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SUMARIO

Aula 01 – Introdução a Genética e 1ª Lei de Mendel ........................................................ 02

Exercícios .......................................................................................................................... 04

Aula 02 - Variações da 1ª. Lei de Mendel ......................................................................... 05

Exercícios .......................................................................................................................... 07

Aula 03 - Polialelismo ou alelos múltiplos ......................................................................... 07

Exercícios .......................................................................................................................... 09

Aula 04 - Segunda Lei de Mendel ..................................................................................... 10

Exercícios .......................................................................................................................... 11

Aula 05 - Interação Gênica................................................................................................ 11

Exercícios .......................................................................................................................... 13

Aula 06 - Leis de Morgan (ligação gênica) ........................................................................ 13

Exercícios .......................................................................................................................... 15

Aula 07 - Genética de Populações .................................................................................... 15

Exercícios .......................................................................................................................... 16

Aula 08 – Evolução ........................................................................................................... 16

Exercícios .......................................................................................................................... 20

Gabarito ............................................................................................................................ 21

Referências ...................................................................................................................... 21
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GENÉTICA TERMINOLOGIA
AULA 01 Genótipo e Fenótipo
INTRODUÇÃO A GENÉTIA E 1A.LEI DE MENDEL O genótipo de uma pessoa é a sua constituição
genética. O fenótipo é a expressão observável de
um genótipo como um caráter morfológico,
Mecanismos de herança bioquímico ou molecular.

Todas as características morfológicas e fisiológicas Locus Gênicos


transmitidas dos pais aos filhos constituem herança
biológica. Podemos notar entretanto que existem Os cromossomos existem aos pares nas células
diferenças evidentes entre irmão e destes com seu somáticas. Cada gene ocupa um lugar definido no
pais, este fato caracteriza a variação genética. cromossomo. Esse lugar definido é denominado
locus gênico.

Genes Alelos

Os genes que ocupam o mesmo locus em


cromossomos homólogos são denominados genes
alelos.

Homozigotos e Heterozigotos

A genética é a parte da biologia que estuda a


fisiologia e a natureza da hereditariedade e da
variação.

Como um caráter é herdado

Os caracteres biológicos são herdados por meios de


genes e transmitidos de uma geração a outra por Os genes alelos não são necessariamente
meio de gametas durante a reprodução sexuada. idênticos. Quando nas células de um indivíduo os
Alguns cromossomos determinam caracteres genes alelos para um determinado caráter não são
sexuais, sendo portanto denominados idênticos, o indivíduo é denominado heterozigoto
cromossomos sexuais (X e Y no caso de humanos). para o caráter denominado pelo par de genes.
Outros cromossomos definem apenas carcteristicas Quando os genes alelos são idênticos, o indivíduo é
não sexuais – autossômicos. denominado homozigoto para aquele caráter.
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GENEALOGIAS OU HEREDOGRAMAS

As genealogias são representações, por meio de


símbolos convencionados, dos indivíduos de uma
família, de maneira a indicar o sexo, a ordem do
nascimento, o grau de parentesco etc.
A seguir temos a legenda dos símbolos mais
utilizados na construção de heredogramas.

sexo masculino indivíduo de sexo não


informado
Conclusão: Toda característica do indivíduo
apresenta, no mínimo, duas variedades, cada uma é
determinada por um gene. Por exemplo: a textura
do cabelo pode ser lisa ou crespa, etc. Os genes
que determinam variedades diferentes do mesmo
sexo feminino caráter afetado
caráter são denominados alelos. Cada gene ocupa
um local específico (lócus genético) no
cromossomo. Os genes alelos expressam o
genótipo de um indivíduo, ou seja, sua constituição
genética para uma determinada característica. O
genótipo, influenciado pelas interferências do meio
cruzamento (linha)
ambiente, expressa-se no fenótipo, que representa
Gêmeos univitelinos o somatório de todas as características observáveis
em um indivíduo. Quando um determinado caráter é
condicionado por alelos iguais, o indivíduo
denomina-se homozigoto. Se os alelos forem
diferentes, denomina-se heterozigoto. O alelo
dominante é representado por uma letra maiúscula;
o recessivo é representado por letra minúscula.
cruzamento gêmeos bivitelinos AA - Fenótipo dominante
consangüíneo
Aa - Fenótipo dominante
aa - Fenótipo

As leis de Mendel
Introdução

Mendel, Gregor Johann.

três irmãos
(os números indicam a
ligação com os filhos ordem de nascimento)

Exemplo de um Heredograma
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Até meados do século XIX imaginava-se que, se as QUESTÃO RESOLVIDA E COMENTADA


formas alternativas de determinado caráter se
cruzassem geneticamente, o resultado seria uma (UFJF) Um floricultor, após intenso trabalho de
combinação de todas elas. Mendel, monge e melhoramento genético, obteve uma variedade de
botânico austríaco, foi o primeiro a demonstrar que planta com flores de grande valor econômico.
não existe herança por mistura: os caracteres Visando a reprodução dessa variedade de planta
permanecem diferenciados. Em seus experimentos com a manutenção das características
com ervilhas Mendel conclui que os fatores (genes) selecionadas, o floricultor deve realizar:
seriam transmitidos aos descendentes através dos a) o retrocruzamento com plantas heterozigotas.
gametas. Segundo ele os “fatores” separariam se b) o plantio de sementes híbridas.
durante o processo de formação dos gametas de c) a retirada dos estames das flores.
forma que cada gameta herdaria apenas um “fator” d) a propagação por sementes obtidas pelo
de cada par. cruzamento com plantas selvagens.
e) a produção de mudas através de métodos
1 ª Lei de Mendel: Lei da Segregação assexuados.
Independente dos fatores ou monoibridismo.
RESOLUÇÃO
A propagação vegetativa é um tipo de reprodução
Mendel realizou uma série de cruzamentos com
assexuada que garante a manutenção do patrimônio
ervilhas durante gerações sucessivas e, mediante a
genético na integra desde a planta mãe em relação
aos EXERCÍCIOS
descendentes gerados. DE FIXAÇÃO
observação do predomínio da forma (lisa ou
rugosa), formulou a primeira lei, segundo a qual
existe nos híbridos uma característica dominante e
uma recessiva. Cada caráter é condicionado por um
par de fatores (genes), que se separam na
formação dos gametas. A manifestação rugosa não EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
apareceu em nenhum indivíduo de F1, mas
reapareceu na progênie de F2, quando descendiam 01 (ENEM ) Os planos de controle e erradicação de
apenas de sementes lisas. doenças em animais envolvem ações de profilaxia e
Mendel concluiu que: dependem em grande medida da correta utilização
e interpretação de testes diagnósticos. O quadro
Cada planta transmite, através de seus gametas, mostra um exemplo hipotético de aplicação de um
apenas um fator (gene) ao descendente. Em F1, teste diagnóstico.
todos os indivíduos de sementes lisas, sendo filhos
de plantas puras de sementes lisas e de plantas
puras de sementes rugosas. Mendel denominou a
característica lisa de dominante e a característica
rugosa de recessiva, pois esta não se manifestou
em F1. No entanto, a característica rugosa voltou a
se manifestar em F2. Mendel concluiu, portanto, que Manual Técnico do Programa Nacional de
todos os indivíduos de F1 eram híbridos de Controle e Erradicação da Brucelose e da
constituição Rr. Se cada indivíduo produz gametas Tuberculose Animal – PNCEBT. Brasília:
R e r, os gametas podem combinar-se como mostra Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
a descendência. 2006 (adaptado).
Considerando que, no teste diagnóstico, a
sensibilidade é a probabilidade de um animal
infectado ser classificado como positivo e a
especificidade é a probabilidade de um animal não
infectado ter resultado negativo, a interpretação do
quadro permite inferir que

A) a especificidade aponta um número de 5 falsos


positivos.

B) o teste, a cada 100 indivíduos infectados,


Os descendentes, na geração F2, serão: classificaria 90 como positivos.

