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1-QUESTIONARIO_PEDRO_LENZA_HERMENÊUTICA: MUTAÇÃO X REFORMA

REGRAS X PRINCÍPIOS. "DERROTABILIDADE". POSTULADOS


NORMATIVOS. CRIAÇÃO JUDICIAL DO DIREITO.
ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO

Baseado na Obra de Pedro Lenza _ Direito Constitucional Esquematizado


Por Francisco Rezek Selingardi-Bacharel em Direito – Aprovado na OAB – junho de 2016
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1. COMO AS CONSTITUIÇÕES DEVEM SER INTERPRETADAS?

As Constituições devem ser interpretadas, função essa atribuída ao exegeta, que buscará o real
significado dos termos constitucionais. Tal função é extremamente importante, na medida em que a
Constituição dará validade para as demais normas do ordenamento jurídico (Kelsen). Assim,
devemos decifrar o seu verdadeiro alcance, a fim de sabermos, por consequência, a abrangência de
uma norma infraconstitucional.O hermeneuta, dessa forma, levando em consideração a história, as
ideologias, as realidades sociais, econômicas e políticas do Estado, definirá o verdadeiro significado
do texto constitucional.
Como regra fundamental, lembramos que, onde não existir dúvida, não caberá ao exegeta
interpretar (vide, por exemplo, o art. 18, § 1°, da CF/88, que aponta, como Capital Federal,
Brasília não cabendo nenhum trabalho de hermenêutica). A interpretação deverá levar em
consideração todo o sistema. Em caso de antinomia de normas, buscar-se-á a solução do
aparente conflito através de uma interpretação sistemática, orientada pelos princípios
constitucionais.

2. O QUE É ANTINOMIA DE NORMAS?

Antinomia de Normas são também denominadas lacunas de conflito. Isso porque devemos conceber
o ordenamento jurídico como um sistema aberto, em que há lacunas. Dessa forma, a antinomia é a
presença de duas normas conflitantes, válidas e emanadas de autoridade competente, sem que
se possa dizer qual delas merecerá aplicação em determinado caso concreto
NA ANÁLISE DAS ANTINOMIAS, TRÊS CRITÉRIOS DEVEM SER LEVADOS EM
CONTA PARA A SOLUÇÃO DOS CONFLITOS:

a)critério cronológico: norma posterior prevalece sobre norma anterior;

b)critério da especialidade: norma especial prevalece sobre norma geral;

c)critério hierárquico: norma superior prevalece sobre norma inferior.

Dos três critérios acima, o cronológico, constante do art. 2º da LICC, é o mais fraco de todos,
sucumbindo frente aos demais. O critério da especialidade é o intermediário E O DA
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Por Francisco Rezek Selingardi-Bacharel em Direito – Aprovado na OAB – junho de 2016
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HIERARQUIA O MAIS FORTE DE TODOS, tendo em vista a importância do Texto
Constitucional, em ambos os casos.
ANTINOMIA DE 1º GRAU: CONFLITO DE NORMAS QUE ENVOLVE APENAS UM DOS
CRITÉRIOS ACIMA EXPOSTOS.

SUPERADA ESSA ANÁLISE, INTERESSANTE VISUALIZAR A CLASSIFICAÇÃO DAS


ANTINOMIAS, QUANTO AOS CRITÉRIOS QUE ENVOLVEM, CONFORME ESQUEMA
A SEGUIR:

(1) Antinomia de 2º grau: choque de normas válidas que envolve dois dos critérios antes
analisados.
(2) Ademais, havendo a possibilidade ou não de solução, conforme os meta-critérios de solução
de conflito, é pertinente a seguinte visualização:

(3) Antinomia aparente: situação em que há meta-critério para solução de conflito.

(4) Antinomia real: situação em que não há meta-critério para solução de conflito, pelo menos
inicial, dentro dos que foram anteriormente expostos.
(5)
De acordo com essas classificações, devem ser analisados os casos práticos em que estão presentes os
conflitos:

No caso de conflito entre norma posterior e norma anterior, VALERÁ A PRIMEIRA, pelo critério
cronológico (art. 2º da LICC), caso de antinomia de primeiro grau aparente.

Norma especial deverá PREVALECER sobre norma geral, emergencial que é o critério da
especialidade, outra situação de antinomia de primeiro grau aparente.
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Havendo conflito entre norma superior e norma inferior, PREVALECERÁ A PRIMEIRA, pelo
critério hierárquico, também situação de antinomia de primeiro grau aparente.

ESSES SÃO OS CASOS DE ANTINOMIA DE PRIMEIRO GRAU, TODOS DE


ANTINOMIA APARENTE, EIS QUE PRESENTE SOLUÇÃO, DENTRO DAS META-
REGRAS PARA SOLUÇÃO DE CONFLITO.

PASSAMOS ENTÃO AO ESTUDO DAS ANTINOMIAS DE SEGUNDO GRAU

Em um primeiro caso de antinomia de segundo grau aparente, quando se tem um conflito de uma
norma especial anterior e outra geral posterior, PREVALECERÁ O CRITÉRIO DA
ESPECIALIDADE, valendo a primeira norma.

Havendo conflito entre norma superior anterior e outra inferior posterior, PREVALECE TAMBÉM
A PRIMEIRA (CRITÉRIO HIERÁRQUICO), outro caso de antinomia de segundo grau aparente.

