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Equipe Técnica
André Cobbe Arquiteto/Urbanista
Daisy Cadaval Basso Pedagoga
José Alexandre Monteiro Fortes Engenheiro Civil
José Eloi Canpos Geólogo
Letícia Chagas Bortolon Arquiteta/Urbanista
Maria Alice Barbosa Sociólogo
Potira Meirelles Hermuche Geógrafa
Priscila Erthal Risi Arquiteta/Urbanista
Patrícia Von Glehn Arquiteta/Urbanista
Rachel Brostel Engenheira Civil
Vera Amorelli Advogada
DOCUMENTO TÉCNICO
Volume I
Fevereiro/2009
PARTE I
Tabela 3.1.1: Distâncias Rodoviárias de Diamantina ............................................................................................... 5
Tabela 3.1.1.1: Linhas Interminicipais partindo de Diamantina ................................................................................ 6
Tabela 4.1.1: IDH-M de Diamantina ............................................................................................................................ 7
Tabela 4.1.2: IDH-M de Diamantina Comparado ...................................................................................................... 7
Tabela 4.2.1: Evolução da Taxa de Crescimento ...................................................................................................... 8
Tabela 4.2.2: População Urbana e Rural.................................................................................................................... 9
Tabela 4.3.6.1: Bens Inscritos no Livro do Tombo - IPHAN ........................................................................................ 13
Tabela 4.3.7.1: Eventos Esportivos do ano de 2007.................................................................................................. 14
Tabela 4.4.1: Crimes registrados pela 36ª CIA PM.................................................................................................... 15
Tabela 4.4.2 Crimes ocorridos em Diamantina de 2005 a 2007.............................................................................. 15
Tabela 4.4.3: Crimes ocorridos na região de 2005 a 2007 ...................................................................................... 16
Tabela 4.4.4 População considerada para as projeções ...................................................................................... 16
Tabela 5.1.1: Estrutura Empresarial por Unidades, Pessoal Ocupado, Pessoal Assalariado e Salários em Reais
de Diamantina: 2004 .................................................................................................................................................. 17
Tabela 5.2.1: Áreas Cultivadas e Produção : 2005 .................................................................................................. 18
Tabela 5.2.2: Produção Agrícola Municipal : 2006 .................................................................................................. 18
Tabela 5.2.3: Produção Pecuária Diamantina ......................................................................................................... 18
Tabela 5.3.1: Extrativismo vegetal – Produção ........................................................................................................ 19
Tabela 5.5.1: Produto Interno Bruto 2004 .................................................................................................................. 19
Tabela 7.2.1: Utilização das terras e número de estabelecimentos em Diamantina – 1995................................ 44
Tabela 7.2.2: Utilização de terras em Diamantina – 1995 ....................................................................................... 44
Tabela 7.2.3: Utilização de terras por área em Diamantina – 1995........................................................................ 44
Tabela 8.7.1.1: Serviço de Telefonia Fixa .................................................................................................................. 66
Tabela 9.1.1: Unidades de Atendimento à Saúde – Diamantina – MG ................................................................. 70
Tabela 9.3.1: Unidades de Atendimento à Saúde – Diamantina – MG ................................................................. 72
PARTE II
Tabela 3.1.1 - Áreas, por Macrozona ........................................................................................................................ 10
LISTA DE FIGURAS
PARTE I
Figura 1.1: Arraial do Tijuco .......................................................................................................................................... 3
Figura 2.1: Localização ................................................................................................................................................ 3
Figura 2.2: Inserção Regional....................................................................................................................................... 4
Figura 3.1.1: Acesso Rodoviário ................................................................................................................................... 5
Figura 4.2.1: Evolução da Taxa de Crescimento ....................................................................................................... 8
Figura 4.3.4.1: Produção Artesanal ........................................................................................................................... 11
Figura 4.3.4.2: Produção Artesanal ........................................................................................................................... 12
Figura 4.3.4.3: Produção Artesanal ........................................................................................................................... 12
Figura 6.1.1: Carta imagem ....................................................................................................................................... 25
Figura 6.2.1.1: Bacias Hidrográficas........................................................................................................................... 26
LISTA DE SIGLAS
1 ASPECTOS HISTÓRICOS
2 INSERÇÃO REGIONAL
Os municípios limítrofes são: ao Sul, Monjolos, Gouveia, Datas e Serro; a Leste, Couto de
Magalhães e Senador Modestino Gonçalves; a Nordeste Carbonita; a Norte e Oeste,
3 ACESSIBILIDADE E TRANSPORTE
Num contexto geral, Diamantina pode ser vista por meio de dois índices reconhecidos
no Brasil. O primeiro é o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M),
derivado do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) criado pelo Programa de
Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) e adaptado para os municípios brasileiros
em 1996, pela Fundação João Pinheiro e pelo IPEA. Numa escala de IDH-M (de 0,0 a
1,0) os municípios são classificados em três níveis: baixo, médio ou alto
desenvolvimento humano.