1/4 ou 25% RR (lisas - puras) C) o teste classificaria 96 como positivos em cada


2/4 ou 50% Rr (lisas - impuras) 100 indivíduos não infectados.
1/4 ou 25% rr (rugosas)
Portanto: D) ações de profilaxia são medidas adotadas para
3/4 ou 75% com sementes lisas o tratamento de falsos positivos.
1/4 ou 25% com sementes rugosas
E) testes de alta sensibilidade resultam em maior
número de animais falsos negativos comparado a
um teste de baixa sensibilidade.
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02 (ENEM) Em um experimento, preparou-se um


conjunto de plantas por técnica de clonagem a partir AULA 02
de uma planta original que apresentava folhas
verdes. Esse conjunto foi dividido em dois grupos,
GENÉTICA
Variações da 1ª.Lei de Mendel
que foram tratados de maneira idêntica, com
exceção das condições de iluminação, sendo um
grupo exposto a ciclos de iluminação solar natural e HERANÇA SEM DOMINÂNCIA
outro mantido no escuro. Após alguns dias,
observou-se que o grupo exposto à luz apresentava Algumas flores apresentam duas ou mais
folhas verdes como a planta original e o grupo colorações, como, por exemplo, vermelho e branco,
cultivado no escuro apresentava folhas amareladas. o alelo para a cor vermelha é V e para a cor branca,
B. Quando a planta apresenta os dois alelos V e B
Ao final do experimento, os dois grupos de plantas simultaneamente, suas flores apresentam coloração
apresentaram rósea. A diferença entre a dominância completa e a
herança sem dominância reside no efeito fisiológico
a) os genótipos e os fenótipos idênticos. que os genes produzem nos indivíduos
b) os genótipos identicos e os fenótipos heterozigotos. Na dominância completa, o gene
diferentes. dominante, quando em dose simples, produz o
c) diferenças nos genótipos e fenótipos. mesmo efeito fenotípico como se estivesse em dose
d) mesmo fenótipo e apenas dois genótipos dupla. Na herança sem dominância, os dois alelos
diferentes. interagem de modo que o heterozigoto apresenta
um caráter fenotípico intermediário entre os
e) mesmo fenótipo e grande variedade de
apresentados pelos indivíduos parentais.
genótipos.
Cruzamento entre "MARAVILHAS", ilustrando um
caso de Codominância
03. (UFOP) Um gene recessivo, localizado no
cromossomo X, será transmitido pelas mulheres RR X BB
heterozigotas:
Gametas R e B
(A) somente às filhas.
(B) a todos os seus filhos, de ambos os sexos.
(C) à metade de seus filhos, de ambos os sexos.
(D) a um quarto dos seus filhos, de ambos os sexos.
(E) somente aos filhos do sexo masculino.

04. (UFLA) Um coelho possui a seguinte


constituição genética: AaBbCcDdEE. Qual o número
de espermatozóides com constituições genéticas
diferentes será produzido, quando as células desse F1- RB- 100% Fenótipo- 100% de flores rosa
animal sofrerem meiose?
Fenótipo- 100% de flores rosa
a) 8 b) 32 c) 2 d) 16 e) 64
Gametas R B R B
05. (UFLA) A ausência de chifres em bovinos é
condicionada pelo alelo dominante M e a presença
de chifres, pelo alelo recessivo m. No acasalamento
entre animais mochos (sem chifres) e
heterozigóticos, espera-se que a porcentagem de
descendentes mochos seja de

a)12,5% b)75% c)25% d)50%


e)0%

Fazendo-se o quadro de combinações:

R B
R RR RB
B RB BB
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Critérios da Herança Recessiva


F1- RR 25% - RB - 50% - BB 25% Fenótipo- 25% de Ligada ao X
flores brancas; 50% de flores rosa e 25% de flores
vermelhas.  A incidência do fenótipo é muito mais alta
em homens do que em mulheres.
Em F1 o fenótipo das flores é intermediário: rosa.  O gene responsável pela afecção é
Efetuando-se o cruzamento entre duas plantas transmitido de um homem afetado para todas as
híbridas de F1, observa-se que os fenótipos suas filhas.
parentais reaparecem.  O gene jamais se transmite diretamente do
pai para o filho, mas sim de um homem afetado
Em F2, a proporção fenotípica é de 1:2:1. para todas as suas filhas.
 As mulheres heterozigóticas geralmente
Herança Dominante Ligada ao X não são afetadas

Um fenótipo ligado ao X é descrito como dominante Exemplos de Herança Recessiva Ligada ao X
se ele se expressar regularmente em heterozigotos.
Em um heredograma dominante ligado ao X, todas Hemofilia: Distúrbio recessivo ligado ao X. É um
as filhas e nenhum filho de homens afetados são distúrbio da coagulação caracterizado por tempo de
afetados; se alguma filha não for afetada ou algum sangramento prolongado. Causado por mutações
filho for afetado, a herança deve ser autossômica. no gene que codifica o fator VIII, componente da
cascata da coagulação. A deficiência do fator VIII
Critérios da Herança Dominante Ligada ao X resulta numa formação defeituosa de fibrina,
comprometendo a capacidade de coagulação.

 QUESTÃO RESOLVIDA E COMENTADA


 (UFJF) Distrofia muscular Duchenne é uma
 alteração genética letal recessiva e ligada ao sexo,
 que promove a atrofia das células musculares.
 Supondo-se que a terapia com células-tronco possa
 ser usada no tratamento da doença, substituindo-se
 Os homens afetados com companheiras as células atrofiadas, pode-se esperar que os filhos
normais não têm nenhum filho afetado e nenhuma homens de pai doente e mãe portadora:
filha normal.
 Os filhos de ambos os sexos de portadores a) sejam portadores do alelo, mas imunes à doença.
possuem um risco de 50% de herdar o fenótipo. b) sejam todos afetados pela mesma doença do pai.
 c) tenham 50% de chance de manifestarem a
Herança Recessiva Ligada ao X doença.
d) não manifestem a doença, quando homozigotos
Uma característica recessiva ligada ao X expressa- para esse caráter.
se fenotipicamente em todos os homens que a e) tenham 100% de chance de serem normais.
recebem, mas apenas nas mulheres que são
homozigóticas para a mutação.

Resposta letra C
RESOLUÇÃO O enunciado da questão deixa claro que
o desenvolvimento de um tipo particular de câncer
de gengiva é determinado por um alelo recessivo
ligado ao sexo, portanto uma característica
contolada por um gene presente no cromossomo X.
Um cruzamento entre um homem afetado e uma
portadora:
XaY x XAXa – genótipos dos
progenitores
Xa e Y XA e Xa gametas produzidos
Gametas Xa Y
A A a
X X X XAY
O gene de um distúrbio ligado ao X às vezes está
presente num pai e numa mãe portadora e, então, Xa XaXa XaY
as filhas podem ser homozigóticas afetadas. Proporções: 50% das mulheres são afetadas e 50%
das mulheres são portadoras
50% dos homens são afetados e 50% dos
homens são normais
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(C) Cruzando-as com plantas de flores vermelhas


EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO da geração P. Os cruzamentos com plantas Vv
produzirão descendentes de flores brancas.
(D) Cruzando-as entre si, é possível que surjam
01 (ENEM ) Anemia Falciforme é uma das doenças plantas de flores brancas. As plantas Vv cruzadas
hereditárias mais prevalentes no Brasil, sobretudo com outras Vv produzirão apenas descendentes
nas regiões que receberam maciços contingentes vermelhas, portanto as demais serão VV.
de escravos africanos. É uma alteração genética, (E) Cruzando-as com plantas recessivas e
caracterizada por um tipo de hemoglobina mutante analisando as características do ambiente onde se
designada por hemoglobina S. Indivíduos com essa dão os cruzamentos, é possível identificar aquelas
doença apresentam eritrócitos com formato de foice, que possuem apenas fatores V.
daí o seu nome. Se uma pessoa recebe um gene do
pai e outro da mãe para produzir a hemoglobina S 03. No monohibridismo com dominância
ela nasce com um par de genes SS e assim terá a intermediária (semidominância ou co-dominância),
Anemia Falciforme. Se receber de um dos pais o as proporções genotípicas e fenotípicas, em F2 ,
gene para hemoglobina S e do outro o gene para serão, respectivamente:
hemoglobina A ela não terá doença, apenas o Traço a) 3:1 e 1:2:1
Falciforme (AS), e não precisará de tratamento b) 3:1 e 3:1
especializado. Entretanto, deverá saber que se vier c) 1:2:1 e 3:1
a ter filhos com uma pessoa que também herdou o d) 1:2:1 e 1:2:1
traço, eles poderão desenvolver a doença.
Disponível em: http://www.opas.org.br. Acesso em: 04. (UFV )-O exame de paternidade tem sido muito
02 mai. 2009 (adaptado). utilizado na medicina forense. Esse teste baseia-se
na identificação de marcas genéticas específicas
Dois casais, ambos membros heterozigotos do tipo que podem ser encontradas no DNA da mãe, do pai
AS para o gene da hemoglobina, querem ter um e dos filhos. O resultado do teste, representado
filho cada. Dado que um casal é composto por abaixo, contém padrões dessas marcas de uma
pessoas negras e o outro por pessoas brancas, a determinada família.
probabilidade de ambos os casais terem filhos (um
para cada casal) com Anemia Falciforme é igual a

(A) 5,05%.
(B) 6,25%.
(C) 10,25%.
(D) 18,05%.
(E) 25,00%.