Finalizando, quando se tem conflito entre uma norma geral superior e outra norma, especial e
inferior, qual deve prevalecer?
Ora, em casos tais, como bem expõe Maria Helena Diniz não há uma meta-regra geral de solução
do conflito sendo caso da presença de antinomia real. São suas palavras:
"No conflito entre o critério hierárquico e o de especialidade, havendo uma norma superior-geral e
outra norma inferior especial, NÃO SERÁ POSSÍVEL ESTABELECER UMA META-REGRA
GERAL, PREFERINDO O CRITÉRIO HIERÁRQUICO AO DA ESPECIALIDADE OU VICE-
VERSA, SEM CONTRARIAR A ADAPTABILIDADE DO DIREITO. Poder-se-á, então, preferir
qualquer um dos critérios, NÃO EXISTINDO, PORTANTO, QUALQUER PREVALÊNCIA.
Todavia, SEGUNDO BOBBIO, DEVER-SE-Á OPTAR, TEORICAMENTE, PELO
HIERÁRQUICO; uma lei constitucional geral deverá prevalecer sobre uma lei ordinária especial,
pois se se admitisse o princípio de que uma lei ordinária especial pudesse derrogar normas
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constitucionais, os princípios fundamentais do ordenamento jurídico estariam destinados a esvaziar-
se, rapidamente, de seu conteúdo. Mas, na prática, a exigência de se adotarem as normas gerais de
uma Constituição a situações novas levaria, às vezes, à aplicação de uma lei especial, ainda que
ordinária, sobre a Constituição. A supremacia do critério da especialidade só se justificaria, nessa
hipótese, a partir do mais alto princípio da justiça: suum cuique tribuere, baseado na interpretação
de que ‘o que é igual deve ser tratado como igual e o que é diferente, de maneira diferente’. Esse
princípio serviria numa certa medida para solucionar antinomia, tratando igualmente o que é igual e
desigualmente o que é desigual, fazendo as diferenciações exigidas fática e valorativamente".
(Conflito de normas, cit., p. 50)

Na realidade, o critério da especialidade é de suma importância, pois também está previsto na


Constituição Federal de 1988. O art. 5º do Texto Maior consagra o princípio da isonomia ou
igualdade lato sensu, reconhecido como cláusula pétrea, pelo qual a lei deve tratar de maneira igual
os iguais, E DE MANEIRA DESIGUAL OS DESIGUAIS. Na Parte Destacada Está O Princípio
Da Especialidade, Que Deverá Sempre Prevalecer Sobre O Cronológico, Estando Justificado Esse
Domínio. Mesmo quanto ao critério da hierarquia, discute-se se o critério da especialidade
deve mesmo sucumbir.
Desse modo, havendo essa antinomia real, dois caminhos de solução podem ser percorridos, um
pela via do Poder Legislativo e outro pelo Poder Judiciário.

Pelo Poder Legislativo, cabe a edição de uma terceira norma, dizendo qual das duas normas em
conflito deve ser aplicada. Mas, para o âmbito jurídico, o que mais interessa é a solução do
Judiciário.

ASSIM, O CAMINHO É A ADOÇÃO DO “PRINCÍPIO MÁXIMO DE JUSTIÇA”, podendo o


magistrado, o juiz da causa, de acordo com a sua convicção e aplicando os arts. 4º e 5º da LICC,
adotar uma das duas normas, para solucionar o problema.
Mais uma vez entram e cena esses importantes preceitos da Lei de Introdução ao Código Civil. Pelo
art. 4º, deve o magistrado aplicar, pela ordem, a analogia, os costumes e os princípios gerais do
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direito. Seguindo o que preceitua o seu art. 5º, deve o juiz buscar a função social da norma e as
exigências do bem comum, a pacificação social.

3. QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE REFORMA E MUTAÇÃO


CONSTITUCIONAL?
Nas circunstâncias que o sentido da Constituição interpretada mostrar-se inadequado,
obedecidos os limites colocados pelo Constituinte originário, poderão ser observadas alterações
tanto do ponto de vista FORMAL (REFORMA CONSTITUCIONAL) como do INFORMAL
(MUTAÇÕES CONSTITUCIONAIS).

REFORMA CONSTITUCIONAL seria a modificação do texto constitucional, mediante


MECANISMOS DEFINIDOS PELO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO (EMENDAS),
alterando, suprimindo ou acrescentando artigos ao texto original.

AS MUTAÇÕES, por seu turno, não seriam alterações "físicas", "palpáveis", materialmente
perceptíveis, MAS SIM ALTERAÇÕES NO SIGNIFICADO E SENTIDO
INTERPRETATIVO de um texto constitucional. A transformação não está no texto em si, mas
na interpretação daquela regra enunciada. O texto permanece inalterado.

4. CITE EXEMPLO DE MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL


Pode-se citar o Código Penal brasileiro, senão vejamos: Antes do advento da Lei n. 11.106/2005, os
arts. 215, 216 e 219 do CP traziam a expressão "mulher honesta". Quando falamos que essa
expressão sofreu uma mutação interpretativa, não queremos dizer que o artigo em si foi alterado,
mas, sim, que o conceito de "mulher honesta", ao longo do tempo, levando em consideração os
padrões aceitos pela sociedade da época, adquiriu significados diversos. "Mulher honesta" no
começo do século XX tinha determinado significado, diverso do que adquire a "mulher honesta"
dos dias atuais. "Mulher honesta" em uma cidade talvez tenha um significado diverso do que
adquire em cidade de outra localidade.
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Como visto, essa evolução da sociedade, que vinha sendo percebida pelo Judiciário, sensibilizou o
legislador, que revogou por meio da Lei n. 11.106/2005 diversos dispositivos do CP, como os.
citados, que faziam menção à figura da "Mulher Honesta"
Podemos destacar diversas outras interpretações dadas pelo STF ao instituto da “quarentena de
entrada” (art. 93, I) da CF:
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de
provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-
se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas
nomeações, à ordem de classificação;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

A VEDAÇÃO DA PROGRESSÃO DE REGIME PREVISTA NA LEI DE CRIMES


HEDIONDOS

Súmula Vinculante 26
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime
hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de
avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício,
podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame
criminológico.

