Você está na página 1de 114

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


ii
Prefeito Municipal
Geraldo da Silva Macedo
Vice Prefeito
Dr. Miguel Pontes Correia Neves
Chefia de Gabinete
Luiz Daniel Nascimento Neto
Secretário Municipal de Administração e Recursos Humanos
Milton Luiz de Ávila
Secretário Municipal de Finanças
Marina Lucia Soares (interina)
Secretário Municipal de Saúde
Gilson Urbano de Araújo
Secretário Municipal de Cultura, Turismo e Lazer
Márcia Betânia Oliveira Horta
Coordenadoria Administrativa de Obras e Serviços Urbanos
Carlos Emanuel Lopes Ferreira
Secretário Municipal de Meio Ambiente
Marcílio Alisson Fonseca de Almeida
Secretária Municipal de Educação
Sérgio Luiz Nascimento
Secretária Municipal de Promoção Social
Maria Iris Barbosa
Secretária Municipal de Governo
José Paulo Alves da Silva
Coordenadora do Plano Diretor Participativo de Diamantina
Débora França

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


iii
Direção e Coordenação Geral
Mônica Von Glehn Herkenhoff Arquiteta/Urbanista
Izabel Borges Arquiteta/Urbanista

Equipe Técnica
André Cobbe Arquiteto/Urbanista
Daisy Cadaval Basso Pedagoga
José Alexandre Monteiro Fortes Engenheiro Civil
José Eloi Canpos Geólogo
Letícia Chagas Bortolon Arquiteta/Urbanista
Maria Alice Barbosa Sociólogo
Potira Meirelles Hermuche Geógrafa
Priscila Erthal Risi Arquiteta/Urbanista
Patrícia Von Glehn Arquiteta/Urbanista
Rachel Brostel Engenheira Civil
Vera Amorelli Advogada

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


iv
PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO
DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG
Revisão 2008

DOCUMENTO TÉCNICO
Volume I

Fevereiro/2009

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


v
APRESENTAÇÃO

Este documento, composto de dois volumes, consolida os estudos técnicos realizados


para a formulação do anteprojeto de lei complementar do Plano Diretor do Município
de Diamantina/MG, os quais também constituem base para a elaboração da lei
complementar de Uso e Ocupação do Solo Urbano do município.
O Plano Diretor é o instrumento norteador da política de desenvolvimento do
município e de ordenamento dos seus núcleos urbanos, que em conformidade com o
Estatuto da Cidade, estabelece as ações de planejamento e gestão, com a
participação da sociedade, tendo por objetivo maior o desenvolvimento municipal e
urbano alicerçado na sustentabilidade.
O Plano Diretor do Município de Diamantina, revisto pela TECHNUM Consultoria SS, se
estrutura em duas partes. A primeira parte traz uma leitura da realidade municipal, ou
seja, traz o levantamento das informações sobre a realidade atual do município,
obtida por meio de visitas técnicas, levantamentos fotográficos, entrevistas,
levantamentos de dados oficiais nas secretarias locais e nos órgãos federais e institutos
de pesquisa, entre outras fontes de pesquisa. Essa parte aborda a realidade municipal
em suas várias dimensões: físico-territorial, ambiental, econômica, sociocultural,
urbanística e institucional.
Detalha ainda, aspectos de inserção regional, além de levantar as características da
cidade de Diamantina, e das demais áreas urbanas do município, relacionadas à
estrutura e morfologia urbanas e à oferta de serviços, além dos aspectos relativos à
infra-estrutura. Este retrato permitirá a análise das potencialidades e limitações
municipais, conhecimento que embasará propostas para orientar o seu
desenvolvimento sustentável, objeto da segunda parte dos estudos e seu propósito.
Assim, na segunda parte – Parte II – são apresentadas diretrizes gerais das quais
resultam seis linhas estratégicas relacionadas a (i) qualificação de espaços urbanos; (ii)
infra-estrutura; (iii) recuperação e preservação ambiental; (iv) qualidade de vida; (v)
desenvolvimento econômico; e (vi) gestão municipal. E, por fim, a proposta de
ordenamento territorial expressa no macrozoneamento do município e zoneamento
urbano da cidade de Diamantina, com suas respectivas diretrizes e normatização.
Ainda neste volume apresentam-se as diretrizes para cobrança de IPTU em bases mais
sólidas.
Ressalta-se que os trabalhos de elaboração do Plano Diretor, em todas as suas etapas,
tiveram a participação da sociedade civil e dos poderes executivo e legislativo
pactuando as suas proposições fundamentais que definem os princípios de ação para
o conjunto dos agentes envolvidos no processo de produção da cidade e as bases
para a gestão municipal.

Diamantina, fevereiro de 2009.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


vi
Sumário
PARTE I
Apresentação ................................................................................................................................................... vi
Lista de Tabelas ................................................................................................................................................. x
Lista de Figuras ................................................................................................................................................... x
Lista de Siglas ....................................................................................................................................................xii
1 ASPECTOS HISTÓRICOS............................................................................................................................. 1
2 INSERÇÃO REGIONAL ............................................................................................................................... 3
3 ACESSIBILIDADE E TRANSPORTE ............................................................................................................... 4
3.1 Vias de Acesso .................................................................................................................................. 4
4 ASPECTOS SOCIAIS.................................................................................................................................... 7
4.1 Aspectos Gerais ................................................................................................................................ 7
4.2 Dinâmica Populacional................................................................................................................... 7
4.3 Cultura ................................................................................................................................................ 9
4.4 Justiça e Segurança Pública ........................................................................................................ 15
5 DINÂMICA ECONÔMICA .......................................................................................................................16
5.1 Aspectos Gerais ..............................................................................................................................16
5.2 Agricultura, Pecuária e Silvicultura.............................................................................................. 18
5.3 Atividades Extrativistas ................................................................................................................... 19
5.4 Indústria ............................................................................................................................................19
5.5 Comercio e Serviços ...................................................................................................................... 19
5.6 A Importância do Turismo para a Economia ............................................................................ 20
6 FISIOGRAFIA .............................................................................................................................................20
6.1 Características Físicas .................................................................................................................... 20
6.2 Hidrografia .......................................................................................................................................20
6.3 Clima .................................................................................................................................................23
6.4 Geologia (CPRM, 2004) ................................................................................................................. 23
6.5 Geomorfologia ...............................................................................................................................28
6.6 Hipsometria/Altimetria .................................................................................................................. 29
6.7 Declividade .....................................................................................................................................29
6.8 Pedologia ........................................................................................................................................29
6.9 Predisposição à Erosão dos solos (CET, 2006) ........................................................................... 35
6.10 Potencial Agrícola ...................................................................................................................... 37
6.11 Fitofisionomias .............................................................................................................................38
6.12 Áreas de Preservação ............................................................................................................... 38
6.13 Proteção do Solo ........................................................................................................................39
6.14 Qualidade Ambiental................................................................................................................ 40
6.15 Ocupação em APP ................................................................................................................... 41
7 TERRITÓRIO MUNICIPAL ..........................................................................................................................44
7.1 Estrutura Fundiária e Utilização das Terras Urbanas e Rurais .................................................. 44

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


vii
7.2 Divisão Municipal ............................................................................................................................45
8 ORDENAMENTO URBANO ...................................................................................................................... 46
8.1 Plano Diretor de Diamantina ........................................................................................................ 46
8.2 Aspectos Físico-Espaciais Urbanos .............................................................................................. 47
8.3 Uso do Solo ......................................................................................................................................50
8.4 Sedes dos Distritos do Interior ....................................................................................................... 56
8.5 Tipologias Arquitetônicas .............................................................................................................. 59
8.6 Habitação ........................................................................................................................................65
8.7 Infra-Estrutura e Serviços Urbanos ................................................................................................ 65
8.8 Energia Elétrica e Iluminação Pública ........................................................................................ 66
8.9 Saneamento Ambiental ................................................................................................................ 67
9 ASPECTOS INSTITUCIONAIS ..................................................................................................................... 69
9.1 Estrutura Administrativa para a Gestão Municipal .................................................................. 69
9.2 Promoção Social ............................................................................................................................71
9.3 Saúde ................................................................................................................................................71
9.4 Legislação de Interesse Municipal .............................................................................................. 73
9.5 Instrumentos de Planejamento e Gestão .................................................................................. 74
PARTE II
1 EIXOS ESTRATÉGICOS E TEMAS PRIORITÁRIOS ....................................................................................... 1
1.1 Objetivo Geral................................................................................................................................... 1
1.2 Princípios Norteadores do Plano Diretor....................................................................................... 1
2 DIRETRIZES E LINHAS ESTRATÉGICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO DE
DIAMANTINA....................................................................................................................................................... 2
2.1 Diretrizes.............................................................................................................................................. 2
2.2 Linhas Estratégicas e Estratégias.................................................................................................... 4
3 ORDENAMENTO TERRITORIAL ................................................................................................................ 10
3.1 Macrozoneamento do Município ............................................................................................... 10
3.2 Macrozona de Preservação......................................................................................................... 10
3.3 Macrozonas Rurais..........................................................................................................................11
3.4 Macrozonas urbanas ..................................................................................................................... 11
3.5 Diretrizes Gerais das Macrozonas Urbanas ................................................................................ 13
4 ZONEAMENTO URBANO .........................................................................................................................13
5 DO DIREITO À MORADIA ........................................................................................................................14
6 ZONAS DE USO PREDOMINANTEMENTE RESIDENCiAL ....................................................................... 14
6.1 Zona Especial de Interesse Social – Zeis ..................................................................................... 14
6.2 Zeis em Diamantina........................................................................................................................15
6.3 Zona de Uso Residencial de Urbanização Preferencial 1 – ZUR 1 ......................................... 15
6.4 Zona de Uso Residencial 2 – ZUR 2 .............................................................................................. 16
6.5 Zona de Uso Residencial 2 – ZUR 3 .............................................................................................. 16
6.6 Zona de Uso Residencial e de especial Interesse turístico – ZURIT......................................... 16
6.7 ZUM 1 – Zona de Uso Misto 1......................................................................................................... 17

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


viii
6.8 ZUM 2 – Zona de Uso Misto 2......................................................................................................... 17
6.9 Zona de Uso Comercial ................................................................................................................. 18
6.10 Zona de Uso Industrial – ZIN ...................................................................................................... 19
6.11 ZRRUC – Zona Residencial de Recuperação Urbana e Contenção................................ 19
6.12 ZCHP – Zona de Chácaras e Preservação Ambiental ........................................................ 19
6.13 AIP - Área de Interesse Ambiental e Paisagístico................................................................. 20
6.14 Projetos Especiais........................................................................................................................20
6.15 Zona de Uso Institucional – ZUI ................................................................................................. 20
6.16 Zona de Preservação Complementar e Zona de Proteção do Centro Histórico ........ 21
7 Diretrizes para a cobrança de IPTU em bases mais sólidas: ........................................................... 22
7.1 Quanto ao estabelecimento de alíquotas: .............................................................................. 22
7.2 Estabelecimento de diferentes alíquotas para imóveis, em razão de uso, por exemplo:
23
7.3 Estabelecimento de diferentes alíquotas para imóveis, também em razão de
metragem: ...................................................................................................................................................23
7.4 Recomendações ............................................................................................................................23
7.5 Base Legal Constitucional e Código Tributário Nacional - CTN............................................. 23

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


ix
LISTA DE TABELAS

PARTE I
Tabela 3.1.1: Distâncias Rodoviárias de Diamantina ............................................................................................... 5
Tabela 3.1.1.1: Linhas Interminicipais partindo de Diamantina ................................................................................ 6
Tabela 4.1.1: IDH-M de Diamantina ............................................................................................................................ 7
Tabela 4.1.2: IDH-M de Diamantina Comparado ...................................................................................................... 7
Tabela 4.2.1: Evolução da Taxa de Crescimento ...................................................................................................... 8
Tabela 4.2.2: População Urbana e Rural.................................................................................................................... 9
Tabela 4.3.6.1: Bens Inscritos no Livro do Tombo - IPHAN ........................................................................................ 13
Tabela 4.3.7.1: Eventos Esportivos do ano de 2007.................................................................................................. 14
Tabela 4.4.1: Crimes registrados pela 36ª CIA PM.................................................................................................... 15
Tabela 4.4.2 Crimes ocorridos em Diamantina de 2005 a 2007.............................................................................. 15
Tabela 4.4.3: Crimes ocorridos na região de 2005 a 2007 ...................................................................................... 16
Tabela 4.4.4 População considerada para as projeções ...................................................................................... 16
Tabela 5.1.1: Estrutura Empresarial por Unidades, Pessoal Ocupado, Pessoal Assalariado e Salários em Reais
de Diamantina: 2004 .................................................................................................................................................. 17
Tabela 5.2.1: Áreas Cultivadas e Produção : 2005 .................................................................................................. 18
Tabela 5.2.2: Produção Agrícola Municipal : 2006 .................................................................................................. 18
Tabela 5.2.3: Produção Pecuária Diamantina ......................................................................................................... 18
Tabela 5.3.1: Extrativismo vegetal – Produção ........................................................................................................ 19
Tabela 5.5.1: Produto Interno Bruto 2004 .................................................................................................................. 19
Tabela 7.2.1: Utilização das terras e número de estabelecimentos em Diamantina – 1995................................ 44
Tabela 7.2.2: Utilização de terras em Diamantina – 1995 ....................................................................................... 44
Tabela 7.2.3: Utilização de terras por área em Diamantina – 1995........................................................................ 44
Tabela 8.7.1.1: Serviço de Telefonia Fixa .................................................................................................................. 66
Tabela 9.1.1: Unidades de Atendimento à Saúde – Diamantina – MG ................................................................. 70
Tabela 9.3.1: Unidades de Atendimento à Saúde – Diamantina – MG ................................................................. 72
PARTE II
Tabela 3.1.1 - Áreas, por Macrozona ........................................................................................................................ 10

LISTA DE FIGURAS

PARTE I
Figura 1.1: Arraial do Tijuco .......................................................................................................................................... 3
Figura 2.1: Localização ................................................................................................................................................ 3
Figura 2.2: Inserção Regional....................................................................................................................................... 4
Figura 3.1.1: Acesso Rodoviário ................................................................................................................................... 5
Figura 4.2.1: Evolução da Taxa de Crescimento ....................................................................................................... 8
Figura 4.3.4.1: Produção Artesanal ........................................................................................................................... 11
Figura 4.3.4.2: Produção Artesanal ........................................................................................................................... 12
Figura 4.3.4.3: Produção Artesanal ........................................................................................................................... 12
Figura 6.1.1: Carta imagem ....................................................................................................................................... 25
Figura 6.2.1.1: Bacias Hidrográficas........................................................................................................................... 26

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


x
Figura 6.2.1.2: Hidrografia .......................................................................................................................................... 27
Figura 6.4.1: Geologia ................................................................................................................................................ 30
Figura 6.5.1: Geomorfologia ...................................................................................................................................... 31
Figura 6.6.1: Localização da maior e menor altitude do Município de Diamantina ............................................ 32
Figura 6.6.2: Hipsometria ............................................................................................................................................ 33
Figura 6.6.3: Altimetria ................................................................................................................................................ 34
Figura 6.7.1: Declividade ........................................................................................................................................... 36
Figura 6.15.1: Ocupação em APP ............................................................................................................................. 41
Figura 6.8.1: Pedologia............................................................................................................................................... 42
Figura 6.12.1: Áreas de Preservação......................................................................................................................... 43
Figura 7.2.1: Sedes dos Distritos.................................................................................................................................. 45
Figura 8.1.1: Plano Diretor de Diamantina ................................................................................................................ 46
Figura 8.2.1.1: Ocupação Atual de Diamantina ..................................................................................................... 48
Figura 8.2.2.1: Estrutura Viária .................................................................................................................................... 49
Figura 8.3.4.1: Praças no Centro histórico ................................................................................................................ 51
Figura 8.3.4.2: Praças no Centro histórico ................................................................................................................ 52
Figura 8.3.4.3: Praças no Centro histórico ................................................................................................................ 52
Figura 8.3.5.1: Ruas e calçadas ................................................................................................................................. 52
Figura 8.3.5.2: Ruas e calçadas ................................................................................................................................. 53
Figura 8.3.6.1: Ausência de arborização .................................................................................................................. 53
Figura 8.3.6.2: Arborização ........................................................................................................................................ 54
Figura 8.3.6.3: Arborização ........................................................................................................................................ 54
Figura 8.3.7.1: Mobiliário Urbano ............................................................................................................................... 55
Figura 8.3.7.2: Sinalização e Mobiliário Urbano ........................................................................................................ 55
Figura 8.3.7.3: Mobiliário Urbano ............................................................................................................................... 55
Figura 8.4.2.1: Distritos ................................................................................................................................................. 57
Figura 8.4.2.2: Distritos da Região Sul ........................................................................................................................ 58
Figura 8.4.2.3: Distritos da Região Sul ........................................................................................................................ 58
Figura 8.4.2.4: Distritos da Região Central ................................................................................................................ 58
Figura 8.4.2.5: Distritos da Região Norte ................................................................................................................... 59
Figura 8.4.2.6: Distritos da Região Norte ................................................................................................................... 59
Figura 8.5.1.1: Tipologia Histórica............................................................................................................................... 60
Figura 8.5.1.2: Tipologia - Variações.......................................................................................................................... 60
Figura 8.5.1.3: Tipologia – Alvenaria Convencional ................................................................................................. 61
Figura 8.5.1.4: Ausência de Afastamentos nas Construções .................................................................................. 61
Figura 8.5.1.5: Tipologia Comercial ........................................................................................................................... 62
Figura 8.5.1.6: Igrejas - Duas Torres e Torre Posterior ................................................................................................ 63
Figura 8.5.1.7: Igrejas - Uma Torre Lateral e Uma Torre Central .............................................................................. 63
Figura 8.5.1.8: Arte Sacra ........................................................................................................................................... 64
Figura 8.5.1.9: Arquitetura Oficial .............................................................................................................................. 64
Figura 8.5.1.10: Tipologia Comercial ......................................................................................................................... 65
Figura 8.9.3.1: Aterro Controlado .............................................................................................................................. 68
Figura 8.9.4.1: Despejo de Lixo às Margens dos Córregos ...................................................................................... 69
Figura 9.1.1: Estrutura Municipal ................................................................................................................................ 69

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


xi
PARTE I
Figura 2.2.1 – Reordenamento do Trânsito Urbano ................................................................................................... 6
Figura 3.4.1-Macrozonas Municipais ......................................................................................................................... 12
Figura 6.1.1 – Zoneamento da Sede Municipal ....................................................................................................... 21

LISTA DE SIGLAS

ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres


BID Banco Interamericano de Desenvolvimento
BIRD Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Banco Mundial)
BN Banco do Nordeste S/A
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CAD Critério de Avaliação de Desempenho
CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
CAP Conselho de Administração Portuária
CEF Caixa Econômica Federal
CEMIG Companhia Energética de Minas Gerais
CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONREMAS Conselhos Regionais de Meio Ambiente
CONSEMA Conselho Estadual de Meio Ambiente
COPASA Companhia de Saneamento de Minas Gerais
CRAS Centro de Referência em Assistência Social de Diamantina
CREA Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
DER Departamento de Estradas de Rodagem
DNAEE Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica
DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
DNIT Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes
DNOCS Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
DNOS Departamento Nacional de Obras de Saneamento
DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral
EIA/RIMA Estudo de Impacto Ambiental/ Relatório de Impacto Ambiental
EMATER Empresa de Assistência Técnica Rural
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo
ETA Estação de Tratamento de Água
FAT Fundo de Amparo ao Trabalhador
FEAM Fundação Estadual do Meio Ambiente
FNMA Fundo Nacional do Meio ambiente
FNS Fundação Nacional de Saúde
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
IDH-M Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
IEF Instituto Estadual de Florestas
IEMA Instituto Estadual de Meio Ambiente
IGAM Instituto Mineiro de Gestão as Águas
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
INFRAERO Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
IQA Índice de Qualidade da Água
MMA Ministério do Meio Ambiente
MTUR Ministério do Turismo
OMT Organização Mundial de Turismo
ONU Organização das Nações Unidas
PAEMG Plano Aeroviário do Estado de Minas Gerais
PAPP Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural
PCHs Pequenas Centrais Hidrelétricas
PEA População Economicamente Ativa
PETI Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
PETROBRÁS Petróleo Brasileiro SA.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


xii
PDRH Plano Diretor de Recursos Hídricos
PNMT Programa Nacional de Municipalização do Turismo - PNMT
PNQS Prêmio Nacional de Qualidade em Saneamento
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PPA Plano Pluri-Anual
PPC Paridade do Poder de Compra
PRODETUR/NE Programa de Desenvolvimento Turístico do Nordeste
PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
PSF Programa de Saúde da Família
REGIC Regiões de Influência das Cidades
SEBRAE/MG Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do MG
SEDIT Secretaria de Desenvolvimento de Infra-Estrutura e dos Transportes
SEMAD Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SEPLAN Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças
SEDES Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico
SETUR Secretaria Estadual de Turismo
SICOOB Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil
SINE/ES Serviço Nacional do Emprego
SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação
SUDENE Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste
UC Unidades de Conservação
UEEU Executora Estadual
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Criança

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


xiii
PARTE I
REALIDADE MUNICIPAL

1 ASPECTOS HISTÓRICOS

Numa época em que as bandeiras desbravavam o território brasileiro em busca de


ouro e prata, o arraial do Tijuco se formou (Figura: 1.1). A região explorada pela
bandeira de Jerônimo Gouveia era o vale do Córrego Tijuco, onde o primeiro
povoado do futuro município de Diamantina se instalou, no ano de 1713, em um lugar
de nome Burgalhau.
No decorrer das duas décadas subseqüentes, com a extensão da área explorada
para o córrego de Morrinhos, a leste, e Caetémirim, ao norte, próximos ao primeiro
assentamento, o arraial cresceu e iniciou seu processo de consolidação, atraindo
habitantes de outros povoados.
Com a percepção da riqueza que jazia na região a crescente exploração de
diamantes passa a ser regulada pela Coroa Portuguesa, que além de fiscalizá-la e
taxá-la exerce controle sobre a população residente no local, permitindo que apenas
homens brancos e negros escravos ali se estabelecessem para a prática da extração
dos minerais preciosos.
A Intendência dos Diamantes foi criada em 1734, como forma de gestão e tentativa
de assegurar para a Coroa os seus direitos sobre a extração. Nesse momento realizara-
se também a demarcação territorial.
O Arraial do Tijuco é o centro administrativo do distrito que englobava outros arraiais
próximos na então Demarcação Diamantina, um quadrilátero definido.
A importância econômica da Demarcação nos setecentos, as estratégias
econômicas da Coroa e a dificuldade de controle da extração clandestina e do
contrabando geram várias iniciativas de gestão, culminando em 1771 com a
declaração da exploração diamantífera como monopólio da Monarquia, sendo
então criada a Real Extração dos Diamantes. Esse regime perdurou até o século XIX,
quando do fechamento da empresa.
O investimento no vale do Tijuco formou quatro arraiais. Ao longo dos anos a
conurbação desses povoados conforma uma vila de maior porte.
A conturbada trajetória administrativa da região postergou a elevação do Tijuco a
Vila, fato que só ocorreu no ano de 1831, recebendo então, o arraial, o nome de
Diamantina.
Paralelamente à principal atividade de exploração de diamantes e ouro nas lavras, o
comércio evoluiu na área urbana. Para suprir o povoado havia nas áreas rurais
próximas lavouras, cuja produção era comercializada no mercado da vila, e além do
comércio de víveres lojas de produtos diversos se instalavam. Afora a existência dos
estabelecimentos comerciais os tropeiros traziam produtos de Salvador e do Rio de
Janeiro, complementando e aquecendo o comércio na vila. A prosperidade desse
setor era notável no século XIX.
Desde os setecentos a igreja também se instala como agente da fé e do controle
social, tendo cada casta seu ente de adoração, hábito que evoluiu para uma
integração com o passar dos séculos. E assim as irmandades e confrarias religiosas, à
medida do crescimento da cidade, foram se estabelecendo e deixando sua marca
pela construção de templos.
No interior do município, ao longo de seu desenvolvimento, surgem vilarejos, todos
ligados à atividade do garimpo. Oito dessas vilas desenvolveram-se com maior
intensidade e dessas, a que se desenvolveu mais no aspecto populacional foi Senador
Mourão. As vilas que merecem destaque pelo desenvolvimento são: ao sul, Extração,
PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO
Guinda e Conselheiro Mata; na área central do município, Mendanha, Inhaí e São
João da Chapada; e ao norte, Senador Mourão e Planalto de Minas.
Já em meados do século XIX, em algumas dessas localidades do interior, começam a
surgir lavouras para subsistência e para abastecer o comércio na sede. É comum
encontrar áreas de plantio de cana-de-açúcar, arroz, milho e mandioca, dentre
outras variedades. Mas a produção agrícola não chega a um patamar que a torne
relevante na economia local.
Essa rede de pequenas cidades depende do comércio e do atendimento público da
sede municipal. Servem até hoje de cidades-dormitório, as quais, até a segunda
metade do século XX tinham no garimpo sua principal atividade econômica, bem
como a sede Diamantina, mas já em franca decadência. Com a dificuldade para
desestruturar séculos de economia voltada para a atividade do garimpo, o vasto
município ainda hoje não consegue suprir a necessidade de sua população por
emprego e renda.
Na primeira metade do século XX o perfil social e econômico de Diamantina começa
a se transformar. Um dos marcos dessa transformação se deu em 1938, quando o
conjunto arquitetônico do Centro Histórico da cidade foi tombado pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Essa iniciativa irá futuramente revelar sua
importância para a memória nacional e o turismo local. Seguindo os passos da
mudança causada pela decadência das lavras houve a renovação da economia
que passa a se voltar ao comércio e oferta de serviços no âmbito da região, e ainda a
instalação de fábricas de tecido, dentre outras que surgiram. O incremento do sistema
de transportes com a chegada da ferrovia (Central do Brasil) foi de grande
importância para esse novo cenário econômico.
O IPHAN, desde 1938 exerceu o controle das intervenções urbanas e arquitetônicas
realizadas no centro histórico. Em 1946, com o avanço urbano, estabeleceu-se o
perímetro da área tombada.
Na década de 1950 houve um impulso no desenvolvimento de Diamantina, com a
atenção dada por Juscelino Kubitschek de Oliveira à sua cidade natal.
Na segunda metade do século XX o incentivo à instalação de entidades de ensino
superior agrega mais uma renovação no perfil do município.
Em 1999 Diamantina desenvolveu seu primeiro Plano Diretor Urbanístico, motivado pelo
desejo de conquistar o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO,
concedido nesse mesmo ano.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


2
Figura 1.1: Arraial do Tijuco

2 INSERÇÃO REGIONAL

O Município de Diamantina localiza-se na Região Sudeste do território brasileiro, na


região norte do Estado de Minas Gerais, na Mesoregião do Jequitinhonha e
Microregião Diamantina.

Figura 2.1: Localização

Os municípios limítrofes são: ao Sul, Monjolos, Gouveia, Datas e Serro; a Leste, Couto de
Magalhães e Senador Modestino Gonçalves; a Nordeste Carbonita; a Norte e Oeste,

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


3
Bocaiúva; a Noroeste, Olhos d'Água; a Oeste, Buenópolis e Augusto de Lima. A área
de Diamantina é de 3.869,83km² representando 0,6598% do Estado, 0,4186% da Região
e 0,0455% de todo o território brasileiro.