Estes índices são compostos pelos seguintes indicadores:
Fiscal
Gestão
Social
Assim como o IDH-M, em escalas variando de 0 até 1, em que o valor mínimo indica a
pior situação e o 1 a melhor, este índice busca classificar os municípios brasileiros no
aspecto da responsabilidade administrativa.
Tabela 4.1.1: IDH-M de Diamantina
Município UF Esperança Taxa de Taxa bruta Renda Índice de Índice de Índice Índice de Ranking Ranking
de vida alfabetização de per esperança educação de PIB Des. por UF Nacional
ao nascer de adultos freqüência capita de vida (IDHM-E) (IDHM- Humano
escolar (IDHM-L) R) Municipal
(IDH-M)
Diamantina MG 68,698 0,862 0,822 213,021 0,728 0,848 0,668 0,748 298 1.933
A população total estimada de Diamantina para o ano de 2007, informada pelo IBGE,
é de 44.705 habitantes.
Distrito Área UV DP PR VA
4.3 Cultura
Festa do Divino
Ocorre tradicionalmente em Diamantina desde o séc. XVIII e é herdada da tradição
Portuguesa. A festa é uma das mais antigas e importantes do repertório católico no
Brasil e celebra o dia de Pentecostes.
Festa de Nossa Senhora do Rosário
Outra antiga manifestação religiosa que é realizada em Diamantina desde o séc. XVII.
Essa festa é da tradição católica e originalmente festejada pelos escravos africanos e
para eles dirigida.
Festa de Santo Antônio da Sé
Ocorre nos dias 12 e 13 de Junho e é realizada a partir da Catedral Metropolitana de
onde partem procissões e quando se realizam novenas.
Semana Santa
A Semana Santa em Diamantina é outra das festas de grande atração de público, é
realizada na Praça da Catedral, onde são representadas as passagens da Paixão de
Cristo em quadros vivos. É realizada, segundo a tradição, seguindo os seguintes rituais:
A produção artesanal vai desde os doces caseiros até os artefatos de madeira, palha
diversos materiais reciclados a partir da natureza. Existe uma linha de produção
sustentável que explora as sempre-vivas, que produzem uma pequena flor largamente
utilizada e até exportada como adorno. Porém a exploração ilegal e sem
preocupação com a preservação dessa espécie vegetal também ocorre e frustra de
certo modo as iniciativas sustentáveis.
11 Igreja de Santana
14 Mercado de Diamantina
IPHAN 2007
4.3.7 Esportes
Jul Copa Infantil (SUB 15) Copa Master de Passeio Ciclístico Corrida Exame de
Futebol Society Rústica da Faixa Jiu Jitsu
Bela Vista
Meses Total de Crimes Índice Criminal Total de Crimes Violentos Índice Criminal Violentos
2005 2006 2007 2005 2006 2007 2005 2006 2007 2005 2006 2007
Janeiro 181 277 292 4,09 6,26 6,60 6 6 10 0,14 0,14 0,23
Fevereiro 334 436 564 7,55 9,86 12,75 20 29 34 0,45 0,66 0,77
Março 206 325 323 4,66 7,35 7,30 2 12 13 0,05 0,27 0,29
Abril 236 255 315 5,34 5,77 7,12 7 13 16 0,16 0,29 0,36
Meses Total de Crimes Índice Criminal Total de Crimes Violentos Índice Criminal Violentos
5 DINÂMICA ECONÔMICA
O setor agrícola é responsável por apenas 0,40% do total pessoal ocupado, tendo as
indústrias com 1,94% e o comércio com 35,45%. O setor primário é bem menos
expressivo na geração de emprego e renda.
Tabela 5.2.1: Áreas Cultivadas e Produção : 2005
QUANTIDADE VALOR DA ÁREA ÁREA COLHIDA RENDIMENTO
PRODUÇÃO
PRODUZIDA PRODUÇÃO LANTADA MÉDIO
LAVOURA PERMANENTE
Café 525 toneladas 1.995 mil reais 350 hectares 350 hectare 1.500 kg/hect.
