu estabelece relações com Queimados,
Mesquita, Belford Roxo e São João do Meriti (em menor intensidade). Mesquita “troca” também com
Nilópolis, e Belford Roxo com São São João do Meriti. Apresenta-se assim uma interessante dinâmica
interna entre esses municípios, complementar àquela relacionada ao polo.

Já Itaguaí, Seropédica e Japeri estabelecem fluxos de deslocamento (nos patamares quantificados


pelo estudo do IGBE) apenas com o Rio de Janeiro. Tanguá registra trocas leves com Itaboraí mas não com
o Rio de Janeiro, enquanto Guapimirim e Paracambi não registram deslocamentos quantificáveis nos níveis
do estudo nem com o Rio de Janeiro nem com nenhum outro município metropolitano. Cachoeiras de
Macacu e Rio Bonito ficam de fora do recorte territorial estabelecido pelo IBGE para a concentração urbana
do Rio de Janeiro.

Finalmente, em que se pesem as mudanças no cenário econômico nacional desde a realização dos
estudos, e particular no que tange a cadeia petrolífera, cabe destacar as conclusões do IBGE quanto a
dinamicidade do eixo Rio-São Paulo e as potenciais articulações com outros núcleos dinâmicos do estado
do Rio de Janeiro.

2.1.1. REGIÕES DE INFLUÊNCIA DAS CIDADES -2007, IBGE


2.1.1.1. NOTAS METODOLÓGICAS, OBJETIVOS E A REDE NACIONAL
O trabalho Regiões de Influência das Cidades, conduzido pelo IBGE já a quatro décadas (1972,
1987, 2000 e mais recentemente 2007) é uma linha de pesquisa que visa estudar a rede urbana brasileira e
construir um quadro nacional apontando as permanências e as modificações nela registradas.

21
É uma ferramenta que pretende subsidiar o planejamento estatal e as decisões quanto à
localização das atividades econômicas de produção, consumo privado e coletivo, assim como oferecer
instrumentos para o conhecimento das relações sociais vigentes e dos padrões sociais que delas emergem.
Possibilita considerar as condições de acessibilidade da população aos locais onde os equipamentos estão
instalados, identificando as cidades como lugares estratégicos para a prestação de serviços sociais básicos.

Citando autores como Offner (2000), (Veltz, 1996) e Camagui e Salone (1993), o estudo aponta que
dois tipos de sistema urbano convivem no território brasileiro: o sistema de localidades centrais, com
regiões formadas no entorno dos centros; e o sistema reticular, em que a cidade funciona como um nó de
uma rede mundial. O trabalho propõe assim complementar a teoria tradicional de hierarquização dos
centros da rede urbana com uma visão da rede de cidades definida por um sistema de relações horizontais,
não hierárquicas, de complementaridade e cooperação. Portanto, uma vez que se define o desenho da
rede, a exploração dos padrões de relacionamento avalia em que medida, e onde, as relações entre os
centros mantém o padrão hierárquico característico das estruturas de localidades centrais ou em que
medida, e onde, tendem a fortalecer as ligações horizontais entre centros de mesmo nível.

A gestão pública e empresarial mantém relações hierárquicas de comando e controle entre centros
urbanos propagando decisões, redefinindo relações e destinando investimentos. Mas as cidades também
mantêm relações horizontais de complementaridade, que podem ser definidas pela especialização
produtiva, pela divisão funcional de atividades, e pela oferta diferenciada de serviços.

O estudo buscou, para a definição dos centros da rede urbana brasileira 1, informações de
subordinação administrativa no setor público federal (no âmbito do executivo e do judiciário), a fim de
definir a gestão federal; e a localização de sedes e filiais de empresas, para estabelecer a gestão
empresarial. Foram consideradas também a oferta diferenciada de equipamentos e serviços capazes de
dotar uma cidade de centralidade: informações de ligações aéreas, deslocamentos para internações
hospitalares, áreas de cobertura das emissoras de televisão, oferta de ensino superior, diversidade de
atividades comerciais e de serviços, oferta de serviços bancários, e a presença de domínios de internet.

1
A nota presente no estudo, p.11, destaca: “para as cidades que constituem grandes aglomerações urbanas, a unidade de
observação foi o conjunto da Área de Concentração de População - ACP ou de suas subáreas. As ACPs são definidas como grandes
manchas urbanas de ocupação contínua, caracterizadas pelo tamanho e densidade da população, pelo grau de urbanização e pela
coesão interna da área, dada pelos deslocamentos da população para trabalho ou estudo. As ACPs se desenvolvem ao redor de um
ou mais núcleos urbanos, em caso de centros conurbados, assumindo o nome do município da capital, ou do município de maior
população. As 40 ACPs, constituídas por agregação de 336 municípios, são: Manaus, Belém, Macapá, São Luís, Teresina, Fortaleza,
Juazeiro do Norte–Crato−Barbalha, Natal, João Pessoa, Campina Grande, Recife, Petrolina–Juazeiro, Maceió, Aracaju, Salvador, Feira
de Santana, Ilhéus−Itabuna, Belo Horizonte, Ipatinga–Coronel Fabriciano–Timóteo, Juiz de Fora, Uberlândia, Vitória, Rio de Janeiro,
Campos dos Goytacazes, Volta Redonda–Barra Mansa, São Paulo, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Curitiba, Londrina, Maringá,
Florianópolis, Joinville, Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas–Rio Grande, Campo Grande, Cuiabá, Goiânia e Brasília. A ACP de São
Paulo está dividida, tendo como núcleo principal a cidade de São Paulo, sendo Campinas, Jundiaí, Santos, São José dos Campos e
Sorocaba os outros núcleos. Na ACP de Porto Alegre, identifica-se subdivisão embrionária, tendo Porto Alegre como núcleo principal
e Novo Hamburgo–São Leopoldo como subnúcleo (CASTELLO BRANCO, 2006).

22
Identificados os principais nós da rede, foram definidas as regiões de influência de cada um dos
centros com base nas interações que conectam as cidades. O IBGE considerou que as informações de fluxos
materiais e imateriais entre cidades, que estão disponíveis a partir de fontes secundárias, não tinham a
abrangência necessária. Assim, para os municípios que não foram identificados como centros de gestão, o
Instituto realizou um levantamento específico por meio do preenchimento de questionário (aplicado para
4.625 municípios tendo como informante o próprio agente do IBGE) investigando as principais ligações de
transportes regulares, em particular as que se dirigem aos centros de gestão; e os principais destinos dos
moradores para obter produtos e serviços (compras em geral, educação superior, aeroportos, saúde,
insumos, destino de produtos agropecuários).

A partir desse conjunto de levantamentos as cidades foram classificadas em cinco grandes níveis,
que por sua vez foram subdivididos em dois ou três subníveis, a saber:

 Metrópoles: São os 12 principais centros urbanos do País, que se caracterizam por seu
grande porte e por fortes relacionamentos entre si além de, em geral, possuírem extensa
área de influência direta. Subdividem-se em:

 Grande metrópole nacional: São Paulo, maior conjunto do país, alocado no primeiro nível da
gestão territorial;

 Metrópole nacional: Rio de Janeiro e Brasília, também no primeiro nível da gestão territorial.
Juntamente com São Paulo, constituem o foco para centros localizados em todo o país;

 Metrópole: Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e
Porto Alegre, as quais constituem o segundo nível da gestão territorial.

 Capital regional: Integram esse nível 70 centros que também se relacionam com o estrato
superior da rede urbana. Subdivididas nos níveis A, B e C, apresentam capacidade de gestão
no nível imediatamente inferior ao das metrópoles, têm área de influência de âmbito
regional, sendo referidas como destino para um conjunto de atividades por um grande
número de municípios.

 Capital regional A: constituído por 11 cidades, com medianas de 955 mil habitantes e 487
relacionamentos (o número de relacionamentos é calculado como o número de vezes em
que, no questionário da pesquisa, o centro foi mencionado como destino);

 Capital regional B: constituído por 20 cidades, com medianas de 435 mil habitantes e 406
relacionamentos; e

 Capital regional C: constituído por 39 cidades com medianas de 250 mil habitantes e 162
relacionamentos.

 Centro sub-regional: Integram esse nível 169 centros, subdivididos em A e B, com atividades
de gestão menos complexas, área de atuação mais reduzida, e seus relacionamentos com

23
centros externos a sua própria rede dão-se, em geral, apenas com as três metrópoles
nacionais.

 Centro sub-regional A: constituído por 85 cidades, com medianas de 95 mil habitantes e 112
relacionamentos; e

 Centro sub-regional B: constituído por 79 cidades, com medianas de 71 mil habitantes e 71


relacionamentos.

 Centro de zona: Nível formado por 556 cidades de menor porte que exercem funções
elementares de gestão, subdivididas em A e B, com atuação restrita à sua área imediata.

 Centro de zona A: 192 Cidades, com medianas de 45 mil habitantes e 49 relacionamentos; e

 Centro de zona B: 364 Cidades, com medianas de 23 mil habitantes e 16 relacionamentos.

 Centro local: As demais 4.473 cidades cuja centralidade e atuação não extrapolam os limites
do seu município.

Os centros que comandam as 12 redes urbanas identificadas no território nacional se destacam


pelas relações de controle e comando sobre os centros de nível inferior ao propagar decisões, determinar
relações e destinar investimentos, especialmente pelas ligações da gestão federal e empresarial. Ao mesmo
tempo, estes articulam-se em relações horizontais que se estruturam sobre ligações de interação, em
padrão particularmente característico daqueles no topo da hierarquia.

Comandadas pelas metrópoles, tais redes foram definidas como de primeiro nível porque a
principal ligação externa de cada uma delas se dá com as metrópoles nacionais. As redes são diferenciadas
em termos de tamanho, organização e complexidade (Tabela 1) e apresentam interpenetrações devidas à
ocorrência de vinculação a mais de um centro. Por essa razão a soma dos valores apresentados para cada
uma das redes supera o total nacional.

24
2.1.1.2. NOTAS METODOLÓGICAS E O POSICIONAMENTO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
NA REDE URBANA NACIONAL
O trabalho do IBGE apresenta em maior detalhe o mapeamento da Região de Influencia de cada
uma das principais centralidades identificadas, destacando a estrutura da rede, as conexões diretas ao
centro principal e as conexões mediadas por um centro secundário. No mesmo mapa está representada a
hierarquia dos centros pertencentes a rede e daqueles a ela adjacentes. Além disto são apresentadas em
cinza todas as ligações dos centros (acima do nível local) relativas à busca por bens e serviços informadas
no questionário da pesquisa. A presença de uma ligação indica que o centro foi apontado como opção (de
primeira, segunda, terceira ou quarta ordem) para algum(s) dos itens pesquisados.

O segundo mapa apresenta as conexões externas. Neste foram apresentadas as quatro principais
ligações de cada um dos centros da rede acima do nível local. Neste caso, as ligações representam o
conjunto da intensidade de ligações empresariais e da subordinação da administração pública federal. Só

25
foram representados no mapa – com a sua hierarquia na rede – aqueles centros que possuem alguma
conexão.

A tabela que acompanha os mapas apresenta informações para o conjunto da rede, a posição
relativa do centro principal em relação ao conjunto da rede e a posição relativa da rede em relação ao
Brasil.

No que tange o Rio de Janeiro, identificado como metrópole nacional, o estudo aponta sua
projeção imediata no próprio estado e no Espírito Santo, em parcela do sul do estado da Bahia e na Zona da
Mata em Minas Gerais, onde tem influência dividida com Belo Horizonte. À época do trabalho a rede da
cidade do Rio de Janeiro respondia por 11,3% da população do país e 14,4% do PIB nacional. O PIB per
capita era da ordem de R$ 15 mil no centro e R$ 14,8 mil nos demais municípios.

Compõem a rede do Rio de Janeiro a cidade de Vitória, como Capital regional A; Juiz de Fora,
Capital regional B; e Cachoeiro de Itapemirim, Campos dos Goytacazes e Volta-Redonda – Barra Mansa,
Capitais regionais C. Os Centros sub-regionais A de Barbacena, Muriaé, Ubá, Teixeira de Freitas, Colatina,
São Mateus, Cabo Frio, Itaperuna, Macaé e Nova Friburgo; e os Centros sub-regionais B de Cataguases,
Linhares, Resende, Angra dos Reis e Teresópolis também integram a rede do Rio de Janeiro.

26
A seguir, posiciona-se a metrópole fluminense em algumas das diversas camadas de análise
conduzidas pelo trabalho do IBGE.

Ligações definidas pela gestão federal

As ligações definidas pela gestão federal têm estrutura hierárquica e Brasília é o grande centro de
coordenação do país.

Tal hierarquização foi determinada dada pelo cruzamento de indicadores selecionados das
instâncias do Poder Executivo e do Poder Judiciário, visto que o Poder Legislativo tem localização restrita a
Brasília.

Do Poder Executivo foram consideradas a estrutura territorial do Instituto Nacional do Seguro


Social - INSS, da Secretaria da Receita Federal – SRF e do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. Ainda, a
localização das sedes de órgãos da administração indireta, a saber: Agências, Conselhos Nacionais,
Fundações e Institutos de Caráter Nacional, e Superintendências.

Para o Judiciário examinou-se a distribuição dos órgãos da Justiça Federal Comum e da Justiça
Federal Especializada (Justiça do Trabalho e Justiça Eleitoral), que se organizam em Tribunais Superiores
(Supremo Tribunal Federal - STF, Superior Tribunal de Justiça - STJ, Tribunal Superior Eleitoral - TSE,

27
Tribunal Superior do Trabalho -TST), Tribunais de 2a Instância (Tribunal Regional Federal - TRF, Tribunal
Regional do Trabalho - TRT e Tribunal Regional Eleitoral - TRE), e de 1a Instância. Na 1a Instância, a Justiça
Federal Comum está organizada em seções judiciárias nas capitais estaduais, e em subseções, em
municípios cuja jurisdição abrange os municípios vizinhos. Os níveis correspondentes na especializada são
as varas do trabalho e as sedes de zonas eleitorais.

A hierarquia da gestão federal, dada pelo cruzamento destas duas classificações, reuniu, portanto,
906 centros (Mapa 50), dos quais 414, no último nível, mesmo não tendo papel de gestão relevante, têm
centralidade ligada ao atendimento que prestam à população.

O Rio de Janeiro compartilha com Brasília o Nível 1 dessa hierarquia.

Como capital da nação Brasília ocupa o Nível 1a, sede da direção nacional dos órgãos
administrativos, dos tribunais superiores e de 45 dos 65 órgãos da administração indireta considerados.

O Rio de Janeiro ocupa o Nível 1b, sede de superintendências regionais de órgãos administrativos e
de 2a instância da Justiça Federal, tanto da Justiça Comum (TRF), quanto da Justiça Especializada (TRT e
TRE), e de 14 dos 65 órgãos da administração indireta considerados.

28
Ligações definidas pela gestão empresarial

Em relação às conexões determinadas pela gestão empresarial a rede, embora mais complexa, é
ainda dominantemente hierárquica, e as metrópoles nacionais representam o foco das demais. São Paulo,
concentrador de grandes empresas, é o grande centro de comando, e para ele convergem as principais
ligações de todas as metrópoles. O Rio de Janeiro ocupa o segundo lugar, com Brasília se posicionando em
terceiro.

São Paulo apresenta relações empresariais mais intensas com seu entorno, compreendendo o
Estado de São Paulo, o do Rio de Janeiro, o sul de Minas Gerais e o norte do Paraná. Mantém também
vínculos em todas as Unidades da Federação, e com todos os centros até o nível de Capital regional B. Nas
áreas de maior densidade econômica, é grande o número de centros, mesmo nos níveis mais baixos da
hierarquia, que possuem conexão relevante com São Paulo, especialmente nas redes de Belo Horizonte, Rio
de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Goiânia.

Ainda que com menor intensidade, Rio de Janeiro e Brasília, também apresentam relações com
todo o território. No caso do Rio de Janeiro, as ligações mais fortes ocorrem no interior do próprio estado,
estendendo-se, para além dele, por São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Quando comparadas às de

29
São Paulo, as ligações do Rio de Janeiro mostram-se mais concentradas e privilegiam as capitais dos
estados.

A metodologia adotada pelo Estudo para investigar a função de direção empresarial utilizou
informações do Cadastro Central de Empresas – CEMPRE, do IBGE, no ano de 2004, referentes ao endereço
das unidades locais das empresas. Na identificação desses centros considerou-se a distribuição no território
das unidades locais situadas em município diferente daquele onde se localiza a sede, selecionando-se os
724 centros que têm pelo menos três diferentes entidades empresariais com unidades locais em outro
município. Também, para cada centro, dois conjuntos de indicadores foram calculados visando expressar o
fato dos centros polarizadores atraírem a instalação de filiais de empresas sediadas em outros centros. No
primeiro, computou-se o número de filiais (unidades locais) de suas empresas em outras unidades
territoriais, e o número de unidades territoriais com filiais (unidades locais) de suas empresas. O segundo
relaciona-se a sua capacidade de atração e, considerando as filiais ali instaladas, conta-se o número das
sedes localizadas em outras unidades territoriais e o número de unidades territoriais onde se localizam
estas sedes. Finalmente, citando as referências de NYSTUEN; DACEY, 1961; e OLIVEIRA; CARVALHO;
TRAVASSOS, 2004, foram identificadas redes hierárquicas considerando-se a ligação dominante. Dois
resultados desta rede foram também utilizados: a distância média de cada município para o conjunto
daqueles onde se localizam filiais de empresas ali sediadas e o fato de, nessa rede, o centro subordinar
outros centros.

Adicionalmente, o trabalho do IBGE combinou a relação das 1.000 maiores empresas listadas em
2004 na revista Exame (segundo o valor das vendas), e das 1.000 maiores empresas definidas para o
mesmo ano pelo jornal Valor econômico (segundo a receita líquida).

A conclusão do Estudo foi que a distribuição espacial das sedes das grandes empresas do país
acompanha, em linhas gerais, a dinâmica econômica nacional. O Estado de São Paulo é aquele com maior
concentração de grandes empresas. Das 1.124 maiores empresas identificadas, 470 se localizam no estado,
com destaque para São Paulo (365) e Campinas (30). O Estado do Rio de Janeiro é o segundo nessa
contagem, com 124 grandes empresas, a maior parte delas localizadas no município do Rio de Janeiro.
Somados, os estados do Sudeste respondem por 62,6% das maiores empresas instaladas no Brasil.

Definiram-se dentro da malha urbana do país 724 centros de gestão empresarial, entre os quais
estão incluídas as 188 unidades territoriais onde se localizam as sedes das grandes empresas. Apenas 25
cidades concentram 829 empresas (Tabela 12), e as demais 163 contam com menos de cinco empresas
cada uma.

Os centros de gestão empresarial foram alocados em oito níveis. Assim como na hierarquia da
gestão federal, o Rio de Janeiro posiciona-se no primeiro nível. Destaca-se a liderança nacional de São

30
Paulo (1a) e, dada sua diferença em relação aos demais centros, também aqui o Rio de Janeiro está
classificado como nível 1b (Tabela 13).

31
Ligações aéreas intermetropolitanas

As ligações aéreas intermetropolitanas estão condicionadas pela forma de organização do setor no


país, com um hub principal em São Paulo e um secundário em Brasília.

A análise do IBGE baseou-se nos dados fornecidos pelo Anuário do Transporte Aéreo 2004 da atual
Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC, compondo uma matriz de origem-destino por aeroporto público
no país, com a totalidade do número de voos, passageiros e quantidade de carga para esse ano de
referência. Os dados foram agregados por município, somando- se os valores das ligações quando havia
mais de um aeroporto, ou seja, foi considerado o total de conexões independente do número de
aeroportos.

Verificou-se que as ligações aéreas no Brasil têm estrutura concentrada, sendo 32 pares de cidades
responsáveis por pouco mais da metade dos passageiros transportados (50,2%). O transporte de carga
possui padrão semelhante, da mesma ordem de grandeza (Mapa 63). Ainda, o mapeamento da matriz de
ligações mostrou uma alta conectividade entre os aeroportos brasileiros, tanto do ponto de vista do
transporte de passageiros quanto do de carga, e, topologicamente, é possível, de qualquer cidade com
aeroporto, chegar-se a outra.

32
Assim, São Paulo é o principal foco de todas as metrópoles e sua principal ligação é com o Rio de
Janeiro. No segundo plano a estrutura do setor promove alterações: Brasília atrai as ligações de Manaus,
Belém, Goiânia Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. O Rio de Janeiro, por sua vez, atrai as de
Salvador, Curitiba e Porto Alegre. Em um padrão de organização mais regional registram-se ligações entre
Belém, Manaus e Fortaleza; Entre Curitiba e Porto Alegre; entre Brasília e Belo Horizonte, e daí com o Rio
de Janeiro; e entre Salvador, Recife e Fortaleza. As ligações mais distantes são as de Fortaleza e Recife com
o Rio de Janeiro; de Goiânia com Recife e Salvador; e do Rio de São Paulo com Salvador.

Ligações de ônibus intermetropolitanas

As ligações de ônibus invertem o padrão anterior e as principais têm forte associação regional. O
estudo apontou que as primeiras ligações desenham três grupos, de Belém, Fortaleza, Recife e Salvador; o
segundo de Goiânia e Brasília; e o terceiro, com foco em São Paulo, reúne Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Curitiba e Porto Alegre. As segundas ligações, de um lado, reforçam este padrão, mas o seu conjunto é
dominado pelas ligações atraídas por São Paulo. No conjunto seguinte as ligações dirigem-se

33
preferencialmente para o Rio de Janeiro, enquanto no quarto grupo, além do Rio de Janeiro aparece
Brasília como destino importante.

O uso do transporte público foi investigado a partir do questionário aplicado pelo IBGE por meio da
identificação das principais ligações regulares com outros munícipios, sendo considerados os transportes
de tipo rodoviário, aéreo e fluvial, bem como a frequência das viagens (diária, semanal, quinzenal ou
mensal).

Foram indicados até quatro municípios – a capital estadual e os três centros de gestão mais
próximos e, no caso das ligações regulares por ônibus foi solicitado que, além das que tinham início no
município, fossem registradas as que possuíam seções com paradas ali, considerando-se, dessa forma,
todas as possibilidades de, por esse meio, sair-se ou chegar-se àquele munícipio. Nos casos de uso de mais
de um tipo de transporte (ex.: um trecho de ônibus e outro de balsa), foi pedido o registro do tipo de
percurso de maior extensão.

A conclusão dessas análises apontou uma rede que conjuga fluxos de extensões curtas, médias e
longas (Mapa 65). Estes últimos são os que mais sobressaem no mapa, por sua direção estar voltada

34
principalmente para as capitais, e isso tanto nos casos de primeira opção de destino, quanto nos de
segunda (e tendem a aumentar nos casos de terceira e quarta opções, no mapa representadas de modo
agregado). Destaca-se a atração exercida por São Paulo e Rio de Janeiro em pontos distantes do Nordeste.

Já os fluxos de primeira opção encurtam na mesma proporção do adensamento da malha de


municípios e da rede de transportes, e o desenho geral de ambos pode ser identificado com facilidade pela
disposição de tais movimentos. Santa Catarina se posiciona como a Unidade da Federação com a menor
média de distância dos deslocamentos (30km). Outros estados com baixa média de distâncias percorridas
são Rio de Janeiro (31km), São Paulo (32km) e Alagoas (33km), sendo que a média nacional ficou em
61km.

35
Comércio e Serviços

O Estudo adotou como fonte para a avaliação da centralidade da oferta de bens e serviços exercida
pelas cidades na rede urbana do país o Cadastro de Empresas - CEMPRE 2004, do IBGE. Deste, extraiu-se o
número total de classes de atividades comerciais e de serviços segundo a Classificação Nacional de
Atividades Econômicas – CNAE 1.0 para todos os municípios do Brasil. A premissa adotada foi que, quanto
maior o número de classes de atividade presentes, maior a diversidade de oferta dessas atividades, e,
consequentemente, maior a centralidade exercida pela cidade.

Verificou-se que ambos os setores de comércio e serviços têm comportamento semelhante no


topo da hierarquia. São Paulo e Rio de Janeiro aparecem na primeira classe, diversidade máxima, para os
dois setores. Verificou-se também que devido à maior seletividade espacial identificada no setor serviços
em relação ao comércio, existe um número bem maior de localidades nas classes mais altas da classificação
no setor comércio (23 centros) enquanto apenas dois estão classificados na classe 1 dos serviços (São
Paulo e Rio de Janeiro).

As áreas com grande diversidade de comércio estão relacionadas a grandes centros urbanos ou a
capitais de estado, áreas estas que ofertam produtos para um grande volume de população local ou são
responsáveis pela distribuição para uma região em seu entorno.

Já o setor de serviços apresenta-se espacialmente muito mais concentrado, com maior presença
nos grandes centros urbanos e industriais do país. Áreas densamente ocupadas tendem a apresentar maior
diversidade de oferta de serviços em função da maior demanda e da massa crítica concentrada. A
diversidade desse setor também está relacionada à presença de atividades industriais, agropecuárias e
mesmo de outros serviços dinâmicos. As empresas demandam de modo crescente serviços especializados,
anteriormente incorporados às atividades da indústria.

O trabalho reforça que, em linhas gerais, os dados analisados confirmam a proposição da


seletividade dos investimentos no espaço. A atratividade dos locais está relacionada às variações do nível
de renda da população, de remuneração da mão-de-obra, de dinâmica econômica, de políticas locais e
regionais, e de dotação de infraestrutura, o que coincide com a maior diversidade de oferta de atividades
de comércio e serviços. Em contrapartida, como resultante desse processo, observa-se que a concentração
de atividades aumenta a atração populacional e conduz a variações positivas de renda, remuneração,
demanda por políticas públicas, e maior dinamismo econômico, e que tais características reforçam a
permanência tendencial do padrão de rede urbana já tradicionalmente consolidado no Brasil.

36
37
Instituições financeiras

A investigação da oferta de serviços bancários na rede urbana do país utilizou dados do Banco
Central do Brasil, que informou, agregados por município, o número de agências e os saldos dos
estabelecimentos bancários, tendo como data de referência 31/12/2004. A classificação dos centros levou
em conta indicadores que apontassem a centralidade das cidades em relação a essa função.

Foram definidas como instituições de atuação em âmbito nacional aquelas presentes em mais de
20 Unidades da Federação, sendo elas as instituições oficiais - Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal –
e os bancos privados - Bradesco, Itaú, HSBC, ABN-AMRO- Real, Unibanco e Rural.

O estudo ressalta que a atividade bancária tende a concentrar-se em áreas com estrutura
econômica dinâmica e diversificada, que se distinguem por alta densidade demográfica e maiores níveis de
renda. Ademais, a localização das sedes destas instituições destaca a centralidade das cidades escolhidas,
caracterizadas pelos seguintes atributos: estrutura produtiva que demanda intermediação financeira;

38
ambiente propício ao desempenho de suas atividades em termos de oferta de serviços e de qualidade da
infraestrutura de comunicação e informação; presença de mão-de-obra especializada; e adequado
arcabouço institucional e jurídico, revelando sua capacidade de comando econômico-financeiro e político.

Verificou-se que, das 50 maiores instituições financeiras por ativo total 32 têm sede em São Paulo,
quatro estão em Brasília, três no Rio de Janeiro, duas em Fortaleza, Belo Horizonte e Porto Alegre, e uma
em Belém, Salvador, Vitória, Curitiba e Florianópolis. Note-se neste contexto que no Sudeste e no Sul estão
os maiores bancos privados de capital nacional ou estrangeiro, e que nas demais regiões predominam
instituições oficiais - federais e estaduais.

A classificação de centralidade exercida pelas cidades no que se refere à atividade de


intermediação financeira está apresentada no Mapa 57 do Estudo. O primeiro nível é constituído por São
Paulo, centro financeiro máximo do País, seguido pelo Rio de Janeiro e por Brasília, no segundo nível. No
terceiro nível, destacam-se as grandes metrópoles do Centro-Sul, Belo Horizonte, Curitiba, Campinas e
Porto Alegre, bem como as do Nordeste – Fortaleza, Recife e Salvador.

39
Ensino superior

 Graduação

O IBGE delineou as relações de centralidade no ensino de graduação no Brasil tendo por base a
análise dos dados do Censo da Educação Superior 2004, fornecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP.

Verificou-se para o referido ano que a oferta de cursos presenciais de graduação era encontrada
em 1.261 centros, atendendo a um total de 4.163.733 alunos matriculados em 18.644 cursos distribuídos
por nove Grandes Áreas do Conhecimento: Agricultura e Veterinária; Ciências Sociais, Negócios e Direito;
Ciências, Matemática e Computação; Educação; Engenharia, Produção e Construção; Humanidades e Artes;
Programas ou Cursos Gerais; Saúde e Bem-Estar Social; e Serviços. A operação se dá em um sistema que
compreende Instituições de Ensino Superior públicas (federais, estaduais e municipais) e privadas
(particulares e comunitárias, confessionais ou filantrópicas).

40
Foram verificados seis níveis de centralidade no tocante à oferta de cursos de graduação, para tal
utilizando-se: 1) o número de alunos matriculados nos cursos presenciais; 2) o número de Grandes Áreas
abrangidas pelos cursos oferecidos; e 3) o número de tipos de cursos existentes.

Dentre os níveis de centralidade foram identificados dois centros no primeiro nível (São Paulo e
Rio de Janeiro); nove no segundo (oito capitais mais a área de Campinas); 21 no terceiro; 33 no quarto; 270
no quinto e 926 centros no sexto. Sobressaem no contexto a magnitude dos centros de São Paulo e Rio de
Janeiro e a grande quantidade de pequenos municípios que tanto fazem aumentar a grande concentração
nas Regiões Sudeste e Sul, quanto se espraiam pelo interior das demais regiões. Intermediando os
extremos estão as capitais e uma adensada rede de cidades médias no Centro-Sul do país.

Observou-se que apenas três estados têm uma rede de centros de ensino superior com cinco
níveis: Minas Gerais, Paraná́ e Rio Grande do Sul. O Estado do Rio de Janeiro, apesar de compreender um
centro de primeiro nível, apresenta distribuição irregular, pulando em seguida para centros de quarto,
quinto e sexto níveis, revelando a primazia da capital. No Nordeste e no Norte, pode-se destacar a grande
quantidade de pequenos municípios do interior que contam com cursos superiores nos Estados do
Tocantins, Maranhão, Bahia, Amazonas e Pará.

Verificou-se também que, na comparação entre capital e interior, das 27 Unidades da Federação,
22 reúnem em suas capitais mais da metade dos alunos matriculados no estado. Além do caso já citado do
Rio de Janeiro, que detém 84,1% das matrículas, há ainda outros em que se configura a polarização por
parte da capital (Tabela Brasil 15): Boa Vista, Macapá,́ Aracaju, Maceió e Manaus. Por outro lado, a
interiorização do alunato é marcante nos Nordeste Centro-Oeste três estados sulistas, em Minas Gerais e
no Tocantins.

41
 Pós-Graduação

O estudo da oferta dos cursos de pós-graduação foi realizado a partir da análise de dados da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES.

A centralidade para os municípios na pós-graduação – considerada como a capacidade de um


centro de atrair alunos e profissionais do ensino – foi estabelecida pela combinação e pela comparação dos
dados de total de cursos, de número de Grandes Áreas do Conhecimento abrangidas pelos cursos, e da
proporção de cursos de excelência (com conceitos seis ou sete, numa escala de avaliação que varia de um a
sete).

Foi verificado que ao final de 2005 estavam em funcionamento no país 3.325 cursos de pós-
graduação strictu sensu, repartidos entre cursos de mestrado, mestrado profissional e doutorado. Os
cursos eram ministrados em apenas 109 centros, com significativa localização na Região Sudeste, revelando
um caráter altamente concentrado.

Ainda que haja a a presença de cursos no interior (31,3%), a maioria deles se situa nas capitais dos
estados (68,7%). Mesmo no Sudeste, a concentração fica nítida na metade sul de Minas Gerais (mais
especificamente na parte sudeste e na região do Triângulo Mineiro). Ao mesmo tempo, enquanto Espírito
Santo e Rio de Janeiro têm poucos centros com pós-graduação, no Estado de São Paulo eles são mais
numerosos e estão melhor distribuídos, apesar de São Paulo deter a maior oferta de cursos de todo o país.

Há certa homogeneidade entre o primeiro e o segundo níveis quanto à oferta de cursos em todas
as Grandes Áreas, e quanto à existência de cursos de excelência nos seis níveis de centralidade
identificados. Entretanto, a diferença que justifica a separação de São Paulo e Rio de Janeiro, no primeiro
nível, mostra-se claramente nos quantitativos de cursos, muito superiores nesses centros em relação aos
demais. Formados pelos principais centros universitários do país, os dois maiores níveis de centralidade
estão compostos sobretudo por capitais que exercem uma forte atração de estudantes e profissionais em
âmbito nacional e macrorregional.

42
43
Serviços de saúde

Em linhas gerais, a investigação da oferta de serviços de saúde do estudo foi considerada em duas
dimensões: o nível de complexidade do atendimento disponível em cada cidade e o tamanho do setor,
avaliado pelo volume do atendimento realizado. A fonte dos dados utilizada para estabelecer o nível de
complexidade foi a Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária - AMS 2005, do IBGE, que investiga todos os
estabelecimentos de saúde existentes no país. O indicador de tamanho utilizado foi o número de
internações hospitalares financiadas pelo Sistema Único de Saúde - SUS, em 2005, em cada cidade. Para
esse tema também foram estabelecidos seis níveis de centralidade.

A centralidade urbana avaliada em termos da oferta de serviços de saúde destaca, no primeiro


nível, as duas metrópoles nacionais com maior porte e complexidade, São Paulo e Rio de Janeiro. O
segundo e o terceiro níveis correspondem aos centros capazes de prestar atendimento mais complexo,
distinguindo- se entre si pelo tamanho. No segundo, estão as áreas das maiores capitais estaduais: Belo
Horizonte, Recife, Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba, Goiânia, Salvador, Belém e Manaus, bem como Brasília
e Campinas.

44
Em termos de organização da rede, verifica-se que São Paulo apresenta todos os níveis. Minas
Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia contam com todos os níveis a partir do segundo, e Maranhão,
Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas, Espirito Santo, Santa Catarina e Mato Grosso contam com todos os
níveis a partir do terceiro. Apresentam redes truncadas os Estados do Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco,
Goiás, Pará, Paraíba, Sergipe, Mato Grosso do Sul e Amazonas, com diversos níveis de primazia ou de
carência.

Serviços de internet

O estudo considerou também que a oferta de informações e serviços através da Internet é um


elemento de interesse na avaliação da centralidade, posto que a oferta (domínios), devido à sua maior
complexidade, necessita de locais específicos. A criação de uma página on-line necessitará, no mínimo, de
pessoas habilitadas e proficientes tecnologicamente, de uma estrutura de atualização e – o que é
particularmente verdadeiro quanto aos negócios que operam via Internet – de contatos e ligações com

45
empresas de consultoria, serviços de rede e informática, provedores de acesso, etc., sendo assim
dependente de centralidades previa- mente existentes.

Os dados referentes aos domínios de Internet foram cedidos pelo Registro de Domínios para a
Internet no Brasil - Registro.br, instituição que centraliza a sua cessão e administração. Para apreender os
padrões espaciais da distribuição dos domínios, mapeou-se sua ocorrência tanto por número absoluto
quanto por número de habitantes.

Verificou-se que a oferta de informações na Internet, via presença de domínios, possui uma
estrutura muito concentrada no território nacional. Em março de 2005, dos 5.560 municípios então
existentes, 3.319 (59,7%) possuíam pelo menos um domínio e, dentre estes, a distribuição é enormemente
desigual, com metade possuindo no máximo seis domínios. Por outro lado, somente a subárea de
concentração de população de São Paulo detinha 243.927 domínios naquele ano, cerca de 33% do total de
domínios. As áreas do Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre apresentavam-se em
seguida como os maiores, possuindo, respectivamente, 73.209, 31.633, 28.132 e 26.944 domínios.

A distribuição espacial dos domínios mostra também concentração nas Regiões Sudeste e Sul,
especialmente no Estado de São Paulo. Fora destas, destacam- se o Distrito Federal, as capitais e as
maiores cidades, com as maiores quantidades de domínios em seus estados, o que já é um indício do
caráter fortemente urbano da Internet.

Redes de televisão aberta

Os dados utilizados nesta análise foram coletados nos Atlas de Cobertura das Redes de Televisão
Aberta: Globo, Sistema Brasileiro de Televisão - SBT, Bandeirantes - BAND, RedeTV!, Cultura, Gazeta e
Grupo Paulo Pimentel - GPP, para os anos de 2002, 2003 e 2004.

Verificou-se que São Paulo e Rio de Janeiro comandam o sistema de redes de televisão aberta
brasileiro, gerando e propagando grande parte da programação veiculada por este meio de comunicação.
São 171 centros que emitem sinais, hierarquicamente diferenciados em cinco níveis de centralidade, e
outros 5.036 que apenas recebem os sinais e integram as áreas de influência dos centros, diferenciando-se
os mais conectados, que recebem maior número de redes nacionais (nível 6), daqueles cujo grau de
conexão é menor (nível 7).

Em linhas gerais, as dimensões das áreas de cobertura dos municípios com emissoras de televisão
afiliadas variam de acordo com as regiões em que ocorrem, acompanhando diferenças em termos de
concentração espacial de população e de renda (Mapa 62).

46
Insumos agropecuários

O item de insumos agropecuários foi destacado nessa síntese pelo ao fato de ser um dos poucos
aspectos analisados pelo estudo das centralidades no qual a cidade/estado do Rio de Janeiro não
aparecem nos níveis superiores da hierarquia nacional, denotando não ser a agropecuária um fator de
força na região.

Para a análise desse tema o Estudo inquiriu qual a origem dos insumos utilizados pelos produtores
rurais. Insumos envolvem sementes, adubos, fertilizantes, pesticidas, vacinas, equipamentos diversos, etc.,
cabendo salientar que compreendem elementos bem distintos entre si, o que dá à rede uma maior
complexidade.

A resultante da análise apresentou, de modo geral, dois padrões distintos (Mapa 73). Um, com
fluxos longos, que retrata os movimentos dos grandes produtores agropecuários que buscam, na sua

47
maioria, insumos nos grandes centros urbano-industriais. Outro, de fluxos mais curtos, dos pequenos e
médios produtores rurais que se dirigem aos municípios próximos.

Verificou-se em linhas gerais que os fluxos de primeira ordem envolvem deslocamentos mais curtos,
excetuando-se os que se voltam para grandes centros, principalmente oriundos de áreas onde predominam
atividades de grandes produtores de commodities. Nos fluxos que representam a segunda opção, há
deslocamentos mais longos, destinando-se a grandes centros, em especial a São Paulo, mas também a Belo
Horizonte e Goiânia.

Centros de Gestão do Território

Finalizando, para definir o conjunto dos centros de gestão do território foram utilizados os
resultados do conjunto de estudos apresentados. No exercício de consolidação e síntese conduzido pelo

48
Estudo, os 711 centros de gestão assim definidos foram classificados segundo sua posição no âmbito da
gestão federal e no da gestão empresarial, agrupando-se os centros em seis níveis (Mapa 64).

O primeiro nível reúne São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, e constitui o topo da gestão nacional;
Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre integram o segundo nível de
gestão. No terceiro nível estão quase todas as demais capitais estaduais, bem como grandes cidades das
Regiões Sudeste e Sul. Os demais níveis têm distribuição menos concentrada, escasseando apenas nas
áreas de ocupação menos densa da Região Norte.

No que tange as conclusões da esfera da gestão federal, observa-se que apenas os Estados do Acre,
Roraima, Amapá, Tocantins e Espírito Santo têm hierarquia truncada, com ausência do nível 5, sendo que
Roraima e Amapá, além das capitais, têm apenas centros de nível 8, e de nível 6 e 8, respectivamente.

A distribuição dos centros em relação à gestão empresarial é mais complexa. Em São Paulo não há
centros de nível 2, e no Rio de Janeiro, caracterizando a primazia, faltam os níveis 2, 3 e 4. Em Minas
Gerais, faltam centros de nível 3, em Pernambuco e Mato Grosso, os de nível 4. Com padrão mais regular,
no Rio Grande do Sul e Paraná, estão presentes centros dos níveis 2 a 8 e, em Santa Catarina, Espírito Santo,
Bahia e Goiás, os de 3 a 8.

Na classificação final, dois grupos se distinguem: a hierarquia é completa, a partir do segundo nível,
nos Estados da Bahia, Minas Gerais, Paraná́ e Rio Grande do Sul, ao passo que Pará, Ceará e Pernambuco
não apresentam centros de nível 3.

49
2.1.2. ARRANJOS POPULACIONAIS E CONCENTRAÇÕES URBANAS DO BRASIL -2014, IBGE
2.1.2.1. REFERENCIAL TEÓRICO E PREMISSAS DE ESTUDO
A magnitude da urbanização brasileira reforça a importância do conhecimento renovado das
principais formas de estruturação da organização desse processo no país.

O estudo Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil (2014) se situa dentro do


trabalho conduzido pelo IBGE para a identificação e a delimitação das maiores aglomerações de população
do país desde a década de 1960, quando o fenômeno da urbanização se intensificou e assumiu, ao longo
dos anos, formas cada vez mais elaboradas.

Tem o intuito de fornecer um modelo territorial das relações econômicas e sociais, intrínsecas ao
processo de urbanização, apresentando um quadro dos arranjos populacionais no Brasil em suas médias e
grandes concentrações urbanas, identificados a partir de critérios comuns para todo o país, dentro de uma
sistemática que ressaltou elementos de integração e contiguidade. Evidenciou arranjos populacionais

50
constituídos a partir de diferentes escalões do nosso sistema urbano, que resultam muitas vezes do
transbordamento de elementos estruturadores das grandes concentrações urbanas.

Dentre os marcos conceituais que referenciam o estudo cita-se Dematteis (1996) e seu trabalho na
identificação das características do fenômeno urbano contemporâneo. Ele aponta que a expansão urbana
no final do Século XX, ainda que intensa, passou a ocorrer de maneira mais seletiva a partir de duas
dinâmicas: a periurbanização, que reforça a polarização urbana e a expansão se dá, particularmente, a
partir das áreas periféricas e das ramificações radiais, sendo que o crescimento depende das funções que
extravasam para a periferia oriundas de um polo urbano; e a difuso-reticular, onde as expansões nas
formas urbanas se dão no desenho de malhas ou redes, pouco densas, com a presença de formas
residenciais e de produção do tipo condomínios e distritos industriais.

O autor destaca que combinação e a sobreposição dessas duas dinâmicas manifesta-se, atualmente,
em grandes centros urbanos, com uma vasta e contínua zona urbanizada, e que apresentam contextos
territoriais favoráveis à ampliação de serviços e indústrias, ambos tecnologicamente avançados. As
concentrações urbanas com essas características estão, via de regra, localizadas em regiões mais
desenvolvidas, acentuando as diferenças territoriais. Ressalta-se que estar integrado por meio de ligações
cotidianas para trabalho e estudo é diferente de estar articulado funcionalmente com outros centros de
diversas dimensões e hierarquias.

O estudo também informa que essas ideias de coesão e integração vêm sendo utilizadas por
diversos institutos estatísticos mundo afora, como o Instituto Nacional de la Statistique et des Études
Économiques - Insee 4, da França, o U.S. Census Bureau, dos Estados Unidos, e o Instituto Nacional de
Estadística y Geografia - Inegi, do México, e em trabalhos acadêmicos que abordam a dimensão espacial no
mesmo plano dos processos sociais e econômicos. Estes delimitam espaços urbanos coesos através da
combinação de duas abordagens: a que considera a mobilidade para o trabalho e estudo; e a do espaço
construído, com a continuidade das construções (JULIEN, 2000).

Na identificação desses fenômenos sócio-espaciais destaca-se no documento, referenciando


MOURA, CASTELLO BRANCO; FIRKOWSKI, 2005; CASTELLO BRANCO, 2006, que os movimentos pendulares
são cada vez mais importantes para o entendimento da dinâmica urbana. São utilizados para estudar a
organização funcional dos espaços regionais e delimitar regiões metropolitanas; para dimensionar e
caracterizar os fluxos gerados para o estudo e trabalho; e para o planejamento urbano, em especial o de
transportes.

Outra forma citada de identificação esses arranjos é a conurbação, quando duas cidades unem os
seus tecidos urbanos, extravasam limites político-administrativos, nacionais e internacionais, e estabelecem
fortes vínculos socioeconômicos. Nota-se que cidades de municípios vizinhos costumam manter fortes

51
relações entre si, mas que nem sempre ocorre entre elas continuidade urbana. Nesse contexto, o estudo
destaca a importância de se atualizar e estabelecer critérios para delinear formas espaciais que emergem
de uma nova economia urbana, com seus novos conteúdos.

Constata-se que emergem diferentes formas espaciais relacionadas às novas tendências da


economia: concentração metropolitana com base na chamada economia de aglomeração; desconcentração
de atividades produtivas para as cidades de menor porte; e constituição de arranjos populacionais que
lentamente superam o modelo histórico de urbanização do país, com a ressalva que esse fenômeno ainda
acontece de maneira precária em diferentes porções do território nacional.

O estudo aponta que dois dos traços mais marcantes dos aglomerados urbanos hoje,
mundialmente, são o deslocamento pendular da população, que acontece na medida em que há uma
segmentação entre os locais de residência e emprego/estudo, e a ampliação de áreas periféricas que
abrigam um número cada vez maior de trabalhadores. E ainda que esses deslocamentos aconteçam de
maneira mais intensa nas maiores concentrações urbanas, Cunha e outros (2013), citados no trabalho,
afirmam que a nova economia urbana ampliou a ocorrência deste fenômeno para recortes espaciais em
diferentes escalas. Os desequilíbrios nas ofertas de trabalho e de moradia alcançam centros de todos os
tamanhos e, no mercado de trabalho, ocorrem não só em relação ao setor industrial, mas também nas
atividades de comércio, serviços, entre outras.

A presença crescente de atividades dinâmicas nos aglomerados fortalece a concentração


populacional com a formação de arranjos que surgem como modelos territoriais adaptados à essa nova
realidade mundial. São unidades espaciais que se aglutinam em formações de diferentes magnitudes e
onde os deslocamentos pendulares exercem um papel importante com a ampliação da área construída e as
transformações no trabalho. Essa vinculação dos movimentos da economia e da sociedade impulsionam
novas formas de expansão urbana e propiciam também o aparecimento de megacidades e fortes
interações entre centros de pequeno e médio portes derivadas do movimento para trabalho e estudo,
entre outros (JARDIM, 2011). O documento cita que tais modelos foram identificados por Castello Branco
(2003) e classificados como espaços urbanos restritos (conurbados e em rede), núcleo/periferia,
polinucleados e mega-espaço, o qual emerge como uma constelação de aglomerações em rede, cobrindo
áreas extensas e com fronteiras difusas.

O documento também cita a pesquisa que o Núcleo de Estudos de População - NEPO da


Universidade Estadual de Campinas - Unicamp (CUNHA et al, 2013) conduziu sobre o deslocamento para
trabalho e estudo na macrometrópole paulista, a qual destacou que enquanto as grandes aglomerações do
estado tiveram um crescimento populacional, entre 2000 e 2010, em torno de 1,1 % ao ano, o
deslocamento pendular cresceu 8,7%. Tais valores indicam que a ocorrência de fluxos intensos de

52
deslocamento de pessoas para trabalho e estudo, entre municípios, e coincide com a formação de arranjos
populacionais com forte integração entre seus componentes.

No âmbito nacional o trabalho do IBGE aponta que, a despeito da inserção diferenciada das
grandes cidades brasileiras no contexto mundial, ocorre um arrefecimento no ritmo de crescimento das
maiores concentrações urbanas do país e um incremento mais significativo para os centros de tamanho
médio, que, eventualmente, reproduzem o processo de aglomeração no entorno de suas áreas mais
imediatas, incorporando municípios vizinhos. Quase todas as grandes aglomerações e capitais estaduais
diminuíram o ritmo de crescimento nas décadas de 1970 a 2010, com exceção de Rio de Janeiro (RJ) e
Brasília (DF), que apresentam taxas de crescimento ligeiramente maiores entre 1991 e 2000, e Porto Velho
(RO), Rio Branco (AC), Macapá (AP) e Boa Vista (RR), na Região Norte, cujo maior crescimento ocorreu
somente a partir da década de 1980.

O estudo aponta que no Brasil, o Censo Demográfico 2010 (ATLAS..., 2013) registra, de um lado,
que o mercado de trabalho de algumas concentrações urbanas (Regiões Metropolitanas com mais de 1
milhão de habitantes, Regiões Integradas de Desenvolvimento e Municípios das Capitais) concentra os
setores de atividade pertencentes ao terciário avançado. Mais de 70% das pessoas economicamente ativas
ocupadas nesses setores estão localizadas nas principais concentrações urbanas do país. São organismos
internacionais e outras instituições com tarefas e atividades fortemente vinculadas à economia global,
como serviços financeiros, de informação, educacionais e culturais de alto nível; empresas orientadas para
o mercado internacional; telecomunicações; atividades de consultoria em gestão empresarial; seguros e
previdência privada, entre outros.

Conclui-se que, nesse novo modelo, metrópoles como São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) estão
sendo refuncionalizadas como centros de serviços avançados na nova divisão internacional do trabalho.
Outras concentrações urbanas do país também apontam aumento de importância de serviços e a presença
de produtos industrializados mais aprimorados. Em consonância com as referências conceituais
investigadas, verifica-se que essas aglomerações concentram redes de comunicação sofisticadas destinadas
ao contato diário entre empresas e instituições; presença de aeroportos internacionais; presença de
recursos humanos com alta qualificação e funcionários de alto escalão para atuarem em grandes empresas
e realizarem transações rápidas e diretas vinculadas às atividades inovadoras; oferta de serviços
sofisticados e de ponta para apoio a outras atividades de alta complexidade, como comércio, finanças e
indústria (MATTOS, 2001).

53
2.1.2.2. ABORDAGEM METODOLÓGICA E AS CONCENTRAÇÕES URBANAS
A identificação de categorias espaciais urbanas segue uma linha de investigação tradicional da
produção geográfica do IBGE, e estudo em questão considerou tais arcabouços teóricos referenciados a fim
de definir recortes territoriais que agrupam os municípios segundo critérios de integração. Neste processo,
os resultados obtidos incorporaram ao quadro territorial do país arranjos populacionais de diferentes
escalas e naturezas, onde, na maior parte das vezes, predomina o processo de urbanização, ou o político,
que leva a desmembramentos municipais, ou ainda os relativos à fronteira internacional.

A noção de integração, que pauta os critérios utilizados na identificação dos arranjos populacionais,
foi medida pelos movimentos pendulares para trabalho e estudo ou a contiguidade urbana, que assim
sintetizam os vários processos envolvidos. Ressalta-se que o IBGE considera que as questões referentes às
funções dos centros urbanos ficam melhor abordadas em estudo de Geografia Urbana, tal como o Regiões
de Influência das Cidades 2007 (REGIÕES..., 2008), no qual a lógica de rede conduz ao entendimento dos
processos envolvidos na articulação entre municípios.

Dois enfoques foram adotados na análise dos resultados: o primeiro refere-se aos arranjos
populacionais propriamente ditos, tendo como finalidade apreender dinâmicas de mobilidade
populacional; o segundo leva em conta o conceito de concentrações urbanas. Este último constitui um
termo geral que supera, como escala de urbanização, as noções de arranjos populacionais e de municípios
isolados: refere-se a unidades urbanas que impelem ao movimento um volume cada vez maior de pessoas,
que veem, nos médios e grandes centros, oportunidades de trabalho e estudo, compatíveis com os novos
padrões econômicos do capitalismo contemporâneo.

A noção de integração foi mensurada utilizando os seguintes fatores: um índice de intensidade


relativa dos movimentos pendulares para trabalho e estudo, para cada município, onde a intensidade deve
ser igual ou superior a 0,25, denominado índice de integração; ou um valor de intensidade absoluta dos
movimentos pendulares para trabalho e estudo, entre dois municípios, igual ou superior a 10.000 pessoas;
ou uma contiguidade das manchas urbanizadas quando a distância entre as bordas das manchas
urbanizadas principais de dois municípios é de até 3 km.

Como resultado da aplicação desses critérios foram identificados pelo Estudo 294 arranjos
populacionais no país, formados por 938 municípios e que representavam 55,9% da população residente no
Brasil em 2010. A partir da identificação desses arranjos populacionais definiram-se as médias e grandes
concentrações urbanas, por meio de cortes em termos do número de população. Três faixas distintas foram
adotadas: acima de 750.000 a 1.000.000 de habitantes; acima de 1.000.000 a 2.500.000 de habitantes; e
maiores que 2.500 000.habitantes. Objetiva-se com essa divisão comparar as áreas urbanas de porte
semelhante para, assim, entender particularidades da urbanização.

54
Caracterizou-se que mais alto escalão da urbanização brasileira é representado por 26 grandes
concentrações urbanas, formadas, em sua maioria, por arranjos populacionais com população acima de
750.000 habitantes. Das grandes concentrações urbanas, 12 são aglomerações de caráter metropolitano,
destacando-se aquelas com população superior a 2.500.000 habitantes: "São Paulo/ SP", "Rio de
Janeiro/RJ", "Belo Horizonte/MG", "Recife/PE", "Porto Alegre/RS", "Salvador/BA", "Brasília/DF",
‘Fortaleza/CE" e "Curitiba/PR".

A leitura do mapa abaixo, conforme aponta o Estudo, permite verificar que os arranjos
populacionais encontrados seguem o padrão da urbanização brasileira, com algumas exceções naqueles de
população muito baixa. Trata-se de uma distribuição que acompanha as metrópoles e as capitais regionais,
segundo o estudo Regiões de Influência das Cidades 2007 realizado pelo IBGE.

55
Ressalta-se que a análise das concentrações urbanas foi feita com base em indicadores que as
distinguem não só em termos da configuração espacial e tamanho, mas também na magnitude de sua
forma e dos seus aspectos econômicos. Tais informações referem-se: a dimensão e forma urbana das
concentrações, considerando o número de municípios e o tamanho populacional; a intensidade dos fluxos
de deslocamento; PIB a preços correntes; e quantitativo de sede de empresas.

O grupo das nove grandes concentrações urbanas, conforme apresentado no mapa e tabela abaixo,
reúne o mais alto escalão da urbanização brasileira, é encabeçado por "São Paulo/SP". No conjunto,
identificou-se três escalas de tamanho populacional: aquela entre 3 milhões e 5 milhões; "Rio de
Janeiro/RJ", com 11.872.164; e "São Paulo/ SP", com 19.613.759 de pessoas, em 2010. Cabe destacar que
todas as grandes concentrações urbanas são arranjos populacionais e capitais estaduais, com as três
maiores localizadas na Região Sudeste; outras três, na Região Nordeste; e duas situadas na Região Sul.

56
Em termos de sua composição, a quantidade de municípios que formam essas grandes
concentrações atinge 36 em "São Paulo/SP", 26 na 2a Integração de "Porto Alegre/RS" e 23 em "Belo

57
Horizonte/MG". Quanto aos desmembramentos, merecem destaque "Rio de Janeiro/RJ", com sete
municípios criados após a Constituição Federal de 1988, e "Brasília/DF", com seis municípios. Em termos
percentuais, correspondem a, respectivamente, 33,3% e 54,5%, que são municípios desmembrados de
outros do próprio arranjo.

O estudo também destaca que a contiguidade dentro dessas grandes concentrações é também um
traço marcante, alcançando o patamar de 31 municípios (do total de 36) em "São Paulo/ SP", com uma
única mancha urbanizada. O "Rio de Janeiro/RJ" soma 18 municípios em uma única mancha urbanizada,
que equivale a 85,7% de seus municípios.

Os municípios que compõe a Grande Concentração Urbana do Rio de Janeiro são conforme recorte
da tabela abaixo. Já o mapa subsequente informa todos os arranjos populacionais identificados pelo estudo
no estado.

58
Confirmou-se que o movimento de pessoas entre municípios formadores das grandes
concentrações urbanas é intenso e quantitativamente mais numeroso do que nas outras faixas de
população já mencionadas. A magnitude destes deslocamentos pode ser vista a partir de três cortes
conforme tabela abaixo.

59
Verificou-se que as duas maiores concentrações urbanas do país apresentam deslocamentos, para
trabalho e estudo em um patamar acima de 1 milhão de pessoas. No "Rio de Janeiro/RJ", destacam-se as
ligações entre Niterói e São Gonçalo, Duque de Caxias e Rio de Janeiro e entre Nova Iguaçu e Rio de
Janeiro.

O Estudo apontou que, considerando todas as grandes concentrações urbanas, nas diversas faixas
populacionais, o maior fluxo de pessoas para trabalho e estudo ocorre em "São Paulo/SP", entre os
Municípios de São Paulo e Guarulhos. O segundo maior fluxo é registrado entre Aparecida de Goiânia e
Goiânia, em Goiás, com 122.911 pessoas, e que corresponde a 64,4% do total de pessoas se deslocando na
concentração urbana. Cabe ressaltar que, em "São Paulo/SP", a maior ligação corresponde a 8,4% do total,
enquanto no "Rio de Janeiro/ RJ" é igual a 11,2% do total (entre Niterói e São Gonçalo).

60
Procedendo a análise da natureza dos deslocamentos, o documento permite concluir que os fluxos
mais importantes nessas concentrações são para trabalho. Contudo, algumas ligações possuem valores
superiores a 30% para estudo. Caso marcante nesse aspecto é o "Rio de Janeiro/RJ", uma vez que possui
cinco dos sete maiores percentuais do país. Conforme aponta o documento, este resultado pode estar
refletindo uma desigual distribuição dos serviços educacionais entre os municípios da concentração
urbana.

O mapa a seguir espacializa a intensidade dos deslocamentos para trabalho e estudo na


Concentração Urbana do Rio de Janeiro.

61
Cabe destacar que o índice de integração (em amarelo na legenda do mapa), mede a intensidade
relativa entre as ligações de um par de municípios, denota a dependência de alguns municípios para
trabalho e estudo.

Finalmente, a análise dos aspetos econômicos conduzida pelo Estudo observa-se que os valores do
PIB reforçam a importância de "São Paulo/SP" como principal ambiente econômico dentre às maiores
concentrações urbanas do país. Em 2010 seu PIB era de R$ 700,960 bilhões, o que equivale à soma
aproximada dos PIBs do "Rio de Janeiro/RJ", "Brasília/DF", "Belo Horizonte/MG", 2a Integração de "Porto
Alegre/RS" e "Fortaleza/CE". O PIB per capita é mais alto em "Brasília/DF", "São Paulo/SP" e "Curitiba/PR",
com valores de R$ 45.929, R$ 35.738 e R$ 30.237, respectivamente.

62
A composição do PIB revela o predomínio dos serviços na economia das grandes metrópoles.
"Salvador/BA" (32,7%) e "Belo Horizonte/MG" (28,3%) são as concentrações urbanas com os maiores
percentuais de valor adicionado na indústria. Cabe mencionar que "São Paulo/SP" concentra o maior
percentual em serviços, demonstrando como outras concentrações urbanas próximas possuem papel
complementar com altos percentuais de participação da indústria. É o caso da 1a Integração de "São José
́
dos Campos/SP" e dos Arranjos Populacionais de "Campinas/SP", "Sorocaba/SP" e "Jundiaí/SP".

"São Paulo/SP" e "Rio de Janeiro/RJ" possuem os maiores valores, tanto no PIB como no número de
empresas. Segundo o anuário Valor 1000, publicado em 2012, das 1.000 maiores empresas, no Brasil,
66,2% têm sede na Região Sudeste, 45,0%, aproximadamente, no Estado de São Paulo – quase metade das
grandes empresas do país. São Paulo é o principal centro financeiro do país, com a presença da Bolsa de
Valores, Mercadorias e Futuros - BM&FBovespa, uma das cinco maiores Bolsas do mundo em valor de
mercado. A Metrópole de São Paulo sedia 259 dessas grandes empresas, 67 das quais encontram-se na
sua periferia. Na Metrópole do Rio de Janeiro, por sua vez, podem ser encontradas 87 sedes das maiores
empresas do país, porém, na periferia, localizam-se apenas oito e, no restante do estado, somente duas.

2.1.2.3. TENDÊNCIAS DE DESTAQUE


Em seu capítulo final, o estudo ressaltou alguns casos especiais que foram identificados e realçados
por representarem tendências ou aspectos relevantes da urbanização brasileira. Cabe destacar que das oito
situações destacadas, cinco envolvem o estado do Rio de Janeiro.

63
Primeiramente ressaltou-se a dinâmica do eixo "Rio de Janeiro/RJ" – "São Paulo/SP" que, apesar da
distância entre os dois núcleos (aproximadamente 430 km), apresenta movimento de 13.431 pessoas.
Destas, 57,7% se deslocam somente por motivos de trabalho e 40,5%, só devido ao estudo.

Foi destacado também o Arranjo de "Macaé – Rio das Ostras/ RJ", o qual também possui forte
ligação com o do "Rio de Janeiro/RJ", alcançando 12.779 pessoas, das quais 81,9% deslocam-se somente a
trabalho.

Verificou-se que no leste fluminense, as ligações entre o Arranjo de "Macaé – Rio das Ostras/RJ"
com "Cabo Frio/RJ" e com "Campos dos Goytacazes/RJ" são bastante significativas, superando 9.000
pessoas em cada ligação. Mais especificamente, entre "Macaé – Rio das Ostras/RJ" e "Campos dos
Goytacazes/RJ", a ligação é, majoritariamente, para trabalho (86,1%). Já com "Cabo Frio/RJ", no entanto, há
uma significativa participação do estudo (26,5%). Caso o dinamismo econômico nesta região venha a
aumentar o movimento de pessoas entre estes três arranjos, decorrerá à criação de uma nova unidade
urbana que somará mais de 1,2 milhão de habitantes.

Ressaltou-se também que "Resende/RJ" e "Volta Redonda – Barra Mansa/RJ", com 9.623 pessoas
se deslocando, principalmente para trabalho (78,9%), podem vir a formar um único arranjo no futuro.

Finalmente, o Estudo aponta que a leitura ampliada do mapa abaixo, em relação à 2a Integração do
Arranjo Populacional de "São Paulo/SP", seguindo em direção ao Vale do Paraíba (Paulista e Fluminense),
passando pelo "Rio de Janeiro/RJ" e alcançando "Campos dos Goytacazes/RJ", pela Região dos Lagos, revela
e sintetiza a necessidade de acompanhar o comportamento da articulação entre estes arranjos e as formas
urbanas que poderão vir a se estruturar.

64
65
2.2. EXPANSÃO ECONÔMICA
O grande desafio para construir uma visão de futuro para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro
no que concerne à sua expansão econômica está na falta de uma uniformidade metropolitana. Conforme
apresentado no relatório 3, os municípios possuem perfis econômicos distintos, alguns com grande
dependência do setor agropecuário, outros com forte dependência do setor público como gerador de
empregos e a maioria absoluta com baixa qualificação de mão de obra. Há ainda municípios cuja dinâmica
de interação intermunicipal é externa á Região Metropolitana, estando mais ligada ao Sul Fluminense
(Paracambi) e Baixada litorânea (Tanguá).

Especificamente no que tange à dinâmica econômica o desequilíbrio fica mais evidente, com 70%
do Produto Interno Bruto (PIB) metropolitano concentrado na cidade do Rio de Janeiro, ante uma
participação de 53% da população. O município com maior participação no PIB após a capital é Duque de
Caxias, com apenas 6,2% do PIB.

Tabela 1. PIB metropolitano

População PIB
Município População 2015 PIB 2013
(%) RMRJ (%) RMRJ

Rio de Janeiro 6.476.631 52,7% 282.538.827 69,8%


Duque de Caxias 882.729 7,2% 25.107.930 6,2%
Niterói 496.696 4,0% 19.908.508 4,9%
São Gonçalo 1.038.081 8,5% 14.064.389 3,5%
Nova Iguaçu 807.492 6,6% 13.261.453 3,3%
Maricá 146.549 1,2% 7.191.559 1,8%
Itaguaí 119.143 1,0% 7.003.802 1,7%
São João de Meriti 460.625 3,8% 6.526.306 1,6%
Belford Roxo 481.127 3,9% 6.326.949 1,6%
Itaboraí 229.007 1,9% 5.019.358 1,2%
Queimados 143.632 1,2% 3.680.058 0,9%
Magé 234.809 1,9% 3.045.894 0,8%
Nilópolis 158.309 1,3% 2.526.332 0,6%
Mesquita 170.751 1,4% 1.887.434 0,5%
Seropédica 82.892 0,7% 1.837.124 0,5%
Rio Bonito 57.615 0,5% 1.356.459 0,3%
Cachoeiras de Macacu 56.290 0,5% 1.005.106 0,2%
Japeri 99.863 0,8% 999.876 0,2%
Guapimirim 56.515 0,5% 721.475 0,2%
Paracambi 49.521 0,4% 600.091 0,1%
Tanguá 32.426 0,3% 456.243 0,1%
RMRJ 12.280.703 100% 405.065.173 100%
Fonte: IBGE

66
Reconhecida a dificuldade de se estabelecer uma visão uníssona para a expansão econômica
metropolitana, a saída encontrada foi estruturar uma visão individual, identificando quais setores
produtivos podem ser desenvolvidos nos municípios a partir da melhoria de sua infraestrutura produtiva,
que engloba a logística, saneamento ambiental, qualificação da mão de obra, ordenamento territorial. Para
cada uma destas infraestruturas estabelece-se o nível máximo de qualidade para se identificar quais
setores e cadeias ganham potencial nos municípios. Isso permite aos municípios identificar em quais
infraestruturas dispender maior esforço e investimento, de acordo com uma política local de
desenvolvimento. É possível ainda esposar as infraestruturas para identificar quais atividades ganham
potencial quando da melhoria de duas ou mais infraestruturas produtivas, visando criar um sistema ótimo
ao longo de 30 anos.

2.2.1. VISÃO DE FUTURO


Segundo centro econômico do Brasil e da América do Sul, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro
possui a estrutura necessária (embora ainda não suficiente) para se estabelecer como uma referência
global, bem como as condições necessárias para atingir a liderança em vários segmentos econômicos na
América do Sul.

No campo do comércio internacional, além de sediar grandes empresas brasileiras com atuação em
diversos países do mundo, como a Vale (mineração), e grandes empresas multinacionais com atuação no
Brasil (em especial de telecomunicações), a Região Metropolitana possui grande oferta de infraestruturas
que a tornam um dos principais hubs logísticos do Atlântico Sul. Aproveitando sua estratégica localização
(que garante redução do tempo de deslocamento total de mercadorias marítimas de até três dias em
relação a outros portos concorrentes 1 ) e a qualidade de sua rede de infraestruturas, a Região
Metropolitana do Rio de Janeiro é uma plataforma logística de classe internacional por natureza,
responsável pela movimentação de cargas de 26 estados e com conexão para com mais de 100 países de
todos os continentes2.

A plataforma logística metropolitana do Rio de Janeiro, segundo estimativas das entidades


governamentais (Secretaria Especial de Portos, Ministério dos Transportes, Companhia Docas do Rio de
Janeiro, Empresa Brasileira de Infraestrutura aeroportuária – Infraero), de operadores portuários e
aeroportuários e entidades representativas do setor, poderá chegar a 2040 movimentando 500 milhões de
toneladas de cargas, frente às 130 milhões registradas em 2014. Em termos de passageiros do transporte
aéreo a estimativa é saltar de 26,6 milhões para 100 milhões.

1
Portos do Rio, Portas do Brasil, Nota Técnica, Sistema FIRJAN, 2016.
2
Estatísticas de Comércio Exterior, Secretaria de Comércio Exterior, governo federal, 2014.

67
Outro setor que terá grande impulsão e importância será o turismo. Considerando os dados do
Anuário Estatístico 2016 - Ano Base 2015, do Ministério do Turismo, o Rio de Janeiro foi a porta de entrada
de 1,376 milhão de turistas estrangeiros. Em 2016, devido aos Jogos Olímpicos, este número deverá atingir
2 milhões. A expectativa é de que, com a exploração econômica das novas modalidades de turismo em
outros municípios metropolitanos, a Região Metropolitana atinja, em 2040, um número próximo de 4
milhões de turistas estrangeiros, se consolidando como um dos principais destinos do turismo internacional.

A tendência é de forte crescimento transporte marítimo de passageiros. A expectativa é de que


(alanvancado pelos eventos internacionais, que se iniciaram com a Jornada Mundial da Juventude e
seguiram com Copa do Mundo de 2014, Jogos Olímpicos de 2016 e outros eventos) o número de turistas
nas temporadas de transatlânticos salte dos 565 mil registrados na temporada 2015-2016 para dois milhões
em 2040, atraídos por novas atrações, como a revitalizada Zona Portuária, área de cultura e lazer, incluindo
o Museu do Amanhã e o centro histórico, na cidade do Rio de Janeiro. Além disso, ganham destaque
atrações menos conhecidas da Região Metropolitana, mas de grande interesse e pouco exploradas, como o
ecoturismo e o turismo de aventura na Baixada e no Leste Fluminense, o turismo rural no extremo leste,
além do turismo cultural e de negócios na capital.

Outro setor que ganhará grande destaque na Região Metropolitana do Rio de Janeiro nas próximas
décadas é o Complexo da Economia da Saúde, que integra o denominado Corredor Tecnológico
Metropolitano, formado por empresas privadas de setores intensivos em tecnologia e pesquisa, por
universidades e centros acadêmicos de pesquisa, por instituições públicas de pesquisa e desenvolvimento e
por centros de pesquisa, desenvolvimento e inovação ligados às forças armadas. Dentro das diversas
atividades destacadas no corredor tecnológico, a Economia da Saúde possui lugar diferenciado, por sua
larga cadeia logística a montante e a jusante e pelo impacto que gera na economia como um todo. Outras
duas atividades que ganharão destaca nas próximas décadas serão a cadeia da indústria de defesa e
segurança, altamente tecnológica e de um impacto ainda não explorado na economia fluminense, apesar
do grande potencial, e a diversificação mais intensa da cadeia do petróleo (ligada a medicamentos,
cosméticos, produtos de limpeza – todos relacionados ao complexo da saúde – plásticos, alimentos e
tecidos sintéticos).

Um quarto setor de destaque na visão da Região Metropolitana em 2040 é a economia criativa. O setor,
que em 2012 empregava 90 mil trabalhadores nos municípios metropolitanos, possui rebatimentos em
dezenas de segmentos econômicos que podem ser dinamizados através de suas atividades. A Região
Metropolitana do Rio de Janeiro possui potencial para, além da capital, se consolidar como um polo da
Economia Criativa em diversos segmentos, aproveitando sua forte interação nacional e internacional, o que
gera oportunidades para a criação de emprego e renda, mesmo em atividades de baixa qualificação, mas
essenciais para a Economia criativa.

68
2.2.2. VISÃO DE FUTURO SETORES POTENCIAIS A PARTIR DA MELHORIA DA
INFRAESTRUTURA PRODUTIVA
O primeiro passo para identificar os setores com maior potencial de desenvolvimento na Região
Metropolitana do Rio de Janeiro é observar as condições “naturais” dos municípios em termos de
infraestrutura produtiva. Estas condições se referem à oferta dos municípios:

a. Logística (qualidade rodoviária e ferroviária, proximidade com portos e aeroportos e facilidade de


acesso);
b. Energia (quantidade e qualidade da energia elétrica disponibilizada, sistema de distribuição de gás
natural);
c. Telecomunicações (cobertura e qualidade de internet fixa a móvel);
d. Cobertura do sistema de saneamento ambiental (água, esgoto, coleta e destinação segura de
resíduos);
e. Existência de áreas adequadas para investimentos empresariais (zonas, distritos ou condomínios
industriais, delimitação e preservação de novas áreas dentro do zoneamento e integração com as
demais infraestruturas produtivas);
f. Qualificação da mão de obra (nível da mão de obra, facilidade para qualificação considerando os
setores produtivos instalados e potenciais); e
g. Restrições ambientais (considerando os impactos do Zoneamento Ecológico Econômico).

Considerados estes fatores, passa-se a três tipos de análise:

a. Em um primeiro momento a análise individual, que considera o impacto da melhoria em cada um


dos municípios de cada uma das infraestruturas produtivas. Esse trabalho torna possível identificar
quais setores ganham atratividade em cada município a partir de um programa específico de
qualificação de uma determinada infraestrutura;
b. Em um segundo momento é considerado, com um propósito de longo prazo, a melhoria de todas
as infraestruturas produtivas, o que leva à seleção daqueles setores que, em uma situação ótima de
oferta de infraestruturas, ganham alto potencial para se desenvolverem no município;
c. Em um terceiro momento é feito o processo de integração, considerando a situação de otimização
plena da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, destacando quais setores ganham maior
potencial.

Estes processos permitem, por exemplo, verificar quais setores ganham maior potencial se em um
programa de investimentos o governo municipal ou a Agência Metropolitana optar pela melhoria de duas
ou mais infraestruturas produtivas. Outro ponto importante é que este processo permite a leitura inversa,
ou seja: sabendo quais setores ganham maior potencial, posso escolher investir na melhoria das

69
infraestruturas produtivas com um objetivo específico de tornar um município ou a Região Metropolitana
como um todo mais atraente para um ou um grupo de setores específicos.

Os setores apresentados como de maior potencialidade através do processo de melhoria das


infraestruturas foram selecionados de acordo com o conjunto de atividades econômicas existentes no país
e com as informações referentes ás principais necessidades para a implantação e maior competitividade.

No caso dos setores que exigem portos e aeroportos, devido á sua integração com o comércio
internacional, não há necessidade de que os terminais estejam nos municípios onde a atividade se instala.
A área de influência de um aeroporto é de 150 km, chegando a 500 km no caso de aeroportos
internacionais, sendo que um fator decisivo é o número de rotas e a frequência dos voos. No caso de uma
instalação portuária, não existe restrição geográfica á sua área de influência, sendo que esta se dá pela
tipologia d e carga movimentada, pela facilidade logística de acesso (menor custo no transporte interno das
cargas) e pelas rotas oferecidas no comércio internacional.

Nos dois casos, mais importante do que a distância física, medida em quilômetros, é a distância
econômica, medida em tempo e custo do deslocamento das cargas até os terminais e no menor tempo
demandado para a liberação da carga para seguir sua viagem. Considerando estes fatores, nestes quesitos,
especialmente, mais importante que uma política localizada será uma política metropolitana, esposada
com um planejamento estadual integrado a uma visão nacional de competitividade logística.

É importante ressaltar que a análise de potencialidade trata de setores de perfil manufatureiro, ou


seja, no campo industrial. Isso ocorre porque atividades de comércio, serviços e relacionadas independem
das condições das infraestruturas produtivas que, sendo atendidas para o setor manufatureiro, atende às
demais atividades.

Ressalta-se questões de cunho tributário, de zoneamento urbano, de risco ambiental e atividades


de perfil soft, como turismo, serão analisadas em seu próprio contexto dentro do Plano Diretor.

2.2.3. ANÁLISE MUNICIPAL


 Rio de Janeiro

A cidade do Rio de Janeiro é a segunda mais importante da América do Sul. Seu território possui
ocupação desequilibrada, havendo muitos espaços vazios nas zonas Norte e Oeste. Embora tenha havido,
nas últimas décadas, a instalação de indústrias de base, com grande risco poluidor (siderúrgicas, por
exemplo), o perfil do município está mais voltado para atividades de maior valor agregado, em especial
ligadas às áreas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, turismo, Complexo da Saúde, tecnologias,
indústria criativa, serviços financeiros e empresariais e logística internacional, devido ao Porto do Rio de
Janeiro e ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim – Galeão.

70
No caso do Rio de Janeiro, a existência de vazios urbanos, a capacidade de receber todos os tipos
de empreendimentos, a existência de avançado sistema de infraestruturas e o interesse na atração de
indústrias não devem se sobrepor a um modelo de desenvolvimento mais limpo, focado em atividades não
poluidoras e que explorem as condições naturais da cidade.

O Rio de Janeiro guarda todas as características necessárias para, nos próximos 30 anos, avançar da
condição de cidade emergente para cidade global, porém necessita de um planejamento voltado para
atingir este objetivo, em especial no cumprimento de requisitos essenciais para se destacar
internacionalmente nas áreas em que uma cidade global necessita ter relevância.

Em atividade econômica o Rio de Janeiro não é o centro financeiro do Brasil e, diante da


estruturação econômica do país, não tende a assumir a posição ocupada atualmente por São Paulo. Porém,
algumas medidas, como a reabertura da bolsa de valores pode aumentar a relevância da cidade no setor
financeiro. O mercado de capitais é o segundo mais importante do país, assim como sua posição como base
de comércio internacional pelas conexões aéreas e marítimas.

No que se refere a capital humano, a cidade é a segunda no país em número de universidades e a


terceira em percentual da população com nível superior (10,9%), atrás do Distrito Federal (17,49%) e São
Paulo (11,67%), de acordo com o Ministério da Educação. Porém a cidade aparece em primeiro quando
analisada a concentração de doutores por habitante (50 por 100.000), sendo 1/3 desses envolvidos com
ciências da vida, o que aponta um grande potencial para o desenvolvimento do Complexo da Saúde.

Porém, nenhuma universidade do Rio de Janeiro se destaca entre as 100 melhores do mundo. Sua
posição no ranking fica entre 301ª e 400ª colocação, segundo o “The Academic Ranking of World
Universities” do Center for World-Class Universities of Shanghai Jiao Tong University. A universidade
brasileira melhor colocada no ranking é a Universidade de São Paulo, posicionada entre a 101ª e a 150ª
posição.

No quesito intercâmbio de informações o Rio de Janeiro, novamente, fica em segundo lugar no


Brasil, atrás de São Paulo, que concentra maior número de acessos a banda larga (naturalmente devido à
maior população), presença on line e escritórios de agências de notícia.

No que se refere a experiência cultural, o fato de haver sido capital do império e da república faz
com que o Rio de Janeiro seja a líder neste quesito no Brasil, em especial no que tange ao turismo
internacional, eventos esportivos, performance visuais e artísticas e museus.

No que se refere a importância e influência política, novamente o Rio de Janeiro aparece em


segundo, atrás de São Paulo, em especial devido ao maior peso de São Paulo no critério atividade
econômica.

71
No caso do Rio de Janeiro não será aplicada a análise de aumento potencial de atratividade
manufatureira, uma vez que a cidade já possui as infraestruturas produtivas desenvolvidas e, em especial,
pelo interesse de mudar o perfil dos empreendimentos, de forma a tornar o Rio de Janeiro menos uma
cidade industrial e mais voltada a atividades de maior valor agregado e menor risco poluidor, assim como
estrutura-la para se tornar uma cidade global no período de três décadas.

Segundo polo econômico nacional, o município do Rio de Janeiro tem nos subsetores ligados ao
turismo e habitação suas principais fontes de empregos formais. Serviços de alojamento, alimentação,
reparação, manutenção e redação representam 26,8% dos estabelecimentos formais (73.424) e 24,2% dos
empregos formais (498.610) no município, sendo que representam 71,45% dos estabelecimentos
metropolitanos e 81,56% dos empregos formais metropolitanos n o setor. O comércio de administração de
imóveis, valores mobiliários e serviços técnicos concentram 25,6% dos estabelecimentos e 16,6% dos
empregos municipais, sendo 79,29% dos estabelecimentos e 80,58% dos empregos metropolitanos no
setor. O comércio varejista vem em terceiro, com 20,6% dos estabelecimentos e 15,4% dos empregos
municipais, sendo 58,39% dos estabelecimentos e 62,71% dos empregos metropolitanos no setor.

Além das forças econômicas conhecidas, o município do Rio de Janeiro concentra 49,54% dos
estabelecimentos metropolitanos na agricultura, pecuária, criação de animais e extrativismo vegetal, com
1.023 unidades. Em termos de empregos o município concentra, nos subsetores, 51,40% do total
metropolitano, com 3.002. Apesar do peso metropolitano, internamente os estabelecimentos representam
apenas 0,4% do total municipal e os empregos apenas 0,1%.

Segundo os dados de Produção Agrícola Municipal, a produção das lavouras permanentes e


temporárias do município atingiu 2.306 hectares (23,06 km²), 1,9% do território municipal.

Produção Agrícola Municipal - Lavouras permanentes e temporárias 2014


Área Área destinada Quantidade Rendimento Valor da
Produto colhida à colheita produzida médio produção
(hectare) (hectare) (toneladas) (kg por hectare) (R$ mil)
Mandioca 1.300 1.300 20.900 16.077 22.990
Coco-da-baía¹ 370 370 8.310 22.459 9.972
Banana (cacho) 493 493 3.785 7.677 4.353
Maracujá 27 27 325 12.037 715
Caqui 40 40 604 15.100 604
Manga 24 24 427 17.792 433
Abacate 15 15 226 15.067 271
Batata - doce 9 9 189 21.000 189
Cana-de-açúcar 28 28 560 20.000 24
Total 2.306 2.306 35.326 18.401 39.551
1. Frutos por hectare
Fonte: IBGE

Na produção pecuária do município tem grande destaque a criação de bovinos, com 10.148
cabeças, e de galináceos e codornas, com 59.530 cabeças. O município também produz 6 toneladas de mel
de abelha e 305 mil dúzias de ovos.

72
Perfil da pecuária municipal - 2014
Participação (%)
Valor
Especificação
Quantidade Estadual Mesorregional Microrregional (R$ mil)¹

Grande porte² 10 148 0,41 3,32 8,66 ...


Bovinos 4 202 0,18 1,52 3,99 ...
Bubalinos 1 044 15,69 48,36 66,75 ...
Equinos 4 902 4,21 18,59 47,82
Médio porte² 1 413 0,83 2,92 6,35 ...
Suínos 2 074 2,00 7,93 17,74 ...
Caprinos 1 992 8,51 23,33 36,11 ...
Ovinos 3 451 8,07 25,15 68,26 ...
Pequeno porte² 59 530 0,34 0,78 18,43 ...
Galináceos 28 530 0,16 0,39 21,55 ...
Codornas 31 000 9,61 11,10 16,26 ...
Produtos 1 679 0,31 4,14 16,10 2 351
Leite produzido (1 000 litros) 1 679 0,31 4,14 16,10 2351
Ovos (1 000 dúzias) 305 2,24 2,70 5,32 452
Ovos de galinha (1 000 dúzias) 21 0,20 0,49 3,83 55
Ovos de codorna (1 000 dúzias) 284 4,27 4,92 6,81 397
Mel de abelha (toneladas) 6,00 1,92 7,13 17,72 210
Mel de abelha (toneladas) 6 1,92 7,13 17,72 210
(1) A variável valor do efetivo não é pesquisada.
(2) Cabeças
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2014.

 Belford Roxo

Embora o comércio varejista responda por 35,0% dos estabelecimentos e por 34,4% dos empregos
formais do município, a indústria possui grande importância na economia de Belford Roxo, em especial
considerando sua inserção no APL petroquímico, gasquímico e plástico, cujo centro fica em Duque de
Caxias, com o Polo Gasquímico. Em Belford Roxo é grande importância da indústria química de produtos
farmacêuticos, veterinários, perfumaria (integrantes do Complexo da Saúde), bem como a fabricação de
aditivos de uso industrial.

O município está próximo dos portos do Rio de Janeiro e de Itaguaí e do Aeroporto Internacional do
Rio de Janeiro, o que configura uma vantagem logística. Há áreas para a expansão urbana e econômica, em
especial na divisa com Duque de Caxias, próximo ao Arco Rodoviário Metropolitano e ao Arco Ferroviário
Metropolitano, além da BR 116 (Rodovia Presidente Dutra).

Considerando a melhoria de cada uma das infraestruturas produtivas selecionadas, a otimização da


oferta traz, como resultado, a criação de condições adequadas para atrair os seguintes setores:

BELFORD ROXO
FATOR
ATIVIDADE
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
AEROPORTO

Fabricação de fibras artificiais e sintéticas;


Fabricação de produtos farmacêuticos;
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios;
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

73
BELFORD ROXO
FATOR
ATIVIDADE
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas;
PORTO

Fabricação de produtos farmacêuticos;


Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle; cronômetros e relógios;
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

BELFORD ROXO
FATOR
ATIVIDADE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA -
DISPONIBILIDADE

Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado;


Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais;
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis;
Fabricação de papel, cartolina e papel-cartão;
Atividade de impressão;
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação

BELFORD ROXO
FATOR
ATIVIDADE
CAPITAL INTELECTUAL

Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado;


Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais;
Fabricação de papel, cartolina e papel-cartão;
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas;
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação;
Fabricação de móveis

Os setores destacados são aqueles que, mesmo já sendo explorados no município, possuem
potencial de registrar um forte crescimento com a melhoria das infraestruturas produtivas. A melhoria de
todas as infraestruturas produtivas em Belford Roxo pode resultar na potencialização dos setores abaixo
relacionados. Caso seja interesse potencializar um setor específico, é possível verificar quais as
infraestruturas que devem ser melhoradas para garantir o aumento da atratividade local sobre o setor.
Quanto mais vezes o setor aparecer na melhoria individual das infraestruturas, mais potencial é o mesmo,
segundo a qualidade total das infraestruturas locais.

74
BELFORD ROXO
ATIVIDADE
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Atividade de impressão
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle cronômetros e relógios
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas
Fabricação de móveis
Fabricação de papel, cartolina e papel-cartão
Fabricação de produtos farmacêuticos
Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado

O município possui o setor de comércio bastante estruturado. Considerando comércio varejista e


atacadista, o setor possui 2.221 estabelecimentos (38,02% dos estabelecimentos do município) e gera
9.477 empregos formais (38,50% dos empregos com carteira assinada). Além do comércio e dos setores já
citados anteriormente, outros subsetores econômicos se destacam como grandes geradores de empregos:
serviços de transporte e comunicação – 14,9% dos empregos formais, serviços de alojamento, alimentação,
reparação, manutenção e redação – 9,67% dos empregos, ensino – 9,49% dos empregos, construção civil –
7,57% dos empregos, comércio e administração de imóveis, valores mobiliários e serviço técnico – 6,97%
dos empregos.

O município não possui base agropecuária. A produção pecuária possui baixa relevância e não
existem atividades e piscicultura.

Perfil da pecuária municipal - 2014


Participação (%)
Valor
Especificação
Quantidade Estadual Mesorregional Microrregional (R$ mil)¹

Grande porte² 1 285 0,05 0,42 1,10 ...