Figura 2.2: Inserção Regional

3 ACESSIBILIDADE E TRANSPORTE

3.1 Vias de Acesso

A principal rodovia de acesso à cidade de Diamantina é a rodovia BR 367, que liga


Gouveia a Diamantina, além desta existe a rodovia BR 259, que faz ligação com
Curvelo e Gouveia.
O acesso rodoviário para Belo Horizonte, capital do estado, faz-se pela rota rodoviária
federal BR 367 e BR 259, até Curvelo e depois pelas rodovias federais BR 135 e BR 040
até Belo Horizonte. (Figura 3.1.1)
A Tabela 3.1.1 apresenta as distâncias rodoviárias entre Diamantina e as principais
cidades da região.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


4
Figura 3.1.1: Acesso Rodoviário

Tabela 3.1.1: Distâncias Rodoviárias de Diamantina

Cidades Rota Rodoviária Distância (km)

Belo Horizonte BR367 / BR259 / BR135 / BR040 299

Curvelo BR367 / BR259 / MG231 131

BR367 / BR259 / BR135 / BR 040 /


Sete Lagoas 229
MG238

Três Marias BR367 / BR259 / BR 040 259

Brasília BR367 / BR259 / BR135 / BR040 735


Fonte: DNIT, 2006.

A ligação intramunicipal, entre a sede de Diamantina e a área rural, é feita por


estradas vicinais municipais e por estradas estaduais. Em sua maior parte estes
corredores de circulação não possuem pavimentação e não apresentam bom estado
de conservação, conseqüência da manutenção deficiente das vias.

3.1.1 Transporte Rodoviário Intermunicipal

Os dados a seguir apresentados foram coletados na administração do terminal


rodoviário intermunicipal de Diamantina e demonstram os principais destinos de
partida e chegada no município:

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


5
Tabela 3.1.1.1: Linhas Interminicipais partindo de Diamantina

Viação Destino Horários nos fins Horários durante


de semana a semana
Pássaro Verde BH / Minas Novas 00:30, 13:00 01:30, 12:00

Belo Horizonte 01:00, 06:00, 01:00, 06:00, 10:45,


10:45(sáb), 12:00, 12:00, 15:30, 18:00
15:30, 18:00

Capelinha 06:00 06:00

Sete Lagoas 08:15 08:15

Serro 09:00(sáb), 07:00, 15:20


14:30(dom)

Gouveia 10:30(sáb) 07:10, 09:20, 11:40,


13:30, 16:15, 18:45

Minas Novas / BH 12:30 12:30

Sen. Mourão 13:00(sáb) 13:00

Curvelo 14:30 14:30

Itamarandiba 14:30 14:30

Planalto Minas 15:00 15:00

Monjolos 16:00(dom) 15:30

Felício Santos 16:00(dom) 16:00

Cons. Mata 16:00(sáb) -

Gontijo BH / Araçaí 02:30, 13:30 02:30, 13:30

R Preto / Araçuaí 03:00 03:00

Araçuaí / BH 12:00 12:00

Araçuaí / R Preto 17:30 17:30

São Paulo 18:00 18:00

Trans Norte Montes Claros 06:00 06:00

Transparente Sen. Mourão 14:30 15:00

Ana Tur São J Chapada 15:00(sáb) 15:30

Santa Cecília Inhaí 15:00(sáb) 15:30

Pássaro Livre Pinheiro - 15:00

Vau 15:00 (sáb) 15:00


Fonte: Administração do Terminal Rodoviário de Diamantina

3.1.2 Acesso Aeroviário

O aeroporto de Diamantina/MG faz parte do Plano Aeroviário do Estado de Minas


Gerais – PAEMG 2000-2019, sendo classificado como Aeroporto Regional. Opera
inicialmente para: Belo Horizonte/MG, Vitória/ES, Uberlândia/MG e Brasília/DF. O
comprimento da pista projetada atende às aeronaves do porte de até 58 passageiros
do tipo FOKKER-50, EMB-145, DASH-8, ERJ-135, ERJ-140, ERJ-145, ATR-300 e ATR-42. Não
se encontra em pleno funcionamento, mas garante um potencial para facilitar o
acesso futuro à região.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


6
4 ASPECTOS SOCIAIS

4.1 Aspectos Gerais

Num contexto geral, Diamantina pode ser vista por meio de dois índices reconhecidos
no Brasil. O primeiro é o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M),
derivado do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) criado pelo Programa de
Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) e adaptado para os municípios brasileiros
em 1996, pela Fundação João Pinheiro e pelo IPEA. Numa escala de IDH-M (de 0,0 a
1,0) os municípios são classificados em três níveis: baixo, médio ou alto
desenvolvimento humano.
Estes índices são compostos pelos seguintes indicadores:
 Fiscal
 Gestão
 Social
Assim como o IDH-M, em escalas variando de 0 até 1, em que o valor mínimo indica a
pior situação e o 1 a melhor, este índice busca classificar os municípios brasileiros no
aspecto da responsabilidade administrativa.
Tabela 4.1.1: IDH-M de Diamantina

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) 2000

Município UF Esperança Taxa de Taxa bruta Renda Índice de Índice de Índice Índice de Ranking Ranking
de vida alfabetização de per esperança educação de PIB Des. por UF Nacional
ao nascer de adultos freqüência capita de vida (IDHM-E) (IDHM- Humano
escolar (IDHM-L) R) Municipal
(IDH-M)

Diamantina MG 68,698 0,862 0,822 213,021 0,728 0,848 0,668 0,748 298 1.933

Tabela 4.1.2: IDH-M de Diamantina Comparado

IDH 1991 2000

Diamantina/MG 0,67 0,75


Minas Gerais 0,70 0,77

Brasil 0,70 0,77

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Diamantina é de 0,748, segundo o


Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD (2000). Verifica-se que esse índice se elevou
consideravelmente entre 1991 e 2000 (último valor informado), aproximando-se do
índice estadual e nacional.
Assim, Diamantina ocupa o 1.933° lugar no ranking de desenvolvimento humano entre
os 5.560 municípios brasileiros e o 298° lugar no Estado de Minas Gerais, Estado
brasileiro com maior número de municípios (853) na federação.

4.2 Dinâmica Populacional

A população total estimada de Diamantina para o ano de 2007, informada pelo IBGE,
é de 44.705 habitantes.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


7
O município concentra atualmente aproximadamente 87,27% (39.015 habitantes) em
áreas urbanas. Destas, a sede abriga aproximadamente 70%.
Com a constatação de que apenas 12,73% da sua população vivem na área rural,
infere-se o baixo desenvolvimento da economia voltada para o aproveitamento da
área rural e a maciça concentração de população nas áreas urbanizadas.
O artigo "Aspectos Sócio-demográficos do Município de Diamantina na Transição da
Atividade Mineradora para as Atividades Turísticas e Educacionais" sintetiza a
compreensão do movimento populacional nas últimas décadas do século XX.
O estudo relata como Diamantina foi alvo de mudanças significativas em seu ritmo de
crescimento populacional. Traz a seguinte consideração: "Nos anos 70, a população
total do município apresentou um pequeno crescimento médio anual, de 0,36%, tendo
sido observada a redução, em números absolutos, da população rural. Na Década de
80 verificou-se o crescimento das populações residentes em áreas urbanas e rurais do
município, tendo a população total atingido à marca dos 44.299 habitantes no ano de
1991. Já os anos 90 foram palco de expressivo êxodo da população rural do município
de Diamantina, para a qual se observa taxa de crescimento negativa de -4,36% ao
ano entre 1991 e 2000. A população urbana também teve seu ritmo de crescimento
reduzido neste mesmo período e a população total do município não passou dos
44.259 habitantes, com taxa de crescimento negativa de -0,01% ao ano. Os dados
preliminares da PNAD de 2005 confirmam a tendência à estagnação do crescimento
populacional do município, que no período de 2000 a 2005, manteve a mesma de
crescimento negativa verificada no período anterior. Entretanto, apenas com a
informação sobre a população total em 2005, não se pode inferir se tal estagnação se
deve à continuidade do êxodo rural observado entre 1991 e 2000. O crescimento
observado para a população do Estado de Minas, durante a Década de 90, foi de
aproximadamente 1,5%, bastante distinto do crescimento populacional de Diamantina
no mesmo período".

Tabela 4.2.1: Evolução da Taxa de Crescimento


Taxa de Crescimento (%)
Anos Urbana Rural Total Grau de Urbanização (%)
Urbana Rural Total
1970 23688 10984 34672 68,32
1980 26514 9412 35926 1,13 -1,53 0,36 73,80
1991 34609 9690 44299 2,45 0,26 1,92 78,13
2000 37774 6485 44259 0,98 -4,36 -0,01 85,35
2005 44234 -0,01
Fonte IBGE 2007

Figura 4.2.1: Evolução da Taxa de Crescimento

Fonte: www.cedelpar.ufmg.br/seminarios/semonarios_diamantina/2006/D06A90.pdf. Consulta: dezembro 2007

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


8
Tabela 4.2.2: População Urbana e Rural

Distrito Área UV DP PR VA

Total Urbano 12.117 8.306 31.307 1

Diamantina Total Rural 217 86 347 100

Total Geral 12.334 8.392 31.654 101

Total Urbano 229 86 363 12

Conselheiro Mata Total Rural 168 116 430 88

Total Geral 397 202 793 100

Total Urbano 302 206 742 0

Desembargador Otoni Total Rural 479 346 1.325 369

Total Geral 781 552 2.067 369

Total Urbano 158 79 284 1

Extração Total Rural 280 118 375 75

Total Geral 438 197 659 76

Total Urbano 237 109 413 1

Guinda Total Rural 44 10 29 31

Total Geral 281 119 442 32

Total Urbano 414 228 892 3

Inhaí Total Rural 325 187 812 99

Total Geral 739 415 1.704 102

Total Urbano 264 162 620 0

Mendanha Total Rural 82 32 106 4

Total Geral 346 194 726 4

Total Urbano 310 201 670 39

Planalto de Minas Total Rural 272 183 660 142

Total Geral 582 384 1.330 181

Total Urbano 292 181 755 0

São João da Chapada Total Rural 474 270 1.012 152

Total Geral 766 451 1.767 152

Total Urbano 779 532 2.098 0

Senador Mourão Total Rural 204 119 455 117

Total Geral 983 651 2.553 117

Total Urbano 192 164 481 0

Sopa Total Rural 56 36 139 15

Total Geral 248 200 620 15

4.3 Cultura

4.3.1 Manifestações Culturais

Diamantina pode ser considerada um centro de eventos no cenário cultural do Estado


de Minas. É assim, uma cidade com muitas tradições. As manifestações mais antigas
são comumente ligadas à religião. A abertura a novos eventos como feiras, música

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


9
torna o universo das manifestações culturais do município rico e dinâmico. É
interessante perceber o apego à tradição musical das bandas e serenatas.

4.3.2 Festas e Manifestações Tradicionais Populares

As festas populares da tradição Diamantinense de maior importância estão


incorporadas ao calendário oficial e recebem incentivos para sua realização. No
município, as atividades culturais são variadas, as ligadas à música estão fortemente
presentes sendo periodicamente realizadas.
Estas festas e atividades se concentram nas ruas da cidade, ou nos largos e praças.
Não existem equipamentos culturais específicos para atividades como casas de
espetáculos ou teatro. São apresentadas a seguir as principais manifestações que
ocorrem nas ruas da cidade:
 Vesperata
A tradição da música foi trazida ao antigo arraial do Tijuco por meio das irmandades
religiosas, essa cultura musical é uma das marcas de Diamantina. A Vesperata é o
resgate de uma tradição, uma autêntica manifestação local, bastante atraente pela
singularidade. Ocupa o largo da Rua da Quitanda. Ali os músicos das bandas do 3º
Batalhão da Polícia Militar e a Banda Mirim Prefeito Antônio de Carvalho Cruz, realizam
apresentações, quando os músicos se posicionam nas sacadas dos casarões
centenários para realizar sua apresentação.
 Carnaval
Talvez a maior manifestação em termos de atração de público, o carnaval de
Diamantina está entre os melhores carnavais de rua do Estado de Minas, reunindo
foliões de várias partes do país e turistas internacionais.
 Grupos de Serestas
As serestas ocorrem comumente nas praças de Diamantina, mas existe no calendário
oficial a comemoração do aniversário do Presidente Juscelino Kubitscheck de Oliveira,
neste dia há missa solene e seresteiros saem às ruas em direção à Praça JK. (Catálogo
de Diamantina, Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio).

4.3.3 Festas Religiosas

 Festa do Divino
Ocorre tradicionalmente em Diamantina desde o séc. XVIII e é herdada da tradição
Portuguesa. A festa é uma das mais antigas e importantes do repertório católico no
Brasil e celebra o dia de Pentecostes.
 Festa de Nossa Senhora do Rosário
Outra antiga manifestação religiosa que é realizada em Diamantina desde o séc. XVII.
Essa festa é da tradição católica e originalmente festejada pelos escravos africanos e
para eles dirigida.
 Festa de Santo Antônio da Sé
Ocorre nos dias 12 e 13 de Junho e é realizada a partir da Catedral Metropolitana de
onde partem procissões e quando se realizam novenas.
 Semana Santa
A Semana Santa em Diamantina é outra das festas de grande atração de público, é
realizada na Praça da Catedral, onde são representadas as passagens da Paixão de
Cristo em quadros vivos. É realizada, segundo a tradição, seguindo os seguintes rituais:

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


10
 Procissão das Dores
 Domingo de Ramos
 Procissão do Encontro
 Cerimônia do Lava-Pés
 Via-Sacra
 Sermão do Descendimento da Cruz/Procissão do Enterro
 Sábado de Aleluia
 As Pastorinhas
As Pastorinhas ocorrem na época do natal, também mantendo uma tradição trazida
pelos portugueses que remonta o séc. XVI. A tradição da visita dos pastores ao
presépio, quando ocorrem representações são entoados cânticos natalinos.

4.3.4 Produção Artesanal.

A produção artesanal local é variada e a atividade se desenvolve de forma notável.


As comunidades se organizam em associações para viabilizar a sua produção e
comercialização. A Secretaria de Cultura de Diamantina oferece incentivo para essas
organizações produtivas.
Existe incentivo da secretaria para atender ao crescente nicho econômico do turismo.
É fundamental também para proporcionar uma alternativa econômica às
comunidades de baixa renda.
Figura 4.3.4.1: Produção Artesanal

A produção artesanal vai desde os doces caseiros até os artefatos de madeira, palha
diversos materiais reciclados a partir da natureza. Existe uma linha de produção
sustentável que explora as sempre-vivas, que produzem uma pequena flor largamente
utilizada e até exportada como adorno. Porém a exploração ilegal e sem
preocupação com a preservação dessa espécie vegetal também ocorre e frustra de
certo modo as iniciativas sustentáveis.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


11
Figura 4.3.4.2: Produção Artesanal

Figura 4.3.4.3: Produção Artesanal

4.3.5 Equipamentos Culturais

Diamantina possui alguns equipamentos culturais, que estão ligados ao turismo


histórico.
Existem quatro museus:
 Casa de Juscelino;
 Museu do Diamante;
 Museu da memória do Pão de Santo Antônio;
Muitas atividades culturais são praticadas em praça pública, ou nos largos e ruas da
cidade, algumas pela tradição, mas outras pela falta de ambientes adequados.
Para uma cidade de porte médio, com um movimento cultural intenso a falta de
equipamentos como teatros, cinemas e casas de espetáculos limita muito a oferta, a
variedade e a qualidade dos eventos culturais.
A praça Dr. Prado, recentemente revitalizada, começa a ser utilizada para eventos,
tais como o Cinema na Praça, projeto de grande aceitação que em sua primeira
apresentação no novo equipamento atraiu grande número de espectadores.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


12
O Museu de Arte Sacra de Diamantina será instalado em um edifício histórico do
século XVIII, conhecido como a Casa do Forro Pintado, originalmente residência do
Intendente Câmara. O museu se localiza na Rua Direita e sua restauração foi iniciada
em 2005.

4.3.6 Patrimônio Histórico e Artístico

O município de Diamantina guarda um rico acervo histórico que abrange desde


exemplares da arquitetura religiosa, oficial e civil, bem como um importante
patrimônio artístico religioso, além do patrimônio imaterial dos costumes e festejos.
Diamantina teve o centro histórico da sua sede inscrito na lista do Patrimônio Mundial
da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura -
UNESCO em 1º de dezembro de 1999, e possui vários bens tombados pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, inclusive seu conjunto arquitetônico e
urbanístico. A Tabela: 4.3.6.1, traz os mais expressivos exemplos listados no livro do
tombo do IPHAN.
Tabela 4.3.6.1: Bens Inscritos no Livro do Tombo - IPHAN
Bens inscritos no Livro do Tombo do IPHAN

1 Casa à Praça Juscelino Kubitschek

2 Casa à rua Francisco Sá, 50

3 Casa com forro pintado

4 Casa da Chica da Silva

5 Casa do Padre Rolim

6 Diamantina, MG: conjunto arquitetônico e urbanístico

7 Igreja de Nossa Senhora das Mercês

8 Igreja de Nossa Senhora do Amparo

9 Igreja de Nossa Senhora do Carmo

10 Igreja de Nossa Senhora do Rosário

11 Igreja de Santana

12 Igreja de São Francisco de Assis

13 Igreja do Senhor do Bonfim

14 Mercado de Diamantina
IPHAN 2007

A sede municipal também é dotada de um bem paisagístico natural excepcional: a


Serra dos Cristais. Essa formação geológica localiza-se a leste do centro e de forma
complementar cria um ambiente exuberante para o casario. A importância desta
serra na história da cidade advém dos caminhos iniciais de acesso ao núcleo urbano,
e de formar o pano de fundo de beleza marcante para o espaço urbano tombado
configurando um dos conjuntos paisagísticos mais importantes do Estado de Minas
Gerais. Afrescos, pinturas e a arte sacra complementam o acervo histórico e artístico
que se produziu durante séculos de história.
Ao norte da sede municipal, inserida na área do Parque Estadual do Biribiri, a Vila
Biribiri guarda um importante registro da história da indústria têxtil local, sendo
considerada uma das primeiras comunidades fabris do estado. Formada por singelo
casario e capela do século XIX pertencia a uma fábrica de tecidos criada pelo Bispo
Dom João Antônio dos Santos, em 1876.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


13
Além do centro histórico, o município possui bens espalhados em seus distritos pelo
interior, se não tombados, importantes para a memória local pelas referências que
guardam. Pequenas cidades como Mendanha, com um pequeno centro com casas
históricas guarda relíquias como os muros de pedra do antigo cemitério de escravos.

4.3.7 Esportes

A Secretaria de Esportes de Diamantina atua no fomento às práticas desportivas. Existe


um programa de atividades desenvolvido pela Secretaria que define atividades para
todos os meses do ano em várias modalidades esportivas que atinge as comunidades
e a rede pública de ensino.
Os projetos desenvolvidos no ano de 2007 foram:
O desenvolvimento das atividades esportivas em Diamantina condiciona-se à escassez
de equipamentos adequados ao desenvolvimento de diversas práticas. A secretaria
de Esportes do Município já tomou iniciativa de fazer levantamento de custos para
recuperação de quadras que se localizam na praça de esportes, em suas
dependências. Verifica-se, no entanto, a necessidade de outras iniciativas para
equipar o município, de forma a garantir desenvolvimento e oferta adequada de
áreas para o setor esportivo.
Tabela 4.3.7.1: Eventos Esportivos do ano de 2007.
Eventos da Secretaria de Esportes de Diamantina

Jan Taça Diamantina Futebol Apoio a eventos


Society da comunidade

Fev Corrida Rústica Apoio a Eventos


Diamantina/Curralinho Esportivos da
Comunidade

Mar Evento de Lazer Corrida Rústica 1ª etapa Torneio de Copa Juvenil


Aniversário de Aniversário campeonato Futebol de Futebol
Diamantina Diamantina mountain bike (SUB 17)

Abr Evento de Lazer Sábado Campeonato Enduro dos Torneio de Campeonato


de Aleluia Kung Fu Tchuen Diamantes Futebol Regional de
Diamantina/Ouro Futebol
Preto

Mai Evento Dia do Copa dos Corrida Rústica


Trabalhador Campeões de Mendanha
Futebol

Jun Evento de Lazer- Corrida Rústica


Encontro de Quadrilhas do Rio Grande

Jul Copa Infantil (SUB 15) Copa Master de Passeio Ciclístico Corrida Exame de
Futebol Society Rústica da Faixa Jiu Jitsu
Bela Vista

Ago Campeonato Copa Minas Trilhão Enduro Evento de


Diamantinense de Futebol Juniores dos Diamantes Lazer Dia do
futebol de Bairros e Estudante
Distritos

Set Corrida Rústica do Bom Faixas Jiu Jitsu 2ª etapa do


Jesus campeonato
mountain bike

Out Evento de Lazer Semana Circuito Bike Apoio a Eventos


da Criança Cross da Palha das
comunidades

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


14
Eventos da Secretaria de Esportes de Diamantina

Nov 3ª etapa do Batizado da Apoio a Eventos


campeonato mountain Capoeira das
bike comunidades

Dez Evento de Lazer Natal Encerramento


das atividades
Secretaria de Esportes de Diamantina

4.4 Justiça e Segurança Pública

O 3º Batalhão de Polícia Militar é responsável pelo policiamento de uma região que


abrange 34 municípios. O Batalhão subdivide-se na 36ª, 37ª e 144ª Companhias sendo
a 36ª designada para o policiamento de Diamantina onde o Batalhão possui sua sede.
A Polícia Civil está sediada na 31ª Delegacia Regional – Diamantina.
Faz parte do programa de segurança pública o chamado Plano de Ação Integrada.
Esse projeto foi criado em 2007, por iniciativa do Instituto Estrada Real em parceria com
a Secretaria de Defesa Social, reunindo as Polícias Civil, Militar e o Corpo de Bombeiros
que para ser implantado inicialmente no eixo Diamantina-Serro. Para seu
funcionamento na sede de Diamantina, foi criado o Posto Integrado de Defesa Social
onde é prestado o atendimento ao cidadão e ao turista.
Nesse local se reúnem os serviços de identificação civil, geração de ocorrências,
encaminhamento das demandas, centro de informação turística nacional e
internacional, e divulgação de campanhas preventivas de naturezas diversas. Além
de outros serviços como ações de regulação do turismo de aventura e viabilização de
novos projetos ligados à segurança.
 Índices de criminalidade
Tabela 4.4.1: Crimes registrados pela 36ª CIA PM

Criminalidade Total Criminalidade Violenta


Cidade População
2005 2006 2007 2005 2006 2007

Gouveia 11.879 63 68 154 3 3 1


Couto M Minas 4.003 74 47 97 0 0 0
Diamantina 44.226 957 1.293 1.494 35 60 73
Datas 5.317 65 43 77 2 0 0
Fel dos Santos 5.669 57 61 81 0 1 3
P. Kubstschek 2.967 38 38 47 2 1 2
S. G. Rio Preto 2.936 59 84 69 2 4 3
S. M. Gonçalves 5.093 51 74 40 0 3 4
TOTAL 1.364 1.708 2.059 44 72 86
Fonte: PM3/SM20

Tabela 4.4.2 Crimes ocorridos em Diamantina de 2005 a 2007

Meses Total de Crimes Índice Criminal Total de Crimes Violentos Índice Criminal Violentos

2005 2006 2007 2005 2006 2007 2005 2006 2007 2005 2006 2007
Janeiro 181 277 292 4,09 6,26 6,60 6 6 10 0,14 0,14 0,23

Fevereiro 334 436 564 7,55 9,86 12,75 20 29 34 0,45 0,66 0,77
Março 206 325 323 4,66 7,35 7,30 2 12 13 0,05 0,27 0,29
Abril 236 255 315 5,34 5,77 7,12 7 13 16 0,16 0,29 0,36
Meses Total de Crimes Índice Criminal Total de Crimes Violentos Índice Criminal Violentos

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


15
2005 2006 2007 2005 2006 2007 2005 2006 2007 2005 2006 2007
Maio 217 290 275 4 91 6 56 6 22 8 12 12 0 18 0 27 0 27
Total 1.174 1.583 1.769 26,55 35,80 39,99 43 72 85 0,98 1,63 1,92
Fonte: PM3/SM20

Tabela 4.4.3: Crimes ocorridos na região de 2005 a 2007

CIDADE POP. TOTAL IC

2007 2005 2006 2007 2005 2006 2007


GOUVEIA 11879 63 68 154 5,32 5,74 13,00
COUTO M MINAS 4003 74 47 97 18,48 11,74 24,23
DIAMANTINA 44226 957 1293 1494 21,64 29,23 33,78
DATAS 5317 65 43 77 12,32 8,15 14,59
FEL DOS SANTOS 5669 57 61 81 10,04 10,74 14,27
P. KUBSTSCHEK 2967 38 38 47 12,82 12,82 15,86
S. G. RIO PRETO 2936 59 84 69 20,07 28,57 23,47
S. M. GONÇALVES 5093 51 74 40 9,99 14,49 7,83
Fonte: PM3/SM20

Tabela 4.4.4 População considerada para as projeções

2005 2006 2007


População
44.234 44.231 44.226
Fonte: PM3/SM20

Avaliando a evolução dos números da criminalidade na região da 36ª Cia. de Polícia,


verifica-se que o número de crimes registrados em Diamantina elevou-se
consideravelmente comparando-se os anos de 2005, 2006 e 2007. Nota-se que dentre
os meses avaliados ano a ano, o mês de fevereiro, de forma recorrente, é o que traz o
mais alto índice criminal. Atribui-se esse aumento da criminalidade no mês de fevereiro
ao evento do carnaval, época de grande fluxo de turistas e ao comportamento de
alguns grupos durante os festejos (Tabelas: 3.4.1; 3.4.2; 3.4.3).
No contexto da 36ª Companhia de Polícia Militar Diamantina apresenta o mais alto
índice criminal seguida por São Gonçalo do Rio Preto.