02 (ENEM ) Mendel cruzou plantas puras de ervilha


com flores vermelhas e plantas puras com flores
brancas, e observou que todos os descendentes
tinham flores vermelhas. Nesse caso, Mendel Com base neste resultado, assinale a alternativa
chamou a cor vermelha de dominante e a cor INCORRETA:
branca de recessiva. A explicação oferecida por ele a) I é filho biológico do casal.
para esses resultados era a de que as plantas de b) II não é filho deste pai.
flores vermelhas da geração inicial (P) possuíam c) III é irmão biológico de I.
dois fatores dominantes iguais para essa d) IV pode ser filho adotivo do casal.
característica (VV), e as plantas de flores brancas e) V não pode ser filho biológico deste casal.
possuíam dois fatores recessivos iguais (vv). Todos
os descendentes desse cruzamento, a primeira 05. No diagrama abaixo está representado o
geração de filhos (F1), tinham um fator de cada casamento entre um homem normal e uma mulher
progenitor e eram Vv, combinação que assegura a normal, filha de um homem hemofílico .
cor vermelha nas flores. Hemofílico

Tomando-se um grupo de plantas cujas flores são Normal


vermelhas, como distinguir aquelas que são

(A) Cruzando-as entre si, é possível identificar as


plantas que têm o fator v na sua composição pela
análise de características exteriores dos gametas Sabendo-se que a hemofilia é uma doença
masculinos, os grãos de pólen. determinada por um gene recessivo e ligado ao
(B) Cruzando-as com plantas recessivas, de flores sexo, deste casamento poderão nascer crianças
brancas. As plantas VV produzirão apenas hemofílicas na proporção de :
descendentes de flores vermelhas, enquanto as
plantas Vv podem produzir descendentes de flores a) 0 % b) 25% c) 50% d) 75 % e) 100%
brancas.
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Pessoas com antígeno B nas hemáceas possuirão


AULA 03 anticorpo anti-A no plasma;
GENÉTICA Pessoas com antígeno A e B nas hemáceas não
possuirão anticorpo no plasma;
Variações da 1ª.Lei de Mendel
Pessoas que não possuam antígenos nas
hemáceas possuirão anticorpo anti-A e anti-B no
plasma;
Polialelismo ou Alelos Múltiplos
Podemos agora completar o seguinte quadro de
Introdução resumo:
Vimos nas aulas anteriores que varias
Fenótipo Genótipo Aglutinogênio Aglutinin
características são determinadas por um par de
s s nas a no
alelos que ocupam o mesmo lócus nos pares de Hemáceas plasma
cromossomos homólogos. Entretanto varias
A
características presentes nos seres vivos são
B
determinadas por genes que apresentam mais de
AB
duas formas alélicas. Como cada lócus de uma
célula somática do indivíduo pode abrigar apenas O
um para de alelos, estes passam a ser chamados
lócus múlti-alélicos. Transfusões Sanguíneas
O polialelismo segue o caso da 1ª. Lei de Mendel
uma vez que: Para enterdermos a necessidade de compatibilidade
 Poderão existir vários alelos sanguinea entre doador e receptor de sangue,
precisamos ter em mente que as hemáceas do
 No lócus das células somáticas do indivíduo haverá
doador serão coaguladas na corrente sanguinea do
apenas um par de alelos (iguais - homozigotos ou
receptor pela produção de anticorpos (aglutininas)
diferentes - heterozigoto) determinando a
em seu sangue.
característica em questão;
Desta forma podemos ver que pessoas do grupo
 Na formação dos gametas cada célula ira carregar
sanguineo (O) por não possuírem antígenos em
apenas um dos genes;
suas hemáceas podem doar seu sangue para
 Haverá formação de número variável de genótipos e qualquer outra pessoa, por isso consideradas
fenótipos; doadoras universais.
O principais exemplos de polialelismo encontrados Pessoas do grupo sanguineo (AB) por não
em questões de vestibular são; os grupos possuírem anticorpos no plasma, podem receber
sanguíneos do sistema ABO na espécie humana, a sangue de qualquer outra pessoa, por isso
cor da pelagem de coelhos e de cobaias. consideradas receptoras universais.
Entre indivíduos de mesmo grupo sanguineos não
Grupo sanguíneo ABO deverá haver problema de aglutinação durante as
transfusões.
A determinação do grupo sanguineo do indivíduo, é Vamos completar o esquema com setas que
feita pela presença ou ausência dos antígenos indiquem a possibilidade de doação de sangue:
(também conhecidos como aglutinogênio) A e B na
membrana das hemáceas, bem como na presença
de anticorpos (também conhecidos como
aglutininas) no plasma sanguineo.
Existem três alelos que irão determinar o tipo de
sangue do indivíduo:
A
I – determina a presença do antígeno A nas
hemáceas;
B
I – determina a presença do antígeno B nas
hemáceas;
i – determina a ausencia de antígeno A ou B nas
hemáceas;

Sendo a seguinte relação de dominância entre


eles:
O fator Rh humano
A B
(I = I )>i
Um segundo sistema de grupos sangüíneos foi
Por este raciocínio podemos concluir que o descoberto a partir dos experimentos desenvolvidos
indivíduo com fenótipo grupo sanguineo AB possui por Landsteiner e Wiener, em 1940, com sangue de
A B
apenas um genótipo I I , o indivíduo com fenótipo macaco do gênero Rhesus. Esses pesquisadores
grupo sanguineo O possui apenas um genótipo ii, o verificaram que ao se injetar o sangue desse
A A A
fenótipo A possui os genótipos I I ou I i e o macaco em cobaias, havia produção de anticorpos
B B B
fenótipo B possui os genétipos I I e I i. para combater as hemácias introduzidas. Ao
Pessoas com antígeno A nas hemáceas possuirão centrifugar o sangue dos cobaios obteve-se o soro
anticorpo anti-B no plasma; que continha anticorpos anti-Rh e que poderia
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aglutinar as hemácias do macaco Rhesus. As materno já conterá anticorpos para aquele antígeno
Conclusões daí obtidas levariam a descoberta de e o feto poderá desenvolver a eritroblastose fetal.
um antígeno de membrana que foi denominado Rh
(Rhesus), que existia nesta espécie e não em outras
como as de cobaia e, portanto, estimulavam a
produção anticorpos, denominados anti-Rh.

Analisando o sangue de muitos indivíduos da


espécie humana, Landsteiner verificou que, ao Após o nascimento da criança toma-se medida
-
misturar gotas de sangue dos indivíduos com o soro profilática injetando, na mãe Rh , soro contendo anti
contendo anti-Rh, cerca de 85% dos indivíduos Rh. A aplicação logo após o parto, destrói as
apresentavam aglutinação (e pertenciam a raça hemácias fetais que possam ter passado pela
branca) e 15% não apresentavam. Definiu-se, placenta no nascimento ou antes. Evita-se , assim,
+
assim, “o grupo sangüíneo Rh ”( apresentavam o a produção de anticorpos “zerando o placar de
-
antígeno Rh), e “o grupo Rh “ ( não apresentavam o contagem”. Cada vez que um filho nascer e for Rh+
antígeno Rh). deve-se fazer nova aplicação pois novos anticorpos
A determinação genética do sistema Rh é bastante serão formados.
simples, pode-se considerá-la como sendo devida a Os sintomas da doença que podem ser
um par de alelos com relação de dominância observados são anemia (devida à destruição de
completa: o gene D, que determina a produção do hemácias pelos anticorpos), icterícia (a destruição
fator Rh, dominante sobre o gene d. de hemácias aumentada levará a produção maior
de bilirrubina indireta que não pode ser convertida
GENÓTIPOS FENÓTIPOS no fígado).
+
DD, Dd Rh
-
dd Rh