LAVOURA TEMPORÁRIA
Abacaxi 50 mil frutos 25 mil reais 2 hectares 2 hectares 25.000 frutos/hect.
Alho 3 toneladas 9 mil reais 1 hectare 1 hectare 3.000 kg/hect.
15.000 1.200 mil reais 300 hectares 300 hectares 50.000 kg/hect.
Cana-de-açúcar
toneladas
Feijão (em grão) 300 toneladas 330 mil reais 500 hectares 500 hectares 600 kg/hect.
Mandioca 800 toneladas 240 mil reais 70 hectares 70 hectares 11.428 kg/hect.
Milho (em grão) 2.400 toneladas 919 mil reais 800 hectare 800 hectare 3.000 kg/hect.
Fontes: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2005.
Tabela 5.2.2: Produção Agrícola Municipal : 2006
FEIJÃO MILHO
(em grão) (em grão)
Quantidade Produzida – tonelada 237 180
Valor da produção – mil reais 237 69
Área Plantada - hectare 650 800
Área colhida - hectare 395 150
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal
A silvicultura do eucalipto tem surgido e ganhado força nos últimos anos, como uma
nova atividade que vem crescendo como oportunidade de negócios. A extração da
madeira é uma das atividades que ocuparam a mão-de-obra excluída da mineração
sendo responsável por parte da oferta de empregos diretos e indiretos, formais e
informais ligados ao extrativismo, no município. Grande parte dessa atividade é
voltada à produção do carvão (Tabela: 5.3.1).
Tabela 5.3.1: Extrativismo vegetal – Produção
PRODUTOS QUANTIDADE PRODUZIDA VALOR DA PRODUÇÃO
Madeiras (Carvão-vegetal) 380 toneladas 114 mil reais
Produtos da Silvicultura
150 toneladas 50 mil reais
(Carvão vegetal)
Fontes: IBGE, Produção da Extração Vegetal e Silvicultura 2005.
5.4 Indústria
O município está localizado nas regiões dos vales do Jequitinhonha e São Francisco,
no estado de Minas Gerais, com sede nas coordenadas geográficas de 18,25 º de
latitude sul e 43,60 º de longitude oeste.
Ocupa área total de 3.981km² e sua sede municipal encontra-se a 1.113m de altitude,
distando 299km de Belo Horizonte (DNIT, 2006) , capital do Estado, que é acessada a
partir de Diamantina pelas rodovias federais BR 259 e BR 367, além de estradas
secundárias (Figura: 6.1.1).
6.2 Hidrografia
6.3 Clima
6.5 Geomorfologia
6.7 Declividade
6.8 Pedologia 2
1 A Declividade e Hipsometria do município foI obtida com base em um Modelo Digital de Terreno. Esse modelo utilizou
informações das diferentes variações existentes na superfície terrestre, detectadas por leituras de radar, tratando-se,
portanto, de valores estimados.
2 É importante frisar que, por falta de mapeamento em escala adequada, foi utilizado para elaboração do mapa um dado
generalizado (IBGE, 2007), devendo ser utilizado como ilustrativo do contexto regional. O mapa foi complementado ao
longo do texto.
6.14.1 Água
Em Diamantina os núcleos urbanos dos seus distritos foram em sua maioria formados
junto a cursos d'agua. Hoje os córregos e rios que cruzam esses aglomerados urbanos
encontram-se degradados, destituídos de suas matas ciliares e recebem o despejo de
dejetos e lixo. Esse fato foi verificado nas 10 sedes dos Distritos do interior, inclusive na
sede municipal, tais como: os distritos de Planalto de Minas, Senador Mourão e
Desembargador Otoni; e os bairros Jardim, Rio Grande, Palha, Bela Vista entre outros.
(6.15.1).
Figura 6.15.1: Ocupação em APP
Município
Menos de 10 a menos 100 a menos 200 a menos 500 a menos 2000 e Sem
10 de 100 de 200 de 500 de 2000 mais declaração
Município
Menos de 10 a menos 100 a menos 200 a menos 500 a menos 2000 e Sem
10 de 100 de 200 de 500 de 2000 mais declaração
No ano de 1999 foi instituído o Plano Diretor de Diamantina, pela Lei complementar
0035, de 28 de setembro de 1999. A lei foi motivada pela conquista do título de
Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela UNESCO, no mesmo ano. No ano
de 2002, por meio da Lei Complementar n° 50, de 02 de agosto, foram acrescentados
e alterados dispositivos a Lei Complementar n° 35.