Precedente Representativo "A Constituição Federal, ao criar a figura do crime hediondo, assim
dispôs no art. 5º, XLIII: (...) Não fez menção nenhuma a vedação de progressão de regime, como,
aliás – é bom lembrar –, tampouco receitou tratamento penal stricto sensu (sanção penal) mais
severo, quer no que tange ao incremento das penas, quer no tocante à sua execução. (…)

EVIDENTE, ASSIM, QUE, PERANTE A CONSTITUIÇÃO, O PRINCÍPIO DA


INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA COMPREENDE:

a) proporcionalidade entre o crime praticado e a sanção abstratamente cominada no preceito


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secundário da norma penal;

b) individualização da pena aplicada em conformidade com o ato singular praticado por


agente em concreto (dosimetria da pena);

c) individualização da sua execução, segundo a dignidade humana (art. 1º, III), o


comportamento do condenado no cumprimento da pena (no cárcere ou fora dele, no caso das
demais penas que não a privativa de liberdade) e à vista do delito cometido (art. 5º, XLVIII).

Logo, tendo predicamento constitucional o princípio da individualização da pena (em abstrato, em


concreto e em sua execução), exceção somente poderia aberta por norma de igual hierarquia
nomológica." (HC 82959, Voto do Ministro Cezar Peluso, Tribunal Pleno, julgamento em
23.2.2006, DJ de 1.9.2006)

"Essas colocações têm a virtude de demonstrar que a declaração de inconstitucionalidade in


concreto também se mostra passível de limitação de efeitos. (...). É que, nesses casos, tal
como já argumentado, o afastamento do princípio da nulidade da lei assenta-se em
fundamentos constitucionais e não em razões de conveniência. Se o sistema constitucional
legitima a declaração de inconstitucionalidade restrita no controle abstrato, esta decisão
poderá afetar, igualmente, os processos do modelo concreto ou incidental de normas. Do
contrário, poder-se-ia ter inclusive um esvaziamento ou uma perda de significado da
própria declaração de inconstitucionalidade restrita ou limitada. (...) No caso em tela,
observa-se que eventual declaração de inconstitucionalidade com efeito ex tunc ocasionaria
repercussões em todo o sistema vigente.(...) Com essas considerações, também eu, Senhor
Presidente, declaro a inconstitucionalidade do artigo 2º, §1º, da Lei n.º 8.072, de 1990.
Faço isso, com efeito ex nunc, nos termos do artigo 27 da Lei n.º 9.868, de 1999, que
entendo aplicável à espécie. Ressalto que esse efeito ex nunc deve se entendido como
aplicável às condenações que envolvam situações ainda suscetíveis de serem submetidas ao
regime de progressão." (HC 82959, Voto do Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno,
julgamento em 23.2.2006, DJ de 1.9.2006)
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à anencefalia, à competência trabalhista para julgar ações de indenização decorrentes de acidente
do trabalho, à união homoafetiva, ao não cabimento da prisão civil do depositário infiel (cf. HC
91.361, Rei. Mio. Celso de Mello, j. 23.09.2008, DJE de 06.02.2009) etc.

5. QUAIS OS MECANISMOS BÁSICOS DA MUTAÇÃO CONSTITUCINAL


INTERPRETAÇÃO (JUDICIAL E ADMINISTRATIVA): em relação à interpretação judicial,
podemos apontar os vários exemplos acima citados, sendo, assim, a evolução da jurisprudência da
Corte inegável exteriorização da mutação constitucional. Ainda, essa evolução interpretativa
poderá ser verificada, também, no âmbito administrativo. Como destaque, Barroso lembra a
Res. n. 7/CNJ que, reconhecendo novas perspectivas aos princípios da impessoalidade e da
moralidade, deu novo e restritivo sentido ao nepotismo;

Resolução Nº 7 de 18/10/2005

Ementa: Disciplina o exercício de cargos, empregos e funções por parentes, cônjuges e companheiros de magistrados e de servidores
investidos em cargos de direção e assessoramento, no âmbito dos órgãos do Poder Judiciário e dá outras providências.

Origem: Presidência

Resolução nº 7, de 18 de outubro de 2005

DISCIPLINA O EXERCÍCIO DE CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES POR PARENTES, CÔNJUGES E


COMPANHEIROS DE MAGISTRADOS E DE SERVIDORES INVESTIDOS EM CARGOS DE DIREÇÃO E
ASSESSORAMENTO, NO ÂMBITO DOS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no uso de suas atribuições,

CONSIDERANDO que, nos termos do disposto no art. 103-B, § 4°, II, da Constituição Federal, compete ao Conselho zelar pela
observância do art. 37 e apreciar, de oficio ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou
órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei;

CONSIDERANDO que a Administração Pública encontra-se submetida aos princípios da moralidade e da impessoalidade
consagrados no art. 37, caput, da Constituição;
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RESOLVE:

Art. 1° É vedada a prática de nepotismo no âmbito de todos os órgãos do Poder Judiciário, sendo nulos os atos assim caracterizados.

Art. 2° Constituem práticas de nepotismo, dentre outras:

I - o exercício de cargo de provimento em comissão ou de função gratificada, no âmbito da jurisdição de cada Tribunal ou Juízo, por
cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, dos respectivos membros ou
juízes vinculados;

II - o exercício, em Tribunais ou Juízos diversos, de cargos de provimento em comissão, ou de funções gratificadas, por cônjuges,
companheiros ou parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, de dois ou mais magistrados, ou de
servidores investidos em cargos de direção ou de assessoramento, em circunstâncias que caracterizem ajuste para burlar a regra do
inciso anterior mediante reciprocidade nas nomeações ou designações;

III - o exercício de cargo de provimento em comissão ou de função gratificada, no âmbito da jurisdição de cada Tribunal ou Juízo,
por cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, de qualquer servidor
investido em cargo de direção ou de assessoramento;

IV - a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, de cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, dos respectivos membros ou juízes
vinculados, bem como de qualquer servidor investido em cargo de direção ou de assessoramento;

V - a contratação, em casos excepcionais de dispensa ou inexigibilidade de licitação, de pessoa jurídica da qual sejam sócios cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, dos respectivos membros ou juízes
vinculados, ou servidor investido em cargo de direção e de assessoramento; (Redação dada pela Resolução nº 229, de 22.06.16)