5 DINÂMICA ECONÔMICA

5.1 Aspectos Gerais

A economia de Diamantina desde a segunda metade do século XX inicia um


processo de transição. A exploração diamantífera que durante séculos foi sua
principal atividade entrou em decadência a partir da virada do séc. XIX e na década
de 1980 começa a se extinguir. A mudança de foco econômico levou o município a
experimentar a instalação de algumas indústrias de transformação e de se
estabelecer como um pólo regional de serviços. Outra vertente segue rumo à
exploração do mercado turístico. A vocação turística já era sinalizada como
alternativa desde 1938, quando o IPHAN passa a interferir no núcleo histórico do
município com a intenção de proteger seu patrimônio. Esse fato foi relevante para a
conservação de seu acervo histórico edificado, um dos fatores que viria a garantir seu
título de Patrimônio Cultural da Humanidade décadas depois.
A atividade turística é hoje um dos alicerces da economia local. Porém um forte
apego ao modelo econômico extrativista parece segurar o desenvolvimento
econômico municipal.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


16
Conforme evidenciado nas leituras comunitárias realizadas, a ilusão das lavras ainda
está arraigada no inconsciente do homem que vive no interior. Essa ilusão parece
manter um contingente à margem da mudança econômica. Os programas de
artesanato e de extensão rural aplicados nos distritos não são suficientes para renovar
a fonte de emprego e renda da população desses locais que recorrem ao êxodo, ou
à dependência dos programas assistenciais que lhes proporcionam condições
precárias de vida.
Contudo, não se deve considerar estagnada a economia, apesar de enfraquecida. O
turismo vem galgando o desenvolvimento e se estruturando. Nota-se, porém que a
ênfase à atividade do Turismo ainda se restringe à sede e necessita de fortalecimento
no âmbito municipal e na oferta de formação profissional para que se torne uma
atividade que ofereça geração de emprego e renda suficientes para absorver maior
parte do contingente ocioso proveniente do fechamento das áreas de garimpo e
oferecer oportunidade aos jovens que ingressam no mercado de trabalho.
Do mesmo modo que o setor turístico, o setor agrícola sinaliza um avanço. Grandes
áreas de monocultura de café surgem na porção norte e também na porção sul do
município. A silvicultura de eucalipto também cresce nesse cenário.
O regime da propriedade de terras de Diamantina não é igualitário. Grandes
proprietários possuem a maior fatia de terras restando pouca alternativa ao pequeno
proprietário, apenas 38% da superfície das terras do município vem sendo aproveitada
para o cultivo.
A demanda por mão-de-obra na época da colheita do café e da extração da
madeira é uma alternativa de renda para a população que vive no campo, porém
não supre a carência por emprego permanente pela própria natureza sazonal desse
tipo de demanda.
Os principais setores econômicos de Diamantina geradores de emprego são focados
no setor terciário. O comércio, os serviços e a administração pública são os que mais
contratam como se observa na tabela 5.1.1, sendo onde é encontrado, também, um
maior valor salarial. A industrialização vem se desenvolvendo aos poucos, e observa-se
que o setor primário é bastante reduzido e recebe pouco investimento.
Tabela 5.1.1: Estrutura Empresarial por Unidades, Pessoal Ocupado,
Pessoal Assalariado e Salários em Reais de Diamantina: 2004
PESSOAL
UNIDADES PESSOAL SALÁRIOS
EMPRESAS OCUPADO
LOCAIS ASSALARIADO (REAIS)
TOTAL
Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Exploração
9 25 13 29.000
Florestal
Indústrias Extrativas 31 91 38 170.000
Indústrias de Transformação 91 810 700 3.028.000
Produção e Distribuição de Eletricidade, Gás e
2 - - -
Água
Construção 11 17 0 -
Comércio, Reparação de Veículos
812 2.227 1.217 5.059.000
Automotores, Objetos Pessoais e Domésticos
Alojamento e Alimentação 148 392 216 876.000
Transportes, Armazenagens e Comunicações 60 154 78 799.000
Intermediação Financeira 37 73 51 1.690.000
Atividades Imobiliárias, Aluguéis, e Serviços
61 165 90 851.000
Prestados ás Empresas
Administração Pública, Defesa e Seguridade
7 1.284 1.284 9.829.000
Social
Educação 22 468 438 9.740.000

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


17
PESSOAL
UNIDADES PESSOAL SALÁRIOS
EMPRESAS OCUPADO
LOCAIS ASSALARIADO (REAIS)
TOTAL
Saúde e Serviços Sociais 25 342 317 1.762.000
Outros Serviços Coletivos, Sociais e Pessoais 149 233 179 1.071.000
Fonte: IBGE, Cadastro Central de Empresas 2004.

5.2 Agricultura, Pecuária e Silvicultura

O setor agrícola é responsável por apenas 0,40% do total pessoal ocupado, tendo as
indústrias com 1,94% e o comércio com 35,45%. O setor primário é bem menos
expressivo na geração de emprego e renda.
Tabela 5.2.1: Áreas Cultivadas e Produção : 2005
QUANTIDADE VALOR DA ÁREA ÁREA COLHIDA RENDIMENTO
PRODUÇÃO
PRODUZIDA PRODUÇÃO LANTADA MÉDIO
LAVOURA PERMANENTE
Café 525 toneladas 1.995 mil reais 350 hectares 350 hectare 1.500 kg/hect.
LAVOURA TEMPORÁRIA
Abacaxi 50 mil frutos 25 mil reais 2 hectares 2 hectares 25.000 frutos/hect.
Alho 3 toneladas 9 mil reais 1 hectare 1 hectare 3.000 kg/hect.
15.000 1.200 mil reais 300 hectares 300 hectares 50.000 kg/hect.
Cana-de-açúcar
toneladas
Feijão (em grão) 300 toneladas 330 mil reais 500 hectares 500 hectares 600 kg/hect.
Mandioca 800 toneladas 240 mil reais 70 hectares 70 hectares 11.428 kg/hect.
Milho (em grão) 2.400 toneladas 919 mil reais 800 hectare 800 hectare 3.000 kg/hect.
Fontes: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2005.
Tabela 5.2.2: Produção Agrícola Municipal : 2006
FEIJÃO MILHO
(em grão) (em grão)
Quantidade Produzida – tonelada 237 180
Valor da produção – mil reais 237 69
Área Plantada - hectare 650 800
Área colhida - hectare 395 150
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal

O setor primário se apóia na monocultura do café, mas outros produtos aparecem no


cenário desse setor produtivo. Os principais produtos agrícolas são: cana-de-açúcar,
abacaxi, alho, feijão, mandioca e milho. (tabela 5.2.1).
Na pecuária destacam-se o gado, aves, eqüinos seguidos por suínos, com maior
ênfase na criação bovina (tabela 5.2.3).
Tabela 5.2.3: Produção Pecuária Diamantina
REBANHOS QUANTIDADE
Efetivo dos rebanhos
Bovinos 14.709 cabeças
Suínos 900 cabeças
Eqüinos 1.000 cabeças
Muares 200 cabeças
Galinhas 4.000 cabeças
Galos, frangas, frangos e pintos 8.000 cabeças
Vacas ordenhadas – quantidade 5.087 cabeças

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


18
REBANHOS QUANTIDADE
Leite de vaca - produção 5.500 mil litros
Ovos de galinha - produção 40 mil dúzias
Fonte: IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2005.

5.3 Atividades Extrativistas

A silvicultura do eucalipto tem surgido e ganhado força nos últimos anos, como uma
nova atividade que vem crescendo como oportunidade de negócios. A extração da
madeira é uma das atividades que ocuparam a mão-de-obra excluída da mineração
sendo responsável por parte da oferta de empregos diretos e indiretos, formais e
informais ligados ao extrativismo, no município. Grande parte dessa atividade é
voltada à produção do carvão (Tabela: 5.3.1).
Tabela 5.3.1: Extrativismo vegetal – Produção
PRODUTOS QUANTIDADE PRODUZIDA VALOR DA PRODUÇÃO
Madeiras (Carvão-vegetal) 380 toneladas 114 mil reais
Produtos da Silvicultura
150 toneladas 50 mil reais
(Carvão vegetal)
Fontes: IBGE, Produção da Extração Vegetal e Silvicultura 2005.

5.4 Indústria

A Indústria aparece na economia municipal como o setor que sucede o setor do


comércio e serviços na oferta de empregos, mas sua contribuição é ainda muito
pequena. A indústria têxtil apenas sobrevive no cenário de Diamantina. O setor não se
desenvolveu dinamicamente ao longo dos anos.

5.5 Comercio e Serviços

Diamantina possui hoje, um centro comercial diversificado e que se renova com o


fomento crescente ao turismo. A mineração e o comércio eram as atividades que
geravam mais empregos na década de 1980. Com a decadência econômica da
mineração e o baixo dinamismo do setor de comércio e de serviços, Diamantina
passou a acreditar que o turismo poderia ser o novo vetor de desenvolvimento e
crescimento local. Diversos investimentos foram realizados na cidade e no seu entorno,
especialmente no setor hoteleiro e no setor de restaurantes, bares e transporte. Esse
impulso dos serviços e comércio voltados ao turismo deu outra conformação ao
mercado de trabalho, o que reforça hoje a grande abrangência do setor terciário no
município (Tabela 5.5.1).
Tabela 5.5.1: Produto Interno Bruto 2004
PIB VALOR
Valor adicionado na agropecuária 5.635 mil reais
Valor adicionado na Indústria 32.068 mil reais
Valor adicionado no serviço 108.749 mil reais
APU 48.115 mil reais
Impostos 2.277 mil reais
PIB 142.623 mil reais
PIB per capita 3.224 reais
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


19
5.6 A Importância do Turismo para a Economia

Diamantina insere-se no Pólo Turístico do Vale do Jequitinhonha, faz parte ainda do


circuito turístico da Estrada Real. Além de ser privilegiado pela sua inserção regional
num contexto vocacionado ao turismo, conta com o suporte do Programa de
Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (Prodetur/NE II). Essa situação proporciona
facilidade de acesso a verbas específicas para investimentos. Em maio do ano
passado, através do Prodetur, o Estado de Minas assinou um contrato de empréstimo
com contrapartida no valor de US$ 56,6 milhões, sendo US$ 27,5 milhões de
investimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e outros US$ 29,1
milhões de contrapartida dos governos Federal, Estadual e Municipal. Esse
investimento foi direcionado a nove municípios que compõem o Pólo Turístico do Vale
do Jequitinhonha, contemplando Diamantina. Atualmente o Prodetur se encontra na
segunda fase de implantação. Estão previstos ainda investimentos de R$ 2,61 milhões
do Governo de Minas, para ser aplicado em pavimentação do trecho da estrada que
liga o município de Diamantina ao distrito de Milho Verde, no município do Serro,
integrante do Pólo.
A Prefeitura Municipal em parceria com o SENAI desenvolve o Plano Municipal de
Turismo que deve direcionar ações no sentido de intensificar e qualificar o setor da
economia do turismo.
Além dos esforços nas esferas Municipal, Estadual e Federal, outras parcerias existem,
entidades como o Instituto Estrada Real atuam no fomento e desenvolvimento do
setor turístico com o objetivo de promover a qualificação e o desenvolvimento
integrado do turismo na Estrada Real, de forma sustentável e criando oportunidades
de negócio para as indústrias locais.
6 FISIOGRAFIA
Entre os condicionantes relevantes para um retrato ambiental, foram levantadas,
neste estudo, a hidrografia, clima, geologia, geomorfologia, hipsometria/altimetria,
declividade, pedologia, fitofisionomias e áreas de preservação.

6.1 Características Físicas

O município está localizado nas regiões dos vales do Jequitinhonha e São Francisco,
no estado de Minas Gerais, com sede nas coordenadas geográficas de 18,25 º de
latitude sul e 43,60 º de longitude oeste.
Ocupa área total de 3.981km² e sua sede municipal encontra-se a 1.113m de altitude,
distando 299km de Belo Horizonte (DNIT, 2006) , capital do Estado, que é acessada a
partir de Diamantina pelas rodovias federais BR 259 e BR 367, além de estradas
secundárias (Figura: 6.1.1).

6.2 Hidrografia

6.2.1 Águas Superficiais

Admitindo-se a bacia hidrográfica como unidade de estudo e planejamento, observa-


se que, por ser um sistema aberto, todos os elementos nela inseridos estão ligados
entre si e a fatores externos (Coelho Netto, 1995) fazendo com que os processos
naturais ou antrópicos sejam levados em consideração no planejamento de manejo
de uma região.
O município de Diamantina está inserido em duas grandes bacias hidrográficas (Figura
6.2.1.1):

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


20
Bacia do Rio São Francisco: Com área de drenagem de 634.781km² (8% do território
nacional), abrange 503 municípios (e parte do Distrito Federal) e sete Unidades da
Federação: Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e Distrito
Federal.
A Bacia está dividida em quatro regiões fisiográficas, Alto, Médio, Submédio e Baixo
São Francisco.
É uma extensa bacia hidrográfica, responsável pela drenagem de aproximadamente
7,5% do território nacional. O rio São Francisco, que nasce em Minas Gerais, atravessa
o sertão semi-árido mineiro e baiano possibilitando a sobrevivência da população
ribeirinha de baixa renda, a irrigação em pequenas propriedades e a criação de
gado. De grande importância política, econômica e social, principalmente para a
região nordeste do país, é navegável por cerca de 1.800km, desde Pirapora, em Minas
Gerais, até a cachoeira de Paulo Afonso, em função da construção de hidrelétricas
com grandes lagos e eclusas.
A bacia do rio São Francisco é a terceira bacia hidrográfica do Brasil e a única
totalmente brasileira (IBAMA – PNDPA, 2007). Drena uma área de 640.000km² e ocupa
8% do território nacional. Cerca de 83% da bacia encontra-se nos estados de Minas
Gerais e Bahia, 16% em Pernambuco, Sergipe e Alagoas e 1% em Goiás e Distrito
Federal. Entre as cabeceiras, na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e a foz, no
oceano Atlântico, localizada entre os estados de Sergipe e Alagoas, o rio São
Francisco percorre cerca de 2.700km.
Desde as nascentes e ao longo de seus rios, a bacia do São Francisco vem sofrendo
degradação com sérios impactos sobre as águas e, conseqüentemente, sobre os
peixes, como:
 Falta de saneamento básico na maioria dos povoados;
 Despejos de garimpos, mineradoras e indústrias diretamente nos cursos
d’água;
 Desmatamento para produção de carvão vegetal utilizado pela
indústria siderúrgica principalmente de Belo Horizonte;
 Uso intensivo de fertilizantes e defensivos agrícolas;
 Desvio do leito dos rios, redução da vazão, alteração da intensidade e
época das enchentes, transformação de rios em lagos etc.,
principalmente pela existência de garimpos, irrigação e barragens
hidrelétricas;
Vale ressaltar que a utilização de corpos d’água para despejo que efluentes derivados
de atividades de mineração, garimpos e indústrias diminui sobremaneira a qualidade
das águas, sendo esse um dos principais problemas na região do município de
Diamantina.
Existe, ainda hoje, a prática de ligações clandestinas diretamente nos rios, manejo
inadequado ou utilização de produtos nocivos ao meio ambiente sem autorização,
que fazem com que as águas da região fiquem comprometidas, causando
mortandade de peixes, assoreamento, poluição, entre outros impactos negativos.
Bacia do Rio Jequitinhonha: Está localizada na porção nordeste do Estado de Minas
Gerais, com uma pequena parcela no Sul da Bahia. Este é um rio Federal, que nasce
no Estado de Minas Gerais, em Serro, a uma altitude aproximada de 1.260m, e
deságua no Oceano Atlântico, no município de Belmonte (extremo sul da Bahia). Ao
longo de seu curso, o rio possui duas grandes barragens: a Barragem de Itapebi, no Sul
da Bahia, e a Barragem de Irapé, localizada no município de Leliveldia, em Minas
Gerais.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


21
O rio Jequitinhonha pode ser dividido em três regiões fisiográficas: alto, médio e baixo
curso. O município de Diamantina está localizado em seu alto curso, que sofre com
atividades antrópicas como desmatamento para fins agropastoris, mineração e
garimpagem em seu alto curso e alguns dos afluentes tem causado, no decurso dos
anos, modificações importantes no ciclo hidrológico, além de conseqüências drásticas
como o assoreamento extensivo de todo o seu leito.
No Alto Jequitinhonha, a mineração é a principal atividade e vem causando forte
erosão no leito e nas margens do rio, além de poluir as águas com sedimentos
carreados. Outros fatores que tendem a desqualificar a qualidade da água são: a
poluição bacteriológica produzida por lixo doméstico e esgoto sanitário, o uso de
agrotóxicos nas áreas agrícolas e fezes do gado levadas pelas águas das chuvas.
Considerando o contexto geral em que se inserem, os principais usos da água
na bacia hidrográfica são:
 Irrigação;
 Abastecimento Público;
 Pesca;
 Dessedentação de animais;
 Corpo receptor;
 Recreação.
A hidrografia do município de Diamantina é composta por rios perenes, tendo os rios
Jequitinhonha e Ribeirão do Inferno como principais cursos d’água, e vários pequenos
cursos d’água intermitentes (Figura: 6.2.1.2), tendo padrão dendrítico.
Deve-se destacar que grande parte do município, principalmente a porção oeste, de
domínio da serra do Espinhaço, possui boa disponibilidade de água superficial.

6.2.2 Águas Subterrâneas - Domínios Hidrogeológicos

No município de Diamantina podem-se distinguir três domínios hidrogeológicos (CPRM,


2004):
 Terrenos cristalinos compostos pelas rochas do Complexo Gouveia e
Grupo Costa do Arqueano e pelas rochas metamórficas do Supergrupo
Espinhaço, Grupo Macaúbas, Grupo Bambuí e Suíte Pedro Lessa;
 Coberturas detríticas do Cenozóico;
 Aluviões do Quaternário.
As rochas cristalinas do Complexo Ortognáissico Gouveia, as rochas máficas do Grupo
Costa Sena, Suíte Pedro Lessa e as rochas metamórficas do Supergrupo Espinhaço
(rochas quartzíticas e meta-conglomerados ) ocorrem na porção centro-sul do
município, enquanto as rochas do Grupo Macaúbas (quartzitos, quartzo-xistos,
metassiltitos e diamictitos) predominam no setor centro-norte. O segundo domínio, do
qual fazem parte as coberturas detríticas, aparece mais ao norte recobrindo litotipos
do Grupo Macaúbas. Quanto ao terceiro domínio, representado pelas aluviões, tem
ocorrência destacada na porção central, às margens do rio Jequitinhonha. Esses
domínios hidrogeológicos podem ser enquadrados nos sistemas aqüíferos granular,
cárstico e fissurado.
O sistema aqüífero granular é constituído por sedimentos não consolidados sendo
representado pelos aqüíferos aluviais e pelos aqüíferos de coberturas detríticas.
Os aqüíferos aluviais, geralmente de pequena espessura, ocorrem principalmente ao
longo do rio Jequitinhonha, sendo formados por sedimentos na sua maioria arenosos

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


22
com intercalações de silte e argila e de espessuras pouco expressivas. São aqüíferos
apropriados para captação em cisternas e cacimbas visando o atendimento da
demanda de poucas famílias ou de pequenas comunidades.
Os aqüíferos de coberturas detríticas do Cenozóico são constituídos de sedimentos
arenosos, detríticos e/ou lateritas. Em termos hidrogeológicos possuem porosidade
primária e boa permeabilidade. Os aqüíferos relacionados ao manto de
decomposição são de ocorrência generalizada e mostram grande variabilidade de
composição e de espessura (1m a 45m) determinada pelo tipo litológico originário,
condições paleoclimáticas e condicionamento morfotectônico. São aqüíferos
potencialmente fracos, mas importantes no processo de recarga dos aqüíferos fissurais
subjacentes, através de filtração vertical.
O sistema aqüífero fissurado ocorre na maior parte do município sendo representado
por três tipos de aqüíferos, associados às rochas granitóides, às rochas xistosas e às
rochas quartzíticas. Nesse sistema predominam as fraturas, falhas e xistosidades, com
predomínio da porosidade secundária, apresentando, baixa vazão sem, no entanto
diminuir sua importância como alternativa de abastecimento em casos de pequenas
comunidades ou como reserva estratégica em períodos prolongados de estiagem. O
potencial hidrogeológico é dependente da densidade e intercomunicação das
descontinuidades, aspecto que geralmente se traduz em reservatórios aleatórios e de
pequena extensão.
O aqüífero xistoso é representado principalmente por litótipos do Grupo Costa Sena,
Suíte Pedro Lessa e das formações Duas Barras, Serra do Catuni e Chapada Acauã
pertencentes ao Grupo Macaúbas. Esses aqüíferos também são pouco produtivos e
somente em raras situações, verificam-se poços com altas vazões.
O aqüífero quartzítico é representado no município pelo Supergrupo Espinhaço, já o
aqüífero granito-gnássico é representado na área pelo Complexo Ortognáissico
Gouveia. São aqüíferos de baixa potencialidade hidrogeológica, ou seja, baixa vazão,
aleatórios, descontínuos e de pequena extensão. O fato de não apresentarem boa
circulação permite que ocorra a salinização das águas.

6.3 Clima

O clima da região é tropical com período seco de abril a setembro. A precipitação


máxima ocorre durante os meses de novembro, dezembro e janeiro. A temperatura e
o índice pluviométrico médios anuais são, aproximadamente, de 19°C e 1.400mm.
No município existe apenas uma estação pluviométrica federal (ANA, 2007),
denominada “Diamantina”, de código 17216000, mas os dados das séries históricas da
mesma não estão disponíveis para consulta.

6.4 Geologia (CPRM, 2004)

O embasamento geológico é localmente denominado de Complexo Ortognáissico


de Gouveia, caracterizado por ortognaisses do tipo TTG, granito, granulito, migmatito,
anfibolito, rochas ultramáficas e intercalações de rochas supracrustais (unidades
metavulcanossedimentares), de idade Arqueana. O Grupo Costa Sena, de idade
também arqueana, é formado por cianita-quartzo-xisto, formação ferrífera, mica
quartzito, quartzíticos conglomeráticos, clorita xistos, metabasitos, metaultrabasitos e
metavulcânicas félsicas.
Estratigraficamente acima dessas unidades, de idade paleoproterozóica tardia a
mesoproterozóica, encontra-se o Supergrupo Espinhaço dividido em dois grupos
(Diamantina e Conselheiro Mata). Os ambientes responsáveis pela acumulação desses
depósitos foram, sobretudo, fluviais e marinhos costeiros no início da sedimentação

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


23
(leques aluviais, sistemas fluviais entrelaçados) - representados pelas unidades do
Grupo Diamantina (formações São João da Chapada, Sopa-Brumadinho e Galho do
Miguel) - e, posteriormente, marinhos rasos (sob influência de marés) nas seqüências
medianas e superiores do Grupo Conselheiro Mata (formações Santa Rita, Córrego dos
Borges e Rio Pardo Grande).
A Formação São João da Chapada, em sua parte basal, caracteriza-se por um
pacote de quartzitos micáceos, geralmente grosseiros associados a lentes de
metabrechas e metaconglomerados. Em contato brusco com esses metassedimentos
basais, identifica-se em inúmeros locais um horizonte de rochas originalmente
magmáticas, genericamente conhecidas como filitos hematíticos e constituindo tipos
metamórficos variados.
O conjunto superior de quartzitos forma grandes áreas contínuas destacando-se no
relevo. A Formação Sopa-Brumadinho é constituída de metapelitos e de depósitos
clásticos (quartzitos) com intercalações métricas de metaconglomerado, níveis
carbonáticos e fosfáticos. A Formação Galho do Miguel, unidade superior do Grupo
Diamantina exibe um caráter litológico extremamente homogêneo dado por
quartzitos finos, puros e com abundantes estratificações cruzadas de grande porte.
A Formação Santa Rita corresponde a um conjunto de metassedimentos com
alternâncias de camadas delgadas de filitos, metassiltitos e quartzitos sericíticos finos.
Mediante contato do tipo gradacional é recoberta por um pacote de quartzitos
finamente laminados, micáceos, branco-acinzentados correspondentes à Formação
Córrego dos Borges. No topo do Grupo Conselheiro Mata aparecem os filitos,
metassiltitos e metargilitos com intercalações de quartzito e de lentes de calcário
pertencentes à Formação Rio Pardo Grande.
As unidades do neoproterozóico são representadas pelas rochas da Suíte Metabásica
Pedro Lessa, pelas rochas carbonáticas pertencentes ao Grupo Bambuí e pelas
seqüências do Grupo Macaúbas.
A Suíte Metabásica Pedro Lessa é constituída de metadiábasio, metagabro e
anfibolito notavelmente expressivos nos metassedimentos do Supergrupo Espinhaço,
em especial nas formações basais.
O Grupo Macaúbas no município é formado, na base, por quartzitos e metarenitos,
puros ou impuros, com intercalações menores de microconglomerados polimíticos
(Formação Duas Barras), sobrepostos por metadiamictito, em geral maciço, com
intercalações de quartzito e filito, sobretudo nas porções mais inferiores (Formação
Serra do Catuni) Este pacote metassedimentar é recoberto por uma associação de
metarritimito (filito quartzo-mica-xisto e quartzito) e metadiamictito, sucedida por
quartzito, sericita filito e quartzo mica-xisto gradados (Formação Chapada Acauã),
com níveis de xistos verdes (lavas e tufos básicos – Formação Chapada Acauã-
Membro Rio Preto).
O Macaúbas Indiviso é constituído por quartzitos, filito e metarenito com níveis de
microconglomerado polimítico, biotita gnaisse, rocha calcissilicática, metarcóseo,
metaconglomerado e metadiamictito.
O Grupo Bambuí encontra-se representado pela Formação Lagoa do Jacaré
constituída por calcarenito, filito e marga. As coberturas detríticas, em parte colúvio-
eluviais e com ocorrência eventual de lateritas, recobrem parte das seqüências
anteriores e ocupam, em geral, as cotas mais elevadas. Para esses sedimentos pode-
se atribuir uma origem residual pela atuação de ciclo erosivo em rochas mais antigas,
resultando na desagregação, alteração e laterização. Esses depósitos superficiais são
caracterizados por sedimentos diversificados, tanto na sua composição, quanto na
sua distribuição; via de regra são formados de cascalho fino, areia, material síltico-
argiloso, e porções limonitizadas, em finas camadas ou em blocos e concreções.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


24
Figura 6.1.1: Carta imagem

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


25
Figura 6.2.1.1: Bacias Hidrográficas

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


26
Figura 6.2.1.2: Hidrografia

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


27
Os depósitos aluviais ocorrem principalmente ao longo do rio Jequitinhonha, sendo
formados por sedimentos de espessuras geralmente pouco expressivas constituídos, na
sua maioria, por areia com intercalações de silte e argila e níveis de cascalho. O
desenvolvimento restrito das aluviões deve-se à forma de relevo dominante na região,
marcada por vertentes com ravinas e vales encaixados que não propiciam a
formação de amplas planícies aluviais (Figura: 6.4.1).

6.5 Geomorfologia

O relevo da região é caracterizado pela Serra do Espinhaço, pelo planalto do Rio


Jequitinhonha e pela depressão do São Francisco.
A Serra do Espinhaço, que faz parte do Planalto Atlântico, onde aparecem os “mares
de morros”, com formações características de “meias-laranjas” e “pães-de-açúcar”.
Esta pode ser considerada a única Cordilheira do Brasil, além de ser singular em sua
forma e formação. Há mais de um bilhão de anos em constante movimento, é uma
cadeia de montanhas bastante longa e estreita, entrecortada por picos e vales, com
cerca de 1.000 quilômetros de extensão, no sentido longitudinal do Quadrilátero
Ferrífero ao Norte de Minas e, depois de uma breve interrupção, alcança a porção sul
da Bahia. Todo esse percurso apresenta uma diferença mínima de latitude, ou seja,
sua largura varia apenas entre 50 e 100 quilômetros.
O planalto do rio Jequitinhonha é formado por modelados de dissecação
homogênea e diferencial caracterizados por feições de topos predominantemente
convexos, com densidades de drenagem de fina a média e aprofundamentos
variando de muito fraco a forte. Foram elaborados em rochas metassedimentares
proterozóicas do Grupo Macaúbas - quartzo-biotita-muscovitaxistos, xistos calcíferos,
biotita-xistos e xistos grafitosos, com metagrauvacas e lentes de conglomerado e
quartzito. O alto grau de dissecação do relevo e os vales encaixados e profundos,
definidos por acidentes estruturais, condicionam a forte energia dos processos
morfodinâmicos.
A depressão do São Francisco é uma depressão alongada a partir da Serra da
Canastra, na parte sul da Bacia do rio São Francisco, sendo no Alto São Francisco, na
parte leste, formando o divisor de águas as montanhas da Serra do Espinhaço. No
oeste, a Serra Geral de Goiás, que prossegue delimitando o vale do Médio São
Francisco, até encontrar a Serra da Tabatinga, ao norte, cujas alturas são de 800 a
1.000 metros, formando o divisor com o vale do Parnaíba, no Piauí. Nesse ponto, o vale
toma a direção leste, margeado pela chapada do Araripe, ao norte, com 800 metros
de altitude, divisor de águas com o vale do Cariri, no Ceará, sendo ao sul limitado pela
Bacia de Tucano e Vaza-Barris, onde se localiza o raso da Catarina. No centro desta
depressão corre o rio São Francisco.
O município de Diamantina está sobre um extenso planalto irregular, tendo apenas
20% de área plana. Esta característica favoreceu o surgimento de belas cachoeiras
com grandes desníveis. Assim, a forma predominante de relevo é a montanhosa (60%),
com as feições plana (20%) e ondulada (20%) em menor proporção (Figura: 6.5.1).
Esse padrão da paisagem proporciona ao município grande potencial turístico, com
ênfase ao ecoturismo, com capacidade para várias opções de trilhas e passeios até
as cachoeiras da região. Esse é um aspecto que pode ser mais explorado, uma vez
que atualmente há uma ênfase no turismo histórico, sendo esquecidas as
características naturais que conferem ao município de Diamantina grande beleza
cênica.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


28
6.6 Hipsometria/Altimetria 1

O município de Diamantina possui, no que se refere à altimetria, grande variação ao


longo de seu território. Podem ser encontradas desde áreas com altitude de
aproximadamente 700 metros até elevações de mais de 1.500 metros.
A altitude máxima do município está localizada na Serra do Galheiro, apresentando
1.548 metros em relação ao nível do mar, e a altitude mínima está na foz do córrego
Cana Brava, com 676 metros. (Figura: 6.6.1).
Essas áreas estão distribuídas na direção norte para sul, da seguinte forma (Figuras
6.6.2 e 6.6.3):
 Na região norte prevalecem as menores altitudes, entre 700 e 900
metros, principalmente;
 No sul encontram-se as maiores altitudes do município, que podem
atingir até 1600 metros, aproximadamente.