O Plano Diretor delimita o Macrozoneamento, ali considerado como polígonos
delimitadores de áreas urbanizáveis, de restrição da urbanização ou de proteção
paisagística. Define ainda o zoneamento da sede municipal, que estabelece as
seguintes zonas urbanas:
ZPR – Zona de Preservação Rigorosa;
ZPC – Zona de Preservação Complementar;
ZPCH – Zona de proteção do Centro Histórico;
ZR – Zona Residencial;
ZCO – Zona de Contenção das Ocupações;
ZUP – Zona de Urbanização Prioritária;
ZGE – Zona de Grandes Equipamentos;
EPA – Espaço de Proteção Ambiental;
EAR – Espaço de Adensamento Restrito;
AUP – Área de Urbanização Preferencial;
Faixa de Reserva.
Figura 8.1.1: Plano Diretor de Diamantina
A cidade de Diamantina está localizada entremeada aos vales de três cursos d'água
principais: o córrego Tijuco, o da Prata e o Quatro Vinténs. Por essa razão está situada
em um sítio bastante acidentado, com topografia variada. Ao Leste do córrego
Quatro Vinténs, situa-se a Serra dos Cristais, que participa do contexto do sítio urbano
como um elemento de grande importância paisagística.
O núcleo histórico, conforme a tradição das cidades brasileiras configurou-se de forma
espontânea, com uma malha urbana irregular. O traçado viário atual, de modo geral,
acompanha o traçado dos caminhos primitivos e o modo como os lotes se
justapuseram no decorrer do desenvolvimento urbano formaram corredores de
circulação suficientes para o modo de locomoção típico do século XVIII.
A análise da formação da cidade realizada no documento "Proposição de Inscrição
de Diamantina na lista do patrimônio mundial; Anexo 5", conclui que a configuração
urbana concentrada da área histórica de Diamantina difere muito da forma linear
com que as cidades de mineração contemporâneas ao seu surgimento eram
conformadas. Relata ainda que os estudos históricos demonstram que a estrutura
urbana se organizou a partir das rotas de mineração e dos caminhos que ligavam os
arraiais que a originaram.
O núcleo histórico manteve-se bastante preservado ao longo dos anos, tanto no
traçado urbano, quanto na arquitetura, o que possibilitou o tombamento, em 1938, de
um vasto acervo.
A configuração urbana consolidada do núcleo histórico e sua arquitetura formaram
ricos espaços urbanos, becos, praças e largos que geram um passeio arquitetural
cheio de surpreendentes visuais.
Na segunda metade do século XX Diamantina ganha edifícios modernos, obras que
confrontam duas eras, e que enriquece de modo surpreendente o ambiente urbano.
Tomando com exemplo desse período, o Hotel Tijuco traz uma interferência
arquitetônica e urbana que ensina um modo de contribuir com a paisagem e o
entorno. A implantação do prédio cria em seu acesso uma praça que parece
mimetizar-se aos largos de surgimento espontâneo e dotando a edificação de
proporções que a integraram na paisagem sem ferir as visuais que revelam os edifícios
históricos.
No entanto a grande maioria das edificações surgidas posteriormente a essas
experiências modernas, especialmente as edificações comerciais, com suas
exceções, não contribuem para manter uma estética que dialogue com a área
histórica, tampouco produziram espaços urbanos compatíveis e ricos com uma
cidade de características tão peculiares.
A expansão urbana continuou a ocorrer de forma desordenada. Especialmente ao
leste e ao sul da encosta do sítio urbano. A massa de edificações comparece na
paisagem do contexto urbano em conflito com a harmonia do conjunto histórico que
se assenta na porção alta.
Outra vertente de crescimento verificada tende a avançar sobre a porção oeste do
território do município, tendo como via de estruturação a BR 367. Estas áreas de
expansão são as mais recentes, seguem orientação do Plano Diretor existente e estão
compatíveis com as destinações das zonas que delimitam essas áreas. No entanto
O tecido urbano recortado da área histórica é rico em largos, praças e recantos que
transformam o passeio arquitetural em uma experiência cheia de surpresas visuais e
sensoriais.