Doença hemolítica Recém Nato ou


Eritroblastose Fetal
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Uma doença provocada pelo fator Rh é a
eritroblastose fetal ou doença hemolítica do recém-
nascido (DHRN), caracterizada pela destruição das
hemácias do feto ou do recém-nascido. As 01. (UFJF) Mariazinha, criança abandonada, foi
conseqüências desta doença são graves, podendo adotada por um casal. Um ano mais tarde, Antônio
levar a criança à morte. e Joana, dizendo serem seus verdadeiros pais, vêm
Para entendermos a doença precisamos saber que reclamar a filha. No intuito de comprovar a
no plasma não ocorre naturalmente o anticorpo anti- veracidade dos fatos, foi exigido um exame do tipo
Rh. O anticorpo, no entanto, pode ser formado se sangüíneo dos supostos pais, bem como de
-
uma pessoa do grupo Rh , recebe sangue de uma Mariazinha. Os resultados foram:
+
pessoa do grupo Rh .
Durante a gestação ocorre passagem, Antônio B, Rh+; Joana A, Rh-; Mariazinha O, Rh-.
através da placenta, apenas de plasma da mãe para Você concluiria que:
o filho e vice-versa devido à chamada barreira
hemato-placentária. Pode ocorrer, entretanto, a) Mariazinha pode ser filha de Joana, mas não de
acidentes vasculares na placenta, o que permite a Antônio.
passagem de hemácias do feto para a circulação b) Mariazinha não é filha do casal.
materna. Nos casos em que o feto possui sangue c) Mariazinha é filha do casal.
fator rh positivo os antígenos existentes em suas d) Existe a possibilidade de Mariazinha ser filha do
hemácias estimularão o sistema imune materno a casal, mas não se pode afirmar.
produzir anticorpos anti-Rh que ficarão no plasma e) Mariazinha pode ser filha de Antônio, mas não de
materno e podem passar pela pacenta provocando Joana.
lise nas hemácias fetais. A partir da segunda
gestação, ou após a sensibilização por transfusão
+
sanguínea, se o filho é Rh novamente, o organismo
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02. Considerando que a pelagem de coelhos é uma vez. Portanto, os cruzamentos que realizou
característica determinada por um caso de envolveram os caracteres cor (amarela e verde) e
multialelismo com dominância completa na seguinte forma (lisa e rugosa) das sementes, que já haviam
seqüência sido estudados, individualmente, concluindo que o
amarelo e liso eram caracteres dominantes. Mendel,
ch h
(C-selvagem)>(C -chinchila)>(C -himalaia)>(c- então, cruzou a geração parental (P) de sementes
albino). amarelas e lisas com as ervilhas de sementes
verdes e rugosas, obtendo, em F1, todos os
Qual é a prole de um coelho selvagem heterozigoto indivíduos com sementes amarelas e lisas, como os
para himalaia com uma fêmea chinchila pais dominantes.
heterozigota para albina?

a) selvagem 50% - chinchila 25% - albino 25%


b) selvagem, chinchila, himalaia e albino - 25% cada
c) selvagem 50% - chinchila 25% - himalaia 25%
d) selvagem 25% - chinchila 50% - himalaia 25%
e) Nenhum dos itens é correto.

03. (UFMG) Num banco de sangue foram


selecionados os seguintes doadores: grupo AB - 5;
grupo A - 8; grupo B - 3; grupo O - 12. O primeiro
pedido de doação partiu de um hospital que tinha
dois pacientes nas seguintes condições:
Paciente I: possui ambos os tipos de aglutininas no
plasma.
Paciente II: possui apenas um tipo de antígeno nas
hemáceas e aglutinina b no plasma.
Quantos doadores estavam disponíveis para os
pacientes I e II, respectivamente?

a) 5 e 11 b) 12 e 12 c) 8 e 3 d) 12 e 20 e) 28
e 11

04-(FUVEST-SP) Considerando-se um locus


gênico que apresente três tipos de alelos
alternativos (alelos múltiplos), quantos tipos
diferentes de genótipos podem ocorrer numa
população diplóide?
Posteriormente, realizou a autofecundação dos
indivíduos de F1, obtendo na geração F2 indivíduos
a) 3 b) 6 c) 8 d) 9 e) 12 com quatro fenótipos diferentes, incluindo duas
combinações inéditas (amarelas e rugosas, verdes
05. (UFLA) Uma mulher recebeu uma transfusão e lisas). Analisando os resultados da geração F2,
sangüínea. Seu primeiro filho nasce com percebe-se que a característica cor da semente
eritroblastose fetal. Classifique, quanto ao grupo segrega-se de modo independente da característica
sangüíneo Rh , a mulher, seu marido, a criança e o forma da semente e vice-versa.
sangue que a mulher recebeu na transfusão:
Cruzamento: Amarelas e Lisas x Verdes
a) Rh-, Rh+, Rh-, Rh- b) Rh-, Rh+, Rh+, Rh+ Rugosas (VVRR) X (vvrr)
c) Rh-, Rh+, Rh-, Rh+ d) Rh-, Rh-, Rh+, Rh- Gametas: VR x vr
e) Rh+, Rh-, Rh-, Rh+
F1: 100% Amarelas e Lisas (VvRr)

vr vr
Aula 04 VR VvRr VvRr
GENÉTICA VR VvRr VvRr
Segunda lei de Mendel ou Segregação
independente das características Cruzamento F2: F1 x F1:

Amarelas e Lisas (VvRr) x Amarelas e Lisas (VvRr)


Gametas F1: VR, Vr, vR, vr x VR, Vr, vR, vr
Introdução
GenotiposF2:
Após o estudo detalhado e individual de cada um
VVRR, VVRr, VVrr, VvRR, VvRr, Vvrr, vvRR, vvRr,
dos sete pares de caracteres em ervilhas, Mendel
vvrr
passou a estudar dois pares de caracteres de cada
11

VR Vr vR vr EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
VR VVRR VVRr VvRR VvRr
Vr VVRr VVrr VvRr Vvrr 01. Na Drosophila melanogaster, a cor do corpo
vR VvRR VvRr vvRR vvRr ébano é produzida por um gene recessivo (e) e o
vr VvRr Vvrr vvRr vvrr corpo de cor cinza, pelo seu alelo (E). A asa
vestigial é produzida por um gene recessivo (v) e o
Freqüência Proporção tamanho normal da asa é determinado pelo seu
Fenótipos Genótipos alelo (V). Se moscas diíbridas são cruzadas entre si
Genotípica Fenotípica
e produzem 256 indivíduos, quantas moscas desta
VVRR 1/16
Amarela progênie apresentarão o mesmo genótipo dos pais?
VvRR 2/16 9/16
Lisa a) 144
VvRr 4/16
b) 128
Amarela VVrr 1/16 c) 64
3/16
Rugosa Vvrr 2/16 d) 8
vvRR 1/16 e) 16
Verde Lisa 3/16
vvRr 2/16
Verde 02. De acordo com as leis de Mendel, indivíduos
vvrr 1/16 1/16 com genótipo:
Rugosa

Avaliação 1. AaBb produzem gametas A, B, a e b.


2. AaBB produzem gametas AB e aB.
Esta segregação dos genes, independente e ao3. Aa produzem gametas AA, Aa e aa.
acaso, constitui-se no fundamento básico da 2ª Lei4. AA produzem gametas AA.
de Mendel, ou lei da segregação independente.
Aplica-se a Lei de Mendel para o estudo de duas,
5. AABB produzem dois tipos de gametas.
três ou mais características, simultaneamente,
03. A proporção fenotípica encontrada na
determinadas por alelos situados em pares de
descendência do cruzamento entre indivíduos
cromossomos homólogos diferentes.
heterozigotos para dois caracteres com dominância
completa é:
QUESTÃO RESOLVIDA E COMENTADA
1. 3:1
2. 1:2:1
01.Uma planta que produz fruto vermelho e
3. 9:4:3
biloculado foi cruzada com outra de fruto
4. 9:7
amarelo e multiloculado, resultando 160
5. 9:3:3:1
descendentes, assim distribuídos:
04. Em Drosophila melanogaster, asa vestigial
41 de frutos vermelhos biloculados
(curta) e corpo ébano (preto) são características
39 de frutos vermelhos multiloculados
determinadas por dois pares de gens recessivos v
38 de frutos amarelos biloculados
e e, respectivamente. Asa longa e corpo cinzento
42 de frutos amarelos multiloculados.
são características determinadas pelos gens
dominantes V e F. Do cruzamento entre parentais
Quais os fenótipos e genótipos dos tipos
surgiu, em F1, 25% de indivíduos de asa longa e
parentais?
corpo cinzento. O genótipo provável dos pais será:
a) fruto vermelho biloculado = AaMm; fruto
amarelo multiloculado = aamm a) VvEe X VvEe
b) VVEE X vvee
b) fruto vermelho biloculado = AAMm; fruto
c) vvee X vvee
amarelo multiloculado = aaMM d) VvEe X vvee
c) fruto vermelho biloculado = aamm; fruto e) VvEe X VVEE
amarelo multiloculado = AAMM
d) fruto vermelho biloculado = AaMM; fruto 05. Sendo Aa, Bb e Cc três pares de gens com
amarelo multiloculado = aamm segregação independente, quantos tipos de
gametas poderão ser formados por um indivíduo AA
e) fruto vermelho biloculado = AaMm; fruto
Bb Cc?
amarelo multiloculado = Aamm
a) 3
b) 4
A questão aborda claramente um caso se c) 6
segregação de duas características de acordo d) 8
com a 2ª. Lei de Mendel. O padrão encontrado e) 12
na geração F1 sugere um genótipo para os
progenitores do tipo AaMm x aamm.
12