Bovinos 1 245 0,05 0,45 1,18 ...
Equinos 40 0,03 0,15 0,39
Médio porte² 12 0,01 0,02 0,05 ...
Suínos 12 0,01 0,05 0,10 ...
Pequeno porte 900 0,01 0,01 0,68 ...
Galináceo 900 0,01 0,01 0,68 ...
Produtos 33 0,01 0,08 0,32 33
Leite produzido (1 000 litros) 33 0,01 0,08 0,32 33
Ovos (1 000 dúzias) 3 0,03 0,07 0,55 6
Ovos de galinha (1 000 dúzias) 3 0,03 0,07 0,55 6
(1) A variável valor do efetivo não é pesquisada.
(2) Cabeças
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2014.

75
 Cachoeiras de Macacu

Município com baixa dinâmica industrial, tem na administração pública o principal empregador
(1.916 empregados, 26,25% do total de vagas formais do município). O comércio varejista é o segundo
empregador, com 22,49% das vagas e 32,84% dos estabelecimentos.

Cachoeiras de Macacu não possui relação de grande interdependência com os demais municípios
metropolitanos, tendo forte relação com Nova Friburgo, na região Serrana Fluminense. A logística do
município é deficitária, com a RJ 116 cruzando o centro urbano. Não possui acesso rápido às principais
rodovias ou a ferrovias da Região Metropolitana. Possui forte tradição agropecuária e quantidade
significativa de áreas agricultáveis.

No que tange a novos potenciais, considerando a melhoria de cada uma das infraestruturas
produtivas selecionadas, a otimização da oferta traz, como resultado, a criação de condições adequadas
para atrair os seguintes setores:

CACHOEIRAS DE MACACU
FATOR
ATIVIDADE
Fabricação de bebidas alcoólicas
RODOVIA

Desdobramento de madeira
Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos

CACHOEIRAS DE MACACU
FATOR
ATIVIDADE
FERROVIA

Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado


Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais
Fabricação de bebidas alcoólicas
Fabricação de cimento

CACHOEIRAS DE MACACU
FATOR
ATIVIDADE
DISPONIBILIDADE
ELÉTRICA
ENERGIA

Fabricação de bebidas alcoólicas

CACHOEIRAS DE MACACU
FATOR
ATIVIDADE
DISPONIBILIDADE
GÁS NATURAL

Fabricação de bebidas alcoólicas

76
CACHOEIRAS DE MACACU
FATOR
ATIVIDADE

DISPOSIÇÃO DE

INDUSTRIAIS
RESÍDUOS Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis

Verifica-se que o município, que já possui baixa dinâmica industrial, possui baixa atratividade,
mesmo sendo adotadas medidas para melhorar as infraestruturas produtivas. Em alguns casos, mesmo
realizando investimentos na melhoria, os impactos são insignificantes, considerando o perfil municipal e a
disputa por investimentos com outros municípios metropolitanos. Os setores que se destacam como novos
potenciais ou que podem ter sua dinâmica expandida em Cachoeiras de Macacu são:

CACHOEIRAS DE MACACU
ATIVIDADE
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Desdobramento de madeira
Fabricação de bebidas alcoólicas
Fabricação de cimento
Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis
Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte
Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos

Com baixa dinâmica industrial e mesmo comercial, Cachoeiras de Macacu é dependente, para
geração de empregos formais, do setor público. Além disso, o setor agropecuário responde por 9,40% dos
empregos com carteira assinada e por 17,88% dos estabelecimentos, o que denota a importância do setor
para a economia municipal.

Segundo os dados de Produção Agrícola Municipal, a produção das lavouras permanentes e


temporárias do município atingiu 1.622 hectares (16,22 km²), 1,7% do território municipal.

Produção Agrícola Municipal - Lavouras permanentes e temporárias 2014


Área Área destinada Quantidade Rendimento Valor da
Produto colhida à colheita produzida médio produção
(hectare) (hectare) (toneladas) (kg por hectare) (R$ mil)
Mandioca 820 820 12.000 14.634 10.750
Banana (cacho) 270 270 2.750 10.185 2.735
Goiaba 250 250 7.500 30.000 9.191
Coco-da-baía¹ 70 70 480 6.857 328
Batata - doce 45 45 800 17.778 672
Laranja 30 30 450 15.000 378
Limão 60 60 1.200 20.000 951
Palmito 24 24 36 1.500 149
Maracujá 20 20 300 15.000 611
Feijão (em grão) 33 33 60 1.818 166
Total 1.622 1.622 25.576 13.277 25.931
1. Frutos por hectare
Fonte: IBGE

77
Já a produção pecuária do município, apesar da importância para a economia local, possui baixa
relevância no cenário estadual e mesmo no regional. O destaque do setor no município são os animais de
grande porte, notadamente bovinos.

Perfil da pecuária municipal - 2014


Participação (%)
Valor
Especificação
Quantidade Estadual Mesorregional Microrregional (R$ mil)¹

Grande porte² 20 210 0,81 6,62 36,04 ...


Bovinos 17 400 0,73 6,29 33,05 ...
Bubalinos 110 1,65 5,09 57,29 ...
Equinos 2 700 2,32 10,24 83,18
Médio porte² 3 400 2,00 7,03 63,67 ...
Suínos 450 0,43 1,72 50,00 ...
Caprinos 190 0,81 2,23 12,42 ...
Ovinos 2 760 6,45 20,11 94,85
Pequeno porte 5 000 0,03 0,07 24,61 ...
Galináceo 5 000 0,03 0,07 24,61 ...
Produtos 5 645 1,05 13,92 73,66 5 645
Leite produzido (1 000 litros) 5 645 1,05 13,92 73,66 5 645
Ovos (1 000 dúzias) 7 0,07 0,16 13,73 19
Ovos de galinha (1 000 dúzias) 7 0,07 0,16 13,73 19
Piscicultura 61,00 6,11 50,43 99,25 549
Tilápia (toneladas) 61,0 6,11 50,43 99,25 549
(1) A variável valor do efetivo não é pesquisada.
(2) Cabeças
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2014.

Considerando a tradição agropecuária no município, o setor pode ser dinamizado e se tornar um


importante instrumento de desenvolvimento econômico, assim como um dos pilares da segurança
alimentar metropolitana.

 Duque de Caxias

Município de forte perfil industrial, em especial petroquímico e gasquímico. O município possui


importante base logística, com destaque para a BR 040 e o Arco Metropolitano, que cortam áreas
industriais consolidadas e potenciais.

O município responde por 29% da indústria calçadista na Região Metropolitana, se destacando


ainda no setor químico de produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria (todos do Complexo da Saúde),
com 17% da indústria metropolitana. A facilidade de acesso aos portos do Rio de Janeiro e de Itaguaí e ao
Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, além de grandes vazios urbanos nas margens do Arco
Metropolitano e da BR 040 conferem ao município um grande potencial de atração de novos
empreendimentos.

Considerando a melhoria de cada uma das infraestruturas produtivas selecionadas, a otimização da


oferta traz, como resultado, a criação de condições adequadas para atrair os seguintes setores:

78
79
80
Os setores destacados são aqueles que, mesmo já sendo explorados no município, possui potencial
de registrar um forte crescimento com a melhoria das infraestruturas produtivas. A melhoria de todas as
infraestruturas produtivas em Duque de Caxias pode resultar na potencialização dos setores abaixo
relacionados. Caso seja interesse potencializar um setor específico, é possível verificar quais as
infraestruturas que devem ser melhoradas para garantir o aumento da atratividade local sobre o setor.
Quanto mais vezes o setor aparecer na melhoria individual das infraestruturas, mais potencial é o mesmo,
segundo a qualidade total das infraestruturas locais.

81
Ressalta-se que o município possui um comércio varejista estruturado, que engloba mais de 6,7 mil
estabelecimentos e emprega mais de 31 mil pessoas. Além disso, outros cinco subsetores econômicos
possuem grande importância e estão consolidados no município, gerando mais de 10 mil empregos
(transportes e comunicações – 19.151 empregos e 1.059 estabelecimentos; comércio e administração de
imóveis, valores mobiliários e serviço técnico – 17.898 empregos e 2.050 estabelecimentos; indústria de
produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico – 15.876 empregos e 268 estabelecimentos; serviços de
alojamento, alimentação, reparação, manutenção e redação – 13.756 empregos e 4.100 estabelecimentos;
e comércio atacadista – 11.966 empregos e 848 estabelecimentos). Estes setores possuem grande
importância na economia local.

A base econômica atual do município é o refino do petróleo, operado na Refinaria de Duque de


Caxias (REDUC). A REDUC produz 52 produtos diferentes decorrentes do processamento de petróleo e gás
natural, classificados como combustíveis, lubrificantes, parafinas, petroquímicos, e outros. Embora a
REDUC seja a maior geradora individual de empregos no município e ofereça aqueles com maior
remuneração, tem 70% de sua mão-de-obra importada de outros municípios, o que compromete a inserção
na economia local da riqueza produzida pela empresa. Fica, portanto, a população local restrita a empregos
indiretos gerados por empresas terceirizadas, cujas atividades são menos sofisticadas com níveis de
remuneração menores.

82
O município também possui uma expressiva base agropecuária. Segundo os dados de Produção
Agrícola Municipal, a produção das lavouras permanentes e temporárias do município atingiu 997 hectares
(9,97 km²), 2,15% do território municipal.

Produção Agrícola Municipal - Lavouras permanentes e temporárias 2014


Área Área destinada Quantidade Rendimento Valor da
Produto colhida à colheita produzida médio produção
(hectare) (hectare) (toneladas) (kg por hectare) (R$ mil)
Goiaba 90 10 10 150 15.000
Coco-da-baía¹ 480 15 15 150 10.000
Mandioca 200 200 2.000 10.000 3.000
Cana-de-açúcar 100 100 4.000 40.000 800
Banana (cacho) 100 100 800 8.000 480
Batata - doce 20 20 300 15.000 210
Maracujá 5 5 70 14.000 68
Limão 2 2 25 12.500 13
Total 997 452 7.220 12.475 29.571
1. Frutos por hectare
Fonte: IBGE

Já a produção pecuária do município possui destaque para animais de grande porte, notadamente
bovinos. Na piscicultura o município se destaca como o principal produtor do estado de diversas espécies,
sendo essencial para a segurança alimentar metropolitana.

Perfil da pecuária municipal - 2014


Participação (%)
Valor
Especificação
Quantidade Estadual Mesorregional Microrregional (R$ mil)¹

Grande porte² 12 530 0,50 4,10 10,70 ...


Bovinos 12 120 0,51 4,38 11,51 ...
Equinos 410 0,35 1,55 4,00 ...
Médio porte² 1 413 0,83 2,92 6,35 ...
Suínos 850 0,82 3,25 7,27 ...
Caprinos 162 0,69 1,90 2,94 ...
Ovinos 401 0,94 2,92 7,93 ...
Pequeno porte² 6 300 0,04 0,08 1,95 ...
Galináceos 5 200 0,03 0,07 3,93 ...
Codornas 1 100 0,34 0,39 0,58 ...
Produtos 320 0,06 0,79 3,07 416
Leite produzido (1 000 litros) 320 0,06 0,79 3,07 416
Ovos (1 000 dúzias) 20 0,11 0,21 1,27 30
Ovos de galinha (1 000 dúzias) 13 0,12 0,30 2,37 22
Ovos de codorna (1 000 dúzias) 7 0,11 0,12 0,17 8
Mel de abelha (toneladas) 0,13 0,04 0,15 0,38 1
Mel de abelha (toneladas) 0,1 0,04 0,15 0,38 1
Piscicultura 22 1,77 15,28 73,85 134
Pacu e Patinga (toneladas) 5 83,7 100 100 31,9
Pintado, Cachara, Cachapira e Pintachara, Surubim (toneladas) 1 100 100 100 10,0
Tambaqui (toneladas) 3 6,1 100 100 16,8
Tilápia (toneladas) 6 0,6 5,0 44,2 30,5
Tucunaré (toneladas) 8 86,2 100,0 100,0 45
(1) A variável valor do efetivo não é pesquisada.
(2) Cabeças
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2014.

 Guapimirim

Município com baixa dinâmica industrial, tendo no comércio seu principal empregador. Da
população ocupada do município, apenas 14,4% têm emprego formal no município.

83
Guapimirim possui excelente localização estratégica, com boa base de infraestruturas logísticas,
com o Arco Metropolitano e ramais ferroviários. Está próximo do Complexo Petroquímico do Estado do Rio
de Janeiro (COMPERJ), mas possui a necessidade de adequar áreas para expansão econômica. O município
possui forte tradição agropecuária que pode ser amplificada.

No que tange a novos potenciais, considerando a melhoria de cada uma das infraestruturas
produtivas selecionadas, a otimização da oferta traz, como resultado, a criação de condições adequadas
para atrair os seguintes setores:

GUAPIMIRIM
FATOR ATIVIDADE

Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado


Processamento industrial do fumo
Fabricação de produtos do fumo
Fabricação de tecidos de malha
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
Fabricação de calçados
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
Desdobramento de madeira
Fabricação de produtos derivados do petróleo
RODOVIA

Fabricação de biocombustíveis
Fabricação de vidro e de produtos do vidro
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de artefatos para pesca e esporte
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
Fabricação de produtos diversos

GUAPIMIRIM
FATOR ATIVIDADE

Fabricação de cimento
Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricação de máquinas-ferramenta
Fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições
FERROVIA

Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente


Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção

GUAPIMIRIM
FATOR ATIVIDADE

Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação


AEROPORTO

Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos


Fabricação de fibras artificiais e sintéticas
Fabricação de produtos farmacêuticos
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

84
GUAPIMIRIM
FATOR ATIVIDADE
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas

PORTO
Fabricação de produtos farmacêuticos
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle cronômetros e relógios
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

GUAPIMIRIM
FATOR ATIVIDADE
Atividade de impressão
Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel
ENERGIA ELÉTRICA
DISPONIBILIDADE

Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado


Fabricação de resinas e elastômeros
Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins
Fabricação de produtos e preparados químicos diversos
Fabricação de produtos farmoquímicos
Fabricação de produtos farmacêuticos
Produção de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Fabricação de equipamentos de comunicação
Fabricação de caminhões e ônibus
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente

GUAPIMIRIM
FATOR ATIVIDADE
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado
Fabricação de conservas de frutas, legumes e outros vegetais
Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais
Laticínios
Torrefação e moagem de café
DISPONIBILIDADE

Fabricação de bebidas alcoólicas


GÁS NATURAL

Fabricação de bebidas não alcoólicas


Fabricação de vidro e de produtos do vidro
Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras
Fabricação de produtos cerâmicos
Fundição
Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras
Fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições
Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção

85
GUAPIMIRIM
FATOR ATIVIDADE

Fabricação de artigos de malharia e tricotagem


Curtimento e outras preparações de couro
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
Fabricação de calçados
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
Desdobramento de madeira
Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel
Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado
Atividade de impressão
Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos
ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte


DISPONIBILIDADE

Fabricação de resinas e elastômeros


Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins
Fabricação de produtos e preparados químicos diversos
Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes
Produção de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais
Fabricação de equipamentos de comunicação
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de caminhões e ônibus
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de artefatos para pesca e esporte
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
Fabricação de produtos diversos
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos

GUAPIMIRIM
FATOR ATIVIDADE

Confecção de artigos do vestuário e acessórios


Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Curtimento e outras preparações de couro
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES

Fabricação de calçados
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
Desdobramento de madeira
Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel
Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado
Atividade de impressão Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte
Fabricação de resinas e elastômeros
Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins
Fabricação de produtos e preparados químicos diversos
Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes
Produção de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais
Fabricação de equipamentos de comunicação
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de caminhões e ônibus
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de artefatos para pesca e esporte
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
Fabricação de produtos diversos
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos

GUAPIMIRIM
FATOR ATIVIDADE
Curtimento e outras preparações de couro
DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS

Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel


Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado
INDUSTRIAIS

Fabricação de produtos químicos inorgânicos


Fabricação de produtos químicos orgânicos
Fabricação de resinas e elastômeros
Produção de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários
Fabricação de caminhões e ônibus
Fabricação de veículos ferroviários

86
GUAPIMIRIM
FATOR ATIVIDADE

Atividade de impressão
Curtimento e outras preparações de couro
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle cronômetros e relógios
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
Fabricação de caminhões e ônibus
Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel
Fabricação de componentes eletrônicos
Fabricação de eletrodomésticos
Fabricação de equipamentos de comunicação
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos
CAPITAL INTELECTUAL

Fabricação de instrumentos musicais


Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso industrial específico
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de máquinas-ferramenta
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos
Fabricação de produtos derivados do petróleo
Fabricação de produtos diversos
Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado
Fabricação de produtos e preparados químicos diversos
Fabricação de produtos farmacêuticos
Fabricação de produtos farmoquímicos
Fabricação de produtos químicos inorgânicos
Fabricação de produtos químicos orgânicos
Fabricação de resinas e elastômeros
Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal
Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de veículos ferroviários
Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos
Produção de ferro-gusa e de ferroligas
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte
Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos
Siderurgia

GUAPIMIRIM
FATOR ATIVIDADE
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Curtimento e outras preparações de couro
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
Fabricação de calçados
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
Desdobramento de madeira
CONDOMÍNIOS INDUSTRIAIS

Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado


Atividade de impressão Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte
Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins
Fabricação de produtos e preparados químicos diversos
Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes
Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais
Fabricação de equipamentos de comunicação
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de artefatos para pesca e esporte
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
Fabricação de produtos diversos
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos

87
Os setores destacados são aqueles que, mesmo já sendo explorados no município, possuem
potencial de registrar um forte crescimento com a melhoria das infraestruturas produtivas. A melhoria de
todas as infraestruturas produtivas em Guapimirim pode resultar na potencialização dos setores abaixo
relacionados.

Caso seja interesse potencializar um setor específico, é possível verificar quais as infraestruturas
que devem ser melhoradas para garantir o aumento da atratividade local sobre o setor. Quanto mais vezes
o setor aparecer na melhoria individual das infraestruturas, mais potencial é o mesmo, segundo a
qualidade total das infraestruturas locais.

88
GUAPIMIRIM
ATIVIDADE
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Atividade de impressão
Atividade de impressão Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Curtimento e outras preparações de couro
Desdobramento de madeira
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes
Fabricação de artefatos para pesca e esporte
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários
Fabricação de bebidas alcoólicas
Fabricação de bebidas não alcoólicas
Fabricação de biocombustíveis
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
Fabricação de calçados
Fabricação de calçados
Fabricação de caminhões e ônibus
Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel
Fabricação de cimento
Fabricação de componentes eletrônicos
Fabricação de conservas de frutas, legumes e outros vegetais
Fabricação de eletrodomésticos
Fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições
Fabricação de equipamentos de comunicação
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso industrial específico
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de máquinas-ferramenta
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos
Fabricação de produtos cerâmicos
Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente
Fabricação de produtos derivados do petróleo
Fabricação de produtos diversos
Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado
Fabricação de produtos do fumo
Fabricação de produtos e preparados químicos diversos
Fabricação de produtos farmoquímicos
Fabricação de produtos químicos inorgânicos
Fabricação de produtos químicos orgânicos
Fabricação de resinas e elastômeros
Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal
Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras
Fabricação de tecidos de malha
Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de veículos ferroviários
Fabricação de vidro e de produtos do vidro
Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais
Fundição
Laticínios
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos
Preservação
Manutenção do pescado e fabricação
e reparação de produtos
de máquinas do pescado
e equipamentos
Processamento
Preservaçãoindustrial
do pescadodo fumo
e fabricação de produtos do pescado
Produção de ferro-gusa
Processamento e de ferroligas
industrial do fumo
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores
Produção de ferro-gusa e de ferroligas
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores
Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte
Siderurgia
Serviçose de
Torrefação pré-impressão
moagem de café e acabamentos gráficos
Siderurgia
Torrefação e moagem de café

89
O comércio varejista responde por 31,4% dos estabelecimentos formais do município (434) e por
34,4% dos empregos formais (1.161). O setor de serviços de alojamento, alimentação, reparação,
manutenção e redação, que responde por 14,8% dos empregos possui 255 estabelecimentos (18,2% do
total). O comércio atacadista é o terceiro empregador, com 313 vagas e 9,3% do total municipal em 46
estabelecimentos (3,3% do total).

O município também possui base agropecuária. Segundo os dados de Produção Agrícola Municipal,
a produção das lavouras permanentes e temporárias do município atingiu 424 hectares (4,24 km²), 1,2% do
território municipal.

Produção Agrícola Municipal - Lavouras permanentes e temporárias 2014


Área Área destinada Quantidade Rendimento Valor da
Produto colhida à colheita produzida médio produção
(hectare) (hectare) (toneladas) (kg por hectare) (R$ mil)
Mandioca 250 250 4.500 18.000 4.259
Banana (cacho) 100 100 950 9.500 906
Goiaba 20 20 400 20.000 435
Coco-da-baía¹ 25 25 250 10.000 186
Batata - doce 11 11 154 14.000 141
Palmito 9 9 14 1.556 80
Maracujá 4 4 43 10.750 54
Feijão (em grão) 5 5 5 1.000 5
Total 424 424 6.316 8.481 6.066
1. Frutos por hectare
Fonte: IBGE

Já a produção pecuária do município possui destaque para animais de grande porte, notadamente
bovinos. Não há exploração da piscicultura no município.

Perfil da pecuária municipal - 2014


Participação (%)
Valor
Especificação
Quantidade Estadual Mesorregional Microrregional (R$ mil)¹

Grande porte² 23 270 0,93 7,62 19,86 ...


Bovinos 21 500 0,90 7,77 20,41 ...
Bubalinos 70 1,05 3,24 4,48 ...
Equinos 1 700 1,46 6,45 16,58
Médio porte² 3 200 2 7 14 ...
Suínos 2 800 2,71 10,71 23,95 ...
Caprinos 400 1,71 4,69 7,25 ...
Pequeno porte 16 200 0,09 0,21 5,02 ...
Galináceo 16 200 0,09 0,22 12,24 ...
Produtos 1 352 0,25 3,33 12,96 1 352
Leite produzido (1 000 litros) 1 352 0,25 3,33 12,96 1 352
Ovos (1 000 dúzias) 48 0,46 1,12 8,76 110
Ovos de galinha (1 000 dúzias) 48 0,46 1,12 8,76 110
Mel de abelha (toneladas) 1,30 0,42 1,54 3,84 20
Mel de abelha (toneladas) 1,3 0,42 1,54 3,84 20
(1) A variável valor do efetivo não é pesquisada.
(2) Cabeças
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2014.

 Itaboraí

Município com baixa dinâmica industrial, tendo no comércio seu principal empregador, com 6.482
empregos formais. 21,9% dos empregos com carteira assinada no município. Os números, referentes a
março de 2016, mostram que, apesar da crise do setor de óleo e gás, a dinâmica econômica do município

90
permanece ligada ao Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro, o COMPERJ. O segundo setor
com maior número de empregos formais é a construção civil, com 6.021 (20,3%).

Além destes setores, possuem grande destaque no município atividades como manufatura
cerâmica (decorativa e utilitária); fruticultura; agricultura de subsistência; apicultura; pecuária; e
extrativismo mineral.

O município tem a seu favor a estratégica localização, o próprio COMPERJ (com o potencial de
atrair uma grande cadeia produtiva), o Arco Rodoviário Metropolitano e o Arco Ferroviário Metropolitano,
que estará operacional nas próximas décadas, e áreas para expansão econômica. Aliado a este potencial
tem-se as tradições produtivas do município, que pelo perfil territorial e topográfico, o torna capa de
estruturar uma produção agropecuária importante.

No que tange a novos potenciais, considerando a melhoria de cada uma das infraestruturas
produtivas selecionadas, a otimização da oferta traz, como resultado, a criação de condições adequadas
para atrair os seguintes setores:

ITABORAÍ
FATOR
ATIVIDADE
Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais
Torrefação e moagem de café
Fabricação de bebidas alcoólicas
Processamento industrial do fumo
Fabricação de produtos do fumo
Fabricação de produtos de borracha
Fabricação de produtos de material plástico
FERROVIA

Metalurgia dos metais não-ferrosos


Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de eletrodomésticos
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de máquinas-ferramenta
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção

ITABORAÍ
FATOR
ATIVIDADE
ENERGIA ELÉTRICA -

Extração de outros minerais não-metálicos


DISPONIBILIDADE

Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário


Fabricação de defensivos agrícolas e desinfetantes domissanitários
Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal
Fabricação de produtos de borracha
Produção de tubos de aço, exceto tubos sem costura
Fundição Fabricação de equipamentos de comunicação
Fabricação de aeronaves

91
ITABORAÍ
FATOR
ATIVIDADE
DISPONIBILIDADE
ABASTECIMENTO

Curtimento e outras preparações de couro


DE ÁGUA -

Fabricação de produtos farmacêuticos


Fundição
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica

ITABORAÍ
FATOR
ATIVIDADE
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Fabricação de biocombustíveis
DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Fabricação de produtos farmoquímicos


Fabricação de produtos farmacêuticos
Fundição
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de máquinas-ferramenta
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso industrial específico
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente
Curtimento e outras preparações de couro
Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis
Fabricação de resinas e elastômeros
Fabricação de veículos ferroviários

ITABORAÍ
FATOR
ATIVIDADE
Curtimento e outras preparações de couro
Fabricação de produtos farmacêuticos
Fundição
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
Fabricação de biocombustíveis
Fabricação de produtos farmoquímicos
CAPITAL INTELECTUAL

Fabricação de produtos farmacêuticos


Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
abricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de máquinas-ferramenta
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso industrial específico
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente Fabricação de móveis

Além do comércio varejista e da construção civil, cujas dinâmicas estão relacionadas ao Complexo
Petroquímico do estado do Rio de Janeiro, outros setores que foram impulsionados pelo COMPERJ nos
últimos anos ainda mantêm grande importância, mesmo com a desaceleração do empreendimento. O setor
de serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção e redação responde por 24,8% dos
estabelecimentos e 10,9% dos empregos formais; o comércio de administração de imóveis, valores
mobiliários e serviços técnicos responde por 8,5% dos empregos e 10,1% dos estabelecimentos; e
transportes e comunicação responde por 7,1% dos empregos e 3,2% dos estabelecimentos.

92
O município também possui importante base agropecuária. Segundo os dados de Produção
Agrícola Municipal, a produção das lavouras permanentes e temporárias do município atingiu 627 hectares
(6,27 km²), 1,5% do território municipal.

Produção Agrícola Municipal - Lavouras permanentes e temporárias 2014


Área Área destinada Quantidade Rendimento Valor da
Produto colhida à colheita produzida médio produção
(hectare) (hectare) (toneladas) (kg por hectare) (R$ mil)
Mandioca 25 25 375 15000 90
Banana (cacho) 40 40 272 6800 58
Goiaba 2 2 10 5000 6
Coco-da-baía¹ 38 38 380 10000 163
Batata - doce 45 45 800 17778 672
Laranja 281 281 2810 10000 1498
Limão 50 50 800 16000 338
Maracujá 19 19 342 18000 147
Mamão 1 1 4 4000 2
Manga 5 5 75 15000 32
Feijão (em grão) 6 6 4 667 5
Tangerina 50 50 880 17600 587
Abacaxi 2 2 20 10000 11
Milho (em grão) 45 45 72 1600 33
Cana-de-açúcar 18 18 600 33333 49
Total 627 627 7.444 180.778 3.691
1. Frutos por hectare
Fonte: IBGE

Já a produção pecuária do município possui destaque para animais de grande porte, notadamente
bovinos. O município também possui atividades de apicultura e piscicultura.

Perfil da pecuária municipal - 2014


Participação (%)
Valor
Especificação
Quantidade Estadual Mesorregional Microrregional (R$ mil)¹

Grande porte² 30 529 1,22 10,00 26,06 ...


Bovinos 29 911 1,26 10,81 28,40 ...
Bubalinos 70 1,05 3,24 4,48 ...
Equinos 548 0,47 2,08 5,35
Médio porte² 1 609 0,95 3,32 7,23 ...
Suínos 39 0,04 0,15 0,33 ...
Caprinos 1 300 5,55 15,23 23,56 ...
Ovinos 270 0,63 1,97 5,34
Pequeno porte 1 246 0,01 0,02 0,39 ...
Galináceo 866 0,00 0,01 0,65 ...
Codornas 380 0,12 0,14 0,20
Produtos 386 0,07 0,95 3,70 370
Leite produzido (1 000 litros) 386 0,07 0,95 3,70 370
Ovos (1 000 dúzias) 10 0,12 0,20 1,03 21
Ovos de galinha (1 000 dúzias) 5 0,05 0,12 0,91 12
Ovos de codorna (1 000 dúzias) 5 0,08 0,09 0,12 9
Mel de abelha 1,67 0,53 1,98 4,93 18
Mel de abelha (toneladas) 1,67 0,53 1,98 4,93 18
Piscicultura 0,90 0,07 0,62 2,99 5
Tilápia (toneladas) 0,9 0,09 0,74 6,52 5,4
(1) A variável valor do efetivo não é pesquisada.
(2) Cabeças
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2014.

93
 Magé

Município com baixa dinâmica industrial, tendo no comércio seu principal empregador. Da
população ocupada no município, apenas 18,5% têm emprego formal no município.

Magé tem a seu favor sua estratégica localização e base de infraestruturas logísticas, com o Arco
Metropolitano, ramais ferroviários e áreas para expansão econômica. Aliado a este potencial se encontra
outro, ligado às tradições produtivas do município, que pelo perfil territorial e geológico, o torna capa de
estruturar uma produção agropecuária importante, considerando a tradição agrícola, a quantidade de
áreas agricultáveis e o projeto de re-naturalização, para fins agrícolas ou de preservação, de parte do
território formado por loteamentos aprovados sem condições urbanas de habitabilidade.

No que tange a novos potenciais, considerando a melhoria de cada uma das infraestruturas
produtivas selecionadas, a otimização da oferta traz, como resultado, a criação de condições adequadas
para atrair os seguintes setores:

MAGÉ
FATOR ATIVIDADE

Processamento industrial do fumo;


Fabricação de produtos do fumo;
Fabricação de tecidos de malha;
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis;
Confecção de artigos do vestuário e acessórios;
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem;
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro;
Fabricação de calçados;
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material;
Desdobramento de madeira;
Fabricação de produtos derivados do petróleo;
Fabricação de biocombustíveis;
RODOVIA

Fabricação de vidro e de produtos do vidro;


Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos;
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos;
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos;
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral;
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária;
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes;
Fabricação de instrumentos musicais;
Fabricação de artefatos para pesca e esporte;
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos;
Fabricação de produtos diversos

94
MAGÉ
FATOR ATIVIDADE

Fabricação de cimento;
Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada;
Fabricação de máquinas-ferramenta;
Fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições;
Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente;

FERROVIA
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos;
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral;
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção

MAGÉ
FATOR ATIVIDADE

Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;


Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
AEROPORTO

Fabricação de fibras artificiais e sintéticas;


Fabricação de produtos farmacêuticos;
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios;
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

MAGÉ
FATOR ATIVIDADE
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas;
PORTO

Fabricação de produtos farmacêuticos;


Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle; cronômetros e relógios;
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

MAGÉ
FATOR ATIVIDADE
ENERGIA ELÉTRICA
DISPONIBILIDADE

Extração de pedra, areia e argila;


Atividade de impressão;
Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção;
Fabricação de produtos farmoquímicos;
Fabricação de produtos farmacêuticos;
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente

MAGÉ
FATOR ATIVIDADE

Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado;


Fabricação de conservas de frutas, legumes e outros vegetais;
Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais;
Laticínios;
DISPONIBILIDADE

Torrefação e moagem de café;


GÁS NATURAL

Fabricação de bebidas alcoólicas;


Fabricação de bebidas não alcoólicas;
Fabricação de vidro e de produtos do vidro;
Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada;
Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras;
Fabricação de produtos cerâmicos;
Fundição;
Fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições;
Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção

95
MAGÉ
FATOR ATIVIDADE
Extração de pedra, areia e argila;
Confecção de artigos do vestuário e acessórios;
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem;
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro;
Fabricação de calçados;

ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material;
Desdobramento de madeira;

DISPONIBILIDADE
Atividade de impressão;
Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos;
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte;
Fabricação de produtos farmacêuticos;
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos;
Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção;
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente;
Fabricação de instrumentos musicais;
Fabricação de artefatos para pesca e esporte;
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos

MAGÉ
FATOR ATIVIDADE
DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES

Extração de pedra, areia e argila


Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
Fabricação de calçados
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
Desdobramento de madeira
Atividade de impressão
Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte
Fabricação de produtos farmacêuticos
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de artefatos para pesca e esporte
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos

MAGÉ
FATOR ATIVIDADE

Curtimento e outras preparações de couro;


RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel;


Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado;
DISPOSIÇÃO DE

Fabricação de produtos químicos inorgânicos;


Fabricação de produtos químicos orgânicos;
Fabricação de resinas e elastômeros;
Produção de ferro-gusa e de ferroligas;
Siderurgia;
Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários;
Fabricação de caminhões e ônibus;
Fabricação de veículos ferroviários

96
MAGÉ
FATOR ATIVIDADE

Extração de pedra, areia e argila;


Fabricação de artigos de malharia e tricotagem;
Atividade de impressão;
Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos;
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte;
Fabricação de produtos farmoquímicos;
Fabricação de produtos farmacêuticos;
Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção;
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente;
Fabricação de instrumentos musicais;
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos
Fabricação de produtos derivados do petróleo
CAPITAL INTELECTUAL

Fabricação de fibras artificiais e sintéticas


Fabricação de produtos farmoquímicos
Fabricação de produtos farmacêuticos
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle; cronômetros e relógios
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação
Fabricação de eletrodomésticos
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de máquinas-ferramenta
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso industrial específico
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores
Construção de embarcações
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

MAGÉ
FATOR ATIVIDADE
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
Fabricação de calçados
CONDOMÍNIOS INDUSTRIAIS

Fabricação de partes para calçados, de qualquer material


Desdobramento de madeira
Atividade de impressão
Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte
Fabricação de produtos farmacêuticos
Reaparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de artefatos para pesca e esporte
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos

Os setores destacados são aqueles que, mesmo já sendo explorados no município, possuem
potencial de registrar um forte crescimento com a melhoria das infraestruturas produtivas. A melhoria de
todas as infraestruturas produtivas em Magé pode resultar na potencialização dos setores abaixo
relacionados. Caso seja interesse potencializar um setor específico, é possível verificar quais as
infraestruturas que devem ser melhoradas para garantir o aumento da atratividade local sobre o setor.

97
Quanto mais vezes o setor aparecer na melhoria individual das infraestruturas, mais potencial é o
mesmo, segundo a qualidade total das infraestruturas locais.

MAGÉ
ATIVIDADE
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Atividade de impressão
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Construção de embarcações
Curtimento e outras preparações de couro
Desdobramento de madeira
Extração de pedra, areia e argila
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle cronômetros e relógios
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de artefatos para pesca e esporte
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários
Fabricação de bebidas alcoólicas
Fabricação de bebidas não alcoólicas
Fabricação de biocombustíveis
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
Fabricação de calçados
Fabricação de caminhões e ônibus
Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel
Fabricação de cimento
Fabricação de conservas de frutas, legumes e outros vegetais
Fabricação de eletrodomésticos
Fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso industrial específico
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de máquinas-ferramenta
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos
Fabricação de produtos cerâmicos
Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente
Fabricação de produtos derivados do petróleo
Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado
Fabricação de produtos diversos
Fabricação de produtos do fumo
Fabricação de produtos farmacêuticos
Fabricação de produtos farmoquímicos
Fabricação de produtos químicos inorgânicos
Fabricação de produtos químicos orgânicos
Fabricação de resinas e elastômeros
Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras
Fabricação de tecidos de malha
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de veículos ferroviários
Fabricação de vidro e de produtos do vidro

98
Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais
Fundição
Laticínios
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado
Processamento industrial do fumo
Produção de ferro-gusa e de ferroligas
Reaparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte
Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos
Siderurgia
Torrefação e moagem de café

Ressalta-se que o município possui um comércio varejista estruturado, que engloba mais de 1,6 mil
estabelecimentos e emprega mais de 5,6 mil pessoas, representando 34% dos estabelecimentos e 31,2%
dos empregos formais do município. A construção civil responde por 4,9% dos estabelecimentos e 18,9%
dos empregos formais. Já o comércio de administração de imóveis, valores mobiliários e serviços técnicos
representa 21% dos estabelecimentos e 8,4% dos empregos formais. Com o mesmo volume de
estabelecimentos (20,8%) está o setor de serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção e
redação, que responde por 7,6% dos empregos com carteira assinada em Magé.

O município também possui uma expressiva base agropecuária. Segundo os dados de Produção
Agrícola Municipal, a produção das lavouras permanentes e temporárias do município atingiu 605 hectares
(6,05 km²), 1,6% do território municipal.

Produção Agrícola Municipal - Lavouras permanentes e temporárias 2014


Área Área destinada Quantidade Rendimento Valor da
Produto colhida à colheita produzida médio produção
(hectare) (hectare) (toneladas) (kg por hectare) (R$ mil)
Mandioca 240 240 4.320 18.000 3.617
Batata - doce 87 87 1.305 15.000 1.243
Banana (cacho) 100 100 950 9.500 906
Goiaba 20 20 400 20.000 435
Cana-de-açúcar 90 90 5.040 56.000 222
Coco-da-baía¹ 25 25 250 10.000 186
Palmito 9 9 14 1.556 80
Maracujá 4 4 43 10.750 54
Milho (em grão) 20 20 32 1.600 26
Feijão (em grão) 10 15 11 1.100 21
Total 605 610 12.365 14.351 6.790
1. Frutos por hectare
Fonte: IBGE

Já a produção pecuária do município possui destaque para animais de grande porte, notadamente
bovinos. Na piscicultura o município é um pequeno produtor de tilápias.

99
Perfil da pecuária municipal - 2014
Participação (%)
Valor
Especificação
Quantidade Estadual Mesorregional Microrregional (R$ mil)¹

Grande porte² 5 510 0,22 1,80 4,70 ...


Bovinos 4 500 0,19 1,63 4,27 ...
Bubalinos 10 0,15 0,46 0,64 ...
Equinos 1 000 0,86 3,79 9,76
Médio porte² 5 250 3,09 10,85 23,58 ...
Suínos 4 000 3,87 15,30 34,21 ...
Caprinos 900 3,85 10,54 16,31 ...
Ovinos 350 0,82 2,55 6,92 ...
Pequeno porte 30 000 0,17 0,41 22,66 ...
Galináceos (3) 30 000 0,17 0,41 22,66 ...
Produtos 1 920 0,36 4,73 18,41 1 920
Leite produzido (1 000 litros) 1 920 0,36 4,73 18,41 1920
Ovos (1 000 dúzias) 50 0,48 1,17 9,12 150
Ovos de galinha (1 000 dúzias) 50 0,48 1,17 9,12 150
Mel de abelha (toneladas) 13,68 4,37 16,25 40,40 205
Mel de abelha (toneladas) 13,7 4,37 16,25 40,40 205
Piscicultura 1,40 0,14 1,16 10,14 10
Tilápia (toneladas) 1,40 0,14 1,16 10,14 9,8
(1) A variável valor do efetivo não é pesquisada.
(2) Cabeças
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2014.

 Maricá

Município possui grande dinâmica industrial, com o setor respondendo por 58,3% do PIB (2013,
último dado disponível para municípios). Apesar da dinâmica industrial, o setor representa apenas 5,9% dos
estabelecimentos e 9,5% dos empregos formais no município. Os principais subsetores industriais, em
termos de empregos, no município, são a indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico e da
química de produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria (ligada ao Complexo da Saúde).

Maricá possui dois grandes projetos que podem alterar a economia municipal, com grande impacto
regional, nas próximas décadas. O porto privado de Jaconé (Terminal Ponta Negra) orçado em R$ 5,5
bilhões, e projetado para movimentar 850 mil barris/dia de petróleo e um milhão de contêineres por ano.
Terá capacidade para gerar cerca de 5 mil empregos diretos.

Outro setor que pode se transformar em um dos principais da economia do município nos
próximos anos é o turismo ecológico. As áreas protegidas no município como refúgio da vida silvestre áreas
de proteção ambiental totalizam 12 mil hectares, 38% do território do município.

No que tange a novos potenciais, considerando a melhoria de cada uma das infraestruturas
produtivas selecionadas, a otimização da oferta traz, como resultado, a criação de condições adequadas
para atrair os seguintes setores (eliminados aqueles que demandam grandes áreas para implantação):

100
MARICÁ
FATOR
ATIVIDADE
Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais;
Torrefação e moagem de café;
Fabricação de bebidas alcoólicas;
Processamento industrial do fumo;
Fabricação de produtos do fumo;
Fabricação de tecidos de malha;
Fabricação de vidro e de produtos do vidro;
Fabricação de cimento;

FERROVIA
Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada;
Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras;
Fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições;
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica;
Fabricação de eletrodomésticos;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral;
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção;
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

MARICÁ
FATOR
ATIVIDADE
ENERGIA ELÉTRICA
DISPONIBILIDADE

Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado

MARICÁ
FATOR
ATIVIDADE
DISPONIBILIDADE
GÁS NATURAL

Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis;


Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais;
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis

MARICÁ
FATOR
ATIVIDADE
DISPONIBILIDADE
ABASTECIMENTO
DE ÁGUA

Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis;


Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais

MARICÁ
FATOR
ATIVIDADE
RESÍDUOS SÓLIDOS
DISPOSIÇÃO DE

DOMICILIARES

Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis;


Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais

MARICÁ
FATOR
ATIVIDADE
DISPOSIÇÃO DE

INDUSTRIAIS

Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis;


RESÍDUOS

Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais;


Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação;
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos;
Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado

MARICÁ
FATOR
ATIVIDADE
INTELECTUAL
CAPITAL

Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo;


Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas;
Fabricação de móveis

101
Os setores destacados são aqueles que, mesmo já sendo explorados no município, possuem
potencial de registrar um forte crescimento com a melhoria das infraestruturas produtivas. A melhoria de
todas as infraestruturas produtivas em Maricá pode resultar na potencialização dos setores abaixo
relacionados. Caso seja interesse potencializar um setor específico, é possível verificar quais as
infraestruturas que devem ser melhoradas para garantir o aumento da atratividade local sobre o setor.
Quanto mais vezes o setor aparecer na melhoria individual das infraestruturas, mais potencial é o mesmo,
segundo a qualidade total das infraestruturas locais.

MARICÁ
ATIVIDADE
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis;
Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo;
Fabricação de bebidas alcoólicas;
Fabricação de cimento;
Fabricação de eletrodomésticos;
Fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica;
Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada;
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção;
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
Fabricação de móveis;
Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado
Fabricação de produtos do fumo;
Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras;
Fabricação de tecidos de malha;
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária;
Fabricação de vidro e de produtos do vidro;
Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais;
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos;
Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais;
Processamento industrial do fumo;
Torrefação e moagem de café

Além do peso da indústria no PIB, o comércio varejista do município é bem estruturado, sendo o
principal empregador. O setor responde por 38,3% dos estabelecimentos formais e por 39,5% dos
empregos com carteira assinada. A seguir vem o setor de serviços de alojamento, alimentação, reparação,
manutenção e redação, que responde por 24,3% dos estabelecimentos e 11,6% dos empregos formais.
Comércio de administração de imóveis, valores mobiliários e serviços técnicos responde por 12,8% dos
estabelecimentos e 8,5% dos empregos. Com o mesmo percentual de empregos está o setor de ensino, que
responde por 3,2% dos estabelecimentos.

O município possui baixa expressão agrária. Segundo os dados de Produção Agrícola Municipal, a
produção das lavouras permanentes e temporárias do município atingiu 70 hectares (0,7 km²), 0,19% do
território municipal.

102
Produção Agrícola Municipal - Lavouras permanentes e temporárias 2014
Área Área destinada Quantidade Rendimento Valor da
Produto colhida à colheita produzida médio produção
(hectare) (hectare) (toneladas) (kg por hectare) (R$ mil)
Mandioca 30 30 395 13.167 514
Banana (cacho) 40 40 440 11.000 638
Total 70 70 835 24.167 1.152
1. Frutos por hectare
Fonte: IBGE

Já a produção pecuária do município possui baixa dinâmica, conforme o Perfil da pecuária


municipal 2014, do IBGE.

Perfil da pecuária municipal - 2014


Participação (%)
Valor
Especificação
Quantidade Estadual Mesorregional Microrregional (R$ mil)¹

Grande porte² 7 673 0,31 2,51 6,55 ...


Bovinos 6 780 0,28 2,45 6,44 ...
Bubalinos 193 2,90 8,94 12,34 ...
Equinos 700 0,60 2,65 6,83
Médio porte² 314 0,19 0,65 1,41 ...
Suínos 102 0,10 0,39 0,87 ...
Caprinos 123 0,53 1,44 2,23 ...
Ovinos 89 0,21 0,65 1,76
Pequeno porte 20 290 0,11 0,27 6,28 ...
Galináceo 15 420 0,09 0,21 11,65 ...
Codornas 4 870 1,51 1,74 2,55
Produtos 150 0,03 0,37 1,44 110
Leite produzido (1 000 litros) 150 0,03 0,37 1,44 110
Ovos (1 000 dúzias) 67 0,95 1,23 3,35 209
Ovos de galinha (1 000 dúzias) 11 0,10 0,26 2,01 68
Ovos de codorna (1 000 dúzias) 56 0,84 0,97 1,34 141
Mel de abelha 0,78 0,25 0,93 2,30 4
Mel de abelha (toneladas) 0,78 0,25 0,93 2,30 4
(1) A variável valor do efetivo não é pesquisada.
(2) Cabeças
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2014.

 Niterói

Município possui quase metade de sua geração de riqueza nos setores de serviços e comércio, com
48,7% do PIB (2013, último dado municipal disponível). A indústria responde por 25,4% e o setor público
por 14,8%.

A cidade é a terceira mais industrializada do Estado, com destaque para empresas do setor naval (o
município é considerado a capital da indústria naval do país, com a maior concentração de estaleiros por
quilômetro de costa) e ligadas ao segmento de óleo e gás, principalmente empresas offshore, que
abastecem as plataformas na região.

No que tange a novos potenciais, considerando a melhoria de cada uma das infraestruturas
produtivas selecionadas, a otimização da oferta traz, como resultado, a criação de condições adequadas
para atrair os seguintes setores (eliminados aqueles que demandam grandes áreas para implantação):

103
NITERÓI
FATOR
ATIVIDADE
Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais;
Torrefação e moagem de café;
Fabricação de bebidas alcoólicas;
Processamento industrial do fumo;
Fabricação de produtos do fumo;
Fabricação de produtos de borracha;
Fabricação de produtos de material plástico;

FERROVIA
Metalurgia dos metais não-ferrosos;
Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras;
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e
relógios;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de eletrodomésticos;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária;
Fabricação de máquinas-ferramenta;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção

NITERÓI
FATOR
ATIVIDADE
Extração de outros minerais não-metálicos;
ENERGIA ELÉTRICA
DISPONIBILIDADE

Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário;


Fabricação de defensivos agrícolas e desinfetantes domissanitários;
Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de
perfumaria e de higiene pessoal;
Fabricação de produtos de borracha;
Produção de tubos de aço, exceto tubos sem costura;
Fundição; Fabricação de equipamentos de comunicação;
Fabricação de aeronaves

NITERÓI
FATOR
ATIVIDADE
DISPONIBILIDADE
ABASTECIMENTO

Curtimento e outras preparações de couro;


DE ÁGUA

Fabricação de produtos farmacêuticos;


Fundição;
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos;
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica

NITERÓI
FATOR
ATIVIDADE
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis;
Fabricação de biocombustíveis;
Fabricação de produtos farmoquímicos;
DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Fabricação de produtos farmacêuticos;


Fundição;
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de
irradiação;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária;
Fabricação de máquinas-ferramenta;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na
construção;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso industrial específico;
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores;
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente;
Curtimento e outras preparações de couro;
Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis;
Fabricação de resinas e elastômeros;
Fabricação de veículos ferroviários

104
NITERÓI
FATOR
ATIVIDADE
Curtimento e outras preparações de couro;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo;
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;
Fabricação de biocombustíveis;
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos;

CAPITAL INTELECTUAL
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente;
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso industrial específico;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção;
Fabricação de máquinas-ferramenta;
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas;
Fabricação de móveis;
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos;
Fabricação de produtos farmacêuticos;
Fabricação de produtos farmoquímicos;
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária;
Fundição;
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores

Os setores destacados são aqueles que, mesmo já sendo explorados no município, possuem
potencial de registrar um forte crescimento com a melhoria das infraestruturas produtivas. A melhoria de
todas as infraestruturas produtivas em Niterói pode resultar na potencialização dos setores abaixo
relacionados. Caso seja interesse potencializar um setor específico, é possível verificar quais as
infraestruturas que devem ser melhoradas para garantir o aumento da atratividade local sobre o setor.
Quanto mais vezes o setor aparecer na melhoria individual das infraestruturas, mais potencial é o mesmo,
segundo a qualidade total das infraestruturas locais.

105
NITERÓI
ATIVIDADE
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis;
Curtimento e outras preparações de couro;
Extração de outros minerais não-metálicos;
Fabricação de aeronaves;
Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo;
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios;
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;
Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário;
Fabricação de bebidas alcoólicas;
Fabricação de biocombustíveis;
Fabricação de defensivos agrícolas e desinfetantes domissanitários;
Fabricação de eletrodomésticos;
Fabricação de equipamentos de comunicação;
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos;
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso industrial específico;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de máquinas-ferramenta;
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
Fabricação de móveis;
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos;
Fabricação de produtos de borracha;
Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis;
Fabricação de produtos de material plástico;
Fabricação de produtos do fumo;
Fabricação de produtos farmacêuticos;
Fabricação de resinas e elastômeros;
Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal;
Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras;
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária;
Fabricação de veículos ferroviários;
Fundição;
Metalurgia dos metais não-ferrosos;
Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais;
Processamento industrial do fumo;
Produção de tubos de aço, exceto tubos sem costura;
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores;
Torrefação e moagem de café

Além do peso da indústria no PIB, o comércio varejista do município é bem estruturado, sendo o
principal empregador. O setor responde por 38,3% dos estabelecimentos formais e por 39,5% dos
empregos com carteira assinada. A seguir vem o setor de serviços de alojamento, alimentação, reparação,
manutenção e redação, que responde por 24,3% dos estabelecimentos e 11,6% dos empregos formais.
Comércio de administração de imóveis, valores mobiliários e serviços técnicos responde por 12,8% dos
estabelecimentos e 8,5% dos empregos. Com o mesmo percentual de empregos está o setor de ensino, que
responde por 3,2% dos estabelecimentos.

O município de Niterói, segundo os dados de Produção Agrícola Municipal não possui qualquer
atividade economicamente produtiva no setor.

Já a produção pecuária do município possui baixa dinâmica, com exceção da malacocultura,


conforme o Perfil da pecuária municipal 2014, do IBGE.

106
Perfil da pecuária municipal - 2014
Participação (%)
Valor
Especificação
Quantidade Estadual Mesorregional Microrregional (R$ mil)¹

Grande porte² 71 0,00 0,02 0,06 ...


Bovinos 39 0,00 0,01 0,04 ...
Equinos 32 0,03 0,12 0,31
Médio porte² 135 0,08 0,28 0,61 ...
Suínos 15 0,01 0,06 0,13 ...
Caprinos 120 0,51 1,41 2,18 ...
Pequeno porte 138 0,00 0,00 0,04 ...
Galináceo 138 0,00 0,00 0,10 ...
Produtos 9 0,00 0,02 0,09 6
Leite produzido (1 000 litros) 9 0,00 0,02 0,09 6
Ovos (1 000 dúzias) 1 0,01 0,02 0,18 4
Ovos de galinha (1 000 dúzias) 1 0,01 0,02 0,18 4
Mel de abelha 0,34 0,11 0,40 1,01 1
Mel de abelha (toneladas) 0,34 0,11 0,40 1,01 1
Malacocultura 7,00 - - - 35
Ostras, vieiras e mexilhões (toneladas) 7,00 - - - 35
Outros animais da aquicultura³ ... ... ... ... 83
(1) A variável valor do efetivo não é pesquisada.
(2) Cabeças
(3) A quantidade produzida não é pesquisada
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2014.

 Nova Iguaçu

Apesar de sediar importantes indústrias, o setor não é um dos principais geradores de riqueza do
município, respondendo por apenas 12,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, último dado municipal
disponível. Serviços e comércio respondem por 47,8% do PIB, seguido por administração, saúde e educação
públicas e seguridade social com 30,5%. Impostos sobre produtos, líquidos de subsídios, contribuem com
9,7% do PIB a preços correntes.

Nova Iguaçu possui excelente localização, cortado pela Rodovia Presidente Dutra e pelos Arcos
Rodoviário e ferroviário Metropolitanos, possuindo grandes áreas para receber empreendimentos diversos,
sejam industriais, sejam serviços logísticos (com destaque para o potencial para os Centros Logísticos
Integrados Alfandegados – CLIAs).

No que tange a novos potenciais, considerando a melhoria de cada uma das infraestruturas
produtivas selecionadas, a otimização da oferta traz, como resultado, a criação de condições adequadas
para atrair os seguintes setores (eliminados aqueles que demandam grandes áreas para implantação):

107
NOVA IGUAÇU
FATOR
ATIVIDADE
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado;
Processamento industrial do fumo;
Fabricação de produtos do fumo;
Fabricação de tecidos de malha;
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis;
Confecção de artigos do vestuário e acessórios;
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem;
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro;
Fabricação de calçados;
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material;
Desdobramento de madeira;
RODOVIA Fabricação de produtos derivados do petróleo;
Fabricação de biocombustíveis;
Fabricação de vidro e de produtos do vidro;
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos;
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos;
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos;
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral;
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária;
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes;
Fabricação de instrumentos musicais;
Fabricação de artefatos para pesca e esporte;
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos;
Fabricação de produtos diversos

NOVA IGUAÇU
FATOR
ATIVIDADE

Fabricação de cimento;
Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada;
Fabricação de máquinas-ferramenta;
Fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições;
Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente;
FERROVIA

Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;


Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos;
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral;
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção

NOVA IGUAÇU
FATOR
ATIVIDADE

Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;


Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
AEROPORTO

Fabricação de fibras artificiais e sintéticas;


Fabricação de produtos farmacêuticos;
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios;
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

NOVA IGUAÇU
FATOR
ATIVIDADE
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas;
PORTO

Fabricação de produtos farmacêuticos;


Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios;
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

NOVA IGUAÇU
FATOR
ATIVIDADE
DISPONIBILIDADE
ELÉTRICA
ENERGIA

Fabricação de equipamentos de informática e periféricos;


Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo

108
NOVA IGUAÇU
FATOR
ATIVIDADE
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos;

INTELECTUAL
CAPITAL
Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo;
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas;
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação;
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores;
Construção de embarcações

NOVA IGUAÇU
FATOR
CONDOMÍNIOS ATIVIDADE
INDUSTRIAIS
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos;
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação;
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores;
Construção de embarcações

Os setores destacados são aqueles que, mesmo já sendo explorados no município, possuem
potencial de registrar um forte crescimento com a melhoria das infraestruturas produtivas. A melhoria de
todas as infraestruturas produtivas em Niterói pode resultar na potencialização dos setores abaixo
relacionados. Caso seja interesse potencializar um setor específico, é possível verificar quais as
infraestruturas que devem ser melhoradas para garantir o aumento da atratividade local sobre o setor.
Quanto mais vezes o setor aparecer na melhoria individual das infraestruturas, mais potencial é o mesmo,
segundo a qualidade total das infraestruturas locais.

109
NOVA IGUAÇU
ATIVIDADE
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Construção de embarcações
Desdobramento de madeira
Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de artefatos para pesca e esporte
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
Fabricação de biocombustíveis
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
Fabricação de calçados
Fabricação de cimento
Fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de máquinas-ferramenta
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos
Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente
Fabricação de produtos derivados do petróleo
Fabricação de produtos diversos
Fabricação de produtos do fumo
Fabricação de produtos farmacêuticos
Fabricação de tecidos de malha
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de vidro e de produtos do vidro
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado
Processamento industrial do fumo
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores

O comércio varejista do município é bem estruturado, sendo o principal empregador. O setor


responde por 36,2% dos estabelecimentos formais e por 30,1% dos empregos com carteira assinada. A
seguir vem o setor de serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção e redação, que
responde por 25,3% dos estabelecimentos e 17,9% dos empregos formais. Transportes e comunicações
responde por 2,2% dos estabelecimentos e 8,6% dos empregos. Com percentual de empregos bastante
próximo (8,1%) está o setor de ensino, que responde por 4,1% dos estabelecimentos.

O setor industrial que mais emprega no município é a química de produtos farmacêuticos,


veterinários, perfumaria (do complexo da saúde), com 4,5% dos empregos e 0,6% dos estabelecimentos. Já
a indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico possui 1,1% dos estabelecimentos e 2,3 dos
empregos. O município possui baixa expressão agrária. Segundo os dados de Produção Agrícola Municipal,
a produção das lavouras permanentes e temporárias do município atingiu 529 hectares (5,29 km²), 1,0% do
território municipal.

110
Produção Agrícola Municipal - Lavouras permanentes e temporárias 2014
Área Área destinada Quantidade Rendimento Valor da
Produto colhida à colheita produzida médio produção
(hectare) (hectare) (toneladas) (kg por hectare) (R$ mil)
Mandioca 254 254 3.020 11.890 2.174
Banana (cacho) 213 213 1.393 6.540 1.184
Goiaba 21 21 315 15.000 252
Coco-da-baía¹ 26 26 261 10.038 209
Cana-de-açúcar 15 15 225 15.000 10
Total 529 529 5.214 58.468 3.829
1. Frutos por hectare
Fonte: IBGE

Já a produção pecuária do município possui baixa dinâmica, conforme o Perfil da pecuária


municipal 2014, do IBGE.

Perfil da pecuária municipal - 2014


Participação (%)
Valor
Especificação
Quantidade Estadual Mesorregional Microrregional (R$ mil)¹

Grande porte² 4 287 0,17 1,40 3,66 ...


Bovinos 4 187 0,18 1,51 3,98 ...
Bubalinos 100 1,50 4,63 6,39
Médio porte² 355 0,21 0,73 1,59 ...
Suínos 355 0,34 1,36 3,04 ...
Pequeno porte 175 000 0,99 2,29 54,18 ...
Galináceos 25 000 0,14 0,34 18,89 ...
Codornas 150 000 46,48 53,71 78,68
Produtos 931 0,17 2,30 8,93 931
Leite produzido (1 000 litros) 931 0,17 2,30 8,93 931
Ovos (1 000 dúzias) 355 3,39 8,30 64,78 639
Ovos de galinha (1 000 dúzias) 355 3,39 8,30 64,78 639
Ovos de codorna (1 000 dúzias) 3 780 56,86 65,44 90,67 3 213
Mel de abelha 0,10 0,03 0,12 0,30 2
Mel de abelha (toneladas) 0,10 0,03 0,12 0,30 2
Piscicultura 2,50 0,20 1,72 8,30 15
Tilápia (toneladas) 2,50 0,25 2,07 18,12 15
(1) A variável valor do efetivo não é pesquisada.
(2) Cabeças
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2014.

 Paracambi

Município com baixa dinâmica industrial, tendo no setor público a principal fonte do Produto
Interno Bruto, contribuindo com 41,6% do PIB de 2013, último dado municipal disponível. Os setores de
comércio e serviços responderam por 40,3% do PIB. A indústria teve participação de apenas 9,3%. Impostos
sobre produtos, líquidos de subsídios, contribuíram com 8,2% e a agropecuária com apenas 0,6%.

Paracambi possui excelente localização, às margens da Rodovia Presidente Dutra, proximidade com
o Arco Rodoviário Metropolitano e o Porto de Itaguaí, além de áreas destinadas ao desenvolvimento de
atividades empresariais e industriais próximas à estas infraestruturas.

No que tange a novos potenciais, considerando a melhoria de cada uma das infraestruturas
produtivas selecionadas, a otimização da oferta traz, como resultado, a criação de condições adequadas
para atrair os seguintes setores (eliminados aqueles que demandam grandes áreas para implantação):

111
PARACAMBI
FATOR
ATIVIDADE
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado;
Processamento industrial do fumo;
Fabricação de produtos do fumo;
Fabricação de tecidos de malha;
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis;
Confecção de artigos do vestuário e acessórios;
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem;
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro;
Fabricação de calçados;
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material;
Desdobramento de madeira;
Fabricação de produtos derivados do petróleo;
Fabricação de biocombustíveis;
RODOVIA

Fabricação de vidro e de produtos do vidro;


Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos;
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos;
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos;
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral;
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária;
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes;
Fabricação de instrumentos musicais;
Fabricação de artefatos para pesca e esporte;
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos;
Fabricação de produtos diversos

PARACAMBI
FATOR
ATIVIDADE
Fabricação de cimento;
Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada;
Fabricação de máquinas-ferramenta;
Fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições;
Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
FERROVIA

Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos;


Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral;
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção

PARACAMBI
FATOR
ATIVIDADE
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas; Fabricação de produtos farmacêuticos;
PORTO

Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios;


Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

112
PARACAMBI
FATOR
ATIVIDADE
Abate e fabricação de produtos de carne;
ABASTECIMENTO DE ÁGUA - DISPONIBILIDADE

Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais;


Laticínios;
Fabricação de bebidas alcoólicas;
Fabricação de bebidas não alcoólicas;
Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis;
Fabricação de embalagens de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado;
Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado;
Fabricação de resinas e elastômeros;
Produção de tubos de aço, exceto tubos sem costura;
Metalurgia dos metais não-ferrosos;
Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada;
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos;
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica;
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica;
Fabricação de cabines, carrocerias e reboques para veículos automotores;
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores;
Construção de embarcações;
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

113
Os setores destacados são aqueles que, mesmo já sendo explorados no município, possuem
potencial de registrar um forte crescimento com a melhoria das infraestruturas produtivas. A melhoria de
todas as infraestruturas produtivas em Niterói pode resultar na potencialização dos setores abaixo
relacionados. Caso seja interesse potencializar um setor específico, é possível verificar quais as
infraestruturas que devem ser melhoradas para garantir o aumento da atratividade local sobre o setor.
Quanto mais vezes o setor aparecer na melhoria individual das infraestruturas, mais potencial é o mesmo,
segundo a qualidade total das infraestruturas locais.

114
PARACAMBI
ATIVIDADE
Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários
Fabricação de caminhões e ônibus
Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel
Fabricação de defensivos agrícolas e desinfetantes domissanitários
Fabricação de produtos de material plástico
Fabricação de produtos e preparados químicos diversos
Fabricação de produtos químicos orgânicos
Fabricação de veículos militares de combate
Produção de ferro-gusa e de ferroligas
Abate e fabricação de produtos de carne
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Construção de embarcações
Desdobramento de madeira
Fabricação de aeronaves
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de artefatos para pesca e esporte
Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
Fabricação de bebidas alcoólicas
Fabricação de bebidas não alcoólicas
Fabricação de biocombustíveis
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
Fabricação de cabines, carrocerias e reboques para veículos automotores
Fabricação de calçados
Fabricação de caminhões e ônibus
Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel
Fabricação de cimento
Fabricação de componentes eletrônicos
Fabricação de defensivos agrícolas e desinfetantes domissanitários
Fabricação de eletrodomésticos
Fabricação de embalagens de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado
Fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições
Fabricação de equipamentos de comunicação
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas Fabricação de produtos farmacêuticos
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de máquinas-ferramenta
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de móveis
Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos
Fabricação de produtos de borracha
Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis
Fabricação de produtos de material plástico
Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente
Fabricação de produtos derivados do petróleo
Fabricação de produtos diversos
Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado
Fabricação de produtos do fumo
Fabricação de produtos e preparados químicos diversos
Fabricação de produtos farmacêuticos
Fabricação de produtos farmoquímicos
Fabricação de produtos químicos inorgânicos
Fabricação de resinas e elastômeros
Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal
Fabricação de tecidos de malha
Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de veículos ferroviários
Fabricação de vidro e de produtos do vidro
Fundição
Laticínios
Metalurgia dos metais não-ferrosos
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado
Processamento industrial do fumo
Produção de tubos de aço, exceto tubos sem costura
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores
Siderurgia

115
Embora responda por 25,2% dos empregos formais do município o comércio representa 9,4% dos
estabelecimentos. O setor com maior número de estabelecimentos é o de serviços de alojamento,
alimentação, reparação, manutenção e redação, com 18,6% dos estabelecimentos e 6,3% dos empregos. O
segundo setor com maior número de empregos formais é a administração pública, com 19,4% das vagas e
0,4% dos estabelecimentos. 14,8% dos empregos estão na principal atividade industrial do município, a
metalurgia, que possui 1,6% dos estabelecimentos e 14,8% dos empregos. A indústria química, ligada ao
complexo da saúde, possui 1% dos estabelecimentos e 4% dos empregos em Paracambi.

O município possui baixa expressão agrária. Segundo os dados de Produção Agrícola Municipal, a
produção das lavouras permanentes e temporárias do município atingiu 1.309 hectares (13,09 km²), apesar
de ocupar 7,3% do território municipal.

Produção Agrícola Municipal - Lavouras permanentes e temporárias 2014


Área Área destinada Quantidade Rendimento Valor da
Produto colhida à colheita produzida médio produção
(hectare) (hectare) (toneladas) (kg por hectare) (R$ mil)
Mandioca 32 32 384 12.000 447
Banana (cacho) 1.220 1.220 4.514 3.700 4.893
Coco-da-baía¹ 25 25 350 14.000 352
Laranja 4 4 54 13.500 12
Manga 3 3 45 15.000 18
Cana de Açúcar 25 25 575 23.000 114
Total 1.309 1.309 5.922 8.120 5.836
1. Frutos por hectare
Fonte: IBGE

Já a produção pecuária do município possui baixa dinâmica, conforme o Perfil da pecuária


municipal 2014, do IBGE.

Perfil da pecuária municipal - 2014


Participação (%)
Valor
Especificação
Quantidade Estadual Mesorregional Microrregional (R$ mil)¹

Grande porte² 5 215 0,21 1,71 6,29 ...


Bovinos 4 990 0,21 1,80 6,46 ...
Bubalinos 100 1,50 4,63 6,39
Médio porte² 1 970 1,16 4,07 30,51 ...
Suínos 1 330 1,29 5,09 28,83 ...
Caprinos 129 0,55 1,51 31,62
Ovinos 511 1,19 3,72 35,61
Pequeno porte 5 593 0,03 0,07 0,30 ...
Galináceos 5 593 0,03 0,08 0,30 ...
Produtos 601 0,11 1,48 3,12 601
Leite produzido (1 000 litros) 601 0,11 1,48 3,12 601
Ovos (1 000 dúzias) 26 0,25 0,61 29,21 104
Ovos de galinha (1 000 dúzias) 26 0,25 0,61 29,21 104
Mel de abelha 0,27 0,09 0,32 1,16 8
Mel de abelha (toneladas) 0,27 0,09 0,32 1,16 8
Piscicultura 2,50 0,20 1,72 8,30 15
Tilápia (toneladas) 40,00 4,01 33,07 100,00 380
(1) A variável valor do efetivo não é pesquisada.
(2) Cabeças
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2014.

116
 Queimados

Município com forte dinâmica industrial, alavancada por um dos mais bem estruturados distritos
industriais do estado do Rio de Janeiro. O setor industrial respondeu, em 2013 (último dado municipal
disponível), por 41,1% do Produto Interno Bruto Municipal.

Segundo informações do município, o Distrito Industrial concentra 41 fábricas no Distrito Industrial,


que têm impulsionado o crescimento econômico local. Além de indústrias, estão sendo instaladas no
município plantas logísticas e empreendimentos de diversos outros segmentos comerciais e de apoio
industrial. Alguns dos principais empreendimentos em implantação são o primeiro Terminal Logístico
Ferroviário do Estado do Rio de Janeiro (em andamento), da MRS e cinco centros logísticos, que podem
aproveitar o conceito de Centros Logísticos Integrados Alfandegados, sendo retroáreas ativas para os
portos do Rio de Janeiro e Itaguaí e o Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim – Galeão.

Queimados possui excelente localização, às margens da Rodovia Presidente Dutra, proximidade


com o Arco Rodoviário Metropolitano, além de áreas destinadas ao desenvolvimento de atividades
empresariais e industriais próximas à estas infraestruturas.

No que tange a novos potenciais, considerando a melhoria de cada uma das infraestruturas
produtivas selecionadas, a otimização da oferta traz, como resultado, a criação de condições adequadas
para atrair os seguintes setores (eliminados aqueles que demandam grandes áreas para implantação):

QUEIMADOS
FATOR
ATIVIDADE
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado
Processamento industrial do fumo
Fabricação de produtos do fumo
Fabricação de tecidos de malha
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
Fabricação de calçados
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
Desdobramento de madeira
Fabricação de produtos derivados do petróleo
Fabricação de biocombustíveis
RODOVIA

Fabricação de vidro e de produtos do vidro


Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de artefatos para pesca e esporte
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
Fabricação de produtos diversos

117
QUEIMADOS
FATOR
ATIVIDADE
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado
Processamento industrial do fumo
Fabricação de produtos do fumo
Fabricação de tecidos de malha
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
Fabricação de calçados
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
Desdobramento de madeira
Fabricação de produtos derivados do petróleo
Fabricação de biocombustíveis
FERROVIA

Fabricação de vidro e de produtos do vidro


Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de artefatos para pesca e esporte
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
Fabricação de produtos diversos

QUEIMADOS
FATOR
ATIVIDADE
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
AEROPORTO

Fabricação de fibras artificiais e sintéticas


Fabricação de produtos farmacêuticos
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

QUEIMADOS
FATOR
ATIVIDADE
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas
PORTO

Fabricação de produtos farmacêuticos


Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle cronômetros e relógios
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

QUEIMADOS
FATOR
ATIVIDADE
DISPONIBILIDADE
ELÉTRICA
ENERGIA

Fabricação de fibras artificiais e sintéticas


Fabricação de produtos farmacêuticos
Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle cronômetros e relógios

QUEIMADOS
FATOR
ATIVIDADE
DISPONIBILIDADE
ABASTECIMENTO
DE ÁGUA

Fabricação de fibras artificiais e sintéticas


Fabricação de produtos farmacêuticos
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

118
QUEIMADOS
FATOR
ATIVIDADE

Fabricação de fibras artificiais e sintéticas


Fabricação de produtos farmacêuticos
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle cronômetros e relógios
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente

CAPITAL INTELECTUAL
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos
Fabricação de produtos derivados do petróleo
Fabricação de resinas e elastômeros
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas
Fabricação de produtos farmacêuticos
Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle cronômetros e relógios
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Construção de embarcações
Fabricação de móveis
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

QUEIMADOS
FATOR
ATIVIDADE
Preparação e fiação de fibras têxteis
Tecelagem, exceto malha
CONDOMÍNIOS INDUSTRIAIS

Fabricação de artigos de malharia e tricotagem


Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria
e de higiene pessoal
Fabricação de produtos farmacêuticos
Fabricação de produtos de material plástico
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral
Fabricação de máquinas-ferramenta
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
Fabricação de produtos diversos

Os setores destacados são aqueles que, mesmo já sendo explorados no município, possuem
potencial de registrar um forte crescimento com a melhoria das infraestruturas produtivas. A melhoria de
todas as infraestruturas produtivas em Niterói pode resultar na potencialização dos setores abaixo
relacionados. Caso seja interesse potencializar um setor específico, é possível verificar quais as
infraestruturas que devem ser melhoradas para garantir o aumento da atratividade local sobre o setor.
Quanto mais vezes o setor aparecer na melhoria individual das infraestruturas, mais potencial é o mesmo,
segundo a qualidade total das infraestruturas locais.

119
QUEIMADOS
ATIVIDADE
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Construção de embarcações
Desdobramento de madeira
Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle cronômetros e relógios
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de artefatos para pesca e esporte
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
Fabricação de biocombustíveis
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
Fabricação de calçados
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral
Fabricação de máquinas-ferramenta
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de móveis
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos
Fabricação de produtos de material plástico
Fabricação de produtos derivados do petróleo
Fabricação de produtos diversos
Fabricação de produtos do fumo
Fabricação de produtos farmacêuticos
Fabricação de resinas e elastômeros
Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal
Fabricação de tecidos de malha
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de vidro e de produtos do vidro
Preparação e fiação de fibras têxteis
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado
Processamento industrial do fumo
Tecelagem, exceto malha

O comércio representa 37,2% dos estabelecimentos e 28,3% dos empregos formais do município
sendo o principal empregador. Serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção e redação
concentra 22,7% dos estabelecimentos, mas apenas 6,4% dos empregos. Já o setor de transportes e
comunicações, com 3,6% dos estabelecimentos e 13,3% dos empregos formais.

Os setores industriais com maior destaque são produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico, com
5,1% dos empregos e 1,6% dos estabelecimentos; têxtil do vestuário e artesanatos de tecidos com 4,7% dos
empregos e 1% dos estabelecimentos; e química de produtos farmacêuticos, perfumaria e diversos (ligado
ao complexo da saúde), com 2,3% dos empregos.

O município possui baixa expressão agrária. Segundo os dados de Produção Agrícola Municipal, a
produção das lavouras permanentes e temporárias do município atingiu 52 hectares (0,52 km²), apesar de
ocupar 0,7% do território municipal.

120
Produção Agrícola Municipal - Lavouras permanentes e temporárias 2014
Área Área destinada Quantidade Rendimento Valor da
Produto colhida à colheita produzida médio produção
(hectare) (hectare) (toneladas) (kg por hectare) (R$ mil)
Mandioca 15 15 158 10.533 108
Banana (cacho) 37 37 258 6.973 208
Total 52 52 416 1.751 316
1. Frutos por hectare
Fonte: IBGE

Já a produção pecuária do município possui baixa dinâmica, conforme o Perfil da pecuária


municipal 2014, do IBGE.

Perfil da pecuária municipal - 2014


Participação (%)
Valor
Especificação
Quantidade Estadual Mesorregional Microrregional (R$ mil)¹

Grande porte² 2 580 0,10 0,85 2,20 ...


Bovinos 2 383 0,10 0,86 2,26 ...
Equinos 197 0,17 0,75 1,92
Médio porte² 373 0,22 0,77 1,68 ...
Suínos 373 0,36 1,43 3,19 ...
Pequeno porte 1 200 0,01 0,02 0,37 ...
Galináceos 1 200 0,01 0,02 0,91 ...
Produtos 330 0,06 0,81 3,16 330
Leite produzido (1 000 litros) 330 0,06 0,81 3,16 330
Ovos (1 000 dúzias) 5 0,05 0,12 0,91 20
Ovos de galinha (1 000 dúzias) 5 0,05 0,12 0,91 20
(1) A variável valor do efetivo não é pesquisada.
(2) Cabeças
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2014.

 Rio Bonito

Município com baixa dinâmica industrial, tendo na construção civil seu principal empregador, com
23,5% dos empregos formais em 4,2% dos estabelecimentos. O comércio de administração de imóveis,
valores mobiliários e serviços técnicos responde por 50,8% dos estabelecimentos e 19,4% dos empregos. O
comércio varejista responde, no município, por apenas 16,0% dos empregos em 14,2% dos
estabelecimentos formais. Serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção e redação
concentra 12% dos estabelecimentos e 10,7% dos empregos.

Rio Bonito é um município com excelente logística, cortado pela BR 101 Norte e pela EF 118, a
Ferrovia Rio – Vitória, além de relativa proximidade com a Baixada Fluminense e o Rio de Janeiro e com
Cabo Frio e Arraial do Cabo, no Leste Fluminense, onde se localiza o aeroporto Internacional de cargas e o
porto do Forno, respectivamente.

No que tange a novos potenciais, considerando a melhoria de cada uma das infraestruturas
produtivas selecionadas, a otimização da oferta traz, como resultado, a criação de condições adequadas
para atrair os seguintes setores (eliminados aqueles que demandam grandes áreas para implantação):

121
RIO BONITO
FATOR
ATIVIDADE

Processamento industrial do fumo

AEROPORTO
Fabricação de produtos do fumo
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos

RIO BONITO
FATOR
ATIVIDADE

Processamento industrial do fumo


AEROVIÁRIO
TERMINAIS

Fabricação de produtos do fumo


Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos

RIO BONITO
FATOR
ATIVIDADE
ENERGIA ELÉTRICA

Extração de pedra, areia e argila


DISPONIBILIDADE

Extração de outros minerais não-metálicos


Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário
Fabricação de produtos de borracha
Fabricação de produtos de material plástico
Fabricação de outros produtos alimentícios
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente

RIO BONITO
FATOR
ATIVIDADE

Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis


DISPONIBILIDADE
GÁS NATURAL

Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário


Fabricação de cimento
Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais
semelhantes
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado
Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente

RIO BONITO
FATOR
ATIVIDADE

Extração de outros minerais não-metálicos


Processamento industrial do fumo
ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Fabricação de produtos do fumo


Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
DISPONIBILIDADE

Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário


Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de cimento
Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais
semelhantes
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores
Fabricação de móveis
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos

122
RIO BONITO
FATOR
ATIVIDADE

DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS


Extração de outros minerais não-metálicos
Processamento industrial do fumo
Fabricação de produtos do fumo
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário

DOMICILIARES
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de cimento
Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais
semelhantes
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores
Fabricação de móveis
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos

RIO BONITO
FATOR
ATIVIDADE
RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis


Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário
DISPOSIÇÃO DE

Fabricação de biocombustíveis
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos
Curtimento e outras preparações de couro
Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis

RIO BONITO
FATOR
ATIVIDADE

Extração de outros minerais não-metálicos


Processamento industrial do fumo
Fabricação de produtos do fumo
Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores
CAPITAL INTELECTUAL

Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente


Fabricação de móveis
Fabricação de biocombustíveis
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente
Fabricação de móveis
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos
ópticos

Os setores destacados são aqueles que, mesmo já sendo explorados no município, possuem
potencial de registrar um forte crescimento com a melhoria das infraestruturas produtivas. A melhoria de
todas as infraestruturas produtivas em Niterói pode resultar na potencialização dos setores abaixo
relacionados. Caso seja interesse potencializar um setor específico, é possível verificar quais as
infraestruturas que devem ser melhoradas para garantir o aumento da atratividade local sobre o setor.
Quanto mais vezes o setor aparecer na melhoria individual das infraestruturas, mais potencial é o mesmo,
segundo a qualidade total das infraestruturas locais.

123
RIO BONITO
ATIVIDADE
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Curtimento e outras preparações de couro
Extração de outros minerais não-metálicos
Extração de pedra, areia e argila
Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes
Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de biocombustíveis
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
Fabricação de cimento
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas
Fabricação de móveis
Fabricação de outros produtos alimentícios
Fabricação de produtos de borracha
Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis
Fabricação de produtos de material plástico
Fabricação de produtos do fumo
Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado
Processamento industrial do fumo
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores

46,6% do Produto Interno Bruto do município é gerado pelos setores de serviços e comércio. 26,7%
são gerados pela administração pública e 17% pela indústria. Os números desmontam a tese de que a
agropecuária teria peso relevante na economia municipal, uma vez que responde por apenas 0,7% do PIB,
considerando o ano de 2013, último dado municipal disponibilizado oficialmente.

O município possui baixa expressão agrária, apesar da diversidade de produtos. Segundo os dados
de Produção Agrícola Municipal, a produção das lavouras permanentes e temporárias do município atingiu
2.236 hectares (22,36 km²), 4,8% do território municipal.

124
Produção Agrícola Municipal - Lavouras permanentes e temporárias 2014
Área Área destinada Quantidade Rendimento Valor da
Produto colhida à colheita produzida médio produção
(hectare) (hectare) (toneladas) (kg por hectare) (R$ mil)
Laranja 832 832 16.000 19.231 8.528
Tangerina 244 244 4.880 20.000 3.206
Limão 384 384 5.170 13.464 2.146
Mandioca 265 265 3.150 11.887 725
Banana (cacho) 280 280 2.400 8.571 442
Coco-da-baía 82 82 700 8.537 287
Cana de açúcar 62 62 2.046 33.000 172
Maracujá 15 15 225 15.000 107
Feijão (em grãos) 36 36 28 778 43
Palmito 5 5 4 800 32
Mamão 2 2 38 19.000 14
Milho 24 24 21 875 8
Goiaba 5 5 16 3.200 7
Total 2.236 2.236 34.678 154.343 15.717
1. Frutos por hectare
Fonte: IBGE

Já a produção pecuária do município possui importância microrregional, conforme o Perfil da


pecuária municipal 2014, do IBGE.

Perfil da pecuária municipal - 2014


Participação (%)
Valor
Especificação
Quantidade Estadual Mesorregional Microrregional (R$ mil)¹

Grande porte² 35 874 1,43 11,75 63,96 ...


Bovinos 35 246 1,48 12,74 66,95 ...
Bubalinos 82 1,23 3,80 42,71
Equinos 546 0,47 2,07 16,82
Médio porte² 1 940 1,14 4,01 36,33 ...
Suínos 450 0,43 1,72 50,00 ...
Caprinos 1 340 5,72 15,70 87,58
Ovinos 150 0,35 1,09 5,15
Pequeno porte 15 320 0,09 0,20 75,39 ...
Galináceos 15 320 0,09 0,21 75,39 ...
Produtos 2 019 0,37 4,98 26,34 1 938
Leite produzido (1 000 litros) 2 019 0,37 4,98 26,34 1 938
Ovos (1 000 dúzias) 44 0,42 1,03 86,27 97
Ovos de galinha (1 000 dúzias) 44 0,42 1,03 86,27 97
Mel de abelha 1 0,30 1,10 100,00 8
Mel de abelha (toneladas) 1 0,30 1,10 100,00 8
Piscicultura 0,59 0,05 0,41 0,96 4
Tilápia (toneladas) 0,46 0,05 0,38 0,75 2,99
Traíra e Trairão (toneladas) 0,13 1,65 41,94 100,00 0,715
(1) A variável valor do efetivo não é pesquisada.
(2) Cabeças

 São Gonçalo

Segundo município mais populoso do estado (atrás apenas da cidade do Rio de Janeiro), com mais
de um milhão de habitantes, é o 16º mais populoso do país. O setor de serviços e comércio é a principal
fonte do Produto Interno Bruto do município, com 41,4% em 2013, último dado oficial disponível. A
administração pública vem em segundo lugar, com 35,8% do PIB e a indústria contribui com 15,2%.

O comércio varejista é o principal empregador do município, com 27,6% dos empregos formais e
34,6% dos estabelecimentos, seguido pelo setor de serviços de alojamento, alimentação, reparação

125
manutenção e redação, com 23,8% dos estabelecimentos e 13,4% dos empregos. Transportes e
comunicações respondem por 10,2% dos empregos e 2,4% dos estabelecimentos.

São Gonçalo possui excelente localização, cortado pela BR 101 Norte, com fácil acesso ao Arco
Metropolitano. O município possuía uma rede ferroviária, atualmente desativada, que consistia de três
linhas: Niterói - Campos dos Goitacazes (via Itaboraí), que está em fase de recuperação pela União, com o
nome de Estrada de Ferro Rio – Vitória (EF 118); ligação de Neves até Cabo Frio (passando por Vila Lage,
Alcântara, Sacramento, Maricá e Araruama); e a uma ligação da antiga fábrica de cimento Mauá, em
Guaxindiba, ao ponto de extração de matéria prima, em São José, no município de Itaboraí (passando por
Vista Alegre, Monjolos e Largo da Ideia).

No que tange a novos potenciais, considerando a melhoria de cada uma das infraestruturas
produtivas selecionadas, a otimização da oferta traz, como resultado, a criação de condições adequadas
para atrair os seguintes setores (eliminados aqueles que demandam grandes áreas para implantação):

SÃO GONÇALO
FATOR
ATIVIDADE

Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais


Torrefação e moagem de café
Fabricação de bebidas alcoólicas
Processamento industrial do fumo
Fabricação de produtos do fumo
Fabricação de produtos de borracha
Fabricação de produtos de material plástico
Metalurgia dos metais não-ferrosos
FERROVIA

Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras


Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e
relógios
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de eletrodomésticos
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de máquinas-ferramenta
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na
construção

SÃO GONÇALO
FATOR
ATIVIDADE
ENERGIA ELÉTRICA
DISPONIBILIDADE

Extração de outros minerais não-metálicos


Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário
Fabricação de produtos químicos orgânicos
Fabricação de produtos de borracha
Fabricação de produtos de material plástico
Metalurgia dos metais não-ferrosos
Fundição

SÃO GONÇALO
FATOR
ATIVIDADE
RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Metalurgia dos metais não-ferrosos


DISPOSIÇÃO DE

Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação


Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na
construção
Fabricação de produtos químicos orgânicos
Construção de embarcações

126
SÃO GONÇALO
FATOR
ATIVIDADE

INTELECTUAL
Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio

CAPITAL
e vídeo
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas
Construção de embarcações

SÃO GONÇALO
FATOR
ATIVIDADE
CONDOMÍNIOS
INDUSTRIAIS
Fabricação de produtos de material plástico
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão

Os setores destacados são aqueles que, mesmo já sendo explorados no município, possuem
potencial de registrar um forte crescimento com a melhoria das infraestruturas produtivas. A melhoria de
todas as infraestruturas produtivas em Niterói pode resultar na potencialização dos setores abaixo
relacionados. Caso seja interesse potencializar um setor específico, é possível verificar quais as
infraestruturas que devem ser melhoradas para garantir o aumento da atratividade local sobre o setor.
Quanto mais vezes o setor aparecer na melhoria individual das infraestruturas, mais potencial é o mesmo,
segundo a qualidade total das infraestruturas locais.

SÃO GONÇALO
ATIVIDADE
Construção de embarcações
Extração de outros minerais não-metálicos
Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios
Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário
Fabricação de bebidas alcoólicas
Fabricação de eletrodomésticos
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de máquinas-ferramenta
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de produtos de borracha
Fabricação de produtos de material plástico
Fabricação de produtos do fumo
Fabricação de produtos químicos orgânicos
Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fundição
Metalurgia dos metais não-ferrosos
Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais
Processamento industrial do fumo
Torrefação e moagem de café

127
O município possui baixa expressão agrária, apesar da diversidade de produtos. Segundo os dados
de Produção Agrícola Municipal, a produção das lavouras permanentes e temporárias do município atingiu
173 hectares (1,73 km²), apenas 0,7% do território municipal.