VI - a contratação, independentemente da modalidade de licitação, de pessoa jurídica que tenha em seu quadro societário cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade até o terceiro grau, inclusive, dos magistrados ocupantes de cargos
de direção ou no exercício de funções administrativas, assim como de servidores ocupantes de cargos de direção, chefia e
assessoramento vinculados direta ou indiretamente às unidades situadas na linha hierárquica da área encarregada da licitação.
(Incluído pela Resolução nº 229, de 22.06.16)

§ 1° Ficam excepcionadas, nas hipóteses dos incisos I, II e III deste artigo, as nomeações ou designações de servidores ocupantes de
cargo de provimento efetivo das carreiras judiciárias, admitidos por concurso público, observada a compatibilidade do grau de
escolaridade do cargo de origem, a qualificação profissional do servidor e a complexidade inerente ao cargo em comissão a ser
exercido, e que o outro servidor também seja titular de cargo de provimento efetivo das carreiras jurídicas, vedada, em qualquer caso
a nomeação ou designação para servir subordinado ao magistrado ou servidor determinante da incpmpatibilidade. (Redação dada pela
Resolução nº 181, de 17.10.2013)
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§ 2° A vedação constante do inciso IV deste artigo não se aplica quando a contratação por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público houver sido precedida de regular processo seletivo, em cumprimento de
preceito legal.

§ 3º A vedação constante do inciso VI deste artigo se estende às contratações cujo procedimento licitatório tenha sido deflagrado
quando os magistrados e servidores geradores de incompatibilidade estavam no exercício dos respectivos cargos e funções, assim
como às licitações iniciadas até 6 (seis) meses após a desincompatibilização. (Incluído pela Resolução nº 229, de 22.06.16)

§ 4º A contratação de empresa pertencente a parente de magistrado ou servidor não abrangido pelas hipóteses expressas de nepotismo
poderá ser vedada pelo tribunal, quando, no caso concreto, identificar risco potencial de contaminação do processo
licitatório. (Incluído pela Resolução nº 229, de 22.06.16)

Art. 3º É vedada a manutenção, aditamento ou prorrogação de contrato de prestação de serviços com empresa que venha a contratar
empregados que sejam cônjuges, companheiros ou parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, de
ocupantes de cargos de direção e de assessoramento, de membros ou juízes vinculados ao respectivo Tribunal contratante, devendo
tal condição constar expressamente dos editais de licitação. (Redação dada pela Resolução n° 9, de 06.12.05)

Art. 4° O nomeado ou designado, antes da posse, declarará por escrito não ter relação familiar ou de parentesco que importe prática
vedada na forma do artigo 2°.

Art. 5° Os Presidentes dos Tribunais, dentro do prazo de noventa dias, contado da publicação deste ato, promoverão a exoneração dos
atuais ocupantes de cargos de provimento em comissão e de funções gratificadas, nas situações previstas no art. 2°, comunicando a
este Conselho.

Parágrafo único Os atos de exoneração produzirão efeitos a contar de suas respectivas publicações.

Art. 6° O Conselho Nacional de Justiça, em cento e oitenta dias, com base nas informações colhidas pela Comissão de Estatística,
analisará a relação entre cargos de provimento efetivo e cargos de provimento em comissão, em todos os Tribunais, visando à
elaboração de políticas que privilegiem mecanismos de acesso ao serviço público baseados em processos objetivos de aferição de
mérito.

Art. 7° Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Ministro NELSON JOBIM

ATUAÇÃO DO LEGISLADOR: verifica-se a mutação constitucional por atuação do legislador


quando, por ato normativo primário, procurar alterar o sentido já dado a alguma norma
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constitucional. Como exemplo, depois de modificado o entendimento sobre a prerrogativa de
foro pelo STF que, inclusive, conforme visto, cancelou a S. 394, o Congresso Nacional
procurou resgatar o sentido dessa súmula, nos termos da Lei n. 10.628/2002. Cabe lembrar
que o STF declarou inconstitucional referido ato normativo (cf. item 9.9.2.3);

SÚMULA 394 STF


Cometido o crime durante o exercício funcional, prevalece a competência especial
por prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam iniciados
após a cessação daquele exercício.(CANCELADA)

A SÚMULA 394 DO STF E A LEI N° 10.628/2002

A Súmula 394 do STF enunciava que “cometido o crime durante o exercício funcional, prevalece a competência
especial por prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam iniciados após a cessação daquele
exercício”.

Depois de vigorar por mais de 35 (trinta e cinco) anos, a sobredita Súmula foi cancelada, por unanimidade, em sessão
plenária do STF, realizada em virtude do julgamento de uma Questão de Ordem suscitada no Inquérito 687-SP, iniciado
em 30/04/1997, em que figurava como indiciado um ex-deputado federal.

Nossa Corte Suprema impingiu interpretação restritiva aos dispositivos constitucionais e, por via oblíqua,
infraconstitucionais no que tange à competência por prerrogativa de função, entendendo que desta somente podem se
beneficiar aqueles que se encontrarem desempenhando cargo ou mandato que lhe garanta o foro especial.

Durante o julgamento do STF, o Ministro Sidney Sanches advertiu que "a prerrogativa de foro visa a garantir o
exercício do cargo ou do mandato, e não a proteger quem o exerce. Menos ainda quem deixa de exercê-lo". Continuou o
insigne magistrado esclarecendo que “as prerrogativas de foro, pelo privilégio, que, de certa forma, conferem, não
devem ser interpretadas ampliativamente, numa Constituição que pretende tratar igualmente os cidadãos comuns, como
são, também, os ex-exercentes de tais cargos ou mandatos”.

Restou sedimentado, então, no STF, que deixando o cargo definitivamente, seja qual for o motivo, seu ex-titular não
terá direito a processo e julgamento em órgão jurisdicional distinto daquele que teria qualquer um do povo.

