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PROJETO DE LEI Nº XXX

Art. 1º. Ficam os shopping centers, supermercados, lojas e demais estabelecimentos


comerciais com mais de 100 vagas de estacionamento instalados em Santa Catarina
obrigados a reservar espaço suficiente para estacionamento de bicicletas.

Art. 2º. O número de vagas para bicicletas será de, no mínimo, 20% do total de vagas para
carros e motos.

Art. 3º. As vagas para bicicletas deverão situar-se em local interno, coberto, vigiado,
iluminado e ao abrigo de chuva, e contar com bicicletário que permita a utilização de
correntes e cadeados, preferencialmente no mesmo local destinado ao estabelecimento de
motocicletas.

Art. 4º. Não serão admitidas vagas em local externo ao estabelecimento, tais como
calçadas, estacionamentos descobertos ou similares.

Art. 5º. Os estabelecimentos indicados no art. 1º serão responsáveis pela guarda e


segurança das bicicletas, excluídos acessórios não integrantes do conjunto.

Art. 6º. Terão os estabelecimentos o prazo de 90 dias para implantação dos bicicletários, a
contar da publicação desta lei.

Art. 7º. Incorrerá o estabelecimento em multa de R$ 1.000,00 mensais por vaga de


estacionamento não implantada no prazo, ou por vaga que não contiver os requisitos
mínimos exigidos nesta lei. No caso de descumprimento por prazo superior a três meses o
estabelecimento será interditado até o integral cumprimento desta lei.

Art. 8º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICATIVA

Em tempo de preocupações intensas com o aquecimento global e de trânsito cada vez mais
caótico nas grandes cidades, a alternativa pelo transporte econômico, não-poluente e
saudável representado pelas bicicletas deve ser incentivada pelo Poder Público.

Apesar de contar com frota considerável de bicicletas e os proprietários estarem no bloco


considerado como de alto consumo, os estabelecimentos comerciais praticamente
inviabilizam o uso das bicicletas ao negar segurança aos seus proprietários. Parece-lhes que
forçar os consumidores a deslocarem-se de automóvel é – por mais paradoxal que possa ser
a afirmação – mais conveniente que incentivá-los a se deslocar de bicicleta. Embora os
custos de uma vaga de carro sejam infinitamente maiores, ainda não despertaram para a
solução ecologicamente mais adequada aqui proposta.
Por outro lado, o Estado de Santa Catarina, quer pelas origens de sua população, quer pelas
características morfológicas de seus sítios urbanos, tem nítida propensão ao transporte
ciclístico. Florianópolis é exemplo latente, em que a ciclovia da avenida Beira-Mar Norte
liga milhares de residências a dois dos maiores shoppings centers e a pelo menos um dos
maiores supermercados do Estado, todos sem estacionamentos adequados para bicicletas.

A lei proposta, por outro lado, se insere justamente na competência residual dos Estados
para legislar sobre espaços urbanos, além de criar obrigação de pouquíssimo custo para os
estabelecimentos comerciais.

Por fim, a lei proposta vai ao encontro do anseio popular já há muito demonstrado,
inclusive em abaixos-assinados volumosos apresentados aos shopping centers e revelará
grande sensibilidade do Poder Legislativo Estadual.

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