Produção Agrícola Municipal - Lavouras permanentes e temporárias 2014


Área Área destinada Quantidade Rendimento Valor da
Produto colhida à colheita produzida médio produção
(hectare) (hectare) (toneladas) (kg por hectare) (R$ mil)
Limão 15 15 240 16.000 228
Laranja 30 30 348 11.600 223
Mandioca 30 30 360 12.000 176
Coco-da-baía 20 20 400 20.000 160
Banana (cacho) 20 20 120 6.000 124
Manga 12 12 300 25.000 123
Caqui 8 8 200 25.000 96
Cana de açúcar 27 27 1000 37.037 90
Maracujá 6 6 102 17.000 57
Tangerina 5 5 70 14.000 46
Total 173 173 3.140 183.637 1.323
1. Frutos por hectare
Fonte: IBGE

Já a produção pecuária do município possui importância microrregional, conforme o Perfil da


pecuária municipal 2014, do IBGE.

Perfil da pecuária municipal - 2014


Participação (%)
Valor
Especificação
Quantidade Estadual Mesorregional Microrregional (R$ mil)¹

Grande porte² 5 470 0,22 1,79 4,67 ...


Bovinos 5 115 0,21 1,85 4,86 ...
Bubalinos 25 0,38 1,16 1,60
Equinos 330 0,28 1,25 3,22
Médio porte² 905 0,53 1,87 4,06 ...
Suínos 560 0,54 2,14 4,79 ...
Caprinos 150 0,64 1,76 2,72
Ovinos 195 0,46 1,42 3,86
Pequeno porte 4 200 0,02 0,06 1,30 ...
Galináceos 3 500 0,02 0,05 2,64 ...
Codornas 700 0,22 0,25 0,37
Produtos 200 0,04 0,49 1,92 190
Leite produzido (1 000 litros) 200 0,04 0,49 1,92 190
Ovos (1 000 dúzias) 23 7,24 7,28 7,38 33
Ovos de galinha (1 000 dúzias) 7 7,00 7,00 7,00 7
Ovos de codorna (1 000 dúzias) 16 0,24 0,28 0,38 26
Mel de abelha 1 0,29 1,07 2,66 12
Mel de abelha (toneladas) 1 0,29 1,07 2,66 12
(1) A variável valor do efetivo não é pesquisada.
(2) Cabeças
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2014.

 São João de Meriti

Município com baixa dinâmica industrial, com o setor contribuindo com 6,6% do Produto Interno
Bruto em 2013. O principal gerador de riqueza municipal é o setor de serviços e comércio, com 48,5% do
PIB, seguido por administração pública, com 34,9%. O município não possui atividade agropecuária.

128
São João de Meriti possui excelente localização, às margens da Rodovia Presidente Dutra.
Localizado há apenas 30km do centro da cidade do Rio de Janeiro, o município sofre com a falta de áreas
para receber grandes empreendimentos, uma vez que seus 35 km² são ocupados por 460.625 habitantes,
uma densidade de 13.161 habitantes por km² ou 13,16 habitantes por m², a maior densidade demográfica
do país.

No que tange a novos potenciais, considerando a melhoria de cada uma das infraestruturas
produtivas selecionadas, a otimização da oferta traz, como resultado, a criação de condições adequadas
para atrair os seguintes setores (eliminados aqueles que demandam grandes áreas para implantação):

SÃO JOÃO DE MERITI


FATOR
ATIVIDADE
Fabricação de tecidos de malha
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
RODOVIA

Fabricação de artigos de malharia e tricotagem


Fabricação de vidro e de produtos do vidro
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos

SÃO JOÃO DE MERITI


FATOR
ATIVIDADE
Fabricação de tecidos de malha
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
FERROVIA

Fabricação de artigos de malharia e tricotagem


Fabricação de vidro e de produtos do vidro
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos

SÃO JOÃO DE MERITI


FATOR
ATIVIDADE
ENERGIA ELÉTRICA
DISPONIBILIDADE

Fabricação de tecidos de malha


Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes

SÃO JOÃO DE MERITI


FATOR
ATIVIDADE
CAPITAL INTELECTUAL

Fabricação de tecidos de malha


Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de vidro e de produtos do vidro
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos

Os setores destacados são aqueles que, mesmo já sendo explorados no município, possuem
potencial de registrar um forte crescimento com a melhoria das infraestruturas produtivas. A melhoria de
todas as infraestruturas produtivas em Niterói pode resultar na potencialização dos setores abaixo
relacionados. Caso seja interesse potencializar um setor específico, é possível verificar quais as
infraestruturas que devem ser melhoradas para garantir o aumento da atratividade local sobre o setor.

129
Quanto mais vezes o setor aparecer na melhoria individual das infraestruturas, mais potencial é o mesmo,
segundo a qualidade total das infraestruturas locais.

SÃO JOÃO DE MERITI


ATIVIDADE
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de tecidos de malha
Fabricação de vidro e de produtos do vidro

O município possui um grande potencial para a recuperação de atividades tradicionais, em especial


o comércio de confecções, notadamente em Vilar dos Teles, região que, na década de 1980, foi conhecida
como a Capital do Jeans por conta de diversas lojas que vendiam esse material a preço de fábrica.

O município não possui atividade agropecuária.

 Seropédica

Município com importante dinâmica industrial interna, com o setor contribuindo com 36,4% do
Produto Interno Bruto em 2013. A seguir vem o setor de serviços e comércio, com 28,2% do PIB, seguido
por administração pública, com 25,0%. A atividade agropecuária respondeu por apenas 0,7% do PIB e
impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos, por 9,8%.

Seropédica possui excelente localização, cortado pela Rodovia Presidente Dutra, Arco
Metropolitano do Rio de Janeiro, ramal ferroviário de acesso ao Porto de Itaguaí, grandes áreas vazias que
podem receber diversificadas atividades logísticas e industriais. O município sedia a Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro, sendo um importante centro de pesquisa acadêmica.

No que tange a novos potenciais, considerando a melhoria de cada uma das infraestruturas
produtivas selecionadas, a otimização da oferta traz, como resultado, a criação de condições adequadas
para atrair os seguintes setores (eliminados aqueles que demandam grandes áreas para implantação):

130
SEROPÉDICA
FATOR
ATIVIDADE
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado;
Processamento industrial do fumo;
Fabricação de produtos do fumo;
Fabricação de tecidos de malha;
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis;
Confecção de artigos do vestuário e acessórios;
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem;
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro;
Fabricação de calçados;
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material;
Desdobramento de madeira;
Fabricação de produtos derivados do petróleo;
Fabricação de biocombustíveis;
RODOVIA

Fabricação de vidro e de produtos do vidro;


Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos;
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos;
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos;
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral;
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária;
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes;
Fabricação de instrumentos musicais;
Fabricação de artefatos para pesca e esporte;
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos;
Fabricação de produtos diversos

SEROPÉDICA
FATOR
ATIVIDADE
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
AEROPORTO

Fabricação de fibras artificiais e sintéticas;


Fabricação de produtos farmacêuticos;
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios;
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

SEROPÉDICA
FATOR
ATIVIDADE
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas;
PORTO

Fabricação de produtos farmacêuticos;


Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle; cronômetros e relógios;
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos

SEROPÉDICA
FATOR
ATIVIDADE
Preparação e fiação de fibras têxteis;
Tecelagem, exceto malha;
ENERGIA ELÉTRICA - DISPONIBILIDADE

Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário;


Fabricação de papel, cartolina e papel-cartão;
Fabricação de embalagens de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado;
Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado;
Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria
e de higiene pessoal;
Fabricação de produtos de borracha;
Fabricação de produtos de material plástico;
Produção de tubos de aço, exceto tubos sem costura;
Metalurgia dos metais não-ferrosos;
Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários;
Fabricação de caminhões e ônibus;
Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores;
Fabricação de aeronaves;
Fabricação de veículos militares de combate

131
SEROPÉDICA
FATOR
ATIVIDADE
Preparação e fiação de fibras têxteis;

ABASTECIMENTO DE ÁGUA - DISPONIBILIDADE


Tecelagem, exceto malha;
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem;
Fabricação de papel, cartolina e papel-cartão;
Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria
e de higiene pessoal;
Fabricação de produtos farmacêuticos;
Fabricação de produtos de material plástico;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos;
Fabricação de eletrodomésticos;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral;
Fabricação de máquinas-ferramenta;
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes;
Fabricação de instrumentos musicais;
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos;
Fabricação de produtos diversos

SEROPÉDICA
FATOR
ATIVIDADE
Fabricação de biocombustíveis;
Fabricação de produtos farmoquímicos;
Fabricação de produtos farmacêuticos;
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral;


Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária;
Fabricação de máquinas-ferramenta;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção;
Fabricação de cabines, carrocerias e reboques para veículos automotores;
Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores;
Fabricação de veículos militares de combate;
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente;
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos;
Curtimento e outras preparações de couro;
Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis;
Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel;
Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado;
Fabricação de produtos químicos inorgânicos;
Fabricação de produtos químicos orgânicos;
Produção de ferro-gusa e de ferroligas;
Siderurgia;
Fabricação de automóveis,
camionetas e utilitários;
Fabricação de caminhões e ônibus;
Fabricação de veículos ferroviários

SEROPÉDICA
FATOR
ATIVIDADE
Construção de embarcações;
Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo;
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle; cronômetros e relógios;
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação;
Fabricação de caminhões e ônibus;
Fabricação de eletrodomésticos;
Fabricação de embalagens de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado;
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos;
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente;
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
CAPITAL INTELECTUAL

Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica;


Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral;
Fabricação de máquinas-ferramenta;
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
Fabricação de móveis;
Fabricação de papel, cartolina e papel-cartão;
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos;
Fabricação de produtos de material plástico;
Fabricação de produtos farmacêuticos;
Metalurgia dos metais não-ferrosos;
Preparação e fiação de fibras têxteis;
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores;
Tecelagem, exceto malha;

132
SEROPÉDICA
FATOR
ATIVIDADE
Preparação e fiação de fibras têxteis;
Tecelagem, exceto malha;
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem;
Fabricação de papel, cartolina e papel-cartão;

CONDOMÍNIOS INDUSTRIAIS
Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria
e de higiene pessoal;
Fabricação de produtos farmacêuticos;
Fabricação de produtos de material plástico;
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos;
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos;
Fabricação de eletrodomésticos;
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral;
Fabricação de máquinas-ferramenta;
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes;
Fabricação de instrumentos musicais;
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos;
Fabricação de produtos diversos

Os setores destacados são aqueles que, mesmo já sendo explorados no município, possuem
potencial de registrar um forte crescimento com a melhoria das infraestruturas produtivas. A melhoria de
todas as infraestruturas produtivas em Niterói pode resultar na potencialização dos setores abaixo
relacionados. Caso seja interesse potencializar um setor específico, é possível verificar quais as
infraestruturas que devem ser melhoradas para garantir o aumento da atratividade local sobre o setor.
Quanto mais vezes o setor aparecer na melhoria individual das infraestruturas, mais potencial é o mesmo,
segundo a qualidade total das infraestruturas locais.

133
SEROPÉDICA
ATIVIDADE
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Construção de embarcações
Curtimento e outras preparações de couro
Desdobramento de madeira
Fabricação de aeronaves
Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação
Fabricação de artefatos para pesca e esporte
Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
Fabricação de automóveis,
Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários
Fabricação de biocombustíveis
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
Fabricação de cabines, carrocerias e reboques para veículos automotores
Fabricação de calçados
Fabricação de caminhões e ônibus
Fabricação de camionetas e utilitários
Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel
Fabricação de eletrodomésticos
Fabricação de embalagens de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos
Fabricação de instrumentos musicais
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
Fabricação de máquinas-ferramenta
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas
Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
Fabricação de móveis
Fabricação de papel, cartolina e papel-cartão
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos
Fabricação de produtos de borracha
Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis
Fabricação de produtos de material plástico
Fabricação de produtos derivados do petróleo
Fabricação de produtos diversos
Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado
Fabricação de produtos do fumo
Fabricação de produtos farmacêuticos
Fabricação de produtos farmoquímicos
Fabricação de produtos químicos inorgânicos
Fabricação de produtos químicos orgânicos
Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal
Fabricação de tecidos de malha
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
Fabricação de veículos ferroviários
Fabricação de veículos militares de combate
Fabricação de vidro e de produtos do vidro
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos
Metalurgia dos metais não-ferrosos
Preparação e fiação de fibras têxteis
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado
Processamento industrial do fumo
Produção de ferro-gusa e de ferroligas
Produção de tubos de aço, exceto tubos sem costura
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores
Siderurgia
Tecelagem, exceto malha

134
O município possui baixa expressão agrária, apesar da diversidade de produtos. Segundo os dados
de Produção Agrícola Municipal, a produção das lavouras permanentes e temporárias do município atingiu
1.462 hectares (14,62 km²), 5,2% do território municipal.

Produção Agrícola Municipal - Lavouras permanentes e temporárias 2014


Valor da
Área colhida Área destinada à Quantidade produzida Rendimento médio
Produto produção
(hectare) colheita (hectare) (toneladas) (kg por hectare)
(R$ mil)
Banana (cacho) 954 954 4.560 4.780 4.927
Coco-da-baía 190 190 4.560 24.000 4.852
Goiaba 7 140 20.000 175 4.852
Mandioca 165 165 2.310 14.000 2.594
Cana de açúcar 140 140 2.200 15.714 435
Manga 6 6 90 15.000 36
Total 1.462 1.595 33.720 73.669 17.696
1. Frutos por hectare
Fonte: IBGE

Já a produção pecuária do município possui importância microrregional, conforme o Perfil da


pecuária municipal 2014, do IBGE.

Perfil da pecuária municipal - 2014


Participação (%)
Valor
Especificação
Quantidade Estadual Mesorregional Microrregional (R$ mil)¹

Grande porte² 7 553 0,30 2,47 28,93 ...


Bovinos 7 050 0,30 2,55 28,17 ...
Equinos 503 0,43 1,91 47,54
Médio porte² 1 929 1,14 3,99 51,91 ...
Suínos 1 005 0,97 3,84 40,72 ...
Caprinos 332 1,42 3,89 65,10
Ovinos 592 1,38 4,31 80,22
Pequeno porte 61 917 0,35 0,81 90,42 ...
Galináceos 14 917 0,09 0,20 69,46 ...
Codornas 47 000 14,56 16,83 100,00
Produtos 636 0,12 1,57 33,63 636
Leite produzido (1 000 litros) 636 0,12 1,57 33,63 636
Ovos (1 000 dúzias) 770 11,26 13,68 87,18 903
Ovos de galinha (1 000 dúzias) 58 0,55 1,36 74,36 262
Ovos de codorna (1 000 dúzias) 712 10,71 12,33 100,00 641
Mel de abelha 1 0,27 0,99 38,13 25
Mel de abelha (toneladas) 1 0,27 0,99 38,13 25
Piscicultura 0,82 0,07 0,56 100,00 7
Tilápia (toneladas) 0,82 0,08 0,68 100,00 6,56
(1) A variável valor do efetivo não é pesquisada.
(2) Cabeças
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2014.

135
 Tanguá

Município com baixa dinâmica industrial. A administração pública respondeu por 40,6% do Produto
Interno Bruto em 2013. A seguir o setor de serviços e comércio respondeu por 34,9%. A indústria teve
participação de 17,6% e a agropecuária de apenas 1,2%.

Tanguá é cortado pela BR 101 Norte e pela Ferrovia Rio – Vitória (EF 118), em fase de recuperação.
Tem boa localização, com proximidade com a baixada Fluminense e o Rio de Janeiro e, ao mesmo tempo,
com Cabo Frio e Arraial do Cabo, onde se localizam o Porto do Forno e o aeroporto internacional de carga.

No que tange a novos potenciais, considerando a melhoria de cada uma das infraestruturas
produtivas selecionadas, a otimização da oferta traz, como resultado, a criação de condições adequadas
para atrair os seguintes setores (eliminados aqueles que demandam grandes áreas para implantação):

TANGUÁ
FATOR
ATIVIDADE
DISPONIBILIDADE
ELÉTRICA -
ENERGIA

Extração de pedra, areia e argila


Extração de outros minerais não-metálicos
Fabricação de produtos de borracha

TANGUÁ
FATOR
ATIVIDADE
Fabricação de cimento
Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais
semelhantes
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado
DISPONIBILIDADE
GÁS NATURAL

Fabricação de conservas de frutas, legumes e outros vegetais


Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais
Laticínios
Torrefação e moagem de café
Fabricação de bebidas alcoólicas
Fabricação de bebidas não alcoólicas
Fabricação de vidro e de produtos do vidro
Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras

TANGUÁ
FATOR
ATIVIDADE
Extração de outros minerais não-metálicos
Fabricação de conservas de frutas, legumes e outros vegetais
ABASTECIMENTO DE ÁGUA -

Confecção de artigos do vestuário e acessórios


Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
Fabricação de calçados
DISPONIBILIDADE

Fabricação de partes para calçados, de qualquer material


Desdobramento de madeira
Atividade de impressão
Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte
Fabricação de cimento
Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais
semelhantes
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Fabricação de artefatos para pesca e esporte

136
TANGUÁ
FATOR
ATIVIDADE
Extração de outros minerais não-metálicos

DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS


Fabricação de conservas de frutas, legumes e outros vegetais
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
Fabricação de calçados

DOMICILIARES
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
Desdobramento de madeira Atividade de impressão
Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte
Fabricação de cimento
Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais
semelhantes
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Fabricação de artefatos para pesca e esporte

TANGUÁ
FATOR
ATIVIDADE
DISPOSIÇÃO DE

Fabricação de tecidos de malha


INDUSTRIAIS

Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis


RESÍDUOS

Fabricação de biocombustíveis
Curtimento e outras preparações de couro
Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis

TANGUÁ
FATOR
ATIVIDADE
Fabricação de biocombustíveis
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
CAPITAL INTELECTUAL

Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente


Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos
ópticos
Extração de outros minerais não-metálicos
Fabricação de conservas de frutas, legumes e outros vegetais
Atividade de impressão
Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte
Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais
semelhantes

TANGUÁ
FATOR
ATIVIDADE
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
CONDOMÍNIOS INDUSTRIAIS

Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro


Fabricação de calçados
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material Desdobramento de
madeira
Atividade de impressão
Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte
Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais
semelhantes
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Fabricação de artefatos para pesca e esporte

Os setores destacados são aqueles que, mesmo já sendo explorados no município, possuem
potencial de registrar um forte crescimento com a melhoria das infraestruturas produtivas. A melhoria de
todas as infraestruturas produtivas em Niterói pode resultar na potencialização dos setores abaixo
relacionados. Caso seja interesse potencializar um setor específico, é possível verificar quais as
infraestruturas que devem ser melhoradas para garantir o aumento da atratividade local sobre o setor.
Quanto mais vezes o setor aparecer na melhoria individual das infraestruturas, mais potencial é o mesmo,
segundo a qualidade total das infraestruturas locais.

137
TANGUÁ
ATIVIDADE
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
Atividade de impressão
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
Curtimento e outras preparações de couro
Desdobramento de madeira
Desdobramento de madeira Atividade de impressão
Extração de outros minerais não-metálicos
Extração de pedra, areia e argila
Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes
Fabricação de artefatos para pesca e esporte
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
Fabricação de bebidas alcoólicas
Fabricação de bebidas não alcoólicas
Fabricação de biocombustíveis
Fabricação de calçados
Fabricação de cimento
Fabricação de conservas de frutas, legumes e outros vegetais
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos
Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material Desdobramento de madeira
Fabricação de produtos de borracha
Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis
Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras
Fabricação de tecidos de malha
Fabricação de vidro e de produtos do vidro
Laticínios
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte
Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos
Torrefação e moagem de café

O município possui baixa expressão agrária, apesar da diversidade de produtos. Segundo os dados
de Produção Agrícola Municipal, a produção das lavouras permanentes e temporárias do município atingiu
1.379 hectares (13,79 km²), 59,5% do território municipal.

138
Produção Agrícola Municipal - Lavouras permanentes e temporárias 2014
Valor da
Área colhida Área destinada à Quantidade produzida Rendimento médio
Produto produção
(hectare) colheita (hectare) (toneladas) (kg por hectare)
(R$ mil)
Laranja 681 681 16.000 23.495 7.200
Mandioca 360 360 5.400 15.000 1.458
Coco-da-baía 140 140 1.890 13.500 773
Tangerina 40 40 880 22.000 578
Limão 50 50 800 16.000 332
Cana de açúcar 20 20 600 30.000 50
Maracujá 6 6 100 16.667 43
Banana (cacho) 39 39 212 5.436 39
Feijão (em grão) 16 16 20 1.250 30
Manga 4 4 75 18.750 29
Goiaba 5 5 25 5.000 14
Mamão 2 2 38 19.000 14
Milho (em grão) 15 15 30 2.000 12
Palmito 1 1 1 1.000 6
Total 1.379 1.379 26.071 189.098 10.578
1. Frutos por hectare
Fonte: IBGE

Já a produção pecuária do município possui importância microrregional, conforme o Perfil da


pecuária municipal 2014, do IBGE.

Perfil da pecuária municipal - 2014


Participação (%)
Valor
Especificação
Quantidade Estadual Mesorregional Microrregional (R$ mil)¹

Grande porte² 8 429 0,34 2,76 7,20 ...


Bovinos 8 193 0,34 2,96 7,78 ...
Bubalinos 52 0,78 2,41 3,32
Equinos 184 0,16 0,70 1,79
Médio porte² 813 0,48 1,68 3,65 ...
Suínos 263 0,25 1,01 2,25 ...
Caprinos 340 1,45 3,98 6,16
Ovinos 210 0,49 1,53 4,15
Pequeno porte 3 920 0,02 0,05 1,21 ...
Galináceos 3 120 0,02 0,04 2,36 ...
Codornas 800 0,25 0,29 0,42
Produtos 2 810 0,52 6,93 26,94 2 754
Leite produzido (1 000 litros) 2 810 0,52 6,93 26,94 2 754
Ovos (1 000 dúzias) 32 0,34 0,71 2,44 70
Ovos de galinha (1 000 dúzias) 26 0,25 0,61 4,74 57
Ovos de codorna (1 000 dúzias) 6 0,09 0,10 0,14 13
Mel de abelha 8 2,58 9,58 23,81 71
Mel de abelha (toneladas) 8 2,58 9,58 23,81 71
Piscicultura 1,58 0,13 1,08 5,24 9
Tilápia (toneladas) 1,40 0,14 1,16 10,14 8,4
Traíra e Trairão (toneladas) 0 2,29 58,06 100,00 0,9
(1) A variável valor do efetivo não é pesquisada.
(2) Cabeças
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2014.

139
2.2.4. POTENCIAL DOS SETORES SELECIONADOS
2.2.4.1. PLATAFORMA LOGÍSTICA INTERNACIONAL
A Região Metropolitana do Rio de Janeiro é uma província portuária por natureza, na qual são
movimentadas cargas de 26 estados brasileiros. Nas duas baías (Guanabara e Sepetiba) estão localizados os
pertos do Rio de Janeiro, Itaguaí, Sudeste (em Itaguaí), Niterói e Santa Cruz (pertencente à Companhia
Siderúrgica do Atlântico). Além disso, o sistema portuário metropolitano registrará um forte crescimento
nos próximos anos, com a execução dos projetos de Lago da Pedra em Itaguaí (Gerdau) e da Base da
Marinha, em Itaguaí (com um estaleiro onde serão construídos submarinos nucleares). Existem ainda
importante terminal portuário especializado: Torgua, na baía da Guanabara, para Petróleo e derivados (da
Petrobras). Existe ainda o projeto de construção do Terminal de Ponta Negra, em Maricá.

Imagem 1. Portos e terminais da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (atuais e projetos)

Fonte: Elaboração própria

Este estoque invejável de infraestruturas portuárias da Região Metropolitana do Rio de Janeiro,


essencial para sua estratégia de crescimento econômico, traz consigo um grande desafio: o conflito cidade-
porto. É essencial destacar que o porto não conflita com a cidade, pois complementa sua morfologia e
estrutura econômica, porém a cidade conflita com o porto em sua busca por mais espaço urbano em áreas
nobres, onde normalmente os portos foram construídos, antes de estas áreas se enobrecerem. O porto
torna as áreas nobres, mas o abandono de seu entorno leva à degradação urbana e à equivocada sensação
de que o porto é ruim para a cidade.

Uma análise mais ampla inclui a visão de que o aumento das atividades industriais, entre as quais a
exploração de petróleo e gás (o Rio de Janeiro responde por 60% do mix), demanda o escoamento de
produtos por eixos logísticos que incluem dutos, portos, rodovias e ferrovias no processo de
extração/importação, e o inverso na exportação. Neste sentido, uma análise adequada considera

140
localização e vocações dos portos e suas infraestruturas de acesso, o que determinará as configurações
espaciais dos portos futuros e a estruturação dos existentes de forma a evitar o conflito cidade-porto.

Vejamos a seguir um detalhamento da infraestrutura portuária metropolitana:

O Porto do Rio de Janeiro foi responsável por 1,2% do volume movimentado pelo Brasil em 2014 no
comércio internacional, sendo o 3º porto brasileiro em valor agregado, com US$ 1.871 por tonelada. Foi
ainda o 5º porto em movimentação de contêineres com 414,5 mil Teus (Twenty-foot Equivalent Unit), o 7º
em valor movimentado, com US$ 19,2 bilhões e o 11º em volume movimentado, com 10,3 milhões de
toneladas. As projeções indicam que em 2040, com a dragagem do canal de acesso, dos fundeadores, da
baía de evolução, do cais de atracação e a expansão dos terminais, além da modernização dos
equipamentos e aumento da dimensão dos navios atracados, o porto possa saltar para 20 milhões de
toneladas movimentadas, com destaque para produtos de maior valor agregado.

Localizado na costa oeste da baía de Guanabara, o Porto do Rio de Janeiro tem como área de
influência direta os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, o sudoeste de Goiás
e o sul da Bahia. Em menor intensidade, o porto do Rio tem participação no comércio exterior de outros 20
estados. A área do porto organizado é constituída por: a) instalações portuárias existentes na margem da
baía de Guanabara, desde a extremidade leste, no píer Mauá, até a extremidade norte, no Cais do Caju,
abrangendo todos os cais, ilhas, docas, pontes, píeres de atracação e de acostagem, armazém, silos, rampas
roll on – roll off, pátios, edificações em geral, vias internas de circulação rodoviária e ferroviária e os
terrenos ao longo dessas faixas marginais e em suas adjacências pertencentes à União, incluindo-se,
também, a área ocupada pelo Instituto de Pesquisas Hidroviárias (INPH); e b) infraestrutura de proteção e
acesso aquaviário, tais como áreas de fundeio, bacias de evolução, canal de acesso e áreas adjacentes a
esse até as margens das instalações terrestres, existentes ou que venham a ser construídas.

O porto do Rio de Janeiro com a ampliação da capacidade de movimentação, com alargamento e


aprofundamento do canal de acesso, fundadores e cais de atracação. Com as novas especificações (bacia de
evolução com 15 metros de profundidade e canal de acesso com 264 metros de largura e 15 metros de
profundidade), o porto movimenta navios com 345 metros de comprimento, equivalente a conteineiros
com capacidade de até 11.000 TEUs e graneleiros para até 75.000 tpb.

O porto possui o maior cais contínuo de contêineres da América do Sul, com 1,9 km e capacidade
para dois milhões de TEUs. Já o terminal de veículos tem capacidade de movimentação de 326 mil unidades
por ano. Considerando a movimentação, em TEUS, do porto do Rio em 2014, com o aumento da
capacidade registrada em 2015 e 2016, o porto aumentou sua capacidade em 86.027 TEUS por ano, ou a
preços médios estimados por contêiner no Brasil em 2014, um volume próximo de US$ 2,6 bilhões.

Em 2040, com as obras previstas para serem realizadas até 2023 para melhorar os acessos
marítimos e terrestres (Rodovia Portuária – ligação exclusiva entre a Avenida Brasil, melhoria e

141
interconectividade do acesso ferroviário a partir de Duque de Caxias e Nova Iguaçu com as malhas Norte e
Sul do Rio de Janeiro e com o sistema ferroviário nacional), o porto alterará seu perfil de acessibilidade de
cargas, invertendo a realidade atual, na qual 95% da carga chega ou sai do porto através de caminhões. Em
2040 pelo menos 80% da carga chegará ao porto via transporte ferroviário, em especial a partir da criação
de Centros Logísticos Integrados Alfandegados na Baixada Fluminense, no entorno do Arco Ferroviário e do
Arco Metropolitano, o que vai permitir criar uma “linha expressa regular” ligando CLIAS ao Porto.

Desta forma o porto do Rio de Janeiro reforçará seu perfil de movimentador de cargas de médio e
alto valor agregado, uma vez que tem perfil para movimentar minérios e derivados e cargas siderúrgicas,
uma vez que os grandes navios que transportas estas cargas exigem calados de até 22 metros.

As projeções indicam que, com a melhoria da acessibilidade terrestre e marítima, com amelhoria
da infraestrutura interna e modernização dos equipamentos e com a definição de um perfil de porto de
maior valor agregado, além da redução do tempo de desembaraço de carga e a mudança do perfil das
cargas no mundo, com maior conteirinização de cargas que, atualmente são prioritariamente soltas, como
grãos, o Porto do Rio de Janeiro pode passar das 10 milhões de toneladas movimentadas em 2014 para 25
milhões de toneladas.

Com o aumento da capacidade o porto, que gera 30 mil empregos diretos e indiretos com salário
médio 3,1 salários mínimos, terá um forte incremento da mão de obra com a geração sete mil empregos
diretos e 10 mil indiretos. A arrecadação de impostos pelo porto, que se fosse um município seria o
segundo maior arrecadador de ICMS do estado, à frente de Duque de Caxias, que em 2014 ficou em torno
de R$ 2,3 bilhões, além de R$ 254 milhões de ISS (segundo a Companhia Docas do Rio de Janeiro e
estimativas da Secretaria de estado de Transportes com informações da Secretaria de estado de Fazenda)
pode passar em 2040, pelas projeções realizadas pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de janeiro,
para R$ 6 bilhões em ICMS e R$ 500 milhões de ISS (em valores de 2014).

A movimentação do porto do Rio de Janeiro e os estados que utilizaram o porto em seu comércio
exterior em 2014 se encontra na tabela abaixo.

142
Estados que movimentam cargas pelos portos do Rio de Janeiro, em volume (kg), valor (US$) e % da movimentação total do estado por via portuária
Movimentação 2014 (kg) Movimentação pelo porto do Rio de Janeiro 2014 (kg) Movimentação 2014 kg (% Porto RJ) Movimentação 2014 (US$.) Movimentação pelo porto do Rio de Janeiro 2014 (US$.) Movimentação 2014 US$ (% Porto RJ)
Corrente de comércio Corrente de comércio Corrente de comércio
Estados Corrente de Corrente de comércio pelo Corrente de
Exportação Total Importação Total Exportação Importação Exportação Importação pelo porto do Rio de Exportação Total Importação Total Exportação Importação pelo porto do Rio de Exportação Importação pelo porto do Rio de
comércio total porto do Rio de Janeiro comércio total
Janeiro Janeiro Janeiro
Acre 2.512.170 1.595.524 4.107.694 29.994 29.994 0,0% 1,9% 0,7% 1.808.226 3.100.669 4.908.895 1.664.672 1.664.672 0,0% 53,7% 33,9%
Alagoas 627.133.514 705.722.980 1.332.856.494 272.589 19.213.622 19.486.211 0,0% 2,7% 1,5% 1.606.551.243 536.541.706 2.143.092.949 741.489 37.592.105 38.333.594 0,1% 7,0% 1,8%
Amapá 240.426.973 34.995.354 275.422.327 2.502 190.748 193.250 0,0% 0,5% 0,1% 3.349.628.478 103.912.879 3.453.541.357 201.529 8.207.233 8.408.762 0,1% 7,9% 0,2%
Amazonas 559.579.729 2.298.880.256 2.858.459.985 71.336 71.336 0,0% 0,0% 0,0% 146.085.745 8.508.592.092 8.654.677.837 3.144.457 3.144.457 0,0% 0,0% 0,0%
Bahia 8.737.641.404 7.101.479.449 15.839.120.853 4.341.671 647.629 4.989.300 0,0% 0,0% 0,0% 10.280.331.929 8.953.765.608 19.234.097.537 6.874.572 4.918.976 11.793.548 0,1% 0,1% 0,1%
Ceara 1.345.332.039 6.502.633.915 7.847.965.954 211.291 23.188 234.479 0,0% 0,0% 0,0% 1.120.112.294 2.836.008.596 3.956.120.890 414.257 6.273.112 6.687.369 0,0% 0,2% 0,2%
Distrito Federal 273.569.430 395.649.433 669.218.863 3.955.065 3.955.065 0,0% 1,0% 0,6% 330.204.202 201.908.249 532.112.451 14.430.934 14.430.934 0,0% 7,1% 2,7%
Espirito Santo 11.651.061.288 7.460.633.823 19.111.695.111 220.830.557 142.307.990 363.138.547 1,9% 1,9% 1,9% 56.679.742.921 5.239.265.714 61.919.008.635 310.658.725 489.375.577 800.034.302 2,7% 9,3% 1,3%
Goiás 6.595.015.893 2.102.023.924 8.697.039.817 4.608.820 6.911.543 11.520.363 0,1% 0,3% 0,1% 9.396.472.779 2.766.465.554 12.162.938.333 4.014.892 29.545.344 33.560.236 0,1% 1,1% 0,3%
Maranhão 2.712.760.111 10.515.096.286 13.227.856.397 12.541 12.541 0,0% 0,0% 0,0% 6.935.760.878 7.046.578.340 13.982.339.218 676.281 676.281 0,0% 0,0% 0,0%
Mato Grosso 14.509.169.388 3.492.852.004 18.002.021.392 399.450 265.178 664.628 0,0% 0,0% 0,0% 30.872.211.133 1.469.574.056 32.341.785.189 281.063 2.989.551 3.270.614 0,0% 0,2% 0,0%
Mato Grosso do Sul 5.072.065.188 1.046.228.136 6.118.293.324 1.440 10.725.332 10.726.772 0,0% 1,0% 0,2% 15.176.241.284 1.271.599.645 16.447.840.929 31.497 32.254.541 32.286.038 0,0% 2,5% 0,2%
Minas Gerais 26.400.985.119 10.318.178.215 36.719.163.334 1.678.479.384 648.568.662 2.327.048.046 6,4% 6,3% 6,3% 188.810.615.035 8.758.963.987 197.569.579.022 3.797.304.264 2.903.846.743 6.701.151.007 14,4% 33,2% 3,4%
Para 14.182.017.971 3.210.962.231 17.392.980.202 27.765 260.770 288.535 0,0% 0,0% 0,0% 130.177.263.847 924.167.110 131.101.430.957 250.424 2.196.962 2.447.386 0,0% 0,2% 0,0%
Paraiba 167.054.604 1.115.514.113 1.282.568.717 4.497 1.501.945 1.506.442 0,0% 0,1% 0,1% 144.994.793 615.099.181 760.093.974 35.534 1.649.893 1.685.427 0,0% 0,3% 0,2%
Parana 13.963.582.889 11.535.399.026 25.498.981.915 1.715.635 953.836 2.669.471 0,0% 0,0% 0,0% 20.336.778.742 14.556.621.840 34.893.400.582 4.315.844 4.841.219 9.157.063 0,0% 0,0% 0,0%

143
Pernambuco 850.426.463 7.292.598.168 8.143.024.631 858.560 13.263.800 14.122.360 0,1% 0,2% 0,2% 814.239.577 6.906.812.203 7.721.051.780 2.584.789 27.537.661 30.122.450 0,3% 0,4% 0,4%
Piaui 254.431.211 427.736.212 682.167.423 86.220 86.220 0,0% 0,0% 0,0% 369.447.630 240.357.344 609.804.974 4.901.408 4.901.408 0,0% 2,0% 0,8%
Rio de Janeiro 28.766.506.667 17.952.561.711 46.719.068.378 2.311.911.033 4.718.199.472 7.030.110.505 8,0% 26,3% 15,0% 28.766.506.667 15.372.821.655 44.139.328.322 2.301.659.981 8.146.839.724 10.448.499.705 8,0% 53,0% 23,7%
Rio Grande do Norte 213.307.717 510.938.556 724.246.273 16.303 169.730 186.033 0,0% 0,0% 0,0% 1.016.999.015 279.264.060 1.296.263.075 245.331 1.195.618 1.440.949 0,1% 0,4% 0,1%
Rio Grande do Sul 15.315.746.759 12.820.747.666 28.136.494.425 417.415 476.472 893.887 0,0% 0,0% 0,0% 17.674.303.989 11.334.223.008 29.008.526.997 2.344.025 2.563.942 4.907.967 0,0% 0,0% 0,0%
Rondônia 1.030.990.601 322.683.344 1.353.673.945 498 50.948.234 50.948.732 0,0% 15,8% 3,8% 880.638.110 616.570.791 1.497.208.901 5.061 152.830.257 152.835.318 0,0% 24,8% 10,2%
Roraima 16.877.919 18.953.972 35.831.891 12.616 12.616 0,0% 0,1% 0,0% 25.559.585 7.141.621 32.701.206 311.408 311.408 0,0% 4,4% 1,0%
Santa Catarina 7.843.617.206 7.135.843.704 14.979.460.910 1.721.205 4.189.477 5.910.682 0,0% 0,1% 0,0% 5.406.881.173 13.279.272.944 18.686.154.117 7.215.041 12.022.097 19.237.138 0,1% 0,1% 0,1%
São Paulo 35.801.338.777 34.237.227.944 70.038.566.721 172.280.738 116.476.997 288.757.735 0,5% 0,3% 0,4% 35.175.356.782 59.009.747.186 94.185.103.968 225.664.279 395.604.357 621.268.636 0,6% 0,7% 0,7%
Sergipe 71.005.064 716.494.021 787.499.085 8.955 424.967 433.922 0,0% 0,1% 0,1% 42.324.207 213.614.369 255.938.576 40.162 2.035.707 2.075.869 0,1% 1,0% 0,8%
Tocantins 850.969.014 340.131.431 1.191.100.445 112.000 4.205.113 4.317.113 0,0% 1,2% 0,4% 1.362.788.600 209.172.688 1.571.961.288 1.820.000 30.136.188 31.956.188 0,2% 14,4% 2,0%
Exterior 6.510.551 6.510.551 276.067 276.067 4,2% 4,2% 5.043.559 5.043.559 1.018.867 1.018.867 15,6% 0,0% 20,2%
Consumo de Bordo 629.375.585 629.375.585 42.096.510 42.096.510 6,7% 6,7% 343.459.509 343.459.509 118.056.140 118.056.140 18,8% 0,0% 34,4%
Mercadoria nacionalizada 533.467.963 533.467.963 71.150.622 71.150.622 13,3% 13,3% 133.747.190 133.747.190 72.861.999 72.861.999 13,7% 0,0% 54,5%
Reexportação 88.311.252 88.311.252 1.767.779 1.767.779 2,0% 2,0% 46.763.959 46.763.959 6.398.935 6.398.935 7,2% 0,0% 13,7%
Não declarada 9.526.846 9.526.846 1.096.409 1.096.409 11,5% 11,5% 59.957.551 59.957.551 7.195.391 7.195.391 - 12,0% 12,0%
Total Rio de Janeiro 4.513.513.286 5.745.188.886 10.258.702.172 2,3% 3,8% 2,9% 6.865.038.700 12.326.781.358 19.191.820.058 1,2% 7,2% 2,6%
Total Brasil 199.312.790.459 149.623.288.244 348.936.078.703 567.428.863.081 171.321.120.646 738.749.983.727
Fonte: Antaq - Anuario2014 e Secretaria de Comércio Exterior - MDIC
O Complexo portuário da Baía de Sepetiba concentra um dos mais importantes complexos
portuários do Brasil, com os portos de Itaguaí, do Sudeste da Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA).
A importância do complexo pode ser medida pela sua movimentação. Somente o Porto de Itaguaí
movimentou 127,3 milhões de toneladas em 2014, sendo o 3º porto brasileiro em volume (toneladas
movimentadas), o 4º em valor transacionado, com US$ 25,5 bilhões, e o 9º em movimentação de
contêineres, com 251,3 mil TEUs. Em 10 anos o porto de Itaguaí registrou um aumento de 60,9% no volume
de cargas movimentadas. Já o porto da TKCSA movimentou 7,3 milhões de toneladas de minérios e
produtos siderúrgicos. O complexo está se expandindo, com a Base Naval de submarinos convencionais e
nucleares da Marinha do Brasil (PROSUB), a ampliação do terminal de contêineres e a construção do porto
da Gerdau e do terminal na chamada “área do meio” do porto organizado de Itaguaí (um terreno de 245,4
mil m²).

A área do complexo é constituída por: a) instalações portuárias terrestres existentes na baía de


Sepetiba, abrangendo todos os cais, docas, pontes e píeres de atracação e de acostagem, armazéns,
edificações em geral e vias internas de circulação rodoviária e ferroviária e os terrenos ao longo dessas
áreas e em suas adjacências pertencentes à União; e b) pela infraestrutura de proteção e acessos
aquaviários, compreendendo as áreas de fundeio, bacias de evolução, canal de acesso e áreas adjacentes a
esse até as margens das instalações terrestres do porto organizado, existentes ou que venham a ser
construídas.

O complexo oferece uma das melhores condições de acesos do Brasil, possuindo conexões de alta
capacidade e qualidade pelo modo rodoviário (Arco Metropolitano do Rio de Janeiro), ferroviário (ramal
ferroviário com conexões com os principais centros econômicos do Brasil, em especial São Paulo e Minas
Gerais) e aquaviário, com um dos melhores calados do país.

A duplicação do canal de acesso e a adequação de bacias de evolução e dos fundeadouros irão


dobrar a capacidade de movimentação no complexo, chegando 3.600 embarcações por ano. Considerando
o volume médio de cargas movimentado por navio em 2014 no Complexo Portuário da Baía de Sepetiba, a
capacidade dos terminais em operação naquele ano vai chegar a 410 milhões de toneladas, ante as 200
milhões de toneladas que o complexo poderia movimentar com o perfil de acessos antes das intervenções.
Esta evolução representa um aumento de 107% da capacidade (o aumento pode ser maior, pois
atualmente apenas navios de minérios movimentam sua capacidade máxima no Complexo Portuário de
Itaguaí), uma vez que, além de um número maior de embarcações, o complexo receberá navios maiores,
com maior capacidade de carga. Considerando outros terminais e melhorias no sistema de navegação por
satélite, que reduzem o tempo de tráfego no canal de acesso, a capacidade de movimentação poderá
chegar a 610 milhões de toneladas em 2040, segundo previsões da Federação das Indústrias do estado do
Rio de Janeiro.

144
Para atender a este novo patamar o número de empregados diretos e indiretos no porto deve
chegar a 10 mil, com salários médios de 2,8 salários mínimos (em valores de 2014), dobrando o total de
empregos registrados em 2014. O total de empregados no complexo portuário da Baía de Sepetiba e os
salários médios são inferiores aos registrados no porto do Rio de Janeiro devido ao perfil do porto. Embora
movimentem um volume maior de carga, estas são, em grande parte, minérios, carvão, coque e produtos
siderúrgicos, de menor valor agregado e que exigem menor força de trabalho, pagando salários inferiores
aos registrados em terminais de contêineres, que exigem um número maior de trabalhadores melhor
qualificados.

A movimentação do porto do Rio de Janeiro e os estados que utilizaram o porto em seu comércio
exterior em 2014 se encontra na tabela na página seguinte:

O Porto de Niterói foi o 10º porto brasileiro em volume movimentado em 2014, com 10,6 milhões
de toneladas (0,3 milhões acima do Porto do Rio de Janeiro), e o 14º em valor movimentado, com US$ 7,2
bilhões. É um porto de exportação, em especial de petróleo e óleos brutos.

A área do porto é constituída: a) pelas instalações portuárias terrestres existentes na costa leste da
baía de Guanabara, desde a extremidade sul da enseada de São Lourenço até o primeiro acesso da ponte
Costa e Silva, abrangendo todos os cais, docas, pontes e píeres de atracação e de acostagem, armazéns,
edificações em geral e vias internas de circulação rodoviária e ferroviária e ainda os terrenos ao longo
dessas áreas e em suas adjacências pertencentes à União; e b) pela infraestrutura de proteção e acessos
aquaviários, compreendendo as áreas de fundeio, bacias de evolução, canal de acesso e áreas adjacentes a
esse até as margens das instalações terrestres existentes ou que venham a ser construídas.

O porto de Niterói está com suas atividades diretamente ligadas ao setor de petróleo e gás, que
representaram 10,624 milhões das 10,632 milhões de toneladas movimentadas em 2014, sendo 10,461
milhões referentes a exportação. A recuperação do setor e a retomada das concessões de áreas de
exploração, bem como as restrições ambientais ao aumento das movimentações na Baía da Ilha Grande
geram um cenário positivo para o porto, que com modernização de equipamentos e aprofundamento de
seus acessos marítimos pode chegar a 2040 com o dobro do volume movimentado. Em relação ao valor, o
porto movimentou US$ 7.183 bilhões em 2014, podendo dobrar este valor até 2014, a preços de 2014. Por
ser um porto especializado no setor de petróleo, Niterói oferece melhores salários, pois necessita de mão
de obra mais qualificada, mas gera menos empregos, uma vez que o setor possui grande automação e
utilização de tecnologia.

Este estoque invejável de infraestruturas portuárias da Região Metropolitana do Rio de Janeiro,


essencial para a estratégia de crescimento, trás consigo um grande desafio: o conflito cidade-porto (o porto
não conflita com a cidade, pois complementa sua morfologia e estrutura econômica, a cidade conflita com
o porto em sua busca por mais espaço urbano em áreas nobres, onde normalmente os portos foram

145
construídos, antes destas áreas se enobrecerem. O porto torna as áreas nobres, mas o abandono de seu
entorno leva á degradação urbana e à equivocada sensação de que o porto é ruim para a cidade.).

146
Estados que movimentam cargas pelos portos do Rio de Janeiro, em volume (ton.), valor (US$) e % da movimentação total do estado por via portuária
Movimentação 2014 (kg) Movimentação pelo porto de Itaguaí - 2014 (kg) Movimentação 2014 kg (% Porto de Itaguaí) Movimentação 2014 (US$.) Movimentação pelo porto de Itaguaí - 2014 (US$) Movimentação 2014 US$ (% Porto Itaguaí)
Estados Corrente de Corrente de comércio pelo Corrente de comércio Corrente de Corrente de comércio Corrente de comércio
Exportação Total Importação Total Exportação Importação Exportação Importação Exportação Total Importação Total Exportação Importação Exportação Importação
comércio total porto de Itaguaí pelo porto de Itaguaí comércio total pelo porto de Itaguaí pelo porto de Itaguaí
Acre 1.808.226 1.595.524 3.403.750 0 0,0% 0,0% 0,0% 2.512.170 3.100.669 5.612.839 0 0,0% 0,0% 0,0%
Alagoas 1.606.551.243 705.722.980 2.312.274.223 36.084.748 36.084.748 0,0% 5,1% 1,6% 627.133.514 536.541.706 1.163.675.220 88.687.771 88.687.771 0,0% 16,5% 7,6%
Amapá 3.349.628.478 34.995.354 3.384.623.832 0 0,0% 0,0% 0,0% 240.426.973 103.912.879 344.339.852 0 0,0% 0,0% 0,0%
Amazonas 146.085.745 2.298.880.256 2.444.966.001 1.088.338 97.597.805 98.686.143 0,7% 4,2% 4,0% 559.579.729 8.508.592.092 9.068.171.821 8.032.066 644.056.924 652.088.990 1,4% 7,6% 7,2%
Bahia 10.280.331.929 7.101.479.449 17.381.811.378 60.621.909 19.420.517 80.042.426 0,6% 0,3% 0,5% 8.737.641.404 8.953.765.608 17.691.407.012 116.226.581 96.378.551 212.605.132 1,3% 1,1% 1,2%
Ceara 1.120.112.294 6.502.633.915 7.622.746.209 7.292.138 8.721.821 16.013.959 0,7% 0,1% 0,2% 1.345.332.039 2.836.008.596 4.181.340.635 32.537.102 24.027.138 56.564.240 2,4% 0,8% 1,4%
Distrito Federal 330.204.202 395.649.433 725.853.635 704.192 704.192 0,0% 0,2% 0,1% 273.569.430 201.908.249 475.477.679 5.228.631 5.228.631 0,0% 2,6% 1,1%
Espirito Santo 56.679.742.921 7.460.633.823 64.140.376.744 256.319.795 26.277.068 282.596.863 0,5% 0,4% 0,4% 11.651.061.288 5.239.265.714 16.890.327.002 218.085.694 101.330.473 319.416.167 1,9% 1,9% 1,9%
Goiás 9.396.472.779 2.102.023.924 11.498.496.703 1.372.503 908.970 2.281.473 0,0% 0,0% 0,0% 6.595.015.893 2.766.465.554 9.361.481.447 543.595 4.221.819 4.765.414 0,0% 0,2% 0,1%
Maranhão 6.935.760.878 10.515.096.286 17.450.857.164 1.554.986 1.554.986 0,0% 0,0% 0,0% 2.712.760.111 7.046.578.340 9.759.338.451 11.560.862 11.560.862 0,0% 0,2% 0,1%
Mato Grosso 30.872.211.133 3.492.852.004 34.365.063.137 85.876 85.876 0,0% 0,0% 0,0% 14.509.169.388 1.469.574.056 15.978.743.444 295.259 295.259 0,0% 0,0% 0,0%
Mato Grosso do Sul 15.176.241.284 1.046.228.136 16.222.469.420 1.969.947 1.969.947 0,0% 0,2% 0,0% 5.072.065.188 1.271.599.645 6.343.664.833 4.044.550 4.044.550 0,0% 0,3% 0,1%
Minas Gerais 188.810.615.035 10.318.178.215 199.128.793.250 98.075.635.489 121.529.646 98.197.165.135 51,9% 1,2% 49,3% 26.400.985.119 8.758.963.987 35.159.949.106 7.305.307.717 210.561.304 7.515.869.021 27,7% 2,4% 21,4%
Para 130.177.263.847 3.210.962.231 133.388.226.078 3.347.073 8.593.718 11.940.791 0,0% 0,3% 0,0% 14.182.017.971 924.167.110 15.106.185.081 16.266.759 11.813.282 28.080.041 0,1% 1,3% 0,2%
Paraiba 144.994.793 1.115.514.113 1.260.508.906 2.250.292 8.117.991 10.368.283 1,6% 0,7% 0,8% 167.054.604 615.099.181 782.153.785 561.004 33.652.069 34.213.073 0,3% 5,5% 4,4%
Parana 20.336.778.742 11.535.399.026 31.872.177.768 2.091.136 2.238.904 4.330.040 0,0% 0,0% 0,0% 13.963.582.889 14.556.621.840 28.520.204.729 2.466.415 1.348.577 3.814.992 0,0% 0,0% 0,0%

147
Pernambuco 814.239.577 7.292.598.168 8.106.837.745 3.780.528 61.100.629 64.881.157 0,5% 0,8% 0,8% 850.426.463 6.906.812.203 7.757.238.666 11.721.523 107.899.821 119.621.344 1,4% 1,6% 1,5%
Piaui 369.447.630 427.736.212 797.183.842 232.584 655.700 888.284 0,1% 0,2% 0,1% 254.431.211 240.357.344 494.788.555 821.840 3.943.637 4.765.477 0,3% 1,6% 1,0%
Rio de Janeiro 28.766.506.667 17.952.561.711 46.719.068.378 15.532.789.690 12.792.554.454 28.325.344.144 54,0% 71,3% 60,6% 18.250.454.375 15.372.821.655 33.623.276.030 10.133.624.224 5.849.340.290 15.982.964.514 55,5% 38,0% 47,5%
Rio Grande do Norte 1.016.999.015 510.938.556 1.527.937.571 2.014.070 2.992.908 5.006.978 0,2% 0,6% 0,3% 213.307.717 279.264.060 492.571.777 3.344.136 14.447.464 17.791.600 1,6% 5,2% 3,6%
Rio Grande do Sul 17.674.303.989 12.820.747.666 30.495.051.655 1.945.016 30.605.356 32.550.372 0,0% 0,2% 0,1% 15.315.746.759 11.334.223.008 26.649.969.767 14.133.784 31.437.964 45.571.748 0,1% 0,3% 0,2%
Rondônia 880.638.110 322.683.344 1.203.321.454 24.918 18.182.620 18.207.538 0,0% 5,6% 1,5% 1.030.990.601 616.570.791 1.647.561.392 32.697 32.718.122 32.750.819 0,0% 5,3% 2,0%
Roraima 25.559.585 18.953.972 44.513.557 263.640 794.918 1.058.558 1,0% 4,2% 2,4% 16.877.919 7.141.621 24.019.540 66.255 990.358 1.056.613 0,4% 13,9% 4,4%
Santa Catarina 5.406.881.173 7.135.843.704 12.542.724.877 126.736 57.758.381 57.885.117 0,0% 0,8% 0,5% 7.843.617.206 13.279.272.944 21.122.890.150 991.953 194.566.793 195.558.746 0,0% 1,5% 0,9%
São Paulo 35.175.356.782 34.237.227.944 69.412.584.726 17.585.511 21.018.799 38.604.310 0,0% 0,1% 0,1% 35.801.338.777 59.009.747.186 94.811.085.963 135.043.696 44.503.152 179.546.848 0,4% 0,1% 0,2%
Sergipe 42.324.207 716.494.021 758.818.228 73.562 799.774 873.336 0,2% 0,1% 0,1% 71.005.064 213.614.369 284.619.433 197.211 1.946.024 2.143.235 0,3% 0,9% 0,8%
Tocantins 1.362.788.600 340.131.431 1.702.920.031 23.800 4.876.617 4.900.417 0,0% 1,4% 0,3% 850.969.014 209.172.688 1.060.141.702 19.040 6.988.411 7.007.451 0,0% 3,3% 0,7%
Exterior 5.043.559 5.043.559 456.955 456.955 9,1% 9,1% 6.510.551 6.510.551 1.279.327 1.279.327 19,7% 0,0% 19,7%
Consumo de Bordo 343.459.509 343.459.509 8.007.040 8.007.040 2,3% 2,3% 629.375.585 629.375.585 17.668.581 17.668.581 2,8% 0,0% 2,8%
Mercadoria nacionalizada 133.747.190 133.747.190 1.029.625 1.029.625 0,8% 0,8% 533.467.963 533.467.963 2.414.630 2.414.630 0,5% 0,0% 0,5%
Reexportação 46.763.959 46.763.959 255.462 255.462 0,5% 0,5% 88.311.252 88.311.252 1.318.364 1.318.364 1,5% 0,0% 1,5%
Não declarada 9.526.846 9.526.846 6.819 6.819 - 0,1% 0,1% 59.957.551 59.957.551 198.855 198.855 - 0,3% 0,3%
Total Itaguaí 113.978.627.810 13.325.153.164 127.303.780.974 20,1% 8,9% 17,8% 18.022.704.194 7.526.188.101 25.548.892.295 9,5% 4,4% 7,1%
Total Brasil 567.428.863.081 149.623.288.244 717.052.151.325 188.796.738.167 171.321.120.646 360.117.858.813
Fonte: Anta q - Anua ri o2014 e Secreta ri a de Comérci o Exteri or - MDIC
Para garantir o acesso terrestre aos portos a Região Metropolitana do Rio de Janeiro conta com
uma forte base logística, formada por rodovias e ferrovias. O acesso ferroviário, porém, sofre grande
concentração em minérios, principalmente, carvão e produtos siderúrgicos, com pequeno uso para
contêineres e nenhum uso para veículos, por exemplo. O Complexo da baía de Sepetiba possui excelente
logística, com acesso prioritário por transporte ferroviário, que pode ser diversificado para outras cargas,
espaços em sua retroárea para a implantação de CLIAS, em especial em Japeri, Seropédica ou Queimados,
aproveitando a integração rodoferroviária, notadamente com o Arco Metropolitano e a BR 116. A situação
é mais grave no Porto do Rio de Janeiro, onde 95% das mercadorias acessam o porto por via rodoviária.
Isso faz com que sejam registradas 4 mil viagens de carretas por dia na Avenida Brasil, principal via da
cidade, para acessar o porto. Estas viagens impactam as rodovias Presidente Dutra (Via Dutra – BR 116) e
Presidente Washington Luiz (BR 040), causando grandes congestionamentos. Em média, são registradas
três viagens por minuto. Com o crescimento projetado para o porto, o total de viagens de carretas poderá
chegar a oito mil por dia, ou seis viagens por minuto. Este movimento é inviável de ser realizado por via
rodoviária e exigirá o uso do transporte ferroviário aliado a uma estrutura de CLIAS, conforme citado
anteriormente. O porto de Niterói possui acesso exclusivamente rodoviário, sem possibilidade de
implantação do acesso ferroviário.

Dentre as vantagens da integração logística, destaca-se o Arco Metropolitano. Embora o Arco


Metropolitano, por seu potencial econômico de atração de investimentos para o seu entorno vá ser
analisado especificamente mais adiante, nos próximos relatórios, dentro de um conceito de indutor de
desenvolvimento e criador de novas centralidades econômicas, é importante destacar, neste momento, sua
importância logística, como um dos eixos elementares para a plataforma logística internacional da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro.

No longo prazo, ou seja, em um período acima de 10 anos a partir de 2017, o Arco Metropolitano,
com o forte impacto na redução gerada no custo de transporte, gerará grandes efeitos positivos sobre o
Produto Interno Bruto (PIB), arrecadação de impostos, população, emprego e comércio exterior na Região
Metropolitana, além dos impactos sobre a reordenação do espaço urbano, em especial os efeitos sobre a
reconfiguração da distribuição de empregos e população nas áreas de entorno, bem como outras variáveis
socioeconômicas.

Estes pontos podem ser destacados da seguinte forma: decisões de investimento são tomadas e
limitadas considerando os custos logísticos, notadamente transporte, relacionados a produção,
comercialização e consequente deslocamento de bens e mercadorias. Também são consideradas questões
como a proximidade da oferta de mão de obra, em especial para setores de baixa e média agregação de
valor à produção. Estes pontos levam à conclusão de que um dos fatores mais relevantes para a decisão de
investir, seja em um negócio seja em uma moradia, considera o que chamamos de distância econômica,
menos relacionada á distância física entre dois pontos e mais ao tempo e custos associados para se

148
percorrer esta distância. Em outras palavras, uma distância maior da matéria prima ou do mercado
consumidor pode ser mais vantajosa para o produtor ou mesmo para o trabalhador, se o deslocamento
ocorrer de forma mais rápida ou com menor impacto, por exemplo, com menor desgaste dos modos de
transporte (vias em melhores condições de manutenção, baixa incidência de congestionamentos, menor
incidência de furtos e roubo de cargas, etc).

Por estes ângulos, os efeitos socioeconômicos de longo prazo do Arco Metropolitano sobre a
Região Metropolitana do Rio de Janeiro considera, essencialmente, a redução dos custos de transporte na
movimentação de bens e mercadorias, em especial da produção industrial, destinadas ou oriundas do
comércio exterior ou mesmo nacional, mas com primazia da movimentação marítima, seja de longo curso
ou cabotagem.

Mapa 1. Redução dos custos dos transportes na RMRJ com o Arco Metropolitano

Fonte: Avaliação dos impactos logísticos e socioeconômicos da implantação do arco metropolitano do Rio de Janeiro,
Sistema FIRJAN, 2008

Estimativas realizadas pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro3 em relação ao
impacto do Arco Metropolitano sobre a população e o emprego no estado do Rio de Janeiro,
principalmente no entorno do Arco, indicou, no período de 10 anos após sua inauguração (que ocorreu em
2014, somente o trecho entre Duque de Caxias e Itaguaí), um incremento populacional de 120.228 pessoas.
No tocante a geração de novos empregos, a estimativa era de que, com a implantação de novas empresas
ao longo do arco ou nos municípios da área de influência imediata, próximo de 11 mil vagas fossem geradas,
sendo que, destes, quase nove mil seriam geradas na indústria e em serviços logísticos, em especial pela
ocupação das áreas vazias no entorno e proximidades do Arco Metropolitano.

3
Avaliação dos impactos logísticos e socioeconômicos da implantação do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, Sistema FIRJAN, 2008

149
Para que este efeito se concretize a existência do Arco Metropolitano não é condição suficiente. É
importante que sejam criadas as condições necessárias de ordenamento urbano, com a proteção das áreas
através dos planos diretores, criação de zonas de interesse industrial, conexões com zonas habitacionais,
em especial que não se localizem as margens da rodovia, mas no perímetro interno, onde já existem
infraestruturas básicas sociais implantadas e de mais fácil e menor custo de ampliação.

No relatório que tratará da criação de novas centralidades econômicas o impacto do Arco


Metropolitano será discutido mais detalhadamente.

No que se refere ao transporte aéreo, está localizados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro o
segundo principal aeroporto internacional do Brasil, o Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim –
Galeão, que movimentou mais de 17 milhões de passageiros em 2015, sendo 4,1 milhões nas 21 linhas
internacionais e 12,8 milhões nas 5 linhas domésticas. O Aeroporto registrou o quarto maior volume de
movimentos aéreos do país, com 141.549 pousos e decolagens. O aeroporto possui previsão de atingir 80
milhões em 2040. O Antônio Carlos Jobim – Galeão é ainda o terceiro aeroporto internacional de cargas do
Brasil, com 69 mil toneladas de cargas exportadas e importadas. A previsão é de que, em 2040, este volume
chegue a 250 mil toneladas.

O Aeroporto Santos Dumont, com rotas exclusivamente nacionais, registrou o quinto maior volume
de movimentos aéreos do país em 2015, com 139.561 pousos e decolagens. O Santos Dumont é uma das
pontas da décima rota aérea doméstica (ponte aérea) mais movimentada do mundo, a ligação entre os
municípios do Rio de Janeiro e São Paulo, que teve movimentação de 4,2 milhões de passageiros em 2015
(70% executivos, a negócios, em viagem pendular) quando registrou 9,6 milhões de embarques e
desembarques. As projeções são de que o aeroporto atinja 20 milhões de passageiros em 2040. Também
foram movimentadas 699 toneladas de carga aérea doméstica, com capacidade para atingir dois milhão em
2040.

No tocante ao sistema ferroviário, a malha ferroviária fluminense de carga totaliza 1,2 mil
quilômetros, equivalente a 4% da malha nacional, distribuídos da seguinte forma: a. MRS (Ferrovia Minas –
Rio – São Paulo): Com 424 quilômetros, liga o Rio de Janeiro à região de Belo Horizonte e a São Paulo; e b.
FCA (Ferrovia Centro Atlântica): Com 775 quilômetros, liga o Rio de Janeiro ao Quadrilátero Ferrífero de
Minas Gerais, a São Paulo e ao Espírito Santo, entretanto, este ramal está praticamente abandonado.

O estado do Rio de Janeiro, teoricamente possui a maior densidade ferroviária do país, com 27,4
km por 1.000 km² de território. Porém, se analisarmos a malha economicamente utilizada, encontramos, na
realidade, 9,7 km de ferrovia por 1.000 km². Muito pouco para o estado onde nasceu o transporte
ferroviário, introduzido por Irineu Evangelista de Souza (Barão e Visconde de Mauá), com o objetivo de
criar eixos logísticos para transportar a produção industrial para o porto. A ferrovia, como instrumento
indutor do crescimento econômico e da ocupação territorial, se desenvolveu a partir deste marco.

150
No estado do Rio de Janeiro a malha ferroviária operacional funciona como acesso aos portos do
Rio de Janeiro e da Baía de Sepetiba. Em 2014 a malha ferroviária ativa do estado movimentou mais de 140
milhões de toneladas, equivalente a 14% do volume nacional. Este volume garantiu às ferrovias
fluminenses a média anual próxima de 330,2 mil toneladas por quilômetro, ou 904,6 toneladas/km/dia. Em
relação ao volume transportado, faz-se necessário uma importante observação: as ferrovias têm como
perfil principal servirem de vias de ligação entre as regiões produtoras de minérios e produtos siderúrgicos
e os portos. Como consequência, os estados que ocupam as primeiras colocações no ranking de volume
transportado têm o setor concentrado na movimentação de minério de ferro.

Especificamente nas ferrovias do Rio de Janeiro, as principais cargas transportadas são minérios,
escória, cinzas e coque com destino ao porto de Itaguaí. Em 2014 das 140 milhões de toneladas
movimentadas no Rio de Janeiro, 75% foram referentes a esses produtos e, deste volume, mais de 95%
teve como origem o quadrilátero ferrífero de Minas Gerais, com destino ao complexo portuário da Baía de
Sepetiba. Os 513 quilômetros de ferrovias de carga em operação no estado do Rio de Janeiro têm como
principal finalidade garantir o acesso aos portos das baías de Sepetiba (em especial pela concentração em
minério de ferro, derivas, carvão, coque e produtos siderúrgicos) e da Guanabara (em especial devido a
produtos siderúrgicos).

Destaca-se que a malha ferroviária fluminense é bastante concentrada em minério de ferro e seus
derivados, situação que repete o que ocorre no Brasil, com exceção da Região Sul, onde existe maior
diversificação, devido ao perfil produtivo e exportador/importador. O Rio de Janeiro é a porta do comércio
exterior de Minas Gerais, que tem no minério de ferro sua principal mercadoria. Este modelo de exploração
ferroviária tende a se alterar, embora não radicalmente, nos próximos anos, em especial devido ao Marco
Ferroviário, que estabeleceu metas de eficiência para os trechos ferroviários. O Marco Ferroviário, que
determinou mudanças no setor, como o direito de passagem, o compartilhamento de ramais e a ocupação
mínima dos trechos, incentiva a diversificação de usos. Desta forma, como há ociosidade nos trechos
fluminenses (o trecho da FCA ligando o Rio de Janeiro a Campos dos Goytacazes e Vitória/ES será leiloado
em 2015), a diversificação será a forma de manter a eficiência dos trechos sem comprometer a principal
atividade, que é o transporte de minério e derivados. Esta diversificação será mais sentida especialmente
na ligação entre Rio de Janeiro e São Paulo.

Este perfil das ferrovias fluminenses tende a registrar uma grande transformação nas próximas
décadas, em especial devido a um fator:

A recuperação da Ferrovia Litorânea, agora denominada Estrada de Ferro 118 ou Rio-Vitória


(embora seu percurso seja entre Nova Iguaçu – RJ e Cariacica – ES) que recuperará a ligação entre Rio de
Janeiro (incluindo o Anel Ferroviário entre Ambaí, em Nova Iguaçu, e Visconde de Itaboraí, em Itaboraí) e
Campos dos Goytacazes e Vitória, no Espírito Santo. Outra importante obra de recuperação ferroviária para

151
o estado do Rio de Janeiro é a Estrada de Ferro 354, antiga Linha Mineira, ligação entre São João da Barra e
Uruaçu, em Goiás. Pelo projeto esta ferrovia passará pelas regiões produtoras de minério de Minas Gerais e
Centro-Oeste e pela região do agronegócio do Centro-Oeste. Estas novas ferrovias impulsionarão a
diversificação de cargas e serão um grande impulsionador do transporte ferroviário na região
metropolitana, indo além do transporte com origem/destino aos portos.

A recuperação destes trechos, que já estiveram entre os mais importantes do país, será uma
grande alavanca para o desenvolvimento da economia metropolitana, uma vez que a nova rede ferroviária
de cargas do estado do Rio de Janeiro terá mais 510 quilômetros, sendo 360 quilômetros da EF 118 (Rio –
Vitória) e 150 quilômetros da EF 354 (São João da Barra – Uruaçu – GO).

Mapa 2. Malha ferroviária atual do estado do Rio de Janeiro e sua concentração metropolitana

Fonte: ANTT e concessionárias

152
Mapa 3. Futura malha ferroviária do estado do Rio de Janeiro e sua concentração metropolitana

Fonte: ANTT e concessionárias

Especialmente no que tange à EF 118, haverá uma potencialização do transporte ferroviário nas
cadeias ligadas a petróleo e gás, cana-de-açúcar, construção civil, papel e celulose, pedras ornamentais,
cimento, alimentos e outros, que serão atraídos para a ferrovia por ser um transporte mais barato, mais
intensivo e menos poluente. Este processo pode levar ainda ao surgimento de centros de distribuição,
zonas logísticas, distritos industriais e similares em especial pela integração entre a EF 118 e o Arco
Metropolitano, no Leste e na Baixada Metropolitana.

Estudos de demanda já realizados, aliados à análise da tipologia de carga, considerando o eixo


Espírito Santo – Rio de Janeiro – São Paulo e conexões para as demais malhas ferroviárias brasileiras,
indicam um potencial de atratividade no longo prazo (20 anos) de 91,5 milhões de toneladas/ano. No curto
prazo (5 anos após o início da operação) estima-se que a transferência de cargas para a ferrovia possa
atingir 40% desde volume. Este volume inclui cargas com origem/destino nos portos e de consumo interno
nas zonas urbanas, em especial metropolitanas dos três estados.

153
ESTIMATIVAS DE DEMANDA POTENCIAL DA EF 118

Demanda potencial pelo transporte ferroviário


(volume estimado considerando movimentação de cargas de 2015 no
traçado da ferrovia EF 118)
Volume/ano
Produto
(mil toneladas)
Petróleo 25.000
Minérios 17.300
Rochas ornamentais 16.150
Pelotas de ferro 15.000
Siderúrgicos/produtos metálicos 5.000
Carvão Mineral e vegetal 3.624
Calcário 3.300
Madeira/celulose/madeira serrada 2.100
Combustível/nafta/resinas 1.000
Cimento 1.000
Escória 560
Toretes 518
Cargas diversas 260
Material de construção 213
Grãos (ES/SP) 150
Bobina de aço 104
Frutas e verduras 100
Eletrodomésticos/eletroeletrônicos 90
Móveis 50
Cargas Especiais 50
Açúcar 15
Total 91.584
Fonte: Projeções PDTU/2013 e PELC – Rio 2040 (governo do estado do Rio de Janeiro); PELTES (governo do estado
do Espírito Santo); estimativas de produção/exportação de rochas ornamentais (governo do Espírito Santo);
origem/destino das cargas movimentadas nos portos do Espírito Santo e Rio de Janeiro (MDIC); projetos dos portos
Açu (Rio de Janeiro) e Central (Espírito Santo); produção de petróleo e derivados nas bacias de Campos e Espírito
Santo.

2.2.4.2. COMPLEXO DA SAÚDE


A condição de segunda região metropolitana do país em termos de economia e população e o fato
de ser uma plataforma logística internacional e o segundo polo financeiro da América do Sul torna a RMRJ
um terreno fértil para o desenvolvimento de setores tecnológicos, além daqueles ligados à natural vocação
de petróleo e gás, na qual responde por 67% da produção nacional de petróleo e 40% da produção nacional
de gás. A Região Metropolitana já possui identificado um verdadeiro corredor tecnológico (ver imagem),
uma rota na qual se concentram importantes centros ou instituições de produção de conhecimento
tecnológico e científico. Pelo perfil das necessidades destes centros ou instituições, a concentração na
cidade do Rio de Janeiro, especialmente no eixo entre a Ilha do Fundão – Zona Sul.

154
Imagem 2. Corredor tecnológico do Complexo da Saúde

Fonte: GECIV - Grupo Executivo do Complexo Industrial das Ciências da Vida Do Estado do Rio de Janeiro

As instituições e centros listados acima não são os únicos integrantes deste corredor, havendo
ainda os centros de pesquisa e desenvolvimento ligados às forças armadas, em especial o Polo de Ciência e
Tecnologia do Exército Brasileiro em Guaratiba (PCTeg). Considerando o perfil da RMRJ, conforme citado
anteriormente, e os setores que ganham potencial de se desenvolverem com a melhoria das chamadas
infraestruturas produtivas, um segmento específico se sobressai dentre aqueles com maior potencial de
crescimento e para se tornar uma das bases da economia metropolitana e fluminense: o Complexo da
Saúde, com seus desdobramentos a jusante a montante (ver figura).

Fonte: O Complexo da Saúde e a necessidade de um enfoque dinâmico na economia da saúde, Carlos


Augusto Grabois Gadelha, 2003

155
O Complexo da Saúde é constituído por um sistema integrado de produção de bens e serviços em
saúde, que envolve atividades de produção com larga cadeia a montante e a jusante, com intensa relação
intersetorial comercial de produção, compra e venda de bens e serviços e/ou de conhecimentos e
tecnologias. Conforme apresentado na figura, o Complexo da Saúde envolve um grupo de indústrias que
produzem bens de consumo e equipamentos especializados voltados para atender à demanda da área de
saúde, e também um conjunto de organizações prestadoras de serviços em saúde. Estas organizações são
consumidoras dos produtos manufaturados, estabelecendo uma umbilical relação de interdependência.

Conforme destacado por Gadelha (2003), dentro do Complexo da Saúde é possível constituir três
grupos principais de atividade:

i) indústrias de base química e biotecnológica: neste grupo estão as indústrias farmacêuticas, de


vacinas, hemoderivados e reagentes para diagnóstico. O grande marcado deste grupo é o setor de
medicamentos constitui o principal mercado desse grupo, liderado por um conjunto de grandes empresas,
especialmente multinacionais, altamente intensivas em tecnologia;

ii) indústrias de atividades de base física, mecânica, eletrônica e de materiais: neste grupo estão
indústrias de equipamentos e instrumentos mecânicos e eletrônicos, órteses e próteses e materiais de
consumo em geral. Destaca-se no grupo a indústria de equipamentos, por seu potencial de inovação
através da incorporação dos avanços da microeletrônica e por seu impacto nos serviços; e

iii) setores envolvidos com a prestação de serviços de saúde (unidades hospitalares, ambulatoriais
e de serviços de diagnóstico e tratamento): esse grupo é responsável pela organização da cadeia de
suprimento dos produtos industriais em saúde.

Como pode ser visto, o Complexo da Saúde envolve dois sistemas simbióticos: de saúde e de
produção e inovação de insumos (bens e serviços). Porém, apesar do perfil favorável da RMRJ para o
desenvolvimento do Complexo da Saúde, a concretização deste potencial depende principalmente dos
arranjos institucionais estabelecidos entre os atores da cadeia no que se refere a gestão, provisão de
serviços, produção e distribuição de insumos e consumo dos serviços de saúde, tudo isso sob o guarda-
chuva de uma estruturação política voltada a sustentar seu desenvolvimento.

O Complexo da Saúde apresenta potencial para gerar desenvolvimento não somente pelo fato de
que as demandas do setor de saúde são geradoras de renda e emprego, mas também pelo fato de exigirem
e gerarem inovações científicas e tecnológicas. Ressalta-se que nenhuma outra cadeia possui um impacto
tão significativo no campo social, uma vez que o resultado de seu desenvolvimento é a melhoria das
condições de saúde da população, um dos principais indicadores de desenvolvimento social.

Destaca-se que a área da saúde é a que possui o maior grau de interação entre o setor acadêmico
(via centros universitários e institutos de pesquisa) com o setor empresarial. Pelo caráter diretamente

156
social da destinação da produção em saúde, também a atuação da sociedade civil organizada possui grande
destaque, sendo uma das atividades econômicas na qual grupos de interesse e as políticas públicas
possuem maior incidência. Nesse contexto, é importante destacar o papel que o Estado cumpre na
dinâmica dos setores diretamente integrantes da cadeia, através de suas ações diretas ou indiretas de
promoção e de regulação. Estas ações, na área de saúde, adquirem alcance raramente encontrado em
outro grupo ou cadeia produtiva. Isso se dá através da compra de bens e serviços, de repasses de recursos
para os prestadores de serviços, de investimentos na indústria e na rede assistencial e mediante um
conjunto amplo de atividades regulatórias que delimitam as estratégias dos agentes econômicos do setor.
Desta forma, o Estado constitui um agente determinante da dinâmica do Complexo da Saúde, devido ao
elevado poder de compra de bens e serviços, da capacidade de indução e às atividades regulatórias que
desempenha.

Devido a estas características, o Complexo da Saúde é um dos setores que mais recebe estímulos
governamentais à competitividade e à inovação. Neste capo, a ação do Estado é essencial, em especial na
formulação de ações de incentivo à competitividade das indústrias e das empresas do complexo,
envolvendo o financiamento e incentivos às atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), política
comercial, de compras, estímulo a parcerias entre universidades, hospitais e empresas, a montagem de
infraestruturas de serviços técnicos, entre outros. Percebe-se que, mesmo a Região Metropolitana do Rio
de Janeiro guardando plenas condições para ter no setor uma das bases do desenvolvimento econômico,
tecnológico e social nas próximas décadas, é necessário que sejam criadas políticas de incentivo tanto à
atração de novos empreendimentos quanto à manutenção e expansão daqueles já existentes, quanto a
ampliar a integração indústria-universidade quando em uma política de aquisição que privilegie a produção
local, sempre que houver produção local, por exemplo, pela política de não-similaridade, na qual os entes
metropolitanos teriam, em suas compras, de privilegiar a aquisição de empresas instaladas na Região
Metropolitana do Rio de Janeiro, através de um sistema de pontuação em seus editais e mecanismos de
compra. Este mecanismo poderia ser agregado à legislação de margem de preferência (Margem de
preferência de até 25% para produtos e equipamentos de saúde desenvolvidos no Brasil – Decreto Nº
7.713/2012 e Nº7.767/2012), alinhado ainda à Portaria 837, de 18 de abril de 2012, que define as diretrizes
e os critérios para o estabelecimento das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP).

Ressaltamos, agora, que a saúde constitui um valor humano associado à própria cidadania. Este
ângulo pode ser observado nos interesses sanitários legítimos voltados para a garantia das condições de
saúde. Estes interesses levam a ações políticas e sociais de acesso a bens e serviços que são demandados
de agentes privados. Estes agentes se beneficiam da demanda crescente pelos bens e serviços que
produzem. Do ponto de vista social, a dimensão da saúde se expressa na preservação dos gastos em saúde.
Nessa direção, pode-se afirmar que pela óptica econômica, existe forte demanda por financiamento
(prioritariamente às atividades de P&D), entre outras condições de competitividade que incidem na

157
lucratividade e/ou no desempenho dos agentes públicos e privados, com impactos sobre a renda, o
investimento e o desenvolvimento econômico.

Pode-se dizer que, pela importância do Complexo da Saúde e suas diversas relações com os mais
variados setores a montante a jusante, é possível aproveitar as condições da Região Metropolitana do Rio
de Janeiro para consolidar um complexo industrial de bem-estar. Este complexo pode ser construído
através de articulações dos interesses empresariais e de saúde, com foco nas estratégias de inovação e de
competitividade das indústrias e dos serviços de saúde. Este caráter permite apontar a importância da área
social da Região Metropolitana do Rio de Janeiro como uma alavanca potencial de inovação e
desenvolvimento da economia metropolitana.

Ressalta-se que, no caso da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o gasto direto com o
Complexo da Saúde representou 60,6% de todo o gasto do estado do Rio de janeiro em 2014, com um total
próximo de R$ 7 bilhões, média de R$ 568,09 por habitante. Considerando os gastos com saúde
representaram 13,7% da despesa total metropolitana e que, segundo o estudo “Private health
expenditures in Brazil”4 do gasto total em saúde, que corresponde a 9% do Produto Interno Bruto brasileiro,
apenas 47% corresponde ao gasto público, é possível, através de uma proxi, apontar que o gasto com
saúde na Região Metropolitana do Rio de Janeiro atingiu o patamar próximo de R$ 14,9 bilhões em 2014,
volume maior que o da maioria dos setores econômicos. Considerando os 91 municípios do estado do Rio
de Janeiro, este valor ficou próximo de R$ 24,3 bilhões. Ou seja, o mercado potencial do Complexo da
Saúde, apenas no estado do Rio de Janeiro, pode crescer ainda mais, uma vez que, no estado, atingiu o
equivalente a 3,8% do PIB, diante de uma média nacional de 9%.

Desta forma, existe espaço para crescimento nas próximas décadas de 137%. Se o gasto em 2014
tivesse ficado na média nacional, teria atingido R$ 56,7 bilhões, ou R$ 32,6 bilhões a mais. Mantida a
proporção da participação da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o valor de R$ 14,9 bilhões deveria
ter atingido R$ 24,6 bilhões, ou seja, acima do gasto registrado em todo o estado naquele ano. Os valores
referentes a 2014 podem ser ainda maiores na Região Metropolitana do Rio de Janeiro caso o investimento
médio per capita tivesse ficado na média estadual, de R$ 692,76. Esta diferença significou um gasto 21,85%
inferior na RMRJ em relação à média do estado.

Ressalta-se que A expansão dos gastos em saúde ao longo da década, vem sendo financiada por
recursos dos municípios. A análise dos valores aplicados no estado do Rio de Janeiro mostra que, enquanto
a parcela dos municípios passou de R$ 5,09 bilhões, em 2010, para R$ 7,40 bilhões, em 2014, as
transferências federais para o Sistema Único de Saúde (SUS) passaram de R$ 3,30 bilhões para R$ 4 bilhões
no mesmo período. Este movimento fez com que, no período, voltasse a aumentar a participação dos
municípios no total de recursos destinados a custear o SUS em âmbito local. Em 2010, do total de recursos

4
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 31(7):1351-1353, jul, 2015

158
aplicados no setor, 60,6% eram provenientes de recursos próprios e 39,4% de transferências para o SUS.
Em 2014, a parcela de recursos próprios passou para 64,9% ao passo que as transferências para o SUS
recuaram para 35,1%.

Os números presentados, comparados às diferenças em relação à média do gasto nacional em


saúde e mesmo em relação á média do estado, demonstra um forte potencial de expansão do setor na
Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O grande número de estabelecimentos de saúde mostra a grande
capacidade de demanda dos municípios. Em dezembro de 2015 havia na região um total de 11.284
estabelecimentos de saúde (6.097 estavam na cidade do Rio de Janeiro). Em outras palavras, o mercado
potencial direto para o Complexo industrial de Saúde é bastante extenso, apenas na RMRJ. Se
considerarmos outros estabelecimentos, além destes, que integram o sistema e que elevam o número total
para 11.886 estabelecimentos, incluindo unidades de ensino, móveis, de atenção psicossocial e outros, o
mercado se expande. Considerado a existência na RMRJ da rede de 4.747 farmácias e drogarias, este
mercado se amplia. Observando que o mercado existente em Minas Gerais e Espírito Santo pode ser
agregado ao fluminense e, notadamente, metropolitano, tem-se um salto do potencial consumidor. Além
disso, produtos voltados para saúde são de alta tecnologia e inovação e possuem alto valor agregado, o que,
considerando a RMRJH como uma plataforma logística internacional, existe uma abertura para o marcado
internacional, especialmente da África atlântica.

Estabelecimentos de Saúde, por tipo e município, em dezembro de 2015


Estabelecimentos de saúde, por tipo, segundo os municípios
2015
Regiões de Governo Tipo de estabelecimento
e Centro de saúde / Clínica especializada Unidade de serviço
municípios Total Hospital Hospital Posto de
unidade / ambulatório Consultório Policlínica de apoio de
especializado geral saúde
básica de saúde especializado diagnose e terapia
Rio de Janeiro 6.097 245 1.618 3.461 72 109 56 3 533
Niterói 1.665 17 172 1.253 17 16 24 31 135
Nova Iguaçu 774 25 190 408 7 2 52 35 55
São Gonçalo 717 39 33 345 11 14 48 94 133
Duque de Caxias 581 43 152 286 2 11 22 9 56
São João de Meriti 202 17 39 101 3 2 16 - 24
Nilópolis 191 11 30 116 3 4 6 3 18
Itaboraí 178 45 16 71 1 3 4 4 34
Magé 149 56 26 42 - 3 2 1 19
Itaguaí 129 23 44 51 - 2 4 - 5
Belford Roxo 115 31 34 22 3 2 13 - 10
Rio Bonito 94 18 11 38 - 1 10 1 15
Maricá 83 21 15 33 - 1 - 4 9
Cachoeiras de Macacu 71 21 11 31 - 1 - 1 6
Mesquita 53 24 9 7 1 1 4 - 7
Paracambi 53 11 8 19 - 2 - 5 8
Queimados 52 18 11 10 1 - 9 - 3
Seropédica 30 17 5 4 1 - 1 - 2
Guapimirim 25 2 4 7 1 1 2 8 -
Japeri 25 14 3 1 - 1 4 - 2
Tanguá 23 11 6 1 1 - - - 4
Região Metropolitana 11.284 698 2.431 6.306 123 176 277 199 1.074
Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS.
Nota: Os dados referem-se ao mes de dezembro.

Considerando apenas os gastos com saúde dos municípios da RMRJ, em 2014, estes ultrapassaram
R$ 6,9 bilhões e representaram 60,6% de todo o gasto com saúde nos municípios do estado.
Proporcionalmente à população, os municípios que tiveram os maiores gastos foram Rio Bonito, Itaguaí e

159
Cachoeiras de Macacu, com mais de R$ 1 mil por habitante. O município com menor gasto foi São João de
Meriti, com R$ 252,77 (conforme pode ser visto na tabela na página seguinte).

160
161
Considerando o número de empresas no estado do Rio de Janeiro, concentradas na Região
Metropolitana, verifica-se que o estado concentra 13,1% das empresas de biotecnologia do país, focadas
nos segmentos da cadeia do Complexo da Saúde. O levantamento mais atualizado sobre o setor de
biotecnologia no país foi divulgado em 2011, através da Associação Brasileira de Biotecnologia (BRBiotech),
conforme figura abaixo.

Imagem 3. Distribuição das empresas de biotecnologia no Brasil

Fonte: Biotech map, 2011

O estado do Rio de Janeiro, em especial a Região Metropolitana do Rio de Janeiro possui, no curto
prazo, uma perspectiva de avanço econômico no setor, em especial por possuir toda a estrutura necessária
para a institucionalização de um cluster do setor de biotecnologia do Complexo da Saúde. Os instrumentos
necessários para a criação de um cluster dependem da existência de todos os elos da cadeia de Pesquisa,
Desenvolvimento e Inovação, que estão presentes na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, conforme
estrutura apresentada na página seguinte.

Estes elos foram identificados e estruturados pelo Grupo Executivo do Complexo Industrial das
Ciências da Vida Do Estado do Rio de Janeiro (GECIV), ligado a Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e
Inovação do Rio de Janeiro. A institucionalização do cluster cria oportunidade para a expansão do corredor
tecnológico da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, gerando empregos, incentivando a concorrência, o
nascimento de start-ups (mesmo com risco elevado), e possui um efeito indutor nas grandes empresas do
setor para ampliar os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação.

162
Outro elo importante da cadeia do Complexo da Saúde é formado pelas instituições de ensino e
pesquisa, em especial universidades. Neste quesito, a Região Metropolitana possui uma das melhores
infraestruturas do país, formado por:

 03 parques tecnológicos;
 19 incubadoras ;
 19 universidades;
 26 institutos de pesquisa e desenvolvimento;
 Maior concentração de Ph.D por habitante (50 por 100.000)n sendo que 1/3 desses estão
envolvidos diretamente com ciências da vida;
 BIORIO foi o primeiro parque Biotecnológico da América Latina 1986.