Ocorre que, não obstante o pacífico entendimento da Suprema Corte, no dia 24 de dezembro de 2002, véspera de natal,
foi promulgada a Lei n° 10.628, que alterou o artigo 84 do Código de Processo Penal, dando nova redação ao caput e
acrescendo-lhe dois parágrafos. Vejamos a novo dispositivo legal:

"Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça,
dos Tribunais Regionais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam
responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade.
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§1°. A competência especial por prerrogativa de função, relativa a atos administrativos do agente, prevalece ainda que o
inquérito ou a ação judicial sejam iniciados após a cessação do exercício da função pública.
§2°. A ação de improbidade administrativa, de que trata a Lei n. 8.249, de 2 de junho de 1992, será proposta perante o
tribunal competente para processar e julgar criminalmente o funcionário ou a autoridade na hipótese de prerrogativa de
foro em razão do exercício de função pública, observado o disposto no §1°."
Esse novo texto incorporado à legislação processual penal, trouxe novamente à discussão a hipótese de manutenção do
foro especial por prerrogativa de função em caso de definitiva cessação do exercício funcional que o alicerçava,
questão, frise-se, já pacificada pelo STF, como já estudado.
O caput do artigo 84 teve poucas alterações. Na verdade, ocorreu apenas o aperfeiçoamento da redação, substituindo-se
a expressão "Tribunais de Apelação" por "Tribunais de Justiça dos Estados ou do Distrito Federal", e acrescendo-se o
STJ no rol dos tribunais competentes para o processo e julgamento dos delitos sujeitos a foro especial por prerrogativa
de função.
O §1°, ora inserido, contrariando entendimento do STF, conferiu foro especial aos agentes, mesmo após a cessação de
sua função pública, em relação às condutas inerentes aos atos administrativos praticados quando da vigência do
exercício funcional. Já o §2°, também novo, estendeu o foro por prerrogativa de função, também após o término do
exercício da função pública, aos acusados de atos de improbidade administrativa – definidos na Lei n° 8.429/92 – por
atos praticados durante sua gestão.

A inconstitucionalidade de tais dispositivos, face ao princípio da isonomia, consagrado no caput do art. 5° da CF/88,
parece evidente. Aliás, Dalmo de Abreu Dallari, referindo-se às novas regras quando ainda figuravam como Projeto de
Lei n° 6.295/02, já advertia que "embora seja escandalosamente inconstitucional esse projeto foi estranhamente
aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Deputados, onde se supõe que haja conhecedores da
Constituição".

Salta aos olhos que o novo regramento deixa de proteger o cargo para, em afronta ao princípio constitucional da
igualdade, beneficiar pessoas. Ora, se se trata de ex-funcionário, de ex-ocupante de cargo público, não é possível a
manutenção do foro especial de prerrogativa de foro para estes, pois não estão mais investidos no cargo público e nem
exercendo função pública relevante que justifique um tratamento diferenciado em relação aos demais cidadãos. Não há
mais, no particular, o interesse público que legitima o foro especial, pois os ex-agentes públicos, ao cessar o exercício
de sua função pública, voltam a ser cidadãos comuns e, por isso, devem ser submetidos a processo e julgamento sem
privilégios, respeitando-se, assim, o princípio de que todos são iguais perante a lei.

Corroborando esse posicionamento, Luiz Flávio Gomes assevera que "esse foro especial só tem sentido, portanto,
enquanto o autor do crime está no exercício da função pública. Cessado tal exercício (não importa o motivo: fim do
mandato, perda do cargo, exoneração, renúncia etc.), perde todo o sentido o foro funcional, que se transformaria (em
caso contrário) em odioso privilégio pessoal, que não condiz com a vida republicana ou com o Estado Democrático de
Direito".

Verifica-se, então, que o legislador não criou uma prerrogativa, mas sim um privilégio, que visa a beneficiar a pessoa do
ex-ocupante do cargo público, e não o cargo em si. Nesse ínterim, não há, dentro do ordenamento jurídico pátrio,
qualquer razoabilidade que justifique o privilégio em questão.
Quanto ao §2°, ora acrescentado, também padece de vício de inconstitucionalidade, pois o legislador, equivocadamente,
por meio de lei infraconstitucional, ampliou o rol de competências originárias constitucionais do STF, do STJ, dos TRFs
e, em alguns casos, dos TJs. Criou novas regras, portanto, à competência dos tribunais superiores, a qual é fixada
através das normas previstas na Constituição Federal.
PERCEBE-SE, DESTARTE, QUE AS ALTERAÇÕES TRAZIDAS PELA LEI 10.628/02 CONSUBSTANCIAM-
SE EM “UM DURO GOLPE CONTRA OS PRINCÍPIOS REPUBLICANOS DE IGUALDADE; FOMENTO À
CRIMINALIDADE POLÍTICA, À CORRUPÇÃO, E É SABIDO QUE MUITOS TÊM SE VALIDO DE PRERROGATIVAS
ASSEGURADAS PELAS FUNÇÕES PARA DELINQUIR IMPUNEMENTE”. ADEMAIS, “A LEI 10.628/02 CONTRARIA
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL; TODO E QUALQUER SENSO DE JUSTIÇA; PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
BASILARES; O INTERESSE SOCIAL, E NÃO CORRESPONDE, EM ABSOLUTO, COM AS IDEIAS E IDEAIS DA
SOCIEDADE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA, REPRESENTANDO, SEM SOBRA DE DÚVIDAS, RANÇO
13-QUESTIONARIO_PEDRO_LENZA_HERMENÊUTICA: MUTAÇÃO X REFORMA
REGRAS X PRINCÍPIOS. "DERROTABILIDADE". POSTULADOS
NORMATIVOS. CRIAÇÃO JUDICIAL DO DIREITO.
ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO

Baseado na Obra de Pedro Lenza _ Direito Constitucional Esquematizado


Por Francisco Rezek Selingardi-Bacharel em Direito – Aprovado na OAB – junho de 2016
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PRIMITIVO E DITATORIAL”.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 2.797—DIÁRIO DA JUSTIÇA – 19/12/2006


Não cabe à lei ordinária criar competência jurisdicional não prevista na Constituição. Usurpa a competência do
Supremo Tribunal Federal, lei ordinária que interpreta dispositivo constitucional. Os agentes políticos processados
por atos de improbidade administrativa NÃO TEM FORO ESPECIAL APÓS O TÉRMINO DA ATIVIDADE POLÍTICA.

Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade proposta pela Associação Nacional dos Membros do Ministério
Público (CONAMP), em que se questiona a validade do artigo 84.1 e artigo 84.2 do Código de Processo Penal, com a
redação determinada pela Lei 10.628/2002, cujos dispositivos determinam que para o agente político, acusado de ter
cometido ato de improbidade administrativa durante o exercício de atividade política, prevalece a competência especial
por prerrogativa de função, AINDA QUE A AÇÃO SEJA INICIADA APÓS O TÉRMINO DO MANDATO ELETIVO.

Os requeridos, Presidente da República e Congresso Nacional, representados pela Advocacia-Geral da União,


arguiram a ilegitimidade da autora para a propositura da ação por se tratar de associação integrada tanto por pessoas
físicas como por associações, chamadas de associações de associações. Questionaram, também, a ausência do requisito
da pertinência temática, que é a falta de efeitos da norma impugnada sobre os interesses e finalidades institucionais da
autora da ação. Sustentaram ainda que, as normas impugnadas não introduzem competência adicional às
constitucionalmente previstas para os Tribunais, porque o objetivo da lei impugnada é explicar o sentido e o alcance de
tais competências, observado o princípio constitucional da máxima efetividade das normas constitucionais.

A Corte, por unanimidade, entendeu que as entidades de classe de âmbito nacional, na qual se enquadra a autora,
estão legitimadas para ingressar com ações abstratas de controle de constitucionalidade e que há a relação de pertinência
temática entre a finalidade institucional da requerente e os dispositivos legais questionados, por se entender que as
normas impugnadas se refletem na distribuição vertical de competência funcional entre os órgãos do Poder Judiciário e,
por conseguinte, entre os órgãos do Ministério Público. A Corte, por maioria, julgou procedente a ação para
declarar a inconstitucionalidade da Lei 10.628, de 24 de dezembro de 2002, que acresceu os artigos 84.1 e 84.2 do
Código de Processo Penal, porque considerou inadmissível interpretação autêntica da Constituição Federal por
lei ordinária e porque houve usurpação da competência do Supremo Tribunal. Quanto ao foro de julgamento da
ação de improbidade administrativa proposta contra agente político, a Corte entendeu que: 1) por ter natureza jurídica
de uma ação civil, é inconstitucional conceder competência especial por prerrogativa de função porque esta
competência foi estabelecida tão somente para o processo penal condenatório instaurado contra o agente político; 2) a
lei é inconstitucional tendo em vista tratar de competência originária não prevista na Constituição. A competência
originária para processar e julgar ação de improbidade administrativa é do juiz de primeira instância. Aos Tribunais
compete julgar as autoridades e os agentes políticos de certa categoria por crimes comuns e crimes de responsabilidade.

AO CONTRÁRIO DO QUE SUCEDE COM OS CRIMES COMUNS, A ACUSAÇÃO DOS CRIMES DE


RESPONSABILIDADE IMPUTADOS AOS AGENTES POLÍTICOS, MEMBROS DAS CASAS LEGISLATIVAS E
DO CONGRESSO NACIONAL, CESSA COM O TÉRMINO DO MANDATO ELETIVO, ISTO PORQUE TAIS
DELITOS SÃO APURADOS E JULGADOS PELO PODER LEGISLATIVO A QUE PERTENÇA O AGENTE
POLÍTICO.
14-QUESTIONARIO_PEDRO_LENZA_HERMENÊUTICA: MUTAÇÃO X REFORMA
REGRAS X PRINCÍPIOS. "DERROTABILIDADE". POSTULADOS
NORMATIVOS. CRIAÇÃO JUDICIAL DO DIREITO.
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POR VIA DE COSTUMES CONSTITUCIONAIS: o autor aduz não ser pacífica a existência de
costumes em países de Constituição escrita e rígida. Porém, admite que certas práticas reiteradas
ensejaram mudanças no sentido interpretativo da Constituição. Como exemplo, menciona a
possibilidade de o Chefe do Poder Executivo negar a aplicação de lei que de modo fundamentado
considere inconstitucional. Lembra, ainda, o voto de liderança no Parlamento, sem a submissão da
matéria ao Plenário. Outro exemplo, antes do advento da EC n. 32/2001, destaca a reedição de
medida provisória, desde que não houvesse expressa rejeição ou alteração do texto. Barroso
evidencia, também, a evolução da interpretação em relação aos poderes da CPI, passando a
Suprema Corte a admitir a quebra de sigilos bancários e fiscais. NATURALMENTE, A
MUTAÇÃO E A NOVA INTERPRETAÇÃO NÃO PODERÃO AFRONTAR OS
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DA CONSTITUIÇÃO , SOB PENA DE SEREM
INCONSTITUCIONAIS.
Esclarecendo, no Sistema Constitucional Brasileiro são PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES O
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO assim como o PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA previsto no artigo 1º da Constituição Federal do Brasil de 1988, já que
nossa ordem democrática reconhece a dignidade como elemento fundamental legitimador do
Sistema Jurídico Nacional, VEJAMOS:

ART. 1º- A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, FORMADA PELA UNIÃO


INDISSOLÚVEL DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL,
CONSTITUI-SE EM ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E TEM COMO
FUNDAMENTOS:
III- A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA;
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6. QUAIS AS DISTINÇÕES ENTRE REGRAS E PRINCÍPIOS


A doutrina vem se debruçando sobre a importante e complexa distinção entre regras e princípios,
partindo da premissa de que ambos são espécies de normas e que, como referenciais para o
intérprete, não guardam, entre si, hierarquia, ESPECIALMENTE DIANTE DA IDEIA DA
UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO.