Podem ser citados alguns espaços que congregam a vida urbana:
A Praça JK - encontro de três corredores viários históricos, as Ruas
Macau de Cima, do Meio e de Baixo, as três ruas encontram-se
formando um largo de conformação triangular que se dispõe em dois
níveis estando a praça no platô superior. O casario histórico delimita o
espaço urbano e conduz ao Chafariz da Câmara.
Figura 8.3.4.1: Praças no Centro histórico
Porém, nas áreas de ocupação recente, nos bairros periféricos ao centro tombado, o
problema da acessibilidade persiste e grande parte dessas áreas também se
Assim, o que se observa, são calçadas com grandes desníveis (degraus). Além disto,
muitas vezes, o espaço de circulação dos pedestres é invadido por rampas de acesso
a garagens ou mesmo por construções que avançam sobre o espaço público, ou
simplesmente inexiste a calçada em diversos locais obrigando o pedestre a caminhar
pelas faixas de rolamento das ruas. Os obstáculos, além do desconforto,
comprometem a segurança da população (Figura 8.3.5.1; 8.3.5.2).
8.3.5 Arborização
No entanto a degradação das margens dos cursos d’água que cortam o tecido
urbano é também um problema ambiental agravante do comprometimento da
ecologia urbana. As praças são, de modo geral, pouco arborizadas (Figura: 8.3.6.1).
Configuração Urbana
A estrutura dos núcleos urbanos tem conformação linear em quase todos os casos.
Excetua-se o distrito de Mendanha, que tem sua área urbana cortada pelo rio
Jequitinhonha estando o aglomerado urbano dividido em duas porções uma em
cada margem do rio. Os distritos de Planalto de Minas, Extração e São João da
Chapada apresentam indícios de uma formação semelhante, mas hoje possuem uma
configuração mais concentrada com ocupação menos linear.
A configuração urbana nos Distritos é menos afetada pelo relevo, se comparada à da
sede, mas esse fato não foi determinador de uma estruturação viária ortogonal. Do
mesmo modo que a formação das vias na Sede os demais núcleos urbanos dos
Distritos possuem um sistema viário irregular.
Sistema Viário
O acesso às sedes dos Distritos, com exceção ao distrito de Extração é feito pela BR
367 de onde partem entroncamentos com estradas estaduais e vicinais,
invariavelmente, sem pavimentação.
O sistema viário, tal como se formou na sedes dos Distritos, não apresenta uma
hierarquia complexa. É conformado a partir de uma via principal que é característica
de todos os exemplos. O dimensionamento dessa via é irregular também em todos os
casos.
A via principal é sempre pavimentada, porém o estado de conservação das vias
nessas localidades é bastante precário. Algumas iniciativas de restauração e
complementação de pavimentação foram verificadas em Mendanha e
Desembargador Otoni.
Hierarquia Viária
Assim podem ser identificadas em alguns casos duas, em outros, três categorias de
vias, sendo:
Vias Primárias;
Vias Secundárias; e
Vias Terciárias, ou Locais.
As vias locais são aquelas que dão acesso direto aos lotes residenciais ou
equipamentos urbanos. Estão dimensionadas com largura variada. As vias de todas as
categorias comportam uma faixa de tráfego por sentido.
As Figuras que ilustram a Hierarquia Viária encontram-se no Volume II na seguinte
ordem:
Senador Mourão – Figura 8.4.1.1;
Desembargador Otoni – Figura 8.4.1.2;
Planalto de Minas – Figura 8.4.1.3;
Inhaí – Figura 8.4.1.4;
Mendanha – Figura 8.4.1.5;
São João da Chapada – Figura 8.4.1.6;
Sopa – Figura 8.4.1.7;
Senador Mourão é a localidade que possui maior concentração de usos mistos com
alguns estabelecimentos comerciais que oferecem certa variedade de produtos de
mercearia, papelaria e alguns outros materiais de consumo, podendo ser identificada
uma centralidade urbana com características de centro de bairro. Considera-se esta
a localidade mais desenvolvida como núcleo urbano se comparada a todos os outros
núcleos de Diamantina excluinda a Sede.
Pelas características do município definem-se três regiões com diferentes vocações
(Figura 8.4.2.1):
Figura 8.4.2.1: Distritos
A tipologia histórica com fim habitacional tem variadas formas de cobertura, com
telhado em quatro águas ou duas. Alguns tipos apresentam pátios na cobertura, além
de outros diversos arranjos com telhas no padrão colonial de capa e bica; É comum a
casa com afastamento em uma lateral, com acesso por uma varanda ornada com
balaustrada ou gradil de ferro fundido.