Imagem 4. Elos necessários para a criação de um cluster de biotecnologia do Complexo da Saúde

163
Imagem 5. Desdobramentos da cadeia do setor de biotecnologia, segmento motriz do Complexo da
Saúde

Fonte: GECIV - Grupo Executivo do Complexo Industrial das Ciências da Vida Do Estado do Rio de Janeiro

Esta estrutura garante a oferta de 63 Cursos de graduação ligados às ciências da vida, além de 14
cursos de metrado e 14 de doutorado em programas em biotecnologia e 223 grupos de pesquisas no setor.

Outro elo essencial, que são as instituições financeiras de fomento e financiamento, está bem
representado na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com o BNDES, FINEP, AGRIO, FAPERJ, Burril Brazil
(fundo de venture capital da gestora de recursos americana Burrill & Company) e ABVCAP (Associação
Brasileira de Private Equity e Venture Capital), além de outras instituições de fomento.

No que tange á qualificação acadêmica, a figura na página seguinte apresenta um quadro da


posição do Rio de Janeiro, notadamente da Região Metropolitana, no Brasil.

Imagem 6. Graduação e pós-graduação em biotecnologia na RMRJ

Fonte: GECIV - Grupo Executivo do Complexo Industrial das Ciências da Vida Do Estado do Rio de Janeiro

164
No que tange à geração de empregos, especificamente no que tange às ocupações de saúde, o estado do Rio
de janeiro por mais de 300 mil empregos, concentrados na Região Metropolitana, conforme tabela na página seguinte.
Este total representa 10,7% do total de empregos no setor no Brasil. Considerando o salário médio pago a estas
ocupações, em 2014 foram injetados na economia mais de R$ 922 milhões (ver tabela). Já os salários médios variaram
de 50% a 920% acima do salário mínimo (ver tabela).

Número de vínculos formais de emprego, ativos em 31/12, de ocupações de saúde e natureza jurídica do
estabelecimento segundo ocupação. Rio de Janeiro - 2014
Frequência
Ocupação Público % Privado % Total *
Técnicos e auxiliares de enfermagem 35.454 38,60% 56.183 61,20% 91.637
Médicos 28.321 64,60% 15.428 35,20% 43.749
Agentes comunitários de saúde e afins 20.522 65,70% 10.688 34,20% 31.210
Enfermeiros 12.868 43,10% 16.892 56,60% 29.760
Farmacêuticos 1.856 16,70% 9.227 83,00% 11.083
Técnicos em equipamentos médicos e odontológicos 2.584 30,60% 5.837 69,20% 8.421
Auxiliares de laboratório da saúde 627 7,90% 7.310 92,10% 7.937
Técnicos de odontologia 1.492 19,10% 6.282 80,50% 7.774
Técnicos e auxiliares técnicos em patologia clínica 2.123 27,90% 5.498 72,10% 7.621
Fisioterapeutas 2.410 32,90% 4.893 66,80% 7.303
Assistentes sociais e economistas domésticos 4.705 67,90% 2.204 31,80% 6.909
Profissionais da educação física 389 6,10% 6.026 93,90% 6.415
Cirurgiões-dentistas 4.545 72,00% 1.718 27,20% 6.263
Nutricionistas 1.844 30,80% 4.143 69,20% 5.987
Psicólogos e psicanalistas 3.088 58,80% 2.144 40,80% 5.232
Agentes da saúde e do meio ambiente 4.321 83,20% 871 16,80% 5.192
Cuidadores de crianças, jovens, adultos e idosos 926 23,30% 3.044 76,50% 3.970
Técnicos em terapias complementares 193 6,00% 3.001 94,00% 3.194
Diretores e gerentes de operações em empresa de serviços de saúde 245 10,40% 2.103 89,30% 2.348
Fonoaudiólogos 1.101 51,80% 1.019 48,00% 2.120
Técnicos em manipulações farmacêuticas 321 18,70% 1.393 81,30% 1.714
Biólogos e afins 567 36,20% 1.000 63,80% 1.567
Veterinários e zootecnistas 626 65,50% 318 33,30% 944
Terapeutas ocupacionais e afins 479 66,70% 239 33,30% 718
Trabalhadores de imobilizacoes ortopedicas 88 18,30% 392 81,30% 480
Téc. em manutenção e reparação de equip. biomédicos 231 53,20% 203 46,80% 434
Tecnicos em proteses ortopedicas 175 51,30% 166 48,70% 341
Ortoptistas e oticos 0 0,00% 254 100,00% 254
Biomédicos 25 19,50% 103 80,50% 128
Técnicos em biologia 21 16,90% 103 83,10% 124
Total 132.147 43,93% 168.682 56,07% 300.829
Fonte: RAIS – Elaboração: Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado – EPSM/NESCON/FM/UFMG.
* Alguns totais não representam a somas das categorias apresentadas, devido à ausência de clasificação da natureza jurídica de algums
estabelecimentos.

165
Massa salarial Massa salarial
Ocupação Público Privado Emprego total Massa salarial total
público privado
Médicos 28.321 R$ 174.165.370,49 15.428 R$ 110.247.716,60 43.749 R$ 284.413.087,09
Técnicos e auxiliares de enfermagem 35.454 R$ 91.243.705,32 56.183 R$ 87.520.753,74 91.637 R$ 178.764.459,06
Enfermeiros 12.868 R$ 59.479.756,40 16.892 R$ 56.708.808,88 29.760 R$ 116.188.565,28
Agentes comunitários de saúde e afins 20.522 R$ 55.191.661,58 10.688 R$ 12.029.771,52 31.210 R$ 67.221.433,10
Farmacêuticos 1.856 R$ 8.094.999,68 9.227 R$ 25.712.327,28 11.083 R$ 33.807.326,96
Assistentes sociais e economistas domésticos 4.705 R$ 22.164.925,65 2.204 R$ 6.079.513,60 6.909 R$ 28.244.439,25
Cirurgiões-dentistas 4.545 R$ 18.309.941,55 1.718 R$ 7.128.600,48 6.263 R$ 25.438.542,03
Técnicos em equipamentos médicos e odontológicos 2.584 R$ 7.856.548,64 5.837 R$ 13.685.546,94 8.421 R$ 21.542.095,58
Fisioterapeutas 2.410 R$ 8.295.244,10 4.893 R$ 11.627.969,85 7.303 R$ 19.923.213,95
Nutricionistas 1.844 R$ 7.642.458,00 4.143 R$ 11.492.391,99 5.987 R$ 19.134.849,99
Diretores e gerentes de operações em empresa de serviços de saúde 245 R$ 903.675,15 2.103 R$ 16.466.342,79 2.348 R$ 17.370.017,94
Psicólogos e psicanalistas 3.088 R$ 11.513.422,72 2.144 R$ 5.218.603,20 5.232 R$ 16.732.025,92
Agentes da saúde e do meio ambiente 4.321 R$ 12.415.572,51 871 R$ 3.426.461,74 5.192 R$ 15.842.034,25
Técnicos e auxiliares técnicos em patologia clínica 2.123 R$ 4.604.808,23 5.498 R$ 9.009.792,52 7.621 R$ 13.614.600,75
Auxiliares de laboratório da saúde 627 R$ 1.355.799,72 7.310 R$ 8.795.318,90 7.937 R$ 10.151.118,62

166
Técnicos de odontologia 1.492 R$ 2.268.645,68 6.282 R$ 7.403.965,20 7.774 R$ 9.672.610,88
Profissionais da educação física 389 R$ 1.124.019,39 6.026 R$ 7.975.652,04 6.415 R$ 9.099.671,43
Biólogos e afins 567 R$ 3.522.215,34 1.000 R$ 3.068.840,00 1.567 R$ 6.591.055,34
Fonoaudiólogos 1.101 R$ 3.770.198,34 1.019 R$ 2.400.774,19 2.120 R$ 6.170.972,53
Veterinários e zootecnistas 626 R$ 3.679.258,66 318 R$ 1.068.963,36 944 R$ 4.748.222,02
Técnicos em terapias complementares 193 R$ 402.721,52 3.001 R$ 3.941.393,36 3.194 R$ 4.344.114,88
Cuidadores de crianças, jovens, adultos e idosos 926 R$ 1.038.462,70 3.044 R$ 3.277.474,80 3.970 R$ 4.315.937,50
Técnicos em manipulações farmacêuticas 321 R$ 1.045.792,32 1.393 R$ 2.038.502,27 1.714 R$ 3.084.294,59
Terapeutas ocupacionais e afins 479 R$ 2.063.532,00 239 R$ 550.302,28 718 R$ 2.613.834,28
Tecnicos em proteses ortopedicas 175 R$ 661.417,75 166 R$ 324.515,06 341 R$ 985.932,81
Téc. em manutenção e reparação de equip. biomédicos 231 R$ 270.914,49 203 R$ 420.321,65 434 R$ 691.236,14
Trabalhadores de imobilizacoes ortopedicas 88 R$ 105.655,44 392 R$ 580.183,52 480 R$ 685.838,96
Biomédicos 25 R$ 191.484,75 103 R$ 345.514,53 128 R$ 536.999,28
Ortoptistas e oticos 0 R$ 0,00 254 R$ 444.665,10 254 R$ 444.665,10
Técnicos em biologia 21 R$ 136.287,90 103 R$ 146.322,83 124 R$ 282.610,73
Total 132.147 R$ 503.518.496,02 168.682 R$ 419.137.310,22 300.829 R$ 922.655.806,24
Remuneração Média
Ocupação % do salário % do salário % do salário
Público Privado Total
mínimo mínimo mínimo
Diretores e gerentes de operações em empresa de serviços de saúde R$3.688,47 409,5 R$ 7.829,93 981,5 R$ 7.389,25 920,6
Médicos R$6.149,69 749,4 R$ 7.145,95 887,0 R$ 6.496,73 797,3
Veterinários e zootecnistas R$5.877,41 711,8 R$ 3.361,52 364,3 R$ 5.000,15 590,6
Biólogos e afins R$6.212,02 758,0 R$ 3.068,84 323,9 R$ 4.206,16 481,0
Biomédicos R$7.659,39 957,9 R$ 3.354,51 363,3 R$ 4.195,31 479,5
Assistentes sociais e economistas domésticos R$4.710,93 550,7 R$ 2.758,40 281,0 R$ 4.083,50 464,0
Cirurgiões-dentistas R$4.028,59 456,4 R$ 4.149,36 473,1 R$ 4.046,70 458,9
Enfermeiros R$4.622,30 538,4 R$ 3.357,14 363,7 R$ 3.900,81 438,8
Terapeutas ocupacionais e afins R$4.308,00 495,0 R$ 2.302,52 218,0 R$ 3.640,44 402,8
Nutricionistas R$4.144,50 472,4 R$ 2.773,93 283,1 R$ 3.195,51 341,4
Psicólogos e psicanalistas R$3.728,44 415,0 R$ 2.434,05 236,2 R$ 3.191,67 340,8
Agentes da saúde e do meio ambiente R$2.873,31 296,9 R$ 3.933,94 443,4 R$ 3.051,24 321,4
Farmacêuticos R$4.361,53 502,4 R$ 2.786,64 284,9 R$ 3.049,70 321,2
Fonoaudiólogos R$3.424,34 373,0 R$ 2.356,01 225,4 R$ 2.907,51 301,6
Tecnicos em proteses ortopedicas R$3.779,53 422,0 R$ 1.954,91 170,0 R$ 2.891,30 299,4

167
Fisioterapeutas R$3.442,01 375,4 R$ 2.376,45 228,2 R$ 2.725,31 276,4
Técnicos em equipamentos médicos e odontológicos R$3.040,46 320,0 R$ 2.344,62 223,8 R$ 2.557,91 253,3
Técnicos em biologia R$6.489,90 796,4 R$ 1.420,61 96,2 R$ 2.279,12 214,8
Agentes comunitários de saúde e afins R$2.689,39 271,5 R$ 1.125,54 55,5 R$ 2.153,37 197,4
Técnicos e auxiliares de enfermagem R$2.573,58 255,5 R$ 1.557,78 115,2 R$ 1.949,73 169,3
Técnicos em manipulações farmacêuticas R$3.257,92 350,0 R$ 1.463,39 102,1 R$ 1.799,47 148,5
Técnicos e auxiliares técnicos em patologia clínica R$2.169,01 199,6 R$ 1.638,74 126,3 R$ 1.786,46 146,7
Ortoptistas e oticos - - R$ 1.750,65 141,8 R$ 1.750,65 141,8
Téc. em manutenção e reparação de equip. biomédicos R$ 1.172,79 62,0 R$ 2.070,55 186,0 R$ 1.592,71 120,0
Trabalhadores de imobilizacoes ortopedicas R$ 1.200,63 65,8 R$ 1.480,06 104,4 R$ 1.429,44 97,4
Profissionais da educação física R$ 2.889,51 299,1 R$ 1.323,54 82,8 R$ 1.418,50 95,9
Técnicos em terapias complementares R$ 2.086,64 188,2 R$ 1.313,36 81,4 R$ 1.360,08 87,9
Auxiliares de laboratório da saúde R$ 2.162,36 198,7 R$ 1.203,19 66,2 R$ 1.278,96 76,7
Técnicos de odontologia R$ 1.520,54 110,0 R$ 1.178,60 62,8 R$ 1.243,51 71,8
Cuidadores de crianças, jovens, adultos e idosos R$ 1.121,45 54,9 R$ 1.076,70 48,7 R$ 1.088,02 50,3
Total R$ 3.633,95 401,9 R$ 2.563,05 254,0 R$ 2.921,97 303,6
Fonte: RAIS – Elaboração: Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado – EPSM/NESCON/FM/UFMG.
* Alguns totais não representam a somas das categorias apresentadas, devido à ausência de clasificação da natureza jurídica de algums estabelecimentos.
Desafios para aumentar os investimentos no setor

Altamente dependente de investimentos em inovação, a ampliação do setor requer mais do que


recursos financeiros. O principal insumo de sua expansão é a acumulação de competências tecnológicas.
Pelo ângulo dos investimentos em atividades produtivas, o principal ponto a ser observado é o
cumprimento das Boas Práticas de Fabricação (BPF), reguladas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa). Desde 2003, quando a norma de BPF foi implantada, gerando seu primeiro ciclo de investimentos
para adequação regulatória, elevando a necessidade de capital para a entrada no setor, o parque industrial
brasileiro evoluiu enormemente e atualmente apresenta um nível de qualificação equivalente ao das
empresas instaladas na América do Norte e Europa.

Considerando o mercado interno (não apenas metropolitano, mas nacional) e a posição estratégica
do Rio de Janeiro como plataforma logística internacional, o já apresentado potencial para a ampliação da
capacidade produtiva da cadeia exige um modelo de investimento e financiamento próprio, com incentivos
específicos, para que o setor atinja seu potencial. Embora os fornecedores da cadeia se localizem fora do
país, principalmente nos países líderes, como Alemanha e Estados Unidos, a indústria brasileira é capaz de
fornecer atender a parte importante da demanda, porém, tem focado suas atividades apenas na faz final da
cadeia, ou seja, na etapa de comercialização dos produtos e serviços.

Como o ponto central da competitividade na indústria é a inovação, parte essencial dos


investimentos relaciona-se à construção da infraestrutura de P&D, notadamente laboratórios para o
desenvolvimento e a validação de novos produtos. Considerando este elo, o anterior possui grande
capacidade de expansão, envolvendo a indústria de máquinas e equipamentos específicos para a cadeia,
que atualmente respondem por menos de 10% dos bens de capital produzidos no Brasil. Anteriormente a
esta fase encontra-se a metalomecânica, que fornece peças e equipamentos utilizados na fabricação dos
equipamentos específicos do setor. Há ainda a indústria siderúrgica, responsável pela oferta do aço, muitas
vezes aços especiais. Ou seja, há uma grande cadeia a montante da fase de produção dos produtos e
serviços finais que podem ser desenvolvida na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, aproveitando a
expertise já existente na mão de obra.

Neste universo, medidas específicas para fomentar o complexo passam por uma estruturação
maior junto ao principal gestor de programas de fomento/financiamento para o setor no país, o BNDES. É
preciso que o governo, através da Agência Metropolitana, firme parceria com o BNDES para aumentar o
acesso das empresas e centros de pesquisa a programas do banco, com facilitação do acesso aos
investimentos em PD&I para as pequenas empresas, em especial as do setor de produtos para a saúde
(equipamentos e dispositivos médicos, hospitalares, odontológicos, e laboratoriais), por ser um setor
estratégico para o Complexo da Saúde, constituído principalmente por empresas de pequeno e médio
porte, com extrema vulnerabilidade à competição externa.

168
Esta parceria com foco na facilitação do acesso ao financiamento teria como foco os seguintes
programas:

a. BNDES PROFARMA: disponibiliza recursos para PD&I no Complexo da Saúde, a taxa de juros fixa de
4% ao ano, com medidas diferenciadas para facilitar o acesso das pequenas empresas, como
possibilidade de dispensa da exigência de prestação de garantia real e a redução do limite mínimo
para operar diretamente com o Banco para R$ 1 milhão;
b. BNDES Sustentação de Investimento (BNDES PSI): financiamento a projetos de PD&I,
operacionalizado pelo Produto BNDES Automático, a uma taxa de juros fixa de 4% ao ano;
c. BNDES Revitaliza: disponibilizado sob a forma de apoio indireto, por meio de agentes financeiros
credenciados no BNDES, oferece apoio a investimentos em PD&I para os setores de fabricação de
instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos (CNAEs C.32.5 e
C.26.6), a uma taxa fixa de 8% ao ano; e
d. Cartão BNDES: apoio aos serviços de pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Um programa de substituição de importações no âmbito dos governos estadual e municipais,


utilizando o poder de compra do Estado em acordos de produção interna com transferência de tecnologia
de multinacionais para produtores públicos, para produção interna de vacinas a exemplo do que foi feito
com as vacinas contra o sarampo, influenza e pneumococos, considerando que a compra de vacinas é
responsável por cerca de 11% do déficit da balança comercial da saúde, da ordem de US$ 10 bilhões,
segundo a SCTIE/MS. O objetivo é avançar, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, além da aplicação
da Margem de Preferência nas licitações realizadas no âmbito da administração pública federal – Decreto
nº 7.713, de 03/04/2012, para aquisição de produtos estratégicos para o SUS, produzidos nacionalmente
(25% para os produtos biológicos e 20% para os demais itens), quando a produção do biofármaco é feita
nos centros de PD&I das empresas nacionais.

As parcerias para produção interna de vacinas já representam, no Brasil, uma economia média de
R$ 800 milhões que deixam de ser importados, mas as políticas precisam ser atualizadas para a nova
realidade do parque metropolitano. Além de beneficiar as indústrias instaladas na RMRJ, o aumento do
percentual da margem de preferência para compras na segunda mais importante região metropolitana da
América do Sul atrairá novos investimentos para produção e pesquisa. Neste sentido, ao governo do estado
e a agência metropolitana devem adotar um modelo de Programa para o Desenvolvimento do Complexo da
Saúde (PROCIS) localizado, de forma a viabilizar as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) e
fortalecer os produtores públicos e a infraestrutura de produção e inovação em saúde nos municípios.

Outra medida a ser adotada no médio e longo prazos seria um programa de isenção de impostos
para a venda de produtos e equipamentos médicos, hospitalares, odontológicos e laboratoriais pela
indústria fluminense ao mercado local, à semelhança da isenção que os hospitais e entidades filantrópicas

169
brasileiras têm para importar estes bens de empresas estrangeiras, uma vez que esta isenção tem
funcionado como um grande incentivo à importação em uma área crítica do Complexo da Saúde e fazendo
com que os produtores se tornem cada vez mais importadores, processo que não gera renda, impostos,
empregos e tecnologia.

Objetivos da política de incentivo ao Complexo da Saúde

O objetivo principal da adoção de uma da política de incentivo ao Complexo da Saúde na Região


Metropolitana do Rio de Janeiro é fazer com que o estado, notadamente a RMRJ, avance no ranking
nacional e ultrapasse Minas Gerais na participação nacional de empresas de biotecnologias, em especial do
Complexo da Saúde. Para atingir este objetivo será necessário aproveitar as vantagens oferecidas pelo
estado e, em especial, pela Região Metropolitana, por ser a segundo mais importante, em termos de
população e economia, área metropolitana da América do Sul. Outra vantagem é o fato da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro ser uma plataforma logística de nível internacional, contando com uma
das melhores bases de infraestrutura do país, em especial o complexo portuário e as conexões aéreas, além
da proximidade com as regiões metropolitanas de São Paulo e Belo Horizonte, respectivamente a primeira
e a terceira mais importantes do país em termos populacionais e econômicos.

Com a política industrial adequada, aliada a uma política de compras locais dos governos estadual e
municipais, o espaço que existe para que a Região Metropolitana do Rio de Janeiro avance interna,
nacionalmente e internacionalmente poderá ser preenchido ao longo das próximas três décadas. Desta
forma considerando o Modelo de Geração de Empregos do BNDES, segundo o qual um aumento na
produção de 10% além de gerar um crescimento de 10% de postos de trabalho no setor, provoca um
aumento de 10% na aquisição dos insumos e na demanda por trabalhadores nos setores que compõem a
sua cadeia produtiva.

Desta forma, o aumento de 10% na demanda (entendido como o gasto com saúde), considerando
os setores público e privado, adotando como parâmetro os números de 2014, irá gerar, em cada município,
um impacto em retorno constante de escala. Desta forma, como o setor teve um gasto de R$ 14,9 bilhões
em 2014, o crescimento de 10% representaria R$ 1,49 bilhão. Desta forma o número de vínculos formais de
emprego, nas ocupações de saúde, teria um crescimento de 30.083 vagas.

Considerando, como foi apresentado, que o espaço para crescimento é de 137% nas próximas
décadas, é possível projetar que, atingindo metade deste valor, ou 68,5%, isso significaria, em valores de
2014, a geração de 206 mil empregos diretor, apenas nas ocupações de saúde. Desta forma o total de
empregos diretos superaria 500 mil nas ocupações de saúde. Já o gasto com saúde na região Metropolitana
passaria para R$ 25,11 bilhões. Com 206 mil empregos a mais, a injeção de salários na economia, apenas

170
Total público
Ocupação Público Incremento Total Privado Incremento Total Salários totais
e privado*
Médicos 28.321 19.117 47.438 15.428 10.414 25.842 73.280 476.077.613
Técnicos e auxiliares de enfermagem 35.454 23.931 59.385 56.183 37.924 94.107 153.492 299.267.908
Enfermeiros 12.868 8.686 21.554 16.892 11.402 28.294 49.848 194.447.577
Agentes comunitários de saúde e afins 20.522 13.852 34.374 10.688 7.214 17.902 52.277 112.571.185
Farmacêuticos 1.856 1.253 3.109 9.227 6.228 15.455 18.564 56.614.707
2014, de R$ 1,47 bilhão (ver tabela).

Assistentes sociais e economistas domésticos 4.705 3.176 7.881 2.204 1.488 3.692 11.573 47.256.610
Cirurgiões-dentistas 4.545 3.068 7.613 1.718 1.160 2.878 10.491 42.452.008
Técnicos em equipamentos médicos e odontológicos 2.584 1.744 4.328 5.837 3.940 9.777 14.105 36.079.768
Fisioterapeutas 2.410 1.627 4.037 4.893 3.303 8.196 12.233 33.337.423
Nutricionistas 1.844 1.245 3.089 4.143 2.797 6.940 10.028 32.045.293
Diretores e gerentes de operações em empresa de serviços de saúde 245 165 410 2.103 1.420 3.523 3.933 29.061.181
Psicólogos e psicanalistas 3.088 2.084 5.172 2.144 1.447 3.591 8.764 27.970.519
Agentes da saúde e do meio ambiente 4.321 2.917 7.238 871 588 1.459 8.697 26.535.414
Técnicos e auxiliares técnicos em patologia clínica 2.123 1.433 3.556 5.498 3.711 9.209 12.765 22.804.475
Auxiliares de laboratório da saúde 627 423 1.050 7.310 4.934 12.244 13.294 17.003.102
Técnicos de odontologia 1.492 1.007 2.499 6.282 4.240 10.522 13.021 16.192.303

171
Profissionais da educação física 389 263 652 6.026 4.068 10.094 10.745 15.241.960
Biólogos e afins 567 383 950 1.000 675 1.675 2.625 11.040.013
Fonoaudiólogos 1.101 743 1.844 1.019 688 1.707 3.551 10.324.568
Veterinários e zootecnistas 626 423 1.049 318 215 533 1.581 7.906.237
Técnicos em terapias complementares 193 130 323 3.001 2.026 5.027 5.350 7.276.360
Cuidadores de crianças, jovens, adultos e idosos 926 625 1.551 3.044 2.055 5.099 6.650 7.235.061
Técnicos em manipulações farmacêuticas 321 217 538 1.393 940 2.333 2.871 5.166.188
Terapeutas ocupacionais e afins 479 323 802 239 161 400 1.203 4.378.175
Tecnicos em proteses ortopedicas 175 118 293 166 112 278 571 1.651.438
Téc. em manutenção e reparação de equip. biomédicos 231 156 387 203 137 340 727 1.157.821
Trabalhadores de imobilizacoes ortopedicas 88 59 147 392 265 657 804 1.149.270
Biomédicos 25 17 42 103 70 173 214 899.474
Ortoptistas e oticos 0 0 0 254 171 425 425 744.814
Técnicos em biologia 21 14 35 103 70 173 208 473.373
Total 132.147 89.199 221.346 168.682 113.860 282.542 503.889 1.472.349.315
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da RAIS e Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado – EPSM/NESCON/FM/UFMG.
* Alguns totais não representam a somas das categorias apresentadas, devido à ausência de clasificação da natureza jurídica de algums estabelecimentos.
nas ocupações de saúde, pode ultrapassar R$ 602 milhões por ano, fazendo com que atinja, em valores de
2.2.4.3. TURISMO
Considerada uma das atividades de maior expansão no mundo, o turismo vem se consolidando a
cada dia por seu grande impacto socioeconômico. O turismo vem superando atividades tradicionalmente
consideradas de maior dinâmica econômica, como a indústria e a agricultura. Este aspecto tem relação
direta com o efeito multiplicador gerado pela atividade, que agrega diversas áreas para o seu
desenvolvimento. O desenvolvimento do turismo depende e compõem-se de vários elementos como
equipamentos, serviços, infraestrutura, e outros, que estão intrinsecamente associados ao turismo,
conforme pode ser verificado em sua cadeia produtiva.

Imagem 7. Cadeia Produtiva do Turismo

O turismo estimula, desta forma variadas atividades, chegando à construção civil, extrativa mineral
e silvicultura, agropecuária e outras.

Existem características específicas locais que são estimulantes para o desenvolvimento do turismo:

 atividades, práticas e tradições (agropecuária, pesca, esporte, manifestações culturais,


manifestações de fé).
 aspectos e características (geográficas, históricas, arquitetônicas, urbanísticas, sociais).

172
 determinados serviços e infraestrutura (de saúde, de educação, de eventos, de hospedagem, de
lazer).

Além de verificar as características locais que estimulam o setor, é preciso verificar os variados
tipos de turismo existentes para identificar aqueles que melhor se enquadram em uma política de
desenvolvimento metropolitana, com inclusão de todos os municípios.

Tipos de turismo
Turismo Social: o interesse social concentra-se no turista em si, como sujeito pertencente a
determinados grupos de consumidores com renda insuficiente para usufruir da experiência turística, ou a
grupos que, por motivos diversos, têm suas possibilidades de lazer limitadas. Essa constitui a abordagem
clássica de Turismo Social, que trata das viagens de lazer para segmentos populares e da parcela da
população em situação de vulnerabilidade.

Ecoturismo: Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o


patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência
ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações.

Turismo cultural: compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de


elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e
promovendo os bens materiais e imateriais da cultura. Divide-se em:

 turismo cívico: motivados pelo conhecimento de monumentos, fatos, observação ou participação


em eventos cívicos, que representem a situação presente ou a memória política e histórica de
determinados locais;
 turismo religioso: busca espiritual e da prática religiosa em espaços e eventos relacionados às
religiões institucionalizadas);
 turismo mítico e esotérico: busca da espiritualidade e do autoconhecimento em práticas, crenças e
rituais considerados alternativos; e
 turismo étnico: busca da vivência de experiências autênticas em contatos diretos com os modos de
vida e a identidade de grupos étnicos.

Turismo de estudos e intercâmbio: constitui-se da movimentação turística gerada por atividades e


programas de aprendizagem e vivências para fins de qualificação, ampliação de conhecimento e de
desenvolvimento pessoal e profissional.

Turismo de esporte: decorrentes da prática, envolvimento ou observação de modalidades


esportivas.

173
Turismo de pesca: compreende as atividades turísticas decorrentes da prática da pesca amadora.

Turismo náutico: caracteriza-se pela utilização de embarcações náuticas como finalidade da


movimentação turística.

Turismo de aventura: compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades


de aventura de caráter recreativo e não competitivo.

Turismo de sol e praia: constitui-se das atividades turísticas relacionadas à recreação,


entretenimento ou descanso em praias, em função da presença conjunta de água, sol e calor.

Turismo de negócios e eventos: compreende o conjunto de atividades turísticas decorrentes dos


encontros de interesse profissional, associativo, institucional, de caráter comercial, promocional, técnico,
científico e social.

Turismo rural: conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a
produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio
cultural e natural da comunidade.

Turismo de saúde: constitui-se das atividades turísticas decorrentes da utilização de meios e


serviços para fins médicos, terapêuticos e estéticos.

Com base nestes elementos, verifica-se o perfil dos municípios metropolitanos com o objetivo de
identificar o potencial de desenvolvimento da Região Metropolitana em cada uma dessas áreas, por
município.

 Belfort Roxo

Atividades, práticas e tradições: a cidade possui eventos com alguma repercussão, tais como a
Festa da Emancipação, a Procissão de São Sebastião, a Festa de São João Baptista, o Arraiá do Nojento e o
Torneio Joca, que são capazes de atrair até 100 mil pessoas, com atrativos diferentes em cada época do
ano.

O município, entretanto, não possui espaços arquitetônicos ou urbanísticos capazes de promover o


turismo local. A geografia é acidentada e com vários morros. A maior parte da vegetação local foi suprimida
para a construção da cidade. A infraestrutura urbana não é capaz de sustentar as necessidades do local.
Embora o transporte público na região seja deficiente, a existência de uma linha de trem com conexão á
Central do Brasil, na Cidade do Rio de Janeiro, pode ser utilizada fomentar a cidade, caso receba
investimentos em melhoria da qualidade do serviço. A cidade é capaz de hospedar apenas 234 pessoas,
através de 117 unidades habitacionais e três hotéis.

174
 Duque de Caxias

Atividades, práticas e tradições: a cidade possui um centro cultural composto por uma biblioteca e
um teatro (Centro Cultural Oscar Niemeyer). Além disso, dois museus e a Igreja Paroquial Nossa Senhora do
Pilar (pertencente o patrimônio histórico municipal) podem ser utilizados para atrair visitantes.

O transporte está sendo reformulado e uma boa interação da área com o resto da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro pode incentivar a atratividfade, considerando ser Duque de Caxias um dos
municípios centrais da RMRJ. A cidade é capaz de hospedar 1.709 pessoas, através de 854 unidades
habitacionais, 7 hotéis, 2 pousadas e 8 motéis.

 Guapimirim

Atividades, práticas e tradições: a cidade não possui características socioculturais marcantes, sendo
que as principais atividades estão conectadas com a Serra dos Órgãos. O município possui uma das áreas de
Mata Atlântica mais preservadas do estado, sendo que 70% de seu território está em áreas de preservação
ambiental. Localizada num vale cercado pela Serra dos Órgãos e na base do pico do Dedo de Deus, o
município possui grande potencial turístico.

Apesar de características atrativas, a Guapimirim sofre com a deficiência do sistema de transportes.


A oferta de transporte público no local é deficiente, sendo necessário aprimorar a oferta de infraestrutura
de transportes e de hotéis no local. A cidade é capaz de hospedar apenas 402 pessoas, através de 147
unidades habitacionais, 1 hotéis, 3 pousadas e 1 motel.

 Itaboraí

A cidade possui festividades relevantes, como o encontro de motoqueiros e a feira do livro local.
Formada por área plana em sua maior parte e com bastante natureza, seus manguezais ocupam beiras de
rios que desaguam na Baía de Guanabara, em área de pouco declive. O acesso ao município, através da
cidade do Rio de Janeiro é ruim, pois é necessário passar por Niterói e São Gonçalo, áreas de muito trânsito.
No local, há dificuldades devido à deficiência do transporte público. A cidade é capaz de hospedar apenas
1.001 pessoas, através de 338 unidades habitacionais, 4 hotéis, 2 pousadas e 3 motel.

O município pode possuir potencial para o turismo rural, pois, apesar de estar em uma região
metropolitana, ainda possui diversas áreas comprometidas com a produção agropecuária, que poderiam se
beneficiar com esse tipo de turismo.

175
 Itaguaí

Com acesso através da Rodovia Rio-Santos, o município possui relevo dividido entre montanhas e
planícies, com muitas áreas de preservação ambiental e mata Atlântica preservada. Praias e ilhas fazem
parte do município, que é capaz de atrair diversos turistas em função disso, apesar da forte concorrência de
áreas próximas como Mangaratiba e Angra dos Reis. Uma tradição da cidade é a expo de Itaguaí, que é uma
exposição de diversas atividades em maio, que atrai turismo de regiões próximas e incentiva a economia
local.

A cidade possui potencial o turismo de praia e sol, em função de seu território litorâneo. Também
possui um ecoturismo incipiente, com potencial para alavancar devido as diversas possibilidades de trilhas
existentes. Hoteis de luxo para explorar o turismo de negócios já existem, mas a região possui um potencial
maior do que o explorado até o momento. Também tem o turismo rural, devido a famosos sítios de lazer. A
cidade é capaz de hospedar 1.535 pessoas, através de 583 unidades habitacionais, 8 hotéis, 10 pousadas e
10 moteis.

 Japeri

A falta de atrativos naturais e a ausência de estrutura não levam Japeri a possuir turismo potencial
em um futuro próximo.

 Magé

Localizado no centro da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Magé possui importante conexão
com a Baía de Guanabara e com o Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Seu relevo é acidentado. O Palácio
de Anchieta e a Capela de Nosso Senhor do Bonfim são pontos arquitetônicos marcantes. O município pode
ser acessado por duas linhas ferroviárias, entretanto, dentro do município, encontram-se os problemas de
deficiência do transporte público. A cidade possui potencial para o turismo cultural, em função de
construções antigas e por fazer parte do caminho do ouro, que atrai grande interesse de turistas. Magé é
capaz de hospedar 369 pessoas, através de 158 unidades habitacionais, 3 hotéis, 3 pousadas e 1 motel.

 Maricá

O festival literário de Maricá atrai milhares de pessoas para o município, além da existência de uma
aldeia indígena que pode ser explorada dentro do turismo cultural. O município possui diversas lagoas,

176
além de um canal que liga todas elas ao mar, sendo assim um grande atrativo. Também possui serras com
vegetação típica da Mata Atlântica.

Uma das vantagens é a existência de um aeroporto, cujos planos preveem sua elevação á categoria
internacional. Apesar de sewr litorânea, não possui infraestruturas para o transporte marítimo. Diversas
linhas de ônibus conectam o município com Rio de Janeiro e Niterói através de 4 rodovias. A cidade é capaz
de hospedar 489 pessoas, através de 164 unidades habitacionais, 2 hotéis e 8 pousadas.

 Mesquita

Parte do Parque Municipal de Nova Iguaçu fica em seu território, o que pode se tornar uma
importante atração turística. O parque é uma área vulcânica e vegetação da Mata Atlântica. O município
possui conexão ferroviária e rodoviária com o Rio de Janeiro, mas internamente, o transporte público é
deficiente. A cidade é capaz de hospedar 214 pessoas, através de 107 unidades habitacionais, 1 hotel e 2
pousadas.

 Nilópolis

O carnaval da cidade é bastante conhecido, especialmente pela escola de samba da cidade, a Beija-
Flor, uma das mais famosas do Brasil. Um dos principais problemas para o desenvolvimento do turismo é a
violência. A cidade é totalmente urbana, sem nenhum tipo de vegetação relevante em seu território, sendo
capaz de hospedar 400 pessoas, através de 200 unidades habitacionais, 4 motéis.

 Niterói

Município com segunda melhor infraestrutura turística da Região Metropolitana, possui


restaurantes tradicionais, teatros, museus e vida noturna. Grande parte de sua área litorânea é circundada
pela Baía de Guanabara e, por isso, diversas praias estão poluídas, no entanto áreas afastadas do centro
ainda possuem condições de balneabilidade. Seu relevo é irregular, com picos com vistas para o resto da
RMRJ. Sua obra arquitetônica mais importante é o Museu de Arte Contemporânea, de relevância
internacional.

Possui acesso à cidade do Rio de Janeiro via barcas ou pela Ponte Rio-Niterói. Ainda existe o projeto
futuro de uma linha de metrô na cidade.

A cidade possui uma pequena atividade turística, que pode ser potencializada com os novos planos
constantes do PRODETUR. A revitalização da Baía de Guanabara certamente atrairia investimentos para o

177
local. Tem potencial nos seguintes tipos de turismo: social, ecoturismo, cultural, estudos e intercâmbio,
esporte, pesca, náutico, aventura, sol e praia e negócio e eventos.

A cidade é capaz de hospedar 3.825 pessoas, através de 1.443 unidades habitacionais, 21 hotéis, 4
pousadas e 8 motéis.

 Nova Iguaçu

Possui duas áreas de conservação ambiental, em destaque o Parque Municipal onde se localiza a
cratera de um vulcão. Seus maiores problemas são a violência e as deficiências de acesso. Existe potencial
para o ecoturismo e para o turismo cultural na área do Tinguá, que possui áreas preservadas e fazendas
antigas. Além disso, o Centro da cidade tem potencial para o turismo de negócios, caso a infraestrutura
local melhore, em função da centralidade do local e da oferta de serviços, como shoppings.

A cidade é capaz de hospedar 1970 pessoas, através de 962 unidades habitacionais, 6 hoteis, 2
pousadas e 11 moteis.

Diagnóstico
 Paracambi

Com geografia plana, possui parte do Parque do Tinguá em seu território, com florestas e
cachoeiras. Porém, a infraestrutura da cidade não é adequada para receber turistas, apesar do potencial
para o ecoturismo devido a natureza em suas proximidades. A cidade é capaz de hospedar 231 pessoas,
através de 99 unidades habitacionais e 3 hotéis.

 Queimados

A cidade não possui serviço de hospedagem e não se verifica potencial turístico em um futuro
próximo.

 Rio de Janeiro

Atividades, práticas e tradições: a capital da região metropolitana é também a cidade mais


populosa e um centro cultural internacional. O Carnaval e o réveillon são as festividades mais conhecidas,
atraindo milhões de turistas cada ano. Eventos esportivos e negócios também são conhecidos,
especialmente os relacionados ao futebol.

178
Possui território extenso e com diversas praias e lagoas, sendo internamente banhada pela Baía de
Guanabara. Além disso, o relevo irregular gera montanhas que permitem a visualização da cidade. Apesar
de a cidade ser totalmente urbana, ainda existem áreas florestais conservadas. Além das construções do
centro histórico, novas construções objetivam atrair interesses em áreas arquitetônicas.

Possui três aeroportos (um regional, um nacional e um internacional) e as melhores infraestruturas


da RMRJ. Maior destino turístico do país, a cidade já possui turismos de 10 tipos (social, ecoturismo,
cultural, estudos e intercâmbio, esporte, pesca, náutico, aventura, sol e praia e negócio e eventos). No
entanto, seu potencial ainda não é completamente explorado, e melhorias de infraestrutura podem
dinamizar a diversificar o setor.

A cidade é capaz de hospedar 67.536 pessoas, através de 31.594 unidades habitacionais, 250 hotéis,
20 pousadas e 84 motéis.

 São Gonçalo

Seu território possui grande extensão litorânea, com diversas praias, no entanto todas estão na
Baía de Guanabara e com balneabilidade inadequada. Também possui grutas e lagoas naturais, além de
fazendas e igrejas antigas.

A relação com Niterói e a proximidade com o Rio de Janeiro, além da concentração industrial,
geram potencial para a cidade no turismo de negócios e eventos, caso ocorram melhorias na infraetsrutura
local. Além disso, uma revitalização de suas praias poderia fazer emergir um turismo de sol e praia no
município. A Baía permite o turismo náutico. A presença de lagoas pode incentivar o turismo de pesca,
caso sejam recuperadas.

A cidade é capaz de hospedar 1.756 pessoas, através de 877 unidades habitacionais, 2 hotéis e 18
motéis.

 São João de Meriti

A cidade é cortada por três rios, mas não possui acesso ao mar. Seu território é totalmente
urbanizado. É conhecida como uma cidade dormitório, cuja mão de obra trabalha principalmente na cidade
do Rio de Janeiro. Não possui atrativos para um turismo potencial em um futuro próximo O município
possui uma estação de metrô e quatro estações de trem, para conectá-lo com a cidade do Rio de Janeiro.

A cidade é capaz de hospedar 1.781 pessoas, através de 839 unidades habitacionais, 7 hotéis, 1
pousada e 8 motéis.

179
 Seropédica

Devido à grande presença de um grande contingente de jovens universitários (possui uma das mais
importantes universidades do país, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), a cidade possui
diversas festas ao longo do ano, especialmente no fim de períodos acadêmicos. A presença da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro é um dos pontos importantes da economia da região. A universidade cria
forte potencial para incentivar o turismo de estudos e intercâmbio. Já as áreas florestais preservadas são
um potencial para o ecoturismo no município.

A cidade tem 2 hotéis e 2 pousadas (a capacidade de hospedagem é indeterminada).

 Tanguá

A cidade é cortada por rios, mas não possui áreas litorâneas. A cidade não possui estabelecimentos
de hospedagem, mas guarda forte potencial para o turismo rural.

2.2.4.3.1 TURISMO DE NEGÓCIOS E EVENTOS


Turismo de negócios pode ser entendido como o conjunto de atividades turísticas decorrentes dos
encontros de interesse profissional, associativo, institucional, de caráter comercial, promocional, técnico,
científico e social. O Brasil é o 11º destino internacional do turismo de negócios, com 291 eventos
internacionais (2015), que atraíram mais de 127 mil turistas, colocando o Brasil na 12ª posição noi ranking
de turistas internacionais no segmento.

Considerando todos os mais de 600 mil eventos nacionais e internacionais realizados em 2015, o
total de turistas envolvidos superior 200 milhões de pessoas (próximo da população brasileira total). Este
segmento de turismo gera próximo de R$ 50 bilhões em impostos, 7,5 milhões de empregos diretos e
indiretos e representa mais de 4% do PIB (o turismo como um todo gira em torno de 9% do PIB). A pesquisa
de Impacto Econômico dos Eventos Internacionais realizados no Brasil, desenvolvida pela FGV para a
Embratur, revelou que turistas de Negócios e Eventos gastam em média US$ 329,39 por dia. Esse número é
quatro vezes maior que as despesas dos visitantes internacionais em viagens de Lazer, com gasto diário de
US$ 73,77.

O Rio de Janeiro é o principal destino do turismo de negócios no Brasil. Apesar de haver realizado
64 eventos internacionais contra 66 de São Paulo, a cidade receber mais de 37,250 mil turistas ante 27.328
que visitaram São Paulo. O Rio de Janeiro concentrou 29% dos turistas de negócios e eventos internacionais
que visitaram o Brasil. Considerando os eventos nacionais, o Rio de Janeiro contra 33,4% dos turistas de
negócios e eventos que circulam pelo país anualmente.

180
O mercado do turismo de negócios e eventos está em crescente expansão, causando impactos em
todos os segmentos envolvidos. Mais de 50 setores fazem parte da cadeia produtiva de eventos. O
segmento vem mantendo um crescimento médio superior a 14% ao ano desde 2000.

Além da cidade do Rio de Janeiro, considerando os aspectos de cada cidade metropolitana, em


especial aquelas com melhor infraestrutura ou um segmento de interesse econômico ou ambiental, o
turismo de negócios e eventos pode se tornar um dos principais segmentos turísticos da Região
Metropolitana.

O potencial especifico do setor será analisado nos próximos relatórios.

2.2.4.4. ECONOMIA CRIATIVA


Nos últimos anos a importância da criatividade como insumo de produção e seu papel
transformador no sistema produtivo passou a ser cada vez mais reconhecido pelos segmentos econômicos.
Tem ganhado cada vez mais espaço o uso das ideias como recurso essencial para geração de valor, além
dos tradicionais capital, matéria-prima e mão de obra.

A capacidade de inovação se tornou parte essencial da das estratégias competitivas das empresas e,
até mesmo das cidades, na disputa pelos mercados globais. A padronização de mercadorias e serviços
transformou a inovação, ou seja, a criatividade, em um ativo estratégico para agregação de valor.

Segundo dados do Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil – 2014, do Sistema FIRJAN, a


indústria criativa brasileira gera um Produto Interno Bruto equivalente a R$ 126 bilhões, ou 2,6% do total
produzido no Brasil (com números de 2013). Em uma década a indústria criativa foi responsável pela
geração de mais de 420 mil empregos, uma alta de 90%, bem acima do avanço de 56% do mercado de
trabalho como um todo.

A cadeia da Indústria Criativa é formada por três grandes categorias:

 Indústria Criativa (Núcleo): é formado pelas atividades profissionais e/ou econômicas que têm as
ideias como insumo principal para geração de valor.
 Atividades Relacionadas: são profissionais e estabelecimentos que provêm diretamente bens e
serviços à Indústria Criativa. São representadas em grande parte por indústrias, empresas de
serviços e profissionais fornecedores de materiais e elementos fundamentais para o funcionamento
do núcleo criativo;
 Apoio: são ofertantes de bens e serviços de forma indireta à Indústria Criativa.

181
Imagem 8. Cadeia produtiva da indústria criativa

Fonte: Sistema FIRJAN • Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil • 2014

No tocante à Região Metropolitana do Rio de Janeiro, em 2015 havia nos 21 municípios um total de
35.287 estabelecimentos relacionados á indústria criativa. A cidade do Rio de Janeiro respondeu por 75,1%
destes estabelecimentos, chegando a concentrar 95% dos estúdios e produtoras de filme. Niterói é o
município com a segunda maior concentração de estabelecimentos ligados á indústria criativa, com 2.295.

O setor gastronômico é o que concentra a maior parte dos estabelecimentos, com 13.366, dos
quais 82,2% na cidade do Rio de Janeiro. A seguir tem-se o setor de engenharia com 10.650
estabelecimentos. Cachoeiras de Macacu é o município com menor número de estabelecimentos (78).

182
INDÚSTRIA CRIATIVA NA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO - ESTABELECIMENTOS 2015

Cachoeiras de Macacu

São João de Meriti

Rio de Janeiro (M)


Duque de Caxias
Belford Roxo
Atividades

São Gonçalo
Nova Iguaçu
Guapimirim

Queimados

Seropédica
Rio Bonito
Paracambi
Mesquita
Nilópolis

%RJ (M)
Itaboraí

RJ (RM)
Tanguá
Niterói
Maricá
Itaguaí
Japeri
Magé
Restaurantes 75 6 296 19 62 83 4 42 55 39 73 792 288 6 41 22 329 118 20 3 10.993 13.366 82,2%
Engenharia 194 50 398 76 132 123 73 104 107 114 115 736 387 64 113 70 437 191 73 72 7.021 10.650 65,9%
Construção Civil 76 10 168 19 48 49 20 32 36 31 35 332 171 16 42 21 131 59 18 18 2.834 4.166 68,0%
Confecções 12 5 68 4 2 5 1 5 2 5 13 77 46 6 7 10 68 29 2 1 903 1.271 71,0%
Propaganda e publicidade 5 2 23 0 3 0 1 2 5 3 7 57 18 0 4 0 30 16 0 0 651 827 78,7%
Arquitetura 1 1 12 1 6 1 1 0 5 2 0 71 15 0 0 0 22 1 0 0 670 809 82,8%
Editoras 4 0 16 1 1 3 0 0 7 3 1 35 17 0 2 2 3 4 0 0 657 756 86,9%
Livrarias 4 0 26 0 0 6 0 2 3 0 3 42 22 0 0 0 9 5 0 0 532 654 81,3%
Desenvolvimento de Software 0 2 11 0 1 0 0 4 0 2 0 26 7 0 0 1 4 3 0 0 515 576 89,4%
Teatro 14 0 11 0 8 3 1 0 4 2 1 39 22 0 0 0 63 6 0 0 297 471 63,1%
Comunicação Visual 2 1 32 0 6 1 1 3 5 4 4 45 19 0 0 0 24 11 0 0 292 450 64,9%
Estúdios e Produtoras de Filme 1 0 4 0 0 0 0 0 0 1 0 7 1 0 0 1 2 0 0 1 345 363 95,0%
Produção Teatral 0 0 1 0 1 0 0 0 1 2 0 5 3 0 0 0 3 3 0 0 286 305 93,8%
Emissoras e Representantes de Rádio 3 1 1 0 1 3 0 0 1 3 0 10 2 0 1 3 7 0 0 0 118 154 76,6%
Academias artísticas, científicas e literárias 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 4 0 0 0 4 1 3 0 127 142 89,4%
Campi Universitários 2 0 5 0 3 1 0 0 0 1 1 5 2 1 0 0 6 0 1 0 77 105 73,3%
Músicos 2 0 3 0 0 0 0 0 1 4 0 7 1 0 0 0 5 0 0 0 76 99 76,8%
Emissoras e Representantes de Televisão 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 6 0 0 0 0 4 0 0 0 81 94 86,2%
Artistas plásticos 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 24 27 88,9%
Centros Tecnológicos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2 50,0%
Total RMRJ 396 78 1.076 121 274 278 102 195 233 216 253 2.295 1.025 93 210 130 1.152 447 118 95 26.500 35.287 75,1%
Fonte: elaboração própria

Em relação ao número de empregados na indústria criativa na Região Metropolitana do Rio de


Janeiro, foram identificados 90.166 profissionais formais. É importante frisar que, em algumas atividades,
não existem registros formais, o que significa que o número total de profissionais criativos seja muito
superior ao identificado.

A cidade do Rio de Janeiro concentra 88,8% dos profissionais, especialmente no mercado editorial
(92,7%), publicidade (92,5%), software, computação e Telecom (91,5%) e pesquisa e desenvolvimento
(90,9%). O município com menor número de profissionais criativos na Região Metropolitana é Japeri, com
apenas 21. Niterói tem o segundo maior número de profissionais, com 3.214.

O setor com maior número de profissionais é o de pesquisa e desenvolvimento, com 24.034,


seguido por publicidade e arquitetura e engenharia, com 15.735 e 14.272, respectivamente.

INDÚSTRIA CRIATIVA NA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO - EMPREGADOS 2015


Cachoeiras de Macacu
São João de Meriti
Duque de Caxias
Rio de Janeiro

Belford Roxo

Atividades
São Gonçalo
Nova Iguaçu

Guapimirim
Queimados

Seropédica
Rio Bonito

Paracambi
Mesquita
Nilópolis

%RJ (M)
Itaboraí

RJ (RM)
Tanguá
Niterói

Maricá
Itaguaí

Japeri
Magé

Pesquisa & Desenvolvimento 21.840 665 478 175 98 280 261 28 41 41 12 4 23 41 12 0 12 9 5 7 2 24.034 90,9%
Publicidade 14.556 455 231 153 96 20 41 70 14 17 20 17 12 10 1 3 13 3 1 1 1 15.735 92,5%
Arquitetura & Engenharia 12.480 589 171 122 132 204 182 33 107 97 31 10 16 40 5 18 14 9 4 4 4 14.272 87,4%
Software, Computação e Telecom (TIC) 9.058 405 107 52 60 31 12 18 14 31 8 52 10 19 4 3 1 7 4 1 1 9.898 91,5%
Design 4.958 335 156 96 90 28 58 25 6 55 47 12 101 10 23 7 4 1 9 0 2 6.023 82,3%
Mercado Editorial 4.366 102 39 49 52 20 9 27 7 4 7 3 2 8 1 7 1 4 1 0 1 4.710 92,7%
Filme & Vídeo (Audiovisual) 3.396 127 110 83 63 60 35 32 14 27 25 9 7 6 19 14 2 0 0 11 0 4.040 84,1%
Biotecnologia 2.528 88 34 32 55 6 11 11 41 3 13 8 5 14 3 5 12 8 1 3 4 2.885 87,6%
Moda 1.713 112 73 112 58 16 2 59 22 11 5 37 3 1 8 3 0 0 4 1 1 2.241 76,4%
Expressões Culturais 1.393 63 148 23 47 41 29 38 6 7 7 21 5 9 8 6 1 2 2 2 3 1.861 74,9%
Artes Cênicas 1.589 64 25 12 60 0 4 7 41 4 12 21 1 0 0 0 0 0 1 4 0 1.845 86,1%
Artes 1.605 65 18 17 7 6 8 8 4 9 13 4 1 8 2 7 0 2 10 0 2 1.796 89,4%
Música 567 144 5 36 5 44 1 6 7 1 2 4 2 0 2 0 0 0 0 0 0 826 68,6%
Total 80.049 3.214 1.595 962 823 756 653 362 324 307 202 202 188 166 88 73 60 45 42 34 21 90.166 88,8%
Fonte: elaboração própria

183
Apesar dos resultados impressionantes da última década e das grandes perspectivas para a
economia criativa, é preciso adotar ações para que esta se desenvolva de forma a atingir todo o seu
potencial na região metropolitana e fazer com que todos os municípios se beneficiem.

É necessário identificar gargalos visando à construção de políticas públicas, em especial na linha da


formação da mão de obra e da desconcentração existente na cidade do Rio de Janeiro. Não se espera que
todos os municípios metropolitanos se tornem polos criativos, mas é importante que todos se beneficiem
do crescimento do setor naquelas cidades onde possuem maior destaque, em especial Rio de Janeiro e
Niterói.

É importante que os setores da economia criativa sejam estimulados do ponto de vista econômico.
É preciso que sejam identificados os gargalos da cadeia de produção e que se promova a integração desses
setores, além da identificação de formas de financiamento adequadas para os diversos setores e um
ambiente de negócios, com políticas públicas de incentivo.

O potencial especifico do setor será analisado nos próximos relatórios.

184
2.3. VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO NATURAL E CULTURAL

“Podemos viver sem a arquitetura de uma época, mas não podemos recordá-la sem sua presença.”

John Ruskin

A Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 216, conceitua patrimônio cultural como sendo os
bens “de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência
à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”.

Nessa redefinição estão as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações
científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

De acordo com o IPHAN, a gestão do patrimônio é efetivada segundo as características de cada


grupo: Patrimônio Material, Patrimônio Imaterial, Patrimônio Arqueológico e Patrimônio da
Humanidade:

"Portadoras de mensagem espiritual do passado, as obras monumentais de cada


povo perduram no presente como o testemunho vivo de suas tradições seculares. A
humanidade, cada vez mais consciente da unidade dos valores humanos, as
considera um patrimônio comum e, perante as gerações futuras, se reconhece
solidariamente responsável por preservá-las, impondo a si mesma o dever de
transmiti-las na plenitude de sua autenticidade."

Carta de Veneza
Carta Internacional sobre cobre Conservação e Restauração de Monumentos e Sítios

Os instrumentos de proteção aos bens materiais, segundo o IPHAN:

 Tombamento: instituído pelo Decreto Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, e proíbe a destruição
de bens culturais tombados, colocando-os sob vigilância do Instituto;
 Valoração do Patrimônio Cultural Ferroviário: são inscritos os bens oriundos do espólio da extinta
RFFSA, sendo que os bens não operacionais passam então à responsabilidade do Instituto;
 Chancela da Paisagem Cultural: reconhece a importância cultural de porções peculiares do
território nacional, representativas do processo de interação do homem com o meio natural, à qual
a vida e a ciência humana imprimiram marcas ou atribuíram valores;

185
Os instrumentos de proteção aos bens imateriais, segundo o IPHAN:

 Grupo de Trabalho Patrimônio Imaterial (GTPI): apresentou a proposta técnica do Decreto Nº


3.551, de 4 de agosto de 2000, criando o registro de bens culturais de natureza imaterial e o
Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI);
 Departamento do Patrimônio Imaterial (DPI): regula ações de salvaguarda mais estruturadas e
sistemáticas implementadas pelo Iphan;

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro é pródiga em todas as dimensões do patrimônio,


cabendo à visão de futuro a ser estabelecida para a metrópole ensejar estratégias que o protejam,
valorizem e incorporem de forma positiva no cotidiano da sociedade e como alavancas para um processo
de desenvolvimento sustentável.

Assim, segue nessa etapa investigativa de elaboração dos trabalhos do PED a tarefa de inventariar
esses ativos para identificar o que é necessário preservar, em que condições esse bens se encontram e
eventualmente propor novos usos, que evidenciem sua importância como patrimônio, mas também lhe
atribuam função social.

2.3.1. LEVANTAMENTO E CATALOGAÇÃO

 Patrimônios tombados pelo IPHAN – Compõe o Produto 2;


 Descrição e mapeamento das Unidades de Conservação (federais e estaduais) – Compõe o Produto
2;
 Áreas de proteção do ambiente cultural da cidade do Rio de Janeiro – Compõe o Produto 3;
 Patrimônios Imateriais - Compõe o Produto 3;

2.3.2. ELABORAÇÃO DE QUESTIONÁRIO

Relacionando a economia que fundou a cidade, a economia que hoje o município vive, movimentos
pendulares, bens tombados na esfera municipal, etc. – Elaborado para este Produto 4.

2.3.3. LEVANTAMENTO DE CAMPO

Com visita aos municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, incluindo edificações de
interesse patrimonial não tombadas até o momento, cujas conclusões serão apresentadas no Produto 6.

186
DUQUE DE CAXIAS BELFORD ROXO MESQUITA NILÓPOLIS S. J. DE MERITI

NOVA IGUAÇU QUEIMADOS NITERÓI SÃO GONÇALO ITABORAI

MARICÁ TANGUÁ RIO BONITO C. DE MACACU GUAPIMIRIM

MAGÉ ITAGUAI SEROPÉDICA PARACAMBI JAPERI

Dentre as tarefas previstas para as próximas etapas de diagnóstico e construção preliminar da


visão de futuro estão:

 Levantamento de processos de tombamento de patrimônio cultural na esfera estadual (fonte:


INEPAC) e na esfera municipal (exemplo: Áreas de Preservação do Ambiente Urbano - APAUs de
Niterói);
 Levantamento de bens materiais e imateriais significativos ainda sem processo de tombamento
(fonte: SEC-RJ);
 Mapeamento de unidades de conservação do patrimônio natural na esfera municipal;
 Levantamento histórico das economias locais: buscar edificações desse tempo e dessas economias
que possam ter novos usos, e descobrir até que ponto o futuro pode estar ancorado no passado;
 Análise do Atlas dos Remanescentes Florestais recentemente divulgado pela Fundação SOS Mata
Atlântica;
 Análise das informações do PRODETUR Rio de Janeiro;

187
2.4. MOBILIDADE
2.4.1. GESTÃO DE MOBILIDADE URBANA
Um dos aspectos fundamentais para a implantação de um plano diretor metropolitano,
independentemente da área, diz respeito à gestão municipal. É necessária uma estrutura mínima,
condizente com o porte do município, que consiga compreender os desafios da integração metropolitana
ao mesmo tempo em que gerencia os serviços de transporte e trânsito do município.

Para identificar a estrutura de gestão do município quanto à mobilidade urbana foi desenvolvido
um questionário (ANEXO 1) e posteriormente repassado à coordenação geral do plano para ser preenchido
pelos representantes dos municípios e do estado. A elaboração baseou-se em alguns passos comumente
presentes na elaboração destes tipos de questionários.

Tabela 1. Processo de elaboração de questionários

Conforme avaliado na primeira seção deste capítulo, a principal informação desejada é averiguar se
os municípios possuem estrutura mínima condizente com o porte do município para o gerenciamento da
mobilidade. Apesar de ser do escopo do questionário perguntas sobre características dos sistemas de
transporte nos municípios, não será avaliado neste momento relações entre o porte do município e
aspectos quantitativos dos sistemas (frota, número de linhas, número de funcionários), mas sim a
existência do dado, forma como é coletado e por quem é coletado.

O questionário pode ser dividido em quatro seções. A primeira trata da identificação do órgão
gestor entrevistado. Refere-se a informações sobre o órgão, o titular da pasta, o responsável pelo
preenchimento, as atividades recentes realizadas pelo órgão, e dificuldades gerais em relação à elaboração
e implementação de projetos de mobilidade urbana percebidas pelo respondente.

A segunda parte trata da escala e do escopo do órgão, são perguntados sobre o número de
funcionários, as atividades exercidas por estes profissionais, se há pessoal terceirizado, a função
desempenhada por eles e o motivo da terceirização. A terceira parte trata dos mecanismos de gestão da

188
mobilidade. Nesta etapa os respondentes são confrontados sobre a captação de recursos federais
disponíveis, para quais projetos foram, se existe setor específico para atendimento de reivindicações da
população sobre mobilidade e transporte, em que fase se encontra o plano diretor de desenvolvimento e o
plano de mobilidade do município, também é questionado se o município possui conselho de políticas
urbanas e se este conselho trata questões de mobilidade e se a prefeitura participa de algum consórcio
público.

A quarta, e última, seção do questionário trata dos sistemas de transporte do município. São
questionados quais os sistemas de transporte urbano existentes no município e as características
específicas desses sistemas, tais como número de linhas, distribuição das linhas, integração, número de
empresas, frota, tipo de veículo, idade média dos veículos, questões de fiscalização, número de passageiros
transportados, tarifa praticada e gratuidades.

O questionário possui design conclusivo, com estrutura de respostas bem definidas e perguntas
fechadas. É formado 12 (doze) perguntas obrigatórias, podendo ser divididas em mais de um subitem,
todas no formato múltipla escolha ou caixa de seleção. Dependendo do número de sistemas existentes no
município, o respondente deverá completar até 40 (quarenta) questões.

A amostra selecionada foram os 21 municípios de região metropolitana e o estado do Rio de


Janeiro. A seleção dos municípios se deve pela importância de entender os transportes locais, e suas
diretrizes, para entender os transportes metropolitanos como um todo. A seleção do estado é devido ao
fato desse nível ser o responsável pelo transporte intermunicipal. A lista detalhada dos entrevistados segue
na tabela 2.

Tabela 2. Lista de entrevistados

1 Estado do Rio de Janeiro 12 Nilópolis


2 Belford Roxo 13 Niterói
3 Cachoeiras de Macacu 14 Nova Iguaçu
4 Duque de Caxias 15 Paracambi
5 Guapimirim 16 Queimados
6 Itaboraí 17 Rio Bonito
7 Itaguaí 18 Rio de Janeiro
8 Japeri 19 Seropédica
9 Magé 20 São Gonçalo
10 Maricá 21 São João de Meriti
11 Mesquita 22 Tanguá

Paralelamente à coleta de dados de gestão através do questionário específico, foi desenvolvida


uma consulta via internet dos sítios das vinte e uma prefeituras da RMRJ, das secretarias responsáveis pela
gestão da mobilidade e do Governo do Estado do Rio de Janeiro. A partir destes dados fizeram-se alguns

189
mapas identificando o nível de informação disponível e da situação da gestão da mobilidade urbana de
cada município participante e do Estado.

É relevante ressaltar que esse levantamento não teve o intuito de analisar as informações
disponibilizadas, mas sim se as informações estavam disponíveis e de fácil acesso. Na tabela 3 os itens
estão marcados apenas de três formas, o “x” representa a informação que foi obtida a partir da página
inicial ou por links disponíveis na página das prefeituras. O ícone “○” representa as informações que ou
foram obtidas a partir de buscas nas ferramentas de pesquisa disponíveis no sítio, ou não estavam claras,
ou não foram encontradas. Algumas prefeituras não foram possíveis identificar o órgão responsável pelos
sistemas de transporte ou mobilidade e, portanto, não foi possível verificar algumas informações.

190
Número de funcionários na pasta
Projetos recentes realizados pela

Informações sobre a situação do


Atividades realizadas pelo órgão

Conselho municipal de políticas

Informações sobre consórcios


Funcionários terceirizados na

Atendimento à população

Informações de sistemas

Portal da transparência
plano de mobilidade

públicos existentes
Titular da pasta

existentes
publicas

Fonte
pasta

pasta
Belford Roxo x ○ ○ ○ ○ x ○ ○ ○ ○ x 1
Cachoeiras de Macacu x ○ x ○ ○ x ○ ○ ○ ○ x 2
Duque de Caxias x ○ ○ x ○ x ○ x ○ ○ x 3
Guapimirim ○ ○ ○ ○ ○ x ○ ○ ○ ○ x 4
Itaboraí x ○ ○ x ○ x ○ x ○ ○ x 5
Itaguaí x ○ ○ ○ ○ x ○ ○ ○ ○ x 6
Japeri x ○ ○ ○ ○ x ○ ○ ○ ○ x 7
Magé ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ x 8
Maricá¹ x ? ? ? ? ? x ? ? ? ? 9
Mesquita x ○ x ○ ○ x ○ ○ ○ ○ x 10
Nilópolis x x ○ x ○ x ○ ○ ○ ○ x 11
Niterói x x ○ x ○ x x x ○ ○ x 12
Nova Iguaçu x ○ ○ ○ ○ x ○ ○ ○ ○ ○ 13
Paracambi x ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ x 14
Queimados x x ○ ○ ○ x ○ ○ ○ ○ x 15
Rio Bonito ○ ○ ○ ○ ○ x ○ ○ ○ ○ x 16
Rio de Janeiro x x ○ x ○ x x x x x x 17
Seropédica ○ ○ ○ ○ ○ x ○ ○ ○ ○ x 18
São Gonçalo x x ○ ○ ○ x ○ ○ ○ ○ x 19
São João de Meriti x x ○ x ○ x ○ ○ ○ ○ x 20
Tanguá ○ ○ ○ ○ ○ x ○ ○ ○ ○ x 21
Estado do Rio de Janeiro x x ○ x ○ x - - - ○ x 22
¹ Nos dias acessados, o site estava apresentando problemas na página da secretaria de responsável

191
ACESSO EM
FONTE

SITIOS
http://prefeiturabelfordroxo.com.br/site/
http://prefeiturabelfordroxo.com.br/site/transparencia/secret
1 17/05/2016 arias/secretaria○municipal○de○transito○transporte○e○segura
nca○institucional/
http://prefeiturabelfordroxo.com.br/transparencia/
http://www.cachoeirasdemacacu.rj.gov.br/
http://www.cachoeirasdemacacu.rj.gov.br/secretarias/transp
2 17/05/2016
orte.htm
http://www.cachoeirasdemacacu.rj.gov.br/transparencia.html
http://www.duquedecaxias.rj.gov.br/portal/index.php?option
=com_content&view=article&id=40&Itemid=175
3 18/05/2016 http://www.duquedecaxias.rj.gov.br/portal/index.php?option
=com_content&view=article&id=62&Itemid=237
http://transparencia.duquedecaxias.rj.gov.br/portal/
http://guapimirim.rj.gov.br/
4 18/05/2016
http://guapimirim.rj.gov.br/acesso○a○informacao/
http://www.itaborai.rj.gov.br/
5 18/05/2016 http://www.itaborai.rj.gov.br/secretarias/
http://transparencia.itaborai.rj.gov.br/
http://www.itaguai.rj.gov.br/
http://www.itaguai.rj.gov.br/secretaria.php?secretaria=transp
6 18/05/2016
orte○e○transito
http://www.itaguai.rj.gov.br/acesso○a○informacao.php
http://www.japeri.rj.gov.br/principal
7 18/05/2016
http://www.e○cidadania.com.br/
8 18/05/2016 http://www.mage.rj.gov.br/
http://www.marica.rj.gov.br/?s=home
9 18/05/2016
http://187.108.190.211:6080/e-cidade_transparencia_inte/
http://www.mesquita.rj.gov.br/
10 18/05/2016
http://servicos.mesquita.rj.gov.br/pronimtb/index.asp
http://www.nilopolis.rj.gov.br/
11 18/05/2016 http://www.nilopolis.rj.gov.br/transporte/
http://www.nilopolis.rj.gov.br/portal○transparencia/
http://www.niteroi.rj.gov.br/index.php?option=com_content
12 19/05/2016 &view=article&id=46&Itemid=53
http://urbanismo.niteroi.rj.gov.br/
13 19/05/2016 http://www.novaiguacu.rj.gov.br/
http://www.paracambi.rj.gov.br/
14 19/05/2016 http://www.paracambi.rj.gov.br/Secretarias.html
http://www.paracambi.rj.gov.br/transparencia.html
http://www.queimados.rj.gov.br/default.asp
15 19/05/2016 http://www.queimados.rj.gov.br/prefeitura_secretarias.asp
http://www.transparencia.queimados.rj.gov.br/
http://www.riobonito.rj.gov.br/
16 19/05/2016

192
ACESSO EM
FONTE

SITIOS
http://www.rio.rj.gov.br/web/guest/home
http://www.rio.rj.gov.br/web/smtr/conheca○a○secretaria
17 19/05/2016
http://data.rio.rj.gov.br/
http://www.rio.rj.gov.br/web/transparenciadamobilidade/
http://seropedica.rj.gov.br/
18 19/05/2016
http://www.seropedicatransparencia.rj.gov.br/
http://www.saogoncalo.rj.gov.br/
https://portal.pmsg.rj.gov.br/pmsaogoncalo/websis/siapegov/
19 19/05/2016
portal/index.php?cliente=pmsaogoncalo
http://www.pmsg.rj.gov.br/sec_transporte/index.php
http://www.prefeiturasaojoaodemeriti.rj.gov.br/sjm/
20 19/05/2016 http://meriti.rj.gov.br/sjm/governo/
http://meriti.rj.gov.br/sjm/portal○da○transparencia/
http://tangua.rj.gov.br/home/
21 19/05/2016
http://tangua.rj.gov.br/transparencia/
http://www.rj.gov.br/
22 19/05/2016
http://www.rj.gov.br/web/setrans/principal

2.4.2. TRANSPORTE PÚBLICO MUNICIPAL E METROPOLITANO


A partir das informações encontradas nos documentos e bases de dados obtidos até então nesta
etapa de diagnóstico, desenvolveu-se uma análise espacial do serviço executados pelos modos públicos de
transporte.

A porção mais atualizada do banco de dados disponível para a análise da rede de transporte
coletivo se respalda no levantamento realizado em apoio à última atualização do Plano Diretor de
Transportes Urbanos (PDTU). Esses dados têm como base o ano de 2012 e fornecem tanto o traçado dos
serviços de transporte coletivo quanto informações importantes sobre a capacidade ofertada.

Já que os sistemas segregados (modos metroferroviário e aquaviário) são mais facilmente


verificáveis, complementados até pelos dados disponíveis pelo PDTU, a análise foi dedicada aos sistemas de
ônibus na região metropolitana. O banco de dados forneceu os shapefiles de cada linha e planilhas
contendo informações operacionais referentes à empresa, tarifa, frota, viagens realizadas e distribuição de
viagens para cada linha ou serviço variante. Estão catalogadas dentro desse banco de dados 684 linhas
intermunicipais (e 783 serviços variantes) e 1084 linhas municipais.

Entretanto, há problemas nos shapefiles que devem ser localizados e corrigidos a fim de que se
possa realizar uma análise mais detalhada. Alguns arquivos, referentes a linhas intermunicipais e, em
menor número, a linhas municipais do Rio de Janeiro, não puderam ser agregados por estarem
corrompidos. Aproximadamente 30% das 343.016 seções associadas a serviços intermunicipais não têm

193
códigos de linha registrados, enquanto aproximadamente 0,6% das 440.107 seções associadas a serviços
municipais manifestam esse problema. Esse panorama compromete a possibilidade de uma análise espacial
de capacidade ofertada, já que é necessária alguma indexação dos dados para buscas entre planilhas.

Após correção desses problemas, dada a frequência de linhas nos momentos críticos e sua
distribuição espacial, será possível localizar o número de viagens ofertadas nos pontos críticos do sistema e,
dessa forma, identificar os principais corredores utilizados para transporte público. Apesar dessas falhas,
ainda é possível analisar a sobreposição de linhas no sistema de ônibus da Região Metropolitana.

A Figura 1 expõe a localização da sobreposição de serviços municipais (em vermelho) e de serviços


intermunicipais (em azul) dispostos em corredores. É possível verificar regiões predominantemente
atendidas por serviços intermunicipais como a Baixada Fluminense, especialmente Mesquita que possui
apenas uma linha municipal. Por outro lado, regiões como Méier, Jacarepaguá, Ilha do Governador, Campo
Grande e bairros oceânicos da Zona Sul têm predominância de atendimento municipal. O mapa também
identifica corredores predominância municipal (Autoestrada Lagoa-Barra e Avenida Menezes Cortes),
intermunicipal (Linha Vermelha, Ponte Rio-Niterói, BR-101 Norte e Rodovia Magé-Manilha) e corredores de
expressão tanto municipal quanto intermunicipal, notadamente a Avenida Brasil.

Figura 1. Linhas sobrepostas de transporte coletivo municipal e intermunicipal

A partir da análise da sobreposição de serviços, é possível, através de georreferenciamento,


esboçar uma malha baseada em corredores em que haja maior densidade de oferta. A Figura 2 mostra a
malha aparente baseada nos corredores com maior número de linhas sobrepostas, que, devido às falhas no

194
banco de dados, ainda é preliminar e deve ser revista nos próximos relatórios com embasamento na oferta
real para uma análise mais robusta.

Figura 2. Malha aparente baseada em linhas sobrepostas em 2012

Isolando a malha intermunicipal, como visto na Figura 3, é possível verificar alguns polos que
concentram links e linhas sobrepostas como o Centro do Rio de Janeiro, Madureira, Campo Grande,
Alcântara, os Centros de Niterói, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti.

Figura 3. Linhas sobrepostas de transporte coletivo intermunicipal

195
Figura 4. Linhas sobrepostas de transporte coletivo municipal

A malha municipal, ilustrada na Figura 4, demonstra a sobreposição de linhas em corredores radiais


no centro de Nova Iguaçu, por meio das avenidas Abílio Augusto Távora, Coronel Bernardino de Melo e
Governador Alberto Silveira; em um corredor diametral que liga Fonseca, Centro e Icaraí em Niterói; em um
corredor radial em Duque de Caxias, por meio da Rodovia Washington Luiz; em um corredor entre
Alcântara e Zé Garoto em São Gonçalo; e em corredor entre Manilha e Centro em Itaboraí. O Rio de Janeiro
tem um notável sistema municipal radial que além das vias expressas constituídas pela Avenida Brasil, o
Aterro do Flamengo e os túneis para a Zona Sul, também faz uso de binários em direção a São Cristóvão,
Méier, Vila Isabel, Tijuca e Botafogo. Além desse sistema radial, existe uma concentração de links com
sobreposição de linhas em Campo Grande e dois corredores transversais proeminentes: a Linha Amarela e
aquele que liga Barra da Tijuca, Madureira e Penha. Portanto, essas observações já destacam algumas
centralidades na malha de transporte coletivo.

Durante os últimos anos, um grande volume de obras foi realizado. Não apenas novas
infraestruturas de transporte coletivo foram implantadas, por exemplo, os corredores BRT, como o sistema
anterior foi adaptado. Linhas próximas aos novos corredores BRT foram ou devem ser seccionadas ou
erradicadas. As obras na região central, sobretudo a área portuária, interviram constantemente em trajetos
de linhas municipais e intermunicipais. Diversas modificações nas linhas de ônibus são planejadas como
complemento a uma nova dinâmica do transporte na área central provido pelo sistema de veículos leves
sobre trilhos. É provável que haja adaptações na região adjacente à nova extensão do metrô e nos
corredores BRT ainda a serem concluídos e talvez novas dinâmicas na política tarifária aconteçam. É
necessário que o banco de dados seja atualizado com essas alterações.

196
É sugerido que se solicite aos órgãos estatais e operadores:

 Lista de linhas erradicadas ou alteradas, de preferência complementada com um meio de


atualização constante até o fim do projeto;

 Planilhas contendo distribuição e oferta de viagens por linha e shapefiles de linhas alteradas;

 Atualizações sobre mudanças operacionais no sistema metroferroviário;

 Modelo operacional da extensão do metrô;

 Acesso a resultados preliminares do Plano Diretor Metroviário;

 Shapefiles e planilhas referentes a infraestruturas implantadas (BRTs TransOeste, TransCarioca,


TransOlímpica, TransBrasil e sistema de veículos leves sobre trilhos).

2.4.3. PRÓXIMAS ETAPAS


Há uma série de atividades programadas para o diagnóstico do Eixo Mobilidade da RMRJ. Estas
Atividades estão listadas abaixo:

 Análise das estratégias e projetos apresentadas nos planos e projetos listados no Relatório 2, em
especial o PDTU 2015.

- Escolha das estratégias e projetos que se adequam ao modelo proposto de “Visão


de Furo”;
- Descrição de sua pertinência.

 Análise detalhada das OD 2003 e 2012.

- Aplicar a análise desenvolvida para o CENSO 2010;


- Detalhar aspectos referentes à divisão modal, em especial, transporte público.

 Consolidar levantamento da Estrutura de Gestão de Transportes e Trânsito dos Municípios da


RMRJ.

- Análise questionário presente neste relatório.

 Avançar na análise do transporte público municipal e metropolitano.

- Atualização dos dados sugeridos neste relatório junto às entidades responsáveis


(FETRANSPOR; Equipe de atualização PDTU 2015, entre outras).

197
2.5. HABITAÇÃO E EQUIPAMENTOS SOCIAIS
Para desenvolver o diagnóstico do Eixo Habitacional, os trabalhos foram organizados em três
grandes áreas. A primeira analisa o atual quadro de necessidades habitacionais existente na RMRJ e a
evolução recente dos indicadores mais importantes sobre essa realidade. Destaque-se, nessa análise, o que
pode ser uma novidade: o exame não apenas das carências da unidade habitacional em si, mas também das
condições urbanísticas do seu entorno, ou seja, do ambiente urbano imediato no qual está inserida. Essa
dimensão da análise foi possível pelo fato de o IBGE, pela primeira vez, ter incluído no questionário de sua
pesquisa do censo de 2010 variáveis tratando desse assunto.

A segunda trata do arcabouço institucional e das políticas e programas habitacionais que vêm
sendo atualmente implantados na região pelos três níveis de governo. Examinam-se os resultados e a
eficácia dos mesmos, no sentindo de identificar necessidades de aperfeiçoamentos, complementações e
mudanças dessas políticas visando coaduná-las com os pressupostos de desenvolvimento urbano e regional
indicados na metodologia do PED, e que dê respostas adequadas às necessidades habitacionais existentes -
existentes e futuras.

A terceira trata de uma análise espacial para identificação:

I. Das desigualdades na distribuição da infraestrutura e serviços urbanos, assunto


determinante das questões qualitativas da moradia;
II. De vazios urbanos, áreas passíveis e elegíveis para adensamento, e áreas de expansão
vinculadas às centralidades a serem estimuladas; e
III. Das medidas a serem propostas para assegurar que tais áreas possam de fato servir para
materializar o ambiente planejado.

Deve ser destacado que, em sua maior parte, a análise tomou como base os dados municipais
agregados para o total da Região e seus valores médios ou medianos. Eventualmente foram destacadas as
situações encontradas em municípios que se distanciaram, de forma mais ou menos favorável, às médias
observadas para a metrópole. Em tabelas anexas foram os referidos dados, sempre que existentes,
desagregados por município para permitir situar a posição relativa de cada um no quadro geral da Região.
(OBS: Essas tabelas serão juntadas posteriormente).

2.5.1. CONCEITUAÇÕES INICIAIS


As políticas e programas habitacionais de governo que vêm sendo implementados historicamente
no Brasil sempre tiveram como foco, quase que exclusivo, a produção de moradias. As carências e
necessidades habitacionais das populações nos estratos de renda mais baixos apresentam números
completamente desproporcionais em face ao que tem sido produzido, mesmo considerando que o

198
atendimento a esses estratos nunca foi tão expressivo como nos últimos anos. Ao concentrar energias
numa agenda habitacional limitada, do tipo “estado construtor”, tais políticas deixam de perceber o
funcionamento e o potencial do setor habitacional como um todo, o qual é composto por decisões e ações
de milhões de indivíduos e empresas atuando na autoconstrução ou na construção comercial da moradia.

A referida agenda, está esgotada, deveria ser revista e complementada por uma agenda do “estado
facilitador” que abrange todas as necessidades dos agentes que constroem os espaços habitacionais. O
reforço ao planejamento físico-territorial, a desburocratização, a racionalização, simplificação de normas e
procedimentos e a assistência técnica são pressupostos importantes para o bom funcionamento do setor
habitacional como um todo.

A necessidade dessa ampliação do foco das políticas habitacionais foi evidenciada em estudos
internacionais principalmente a partir das análises feitas no âmbito do Programa dos Indicadores
Habitacionais, desenvolvido na década de 90, em 50 países do mundo, inclusive o Brasil, através da parceria
entre o HABITAT/Nações Unidas e o Banco Mundial. Esses trabalhos comprovaram que fatores como a
rigidez e elitização das normas urbanísticas e o despreparo das instituições desestimulam iniciativas que
objetivem a produção habitacional dentro do marco legal, particularmente para os estratos sociais de
menor renda.

Por outro lado, os elevados preços da terra urbana infraestruturada é um dos principais limitadores
da oferta habitacional para essa faixa, o que se agrava ainda mais pela fragilidade das estruturas de
planejamento e controle urbanístico dos governos locais. Devido a essa fragilidade, o poder público deixa
de tirar proveito, em benefício de seus próprios projetos, das valorizações que cria através de seus
investimentos particularmente na construção da infraestrutura urbana, destacadamente as
rodoferroviárias, e dos grandes equipamentos sociais e econômicos.

Com a Constituição de 1988, o município torna-se ente federado e passa a ter papel fundamental
na implantação das políticas sociais, entre elas a política habitacional. A década de 90 é marcada por um
novo quadro político institucional. O deslocamento da responsabilidade pelas políticas sociais para o
âmbito local delega aos municípios brasileiros, desprovidos em sua grande parte de estrutura
administrativa e quadros técnicos necessários a implantação de programas de moradia. Essa
descentralização administrativa foi um grande avanço para a sociedade como um todo, mas, até o presente,
se revela um processo ainda bastante incipiente para uma grande proporção dos municípios.

As carências habitacionais não podem ser justificadas apenas pela insuficiência de renda da
população, não obstante ser notório que as famílias mais pobres constituem a maior parte daqueles que
sofrem com esse problema. Pode ser facilmente observado que não são apenas famílias nos estratos mais
baixos de renda que residem em favelas e em outros tipos de assentamentos informais. Um bom
contingente dessas famílias teria condições para regularizar suas ocupações ou adquirir uma moradia

199
habitacional em bairros formais da cidade caso houvesse um mais adequado funcionamento das
instituições e, por consequência, do setor habitacional.

Assim, em face à insuficiência da produção habitacional realizada pelo poder público, é necessário
que a politica habitacional contemple também medidas para facilitar, estimular e orientar a produção
habitacional por empresas privadas e indivíduos usando mecanismos alternativos, inclusive a
autoconstrução progressiva, em áreas previamente planejadas pelo poder público em função das diretrizes
de organização territorial. Além de novas modalidades de projetos habitacionais integrados onde haja
subsídio cruzado, e/ou a captação de mais-valias, para viabilizar a oferta de unidades de mais baixo custo.
Deverão ser identificados gargalos críticos, como os códigos de obras elitistas e os burocráticos
procedimentos de aprovação de projetos, que inibem o bom funcionamento dos mercados habitacionais.

Acresce a isso, como será visto nesse trabalho, há uma proporção muito elevada de domicílios que,
não obstante não constarem das estatísticas de necessidades habitacionais, estão inseridos num meio
urbano carente de um nível mínimo de conforto e segurança. As famílias ocupantes desses domicílios, em
geral autoconstruídos com grande esforço e ao longo de muito tempo, ficam à margem de programas
regulares que visem elevar aqueles insipientes padrões urbanísticos.

Em síntese, o diagnóstico dos problemas a enfrentar no eixo Habitação deve, como previsto nos
TRs desse Plano, incorporar uma boa análise dos condicionantes do marco institucional que interferem
direta ou indiretamente no funcionamento do setor com o objetivo de propor soluções para seu
aperfeiçoamento e para a diversificação de alternativas de programas e de linhas de ação. Quanto a esse
último aspecto, não há estímulos nem condições para a implantação de grandes projetos habitacionais
integrados onde ocorra saudável mistura dos usos do solo e de faixas sociais da população. Como resultado,
as soluções urbanísticas e arquitetônicas dos atuais empreendimentos são verdadeiros “carimbos” que
marcam, de forma massificada e monótona, a paisagem dos subúrbios, indiferentemente da região do país
onde estejam inseridos. Dessa forma, será necessária, também, a identificação de novas fontes de
financiamento que permitam desenvolver projetos habitacionais fora rigidez normativa dos programas
geridos pela Caixa que, praticamente, “engessam” o surgimento de ideias criativas e inovadoras nessa área.

2.5.2. MARCO INSTITUCIONAL E NORMATIVO


De acordo com o artigo 23, inciso IX, da Constituição Federal, é da competência comum da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios promover programas de construção de moradias e a
melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico. Porém “é através das políticas setoriais, das
leis infraconstitucionais – como, por exemplo, a Lei n. 11.977/091 – e dos planos diretores locais que a

1
Dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida – PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos
localizados em áreas urbanas.

200
política habitacional torna-se efetiva” 2. Assim, a atuação dos município é extremamente estratégica na
implementação da política urbana e fundiária.

Examinam-se a seguir de forma resumida os mais importantes instrumentos no âmbito normativo,


administrativo e programático que balizam a atuação dos três níveis de governo na formulação e execução
das políticas de desenvolvimento urbano e habitacional.

2.5.2.1. ÂMBITO FEDERAL


O país dispõe hoje de um amplo e complexo instrumental de natureza legal, normativa e financeira
destinado à implantação de políticas urbanas e habitacionais de forma sistêmica, que articula as
responsabilidades executivas dos diferentes níveis de governo, com o acompanhamento de conselhos de
representação da sociedade.

Esse instrumental começa a surgir com a Lei nº 10.257/2001 – Estatuto da Cidade – que
estabeleceu diretrizes gerais da política urbana e criou os mecanismos para a sua implantação,
principalmente no que se refere ao planejamento e controle do uso do solo e a geração de recursos para o
apoio dessa política.