Aula 05 EPISTASIA
INTERAÇÃO GÊNICA A epistasia constitui uma modalidade de interação
gênica na qual genes de um par de alelos inibem a
manifestação de genes de outros pares. Note que o
chamado efeito epistático é semelhante aquele
Introdução observado na dominância completa entre dois
genes alelos; na epistasia, porém, a dominância
Processo pelo qual dois ou mais pares de genes, manifesta-se entre genes não alelos. Dá-se o
com distribuição independente, condicionam, nome de genes epistáticos aos que impedem a
conjuntamente, um único caráter. atuação de outros, denominados hipostáticos.
Consideremos o tipo de galinhas da raça Leghorn,
Como exemplo de interação gênica, vamos um exemplo clássico de epistasia. Nessas aves
considerar a forma das cristas em galinhas, que existe um gene C, dominante, que condiciona
pode manifestar-se com quatro fenótipos plumagem colorida. Logo, os indivíduos coloridos
diferentes: ervilha, rosa, noz e simples. devem ter genótipos CC ou Cc. Ocorre, porém, que
existe um gene dominante I, epistático em relação a
Vários cruzamentos entre essas aves permitiram C. Assim, para possuir plumagem colorida, uma ave
concluir que o caráter em questão depende da tem que ser portadora do gene C e não pode conter
interação entre dois pares alelos: R e E. Cada um o gene I. Observe a tabela abaixo:
desses pares apresenta um gene que atua como
dominante (R ou E) em relação ao seu alelo FENÓTIPOS GENÓTIPOS
recessivo (r ou e). Os experimentos demonstraram plumagem colorida Ccii ou Ccii
o seguinte tipo de interação: plumagem branca CII, CCIi, CcII, cclI, ccli, ccii

crista ervilha: (E_rr) manifesta-se na presença do


gene E, desde que não ocorra o gene R.
PLEIOTROPIA
crista rosa: (eeR_) manifesta-se na presença do A pleiotropia constitui, de certo modo, um fenômeno
gene R, desde que não ocorra o gene E. inverso à interação gênica. Na pleiotropia, um único
crista noz: (R_E_) manifesta-se quando ocorrem os par de genes atua na manifestação de vários
gene E e R. caracteres.
crista simples: (eerr) manifesta-se na ausência Um exemplo típico, na espécie humana, é a doença
dos genes E e R. denominada fenilcetonúria. A criança afetada é
portadora de um par de alelos recessivos, que
condiciona um defeito na enzima felilalanina
hidroxilase, responsável pela conversão do
aminoácido fenilpirúvico, que se acumula no
sistema nervoso, ocasionando deficiência de
melanina. Por isso, as crianças fenilcetonúricas
exibem também pele mais clara do que deveriam
ter. Como se vê, apenas um par de genes atua em
dois caracteres diferentes: cor da

QUESTÃO RESOLVIDA E COMENTADA

UFV - O esquema abaixo representa o


cruzamento entre duas variedades puras de
ervilha-de-cheiro (Lathyrus odoratus) de flor
branca. A F1 resultante apresentou 100% das
ervilhas com flores avermelhadas. Após
autofecundação das plantas F1, foram
produzidas 371 plantas com flores
avermelhadas e 287 com flores brancas, na
geração F2.
Assim, podemos considerar os seguintes genótipos
para os quatro fenótipos existentes:

FENÓTIPOS GENÓTIPOS
crista ervilha EErr ou Eerr
crista rosa eeRR ou eeRr
crista noz EERR, EERr, EeRR ou
EeRr
crista simples eerr
13

Analise este padrão de herança e assinale a 03. (UFLA) Pares de genes, com segregação
afirmativa CORRETA: independente, podem agir, conjuntamente, na
Trata-se de um exemplo típico da primeira Lei determinação de uma mesma característica
de Mendel. fenotípica. Este fenômemo é conhecido como:
Pelos resultados, deduz-se que é um padrão de interação gênica.
herança intermediária.
A proporção fenotípica 9:7 é um padrão de a) epistasia
segregação independente. b) herança quantitativa
O gene para a cor avermelhada é codominante c) poligenia
em relação ao alelo. d) dominância completa.
O exemplo é de interação gênica já que está
envolvido apenas um loco. 04. (UFV) Os fenótipos para a forma dos frutos da
abóbora podem ser: discóide, esférica ou alongada.
Resposta letra (C) A forma discóide dos frutos da abóbora é
Avaliando o padrão de segregação observado condicionada pelo genótipo A_B_; a forma alongada
317:287 (9:7) podemos conclir que se trata de por aabb. Do cruzamento de abóboras discóides,
um caso de interação gênica conhecido como ambas heterozigotas, espera-se que nasçam:
epistasia.
I. somente abóboras discóides.
II. 50% AaBb e 50% aabb.
III. abóboras discóides, esféricas e alongadas.
Questões de Vestibulares IV.
V.
75% A_B_ e 25% a_B_.
somente abóboras discóides heterozigotas.

05. (UFJF) Sabe-se que, de uma maneira geral,


01 - (UFVJM) Com base em elementos de genética, cada par de genes alelos determina uma única
analise a seguinte situação-problema: Na espécie característica, porém há casos onde um mesmo par
humana, a surdez congênita é causada por de genes, sob determinadas condições ambientais,
homozigose de um dos dois genes recessivos “d” ou determina dois ou mais caracteres. Este fenômeno
“e”. São necessários os dois genes dominantes “D” é conhecido como:
e “E” para a audição normal. Fernando, que é surdo,
casou-se com Patrícia que, também, é surda. a) epistasia.
Tiveram quatro filhos, todos com audição normal. b) genes aditivos.
c) interação gênica.
De acordo com essas informações, é CORRETO d) pleiotropia.
afirmar que os genótipos de Fernando e Patrícia, e) genes quantitativos.
respectivamente, são

A) Dd Ee x Dd Ee Aula 06
B) DD ee x dd EE LEI DE MORGAN (LINKAGE)
C) dd Ee x DD EE
D) DD ee x Dd Ee
Introdução
02. (UFJF) Em bovinos, a pelagem colorida é Estudo da herança de características diferentes
determinada pelo alelo H, enquanto o alelo h cujos genes estão posicionados no mesmo
determina a pelagem branca. cromossomo, estando portanto fisicamente
Outro gene determina a pigmentação da pelagem ligados. No processo de formação de gametas,
na cor vermelha (b) ou preta (B). O cruzamento tais genes estão sempre unidos a não ser que entre
entre um touro de pelagem preta (HhBb) com uma eles ocorra um crossing-over (permuta ou
vaca de pelagem preta (HhBb) produzirá uma prole recombinação).
com: O geneticista Morgan verificando tal padrão de
herança de caracteres propôs a lei da ligação
a) 100% de animais com pelagem preta, pois o fatoriais; “Genes situados no mesmo
gene para a cor é dominante. cromossomo tendem a se manter unidos de uma
b) 100% de animais com pelagem branca, pois o geração para a seguinte, apenas separados pelo
gene para a cor é epistático. processo de permuta cuja freqüência reflete as
c) 12 animais com pelagem branca : 1 com pelagem relações espaciais entre os referidos genes”.
vermelha : 3 com pelagem preta. Assim sendo podemos observar que Morgan
d) 4 animais com pelagem branca : 3 com pelagem verificou também que nas situações de ligação, a
vermelha : 9 com pelagem preta. probabilidade de recombinação entre os genes é
e) 9 animais com pelagem preta : 7 com pelagem diretamente proporcional á distancia entre eles.
vermelha. Desta forma quanto maior a distancia entre dois
genes maior a chance de permuta entre eles, por
isso, convencionou se que se entre dois pares de
14

genes existir uma taxa de permuta (recombinação)


de 1% a distancia entre os genes será de uma
unidade chamada de Morganideo ou Centimorgan
(cM).

Exemplo;

Podemos supor um indivíduo duplo heterozigotos


com o genótipo AB/ab, como ao alelos AB e ab
estão fisicamente ligados, no processo de formação
os gametas irão carregar AB e ab respectivamente.

Devemos observar que o mesmo indivíduo duplo


heterozigoto AaBb, poderá apresentar a disposição
do alelos dominantes ou recessivos invertida sendo
A-b e a-B.
Genótipos Cis ou Trans
A-B e a-b: representam um genótipo do tipo “cis” ou
em aproximação.
A não ser que ocorra recombinação exatamente A-b e a-B: representam um genótipo do tipo “trans”
entre o segmento do cromossomo que separa os ou repulsão
genes A-B e a-b, levando assim a formação de
quatro tipos deferentes de gametas; A-B, a-b, A-b e
a-B.