Figura 8.5.1.2: Tipologia - Variações
As sacadas das janelas dos sobrados apresentam muitas formas, fundidas em ferro ou
feitas de madeira, algumas decoradas finamente com elementos de latão, pinhas de
louça ou vidro. São inúmeras variações da arquitetura colonial com detalhes de
balcões de madeira e ferro fundido. A Casa de Chica da Silva, localizada na Praça
Lobo Mesquita, é um exemplar que exibe uma fachada vedada por Muxarabis,
herança da arquitetura moura, elemento peculiar da arquitetura colonial mineira.
A casa alinhada à testada do lote, construída de alvenaria convencional de
tijolos de barro. Exemplos dessa arquitetura se difundem nos bairros periféricos
ao perímetro de tombamento.
Tipologia comercial
Alguns dos edifícios localizados no centro histórico já são destinados exclusivamente
ao comércio e prestação de serviços, especialmente nos locais onde ocorrem eventos
como a Praça Barão de Guacuí, Rua da Quitanda, Rua Direita. Encontram-se, ainda,
noutros locais do centro, alguns edifícios destinados exclusivamente ao comércio e
serviços.
A tipologia exclusivamente comercial tem forma bem variada fora do perímetro de
tombamento, onde estabelecimentos de maior porte surgem com arquitetura
contemporânea. A norma urbanística para regular a ocupação dos lotes nos
diferentes bairros da cidade, indicando afastamentos, altura das edificações, número
de pavimentos, taxas de ocupação etc., é estabelecida no Código de Obras, de
1993. Apesar da existência do código e do setor de aprovação, a fiscalização de
edificações irregulares ainda é ineficiente, portanto, muitas vezes obras são realizadas
sem a emissão de alvará de construção, bem como, da carta de habite-se. Nota-se
que as normas de afastamentos são em grande número de casos desrespeitadas.
Figura 8.5.1.5: Tipologia Comercial
A arquitetura moderna
A arquitetura de três edifícios em Diamantina são importantes representantes da
arquitetura moderna brasileira. De autoria do arquiteto Oscar Niemeyer, são eles: o
clube na Rua Barão do Rio Branco, o Hotel Tijuco e o grupo escolar Julia Kubitschek.
No retrato da realidade de Diamantina esses edifícios são considerados exemplos de
importância histórica pela coerência na escala, o respeito ao entorno edificado e ao
espaço urbano, além da impressão na paisagem da representação de um momento
de suma importância para o desenvolvimento da linguagem moderna da arquitetura
brasileira. Esses exemplares convivem integrados ao conjunto histórico e estabelecem
um diálogo entre duas eras, demonstrando desse modo o período da evolução da
linguagem moderna da arquitetura brasileira na paisagem urbana (Figura 8.5.1.10).
8.6 Habitação
8.7.1 Comunicações
Correios e Telégrafos
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos possui uma agência no centro Histórico
localizada na Praça Doutor Prado e na Rua do Bonfim.
Serviço de Telefonia
Os serviços de telefonia são prestados pela Empresa Oi, antiga TELEMAR/MG, com
aproximadamente 6.227 acessos individuais, com previsão de expansão. Os serviços
de telefonia celular, prestados pela Empresa TELEMIG Celular, hoje transferidos à
Empresa Oi. Além da Telemig, a provedora TIM atua no município.
Rádio e TV
Diamantina possui atualmente duas emissoras FM - retransmissoras das estações Band
e Jovem Pan; uma AM (Rádio Cultura); a Rádio Comunitária da Associação dos
Movimentos Populares de Diamantina; a Rádio Acaiaca FM Estéreo; a Rádio Cultura
de Diamantina e outras ainda em Projeto como a Rádio Comunitária das Águas
Vertentes do Alto Jequitinhonha, pela ONG FUNIVALE.
Os canais de TV aberta são mais bem captados com o uso de antenas parabólicas. As
principais redes nacionais de televisão são captadas no município, encontrando-se
em implantação a TV Cultura, emissora local e retransmissora da Rede Minas.
Jornais e Revistas
O Jornal “A Voz de Diamantina” é o representante local distribuído quinzenalmente
com 500 exemplares; o Jornal “Portal do Vale” distribuído semanal, quinzenal ou
bimestralmente, com tiragens de 1.000 exemplares; e o Jornal Gazeta Tijucana. O
município também recebe os principais jornais que circulam no país, como “O Globo”,
do Estado do Rio de Janeiro, “Jornal do Comércio”, do Rio Grande do Sul, incluindo o
jornal “Estado de Minas”, “Hoje em Dia” e “Jornal Balcão”, de Belo Horizonte.