Em 2003, com a criação do Ministério das Cidades, o governo torna patente seu compromisso de
tratar o desenvolvimento urbano como uma das suas prioridades, dentro da perspectiva de integrar as suas
políticas e atuação nos setores de habitação, saneamento e transporte e mobilidade urbana.

Posteriormente, através da Lei nº 11.124/2005, foi estabelecido o Sistema Nacional de Habitação


de Interesse Social – SNHIS e o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social- FNHIS, além do Conselho
Gestor do FNHIS. Conforme o artigo 7º da referida Lei, as aplicações dos recursos do FNHIS contemplam
ampla gama de modalidades de atuação dos programas habitacionais para famílias de baixa renda:

I. Aquisição, construção, conclusão, melhoria, reforma, locação social e arrendamento de


unidades habitacionais em áreas urbanas e rurais;
II. produção de lotes urbanizados para fins habitacionais;
III. Urbanização, produção de equipamentos comunitários, regularização fundiária e
urbanística de áreas caracterizadas de interesse social;
IV. Implantação de saneamento básico, infraestrutura e equipamentos urbanos,
complementares aos programas habitacionais de interesse social;
V. Aquisição de materiais para construção, ampliação e reforma de moradias;
VI. Recuperação ou produção de imóveis em áreas encortiçadas ou deterioradas, centrais ou
periféricas, para fins habitacionais de interesse social;

2
PEHIS, Relatório 2-2 Diagnóstico, junho 2012, p.151

201
VII. Outros programas e intervenções na forma aprovada pelo Conselho Gestor do FNHIS; e, no
§ 1º, a aquisição de terrenos vinculada à implantação de projetos habitacionais. No ano de
2009 foi criado o Programa Minha Casa Minha Vida – MCMV, focalizado no atendimento às
necessidades habitacionais das famílias de mais baixa renda.

Foi também significativa a criação pelo Ministério das Cidades, no mesmo ano de 2009, do Plano
Nacional da Habitação – Planhab, sendo um de seus principais objetivos retomar o processo de
planejamento do setor habitacional e garantir as condições para atingir sua principal meta: promover as
condições de acesso à moradia digna – urbanizada e integrada à cidade – a todos os segmentos da
população, em especial para a população de baixa renda.

Finalmente esse arcabouço geral se completa com os mecanismos de custeio e financiamento


operados pela Caixa e o BNDES, e suas redes de agentes promotores e financeiros. Para tanto são
aportados recursos oriundos do Orçamento Geral da União – OGU; Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço – FGTS; Fundo de Arrendamento Residencial – FAR; Fundo de Desenvolvimento Social –FDS; Fundo
de Amparo ao Trabalhador – FAT. Assim, a política habitacional passa a contar com um volume de recursos
e subsídios para os estratos de menor renda nunca antes disponível nos programas habitacionais do
governo federal na mesma proporção.

Não obstante esse quadro institucional bastante favorável, os resultados alcançados até então,
particularmente com relação às carências habitacionais dos estratos sociais mais pobres, ainda é muito
insatisfatório. Isso ocorre não apenas em termos quantitativos – necessidades vs. oferta patrocinada pela
política habitacional - mas, particularmente, porque essa oferta tem sido feita, com alguma frequência, ao
arrepio das diretrizes da Planhab.

O progressivo aumento do distanciamento da localização da maioria dos conjuntos construídos


com recursos o MCMV, em direção às periferias das cidades, vem sendo assinalada ultimamente em quase
todas as avaliações feitas sobre o Programa. Esses “pulos” dos conjuntos habitacionais para as periferias
rebaixam as densidades ocupacionais do solo, aumentando, consequentemente, os custos de instalação e
de operação dos serviços públicos e de deslocamentos das famílias e, também, enseja a elevação
desnecessária do preço de terrenos situados no entorno da região beneficiada pela infraestrutura. Uma
autêntica repetição dos problemas de localização dos grandes conjuntos habitacionais construídos pelas
COHABs no passado, onde a minimização do custo do terreno era o fator determinante.

O enquistamento sócio espacial a que ficam sujeitos os beneficiários desses conjuntos é um sério
problema, ficam sem acesso imediato aos locais de oferta de produtos de primeira necessidade, com
dificuldade de deslocamento até os locais com oportunidade de ocupação e de serviços. Surgiram até
relatos de conjuntos do MCMV ocupados por quadrilhas de bandidos. Resta então às famílias, que ficam
excluídas do mercado formal de habitações, decidir entre não ter teto adequado mas “ter cidade” (ao

202
escolher as favelas e outros tipos de assentamentos informais mais antigos), ou ter um teto mas “não ter
cidade” (quando opta em viver nos conjuntos habitacionais nas periferias urbanas).

2.5.2.2. ÂMBITO ESTADUAL E MUNICIPAL (CAPÍTULO EM ELABORAÇÃO)


De acordo com a Lei nº 11.124/2005, do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS,
o modelo de organização institucional se completa com o seu rebatimento – Conselhos, Fundos etc. - no
âmbito estadual e municipal. No entanto, há grande fragilidade no funcionamento dos vários estamentos
do SNHIS nesses dois níveis de governo, especialmente no que se refere à capitalização dos fundos
habitacionais, o que será objeto das análises do PED. No que tange à total dependência dos programas
estaduais e federais, dos rígidos normativos e dos recursos federais repassados pela CAIXA, serão buscadas
alternativas de novas fontes de financiamento que permitam o desenvolvimento, no âmbito da RMRJ, de
grandes projetos habitacionais integrados em pontos nodais do território.

O Relatório do Produto 2.2 – Diagnóstico, do PEHIS - contém no item 5 (pag.150) uma ampla e
detalhada análise do quadro institucional e normativo da Política Habitacional do país. O documento
examina, inclusive, com base em pesquisa de campo, a inserção de um conjunto de instrumentos na
legislação dos 92 municípios do Estado, bem como o seu efetivo aproveitamento. Devido à importância
desse estudo, se apresenta adiante uma síntese dos seus aspectos mais significativos referentes aos 19
municípios que então integravam a RMRJ.

A análise indicou, por exemplo, que, mais de dez anos depois da institucionalização do Estatuto da
Cidade, ainda eram poucos os Municípios que contavam com os instrumentos constantes do referido
diploma. Ainda, segundo o PEHIS, mesmo considerando apenas os municípios tenham feito em suas
legislações a previsão de aplicação desses instrumentos, em muitos deles o instrumento não foi
suficientemente regulamentado para que possa ser utilizado. Considerou-se que o desconhecimento da lei
e do funcionamento de tais instrumentos são os principais óbices à sua implementação.

É evidente que, transcorridos mais de 5 anos da efetivação da pesquisa, essa situação deve ter se
modificado bastante. Dada à importância de se contar com informações atualizadas se propôs à
Coordenação do PED a realização de novo levantamento nos municípios sobre esse assunto. O Anexo 1
contém uma sugestão preliminar de quesitos para estruturação da referida pesquisa na qual foram
também incluídos dados sobre a gestão urbanística ao quais são necessários para uma adequada avaliação
da capacidade institucional dos municípios no planejamento urbano e habitacional e do efetivo controle do
uso do solo urbano.

203
A seguir se apresenta o resumo elaborado sobre os resultados da pesquisa contida no PEHIS
relativamente à disponibilidade nas legislações municipais dos instrumentos do Estatuto da Cidade e do
Sistema Nacional

 Instrumentos do Estatuto da Cidade ( Lei nº 10.257/2001)

Essa lei regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal e estabelece diretrizes gerais da
política urbana e dá outras providências.

MUNICÍPIOS QUE
INSTRUMENTOS INCLUÍRAM O
OBSERVAÇÕES
INSTRUMENTO EM SUA
LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA
Zonas Especiais de Interesse Belford Roxo, Duque de Existe em Nova Iguaçu.
Social ou similares Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Não responderam: Magé, São
Itaguaí, Japeri, Maricá, Gonçalo, São João de Meriti
Mesquita, Nilópolis, Niterói,
Paracambi, Queimados, Rio
de Janeiro, Seropédica e
Tanguá
Direito de preempção Belford Roxo, Duque de Não existe em Guapimirim, Japeri,
Caxias, Itaboraí, Itaguaí, Nova Iguaçu. Não responderam
Maricá, Mesquita, Nilópolis, (Magé, São Gonçalo e São João de
Niterói, Paracambi, Meriti).
Queimados, Rio de Janeiro,
Seropédica e Tanguá
Parcelamento, edificação ou Belford Roxo, Duque de Não existe em 2 deles:
utilização compulsórios/ Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Japeri e Nova Iguaçu.
IPTU progressivo/ Itaguaí, Maricá, Mesquita, Não responderam:
Desapropriação com Nilópolis, Niterói, Paracambi, Magé, São Gonçalo e São João de
pagamento em títulos Queimados, Rio de Janeiro, Meriti.
Seropédica, e Tanguá
Outorga onerosa do direito Duque de Caxias, Itaboraí, Não existe: Belford Roxo,
de construir Maricá, Mesquita, Nilópolis, Guapimirim, Itaguaí, Japeri e Nova
Niterói, Paracambi, Iguaçu
Queimados, Rio de Janeiro, Não responderam: Magé, São
Seropédica e Tanguá. Gonçalo e São João de Meriti.
Transferência do direito de Duque de Caxias, Itaboraí, Não existe: Belford Roxo,
construir Itaguaí, Maricá, Nilópolis, Guapimirim, Japeri, Mesquita,
Niterói, Rio de Janeiro e Nova Iguaçu, Paracambi,
Seropédica. Queimados, São Gonçalo e
Tanguá.
Não responderam: Magé, São
João de Meriti.
Operações urbanas Belford Roxo, Itaboraí, Não existe:Duque de Caxias,
consorciadas Itaguaí, Japeri, Maricá, Guapimirim, Mesquita, São
Nilópolis, Niterói, Nova Gonçalo, Tanguá.
Iguaçu, Queimados, Rio de Não responderam: São João de
Janeiro e Seropédica. Meriti, Paracambi e Magé.

204
 Instrumentos instituídos pela Lei 11.124/2005 - Sistema Nacional de Habitação de
Interesse Social - SNHIS.

Essa lei tem como objetivos:

I. Viabilizar para a população de menor renda o acesso à terra urbanizada e à habitação digna
e sustentável;
II. Implementar políticas e programas de investimentos e subsídios, promovendo e
viabilizando o acesso à habitação voltada à população de menor renda; e
III. Articular, compatibilizar, acompanhar e apoiar a atuação das instituições e órgãos que
desempenham funções no setor da habitação.

INSTRUMENTOS MUNICÍPIOS QUE INCLUÍRAM O OBSERVAÇÕES


INSTRUMENTO EM SUA
LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA
Fundo Municipal de Habitação Duque de Caxias, Itaguaí, Japeri, Não foi instituído: Tanguá,
de Interesse Social Mesquita, Niterói, Paracambi e Guapimirim e Itaboraí.
Seropédica Não responderam: Belford Roxo,
Magé, Maricá, Nilópolis, Nova
Iguaçu, Queimados, São Gonçalo,
Rio de Janeiro e São João de
Meriti.
Conselho Gestor do Fundo Local Itaguaí, Japeri, Não foi instituído: Duque de
de Habitação de Interesse Mesquita, Niterói, Paracambi e Caxias, Itaboraí e Tanguá.
Social Seropédica Não responderam: Belford Roxo,
Guapimirim, Magé, Maricá,
Nilópolis, Nova Iguaçu,
Queimados, Rio de Janeiro, São
Gonçalo e São João de Meriti.

Plano Local de Habitação de Estavam em elaboração:


Interesse Social Belford Roxo, Duque de Caxias,
Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí,
Niterói, Paracambi, São Gonçalo,
São João de Meriti, Rio de
Janeiro, Seropédica, Tanguá)
Não responderam: Japeri, Magé,
Maricá, Mesquita, Nilópolis,
Nova Iguaçu e Queimados.

205
2.5.3. CARACTERIZAÇÃO DO ESTOQUE E DAS NECESSIDADES HABITACIONAIS3
Em função da metodologia estabelecida há muitos anos pela Fundação João Pinheiro4, as análises
sobre as necessidades habitacionais, em geral, utilizam como indicadores o déficit, a inadequação e a
demanda. No déficit, incluem-se as moradias que já existem no estoque, mas precisam ser substituídas por
serem enquadráveis nas seguintes condições:

I. Habitação precária;
II. Coabitação familiar (demanda reprimida);
III. Ônus excessivo de aluguel;
IV. Adensamento excessivo. No grupo da inadequação habitacional, incluem-se aquelas
moradias que já existem, mas suas condições de habitabilidade devem ser melhoradas
(redes de infraestrutura, ampliação, e/ou regularização da posse ou propriedade). A
demanda diz respeito à quantidade de moradias que será necessária construir, dentro de
certo período de tempo, em geral um ano, para abrigar o crescimento do número de
famílias.

Enquanto que os primeiros indicadores tratam de estoque de necessidades, ou “passivo


habitacional”, o último se refere a fluxo de produção de unidades habitacionais necessárias para, no
mínimo, manter a situação estável.

Além desses componentes, alguns estudos analisam também questões localizadas espacialmente
como a dos assentamentos informais (favelas, loteamentos irregulares e ilegais), cortiços5, e antigos

3
No presente estudo os termos habitação e moradia serão usados, indistintamente, como domicílio, definido pelo
IBGE. “Domicílio é o local estruturalmente separado e independente que se destina a servir de habitação a uma ou
mais pessoas, ou que esteja sendo utilizado como tal. Os critérios essenciais para definir a existência de mais de um
domicílio em uma mesma propriedade ou terreno são os de separação e independência, que devem ser atendidos
simultaneamente. Os domicílios classificam-se em: particular e o coletivo. Particular: É a moradia onde o
relacionamento entre seus ocupantes é ditado por laços de parentesco, de dependência doméstica ou por normas de
convivência. Os domicílios Particulares dividem-se em :Particular Permanente (É o domicílio que foi construído a fim
de servir exclusivamente para habitação e, na data de referência, tinha a finalidade de servir de moradia a uma ou
mais pessoas); Particular Permanente Ocupado (É o domicílio que, na data de referência, estava ocupado por
moradores e no qual foi realizada a entrevista); Particular Permanente Fechado (É o domicílio que estava ocupado na
data de referência, porém não foi possível realizar a entrevista no momento da visita do Recenseador, já que seus
moradores estavam ausentes ) ; Particular Improvisado ocupado (É aquele localizado em uma edificação que não
tenha dependências destinadas exclusivamente à moradia (por exemplo, dentro de um bar), como também os locais
inadequados para habitação e que, na data de referência, estavam ocupados por moradores). Salvo outra indicação,
as estatísticas aqui utilizadas referem-se aos Domicílios Particulares Permanentes Ocupados
4
Os primeiros trabalhos da FJP sobre o déficit e inadequação habitacional, datam de 1995,
5
Loteamentos irregulares São aqueles que dispõe de certa organização espacial, com traçado de ruas e de lotes
razoavelmente definidos, cujo pedido de aprovação foi apresentado ao município, mas o seu proprietário deixou de
atender a exigências legais, especialmente no que se refere à provisão de infraestrutura. Os loteamentos clandestinos
são os que surgem e se desenvolvem à revelia do poder público municipal e, até mesmo, do próprio dono da área.
Esses últimos, em geral, são totalmente desprovidos de infraestrutura, e o padrão viário é menos definido do que
aquele dos loteamentos irregulares. Cortiço, é o conjunto de moradias - localizadas em espaços mínimos de quartos,
com instalação sanitária de uso coletivo e um único acesso para a rua - resultantes da subdivisão de prédios e
construções residenciais antigas e deterioradas. Encontram-se cortiços também sob a forma de domicílios,

206
conjuntos habitacionais deteriorados. Não obstante a importância dessas manifestações do mau
funcionamento do setor habitacional, a falta de levantamentos sistemáticos sobre as mesmas inviabiliza
seu tratamento no âmbito do presente trabalho. Exceção se faz às favelas cuja análise tornou-se possível a
partir dos dados censitários que tratam dos “aglomerados subnormais”, conforme denominadas pelo IBGE.

Dessa forma o dimensionamento das necessidades habitacionais no presente trabalho será feito
tomando-se como principal referência o referido estudo da FJP de suas atualizações. Esse
dimensionamento se inicia com uma apreciação da dinâmica demográfica da metrópole, necessária para
situar o tamanho do desafio representado pelo objetivo de melhorar significativamente as condições
habitacionais de seus moradores nos próximos 24 anos, horizonte contemplado pelo PED.

2.5.3.1. PRESSÃO DEMOGRÁFICA


De meados do século passado até 1980, o ritmo de crescimento da população urbana do país
manteve-se bastante elevado, atingindo o ápice de 5,32% ao ano no período 1960/1970. Desde então,
principalmente devido à queda das taxas de natalidade, essa tendência foi se alterando de forma constante,
em especial nos municípios centro das regiões metropolitanas do país, que passaram também a
experimentar a redistribuição populacional para o interior do território em função da descentralização das
atividades econômicas.

De acordo com as projeções demográficas realizadas pelo do IBGE a população da RMRJ atingiu
12.280.703 milhões de pessoas em 2015. Acompanhando a tendência que vem ocorrendo no país, é
notável a desaceleração do crescimento populacional na RMRJ. De um acréscimo populacional médio
anual de 110 mil pessoas na década de 80, esse indicador se reduziu para pouco menos de 90 mil
pessoas/ano no último quinquênio. A taxa média anual de crescimento populacional caiu de 1,09% a.a. na
década de 2000 para 0,83%, na década seguinte, reduzindo-se em quase 25%. De acordo com as projeções
do IBGE, essa taxa de crescimento anual (0,83%) se manteve na primeira metade da década atual.

Tabela 1

constituídos por pequenos quartos, distribuídos ao longo de vielas, em terreno subdividido, dispondo igualmente de
instalações sanitárias comuns e acesso para a rua compartilhados. Os cortiços ocorrem tanto nos bairros regulares
como nos assentamentos informais das cidades.

207
Separando-se as populações dos dois municípios centro da região - Rio de Janeiro e Niterói, que
representam quase 60% do total - a taxa de crescimento dos municípios da periferia seria de quase 1% a.a.
entre 2000 e 2010.

Tabela 2
População de domicílios da RMRJ e da soma dos municípios Rio de Janeiro e Niterói 1991-2010
Crescimento anual
Município e Região Ano
Absoluto % a.a.
Metropolitana
1991 2000 2010 1991-2000 2000-2010 1991-2000 2000-2010
Total RM 9.882.018 10.894.156 11.835.708 1.012.138 941.552 1,09 0,83
Rio de Janeiro e Niteroi 5.916.923 6.317.355 6.808.008 400.432 490.653 0,73 0,75
Total RM sem o Rio de
3.965.095 4.576.801 5.027.700 611.706 450.899 1,61 0,94
Janeiro e Niteroi
Fonte: IBGE, Censos Demográficos

Não obstante a significativa redução no ritmo de crescimento populacional da RMRJ, como sua
base populacional é muito grande, os agregados populacionais anuais são também muito expressivos. É
como surgisse no interior da RMRJ, a cada ano, uma “nova cidade” cujo tamanho populacional é maior do
que o do município de Japeri.

Assim é muito forte a tendência de “transbordamento” do crescimento populacional assinalado


para municípios da periferia dessa Região. Em alguns ele chegou a ser 3 ou mais vezes aquele da RMRJ —
Maricá (5,21%), Guapimirim (3,10%) e Itaguaí (2,9%) No entanto, a população desses últimos ainda é
relativamente reduzida no contexto da Região.

Gráfico 1

208
Importa também discutir o fluxo de aumento da população. Projeção realizada no Plano do Arco
Metropolitano, indicou que no ano de 2030 estarão vivendo na RMRJ mais de 13 milhões de pessoas, o
que significaria um acréscimo médio anual de 68,1 mil indivíduos.

Tabela 3

População RMRJ, 2000/2010 e projeção para 2030


Taxa anual de
Aumento anual 2010/30
2.000 2.010 2030 crescimento
2000/10 2010/30 Total Anual
População 10.869.255 11.838.752 13.201.584 0,86 0,55 1.362.832 68.142
Fonte: Plano do Arco

2.5.3.2. ESTOQUE DE DOMICÍLIOS, COMPORTAMENTO DE DÉCADAS RECENTES E


PROJEÇÃO PARA 2030 (DEMANDA)
Entre os anos de 2000 e 2010, o estoque de domicílios na RMRJ se elevou de 3,2 milhões para 3, 9
milhões de unidades, um aumento de cerca de 660 mil unidades ou 66 mil/ano (Tabela 4). A distribuição
desse agregado pelos municípios variou muito - de 342 mil unidades (51,29%) no município do Rio de
Janeiro, a 2,3 mil (0,36%) no município de Tanguá. O valor mediano dessa distribuição corresponde ao
município de Itaguaí, cujo crescimento do estoque foi de 10,9 mil unidades (1,64%) do crescimento total.

A pressão do crescimento em relação ao estoque do próprio município apresentou um


comportamento bastante heterogêneo, variando de um máximo em Maricá de 6,48%, com o maior
crescimento a Mesquita 1,22%, o menor, seguido de Nilópolis (1,29%) e São João de Meriti (1,32%). Esses 3
últimos municípios, com as menores superfícies territoriais da RM, não têm potencial significativo de áreas
para novos agregados habitacionais no padrão típico dessa região.

209
Tabela 4

Evolução do número de domicílios em municípios da RMRJ,


em ordem decrescente 2000-2010
Proporção da Proporção do
Município Abs
Região % município %
Rio de Janeiro 342.098 51,29% 1,75%
São Gonçalo 62.990 9,44% 2,17%
Duque de Caxias 49.376 7,40% 2,05%
Nova Iguaçu 34.556 5,18% 1,51%
Niterói 25.313 3,79% 1,63%
Belford Roxo 24.058 3,61% 1,82%
Maricá 19.957 2,99% 6,48%
São João de Meriti 18.060 2,71% 1,32%
Itaboraí 16.076 2,41% 2,67%
Magé 12.297 1,84% 1,94%
Itaguaí (valor mediano) 10.941 1,64% 3,97%
Queimados 8.875 1,33% 3,97%
Seropédica 6.142 0,92% 2,96%
Nilópolis 6.086 0,91% 1,29%
Mesquita 6.080 0,91% 1,22%
Japeri 5.422 0,81% 2,14%
Guapimirim 5.119 0,77% 4,01%
Cachoeiras de Macacu 3.933 0,59% 2,52%
Paracambi 3.830 0,57% 2,93%
Rio Bonito 3.433 0,51% 2,26%
Tanguá 2.372 0,36% 2,86%
Total 667.014 100,00%
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010 (Tabela 185)

Olhando para o futuro, projeções para o aumento do número de domicílios na Região


Metropolitana do Rio de Janeiro, contidas nos Plano Estadual de Habitação de Interesse Social – PEHIS
(2010-2027), e no Plano do Arco Metropolitano (2010-20130), foram de, respectivamente, cerca de 91 mil,
e de 72 mil unidades/ano.

Tabela 5

Projeção do aumento do número de domicílios na RMRJ 2010-2010


Estudo Período Aumento total Média anual
PEHIS (junho/2012) 2010 - 2027 1.554.677 91.452
Plano do Arco (maio/2011) 2010 - 2030 1.442.019 72.101
Fontes: PEHIS e Plano do Arco

Não obstante haverem utilizado métodos diferentes de cálculo, essas projeções coincidem ao
mostrar a magnitude do desafio que a política habitacional para a RMRJ, tem que enfrentar
particularmente nas faixas das famílias com menores condições de atendimento pelo mercado. Isto porque,
distribuindo-se o acréscimo anual de 72 mil domicílios (no calculo mais otimista) por faixa de renda
domiciliar (ver Tabela 5 no item seguinte), ter-se-á que 27 mil das unidades (37%) apresentarão renda

210
domiciliar de até 2 SM apenas! Importa também considerar que, do total do crescimento do número de
unidades projetado no Plano do Arco, cerca de 53% ocorrerá nos municípios da periferia da região.

Portanto, a menos que haja, ao longo das próximas décadas, uma mudança nos condicionantes
econômico-institucionais e políticos no quadro de desigualdade sócio espacial, a maior parte daqueles
domicílios surgirá em favelas já existentes ou em novos assentamentos informais que serão criados,
inclusive em áreas de risco ou impróprias para a ocupação por outros fatores.

A seguir são examinadas algumas das principais caraterísticas dos domicílios da RMRJ.


Moradias por faixa de renda domiciliar6

Na Tabela 6 é apresentada a distribuição das faixas de renda domiciliar (Censo de 2010) e uma
estimativa sobre como o aumento anual de moradias se distribuiu nessas faixas, assumindo que a
distribuição permaneceu constante ao longo da década considerada. O propósito é o de dimensionar a
parte do crescimento que deve constituir o foco principal do atendimento da politica habitacional a ser
proposta. Na faixa de zero a 5SM a demanda é de quase 51 mil unidades/ano (73%), destacando-se que na
faixa de zero a 2SM, cujas necessidades são mais críticas e, portanto, altamente dependente de forte
subsídio, o incremento da demanda é de cerca de 27mil unidades/ano (quase 39%).

Mesmo não considerando do déficit e os estoques acumulados das carências habitacionais, o


último quantitativo é desproporcionalmente maior - como será visto nesse diagnóstico - do que o da oferta
de novas moradias realizada através dos programas públicos que atendem a essa faixa da demanda. O
crescimento das favelas e ocupações similares tem continuado elevado a despeito da melhoria de renda do
trabalho e da gradativa redução das desigualdades sociais ocorridas ao longo dos últimos dez anos. As
mudanças que estão ocorrendo mais recentemente nesses dois últimos indicadores certamente
intensificará o distanciamento entre a oferta de moradias pelos programas governamentais e a demanda
na faixa de interesse social.

6
Optou-se por fazer essa estratificação usando renda domiciliar e não familiar por serem 2 conjuntos (domicílios e
renda familiar) incluídos do universo do Censo, enquanto que o número de famílias publicado pelo IBGE, 3.510.607, é
oriundo da amostra.

211
Tabela 6

Estimativa do crescimento médio anual do números de domicílios


na RMRJ, por faixa de renda domiciliar, 2000 -2010
Proporção de domicílios por faixas de
Aumento médio anual
renda RMRJ - 2010
Faixas de renda %
% Por faixas Acumulado
(SM) Acumulado
Sem rendimento 4,9 3.408
> 0a1 12,7 17,5 8.864 12.273
> de 1 a 2 21 38,6 14.726 26.999
>2a5 34 72,6 23.833 50.832
> 5 a 10 15,6 88,2 10.913 61.745
> 10 a 20 7,7 95,9 5.366 67.111
> 20 4,1 100 2.889 70.000
Total 100 70.000
Fontes: IBGE Censo 2010, dados do universo (Tab 3268) e calculos do autor

 Moradia segundo a espécie

Considerado o total de domicílios recenseados pelo IBGE - cerca de 4,3milhões de unidades - quase
470 mil (cerca de 11% do total) correspondiam a domicílios particulares não ocupados ( Tabela 7). É uma
taxa de ociosidade bastante elevada, mas que se reduz um pouco quando considerado que 130 mil (quase
28%) dessas unidades desocupados tinham uso ocasional, constituindo, principalmente, moradias de fim de
semana das famílias.

Os estudiosos do assunto se dividem entre aqueles de orientação mais socialista que consideram
que o poder público deveria restringir/redistribuir essas unidades tendo em vista o contraste com os
elevados percentuais do déficit habitacional. No entanto, aqueles com visão liberal entendem que as
unidades vagas funcionam como bons reguladores do mercado de moradias e que grande parte delas estão
sendo realocadas pelo mercado.

De fato, é bem possível que medidas coercitivas que objetivassem restringir a quantidade de
moradias vagas poderiam resultar numa elevação de preços das unidades, certamente prejudicando
famílias com menor poder aquisitivo, além de ser de difícil execução. Medidas de natureza fiscal poderiam
talvez constituir um instrumento compensatório e de redistribuição de oportunidades, contudo elas não de
difícil aplicação.

212
Tabela 7

Domicílios recenseados por espécie, RMRJ 2010


Espécie Abs %
Total 4.381.681
Particular 4.378.580 1,00
Particular - ocupado 3.909.125 0,89
Particular - não ocupado 469.455 0,11
Particular - não ocupado de uso ocasional 130.977 0,03
Coletivo 3.101 0,00
Fonte: IBGE Censos Demográfico 2000 e 2010 ( Tabela 1310)

 Moradia por tipo de construção e inserção urbana

Não obstante a verticalização das cidades, a unidade habitacional tipo “casa”, predomina
completamente, e até cresceu um pouco, de 74% para 75% ( mais de 380 mil unidades entre os dois
censos), sobre a modalidade de apartamento. As moradias em casas de cômodos, cortiços ou cabeças de
porco, se reduziram um pouco, cerca de 20 mil unidades, ficando inferior a 1% do total.

Tabela 8

Domicíos por tipo, RMRJ, 2000-2010


2000 2010
Tipo
Total % Total %
Casa 2.396.849 74% 2.925.026 75%
Apartamento 805.790 25% 949.811 24%
Habitação em casa de cômodos,
50.807 2% 31.067 1%
cortiço ou cabeça de porco
Total 3.253.446 100% 3.905.923 100%
Source: IBGE, Census 2000-2010 (Tables 1440 and 3152)

Essa proporção muito elevada de casas, além de poder ser explicada, em certa medida, pela
longevidade do estoque, é fortemente influenciada pela insuficiência da renda da maior proporção das
famílias. A aquisição de um apartamento - geralmente requer o pagamento em menor prazo do que a
renda - permite, enquanto que através de um processo gradual e progressivo, as famílias podem ir
construindo sua moradia. Isso ocorre geralmente em terrenos mais baratos, em localidades que não
interessam aos mercados formais, comprados em favelas, loteamentos irregulares ou clandestinos, ou
ocupados por invasão.

Assim não obstante a grande parte dessas moradias não aparecerem nas estatísticas das favelas
elas situam-se em bairros com carências urbanísticas e de serviços às vezes tão grandes ou até maiores,

213
como as encontradas nas favelas. São o que se poderia chamar de “bairros precários” os quais, talvez, não
de forma tão intensa como as favelas, também evidenciam a desigualdade econômica e sócio espacial
prevalecente na metrópole.

Figura 1 - Loteamento com baixíssima ocupação em Nova Iguaçu

Fonte: Imagem Google

Esse quadro de baixa qualidade das condições urbanísticas nos bairros de populações mais pobres,
presente em boa parte dos antigos loteamentos populares (São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu,
Queimados, Paracambi etc) antes periferia longínqua da metrópole7, mas que hoje, em alguns casos,
apresentam certa centralidade, permanecem “invisíveis” e fora do alcance das políticas públicas ou estão
nelas incluídas apenas fragilmente. Além dessa questão, impressiona também as baixas taxas de ocupação
verificadas em muitos desses loteamentos e fala-se da existência de milhares de lotes vazios na periferia da
RMRJ.

7
Nossa pesquisa não localizou informações recentes sobre a quantidade de loteamentos e lotes na RMRJ, no entanto,
um estudo de Adauto Lúcio Cardoso e outros ( em:
http://www.habitare.org.br/pdf/publicacoes/arquivos/colecao7/capitulo_2.pdf) registrou que, em nove municípios
da periferia da RMRJ até 1980, existiam mais de 1,5 milhão de lotes , totalizando uma superfície de 115,6 mil
hectares.
Além disso, no trabalho Expansão Urbana e Urbanização dispersa. Duas faces da mesma moeda? de Marlice N. S. de
Azevedo e Cinthia L. Serrano, apenas em Niterói, até 1980, os loteamentos existentes abrangiam 1.855 lotes, e uma
área de 174 hectares (dados obtidos na página da Internet: http://www.ppgau.uff.br/site/wp-
content/uploads/2012/10/uff_ppgau_art_marlice.pdf).

214
Figura 2 - Imagens típicas de ruas em bairros periféricos de municípios da RMRJ apresentando baixas
densidades de ocupação mas fortes carências das condições urbanísticas8

Algumas prefeituras das grandes cidades, especialmente São Paulo - com o Programa de
Regularização de Loteamentos do Departamento de Regularização do Solo, Resolo, da Secretaria Municipal
de Habitação - e Rio de Janeiro – através do Núcleo de Regularização de Loteamentos, da Secretaria de
Habitação e Cidadania, da Prefeitura do Rio de Janeiro – estabeleceram, já há várias décadas, programas
que visam à regularização urbanística e fundiária de loteamentos irregulares implantados. Esses programas,
a despeito da enorme importância, não recebem o apoio nem o interesse político como os da construção
de novos conjuntos. Por essa razão ficam sujeitos a fortes oscilações na produção de resultados,
geralmente mais significativos na área da regularização fundiária. Além disso as medidas de estímulo à
densificação dos loteamentos não estão necessariamente consideradas nos referidos programas.

O IBGE no Censo de 2010, pela primeira vez, forneceu informações importantes sobre as
características urbanísticas do entorno dos domicílios, localizados em ruas com ordenamento regular, que
irão certamente ajudar a estabelecer políticas habitacionais mais abrangentes. O universo pesquisado
compreendeu cerca de 3,5 milhões de unidades (excluídos apenas uma parte dos localizados em
aglomerados subnormais que não estão em logradouros com ordenamento regular). Esse conjunto foi
distribuído em grupos considerando a existência no entorno das seguintes variáveis:

8
As imagens foram obtidas no Google Street View

215
I. identificação do logradouro (placas de rua);
II. iluminação pública;
III. pavimentação;
IV. calçada;
V. meio-fio/guia; vi) bueiro/boca de lobo;
VI. rampa para cadeirante;
VII. arborização;
VIII. esgoto a céu aberto;
IX. lixo acumulado nos logradouros .

A Tabela 9, contém a síntese desses resultados para a RMRJ. Nela se pode observar a inexistência
de condições mínimas de segurança, conforto e higiene em boa parte dos logradouros da RMRJ: 90% não
contam com rampa de cadeirante; 39% não contam com arborização; cerca de 29% não dispunham nas
ruas de placa de identificação, bueiro/boca de lobo.

Tabela 9

Domicílios em áreas urbanas com ordenamento regular segundo


caracerísticas do entorno - RMRJ 2010
Existe Não existe
Característica
Absoluto Absoluto %

Identificação do logradouro 2.491.949 1.024.787 28,6%


Iluminação pública 3.340.251 176.479 4,9%
Pavimentação 2.915.971 600.751 16,8%
Calçada 2.683.876 832.846 23,3%
Meio-fio/guia 2.794.415 722.307 20,2%
Bueiro/boca de lobo 2.460.123 1.056.599 29,5%
Rampa de cadeirante 242.727 3.273.995 91,4%
Arborização 2.139.680 1.377.042 38,5%
Esgoto a céu aberto 284.667 3.232.055 90,3%
Lixo acumulado nos logradouros 233.375 3.283.347 91,7%
Obs. Universo considerado: 5.580.894 domicílios, dos quais, para 64.164(1,8%) não
houve informação
Fonte: IBGE Censo 2010 (Tab 3357)

Essa informações estão disponíveis em tabelas que já as cruzam com dados domiciliares referentes
às seguintes variáveis: a) forma de abastecimento de água; b) cor e raça dos moradores; d) condição de
ocupação; e) existência de banheiro ou sanitário e tipo de esgotamento sanitário; f) por destino de lixo; g)
adequação da moradia (adequada, semi-adequada e inadequada); h) rendimento nominal mensal
domiciliar per capita; i) responsabilidade pelo domicílio e sexo; j. grupos de idade.

Esses dados, disponíveis para todos os cerca de 20 setores censitários urbanos, irão permitir a
análise da questão aqui levantada relativa às carências urbanísticas de ruas, e podem ser grupados em
unidades espaciais maiores, quadras, conjunto de quadras, bairros, municípios etc. Até então, salvo o caso

216
dos aglomerados denominado pelo IBGE como subnormais, o estudo sobre carências das habitações eram
limitadas às condições que ocorriam na unidade domiciliar (ligações domiciliares de água, esgoto, destino
do s resíduos sólidos etc), o que não permitia saber sobre as condições urbanísticas no entorno dos
domicílios.

Finalmente, essa análise aponta para a necessidade de se estabelecer na Política Habitacional a ser
proposta para a RMRJ, programa visando à elevação do padrão urbanístico dos referidos bairros. Como
muitos deles ainda apresentam baixas densidades ocupacionais do solo, o referido programa poderia
incluir, paralelamente, medidas de estímulo, com o objetivo de adensá-los, aumentando a sustentabilidade
do referido programa. No Estatuto da Cidade encontra-se amplo instrumental jurídico que podem embasar
ações conjuntas do Estado e dos municípios com esses propósitos.

Tais iniciativas permitiriam ao estado fazer justiça àquelas famílias que, há muitos anos e com
muito esforço, constroem progressivamente suas moradias, que chegam a ter bons padrões construtivos,
mas que permanecem sem apoio do setor público da porta de suas casas para a rua.

 Densidade domiciliar

A pressão exercida pelo crescimento populacional sobre a demanda por moradias, não obstante
haver também sofrido uma inflexão, não aconteceu no mesmo ritmo. Fatores como a elevação, mesmo
lenta, da renda das famílias, aumento das taxas de longevidade, redução do tamanho das famílias, criação
de oportunidades de trabalho para os jovens que se tornaram independentes economicamente mais cedo,
o aumento da oferta do credito habitacional, entre outros, passaram a ter consequência direta no
crescimento quantitativo dos estoques habitacionais. Não pode deixar de ser considerado também que o
processo de construção informal de moradias, que consegue atender àqueles que, por insuficiência de
renda, ficam fora do mercado formal, encontra na tolerância do estado, uma facilidade para que a
demanda dos estratos de baixa renda, possam ser acompanhada pela oferta, não obstante toda a
precariedade que trás embutida.

Assim, a diferença entre as taxas médias de crescimento de domicílios e da população tem se


mantido maior e consistentemente crescente há muitas décadas. De 1,28% na década de 1970, para
1,32%;1,96 % e 2,22%, respectivamente nas décadas de 80; 90 e 2000. Em consequência, a densidade de
ocupação domiciliar, que em 1970 era de cerca de 5,07 pessoas por domicílio, em 2010 se reduziu para 3.

Com a retomada do desenvolvimento do país a densidade domiciliar deverá continuar a tendência


de queda acentuada. Enquanto na cidade do Rio de Janeiro (2010) a densidade domiciliar foi de quase 3
pessoas por domicílio, em cidades de países com nível de desenvolvimento próximo ou mais elevado ao do
Brasil, esse indicador apresenta resultados bem menores como, por exemplo, Roma e Paris onde as
densidades são bem abaixo de 2 pessoas/domicílio. Isso indica a razoável correlação existente entre
densidade domiciliar e o desenvolvimento socioeconômico.

217
Tabela 10
Densidade domiciliar na cidade do Rio de
Janeiro e em algumas cidades de outros paises
Cidade Pessoas/domicílio
Roma (2014) 1,88
Paris (2014) 1,89
Buenos Aires (2010) 2,03
São Francisco (2010) 2,14
Chicago (2010) 2,26
Nova York (2010) 2,43
Madri (2014) 2,47
Los Angeles (2010) 2,68
Rio de Janeiro (2010) 2,94
Fontes:
IBGE, Censo Demográfico 2010
Indec, Argentina -
http://www.indec.gov.ar/nivel4_default.asp?id_tema_1=
2&id_tema_2=41&id_tema_3=135
United States Census Bereau - http://www.census.gov/
Eurostat-
http://ec.europa.eu/eurostat/web/cities/data/database e

No entanto, a curto prazo existem muitos problemas, principalmente, econômicos e político-


administrativos a serem resolvidos antes que indicadores sociais reflitam a retomada do processo de
elevação das condições de vida da população.

A crise econômica em que o país mergulhou recentemente, com certeza, trará fortes repercussões
no funcionamento do setor habitacional , principalmente nos segmentos de interesse social, que para
evoluir positiva e qualitativamente depende da oferta de credito de longo prazo de retorno e de baixo
custo, não apenas para a construção ou melhoria da habitação, como também para a infraestrutura e
oferta de serviços urbanos. O Estado do Rio de Janeiro, pela relação que estabeleceu com a indústria do
petróleo, atualmente em dificuldades no mundo todo, é um dos que mais sofre com a crise.

A queda que vem sendo observada nas reservas do FGTS, principal e menos onerosa fonte de
recursos para os investimentos naquelas áreas, devido à acelerada redução da massa salarial e dos saques
por demissão provocados pela crise e, além disso, pelos compromissos assumidos pelo Fundo com
programas habitacionais de baixo nível de retorno, constitui séria limitação ensejando, portanto, a
necessidade de criação de novas alternativas complementares de viabilização daqueles investimentos.

Existem muitos exemplos dessas alternativas, tanto no Brasil como e em outros países, ainda não
adequadamente exploradas, entre outros: a reserva de uma pequena proporção do ICMS, como fez o
Estado de São Paulo, por muitas décadas; a criação de um sistema de poupança prévia para os
pretendentes a financiamento habitacional; os CEPACs; a atualização e modernização da cobrança pelos
municípios do IPTU referente às propredades que obviamente estão abaixo de uma cota razoável de

218
contribuição, o grande potencial fiscal contido em alguns dos dispositivos do Estatuto da Cidade, ainda
não aproveitado pelos municípios para a viabilização de investimentos na melhoria das condições urbanas
e habitacionais.

Tanto as elites político sociais como a população de um modo geral, não obstante reagirem mal à
implantação de certos disciplinamentos e sacrifícios, entendem que a crise constitui boa oportunidade para
correção de rumos e conserto do que está errado. Como se verá nesse diagnóstico, há muitos problemas
que vêm sendo acumulados na implementação das políticas habitacionais. Mais do que nunca, a ocasião é
agora para se tentar desenhar para a RMRJ saídas adequadas para resolver tais questões, sob
pena de torná-las ainda mais sérias.

2.5.3.3. DÉFICIT
Por muito tempo, o indicador mais utilizado para expressar o tamanho do problema habitacional
do país foi apenas o déficit. Sua “popularidade” decorre, possivelmente, do fato de tratar-se de um único
número, o que, principalmente para o público em geral, facilita sua memorização e a comparação com
outras ordens de grandeza. Por ter favorecido a adoção de políticas de substituição indiscriminada do
estoque de moradias, e de estar associado a um enfoque “construtivista” da questão habitacional, o
conceito de déficit era encarado com certa restrição pelos estudiosos da questão..

Esse conceito, em grande parte, foi reabilitado pelo estudo da Fundação João Pinheiro - FJP,
realizado em 1995, que situou o déficit em um contexto mais amplo, como apenas um dos componentes
das necessidades habitacionais. Segundo o estudo da Fundação, além daquele indicador, essas
necessidades compreendem também a inadequação de moradias e a demanda demográfica.

A metodologia utilizada, foi sendo aperfeiçoada pela FJP, tornando mais racional a leitura da
intensidade do problema habitacional no país. Entre outros aspectos, o estudo traz implícita o imperativo
de adoção de uma multiplicidade de alternativas e processos para se enfrentar aquele problema, e não
uma forma única de solução. Não obstante, o aperfeiçoamento progressivo da metodologia da FJP, que foi
ocorrendo ao longo do tempo, há algumas críticas por questões ainda não resolvidas mas cuja discussão
foge aos limites do presente estudo. Apenas para exemplificar, o PEHIS , se refere a algumas delas como:

I. os domicílios em áreas de risco (desabamento ou alagamento) que podem ser


considerados déficit ou inadequação, dependendo da gravidade do risco e da possibilidade
de sua mitigação, não são necessariamente computados no cálculo do deficit;
II. possivelmente uma parte das famílias computadas como déficit esteja em área de risco,
mas não há como saber. o enquadramento na precariedade habitacional, que torna
necessária a substituição da unidade, imóvel é feito com base em avaliação um tanto

219
subjetiva. Além disso, não se tem indicadores adequados para os “condomínios informais”
que proliferam nas periferias e favelas, que causam efeitos de adensamento consideráveis.
É a situação de cômodos em fundos de lote ou as diversas unidades residenciais, ocupando
vários andares (como no caso das vendas de lajes, nas favelas), que significam para o IBGE
domicílios isolados.
III. o adensamento excessivo que é calculado em relação ao número de cômodos. O ideal seria
ser determinado em relação à área total da moradia;
IV. os indicadores de infraestrutura são largamente subestimados, por se basearem na
resposta dos moradores que não têm condições de afirmar a natureza da rede de esgoto
ou de água que eventualmente serve a sua moradia, tanto quanto se a fossa é de fato
séptica ou rudimentar.

Assim, tanto quanto nos cálculos do déficit os resultados da inadequação não apresentam exatidão,
apenas apontam para ordem de grandezas. O números reais de unidades podem ser até maiores do que os
expressos nos estudos.

A pesar de disso, as ressalvas não invalidam o excepcional apoio que o estudo da Fundação sobre o
déficit vem oferecendo, principalmente por utilizar variáveis levantadas nas pesquisas do IBGE em todas as
unidades da federação permitindo assim a comparação dos resultados do estudo entre as referidas
unidades.

A última atualização disponível é do ano de 2013, quando o déficit de moradias alcançou cerca de
289 mil unidades, ou 6,7% do total de domicílios. Nos últimos três anos de apuração do déficit 2011/2013,
possivelmente fruto dos solavancos da economia e suas repercussões no setor habitacional, a proporção do
déficit teve um comportamento bastante atípico. De 6,4% em 2011, se elevou a 7% em 2012, reduzindo-se
no ano seguinte para 6,7%, proporção essa, contudo superior à do inicio do referido triênio.

Tabela 11

220
Analisando-se, o perfil dos 3 componentes desse indicador no Gráfico abaixo, verifica-se que a
maior proporção continua sendo o ônus excessivo do aluguel - 60,09% - e cujo aumento no período
considerado foi de mais de 14%. Isso confirma a informação da FJP de ser esse o de maior peso relativo
entre os componentes do déficit em todo Brasil. Um claríssimo o sinal da insuficiência quantitativa do
estoque de moradias no pais, sem considerar, os aspectos qualitalitativos desse estoque.

A proporção de coabitação familiar caiu consideravelmente, cerca de 26% ( de 31,67% para


23,32%), possivelmente pelo fato de a economia da região ainda não experimentava os reflexos da crise
econômica. Como se sabe, em momentos prolongados de crise a tendência das famílias mais atingidas
por perda de emprego e diminuição de renda, é buscarem compartilhar a moradia com outras pessoas e,
principalmente os filhos voltarem a morar com os pais No entanto, indicador adensamento excessivo se
manteve praticamente estável, enquanto a habitação precária se elevou em quase 59%, portanto 34% a
mais do que a projeção total para 2013, realizada com dados da PNAD. Também foram consideravelmente
alteradas as proporções da participação dos componentes nesse total.

Gráfico 2

Entre os anos de 2011 e 2012 houve uma pequena elevação (0,60%) da representatividade do
déficit no total de moradias, com maior significado para a coabitação familiar que se elevou 4,87%. no
entanto, estranhamente, se reduziram as representatividades de ônus excessivo de aluguel (-3,16%) e
adensamento (-2,40%). No entanto, é discutível a validade o dado do déficit estimado pela FGV para 2011
(2011 mil unidades).

A FJP calcula anualmente para o Ministério das Cidades a evolução do déficit e a inadequação
habitacional no país, para os Estados, Distrito Federal e principais Regiões, Metropolitanas, com o

221
propósito de permitir ao governo acompanhar os impactos de sua política habitacional . Essa atualização
anual das estimativas é realizada com base nas PNADs. Há também os cálculos do déficit e das
inadequações habitacionais que a FJP realiza com base nos dados censitários. Segundo o resultado da
última atualização decenal o déficit da RMRJ teria alcançado 387,2 mil unidades quase 10% do total,
resultado bem superior em relação aos encontrados nas atualizações feitas com base na PNAD, três anos
depois.

Tabela 12

A desagregação do déficit habitacional por municípios requer procedimentos estatísticos


apropriados, como os que foram realizados no PEHIS para os municípios de todo o Estado. Conforme o
gráfico a seguir, elaborado com base nos dados extraídos daquele estudo, o déficit habitacional para os
municípios da RMRJ em 2010, alcançou de 324 mil unidades, correspondendo portanto a 8% do estoque.

Grafico 3

No Grafico 3 são examinada a proporção do déficit em relação aos estoques de domicílios dos
municípios e o da região. Japeri é o município em situação relativa mais insatisfatória pois o déficit

222
corresponde a 7.310 unidades, uma quarta parte do seu estoque, não obstante em termos regionais esse
déficit é apenas 2,25%. Cachoeira de Macacu apresenta a situação mais equilibrada com um déficit de
apenas 1.192 unidades, respectivamente, 0,67%% e 0,37 % do observado, respectivamente, no município e
na RMRJ. O maior déficit é o do municípios do Rio de Janeiro, 134.767 unidades, correspondendo a 41,57%
da RMRJ, mas a, apenas, 6,28% do estoque do município.

Tabela 13

Finalmente importa examinar a distribuição do déficit por faixas de renda. Como se observa na
tabela abaixo, essa distribuição é enormemente regressiva, uma vez que 86% do déficit está concentrado
na faixa de 0 a 3 SM, se reduzindo bruscamente nas demais faixas.

Tabela 14

223
2.5.3.4. INADEQUAÇÃO
Na atualização do estudo da FJP quanto à inadequação, foram considerados os domicílios
particulares permanentes urbanos, excluindo-se aqueles que foram contabilizados em algum critério de
déficit habitacional. A Fundação informa que devido à ausência de algumas variáveis no censo demográfico
de 2010 (p.ex: adequação fundiária) utilizadas em estudos anteriores, a inadequação passou a
compreender apenas os seguintes componentes: carência de infraestrutura urbana, ausência de banheiro
exclusivo e adensamento excessivo. Observe-se também que cada domicílio investigado pode não ser
classificado em algum ou sê-lo em um ou vários critérios de inadequação, motivo pelo qual os resultados
não podem ser somados, sob o risco de haver dupla contagem de domicílios.

Segundo a FJP, a carência de infraestrutura urbana é o critério de inadequação que mais afeta os
domicílios das regiões metropolitanas brasileiras. Considerando as regiões metropolitanas de capitais, o
maior número de domicílios afetados por pelo menos um componente da infraestrutura urbana é
observado na RMRJ de Janeiro (717 mil domicílios), seguida das Regiões Metropolitanas de São Paulo (522
mil), Recife (490 mil) e Fortaleza (355). É mais uma evidencia da precariedade do estoque de moradias da
RMRJ, uma situação desvantajosa mesmo quando comparada a situação em Regiões Metropolitanas de
menor nível de centralidade.

Tabela 15

224
Atenção

Buscou-se obter nos dados da FJP informações sobre a quantidade de domicílios considerados
como enquadrados em cada um dos componentes da inadequação quanto à infraestrutura
(abastecimento de água; esgotamento sanitário; iluminação elétrica e coleta de lixo).9 O resultado
obtido, registrado na tabela a seguir , aparentemente contém conflito em relação ao dado relativo
à “carência de infraestrutura”) da tabela anterior.

Essa questão será resolvida proximamente.

2.5.3.5. AGLOMERADOS SUBNORMAIS - FAVELAS


A favela, uma das marcas mais emblemáticas da desigualdade social do processo de urbanização do
país, tem sua origem na antiga capital, o Rio de Janeiro, há mais de um século. Segundo Valladares
(2003)10,o primeiro documento oficial que se refere a favela em uma proposta de planejamento da cidade é
o denominado Plano Agache de 1930. Nele, o seu autor Alfred H.D. Agache observa:

“A medida que as villas-jardins operárias serão edificadas em obediência aos


dados do plano regulador, será conveniente reservar um certo número de
habitações simples e econômicas, porém hygiênicas e práticas, para a
transferência dos habitantes da favella, primeira etapa de uma educação que os
há de preparar a uma vida mais confortável e mais normal.”

Devido a essa presença tão antiga e tão importante na maioria das cidades, a favela passou a ser
objeto de atenção dos estudos de sociólogos, de planejadores e políticos. Ao longo do tempo as visões
sobre o tratamento que as políticas públicas deveriam dar a esses assentamentos evoluiu bastante e
positivamente, da remoção para a urbanização e integração ao tecido urbano circundante. Em 1973, com o
Programa de Urbanização dos Alagados em Salvador, conduzido pela Alagados Melhoramentos SA – AMESA,
órgão do governo do Estado da Bahia, o BNH passou a admitir o financiamento da urbanização de favelas.
Desde então e em função das pressões dos movimentos populares de defesa das favelas, o tema ganhou

9
Indicados na Tabela18 (pag.68) da publicação DÉFICIT HABITACIONAL MUNICIPAL NO BRASIL 2010, Ministério das Cidades,
Secretaria Nacional de Habitação e Fundação João Pinheiro, Belo Horizonte, novemdro,2013
10
Licia do Prado Valladares e Lidia Medeiros; “Pensando as Favelas do Rio de Janeiro, 1906-2000: uma bibliografia analítica”. Rio
de Janeiro: Relume Dumará: FAPERJ: URBANDATA, 2003, 479p.

225
muita importância política de vários Estados e de muitas prefeituras, destacando-se as experiências do
Favela Bairro no Rio de Janeiro.

Não obstante toda essa evolução, ainda é muito insatisfatória a disponibilidade de indicadores que
permitam estudos comparados sobre as condições habitacionais e urbanísticas e a evolução desses
assentamentos no tempo. A principal fonte continua sendo a pesquisa do IBGE referente ao setor
censitário denominado de aglomerado subnormal. Segundo a definição daquele Instituto, “Aglomerado
subnormal é o conjunto constituído por 51 ou mais unidades habitacionais caracterizadas por ausência de
título de propriedade e pelo menos uma das características abaixo: - irregularidade das vias de circulação e
do tamanho e forma dos lotes e/ou – carência de serviços públicos essenciais (como coleta de lixo, rede de
esgoto, rede de água, energia elétrica e iluminação pública)”.11

Dos cerca de 317.000 setores censitários do Censo Demográfico de 2010 em todo o país, 15.868
(cerca de 5%) foram identificados como setores de aglomerados subnormais.

Muitas restrições são feitas aos levantamentos dos aglomerados pelo IBGE, entre elas está o fato
de que são considerados, somente, os assentamentos contendo mais de 50 unidades. Além disso, há
problemas de demarcação dos setores censitários dos aglomerados, uma vez que aquele Instituto se baseia
muito nas informações das prefeituras, quanto às poligonais das favelas e assemelhados, e elas poucas
vezes contam com levantamentos adequados. A evidência está nos dados do gráfico abaixo onde cidades
como São Gonçalo e Nova Iguaçu indicam percentuais de domicílios nos aglomerados que devem estar
muito subestimados.

Em que pesem as restrições citadas, essa apuração do IBGE é a única realizada no nível nacional,
em muitos municípios, da qual se pode dispor para se ter uma ideia de conjunto dessa questão. De fato,
não obstante as falhas na sua apuração, essa informação é a que tem sido usada com mais frequência pelos
pesquisadores, nos trabalhos sobre a questão da favela no nível regional e nacional.

Tomando-se como base as informações do Gráfico 4, as proporções de domicílios em favelas - cujo


total para a RMRJ em 2010 foi de 521 mil unidades (13% do total) - em relação aos respectivos estoques
variaram de um máximo no Rio de Janeiro 20% (426 mil unidades) a 0,5% em Itaboraí, excetuado
Guapimirim que não apresentou resultado.

11
Com justa razão o nome escolhido pelo IBGE para designar esse tipo de assentamento “Aglomerado subnormal” não é feliz, por
isso é muito criticado.

226
Gráfico 4

Uma das conclusões que se pode tirar dessa análise é que há um grande trabalho a fazer nos
municípios da periferia da metrópole no que se refere aos seus cadastros técnicos. Excetuando-se o Rio de
Janeiro e Niterói, para os demais há grande conflito entre eles relativamente às proporções de domicílios
em favelas nos respectivos estoques.

2.5.4. DISPERSÃO ESPACIAL DO CRESCIMENTO URBANO


O uso habitacional do solo é o que ocupa a maior proporção de áreas das cidades, chegando a
atingir em alguns casos proporções da ordem de 60 a 70%. Assim a forma como os bairros residenciais vão
surgindo e sendo distribuídos no espaço urbano é de grande a influência nos padrões das densidades de
ocupação do solo. Na medida em que essas densidades se reduzem maiores serão os custos de instalação e
de operação da infraestrutura e dos serviços, de transporte de pessoas e bens, pela elevação das distâncias
e tempo de deslocamentos, além de produzir aumento significativo da emissão pelos veículos de dióxido de
carbono e de produção de outros poluentes nocivos.

Dessa forma os critérios locacionais dos empreendimentos habitacionais, sejam decorrentes das
políticas públicas ou de iniciativas do setor privado devem ser considerados na preparação dos planos
diretores urbanos.

Ogima (2007)12 estudou urbanização de aglomerações urbanas/metropolitanas brasileiras sob uma


perspectiva comparativa, a partir da construção de um Indicador de dispersão urbana (Figura 3). O índice

12
Ricardo Ojima, “Dimensões da urbanização dispersa e proposta metodológica para estudos comparativos: uma abordagem sócio
espacial em aglomerações urbanas brasileiras” Revista Brasileira de Estudos de População; vol.24 no.2 São Paulo July/Dec.
2007Print version ISSN 0102-3098 ; http://dx.doi.org/10.1590/S0102-30982007000200007

227
obtido para a metrópole do Rio de Janeiro foi um dos mais elevados consideradas as mais importantes
metrópoles do país, e somente o Distrito Federal apresentou nível de dispersão maior.

Figura 3

Conforme estudo elaborado no Plano Diretor do Arco Metropolitano13, a área urbanizada da RMRJ
entre 2001 e 2010 se ampliou em 498 Km2 , numa média de 55,33 Km2/ano. Assim a taxa anual de
expansão da mancha urbana, 3,85%, foi mais de 4,5 vezes a taxa anual de crescimento da população (0,83%
a.a.). A densidade média populacional urbana nesse período se reduziu em cerca de 22%, de 8.790 para
6.824 pessoas por Km2 . Considerando que esse estudo também identificou a existência na RMRJ de
superfície, urbanizável, ainda livre de ocupações urbanas, da ordem de 601 km2 , mantida a taxa média de
expansão urbana de 55 Km2/ano essa superfície seria toda ocupada em pouco mais de 10 anos.

13
Plano Diretor do Arco Metropolitano, Componente de Desenvolvimento Urbano, Relatório de Propostas e Diretrizes, 13/05/2011
Observar que a RMRJ considerada na época não incluía os municípios da Cacheiras de Macacu e Rio Bonito

228
Tabela 16
Crescimento da área urbanizada da RMRJ
2001 - 2010
Densidade Densidade Aumento da área urbanizada
Área População Área População 2001-2010
média média
urbanizada urbana urbanizada urbana
populacional populacional Média
2001 residente 2010 residente Total Taxa
urbana urbana anual
(km2) 2001 (km2) 2010 (km2) anual (%)
2000/2001 2010 (km2)
1.228 10.793.857 8.790 1.726 11.777.497 6.824 498 55,33 3,85
Fonte: Plano Diretor do Arco Metropolitano, Componente de Desenvolvimento Urbano, Relatório de Propostas e Diretrizes,
13/05/2011 (com revisão da tabela da pag.17)

A forma como vem ocorrendo essa expansão, dispersa e quase anárquica, muitas vezes em áreas
impróprias e com precaríssimo atendimento com infraestrutura e serviços, que aumenta deseconomias e
desigualdades sócio espaciais, fará com que, se não houver compromisso firme de todos ao níveis de
governo para passarem a atuar de forma integrada e planejada, no futuro tenhamos saudades dos
problemas atuais.

O aproveitamento de áreas, como as que se tornaram mais acessíveis na região, é realizado pelas
forças do mercado formal e, também, do informal, cuja fantástica agilidade contrasta com um aparato de
planejamento físico-territorial, de implementação de projetos e de controle urbanístico do Estado e dos
Municípios lento, burocratizado e totalmente despreparado para disciplinar esse processo.

O poder público tem sido incapaz de tirar proveito das grandes valorizações do solo que ocorrem
em consequência dos investimentos governamentais em infraestruturas e que poderiam ser utilizadas para
viabilizar intervenções de interesse social nos novos espaços, a exemplo de inúmeras iniciativas
desenvolvidas em cidades de outros países, inclusive da américa latina, com destaque para a Colômbia.

Acresce a isso o fato de que quando o Governo precisa de áreas nas regiões beneficiadas por suas
intervenções - para instalar, p.ex, equipamentos públicos, escolas, hospitais, redes de infraestrutura,
estações elevatórias de água e esgoto, conjuntos habitacionais populares – terá que enfrentar preços da
terra que se elevaram muito em decorrência das mesmas. Esse problema certamente ocorrerá em larga
escala nas regiões beneficiadas com as muitas obras viárias e de transportes recentes na Região como as do
Arco Metropolitano e no entorno das estações do sistema BRT.

O resultado dessa combinação - agilidade das forças de mercado nas escolhas locacionais e baixa
capacidade de atuação dos governos na ordenação do território - provoca um anárquico e predatório
processo de ocupação urbana. São loteamentos, na maior proporção, clandestinos ou irregulares ou
mesmo favelas que vão se instalando em localidades de reduzido nível de acessibilidade. As ocupações,
inicialmente diminutas, vão se expandindo de qualquer forma, sem respeitar áreas frágeis como as de
cobertura vegetal, manguezais, linhas naturais de drenagem do território, encostas íngremes, áreas de
domínio de rodovias e de redes de transmissão, etc. Mesmo quando as ocupações ocorrerem de acordo
com loteamentos aprovados pelos municípios, devido à falta de um plano geral de organização do território,

229
a justaposição dos loteamentos geralmente não resulta num todo organizado e, via de regra, impossibilita a
implantação de uma adequada e funcional hierarquização do sistema viário.

Esse último aspecto se apresenta como ainda mais problemático nas áreas cortadas por fronteiras
entre municípios da RMRJ cujas leis de zoneamento não estão compatibilizadas.

Figura 4 - Exemplos de ocupações típicas das periferias urbanas da RMRJ

Loteamento clandestino na Região da Baixada – Favela densificada, sem padrão de arruamento


Quadras com até 300m de extensão e ruas de definido e ocupao de cursos dágua
acesso com, apenas, 5 ou 6m de largura

Assentamentos em margens de rodovias com cortes em encostas íngremes, redução da cobertura


vegetal, ocupação de área de domínio da rodovia, padrão anárquico de vias etc).

Na realidade o poder público, além de não exercer o seu papel de ordenador e orientador do
processo de ocupação do território na implementação da política habitacional age em sentido contrário, ou
seja, é uma das forças desorganizadoras desse processo. As análises sobre as questões locacionais do
Programa MCMV são unânimes em apontar esse fato.

Na Figura abaixo, um exemplo de descompromisso do MCMV com necessidade de racionalização


do processo de expansão urbana/metropolitana.

230
Figura 5 - Conjunto do MCMV em Japeri com mais de 1.200 unidades

Arco Metropolitano

No próprio município do Rio de Janeiro encontram-se também muitos exemplos do poder do


MCMV atuando como uma verdadeira “força centrípeta” na expansão das periferias urbanas da RMRJ.
Segundo Verissimo (2012)14 as regiões da cidade do Rio de Janeiro com boa oferta de emprego, receberam
poucas unidades do referido programa. Enquanto isso, dos empreendimentos financiados pelo MCMV, que
estavam licenciados pela PMRJ até julho de 2011, 67,23 % se localizam em bairros da AP5, área de
planejamento para onde se projetam também 80,31 % de todos os empreendimentos destinados à faixa
de renda de 0 a 3 salários mínimos. Destaque-se que a AP 5, situada na Zona Oeste do Rio de Janeiro, é a
região da cidade que apresentam os piores indicadores de oferta infra-estrutura, serviços, mobilidade e
disponibilidade de postos de trabalho.

Mapa 1 - Localização dos empreendimentos do MCMV no município do Rio de Janeiro

Fonte: Antonio Verissimo, “Habitação, Emprego e Mobilidade: subsídios para o debate sobre a
localização da HIS na cidade do Rio de Janeiro”

14
Veríssimo, Antônio Augusto “Habitação, Emprego e Mobilidade: subsídios para o debate sobre a localização da HIS[1] na cidade
do Rio de Janeiro”, fev 2012. Ver: http://abeiradourbanismo.blogspot.com.br/2012/02/habitacao-emprego-e-mobilidade.html

231
Rebaixamento das densidades de ocupação do solo: uma tendência mundial, mas que
deve ser planejada!15
Em estudo patrocinado para o Banco Mundial Angel examinou a dinâmica da expansão urbana global a
partir da escolha de um universo de 3.943 cidades com população superior a 100.000 habitantes e a
estratificação desse universo uma amostra global de 120 cidades. Os dados de população e imagens de
satélite para dois períodos - no intervalo de uma década – foram obtidos e analisados, e diversas
mensurações sobre extensão e expansão urbana – entre elas a área construída das cidades e a densidade
média das mesmas, foram calculadas. As médias ponderadas das áreas construídas e das densidades
médias, tanto quanto as medidas de “compactibilidade” (compactness) e contiguidade (contiguity) - e sua
evolução ao longo do tempo – são apresentadas para nove regiões, quatro grupos de renda e quatro grupos
de tamanho de cidades abrangendo todo o globo. Foi constatado que as densidades das cidades dos países
em desenvolvimento são 3 vezes maiores daquelas dos países industrializados, e que as densidades (das
cidades) de todas as regiões decrescem ao longo do tempo (grifo nosso). Se a densidade média decresce a
uma taxa anual de 1,7% - como aconteceu na década passada – a área construída das cidades dos países em
desenvolvimento aumentará de 200 mil Km2 em 2.000 para mais de 600 mil Km2 em 2.030, enquanto sua
população (apenas) dobra. ...A mensagem central desse estudo é clara: As cidades dos países em
desenvolvimento deveriam estar preparando de maneira realística – ainda que minimamente - seus planos
de expansão urbana, designando as áreas adequadas para acomodar a expansão projetada, investindo
estrategicamente nas redes troncais de infraestrutura para atender essa expansão, e protegendo as áreas
frágeis para que não sejam afetadas pelo desenvolvimento urbano.
16
No gráfico abaixo, contido no trabalho de Shlomo Angel , ele evidencia, através de um estudo comparativo
abrangendo importantes metrópoles do mundo, a tendência predominante de rebaixamento das
densidades de ocupação do solo ao longo do tempo.

15
Tradução livre do resumo do abstract do trabalho,” The Dynamics of Global Urban Expansion” elaborado por , Shlomo Angel e
outros para o Departamento de Transporte e Desenvolvimento Urbano do Banco Mundial, 2005
16
Planet of Cities/Angel, Shlomo, ISBN 978-1-55844-249-8

232
2.5.5. OFERTA E MODALIDADES DE FINANCIAMENTO HABITACIONAL
Item dependendo das informações da CAIXA e da COHAB).

2.5.6. ESPACIALIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES DO EIXO HABITACIONAL


2.5.6.1. OBJETIVOS
Trata-se da criação de uma metodologia que permita inserir o tratamento da questão da moradia
na dimensão espacial de forma a melhor integrá-la com as outras áreas do desenvolvimento urbano,
representadas no PED pelos eixos setoriais. Objetiva-se com isso estabelecer um processo pelo qual os
programas e projetos habitacionais possam servir para apoiar o crescimento urbano equilibrado,
escapando da crítica de seu atual excessivo setorialismo. O Fluxograma abaixo contém a representação
esquemática dessa integração.

FLUXOGRAMA 1
DIAGNÓSTICO VISÃO DO FUTURO

1. Demanda
2. Deficit
Necessidades Habit. 3. Inadequação
4. Favelas

1. União
HABITAÇÃO

Marco Institucional 2. Estado


3. Municípios

Análise espacial 1. Desig. urbanísticas

2. Áreas adensáveis
3. Vazios urbanos Mapeamento Hierarquização
DEMAIS EIXOS

Parâm. demais eixos

A espacialização de informações das características urbanísticas do entorno dos domicílios -


disponibilizada pelo IBGE no Censo de 2010, referida no item ___ desse Relatório - tomando-se como base
agregações de dados dos setores censitários realizada em ambiente SIG, oferece um conjunto grande de
possibilidades na criação de uma metodologia com aquele objetivo. Propõe-se seja a mesma adotada para

233
a integração dos Eixos do PED, tanto na fase de análise, como, posteriormente, na elaboração das
propostas e na hierarquização das prioridades de atendimento. Entre as possibilidades destacam-se:

Na fase de diagnóstico:

I. identificar nucleações infra e intermunicipais que apresentam problemas e carências


comuns (saneamento básico, mobilidade, condições urbanísticas etc);
II. estabelecer uma “escala de desigualdade” através do qual se possa hierarquizar as
necessidades de atendimentos e a focalização das políticas a serem propostas no âmbito
do PEDUI
III. relacionar essas nucleações com condições de restrição à ocupação (p. ex.: áreas sujeitas a
inundações; declividade acentuada; interesse ambiental), visando definir áreas onde novas
ocupações devam ser impedidas ou desestimuladas);
IV. cálculo das distâncias médias das centroides de cada nucleação para: p.ex.: os pontos de:
acesso a sistemas de transporte público, equipamentos sociais e centros de comércio e
serviços (centralidades);
V. identificar nucleações que apresentem bom potencial para serem objeto de políticas de
densificação do território (p. ex. topografia, acessibilidade, saneamento, reforço à
centralidades);
VI. facilitar o estabelecimento de cenários para as possíveis futuras configurações espaciais da
ocupação da RMRJ.

Na fase de proposições:

I. romper com o setorialismo das políticas e programas habitacionais, permitindo a criação de


um ambiente de planejamento onde as soluções habitacionais de novos conjuntos sirvam
para reforçar estratégias de deificação e de melhoria de áreas das cidades já ocupadas que
apresentam condições urbanísticas precárias ou insatisfatórias;
II. definir metas setoriais em função de um coeficiente de equilíbrio a ser estabelecido
visando o redução das desigualdades intra e intermunicipais;
III. apoiar o estabelecimento de critérios de atendimento pelos programas e ações em função
das estratégias de reorganização da estrutura urbana da metrópole que objetivem sua
descentralização concentrada nos principais eixos de transporte e na policentralidade
induzida;

234
2.5.6.2. BASE INICIAL DE INFORMAÇÕES
Seriam usadas as informações, produzidas pelo IBGE de forma sistemática pela primeira vez, sobre
as características urbanísticas nos logradouros de todas as cidades da RMRJ. São dez características as quais
foram especificadas da seguinte forma: 17

 Identificação do logradouro
Foi pesquisado se na face em trabalho ou na sua face confrontante18, existia algum
elemento visível com o nome do logradouro, como placa oficial ou outra forma de
identificação.
 Iluminação pública
Foi pesquisado se na face em trabalho ou na sua face confrontante, existia pelo menos um
ponto fixo (poste) de iluminação pública.
 Pavimentação
Pesquisou-se se no trecho do logradouro, na face percorrida, existia pavimentação, ou seja,
cobertura da via pública com asfalto, cimento, paralelepípedos, pedras etc.
 Calçada
Pesquisou-se se, somente na face, existia calçada/passeio, ou seja, caminho calçado ou
pavimentado, destinado à circulação de pedestres, quase sempre mais alto que a parte do
logradouro em que trafegam os veículos.
 Meio-fio/guia
Considerou-se quando, somente na face, existia meio-fio/guia, ou seja, borda ao longo do
logradouro.
 Bueiro/boca de lobo
Pesquisou-se se na face ou na sua face confrontante, existia bueiro ou boca de lobo, ou
seja, abertura que dá acesso a caixas subterrâneas, por onde escoam a água proveniente
de chuvas, as regas etc. Bueiro/boca de lobo não se confunde com tampões para acesso a
galerias subterrâneas.
 Rampa para cadeirante
Foi pesquisado se, somente na calçada da face, existia rampa, ou seja, rebaixamento da
calçada ou meio-fio/guia, geralmente nas proximidades das esquinas, destinado
especificamente para dar acesso a pessoas que utilizam cadeira de rodas. Não foram
consideradas rampas para acesso de veículos.
 Arborização

17
Definições usadas pelo IBGE, conforme constam do documento “Características urbanísticas do entorno do domicílios”, IBGE
2012 ISSN 0104-3145 (meio impresso).
18
Segundo o IBGE “considerou-se como face de quadra cada um dos lados da quadra, contendo ou não domicílios ou
estabelecimentos.” Por outro lado, Considerou-se como face confrontante a face em frente a face em trabalho (ou percorrida),
independentemente de pertencer ao setor que esta sendo trabalhado, contendo ou não domicílios ou estabelecimentos.

235
Foi pesquisado se na face ou na sua face confrontante ou no canteiro central, existia
arborização, ou seja, existia árvore ao longo do calçada/passeio e/ou em canteiro que
divida pistas de um mesmo logradouro, mesmo que apenas em parte. Considerou-se
também a arborização quando existente em logradouros sem pavimentação e/ou sem
calçada/passeio.
 Esgoto a céu aberto
Foi pesquisado se na face ou na sua face confrontante, existia vala, córrego ou corpo
d’água onde habitualmente ocorria lançamento de esgoto doméstico; ou valeta, por onde
escorria, na superfície, o esgoto doméstico a céu aberto.
 Lixo acumulado nos logradouros
Considerou-se quando, na face ou na sua confrontante, existia local de depósito e acúmulo
de lixo. A existência de caçamba de serviço de limpeza não foi considerada como
lixo acumulado em via pública.

A maioria das características do entorno dos domicílios levantadas são desejáveis e, portanto,
quanto mais alta a incidência, melhor a condição urbanística existente. Ressalve-se no entanto que não é
esse o caso de esgoto a céu aberto e lixo acumulado nas vias públicas, quando a baixa ocorrência significa
melhor qualidade de vida urbana19. Cada uma das variáveis pesquisadas pode ser analisada isoladamente
ou em conjunto, apresentando padrões diferenciados entre municípios ou entre unidades espaciais infra e
supra municipais. A existência de identificação do logradouro, de iluminação pública, de pavimentação, de
meio fio/guia, de calçada e de rampa para cadeirante relacionam-se às condições de circulação nas áreas
urbanas. A existência de bueiro/boca de lobo (drenagem urbana), de esgoto a céu aberto, de lixo
acumulado nos logradouros e de arborização refere-se ao meio ambiente urbano da área.

As 9 tabelas do Censo, nº 3357 a nº 3365, com os resultados dessa pesquisa são apresentadas
relacionando-os com algumas características dos domicílios particulares permanentes a saber: a. Forma de
abastecimento de água (tab. 3357); b. cor e raça dos moradores (tab. 3358); d. condição de ocupação(tab.
3359); e. existência de banheiro ou sanitário e tipo de esgotamento sanitário (tab. 3360); f. por destino de
lixo (tab. 3361); g. adequação da moradia (tab. 3362); h. rendimento nominal mensal domiciliar per capita
(tab. 3363); i. responsabilidade pelo domicílio e sexo(tab. 3364) ; j. grupos de idade (tab. 3365).

A tabela 3362, cruza os dados do entorno dos domicílios com as seguintes variáveis de
caracterização da “adequação da moradia”, para a qual estabelece os seguintes critérios:

19
Não foi investigado o entorno dos domicílios onde não havia face de quadra identificada, situação comum em áreas
denominadas pelo IBGE como aglomerados subnormais. Assim a pesquisa em abrangeu 3.580.894 domicílios, ou seja 91,42% do
total da RMRJ. Os domicílios não considerados nessa pesquisa, cerca de 360 mil (9,13% do total) correspondem a uma parcela do
total de domicílios localizados nos aglomerados subnormais os quais receberão tratamento específico nos trabalhos de
espacialização, conforme será discutido em outra parte desse documento.

236
I. Moradia adequada - Domicílio particular permanente com rede geral de abastecimento de
água, rede geral de esgoto, e coleta de lixo;
II. Moradia semi-adequada - Domicílio particular permanente com pelo menos um serviço
inadequado.
III. Moradia inadequada - Domicílio particular permanente com abastecimento de água
proveniente de poço ou nascente ou outra forma, sem banheiro e sanitário ou com
escoadouro ligado à fossa rudimentar, vala, rio, lago, mar ou outra forma e lixo queimado,
enterrado ou jogado em terreno baldio ou logradouro, em rio, lago ou mar ou outro
destino.

Há inúmeras possibilidades de se usar esse riquíssimo acervo de dados para se espacializar na


metrópole, através de SIG, os grandes bolsões de desigualdades das condições urbanísticas e habitacionais.
Esse procedimento, com apoio em análise multicritério, permitirá hierarquizar a intensidade de problemas
a serem resolvidos e, num segundo momento, definir cenários a serem almejados. Essa estratégia
objetivaria, simultaneamente, elevar os padrões urbanísticos e completar a infraestrutura dos bairros, há
muito tempo necessitados dessas intervenções, e, através de estratégias especificas (p.ex. aproveitando
alguns dos instrumentos do Estatuto da Cidade), promover a intensificação dos usos do solo (inclusive com
a implantação de novas moradias) nesses bairros. Além disso, as áreas ainda não ocupadas, ou de baixa
ocupação, situadas nos interstícios desses bairros, em localidades cujos usos do solo devam ser
intensificados, poderiam, também com base na análise multicritério, serem hierarquizadas segundo o seus
potenciais (topografia, acessibilidade etc) para a definição de políticas especificas visando promover o
aproveitamento das mesmas.

Presume-se que a espacialização desses dados permitirá conhecer, qualitativa e quantitativamente,


os vários padrões espaciais de ocupação habitacional do solo da RMRJ e dai se estabelecer uma tipologia
desses padrões.

Aos poucos, iria sendo ampliando e ajustando o número de variáveis de classificação do estoque de
moradias e os cruzamentos delas com outros tipos de informação a partir de uma base inicial. Entre outras
possibilidades esse processo poderá ser também um valioso instrumentos para a construção do coeficiente
de equilíbrio da Região.

237
Figura 6 - Malha parcial dos setores censitários da RMRJ

2.5.6.3. A CONSTRUÇÃO DE UM MODELO DE ANÁLISE ESPACIAL


Como se trata de uma metodologia que está sendo desenvolvida especificamente para o trabalho
do PED, seu aprimoramento será feito aos poucos, com a aplicação de critérios iniciais de estratificação em
SGI dos setores censitários. O conjunto inicial de critérios, aqui indicados, deverá ser aperfeiçoado na
medida em que seja rodado esse modelo de análise até o ponto em que se considere suficiente para a
produção de resultados confiáveis.

2.5.6.3.1. GRUPAMENTO DE SETORES CENSITÁRIOS


Trata-se da criação de um layer inicial, com a espacialização os dados referentes às características
urbanísticas do entorno dos domicílios, que servirá de base para a superposição de todos os demais layers
abrangidos nesse estudo. O primeiro passo consiste no grupamento dos setores censitários visando definir
unidades espaciais maiores, aqui chamadas provisoriamente de nucleações, que apresentem certa
semelhança quanto àquelas características urbanísticas.

Como a proporção de domicílios de cada setor censitário atendidos por cada uma das
características urbanísticas pode variar de 0 a 100%, propõe-se, inicialmente, uma classificação dos setores
em 5 níveis: muito adequado (100% a 80%%); adequado (80% a 60%); semi-adequado (60% a 40%);
inadequado (40 a 20%); e muito inadequado (20% a 0%), que seria pontuada, respectivamente, de 4 a 0
conforme mostrado na tabela a seguir.

238
Tabela 17

Atribuição de pontos por setor

Nota
Característica do entorno da moradia
(exemplo)

Identificação do logradouro 3
Iluminação pública 0
Pavimentação 4
Calçada 0
Meio-fio/guia 1
Bueiro/boca de lobo 2
Arborização 2
Rampa de cadeirante 2
Esgoto a céu aberto 1
Lixo acumulado nos logradouros 1
Total 16
Pontuação, segundo a proporção de domicílios
atendidos

A-Muito adequado: 100% a 80% = 4


B-Adequado: 75% a 100% = 3
C-Semi-adequado: 50% a 75% = 2
D-Inadequado: 25% a 50% = 1
E-Muito inadequado: 0% a 25% = 0

Figura 7

Esse modelo de análise das condições urbanísticas dos bairros residenciais permite muitas
vantagens, entre elas:

I. a política habitacional contemplar não apenas a construção de conjuntos isolados, mas


prever também a elevação das condições urbanísticas de bairros que têm permanecido à
margem da atenção das políticas públicas;
II. localização de novos empreendimentos habitacionais em bairros já infraestruturados mas
que apresentam reduzidas densidades ocupacionais do solo;

239
III. fornecer um apoio para que os municípios, com o apoio do Estado, faça uso dos poderosos
instrumentos criados pelo Estatuto da Cidade para a viabilização dos empreendimentos
habitacionais e de re-qualificação urbanística dos bairros20;
IV. permitir o diagnóstico de necessidades, comuns a áreas e sub-regiões, bem como as
alternativas de intervenção, possam se dar tanto no nível intra como no intermunicipal.

Figura 8

Figura 9

20
Possivelmente um dos fatores que tem contribuído para que os municípios não se interessem pela aplicação dos poderosos
instrumentos criados pelo Estatuto da Cidade tem a ver com a falta de critérios e procedimentos técnicos para a identificação das
áreas onde os mesmos deverão ser aplicados.

240
2.5.6.3.2. MATRIZ DE ANÁLISE MULTICRITÉRIO
Trata-se da criação de outros layers de informações visando permitir, através do cruzamento entre
eles, estabelecer níveis de prioridade/criticidade/potencial de intervenção das políticas e programas nas
nucleações e grupos de nucleações habitacionais estabelecido.

Figura 10 - Processo de filtragens e priorizações em SIG

Poderá ser adotado o método de análise multicritério simplificado e adaptado às necessidades do


PED 21 . Consiste na construção de uma matriz onde nas linhas são dispostas as nucleações (ou,
eventualmente, grupo de nucleações) e nas colunas os critérios de hierarquização dessas nucleações em
função de objetivos pré-estabelecidos. Esse processo, sintetizado na figura abaixo, será detalhado no
próximo Relatório.

21
Trata-se de metodologia semelhante a já adotada no Plano do Arco Metropolitano, quando foi aplicada para
hierarquizar o potencial de aproveitamento de vazios urbanos e áreas em início de ocupação.

241
Figura 11
MATRIZ DE HIERARQUIZAÇÃO DAS NUCLEAÇÕES
Nuclea- Critérios de hieraquização
ções Topo Esgoto Água Acessib 1 Acessib 2 Acessib 3 Densidade Outros Total Pontos
Mun
1
2
Belford Roxo

N
Cachoeiras

Em resumo, se trata de criar “nucleações urbanas”(ou “bolsões urbanos”?) com carências comuns e
que depois possam ser filtradas e hierarquizadas não apenas em termos de intensidade das carências
(prioridade de atendimento) mas, também, em função de outras condicionantes da análise (camadas de
informações), como por exemplo: relevo; áreas que devem permanecer ou tornarem-se protegidas (p.ex.
cotas de inundação; proteção ambiental; proximidades a centralidades e eixos/ redes de transporte;
densidades ocupacionais do solo; vazios urbanos/áreas densificáveis;etc). Essas informações poderão
depois ser usadas pela autoridade do planejamento metropolitano para acompanhar com os municípios a
evolução das transformações que irão surgir no espaço urbano metropolitano em função da
implementação das propostas do PED, e de intervenções de outra origem, que ajudem alcançar os
objetivos desse Plano.

242
2.5.6.4. PRIMEIROS RESULTADOS DO MAPEAMENTO
Nos mapas abaixo, foram lançadas em SIG para cada setor censitário, em caráter preliminar ainda
sem cruzamento de dados nem rigor analítico, as informações sobre algumas das referidas características
do entorno dos domicílios. Os resultados são apresentados em 3 intervalos de classe de 0 a 33%; de 33 a
66%; e de 66 a 100%, correspondentes às proporções de unidades em cada setor censitário sem
atendimento da variável referida em cada tema.

 Setores censitários com domicílios em logradouros sem placa de rua

243
 Setores censitários com domicílios sem iluminação pública

 Setores censitários com domicílios em ruas sem pavimentação

244
 Setores censitários com domicílios em ruas sem meio fio

 Setores censitários com domicílios em ruas sem bueiro/boca de lobo

245
2.6. SANEAMENTO E RESILIÊNCIA AMBIENTAL
A fase inicial de coleta de dados do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado, no
tema Saneamento e Resiliência Ambiental, consiste na realização de uma etapa de diagnóstico.
Inicialmente, foi realizada uma busca/pesquisa sobre os Planos já elaborados para a região de estudo,
conforme listados a seguir:

 Plano Diretor de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara (2005);


 Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia dos Rios Iguaçu-Sarapuí – Projeto Iguaçu (1996);
 Revisão do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia dos Rios Iguaçu-Sarapuí – Projeto Iguaçu
(2007);
 Plano Estadual de Recursos Hídricos do Rio de Janeiro (2014);
 Plano Estratégico de Recursos Hídricos da Bacia dos Rios Guandu,Guarda e Guandu Mirim
(2007);
 Plano Diretor de Manejo de Águas Pluviais da Cidade do Rio de Janeiro (2010);
 Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara (PSAM);
 Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) (1995);
 Plano de Desenvolvimento Sustentável da Baía de Sepetiba (2012);
 Projeto de Recuperação Ambiental do Sistema Lagunar da Barra e Jacarepaguá (2012).

Na sequência, vem sendo feita uma síntese sobre o diagnóstico e o prognóstico descritos em cada
Plano citado, conforme exemplo apresentado abaixo:

2.6.1. PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DA BAÍA DE


GUANABARA (PDRH-BG)

O Governo do Estado do Rio de Janeiro, através da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEEMA)
e da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA) – vinculadas à Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Urbano (SEMADUR), contratou o Consórcio Ecologus – Agrar para elaborar o
Plano Diretor de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara, publicado em 2005.

2.6.1.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O Diagnóstico dos serviços de água e esgoto do Sistema Nacional de Informação Sobre Saneamento
(SNIS) detectou a existência de uma perda superior a 40% nos sistemas de distribuição de água e de um per
capita médio da ordem de 266 l/hab.dia, na Região Hidrográfica da Baía de Guanabara (RHBG), no ano de

246
2000, índices superiores à média da região sudeste. Valores tão elevados, tanto de consumo quanto de
perdas, representam importante impacto na parcela da demanda para abastecimento urbano.