6.7 Declividade

A declividade no município varia desde zero, áreas totalmente planas, até


declividades acima de 20°, chegando a 64º (Figura: 6.7.1).
Por possuir um relevo bastante movimentado, principalmente na região da Serra do
Espinhaço, as maiores declividades estão distribuídas ao longo de toda a região.
No contexto do município, as áreas com declividade abaixo de 10° representam 73%
do total e as áreas com declividade entre 10° e 20° representam 21% na escala
trabalhada.

6.8 Pedologia 2

As classes pedológicas têm estreita relação com a geomorfologia, a geologia e o


clima da região. Os solos do município (Figura 6.8.1) estão classificados, principalmente
como:
 Neossolos litólicos: são solos rasos, inférteis e ocorrem em áreas com
relevo movimentado. Dessa forma, não são muito apropriados para
culturas agrícolas. Estes solos estão localizados na maior parte do
município.
 Latossolos: ocorrem normalmente em relevo plano (declives de 0 a 3%)
e suave ondulado (declives 3% a 8%) e, com menos freqüência, em
relevo ondulado (declives entre 8% a 20%). São profundos a muito
profundos, com boa drenagem, mas com limitações referentes à
permeabilidade e infiltração um tanto lenta. São solos minerais e não
hidromórficos.

1 A Declividade e Hipsometria do município foI obtida com base em um Modelo Digital de Terreno. Esse modelo utilizou
informações das diferentes variações existentes na superfície terrestre, detectadas por leituras de radar, tratando-se,
portanto, de valores estimados.
2 É importante frisar que, por falta de mapeamento em escala adequada, foi utilizado para elaboração do mapa um dado
generalizado (IBGE, 2007), devendo ser utilizado como ilustrativo do contexto regional. O mapa foi complementado ao
longo do texto.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


29
Figura 6.4.1: Geologia

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


30
Figura 6.5.1: Geomorfologia

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


31
Figura 6.6.1: Localização da maior e menor altitude do Município de Diamantina

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


32
Figura 6.6.2: Hipsometria

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


33
Figura 6.6.3: Altimetria

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


34
Embora os latossolos possuam boas propriedade físicas, o manejo destes deve ser
cuidadoso para evitar a sua degradação, devido principalmente ao decréscimo
do nível de matéria orgânica e alteração da distribuição de poros
(compactação), acarretando maior susceptibilidade à erosão.
Apresentam importante limitação para uso agronômico, decorrente da baixíssima
fertilidade natural, representada por reação muito ácida, comumente alta
saturação por alumínio e valores muito baixos de soma e saturação de bases;
além disso, muitas vezes apresentam deficiência de micronutrientes.
Os latossolos apresentam amplo potencial para agricultura de sequeiro, pois
mesmo com baixa fertilidade natural, ocorre em relevo suave ondulado que
permite fácil mecanização e por isso são muito utilizados, após fertilização artificial,
para o cultivo de grãos (soja, milho e feijão).
Esses estão localizados em uma pequena parte do extremo sudoeste do município,
dentro da depressão do São Francisco.
 Cambissolos: Solos constituídos por material mineral com horizonte B
incipiente subjacente a qualquer tipo de horizonte superficial, exceto
hístico com 40cm ou mais de espessura, ou horizonte A chernozêmico,
quando o B incipiente apresentar argila de atividade alta e saturação
por bases alta. Plintita e petroplintita, horizonte glei e horizonte vértico,
se presentes, não satisfazem os requisitos para Plintossolos, Gleissolos e
Vertissolos, respectivamente.

6.9 Predisposição à Erosão dos solos (CET, 2006)

Os solos não são estáticos, pelo contrário, encontram-se em estado de contínuas


modificações. As enxurradas causadas pelas chuvas, os rios e os ventos desgastam a
superfície da Terra, transportando lentamente as partículas do solo. No estado natural
do solo, a vegetação cobre-o como um manto protetor, o que faz com que sua
remoção seja muito lenta e, portanto, compensada pelos contínuos processos de
formação do solo. No entanto, quando o homem se põe a cultivar a terra para o seu
sustento, este equilíbrio benéfico pode ser rompido. Para cultivar o solo é necessário
destruir sua cobertura vegetal e arar a camada superficial.
Estas operações, quando efetuadas sem o devido cuidado apressam grandemente a
remoção dos horizontes superficiais, promovendo a erosão acelerada.
A erosão acelerada pode ser tecnicamente definida como a remoção das partículas
do solo das partes mais altas, pela ação das águas da chuva ou dos ventos, e o
transporte e deposição destas partículas para as partes mais baixas do relevo, ou para
o fundo dos lagos, rios e oceanos.
Existem basicamente três tipos de erosão hídrica: a erosão laminar que se manifesta
pela remoção gradual de uma fina camada superficial de espessura relativamente
uniforme, cobrindo praticamente todo o relevo; a erosão em sulcos que é o desgaste
em faixas estreitas dirigidas ao longo dos maiores declives do terreno; e a erosão em
voçorocas representada pelo deslocamento de massas de solo, formando grandes
desbarrancamentos ou cavidades.
O escoamento concentrado das águas superficiais formam o tipo de erosão linear em
forma de canal, caracterizada por sulcos e ravinas. A formação e aprofundamento
desses pode causar o aumento da quantidade de processos erosivos e, alcançando o
lençol freático, o nesse estágio do fenômeno erosivo é chamado de voçoroca ou
boçoroca.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


35
Figura 6.7.1: Declividade

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


36
No que diz respeito à erosão laminar, iniciado o processo, fatores como a chuva, a
cobertura vegetal, a topografia e, principalmente, os tipos de solos, determinam as
perdas de solo. Assim, é preciso considerar que diferentes tipos de solos apresentam
propriedades físicas, químicas, biológicas e mineralógicas diversificadas reagindo
diferentemente a processos erosivos.
A erosão laminar é a forma de erosão menos notada, e por isso a mais perigosa. Além
da perda gradativa de solo em grandes extensões de área, em dias de chuva as
enxurradas tornam-se barrentas e os solos, por sua ação, tomam coloração mais clara,
diminuindo progressivamente a produtividade, pois primeiro são arrastadas as
partículas mais leves do solo, juntamente com seus nutrientes.
A maior ou menor suscetibilidade de um terreno à erosão pela água depende de uma
série de fatores, dos quais, quatro são considerados como principais: clima da região,
tipo de solo, declividade do terreno e manejo do solo. Os fatores mais importantes do
clima com respeito à erosão são: a distribuição; a quantidade e a intensidade das
chuvas que, em forma de aguaceiros, provoca em alguns minutos grandes enxurradas
e intensa erosão.
Alguns tipos de solos são mais susceptíveis à erosão que outros, dependendo,
especialmente, de suas propriedades físicas, notadamente, textura, permeabilidade e
profundidade, como é o caso dos neossolos, cambissolos e argissolos.
Assim, solos de textura arenosa são mais facilmente erodidos. A permeabilidade
também é outro fator importante. Da mesma forma, solos rasos (< 50cm de
profundidade) são mais erodíveis que os profundos (100cm-200cm de profundidade),
porque neles a água das chuvas acumula-se acima das rochas ou camada
adensada, que é impermeável, encharcando-se mais rapidamente, o que facilita o
escoamento superficial e, conseqüentemente, o arraste do horizonte A.
Como observado anteriormente, as principais classes de solos encontradas no
município são os neossolos, cambissolos, e latossolos. Todos eles, se mal manejados,
podem sofrer de erosão laminar e linear (que pode ser considerada a segunda etapa
de erosão), uma vez que apresentam características de textura e profundidade
consideradas aptas para o desenvolvimento desse tipo de problema ambiental. No
caso dos latossolos, mesmo localizados em áreas aplainadas, quando utilizados de
forma incorreta podem apresentar problemas de erosão, principalmente nos de
textura média.

6.10 Potencial Agrícola

Nessa região encontram-se terras de baixa fertilidade natural necessitando de


correção da acidez e fertilidade do solo, manejo que não contempla baixo emprego
de capital (principalmente nos latossolos). Além dessas, existem os neossolos e
cambissolos, que não possuem aptidão agrícola nenhuma, a não ser para pastagem
nos cambissolos, onde deve ser observado o manejo adequado para evitar
compactação e erosão.
De acordo com a imagem de satélite (Figura 6.1.1), pode-se observar que o relevo
movimentado e o tipo de solo impossibilitaram a formação de grandes áreas de
cultivo, com exceção de uma região ao norte, onde pode ser observada uma
mancha verde claro, possivelmente de agricultura irrigada em topo de chapada.
O garimpo, de acordo com Silva (2003), principalmente de diamante, é muito forte e
de grande importância para todas as comunidades. É uma ocupação sistemática
para parte das famílias de lavradores no período seco do ano é, às vezes, é a única
opção de sustento entre os meses de março a outubro.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


37
6.11 Fitofisionomias

O município de Diamantina está localizado no domínio fitoecológico do Cerrado e,


nas elevadas serras do Espinhaço, a vegetação é caracterizada por espécies
arbustivo-arbóreas típicas e campos de altitude, entremeadas de manchas de
cerrado.
Segundo o IBAMA (2007), o cerrado é a segunda maior formação vegetal brasileira.
Estendia-se originalmente por uma área de 2 milhões de km², abrangendo dez estados
do Brasil Central. Hoje, restam apenas 20% desse total. Típico de regiões tropicais, o
cerrado apresenta duas estações bem marcadas: inverno seco e verão chuvoso. Com
solo de savana tropical, deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, abriga
plantas de aparência seca, entre arbustos esparsos e gramíneas, e o cerradão, um
tipo mais denso de vegetação, de formação florestal.
A típica vegetação que ocorre no Cerrado possui seus troncos tortuosos, de baixo
porte, ramos retorcidos, cascas espessas e folhas grossas. Os estudos efetuados
consideram que a vegetação nativa do Cerrado não apresenta essa característica
pela falta de água – pois, ali se encontra uma grande e densa rede hídrica – mas sim,
devido a outros fatores edáficos (de solo), como o desequilíbrio no teor de
micronutrientes, a exemplo do alumínio.
Sob o ponto de vista fisionômico existe o cerradão, matas de galeria, o cerrado típico,
o campo cerrado, o campo sujo (chamado de campo rupestre quando localizado
em altas altitudes – topos de serras e chapadas acima de 900m - e afloramentos
rochosos), e o campo limpo que apresentam altura e biomassa vegetal em ordem
decrescente.
Na região de Diamantina predomina na paisagem o Campo Rupestre, também
conhecidos como campos de altitude, que se desenvolvem sobre solos pedregosos,
de baixa capacidade de retenção de água, com formações rochosas muito comuns,
crescendo a maior parte das plantas nas pequenas frestas.
Por escoar rapidamente sobre as rochas após as chuvas, não há formação de lençol
freático, o que torna o ambiente seco, fazendo com que as plantas desenvolveram
adaptações diversas para resolver o problema da falta de água. A biodiversidade
deste ecossistema é grande, sendo a maioria das plantas rasteiras, podendo ser
encontrados também arbustos baixos e, raramente, árvores que não passam de dois
metros de altura. Além desses, existem na região diversos tipos de liquens, orquídeas e
sempre-vivas.
A fauna dos campos rupestres é rica em espécies de anfíbios, répteis, aves e
pequenos mamíferos, além de uma infinidade de insetos.

6.12 Áreas de Preservação

Existem no município de Diamantina, além das áreas protegidas pela legislação


Federal, como as áreas de preservação permanente - APP, as Áreas de Preservação
Ambiental (APA) das Águas Vertentes e da Serra dos Cristais, o Parque Estadual do
Biribiri e o Parque Nacional das Sempre-Vivas (Figura: 6.12.1).
 APA das Águas Vertentes
A Área de Proteção Ambiental Estadual das Águas Vertentes, ou simplesmente APA
das Águas Vertentes, foi criada pelo Decreto n° 39.399, em 1998. A área ocupa um
terreno de 76.310 hectares, adentrando os municípios de Serro, Santo Antônio do
Itambé, Serra Azul de Minas, Couto de Magalhães de Minas, Diamantina, Rio Vermelho
e Felício dos Santos.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


38
O perímetro da APA foi definido levando em consideração um entorno de cerca de
10 quilômetros do Parque Estadual do Pico do Itambé. A região é um vertedouro
natural de água para todo o Jequitinhonha e Rio Doce, encontrando-se lá as
nascentes dos rios: Rio Jequitinhonha, Rio Araçuaí, Rio Vermelho (Rio Suaçuí), Rio
Guanhães, Rio Capivari, Rio Preto e Rio do Peixe, entre outros.
Quanto à cobertura vegetal, a área apresenta campos de cerrado, cerradões, matas
de galeria e os campos rupestres ou de altitude. Nas áreas de campos naturais
encontram-se as sempre-vivas, uma das fontes de renda da região, mas que sempre
foi explorada de forma predatória, sem qualquer benefício para os municípios
produtores. As sempre-vivas são, certamente, objeto de estudos e pesquisas, visando
criar meio alternativo de produção. Junto às nascentes e veios de água encontram-se
matas exuberantes que protegem os mananciais. Nos campos rupestres predominam
as espécies epífitas de orquídeas e bromélias, com enorme variedade de forma,
tamanho e colorido, bem como as canelas-de-ema, gramíneas, euricauláceas e
outras espécies adaptadas ao ambiente.
A fauna local, apesar da caça e do desmatamento indiscriminados na região, ainda é
composta por importantes espécies típicas do cerrado, como a onça, tatus, veados,
jacarés, mocós e inúmeros tipos de aves e peixes.
 Parque Estadual do Biribiri
O Parque Estadual do Biribiri foi criado no ano de 1998, pelo Decreto n° 39.909. Situa-se
no complexo da Serra do Espinhaço, possui paisagens de grande beleza cênica, rios
de leitos de pedras, cachoeiras e campos.
Sua área 16.998,66 hectares abriga várias nascentes e cursos d'água: o Rio Biribiri, o Rio
Pinheiros e diversos córregos, sendo os mais famosos o Sentinela e o Cristais.
A cobertura vegetal nativa é composta por Cerrado, Campos Rupestres e Matas de
Galeria. Abriga fauna variada e alguns espécimes ameaçados de extinção, como o
lobo-guará e a suçuarana.
 APE Manancial Pau de Fruta
A Área de Proteção Especial do Manancial Pau-de-Fruta faz parte do Sistema de
captação de água para o abastecimento do município de Diamantina. Constitui uma
área de 1.700ha cuja proteção vem garantir a perpetuidade das características
qualitativas e quantitativas dessa fonte de abastecimento.
Vegetação de cerrado com predominância de campo rupestre nas partes mais altas.
E, fauna adaptada a ambientes campestres com escassa vegetação arbustiva de
porte baixo (1m a 3m).
 Parque Nacional das Sempre-Vivas
O Parque Nacional de Sempre Vivas foi criado no ano de 2002, por Decreto
Presidencial. Tem por objetivo a preservação ambiental, ambientar pesquisas
científicas e atividades de educação, recreação e turismo ecológico. Abrange áreas
pertencentes aos municípios de Olhos d’Água, Bocaiúva, Buenópolis e Diamantina.
Possui uma área total de 124.555 hectares A sede do Parque está localizada no
município de Diamantina. Ainda se encontra em fase de regularização.

6.13 Proteção do Solo

O desmatamento pela retirada dos espécimes vegetais, como as Sempre-Vivas,


espécime ameaçada, ou pelas queimadas indiscriminadas para a ocupação do
território do município para fins de agricultura, extrativismo ou para o cultivo e criação
de gado traz conseqüências ao solo. São elas: a fragilidade, a propensão à erosão e o

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


39
empobrecimento do solo, além da irreparável conseqüência para a flora e fauna
locais.

6.14 Qualidade Ambiental

6.14.1 Água

As nascentes, córregos e rios do município de Diamantina fazem parte da Bacia


Hidrográfica do rio Jequitinhonha, e do rio São Francisco. Considerando mais
abrangente a primeira bacia, que nasce na região da cidade de Serro, corta o
nordeste do Estado de Minas Gerais e deságua no Oceano Atlântico, no estado da
Bahia.
A região da Bacia do rio Jequitinhonha foi fortemente impactada pelas atividades
extrativistas por conter inúmeras substâncias minerais de interesse econômico, Nos
aluviões do alto curso do Jequitinhonha existem várias atividades de mineração e
alguns garimpos de diamantes e ouro.
Nota-se também que grande parte da área ocupada pela Bacia Hidrográfica do rio
Jequitinhonha é utilizada por inúmeras atividades como a pecuária, agricultura,
silvicultura (monocultivo de eucalipto), extrativismo vegetal além do crescimento das
áreas ocupadas por processos de urbanização, atividades de recreação e atividades
industriais.
Desse modo a degradação dos recursos hídricos desta importante bacia hidrográfica
tem como fontes principais:
 Atividade Agro-industrial:
 Uso de agrotóxicos;
 Desmatamento;
 Lançamento de dejetos de animais;
 Descarte de embalagens de agroquímicos.
 Atividade Urbana:
 Lançamento de esgotos domésticos;
 Disposição inadequada de resíduos sólidos (lixão, material de
construção, lixo hospitalar);
 Atividade de Mineração:
 Degradação de áreas, lixiviação e disposição;
 Inadequada de rejeitos, processos de;
 Assoreamento;
 Beneficiamento mineral.
 Atividade Industrial:
 Lançamento de efluentes industriais,
 Disposição inadequada de resíduos sólidos
Todas essas interferências degradadoras no ambiente natural ocasionam o
desenvolvimento de processos erosivos com conseqüente assoreamento, turbidez e
alteração da qualidade das águas.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


40
6.15 Ocupação em APP

Em Diamantina os núcleos urbanos dos seus distritos foram em sua maioria formados
junto a cursos d'agua. Hoje os córregos e rios que cruzam esses aglomerados urbanos
encontram-se degradados, destituídos de suas matas ciliares e recebem o despejo de
dejetos e lixo. Esse fato foi verificado nas 10 sedes dos Distritos do interior, inclusive na
sede municipal, tais como: os distritos de Planalto de Minas, Senador Mourão e
Desembargador Otoni; e os bairros Jardim, Rio Grande, Palha, Bela Vista entre outros.
(6.15.1).
Figura 6.15.1: Ocupação em APP

É relevante o comprometimento dos recursos hídricos nessa situação. A ocupação em


áreas de preservação e a expansão urbana em terrenos com declividade superior a
45° também são comumente verificadas e sob esse aspecto, a sede municipal
apresenta maior número de casos. Esse tipo de ocupação está sujeita a riscos de
naturezas diversas especialmente em ocasião de fortes chuvas. A forma mais comum
de ocupação dos lotes inclinados é a construção debruçada sobre a encosta. O risco
mais comum desse tipo de ocupação é a erosão pela retirada da vegetação das
encostas íngremes, caso a obra não tenha sido realizada com rigor técnico estrutural,
ou pela erosão do terreno abaixo do edifício.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


41
Figura 6.8.1: Pedologia

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


42
Figura 6.12.1: Áreas de Preservação

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


43
7 TERRITÓRIO MUNICIPAL

7.1 Estrutura Fundiária e Utilização das Terras Urbanas e Rurais

Constatou-se, em Diamantina que a maior concentração dos imóveis urbanos que


possuem registro está localizada nos bairros históricos. Os novos assentamentos,
especialmente os de baixa renda permanecem irregulares do ponto de vista de
registro.
As propriedades rurais possuem em grande parte registro de propriedade.
O município de Diamantina possui área total de 3.869,83km².
Dos 386.983ha da área do município, a utilização de terras para agropecuária até o
censo de 1995, era de aproximadamente 50%, sendo que dessa porcentagem apenas
36% eram produtivas (Tabela 7.2.2).
Tabela 7.2.1: Utilização das terras e número de estabelecimentos em Diamantina – 1995

Estabelecimentos por grupo de área total, segundo Municípios - Minas Gerais

Estabelecimentos segundo os grupos de área total (ha), em 31.12.1995

Município
Menos de 10 a menos 100 a menos 200 a menos 500 a menos 2000 e Sem
10 de 100 de 200 de 500 de 2000 mais declaração

Diamantina 1 213 1 104 119 103 44 15 14

Tabela 7.2.2: Utilização de terras em Diamantina – 1995

Utilização das terras em 31.12.1995, segundo Município - Minas Gerais

Utilização das terras em 31.12.1995 (ha)


Área total (ha)
Município
(1)
Lavouras Pastagens Matas Lavouras em descanso e
permanentes e naturais e naturais e produtivas não utilizadas

Diamantina 194 031 12 457 73 969 55 575 25 789

Fonte IBGE 2007


Tabela 7.2.3: Utilização de terras por área em Diamantina – 1995

Estabelecimentos por grupo de área total, segundo Municípios - Minas Gerais

Estabelecimentos segundo os grupos de área total (ha), em 31.12.1995

Município
Menos de 10 a menos 100 a menos 200 a menos 500 a menos 2000 e Sem
10 de 100 de 200 de 500 de 2000 mais declaração

Diamantina 1 213 1 104 119 103 44 15 14

Fonte: IBGE. Censo Agropecuário, 1995

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


44
7.2 Divisão Municipal

O Município está dividido em onze Distritos:


 Diamantina;
 Planalto de Minas;
 Desembargador Otoni;
 Senador Mourão;
 Inhaí;
 Mendanha;
 São João da Chapada;
 Conselheiro Mata;
 Sopa;
 Guinda; e
 Extração.
Dos Distritos de Diamantina, o mais populoso depois da Sede é Senador Mourão com
2.550 habitantes, seguido de Desembargador Otoni com 2.067 habitantes. Ambos
localizam-se na porção Norte, distam 74km e 90km da sede municipal
respectivamente, podendo ser considerados uma referência urbana importante para
essa região distante da sede. Os distritos em geral possuem total dependência da
sede municipal no que se refere à prestação de serviços e ao comércio especializado,
suprindo-se apenas do comércio básico para a subsistência. A distância,
especialmente dos distritos localizados ao Norte, a falta de conservação da sua infra-
estrutura de acesso e da infra-estrutura urbana, a falta de serviços de transporte
penaliza os moradores desses locais.
A divisão política municipal é regulada pela lei n° 1.887, de 16 de dezembro de 1991,
que dispõe sobre a criação, organização e supressão de Distritos dentro de seu
território.
Figura 7.2.1: Sedes dos Distritos

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


45
8 ORDENAMENTO URBANO

8.1 Plano Diretor de Diamantina

No ano de 1999 foi instituído o Plano Diretor de Diamantina, pela Lei complementar
0035, de 28 de setembro de 1999. A lei foi motivada pela conquista do título de
Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela UNESCO, no mesmo ano. No ano
de 2002, por meio da Lei Complementar n° 50, de 02 de agosto, foram acrescentados
e alterados dispositivos a Lei Complementar n° 35.
O Plano Diretor delimita o Macrozoneamento, ali considerado como polígonos
delimitadores de áreas urbanizáveis, de restrição da urbanização ou de proteção
paisagística. Define ainda o zoneamento da sede municipal, que estabelece as
seguintes zonas urbanas:
 ZPR – Zona de Preservação Rigorosa;
 ZPC – Zona de Preservação Complementar;
 ZPCH – Zona de proteção do Centro Histórico;
 ZR – Zona Residencial;
 ZCO – Zona de Contenção das Ocupações;
 ZUP – Zona de Urbanização Prioritária;
 ZGE – Zona de Grandes Equipamentos;
 EPA – Espaço de Proteção Ambiental;
 EAR – Espaço de Adensamento Restrito;
 AUP – Área de Urbanização Preferencial;
 Faixa de Reserva.
Figura 8.1.1: Plano Diretor de Diamantina

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


46
Cada uma dessas áreas permite usos considerados pertinentes à época da
elaboração do primeiro Plano Diretor de Diamantina.