Internet
Possui acesso às provedoras de internet e serviços de lan houses. Na Internet,
encontram-se vários sites, portais e páginas com referências, imagens e informações
sobre o município e suas pousadas, com intuito de fomentar a atividade turística de
Diamantina, assim como na região do Circuito de Diamantes.
De acordo com dados fornecidos pela Empresa de Energia de Minas Gerais – CEMIG a
taxa de cobertura do serviço na área urbana é de 97% aproximadamente, enquanto
na zona rural chega a 80%.
A subestação que atende ao município tem utilizado em média, 55% de sua
capacidade total, o que indica a possibilidade de expansão do fornecimento.
A iluminação pública é realizada com lâmpadas a vapor metálico no centro, de sódio
e de mercúrio nas demais áreas, sendo que aos poucos, o mercúrio está sendo
substituído. Há linhas subterrâneas no Centro Histórico, com previsão para
manutenção e ampliação (Volume II: Figura: 8.8.1).
A limpeza das ruas e a coleta de lixo são realizadas pela própria prefeitura. Os rejeitos
são depositados em um aterro controlado.
O descarte do lixo urbano é feito em local denominado “Aterro Controlado”, nas
proximidades da cidade. Não há adequado tratamento de aterro sanitário e nenhum
resíduo é aproveitado para reciclagem de materiais (Figura: 8.9.3.1).
O lixo é enterrado em camadas, no sistema de aterro simples. A administração pública
deve dar atenção especial para este fato, no sentido de avaliar os riscos de infiltração
de “chorume” decorrente do lixo, além do risco de carreamento superficial do lixo,
pelas águas das chuvas.
Não existe coleta de lixo nas sedes dos Distritos do interior, conforme revelado nas
leituras comunitárias existe iniciativa de coleta e disposição em área afastada do
aglomerado urbano ou queima do lixo nas seguintes localidades:
Quartéis;
Batatal;
Conselheiro Mata;
Inhaí;
Desembargador Otoni; e
Planalto de Minas.
Considerado incipiente em todos os Distritos a falta de atenção com a disposição do
lixo, considerou-se como caso mais grave a situação observada em Senador Mourão,
pelo volume de dejetos observados depositados em terrenos baldios, ao longo das
estradas e caminhos e no leito dos córregos.
9 ASPECTOS INSTITUCIONAIS
PREFEITO MUNICIPAL
G − ProcuradoriaJurídica
A − AssessoriaEspecial
B − Assessoriade Planejamento
I − CoordenadoriadeEngenhariaeProjetos
N − CoordenadoriadeArquiteturaeProjetos
E − CoordenadoriadeArtesMusicais
T − CoordenadoriadeAgricultura
E − AssessoriaAdministrativadaBanda
Mirim
D − CoordenadoriadeAgricultura
O − CoordenadoriadeAdministração de
ObraseServiços
P − AssessoriadeAssuntosComunitários
R − AssessoriadeComunicação
E − CoordenadoriaOperacionaldeObras
F − CoordenadoriadePonteseBueiros
E − CoordenadoriadePatrulhaAsfálticaede
I Estradas
T − CoordenadoriaGeral deObrase
O Manutenção
Secretaria Secretaria
Municipalde Municipalde
Finanças Administraçãoe R.
Humanos
Concursados 759
Contratados 370
Aposentados 49
Pensionistas 2
TOTAL 1.257
Secretaria Municipal de Saúde e Promoção Social
9.3 Saúde
Centro de Saúde 6 Bela Vista, Bom Jesus, Palha, Centro Rio Grande, Dom
João
Postos Saúde da Família 6 Via Operária, Rio Grande, Bela Vista, Palha, Rio Grande,
Senador Mourão
O Município conta ainda com uma Farmácia Central responsável pela distribuição de
medicamentos básicos à população. Dispõe também de serviços de ultrassonografia,
mamografia, tomografia computadorizada, endoscopia digestiva, anatomia
patológica e citologia.
2.1 Diretrizes
As diretrizes gerais a partir das quais são formalizadas as linhas estratégicas estruturais e
as correspondentes estratégias referentes ao Plano Diretor provêm da Constituição
Federal e do Estatuto da Cidade (Art. 2°), levando em consideração a Agenda 21 e a
Agenda Habitat. Desta forma, representam, em princípio, diretrizes para as políticas
urbanas de todos os municípios brasileiros.