Assim, na busca pelo equacionamento dos déficits a partir do balanço hídrico apresentado no Plano,
o PDRH-BG propôs um melhor uso da água disponibilizada, obtido pela gestão das demandas, através de
um Programa de Combate ao Desperdício de Água (PDCA) com metas de redução de cerca de 25% do valor
de perdas e dos valores per capita em 10% até o ano de 2020. Essa redução foi aplicada apenas nos valores
do per capita da população urbana residente, pois se considerou que esta população era a que se
encontrava mais capacitada a entender e colaborar com programas dessa natureza.

A captação no canal de Imunana, se respeitada a restrição de conservação de uma vazão


remanescente de 50% do Q7,10, apresentará no ano de 2020 um déficit de, aproximadamente 6,49 m³/s.
Da mesma forma, na bacia do rio Iguaçu, os sistemas de abastecimento urbano poderão atingir déficits
hídricos na marca de 2,38 m³/s, em 2020.

Para a solução dos déficits atuais e futuros identificados, o PDRH-BG preconizou, além da gestão
das demandas, a ativação das potencialidades hídricas locais, a partir da implantação de reservatórios de
regularização de vazão, em locais estratégicos, e da construção de estrutura para transferência de vazões.

Foram analisados conjuntos alternativos de obras de regularização que atendessem aos déficits
previstos. Dentre esses, foi selecionado um conjunto de 03 barragens que aumentarão a oferta de água nos
sistemas de abastecimento: Acari-Tinguá e Imunana, com vazões regularizadas de 0,491 m³/s e 3,557 m³/s,
respectivamente.

Para aumentar a disponibilidade hídrica no sistema Imunana, propôs-se, ainda, a transferência de


vazões do rio Caceribu para esse sistema. Esse conjunto de obras é composto de uma captação de água no
rio Caceribu, na fazenda Macacu, próximo à localidade de Porto das Caixas; uma elevatória e um canal de
condução da água até o ponto de deságue no canal de Imunana. Inicialmente, seriam transferidos 1,6m³/s
e, após a construção da barragem de Tanguá, 3,0m³/s.

Alguns sistemas de abastecimento de menor porte contam, ainda, com disponibilidade hídrica não
utilizada no seu manancial. Para esses, foi proposta a ampliação da captação existente, aumentando, assim,
a oferta de água no sistema. É o caso dos seguintes sistemas:

sistema Magé/Suruí, com captação no rio Cachoeirinha, que na época era da ordem de 10l/s e para
o qual se sugere ampliação para 34l/s (metade do Q7,10 do rio no local de captação); e

sistema Tanguá, com captação no rio Caceribu Pequeno, que na época era da ordem de 38l/s e
para o qual se sugere ampliação para 140l/s (metade do Q7,10 do rio no local de captação).

247
O potencial de água disponível nos mananciais subterrâneos da RHBG é ainda subaproveitado,
sendo o nível atual de aproveitamento pouco eficaz para o suprimento das populações neles assentadas.

Dessa forma, o PDRH-BG propôs um Programa de Aproveitamento de Água Subterrânea, que se


divide em dois subprogramas: um voltado ao aprofundamento do conhecimento hidrogeológico da RHBG e
outro à explotação dos recursos hídricos subterrâneos identificados.

2.6.1.2. ESGOTOS DOMÉSTICOS E EFLUENTES INDUSTRIAIS

A infraestrutura de coleta e tratamento de esgoto sanitário existente nos municípios da RHBG é


bastante precária. De um volume aproximado de 22,4 m³/s de esgoto produzido na região, no ano de 2000,
apenas cerca de 5,7 m³/s eram coletados por redes de esgoto e efetivamente tratados pelas ETEs.

Observa-se que apenas os municípios de Nilópolis, Rio de Janeiro e Niterói têm índices de coleta
superiores a 70%, enquanto os municípios de Itaboraí, Tanguá e Guapimirim apresentam índices inferiores
a 30%, mostrando a deficiência do sistema de coleta de esgotos. Além disso, nem todo o esgoto
transportado pela rede chega às estações de tratamento, já que uma parcela do esgoto é transportada por
redes de águas pluviais e lançada diretamente nos cursos d'agua.

Existiam na RHBG, no ano de 2000, 10 ETEs em operação (Alegria, Penha, Acari, Pavuna, Sarapuí,
Gramacho, São Gonçalo, Icaraí, Ilha de Paquetá e Ilha do Governador), das quais seis encontravam-se na
área oeste da região, duas na área leste, onde ocorrem as maiores concentrações populacionais, e duas nas
ilhas. Não havia, portanto, nenhuma estação de tratamento nas áreas norte e nordeste.

Na área oeste, os rios dificilmente poderão ser recuperados para uso no abastecimento humano,
com exceção de alguns poucos aproveitamentos de cabeceiras, onde as vazões são pequenas. Já os rios da
parte leste, apresentam boa vazão e qualidade que ainda permite sua utilização para abastecimento
humano.

Assim, na busca da preservação desses mananciais ainda aproveitáveis, o PDRH propôs a


implantação de ETEs, na área norte e nordeste da RHBG, como por exemplo:

 ETE em Guapimirim, com capacidade para 100 l/s de vazão média e tratamento secundário;
 ETE em Tanguá, com capacidade para 90 l/s de vazão média e tratamento secundário;
 Ampliação da capacidade de tratamento em Itaboraí, para 800 l/s de vazão média e nível
secundário.

O Programa visa beneficiar 444.000 habitantes até 2020 e uma redução da carga de DBO de 75% no
mesmo ano.

248
O controle dos efluentes industriais já era planejado e realizado pela Fundação Estadual de
Engenharia e Meio Ambiente (FEEMA), no âmbito da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara, com
bastante sucesso.

Além disso, a operação das atividades programadas, tanto a coleta de dados como a tabulação dos
resultados obtidos, dentro do banco de dados conhecido por CONTRIN, vinha sendo executada de forma
irrepreensível. A única restrição ficava por conta das dificuldades físicas e financeiras, que impediam que
fosse realizado um maior número de vistorias e de medições “in loco”.

Assim, o PDRH propôs que fosse mantido o Programa de Controle de Efluentes Líquidos Industriais
realizado pela FEEMA, incorporando-se ao mesmo novos indicadores de desempenho ambiental e
aumentando-se o número de vistorias com medições “in loco” para uma frequência de quatro vistorias por
indústria ao ano, sendo que em uma delas seria coletada amostra para análise em laboratório, para 455
indústrias consideradas no Programa.

2.6.1.3. RESÍDUOS SÓLIDOS

A situação da coleta de lixo nos 15 municípios que compôem a RHBG, com exceção de Itaboraí, é
razoável, atingindo índices superiores a 70%, para o lixo domiciliar, e 80%, para o lixo público.

Os municípios mais populosos das áreas oeste e leste da região são os que apresentam os maiores
índices de atendimento.

No tocante à disposição final do lixo coletado, os municípios de Belford Roxo e de Cachoeira de


Macacu ainda se utilizavam de lixões; os municípios de Guapimirim, Magé, Niterói e São Gonçalo
dispunham de aterros controlados; os municípios de Itaboraí, Nova Iguaçu, Rio Bonito, e Tanguá instalaram
aterros sanitários próprios; e os municípios de Duque de Caxias, Mesquita, Nilópolis, Rio de Janeiro e São
João de Meriti utilizavam um mesmo aterro sanitário - o aterro metropolitano de Jardim Gramacho,
localizado no município de Duque de Caxias, mas operado pela COMLURB (empresa concessionária do
município do Rio de Janeiro).

Observou-se, ainda, que uma boa parte dos moradores da região realizava a disposição final de seu
lixo em suas propriedades - por meio de queimadas ou enterramento -, assim como em locais indevidos -
em terrenos baldios, logradouros públicos, corpos hídricos, etc.

A situação de coleta e destinação dos resíduos hospitalares e industriais é precária, com uma
execução de serviços em um grau abaixo do recomendável, não existindo uma destinação adequada dos
resíduos hospitalares e tóxicos, com um controle deficiente e uma fiscalização pouco eficaz e não
sistemática.

249
As causas da precariedade da prestação desses serviços são a ausência de recursos e a ausência de
uma estrutura técnico-adiministrativa capaz de reduzir os custos operacionais, de administrar os recursos
disponíveis e de gerar parte de sua própria receita.

Visando obter a melhoria da qualidade dos recursos hídricos e ambientais da RHBG, o PDRH propôs
um Programa de Coleta e Disposição final de Resíduos Sólidos, que tinha como diretrizes incrementar e
ampliar os serviços de limpeza urbana, melhorando o índice da coleta de lixo domiciliar e da limpeza
pública e estendendo seus serviços regulares para a desobstrução de galerias de águas pluviais, por
exemplo, e implantar aterros sanitários coletivos ou individuais, para a destinação final do lixo, entre outras.

2.6.1.4. QUALIDADE AMBIENTAL

Os municípios situados a oeste, na RHBG, constituem, via de regra, grandes adensamentos urbanos,
com intensa degradação ambiental. A cobertura vegetal, nesta região, não ultrapassa os 19%, incluindo
todas as formações vegetais. Apenas na parte alta das sub-bacias dos rios Iguaçu e Estrela, no sopé de
regiões montanhosas, nos municípios de Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Magé, ainda existem alguns
remanescentes florestais.

O lado leste da RHBG apresenta situação semelhante nos municípios de Niterói e São Gonçalo, por
conta da intensa urbanização. Já na parte nordeste, nos municípios de Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito,
Cachoeira de Macacu, Guapimirim e parte do município de Magé, ainda pouco urbanizados, predominam
as pastagens e extensas áreas de remanescentes florestais, protegidos em Unidades de Conservação.

Assim, a área oeste deve ser destinada principalmente à conservação das áreas com
remanescentes florestais e ao reflorestamento, com a finalidade de ampliar e unir fragmentos. A área
nordeste foi definida como prioritária para a implementação de ações do Programa de Reflorestamento e
Regeneração da Cobertura Vegetal, englobando a conservação e recuperação de áreas de mananciais e
matas ciliares. Foi proposta, também, a implantação de florestas com potencial econômico, tais como
sistemas agro-florestais e plantações de espécies de rápido crescimento.

Estimou-se que existissem aproximadamente 8.174 hectares com necessidade imediata de


reflorestamento, sendo 3.215,6 hectares em matas ciliares, nas sub-bacias dos rios Iguaçu, Estrela, Suruí-
Roncador, Guapi-Macacu e Caceribu, 3.800 hectares em áreas de proteção de mananciais, na bacia dos rios
Guapi-Macacu e Caceribu e 1.158,4 hectares em áreas de manguezal e florestas econômicas.

A Baía de Guanabara perdeu grande parte de seus ecossistemas naturais desde o início da
ocupação de seu território. Restavam, na época dos estudos para a elaboração do PDRH, aproximadamente,
1.486 km² de áreas em estado natural ou seminatural, englobando florestas em vários estágios sucessionais
e manguezais herbáceos e arbóreos.

250
Grande parte da vegetação remanescente encontra-se abrigada em Unidades de Conservação ou
situa-se em locais de difícil acesso, o que garantiu sua relativa integridade até os dias de hoje.

Existem dois tipos de áreas que devem ser consideradas prioritárias para a conservação na Região
Hidrográfica da Baía de Guanabara:

 os manguezais, devido à grande redução de sua área e sua importância para a manutenção da
vida marinha, por ser o local de reprodução e abrigo de diversas espécies, incluindo-se, aí,
espécies de interesse comercial; e
 as áreas que contêm remanescentes florestais significativos, na região situada a leste da baía,
onde nascem os últimos rios da região com potencial para abastecimento domiciliar.

Estas áreas devem ser convertidas em Unidades de Conservação, mas possuem algum tipo de
proteção institucional – aqui denominadas áreas com restrição de uso – como encostas com declividade
superiora 45° e margens de rios e outros corpos d’água, conforme previsto no artigo 2º da lei federal nº
4.771/65 (código florestal) e portaria SERLA 324/03, devem ser alvo de atenção por parte das diversas
esferas de governo, pois, se bem manejadas e adequadamente fiscalizadas, podem se constituir em
corredores ecológicos fundamentais para evitar o isolamento das áreas de maior relevância ambiental.

É também de grande importância o fortalecimento das unidades já existentes e não implantadas


efetivamente. Existe a necessidade de elaboração e implementação dos Planos de Manejo e do
zoneamento destas unidades, em atendimento ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e
para que seus recursos possam ser plenamente utilizados pela sociedade.

Foi proposto, então, pelo PDRH o Programa de Criação de Unidades de Conservação, que teve
como metas, por exemplo:

 Implantar efetivamente a APA do Barbosão, situada nos municípios de Tanguá e Itaboraí; e


 Implantar as APA do entorno da reserva biológica do Tinguá (APA de Xerém, APA do
RioTinguá/Iguaçu, APA do Geneciano, APA do Rio D’Ouro e APA do Morro de São José).

2.6.1.5. DESLIZAMENTOS

As áreas mais propícias aos movimentos de massa foram identificadas nos maciços costeiros e
colinas cobertas por argissolos das áreas territoriais de Niterói e São Gonçalo e no maciço da Tijuca e do
Mendanha, no Rio de Janeiro, que apresentam relevos escarpados, com alta pressão da urbanização,
principalmente da informal. As diferenças pedológicas existentes entre estas duas áreas podem
representar um maior volume de material detrítico em eventos ocorridos nos maciços do Rio de Janeiro e
rupturas mais rasas nos eventos de Niterói e São Gonçalo.

251
Em relação ainda aos processos erosivos relativos aos movimentos de massa, os terrenos
localizados nos contrafortes da Serra do Mar, desde as bacias a noroeste até as nascentes das bacias a
nordeste da RHBG, possuem as características morfológicas mais propícias a escorregamentos, isto é,
declividades mais acentuadas e pouca espessura dos solos. O fato, porém, é que a cobertura florestal
relativamente bem preservada ao longo de toda a área dos contrafortes da serra do Mar garante, além da
permeabilidade dos fluxos, a ocorrência de movimentos de massa em áreas com baixos índices
populacionais ou completamente cobertas por vegetação. Outras localidades dentro da RHBG podem
apresentar eventos relativos a deslizamentos, porém, nestes ocorrem concentrações pluviométricas
excepcionais, de forma que, comparativamente às áreas mencionadas, apresentam riscos sensivelmente
menores.

2.6.1.6. ENCHENTES

Os levantamentos realizados mostraram uma maior concentração de problemas de inundação nos


municípios do Rio de Janeiro (principalmente nos tributários dos canais do Mangue e do Cunha), da Baixada
Fluminense (bacias dos rios Iguaçu-Sarapuí, Estrela e canal de Magé) e São Gonçalo (bacias dos rios
Imboaçu e Guaxindiba), como descrito a seguir:

 No município de Belford Roxo, na sua porção oeste e central, foram identificados vários pontos
de alagamento ao longo do rio da Bota, em zonas residenciais e de ocupação mista. Na sua
porção leste, junto ao canal de cintura do rio Iguaçu, foram identificadas duas sujeitas à
inundação, no Vale do Ipê e perto do canal do canteiro, no lote XV. O precário estado de
conservação do sistema de comportas do rio Iguaçu contribui para o agravamento das
inundações nesses locais;
 No município de Duque de Caxias, a maior parte das inundações ocorre em loteamentos
irregulares, localizados em terras baixas, nas proximidades dos rios que cortam o município,
como é o caso das comunidades de Marilândia e Parque Inverno, Vila Uruçaí, Vila Sapê,
Saracuruna, Cangulo, Nova Campina, Parada Morabi e Parque Estrela, em Imbariê. As
comunidades de Dique 2, Nova Jerusalém e Vila Fraternidade, localizadas ao longo do canal do
rio Sarapuí, Vila Alzira, localizada junto ao canal de cintura do Rio Iguaçu e o bairro Pilar,
localizado junto ao canal do Pilar, também são áreas favelizadas, que se encontram sob risco de
inundação. Diversas são as obras feitas por ocasião do Plano Diretor de Recursos Híídricos da
Bacia dos Rios Iguaçu-Sarapuí. Foi identificada a necessidade de reparos e revisão dos projetos,
em face da nova realidade de ocupação de suas margens.
 O município de Itaboraí teve uma das maiores taxas de expansão urbana dos últimos anos
dentre os municípios da área do entorno da Baía de Guanabara, mas a administração municipal

252
não desenvolveu um plano urbanístico adequado para regular a questão do uso do solo, frente a
essa expansão. Dessa forma, várias áreas baixas localizadas em trechos marginais aos rios
afluentes aos rios Macacu e Caceribu encontram-se sujeitas à inundação, como é o caso do
distrito de Itambi, que possui uma área frequentemente afetada por cheias, devido à obstrução
causada pela travessia de duas adutoras assentadas quase ao nível do NA médio do rio.
 O município de Magé apresenta várias localidades afetadas por inundações periódicas, dentre
elas se destaca a área marginal ao canal de Magé, que corta a sede do município. Nesse local,
associado aos problemas de assoreamento da calha e baixa velocidade de escoamento, o canal é
fortemente afetado pela maré. Sua cota e declividade na área urbana são tão baixas que o fluxo
chega a ser invertido durante o período da maré alta. A ocupação das áreas marginais planas e
baixas se faz de forma desordenada. Como consequência, quando ocorre chuva intensa
associada à maré alta, há inundação das áreas baixas, onde a ocupação dos lotes já se encontra
consolidada, com residências de baixo e até de médio padrão.

Esse evento vem ocorrendo com uma frequência anual. A localidade do Parque Azul é
frequentemente inundada durante o período de chuvas intensas. O canal que drena essa área, por ocasião
das cheias, sofre remanso pelo rio Roncador, ao qual é contribuinte. O distrito de Suruí possui uma parcela
da sua mancha urbana, denominada Vila Nova de Suruí, frequentemente afetada pelos efeitos da
inundação do chamado valão do Vai-Vem. Áreas de mangue adjacentes ao valão estão sendo aterradas e
ocupadas, o que agrava o problema. Além destas, são frequentes as inundações nas áreas marginais aos
rios Imbariê, Inhomirim, Caiobá Mirim, nas localidades de Imbariê, Vila Inhomirim e Piabetá,
respectivamente.

 Nos municípios de Mesquita, Nilópolis e São João de Meriti, ocorrem inundações nas áreas
marginais ao rio Sarapuí. Embora tenham sido feitas algumas obras para eliminar o problema, a
má conservação destas e a ocupação desordenada das áreas marginais a esse curso d'água
continuam agravando o problema de inundação dessas áreas.
 Em Niterói, ocorrem problemas de inundação em áreas marginais aos rios Maruí e Bomba,
devido, principalmente, à existência de vários pontos de estrangulamento da seção de
escoamento, consequência da urbanização mal planejada. O efeito das marés também contribui
para intensificar o problema.
 Em Nova Iguaçu, ocorrem inundações em duas áreas às margens do Rio Bota, sendo uma
próxima do bairro de Comendador Soares, conhecida como Santa Eugênia, e a segunda nas
comunidades de Caiuba e Viga, localizadas próximo à divisa com o município de Belford Roxo.
 No município do Rio de Janeiro, ocorrem inundações por extravasamento dos cursos d'água, nas
áreas marginais ao trecho inferior do rio Maracanã e canal do Mangue, na Praça da Bandeira; no
canal do Cunha, na área de Manguinhos; no rio Faria-Timbó, entre o deságue do rio Jacaré e sua

253
foz, no canal do Cunha; em outras sub-bacias, como a do rio Acari, foram observados pontos de
obstrução que dificultam o escoamento nos períodos de cheia.
 No município de São Gonçalo, nos bairros de Monjolo, Vista Alegre, Luiz Caçador, Trindade e
Galo Branco, ocorrem inundações devido a obstruções nas calhas dos rios Monjolo e Caçador,
afluentes do rio Guaxindiba. Nos bairros de Boaçu, Zé Garoto, Rocha e Boa Vista, ocorrem,
também, inundações por extravasamento de afluentes do rio Imboaçu. Ainda foram
identificados outros locais, nas áreas marginais aos rios Marimbondo e Brandoas, também
sujeitos às inundações.

Nos demais municípios, as áreas com problemas significativos de inundações não foram
identificadas, embora essas possam ocorrer, com uma frequência menor, em algumas áreas marginais
baixas, onde venha se processando uma ocupação desordenada.

A fim de superar as deficiências identificadas e evitar o surgimento de novos problemas,


decorrentes do prosseguimento da ocupação urbana, foi proposto o Programa de Controle e Prevenção de
Enchentes, que tinha como linhas de ação a construção de obras públicas, incluindo dragagem e/ou
canalização de cursos d’água e substituição de travessias que obstruíam o escoamento, por exemplo, a
adoção de medidas preventivas, como delimitar as áreas inundáveis e criar legislação tornando-as não
urbanizáveis e a adoção de medidas mitigadoras das inundações, como o serviço de alerta.

2.6.2. PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA DOS RIOS IGUAÇU-SARAPUÍ –


PROJETO IGUAÇU (1996)

A SERLA, atualmente INEA, com o apoio do BIRD e da CEF e em convênio com o PNUD, montou
uma equipe técnica, localizada no Laboratório de Hidrologia da COPPE-UFRJ, com o objetivo de elaborar o
Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia dos Rios Iguaçu/Sarapuí, com ênfase no controle de inundações,
conhecido como Projeto Iguaçu. Esse plano foi concluído em dezembro de 1995, após dois anos de
elaboração.

A bacia dos rios Iguaçu/Sarapuí abriga integralmente os municípios de Belford Roxo e Mesquita e
parte dos municípios do Rio de Janeiro (abrangendo os bairros de Bangu, Padre Miguel e Senador Camará),
de Nilópolis, São João de Meriti, Nova Iguaçu e Duque de Caxias, todos pertencentes à Região
Metropolitana do Rio de Janeiro.

As informações acerca dos setores de Saneamento foram obtidas através de pesquisa com as
famílias residentes na mancha de inundação da bacia do rio Iguaçu. O universo da amostra representou
uma população de aproximadamente 180.000 habitantes, donde foram amostrados 1.490 domicílios,

254
totalizando 6.034 habitantes. Essa amostra abrangeu um percentual de 3,4% da população alvo, com uma
representatividade amostral superior ao valores recomendados pela teoria estatística.

2.6.2.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA:

O sistema de abastecimento de água por rede geral atendia a 86% da população da área. Esse
percentual, quando confrontado com os valores apresentados no Censo de 1991, apresenta-se um pouco
mais baixo do que os valores gerais dos municípios do Rio de Janeiro (98%), Nilópolis (99%) e São João de
Meriti (96%); e um pouco mais alto do que os dos municípios de Duque de Caxias (80%), Belford Roxo (73%)
e Nova Iguaçu (81%). Considerando-se que essas são as áreas mais carentes em infraestrutura urbana
desses municípios, era de se esperar níveis mais baixos de serviços públicos.

Por outro lado, municípios com altos percentuais de atendimento de infraestrutura básica como
Nilópolis e São João de Meriti, elevam o percentual de atendimento por rede pública detectado na amostra.
Os outros domicílios (14%) que não possuíam abastecimento por rede geral situavam-se nas áreas rurais
dos municípios de Nova Iguaçu e Duque de Caxias e nas áreas faveladas ao longo dos cursos d’água.

2.6.2.2. ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Os investimentos realizados na ampliação do sistema de abastecimento de água não foram


acompanhados, em níveis satisfatórios, em investimentos para ampliação da rede coletora de esgotos.
Somente 31,5% dos domicílios amostrados possuíam sistemas de esgotamento sanitário ligado à rede geral
e, mesmo assim, sistemas unitários, constituídos por uma rede única destinada a coletar as águas pluviais e
que também recebe os esgotos provenientes desses domicílios. Esses efluentes eram lançados “in natura”
na rede de drenagem. A maior parte dos domicílios amostrados (51,5%) lançava seus efluentes diretamente
nos cursos d’água. Os restantes o faziam em fossas rudimentares (5,4%), em fossas sépticas (4,7%) e outros
(6,8%) não possuíam nenhum tipo de esgotamento.

2.6.2.3. RESÍDUOS SÓLIDOS:

De um modo geral, os níveis de atendimento dos serviços de coleta domiciliar e pública nos
municípios da bacia eram extremamente precários e assumiam proporções ainda mais críticas nas áreas
objeto da pesquisa. Como são áreas, em sua maior parte, de baixa renda, com uma precária infraestrutura
urbana, os serviços de coleta convencional adotados pelos municípios não atendiam boa parte da
população que vivia nesses locais. Somente 20,9% dos domicílios amostrados eram atendidos

255
satisfatoriamente pelo serviço de coleta e 18,8% o eram de forma insatisfatória. Os outros 60% não eram
atendidos pelo sistema de coleta, dando outra destinação para seus resíduos.

Do percentual não coletado, 36% dos domicílios pesquisados informaram que utilizavam a queima
do lixo como alternativa a falta de recolhimento. Somente 7,6% dos entrevistados admitiram que
dispunham seus resíduos diretamente no curso d’água. Nas observações de campo, constatou-se que essa
conduta é muito mais recorrente, sobretudo para as populações situadas mais próximas aos cursos d’água.

De acordo com os resultados obtidos na pesquisa, só 33,7% do serviço de coleta tinha uma
frequência de atendimento em níveis satisfatórios, apesar de mais da metade da população atendida
considerar que a frequência de atendimento era boa. Os demais domicílios (66%) eram atendidos com uma
frequência insuficiente para recolher todo o lixo produzido pela comunidade. A grande quantidade de lixo
depositado nos logradouros e nos rios e canais, fato comum em toda a área, confirmava esses dados.

2.6.2.4. QUALIDADE AMBIENTAL:

Mais de 60% da extensão total da bacia eram áreas rurais, cobertas por vegetação e campos
antrópicos. Dos quase 50.000ha, cerca de 15.000ha eram florestas primárias. Grande parte dessa área rural
encontrava-se dentro dos limites da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica do Rio de Janeiro, homologada
pela UNESCO em 10 de outubro de 1992. Na bacia Iguaçu/Sarapuí, além da Reserva Biológica do Tinguá e
do Parque Estadual da Serra de Madureira/Mendanha (chamadas de zona núcleo I) fazem parte da Reserva
da Biosfera três zonas, no entorno dessas UCs:

 Zona núcleo II - áreas florestais bem preservadas que revestem trechos contínuos de Serra do
Mar, mas que não foram transformadas em UCs;
 Zona tampão ou de amortecimento - áreas que envolvem as zonas núcleo, nas quais o uso do
solo e demais atividades econômicas devem garantir a integridade dos ecossistemas
circundados;
 Zona de transição - são as zonas mais externas da Reserva da Biosfera, onde os princípios
básicos de desenvolvimento sustentado devem ser incentivados, visando reduzir o impacto das
concentrações populacionais, estradas ou núcleos industriais, sobre os ecossistemas que se
pretende proteger.

Dentro dessa ótica de conservação de remanescentes florestais de Mata Atlântica e de incentivo ao


desenvolvimento sustentado, o Projeto Iguaçu propôs o Programa de Recuperação Ambiental visando
estabelecer formas de uso, para a área não urbanizada da bacia, que revertessem a tendência de
degradação e insustentabilidade para uma condição de melhor aproveitamento dos recursos naturais, em
bases ecológicas e econômicas sustentáveis a longo prazo.

256
O Programa definiu áreas específicas para a implantação de reflorestamentos, agrossilviculturas
(consorciadas ou não com pastagens), unidades de conservação (reservas particulares), recuperação de
áreas degradadas e expansão urbano-industrial.

Para as áreas urbanizadas, este programa se restringiu à implantação das medidas necessárias ao
controle da erosão em áreas com declividade superior a 5%, combinando a pavimentação e instalação de
sistemas de drenagem eficientes em ruas não pavimentadas com o reflorestamento de eventuais terrenos
degradados.

2.6.2.5. DESLIZAMENTOS

De acordo com a caracterização geológico-geotécnica apresentada no Projeto Iguaçu, a bacia


apresenta Migmatitos associados ao Complexo Paraíba do Sul, litologias que ocorrem em relevo
montanhoso, com forte declividade. Nestas condições, são bastante suscetíveis à escorregamentos
superficiais e profundos, sendo frequentes as quedas de blocos relacionados às estruturas da rocha,
mesmo quando protegidos pela cobertura vegetal. Quando desprovidos de vegetação são bastante sujeitos
à erosão hídrica.

A bacia também apresenta Rochas de Caráter Granítico associadas ao Complexo Paraíba do Sul.
Nos relevos de morro, as encostas com declividades acentuadas, intensamente utilizadas por pastagem,
são bastante sujeitas à desequilíbrios. Nos relevos de morrotes, encontram-se sujeitos a ocorrência esparsa
de ravinamentos, voçorocas e de escorregamentos mais profundos.

Além das litologias citadas, há também a presença de Rochas Alcalinas Intrusivas, que ocorrem em
relevo montanhoso com fortes declividades, sendo estas áreas potencialmente favoráveis à deslizamentos
e quedas de bloco, mesmo na presença de cobertura vegetal.

A localização dessas áreas é apresentada na figura abaixo.

257
Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..1 - Mapa de Geologia - Bacia
Hidrográfica dos Rios Iguaçu/Sarapuí

(Fonte: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Iguaçu - Sarapuí Ênfase: Controle de Inundações -
RELATÓRIO FINAL - Volume 1 - Plano Diretor)

2.6.2.6. ENCHENTES

O Projeto Iguaçu identificou que as inundações na bacia decorrem basicamente do processo de


ocupação e uso do solo, inadequado às condições particulares da Baixada Fluminense. Neste processo são
agravantes: a falta de infraestrutura urbana, a deficiência ou total inexistência dos serviços de esgotamento
sanitário e coleta de resíduos sólidos, a exploração descontrolada de jazidas minerais, a ocupação
desordenada e ilegal de margens dos rios ou de planícies inundáveis, a falta de tratamento nos leitos das
vias públicas, a obstrução ou estrangulamento do escoamento em decorrência de estruturas de travessias
implantadas sem a preocupação de não interferir no escoamento (pontes, tanto rodoviárias quanto
ferroviárias, e tubulações de água), bem como muros e edificações que obstruem as calhas dos rios. Na
origem destes problemas sempre se encontra, ou uma legislação inadequada de uso do solo, ou, na grande
maioria dos casos, o não cumprimento da legislação existente.

258
O mapeamento realizado pelo Laboratório de Hidrologia da COPPE, apresentado no Volume I do
Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia dos Rios Iguaçu/Sarapuí, das áreas inundáveis na bacia para
uma recorrência de cheias de 20 anos, pode ser visto na na figura abaixo.

Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..1 - Áreas Inundáveis na Bacia
Hidrográfica dos Rios Iguaçu/Sarapuí.

(Fonte: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Iguaçu - Sarapuí Ênfase: Controle de Inundações -
RELATÓRIO FINAL - Volume 1 - Plano Diretor)

As ações previstas no Plano Diretor foram divididas em duas categorias principais: as chamadas
ações estruturais, correspondendo a obras de controle de inundação realizadas na própria calha dos rios e
valões, e as ações não estruturais, de natureza diversa, voltadas para o apoio à realização das obras e à sua
conservação, ao ordenamento do uso do solo, ao reassentamento de famílias residentes em áreas de risco,
à melhoria do nível de conhecimento da região e à recuperação ambiental.

 Ações Estruturais:

259
Controle das Inundações na Bacia do Rio Iguaçu: Necessidade de intervenções localizadas como
dragagens e escavações complementares junto às pontes da BR-040 e da RFSA e alargamento do rio
próximo a Adrianópolis.

Drenagem dos Afluentes do Rio Iguaçu: Ficou bastante comprometida após a construção da
refinaria Duque de Caxias – REDUC, sendo constatada a necessidade de obras de extensão, e
aprofundamento do referido canal, recuperação e implantação de estruturas de comportas, no âmbito da
própria refinaria, e canalizações (com seções em solo, em concreto ou misto) nos valões Campos Elíseos,
Parque Barão do Pilar e Jardim Piratininga, com substituição ou construção de algumas travessias,
envolvendo, no caso dos valões, diversas relocações de moradias. Fora isso, foram relacionadas diversas
outras obras nos rios como canalizações, execução de galerias e obras de microdrenagem localizadas ao
longo do Valão Vale do Ipê.

Obras de Microdrenagem no Rio Botas e Afluentes: Substituição da ponte do ramal de Ambaí e o


aumento da seção de escoamento da ponte da Av. Estrela Branca deveriam ser suficientes para que os
níveis de cheia do baixo rio Botas se limitem a valores aceitáveis. Além dessas medidas, foi recomendada a
canalização dos canais Babí e Machambomba.

Controle das Inundações na Bacia do Rio Sarapuí: A análise do perfil de linha d’água revelou a
necessidade de dragagens complementares nas proximidades da ponte da Av. Presidente Kennedy e no
estirão entre a Av. Automóvel Clube e a fábrica da Bayer.

Drenagem dos Afluentes do Rio Sarapuí: Aqueles controlados por pôlderes deveriam ser
canalizados para assegurar que os benefícios das obras realizadas no curso baixo fossem refletidos ao longo
do estirão de montante.

Controle do Lançamento de Sedimentos nos cursos d’água: Implantação de monitoramento e


controle do assoreamento, com exigência da manutenção permanente por parte das prefeituras, para que
seus benefícios e os das obras de macrodrenagem executadas ou programadas fossem concretizadas.

 Ações e Medidas Não Estruturais - Ordenamento do Uso do Solo em Áreas Inundáveis:

Em situações extremas, como áreas de risco ou de comprometimento às estruturas de drenagem, o


Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia dos Rios Iguaçu/Sarapuí indicou a relocação das moradias
existentes nesses locais. Para as áreas de ocupação incipiente, ou mesmo não ocupadas, e que fossem
passíveis de ocupação desde que respeitados determinados limites e critérios, foram definidas algumas
recomendações de uso, de acordo com as características específicas de cada área.

A seguir são descritas as características das diversas áreas, bem como apresentadas e justificadas
as recomendações de uso mais adequado para cada uma.

260
Reservatório Natural: Áreas que sofrem inundações temporárias e não estavam ocupadas à época
da elaboração do Plano Diretor e cujos usos eram essencialmente rurais.

O Plano Diretor indicou que essas áreas, por serem importantes reservatórios temporários de
cheias, não deveriam sofrer ocupação urbana ou industrial, em hipótese alguma, sob pena de
comprometer a drenagem a jusante, já bastante impactada. Segundo o Plano, o uso rural pode ser mantido
desde que não sejam construídas estruturas que dificultem a drenagem dessas áreas.

Percebe-se que os grandes reservatórios naturais da bacia localizam-se nas áreas baixas situadas
aos pés das serras de Tinguá e Xerém, nos afluentes da margem esquerda do rio Iguaçu, justamente as mais
distantes do Rio de Janeiro e das principais vias de penetração (rodovias Pres. Dutra e Washington Luís e
ferrovias), encontrando-se, por isso, ainda preservadas. Essas áreas merecem cuidados especiais para
controle das atividades de extração de areia das calhas fluviais, em processo de crescimento desordenado.
É importante, também, o incentivo de práticas produtivas adequadas a áreas periodicamente inundáveis,
como uso pastoril e recreativo.

Reservatório Pulmão: Áreas que funcionam como reservatórios de acumulação de cheias,


associados às estruturas de pôlderes (canais de cintura, comportas, estações de bombeamento, etc).
Nessas áreas, só deverão ser permitidos tipos de usos do solo que não introduzam perdas hidráulicas ao
escoamento e que possam ser inundáveis temporariamente sem causar transtornos para a população.
Podem ser citadas como usos recomendáveis para essas áreas a construção de parques, praças e quadras
de esporte, ciclovias, campos de futebol, etc, cujos prejuízos causados pelas enchentes sejam apenas a
interrupção temporária das atividades de lazer e eventuais despesas com limpeza e recuperação dos
equipamentos, após a descida das águas.

Para o sucesso dessa iniciativa é necessária a articulação de ações entre os órgãos estaduais, em
particular a SERLA, e as prefeituras municipais, de tal forma que as áreas destinadas aos reservatórios
pulmão sejam protegidas e urbanizadas pelas prefeituras imediatamente após o término das intervenções.

Ocupação Condicionada: Para algumas áreas sujeitas a inundações não é viável a implantação de
estruturas de proteção devido às baixas cotas do terreno natural e à dificuldade no estabelecimento de um
sistema de pôlder. Para essas áreas, o Plano Diretor propôs a elevação da cota do terreno para níveis
seguros em relação às inundações e a implantação de arruamentos e utilidades públicas que induzam o
ordenamento na ocupação do solo. Tais áreas de ocupação condicionada existem em duas situações:
ocupadas e não ocupadas.

No caso das áreas já ocupadas, podem, também, serem adotadas soluções individuais, comuns em
alguns lugares na Baixada, tais como a colocação de comportas de proteção nas portas das casas, a
construção de muretas em volta da entrada da casa, a vedação (por meio da colocação de válvulas) nas

261
saídas dos sistemas de esgotamento sanitário, etc. Para tais casos, o Plano Diretor propôs a elaboração de
material informativo, ilustrado, sobre medidas domiciliares de controle de enchentes.

Nos casos em que não era possível a proteção individual, devido aos níveis alcançados pelas
inundações, a solução recomendada pelo plano foi a elaboração de programas de estímulo aos
proprietários para a elevação do piso das residências para níveis seguros e de melhorias das condições de
infraestrutura urbana por parte das prefeituras. Para tanto, a proposta do Plano é que os órgãos
financiadores, como a Caixa Econômica Federal, concedam linhas de financiamento específicas para tal
propósito. Em áreas edificáveis ainda não ocupadas, cujos terrenos estejam em cotas sujeitas a inundações,
o Plano Diretor recomendou que as prefeituras adotassem como exigência ao licenciamento de
loteamentos a execução de aterros destinados a elevar as cotas das ruas e a implantação de infraestrutura
em cotas superiores ao nível de inundação do local, de modo a condicionar a ocupação dos lotes.

2.6.3. REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA DOS RIOS IGUAÇU-
SARAPUÍ – PROJETO IGUAÇU (2007)

A atualização do Plano Diretor foi desenvolvida pela Fundação COPPETEC no âmbito do Contrato
firmado em 23/12/2007 com a Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA). O
denominado “Projeto Iguaçu”, foi executado pelo Laboratório de Hidrologia e Estudos do Meio Ambiente
da COPPE.

2.6.3.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Mesmo nos municípios com mais de 90% de domicílios ligados à rede geral de água, segundo o
Censo do IBGE-2010, como Nova Iguaçu e São João de Meriti, são conhecidos os problemas relativos à
frequência irregular do abastecimento, falta de pressão na rede e má qualidade da água que chega às
residências. Problemas de interrupção e irregularidade no abastecimento implicam a adoção de soluções
paliativas. Muitas vezes os moradores recorrem aos poços como solução para cobrir as falhas no sistema de
abastecimento de água.

Em pesquisa realizada em 2000 pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, no município de
Nova Iguaçu, verificou-se que, em um universo de 241 domicílios pesquisados, 80 consumiam água que
apresentava um índice de coliformes totais e fecais acima do considerado normal. Dessas 80 casas, 36
recorriam a poços e 44 tinham como fonte de abastecimento apenas a rede pública. Em São João de Meriti,
dados do DATASUS demonstravam, em 2001, que 80% dos atendimentos a crianças de até cinco anos de

262
idade nos dois postos de saúde existentes na cidade foram causados por doenças de veiculação hídrica, ou
seja, pela contaminação através das águas poluídas. (Britto e Bessa, 2008).

2.6.3.2. ESGOTAMENTO SANITÁRIO

A situação dos serviços de esgotamento, tanto em termos dos sistemas de coleta, quanto no que
tange ao tratamento dos efluentes na Baixada Fluminense, é ainda mais precária, como mostram dados do
Censo do IBGE, indicando importantes déficits no acesso aos serviços. Dados da Pesquisa Nacional de
Saneamento Básico de 2000 demonstram que na maior parte dos distritos municipais da Baixada
Fluminense não existe sistema separador, sendo os esgotos ligados à rede de drenagem. As estruturas de
tratamento de esgotos da Baixada começaram a ser construídas na década de 1990 através do Programa
de Despoluição da Baía de Guanabara, no entanto, elas funcionam precariamente em função da
inexistência de redes de coleta na região (Ibid, 2008).

Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..1 abaixo apresenta a

distribuição espacial, em termos percentuais, de domicílios com instalação sanitária. Observa-se que as
áreas com menor déficit de sistemas de coleta de esgotos sanitários estão situadas no entorno das sedes
municipais e na porção correspondente ao município do Rio de Janeiro. Os piores déficits são observados
nos municípios de Nova Iguaçu e Duque de Caxias, notadamente em suas áreas periféricas, cuja
infraestrutura urbana é, de uma maneira geral, bastante precária.

263
Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..1 - Situação do Esgotamento
Sanitário - Revisão Projeto Iguaçu

2.6.3.3. RESÍDUOS SÓLIDOS

O mesmo padrão do esgotamento sanitário pode ser observado em relação ao déficit de coleta de
lixo (figura abaixo). Ressalta-se, entretanto, que, mesmo em relação às áreas com melhores níveis de
urbanização, uma significativa quantidade de lixo é descartada na rede de drenagem e em terrenos baldios,
por um lado, devido à ineficiência do sistema de coleta, que não cobre satisfatoriamente toda a área
urbana, e por outro lado, devido à desinformação e descaso da população residente acerca dos danos
acarretados por esse comportamento.

264
Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..1 - Situação da Coleta de Lixo -
Revisão Projeto Iguaçu

A Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..2 a seguir, por
sua vez, apresenta um índice composto, associando os serviços de abastecimento de água, coleta de lixo e
esgotamento sanitário, demonstrando o déficit geral de saneamento na bacia. O padrão espacial
identificado por esse índice, embora apresente pequenas variações espaciais em relação aos anteriores,
confirma as sedes municipais e as áreas urbanas adjacentes como as de melhor infraestrutura de
saneamento. Por outro lado, extensas áreas da bacia, embora classificadas como urbanas nos seus
respectivos planos diretores municipais, são precariamente atendidas por sistemas de saneamento básico.

265
Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..2 - Situação do
Abastecimento de água, coleta de lixo e esgoto - Revisão Projeto Iguaçu

2.6.3.4. QUALIDADE AMBIENTAL

A revisão do Projeto Iguaçu propôs a criação de Zona Infiltrada Pluvial (ZIP), a ampliação da APA
Gericinó/Mendanha e a criação da APA da Foz do Iguaçu. As APAs propostas podem ser vistas na figura
abaixo.

ZIP é uma zona de baixo impacto hidrológico, com a finalidade de retenção de parte das
precipitações por meio da infiltração natural no solo, atuando, consequentemente, na redução e
amortecimento do escoamento superficial.

A área situada entre a confluência do rio Sarapuí com o rio Iguaçu, delimitada a oeste pela Avenida
Presidente Kennedy, é uma das áreas da bacia que deve ser mantida desocupada, sob pena do
agravamento das inundações nas áreas situadas a montante. Para evitar sua utilização para fins urbanos,
com inegáveis prejuízos coletivos, foi proposta a criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA).

266
Em resumo, essas propostas visavam controlar a expansão urbana para fins de controle de
inundações.

Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..1 - Uso do Solo e Cobertura
Vegetal, Unidades de Conservação e APAs Propostas - Revisão Projeto Iguaçu

Também foi proposto, para a bacia do rio Iguaçu superior, a demarcação da Área de Preservação
Permanente (APP) ao longo do canal Bandeira e recuperação da seção de escoamento e das áreas
degradadas da bacia deste corpo hídrico e de seus afluentes com reflorestamento; Plantio de floresta ciliar
na Faixa Marginal de Proteção com 30 m para cada lado ao longo do Rio Ana Felícia/Tinguá numa extensão
de 2.380 m; Limpeza do curso principal do Canal Pexecum, recomposição da vegetação ciliar e
reflorestamento da faixa marginal de proteção em ambas as margens; Reflorestamento da mata ciliar,
limpeza e desasoreamento de um trecho do Rio Paiol e implantação de um Parque Fluvial Alagável;
Relocação de moradias instaladas na margem esquerda do rio, remoção da edificação existente sobre o
curso principal do Rio Caximbau e recomposição da vegetação ciliar; Reflorestamento ciliar na Faixa

267
Marginal de Proteção (FMP) com 30 m para cada lado ao longo do Rio Tinguá, proposta de criação de um
parque fluvial público na margem direita e remoção de moradia na margem direita.

2.6.3.5. ENCHENTES

Transcorridos 15 anos da conclusão do Plano Diretor, observou-se que as recomendações feitas


não foram aplicadas pelas municipalidades integrantes da bacia. Áreas previstas para a acumulação
temporária de cheias (reservatórios-pulmão) foram ocupadas irregularmente ou até mesmo por
loteamentos aprovados pelas prefeituras e novos bairros surgiram em áreas susceptíveis às cheias.

Desta forma, a atualização do Plano Diretor fazia-se necessária até mesmo porque algumas
medidas concebidas à época já não apresentavam viabilidade técnico-financeira. Mas alterar apenas
algumas especificações técnicas dos projetos não era suficiente. Era preciso mudar sua concepção de forma
mais ampla, observando as especificidades da dinâmica urbana da Baixada Fluminense na última década.

Os projetos estruturais concebidos na atualização abdicaram de canalizações em concreto,


buscando preservar ao máximo a calha natural dos rios, projetando seções em solo com remoção de
construções situadas nas margens dos rios, associadas à implantação de parques fluviais com as finalidades
de proteção dos cursos d’água, ampliação de áreas públicas de lazer e convívio social e, em algumas
situações, amortecimento temporário de cheias.

As ações estruturais podem ser resumidas pela implantação da seção trapezoidal, limpeza de rios e
galerias, arborização, implantação de vias marginais, implantação de praça com mobiliário urbano e
paisagismo, além da implantação e contenção com trilhos no Valão Nova Era e no Rio Danon, do
macaqueamento hidráulico de duas pontes no Rio Botas e de pavimentação, remoção da passarela, bacia
de detenção e obras de macro e microdrenagem no Rio Viegas, por exemplo.

Também foram propostas na Bacia do Rio Sarapuí a instalação e/ou recuperação de estrutura de
comportas nos pôlderes, escavação das 3 áreas de reservatório pulmão no Pôlder Pilar; abertura de um
trecho do dique existente e alteamento da Estrada da Caioaba no Pôlder Cidade dos Meninos; arrasamento
das áreas destinadas aos reservatórios pulmão e alteamento do dique entre o Canal Auxiliar e o Rio Iguaçu
no Pôlder Núcleo São Bento; ampliação da área destinada à detenção das águas pluviais e alargamento do
trecho do canal auxiliar no Pôlder do Outeiro; fechamento da ligação do Canal com o Rio Iguaçu no Valão
Patronato São Bento e criação de Parque Florestal no Valão Barrinho.

Além disso, em alguns casos especiais, foi proposta a criação de áreas verdes com o objetivo de
controlar a ocupação do uso do solo.

Essas áreas são divididas em 3 grupos:

268
Parque Urbano Fluvial: Parques longitudinais cuja finalidade é a proteção das margens dos cursos
d’água, impedindo a reocupação das margens e o livre acesso aos trabalhos de limpeza e desobstrução das
calhas dos cursos d’água. As residências existentes deverão ser demolidas e as famílias relocadas para
outras áreas. São fartamente arborizados, caracterizados por uma área com grande comprimento em
relação à largura e, devido a suas dimensões, o Projeto Executivo desses parques deve prever
equipamentos urbanos, ciclovias, calçadões ou pequenas praças de lazer;

Parque Urbano Inundável: Parques longitudinais, implantados propositalmente em áreas mais


baixas, destinadas a frequentes inundações, que contribuirão para absorver uma parcela do volume das
cheias. Em função de suas dimensões, foi prevista a implantação de campos de futebol, quadras
poliesportivas, ciclovias, praças de lazer, dentre outros, considerando-se que esses equipamentos deverão
ficar submersos em alguns períodos e por poucas horas. Devido a isto, o projeto deve prever facilidades de
limpeza do terreno após alagamentos.

Parque Urbano de Preservação Ambiental: Parques de maiores dimensões, com áreas planas ou
não, com a finalidade de preservação e valorização ambiental. Em função de suas dimensões, foi prevista a
implantação de sanitários, de grandes praças ajardinadas, de áreas de recreação infanto-juvenil e trilhas
para caminhadas/ciclovias.

Os croquis genéricos dos parques citados acima podem ser vistos na figura abaixo.

Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..1 - Exemplos Parques Urbano
Fluvial, Urbano Inundável e Urbano de Preservação Ambiental - Revisão Projeto Iguaçu

269
2.6.4. PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO RIO DE JANEIRO (2014)

O objetivo central do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Rio de Janeiro (PERHI) foi contribuir
para a consolidação do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos do estado do Rio de Janeiro, com o
propósito de garantir a disponibilidade de água em volume e qualidade compatíveis com seus vários usos,
atuais e futuros, reduzindo os conflitos pelo uso da água e a ocorrência e a extensão de eventos extremos
(enchentes, secas e riscos associados ao comprometimento da qualidade dos recursos hídricos),
particularmente nas áreas urbanas. Este pleno sempre se refere à escala de Região Hidrográfica (RH), das
quais as RH-II (Guandu), RH-V (Baía de Guanabara) e RH-VI (Lagos São João) abrangem completamente a
Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

2.6.4.1. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E PROTEÇÃO DE MANANCIAIS

O documento contém uma caracterização básica das áreas protegidas por lei no estado e a
identificação de áreas e ações prioritárias para a proteção dos recursos hídricos, com foco principal nas
áreas protegidas em unidades de conservação (UCs) e na proteção de mananciais para abastecimento
público.

UCs. Federais

A avaliação das UCs federais abrangeu 14 itens de capacidade de gestão, expressos em percentuais
de efetividade de gestão e um índice geral que expressa a avaliação final da UC a partir do conjunto
(ICMBio, 2012). No método, o índice geral de efetividade foi classificado em três níveis: efetividade alta,
maior que 60%; efetividade média, entre 40% e 60%; e efetividade baixa, menor que 40%

Destacaram-se, positivamente, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (nos municípios da RMRJ,
Magé e Guapimirim), que passou de uma efetividade geral média em 2006 (56%) para alta em 2010 (82%) e
a APA de Guapimirim (de 57% para 78%). Maior disponibilidade de recursos humanos e financeiros está
entre os fatores decisivos para este aumento de efetividade de gestão.

Negativamente, destacaram-se a Reserva Biológica de Tinguá (nos municípios da RMRJ, Duque de


Caxias e Nova Iguaçu), que caiu de alta (67%) para baixa (27%) efetividade de gestão entre 2006 e 2010.
Este foi um resultado muito preocupante, tendo em vista a grande dimensão, a localização estratégica e o
longo tempo de existência desta UC federal.

Porém, no conjunto, a avaliação indicava que a efetividade de gestão das UCs federais no estado do
Rio de Janeiro tendia a ser positiva, com maior número de UCs apresentando em 2010 melhores índices do
que em 2006.

270
UCs. Estaduais

O plano identificou 33 UCs estaduais, das quais, 14 foram criadas a partir do ano 2000 e a soma das
áreas dessas unidades mais recentes correspondiam a 67% da área total das UCs estaduais (sem descontar
as sobreposições). No ano 2002 foram criadas cinco UCs, que somavam uma área superior a 90.000 ha, a
maior parte no Parque Estadual dos Três Picos (no município da RMRJ, Cachoeiras de Macacu).

UCs. Municipais

O plano apenas listou as UCs municipais consideradas no ICMS-Ecológico, com base nos dados
disponíveis no portal da Fundação Ceperj.

Mananciais em Unidades de Conservação

Do total de pontos principais de captação de águas superficiais para abastecimento público


identificados no diagnóstico de saneamento básico realizado para o PERHI, 35% (mais de 40 pontos)
estavam situados em unidades de conservação, inclusive em algumas das UCs municipais inseridas neste
estudo. Haviam também outros pontos de captação situados próximos aos limites das UCs, dos quais
alguns podiam estar nas zonas de amortecimento definidas em planos de manejo já elaborados.

Para os municípios da RMRJ, foram identificados que Guapimirim, Magé e Nova Iguaçu, possuíam
captações em setores censitários urbanos situados em unidades de conservação.

2.6.4.2. VULNERABILIDADE A DESLIZAMENTOS

Para a elaboração do diagnóstico da vulnerabilidade da região a deslizamentos, o PERHI-RJ utilizou


dados e informações existentes, produzidos em estudos já realizados para o território fluminense. Três
principais fontes de dados e informações secundárias foram utilizadas, o CPRM (Serviço Geológico do
Brasil) - 2000, Registros da Defesa Civil e o mapeamento de risco iminente a escorregamentos, por
município, realizado pelo Serviço Geológico do Estado (DRM-RJ) em parceria com outras instituições.

O plano realizou um mapeamento de suscetibilidade à erosão e a deslizamentos, onde foi


observado que somente a RH-VI (Região Hidrográfica que engloba parcialmente os municípios de Rio
Bonito, Cachoeira de Macacu e Maricá) apresenta uma área de baixa suscetibilidade, o que se deve à
extensa planície com baixas colinas da bacia do rio São João e demais rios da Região dos Lagos. Por outro
lado, todas as Regiões Hidrográficas apresentam expressivas áreas de alta suscetibilidade, destacando-se a
RH-V (Baía de Guanabara) com maior número de pessoas afetadas. A Região Hidrográfica V abrange
totalmente os municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá, Guapimirim, Magé, Duque de Caxias,
Belford Roxo, Mesquita, São João de Meriti e Nilópolis, e abrange parcialmente os municípios de Maricá,
Rio Bonito, Cachoeira de Macacu, Nova Iguaçu e Rio de Janeiro.

271
Levando-se em conta o período entre 2000 e 2012 foram classificados 8 níveis de criticidade nos
municípios, sendo o nível 1 menos crítico e nível 8 mais crítico. Como mais críticos, observam-se no nível 7:
Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo; e no nível 5: Belford Roxo e Duque de Caxias, todos da RH-V.

Ao comparar os níveis de criticidade com a hierarquia de ameaças por deslizamentos, do Mapa de


Ameaças Naturais, destacam-se os municípios do Rio de Janeiro e Niterói, que têm os deslizamentos como
1ª ameaça. Em São Gonçalo, ressalta-se que 12 das 15 ocorrências foram de deslizamentos tipificados
como tal e apenas 3 ocorrências mistas (inundações e deslizamentos), sendo que estas 3 somam 99% do
total de pessoas fora de casa neste município, no período 2000-2012. Por outro lado, vários municípios em
níveis mais baixos de criticidade, como Seropédica, Cachoeiras de Macacu, Magé e Rio Bonito, consideram
os deslizamentos como a 1ª ameaça entre os outros tipos de desastre natural.

O PERHI-RJ realizou, a partir do Serviço Geológico do Rio de Janeiro, o mapeamento de áreas de


risco iminente a escorregamento. Este mapeamento foi feito de forma parcial, não englobando todos os
municípios da RMRJ. A seguir serão apresentados os agrupamentos dos municípios da RMRJ em cinco
domínios ou grupos de risco a escorregamentos:

 Grupo I - SRI>2004 - Este grupo reúne os municípios com mais de 200 setores de risco iminentes
a escorregamentos. Faze parte deste grupo o município da RMRJ, Niterói - apresenta feições
recentes de escorregamentos de grandes dimensões ou em grande número, indicativas de risco
remanescente, e características que apontam para uma possibilidade muito alta de ocorrência
de escorregamentos com danos: vertentes íngremes, amplitudes topográficas expressivas,
maciços rochosos fraturados, depósitos de tálus e solos residuais dispostos diretamente sobre
rocha, combinadas com ocupação urbana densa e vulnerável.
 Grupo II - 85<SRI<200 - Neste grupo, os municípios têm entre 85 e 200 setores de risco iminente.
Os dez municípios deste grupo apresentam, apesar de seu relevo menos declivoso que o do
Grupo I, grande número de feições recentes de escorregamentos e características que apontam
para uma elevada possibilidade de ocorrência de acidentes significativos: encostas suaves com
capa de solo residual pouco espessa, anfiteatros totalmente ocupados, cortes verticais
sucessivos, adjacentes e com altura > 3m, a pequena distância das casas, tanto na crista como
no pé, as quais expõem elevada vulnerabilidade, em grande parte de 2 andares e reconstruídas
em áreas já deslizadas. Fazem parte deste grupo os municípios: Itaguaí, São Gonçalo, Magé e
Duque de Caxias.
 Grupo III - 50<SRI<85 - Neste grupo, os municípios têm entre 50 e 85 setores de risco iminente.
Os 21 municípios deste grupo apresentam, apesar de seu relevo em geral menos declivoso que o
do Grupo II, significativo número de feições associadas a escorregamentos recentes e
características que apontam para uma possibilidade consistente de ocorrência de acidentes

272
significativos, com destaque ora para capa de solo residual muito erodível e ora para o grande
número de anfiteatros totalmente ocupados e de cortes verticais com altura > 3m, junto a casas.
Fazem parte deste grupo os municípios: Paracambi, Queimados, Itaboraí, Guapimirim, Belford
Roxo, Mesquita, São João de Meriti, Nilópolis, Cachoeiras de Macacu e Nova Iguaçu.
 Grupo IV - 20<SRI<50 - Neste grupo, os municípios têm entre 20 e 50 setores de risco iminente.
Apesar de seus morros elevados, colinas e morros baixos alinhados que vêm sendo escavados
intensamente nos últimos anos, os 19 municípios deste grupo apresentam, ainda, uma taxa de
ocupação urbana reduzida. Fazem parte deste grupo os municípios: Japeri, Maricá e Rio Bonito.
 Grupo V - SRI<20 - Este grupo, com menos de 20 setores de risco iminente, reúne o maior
número de municípios (36). Trata-se, em geral, de domínio com relevo de morrotes isolados,
capa de solo pouco espessa e maciços rochosos fraturados, por vezes com clima mais seco
(chuvas < 800mm/ano) e densidade demográfica pequena, o que faz com que o risco a
escorregamentos tenha caráter pontual, restrito aos taludes pretensiosos. Faz parte deste grupo
o município de Tanguá.

O plano conclui, a partir do diagnóstico da vulnerabilidade a deslizamentos, que a RH-V (Baía de


Guanabara), que tem a maior população e os maiores números de desastres naturais e pessoas afetadas,
deveria ser estudada em todo o seu território, quanto aos deslizamentos no contexto da ocupação e
tendências de expansão urbana na direção das serras, que já vinha se configurando no cenário dos
investimentos em estrutura viária e uso industrial, especialmente o Arco Rodoviário e o Comperj.

2.6.4.3. VULNERABILIDADE A INUNDAÇÕES

Para a identificação e o mapeamento dos locais vulneráveis a inundações o PERHI utilizou três
fontes distintas de dados e informações: O Plano de Recursos Hídricos da Bacia do rio Paraíba do Sul, o
Plano Diretor de Drenagem Urbana, a Avaliação de criticidade dos municípios quanto às ocorrências de
inundações registradas pela Defesa Civil entre 2000 e 2012 e indicações de rios/bacias hidrográficas mais
problemáticas, dadas por técnicos das Superintendências Regionais do INEA nas Regiões Hidrográficas.

2.6.4.3.1. REGIÃO HIDROGRÁFICA II - GUANDU

A Região Hidrográfica II (Guandu) abrange integralmente os territórios dos municípios de Itaguaí,


Seropédica, Paracambi, Engenheiro Paulo de Frontin, Japeri e Queimados e parcialmente os municípios de
Mangaratiba, Rio Claro, Piraí, Nova Iguaçu, Miguel Pereira, Mendes, Barra do Piraí e Vassouras. No período
2000-2012 houve 35 ocorrências com inundações, que deixaram 16.962 pessoas fora de casa e 5 mortas.
Os municípios mais críticos no grupo "Inundações" foram Mangaratiba e Seropédica e no grupo

273
"Inundações e Deslizamentos" foram Mendes, Paracambi e Engenheiro Paulo de Frontin, estes dois últimos
com os únicos registros de mortes.

A seguir, são apresentadas as principais bacias hidrográficas com problemas relacionados a


inundações de centros urbanos nesta RH, trazidas pelo PERHI-RJ:

 Bacia do Rio Guandu - A área de drenagem do rio Guandu tem cerca de 1.385 km². Seus
formadores são o ribeirão das Lajes e o rio Santana. O rio Guandu recebe as águas transpostas
da bacia do rio Paraíba do Sul e do rio Piraí. Com a transposição, se fez necessária a construção
de diques marginais no rio Guandu para aumentar sua capacidade de vazão sem gerar
extravasamentos para áreas urbanas vizinhas. Os problemas de inundação nesta bacia ocorrem
nas sub-bacias dos seguintes afluentes ao rio Guandu: rio São Pedro, valões Nova Belém e
Chacrinha, que atingem o núcleo urbano de Japeri; rio dos Poços e canal Quebra Coco, que
atingem o núcleo urbano de Engenheiro Pedreira e que extravasam quando ocorrem cheias de
grande porte. Nas grandes cheias, os rios Abel e Camorim transbordam provocando inundações
na região central de Queimados, no Loteamento Grande Rio e nas Vilas São Francisco e Camorim.
 Bacia do Rio dos Macacos - A área de drenagem do rio dos Macacos tem cerca de 83 km². O rio
dos Macacos nasce na serra Paulo de Frontin e desenvolve-se por cerca de 16 km até a sua foz
no ribeirão das Lajes, atravessando o núcleo urbano da sede municipal de Paracambi. As áreas
mais afetadas pelas inundações no núcleo urbano de Paracambi localizam-se a montante da
rodovia RJ-127, no bairro de Vila Guarajuba. Outras áreas críticas a eventos de inundação estão
localizadas nos bairros, Jardim Nova Era, BHN, Centro, Quilombo e Lages.
 Bacia do Rio da Guarda - A área de drenagem do rio da Guarda tem cerca de 346 km². Seu
principal formador é o valão dos Bois, cujas nascentes situam-se na serra da Cachoeira. Nesta
bacia, os problemas relativos às inundações de núcleos urbanos afetam o município de
Seropédica e estão diretamente relacionados ao Valão dos Bois e ao Valão do Sangue. Na bacia
do rio da Guarda está localizado o maior polo de extração de areia do estado. Essa atividade foi
responsável durante muitos anos pelo assoreamento do valão dos Bois e consequentemente do
trecho final do rio da Guarda.
 Bacia do Rio Guandu-Mirim - A área de drenagem do rio Guandu-Mirim tem cerca de 190 km².
Seus formadores são os rios os rios da Prata do Mendanha e Guandu do Sapé.

Os problemas de inundação ocorrem na bacia do rio Campinho, afluente do rio Guandu-Mirim, que
atravessa área densamente povoada da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, onde ocorre
transbordamento em eventos de chuvas de maior intensidade.

 Bacia do Rio Piraí (a jusante da Barragem de Santana) - O trecho final do rio Piraí a jusante da
Barragem de Santana, apesar de contribuir para a bacia do rio Paraíba do Sul na RH III, está

274
considerado na RH II, segundo a divisão estadual das Regiões Hidrográficas. Neste trecho, com a
construção da barragem de Santana e a redução das vazões liberadas para jusante, a calha do
rio Piraí foi ocupada de forma intensa e desordenada. As construções situadas no leito do rio
sofrem inundações com as cheias do rio Sacra Família ou quando ocorre liberação de vazões
pela barragem de Santana.

2.6.4.3.2. Região Hidrográfica V - Baía de Guanabara

A Região Hidrográfica V (Baía de Guanabara) abrange por completo os territórios dos municípios de
Duque de Caxias, Itaboraí, Magé, Guapimirim, São Gonçalo, Tanguá, Niterói, Belford Roxo, Mesquita, São
João de Meriti e Nilópolis e parcialmente os territórios dos municípios de Cachoeiras de Macacu, Maricá,
Nova Iguaçu, Rio Bonito, Petrópolis e Rio de Janeiro.

Nesta região hidrográfica, onde se concentra cerca de metade da população do estado do Rio de
Janeiro, os núcleos urbanos são densamente povoados. Nas áreas mais urbanizadas como, as do município
do Rio de Janeiro, os rios são canalizados, alternando trechos a céu aberto com trechos em galeria.

No período 2000-2012 houve 79 ocorrências com inundações, que deixaram 108.149 pessoas fora
de casa e 271 mortas nesta RH, somando-se os totais dos dois grupos de desastres (quadro 4.7.1).

A maior parte dos danos humanos foi registrada nos desastres do grupo "Inundações e
Deslizamentos", no qual Niterói apresentou o maior nível de criticidade (nível 7), seguido por São Gonçalo
(nível 6), Duque de Caxias (nível 5), Belford Roxo (nível 4) e Tanguá (nível 4). No grupo "Inundações",
Guapimirim teve o 121 maior número de ocorrências (10), porém São Gonçalo, com metade deste número
de ocorrências, registrou o maior número de pessoas fora de casa.

A seguir, são apresentadas as principais bacias hidrográficas com problemas relacionados a


inundações de centros urbanos nesta RH, trazidas pelo PERHI-RJ:

 Bacia do Canal do Mangue - A bacia do Canal do Mangue localiza-se na zona norte da cidade do
Rio de Janeiro, abrangendo uma área aproximada de 42 km² e seu exutório situa-se na Baía de
Guanabara, na região portuária da cidade. Construído no início do século, o Canal do Mangue
recebe a contribuição dos cursos d’água que drenam as vertentes das Serras da Carioca, e do
Maciço da Tijuca. Os principais tributários do Canal do Mangue - os rios Joana, Maracanã,
Trapicheiros, Comprido e Papa-Couve - possuíam desembocaduras independentes na Baía da
Guanabara. Com a construção do Canal do Mangue, suas desembocaduras foram derivadas para
este. A ocupação da bacia agravou o risco de enchentes na região da Praça da Bandeira, um dos
pontos mais críticos de inundações da capital fluminense, em diversos pontos do bairro da
Tijuca e adjacências, sobretudo em áreas próximas ao estádio do Maracanã. Da população total

275
residente na bacia do Canal do Mangue, parte significativa encontra-se residindo em encostas
favelizadas, acarretando problemas para a drenagem da bacia, tais como o aumento do
potencial erosivo nas encostas, a geração de lixo e a promoção de enxurradas mais violentas e
volumosas. Alguns projetos que estavam sendo contemplados no decorrer da realização deste
plano são citados no documento.
 Bacia da Baixada de Jacarepaguá - A bacia da baixada de Jacarepaguá drena uma superfície de
cerca de 300 km². É formada pelos rios que descem a vertente dos maçiços da Tijuca e da Pedra
Branca, e pelas lagoas da Tijuca, Camorim, Jacarepaguá, Marapendi e Lagoinha, que juntas têm
uma superfície de 12,7 km² de espelho de água. Após as fortes chuvas que assolaram encostas e
áreas de baixada do município no ano de 1996, foi concebido, pela Fundação Rio Águas, o
Programa de Recuperação Ambiental da Bacia de Jacarepaguá, no qual foram elencados
diversos cursos d’água, divididos em 3 lotes, denominados 1A, 1B e 1C.
 Bacia do Rio Iguaçu/Sarapuí - A bacia hidrográfica do rio Iguaçu/Sarapuí é composta por 3
grandes rios: Iguaçu, Sarapuí e Botas. A área total de drenagem é de 727 km², dos quais 168 km²
pertencem a sub-bacia do rio Sarapuí. O rio Iguaçu tem suas nascentes na Serra do Tinguá, e
desenvolve-se para sudeste até desaguar na Baía de Guanabara. A região da bacia hidrográfica
dos rios Iguaçu/Sarapuí é densamente povoada, com um padrão de ocupação do solo
desordenado e inadequado para regiões de baixada, apresentando sérias restrições ambientais
e carências de infra-estrutura e de serviços urbanos adequados, sendo severamente castigada
pelas inundações nas últimas décadas. Uma das maiores inundações de que se tem registro
ocorreu em fevereiro de 1988, deixando um rastro de destruição, mortes e doenças em toda a
baixada. Desde o século passado, a região da bacia do rio Iguaçu-Sarapuí tem sido alvo de
inúmeras intervenções e estudos, que objetivam a melhoria dos sistemas de macro e
mesodrenagem e, consequentemente, a redução das inundações nas áreas intensamente
povoadas. Em 2008 foi elaborado pela COPPE/UFRJ, sob o título “Projeto de Controle de
Inundações e Recuperação Ambiental das Bacias dos rios Iguaçu/Botas e Sarapuí”, uma revisão
do projeto Iguaçu elaborado pela COPPE no ano de 1996, que gerou subsídios técnicos para a
realização de obras de macrodrenagem subsidiadas pelo Governo Federal no âmbito do
Programa de Aceleração do Crescimento na Baixada Fluminense (PAC). No contexto dessas
intervenções, já foram dragados os 3 principais rios da bacia (Iguaçu, Sarapuí e Botas) e
reconstruídos os sistemas de comporta, de bombeamento e de reservação dos polders do
Outeiro e do Pilar. No decorrer da realização deste documento, estava sendo recuperado o
sistema do polder Jardim Glaucia/Redentor.
 Bacia do Rio Estrela - A bacia do rio Estrela está localizada na porção noroeste da Baía de
Guanabara abrangendo os municípios de Duque de Caxias, Magé e, em menor parcela, o
município de Petrópolis, sendo constituída pelas sub-bacias dos rios Saracuruna, Taquara e

276
Inhomirim. Tal como ocorrido na bacia do Iguaçu/Sarapuí, verifica-se hoje um acelerado e
desordenado processo de ocupação do solo com o povoamento das áreas baixas, resultando no
agravamento dos eventos de cheias associadas a inundações. A bacia do rio Saracuruna drena
uma área de cerca de 150 km2 e abrange os locais mais afetados pelas inundações, que são os
bairros de Vila Urussaí e Saracuruna.
 Bacia do Rio Alcântara/Guaxindiba - A bacia do rio Alcântara/Guaxindiba situa-se na porção
leste da bacia da Baía de Guanabara, ocupada pelos municípios de Niterói, São Gonçalo e uma
pequena parte de Itaboraí. Suas nascentes situam-se na vertente norte da Serra Grande, em
Niterói, e sua foz, na baía da Guanabara. A área de drenagem é de cerca de 142 Km2. A região
desta bacia hidrográfica é atravessada por importantes rodovias de acesso ao interior do Estado,
que são seus principais vetores de crescimento e expansão urbana. No município de São
Gonçalo a ocupação é mais densa e desordenada e a precariedade das condições
socioambientais agravam as regiões inundáveis, ocupadas de forma inadequada. A área de
drenagem da sub-bacia do rio Alcântara tem cerca de 93 km². Seus formadores são os rios Sapê
e Pendotiba cujas nascentes localizam-se no Maciço de Niterói e sua foz no rio Guanxidiba, no
bairro Jardim Catarina, após um percurso de cerca de 17 km. No seu curso, o rio Alcântara
atravessa a região central do município de São Gonçalo em área densamente habitada, com
trechos onde há invasão da calha por moradias. Segundo informação da Superintendência do
INEA, nas últimas cheias ocorreram desmoronamentos de residências ribeirinhas que
permanecem em seu leito, tornando-se obstáculos à passagem das cheias. A área de drenagem
da sub-bacia do rio Guanxidiba tem cerca de 49 km². Sua nascente localiza-se no bairro Jardim
Amendoeira e se desenvolve por cerca de 22 km até a sua foz na Baía da Guanabara. O padrão
de ocupação se assemelha ao do rio Alcântara. Seus afluentes de menor porte encontram-se
assoreados e em más condições, agravando os problemas de inundações nesta bacia. Os locais
críticos a eventos de inundação nesta bacia são no bairro Vista Alegre e na bacia do seu afluente,
o rio Camarão.
 Bacia do Rio Imboassú - A bacia hidrográfica do rio Imboassú drena uma área de cerca de 27
km². Sua nascente localiza-se na APA do Engenho Pequeno e sua foz na Baía de Guanabara,
próximo ao bairro Boa Vista após um percurso de cerca de 8 km. Ao longo do seu percurso, o rio
Imboassú atravessa uma região densamente ocupada onde, em alguns trechos, as construções
ocupam a calha dificultando o escoamento e favorecendo o transbordamento e inundações
quando ocorrem chuvas intensas.
 Bacia do Rio Marimbondo - A bacia do rio Marimbondo está localizada na região oeste do
município de São Gonçalo. Tem área de drenagem de 3,2 km² e extensão de cerca de 2 km.
Apesar das dimensões reduzidas em termos de extensão e área de drenagem, o rio Marimbondo

277
drena 10 bairros. A situação da drenagem é prejudicada pelas construções que confinam a calha
e as que se localizam sobre o rio nas proximidades da rua Capitão João Manuel.
 Bacia do Rio Brandoas - A bacia do rio Brandoas está localizada na parte oeste do município de
São Gonçalo. O rio Brandoas tem uma extensão aproximada de 5 km e sua área de drenagem
possui cerca de 6,5 Km². O escoamento do rio é bastante prejudicado pelo confinamento da sua
calha por construções que, em alguns locais, são construídas sobre o rio. A precariedade das
condições de escoamento resulta em inundações decorrentes de chuvas intensas na bacia.
 Bacia do Rio Bomba - O rio Bomba, antigo rio Barreto, tem sua nascente no morro do Castro.
Tem cerca de 3,5 km de extensão e área de drenagem de 3,0 km2. Seu trecho inicial serve de
divisa entre os municípios de São Gonçalo e Niterói e sua foz está localizada a leste da Baía de
Guanabara. Nessa pequena extensão, o rio Bomba apresenta uma declividade bastante
acentuada em seu trecho inicial, porém as condições de escoamento na baixada são
prejudicadas pela vegetação e pelo lixo, que reduzem a capacidade de escoamento e provocam
inundações na ocorrência de chuvas intensas.
 Bacia do Rio Mumbuca - O rio Mumbuca/Silvado, um dos mais importantes do sistema lagunar
da cidade de Maricá, tem apresentado problemas de inundações quando ocorrem chuvas de
maior porte.

2.6.4.3.3. REGIÃO HIDROGRÁFICA VI - LAGOS SÃO JOÃO

Os municípios de Cachoeira de Macacu, Rio Bonito e Maricá, situados nesta região, não registram
problemas relacionados a inundações. Porém, vale ressaltar, que o rio São João, pertencente a esta RH,
tem suas nascentes na Serra do Sambé, no município de Cachoeira de Macacu, próximo à divisa com Rio
Bonito, área pertinente à RMRJ.

2.6.4.4. FONTES ALTERNATIVAS PARA ABASTECIMENTO DE ÁGUA COM ÊNFASE NA RMRJ

O diagnóstico realizado pelo PERHI-RJ dos sistemas de abastecimento de água existentes foi
dividido em duas partes. A primeira parte abordou os sistemas isolados e a segunda parte apresentou os
sistemas integrados, com ênfase ao sistema Guandu/Lajes/Acari, que atende ao município do Rio de
Janeiro e adjacências e ao sistema Imunana/Laranjal que atende ao município de Niterói e adjacências.

278
2.6.4.4.1. SISTEMAS ISOLADOS

Os quadros a seguir foram retirados do PERHI do Rio de Janeiro e resumem as informações básicas
sobre os sistemas de abastecimento de água das sedes municipais da região metropolitana, fornecendo
uma visão geral das então condições atuais de produção e distribuição de água, permitindo identificar as
deficiências tanto dos sistemas produtores como dos mananciais abastecedores.

279
2.6.4.4.2. SISTEMAS INTEGRADOS

A seguir é apresentada a análise dos sistemas integrados de abastecimento realizada pelo plano:

280
 Sistema Guandu/Lajes/Acari - Os municípios atendidos pelo Sistema Guandu/Lajes/Acari
situam-se parte na RH-II do Guandu e parte na RH-V – Baía de Guanabara, conforme mostrado
no quadro abaixo.

A população atendida por abastecimento de água era estimada em 8.629.039 habitantes,


correspondendo a uma média ponderada de 89,35 % de atendimento.

Os municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Nilópolis, São João de Meriti, Nova Iguaçu,
Queimados, Mesquita e parte do Rio de Janeiro são abastecidos pelo sistema Guandu.

Os municípios de Paracambi, Seropédica, Queimados, Japeri, Nova Iguaçu, Itaguaí e parte do Rio de
Janeiro são abastecidos pelo Sistema Lajes. A captação desse Sistema é feita à jusante do Reservatório de
Lajes após o turbinamento da UHE de Fontes Nova.

O sistema Acari abastece os municípios de Nova Iguaçu e Duque de Caxias, chegando, no máximo, a
abastecer algumas áreas no município de Belford Roxo.

O PERHI apresentou de forma resumida as seguintes conclusões para os sistemas:

 O Sistema Guandu/Lajes/Acari, produzia no momento de consolidação do relatório, a vazão


total de 49.400,00 l/s, dos quais 42.000,00 l/s provém da ETA Guandu. Se esta ETA fosse
utilizada em sua plena capacidade de 47.000,00 l/s, a vazão disponível para distribuição passaria
a ser de 54.400,00 l/s.
 A demanda calculada, até a data de consolidação do plano, para as localidades atendidas pelo
Sistema Guandu/Lajes/Acari, era da ordem de 50.300 l/s, o que indicava que o sistema produtor,
que disponibilizava uma vazão de 49.400,00 l/s, era insuficiente para atender à demanda.

281
 Caso a ETA passasse a trabalhar com sua capacidade plena, a produção passaria a ser de
54.400,00 l/s e o sistema poderia atender à demanda até o ano de 2015, quando a esta
alcançaria 53.000.00 l/s
 Portando haveria necessidade da ampliação da produção de água em 18.000,00 l/s visando o
atendimento até o ano de 2030, quando a demanda alcançaria o valor de aproximadamente
68.000 l/s.
 Esta ampliação somente poderia ser feita no rio Guandu, mais precisamente com a ampliação da
ETA Guandu, uma vez que os sistemas Lajes e Acari não apresentam condições de expansão. O
primeiro é limitado pela capacidade da calha da Cedae e o segundo depende da sazonalidade das
chuvas.
 Sistema Imunana – Laranjal - A população atendida por abastecimento de água era estimada em
1.5142.756 habitantes, correspondendo a uma média ponderada de 89 % de atendimento.

Os municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e o bairro Ilha de Paquetá são abastecidos pelo
Sistema Imunana-Laranjal, desde o final de 1999.

O PERHI apresentou de forma resumida as seguintes conclusões para o sistema:

 O Sistema Imunana/Laranjal produzia, até a consolidação do PERHI, a vazão total de 5.500 l/s,
atendendo os municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Ilha de Paquetá, sendo que a ETA
Laranjal que abastecia Niterói, São Gonçalo e Ilha de Paquetá tinha capacidade para tratar a
vazão de 7.000 l/s.
 A demanda calculada, até a consolidação do PERHI, para as localidades atendidas pelo
Imunana/Laranjal era da ordem de 7.700,00 l/s, o que indicava que o sistema produtor
disponibilizando uma vazão de 5.500,00 l/s era insuficiente para atender à demanda. Portando
havia necessidade urgente da ampliação da produção de água em 2.200 l/s e em 7.000 l/s para
que o sistema em estudo disponibilizasse uma vazão de 12.500 l/s, capaz de atender a região
até o ano de 2030.
 Região Metropolitana do Rio de Janeiro - Sua área territorial perpassa duas Regiões
Hidrográficas: a RH-II Guandu, com 1.432.898 habitantes e a RH-V Baía de Guanabara, com
9.994.451 habitantes, totalizando 11.427.349 habitantes, situados nas sedes municipais, de
acordo com os dados do CENSO/2010 do IBGE.

A população atendida por abastecimento de água na RMRJ era estimada em 10.157.770 habitantes,
correspondendo a um índice de 88,89 % de atendimento.

A vazão total produzida na RMRJ por todos os sistemas alcança o valor de 55.300 l/s, insuficiente
para o atendimento à demanda do conjunto das localidades, até a data de consolidação do PERHI, cujo

282
valor alcança aproximadamente 58.300 l/s, devendo ser ampliado em 25.000 l/s para o atendimento até o
ano de 2030, quando a demanda da Região Metropolitana do Rio de Janeiro chegará a 80.300 l/s.

O PERHI apresentou o índice de perdas físicas para a RH-II e para a RH-IV, com valores respectivos
de 40% e 35% aproximadamente.

2.6.5. IMPACTOS DE NOVAS TRANSPOSIÇÕES NA BACIA DO RIO PARAÍBA DO SUL

Tendo em vista a importância estratégica das águas da bacia do rio Paraíba do Sul para o
desenvolvimento socioeconômico do estado do Rio de Janeiro, o PERHI analisou, com base nos estudos
elaborados pela Cobrape/DAEE (2010) e PSR/Agevap (2013), diversos cenários envolvendo arranjos
alternativos de transposição de vazões da bacia do rio Paraíba do Sul para a Macrometrópole Paulista.

O Plano ressaltou que ao longo do tempo as regras operacionais dos reservatórios da bacia do rio
Paraíba do Sul têm incorporado condições hidrológicas extremas, bem como, de ordem ambiental, com
reflexo nos dados operativos das usinas, indicando uma redução do valor da garantia da oferta hídrica para
a geração de energia no Complexo Hidrelétrico de Lajes e para o atendimento dos demais usos dos
recursos hídricos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e do trecho a jusante de Santa Cecília.

O plano citou que o estresse hídrico observado em 2003, que ameaçou o abastecimento da RMRJ,
é um exemplo recente que deve ser considerado como um alerta para o estado do Rio de Janeiro, pois
novas transposições certamente irão aumentar os riscos de recrudescimento de eventos similares ou até
mesmo mais críticos, conforme indicaram os estudos realizados.

2.6.6. SANEAMENTO BÁSICO – RESÍDUOS SÓLIDOS

O Plano Estadual de Recursos Hídricos do Rio de Janeiro analisou a configuração atual e os cenários
futuros da disposição final dos resíduos sólidos urbanos. As tabelas a seguir apresentam o diagnóstico e o
prognóstico realizados, por município e região hidrográfica da RMRJ:

 Destinação dos Resíduos sólidos Urbanos (RSU) no Estado - RH-II Guandu

283
 Destinação dos Resíduos sólidos Urbanos (RSU) no Estado - RH-V Baia de Guanabara

284
2.6.7. SANEAMENTO BÁSICO – ESGOTAMENTO SANITÁRIO

O PERHI realizou o diagnóstico dos sistemas de esgotamento sanitário existentes, e apresentou os


resultados divididos por Região Hidrográfica, contendo os principais parâmetros operacionais do sistema,
visando fornecer uma visão geral da situação do esgotamento sanitário das sedes municipais, destacando a
Região Metropolitana.

O sistema de esgotamento sanitário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro engloba parte das
sedes municipais da RH-II (Seropédica, Queimados, Japeri, Paracambi e 17,3 % do Rio de Janeiro) e da RH-V

285
(Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá, Guapimirim, Magé, Duque de Caxias, Belfordo Roxo, Mesquita, São
João de Meriti, Nilópolis, Maricá, Nova Iguaçu e 82,7% do Rio de Janeiro). Este sistema possui população
urbana das sedes igual a 11.427.349 habitantes dos quais 38,6% estavam sem atendimento por rede
coletora, 31,4 % tinham atendimento por rede coletora sem tratamento e 30,0% eram atendidos por rede
coletora com tratamento, até a data de consolidação do PERHI. As vazões de esgotos em 2010 eram de
19.594,27 L/s e num cenário futuro (2030) chegam a 39.344,67 L/s. Vale ressaltar que a cidade de Japeri e
Guapimirim não dispunham de redes coletoras.

2.6.8. PLANO DE AÇÕES

O diagnóstico do PERHI-RJ apresentou uma ampla análise das principais questões relacionadas aos
recursos hídricos do estado, fundamentando a elaboração de cenários prospectivos das tendências de
modificação da disponibilidade quali-quantitativa da água no horizonte de planejamento do Plano.

O plano de ações concebido tem como objetivo, portanto, reverter a tendência de agravamento
das condições ambientais e de redução quali-quantitativa da disponibilidade hídrica, decorrentes da
expansão urbana, da intensificação das atividades econômicas e do déficit de saneamento, dentre outros
fatores. As ações previstas têm como objetivo ampliar o patamar atual de proteção dos corpos d’água,
tanto por ações voltadas para a reversão da situação atual, como pela consolidação dos instrumentos de
gestão previstos nas políticas nacional e estadual de recursos hídricos.

A seguir serão apresentados parte dos programas do Plano Estadual de Recursos hídricos que são
pertinentes para eixo estruturante de Saneamento e Resiliência Ambiental do Plano Estratégico de
Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Implantação da Barragem de Guapi-Açu

O programa objetiva subsidiar as ações estruturais e não-estruturais e estimar investimentos


necessários à implantação da barragem no rio Guapi-Açu para o incremento de vazão no abastecimento de
água da Região Leste da Baía de Guanabara, particularmente o Sistema Imunana-Laranjal, responsável pelo
atendimento aos municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Ilha de Paquetá, visando a expansão dos
atuais níveis de produção, tratamento e distribuição de água.

Enquadramento de Mananciais Prioritários do Estado do Rio de Janeiro

O Programa busca definir critérios para identificação de trechos de rios para enquadramentos
restritivos, definir metodologia de outorga para o lançamento de efluentes e definir metodologia de
processo participativo para enquadramento de rios, para a aplicação do instrumento de enquadramento
dos corpos d’água em classes de uso em mananciais prioritários no Estado.

286
Melhorias nos Sistemas de Abastecimento de Água

O programa tem como objetivo subsidiar as ações estruturais e não estruturais e estimar os
investimentos necessários à melhoria dos sistemas de abastecimento de água das sedes municipais,
visando à expansão dos atuais níveis de atendimento em produção, tratamento e distribuição de água até o
ano de 2030.

A seguir é apresentado um quadro de metas para um cenário factível onde os coeficientes de perda
decrescem, a partir de 2015, do patamar da data de consolidação do PERHI até o mínimo de 30% no ano de
2030.

Estudo para Definição de Medidas de Controle de Perdas Físicas nos Sistemas de Abastecimento
Público

O programa objetiva a constituição de um grupo técnico-institucional para a análise das perdas


físicas nos sistemas de abastecimento de água, contribuindo para a sensibilização das instituições
envolvidas em relação ao tema do uso responsável da água e do aumento da segurança hídrica do Estado.

Programa 2.1.3 – Melhorias nos Sistemas de Coleta e Tratamento de Esgoto

O programa tem como objetivo subsidiar as ações e estimar os investimentos necessários à


melhoria dos sistemas de esgotamento sanitário das sedes municipais, visando à expansão dos atuais níveis
de coleta e tratamento dos esgotos sanitários até o ano de 2030.

A seguir é apresentado um quadro de metas para um cenário factível.

Apoio aos Municípios para Remediação de Lixões Desativados

Este programa tem como objetivo o apoio aos municípios para a remediação dos lixões desativados
e recuperação das áreas degradadas, através da definição de estratégias para a captação de recursos para o
financiamento das obras de remediação dos lixões desativados.