Lei de Morgan X 2ª.Lei de Mendel


As quantidades de cada um dos tipos de gametas
formados, irá depender da quantidade de células A comparação e diferenciação das duas é
que sofreram permuta naquela região durante a fundamental no entendimento da genética. Através
gametogênese. Os gametas formados pelo da análise da proporção de gametas formados
indivíduo sem a ocorrência de crossing-over são podemos diferenciar os dois padrões de
denominados Parentais (A-B e a-b), estando herança.
sempre presentes em maior quantidade. Os Um individuo duplo heterozigoto em segregação
gametas originados por recombinação são independente formará sempre quatro gametas na
denominados recombinantes estando presentes proporção de 25% para cada tipo de gameta.
em menor quantidade.
Exemplo: supondo o mesmo indivíduo do exemplo Na Lei de Morgan o individuo formará dois tipos de
anterior em que se observou na gametogênese uma gametas no caso de ligação completa entre eles
taxa de permuta de 20%, ele formara os seguintes ou quatro tipos de gametas em proporções
gametas nas seguintes proporções diferentes sendo dois deles em maior proporção –
gametas parentais- e dois em menor proporção
gametas recombinantes. É bom lembrar que a
proporção de gametas recombinantes, irá depender
da taxa de permuta que é proporcional a distancia
entre os genes em questão
15

A taxa de crossing entre I e R é:

a) 3%
b) 6%
c) 48,5%
d) 0,7%
e) 1,5%

04. Consideremos dois pares de genes CD/cd


durante a meiose. Supondo-se que ocorre crossing
entre eles numa freqüência de 16%, os gametas
formados serão:

a) 25% CD, 25% cd, 25% Cd, 25% cD.


b) 42% CD, 42% cd, 16% Cd, 16% cD.
c) 42% CD, 42% cd, 8% Cd, 8% cD.
d) 50% CD, 50% cd.
e) 84% CD, 84% cd, 16% Cd, 16% cD.

05. Cruzando-se um heterozigoto para dois pares


de genes AaBb com um duplo recessivo aabb,
obteve-se:

a) 43 % - indivíduos AaBb
b) 43 % - indivíduos aabb
c) 7% - indivíduos Aabb
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO d) 7% - indivíduos aaBb

a)
01. ( UFV ) Basicamente, quanto mais distante um
gene está do outro no mesmo cromossomo, maior é
a probabilidade de ocorrência de permutação Aulas 07
(crossing-over) entre eles. Se os genes Z, X e Y
apresentam as freqüências de permutação XZ
GENÉTICA DE POPULAÇÕES
(0,34), YZ (0,13) e XY (0,21), a ordemmapa desses
genes no cromossomo é:
Introdução
a) XZY
b) ZXY Constitui a parte da genética que estuda a
c) ZYX freqüência alélica e genotípica em uma
d) YZX determinada população bem como os fatores
e) YXZ evolutivos que levam ao estabelecimento e as
alterações nestas freqüências. Dentre os
02. Os gens a e b encontram-se num mesmo chamados fatores evolutivos, podemos citar;
cromossoma, sendo a distância entre eles de 17 mutação, seleção natural, migração e deriva
unidades. A frequência de gametas AB formados genética.
por um indivíduo AB/ab é de:
Fatores Evolutivos
a) 8,5% São fatores que alteram a freqüência dos genes
b) 17% dentro da população.
c) 34%
d) 41,5% Mutação
e) 83% Qualquer tipo de alteração no material genético que
faz surgir novos alelos para um determinado gene.
03. No milho grão colorido I dominante sobre grão Por este motivo, altera a freqüência dos alelos já
incolor i e grão liso R‚ dominante sobre grão rugoso existentes.
r. Os dois pares de genes estão em linkage.
Plantas de semente colorida lisa foram cruzadas Seleção Natural
com plantas de sementes incolores rugosas. A F1, Atua aumentando a freqüência dos alelos que
toda de sementes coloridas e lisas, foi retrocruzada determinam melhor adaptabilidade, maior chance de
com plantas de semente incolor e rugosa sobrevivência e reprodução. Em conseqüência
produzindo: ocorre diminuição do alelo que determina menos
adaptabilidade.
285 plantas com sementes coloridas lisas
10 plantas com sementes coloridas rugosas
Migração
297 plantas com sementes incolores rugosas
Entrada ou saída de indivíduos de uma população
8 plantas com sementes incolores lisas
16

Deriva Genética EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO


Fenômeno que ocorre em populações pequenas,
nas quais nas quais os endocruzamentos ou
cruzamentos consangüíneos ocorrem em grande 01. Um par de genes determina resistência a um
freqüência. fungo que ataca a cana-de-açúcar e os indivíduos
Com o passar do tempo ocorre a fixação de um dos suscetíveis (aa) apresentam freqüência de 0,25. Em
alelos e eliminação do outro ou seja um alelo passa uma população que está em equilíbrio de Hardy-
a ter frequncia próxima a 100%, enquanto o outro Weinberg, a freqüência de heterozigotos será:
tende a desaparecer. Consequentemente todos os A)15%
indivíduos passam a ser homozigotos para aquele B)25%
alelo. C)50%
D)75%
Freqüências gênicas nas populações E)100%

Indica a probabilidade de escolhermos um indivíduo 02. Entre os principais fatores que promovem a
em uma população ao acaso e que este indivíduo evolução das espécies estão: um que cria
possua um determinado alelo em questão. variabilidade e o outro que amplia essa
Suponhamos um população constituída de 10000 variabilidade. Esses dois fatores são,
indivíduos dos quais 36000 são homozigotos respectivamente:
dominantes (AA), 16000 são homozigotos a)Seleção natural e mutação.
recessivos (aa) sendo 48000 heterozigotos (Aa). b)Mutação e recombinação gênica.
Podemos dizer que, como cada indivíduo possui um c)Recombinação gênica e seleção natural.
par de alelos, na população se encontram d)Hibridação e mutação.
distribuídos 20000 alelos. e)Seleção natural e recombinação gênica.
No caso de alelo A por exemplo temos; 36000 (AA)
= 7200 alelos A e 4800 (Aa) = 4800 alelos A ou seja 03. A explicação provável para a existência de
12000 alelos A; em um total de 20000 alelos. grupos morfologicamente semelhantes, mas
Podemos então facilmente calcular a freqüência do evolutivamente distantes é:
alelo A; 1. as trocas de genes podem ocorrer entre
f(A) = 12000/20000 – f(A) = 0,6 ou 60% quaisquer grupos taxonômicos, não
No caso do alelo a, considerando 1600 homozigotos importando a distância evolutiva, tornando-
aa – 3200 alelos a – e 4800 heterozigotos Aa – os parecidos.
4800 alelos a – em um total de 8000 alelos a. 2. a convivência entre os diferentes grupos os
f(a) = 8000/20000 – f(a) = 0,4 ou 40% tornaram parecidos.
A freqüência do alelo a também poderia ter sido 3. esses grupos podem ter evoluído em
facilmente obtido subtraindo de 1 (100%), a ambientes semelhantes, resultando em
freqüência do alelo A. formas similares,
f(A) + f(a) = 1 assim f(a) = 1 – 0,6 = 0,4 4. embora os organismos fossem
geneticamente distantes. o genótipo não
Lei do equilíbrio de Hardy-Weimberg tem nenhuma relação com a evolução dos
organismos.
A lei de Hardy-Weimberg, proposta no inicio de 5. o genótipo não tem nenhuma relação com a
século XX, permite o calculo das freqüências morfologia dos indivíduos.
gênicas e genotípicas em uma população.
04. “Os primeiros membros da espécie Homo
Enunciado; em uma população muito grande, sapiens ou homem moderno, evoluíram na África
com cruzamentos aleatórios e nenhuma seleção, entre 120 mil e 100 mil anos atrás e tinham a pele
a freqüência dos alelos tende a permanecer em escura adaptada às condições de radiação UV e de
equilíbrio (constante) de geração em geração. calor nas proximidades do equador. À medida que
os seres humanos começaram a se aventurar para
Para que as freqüências gênicas permaneçam fora dos trópicos, onde recebiam uma quantidade
constantes: a população deve ser grande e sem bem menor de radiação UV durante o ano, suas
endocruzamentos; e isenta de fatores evolutivos. grandes concentrações de filtro solar natural
Para calcular as freqüências alélicas e genotípicas provavelmente se mostraram prejudiciais.
de um população, utiliza se o teorema de Hardy- Conseqüentemente, no mundo inteiro, a cor da pele
Weimberg; humana evoluiu para ser escura a ponto de evitar
que a luz do Sol destrua o nutriente folacina e clara
2 2
p + 2pq +q = 1 o bastante para permitir a produção de vitamina D.”
Considerando a origem africana do homem; sua
Onde p é freqüência do alelo A e q a freqüência do migração para diferentes continentes, onde grupos
2
alelo a. Sendo assim p reflete a freqüência do de indivíduos mantiveram-se separados, em
indivíduos homozigotos dominantes (AA), q a
2 isolamento geográfico, estabelecendo diferenças
freqüência dos indivíduos homozigotos recessivos raciais e variações na cor da pele (multifatorial
(aa) e 2pq a freqüência dos heterozigotos (Aa). poligênica), atualmente existentes, podemos afirmar
que
17