Assim, partindo da concepção da Cidade Desejada, são explicitadas as seguintes
Diretrizes para o Desenvolvimento Municipal de Diamantina:
Inhaí 142,74
Extração 126,31
São João da Chapada 172,86
Conselheiro Mata 185,64
Macrozonas de Preservação 31.781,00 8,21
Área total do Município 386.983.00 100,00
População atual 44.746
População estimada para o ano de 2018 46.608
4 ZONEAMENTO URBANO
O Zoneamento Urbano de Diamantina tem por objetivo embasar o planejamento
territorial, nos aspectos do disciplinamento do uso e da ocupação do solo, dentro das
macrozonas urbanas, delimitando zonas pelas suas vocações e condições físico-
territoriais para a realização das ações previstas no Plano Diretor.
O ordenamento territorial determina a direção das futuras intervenções urbanas, seja
de qualificação ou requalificação físico-espacial, recuperação ambiental ou criação
de novas áreas voltadas à preservação ambiental ou ao desenvolvimento econômico
e social, considerando a importância de Diamantina no contexto dos bens históricos
preservados no Brasil.
As Zonas são destinadas aos usos pertinentes à área urbana agrupados segundo o
critério de possuírem características que permitam a sua coexistência evitando
conflitos de ordem ambiental e garantindo o exercício da cidadania. Devem
compatibilizar o uso urbano com a conservação dos recursos naturais, por meio da
recuperação ambiental e da proteção dos recursos hídricos.
Assim, pela identificação das vocações encontradas na análise técnica da Leitura da
Realidade Atual bem como pela tradução dos anseios da comunidade consolidados
nas Linhas Estratégicas e Estratégias, o caminho à cidade desejada se desenha na
proposta de zoneamento urbano descrita a seguir que determina a direção das
futuras intervenções urbanas, seja de qualificação ou requalificação físico-espacial,
recuperação ambiental, criação de novas áreas voltadas à preservação ambiental
ou ao desenvolvimento econômico e social e à conservação dos bens históricos.
As Zonas Urbanas devem compatibilizar o uso urbano com a conservação dos recursos
naturais, por meio da recuperação ambiental e da proteção dos recursos hídricos.
O valor venal pode ser conceituado como: preço possível de ser atingido numa ação
de compra e venda à vista, considerando-se o mercado imobiliário normal praticado,
admitindo-se uma diferença que não ultrapasse a 10%. Porém esse conceito deve
servir apenas como base para a orientação do legislador na definição por lei da
forma de cálculo das alíquotas.
Deve-se pressupor que esta lei defina previamente todos os critérios de forma clara e
em bases técnicas para a apuração do valor unitário do metro quadrado da
construção e do terreno a ser considerada, observando-se padrões e tipologias de
construção, bem como outros fatores que influenciam no preço de uma edificação
ou lote como: localização nas diferentes zonas fiscais que possivelmente são
estabelecidas para a zona urbana do Município.
a) Uso exclusivamente residencial, onde cada alíquota se aplica por inteiro a cada
unidade residencial, assim entendida a residência e seus anexos.
b) Uso Não residencial
c) Cada alíquota se aplica por inteiro a toda a matéria tributável;
Para imóvel não edificado, em razão da localização, de acordo com a Lei de
Zoneamento;
d) Quando se tratar de uso misto, entendido como o convívio de residencial e não
residencial num mesmo lote aplicar-se-á, à parte residencial, a alíquota prevista para
esse tipo de uso e, da mesma forma alíquota diferenciada à outra parte pelo uso não
residencial.
e) Uso próprio, exclusivamente residencial, cujo terreno, nos termos da legislação
específica, não seja divisível, e diferenciadamente a terreno passível de
desmembramento;
f) Uso residencial, cuja área construída represente um coeficiente de aproveitamento
não inferior a 5,0% (cinco por cento) do coeficiente máximo, previsto na legislação de
uso do solo;
g) Uso residencial associado à produção de hortifrutigranjeiros, cuja área destinada
para este fim não seja inferior a dois terços da área total do terreno.
7.4 Recomendações
O sistema de Planejamento e Gestão do município e o Sistema de Informações
Municipais deverá disponibilizar o valor venal de cada imóvel cadastrado, por meios
eletrônicos e periodicamente reajustável com base exclusivamente na lei
desenvolvida para regular esse tributo.