287
Estudos e Projetos para Redução da Vulnerabilidade a Inundações e a Deslizamentos

Este programa busca analisar os estudos e projetos estruturais e não estruturais realizados e em
andamento, no estado, voltados para a redução da vulnerabilidade a inundações e deslizamentos e integrar
tais estudos e projetos, entre si e ao enfoque de bacia hidrográfica como unidade de planejamento e ação
para tratamento dos problemas de inundações e deslizamentos. Busca também, identificar a necessidade
de novos estudos e de bacias prioritárias para elaboração e/ou revisão de projetos e mobilização de
recursos para implantação das ações definidas.

Estudos e Projetos em Áreas Prioritárias à Proteção de Mananciais

Este programa busca identificar, mapear e avaliar as condições socioambientais das áreas
prioritárias para proteção de mananciais hídricos, com prioridade para mananciais usados para
abastecimento público de água potável. É objetivo deste programa definir, também, ações para as áreas
prioritárias à proteção de mananciais, elaborar projetos e mobilizar recursos para tal. Estas medidas
objetivam fornecer subsídios para a definição de normas de restrição de uso e medidas de recuperação e
proteção das áreas prioritárias à proteção de mananciais.

Estudos e Projetos para Revitalização de Rios e Lagoas

Este programa tem como objetivo identificar e mapear as condições socioambientais nos
corredores fluviais de rios retificados e de lagoas em estado crítico de degradação e analisar as
possibilidades e definir as ações necessárias para restabelecer processos naturais de rios e lagoas, o mais
próximo possível das condições originais, quando os leitos dos rios tinham um traçado natural cunhado
pela hidrodinâmica fluvial, as margens de rios e lagoas eram protegidas por matas ciliares e os usos nas
bacias eram menos críticos para a qualidade das águas.

2.6.9. PLANO ESTRATÉGICO DE RECURSOS HÍDRICOS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS


RIOS GUANDU, DA GUARDA E GUANDU MIRIM (2007)

A elaboração do PERH Guandu foi patrocinada pela Agência Nacional de Águas - ANA e
acompanhada pela Comissão de Coordenação e Acompanhamento – CCA, integrada por representantes do
Comitê das Bacias dos Rios Guandu, Guarda e Guandu Mirim (Comitê Guandu), da Fundação
Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA), da Fundação Estadual de Engenharia do Meio
Ambiente (FEEMA), do Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro (DRM), além de outros atores
convidados (CEDAE/RJ, Instituto Estadual de Florestas - IEF, representantes de municípios, dos setores
usuários da água e da sociedade civil), sob coordenação da ANA, através da sua Superintendência de
Planejamento de Recursos Hídricos.

288
2.6.9.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A utilização de águas doces superficiais para geração de energia e abastecimento da RMRJ é a


principal forma de uso dos recursos hídricos da bacia do Rio Guandu. A captação e transposição de 2/3 da
água do Rio Paraíba do Sul e de praticamente toda a vazão do curso superior do Rio Piraí para dentro do
Reservatório de Lajes garantem volume suficiente e excedente de água para esses usos.

Para abastecimento público, observa-se que cerca de 90% da água captada nos mananciais da bacia
do Guandu são consumidos fora da bacia. Observa-se também que a totalidade das vazões produzidas
pelos sistemas de abastecimento de água – 52.047 L/s – supera em cerca de 26% a demanda total estimada
(38.570 l/s). No entanto, em quatro municípios os sistemas apresentam produção um pouco inferior à
demanda estimada – Japeri, Itaguaí, Paracambi e Engenheiro Paulo de Frontin – indicando a necessidade de
melhorias nos sistemas que atendem a esses municípios, principalmente Itaguaí e Japeri, que apresentaram
as maiores taxas de crescimento populacional na última década recenseada (1991-2000). Todos os
mananciais utilizados pelos sistemas de abastecimento dos municípios que captam água na área do PERH
Guandu estão na bacia do Rio Guandu. Ou seja, não existem captações de águas superficiais para
abastecimento urbano nas bacias dos rios da Guarda e Guandu Mirim.

A poluição junto à tomada d’água da ETA Guandu aumenta os custos de produção da água tratada,
traz dificuldades operacionais para a ETA e compromete a qualidade da água distribuída à população, uma
vez ser difícil remover, via tratamento convencional, algumas substâncias orgânicas produzidas por
cianobactérias. Na ETA Guandu, a CEDAE gasta por ano cerca de R$ 18 a R$ 20 milhões somente com
produtos químicos para o tratamento da água. A CEDAE gasta em média 318 toneladas de produtos
químicos por dia para tratar a água captada pelo Sistema Guandu. Esta quantidade poderia ser reduzida em
cerca de 20 a 25%, não fosse o excesso de poluição encontrada naqueles corpos hídricos (ASEAC, 2005). Os
programas concebidos no Plano em relação a esses aspectos visam à garantia do abastecimento da RMRJ.

Em relação aos sistemas de abastecimento de água (Subcomponente 3.2: Melhoria dos Sistemas de
Abastecimento de Água), foram propostos investimentos na melhoria e ampliação dos sistemas de forma a
alcançar a universalização do abastecimento de água tratada no horizonte de planejamento do PERH
Guandu. Em relação ao reuso e conservação da água (Subcomponente 3.4: Reuso e Conservação da Água),
foram propostos programas voltados para o controle de perdas físicas e cadastro de consumidores, de rede
e de equipamentos nos sistemas de abastecimento público, para a racionalização de uso da água na
indústria e na agricultura e para a sensibilização da população para o uso racional da água. Existem as
possibilidades seja de reuso da água decantada no processamento da ETA ou, como estava sendo estudado,
de utilizá-la para fins de abastecimento.

289
2.6.9.2. ESGOTAMENTO SANITÁRIO

As localidades situadas nas bacias dos rios Guandu, Guandu Mirim e da Guarda praticamente não
dispunham de sistemas de esgotamento sanitário. Os esgotos produzidos eram lançados em galerias de
águas pluviais, em fossas ou em valas a céu aberto, cujos destinos eram os cursos d’água que cortam a
região. Somente as cidades de Paracambi, Japeri, Itaguaí e dois bairros situados em Campo Grande e
Inhoaíba, no Rio de Janeiro, possuíam estações de tratamento de esgotos (ETEs) ligadas a redes coletoras.
Porém, somente em Paracambi as ETEs estavam em funcionamento e, mesmo assim, sem controle algum
de vazão, parâmetros ou características dos esgotos brutos e tratados. Além disso, as ETEs de Paracambi
representavam um percentual de atendimento na localidade de 15%, correspondendo apenas a 0,6% do
total dos esgotos produzidos nas bacias.

De acordo com as estimativas de produção de esgoto, a bacia do Rio Guandu recebia 1,30 m³/s por
dia (volume máximo + infiltração em sistemas de fossa, sumidouro etc), provenientes dos 12 municípios ali
inseridos. Porém, a bacia do Rio Guandu Mirim recebia um volume maior de esgotos — 1,54 m3 /s —
provenientes dos dois municípios com maior população residente de toda a área (Rio de Janeiro e Nova
Iguaçu). Na bacia do Rio da Guarda, estimou-se um volume de esgotos bem menor — 0,38 m3 /s —
provenientes de Itaguaí e Seropédica. Tendo em vista que a maior parte dos esgotos sanitários gerados na
bacia pela população urbana não era coletada, chegando aos cursos d'água de maneira difusa, não é
possível identificar com precisão os corpos receptores, com exceção daqueles que recebem os efluentes
das ETEs existentes, independentemente de estarem ou não operando.

Em Japeri, a ETE Nova Belém, que se encontra fora de operação, lança os efluentes no Rio Guandu.
Em Paracambi, a ETE Nova Era lança os efluentes tratados no Canal Nova Era, e a ETE Guarajuba no canal
de mesmo nome, ambos afluentes do Rio dos Macacos. A ETE desativada de Itaguaí lança os efluentes
coletados no Canal Trapiche, afluente do Rio da Guarda. No Rio de Janeiro as quatro ETEs existentes nos
bairros Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande, e no bairro Vilar Carioca, em Inhoaíba, lançam seus
efluentes, respectivamente, nas bacias do Rio Mendanha e Rio Campinho, afluentes do Rio Guandu Mirim.

No controle da poluição por esgotos domésticos (Subcomponente 2.1: Sistema de Coleta e


Tratamento de Esgoto), foi proposta a implantação de sistemas de coleta e tratamento que atendam a 90%
da população urbana da bacia, projetada para o horizonte de planejamento do Plano. Foi proposto,
também, o tratamento dos efluentes sanitários. Os níveis de tratamento dos esgotos concebidos guardam
relação com sua viabilidade econômica e o atendimento à meta de recuperação da qualidade da água,
definidos nos estudos de modelagem de qualidade da água e pelas metas de enquadramento pretendidas.

290
2.6.9.3. RESÍDUOS SÓLIDOS

Em todos os municípios da bacia, constatou-se que os serviços de varrição e coleta eram


executados com diferentes níveis de eficiência, podendo, de modo geral, ser considerados como
satisfatórios. Segundo avaliações das prefeituras da bacia, mais de 90% da população urbana de cada
município era quase sempre atendida por esses serviços, de modo regular. Observou-se, contudo, que em
alguns municípios como Itaguaí, Nova Iguaçu e Rio de Janeiro, por exemplo, ainda ocorriam lançamentos de
lixo em terrenos baldios e valas em alguns bairros periféricos, mesmo naqueles atendidos pelo serviço
regular de coleta.

Como os serviços de limpeza eram globalmente satisfatórios, o problema crucial gerado pelos
resíduos sólidos em alguns municípios residia, fundamentalmente, na forma de sua disposição final. Dos 12
municípios com seu território parcial ou totalmente situado na bacia, apenas sete deles faziam nela a
disposição de seus resíduos, que totalizam cerca de 145 toneladas diárias.

Em três deles, Paracambi, Seropédica e Japeri, as prefeituras informaram já dispor de área e


projeto, estando em fase de licenciamento ambiental para a implementação do aterro. Nos três municípios
restantes, ou seja, Itaguaí, Miguel Pereira e Engenheiro Paulo de Frontin, não existia ainda uma solução à
vista; as prefeituras têm procurado parcerias com municípios vizinhos na tentativa de buscar uma solução
conjunta mais vantajosa para todos. O governo do Estado do Rio de Janeiro, iniciado em janeiro de 2007,
anunciou um plano para acabar com os lixões em quatro anos, com financiamento do BNDES e participação
das prefeituras. Quanto aos outros municípios, com disposição final em áreas externas à bacia dos rios
Guandu, da Guarda e Guandu Mirim, a situação é descrita a seguir:

 Nova Iguaçu: com território parcialmente situado nas bacias estudadas, o município dispunha
de um aterro sanitário, operado por um grupo de empresas lideradas pela S.A. Paulista, para
onde eram destinados todos os seus resíduos sólidos, inclusive os oriundos dos serviços de
saúde. Esse aterro sanitário, além de estar licenciado, situava-se na bacia da Baía da Guanabara;
 Queimados: seu território fica inteiramente localizado no âmbito das bacias estudadas, mas os
resíduos sólidos do município eram dispostos no aterro de Gramacho, situado no Município de
Duque de Caxias e no âmbito da bacia drenante para a Baía de Guanabara;
 Rio de Janeiro: apenas parte das regiões administrativas municipais de Campo Grande e Santa
Cruz situa-se na bacia, onde os resíduos coletados eram transportados e dispostos no aterro de
Gramacho, acima referido.

Para o controle da poluição gerada pelos resíduos sólidos domésticos, indicou-se a implantação de
sistemas de disposição de resíduos que atendam a 90% da população urbana, no horizonte de
planejamento do PERH Guandu (Subcomponente 2.3: Destinação Final de Resíduos Sólidos Urbanos). Foi
inserido o programa de rejeito zero da CEDAE, que tem como objetivo recuperar o material sólido

291
proveniente da lavagem dos filtros e dos decantadores que eram lançados no Rio Capenga chegando ao
leito do Rio Guandu Mirim. A vazão de descarga da ETA — da ordem de 3 m3/s — é rica em material
propício à fabricação de tijolos, telhas e outros materiais utilizáveis na construção civil. (Subcomponente
3.4: Reuso e Conservação da Água).

2.6.9.4. QUALIDADE AMBIENTAL

A vegetação de APP já foi praticamente destruída na maior parte das três bacias, com exceção das
cotas mais elevadas, onde se concentram os remanescentes de florestas naturais e onde as APPs de
nascentes também estão mais conservadas, bem como em parte das meias encostas, cobertas com
capoeiras. Os topos de morros e linhas de cumeada estão mais degradados nas colinas meias-laranjas e em
maiores elevações da bacia do Rio Santana e da Serra das Araras, regiões onde também se verificam APPs
de encostas sem cobertura florestal.

Somente em torno do reservatório de Lajes se encontra uma cobertura florestal mais preservada.
No entorno do Reservatório de Ponte Coberta, embora a Light venha há alguns anos investindo na
recuperação das margens, as encostas estão muito degradadas por intensos processos de erosão e
queimadas frequentes. As APPs em faixas marginais de cursos d'água dos perímetros urbanos estão
constantemente sendo invadidas e/ou destruídas e há uma ocupação crescente da faixa mínima de 30 m
exigida por lei.

Na bacia do Rio da Guarda, as margens dos lagos formados pela extração de areia de cava não
apresentam vegetação e nem mesmo a largura mínima de proteção. A recuperação e proteção de APPs na
bacia deve ser vista como prioridade nos processos de tomada de decisão quanto aos investimentos em
proteção dos recursos hídricos, não só no âmbito do PERH Guandu, como nas políticas públicas e iniciativas
privadas voltadas para as condições de abastecimento de água e geração de energia.

Até o momento, existem 10 Unidades de Conservação na área de abrangência do PERH Guandu. As


únicas UCs totalmente inseridas nesta área são a Floresta Nacional Mário Xavier (em Seropédica), o Parque
Municipal do Curió (em Paracambi) e as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Municipais de Guandu-Açu e
Jaceruba (em Nova Iguaçu).

A Reserva Biológica (Rebio) do Tinguá, que é a UC de maior expressão regional, tanto em dimensão
como em grau de conservação das florestas, tem somente 37% de seus 24.688 ha na bacia do Guandu. No
entanto, a Rebio Tinguá e outras UCs que não estão inteiramente na bacia têm uma importante função de
proteção dos grandes divisores de água, reduzindo os riscos de degradação ambiental oriundos da
exploração de bacias vizinhas.

292
Embora exista um número razoável de UCs na área do PERH Guandu, a maioria não está
efetivamente implantada, principalmente as UCs municipais, criadas mais recentemente. Tal como no país
em geral, a maior parte das UCs não dispõe ainda de Plano de Manejo e Conselho Gestor e sofre com
deficiências de pessoal técnico, infraestrutura e recursos para a gestão.

Por outro lado, há uma significativa área de florestas naturais na bacia que não está protegida em
Unidade de Conservação, principalmente ao longo do Corredor Bocaina-Tinguá. Na época dos estudos para
o Plano, estava em curso um processo de mobilização regional, coordenado pela ONG Instituto Terra de
Preservação Ambiental (sediada em Miguel Pereira), visando, entre outros objetivos, à criação de novas
UCs na região para proteger esses remanescentes entre a Rebio Tinguá e o Parque Nacional da Bocaina.
Duas UCs – as APAs de Santana e Palmares (esta última em Paty do Alferes) e o Parque Municipal do Curió
– já foram criadas e está em andamento uma proposta à Light de transformar em Reserva Particular de
Patrimônio Natural (RPPN) as florestas em torno do Reservatório de Lajes. Iniciativas como essas são
apoiadas pelo PERH Guandu, bem como o fortalecimento da capacidade de gestão das UCs existentes.

Toda a bacia do Rio Guandu, a montante da captação da CEDAE, é de grande importância para a
qualidade deste manancial vital de abastecimento da RMRJ. Pode-se considerar que — à exceção das áreas
mais elevadas (Tinguá e boa parte dos divisores da bacia do Santana, Serra de Madureira e entorno do
Reservatório de Lajes) —, em todas as sub-bacias contribuintes há necessidade de ações voltadas para a
proteção das áreas de preservação permanente (APP) dos corpos d'água, especialmente nas sub-bacias dos
rios dos Poços, Queimados e Cabuçu, afluentes da margem esquerda do Guandu, que deságuam logo a
montante da captação da CEDAE e apresentam ausência de vegetação, ocupação urbana e degradação das
margens.

A sub-bacia do Rio Santana merece um estudo detalhado para avaliação dos locais de maior
prioridade para proteção, considerando-se a necessidade prévia de entendimento dos fatores que estão
afetando a disponibilidade hídrica na bacia. Na região compreendida entre a Estrada de Madureira, a
Rodovia Nova Dutra e o Rio Guandu, observa-se um processo intenso de ocupação, com um mosaico de
formas de uso e exploração do solo – área industrial de Queimados, silvicultura, agricultura, extração
mineral, novas vias sem pavimentação e rápida expansão urbana – que representam grande
comprometimento às margens e à qualidade dos cursos d'água afluentes do Guandu nesse trecho –
Queimados e Cabuçu. A expansão urbana ao longo da Estrada de Madureira atinge o curso superior desses
afluentes, ocupando as margens e reduzindo a capacidade de infiltração de água nos solos. O significativo
impacto ambiental da extração de areia (que atinge diretamente as margens e cursos d'água) poderá
resultar em consequências graves para a qualidade da água captada pela CEDAE no Rio Guandu,
representando, no mínimo, o aporte de maiores quantidades de sedimentos. Desse modo, todas as áreas
de extração de areia situadas a montante da captação devem ser objeto de estudos e ações prioritárias de
prevenção e controle das condições de uso e proteção de APP.

293
No Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (Subcomponente 2.5) foram propostas ações
destinadas a reduzir a carga dos sedimentos carreados para os rios da bacia, mediante o controle das
principais fontes produtoras de sedimentos. Foram propostos, também, programas voltados para a
recuperação de áreas de antigos lixões e para a explotação mineral sustentável do Polígono de Piranema,
iniciado pelo TAC, e extensão das medidas às bacias abrangidas pelo Comitê Guandu.

No Programa de Proteção de Ecossistemas e Mananciais (Subcomponente 3.1) foi proposta a


proteção e criação de unidades de conservação, o apoio aos municípios para explotação racional dos
recursos minerais, a proteção e recomposição florestal de corredores ecológicos, dentre outros, como
mecanismos de reversão da situação de devastação que se observa em grande parte da bacia. Propôs-se,
também, a proteção e melhoria das captações de fontes e minas d’água, o inventário de áreas com passivo
ambiental crítico em relação à qualidade da água e controle de erosão em áreas críticas à qualidade dos
mananciais.

2.6.9.5. DRENAGEM URBANA E ENCHENTES

O diagnóstico realizado no âmbito do PERH Guandu concerne às inundações causadas pelos


principais corpos hídricos que realizam as drenagens urbanas municipais (macrodrenagem). Na grande
maioria dos casos, a denominada ‘mesodrenagem urbana’, ou seja, aquela referente aos cursos d’água de
menor porte que atravessam as áreas urbanas, não foram consideradas.

Dos 12 municípios abrangidos pela bacia, sete foram incluídos nesse diagnóstico: Paracambi,
Engenheiro Paulo de Frontin, Miguel Pereira, Vassouras, Japeri, Queimados e Nova Iguaçu.

Para os municípios estudados, foram identificados os principais cursos d’água que atravessam as
áreas urbanas e as regiões adjacentes sujeitas à inundação. Foi estimada a população atingível por
inundações nas áreas urbanas dos municípios, em 2006, com base na população efetivamente atingida em
1996. Ressalta-se que não foi possível realizar essa estimativa para a parcela do município do Rio de Janeiro
situada na bacia, devido à ausência de dados. O traçado das manchas de inundação foi executado para cada
uma das drenagens consideradas, sobre as imagens de satélite disponibilizadas pelo aplicativo Google Earth.

As Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..1 a Figura Erro!
Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..4 são uma amostra da representação das

manchas relativas a algumas bacias selecionadas.

294
F IGURA ERRO ! NENHUM TEXTO COM O ESTILO ESPECIFICADO FOI ENCONTRADO NO DOCUMENTO ..1: Á REAS I NUNDÁVEIS PELOS
V ALÕES DO B OI E DO CHINA NO MUNICÍPIO DE SEROPÉDICA (BACIA DO RIO DA GUARDA) - F ONTE: R ELATÓRIO SÍNTESE - PERH
G UANDU, GUARDA E GUANDU MIRIM.

F IGURA ERRO ! NENHUM TEXTO COM O ESTILO ESPECIFICADO FOI ENCONTRADO NO DOCUMENTO ..2: RIO CABENGA : ÁREAS
I NUNDÁVEIS NO M UNICÍPIO DE N OVA I GUAÇU (BACIA DO RIO GUANDU MIRIM ) - F ONTE : RELATÓRIO SÍNTESE - PERH GUANDU,
G UARDA E GUANDU MIRIM

295
F IGURA ERRO ! NENHUM TEXTO COM O ESTILO ESPECIFICADO FOI ENCONTRADO NO DOCUMENTO ..3: RIO DOS P OÇOS: ÁREAS
I NUNDÁVEIS DO D ISTRITO DE E NGENHEIRO PEDREIRA (BACIA DO R IO G UANDU ) - FONTE : RELATÓRIO S ÍNTESE - PERH GUANDU,
G UARDA E GUANDU MIRIM

F IGURA ERRO ! NENHUM TEXTO COM O ESTILO ESPECIFICADO FOI ENCONTRADO NO DOCUMENTO ..4: Á REAS I NUNDÁVEIS DO
D ISTRITO SEDE DE JAPERI (BACIA DO R IO GUANDU ) - F ONTE : RELATÓRIO SÍNTESE - PERH G UANDU, G UARDA E GUANDU MIRIM

As observações efetuadas em cada município permitiram tecer algumas considerações gerais


acerca das redes de drenagem nos municípios da bacia dos rios Guandu, da Guarda e Guandu Mirim:

296
 O desempenho das redes de macrodrenagem nas cheias era deficiente e, de maneira geral, os
transbordamentos de calha ocorriam para cheias com período de retorno na faixa de cinco anos.
Isso se devia, basicamente, ao assoreamento dos leitos, decorrente dos lançamentos contínuos
de esgoto e lixo e de sedimentos provenientes das encostas desmatadas e ocupadas pelos
loteamentos irregulares, bem como de uma falta de manutenção regular.
 As inundações dos núcleos urbanos se deviam tanto pela ineficiência das redes de macro e
mesodrenagem, quanto pela inexistência de redes de microdrenagem. Mesmo nos locais onde
existiam redes de microdrenagem, as mesmas encontravam-se entupidas devido à intensa
contribuição de sedimentos provenientes das encostas e áreas planas ocupadas, não
urbanizadas.

As inundações constituem um expressivo fator de degradação da qualidade de vida das populações


afetadas e causam vultosos prejuízos econômicos. Dessa forma, complementarmente ao programa de
avaliação de risco de enchentes e a identificação e detalhamento de ações emergenciais nos municípios,
propôs-se, também, a realização de planos municipais de drenagem urbana, que irão planejar medidas de
curto, médio e longo prazo voltadas para o controle de inundações dos espaços urbanos .

2.6.10. PLANO DIRETOR DE MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO


(2010)

O PDMAP–Plano Diretor de Manejo de Águas Pluviais da Cidade do Rio de Janeiro foi elaborado
pelo Consórcio Hidrostudio-Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica-SP, para a Prefeitura do Rio de
Janeiro, sob a coordenação da Secretaria de Obras/Rio-Águas.

2.6.10.1. QUALIDADE AMBIENTAL

O maciço da Pedra Branca, de maior dimensão no Município, separa a Baixada de Jacarepaguá da


zona oeste e dos campos de Guaratiba. Suas encostas ainda são ocupadas por culturas, dividindo espaço
com matas e capoeiras. Apresenta reservas florestais expressivas nas vertentes do Pau da Fome, Camorim
e Santa Bárbara, abrigando mananciais e pequenas represas, dentre as quais, destaca-se o açude do
Camorim. As encostas setentrionais, voltadas para Realengo, Bangu e Campo Grande encontram-se
bastante degradadas, com predominância de gramíneas.

O maciço de Gericinó, localizado no limite norte do Município, tem suas encostas desmatadas pela
ocupação urbana e a atividade agrícola. Neste maciço localiza-se a reserva florestal do Mendanha e a divisa

297
do Rio de Janeiro com Nova Iguaçu. Nas porções mais elevadas, ainda são encontradas áreas ocupadas por
floresta densa e preservada.

Isolada das demais áreas do município tem-se a grande baixada de Jacarepaguá, que abriga um
importante complexo lagunar, restingas e uma expressiva rede hidrográfica, onde se encontram unidades
de conservação, representadas por sua orla marítima, dunas, manguezais, lagoas e bosques. Atualmente
observa-se um processo acelerado de urbanização com a expansão dos bairros de Jacarepaguá e Barra da
Tijuca.

2.6.10.2. DESLIZAMENTOS

Motivada pela intensa expansão urbana, as encostas dos morros vem sendo indiscriminadamente
ocupadas ao longo dos anos, comprometendo sua estabilidade e colocando em risco a vida de seus
moradores, principalmente durante os períodos chuvosos.

Como medidas de caráter preventivo e corretivo de proteção de encostas, destacam-se os


trabalhos desenvolvidos pela Fundação GEORIO e pelo Projeto Mutirão Reflorestamento, ambos
reconhecidos internacionalmente.

A identificação e monitoramento das áreas de risco é atribuição da Fundação GEORIO, subordinada


a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos, que mantém uma rede telemétrica dotada de 30
estações pluviométricas remotas espalhadas no Município. Esta rede de estações denominada “Sistema de
Estações de Monitoração Pluviométrica Remota – SEMPRE” integra o “Sistema de Alerta de Deslizamentos
– ALERTA RIO” da Fundação.

As alturas de chuvas, com leitura a cada 15 minutos, são enviadas em tempo real, a uma central
computadorizada situada na sede da Fundação, que processa as informações e identifica os locais sujeitos a
riscos de deslizamentos. O alerta dos possíveis riscos é disseminado a população por meio de rádio e
televisão.

Para efeito de identificação e monitoramento de áreas de risco, foram mapeadas


aproximadamente 50 favelas e locais considerados de alto risco, cujas informações orientam os
procedimentos de fiscalização, no sentido de impedir a expansão e instalação de novas favelas.

Visando restaurar a cobertura vegetal nas encostas do Município, foi criado em 1986, o Projeto
Mutirão de Reflorestamento, que emprega a mão de obra dos moradores das comunidades beneficiadas
em regime de mutirão remunerado. Este Projeto já recuperou aproximadamente 25.000.000 m2 de
encostas (fonte: SMAC-2007).

298
2.6.10.3. DRENAGEM URBANA E ENCHENTES

O PDMAP apresentou de forma detalhada os locais com risco de inundação por bacia hidrográfica
de cada macrorregião. A Cidade do Rio de Janeiro possui, ao todo, 48 bacias hidrográficas inseridas, total
ou parcialmente nos limites do município. Essas bacias drenam para três grandes corpos hídricos
receptores, que definem as três macrorregiões de drenagem da cidade: Macrorregião da Guanabara,
Macrorregião Oceânica e Macrorregião da Baía de Sepetiba.

Foram verificados diversos pontos de inundação na cidade e as propostas para cada bacia
hidrográfica são apresentadas a seguir:

Macrorregião da Guanabara:

 Bacia do Centro: O estudo de alternativas para o tratamento dos déficits de capacidade na bacia
do Centro considerou as condicionantes locais, especialmente no que tange à dificuldade de
implantação de obras lineares nessa área de intensa circulação viária, onde a interrupção do
tráfego nas vias, já sobrecarregadas e com escassas opções de rotas alternativas, constitui um
fator limitante à implantação desse tipo de solução. Desse modo priorizou-se o amortecimento
na bacia, complementado por reforço para o tratamento dos déficits remanescentes.
 As áreas disponíveis para a implantação de reservatórios na bacia do Centro são praças e
estacionamentos que possibilitam a implantação de tanques subterrâneos para o
amortecimento, com reconstituição da área superficial após a implantação dos mesmos.
 Bacia do Rio Jequiá: A partir do estudo diagnóstico realizado, foram identificados déficits de
capacidade hidráulica ao longo de trechos e pontualmente em travessias, ocupação irregular do
leito e margens dos cursos d’água, inclusive em área de mangue e assoreamento da calha
devido às baixas declividades e influência de maré na área de mangue. Para reversão do quadro
observado, foram propostos o reforço de galerias, a melhoria da captação da microdrenagem, a
adequação de seção, a eliminação de estrangulamentos em canais e a eliminação de trechos em
galeria.
 Bacia do Canal do Mangue: Para o tratamento dos déficits da Bacia do Canal do Mangue, o
PDMAP propôs a desconcentração dos lançamentos com a restituição do curso do Rio Joana
para a sua foz natural, reservatórios de amortecimento nas áreas de baixada: Praça Varnhagen,
Praça Niterói e Extra Heitor Beltrão, reservatório de amortecimento de “pé de morro” para
controle de “flash-floods” e retenção de sedimentos - Reservatório Alto Grajaú e tratamento de
áreas baixas na Praça da Bandeira com implantação de reservatório tipo “polder”, com
reestruturação da captação da microdrenagem e isolamento da macrodrenagem, evitando o
retorno das águas do Rio Maracanã para a Praça da Bandeira, por efeito de remanso durante
eventos de maré alta.

299
 Bacia do Canal do Cunha: A alternativa recomendada para a adequação da macrodrenagem na
bacia do Canal do Cunha foi a que englobava a reservação de montante, a adequação de
travessias restritivas ao escoamento, o desassoreamento das seções e o reforço de capacidade.
 Bacia do Rio Irajá e Canal da Penha: As alternativas avaliadas foram concebidas de modo a
equilibrar as vazões afluentes e capacidades hidráulicas das seções. Além do equilíbrio de
déficits, na recomendação da alternativa a ser implantada buscou-se também o
restabelecimento e adequação dos escoamentos nos trechos de canal assoreados, nas restrições
pontuais ao escoamento e nas áreas de ocupação irregular.
 A alternativa recomendada para a adequação da macrodrenagem na bacia do Canal da Penha e
Rio Irajá engloba a implantação de doze pontos de reservação e a adequação da capacidade
hidráulica das calhas e ajuste de travessias quando necessárias.
 Bacia do Rio Lucas: A alternativa selecionada foi a que apresentou maior eficiência ao equilibrar
as vazões afluentes e capacidades hidráulicas das seções. Além do equilíbrio de déficits, buscou-
se também o restabelecimento e adequação dos escoamentos nos trechos de canal assoreados,
nas restrições pontuais ao escoamento e nas áreas de ocupação irregular. Foram propostos três
reservatórios na bacia do Rio Lucas, com aproximadamente 93.000 m3 no total. As obras
lineares, por sua vez, totalizam aproximadamente 2.000 m de extensão.
 Bacia do Rio Acari: O tratamento dos déficits na bacia do Rio Acari proposto contou com o
desassoreamento do trecho baixo do Rio Acari, para restituição da capacidade hidráulica da
calha, com a adequação de capacidade – ampliação de calha, nos trechos de déficit e calha
natural, com processos de erosão e assoreamento, com reservatórios de amortecimento nas
cotas intermediárias e com reservatórios de amortecimento de “pé de morro”, para controle de
flash-floods e retenção de sedimentos.
 Bacia do Rio Sarapuí e Tintas: O tratamento dos déficits da bacia dos rios Sarapuí e Tintas
proposto considerou a adequação da capacidade, com ampliação da calha nos trechos de déficit,
e construção de reservatório de amortecimento de "pé de morro" para controle dos flash floods
e retenção de sedimentos em ambos os rios. Foram consideradas, ainda, no rio Sarapuí, a
delimitação de várzeas através da implantação de vias-parque para proteção contra ocupação
irregular e a construção de reservatório de amortecimento nas cotas intermediárias.

Macrorregião Oceânica:

 Bacia do Rio Grande/Arroio Fundo: O tratamento dos déficits na bacia do Rio Grande/Arroio
Fundo proposto considerou a adequação da capacidade, com ampliação de calha nos trechos de
capacidade restritiva, o desassoreamento e limpeza do canal, a desapropriação de ocupação
irregular e áreas para planejamento futuro, a longo prazo, visando a redução do assoreamento
da calha.

300
 Bacia do rio Guerenguê/Arroio Pavuna: As questões de macrodrenagem que requerem atenção
na bacia do Rio Guerenguê e do Arroio Pavuna decorrem da possibilidade de expansão da
ocupação urbana da bacia, portanto mais ligadas ao cenário futuro, do que ao presente. No
entanto, alguns pontos de inundação já são observados, no médio curso do Rio Guerenguê,
sobretudo em função da interferência do sistema viário sobre os tributários, seja pela instalação
de avenidas de fundo de vale, seja por travessias restritivas ao escoamento.
 A alternativa recomendada para a adequação da macrodrenagem na bacia do Rio Guerenguê
engloba a reservação de montante com amortecimento de vazões afluentes a travessias e
trechos restritivos previstos no projeto a ser implantado e o desassoreamento das seções. O
PDMAP também recomendou a implantação de revestimento para proteção e estabilização de
taludes nas seções projetadas sem revestimentos.
 A alternativa recomendada para o tratamento dos déficits na bacia do Arroio Pavuna buscou o
restabelecimento e adequação dos escoamentos nos trechos de canal assoreados, nas restrições
pontuais ao escoamento e nas áreas de ocupação irregular.
 Destaca-se que os reservatórios recomendados para solucionar o problema do Arroio Pavuna
não estão geograficamente localizados em sua bacia hidrográfica, mas sim na bacia do
Guerenguê.
 Bacia do Rio Anil: Foram propostas para a bacia do Rio Anil intervenções que combinam reforço
de capacidade hidráulica com recuperação de áreas de preservação, como a adequação de
calhas e travessias nos rios Sangrador, São Francisco e Anil e a desapropriação das áreas de
ocupação irregular abaixo da cota de 2,0m (em consonância com critérios estabelecidos pela
Prefeitura Municipal), em conjunto com medidas fiscalizadoras e legais que garantam a
preservação dessas áreas, bem como das cabeceiras com cotas superiores a 60,0m.
 Bacia do Rio Rainha: Para o tratamento quantitativo do único trecho de déficit diagnosticado, na
travessia em na Av. Padre Leonel Franca, justifica-se a abertura dessa travessia de modo a
garantir seção hidráulica compatível com o trecho a jusante.
 Com relação ao risco de erosão e consequente assoreamento, por se encontrarem em área de
preservação no Parque da Cidade, as cabeceiras da bacia apresentam uma proteção natural
contra o carreamento de sedimentos para a calha do rio durante as tormentas de maior
intensidade. Além disso, as estruturas existentes na bacia do Rio Rainha, compostas de duas
barragens no trecho dentro do Parque da Cidade e estruturas de dissipação (degraus) ao longo
dos trechos no Parque da Cidade e no interior do Campus da PUC, desde que bem conservadas,
desaceleram os escoamentos nos trechos de maior declividade. Recomendou-se, portanto, a
manutenção permanente dessas estruturas, de modo a garantir o seu bom funcionamento.
 Com relação ao risco de expansão da ocupação irregular na Comunidade Vila Parque da Cidade,
é preciso que haja o controle efetivo no sentido de evitar que sejam desmatadas mais áreas de

301
mata ciliar e ocupada a região na margem direita do Rio Rainha, a montante da Estrada Santa
Marinha. O aumento dessa ocupação acarretaria em maior risco de erosão das margens, hoje
preservadas pela floresta no interior do Parque da Cidade, em risco a vida humana, pela
ocupação desordenada das áreas ribeirinhas e na alteração da condição de permeabilidade na
bacia, alterando também as vazões de projeto no curso d’agua.
 Bacia do Rio dos Macacos: O conjunto de intervenções recomendado para bacia do Rio dos
Macacos considerou tanto a adequação hidráulica dos escoamentos quanto a proteção da rede
de drenagem contra erosão e assoreamento. Também procurou garantir uma margem de
segurança no trecho final, na Rua General Garzon, já que este está sujeito a fatores externos a
bacia que podem contribuir para a formação de inundações nesse importante eixo viário da
cidade.
 Deste modo, visando atender as diversas condicionantes da macrodrenagem na bacia,
considerou-se que a alternativa que melhor se adequa aos objetivos combina medidas de
reservação com adequação de calha. A implantação do Reservatório RMC-1 se justifica, tanto do
ponto de vista quantitativo, para a adequação dos escoamentos, quanto do ponto de vista
qualitativo, para a retenção dos sedimentos advindos das ondas de cheia durante tormentas de
maior intensidade, evitando assim que se acumulem nos canais de macrodrenagem na região de
baixada. Esse reservatório possibilitaria aos trechos de canal a jusante, o atendimento as vazões
de projeto, até o limite da Rua Jardim Botânico, evitando, desse modo, dispendiosas
intervenções na calha no interior do Jardim Botânico. O trecho a montante do Jardim Botânico,
no entanto, é afetado pela ocupação irregular dar margens e carece de medidas sociais para
garantir a segurança da população que ali reside, em condições de risco, bem como a proteção
das margens e calha do curso d’agua.
 Bacia do Rio Banana Podre: O tratamento dos déficits proposto contou com a implantação de
galerias de reforço paralelas a existente, com readequação da capacidade hidráulica, e com a
implantação de reservatório de amortecimento de “pé de morro”, para controle de flash-floods
e retenção de sedimentos.

Macrorregião de Sepetiba:

 Bacia do Piraquê-Cabuçu: Foram propostas para o tratamento dos déficits da bacia do Piraquê-
Cabuçu as intervenções que combinam reservação com reforço de capacidade hidráulica.
 Reservação, a fim de adequar as vazões afluentes a capacidade hidráulica da calha, nos trechos
onde o curso d’agua encontra-se consolidado, com avenidas marginais ou construções, onde o
aumento de capacidade implicaria em desapropriações onerosas e/ou inviáveis;

302
 Adequação de calha, com implantação de via parque marginal para prevenir contra futuras
invasões, nos trechos onde o canal encontra-se em calha natural, ainda sem urbanização
marginal, e cuja margem encontra-se em risco de ocupação irregular;
 A implantação de vias parque também foi recomendada como medida de proteção das áreas
baixas não urbanizáveis (cotas inferiores a 2 m), em conjunto com medidas fiscalizadoras que
garantam a preservação dessas áreas, bem como das cabeceiras com cotas superiores a 60 m.
 Bacia do Cação Vermelho: Entre as alternativas estudadas pelo PDMAP, a que melhor atende as
necessidades e condicionantes da bacia hidrográfica, incluiu as seguintes intervenções: Dois
reservatórios de amortecimento de cheias, RC-3 e RC-4; Reforço de calhas onde estas não
comportam a vazão afluente para a condição futura de urbanização; Adequação de calhas que
se encontram ainda em condições naturais onde as margens se encontram urbanizadas; Bacia
de sedimentação próxima a foz do Rio Cação Vermelho; Preservação das áreas de cabeceira do
Rio Cantagalo que ainda se encontram florestadas e das áreas de encostas com cotas superiores
a 60 m.
 Bacia do Rio da Prata do Mendanha: Alguns dos locais com risco de inundação registrados
referiam-se a problemas de microdrenagem. O tratamento dos déficits proposto para a bacia
levou em consideração a adequação do canal, a implantação de via parque e a implantação de
reservatórios de retenção.
 Bacia do Rio Campinho: O principal problema encontrado foi os déficits de capacidade hidráulica,
ao longo de trechos ou pontualmente, em travessias. As intervenções recomendadas foram a
adequação do canal, implantação de via parque, implantação de canal trapezoidal de concreto e
implantação de reservatórios de retenção.

2.6.11. PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MUNICÍPIOS DO ENTORNO DA


BAÍA DE GUANABARA (PSAM)

O Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara (PSAM) é


executado pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) com financiamento do BID. O contrato de
financiamento foi assinado em março de 2012 e o programa objetiva beneficiar 14 municípios do entorno
da Baía de Guanabara.

As informações apresentadas a seguir foram coletadas em apresentações da SEA sobre o Programa


disponíveis na internet, nos Estudos Regionais de Saneamento Básico da Baixada Fluminense e no 1º
Workshop de Consulta Pública sobre o Plano de Recuperação Ambiental da Baía de Guanabara.

303
Apresentações em Power Point: Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno
da Baía de Guanabara – PSAM – Secretaria de Estado do Ambiente

A bacia da Baía de Guanabara engloba 16 municípios, sendo 10 integralmente e 6 parcialmente e


uma população de cerca de 11 milhões . A baía recebe efluentes de esgotos sanitários brutos (ou
parcialmente tratados de ~25 %) da população situada em sua região hidrográfica, sendo o tempo médio
de renovação de 50% do volume de suas águas de 12 dias.

Em 2014, a porcentagem de população atendida pelos sistemas de esgotamento sanitário no


município do Rio de Janeiro era de 31,83%, já em Niterói 85,73%, S.J.Meriti 16,79%, Belford Roxo 20,24%,
Mesquita 14,85% e São Gonçalo 2,00%. Nos municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Magé e Itaboraí
a população atendida é tão baixa, que representa porcentagem nula de suas populações.

Diante dessa situação, criou-se o PSAM - Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do
Entorno da Baía de Guanabara, financiado e apoiado pelo BID e pela contrapartida estadual, cujo
investimento será de 640 milhões de dólares.

A meta do PSAM é atingir 80% de coleta e tratamento de esgoto até 2018, promovendo uma
reversão da degradação ambiental da Baía de Guanabara. Esse projeto possui três componentes:

Componente 1: Intervenções na infraestrutura, pela implantação de novos sistemas de


esgotamento sanitário. As áreas de atuação das obras programadas desse componente são:

 O sistema de esgotamento sanitário de Alcântara, localizado em São Gonçalo, através da


construção de uma nova rede de esgotos, incluindo uma ETE com capacidade para 1200l/s, com
coletores troncos de 2.519m, redes coletoras de 94.414m e ligações domiciliares em 17.430
unidades;
 Recuperação da rede do tronco coletor Cidade Nova, no Rio de Janeiro, que se conectará com a
rede do Porto Maravilha, em direção à Estação Alegria, com extensão total de 4.519 m,
acrescentando 750l/s a ETE Alegria;
 Reabilitação de rede coletora das bacias do Canal do Mangue e do Tronco Tijuca/S. Cristóvão,
corrigindo os lançamentos irregulares na rede pluvial e realizando melhorias na rede de esgotos;
 Complementação da coleta de esgotos do Sistema ETE Pavuna, que consistindo em redes
coletoras de esgotos, interceptores, estações elevatórias, coletores troncos e linhas de recalque,
acrescentando mais de 2.500 l/s a ETEs Sarapuí e Pavuna.

Com todas essas intervenções de infraestrutura, a meta é alcançar mais de 297 mil domicílios com conexão a
rede e tratamento de esgotos e mais de 3.750 l/s de acréscimo de esgoto tratado nas ETE.
Componente 2: Melhorias para o monitoramento da qualidade dos corpos hídricos com apoio à
atuação das instituições (INEA, CEDAE e AGENERSA), cujo escopo é a fiscalização e revisão dos

304
procedimentos de auto-declaração /pós licença das industrias, revisão dos sistemas Procon-aguas e
manifesto de resíduos e ações de fiscalização contra lançamentos de óleo no rio Calombé /Duque de Caxias.
E suas ações serão:

 Ação 1 – Estudo para a gestão dos lodos gerados nas ETEs com ênfase para o aproveitamento
energético (CEDAE);
 Ação 2 - Redução de água não contabilizada e promoção do uso racional da água (CEDAE);
 Ação 3 – Apoio à ampliação da regulação dos serviços de água e esgoto no Rio de Janeiro
(AGENERSA);
 Ação 4 – Apoio à adequação da CEDAE à Lei 11.445/07;
 Ação 5 - Monitoramento da Qualidade dos Corpos Receptores (INEA).

Componente 3: Promoção das políticas públicas de saneamento, através da elaboração de planos


municipais e regionais de saneamento e aprimoramento da capacidade de financiamento dos serviços.

 Planos regionais (PRSB) em Nova Iguaçu, Magé, Guapimirim, Cachoeiras de Macacu e Tanguá;
 Planos municipais (PMSB) no Rio de Janeiro, Nilópolis, Mesquita, São João de Meriti, Belford
Roxo, Duque de Caxias, Niterói, São Gonçalo e Itaboraí.

A figura abaixo apresenta o andamento das ações do Componente 3.

Situação dos Planos Municipais de Saneamento Básico

305
Estudo Regional de Saneamento Básico da Baixada Fluminense

Os Estudos Regionais da Baixada Fluminense foram elaborados pelo conjunto de municípios da


Baixada Fluminense (Mesquita, São João de Meriti, Belford Roxo, Nova Iguaçu, Nilópolis, Duque de Caxias e
uma porção do município do Rio de Janeiro) em parceria com a SEA/INEA e a CEDAE, com o intuito de
oferecer um subsídio técnico para a execução dos Planos Municipais de Saneamento Básico dos municípios
da região.

2.6.11.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Os mananciais que abastecem a região são prioritariamente superficiais. Nos trabalhos de


identificação dos mananciais que se encontram disponíveis e que efetivamente se constituem em fontes
abastecedoras em toda a área do ERSB, concluiu-se que não há outras fontes além daquelas já amplamente
estudadas, e que já abastecem a região ao longo das últimas décadas, quais sejam:

 Rio Guandu, através de transposição da Bacia do Rio Paraíba do Sul (Rio de Janeiro e Baixada
Fluminense);
 Sistema Acari (atende exclusivamente a uma pequena parte da Baixada Fluminense).

Chama-se a atenção que o Sistema Acari, conhecido como o sistema das cinco linhas pretas, atende
atualmente exclusivamente à parte da Baixada Fluminense uma vez que suas pequenas vazões não seriam
suficientes nem mesmo para toda a Baixada, devendo ser complementado, portanto pelo Sistema Guandu.
Já quando da elaboração do PDA -2004 o Sistema Acari já estava a funcionar assim com exclusividade.

A partir das informações disponibilizadas pelo IBGE através dos setores censitários, o Relatório de
Caracterização e Diagnóstico do Estudo Regional de Saneamento Básico da Baixada Fluminense fez uma
espacialização de duas situações específicas relativas ao indicador água, sendo elas: Percentual dos
domicílios com abastecimento de água via rede geral e Percentual dos domicílios com abastecimento de
água via nascente ou poço. Os mapeamentos de ambas as situações estão apresentadas na Figura Erro!
NENHUM TEXTO COM O ESTILO ESPECIFICADO FOI ENCONTRADO NO DOCUMENTO..1 e na Figura Erro! NENHUM TEXTO COM O ESTILO

ESPECIFICADO FOI ENCONTRADO NO DOCUMENTO..2.

306
Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..1: Percentual de Domicílios com
abastecimento de água via rede geral – 2010.

Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..2: Percentual de Domicílios com
abastecimento de água via nascente ou poço – 2010.

Ao avaliar o Mapa de Percentual de Domicílios com abastecimento de água via rede geral,
percebeu-se que grande parte da área do presente estudo é abastecida desta maneira. Este tipo de
informação remete que o grande problema da Baixada Fluminense não está necessariamente ligado à
implantação de redes de água. A intermitência do serviço (ligado possivelmente a condições de reservação

307
e adução) é que se torna mais preocupante nestas áreas. A partir de relatos, apresentados ao longo dos
Seminários junto às Prefeituras, pôde-se constatar que inúmeras residências passam a estocar água (em
caixas d´água e cisternas) com o intuito de garantir quantidade razoável de água para o consumo até que se
torne possível estocar outra vez.

Tornou-se claro, também, a percepção referente a áreas específicas (com destaque a porções
nucleares no município de Belford Roxo, bem como às áreas menos densificadas no sopé da área
montanhosa) que, por sua vez, não possuem um abastecimento voltado para a rede de distribuição de água,
e sim, conforme pode ser visto na Figura Erro! NENHUM TEXTO COM O ESTILO ESPECIFICADO FOI ENCONTRADO NO

DOCUMENTO..2, a partir da exploração de poços artesianos e das nascentes de rios locais.

Nota-se que, de maneira geral, em 2010, as áreas mais densas eram abastecidas via rede geral,
enquanto as porções menos densificadas (principalmente aquelas próximas às áreas protegidas) possuíam
outros tipos de abastecimento.

Em relação à cobertura do sistema, observou-se, a partir dos dados fornecidos pelo Sistema
Nacional de Saneamento do Ministério das Cidades (SNIS, 2010), que o percentual de atendimento à
população aumentou entre os anos de 2008 e 2010, evidenciando um incremento da cobertura dos
serviços.

Enquanto o município de Belford Roxo fulgurou como um dos municípios com o menor índice de
abastecimento entre os anos de 2008 e 2010, observou-se que outros municípios como Nilópolis, Nova
Iguaçu, Rio de Janeiro e São João de Meriti possuíam elevados índices de cobertura (quase sempre
superiores à 90%). Em relação aos municípios de Duque de Caxias e Mesquita, no ano de 2010, o índice de
atendimento se tornou superior aos 80%, ainda que, nos anos anteriores os valores apresentam-se abaixo
dos 70%.

Em à macromedição, cabe destacar que apesar da mesma ser quase total na área de estudo,
variando de 99,56% a 100%, a mesma não é completa, variando de 78,93% em Nilópolis a 20,1% em
Mesquita, o que pode explicar maiores índices de perdas totais neste Município. O sistema compacto (em
uma pequena área) e a alta taxa de hidrometração podem explicar os menores índices de perdas em
Nilópolis.

A partir da análise de dados de vazões de água produzida, consumida e perdida nos municípios dos
Estudos Regionais de Saneamento, com e sem incluir o município do Rio de Janeiro, pôde-se então inferir
que o volume de água destinada para o consumo social (aqui entendido como consumo de água subsidiado
para a população de baixa renda) foi, em 2010, de cerca de 22% do volume total de água produzido.

Em trabalhos anteriores realizados pela CEDAE, incluindo-se o denominado “Estudos e Diagnósticos


de Avaliação das Perdas dos Sistemas de Adução e Distribuição da Região Metropolitana do Rio de Janeiro”

308
obteve-se um índice médio de perdas totais de 60% na RMRJ e, dessa forma, o valor do Índice de Perdas
Físicas (IPF) adotado no PDA – 2004 ficou, então, em torno de 30%.

Este valor foi, portanto, o adotado pela CEDAE, não somente no PDA – RMRJ como em quase todos
os planejamentos e projetos da Companhia como sendo o valor global de perdas para a RMRJ, em todas as
áreas em estudo, incluindo-se a Baixada Fluminense. Chama-se a atenção que as perdas físicas de sistemas
conurbados em cidades grandes quase sempre giram em torno de 20% a 35%.

Apesar da capacidade de reservação na área de estudo ser da ordem de 219.480 m³, dada a
situação de apenas alguns deles se encontrarem em operação, a situação atual apresenta um quadro no
qual a capacidade de reservação atual é de apenas 105.780 m³.

Para atender a alguns locais atualmente sem reservação, o Setor de Operações da CEDAE utiliza-se
de distribuição em marcha a partir de algumas adutoras que cortam a área (casos de Pilar, Parque Amorim,
Lote XV, Cabuçu, Fico e Jardim Esplanada) ou de extensões nas redes a partir de reservatórios existentes de
outros Setores (Nova Califórnia) ou mesmo de manobras com alternância na frequência do abastecimento
(caso de Austin – Queimados) e até mesmo dos reservatórios da empresa PETROBRÁS (caso de Campos
Elísios). Sendo assim, seria fundamental que se aperfeiçoassem os Setores de Distribuição construindo os
reservatórios previstos no planejamento do PDA até o horizonte do ERSB (2033).

Destaca-se que vários dos reservatórios construídos com a verba do PDBG na Baixada Fluminense
custaram a entrar em operação e, por isto mesmo, sofreram dezenas de ações de vandalismo por parte das
populações locais como furto de peças (bombas, válvulas, etc...) e tubulações o que atrasou sua entrada em
funcionamento, apesar dos problemas de abastecimento das respectivas áreas de influência.

Este fator, associado à falta de segurança encontrada em muitas das áreas próximas às
infraestruturas relacionadas com o abastecimento de água, contribui para uma maior dificuldade na
manutenção destes equipamentos, prejudicando consequentemente o serviço prestado.

A demanda de reservação em 2010, já considerando as perdas (34%), era de 219.420 m³. Caso
todos os reservatórios fossem postos em carga (219.480 m³), configuraria uma situação que apresenta os
reservatórios existentes na época sendo capazes de reservar água para toda a população dos municípios
envolvidos.

Um dos problemas associados ao sistema de abastecimento de água ao longo da área de estudo


pode ser explicado pela fragilidade da reservação de água em parte do sistema de distribuição, o que por
sua vez reforça a tendência de intermitência ao longo de toda área de estudo.

O Sistema Adutor e Distribuidor de Água da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, incluindo a


parte relativa à Baixada Fluminense, trata-se de uma malha hidráulica complexa, composta de múltiplos
reservatórios, estações de bombeamento (incluindo as do tipo “booster”), dezenas de registros operando

309
graduados e múltiplas fontes de abastecimento com vazões variáveis. Este sistema encontra-se ainda em
ampliação para atendimento às demandas atuais e reprimidas e sofrendo alterações devidas às
necessidades sociais, políticas e operacionais. Esta elevada complexidade do sistema de adução é uma
dificuldade.

De maneira geral, pode-se dizer que as adutoras se encontram operando de maneira regular, já que
aduzem água tratada sem a ocorrência de acidentes. O que há de relevante a ser mencionado neste
momento, é o grande número de manobras efetuadas pelos distritos de abastecimento, como rotina de
operação nos troncos distribuidores e as inúmeras queixas e reclamações das populações sobre faltas de
água frequentes. Deste modo, sublinha-se que as manobras acontecem em função da disponibilidade x
demanda, o que se pode caracterizar como regiões de abastecimento, já que os Setores de Abastecimento,
apesar de delimitados e associados aos reservatórios, são flexibilizados a partir da relação disponibilidade x
demanda.

Além disso, vale destacar outros problemas associados também à adução. Muitas delas atualmente
estão operando em marcha, ou seja, operam como tronco distribuidor, o que dificulta o abastecimento
controlado da região, impossibilitando a detecção de problemas associados às demandas locais. A
manutenção periódica das tubulações torna-se etapa fulcral para que se possam dirimir possíveis
problemas em relação às tubulações. Sabe-se que as operadoras realizam este controle, porém, a
intensificação desta manutenção é primordial para a garantia do abastecimento, bem como para a
segurança da população. O aumento do risco de infraestrutura existente pode, portanto, estar associado
também à ocorrência de ações que passam a desestabilizar o sistema como um todo, corroborando, por
exemplo, para a variação de pressões e vazões, ocasionando sérios problemas estruturais.

Apresenta-se, na Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..3,
um esquema unifilar demonstrando esquematicamente o sistema de adução/reservação encontrado hoje
ao longo da área do presente estudo.

310
Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..3: Esquema do Sistema
de Adução/Reservação

Em relação à rede de distribuição, um problema encontrado está associado à falta de dados


referentes à existência de informações precisas em relação à localização da rede existente. A identificação
correta da rede fina de distribuição contribui justamente para que se estabeleça um cadastro confiável em
relação à distribuição. Desta maneira, aumenta-se a possibilidade referente à identificação de conexões
irregulares, possibilitando desta maneira uma distribuição justa e de qualidade para os habitantes.

Em relação ao Diagnóstico de Produção, utilizando-se os dados ofertados pelo SNIS (2010), chega-
se ao valor de produção (adotando-se a totalidade dos municípios estudados no presente estudo) de 42.6
m³/s. Deste total, verificou-se que 32,3 m³/s são produzidos para o Município do Rio de Janeiro, enquanto
que o restante (10,3 m³/s) está associado aos municípios estudados da Baixada Fluminense. Do total

311
produzido, verifica-se também, com base nos dados SNIS (2010) que são tratadas em ETAS 40,1 m³/s. Assim,
por consequência deriva-se que 2,5 m³/s são advindos das chamadas Linhas Negras.

Quando estes valores passam a ser confrontados com os cálculos elaborados para a verificação da
demanda de água na área de interesse, são percebidas algumas questões de importância para análise dos
futuros prognósticos a serem elaborados.

Partindo-se de valores demográficos, percebeu-se que a demanda média para toda a área estudada
é da ordem de 10,0 m³/s. Quando foi considerado o mesmo índice de perdas utilizado anteriormente para
o ano de 2010 (34%), este valor chegou a 13,5m³/s. Uma vez mais é interessante notar a participação do
município do Rio de Janeiro para a elaboração destes cálculos. O município em questão contribui
diretamente para incrementar a demanda de água na região, participando com 4,2 m³/s quando não se
consideram perdas, e 5,7 m³/s considerando perdas. Estes valores por sua vez denotam que a demanda
média para o ano de 2010 na Baixada passou a ser de 5.8 m³/s não considerando perdas, e 7.8 m³/s
considerando perdas.

O Estudo Regional de Saneamento da Baixada Fluminense propôs medidas tanto não estruturais
como estruturais para os municípios envolvidos na área de estudo. Dentre as medidas não estruturais, foi
proposta a elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB) que ainda não o tenham. Com
relação às medidas estruturais, foi proposta uma série de ações visando a redução de perdas e a
universalização da cobertura do serviço de abastecimento de água, como a reativação ou expansão de
estruturas já existentes e que se encontram fora de operação e a expansão da rede de abastecimento, por
exemplo. Também foi proposta a adoção de medidas para proteção dos mananciais.

Tendo por base as ações especificadas ao longo dos Programas, Projetos e Ações para o
Abastecimento de Água na Baixada Fluminense, foi elaborado um diagrama unifilar para representar a
situação final no final de plano (2033). O diagrama pode ser visualizado na Figura Erro! NENHUM TEXTO COM O
ESTILO ESPECIFICADO FOI ENCONTRADO NO DOCUMENTO..4.

312
Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..4: Esquema unifilar da situação
do abastecimento de água no horizonte final de estudo.

2.6.11.2. ESGOTAMENTO SANITÁRIO

A situação do esgotamento sanitário apresenta um cenário sobre a distribuição dos domicílios que
possuem banheiros de uso dos moradores/sanitário com esgotamento sanitário via rede geral de esgotos
ou pluvial. Porém, este dado apresentado, apesar de indicar uma situação razoável sobre a área de estudo
(Figura Erro! NENHUM TEXTO COM O ESTILO ESPECIFICADO FOI ENCONTRADO NO DOCUMENTO..1), requer uma interpretação
diferenciada, exigindo atenção na comparação com a real situação do esgotamento sanitário na área de
interesse. Isto se deve fundamentalmente à metodologia adotada pelo próprio IBGE para o levantamento
desta variável junto à população. Devido à impossibilidade de, em muitos casos, se identificar a
separabilidade da rede de esgoto da rede pluvial, o próprio questionário do IBGE direciona o indicador para
ser agregado como rede pluvial ou rede de esgoto, não diferenciando uma da outra.

313
Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..1: Percentual de domicílios com
esgotamento sanitário via rede geral de esgoto ou pluvial – 2010

Outro indicador extremamente importante para ser estudado no projeto está relacionado aos
domicílios que esgotam seus efluentes via vala, lago ou mar. Este indicador sugere uma ameaça potencial à
saúde das pessoas que habitam esses locais devido à potencialidade ser mais latente em relação à
proliferação de doenças infectocontagiosas. Esta situação pode inclusive se agravar quando estas mesmas
áreas passam a ser alagadas devido a existência precária (ou até mesmo inexistência) de infraestrutura
local referente à drenagem.

Diferentemente dos problemas atrelados à situação apresentada anteriormente, torna-se possível


a visualização dos domicílios com esgotamento via vala, lago ou mar (Figura Erro! NENHUM TEXTO COM O ESTILO
ESPECIFICADO FOI ENCONTRADO NO DOCUMENTO..2). A partir do mapeamento elaborado, foi possível observar que a
ocorrência destas áreas estão atribuídas a locais bastante específicos em toda a área de interesse de
projeto, o que por sua vez indica a necessidade de implementação infraestrutural (implementação de rede
coletora) nas áreas identificadas.

É de suma importância que se destaque que o cenário apresentado (de acordo com as informações
do Censo) denota uma situação bastante diferenciada em relação aos vários municípios estudados. As
situações mais críticas estão associadas aos municípios de Belford Roxo, Nova Iguaçu e Duque de Caxias.
Além destas áreas, destacam-se a porção sudeste do município de São João de Meriti, bem como o norte

314
do município do Rio de Janeiro com enclaves localizados de áreas com elevados índices de esgotamento
sanitário via vala, rio ou mar.

Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..2: Percentual de domicílios com
esgotamento sanitário via vala, rio, lago ou mar – 2010

Dos 226 bairros existentes na área de interesse, identificou-se que em 146 bairros existia pelo
menos um setor censitário com no mínimo 50% dos domicílios esgotando para valas, rios ou mar.

Percebeu-se, inicialmente, a partir dos dados do SNIS (2010), uma distribuição heterogênea no que
tange a distribuição dos serviços de esgotamento sanitário. Apesar da média (considerando-se a totalidade
de todos os municípios estudados) ser da ordem de 62%, foi verificada uma multiplicidade de cenários na
área de estudo. Enquanto os municípios de Duque de Caxias, Mesquita e Belford Roxo possuíam um índice
de atendimento próximo aos 40% (39%, 37% e 42% respectivamente), outros municípios pareciam dispor
de um amplo sistema de coleta (como o caso de Nilópolis, com 96% de atendimento).

Quanto ao índice de tratamento de esgotos em relação à agua consumida, ainda segundo o SNIS
(com base nas informações do ano de 2010), Mesquita aparece em primeiro com apenas 7,81%, enquanto
Nilópolis e São João de Meriti com 0%, o que confirma a enorme carência de serviços adequados de
saneamento básico na região em estudo.

A partir das visitas técnicas realizadas pela equipe da Conen Consultoria e Engenharia, contratada
para o desenvolvimento deste Estudo, constatou-se que a maior parte do esgoto sanitário produzido é

315
lançado “in natura” nas galerias de drenagem ou diretamente nos rios, córregos e valões, sendo, portanto o
principal responsável pela poluição da Baía de Guanabara.

Os Sistemas de Esgotamento e suas respectivas sub-bacias na área analisada são apresentados na


Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..3.

F IGURA ERRO! NENHUM TEXTO COM O ESTILO ESPECIFICADO FOI ENCONTRADO NO DOCUMENTO..3: SISTEMAS DE ESGOTAMENTO

De uma forma geral, a situação dos serviços de esgoto nos Municípios encontrava-se bastante
deficitária. Com o intuito de apresentar a estrutura na época do estudo no que tange o serviço de
esgotamento, podem ser visualizados a partir dos mapas das Figura Erro! NENHUM TEXTO COM O ESTILO ESPECIFICADO
FOI ENCONTRADO NO DOCUMENTO..4 e Figura ERRO! NENHUM TEXTO COM O ESTILO ESPECIFICADO FOI ENCONTRADO NO DOCUMENTO..5
a localização dos equipamentos existentes nas áreas de interesse do projeto, apresentando desta maneira
a localização dos troncos coletores, assim como dos interceptores elevatórias, estações de tratamento, e
por fim, a rede coletora fina existente/projetada.

316
Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..4: Localização dos Coletores,
Interceptores, Elevaórias e Elevatórias de Esgoto na área de interesse

Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..5: Situação da Rede Coletora de
Esgoto na área de interesse

317
Apesar da distribuição dos equipamentos existentes apontados nos mapeamentos anteriores,
pôde-se perceber a distribuição heterogênea dos mesmos, o que repercute diretamente nos resultados dos
índices de esgoto encontrados nos Municípios da Baixada Fluminense envolvidos no estudo.

Pôde-se observar, através dos mapas, um cenário bastante distinto em duas áreas específicas,
sendo elas: a porção setentrional e a porção meridional a partir da delimitação do município de São João de
Meriti. A primeira caracterizada pela ausência de rede coletora em grandes áreas, pela existência de
pequenos núcleos de rede coletora isoladas nos municípios de Belford Roxo, Nova Iguaçu e Duque de
Caxias, bem como pela ausência de áreas com projetos definidos. Isto pode ser parcialmente explicado pela
diminuição da densidade demográfica na medida em que analisamos a porção norte da área de estudo.

A segunda área, localizada na porção central e meridional da área de estudo, caracteriza-se pela
existência de algumas áreas com rede coletora (principalmente nos municípios de Rio de Janeiro, São João
de Meriti e Nilópolis). Apesar da inexistência de estrutura física existente em várias áreas citadas, torna-se
importante destacar que ao longo das mesmas, são identificadas áreas que estão associadas a projetos de
engenharia já definidos (ainda que muitas delas não possuam recursos definidos).

Vale ressaltar a situação do município de Nilópolis: de acordo com o SNIS (2010), por exemplo, 96%
da população possuía cobertura do sistema de coleta de esgoto, apresentando-se como um cenário
relativamente diferenciado quando comparado com os outros municípios estudados, conforme já
apresentado. É de suma importância destacar que os valores foram, inclusive, corroborados pelo próprio
Município. Porém, devido a inexistência de cadastros que comprovassem a localização da rede no
município, optou-se por destacar esta informação no mapa apresentado com o objetivo de apontar a rede
presumida neste município.

Outra questão que vale a pena ser mencionada está associada ao município do Rio de Janeiro.
Percebeu-se a existência de uma grande área (Sistema Pavuna) que não possuía, em grande parte de sua
extensão, a presença de estrutura física. Além disto, apesar da existência de projeto de engenharia para a
área em questão, vale destacar que não existiam recursos disponibilizados para a implementação de obras
no local, o que por sua vez pode se apresentar como um gargalo para a área, necessitando que se definisse
o mais urgente possível a origem do investimento para a implementação de obras no local.

O Estudo Regional de Saneamento da Baixada Fluminense propôs medidas tanto não estruturais
como estruturais para os municípios envolvidos na área de estudo. Dentre as medidas não estruturais, foi
proposta a elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB) que ainda não o tenham. Com
relação às medidas estruturais, foi proposta a readequação e recuperação de estruturas existentes, a
expansão e implementação de troncos coletores na área de interesse, assim como a ampliação,
desativação e construção de (novas) ETEs. Para a definição das medidas a serem adotadas, verificou-se as

318
áreas sobre as quais já existem investimentos e projetos na área de interesse, apresentadas na Figura Erro!
Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..6

Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..6: Área de
Investimentos/Licitação em Esgotamento Sanitário na área de interesse.

Vislumbrando a implementação de todas as ações (curto, médio e longo prazo) para o setor de
esgotamento sanitário, é apresentado o cenário de final de plano)

319
Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..7: Cenário de Final de
Plano - Esgotamento Sanitário

2.6.11.3. RESÍDUOS SÓLIDOS

A partir da identificação da distribuição percentual dos domicílios com coleta regular de lixo, feita
no Relatório de Caracterização e Diagnóstico Estudos Regionais da Baixada Fluminense , foi observado que
nos municípios do Rio de Janeiro, São João de Meriti, Mesquita e Nilópolis o serviço é realizado de maneira
a atender grande parte da população (Figura Erro! NENHUM TEXTO COM O ESTILO ESPECIFICADO FOI ENCONTRADO NO
DOCUMENTO..1). No entanto, nos municípios de Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Belford Roxo, este serviço
ocorre de maneira mais heterogênea distribuída no espaço, o que indica a necessidade de intervenções
“pontuais” no território dos municípios destacados com a finalidade de se dirimir os problemas sanitários
da população local.

320
Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..1: Percentual de domicílios com
lixo coletado - 2010

2.6.11.4. DRENAGEM URBANA

Quando se verificam a distribuição de bueiros e bocas de lobo ao longo dos municípios analisados
nos Estudos Regionais da Baixada Fluminense, percebe-se que em muitas das áreas avaliadas, menos de
50% dos domicílios possuem em seu entorno este tipo de estrutura, conforme apresentado na Figura Erro!
NENHUM TEXTO COM O ESTILO ESPECIFICADO FOI ENCONTRADO NO DOCUMENTO..1. No entanto, é ainda importante destacar

que as áreas com mais de 50% de domicílios com bueiros e bocas de lobo, podem não possuir condições
tão melhores, o que pode indicar um cenário ainda mais grave do que o apresentado.

O município no qual, aparentemente, a situação é mais amena é Nilópolis. Verifica-se que


praticamente a totalidade municipal se encontra com pelo menos 50% dos domicílios com a estrutura de
bueiros e bocas de lobo no entorno dos mesmos. Por sua vez, os Municípios de São João de Meriti e o de
Belford Roxo apresentam situações bastantes críticas em relação à drenagem. Em grande parte destes
municípios a distribuição de bueiros e bocas de lobo nas proximidades domiciliares está abaixo dos 50%.

É ainda importante atentar para o fato de que o município de Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Rio
de Janeiro, apesar de apresentarem situações também críticas, também possuem áreas sobre as quais
ocorre baixa distribuição de bueiros e bocas de lobo podendo as mesmas ser consideradas enclaves, já que
as porções mais densamente povoadas recebem o serviço.

321
Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..1: Percentual de domicílios onde
existe bueiro/boca de lobo - 2010

2.6.11.5. QUALIDADE AMBIENTAL

Segundo o Relatório de Caracterização e Diagnóstico dos Estudos Regionais da Baixada Fluminense,


a Baixada Fluminense detém diversas áreas de preservação ambiental que guardam amostras importantes
de fauna e flora nativas. Em Nova Iguaçu, cidade localizada entre os maciços do Tinguá e do Mendanha-
Gericinó, embora tenha sofrido todos os prejuízos da expansão populacional, ainda guarda um patrimônio
importante: 50% de seu território se encontram cobertos por matas.

Esta área abriga sete APAs (Áreas de Proteção Ambiental) e um parque municipais, duas APAs
estaduais (Rio Guandu e Mendanha-Gericinó) e a Reserva Biológica de Tinguá (federal). Um outro tipo de
vegetação pode ser encontrado nas áreas alagadiças, sobretudo na baixada da Guanabara, para onde
convergem numerosos rios. Grandes extensões de manguezais ocupam esta região e, nas faixas arenosas,
desenvolve-se uma flora característica das restingas.

1º Workshop de Consulta Pública Sobre o Plano de Recuperação Ambiental da Baía de Guanabara


(29/04/2016)

Segundo a apresentação de Bob Summers, representante da KCI, na Região Metropolitana do Rio


de Janeiro, de 70 a 80% do esgoto não é tratado, mas obras de infraestrutura estão a caminho.

322
Nos últimos 50 anos, a infraestrutura de esgoto foi ultrapassada pelo crescimento populacional.
Melhorias não têm acompanhado o crescimento populacional, apesar dos investimentos do PDBG e do
PSAM. Sendo assim, redes de coleta de esgoto antiquadas não são capazes de lidar com a vazão atual.
Entre os anos 1980 e 1990, não houve nenhuma melhoria na infraestrutura.

Em 2014, o PSAM estimou que aproximadamente 21% da população da bacia hidrográfica da Baía
de Guanabara dispõem de serviços de tratamento de esgoto. Projetos estão sendo implementados para
que o número aumente para 35% até 2018.

Com relação aos resíduos sólidos, foi verificada uma gestão ineficiente dos resíduos, com despejo
ilegal dos mesmos tendo como consequência poluição visual, cheiros desagradáveis, sendo vetores de
doenças e caracterizando uma barreira para recreação e tráfego de barcos e um risco para a vida selvagem.

Antes da colonização, o Estado do Rio de Janeiro possuía 97% do seu território com cobertura
vegetal. Atualmente, existem 137 áreas de conservação parcial ou totalmente inseridas na bacia
hidrográfica da Baía de Guanabara: 5 federais, 4 estaduais, 121 municipais e 7 privadas.

Foi citada a necessidade de inúmeras medidas de recuperação da Baía de Guanabara, como a


renovação e construção de sistemas de coleta e tratamento de esgoto, o fortalecimento da fiscalização e
dos programas de controle industrial, a prevenção de expansão de ocupações irregulares em áreas de
encostas, planícies de inundação, manguezais, etc, a realização de estudos com vista à relocação de
comunidades em áreas alagáveis junto aos rios e canais, a melhoria da coleta e disposição de resíduos
sólidos, a remoção de sedimentos contaminados de rios e da baía e a proteção e recuperação da fauna e
flora.

Mapas PSAM (http://psam.maps.arcgis.com/home/)

Os mapas das Figuras Figura A,Figura B, Figura C, Figura D, Figura E, Figura F, Figura G eErro!
Fonte de referência não encontrada. apresentam tanto o diagnóstico como as proposições de saneamento,
até 2015, firmadas pelo controle social participativo na região de interesse do programa.

Grande parte dos dados e informações foi obtida no processo de elaboração dos Planos Municipais
de Saneamento e do Estudo Regional de Saneamento da Baixada Fluminense realizados pelo PSAM, bem
como validados por integrantes das prefeituras envolvidas e membros do grupo de acompanhamento da
AGENERSA (Agência Reguladora), não obstante atualizados até meados de 2015.

Trata-se de uma iniciativa da SEA/INEA para dar início ao apoio de construção compartilhada da
ferramenta de gestão pública para a integração e homologação dos Sistemas Municipais de Informação de
Saneamento do Estado do Rio de Janeiro.

323
Figura A: Setores de Abastecimento de Água - Diagnóstico e Prognóstico

324
Figura B: Adutoras, ETAs e UTs - Diagnóstico e Prognóstico

325
Figura C: Estações Elevatórias, Adutoras, Reservatórios e Captações - Diagnóstico e Prognóstico

326
F IGURA D: ADUTORAS E R EDE DE ABASTECIMENTO - D IAGNÓSTICO E P ROGNÓSTICO

327
Figura E: Sistemas de Esgotamento Sanitário Existentes e ETEs - Diagnóstico e Prognóstico

328
Figura F: Coletores Tronco, Estações Elevatórias e Bacias de Esgotamento Sanitário - Diagnóstico e Prognóstico

329
Figura G: Resíduos Sólidos - Diagnóstico

330
Figura I: Resíduos Sólidos - Diagnóstico - Detalhamento da Figura H

331
2.6.12. DIAGNÓSTICO E ANÁLISE ESTRATÉGICA DOS TEMAS SANEAMENTO E MEIO
AMBIENTE, TOMANDO A DRENAGEM URBANA COMO EIXO ESTRUTURANTE – CASO
PILOTO: CIDADE DO RIO DE JANEIRO

O presente texto inicia-se com um histórico das cheias na cidade do Rio de Janeiro para ilustrar a
natural fragilidade da cidade para os problemas de drenagem. Tal fragilidade causou seguidos acidentes ao
longo de séculos e acabou alertando aos administradores públicos que a cidade precisaria de um
macroplanejamento de drenagem, que foi sempre adiado e nunca saiu do papel.

Sem um adequado planejamento urbano, as fragilidades do ambiente natural acabaram passando


para o ambiente construído, tornando o saneamento da região uma questão difícil de resolver.

O texto procura também dar um histórico para o problema especial referente ao ambiente
construído favela, que é um elemento agravante à desorganização da malha urbana carioca.

Finalmente, depois dos diagnósticos das deficiências da drenagem e da qualidade ambiental de


nossa paisagem, o texto procura indicar novos conceitos de remediação.

2.6.12.1. HISTÓRICO DE CHEIAS NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

A grande questão ambiental no Rio de Janeiro até o século XIX era a água. De um lado, a falta; de
outro, o excesso. A falta de água para consumo afligia a cidade; o excesso a atormentava na época das
chuvas torrenciais. Os registros de chuvas eram somente qualitativos pois a cidade do Rio de Janeiro só
dispõe de dados pluviométricos a partir de 1851. Antes disso, só se pode ter notícia de enchentes históricas
através de narrativas de cronistas da época ou de anotações em diários de viajantes estrangeiros (SEMADS,
2001).

Alguns efeitos das chuvas eram, no passado, considerados benéficos. Até o século XIX, os médicos
achavam que os grandes temporais melhoravam a qualidade do ar e serviam para varrer e lavar a cidade.
Sem dispor de rede de esgotos e sem um sistema de coleta de lixo, a cidade só era varrida e lavada pelas
chuvas.

Havia, porém, os efeitos perniciosos das inundações. O único sistema de drenagem existente era
problemático, pois as valas tinham pouca declividade e ficavam comprometidas na função de conduzir as
águas pluviais. Além disso, as casas cariocas eram frágeis, construídas em taipa e ao nível das ruas. Assim,
qualquer elevação do nível da água causava severos danos.

Um dos primeiros registros sobre grandes inundações no Rio de Janeiro é datado de setembro de
1711. Anteriormente, no século XVII, cronistas já haviam relatado sobre uma ressaca, sem data exata, em
período de maré alta, e uma chuva muito intensa, que provocou o transbordamento das lagoas de Santo

332
Antônio (Largo da Carioca), do Boqueirão (Passeio Público) e do Outeiro (Rua do Lavradio), interligando-as.
Este extravasamento estendeu-se até a Prainha (Praça Mauá) e à Lagoa da Sentinela (Frei Caneca), fazendo
com que os Morros do Castelo, (Rua Graça Aranha e México), de São Bento e de Pedro Dias (Rua do
Senado), que já eram habitados, se transformassem em ilhas.

Em abril de 1756, uma chuva sobre a cidade por três dias ininterruptos fez com que as águas
invadissem casas, unindo a “cidade ao mar”. Uma das ruas mais atingidas foi a Rua Ourives, atual Rua
Miguel Couto.

Entre os dias 10 e 17 de fevereiro de 1811, sete dias de chuva ocasionaram a grande inundação que
ficou conhecida como “as águas do monte” em virtude da grande violência com que a enxurrada descia dos
morros que cercavam a cidade. Foram dias de grandes prejuízos materiais e de vidas humanas, com
escorregamento de grande parte do morro do Castelo.

No livro “Tormentas Cariocas” (COPPE/UFRJ, 1996), editado pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de
Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob coordenação de Pinguelli
Rosa e Willy Lacerda, Maurício de Almeida Abreu, faz uma exposição intitulada “A Cidade e os Temporais:
Uma Relação Antiga”, cujo conteúdo traz um relato sobre o histórico de enchentes na cidade do Rio de
Janeiro. Sobre este evento de 1811, ele relata:

“O príncipe regente ordenou então a elaboração de um relatório. Seria o primeiro de uma longa
série que, no futuro, se seguiria a cada grande temporal. Datado de 4 de julho de 1811, o trabalho
assinado pelo tenente-general e engenheiro dos reais exércitos João Manoel da Silva explicava a D.
João VI as causas das ‘águas do monte’ ... A topografia da cidade, dizia ele em seu relatório,
apresenta mudanças abruptas de gradiente – de encostas íngremes para terrenos planos ao nível
do mar, o que contribui para o escorrimento rápido das águas pelas vertentes e para o seu
represamento igualmente rápido na baixada. A vala mestra do sistema de drenagem (que ficava no
eixo da atual rua Uruguaiana) está praticamente ao nível do mar e não dá vazão às águas que para
aí se dirigem; além do mais – prosseguia o relato – está sempre coberta de imundícies, porque a
população joga tudo nas valas.”

As soluções apontadas em 1811 não são diferentes de outras que seriam sugeridas e tentadas no
restante dos séculos vindouros. A primeira solução foi o nivelamento do solo da cidade, que apresentava
altos e baixos formadores de poças. A segunda sugestão contida no relatório apresentado a D. João VI era a
abertura de um canal de drenagem no eixo do antigo Saco de São Diogo, vastíssimo mangue que alcançava
de São Cristóvão até o Santo Cristo, e de valas auxiliares à vala mestra. E, finalmente, a terceira medida
recomendada era o redirecionamento das águas das chuvas, para que melhor se dividissem entre as valas
de drenagem. Para isso sugeria-se o alteamento da cidade em alguns lugares e o rebaixamento em outros,
de modo a evitar que toda a água continuasse indo para um único eixo de drenagem.

333
Outros relatos de grandes inundações apontam para setembro de 1808, setembro de 1833,
março/abril de 1834. Após a tempestade de 1862, Machado de Assis escreveu que as chuvas alagavam a
cidade porque as valas estavam sempre entupidas. Novamente, em outubro de 1864, abril de 1883,
dezembro de 1884, fevereiro de 1886 e abril de 1888 ocorreram enchentes de grandes magnitudes.

A segunda metade do século XIX tornar-se-ia um período fundamental na história da relação do


sítio urbano com os temporais, porque de um lado ocorreu a grande expansão da malha urbana – através
da introdução dos sistemas de transporte coletivo por carros ou por trens – e, de outro, uma enorme
migração para a cidade, que acabaria levando ao crescimento acelerado da população urbana.

Grandes epidemias se abateram sobre a cidade e, em função da necessidade de atacar epidemias


como a da febre amarela, e não as inundações, é que vão surgir as grandes obras.

“... O crescimento da população coincide com as grandes epidemias de cólera e febre amarela...
Não se conhecia ainda o papel dos micróbios e atribuía-se ao ar doente... a responsabilidade pelas
doenças infecciosas. Havia, portanto, que se atacar... os pântanos, a água estagnada, a umidade, o
material orgânico em decomposição. Assim é que, a partir de 1850, melhoramentos urbanos que
estavam apenas projetados ou semi-projetados começam a sair do papel. São aterros, nivelamentos
do solo para evitar poças, drenagem superficial, disposição final adequada aos dejetos urbanos,
aumento do abastecimento de água e desconcentração urbana.” (Maurício de Almeida Abreu, in
COPPE/UFRJ, 1996)

O Rio de Janeiro tornou-se a quinta cidade do mundo a ter rede de esgotos. Em 1857, termina a
construção do Canal do Mangue, considerada uma obra fundamental para drenar a cidade.

O abastecimento de água, por sua vez, foi amplamente reforçado na penúltima década do século
XIX, época que surge também um sistema de esgotamento exclusivo para águas pluviais.

Com a chegada do século XX, o Rio de Janeiro passa pelo período de maiores transformações.
Nesse período foi construída a nova zona portuária e a Av. Beira Mar, ambas em áreas conquistadas ao mar
através de aterros. Foram canalizados, em nome do saneamento e da higiene, o rio Carioca e alguns
trechos dos rios Berquó, Maracanã, Joana e Trapicheiros.

De 1900 a 1930, cinco temporais receberam destaque por parte da imprensa da época: (1) A chuva
do dia 17 de março de 1906 (165mm/24 horas) provocou o transbordamento do Canal do Mangue,
alagando quase toda a cidade e causando diversos desmoronamentos em morros; (2) A chuva de 23 de
março de 1911 (150mm/24 horas) que inundou a Praça da Bandeira e suas imediações e cujas causas foram
atribuídas a má instalação de galerias pluviais, topografia da cidade e a má conservação das matas vizinhas;
(3) Os transbordamentos do Canal do Mangue em 7- 9 de março e 17 de junho de 1916; (4) A chuva de 3 de
abril de 1924, com novo transbordamento do Canal do Mangue e escorregamento geotécnico, com vítimas,

334
no Morro de São Carlos; (5) A tempestade de 26 de fevereiro de 1928, com desabamentos e mortes no
morros de São Carlos, Salgueiro, Mangueira e Santo Antônio, além da cheia da Praça da Bandeira(SEMADS,
2011).

Em decorrência dessa fragilidade da cidade começaram a surgir projetos de grande envergadura.


Em 1927, foi firmado um contrato com um arquiteto francês, Alfred Agache, para realização do estudo da
urbanização do Rio de Janeiro, contando com a contribuição do engenheiro sanitarista Antoine Deffleu. O
Plano Agache retomava a idéia – de mais de um século atrás – de criar reservatórios nas encostas dos
morros, formando patamares para fazer a água descer de forma mais controlada. Este Plano deu
tratamento destacado e sistêmico ao problema das inundações, apresentando pela primeira vez uma
solução de conjunto:

 Intervenções nas bacias hidrográficas;


 Dissipação de energia cinética das enxurradas nas encostas;
 Construção de reservatórios nas vertentes;
 Proteção do solo e recomposição da cobertura vegetal;
 Construção e conservação de rede de coletores.

O Plano Agache, diferentemente dos estudos anteriores, deu um grande destaque para as obras a
montante, visando diminuir a velocidade das águas das vertentes e, consequentemente, permitindo um
melhor funcionamento das redes coletoras de jusante. No entanto, tal como no século anterior, as obras
não aconteceram e o Plano Agache não foi implantado.

Novos oito cenários de criticidade de inundações e alagamentos se repetiram nas décadas


seguintes: (1) A chuva de 9 de fevereiro de 1938 (136mm/24 horas), com alagamento da Praça da Bandeira
e desabamentos de prédios com mortes; (2) O temporal de 29 de janeiro de 1940 (112mm/24 horas) que
provocou alagamento em toda a cidade e desabamentos com mortes no Santo Cristo; (3) O temporal de 6-
7 de janeiro de 1942 (132mm de chuva) com desabamentos e mortes no Morro do Salgueiro; (4) A chuva
de 17 de janeiro de 1944 (172mm/24 horas) que provocou transbordamento do Canal do Mangue,
inundação da Praça da Bandeira, Catete e Botafogo; (5) A enchente de 6 de dezembro de 1950; (6) A chuva
de março de 1959, com alagamento da Praça da Bandeira; (7) O temporal de 15-16 de janeiro de 1962
(242mm) com os alagamentos generalizados e escorregamentos de encostas; (7) A grande chuva de 11 de
janeiro de 1966 (237mm/24 horas) que paralisou a cidade por dias; (8) Os temporais de janeiro e fevereiro
de 1967, que atingiu os bairros da Zona Norte e gerou efeitos similares ao de 1966(SEMADS, 2011).

A década de 70, mesmo sendo a menos chuvosa do século, também apresentou ocorrências de
grandes enchentes. As principais foram: (1) A chuva de 26 de fevereiro de 1971; (2) o temporal de 17 de
janeiro de 1973; (3) A chuva de 4 de janeiro de 1975; e (4) a chuva de 1 de maio de 1976, com
pluviosidades variando de 125mm a 150mm/24 horas.

335
A década de 80 foi rica em eventos de enchentes. Destacam-se: (1) A cheia de 8 de dezembro de
198, quando choveu quase 15% do total médio anual e provocou deslizamentos em vários pontos da cidade
e severo transbordamento de rios e canais em Jacarepaguá; (2) A chuva de 3 de dezembro de 1982, que
apesar da moderada intensidade da chuva, ocorreram extravasamentos no Rio Faria Timbó; (3) O temporal
de 20 de março de 1983; (4) e o temporal de 24 de outubro de 1983, que causaram desabamentos de casas
em Santa Teresa e em Jacarepaguá; (5) A enchente de 18 de março de 1985, com 23 mortes e 200
desabrigados; (6) A chuva de 12 de abril (144mm/24 horas) que alagou Jacarepaguá; (7) A chuva de 6-7 de
março de 1986 (121mm), que provocou deslizamentos de encostas; (8) O temporal de 29 de dezembro do
mesmo ano, (64mm/3 horas) que fez transbordar o Rio Maracanã; (9) As seguidas chuvas do período de 18
a 21 de fevereiro que marcaram uma das maiores enchentes do século, com mais de 430mm de chuva.