8.2 Aspectos Físico-Espaciais Urbanos

8.2.1 A Implantação da Sede Municipal e seu crescimento

A cidade de Diamantina está localizada entremeada aos vales de três cursos d'água
principais: o córrego Tijuco, o da Prata e o Quatro Vinténs. Por essa razão está situada
em um sítio bastante acidentado, com topografia variada. Ao Leste do córrego
Quatro Vinténs, situa-se a Serra dos Cristais, que participa do contexto do sítio urbano
como um elemento de grande importância paisagística.
O núcleo histórico, conforme a tradição das cidades brasileiras configurou-se de forma
espontânea, com uma malha urbana irregular. O traçado viário atual, de modo geral,
acompanha o traçado dos caminhos primitivos e o modo como os lotes se
justapuseram no decorrer do desenvolvimento urbano formaram corredores de
circulação suficientes para o modo de locomoção típico do século XVIII.
A análise da formação da cidade realizada no documento "Proposição de Inscrição
de Diamantina na lista do patrimônio mundial; Anexo 5", conclui que a configuração
urbana concentrada da área histórica de Diamantina difere muito da forma linear
com que as cidades de mineração contemporâneas ao seu surgimento eram
conformadas. Relata ainda que os estudos históricos demonstram que a estrutura
urbana se organizou a partir das rotas de mineração e dos caminhos que ligavam os
arraiais que a originaram.
O núcleo histórico manteve-se bastante preservado ao longo dos anos, tanto no
traçado urbano, quanto na arquitetura, o que possibilitou o tombamento, em 1938, de
um vasto acervo.
A configuração urbana consolidada do núcleo histórico e sua arquitetura formaram
ricos espaços urbanos, becos, praças e largos que geram um passeio arquitetural
cheio de surpreendentes visuais.
Na segunda metade do século XX Diamantina ganha edifícios modernos, obras que
confrontam duas eras, e que enriquece de modo surpreendente o ambiente urbano.
Tomando com exemplo desse período, o Hotel Tijuco traz uma interferência
arquitetônica e urbana que ensina um modo de contribuir com a paisagem e o
entorno. A implantação do prédio cria em seu acesso uma praça que parece
mimetizar-se aos largos de surgimento espontâneo e dotando a edificação de
proporções que a integraram na paisagem sem ferir as visuais que revelam os edifícios
históricos.
No entanto a grande maioria das edificações surgidas posteriormente a essas
experiências modernas, especialmente as edificações comerciais, com suas
exceções, não contribuem para manter uma estética que dialogue com a área
histórica, tampouco produziram espaços urbanos compatíveis e ricos com uma
cidade de características tão peculiares.
A expansão urbana continuou a ocorrer de forma desordenada. Especialmente ao
leste e ao sul da encosta do sítio urbano. A massa de edificações comparece na
paisagem do contexto urbano em conflito com a harmonia do conjunto histórico que
se assenta na porção alta.
Outra vertente de crescimento verificada tende a avançar sobre a porção oeste do
território do município, tendo como via de estruturação a BR 367. Estas áreas de
expansão são as mais recentes, seguem orientação do Plano Diretor existente e estão
compatíveis com as destinações das zonas que delimitam essas áreas. No entanto

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


47
existem ocupações em encostas, em terrenos com inclinação superior a 45º,
consideradas área de proteção permanente, ferindo a legislação ambiental.
A escassez de áreas planas entre o rio e os morros íngremes, dos locais próximos ao
centro torna a expansão urbana difícil, especialmente a leste, onde a formação da
Serra dos Cristais cria uma barreira natural. Apesar desse obstáculo, nos últimos dez
anos o surgimento de loteamentos expande a cidade para as encostas dos morros,
muitas vezes em áreas impróprias para ocupação não cessou.
Figura 8.2.1.1: Ocupação Atual de Diamantina

8.2.2 Estrutura Viária

A estrutura viária do núcleo urbano da sede de Diamantina parte da formação de um


anel periférico ao centro histórico, que se inicia no entroncamento da Rodovia BR 367
com a Avenida Silvio Felício dos Santos. Segue pela sua continuação a Avenida Padre
Rolim, Julia Kubistsheck, Avenida da Saudade ou Ladeira do Cemitério e Rua da Palha,
Rua Farinha Seca, Rua do Moinho, Rua das Camélias, Rua Herculano e Rua Rio
Grande, Praça Augusto Neves e Avenida Barão de Paraúna, Rua Paula Vieira até o
segundo entroncamento com a BR 367.
Interceptando o anel viário uma trama de vias, também com função estrutural, forma
um sistema praticamente radial, tendo como centro a Praça JK, encontro entre as
ruas Macau de Cima, do Meio e de Baixo.
Os principais eixos dessa trama radiocêntrica são: no sentido sudoeste-nordeste as ruas
São Francisco e Acaiaca, e no sentido sudeste-noroeste as ruas Paula Vieira, Macau
de Baixo, Rua Direita e Rua João Neves.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


48
Figura 8.2.2.1: Estrutura Viária

8.2.3 Hierarquia viária

O sistema viário da cidade de Diamantina, não somente nas áreas históricas, é de


maneira geral bastante irregular. A hierarquização não é bem definida, no que se
refere à forma/função das vias. Geralmente, as principais ligações viárias apresentam
larguras maiores e algumas vias, apesar de importantes na função de ligação entre
bairros, apresentam dimensões compatíveis com vias de tráfego local. Normalmente a
caixa das vias nas áreas centrais varia nas dimensões ao longo de seu percurso.
Tomando como principal referência a função que cada via desempenha no contexto
geral de circulação da cidade, a hierarquização deste sistema pode ser definida a
partir de quatro categorias de vias, sendo:
 Vias Primárias da categoria 1, que correspondem aos principais eixos
estruturadores periféricos da malha urbana;
 Vias Primárias da categoria 2: Estruturam a malha urbana internamente;
 Vias Secundárias, que correspondem a importantes vias de interligação
entre os diversos bairros da cidade; e
 Vias Terciárias ou Locais, que correspondem às ruas residenciais.
Como vias Primárias da categoria 1 destacam-se as vias pertencentes ao anel viário
periférico que estruturam a malha urbana.
Algumas das principais Vias Primárias de categoria 2 são: a Rua São Francisco e a
Acaiaca, no sentido sudeste-noroeste as ruas Paula Vieira, Macau de Baixo, Rua
Direita e Rua João Neves. Existem soluções de via com mão única na maioria das vias

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


49
de categoria 2, mas pela conformação espontânea, essas vias não mantêm
constância nas dimensões de suas caixas.
Algumas das principais vias secundárias são: a Rua da Glória, Macau do Meio em
continuação com a Rua Arraial dos Forros, Elvira Ramos Couto e Rua Rio Grande. Com
exceção da Rua Elvira Ramos que possui sentido de tráfego duplo e regularidade nas
dimensões as demais vias secundárias operam com sistema de mão única e são
variáveis nas dimensões.
As vias Terciárias ou locais são variadas em sua morfologia, no centro histórico existem
vielas e becos entremeados ao tecido principal. Nos bairros e loteamentos recentes
como o bairro Bela Vista, Vila Arraiola, Residencial Vila dos Diamantes e Campo Belo, a
malha urbana é regular e difere bastante da morfologia do restante da cidade.
As relações de hierarquia viária podem ser bem observadas no mapa do sistema viário
(Volume II: Figura 8.2.3.1)

8.3 Uso do Solo

8.3.1 Os usos em Diamantina

 Uso comercial e de serviços


Diamantina possui alguns corredores viários e lugares que agregam usos comerciais e
de serviços, alguns pontos de concentração de atividades comerciais e de serviços
conformam centros de bairro.
No coração do centro histórico, Bairros Vila Santa Izabel e Centro, verifica-se uma
organização desse tipo de uso de forma mais concentrada, porém com maior ênfase
de atividades voltadas ao atendimento da demanda do turismo.
Outro bairro que agrega atividades de comércio de forma pontual é o bairro
Presidente com concentração na Rua do Areião e na Praça José Augusto Neves.
Como demonstra o mapa de usos, há uma tendência de ocupação por usos
comerciais e de serviços bastante variada e de forma linear ao longo da Avenida
Silvio F. Santos, e sua continuação até a BR 367, nas alturas dos bairros Casas Populares
e Serrano.
A cidade oferece uma seleção bem completa da oferta de comércio e serviços de
diversas categorias como mercados, reposição de peças e serviços autorizados, de
oficinas mecânicas, concessionárias de automóveis, opções de agências bancárias,
diversas especialidades na área da saúde, manutenção de equipamentos eletrônicos,
dentre outras atividades (Volume II: Figura 8.3.1.1).
 Uso Residencial
O uso residencial permeia todos os bairros de Diamantina, afora lugares específicos de
usos comerciais e de serviços, como alguns trechos da BR 367 e alguns pontos do
centro, mais acessíveis para o conjunto do núcleo urbano. Em geral as ruas da cidade
que têm caráter local, abrigam, em sua maior parte, o uso habitacional unifamiliar,
ainda que sejam pontuadas pelo uso misto (habitação/comércio). Vale destacar,
como observação, que é habitual o uso comercial ou de serviços associado à
habitação, inclusive no centro urbano (Volume II Figura 8.3.1.1).
 Uso Industrial
Algumas atividades industriais estão localizadas ao longo da BR 367. Está localizada no
bairro Rio Grande, entremeada ao uso residencial, a fábrica de tecidos, atividade
industrial. O maior impacto dessa atividade é sua proximidade ao córrego Rio Grande,

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


50
e o despejo de efluentes em seu leito, outro impacto possível é o da expansão de
atividades que possam sobrecarregar o sistema viário (Volume II Figura 8.3.1.1).

8.3.2 Uso Institucional

O uso institucional público é descentralizado, existindo edifícios com serviços públicos


em vários pontos da cidade. Conforme se observa no mapa de uso do solo as
instituições têm maior concentração nos bairros Vila Santa Izabel, Centro e Arraial dos
Forros (Volume II Figura 8.3.1.1).

8.3.3 Praças e Parques

O tecido urbano recortado da área histórica é rico em largos, praças e recantos que
transformam o passeio arquitetural em uma experiência cheia de surpresas visuais e
sensoriais.
Podem ser citados alguns espaços que congregam a vida urbana:
 A Praça JK - encontro de três corredores viários históricos, as Ruas
Macau de Cima, do Meio e de Baixo, as três ruas encontram-se
formando um largo de conformação triangular que se dispõe em dois
níveis estando a praça no platô superior. O casario histórico delimita o
espaço urbano e conduz ao Chafariz da Câmara.
Figura 8.3.4.1: Praças no Centro histórico

 A Praça Correia Rabelo abriga a Catedral Metropolitana de


Diamantina, define uma centralidade urbana, com várias atividades
comerciais e de serviços, além de prédios institucionais, a praça é um
ambiente com grande movimento de pessoas, além de funcionar
como um dos marcos referenciais de onde partem os principais
caminhos do percurso turístico do núcleo histórico.
 A rua da Quitanda e a Rua Bonfim também são locais que revelam sua
vocação para abrigar atividades, como feiras e locais de encontro,
dentre muitos outros espaços que se sucedem no tecido urbano.
Apesar dessa vocação do centro histórico para acolher o pedestre e onde atividades
de encontro e lazer são desenvolvidas, o domínio do espaço urbano pelo automóvel
em Diamantina é um fato que desvaloriza a intensidade da paisagem.
Outro fato notável é a ausência de parques ou praças que possuam áreas com maior
intensidade de massa arbórea no núcleo urbano da Sede Municipal. Existem algumas
praças arborizadas, mas nenhum lugar com densidade e dimensão de parque
urbano.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


51
Figura 8.3.4.2: Praças no Centro histórico

Figura 8.3.4.3: Praças no Centro histórico

8.3.4 Ruas e calçadas

Na área do perímetro do tombamento, o dimensionamento de ruas e de calçadas, a


acessibilidade é questão bastante complexa, já que o núcleo histórico guarda, ainda,
os padrões vigentes na época de sua formação, apresentando vários obstáculos nos
percursos de pedestres.
Figura 8.3.5.1: Ruas e calçadas

Porém, nas áreas de ocupação recente, nos bairros periféricos ao centro tombado, o
problema da acessibilidade persiste e grande parte dessas áreas também se

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


52
consolidou com problemas semelhantes aos do centro histórico nas relações de
acessibilidade.

Figura 8.3.5.2: Ruas e calçadas

Assim, o que se observa, são calçadas com grandes desníveis (degraus). Além disto,
muitas vezes, o espaço de circulação dos pedestres é invadido por rampas de acesso
a garagens ou mesmo por construções que avançam sobre o espaço público, ou
simplesmente inexiste a calçada em diversos locais obrigando o pedestre a caminhar
pelas faixas de rolamento das ruas. Os obstáculos, além do desconforto,
comprometem a segurança da população (Figura 8.3.5.1; 8.3.5.2).

8.3.5 Arborização

A arborização é escassa nos logradouros e áreas de domínio público urbanizados de


modo geral. A vegetação é mais abundante nas margens dos córregos e fundos de
quintais, algumas vezes coincidentes.
Figura 8.3.6.1: Ausência de arborização

No entanto a degradação das margens dos cursos d’água que cortam o tecido
urbano é também um problema ambiental agravante do comprometimento da
ecologia urbana. As praças são, de modo geral, pouco arborizadas (Figura: 8.3.6.1).

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


53
Não existem parques ou unidades de conservação no perímetro urbano de
Diamantina.
As praças que mais se destacam pela arborização são: a Praça Bom Jesus, a Praça e
o largo Dom João, o largo da Avenida Francisco de Sá e a Praça JK que exibe um
belo conjunto de palmeiras (Figuras: 8.3.6.2; 8.3.6.3).

Figura 8.3.6.2: Arborização

Largo Dom João

Figura 8.3.6.3: Arborização

8.3.6 Mobiliário Urbano

Não existe mobiliário urbano padronizado no município. São poucos os exemplos de


locais com bancos de praças. No centro histórico, existem algumas áreas com postes
de iluminação padronizados que se restringem ao perímetro de tombamento.
Segundo informações da coordenadoria de arquitetura e projetos, já houve iniciativa
de padronização de lixeiras, que deverão ser futuramente instaladas (Figura: 8.3.7.1).
A sinalização turística do centro histórico é bastante restrita, o restante da sinalização
nos bairros periféricos ao centro não tem tratamento uniforme, assim como parece
inadequado o modo de fixação e a forma como é disposta a sinalização de trânsito
(Figura: 8.3.7.2).

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


54
Figura 8.3.7.1: Mobiliário Urbano

Figura 8.3.7.2: Sinalização e Mobiliário Urbano

Não há marcações para travessia de pedestres nem padronização de quiosques ou


bancas de revistas (Figura 8.3.7.3).
Figura 8.3.7.3: Mobiliário Urbano

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


55
8.4 Sedes dos Distritos do Interior

8.4.1 Configuração Urbana, Hierarquia Viária e Uso do Solo dos Distritos de


Diamantina

 Configuração Urbana
A estrutura dos núcleos urbanos tem conformação linear em quase todos os casos.
Excetua-se o distrito de Mendanha, que tem sua área urbana cortada pelo rio
Jequitinhonha estando o aglomerado urbano dividido em duas porções uma em
cada margem do rio. Os distritos de Planalto de Minas, Extração e São João da
Chapada apresentam indícios de uma formação semelhante, mas hoje possuem uma
configuração mais concentrada com ocupação menos linear.
A configuração urbana nos Distritos é menos afetada pelo relevo, se comparada à da
sede, mas esse fato não foi determinador de uma estruturação viária ortogonal. Do
mesmo modo que a formação das vias na Sede os demais núcleos urbanos dos
Distritos possuem um sistema viário irregular.
 Sistema Viário
O acesso às sedes dos Distritos, com exceção ao distrito de Extração é feito pela BR
367 de onde partem entroncamentos com estradas estaduais e vicinais,
invariavelmente, sem pavimentação.
O sistema viário, tal como se formou na sedes dos Distritos, não apresenta uma
hierarquia complexa. É conformado a partir de uma via principal que é característica
de todos os exemplos. O dimensionamento dessa via é irregular também em todos os
casos.
A via principal é sempre pavimentada, porém o estado de conservação das vias
nessas localidades é bastante precário. Algumas iniciativas de restauração e
complementação de pavimentação foram verificadas em Mendanha e
Desembargador Otoni.
 Hierarquia Viária
Assim podem ser identificadas em alguns casos duas, em outros, três categorias de
vias, sendo:
 Vias Primárias;
 Vias Secundárias; e
 Vias Terciárias, ou Locais.
As vias locais são aquelas que dão acesso direto aos lotes residenciais ou
equipamentos urbanos. Estão dimensionadas com largura variada. As vias de todas as
categorias comportam uma faixa de tráfego por sentido.
As Figuras que ilustram a Hierarquia Viária encontram-se no Volume II na seguinte
ordem:
 Senador Mourão – Figura 8.4.1.1;
 Desembargador Otoni – Figura 8.4.1.2;
 Planalto de Minas – Figura 8.4.1.3;
 Inhaí – Figura 8.4.1.4;
 Mendanha – Figura 8.4.1.5;
 São João da Chapada – Figura 8.4.1.6;
 Sopa – Figura 8.4.1.7;

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


56
 Guinda – Figura 8.4.1.8;
 Conselheiro Mata – Figura 8.4.1.9; e
 Extração – Figura 8.4.1.10.
 Uso do Solo
O uso do solo nas sedes dos Distritos é predominantemente residencial, com pouco
uso misto que geralmente se localiza em um ponto central, com posto de telefonia e
correio. A oferta de espaços com usos institucionais restringe-se à igreja e à escola.
As Figuras que ilustram o Uso do Solo encontram-se no Volume II na seguinte ordem:
 Senador Mourão – Figura 8.4.1.11;
 Desembargador Otoni – Figura 8.4.1.12;
 Planalto de Minas – Figura 8.4.1.13;
 Inhaí – Figura 8.4.1.14;
 Mendanha – Figura 8.4.1.15;
 São João da Chapada – Figura 8.4.1.16;
 Sopa – Figura 8.4.1.17;
 Guinda – Figura 8.4.1.18;
 Conselheiro Mata – Figura 8.4.1.19; e
 Extração – Figura 8.4.1.20.

8.4.2 Características dos Distritos do Interior

Senador Mourão é a localidade que possui maior concentração de usos mistos com
alguns estabelecimentos comerciais que oferecem certa variedade de produtos de
mercearia, papelaria e alguns outros materiais de consumo, podendo ser identificada
uma centralidade urbana com características de centro de bairro. Considera-se esta
a localidade mais desenvolvida como núcleo urbano se comparada a todos os outros
núcleos de Diamantina excluinda a Sede.
Pelas características do município definem-se três regiões com diferentes vocações
(Figura 8.4.2.1):
Figura 8.4.2.1: Distritos

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


57
 Na região Sul a conformação do relevo rochoso, a existência de
cachoeiras e o caráter bucólico dos aglomerados urbanos parecem
revelar um tipo de turismo voltado a atividades de lazer ligadas a
corredores para atividades de turismo de aventura e de lazer em
recantos naturais, com a Sede Municipal como centro cultural e de
apoio a essas atividades (Figura 8.4.2.2; 8.4.2.3);
Figura 8.4.2.2: Distritos da Região Sul

Figura 8.4.2.3: Distritos da Região Sul

 Na porção central do município a existência do Parque Nacional das


Sempre Vivas, próximo a Inhaí e a proximidade de Mendanha ao rio
Jequitinhonha revelam um tipo de atração turística que deve
considerar a preservação destes dois grandes entes naturais (Figuras
8.4.2.4; 8.4.2.5);
Figura 8.4.2.4: Distritos da Região Central

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


58
Figura 8.4.2.5: Distritos da Região Norte

 Os Distritos da região Norte localizam-se em território com maior


vocação para o desenvolvimento de outro tipo de atividade
econômica, especialmente a agricultura e silvicultura e atividades
extrativistas (Figura: 8.4.2.6).
Figura 8.4.2.6: Distritos da Região Norte

8.5 Tipologias Arquitetônicas

8.5.1 Tipologia Residencial

 Arquitetura Civil Histórica


O perímetro da área protegida pelo IPHAN guarda um grande acervo colonial de
casario excepcionalmente conservado.
Diamantina é então uma cidade singular pela conservação de seu acervo histórico
edificado possuindo ali uma variada coleção de tipologias erigidas com técnica
construtiva de alvenaria de adobe, pau-a-pique e taipa.
A tipologia histórica é harmônica quando se observa o conjunto, pelo ritmo das
aberturas e o padrão de acabamento das fachadas, das esquadrias e elementos
pintados em cores de tons profundos. Existe, porém uma diversidade revelada nos
detalhes e elementos de fachada, bem como na volumetria. Agrupam-se casarões
assobradados casas de porta e janela, casas com porão alto e edifícios de até três
pavimentos. Pode-se identificar as seguintes características como sendo comuns à
maioria dos exemplares da Arquitetura Civil Histórica:

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


59
 A casa alinhada à testada que utiliza técnica construtiva de alvenaria
de tijolos de adobe ou taipa e telhado com telhas de barro.

Figura 8.5.1.1: Tipologia Histórica

A tipologia histórica com fim habitacional tem variadas formas de cobertura, com
telhado em quatro águas ou duas. Alguns tipos apresentam pátios na cobertura, além
de outros diversos arranjos com telhas no padrão colonial de capa e bica; É comum a
casa com afastamento em uma lateral, com acesso por uma varanda ornada com
balaustrada ou gradil de ferro fundido.
Figura 8.5.1.2: Tipologia - Variações

As sacadas das janelas dos sobrados apresentam muitas formas, fundidas em ferro ou
feitas de madeira, algumas decoradas finamente com elementos de latão, pinhas de
louça ou vidro. São inúmeras variações da arquitetura colonial com detalhes de
balcões de madeira e ferro fundido. A Casa de Chica da Silva, localizada na Praça
Lobo Mesquita, é um exemplar que exibe uma fachada vedada por Muxarabis,
herança da arquitetura moura, elemento peculiar da arquitetura colonial mineira.
 A casa alinhada à testada do lote, construída de alvenaria convencional de
tijolos de barro. Exemplos dessa arquitetura se difundem nos bairros periféricos
ao perímetro de tombamento.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


60
Figura 8.5.1.3: Tipologia – Alvenaria Convencional

 A casa isolada no lote que utiliza técnica construtiva convencional de


alvenaria de tijolos. Essa tipologia é também presente em alguns casos
onde os terrenos são maiores. Mais comum nas construções
contemporâneas.
Usualmente, a ocupação dos lotes é feita a partir da testada, o afastamento lateral
nem sempre está presente ou pode variar de distância conforme a ocupação de
cada edificação, havendo desde edificações com empena na divisa do lote, até
afastamentos de alguns centímetros que podem chegar até a alguns metros dos lotes
vizinhos. Quando os afastamentos são muito pequenos, 30cm e 60cm entre
construções, são propícios ao acúmulo de lixo e umidade, pois estes são
evidentemente sempre fechados por duas empenas cegas. Embora, como já foi
mencionado, existam casos em que a edificação seja isolada no lote, com
afastamentos em todos os seus limites. Ou ainda, apenas com pátios laterais e/ou
quintais de fundo.
Figura 8.5.1.4: Ausência de Afastamentos nas Construções

 Tipologia de uso misto


Tanto na área tombada quanto nos bairros periféricos existem exemplos de edificação
com uso de habitação e comércio. Observa-se que as características dessa tipologia
na área histórica são bem integradas ao conjunto do casario, diferenciando-se
habitação e edifício de uso misto pelo ritmo de aberturas de portas e janelas no
pavimento térreo. Usualmente podem-se encontrar exemplos de comércio no térreo e

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


61
habitação no pavimento superior ou quando se trata de edificação térrea o comércio
se localiza na parte frontal e a habitação na porção posterior do edifício.
Nos bairros de ocupação recente, a tipologia de uso misto também ocorre, porém
com grande variação na composição das fachadas e das aberturas, afastamentos e
no número de pavimentos.
São poucos os exemplos de edifícios multifamiliares, concentram-se no Bairro Fátima
alguns exemplares. Existem também casas térreas com comércio na frente, residência
nos fundos.

 Tipologia comercial
Alguns dos edifícios localizados no centro histórico já são destinados exclusivamente
ao comércio e prestação de serviços, especialmente nos locais onde ocorrem eventos
como a Praça Barão de Guacuí, Rua da Quitanda, Rua Direita. Encontram-se, ainda,
noutros locais do centro, alguns edifícios destinados exclusivamente ao comércio e
serviços.
A tipologia exclusivamente comercial tem forma bem variada fora do perímetro de
tombamento, onde estabelecimentos de maior porte surgem com arquitetura
contemporânea. A norma urbanística para regular a ocupação dos lotes nos
diferentes bairros da cidade, indicando afastamentos, altura das edificações, número
de pavimentos, taxas de ocupação etc., é estabelecida no Código de Obras, de
1993. Apesar da existência do código e do setor de aprovação, a fiscalização de
edificações irregulares ainda é ineficiente, portanto, muitas vezes obras são realizadas
sem a emissão de alvará de construção, bem como, da carta de habite-se. Nota-se
que as normas de afastamentos são em grande número de casos desrespeitadas.
Figura 8.5.1.5: Tipologia Comercial

 Edificações Religiosas Históricas


Diamantina guarda um patrimônio barroco singular, dos séculos XVIII e XIX, as
construções no estilo barroco da arquitetura religiosa são em sua maioria de notável
simplicidade, leveza e sobriedade, distintas da suntuosa arquitetura de cantaria de
pedra que domina as paisagens de cidades como Ouro Preto e que vem ao
inconsciente quando se fala de barroco mineiro.
A técnica construtiva segue a tradição da época, quando a estrutura principal era
executada em madeira com a utilização de esteios maciços e as vedações em taipa
ou adobe.
As estruturas e aberturas emolduradas de madeira de lei são pintadas em cores vivas,
as alvenarias caiadas de branco destacando as volutas e entalhes dos portais.
A integração das igrejas ao conjunto urbano, também é uma característica particular.
Diferentemente de outras cidades históricas onde as igrejas comumente foram

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


62
erigidas em sítios elevados para destacarem-se e marcarem visualmente a paisagem
urbana, em Diamantina é notável que as edificações religiosas se mesclem aos
quarteirões situando-se em esquinas ou lateralmente às vias principais, ou
simplesmente justapostas ao casario, causando surpresa ao realizar-se o passeio
arquitetural pelas ruas da cidade.
A diversidade dos partidos arquitetônicos existindo exemplos de torre única lateral, a
Matriz com duas torres ou exemplos com uma torre central e torre disposta na
fachada posterior, como é o caso da à Igreja do Carmo. Podemos citar alguns
exemplos que ilustram a variedade na forma da arquitetura religiosa histórica:
 São Francisco com torre única;
 Rosário;
 Capela do Bonfim.
 As igrejas que apresentam o partido com torre central são:
 Igreja das Mercês
 Capela do Amparo,
 Capela de Nossa Senhora da Luz
 Capela da Santa Casa
 Igreja matriz de Inhaí,
 Igreja do Bonfim em São João da Chapada
 Santa Rita em Sopa.
Figura 8.5.1.6: Igrejas - Duas Torres e Torre Posterior

Figura 8.5.1.7: Igrejas - Uma Torre Lateral e Uma Torre Central

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


63
O ornamento e a arte sacra também seguiram um caminho particular, em
Diamantina. A arquitetura religiosa e a ornamentação das igrejas deixaram como
legado exemplos considerados de qualidade excepcional na linguagem do barroco
mineiro.
Figura 8.5.1.8: Arte Sacra

 Arquitetura Oficial Histórica


Apesar de representada por edifícios de volumetria marcante, a arquitetura oficial de
Diamantina está integrada à paisagem do casario. De partido simples. Mantém o
sistema construtivo e o ritmo de aberturas tradicionalmente usados.
Figura 8.5.1.9: Arquitetura Oficial

 A arquitetura moderna
A arquitetura de três edifícios em Diamantina são importantes representantes da
arquitetura moderna brasileira. De autoria do arquiteto Oscar Niemeyer, são eles: o
clube na Rua Barão do Rio Branco, o Hotel Tijuco e o grupo escolar Julia Kubitschek.
No retrato da realidade de Diamantina esses edifícios são considerados exemplos de
importância histórica pela coerência na escala, o respeito ao entorno edificado e ao
espaço urbano, além da impressão na paisagem da representação de um momento
de suma importância para o desenvolvimento da linguagem moderna da arquitetura
brasileira. Esses exemplares convivem integrados ao conjunto histórico e estabelecem
um diálogo entre duas eras, demonstrando desse modo o período da evolução da
linguagem moderna da arquitetura brasileira na paisagem urbana (Figura 8.5.1.10).

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


64
Figura 8.5.1.10: Tipologia Comercial

8.6 Habitação

O Poder Público de Diamantina não apresenta uma política habitacional. Apesar de


não existirem áreas de habitação subnormal como se costuma ver nos grandes
centros, são muitos os exemplos de habitações de baixa qualidade construtiva e
várias áreas com ausência de infra-estrutura de saneamento e de urbanização.
Existem muitos exemplos de residências precárias nos distritos e povoados. Tais de
habitações subnormais ocorrem em pontos espalhados nos bairros e loteamentos
usualmente mesclados com outras construções menos precárias.
O direito à moradia digna é garantido pelo artigo 6° da Constituição da República. O
artigo 23, inciso IX diz que é competência comum da União, dos Estados e dos
Municípios a promoção “de programas de construção de moradias e de melhorias
das condições habitacionais e de saneamento.”
Entende-se por moradia digna aquela que dispõe de instalações sanitárias
adequadas que garantam as condições de habitabilidade, atendida por serviços
públicos essenciais, como água, esgoto, energia elétrica, iluminação pública, coleta
de lixo, pavimentação e transporte coletivo, além do acesso aos equipamentos sociais
básicos.