Canotilho refere-se ao sistema jurídico do Estado de direito democrático português como “um
sistema normativo aberto de regras e princípios”:

O SISTEMA JURÍDICO: “PORQUE É UM SISTEMA DINÂMICO DE NORMAS”;

Sistema Estático e Sistema Dinâmico


Modos de enfoque do objeto da ciência jurídica
Teoria Estática
Considera as normas enquanto reguladoras da conduta humana.
TEMAS (EXEMPLOS):SANÇÃO; ILÍCITO; DEVER; RESPONSABILIDADE; DIREITOS
SUBJETIVOS; CAPACIDADE; PESSOA JURÍDICA;
Teoria Dinâmica
Enfoca as normas em seu processo de produção e aplicação
TEMAS (EXEMPLOS): VALIDADE; LACUNAS; UNIDADE LÓGICA; FUNDAMENTO ÚLTIMO
DO DIREITO
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REGRAS X PRINCÍPIOS. "DERROTABILIDADE". POSTULADOS
NORMATIVOS. CRIAÇÃO JUDICIAL DO DIREITO.
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Sistema Estático:
Organização das normas a partir de seus conteúdos.

Sistema Dinâmico:
Organização das normas a partir das regras de competência e das demais reguladoras de sua
produção.

"Imagine-se um cidadão comparecendo à repartição competente da Prefeitura, para conhecer


o resultado de seu pedido de licença para construir. Digamos, então, que o despacho decisório
haja indeferido a solicitação, porque o projeto exigido pelo regulamento municipal
desobedeceu o recuo obrigatório. Tomando ciência da decisão, o munícipe, ao indagar da
validade negativa, poderia receber DUAS RESPOSTAS DIFERENTES.

Sistema Estático:
Inicialmente, o indeferimento poderia ser sustentado com a referência ao texto do Código de
Edificações do Município, que fixa as distâncias mínimas de recuo. O munícipe poderia
questionar a validade dessa norma jurídica. Para sustentá-la, ser-lhe-ia exibida a Lei
Orgânica do Município, com a previsão de elaboração do Código de Edificações, dispondo
acerca das posturas edilícias a serem respeitadas naquela cidade. Se o munícipe continuasse
seu questionamento, indagando agora sobre a validade da Lei Orgânica, a resposta apontaria
para a Constituição da República, no dispositivo relativo à organização municipal. Note-se
que, nessa primeira forma de sistematização das normas jurídicas, estas se ligam, umas às
outras, pelo respectivo conteúdo. A disposição normativa hierarquicamente superior traz
referência à norma de escalão inferior, fundando-se, indiretamente, o despacho denegatório
do pedido de licença na própria Constituição Federal.

Sistema Dinâmico:
Poderia, contudo, ser apresentada ao munícipe outra cadeia de sustentação do despacho
denegatório, a partir de referências às normas de competência. Nesse sentido, ser-lhe-ia
mostrado decreto do Prefeito atribuindo ao chefe daquela repartição a competência para
indeferir pedidos de licença de construção. Posta em questão a competência do Prefeito para
baixar o decreto, ser-lhe-ia apontada a lei Orgânica, elaborada pela Câmara dos Vereadores, a
atribuir ao Chefe do Executivo poderes para organização dos serviços administrativos. Se o
munícipe questionar sobre quem teria outorgado poderes aos Vereadores para a elaboração
da Carta Municipal, a resposta indicaria os Constituintes que votaram a Constituição
Federal, que vem sendo globalmente cumprida. Essa segunda maneira de sistematização das
normas jurídicas liga-as não pelo seu conteúdo, abstraído, mas apenas pela trama de
competência. A validade do ato praticado pelo chefe da repartição é fundada na obediência
geral aos Constituintes".
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REGRAS X PRINCÍPIOS. "DERROTABILIDADE". POSTULADOS
NORMATIVOS. CRIAÇÃO JUDICIAL DO DIREITO.
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O SISTEMA ABERTO: “porque tem uma estrutura dialógica (Caliess) traduzida na