Um breve histórico:
I – os indivíduos da espécie humana apresentam 1. Da antiguidade até o século 19 a hipótese
variabilidade intra-específica com relação à cor da da abiogênese (surgimento de vida a partir
pele, devido à ocorrência de mutações e de matéria inanimada) era a aceita para
recombinações genéticas. explicar teoria do surgimento da vida no
II – por meio da análise de DNA é possível detectar planeta.
as diferenças determinantes das raças atualmente 2. No século 17 rede procurou combater a
existentes. teoria da abiogênese demonstrando que as
larvas de moscas surgidas na carne em
III – o ambiente exerce papel fundamental sobre a putrefação eram originadade de ovos
variabilidade intra-específica, por meio da seleção preexistentes.
natural. 3. No século 18 Spallanzani usando a
Assinale a alternativa correta. esterilização com o calor procurava da
mesma foram negar a teria até então aceita.
1. I e II estão corretas. 4. Louis Pasteur, por volta de 1860 preparou
2. I e III estão corretas. um caldo de carne, submetendo o ao
3. II e III estão corretas. aquecimento prolongado seguido de
4. Apenas II está correta. resfriamento (pasteurização), conservando
o por um longo tempo em um frasco de
05. No heredrograma abaixo, os indivíduos 3 e 5 vidro contendo um longo e fino gargalo.
são afetados por uma anomalia genética recessiva. Este fato derrubou a teoria da abiogênese.
5. Em 1930 propôs baseado em evidencias
cientificas a hipótese heterotrófica para
explicar o surgimento da vida no planeta:
1. Surgimento de matéria orgânica a
partir de compostos inorgânicos;
2. Aparecimento dos mares primitivos;
3. Acumulo nas águas dos mares
primitivos de moléculas orgânicas –
proteínas, carboidratos, lipídeos e
Considerando-se que a família acima representada ac nucléicos;
faz parte de uma população em equilíbrio de Hardy- 4. Organização desta moléculas
Weimberg, na qual a freqüência de indivíduos formando colóides
afetados é de 1%, é correto afirmar, EXCETO: 5. Interpenetração de colóides
formando coacervados
1. A segunda geração pode ser composta 6. Modificações nos coacervados
apenas por indivíduos homozigotos. levando ao surgimento das
2. O indivíduo 8 apresenta o mesmo fenótipo e primeiras células bem definidas,
o mesmo genótipo do avô para o caráter em que poderiam englobar e usar como
questão. fonte de energia a abundante
3. A probabilidade de o indivíduo 7 ser meteria orgânica disponível.
heterozigoto é de 18%. 7.
4. O caráter em estudo pode ser ligado ao
sexo. Dados científicos e comprovações

Aula 8
EVOLUÇÃO A atmosfera primitiva
A Terra formou-se há cerca de quatro a
cinco bilhões de anos. Há fósseis de criaturas
microscópicas de um tipo de bactéria que prova que
Origem da vida
a vida surgiu há cerca de três bilhões de anos.
Entretanto, antes de surgir qualquer forma de vida
Introdução sobre a Terra não havia o oxigênio atmosférico (que
Até a década de 50, as preocupações é produzido pelas plantas), mas sim vapor d'água. É
quanto à origem da vida eram consideradas assunto provável que no princípio a atmosfera da Terra
especulativo, incapaz de levar a conclusões mais contivesse apenas vapor d'água (H2O), metano
decisivas. Era comum que posições religiosas e (CH4), gás carbônico (CO2), hidrogênio (H2) e outros
dogmáticas impedissem uma abordagem científica gases, hoje abundantes em outros planetas do
do tema. Hoje, não só muitas perguntas relativas à sistema solar.
origem dos seres vivos foram respondidas como Nesse ambiente, surgiram espontaneamente os
incontáveis experimentos de laboratório "tijolos" químicos que formam as grandes moléculas
reproduziram condições supostamente vigentes na da vida. Esses "tijolos" são: os aminoácidos, que
época. Obteve-se assim um conjunto de formam as proteínas; os ácidos graxos, que
informações que permitiu formular teorias coerentes compõem as gorduras; e os açúcares, que
e plausíveis. constituem os carboidratos.
18

O experimento de Stanley Miller EVOLUÇÃO


Numa experiência pioneira, no início dos
anos 50, o cientista americano Stanley Miller recriou Introdução
a provável atmosfera primitiva. Misturou num
recipiente hermeticamente fechado hidrogênio (H2), O que é a evolução?
vapor d'água (H2O), amônia (NH3) e metano (CH4). Evolução é o processo através no qual
ocorrem as mudanças ou transformações nos
O problema de como se formaram os tijolos seres vivos ao longo do tempo, dando origem a
da vida não se resolve pelo simples aparecimento espécies novas.
de hidrogênio e de compostos de carbono e
nitrogênio. Era preciso que eles se tivessem Evidências da evolução
combinado de uma certa maneira. A evolução tem suas bases fortemente
corroboradas pelo estudo comparativo dos
Fez passar através dessa mistura fortes organismos, sejam fósseis ou atuais.
descargas elétricas para simular os raios das
tempestades ocorridas continuamente na época e Homologia e analogia
obteve então aminoácidos - "tijolos" básicos das
proteínas. Outras experiências testaram os efeitos
Por homologia entende-se semelhança
do calor, dos raios ultravioleta e das radiações
entre estruturas de diferentes organismos, devida
ionizantes sobre misturas semelhantes à de Miller -
unicamente a uma mesma origem embriológica. As
todas simulando a atmosfera primitiva.
estruturas homologas podem exercer ou não a
mesma função.

O braço do homem, a pata do cavalo, a asa


do morcego e a nadadeira da baleia são estruturas
homólogas entre si, pois todas têm a mesma origem
embriológica. Nesses casos, não há similaridade
funcional.

Ao analisar, entretanto, a asa do morcego e


a asa da ave, verifica-se que ambas têm a mesma
origem embriológica e estão, ainda associadas á
mesma função.

A homologia entre estruturas de 2


organismos diferentes sugere que eles se
originaram de um grupo ancestral comum, embora
não indique um grau de proximidade comum,
partem várias linhas evolutivas que originaram
várias espécies diferentes, fala-se em irradiação
adaptativa.
19

características do organismo, pelo uso e desuso,


A analogia refere-se à semelhança são transmitidas aos descendentes.
morfológica entre estruturas, em função de
adaptação à execução da mesma função.

As asas dos insetos e das aves são


estruturas diferentes quanto à origem embriológica,
mas ambas estão adaptadas à execução de uma
mesma função: o vôo. São , portanto, estruturas
análogas.
As estruturas análogas não refletem por si
sós qualquer grau de parentesco. Elas fornecem
indícios da adaptação de estruturas de diferentes A teoria de Lamarck não é aceita
organismos a uma mesma variável ecológica. atualmente, pois suas idéias apresentam um erro
Quando organismos não intimamente aparentados básico: as características adquiridas não são
apresentam estruturas semelhantes exercendo a hereditárias.
mesma função, dizemos que eles sofreram
A teoria de Darwin
Evolução convergente.
Charles Darwin ( 1809-1882 ), naturalista inglês,
desenvolveu uma teoria evolutiva que é a base da
moderna teoria sintética: a teoria da seleção
natural. Segundo Darwin, os organismos mais bem
adaptados ao meio têm maiores chances de
sobrevivência do que os menos adaptados,
deixando um número maior de descendentes. Os
organismos mais bem adaptados são, portanto,
Ao contrário da irradiação adaptativa ( selecionados para aquele ambiente.
caracterizada pela diferenciação de organismos a Os princípios básicos das idéias de Darwin
partir de um ancestral comum. dando origem a podem ser resumidos no seguinte modo:
vários grupos diferentes adaptados a explorar 1. Os indivíduos de uma mesma espécie
ambientes diferentes.) a evolução convergente ou apresentam variações em todos os
convergência evolutiva é caracterizada pela caracteres, não sendo, portanto, idênticos
adaptação de diferentes organismos a uma entre si.
condição ecológica igual. assim, as formas do corpo 2. Todo organismo tem grande capacidade de
do golfinho, dos peixes, especialmente tubarões. reprodução, produzindo muitos
Neste caso, a semelhança não é sinal de descendentes. Entretanto, apenas alguns
parentesco, mas resultado da adaptação desses dos descendentes chegam à idade adulta.
organismos ao ambiente aquático. 3. Os organismos com essas variações
vantajosas têm maiores chances de deixar
descendentes. Como há transmissão de
caracteres de pais para filhos, estes
As Teorias evolutivas apresentam essas variações vantajosas
4. Assim, ao longo das gerações, a atuação da
seleção natural sobre os indivíduos mantém
Várias teorias evolutivas surgiram,
ou melhora o grau de adaptação destes ao
destacando-se , entre elas, as teorias de Lamarck e
meio.
de Darwin. Atualmente, foi formulada a Teoria
sintética da evolução, também denominada
Neodarwinismo, que incorpora os conceitos
modernos da genética ás idéias essenciais de
Darwin sobre seleção natural.
A teoria de Lamarck
Jean-Baptiste Lamarck ( 1744-1829 ),
naturalista francês, foi o primeiro cientista a propor
uma teoria sistemática da evolução. Sua teoria foi
publicada em 1809.
Segundo Lamarck, o principio evolutivo estaria
baseado em duas Leis fundamentais:
Lei do uso ou desuso: o uso de determinadas
partes do corpo do organismo faz com que estas se
desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem.