8.7 Infra-Estrutura e Serviços Urbanos

8.7.1 Comunicações

 Correios e Telégrafos
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos possui uma agência no centro Histórico
localizada na Praça Doutor Prado e na Rua do Bonfim.
 Serviço de Telefonia
Os serviços de telefonia são prestados pela Empresa Oi, antiga TELEMAR/MG, com
aproximadamente 6.227 acessos individuais, com previsão de expansão. Os serviços
de telefonia celular, prestados pela Empresa TELEMIG Celular, hoje transferidos à
Empresa Oi. Além da Telemig, a provedora TIM atua no município.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


65
Tabela 8.7.1.1: Serviço de Telefonia Fixa
Período Referência nov / 2007
Município Diamantina / MG
Empresa TELEMAR
Concessionária TELEMAR/MG
Telefones Fixos Instalados 7196
Telefones Fixos em Serviço 6444
Telefones Individuais 6227
Telefones Públicos 217
Telemar Norte Leste S.A.

8.7.2 Meios de Comunicação de Massa

 Rádio e TV
Diamantina possui atualmente duas emissoras FM - retransmissoras das estações Band
e Jovem Pan; uma AM (Rádio Cultura); a Rádio Comunitária da Associação dos
Movimentos Populares de Diamantina; a Rádio Acaiaca FM Estéreo; a Rádio Cultura
de Diamantina e outras ainda em Projeto como a Rádio Comunitária das Águas
Vertentes do Alto Jequitinhonha, pela ONG FUNIVALE.
Os canais de TV aberta são mais bem captados com o uso de antenas parabólicas. As
principais redes nacionais de televisão são captadas no município, encontrando-se
em implantação a TV Cultura, emissora local e retransmissora da Rede Minas.
 Jornais e Revistas
O Jornal “A Voz de Diamantina” é o representante local distribuído quinzenalmente
com 500 exemplares; o Jornal “Portal do Vale” distribuído semanal, quinzenal ou
bimestralmente, com tiragens de 1.000 exemplares; e o Jornal Gazeta Tijucana. O
município também recebe os principais jornais que circulam no país, como “O Globo”,
do Estado do Rio de Janeiro, “Jornal do Comércio”, do Rio Grande do Sul, incluindo o
jornal “Estado de Minas”, “Hoje em Dia” e “Jornal Balcão”, de Belo Horizonte.
 Internet
Possui acesso às provedoras de internet e serviços de lan houses. Na Internet,
encontram-se vários sites, portais e páginas com referências, imagens e informações
sobre o município e suas pousadas, com intuito de fomentar a atividade turística de
Diamantina, assim como na região do Circuito de Diamantes.

8.8 Energia Elétrica e Iluminação Pública

De acordo com dados fornecidos pela Empresa de Energia de Minas Gerais – CEMIG a
taxa de cobertura do serviço na área urbana é de 97% aproximadamente, enquanto
na zona rural chega a 80%.
A subestação que atende ao município tem utilizado em média, 55% de sua
capacidade total, o que indica a possibilidade de expansão do fornecimento.
A iluminação pública é realizada com lâmpadas a vapor metálico no centro, de sódio
e de mercúrio nas demais áreas, sendo que aos poucos, o mercúrio está sendo
substituído. Há linhas subterrâneas no Centro Histórico, com previsão para
manutenção e ampliação (Volume II: Figura: 8.8.1).

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


66
8.9 Saneamento Ambiental

8.9.1 Abastecimento D'água

A responsabilidade pelo abastecimento de água em Diamantina é da empresa


COPASA, correspondendo a uma cobertura de 99% aproximadamente da área
urbana (Volume II: Figura: 8.8.1). Em geral a população da zona rural se abastece
através de nascentes, poços e cisternas, hoje as principais sedes dos Distritos possuem
tratamento por cloração (PROAGUA).
A sede do município é abastecida com cerca de 85 litros/segundo, captados
principalmente no manancial de Pau-de-Fruta e no manancial de Perpétua, quando
necessário (Volume II, Figura: 8.8.1).
Hoje, a reservação chega a cerca de 1 milhão de litros, considerada suficiente para
atender toda a população, mas há obras previstas para a implantação de novos
reservatórios que irão comportar mais de 5 milhões de litros.
A Estação de Tratamento de Água – ETA funciona 24 horas por dia, realizando o
tratamento convencional na água pela COPASA, fazendo assim com que a água
distribuída seja considerada de boa qualidade.

8.9.2 Esgoto Sanitário

A COPASA também é responsável pelo esgotamento sanitário, havendo uma


cobertura aproximada de 78% da área urbana, através de rede coletora. Pela falta
da ETE - Estação de Tratamento de Esgoto, os dejetos são lançados in natura no Rio
Grande, que corta o bairro de mesmo nome, considerado o mais populoso da cidade.
O projeto de complementação do sistema na sede, para a implantação de novas
redes de esgoto, construção de interceptores ao longo do Rio Grande e Rio da Prata,
junto com a implantação da Estação de Tratamento de Esgotos – ETE já está pronto,
mas ainda não começaram as obras de implantação (Volume II, Figura: 8.8.1).
O projeto PROÁGUA levou saneamento a todas as sedes dos Distritos de Diamantina.
Até a presente data verificou-se que estas estações de tratamento de esgotos - ETE
não estavam, ainda, em condições de funcionamento na maioria das localidades,
apesar de estarem praticamente concluídas em todas elas.
O sistema de drenagem pluvial é de responsabilidade da Prefeitura. Seus principais
problemas se referem à grande intercessão com esgoto, gerando casos de refluxo e
mau cheiro em algumas áreas, além do entupimento pelo lixo carregado pelas
enxurradas.

8.9.3 Coleta e Disposição de Lixo

A limpeza das ruas e a coleta de lixo são realizadas pela própria prefeitura. Os rejeitos
são depositados em um aterro controlado.
O descarte do lixo urbano é feito em local denominado “Aterro Controlado”, nas
proximidades da cidade. Não há adequado tratamento de aterro sanitário e nenhum
resíduo é aproveitado para reciclagem de materiais (Figura: 8.9.3.1).
O lixo é enterrado em camadas, no sistema de aterro simples. A administração pública
deve dar atenção especial para este fato, no sentido de avaliar os riscos de infiltração
de “chorume” decorrente do lixo, além do risco de carreamento superficial do lixo,
pelas águas das chuvas.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


67
A Secretaria de Meio Ambiente informa que os projetos para a criação de aterro
sanitário para servir à sede municipal já estão concluídos, faltando a definição de
área adequada para implantação do projeto.
Outra ação em andamento é a criação da Associação de Catadores de Materiais
Recicláveis, para implantação parcial da coleta seletiva no município.
Figura 8.9.3.1: Aterro Controlado

Não existe coleta de lixo nas sedes dos Distritos do interior, conforme revelado nas
leituras comunitárias existe iniciativa de coleta e disposição em área afastada do
aglomerado urbano ou queima do lixo nas seguintes localidades:
 Quartéis;
 Batatal;
 Conselheiro Mata;
 Inhaí;
 Desembargador Otoni; e
 Planalto de Minas.
Considerado incipiente em todos os Distritos a falta de atenção com a disposição do
lixo, considerou-se como caso mais grave a situação observada em Senador Mourão,
pelo volume de dejetos observados depositados em terrenos baldios, ao longo das
estradas e caminhos e no leito dos córregos.

8.9.4 Limpeza Pública

Existe equipe de serviços gerais da prefeitura que realiza, sistematicamente, o trabalho


de varrição.
Nota-se, porém a precariedade nos trabalhos de capinação, limpeza de bueiros, e
das margens dos rios, além de demais serviços de manutenção como: pinturas de
meio-fios e conservação de calçadas de pedestres, dentre outros dessa natureza. A
existência de lixo acumulado em terrenos baldios e nas vias públicas é notada nos
bairros periféricos, o que denota que a população ainda não desenvolveu uma
consciência ambiental urbana para dar o correto destino ao lixo que produz (Figura:
8.9.4.1).

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


68
Figura 8.9.4.1: Despejo de Lixo às Margens dos Córregos

9 ASPECTOS INSTITUCIONAIS

9.1 Estrutura Administrativa para a Gestão Municipal

A estrutura da administração pública municipal em Diamantina encontra-se assim


configurada:
Figura 9.1.1: Estrutura Municipal

PREFEITO MUNICIPAL
G − ProcuradoriaJurídica
A − AssessoriaEspecial
B − Assessoriade Planejamento
I − CoordenadoriadeEngenhariaeProjetos
N − CoordenadoriadeArquiteturaeProjetos
E − CoordenadoriadeArtesMusicais
T − CoordenadoriadeAgricultura
E − AssessoriaAdministrativadaBanda
Mirim
D − CoordenadoriadeAgricultura
O − CoordenadoriadeAdministração de
ObraseServiços
P − AssessoriadeAssuntosComunitários
R − AssessoriadeComunicação
E − CoordenadoriaOperacionaldeObras
F − CoordenadoriadePonteseBueiros
E − CoordenadoriadePatrulhaAsfálticaede
I Estradas
T − CoordenadoriaGeral deObrase
O Manutenção

Secretaria Secretaria SecretariaMunicipal Secretaria


Municipalde Municipalde deEsporteseLazer Municipalde SecretariaMunicipal
Saúdee Promoção Educação Cultura,Turismoe deMeio Ambiente
Social Patrimônio

Secretaria Secretaria
Municipalde Municipalde
Finanças Administraçãoe R.
Humanos

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


69
A estrutura administrativa da Prefeitura Municipal, em seu formato atual, foi
originalmente instituída em 1995. A partir de então, diversos instrumentos legais vêm
criando unidades orgânicas acopladas ao Gabinete do Prefeito, conforme demonstra
o organograma, gerando concentração de responsabilidades nessa instância. Esta
situação está em fase de revisão, conforme informação da Secretaria de
Administração e Recursos Humanos. Ressalte-se que:
1. A Secretaria de Administração e de Recursos Humanos, além de suas funções
básicas, tem suas competências estendidas para a coordenação do terminal
rodoviário municipal, do aeroporto, do mercado público e do cemitério local,
bem como para o gerenciamento do transporte público municipal e, para
serviços gerais e telefonia;
2. No âmbito da administração municipal, os sistemas de água e esgoto estão
afetos a um Setor vinculado à Coordenação de Obras e Serviços;
3. À Secretaria de Meio Ambiente cabe o gerenciamento dos serviços municipais
de Limpeza Pública;
4. A fiscalização dos serviços municipais, inclusive os relativos às Posturas
Municipais, ficam a cargo de cada órgão setorial;
5. Os recursos de tecnologia de informação estão implantados apenas nos
controles financeiros e de pessoal abrangidos pela Lei de Responsabilidade
Fiscal. Os demais serviços carecem de equipamentos e sistemas, em
abrangência e qualidade;
6. As instalações físicas disponíveis para a Administração Pública Municipal estão
dispersas pela cidade, em prédios alugados e nem sempre adequados, com
exceção do edifício sede, prédio antigo e preservado, ainda que pouco
funcional para os serviços públicos;
7. O número e o estado de conservação dos veículos para serviços da Prefeitura
são considerados insuficientes.
O quadro de pessoal, em setembro de 2007 encontrava-se assim constituído:
Tabela 9.1.1: Unidades de Atendimento à Saúde – Diamantina – MG
Situação Quantitativo

Concursados 759

Contratados 370

Aposentados 49

Contratos anteriores a 1983 – sem concurso 35

Ocupantes apenas de cargos em comissão 42

Pensionistas 2

TOTAL 1.257
Secretaria Municipal de Saúde e Promoção Social

Nota-se carência significativa de pessoal técnico especializado no quadro da


Prefeitura Municipal. No setor de turismo, por exemplo, relevante em Diamantina, a
administração municipal conta apenas com dois bacharéis em turismo, três arquitetos
e dois engenheiros.
Destaca-se a necessidade de iniciativas, em curto prazo, para revisão da estrutura
organizacional bem como para planejamento de recursos humanos, incluindo revisão
geral dos planos de carreiras e salários.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


70
9.2 Promoção Social

A Prefeitura Municipal de Diamantina, seja por meio de parcerias com as instâncias de


governo federal e estadual, seja com recursos próprios, mantém um conjunto
significativo de ações de promoção social, abrangendo com destaque a população
de baixa renda. Dentre elas citam-se:
1. O Programa Bolsa Família, com cerca de 4.000 famílias cadastradas e 2.700
efetivamente atendidas;
2. O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, assistindo cerca de 300
crianças, das quais 120 nos Distritos e 180 na sede do Município. A maior
incidência de trabalho infantil recai sobre as atividades de venda de salgados
e balas nas vias públicas, catação de latas e, em menor número, em
atividades ligadas ao garimpo. No último ano observa-se significativa
diminuição dos casos de trabalho infantil, em princípio atribuída aos resultados
do PETI;
3. Programa Agente Jovem – em parceria com o governo de Minas Gerais,
atende 50 adolescentes em atividades de preparação para o trabalho. O
Município deveria aportar contrapartida de 10% do valor empregado,
entretanto, por meio do Fundo Municipal de Assistência Social, tem
ultrapassado este limite. Ressalte-se que a demanda para o Programa Agente
Jovem chega a aproximadamente 500 adolescentes, que se encontram em
fila de espera para atendimento;
4. Programa Porta do Vale – atende andarilhos e doentes mentais vindos
principalmente de outros municípios do Vale do Jequitinhonha em trânsito por
Diamantina. São atendidos em Abrigo mantido pela Prefeitura e, quando é o
caso, encaminhado aos hospitais públicos do município;
5. Benefício de Prestação Continuada – Previdência Social – atende 811 idosos e
deficientes próximos à aposentadoria com assistência social e um salário
mínimo;
6. O governo municipal mantém o CRAS – Centro de Referência em Assistência
Social de Diamantina, que atende cerca de 200 famílias, de acordo com a
necessidade apresentada. Possui sede alugada e conta com uma assistente
social e uma psicóloga. São promovidos, dentre outras atividades, cursos de
qualificação profissional, tais como para empregadas domésticas e babás.
Mantém uma agência municipal de colocação profissional. Trabalha também
com incentivo ao artesanato, tendo em vista o estímulo à geração de
emprego e renda.

9.3 Saúde

A microrregião de saúde da qual faz parte Diamantina é composta também pelos


municípios de Carbonita, Coluna, Congonhas, Couto de Magalhães, Datas, Felício dos
Santos, Gouveia, Itamarandiba, Presidente Kubitscheck, Santo Antônio do Itambé, São
Gonçalo do Rio Preto, Senador Modestino Gonçalves e Serro.
Diamantina é a sede da Diretoria Regional de Saúde que abrange 34 municípios
mineiros (Tabela 9.3.1).

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


71
Tabela 9.3.1: Unidades de Atendimento à Saúde – Diamantina – MG
UNIDADE No. LOCALIZAÇÃO

Centro de Saúde 6 Bela Vista, Bom Jesus, Palha, Centro Rio Grande, Dom
João

Creche Comunitária 1 Maria Nunes

Hospital de Nossa Senhora da Saúde 1 Centro

Policlínica Regional Centro

Hemominas – Regional de 1 Centro


Diamantina

Posto de Saúde 13 Conselheiro Mata, Desembargador Otoni, Mendanha,


Planalto de Minas, São João da Chapada, Senador
Mourão, Vau, Capoeirão, Extração, Inhai, Maria Nunes,
Pinheiro, Sopa

Postos Saúde da Família 6 Via Operária, Rio Grande, Bela Vista, Palha, Rio Grande,
Senador Mourão

Santa Casa de Caridade 1 Centro

NAO – Núcleo de Atendimento 1 Centro


Odontológico

NAPS – Núcleo de Atendimento 1 Centro


Psico-Social – Centro de Atenção
Psico-Social (Atendimento a 19
municípios da região)

Laboratórios de Análise Clinica 3 Polivalente, Centro e Largo Dom João


DATASUS – Ministério da Saúde – Secretaria de Atenção à Saúde
Setembro de 2007-10-31

O Município conta ainda com uma Farmácia Central responsável pela distribuição de
medicamentos básicos à população. Dispõe também de serviços de ultrassonografia,
mamografia, tomografia computadorizada, endoscopia digestiva, anatomia
patológica e citologia.

9.3.1 Quadro de Pessoal da Prefeitura Municipal de Diamantina no Setor de Saúde

A Prefeitura Municipal de Diamantina mantém 377 funcionários dedicados à área de


saúde e promoção social 3. Dentre eles:
 84 Agentes Comunitários de Saúde;
 5 Psicólogas;
 4 Pedagogas;
 4 Fisioterapeutas;
 3 Nutricionistas;
 1 Fonoaudióloga;
 1 Terapeuta Ocupacional;
 14 Enfermeiros;
 7 Técnicos de Enfermagem;

3 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde e Promoção Social.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


72
 36 Auxiliares de Enfermagem;
 2 Farmacêuticos;
 19 dentistas;
 10 Médicos - Clínica Geral;
 2 Médicos – Psiquiatria;
 2 Médicos – Cardiologia;
 1 Médico – Ortopedia;
 4 Médicos – Gineco-Obstetrícia;
 2 Médicos – Pediatria;
 1 Médico – Neurologia;
 1 Médico – Cirurgia Geral;
 2 Fiscais Sanitários;
 1 Médico Veterinário;
 6 Técnicos em Higiene Dental;
 1 Assistente Social;
 1 Técnico em Saúde Pública; e
 Conselho Municipal de Saúde.
Implantado por Lei Municipal em 1990, o Conselho mantém-se atuante. O Fundo
Municipal de Saúde foi instituído por Lei Municipal, em 1991, cabendo ao Secretário
Municipal de Saúde e Promoção Social a sua gestão e elaboração do plano de
aplicação dos recursos dele oriundos.
 Vigilância Sanitária e Serviço de Zoonoses
Conta com equipe composta por um dentista e cinco fiscais sanitários que fiscalizam o
ambiente natural, estabelecimentos comerciais e da área de saúde. Já o serviço de
zoonozes é composto por três agentes de saúde para controle de roedores, sorologia
para leishmaniose e campanha de vacinação anti-rábica animal.
Em síntese, pode-se afirmar que os serviços de saúde disponíveis em Diamantina são
amplos e bem distribuídos. Há, entretanto, que ressaltar que o Município, como pólo
do Alto Jequitinhonha atrai, no setor de saúde, a população de inúmeros municípios
da região, tendo que arcar com o atendimento de milhares de cidadãos carentes,
além daqueles habitantes de seu território. Assim, a intensa demanda e as carências
quanto às instalações, equipamentos, materiais, tecnologia e recursos humanos já
existentes para o atendimento de qualidade ao cidadão diamantinense são
potencializadas, exigindo investimentos significativos em busca da melhoria e
expansão dos serviços.

9.4 Legislação de Interesse Municipal

As leis de interesse do município existentes atualmente são fundamentais para validar


as ações de desenvolvimento em Diamantina. Através destas leis a administração
municipal faz o seu planejamento e baseia as suas ações de desenvolvimento.
Levantou-se a existência das seguintes leis municipais.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


73
9.4.1 Lei Orgânica do Município

A Lei Orgânica do Município foi criada em 21/03/1999, contempla um conjunto de


artigos que definem a estrutura e a organização municipal e com o objetivo de
assegurar os direitos individuais e coletivos de seus cidadãos. No seu Título III, Capítulo II
define como sendo competência do Município gerir as questões do território urbano e
da organização da administração municipal. A lei orgânica pode ser considerada
como um tipo de constituição municipal.

9.4.2 Ordenamento Territorial e Urbano

 Lei do Plano Diretor:


Lei Complementar n° 0035, de 28 de setembro de 1999, institui o Plano Diretor de
Diamantina.
 Lei do Perímetro Urbano:
Lei n° 961, de 19 de agosto de 1975, modifica o perímetro urbano de Diamantina
definindo seu perímetro até 1988, quando sofre nova modificação aprovada, em 26
de agosto de 1988.
 Código de Obras:
Instituído em 23 de dezembro de 1983, o Código de Obras atende às exigências
básicas do município, estabelecendo as condições para execução de projetos e
obras no município, e dispondo sobre as regras de construção de edificações.
 Código de Posturas:
Instituído pela Lei Complementar n° 09, de 23/12/1993. O Código de Posturas de
Diamantina visa garantir o bem estar, higiene e a ordem pública, Define medidas de
proteção ao patrimônio cultural e segurança pública.
 Código Tributário:
Instituído pela Lei Complementar n° 10, de 23/12/1993. O Código Tributário de
Diamantina estabelece as normas tributárias, tributos e taxas municipais e suas
aplicações.

9.5 Instrumentos de Planejamento e Gestão

9.5.1 Órgãos de Participação e Representação

Os Conselhos existentes instaurados, em atendimento mínimo a legislação Federal,


são:
 Conselho de Saúde
A descentralização das políticas de Saúde, no âmbito da Reforma Sanitária, ocorrida
a partir da década de 1990, passou a incluir os Conselhos de Saúde nas três esferas de
governo. A sua criação é condição para o repasse de recursos de outras esferas de
governo.
 Conselho de Assistência Social
A existência do Conselho de Assistência Social atende a disposições legais neste setor
de governo, como a instituição da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, em 1993.
 Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


74
A promulgação da Lei n° 8.096, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da
Criança e do Adolescente, proporcionou uma mudança na estrutura jurídica e
institucional de assistência a crianças e adolescentes.
Por essa lei os conselhos de caráter deliberativo e paritário ficam obrigatórios, em
relação à participação popular, nas três esferas de governo, alem da criação de
Fundos Especiais também nas três esferas.

9.5.2 Instrumentos orçamentários existentes

 Plano Plurianual – PPA: Existe e é obrigatório para os municípios, tem


duração quadrienal e é responsável pelo planejamento dos
investimentos do governo neste período. Sua vigência interpola a
transição dos governos durante um ano, devendo o governo iniciante
de um mandato seguir o PPA do mandato antecedente nesse período.
 Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO: Existe e é o instrumento legal que
guia a gestão dos recursos disponíveis no orçamento municipal.
Alicerçada no Plano Plurianual de Investimentos, serve de instrumento
complementar para a elaboração da Lei de Orçamento Anual.
 Lei de Orçamento Anual – LOA: Existe e é obrigatória. Sua vigência é
anual devendo ser refeita para o ano seguinte. De caráter mais
específico que a LDO, esta lei discrimina as receitas e as despesas
planejadas para o ano seguinte, orientando como o município deve
utilizar recursos financeiros. Deve seguir as diretrizes traçadas na Lei de
Diretrizes Orçamentárias e no Plano Plurianual de Investimentos que são
aprovados pela Câmara Municipal.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


75
PARTEII

1 EIXOS ESTRATÉGICOS E TEMAS PRIORITÁRIOS

1.1 Objetivo Geral

PROMOVER O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA


TENDO EM VISTA GARANTIR O DESENVOLVIMENTO HUMANO E O BEM-ESTAR DE SEUS
HABITANTES, A PARTIR DO ORDENAMENTO DO USO DO SOLO E DO CUMPRIMENTO
DAS FUNÇÕES SOCIAIS AFETAS AOS SERVIÇOS PÚBLICOS E À PROPRIEDADE.

Em direção ao desenvolvimento sustentável, busca-se considerar o município:

 COMO CIDADE PÓLO DA REGIÃO DO ALTO JEQUITINHONHA, EM ESPECIAL


QUANTO À OFERTA DE OPORTUNIDADES EDUCACIONAIS E DE FORMAÇÃO
PROFISSIONAL, À GERAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE TECNOLOGIAS E À
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM SUA REGIÃO DE INFLUÊNCIA;
 COMO MUNICÍPIO TURÍSTICO, COM ÊNFASE NO TURISMO HISTÓRICO-CULTURAL
DE BASE SUSTENTÁVEL VOLTADO PARA OS MERCADOS ESTADUAL, NACIONAL E
INTERNACIONAL, E COM POTENCIALIDADES PARA O TURISMO ECOLÓGICO E DE
AVENTURA, DE FORMA INTEGRADA COM OS DEMAIS MUNICÍPIOS DA REGIÃO E
EM SINTONIA COM A VOCAÇÃO TURÍSTICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS;
 COMO MUNICÍPIO VOCACIONADO PARA A AGRICULTURA, CONSIDERADA A
PRESERVAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS E AS ATIVIDADES AGRÍCOLAS DE NATUREZA
COMUNITÁRIA, BEM COMO PARA PRÁTICAS EXTRATIVISTAS DE BASE
SUSTENTÁVEL.

1.2 Princípios Norteadores do Plano Diretor


Os princípios constitucionais fundamentais norteadores do Plano Diretor são:
Da função social da propriedade – ações, metas e medidas estabelecidas no
Plano Diretor devem ter, no mínimo, um equilíbrio entre as formas de
desenvolvimento econômico e desenvolvimento social e humano da cidade.
Centrado nesse princípio, O plano deve buscar redirecionar recursos e riquezas de
forma mais justa, de modo a combater as situações de desigualdade econômica
e social vivenciadas em Diamantina. Significa a vinculação do desenvolvimento
urbano, com o direito ao meio ambiente, à infra-estrutura urbana, ao transporte e
serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações,
voltado para eliminar a pobreza e reduzir as desigualdades sociais;
Do desenvolvimento sustentável – visão de que as pessoas são o centro das
preocupações e têm o direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia
com a natureza. Entende-se ainda que o desenvolvimento da cidade somente
poderá ser considerado sustentável se estiver voltado para eliminar a pobreza e
reduzir as desigualdades sociais. Pensar na melhoria do meio ambiente significa,
também o pleno atendimento do objetivo de enfrentar as causas da pobreza, que
afeta a maioria da população que vive nas cidades;
Das funções sociais da cidade – aplicação de medidas mediadoras da intensa
litigiosidade dos conflitos urbanos, como o caso de preservação de bacias e
mananciais, utilização de áreas públicas e verdes para fins de moradia, e

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


1
destinação de áreas para finalidades essenciais. Permite que, por meio do Plano
Diretor, o Poder Público Municipal possa exigir o cumprimento do dever do
proprietário, o seu direito em benefício da coletividade, que implica numa
destinação concreta do seu imóvel para atender um interesse social;
Da igualdade e justiça social – promoção de ações voltadas à garantia do direito
de todos, referência para impedir medidas e ações dos agentes públicos e
privados que gerem situações de segregação e exclusão de grupos e
comunidades carentes. Enquanto essa população não tiver acesso à moradia,
transporte público, saneamento, cultura, lazer, segurança, educação, saúde, não
haverá como postular a igualdade e justiça social e que a cidade esteja
atendendo à sua função social;
Da participação popular – incorporação da concepção de planejamento prevista
na Constituição Brasileira, por meio de mecanismos estabelecidos no Estatuto da
Cidade: promoção de audiências públicas e debates com a participação da
população e de associações representativas de vários segmentos da
comunidade; publicidade quanto aos documentos e informações produzidas; o
acesso de qualquer interessado aos documentos e informações produzidos. O
direito político de participação como um direito individual, deve ser observado
pelo Poder Público Municipal tanto no processo de elaboração do Plano Diretor,
como – e principalmente – no processo de sua implementação. Sistemas de
gestão democrática devem ser constituídos por lei.