Nos anos 90 ocorreram temporais de grande repercussão, com destaque para: (1) O de 18 de abril
de 1990 (165mm/24 horas) com enchente no Parque do Flamengo; (2) O de 7 de maio (103mm/24 horas),
com mortes na Glória e no Maracanã; (3) A chuva de 5 de janeiro de 1992 (132mm/24 horas) que
imobilizou o Maracanã e parte da Zona Norte da cidade; (4) as tempestades de 27 de fevereiro, de 6 de
março, de 12 de março e de 19 de março de 1993, que inundaram as ruas da cidade; (5) A chuva de 14 de
fevereiro de 1996 (200mm/8 horas), comparável àquela das “águas do monte” de 1811, castigando as
Zonas Oeste e Sul e provocando o caos urbano, numa tragédia de 71 mortes e 6500 pessoas desabrigadas;
(6) As chuvas dos dias 7-8 de janeiro de 1998, quando a prefeitura foi forçada a decretar estado de alerta
máximo, que parou a cidade com alagamentos generalizados, carros carregados, pessoas com água pela
cintura, trens parados, ponte Rio-Niterói fechada, aeroportos interditados. (SEMADS, 2001).

Sobre o evento de 1996, o Jornal do Brasil publicou uma entrevista com o professor Flávio
Mascarenhas, da Escola de Engenharia e da COPPE/UFRJ. A seguir, apresenta-se um trecho desta
entrevista:

“A topografia do Rio é muito complicada ... o Rio parece uma grande cuia, por causa da
proximidade das montanhas. O crescimento da cidade e a falta de modernização da rede de
drenagem pioram a situação ... Para completar, nossos rios são vulneráveis à influência de marés ...
O sistema de drenagem, construído há mais de cem anos, está ultrapassado ... Antigamente ,
grande parte da chuva ficava retida pela vegetação. Hoje, com o desmatamento e a favelização, o
volume de chuva a ser captado pelo sistema de drenagem é bem maior ... muitos edifícios fazem
ligações clandestinas de esgotos com os coletores de águas pluviais, enchendo as tubulações de
resíduos sólidos para atrapalhar ... As pessoas só se preocupam com as enchentes quando elas
acontecem ...".

O ônus social resultante desses eventos é muitíssimo significativo. São famílias desabrigadas;
proliferação de doenças; aumento do déficit habitacional, entre outras consequências intangíveis. O

336
problema é antigo e parece tornar-se frequente, talvez pelo contínuo crescimento urbano, pela
obsolescência da drenagem, pela falta de planejamento urbano e de planejamento das medidas corretivas.

2.6.12.2. O PLANEJAMENTO URBANO COM SANEAMENTO E RESILIÊNCIA AMBIENTAL

O planejamento urbano deve-se desenvolver com base no reconhecimento das relações físicas,
ambientais, históricas, sociais, econômicas, legais e institucionais,que ocorrem, de forma sistêmica, em um
núcleo da sociedade.

Nesse trabalho, vamos destacar a importância de se procurar um ponto de equilíbrio entre: (a) as
limitações impostas pelo ambiente natural; e (b) as necessidades demandadas pela sociedade,
materializadas no desenho do ambiente construído.

O desenvolvimento do processo de planejamento, especialmente no âmbito metropolitano, é


complexo e multifacetado. Para fazer frente às dificuldades desse processo, o Relatório 1,de abril/2016, no
âmbito desse estudo, buscou definir uma estratégia de abordagem deste tema, cuja construção levou à
definição da água como elemento estruturador do espaço na paisagem urbana. Mais especificamente, os
sistemas de drenagem assumem esse papel estruturador. Vimos que as falhas no sistema de drenagem e
as consequentes inundações, frequentes nas cidades dos dias de hoje, aparecem como desafios a serem
tratados preliminarmente, para permitir um adequado convívio da cidade com o ambiente natural, criando
oportunidades de valorização do meio, e permitindo estabelecer condições de funcionamento para os
demais sistemas.

Conforme mencionado no Relatório 1: “A conjugação das ações no tecido urbano, tendo o controle
de uso do solo como pano de fundo, e no corredor fluvial, com foco no rio como síntese do território,
combina esforços no caminho de uma construção mais sustentável para o funcionamento das cidades,
tomando esse eixo como estruturante da paisagem. ”

Nesse contexto, a base para consubstanciar o processo de planejamento precisa partir de um


diagnóstico que foque tanto no ambiente natural como construído, reconhecendo as particularidades de
ambos, mas, principalmente, interpretando as interações que decorrem da existência de limites naturais e
de necessidades humanas.

Muitas vezes a falta de uma avaliação sistêmica de longo prazo e a não realização de um
diagnóstico detalhado leva a soluções pontuais, de caráter local, para dar uma resposta rápida a um
problema de inundação. Um projeto de canalização de rios, com esta visão parcial, costuma promover a
sua artificialização, a desconexão de planícies de inundação, a perda de espaços livres potenciais, o
lançamento descontrolado esgotos nas redes pluviais/rios e as pressões sociais que levam parte da
população a ocupar o espaço de planícies de inundação que precisariam estar reservados para as águas das

337
cheias. Isto é, um inadequado projeto de canalização costuma ser um fator de degradação dos sistemas
fluviais e do próprio espaço urbano. Trata-se de uma espiral de degradação, que precisa ser interrompida:
o crescimento da cidade que extrapola os limites naturais, agredindo a bacia, é respondido com inundações
e com degradação ambiental que, por sua vez, agride a cidade, que empobrece e se degrada mais, voltando
a criar condições de agravamento dos problemas ambientais, realimentando o processo.

As premissas básicas que devem nortear as ações de planejamento urbano encontram indicativos
de referência no Estatuto da Cidade, Lei Federal 10.257, de 2001, que “estabelece normas de ordem
pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança
e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental”. No seu artigo 2º, esta lei estabelece
diretrizes que relacionam a Cidade com o Meio Ambiente e com o Saneamento, entre as quais se
destacam:

I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à


moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços
públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
...
IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das
atividades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar
e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;
V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados
aos interesses e necessidades da população e às características locais;
VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:
a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à
infraestrutura urbana;
...
f) a deterioração das áreas urbanizadas;
g) a poluição e a degradação ambiental;
h) a exposição da população a riscos de desastres. (Incluído dada pela Lei nº 12.608, de
2012)
...
XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do
patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;
...

338
XVIII – tratamento prioritário às obras e edificações de infraestrutura de energia, telecomu
nicações, abastecimento de água e saneamento. (Incluído pela Lei nº 13.116, de 2015)

2.6.12.3. REQUALIFICAÇÃO FLUVIAL COMO ESTRATÉGIA DE AÇÃO

É necessário avaliar os pontos de conflito entre ambiente natural e construído, buscando um


caminho de convergência, equacionando conflitos e potencializando sinergias e resultados positivos.

A busca pela sustentabilidade deve recair na conjugação das escalas social, econômica e ambiental,
com resultados perenes, pois a sustentabilidade é um conceito que aponta uma visão de futuro. Portanto,
uma solução que se pretende sustentável deve ser capaz de se manter frente a desafios futuros, o que leva
à sua convergência para o conceito de resiliência - capacidade da cidade se manter resistindo a falhas e de
continuar funcionando ao longo do tempo. Nesse contexto, o desenho sustentável de uma cidade caminha,
lado a lado, com o enfrentamento de riscos apoiado na resiliência ambiental.

Para ajudar no enfrentamento dos problemas, sugere-se aqui um conjunto de premissas que
devem nortear os projetos de meso e macrodrenagem na busca de soluções para os alagamentos e
enchentes urbanas. Uma solução com visão integrada para o rio e a para a cidade; com a convergência e
complementação (e não competição) entre ambiente natural e construído. Uma solução que possibilite
criar elementos de infraestrutura verde e azul, conectando os espaços livres, disponibilizando parques e
áreas de lazer para a população. Uma solução que, ao mesmo tempo, crie volumes para armazenamento
temporário de cheias e crie caminhos que favorecem a mobilidade. Uma solução que vá ao encontro da
necessidade de integrar ambiente natural e construído.

Nesse sentido, a criação de espaços multifuncionais pode permitir que os espaços livres que restam
nos núcleos urbanos já consolidados associem funções hidráulicas a funções sociais, ambientais e
econômicas.

A reorganização desses espaços pode permitir:

 o escoamento controlado de enchentes;


 a introdução de parques fluviais, que, além do lazer e atenuação do microclima, também
cumprem uma função hidráulica, além de auxiliar na ordenação do espaço e criar limites para o
crescimento urbano (evitando o seu avanço para áreas de preservação permanente);
 o incremento da biodiversidade;
 o uso de caminhos verdes com fins de mobilidade e conexão de áreas fragmentadas;
 a valorização imobiliária do entorno; e
 o eventual transporte fluvial/lacustre em casos específicos.

339
Assim, a criação de espaços multifuncionais pode (e deve) estar ligado a uma estratégia de ação
que incorpore os conceitos de requalificação fluvial(ou restauração fluvial, como usualmente o tema vem
sendo tratado na literatura, principalmente europeia). Tal ação visa a recuperação ambiental do corredor
que circunda o rio,como componente adicional do projeto de drenagem urbana sustentável, que, por sua
vez, oferece uma atuação distribuída na bacia, reordenando as parcelas do ciclo hidrológico, evitando
alagamentos e contribuindo para o bom funcionamento do rio.

2.6.12.4. DIAGNÓSTICO PRELIMINAR DE DRENAGEM E DO MEIO AMBIENTE – CIDADE DO


RIO DE JANEIRO

Os 450 anos de história da cidade do Rio de Janeiro se dão num palco de marcantes inundações
periódicas. Portanto, deve-se reconhecer que o meio físico cumpre um papel importante, pois cria
condições de partida já favoráveis aos processos de inundação e alagamento.

No entanto, ao se avaliar o histórico de crescimento da cidade percebe-se que este processo de


urbanização e modificação do espaço agravou as condições que já eram favoráveis à inundação, gerando
um vetor de degradação no ambiente natural e no construído. A perda de ecossistemas fluviais, eliminação
de planícies de inundação, canalização inadequada de rios, poluição das águas, prejuízos à saúde pública,
prejuízos à mobilidade urbana, danos à infraestrutura construída, danos ao sistema habitacional e
empobrecimento de parte da população são alguns dos pontos destacados neste processo.

Assim, o diagnóstico da Drenagem e Meio Ambiente da cidade será abordado com comentários
sobre: (a) as fragilidades do meio físico natural; (b) o processo de urbanização e modificação deste espaço
físico; e (c) a situação de desequilíbrio urbano atual. Vale ressaltar que o texto atual é um diagnóstico
preliminar e ainda não exaustivo da drenagem e do meio ambiente da cidade do Rio de Janeiro.

2.6.12.4.1. AS FRAGILIDADES DO MEIO FÍSICO NATURAL

A cidade do Rio de Janeiro se caracteriza, morfologicamente, por um sistema Encosta- Planície


Costeira. Ou seja, encostas de morros se localizam imediatamente a montante de zonas planas, típicas de
alagamento em zona costeira, onde os cursos d’água são também influenciados pela maré.

O clima quente e úmido apresenta chuvas convectivas, rápidas e intensas no período de verão. Os
efeitos orográficos também se manifestam na pluviosidade local e a presença dessas encostas intensifica os
efeitos dos movimentos frontais da atmosfera.

As inundações em planícies costeiras caracterizam-se pela ocorrência de chuvas intensas que se


transformam em vazões e descem rapidamente as encostas, se concentram ao longo dos rios que drenam a

340
planície e transbordam de suas calhas, alagando as planícies marginais, que se estendem por larga extensão.
Estas chuvas são combinadas com a penetração de marés nos estuários, que muitas vezes são acentuadas
por efeitos das marés meteorológicas, provocadas pelos fortes ventos costeiros.

Sob o ponto de vista da drenagem, o rápido escoamento das encostas gera curtos tempos de
concentração em bacias de pequenas áreas e elevada taxa de ocupação urbana.Isso faz com que as chuvas
convectivas sejam críticas, gerando escoamentos superficiais com forte energia cinética, que é
bruscamente convertida em energia potencial na chegada às planícies. Assim, nas condições naturais da
cidade do Rio de Janeiro, as calhas sobrecarregadas tendem a extravasar e formar áreas alagadas que
vagarosamente drenam para o mar.

Em fins do século XVI, a população inicia a ocupação da planície através de dessecamentos e


aterros das áreas alagadas. Nesta época, a Baía da Guanabara, na região onde hoje se localiza o exutório do
Canal do Mangue, adentrava o continente através de um braço do mar, denominado de Saco de São Diogo,
para onde convergiam individualmente os rios Papa-Couve, Comprido, Trapicheiro, Maracanã e Joana.

A ocupação da baixada no entorno da região dos morros do centro da cidade foi iniciada em 1700
por irradiação do núcleo inicial, próximo à atual Praça XV. Os primeiros caminhos de penetração se
desenvolviam em direções preferenciais, tais como para São Cristóvão, Tijuca, Catete.A malha urbana
inicia-se com o crescimento das exportações associadas ao ciclo do café e, posteriormente, ao ciclo do ouro.

A região do porto, na Baía de Guanabara, foi especialmente aterrada, causando o desaparecimento


de ilhas, o aterramento de lagoas e brejos, e o estreitamento dos rios Maracanã, Comprido, Joana e
Trapicheiros, fazendo surgir o Canal do Mangue, e pondo um fim ao braço de mar outrora conhecido como
Saco de São Diogo. A Figura 1 mostra as modificações na orla da Baia de Guanabara de 1567 até o início do
século XX. A Figura abaixo mostra uma imagem atual, onde pode ser constatado os marcantes
aterramentos e modificações do sistema fluvial natural.

341
Rio de Janeiro – 1567, 1700, 1808 e 1906 (Escola de Engenharia, 1998).

Rio de Janeiro atualmente (Google Maps, 2016).

Imagem com Norte na posição equivalente à da Figura “Rio de Janeiro – 1567, 1700, 1808 e 1906”

342
2.6.12.4.2. AS FRAGILIDADES DO MEIO FÍSICO CONSTRUÍDO

O processo de urbanização trouxe a malha urbana para as planícies de inundação, onde


originalmente havia pântanos, brejos e manguezais. Assim, percebe-se que a origem da eliminação de
áreas naturalmente inundáveis constitui ponto fundamental para o agravamento das cheias nesta cidade.

Adicionalmente, esse processo foi acompanhado da remoção da cobertura vegetal natural e a sua
substituição por áreas impermeabilizadas, o que traz consequências fortes sobre o ciclo hidrológico,
agravando ainda mais a ocorrência de inundações e alagamentos.

O processo de expansão urbana carioca se deu por dois caminhos distintos. O primeiro processo foi
induzido pela necessidade de crescimento organizado que a cidade assistiu com a transferência da capital
da colônia para cá e, posteriormente, com a chegada da corte portuguesa, quando o Rio passou a ser a
capital do Império. A partir dessas datas, a cidade lutou com as fragilidades do meio físico natural na busca
por espaços secos para urbanizar.

No entanto, a partir da Lei do Ventre Livre, em 1871, surge um segundo caminho no processo de
expansão urbana carioca. Brasileiros situados aquém da linha de pobreza foram se aglomerando em
espaços físicos informais, gerando o que atualmente é denominado “espaço urbano subnormal”. Essa
desorganização na malha urbana teve, e permanece tendo, um forte impacto nas fragilidades do meio
físico construído da cidade.

 As Fragilidades do Meio Físico Construído – Espaço Urbano Subnormal

O termo “favela” tem uma origem peculiar. Em 1897, cerca de 20 mil soldados que haviam
retornado ao Rio de Janeiro após a Guerra de Canudos, na província oriental da Bahia, começaram a morar
no já habitado Morro da Providência. Durante o conflito, a tropa governista havia se alojado na região
próxima a um morro chamado "favela", o nome de uma planta resistente, que causava irritação quando
entrava em contato com a pele humana e que era comum na região. Por ter abrigado pessoas que haviam
lutado naquele conflito, o Morro da Providência recebeu o apelido de "Morro da Favela". O nome tornou-
se popular e, a partir da década de 1920, os morros cobertos por barracos e casebres passaram a ser
chamados de favelas.

Após a Proclamação da República, em 1889, cortiços sem condições sanitárias e povoados por ex-
escravos foram demolidos na reforma de Pereira Passos. Sem ter outras opções de moradia, os
desabrigados foram obrigados a construir suas próprias casas. Começou então a ocupação dos morros
centrais da Providência e de Santo Antônio, em 1893, seguida pelo Morro dos Telégrafos em 1900, hoje
incluído no chamado Complexo da Mangueira.

343
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as favelas encontram-se assim
definidas: “aglomerado subnormal (favelas e similares) é um conjunto constituído de, no mínimo, 51
unidades habitacionais, ocupando ou tendo ocupado até período recente, terreno de propriedade alheia
(pública ou não), dispostas de forma desordenada e densa, carentes, em sua maioria, de serviços públicos
essenciais”. Esta definição foi publicada no Relatório final do Censo demográfico de 2010, que contabilizou
o município como o de maior número de favelados do Brasil, 1.393.314 habitantes, cerca de 22% da
população da cidade.

As favelas cariocas possuem aspectos peculiares, que as diferenciam das do resto do Brasil. No Rio,
as favelas são mais populosas (em geral mais de mil domicílios) e agora se aglomeram nos chamados
"complexos de favelas", com certa proximidade de áreas nobres e centrais, o que cria um forte contraste
social.

 As Fragilidades do Meio Físico Construído – Espaço Urbano Normal

De fato, a cidade se instalou em zonas naturalmente alagáveis, em um processo de conversão da


natureza, com consequências sobre o espaço urbano resultante. O limite aceitável para este processo,
considerando a capacidade de suporte da bacia ea possibilidade de convívio harmônico com os sistemas
fluviais, pode ter sido ultrapassado, levando a uma situação atual frágil, no que diz respeito ao risco de
inundações, e que, portanto, demanda ações de adaptação e mitigação.

Percebe-se que o espaço dedicado originalmente ao acúmulo das águas foi muito reduzido, sem a
introdução de “compensações” e de locais preferenciais para alagamento controlado. Em uma cidade
muito plana, com rios de capacidade de descarga limitada pelo mar, medidas de controle associadas ao
provimento de volumes de armazenamento temporário são fundamentais.

A Figura abaixo mostra o perfil do Rio Joana, na zona norte da Cidade do Rio de Janeiro, ilustrando
a composição típica do sistema encosta-planície costeira, sem as mencionadas medidas de provimento de
volumes de armazenamento temporário.

344
2.6.12.4.3. RELAÇÃO DRENAGEM-ESGOTO SANITÁRIO

A Lei Federal 11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico, em
seu artigo 2º define os princípios fundamentais que baseiam a prestação deste serviço. Destacam-se,
abaixo, os incisos

“III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos
realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente;

VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à


pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante
interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja
fator determinante;

XII - integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos.”

A necessidade de um saneamento básico integrado e universal, em que os serviços de


“abastecimento de água potável”, “esgotamento sanitário”, “limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos”
e “drenagem e manejo das águas pluviais” sejam oferecidos com vistas à melhoria da qualidade de vida da

345
população e preservação ambiental (seja do ambiente natural ou do construído), são premissas básicas
para o norteamento de ações de saneamento e, consequentemente, de planejamento urbano.

Dessa forma, o saneamento básico precisa de coleta e tratamento do esgoto antes que este se
torne um problema ambiental e de saúde pública. Não se deve admitir, por premissa, o tratamento a
posteriori, quando a rede de drenagem está já parcialmente obstruída, quando o rio já está degradado e
quando os problemas ambientais e de saúde pública já se instalaram.

A alternativa de captação em tempo seco, associada à interceptação da rede de drenagem, pode


constituir uma possibilidade muito interessante. A previsão idealizada de rede separadora e tratamento
integral seria a desejável em uma situação sem restrições de orçamento ou na situação de uma cidade que
tivesse crescido de forma planejada e sob controle. Entretanto, nossas cidades crescem com pouco/nulo
planejamento e sem a necessária infraestrutura. Além disso, é comum esse fato ser agravado pelo
crescimento paralelo de cidades informais (favelas).

Não há bairro no Rio de Janeiro em que não haja grandes falhas no sistema separador instalado,
seja por sobre-capacidade do sistema instalado, seja por ligações clandestinas de esgoto na rede de
drenagem. Nesse contexto, a captação em tempo seco intercepta os desvios de função da rede de
drenagem e organiza os escoamentos para tratamento. Isto é, a captação de tempo seco visa tratar as
águas poluídas antes dessas águas alcançarem os corpos hídricos naturais.

A captação em tempo seco também provê uma alternativa rápida em áreas carentes, como solução
de transição para a solução ideal de um sistema separador, que pode ser implantado em etapas. Além
disso, a infraestrutura de captação em tempo seco poderá ser, futuramente, utilizada para tratamento da
poluição difusa, quando a rede separadora estiver completamente instalada e operando a contento.

Vale ressaltar a profunda diferença entre “tratamento a tempo seco” e “tratamento do


esgotamento sanitário diretamente nos rios”. Esse segundo tipo de tratamento, também chamado de UTR,
costuma utilizar-se de barramentos fluviais para desvio e tratamento dessas águas em ETEs. O uso de UTRs
implica na não observação das premissas da Lei Federal de Saneamento, pois permite a plena degradação
do rio (ou de trecho do rio, anterior a ETE), mantendo a população local em contato com águas
contaminadas.

Medidas de tratamento de rio, como UTRs, se justificam e são úteis apenas quando o rio em
questão é um curso d'água com baixíssima vazão base e quando objetivo mais imediato se refere à
preservação do corpo receptor final (um sistema de lagoas, por exemplo). Essa escolha, porém, não traz
melhorias para o ambiente urbano que circunda tal corpo hídrico e nem para sua população.

346
Dois problemas principais surgem quando se mistura as vazões de esgoto com as vazões fluviais: (1)
As vazões de esgoto são diluídas pelas águas fluviais, o que dificulta o tratamento; e (2) As duas vazões
somadas fazem crescer o tamanho das ETEs.

Ambos os problemas conduzem a soluções mais custosas, sem aumento de benefícios. Na verdade,
a oportunidade de revitalizar os rios é inteiramente perdida e a população permanece convivendo com rios
sujos.

Vale destacar que, quase sempre, a vazão base de um rio é superior ao somatório das vazões dos
esgotos sanitários nele lançados. Por isso, tratar as águas fluviais juntamente com os esgotos sanitários
implica em exigir a construção de ETEs muito maiores do que o ordinário.

Além disso, a adoção de barragens para o desvio das águas para ETEs introduz uma quebra de
continuidade longitudinal nos rios. Isso se traduz em uma degradação ecossistêmica com sérios prejuízos
ambientais. Rios em condições naturais, apesar de terem formas e estruturas distintas, obedecem a
princípios de continuidade de escoamento e conectividade de habitats em suas três dimensões espaciais:
longitudinal, transversal e vertical. Nesse sentido, o bom estado ecológico dos sistemas fluviais requer
plena conectividade segundo suas três dimensões espaciais.A dimensão longitudinal representa o eixo
central através do qual se mantém a continuidade dos escoamentos, se transfere matéria (água,
sedimentos, matéria orgânicas e nutrientes) e se transfere energia das partes mais altas para as mais baixas,
assegurando a existência de um mosaico de habitats fluviais conectados entre si ao longo do corredor
fluvial.

2.6.12.4.4. SITUAÇÃO DE DESEQUILÍBRIO URBANO ATUAL

O desenvolvimento da urbanização em bacias hidrográficas leva a processos antrópicos que, muitas


vezes, agravam os eventos de inundação das cidades. Os principais agravantes desses eventos e suas
consequências podem ser caracterizados como apresentado a seguir (Miguez et al., 2015):

 Retirada da cobertura vegetal: Facilita processos erosivos que contribuem para o assoreamento
dos rios, diminuição da calha fluvial e, consequentemente, da capacidade de vazão do canal;
diminui a capacidade de amortecimento das cheias; diminui o processo de evapotranspiração;
aumenta o volume e a velocidade do escoamento superficial.
 Impermeabilização do solo: Diminui o processo de evapotranspiração; reduz o potencial de
infiltração e a recarga dos aquíferos; aumenta e acelera o escoamento superficial.
 Canalização: Apesar da intenção de aumentar a capacidade hidráulica da rede de drenagem, a
canalização inadequada acelera os escoamentos e transfere os problemas de inundações para as
áreas a jusante da intervenção. A canalização inadequada reduz a capacidade de

347
armazenamento em calha, quando suprime a calha secundária dos rios, aumentando o volume
de água nas regiões mais baixas da bacia.
 Ocupação de áreas potencialmente alagáveis:A ocupação das margens dos rios, várzeas e
pontos baixos da cidade reduz o amortecimento das cheias, aumenta a quantidade de resíduos
na calha dos rios e intensifica a vulnerabilidade da população.
 Resíduos Sólidos: O acúmulo de lixo domiciliar e resíduos da construção civil em pontos de
estrangulamento do escoamento reduz a condutibilidade hidráulica do trecho e produz remanso
para montante e, com isso, o aumento nos níveis d’água na calha do rio.
 Favelização: A retirada da cobertura vegetal de margens e encostas acelera os escoamentos,
aumenta a quantidade de sólidos no sistema de drenagem e expõe essas comunidades ao risco
de inundação e acidentes geotécnicos.
 Intervenções urbanas físicas nos cursos d’água: Pontes, aterros e travessias, quando
inadequadas,acarreta na diminuição da condutibilidade hidráulica dos rios e gera efeito de
remanso para montante. Esse quadro torna-se ainda mais grave quando é combinado com o
lançamento de resíduos sólidos no sistema de drenagem, que tendem a se concentrar nestas
seções.

A tabela abaixo consolida os impactos da urbanização inadequada sobre o sistema de drenagem.

Impactos da urbanização nas cheias (Adaptado de Miguez e Magalhães, 2010)


CAUSAS EFEITOS

Remoção de Maiores volumes de escoamento superficial e aumento da vazão


de pico; maiores velocidades de escoamento; aumento da erosão
vegetação natural do solo e consequente sedimentação nos canais e galerias.

Aumento das taxas de Maiores volumes de escoamento superficial e aumento da vazão


de pico; menores detenções em depressões e maiores
impermeabilização velocidades de escoamento.

Construção de uma rede Aumento significativo nas velocidades de escoamento; redução


de drenagem artificial do tempo de pico.

População diretamente exposta a inundações periódicas em áreas


Ocupação das margens e naturalmente inundadas; aumento da extensão de áreas
planícies de alagamento inundadas, considerando que há menos espaço para
extravasamento e armazenamento nas planícies.

Lançamento de lixo/esgoto Degradação da qualidade da água; doenças; obstrução da rede de


na rede de drenagem drenagem; sedimentação do canal.

Afim de ilustrar essa discussão e mostrar exemplos concretos, diagnosticados na cidade do Rio de
Janeiro em trabalhos pregressos, as Figuras “Imagens de trechos dos rios Joana e Maracanã, na Tijuca” e a
“Rio Joana nas imediações do Estádio do Maracanã” são apresentadas como representativas de situações
que se repetem com frequência no espaço urbano da cidade.

348
2.6.12.4.5. EXEMPLOS TÍPICOS DO DESEQUILÍBRIO URBANO DO RIO DE JANEIRO

Os rios Acari/Meriti e os rios Joana/Maracanã são dois típicos problemas ambientais da cidade, que
de há muito tempo desafiam nossos administradores. Esses dois locais têm dificuldades ambientais
decorrentes das fragilidades naturais, acrescidas das fragilidades geradas pela urbanização inadequada e
potencializadas pelos lançamentos de lixo e esgoto sanitário nos cursos d'água.

A Figura “Imagens de trechos dos rios Joana e Maracanã, na Tijuca “ destaca uma vista aérea do Rio
Joana, em Vila Isabel, correndo ao longo da Rua Maxwell, bem como um trecho do Rio Maracanã, na
própria Av. Maracanã. Como pode ser percebido, esses rios encontram-se canalizados em calha simples,
com vias marginais, em uma configuração muito frequente na paisagem carioca. Não houve previsão de
calha secundária, a planície está totalmente ocupada e o nível de impermeabilização é muito alto.

Figura : Imagens de trechos dos rios Joana e Maracanã, na Tijuca (Google 2016)

349
Alguns conflitos podem ser destacados nesta situação. A Lei Federal 6.766 de 1979, que dispõe
sobre o parcelamento do solo urbano prevê 15 m de faixa não edificante junto aos cursos d’água. A Lei
Federal 12.651, de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa (novo código florestal) prevê,
para rios como os rios Joana ou Maracanã, ambos com menos de 10 m de largura, a necessidade de uma
faixa de proteção de 30 m. Nenhuma destas faixas é percebida.

A região destacada do Rio Joana, na acima, tem algumas particularidades de funcionamento que
ajudam a entender alguns dos processos que contribuem para os alagamentos da cidade. A questão do
excesso de impermeabilização, além do efeito direto de alteração do escoamento superficial pode ser
também um problema para a própria rede instalada. Quando a urbanização ultrapassa os horizontes de
projeto, ou quando ocorrem movimentos de urbanização informal, que descaracterizam o projeto original,
as águas superficiais não captadas acabam por se acumular nas ruas e utilizá-las como canais. As ruas Barão
de Mesquita e Uberaba tendem a funcionar como canais e não é incomum ver o rio Joana, ainda com
capacidade, receber águas da rua Maxwell por vertimento (e não pela rede de drenagem). Isto é, há
alagamento sem haver extravasamento de calha. A figura abaixo ilustra esse processo, que é muitíssimo
comum no Rio de Janeiro.

Esquema do escoamento superficial em ruas de Vila Isabel

350
Um pouco a jusante, antes de encontrar sua foz no rio Maracanã, os efeitos do excesso de
impermeabilização, confinamento em calha simples e falta de áreas de armazenamento se consubstanciam
em extravasamentos que alagam toda a região entre o Estádio do Maracanã e a Universidade do Estado do
Rio de Janeiro. A Figura abaixo mostra uma seção canalizada do Rio Joana, junto ao Estádio do Maracanã,
onde ocorrem frequentes extravasamentos de calha.

Vale ressaltar que muitos trechos de rios são completamente canalizados, enterrados e suprimidos
da paisagem. Essa situação traz inconveniências de manutenção, aumenta o perímetro molhado, reduz a
condutividade hidráulica, ganha um teto a limitá-lo e promove perdas de oportunidades ambientais. Essa
prática, por vezes necessárias, deve ser revertida, onde possível.

Figura: Rio Joana nas imediações do Estádio do Maracanã

É fundamental conhecer as fragilidades naturais de uma região e analisar as fragilidades


“combinadas” do ambiente natural com o urbano. Áreas naturalmente alagáveis precisam ser mapeadas e
devem nortear o processo de planejamento urbano. Para tanto, é fundamental regras básicas orientadoras
para o avanço urbano de cada localidade.

Para remediar erros passados em regiões já inadequadamente urbanizadas é preciso agrupá-las em


duas grandes famílias: (a) regiões onde tais correções são economicamente viáveis de serem conduzidas e
(b) regiões onde somente são viáveis soluções mitigadoras. Para as regiões da segunda família, há que
combinar soluções estruturais (obras) com soluções não estruturais que permitam um convívio melhor com
as fragilidades. Para ambas as famílias, há que se analisar as manchas de inundação, com seus resultados
de profundidade-tempo de alagamento.

A Lei 6766/79, sobre esta questão, diz o seguinte no seu artigo 3º:

351
Art. 3o Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de
expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por
lei municipal. (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)

Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do solo:

I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para


assegurar o escoamento das águas;

Il - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam
previamente saneados;

III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas
exigências específicas das autoridades competentes;

IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação;

V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias


suportáveis, até a sua correção.

Assim sendo, o processo de implantação de loteamentos, que é a célula básica do tecido urbano,
precisa dispor de “mapas de alagamento”, para diversos tempos de recorrência, como informação básica
de partida, sem a qual o próprio parcelamento do solo não deveria ser autorizado pelo Município, a menos
que medidas de controle fossem previa e sistemicamente adotadas. Em geral, mapas de alagamento, que
configuram um perigo (conforme conceito de risco) para o processo de urbanização, não são disponíveis.

Um estudo da UFRJ para a bacia do rio Acari, em 2007, mostra a dificuldade de resolver o problema
de frequentes inundações do bairro de Parque Colúmbia, em virtude de: (a) sua localização às margens do
rio Acari; (b) suas cotas absolutas muito baixas (em torno de 2m); (c) ser uma zona com dificuldade de
descarga, pela proximidade da baía de Guanabara. As Figuras abaixo mostram a região e o cálculo da área
de alagamento.

352
Parque Columbia, às margens do Rio Acari

(adaptado de http://portalgeo.rio.rj.gov.br/bairroscariocas/mapasefotos/imagem_parque_columbia.jpg)

Alagamentos para cheia de TR=20 anos, no Parque Columbia.

353
Inundação em Parque Colúmbia

YouTube “Enchente no P.Columbia 11/12/2013”).

O mapeamento de inundações é um estudo básico que deve constar como etapa inicial do
processo de planejamento e pode contar com informações históricas, notícias de imprensa, entrevista de
campo com moradores, levantamento de marcas de inundação e com ferramentas de modelagem
matemática. Neste último caso, é possível construir cenários de perigo para diversos tempos de recorrência
de chuvas, orientando ações de urbanização para áreas mais seguras, definindo medias de alerta para áreas
mais susceptíveis a inundação, criando um código específico para construções a prova de inundações e,
alternativamente, avaliando condições de desenvolver um sistema de Seguros, conforme diferentes níveis
de risco, para auxiliar no incremento da capacidade de recuperação. O uso de contratos de Seguro é uma
prática que precisa ser introduzida no Brasil, principalmente em regiões de alto adensamento populacional
ou regiões de risco mais evidente.

2.6.12.4.6. MEDIDAS CORRETIVAS EM CURSO PARA OS RIOS JOANA/MARACANÃ

Recentemente, a cidade do Rio de Janeiro apresentou o Plano Diretor de Manejos deÁguasPluviais


(PDMAP), cuja concepção para a Bacia do Canal do Mangue vem sendo implantada. Nessa concepção, um
conjunto de reservatórios contempla a bacia do Rio Joana e do Rio Maracanã e a Praça da Bandeira, local
emblemático de alagamentos na cidade, com registros de inundação que se aproximam de um século.

O rio Joana, que atualmente é um afluente do rio Maracanã, terá uma nova foz, similar àquela que
historicamente teve. Assim, o PDMAP inclui correções de antigas intervenções e devolve uma foz própria

354
ao rio Joana,fazendo-o desaguar no canal do Mangue, junto a sua foz na Baía de Guanabara. Além disso,
aproveitando-se dessa situação, o PDMAP imagina uma transposição do rio Maracanã para o Joana,
otimizando as possibilidades de descarga do sistema, pelo compartilhamento destas alternativas.

Embora essas medidas apontem para um caminho conceitual mais correto, que aumenta a
capacidade de armazenagem do sistema, o PDMAP não cobre todos os rios da bacia e incorre em uma
deficiência no tocante a resiliência da bacia em questão. Poucas medidas de reservação, com grande
volume, tendem a ser mais frágeis do que muitas medidas distribuídas. Em caso de falha de um dos poucos
dispositivos de acumulação, toda a obra de controle de cheias da Praça da Bandeira pode sucumbir.

2.6.12.4.7. DIAGNÓSTICO PRELIMINAR CONSOLIDADO

A maior parte da ocupação urbana da cidade do Rio de Janeiro se concentra em planícies litorâneas
situadas entre o mar e a montanha. Esta configuração de relevo dá origem a uma enorme quantidade de
micro e pequenas bacias hidrográficas sujeitas a enchentes provocadas, mais comumente, por chuvas
convectivas e frontais. Observa-se também uma forte influência de chuvas orográficas nas áreas próximas a
encostas.

Um fator que contribui substancialmente para a ocorrência de inundações é o contínuo aumento


do grau de impermeabilização, sem que nenhuma medida mitigativa seja criada. O processo de urbanização
da cidade do Rio de Janeiro alterou de forma significativa a sua paisagem natural. Com o passar do tempo,
inúmeras áreas alagadiças foram dessecadas, lagoas e áreas das baías de Guanabara e Sepetiba foram
aterradas, entre outras várias intervenções com o objetivo de sanear e permitir a ocupação da região.

O processo histórico de desenvolvimento da cidade pode ser identificado como o primeiro fator
agravante das cheias na região ao permitir a ocupação de áreas marginais aos cursos d’água e também
daquelas situadas em cotas topográficas muito baixas. Com o passar do tempo, a ocupação regular e
irregular das planícies de inundação foi progressivamente se consolidando, aumentando significativamente
a população atingida pelas enchentes. Além disso, o crescimento desordenado dificulta a realização de
ações de limpeza, dragagem e manutenção da calha e coleta de lixo. A Figura abaixo ilustra a intensa
ocupação das margens do rio Acari.

355
Ocupação da planície de inundação do rio Acari.

Além da ocupação das áreas marginais aos cursos d’água, o processo de urbanização da cidade do
Rio de Janeiro também não foi capaz de prevenir a ocupação de suas encostas. Atualmente, uma
considerável área das encostas cariocas encontra-se ocupadas por favelas ou por vegetação rasteira, em
substituição à mata atlântica que ocupava a maior parte desta área no passado. Com isso, a chuva que hoje
cai sobre essas áreas desce velozmente, como enxurrada, acumulando-se nas áreas mais baixas da cidade,
que passam a ser afetadas de forma mais intensa. Além disso, esses escoamentos carregam lixo e
sedimentos do solo exposto, que acabam por interferir na capacidade da rede, entupindo-a muitas vezes.

A construção de redes de drenagem pluvial, solução larga e erroneamente adotada de forma


generalizada como solução para os problemas de drenagem, também contribui para o agravamento das
inundações das áreas mais baixas ao transferir os alagamentos de montante para jusante. A determinação
das manchas de alagamento e a compreensão sistêmica do funcionamento da bacia e a necessidade de
zoneamento de inundações são fatores importantes e representam lacunas hoje no planejamento. As
práticas mais atuais adotadas no controle de cheias tendem a tentar retardar ou reduzir os escoamentos
gerados na bacia através de medidas de armazenamento e infiltração.

O acúmulo de resíduos sólidos no rio além do lançamento de esgotos sanitários sem tratamento
contribui para o agravamento das cheias, uma vez que provoca o assoreamento das canalizações e a
obstrução dos elementos hidráulicos que fazem parte do sistema de drenagem. Além disso, lixo e esgoto
geram degradação do ambiente, com consequências ambientais (perdas de ecossistemas), urbanas
(desvalorização imobiliária) e de saúde pública (doenças de veiculação hídrica).

A presença de singularidades, tais como vigas e pilares de pontes, constituem um outro fator
agravante das cheias que ocorrem no Município do Rio de Janeiro. Correções de projeto, com ampliações

356
parciais, e crescimento urbano não previsto, com soluções improvisadas, tende a levar a interferências do
ambiente construído com obras que geram singularidades para o escoamento, reduzindo a capacidade de
condução de vazão dos dispositivos hidráulicos. Em determinadas áreas, como, por exemplo, na região da
Praça Montese, em Marechal Hermes, na bacia do rio Acari, constata-se a ocorrência de alagamentos de
mais de 2m de lâmina d’água, em virtude de uma travessia insuficiente do rio Tingui por baixa da linha
férrea, cujo muro de concreto funciona como uma barragem que faz com a água se armazene na Rua João
Vicente e em outras ruas situadas próximas a esta. Outro exemplo é a ponte da Rua Luís Coutinho
Cavalcanti, no rio Acari, que atua como uma obstrução ao escoamento das cheias, provocando
alagamentos severos de áreas no seu entorno. A Figura abaixo ilustra os dois exemplos citados
anteriormente.

Alagamento na Praça Montese e ponte da Rua Luís Coutinho Cavalcanti.

357
2.6.12.5. DIRETRIZES PARA ENFRENTAMENTO DE SITUAÇÕES CRÍTICAS – VERSÃO 1 (EM
CONSTRUÇÃO)

SITUAÇÕES TIPO DIRETRIZES DE PROJETO

Constituição de um Sistema de Espaços Livres – novas conexões


que visam maior interação do meio natural e urbano. Utilização de
i. Ausência de conexão entre
infraestrutura verde e paisagens multifuncionais, propiciando a
meio urbano e natural
criação de corredores ecológicos, interligando parques, APAs e
fomentando a reconstituição da vegetação.

 Contenção do crescimento urbano, com criação de áreas


de transição efetivas – uso do conceito de Parque Urbano de
Borda, onde o lazer e a possibilidade de desenvolvimento de
atividades econômicas geram uma apropriação por parte da
ii. Pressão do crescimento
urbano para APAs população que afasta o risco de invasão de áreas de preservação
(sejam encostas ou faixas marginais de proteção de
rios);preservação e recomposição da vegetação ciliar, de
nascentes e de topos de morro.

Relocação das habitações em risco para o mesmo local, ou local


iii. Ocupação de áreas marginais próximo, sob novos modelos de assentamento e padrões
construtivos, que respeitem o ciclo das águas.

Preservação de áreas alagáveis, principalmente pela criação de


iv. Expansão urbana em áreas
parques – nesse caso, com viés mais natural, valorizando a
alagáveis
presença da água

Revitalização marginal: favorecimento de ações de revegetação,


v. Desvalorização das margens
introdução de áreas de lazer e recreação; utilização como eixo de
do rio
mobilidade, com ciclovias e passeios.

Utilizar o novo sistema de espaços livres como atrativo e


vi. Desvalorização econômica possibilidade de geração de emprego e renda para a população
do entorno local, com ações, por exemplo de produção e venda de espécies
vegetais locais; introdução de atividades comerciais.

Reversão da canalização e abertura do leito do rio quando possível


– rios em condições naturais, em áreas de parques, conectados às
vii. Canalização parcial ou suas planícies de inundação, tendem a gerar menor manutenção e
completa de rios, com menores prejuízos. Por princípio, a canalização é aceitável onde a
degradação da paisagem e ausência de espaço for marcante e onde houver urbanização
transferência de formal consolidada que precisa de proteção. Deve ser estudada,
alagamentos porém, sempre de forma sistêmica, para evitar transferência de
alagamentos. De forma geral, não deve ser proposta como forma
de “ganhar espaço” para a urbanização futura.

358
 Evitar o despejo direto no rio através de medidas
corretivas que considerem a captação em tempo seco. Esta

viii. Despejo das águas servidas captação corrige falhas extensivas de conexão de esgotos
no rio (ou na rede de domésticos na rede pluvial, seja por falha ou ausência de rede
drenagem que leva ao rio)
separadora. Necessariamente as vazões captadas em tempo seco
devem ser destinadas ao tratamento.

Educação ambiental. Conscientização por meio da aproximação da


ix. Deposição de lixo nas ruas população com as áreas revitalizadas.
ou diretamente no leito do
rio Melhoria no serviço de coleta e incremente de alternativas de
reciclagem, com viabilização econômica desta atividade.

Zoneamento de inundações.Associação de todas as demais


x. Inundações e alagamentos diretrizes projetuais em um arcabouço que reordena os
escoamentos na bacia, conjugando ambiente natural e construído.

Fonte: Adaptado de Lourenço, 2013, p. 122

2.6.13. COMENTÁRIOS FINAIS

O diagnóstico aqui realizado tem caráter conceitual e visa iniciar a discussão sobre os eixos
relativos a saneamento e meio ambiente, bem como lançar um olhar transversal sobre o ambiente urbano.
A cidade do rio de Janeiro foi utilizada como piloto devido a sua importância na própria produção do
espaço metropolitano, pela diversidade de seu território e ocupação urbana e por conter características
físicas que se repetem nas regiões do entorno. Além disso, a existência de trabalhos pregressos permitiu o
embasamento desta primeira avaliação. No entanto, o diagnóstico e as ações corretivas não devem ficar
restritas aos contornos administrativos dos municípios. Muitas das soluções mais adequadas englobam
áreas de mais de um município e assim devem ser tratadas.

O diagnóstico final deverá ser embasado no levantamento de dados que está em andamento, que
deve considerar:

 Os planos existentes, para áreas da região metropolitana, associados aos temas saneamento e
meio ambiente;
 Os projetos desenvolvidos para a região metropolitana do Rio de Janeiro, no âmbito da
Universidade Federal do Rio de Janeiro;

O enfrentamento dos problemas e suas causas aqui diagnosticados passa por uma nova estratégia
de ação. Uma estratégia que incorpore os conceitos de requalificação fluvial, que analise em detalhes as

359
manchas de inundação, suas causas e consequências, que crie novos espaços multifuncionais e que
mensure a resiliência da bacia para as diversas alternativas estudadas para mitigar o problema em foco.

Finalmente, a fim de ilustrar o resultado da aplicação da concepção de trabalho e diretrizes


metodológicas aqui discutidas, segue em anexo, como exemplo, o caso do Rio Dona Eugênia na Cidade de
Mesquita (LOURENÇO et al., 2015).

360
2.7. GESTÃO PÚBLICA
Como foi comentado no relatório do Produto 2, o fenômeno da conurbação exige um formato de
gestão compartilhado entre as autoridades que administram esses territórios conurbados, já que seus
residentes e usufrutuários circulam por todo esse território como verdadeiros “cidadãos metropolitanos”
que são: eles passam de um município a outro, segundo suas necessidades de vida, muitas vezes sem notar
que cruzaram o limite municipal em direção a algum município vizinho. Neste relatório, serão comentados
alguns formatos institucionais, bem assim outros insumos para a construção de uma gestão metropolitana
adequada para o caso do Rio de Janeiro.

Foram pesquisados diversos textos, tanto acadêmicos como de análises conjunturais, sobre a
questão da gestão metropolitana ou gestão de áreas metropolitanas. A rigor, pode-se subdividir essa
análise em duas ramificações distintas:

I. a gestão propriamente dita do território conurbado, e


II. o formato e o mandato do órgão encarregado dessa gestão.

O acervo sobre esse assunto é bastante variado e aparece com alguma frequência desde o final dos
anos 70’s, em função das 9 regiões metropolitanas instituídas naquela década pelo Governo Federal. Os
órgãos encarregados da gestão metropolitana tinham todos o mesmo formato no tocante ao seu Conselho
Deliberativo:

III. sempre presidido pelo Governador do Estado;


IV. sempre constituído de 5 membros;
V. sempre 3 membros em representação do Governo estadual, embora essa representação variasse
em termos setoriais;
VI. sempre um representante do município-polo e outro eleito pelos demais municípios. Entretanto,
variava a dependência orgânica desse órgão metropolitano com relação ao organograma do
Governo estadual: no Paraná, a COMEC dependia da Secretaria do Planejamento e, depois, da
Secretaria de Desenvolvimento Urbano; na Bahia, o CONDER dependia da Casa Civil; em São Paulo,
criou-se uma Secretaria dos Negócios Metropolitanos que orientava os trabalhos da EMPLASA; e
assim por diante, muito embora a maioria dos casos tinha relações orgânicas com o ramo do
Planejamento.

A Constituição de 1988 veio desatar esse engessamento, deixando a critério de cada Estado a
decisão de criar regiões metropolitanas e determinar o formato institucional de seu órgão gestor. A partir
daí, apareceu uma diversidade de textos comentando esses casos, sua maior ou menor eficiência, bem
assim sua representatividade em termos da população residente na área conurbada. KLINK [2009]
argumentou que “não há um modelo ótimo e único de governança metropolitana *...+ os próprios arranjos
institucionais mudam em função da dinâmica mais ampla da sociedade como um todo”. Esse aspecto do

361
dinamismo já havia sido indiretamente detectado por ACCORSI *2002+ quando mencionava que “a gestão
metropolitana não é um ato isolado e arbitrário; ela é diretamente dependente do projeto político para a
região”. Entende-se sempre que o projeto político é, em grande parte, representado pelas propostas do
Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado (PEDUI), incluindo sua formulação. Em muitos
casos, o “plano estratégico de longo prazo” é quem determina o tipo de arranjo institucional que se
pretende alcançar, partindo da situação no momento de aprovação do plano e antevendo o dinamismo
desejado para esse longo prazo.

Em pesquisa virtual (via internet) a partir de citações em documentos lidos e de visita ao Google
Earth para identificação visual de situações interessantes, foi possível identificar pelo menos dois tipos de
conurbações que vêm demandando formatos institucionais diferenciados para sua melhor gestão:

I. as áreas metropolitanas convencionais em geral; e


II. as áreas urbanas que circundam baías com tamanho importante, atendendo diversas
jurisdições territoriais. A pesquisa vislumbrou ambos os casos, sendo que alguns deles serão
relatados sucintamente abaixo.

Foram pesquisados 26 casos metropolitanos, sendo 7 no Brasil e 19 no exterior. No Brasil, foram


considerados os casos das Regiões Metropolitanas de Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre,
Recife, Salvador e São Paulo. No exterior, foram considerados Asunción, Bogotá, Callao, Istambul, Lima,
Londres, Manila, Montreal, Nagoya, Paris, Reno-Rhur, San Salvador, Santiago, Taipei e Vancouver. Nem
todos os casos mencionados foram detalhados na matriz comentada abaixo. Além dos casos focados em
conurbações, foram pesquisados os casos das baías de Chesapeake (Baltimore), Darling (Sidney), Vancouver
e Tóquio, dada a importância fundamental do elemento aquático para a governança territorial,
desenvolvimento econômico e qualidade de vida da população ribeirinha.

2.7.1 PAÍSES UNITÁRIOS E FEDERATIVOS


Em países de formato institucional unitário, desconcentrado ou não, esse arranjo institucional de
gestão compartilhada costuma ser menos complicado dado que existe uma instância de governo que, a
rigor, é a suprema responsável por tudo, que é o “Governo Central”, como preferem dizer alguns autores.
Nesses casos, a autoridade “central” pertinente define o melhor arranjo (a seu ver) para a gestão desse tipo
de território e delega algum poder de gestão para a entidade responsável por esse arranjo, ou aceita a
proposta oriunda das instâncias municipais interessadas, como se comenta a continuação.

Já nos países de formato institucional federativo (que contam 25 das atuais 194 nações soberanas),
tenham eles o nível de descentralização que tiverem – em função da quantidade de atribuições e recursos
diretamente vinculados às instâncias subnacionais de governo – esse arranjo dependerá dessas

362
características do formato federativo, que podem variar bastante de país a país, sempre mantendo o
cenário básico de que algumas atribuições e alguns tributos formam parte da autonomia dessas instâncias
subnacionais. O Brasil é um desses 25 países, mas apresenta uma característica única, pois a Constituição
de 1988 define em seu artigo 1º que o Município é ente federativo, ie ele não depende do Estado federado,
como acontece com os demais 24 países federativos1. Na Constituição de 1967, o Município não tinha essa
característica: ele não é mencionado no caput do artigo 1º como entre federativo, somente os Estados, o
Distrito Federal e os Territórios. A expressão “região metropolitana” surgiu através do artigo nº 164 dessa
Constituição Federal, onde ficou definido que a União, mediante Lei Complementar, poderia estabelecer
regiões metropolitanas, constituídas por municípios que independentemente de sua vinculação
administrativa, integrem a mesma unidade socioeconômica, visando à realização de serviços comuns.
Nesse cenário, não foi difícil para o Governo Federal aprovar em 1973 a Lei Complementar nº 14,
estabelecendo as RMs de Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São
Paulo, definindo em seu artigo 2º que “haverá em cada Região Metropolitana um Conselho Deliberativo e
um Conselho Consultivo, criados por lei estadual.” Em 1974, a Lei Complementar nº 20 criou a RM do Rio
de Janeiro com as mesmas características gerais das precedentes.

Essa peculiaridade da federação brasileira desde 1988 reveste a autonomia municipal de um


atributo muito mais poderoso, pois é semelhante à autonomia dos Estados. Esse detalhe fundamental será
sempre um complicador no momento de negociar arranjos institucionais para gerir territórios conurbados,
pois, em teoria, não existe uma força moderadora de hierarquia superior que obrigue o município a aceitar
arranjos, como seria o caso das instâncias intermediárias2 nos demais países, tanto federativos como
unitários.

2.7.2. ALGUNS ARRANJOS TERRITORIAIS


Alguns casos não tinham relevância especial para constar da matriz elaborada, mas apresentam
algumas peculiaridades que merecem ser mencionadas, como se comenta a seguir, especialmente nos
países de formato unitário.

Na Costa Rica, por exemplo, o Ministério da Habitação e Assentamentos Humanos propôs um Plano
de Ordenamento Territorial (POT) para todo o país, entregando ao Instituto Nacional de Habitação e
Urbanismo (INVU, pela sigla em espanhol) o acompanhamento desse plano e a formulação de programas
de investimento e cooperação (incluindo o apoio à formulação de planos diretores locais). Já no Paraguai, a

1
Por conta desse artigo, parece ser um abuso – ou pelo menos uma impropriedade – chamar os Estados de Unidades da
Federação, com sigla UF, como costuma ocorrer.
2
Estados, Províncias, Departamentos, Regiões etc, conforme a denominação usada em cada país.

363
área conurbada da Grande Asunción, englobando 12 municípios 3, não tem instância própria de gestão, mas
existe uma Associação Intermunicipal que delega “para cima”, ao Governador do Departamento Central, a
gestão dos assuntos comuns, e financia essa atribuição delegada com 15% da arrecadação do imposto
equivalente ao nosso IPTU. Em El Salvador, mesmo sendo um país bastante pequeno (21 mil km2, ie três
vezes maior que a RMRJ com a metade da população metropolitana), os 14 municípios da Grande San
Salvador decidiram se desagregar da gestão urbana nacional convencional, constituindo-se em associação
intermunicipal com o Conselho de Prefeitos da Área Metropolitana de San Salvador (COAMSS), que tem
apoio operacional na Oficina de Planejamento da Área Metropolitana de San Salvador (OPAMSS). Essa
instância se encarrega – como delegação das prefeituras associadas – da autorização para loteamentos,
parcelamentos e edificações, tirando daí sua receita operacional, mediante essa prestação de serviço
unificado. A OPAMSS coordenou a formulação de um plano estratégico metropolitano e faz o
acompanhamento de sua implementação.

No Chile, a Região Metropolitana de Santiago (cuja própria denominação pode levar a um equívoco,
como já foi mencionado no relatório anterior) envolve municípios de duas Províncias. A autoridade
executiva de gestão desse território é o Intendente Metropolitano, nomeado pelo Ministro do Interior. A
figura de “Intendente”, no Chile, é equivalente a um Governador, no Brasil. Lá, “Região” é o nome
equivalente ao território que, no Brasil, é chamado de Estado. Daí a confusão semântica. Existem
programas e projetos de cooperação entre municípios vizinhos, mas não há uma instância de gestão
intermunicipal fora da supramencionada “Região Metropolitana”.

Na Colômbia, a cidade de Bogotá se auto-impôs o conceito de cidade-região, dada sua grande


dimensão e a população de mais de 7 milhões de habitantes. O conceito acima deriva deque existe, de fato,
um aglomerado urbano que circunda Bogotá, envolvendo 18 municípios, mas não é reconhecido pelo
Governo Central como alguma instância com tratamento especial. O Departamento de Cundinamarca, do
qual Bogotá é capital, possui programas e iniciativas de apoio a esse aglomerado, em conjunto com a
Prefeitura de Bogotá. Esta, para melhorar a qualidade dos serviços prestados, subdividiu a cidade em 12
localidades, cada uma com executivo e legislativo eleitos pela população, mas orçamentariamente
dependentes da Prefeitura-mãe.

No Peru, foram constituídas Regiões de Planejamento que vêm evoluindo no sentido de serem
verdadeiros Governos Regionais. Em Lima e no Callao – onde cada uma das cidades já é polo de uma
aglomeração, perfazendo uma grande área metropolitana entre as duas aglomerações vizinhas – não existe
autoridade executiva para gerir essa grande área: cada uma delas depende do respectivo Governo Regional
e iniciativas pontuais de interesse comum são negociadas “ad hoc”.

3
Formando inclusive uma conurbação internacional pela proximidade com Clorinda, na Argentina, do outro lado do rio Paraguai,
em versão mais reduzida da “Conurbação Tripla” de Foz do Iguaçu/Puerto Iguazu/Ciudad del Este.

364
Nos países de formato federativo, aparecem algumas peculiaridades, igualmente mencionadas a
seguir.
No Reino Unido, os prefeitos só passaram a ser eleitos em 2000, se a cidade assim o desejasse.
Sempre houve, entretanto, a figura do vereador (“local councilor”), formando Conselhos Municipais
vinculados ao Ministério do Interior, mas com autonomia de tributar e gerir alguns serviços.

Nos Estados Unidos, cada assentamento humano tem o direito de escolher o formato de sua gestão
local, se a regra geral definida pelo Governo Federal, ou alguma variação que precisaria, nesse caso, de
aprovação do Estado ao qual pertence. Assim, temas como educação, saneamento, incêndio e transporte
costumam ser geridos pelas autoridades locais, com financiamento obtido pelos impostos sobre a
propriedade e venda de produtos. As áreas metropolitanas são geralmente tratadas como uma delegação
“para cima” das cidades que as compõem, com a respectiva transferência de recursos para atender aqueles
serviços.

Na França, em janeiro de 2016, a cidade de Paris incorporou alguns municípios periféricos.


Entretanto, o planejamento do uso e ocupação do solo no país é feito segundo normas centrais,
coordenadas pelas instâncias regionais e/ou departamentais (equivalente ao nosso Estado Federado),
sendo que a maioria dos equipamentos e serviços (educação, saúde, transporte, saneamento) é gerida pelo
Governo Central, que pode delegar essa atribuição a esferas administrativas locais.

No conjunto das agências e órgãos de gestão metropolitana estudados, o mandato quase sempre
abrange o planejamento do ordenamento territorial (macrozonas, sem detalhe), transporte coletivo (que
muitas vezes é o serviço que provoca o entendimento metropolitano), habitação de interesse social e
alguns equipamentos de interesse metropolitano previstos nos respectivos planos de desenvolvimento. Em
diversos casos (mas não na maioria), existe um fundo com recursos de origem comum e às vezes aportes de
terceiros, para financiar as intervenções de interesse comum.

No caso das aglomerações situadas nas bordas de baías importantes, é interessante perceber que,
em Tóquio e Sydney, por exemplo, a autoridade encarregada da supervisão geral do uso da água é a
autoridade portuária, haja vista que é a principal fonte econômica da aglomeração urbana. No mais das
vezes, existe uma preocupação especifica com a qualidade da água, mas não fica claro nos documentos
consultados como se distribui o poder de definir a autorização ou não para atividades terrestres que
possam comprometer essa qualidade. Depreende-se que, no plano de desenvolvimento local, estejam
estabelecidas regras de uso e ocupação do solo, a serem administradas pelos governos locais. O caso de
Baltimore e a baía de Chesapeake estão sendo amplamente analisados como resultado de uma cooperação
técnica entre o Estado do Rio de Janeiro e o Estado de Maryland, estando em cursos diversas oficinas. Esses
resultados serão mencionados no relatório de junho, com a consolidação de todos os demais pontos em
análise.

365
2.7.3. MATRIZES DE REFERÊNCIA SUCINTA
Em anexo, encontram-se as matrizes de referência sucinta dos casos analisados até o presente 4.

2.7.4 COMENTÁRIOS ADVINDOS DOS DEBATES NAS OFICINAS REALIZADAS


Nas oficinas realizadas até 24 de maio, inclusive, o tema de “gestão pública” ou “gestão
metropolitana” não apareceu como prioridade em nenhum momento. Entretanto, na megaoficina dos
segmentos, realizada em 24 de maio, o segmento do Poder Público fez uma observação a respeito da
necessidade de maior integração entre as esferas federal, estadual e municipal de governo, indicando que
havia bastante desarticulação entre as mesmas. Espera-se detalhar mais e talvez aprofundar essa
observação nas oficinas temáticas e regionais previstas para o mês de junho de 2016.

2.7.5 COMENTÁRIOS SOBRE AS EMENDAS DE PLENÁRIO DA ALERJ COM RESPEITO AO PLC


10/2015
O PLC 10/2015 deu origem a 202 propostas de emendas do Plenário da Assembleia Legislativa
(ALERJ), que foram organizadas pelo Consultor item por item com referência ao texto original enviado à
ALERJ. No intuito de colaborar com a discussão entre o GEGM e a ALERJ, esse material organizado foi
enviado ao GEGM por meio da Coordenação Técnica do PEDUI/RMRJ e encontra-se disponível em Anexo.

Nesse conjunto, percebem-se as seguintes situações:

I. em sua maioria, como é normal, as propostas de emenda refletem os interesses paroquiais dos
deputados que as apresentaram, muitas vezes desalinhadas dos propósitos de uma gestão
metropolitana moderna (p.ex.: inclusão de municípios periféricos na expectativa de algum
financiamento adicional ou diferenciado);
II. confusão de objetivos e propósitos, já que alguns artigos receberam ao mesmo tempo emendas
supressivas, modificativas e aditivas;
III. em diversos casos, propõem repetir nesse texto normas e preceitos de outros textos legais,
como se essa “omissão” significasse indiretamente uma autorização para se desviar daquele
cumprimento.

4
Outros casos ainda poderão ser analisados e completados no relatório de consolidação da fase de Diagnóstico, bem assim mais detalhes
sobre os casos já mencionados, dependendo da qualidade da documentação encontrada.

366
Como vivenciamos um cenário de transição na gestão estadual, isso poderia ser uma oportunidade
de encontros e conversas informais com deputados e deputadas da base aliada para esclarecer pontos de
vista de ambas as partes, antevendo os panoramas para futuras negociações com vistas à aprovação,
quando houver autorização formal do Governo para encontros com as lideranças governamentais e
partidárias na ALERJ. Esse procedimento poderia representar um ganho de tempo na tramitação por PLC.

2.7.6 COMENTÁRIOS FINAIS


Pelos argumentos e comentários lidos – além da pura letra das leis vigentes – depreende-se que a
questão da gestão metropolitana vai depender de como se resolvam (ou se acordem) alguns princípios
essenciais, tais como:

I. O tipo e a calibragem da participação do Governo Estadual nesse arranjo institucional, tomando em


conta a importância relativa das atribuições atreladas a ele e aos municípios com vistas à garantia
de provisão mais custo-eficiente de bens e serviços à população residente, que deveria ser o
principal propósito da gestão metropolitana;
a. Nesse âmbito, seria questionável atribuir ao Estado um peso hegemônico ou muito
próximo do poder absoluto;
b. Por outro lado, não seria irregular nem descabido que os municípios, em seu conjunto,
tivessem um poder próximo do absoluto;
II. A calibragem da relação entre participação política e participação financeira na composição do
órgão deliberativo e do orçamento comum para a gestão metropolitana;
III. O tipo e a calibragem da participação da sociedade civil organizada, não apenas como elemento
consultivo, mas também com alguma ponderação de elemento deliberativo;
IV. A possível participação, no âmbito deliberativo, de representação do Governo Federal, por
intermédio de organismo diretamente vinculado à provisão de algum serviço essencial.

Alternativamente, dado que existirá um Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado


(PEDUI) para a RMRJ, uma opção a ser avaliada é manter, à parte dos aspectos legais e formais da gestão
metropolitana, mas estreitamente associado a eles, um Conselho de Gestão do PEDUI com a participação
das três esferas de governo, mais a sociedade civil, esta representada tanto em termos setoriais (incluído o
setor privado, especialmente no caso da indústria imobiliária, que é quem produz e ocupa o espaço
urbano) como territoriais (associações de moradores ou algo semelhante).

Finalmente, continua essencial o apoio a uma maior responsabilidade dos governos locais na
promoção do desenvolvimento urbano, com sustentação e sustentabilidade, tanto diretamente como por
meio de consórcio intermunicipal ou interfederativo, nos termos do Estatuto da Metrópole, sempre tendo
por finalidade uma melhor provisão de serviços para os residentes e usufrutuários da Região Metropolitana.

367
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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 GADELHA, C. A. G. O Complexo da Saúde e a necessidade de um enfoque dinâmico na economia da


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 IBGE – Produto Interno Bruto dos Municípios 2016.

 IBGE – Perfil Pecuário Municipal 2014.

 IBGE – Pesquisa Agropecuária Municipal 2014.

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368
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Rio de Janeiro – FIRJAN, 2010.

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372
ANEXOS
ANEXOS – COMUNICAÇÃO SOCIAL
Relatório de mídias sociais

Análise feita entre os dias 21 de abril a 19 de maio de 2016


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Visão geral
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Total de fãs da página: 1259
1300

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Número de curtidas

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Data
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Total líquido de curtidas neste período
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21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15Data
16 17 18 19
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Origem das curtidas neste período
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Data
/modelarametropole
Os fãs
18

16 15,5
15

14
11,8 11,9
12

10 9,36
%

8 7,49
8,14
7,65 48% Mulheres
6
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4

2 1,22
0,163 0 0,407
0
13 a 17 18 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 65+
Faixa etária
/modelarametropole
Localização dos fãs

92% Rio de Janeiro

1% Baixada Fluminense

1% São Gonçalo

0% Itaguaí

0% Itaboraí

0% Seropédica

0% Niterói

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/modelarametropole
Pessoas alcançadas
25
22

20

15 14 14
12
%

10
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5
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Faixa etária
/modelarametropole
Alcance total
5000
4500
Número de pessoas alcançadas

4000 4.443 pessoas alcançadas


3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0

21/4 22/4 23/4 24/4 25/4 26/4 27/4 28/4 29/4 30/4 1/5 2/5 3/5 4/5 5/5 6/5 7/5 8/5 9/5 10/5 11/5 12/5 13/5 14/5 15/5 16/5 17/5 18/5 19/5
Promovido 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2819 4219 4315 3648 2892 2577 2525 506 272 476 552 751 616 568
Orgânico 91 276 96 65 114 179 213 36 203 253 104 124 237 313 138 222 224 128 30 872 352 131 234 321 260 365 330 329 162

Data
/modelarametropole
Alcance das publicações
5000
4500
Número de pessoas alcançadas

4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0

21/4 22/4 23/4 24/4 25/4 26/4 27/4 28/4 29/4 30/4 1/5 2/5 3/5 4/5 5/5 6/5 7/5 8/5 9/5 10/5 11/5 12/5 13/5 14/5 15/5 16/5 17/5 18/5 19/5
Promovido 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2819 4219 4315 3648 2892 2577 2525 366 0 0 0 0 0 0
Orgânico 81 262 83 57 108 177 204 27 199 250 103 112 226 293 124 209 172 50 18 853 242 80 203 247 133 233 220 233 142

Data
/modelarametropole
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25

21
20
17

15
12
%

10
48% Mulheres
10 9 9
52% Homens
6 6
5
5 4

0,322 0 0,6430,643
0
13 a 17 18 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 65+
Faixa etária
/modelarametropole
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Compartilhamentos 0 3 1 1 2 1 4 0 5 4 0 1 3 2 4 4 10 1 0 12 1 1 3 3 0 1 2 1 3
Comentários 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 2 2 1 0 0 0 0 1 0 0 2 0 0 0 1 1 0
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/modelarametropole
Pessoas

Computador 80

Dispositivos móveis 103

0 20 40 60 80 100 120
@modelarorio
Visão geral
@modelarorio
Total de seguidores: 346
400
350
300
250
200
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100
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0

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9/5
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4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5
Seguidores 64 65 65 65 65 65 65 65 64 64 64 65 65 65 66 66 67 67 67 67 67 116 160 192 223 273 306 346
@modelarorio
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5000

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Orgânicas 32 178 39 18 199 30 195 51 61 135 37 267 102 155 166 43 16 15 35 101 145 175 296 251 106 398 446 379 159
Pagas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3982 5622 5358 2852 3170 3434 3565 1830
Tweets 0 1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0 1 3 6 1

Data
@modelarorio
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Publicado em 2 de maio de 2016 Publicado em 14 de maio de 2016


Modelar a Metrópole

contato@modelarametropole.com.br

/modelarametropole

@modelarorio
Modelar a Metrópole reúne representantes de instituições
fluminenses em oficina no Palácio Guanabara

Representantes da sociedade civil, empresariado, de concessionárias e do


poder público executivo municipal e estadual se reúnem na próxima terça-feira,
dia 24 de maio de 2016, no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, para debater
metas para o desenvolvimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O
encontro é parte das atividades do Plano Estratégico de Desenvolvimento
Urbano Integrado (PEDUI) da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o Modelar
a Metrópole. Nesta etapa, o Plano vai elaborar um Diagnóstico da RMRJ e
construir, com base em estudos de especialistas e na participação da sociedade,
uma Visão de Futuro para a Metrópole. O resultado será apresentado em julho.
O evento vai reunir representantes de diferentes setores do Rio
reconhecidos pela atuação na discussão metropolitana. A abertura do evento
será feita pelo diretor-executivo da Câmara Metropolitana, Vicente Loureiro. Em
seguida, o especialista em participação Pedro Strozenberg apresentará o Plano
Estratégico. Os participantes serão então divididos em grupos para a realização
das oficinas de trabalho. Ao final do evento, os grupos compartilharão com os
demais as ideias e propostas elaboradas neste trabalho em conjunto.
Uma iniciativa do Governo do Estado, através da Câmara Metropolitana, o
Modelar a Metrópole conta com o financiamento do Banco Mundial e é
executado por um consórcio formado pelas empresas Quanta Consultoria e Jaime
Lerner Arquitetos Associados. O Plano conta com um Conselho formado por
representantes de organizações de classe, empresariais e da sociedade civil,
instituições acadêmicas, lideranças e profissionais reconhecidos pela atuação na
discussão metropolitana. Representantes de prefeituras ede secretarias
municipais e estaduais também fazem parte da iniciativa.
O processo de discussão aborda políticas públicas integradas relativas a
seis eixos estruturantes da metrópole: expansão econômica; patrimônio natural
e cultural; mobilidade; habitação e equipamentos sociais; saneamento e meio
ambiente; e reconfiguração espacial.
Dessas conversas irá resultar, em julho de 2017, um documento que
passará a ser uma referência para orientar decisões governamentais pelos
próximos 25 anos e um balizador para a sociedade fluminense.

SERVIÇO
Oficina de Trabalho – Modelar a Metrópole
Data: 24 de maio de 2016
Horário: 13h30 às 17h30
Local: Salão de Vidro anexo do Palácio Guanabara, Rua Pinheiro Machado, s/no

PROGRAMAÇÃO

13h30 – Inscrição
14h00 – Sessão de abertura
14h10 – Apresentação do Plano Metropolitano e Visão de Futuro
14h40 – Oficinas por segmento
16h40 – Compartilhando ideias
17h10 – Encerramento e café da tarde
ANEXOS – MOBILIDADE
1
ANEXO 1

I - IDENTIFICAÇÃO DO ÓRGÃO GESTOR ENTREVISTADO


1. Sobre o Gestor Público da Mobilidade Urbana no Município, ou seja, sobre o órgão gestor
(secretaria, superintendência, empresa etc.) responsável pela gestão da mobilidade
urbana. Responda:
Nome do órgão:

Endereço:

Município: CEP:

Principal Dirigente:

Fone: fax: e-mail:

Responsável Preenchimento do Questionário:

Fone: e-mail:

1.1. Cite os cinco principais projetos e ações realizadas pela prefeitura para a mobilidade
urbana do município nos últimos quatro anos.
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)

1.2. Quais as principais dificuldades percebidas na elaboração e/ou execução de projetos


para a mobilidade urbana do município?

Projeto - Modelar a metrópole


2
II - RECURSOS HUMANOS
2. Quantos funcionários da prefeitura trabalham diretamente com a gestão da mobilidade
urbana? (não incluir a Guarda Municipal)
a. ( ) 1 a 20 servidores b. ( ) 21 a 40 servidores
c. ( ) 41 a 60 servidores d. ( ) 61 a 80 servidores
e. ( ) 81 a 100 servidores f. ( ) 101 a 150 servidores
g. ( ) 151 a 200 servidores h. ( ) 201 a 250 servidores
i. ( ) Mais de 250 servidores, quantos? ____________
3. Quais são as atividades exercidas por estes profissionais? (pode marcar mais de uma
alternativa)
a. ( ) Planejamento do sistema de mobilidade urbana
b. ( ) Fiscalização do transporte coletivo
c. ( ) Fiscalização de trânsito
d. ( ) Regulamentação do transporte público
e. ( ) Pavimentação urbana
f. ( ) Relacionamento com o usuário
g. ( ) Outros, especificar:
________________________________________________
4. A prefeitura contrata terceiros para realizar parte de suas atividades relacionadas a gestão
da mobilidade urbana?
a. ( ) Sim b. ( ) Não
4.1. Quais são as atividades terceirizadas pela prefeitura? (pode marcar mais de uma
alternativa)
a. ( ) Elaboração de planos e projetos de transporte público
b. ( ) Elaboração de planos e projetos de trânsito
c. ( ) Pavimentação urbana
d. ( ) Rebaixo de calçadas
e. ( ) Outros, especificar:
___________________________________________
4.2. Quais são os motivos para terceirização desta atividade? (pode marcar mais de uma
alternativa)
a. ( ) Falta de pessoal capacitado.
b. ( ) Excesso de serviços e impossibilidade de desenvolver os estudos
internamente
c. ( ) Modelo de gestão adotado.
d. ( ) Outros, especificar:
______________________________________________

III - MECANISMOS DE GESTÃO DA MOBILIDADE URBANA


5. A prefeitura enviou projetos de mobilidade urbana para os últimos Editais do Ministério das
Cidades?
a. ( ) Sim b. ( ) Não
5.1. Se sim, qual foi o projeto? ______________________________________________
5.2. Se sim, quais os meios de transporte abrangia? (pode marcar mais de uma alternativa)
a. ( ) Transporte Coletivo
Projeto - Modelar a metrópole
3
b. ( ) Automóvel
c. ( ) Bicicleta
d. ( ) Pedestre
e. ( ) Transporte sobre trilhos
f. ( )
Outros: _______________________
6. A prefeitura (o setor da prefeitura responsável pela mobilidade) possui um setor que realiza
atendimentos ao usuário dos sistemas de transporte do município?
a. ( ) Sim b. ( ) Não
7. Em que fase se encontra o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do município?
a. ( ) Aprovado
b. ( ) Em atualização
c. ( ) Em elaboração
d. ( ) Não possui, qual é o instrumento equivalente? ____________________
7.1. Qual é a Legislação que aprovou este plano diretor? ____________________
8. Em que fase se encontra o Plano Diretor de Mobilidade Urbana do município?
a. ( ) Aprovado
b. ( ) Em atualização
c. ( ) Em elaboração
d. ( ) Não possui, qual é o instrumento equivalente?
____________________
8.1. Qual é a Legislação que aprovou este plano diretor?
____________________
9. O Município possui conselho municipal de políticas urbanas?
a. ( ) Sim b. ( ) Não
9.1. Este Conselho trata das questões da mobilidade urbana?
a. ( ) Sim b. ( ) Não
9.2. Qual a periodicidade que este conselho se reúne?
a. ( ) Semanal
b. ( ) Quinzenal
c. ( ) Mensal
d. ( ) Não há periodicidade.
10. O Município possui conselho ou comissão de transporte e trânsito ou de mobilidade
urbana?
a. ( ) Sim b. ( ) Não
10.1. Qual a periodicidade que este conselho se reúne?
a. ( ) Semanal
b. ( ) Quinzenal
c. ( ) Mensal
d. ( ) Não há periodicidade

11. A prefeitura participa de algum consórcio público?


a. ( ) Sim b. ( ) Não
11.1. Em qual áreas são estes consórcios? (pode marcar mais de uma alternativa)

Projeto - Modelar a metrópole


4
a. ( ) Educação
b. ( ) Saúde
c. ( ) Mobilidade Urbana
d. ( ) Segurança Pública
e. ( ) Outras áreas, descrever:
_______________________________________

IV - CARACTERÍSTICAS DO TRANSPORTE URBANO


12. Quais são os sistemas de transporte urbano existentes na cidade? (pode marcar mais de uma
alternativa)
a. ( ) Transporte Coletivo Urbano Convencional
b. ( ) Transporte Coletivo Urbano por van ou micro-ônibus (perueiros. Alternativo
etc.)
c. ( ) Transporte Coletivo Intermunicipal ou Metropolitano
d. ( ) Táxi
e. ( ) Mototaxi
f. ( ) Transporte Escolar para alunos da rede particular de ensino
e. ( ) Trem
e. ( ) Metrô
g. ( ) Outros, especificar:
________________________________________________

NOTA: Para as questões abaixo responda apenas aos sistemas de transporte que existe na cidade para
os demais sistemas deixar as perguntas em branco.

V - TRANSPORTE COLETIVO URBANO DE PASSAGEIROS CONVENCIONAL (ÔNIBUS)


13. Quantas linhas tem o Sistema de Transporte Coletivo Urbano Convencional?
_________
13.1. As linhas de ônibus atende todos os povoados e distritos do município?
a. ( ) Sim, atende todos os povoados
b. ( ) Atende alguns povoados.
c. ( ) Não, só atende o núcleo urbano principal.
14. O sistema de Transporte Coletivo Urbano Convencional é integrado?
a. ( ) Sim, apenas tarifariamente.
b. ( ) Sim, apenas fisicamente.
c. ( ) Sim, fisicamente e tarifariamente.
d. ( ) Não é integrado.

15. Quais são as principais reclamações dos usuários quanto ao sistema de Transporte
Coletivo Urbano Convencional? (pode marcar mais de uma alternativa)
a. ( ) Poucas viagens
b. ( ) Frota mal conservada
c. ( ) Veiculo lotado
d. ( ) Cobrança indevida de tarifa
Projeto - Modelar a metrópole
5
e. ( ) outros, ____________________________
16. Quantas empresas operam no Serviço de Transporte Coletivo Urbano (ônibus)?
a. ( ) 1 empresa
b. ( ) 2 empresas
c. ( ) 3 empresas
d. ( ) 4 empresas
e. ( ) + de 4 empresas, quantas? _______________________
17. Qual é a frota do transporte coletivo urbano convencional, por tipo de Veículo?
Tipo Veículo Quantidade Idade Média Tipo Veículo Quantidade Idade Média

Articulado Mini-ônibus

Padron / Convencional Micro-ônibus

Midi-ônibus / Micrão Total

18. Possui via exclusiva para ônibus em alguma avenida da cidade?


a. ( ) Sim b. ( ) Não
18.1. Se sim, em quantas Avenidas?
________________________________________
19. O Sistema possui um regulamento atualizado?
a. ( ) Sim b. ( ) Não
19.1. Qual a data do último regulamento?
____________________________________
19.2. Qual é a Legislação que aprovou este regulamento?
_________________________
20. A prefeitura fiscaliza o sistema de transporte coletivo urbano convencional?
a. ( ) Sim b. ( ) Não
20.1. Se sim, quais são os principais itens fiscalizados? (pode marcar mais de uma
alternativa)
a. ( ) Quadro de horário
b. ( ) Frota veicular
c. ( ) Lotação
d. ( ) Tarifa praticada
e. ( ) Evasão
f. ( ) outros, ____________________________

21. Há alguma estimativa de quantos passageiros o sistema transporta por mês?


a. ( ) Sim b. ( ) Não
21.1. Se sim, quantos passageiros são transportados por mês?
____________________
21.2. Se sim, qual o percentual de gratuidade?
__________________________________
22. Qual é a tarifa praticada no sistema atualmente?
______________________________
Projeto - Modelar a metrópole
6
22.1. Há uma periodicidade para ocorrer o reajuste tarifário?
a. ( ) Sim, qual? ______________________ b. ( ) Não
22.2. Existe gratuidade ou desconto tarifário para alguma categoria de usuário?
a. ( ) sim b. ( ) não
22.2.1. Se sim, Quais categorias de usuários e os percentual de desconto?
Categoria 1: _______________________ Percentual de Desconto: ____
Categoria 2: _______________________ Percentual de Desconto: ____
Categoria 3: _______________________ Percentual de Desconto: ____

VI - TRANSPORTE ALTERNATIVO (PERUEIROS)


23. Qual a frota estimada do sistema de Transporte Alternativo? _____________________
23.1. Quais os veículos utilizados?
a. ( ) Passeio b. ( ) Kombi
c. ( ) Van
d. ( ) Micro e. ( ) Ônibus
f. ( ) outro: _____________
23.2. Existe pintura padrão nos veículos?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
24. Quantas linhas tem o Sistema de Transporte Alternativo?
_______________________
24.1. As linhas são sobrepostas as linhas de ônibus?
a. ( ) Parcialmente sobrepostas b. ( )
Não, são complementares
c. ( ) Totalmente sobrepostas d. ( )
outros, ___________________
25. Há alguma estimativa de quantos passageiros o sistema transporta por mês?
a. ( ) Sim b.
( ) Não
25.1. Se sim, quantos passageiros são transportados por mês?
____________________
25.2. Se sim, qual o percentual de gratuidade?
__________________________________
26. O sistema é integrado com o sistema de transporte convencional?
a. ( ) Sim b.
( ) Não
27. O sistema foi licitado?
a. ( ) Sim b.
( ) Não, os operadores são informais
c. ( ) Não, os operadores possuem uma autorização precária e provisória
27.1. Se sim, em que ano foi realizada a licitação?
______________________________
27.2. Se sim, a concessão foi para o período de quanto tempo (em anos)?
___________
27.3. Se sim, que modelo licitatório foi utilizado?
a. ( ) Melhor técnica
b. ( ) Melhor preço
Projeto - Modelar a metrópole
7
c. ( ) Técnica e Preço
28. O Sistema possui um regulamento atualizado?
a. ( ) Sim b.
( ) Não
28.1. Qual a data do último regulamento?
____________________________________
28.2. Qual é a Legislação que aprovou este regulamento?
_________________________
29. Há prefeitura fiscaliza o sistema?
a. ( ) Sim b.
( ) Não
29.1. Se sim, quais são os principais itens fiscalizados? (pode marcar mais de uma
alternativa)
a. ( ) Quadro de horário b. ( ) Frota veicular
c. ( ) Lotação d. ( )
Tarifa praticada
e. ( ) Evasão f. ( ) outros,
____________________________
30. Em comparação com o sistema de transporte coletivo a tarifa praticada pelo transporte
alternativo é:
a. ( ) superior b.
( ) igual c. ( ) inferior
31. Existe gratuidade ou desconto tarifário para alguma categoria de usuário?
a. ( ) sim b.
( ) não
31.1. Se sim, Quais categorias de usuários e os percentual de desconto?
Categoria 1: ___________________________ Percentual de
Desconto: ____
Categoria 2: ___________________________ Percentual de
Desconto: ____
Categoria 3: ___________________________ Percentual de
Desconto: ____

XII - SERVIÇO DE TÁXI


32. O serviço de Táxi é regulamentado e fiscalizado pela prefeitura municipal?
a. ( ) Sim b.
( ) Não
32.1. Quantos veículos estão cadastrados para realizar este serviço?
________________
32.2. Existe pintura padrão nos veículos?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
32.3. Quem define o preço do serviço?
a. ( ) Poder Público b. ( )
Setor Privado
c. ( ) Negociação direta entre o operador e o usuário
32.3.1. Qual o preço da tarifa?
___________________________________________
Projeto - Modelar a metrópole
8

32.4. Há alguma estimativa de quantos passageiros o sistema transporta por mês?


a. ( ) Sim
b. ( ) Não
32.4.1. Se sim, quantos passageiros são transportados por mês?
_____________
32.5. Existe regulamento para o sistema?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
32.5.1. Se sim, qual a data do último regulamento?
_________________________
32.5.2. Se sim, qual é a Legislação que aprovou este regulamento?
_____________

VIII - SERVIÇO DE MOTOTÁXI


33. O serviço de Mototáxi é regulamentado e fiscalizado pela prefeitura municipal?
a. ( ) Sim b.
( ) Não
33.1. Quantas motos realizam este serviço?
____________________________________
33.2. Existe pintura padrão nas motos?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
33.3. Há inspeção veicular?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
33.3.1. Se sim, qual a frequência da inspeção veicular?
a. ( ) Trimestral b. ( )
Semestral
c. ( ) Anual d. ( ) outros,
___________________
33.4. Quem define o preço do serviço?
a. ( ) Poder Público b. ( )
Setor Privado
c. ( ) Negociação direta entre o operador e o usuário
33.4.1. Qual o preço da tarifa?
___________________________________________
33.5. Há alguma estimativa de quantos passageiros o sistema transporta por mês?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
33.5.1. Se sim, quantos passageiros são transportados por mês?
_____________
33.6. Existe regulamento para o sistema?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
33.6.1. Se sim, qual a data do último regulamento?
_________________________

Projeto - Modelar a metrópole


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33.6.2. Se sim, qual é a Legislação que aprovou este regulamento?
_______________

IX - SISTEMA CICLOVIÁRIO
34. A prefeitura promove passeios ciclísticos?
a. ( ) Sim b.
( ) Não
35. A prefeitura tem alguma campanha educativa para incentivar o uso da bicicleta?
a. ( ) Sim b.
( ) Não
36. Há alguma estimativa de quantos ciclistas existem na cidade?
a. ( ) Sim b.
( ) Não
36.1. Se sim, em qual é a estimativa? Quantos ciclistas são?
_______________________
37. Há entre os moradores do município o costume de andar de bicicleta nos deslocamentos
obrigatórios (ir e voltar da escola ou ir e voltar do trabalho)?
a. ( ) Sim b.
( ) Não
38. Há ciclovias ou ciclofaixas na cidade?
a. ( ) Sim b.
( ) Não
38.1. Se sim, quantos quilômetros?
_________________________________________
39. Existe bicicletário ou estacionamento para as bicicletas nas ruas da cidade?
a. ( ) Sim b.
( ) Não
39.1. Se sim, quem implantou estes bicicletários?
a. ( ) Prefeitura
b. ( ) Iniciativa privada

V - DADOS GEORREFERENCIADOS
40. A prefeitura possui dados georreferenciados da rede viária, linhas de ônibus ou qualquer
outro sistema de transporte do município?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não

Nota: Se sim, favor enviar os dados georreferenciados anexo à resposta deste


questionário.

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ANEXOS – GESTÃO PÚBLICA
jaime lerner
arquitetos associados

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