Lei da transmissão dos caracteres adquiridos:


alterações provocadas em determinadas
20

O mecanismo evolutivo envolvido na associação


entre cores de pelagem e de substrato é

A) a alimentação, pois pigmentos de terra são


A teoria sintética da evolução absorvidos e alteram a cor da pelagem dos
roedores.
A Teoria sintética da evolução ou
Neodarwinismo foi formulada por vários B) o fluxo gênico entre as diferentes populações,
pesquisadores durante anos de estudos, tomando que mantém constante a grande diversidade
como essência as noções de Darwin sobre a interpopulacional.
seleção natural e incorporando noções atuais de
genética. C) a seleção natural, que, nesse caso, poderia ser
entendida como a sobrevivência diferenciada de
Fatores que tendem a aumentar a indivíduos com características distintas.
variabilidade genética da população: mutação
gênica, mutação cromossônica , recombinação D) a mutação genética, que, em certos ambientes,
como os de solo mais escuro, têm maior ocorrência
Fatores que atuam sobre a variabilidade genética já e capacidade de alterar significativamente a cor da
estabelecida : seleção natural, migração e pelagem dos animais.
oscilação genética.
E) a herança de caracteres adquiridos, capacidade
A integração desses fatores associada ao de organismos se adaptarem a diferentes ambientes
isolamento geográfico pode levar, ao longo do e transmitirem suas características genéticas aos
tempo, ao desenvolvimento de mecanismos de descendentes.
isolamento reprodutivo, quando, então, surgem
novas espécies. 02 (ENEM ) As mudanças climáticas e da vegetação
ocorridas nos trópicos da América do Sul têm sido
bem documentadas por diversos autores, existindo
um grande acúmulo de evidências geológicas ou
paleoclimatológicas que evidenciam essas
mudanças ocorridas durante o Quaternário nessa
região. Essas mudanças resultaram em restrição da
distribuição das florestas pluviais, com expansões
concomitantes de habitats não-florestais durante
períodos áridos (glaciais), seguido da expansão das
florestas pluviais e restrição das áreas não-florestais
durante períodos úmidos (interglaciais).
Disponível em: http://zoo.bio.ufpr.br. Acesso em: 1
maio 2009.

Durante os períodos glaciais,

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO A) as áreas não-florestais ficam restritas a refúgios


ecológicos devido à baixa adaptabilidade de
espécies não-florestais a ambientes áridos.
01(ENEM) Os ratos Peromyscus polionotus
encontram-se distribuídos em ampla região na B) grande parte da diversidade de espécies
América do Norte. A pelagem de ratos dessa vegetais é reduzida, uma vez que necessitam de
espécie varia do marrom claro até o escuro, sendo condições semelhantes a dos períodos interglaciais.
que os ratos de uma mesma população têm
coloração muito semelhante. Em geral, a coloração C) a vegetação comum ao cerrado deve ter se
da pelagem também é muito parecida à cor do solo limitado a uma pequena região do centro do Brasil,
da região em que se encontram, que também da qual se expandiu até atingir a atual distribuição.
apresenta a mesma variação de cor, distribuída ao
longo de um gradiente sul-norte. Na figura, D) plantas com adaptações ao clima árido, como o
encontram-se representadas sete diferentes desenvolvimento de estruturas que reduzem a
populações de P. polionotus. Cada população é perda de água, devem apresentar maior área de
representada pela pelagem do rato, por uma distribuição.
amostra de solo e por sua posição geográfica no
mapa. E) florestas tropicais como a amazônica
apresentam distribuição geográfica mais ampla,
MULLEN, L. M.; HOEKSTRA, H. E. Natural uma vez que são densas e diminuem a ação da
selection along an environmental gradient: a classic radiação solar sobre o solo e reduzem os efeitos da
cline in mouse pigmentation. Evolution, 2008. aridez.
21

03 (ENEM) Os anfíbios são animais que biomas. Devido ao isolamento reprodutivo, as


apresentam dependência de um ambiente úmido ou espécies em cada bioma se diferenciaram por
aquático. Nos anfíbios, a pele é de fundamental processos evolutivos distintos, novas espécies
importância para a maioria das atividades vitais, surgiram, outras se extinguiram, resultando na atual
apresenta glândulas de muco para conservar-se diversidade biológica do nosso planeta. A figura
úmida, favorecendo as trocas gasosas e, também, ilustra a deriva dos continentes e as suas posições
pode apresentar glândulas de veneno contra durante um período de 250 milhões de anos.
microrganismos e predadores.

Segundo a Teoria Evolutiva de Darwin, essas


características dos anfíbios representam a

(A) lei do uso e desuso.


(B) atrofia do pulmão devido ao uso contínuo da
pele.
(O) transmissão de caracteres adquiridos aos
descendentes.
(D) futura extinção desses organismos, pois estão
mal adaptados.
(E) seleção de adaptações em função do meio
ambiente em que vivem. De acordo com o texto, a atual diversidade biológica
do planeta é resultado
04 (ENEM) A maior parte dos mamíferos—
especialmente os grandes— não pode viver sem (A) da similaridade biológica dos biomas de
água doce. Para os mamíferos marinhos, água doce diferentes continentes.
é ainda mais difícil de ser obtida. Focas e leões- (B) do cruzamento entre espécies de continentes
marinhos captam água dos peixes que consomem e que foram separados.
alguns comem neve para obtê-la. Os peixes-boi (C) do isolamento reprodutivo das espécies
procuram regularmente água doce nos rios. As resultante da separação dos continentes.
baleias e outros cetáceos obtêm água de seu (D) da interação entre indivíduos de uma mesma
alimento e de goladas de água do mar. Para tanto, espécie antes da separação dos continentes.
os cetáceos desenvolveram um sistema capaz de (E) da taxa de extinções ter sido maior que a de
lidar com o excesso de sal associado à ingestão de especiações nos últimos 250 milhões de anos.
água marinha.
WONG. K. Os mamíferos que conquistaram os
oceanos. In: Sclentific American Brasil Edição Gabarito
Especial N05: Dinossauros e Outros Monstros.
(adaptado).
A 01 02 03 04 05
A grande quantidade de sal na água do mar 01 B B C D B
02 B B D E B
(A) torna impossível a vida de animas vertebrados 03 D C D B B
nos oceanos. 04 C B E D B
(B) faz com que a diversidade biológica no ambiente 05 B B B C A
marinho seja muito reduzida. 06 C D A C D
(C) faz com que apenas os mamíferos adaptados à 07 C B C B D
ingestão direta de água salgada possam viver nos 08 B E A B A
oceanos.
(D) faz com que seja inapropiado seu consumo
direto como fonte de água doce por mamíferos
REFERÊNCIAS
marinhos, por exemplo, as baleias.
(E) exige de mamíferos que habitam o ambiente
Oliveira Jr. F.V., Silva, C. M. Biologia para o Ensino
marinho adaptações fisiológicas, morfológicas ou
Médio. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
comportamentais que lhes permitam obter água
pp 237-239 Lopes S, Rosso S,
doce.
Bio-Volume Único, 3 ª ed. São Paulo: Saraiva; 2013,
05 (ENEM) No Período Permiano, cerca de 250
pp 567- 568, 637. 2 Silva C, Sasson C,
milhões de anos atrás (250 m.a.a.), os continentes
formavam uma única massa de terra conhecida
Caldini N, Biologia - Volume único, 5ª ed. São
como Pangéia. O lento e contínuo movimento das
Paulo: Saraiva; 2011, pp 357, 361
placas tectônicas resultou na separação das placas,
de maneira que já no início do Período Terciáno
Lopes S, Rosso S, Bio-Volume2, São Paulo:
(cerca de 60 m.a.a), diversos continentes se
Saraiva; 2010. pp 177 Amabis JA, Martho, GR,
encontravam separados uns dos outros. Uma das
consequências dessa separação foi a formação de
Biologia 2- Parte I, 3ª ed. São Paulo: Moderna;
diferentes regiões biogeográficas, chamadas
2009. pp 188 Silva C, Sasson C, Caldini N,

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