2 DIRETRIZES E LINHAS ESTRATÉGICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO


MUNICÍPIO DE DIAMANTINA
As diretrizes e linhas estratégicas apresentadas para Diamantina correspondem ao
modelo da cidade desejada por seus cidadãos. Buscam formalizar o papel que o
município deverá assumir nos contextos regional e nacional, de acordo com sua
especialização, considerando a adoção de mecanismos e instrumentos de
participação da sociedade.
As diretrizes e linhas estratégicas para o município de Diamantina são formuladas de
forma a ter as intenções do plano conhecidas e debatidas, permitindo ganhar adesão
e orientar o processo de planejamento. São definidas em busca de transformações
físicas de caráter urbano como também de posturas e ação política, desenhadas
para que o município aumente sua competitividade e promova a melhoria da
qualidade de vida de seus habitantes.
Temas críticos para a transformação do município foram identificados e analisados no
processo de construção do Retrato Atual do Município, obtido a partir de Leituras
Técnicas e de Leituras Comunitárias. Um tema é considerado crítico para o futuro de
um núcleo urbano quando apresenta entraves ou gera possibilidades para melhorar a
qualidade de vida e aumentar a competitividade para atrair e manter atividades
econômicas, além de antecipar problemas, dar respostas às oportunidades e
solucionar dificuldades.

2.1 Diretrizes
As diretrizes gerais a partir das quais são formalizadas as linhas estratégicas estruturais e
as correspondentes estratégias referentes ao Plano Diretor provêm da Constituição
Federal e do Estatuto da Cidade (Art. 2°), levando em consideração a Agenda 21 e a
Agenda Habitat. Desta forma, representam, em princípio, diretrizes para as políticas
urbanas de todos os municípios brasileiros.
Assim, partindo da concepção da Cidade Desejada, são explicitadas as seguintes
Diretrizes para o Desenvolvimento Municipal de Diamantina:

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


2
I. Garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como direito à terra urbana,
à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e
serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
II. Gestão democrática por meio de participação da população e de associações
representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e
acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;
III. Cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da
sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social;
IV. Planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da
população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área
de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e
seus efeitos negativos sobre o meio-ambiente;
V. Oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos
adequados aos interesses e necessidades da população e às características
locais;
VI. Ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:
a) A utilização inadequada dos imóveis urbanos;
b) A proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
c) O parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivo ou inadequado em
relação à infra-estrutura urbana;
d) A instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como
pólos geradores de tráfego, sem previsão da infra-estrutura correspondente;
e) A retenção especulativa do imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou
não utilização;
f) A deterioração das áreas urbanizadas;
g) A poluição e degradação ambiental.

VII. Integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo


em vista o desenvolvimento socioeconômico do Município e do território sob
sua área de influência;
VIII. Adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de
expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental,
social e econômica do Município e do território sob a sua área de influência;
IX. Justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de
urbanização;
X. Adequação dos instrumentos da política econômica, tributária e financeira e
dos gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a
privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens
pelos diferentes segmentos sociais;
XI. Recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a
valorização de imóveis urbanos;
XII. Proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e
construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico e paisagístico;
XIII. Audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos
processos de implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos
potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído, o
conforto ou a segurança da população;

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


3
XIV. Regularização fundiária e urbanização das áreas ocupadas por população
de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de
urbanização, uso e ocupação do solo e edificações, consideradas a situação
socioeconômica da população e as normas ambientais;
XV. Simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das
normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da
oferta de lotes e unidades habitacionais; e
XVI. Isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de
empreendimentos e atividades relativos ao processo de urbanização,
atendido o interesse social.
Estas diretrizes gerais desdobram-se, quando da elaboração de planos setoriais,
em diretrizes específicas, por exemplo, para o setor habitacional, para a saúde,
educação, saneamento básico, para a circulação viária e transportes públicos,
para a energia elétrica e iluminação pública, para o desenvolvimento turístico,
para os esportes, lazer e recreação, etc.

2.2 Linhas Estratégicas e Estratégias


Em decorrência do objetivo, dos princípios e das diretrizes fixadas, um conjunto de
Linhas Estratégicas é explicitado para o desenvolvimento sustentável da cidade de
Diamantina e de seus distritos, partindo da análise da situação vigente e da
construção de cenários futuros alternativos para chegar à concepção do município
desejado.
Um exercício preliminar resultou na formulação das seguintes Linhas Estratégicas e
respectivas Estratégias, que foram analisadas, aperfeiçoadas e complementadas com
a contribuição dos representantes da sociedade local, reunida em Oficina de
Trabalho.
Linha estratégica 1
Delimitar, organizar e qualificar os espaços urbanos
Esta Linha Estratégica tem como propósito: (i) a qualificação, por seu
ordenamento, e a melhoria da configuração urbana da sede municipal e dos
distritos e vilas rurais; (ii) a regulamentação e controle dos usos e da ocupação
do solo urbano; (iii) a hierarquização do sistema viário (iv) o provimento de áreas
apropriadas para habitações destinadas a cidadãos de baixa renda e (v) o
tratamento paisagístico das áreas públicas, visando a constituição de espaços
urbanos harmônicos, funcionais e agradáveis.
 Adoção de medidas direcionadas ao ordenamento da expansão urbana;
 Promoção da regularização fundiária nas áreas urbana e rural;
 Implantação, recuperação e manutenção de espaços e equipamentos
urbanos voltados para o bem estar e para a mobilidade do cidadão;
 Criação de parques e arborização dos espaços públicos urbanos;
 Contenção da expansão urbana em áreas inadequadas;
 Qualificação dos espaços públicos por meio da revitalização de praças e ruas
e da padronização de elementos que causam poluição visual;
 Controle da poluição sonora no meio urbano.
Linha estratégica 2
Assegurar infra-estrutura e serviços públicos de qualidade
A Linha Estratégica 2 tem como propósito garantir o abastecimento de água
tratada, a coleta e tratamento do esgotamento sanitário, a drenagem pluvial

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


4
nas áreas urbanas, a limpeza das áreas públicas urbanas, o aperfeiçoamento do
sistema de coleta, tratamento e disposição dos resíduos sólidos e a implantação
e melhoria do sistema de circulação viária, de transporte coletivo e de trânsito.
Água tratada
 Ampliação da rede de reservatórios e de distribuição de água nas áreas
urbanas.
 Implantação de sistema de tratamento e ampliação da rede de distribuição
de água na área rural.
Esgotamento Sanitário
 Implantação da infra-estrutura de esgoto na sede municipal, manutenção e
ampliação da infra-estrutura implantada nos distritos e implantação de sistema
de coleta nas áreas rurais.
Gestão de Resíduos Sólidos
 Expansão e implantação de melhorias no sistema de coleta, disposição e
tratamento de lixo nas áreas urbanas e na sede dos distritos.
Drenagem Pluvial
 Implantação de sistema de drenagem pluvial na sede do município e na sede
dos distritos.
 Recuperação das áreas de proteção permanente ao longo de cursos d’água.
 Contenção da ocupação irregular das margens de cursos d’água, com vistas
à melhoria do escoamento das águas advindas de precipitações
pluviométricas.
Sistema Viário, Transporte e Trânsito
 Disciplinamento dos meios de transporte coletivo, de forma a promover a
qualidade dos serviços prestados e adequá-los às necessidades da população,
no meio urbano e rural;
 Elaboração e implantação de um Plano Diretor de Transporte Urbano – PDTU
como explicitação de políticas de transporte e circulação, visando
proporcionar o acesso amplo e democrático ao espaço urbano, levando em
consideração a nova configuração desenhada pelo Zoneamento da sede
municipal e pela criação das novas macrozonas urbanas nos Distritos;
 Promoção da mobilidade urbana, priorização do pedestre e implantação de
um sistema integrado de transporte complementar a um sistema estrutural de
circulação, dando impulso a um modelo multimodal de transporte público;
 Compatibilização do transporte coletivo e particular com as características das
vias de circulação e com o uso do solo;
 Reordenamento do trânsito urbano visando a fluidez e a segurança do tráfego
e a organização do espaço público, com tratamento diferenciado para as
áreas de interesse histórico e turístico.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


5
Figura 2.2.1 – Reordenamento do Trânsito Urbano

Energia elétrica e Telecomunicações


 Promoção da melhoria do sistema de distribuição de energia elétrica nas áreas
urbanas e rurais por meio do fortalecimento da parceria com os organismos
estaduais e federais envolvidos;
 Promoção de melhorias no sistema de telecomunicações, por meio da
intensificação do intercâmbio e de parcerias com o poder público estadual e
federal e com a iniciativa privada local e regional.
Linha estratégica 3
Priorizar investimentos e ações voltadas para a recuperação e conservação do
meio ambiente
Esta Linha Estratégica tem como propósito a recuperação, a proteção e a
conservação do patrimônio ambiental de Diamantina e o fortalecimento da
gestão sustentável dos recursos naturais.
Recuperação de áreas degradadas
 Contenção do desmatamento e da ocupação indevida de áreas de proteção
ambiental e recuperação das áreas de preservação permanente, degradadas
ou suscetíveis à degradação, incluindo o reflorestamento em áreas de
mananciais e a recuperação de matas ciliares;

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


6
 Recuperação e preservação de nascentes e cursos d’água que cortam o
município de Diamantina por sua importância no contexto do meio ambiente e
do turismo nacional.
Gestão ambiental sustentável dos meios de produção agrícola
 Promoção do uso controlado de defensivos agrícolas e dos recursos hídricos
para irrigação;
 Controle dos efeitos nocivos ao meio ambiente advindos dos processos
produtivos típicos do ambiente rural como a produção de carvão vegetal e a
prática da monocultura em grande escala;
Promoção da Educação Ambiental
 Priorização da ação educativa como meio para a preservação do meio
ambiente e para o desenvolvimento do turismo sustentável.
Linha estratégica 4
Assegurar os direitos e a qualidade de vida dos cidadãos
A Linha Estratégica 4 tem o propósito de promover o direito à saúde, à
educação, à promoção social e à segurança pública de qualidade, bem como
favorecer o acesso de toda a população à cultura, ao esporte e ao lazer.
Saúde
 Expansão e melhoria da qualidade dos serviços públicos de saúde prestados
pelo município à população local e estendida à população da região do Alto
Jequitinhonha, por meio de investimentos na capacitação profissional para o
setor, na reforma e ampliação das instalações físicas, na adequação do
sistema de transporte de pacientes, na modernização de equipamentos,
dentre outras ações estruturais e de desenvolvimento setorial.
Educação
 Oferta de educação básica de qualidade para a totalidade dos habitantes do
município na idade escolar correspondente;
 Planejamento da rede escolar e implantação de unidades de educação
básica de acordo com a demanda e com os locais de moradia da população
em idade escolar;
 Atendimento à demanda de educação profissional, em parceria com o poder
público estadual e federal e com a participação do empresariado,
considerando as demandas do setor produtivo local e as vocações
econômicas do município, com ênfase no turismo e na agropecuária;
 Promoção do acesso da população à educação de nível superior,
considerando a demanda local, o mercado regional e as vocações do
município.
Esporte e lazer
 Planejamento e implantação de diretrizes e ações municipais voltadas para a
promoção e o incentivo a opções variadas de esporte e lazer, acessíveis a
toda a população;
 Implantação de equipamentos públicos voltados para a prática do esporte e
lazer;
 Criação de áreas de lazer e promoção de iniciativas para a implantação de
equipamentos de lazer e cultura na sede municipal e nas sedes dos distritos.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


7
Cultura
 Valorização da memória cultural e do patrimônio cultural material e imaterial
do Município, como Patrimônio Cultural da Humanidade;
 Promoção de ações que busquem retomar a recuperação e a perenização
do significado cultural e histórico do município e incentivar as manifestações
artísticas, folclóricas e religiosas típicas;
 Planejamento e realização, com a efetiva participação da comunidade, dos
eventos culturais e religiosos tradicionais de Diamantina, buscando a
concretização de parcerias entre o poder público, os organismos não
governamentais e a iniciativa privada;
 Promoção das manifestações artísticas e do acesso à produção cultural
contemporânea e incentivo ao seu desenvolvimento em Diamantina.
Promoção Social
 Promoção continuada da política municipal de promoção social voltada para
a população de baixa renda, de forma a permitir o resgate da cidadania, a
participação e inserção social e o estabelecimento de condições para uma
vida digna e cidadã;
 Planejamento e implementação de programas para provimento de unidades
habitacionais destinadas à população de baixa renda, que priorizem a
relocalização de famílias que habitam áreas impróprias ou de risco e que
envolvam a população abrangida na definição e na implantação das
soluções a serem adotadas.
Segurança pública
 Melhoria da segurança pública pela ampliação e capacitação dos
contingentes militares e civis e pelo planejamento e implementação de postos
integrados de defesa social para atendimento, com qualidade, da sede e dos
distritos.
Linha estratégica 5
Promover o desenvolvimento econômico sustentável
Esta Linha Estratégica tem o propósito de incentivar o crescimento e a
diversificação da economia municipal com enfoque sustentável, buscando
promover: (i) a ampliação e a verticalização das atividades da agricultura; (iii) a
modernização dos recursos técnicos e tecnológicos; (iv) o aumento da
produtividade e competitividade dos produtos locais; (v) a organização e o
desenvolvimento e a ampliação da cadeia produtiva do turismo de base
sustentável; (vi) a criação de oportunidades de trabalho e a melhoria da renda.
Gestão Sustentável do Turismo
 Elaboração do Zoneamento Econômico-Ecológico em compatibilidade com o
Plano Diretor para identificar as potencialidades e as limitações dos recursos
naturais, econômicos e sociais do município e proporcionar a adoção de
instrumentos adequados à resolução dos problemas advindos do uso
inadequado dos recursos naturais de Diamantina;
 Elaboração e implantação do Plano Estratégico Municipal de Desenvolvimento
Sustentável do Turismo;
 Ampliação da infra-estrutura e dos equipamentos para promoção e
diversificação do turismo na sede municipal e nas áreas rurais, tendo em vista
os mercados regional, estadual, nacional e internacional.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


8
 Incentivo e promoção de oportunidades educacionais visando a capacitação
profissional para a cadeia produtiva do turismo local e regional.
Agricultura
 Promoção do cooperativismo e de outros mecanismos associativistas, de forma
a promover o setor produtivo e minimizar barreiras para o acesso aos mercados
regional e nacional;
 Desenvolvimento, fixação e disseminação de alternativas tecnológicas
adequadas às atividades rurais;
 Incentivo à fixação de pequenos produtores rurais e à prática da agricultura
familiar;
 Incentivo à diversificação de culturas agrícolas e à ampliação de práticas do
cultivo orgânico.
Produção industrial e artesanal
 Ampliação da produção industrial e artesanal, respeitadas as vocações do
município, com ênfase para os setores de tecelagem, madeireiro e alimentício;
 Desenvolvimento sustentável do setor extrativista mineral e vegetal,
condicionado por soluções tecnológicas adequadas e instrumentos de
regulação rigorosos, tendo em vista a preservação ambiental.
Linha estratégica 6
Fortalecer a Gestão Municipal
Esta Linha Estratégica implica implantar as condições adequadas para planejar,
controlar, monitorar as políticas públicas municipais, bem como implementar
processos e avaliar resultados de forma compartilhada entre o poder público, a
iniciativa privada e a sociedade civil organizada.
 Definição e implantação de políticas públicas setoriais pactuadas com a
sociedade local, relativas a cada setor pertinente à gestão municipal e aos
serviços públicos, priorizando a população de baixa renda e em risco social.
 Ampliação e intensificação do intercâmbio e de parcerias com o poder
público federal, governo estadual, municipal e iniciativa privada, tendo em
vista a consecução dos objetivos e metas de desenvolvimento municipal, a
recuperação e gestão sustentável do meio ambiente, o bem-estar da
população local, e em especial os grupos menos favorecidos e em situação de
risco social,
 Implantação das condições estruturais e de organização e modernização da
administração pública que possibilitem o cumprimento eficaz dos papéis e
competências do poder executivo, com destaque para o planejamento, a
regulação e a gestão das políticas públicas municipais;
 Formalização e implantação de sistema de planejamento integrado da gestão
municipal, com base em um subsistema de informações e na prática do
diálogo e da interação continuada com as lideranças dos diferentes grupos
sociais; Aperfeiçoamento e implantação dos instrumentos legais e normativos,
bem como a capacitação da Administração para exercício pleno e eficaz das
funções de regulação e de fiscalização próprias do poder público municipal,
com ênfase para a gestão do meio ambiente e do uso e ocupação do solo no
meio urbano e rural;
 Aperfeiçoamento e melhoria do desempenho da administração municipal no
que diz respeito à gestão financeira, visando o aumento da arrecadação e a
contenção da evasão de divisas, bem como o planejamento e o controle
efetivo das finanças municipais.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


9
3 ORDENAMENTO TERRITORIAL

3.1 Macrozoneamento do Município


O macrozoneamento do território de Diamantina define espacialmente áreas com
diferentes destinações, consideradas suas vocações e características físico-ambientais
e espaciais, refletindo o desenvolvimento e o futuro desejado para o município. Tais
áreas denominadas macrozonas, configuram a divisão do município em porções
homogêneas e integradas, definidas pela percepção da realidade socioespacial
local, de forma a harmonizar-se com as ações de planejamento previstas no Plano
Diretor Participativo.
O macrozoneamento do município de Diamantina identifica as seguintes frações
territoriais: Macrozona de Preservação; Macrozona Rural 1; Macrozona Rural de
Interesse Ambiental e Turístico, e as Macrozonas Urbanas 1 (Sede Municipal),
Macrozonas de 2 a 5 (Sedes dos Distritos).
A Tabela 3.1.1 mostra quais são e a superfície territorial preliminar que cada
macrozona ocupa:
Tabela 3.1.1 - Áreas, por Macrozona
MACROZONAS ha %
Macrozona Rural 1 254.424,38 65,75
Macrozona Rural de Interesse Ambiental e Turístico 96.949.13 25,05
Macrozona Urbana 1 – Diamantina 1.652,22 0,43
Macrozona Urbana 2 – Senador Mourão 235,26 0,06
Macrozona Urbana 3 1008,94 0,26
Planalto de Minas 286,00
Desembargador Otoni 221,60
Guinda 212,82
Sopa 288,52
Macrozona Urbana 4 – Mendanha 304,52 0,08
Macrozona Urbana 5 627,55 0,16

Inhaí 142,74
Extração 126,31
São João da Chapada 172,86
Conselheiro Mata 185,64
Macrozonas de Preservação 31.781,00 8,21
Área total do Município 386.983.00 100,00
População atual 44.746
População estimada para o ano de 2018 46.608

3.2 Macrozona de Preservação


A Macrozona de Preservação é constituída pelas áreas que possuem características
de geologia, geomorfologia, biologia e culturais relevantes, correspondem aos
parques Estadual e Federal, à APA e APE delimitadas dentro dos limites do município.
São áreas que exigem tratamento diferenciado para garantir a conservação dos seus
recursos naturais e ecossistemas que se refletem na qualidade de vida da população
e na conservação do patrimônio natural do município.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


10
3.3 Macrozonas Rurais
As Macrozonas Rurais se compõem de áreas do município destinadas
predominantemente às atividades do setor primário. O incentivo à verticalização da
produção agrária é parte de uma nova visão que se agrega à gestão dessas áreas
juntamente com o desenvolvimento de práticas para a expansão de sua capacidade
produtiva. Inclui a diversificação da produção, o uso de tecnologias adequadas, o
incentivo da agricultura familiar, a instalação de agroindústrias e à sua integração
com modalidades de turismo ligadas a este meio espacial como diretrizes para atingir
os novos objetivos. As indicações do uso do solo mais apropriado para estas áreas
deverão ser definidas pelo Zoneamento Econômico-Ecológico, observadas a
legislação ambiental e fundiária vigentes.
São definidas para Diamantina duas Macrozonas Rurais:
a) MR 1 Macrozona Rural 1 –- compreende a maior parte do território do
município de Diamantina - 65,75% de sua superfície. A Macrozona Rural MR 1
destina-se às atividades relacionadas à agricultura, pecuária e ao extrativismo
mineral e vegetal, além das agroindústrias e do turismo. As atividades rurais
devem ser baseadas na sustentabilidade.
b) MRIAT Macrozona Rural de Interesse Ambiental e Turístico –- destina-se também
às mesmas atividades relacionadas ao ambiente rural e ao extrativismo (com
bases sustentáveis) encontradas na MR 1, mas com especial direcionamento à
preservação de bens naturais e de interesse histórico e ao desenvolvimento de
atividades rurais que não agridam o meio. Localiza-se na porção sul do
Município no entorno da Macrozona Urbana 1 – Sede Municipal. Abriga a APE
Pau de Fruta, cachoeiras, cursos d’água, formações rochosas, grutas e
inscrições rupestres.
As Macrozonas rurais devem ter como uma de suas funções principais a recuperação
das Áreas de Preservação Permanente – APP, com a definição de práticas que
possibilitem a revegetação, especialmente, das margens dos cursos d'água.

3.4 Macrozonas urbanas


A Constituição do Estado de Minas Gerais, em seu Artigo 166, reza:
Art. 166 - O Município tem os seguintes objetivos prioritários:
I - gerir interesses locais, como fator essencial de desenvolvimento da
comunidade;
II - cooperar com a União e o Estado e associar-se a outros Municípios, na
realização de interesses comuns;
III - promover, de forma integrada, o desenvolvimento social e econômico da
população de sua sede e dos Distritos;
IV - promover plano, programas e projetos de interesse dos segmentos mais
carentes da sociedade;
V - estimular e difundir o ensino e a cultura, proteger o patrimônio cultural e
histórico e o meio ambiente e combater a poluição;
VI - preservar a moralidade administrativa.

O Plano Diretor de Diamantina busca estabelecer ações de modo a contribuir para a


concretização dos objetivos definidos para os municípios de Minas Gerais conforme
reza a Constituição do Estado. A competência do zoneamento territorial, que recai
sobre o Plano Diretor, é uma oportunidade de orientar os gestores municipais na
direção de atingir os objetivos do desenvolvimento nas estratégias de gestão que
dependem do entendimento e da organização do seu território.
A revisão do perímetro urbano da sede de Diamantina configura a renovação da
macrozona urbana existente, incorporando áreas de expansão urbana que hoje

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


11
configuram ocupações irregulares por extrapolarem o perímetro urbano legal vigente.
Cria ainda áreas para expansão de atividades.
A delimitação das macrozonas das sedes dos Distritos tem o intuito de caracterizá-las
como áreas urbanas estabelecendo parâmetros urbanísticos para seu
desenvolvimento e para preservar suas características particulares e bens de interesse
coletivo e paisagístico. Devem receber complementação de infra-estrutura como
pavimentação e drenagem, manutenção e ampliação da rede de coleta e
tratamento de esgoto e rede de água tratada, além do desenvolvimento de um
sistema de coleta de lixo adequado, da manutenção das áreas livres de domínio
público Juntamente com as ações de infra-estrutura o poder público deve promover
ações de mobilidade e acessibilidade, promoção do acesso à cultura e ao lazer.
a. MU 1 Macrozona Urbana 1 – Diamantina Sede;
b. MU 2 Macrozona Urbana 2 – Senador Mourão;
c. MU 3 Macrozona Urbana 3 – Planalto de Minas, Desembargador Otoni, Guinda;
Sopa;
d. MU 4 Macrozona Urbana 4 – Mendanha;
e. MU 5 Macrozona Urbana 5 – Inhaí, Extração, São João da Chapada,
Conselheiro Mata.

Figura 3.4.1-Macrozonas Municipais

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


12
3.5 Diretrizes Gerais das Macrozonas Urbanas
a. A Macrozona Urbana 1 –Sede Municipal – (0,33%) da área do município.
A MU 1 destina-se à função de habitar, guarda o complexo tombado
(patrimônio cultural da humanidade), as atividades econômicas dos setores
secundário e terciário, a sede administrativa e de abrigar instituições e órgãos
Estaduais e Federais.
b. A Macrozona Urbana 2 –Sede do Distrito de Senador Mourão (0,06%). A MU 2 é
destinada aos usos residencial e de apoio à região norte do município, deve
concentrar atividades como: bancos, serviços públicos de educação,
segurança e saúde, acesso à informação, cultura e lazer.
PÓLO DE QUALIDADE DE VIDA
c. A Macrozona Urbana 3 –Planalto de Minas; Desembargador Otoni; Guinda e
Sopa – (0,26%). É destinada como núcleo de apoio rural e de incentivo às
atividades ligadas à cadeia produtiva do turismo (artesanato e agroindustria).
d. A Macrozona Urbana 4 – Mendanha (0,08%): Macrozona de interesse Cultural,
Ambiental e Turístico. Deve ser espaço de promoção da preservação e resgate
do patrimônio cultural, a preservação do meio ambiente, em especial a APP
do rio Jequitinhonha. Deve abrigar serviços de caráter local e de apoio ao
turismo sustentável e apoio à zona rural.
e. A Macrozona Urbana 5 – Inhaí, São João da Chapada, Conselheiro Mata,
Extração – (0,16%). Destina-se ao uso residencial e à valorização dos serviços
de apoio ao Turismo Ecológico e de Aventura em bases sustentáveis, e às
atividades de apoio à zona rural.

4 ZONEAMENTO URBANO
O Zoneamento Urbano de Diamantina tem por objetivo embasar o planejamento
territorial, nos aspectos do disciplinamento do uso e da ocupação do solo, dentro das
macrozonas urbanas, delimitando zonas pelas suas vocações e condições físico-
territoriais para a realização das ações previstas no Plano Diretor.
O ordenamento territorial determina a direção das futuras intervenções urbanas, seja
de qualificação ou requalificação físico-espacial, recuperação ambiental ou criação
de novas áreas voltadas à preservação ambiental ou ao desenvolvimento econômico
e social, considerando a importância de Diamantina no contexto dos bens históricos
preservados no Brasil.
As Zonas são destinadas aos usos pertinentes à área urbana agrupados segundo o
critério de possuírem características que permitam a sua coexistência evitando
conflitos de ordem ambiental e garantindo o exercício da cidadania. Devem
compatibilizar o uso urbano com a conservação dos recursos naturais, por meio da
recuperação ambiental e da proteção dos recursos hídricos.
Assim, pela identificação das vocações encontradas na análise técnica da Leitura da
Realidade Atual bem como pela tradução dos anseios da comunidade consolidados
nas Linhas Estratégicas e Estratégias, o caminho à cidade desejada se desenha na
proposta de zoneamento urbano descrita a seguir que determina a direção das
futuras intervenções urbanas, seja de qualificação ou requalificação físico-espacial,
recuperação ambiental, criação de novas áreas voltadas à preservação ambiental
ou ao desenvolvimento econômico e social e à conservação dos bens históricos.
As Zonas Urbanas devem compatibilizar o uso urbano com a conservação dos recursos
naturais, por meio da recuperação ambiental e da proteção dos recursos hídricos.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


13
5 DO DIREITO À MORADIA
O Zoneamento das áreas urbanas de Diamantina tem como principal função social
garantir áreas para oferta de moradia para todas as camadas sociais, função esta
que traduz a garantia dada pela constituição do Estado:
Art. 246 - O Poder Público adotará instrumentos para efetivar o direito de todos à moradia, em
condições dignas, mediante políticas habitacionais que considerem as peculiaridades regionais
e garantam a participação da sociedade civil. (Vide Lei nº 11265, de 4/11/1993.)
§ 1º - O direito à moradia compreende o acesso aos equipamentos urbanos.

A Lei orgânica municipal enfatiza a responsabilidade do poder público municipal de


promover o ordenamento territorial como parte da política de desenvolvimento
urbano conforme o seu artigo:
Art. 138. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público, conforme
diretrizes fixadas em lei tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções da
cidade e seus bairros, dos distritos e dos aglomerados urbanos e garantir o bem-estar de seus
habitantes.

6 ZONAS DE USO PREDOMINANTEMENTE RESIDENCIAL


As Zonas de Uso Residencial de Diamantina são criadas para atender ao uso a que se
destinam com foco na qualidade de vida pela interpolação dos valores de qualidade
do espaço urbano e dos valores sociais, sendo assim, pela atenção aos aspectos
ambientais e à promoção da oportunidade de moradia e oferta de infra-estrutura e
serviços públicos de qualidade.
Estas novas zonas de uso residencial são dispostas como um cinturão à volta do centro
histórico estendendo-se ao Sul, a Leste e Noroeste. Incorporam áreas urbanizadas
consolidadas com infra-estrutura de pavimentação e calçamento, algumas áreas
com carência de infra-estrutura e áreas ainda sem ocupação.
Devem dialogar com o centro histórico pela integração da malha urbana levando em
consideração que: a importância do patrimônio histórico edificado concentrado na
porção Centro-Leste do perímetro urbano deve ser valorizada pela estratégia de
revitalização e requalificação dos espaços urbanos consolidados nesse cinturão de
uso residencial e pelo planejamento da expansão urbana dentro de cada Zona de
Uso Residencial. Deste modo a expansão urbana deve ocorrer de forma a garantir a
continuidade do tecido urbano. Deve proporcionar espaços públicos adequados,
como logradouros dimensionados segundo hierarquia viária definida, reserva de áreas
verdes, de praças e parques urbanos, espaços de convivência e pela fiscalização do
cumprimento das normas estabelecidas.
As Zonas de Uso Residencial propiciam o ambiente para o crescimento de
oportunidade de moradia para as diversas camadas sociais, no âmbito da política
habitacional, em especial, para população de baixa renda.

6.1 Zona Especial de Interesse Social – Zeis


São consideradas Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS, as áreas de assentamentos
habitacionais de população de baixa renda, informais, existentes, consolidados ou
propostos, que apresentam características de falta de infra-estrutura e de
regularização fundiária, ou ocupação em áreas de risco e que possuem problemas
sociais acentuados.
As Zonas Especiais de Interesse Social deverão ser criadas com o objetivo de promover
a regularização fundiária e edilícia de imóveis em situação irregular, bem como
produzir habitações de interesse social e qualificação dos espaços urbanos,
oferecendo qualidade de vida aos habitantes.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


14
6.2 Zeis em Diamantina
As Zonas Especiais de Interesse Social serão objeto de legislação municipal específica,
que as regulamentará e estabelecerá seus limites.
As Leituras Comunitárias realizadas em Diamantina identificaram uma área passível de
ser qualificada como ZEIS no Município (ver figura 6.1.1), que possui graves problemas
sociais, localizada no acesso ao Parque Estadual do BIRIBIRI. Esta área – bairro Cidade
Nova – possui problemas de infra-estrutura, baixa qualidade habitacional e carência
de equipamentos públicos e urbanos, sendo indicada no zoneamento urbano como
ZEIS I.
O Plano Diretor indica ainda a ZEIS II (ver figura 6.1.1), por ser uma área que também
apresenta problemas de infra-estrutura e necessita de qualificação urbana, além de
estar situada em fundo de vale no ponto de convergência de três córregos bastante
degradados (da Prata, Rio Grande, Quatro Vinténs).
A ZEIS II possui áreas para serem utilizadas na realização de política habitacional para
baixa renda, além de estudo da requalificação das áreas consolidadas.
As Zonas Especiais de Interesse Social terão planos urbanísticos e de regularização
fundiária específicos, observadas as seguintes diretrizes:
 Adequar a propriedade à sua função social, priorizando o direito de moradia
sobre o direito de propriedade;
 Exercer efetivamente o controle do uso e ocupação do solo;
 Preservar a tipicidade e características da ocupação, mantendo sempre que
possível, as edificações existentes e o traçado urbano, quando da intervenção
do Poder Público municipal;
 Destinar os investimentos públicos ao atendimento das necessidades locais,
notadamente as de habitação, equipamentos urbanos e comunitários, sistema
viário, lazer e meio ambiente;
 Criar instrumentos que restrinjam a especulação imobiliária e evitem a expulsão
indireta dos moradores;
 Incentivar e garantir a participação comunitária, diretamente ou por meio das
entidades organizadas da sociedade civil, no processo de regularização
fundiária e urbanização das áreas;
 Instalar equipamentos urbanos e comunitários consentâneos com a
necessidade e as características socioeconômicas e culturais dos moradores
das ZEIS;
 Priorizar a utilização de mão-de-obra local;
 Preservar e fortalecer as atividades produtivas existentes na área.
Diamantina possui outras áreas com deficiência de infra-estrutura que abrigam
população de baixa renda. Essas áreas Poderão ser indicadas como ZEIS por
intermédio de legislação específica, antecedidas de estudos técnicos realizados pelo
Poder Executivo.

6.3 Zona de Uso Residencial de Urbanização Preferencial 1 – ZUR 1


A Zona de Uso Residencial 1 é composta por áreas ocupadas predominantemente por
habitação unifamiliar e multifamiliar.
Esta zona é a zona de ocupação preferencial, onde deve ser incentivada a expansão
urbana e priorizada a política habitacional.
São diretrizes para a ZUR 1:
 Permitir o uso predominantemente residencial, com densidade populacional
de até 120 hab/ha, com comércio, prestação de serviços de caráter local,
atividades institucionais e equipamentos públicos e comunitários inerentes à
ocupação. Permitir ainda atividades do setor hoteleiro;

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


15
 As edificações poderão ter até 3 (três) pavimentos, com altura máxima de
12,5m (doze metros e cinqüenta centímetros);
 A taxa de permeabilidade mínima dos lotes de até 500m² será de 10%, dos
lotes com área entre 500m² e 1.000m² será de 20%, acima de 1.000m², de 30%;
 A taxa de ocupação máxima dos lotes de até 500m² será de 70%, dos lotes
com área acima de 500m² será de 60%;
 Planejar previamente a infra-estrutura básica para aumento da população;
 Preservar e valorizar os atributos urbanísticos e paisagísticos que caracterizam
esta Zona;
 Nesta Zona ficam estabelecidos os seguintes Coeficientes de Aproveitamento –
CA:
a) Básico – 1,0 b) Máximo – 1,8

6.4 Zona de Uso Residencial 2 – ZUR 2


A Zona Urbana de Uso Residencial 2 é designada para uso predominantemente
habitacionais de habitação unifamiliar.
São diretrizes para a ZUR 2:
 Permitir o uso predominantemente residencial com densidade populacional,
até o limite de 80 hab/ha, com comércio, prestação de serviços de caráter
local, atividades institucionais, equipamentos públicos comunitários inerentes à
ocupação;
 As edificações poderão ter até 2 (dois) pavimentos, com altura máxima de 9m
(nove);
 Planejar previamente a infra-estrutura básica para aumento da população;
 Preservar e valorizar os atributos urbanísticos e paisagísticos que caracterizam
esta Zona.
 Nesta Zona ficam estabelecidos os seguintes Coeficientes de Aproveitamento –
CA:
a) Básico – 1,0 b) Máximo – 1,0

6.5 Zona de Uso Residencial 2 – ZUR 3


A Zona Urbana de Uso Residencial 3 é designada como área de expansão com uso
predominantemente habitacionais de habitação unifamiliar.
São diretrizes para a ZUR 3:
 Permitir o uso predominantemente residencial com densidade populacional,
até o limite de 50 hab/ha, com comércio, prestação de serviços de caráter
local, atividades institucionais, equipamentos públicos comunitários inerentes à
ocupação.
 As edificações poderão ter até 2 (dois) pavimentos, com altura máxima de 9m
(nove);
 Planejar previamente a infra-estrutura básica para aumento da população;
 Preservar e valorizar os atributos urbanísticos e paisagísticos que caracterizam
esta Zona;
 Nesta Zona ficam estabelecidos os seguintes Coeficientes de Aproveitamento –
CA:
a) Básico – 1,0 b) Máximo – 1,0

6.6 Zona de Uso Residencial e de especial Interesse turístico – ZURIT


A Zona de Uso Residencial e Especial Interesse Turístico é designada como área de
expansão com uso predominantemente habitacional unifamiliar. É também destinada
à implantação de empreendimentos turísticos em bases sustentáveis minimizando o
impacto ambiental nas áreas de preservação permanente, como pousadas, resorts
empreendimentos do tipo spa voltados à saúde e ao bem estar.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


16
São diretrizes para a ZURIT:
 Permitir o uso predominantemente residencial de com densidade populacional
até o limite de 25 hab/ha, com comércio, prestação de serviços de caráter
local, atividades institucionais, equipamentos públicos comunitários inerentes à
ocupação.
 As edificações poderão ter até 2 (dois) pavimentos, com altura máxima de 9m
(nove);
 Planejar previamente a infra-estrutura básica para aumento da população;
 Preservar e valorizar os atributos urbanísticos e paisagísticos que caracterizam
esta Zona;
 Nesta Zona ficam estabelecidos os seguintes Coeficientes de Aproveitamento –
CA:
a) Básico – 1,0 b) Máximo – 1,0

6.7 ZUM 1 – Zona de Uso Misto 1


A Zona de Uso Misto 1 é destinada aos usos residencial, comercial, de serviços e aos
usos institucionais, podendo, ainda, abrigar pequenas indústrias que não causem
prejuízo ao bem-estar da vizinhança. Seu objetivo é promover a diversificação do uso
do solo, consolidando áreas que já apresentam este tipo de vocação. Neste sentido,
constitui um estímulo à vitalidade do centro urbano e à configuração de
subcentralidades, propiciando o desenvolvimento urbano e social, induzindo o
crescimento local e regional e melhorando os padrões de acessibilidade e mobilidade
da população.
Para esta Zona é previsto:
 Organização e estruturação dos espaços públicos, com especial zelo no
tratamento dos passeios de pedestres e praças;
 Parcerias entre o poder público e a iniciativa privada para realização dos
projetos de acessibilidade e mobilidade e de qualificação urbana dos espaços
públicos;
 Estímulo à multifuncionalidade espacial, visando o incremento das atividades
de comércio e habitação;
 Incentivo à parceria entre os setores público e privado para o desenvolvimento
urbano;
 As edificações poderão ter até 3 (três) pavimentos, com altura máxima de
12,5m (doze metros e cinqüenta centímetros);
 A taxa de permeabilidade mínima dos lotes entre 300m² e 1.000m² será de 20%,
acima de 1.000m², de 30%;
 A taxa de ocupação máxima dos lotes de até 500m² será de 70%, dos lotes
com área acima de 500m² será de 60%;
 Os novos lotes a serem criados nesta Zona devem ter dimensões variadas a fim
de abrigar adequadamente as diferentes atividades para ela previstas;
 O subsolo quando utilizado para garagem não computará na área construída.
 Nesta Zona ficam estabelecidos os seguintes Coeficientes de Aproveitamento –
CA:
a) Básico – 1,0 b) Máximo – 1,8

6.8 ZUM 2 – Zona de Uso Misto 2


A Zona de Uso Misto 2 é destinada aos usos residencial, comercial e de serviços de
caráter local, e aos usos institucionais. Seu objetivo é promover a diversificação do uso
do solo, para prover áreas de uso predominantemente residencial com acesso a
serviços e comércio. Neste sentido, constitui uma subcentralidade, propiciando o
desenvolvimento urbano e social, induzindo o crescimento local e regional e
melhorando os padrões de acessibilidade e mobilidade da população.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


17
Nesta Zona são previstas ações de:
 Organização e estruturação dos espaços públicos, com especial zelo no
tratamento dos passeios de pedestres e praças;
 Parcerias entre o poder público e privado para realização dos projetos de
acessibilidade e mobilidade e de qualificação urbana dos espaços públicos;
 Estímulo à multifuncionalidade espacial, visando o incremento das atividades
de comércio e habitação;
 Incentivo à parceria entre o setor público e o privado para o desenvolvimento
urbano;
 As edificações poderão ter até 3 (três) pavimentos, com altura máxima de 12m
(doze metros);
 A taxa de permeabilidade mínima dos lotes entre 300m² e 1.000m² será de 20%,
acima de 1.000m², de 30%;
 A taxa de ocupação máxima dos lotes de até 500m² será de 70%, dos lotes
com área acima de 500m² será de 60%;
 Os novos lotes a serem criados nesta Zona devem ter dimensões variadas a fim
de abrigar adequadamente as diferentes atividades para ela previstas;
 O subsolo quando utilizado para garagem não computará na área construída;
 Nesta Zona ficam estabelecidos os seguintes Coeficientes de Aproveitamento –
CA:
a) Básico – 1,0 b) Máximo – 1,0

6.9 Zona de Uso Comercial


Esta Zona se destina aos usos comerciais e de serviços. Deve ser consolidada como
pólo de desenvolvimento econômico pela agregação de empresas, inclusive as de
pequeno e médio porte, em um único setor, o que tende a potencializar o mercado e
os lucros, agregando valor ao produto quando estas de estruturam em associações ou
consórcios de empresas.
São diretrizes para esta zona:
 Parcerias entre o poder público e privado para realização dos projetos de
acessibilidade e mobilidade e de qualificação urbana dos espaços públicos
levando em consideração o fato de estar esta zona no contexto dos principais
eixos viários de acesso ao centro histórico de Diamantina, sendo, portanto a
porta de entrada da cidade;
 Estímulo ao desenvolvimento econômico pela agregação de empresas de
pequeno e médio porte com oferta de comércio variado e serviços, indústrias
de caráter não poluente que tenham ligação com a cadeia produtiva do
turismo;
 Incentivo à parceria entre o setor público e o privado para o desenvolvimento
urbano;
 As edificações poderão ter até 3 (três) pavimentos, com altura máxima de
12,5m (doze metros e cinqüenta centímetros), contados a partir do ponto
médio, do limite frontal do terreno, excluída a caixa d’água;
 A taxa de permeabilidade mínima dos lotes entre 300m² e 1.000m² será de 20%,
acima de 1.000m², de 30%;
 A taxa de ocupação máxima dos lotes de até 500m² será de 70%, dos lotes
com área acima de 500m² será de 60%;
 Os novos lotes a serem criados nesta Zona devem ter dimensões variadas a fim
de abrigar adequadamente as diferentes atividades para ela previstas;
 O subsolo quando utilizado para garagem não computará na área construída;
 Nesta Zona ficam estabelecidos os seguintes Coeficientes de Aproveitamento –
CA:
a) Básico – 1,0 b) Máximo – 1,8

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


18
6.10 Zona de Uso Industrial – ZIN
Esta Zona se destina aos usos industriais, comerciais e de serviços, sendo permitida
habitação de zeladoria ou para funcionários. Deve ser consolidada como pólo de
desenvolvimento econômico pela agregação de empresas, inclusive as de pequeno
e médio porte, em um único setor, o que tende a potencializar o mercado e os lucros,
agregando valor ao produto quando estas de estruturam em associações ou
consórcios de empresas.
São diretrizes para esta Zona:
 As edificações poderão ter altura máxima de 12m (doze);
 A taxa de permeabilidade mínima dos lotes entre 300m² e 1.000m² será de 20%,
acima de 1.000m², de 30%;
 A taxa de ocupação máxima dos lotes de até 500m² será de 70%, dos lotes
com área acima de 500m² será de 60%;
 Prever a articulação da malha viária urbana proposta com a existente nas
zonas circundantes;
 Prever áreas para atividades de comércio e serviços de apoio às atividades
industriais;
 Prever o uso habitacional para zelador ou para funcionários;
 Prever áreas para instalação de equipamentos públicos comunitários para a
população residente.
 Nesta Zona ficam estabelecidos os seguintes Coeficientes de Aproveitamento –
CA:
a) Básico – 1,0 b) Máximo – 1,0

6.11 ZRRUC – Zona Residencial de Recuperação Urbana e Contenção


A Zona Residencial de Recuperação Urbana e Contenção é destinada ao uso
predominantemente residencial, de baixa densidade. Para esta zona são previstas
ações de contenção da expansão urbana, como forma de evitar o aumento do
impacto sobre a paisagem da serra dos Cristais, área de interesse paisagístico. Assim
não realizar novos loteamentos nesta zona, consolidar espaços públicos como praças
e parques em áreas vazias de modo a dar destinação coletiva aos espaços passíveis
de ocupação irregular.

6.12 ZCHP – Zona de Chácaras e Preservação Ambiental


Esta Zona destina-se ao uso habitacional de baixa densidade. Trata-se de uma área
ambientalmente sensível que atualmente vem sendo utilizada para abrigar chácaras
com produção hortifrutigranjeira e outras atividades rurais. Tal produção deve ser
mantida e incentivada. Integra esta Zona a região situada na porção norte do
perímetro urbano da sede municipal, limitada pela serra dos Cristais.
São Diretrizes para a ZCHP:
 Esta Zona destina-se ao uso residencial;
 O número de unidades habitacionais por lote fica limitado a 2 (duas);
 A altura máxima da construção será de 9m (nove);
 Ocupação com densidade populacional, de até 10 hab/ha;
 Deve ser incentivada a produção de agricultura urbana intensiva;
 Deve ser incentivada a criação de parque urbano;
 Os Coeficientes de Aproveitamento (CA) desta zona são:
a) Básico 0,2 b) Máximo 0,2

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


19
6.13 AIP - Área de Interesse Ambiental e Paisagístico
Área que preservam vegetação, dentro da área urbana consolidada, que
geralmente se localizam em terrenos com declividade acentuada e que devem ser
incentivadas a conservarem a vegetação existente.

6.14 Projetos Especiais


APE – Projetos Especiais para Diamantina (APP)
Área destinada a estudo, projeto e implementação de solução para recuperar as
áreas degradadas e evitar o impacto das ocupações urbanas nas áreas de APP dos
cursos d’água inseridos no perímetro urbano de Diamantina. Os principais córregos
afetados por ocupação são: Rio Grande, Tijuco, Quatro Vinténs e da Prata.
As APPs cortam todo o perímetro urbano de Noroeste a Sudeste em dois eixos
convergentes.
Para estas áreas são estabelecidas as seguintes diretrizes:
 Avaliação da ocupação existente por meio de estudo do risco da
permanência de áreas residenciais nos locais;
 Proposição de soluções urbanísticas e de infra-estrutura para a ocupação das
áreas inseridas na APE;
 Com base no estudo realizado, deve ser elaborada proposta participativa,
envolvendo as comunidades de cada local, para propor soluções,
considerando a garantia de segurança e a salubridade do ambiente como
condicionantes, de modo a atender a comunidade e os princípios de
sustentabilidade do meio ambiente. Deve ser realizado e implantado um
projeto urbanístico para a orla dos cursos d’água, com o objetivo de minimizar
os impactos da ocupação e valorizar os bairros paisagisticamente;
 As APP da Macrozona Urbana, em conformidade com a resolução Conama n°
369/2006, em conjunto com as praças e parques da cidade, deverão ser
tratadas como um sistema integrado de áreas públicas livres e de preservação
ambiental e de cunho social. Tal integração deve ocorrer através de passeios
públicos, travessias para pedestres e ciclistas sobre corpos d’água, trilhas e
praças para contemplação;
 Deve ser elaborado projeto específico com a finalidade de implantar o
sistema, observadas as restrições para esse tipo de área.

6.15 Zona de Uso Institucional – ZUI


Esta Zona se destina aos usos institucionais e de serviços. Deve ser consolidada como
pólo de atividades dos setores de Educação, Cultura, Saúde, Esporte e Lazer,
espacializando a promoção do desenvolvimento sócio-cultural, proporcionando
oportunidades para as atividades dos setores contemplados.
São Diretrizes para esta zona:
 As edificações poderão ter altura máxima de 12m (doze);
 A taxa de permeabilidade mínima dos lotes será de 30%;
 A taxa de ocupação máxima dos lotes será de 60%;
 Prever áreas para praças e parques de uso público;
 Prever a articulação da malha viária urbana proposta com a existente nas
zonas circundantes;
 Prever áreas para atividades de comércio e serviços de apoio às atividades
institucionais;
 Prever o uso habitacional para zelador.
 O CA desta zona é:

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


20
a) Básico – 1,0 b) Máximo – 1,0

6.16 Zona de Preservação Complementar e


Zona de Proteção do Centro Histórico
Estas duas zonas estabelecidas no Plano Diretor de 1999 serão objeto de avaliação
quanto aos seus parâmetros urbanísticos para que se insiram de forma integrada ao
novo zoneamento urbano e sejam passíveis de controle pela administração municipal,
tendo como condicionante a preservação do ambiente urbano para garantir a
integridade da paisagem do centro histórico de Diamantina.
Figura 6.1.1 – Zoneamento da Sede Municipal

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


21
7 DIRETRIZES PARA A COBRANÇA DE IPTU EM BASES MAIS SÓLIDAS:
O município de Diamantina poderá incrementar a cobrança de IPTU pela atualização
das regras existentes e revisão de alíquotas estabelecidas no código tributário do
município.
Para esta atualização deverão ser estudadas diversas questões que devem abranger
desde os aspectos físico-espaciais, de uso e ocupação, socioeconômicos e
ambientais, e os aspectos legais observados na legislação federal, estadual, bem
como na legislação municipal.
Para a realização do estudo e também para criar um registro atualizado e facilmente
atualizável, o cadastro multifinalitário, desenvolvido em meio digital, podendo para
tanto ser desenvolvido em programas específicos de planejamento urbano que
armazenam dados georreferenciados que relacionam o dado espacial a outros dados
como o dado sócio econômico e ambiental.
Esse cadastro deverá basear os estudos sobre, setorização, localização, dimensão,
área construída, propriedade, renda, condição social, saneamento ambiental, infra-
estrutura, dentre outros dados para gestão dos recursos urbanos e municipais e deve
ser continuamente atualizado para parametrizar o desenvolvimento de alíquotas, de
descontos ou isenções, bem como ações de fiscalização.

7.1 Quanto ao estabelecimento de alíquotas:


Estabelecimento de um valor mínimo da edificação com relação ao valor venal do
terreno para que se considere a edificação para efeito de cobrança, e/ou redução
de alíquotas de IPTU, bem como da aplicação do IPTU progressivo no tempo, em
consonância com o Plano Diretor e a legislação urbanística municipal.

O valor venal pode ser conceituado como: preço possível de ser atingido numa ação
de compra e venda à vista, considerando-se o mercado imobiliário normal praticado,
admitindo-se uma diferença que não ultrapasse a 10%. Porém esse conceito deve
servir apenas como base para a orientação do legislador na definição por lei da
forma de cálculo das alíquotas.

A definição ou atualização da base de cálculo das alíquotas deve ser precedida de


definição em caráter de norma geral, por lei complementar ou por revisão de lei
existente.

Deve-se pressupor que esta lei defina previamente todos os critérios de forma clara e
em bases técnicas para a apuração do valor unitário do metro quadrado da
construção e do terreno a ser considerada, observando-se padrões e tipologias de
construção, bem como outros fatores que influenciam no preço de uma edificação
ou lote como: localização nas diferentes zonas fiscais que possivelmente são
estabelecidas para a zona urbana do Município.

O agente administrativo tributário do município deve promover o estudo e a


classificação de cada imóvel a ser tributado pelo IPTU conforme as definições daquela
lei pressuposta para a apuração do valor venal do imóvel, aplicando então alíquotas
que sejam estabelecidas segundo os valores unitários do metro quadrado da
construção e do metro quadrado do terreno.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


22
7.2 Estabelecimento de diferentes alíquotas para imóveis, em razão de uso,
por exemplo:

a) Uso exclusivamente residencial, onde cada alíquota se aplica por inteiro a cada
unidade residencial, assim entendida a residência e seus anexos.
b) Uso Não residencial
c) Cada alíquota se aplica por inteiro a toda a matéria tributável;
Para imóvel não edificado, em razão da localização, de acordo com a Lei de
Zoneamento;
d) Quando se tratar de uso misto, entendido como o convívio de residencial e não
residencial num mesmo lote aplicar-se-á, à parte residencial, a alíquota prevista para
esse tipo de uso e, da mesma forma alíquota diferenciada à outra parte pelo uso não
residencial.
e) Uso próprio, exclusivamente residencial, cujo terreno, nos termos da legislação
específica, não seja divisível, e diferenciadamente a terreno passível de
desmembramento;
f) Uso residencial, cuja área construída represente um coeficiente de aproveitamento
não inferior a 5,0% (cinco por cento) do coeficiente máximo, previsto na legislação de
uso do solo;
g) Uso residencial associado à produção de hortifrutigranjeiros, cuja área destinada
para este fim não seja inferior a dois terços da área total do terreno.

Outros parâmetros de diferenciação podem ser estudados para estabelecer


equidade ao pagamento do tributo.

7.3 Estabelecimento de diferentes alíquotas para imóveis, também em razão


de metragem:
a) 1 – até 100m2;
b) 2 – acima de 100m2;
c) 3 – até 120m2;
d) 4 – acima de 120m2;
e) 5 – até 200m2; e assim progressivamente.

7.4 Recomendações
O sistema de Planejamento e Gestão do município e o Sistema de Informações
Municipais deverá disponibilizar o valor venal de cada imóvel cadastrado, por meios
eletrônicos e periodicamente reajustável com base exclusivamente na lei
desenvolvida para regular esse tributo.

7.5 Base Legal Constitucional e Código Tributário Nacional - CTN

O IPTU é imposto de competência privativa dos Municípios e do Distrito Federal


(Constituição Federal, art. 156, I, c/c. art. 147, in fine).

Assim estabelece a Constituição Federal:

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I - propriedade predial e territorial urbana;
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o
art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


23
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso
do imóvel. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000).
Por outro lado, o art. 182 da Constituição federal, em seu § 4º,
inciso II, trata do IPTU progressivo no tempo.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo
Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei,
tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal,
obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o
instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
urbana.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando
atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade
expressas no plano diretor.
§ 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com
prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei
específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos
da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
progressivo no tempo;
II - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida
pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal,
com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais
e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros
legais.
Este IPTU progressivo foi devidamente regulamentado pelo art. 7º
da Lei Federal nº 10.257/01 – Estatuto da Cidade.
Desta forma há que se diferenciar a progressividade fiscal do IPTU,
ligada à capacidade contributiva, com fundamento nos arts. 145,
§ 1º e 156, § 1º, inciso I, da Constituição Federal, que prescinde do
plano diretor do Município, em razão de seu caráter fiscal; em
relação à progressividade extrafiscal, prevista nos arts. 156, § 1º,
inciso II e 182, § 4º, inciso II da Constituição, que depende da
edição do plano diretor do Município que efetuará a ordenação
da cidade. A primeira se fundamenta no princípio da
capacidade contributiva; a segunda na função social da
propriedade urbana, nos termos do Plano Diretor do Município.

Os contornos infraconstitucionais desse tributo nos são dados pelo


artigo 32 a 34 do Código Tributário Nacional - Lei Federal nº 5.172,
de 25 de outubro de 1966, que assim dispõe:

Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a


propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por
natureza ou por acessão física, como definido na lei civil,
localizado na zona urbana do Município.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


24
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana
a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da
existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois)
dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para
distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de
3 (três) quilômetros do imóvel considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas
urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos
aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à
indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas
definidas nos termos do parágrafo anterior.
Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.
Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se
considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter
permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua
utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade.
Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o
titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


25
TECHNUM Consultoria SS
SHIS QI 9 – Bloco D – Sala 203 – Comércio Local – Lago Sul
Brasília-DF
CEP 71625009
(61) 33640087
CREA 5307/RF
technum@technum.com.br

PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA/MG – DOCUMENTO TÉCNICO


26

Você também pode gostar