disponibilidade e '‘capacidade de aprendizagem’' das normas constitucionais para captarem a
mudança da realidade e estarem abertas às concepções cambiantes da '‘verdade’' e da
'‘justiça’'”;
A “injustiça legislada” durante as épocas mais agudas do positivismo jurídico de nosso século (haja
visto o período nacional-socialista) marcou o auge da crise na controvérsia doutrinaria entre os dois
direitos. O positivismo, ao contrário do jusnaturalismo – tao fecundo em produção doutrinaria – se
asilou, primeiro, no formalismo, para depois esvaziar-se como lógica, teoria do conhecimento ou
simples metodologia. Não logrou justificar-se, não apresentou nenhuma teoria satisfatória sobre si
mesmo e, finalmente, não delimitou suas próprias fronteiras, segundo Wenzel e Calliess, que
ponderaram assim a esterilidade doutrinaria do positivismo. Quanto ao jusnaturalismo, este, por sua
vez, teria demonstrado, como sempre, sua incapacidade para responder, numa determinada situação
histórica concreta, ao problema dos fundamentos de validez do Direito. O resultado e que os dois
direitos aparentemente entraram num “beco sem saída”. Mas a saída existe e Calliess se empenha
em teorizar para encontrá-la. Sua teorização se faz no campo das concepções sistêmicas de
inspiração cibernética. Todas as dificuldades anteriores residiam, segundo Calliess, naquele
contraste “SOLIPSISTICO” sujeito-objeto, em que se opunha a “interioridade” do Direito a sua
“exterioridade” objetiva.
O solipsismo designa uma doutrina filosófica que reduz toda a realidade ao sujeito pensante;
doutrina segundo a qual só existem efetivamente o eu e suas sensações, sendo os outros
entes (seres humanos e objetos), como participante da única mente pensante, meras
impressões sem existência própria (embora frequentemente considerada uma possibilidade
intelectual); doutrina segundo a qual a única realidade no mundo é o eu; designação comum
a religiosos de certas ordens que se isolam do mundo; vida ou conjunto de hábitos de um
indivíduo solitário; vida ou costume de quem vive na solidão; monge que vive na solidão,
anacoreta, eremita, ermitão, celibatário, solipso. O solipsismo reveste muitos matizes através
da história da filosofia.
O novo caminho preconizado pela diretriz sistêmica conduz a uma compreensão superadora de
semelhante contraste, tomando-se assim o Direito aquela realidade, determinada por uma estrutura
permeada de historicidade. Ou, segundo acrescenta aquele jurista, estribado em Berger e
Luchmann, o Direito como estrutura de sistemas sociais, significa sempre uma “construção
social da realidade”. O que se busca, portanto, e mostrar e descobrir o processo de realização
do Direito “em que aparece, NÃO O HOMEM E O DIREITO, MAS O HOMEM NO
DIREITO, A SOCIEDADE COMO CONSTITUTIVO DO JURÍDICO E O DIREITO COMO
CONSTITUTIVO DO SOCIAL”.
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REGRAS X PRINCÍPIOS. "DERROTABILIDADE". POSTULADOS
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Inspirado, pois, na sociologia de Luhmann (a sociologia enquanto teoria dos sistemas sociais),
intenta aquele jurista explicar o Direito como estrutura dialógica dos sistemas sociais, isto e,
como “algo” situado entre as categorias sujeito e objeto, ou seja, uma espécie de esfera
autônoma e conciliatória em relação a ambas. A concepção sistêmica do Direito nasce,
segundo ele, para atender a necessidades impostergáveis da sociedade técnico-científica, que
repousa, em sua estrutura, sobre sistemas de planejamento, os quais suscitam problemas de
grande pesquisa e projetos, impossíveis de solucionar mediante o emprego de modelos de
ordenação, apropriados, como na concepção clássica do Direito, a, já ultrapassadas de cultura
agraria (“bauerlichagrarischen Kultur”), onde a unidade de produção era a terra. A
concepção do Direito reduzida a um processo verbal conciliatório de interação, informação e
comunicação, ou seja, a uma estrutura dialógica dos sistemas sociais, torna, segundo Calliess,
obsoletos os correntes modelos do Direito, assentados no dualismo sujeito-objeto, isto e, em
reflexão volvida para coisas, substâncias ou esferas pessoais e reais mutuamente delimitadas.
A nova concepção sistêmica traz para o Direito uma visão em que ele aparece precipuamente como
instrumento destinado a garantir e proteger a participação do individuo nos papéis de comunicação
social, sendo seu fim cardeal, qual se depreende das linhas expositivas daquele jurista, proporcionar
e planejar a participação e as oportunidades tanto de informar-se como de comunicar-se “numa
sociedade compreendida em permanente processo de formação”. Conceitos tradicionais sobre
direito objetivo, direito subjetivo, propriedade, execução da pena etc., tem que ser revistos a luz de
uma teoria que se arreda, conforme Calliess acentua, da usual definição do Direito enquanto
“relação juridicamente regulada de uma pessoa com outra pessoa ou com objetos (coisas ou
direitos) para se inclinar no sentido do conceito novo de relação interpessoal medianeira de
problemas ou coisas”. A concepção sistêmica do Direito e unitária e de fundamento naturalista,
representando assim uma nova posição sugerida do campo das ciências naturais, donde parte, com
muito mais forca e profundidade talvez que aquele movimento, de inspiração semelhante, havido no
século passado, cujos produtos foram o positivismo e o empirismo de algumas escolas jurídicas.
Tem analogia também, pela forca com que ora repercute, com a reação idealista dos juristas alemães
neokantistas, quando estes salvaram a Filosofia do Direito da preterição e do descredito em que
cairá como metafísica jusnaturalista já ultrapassada. Nessa visão tao apertada não haveria pois lugar
para a esfera muito mais importante do planejamento do Direito e do traçado das estruturas sociais.
A teoria da estrutura dialógica do Direito e teoria que politiza sobremodo a formação do
Direito, compreendendo unitariamente o processo de sua produção e finalmente fornecendo
“a moldura categorial para um entendimento necessariamente mais largo da Ciência do
Direito como ciência também da planificação do Direito
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REGRAS X PRINCÍPIOS. "DERROTABILIDADE". POSTULADOS
NORMATIVOS. CRIAÇÃO JUDICIAL DO DIREITO.
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O SISTEMA NORMATIVO: porque a estruturação das expectativas referentes a valores,


programas, funções e pessoas é feita por meio de normas;

O SISTEMA DE REGRAS E DE PRINCÍPIOS: “pois as normas do sistema tanto podem


revelar-se sob a forma de princípios como sob a sua forma de regras”

7. UM SISTEMA PODE SER CONCEBIDO ATRAVEZ SOMENTE DE


REGRAS OU SOMENTE DE PRINCÍPIOS?
Humberto Ávila, por sua vez, esclarece que " … um sistema não pode ser composto somente de
princípios, ou só de regras. Um sistema só de princípios seria demasiado flexível, pela ausência de
guias claros de comportamento, ocasionando problemas de coordenação, conhecimento, custos e
controle de poder. E um sistema só de regras, aplicadas de modo formalista, seria demasiado rígido,
pela ausência de válvulas de abertura para o amoldamento das soluções às particularidades dos
casos concretos. Com isso se quer dizer que, a rigor, não se pode dizer nem que os princípios
são mais importantes do que as regras, nem que as regras são mais necessárias que os
princípios. Cada espécie normativa desempenha funções diferentes e complementares, não se
podendo sequer conceber uma sem a outra, e a outra sem a uma. Tal observação é da mais alta
relevância, notadamente lendo em vista o fato de que a Constituição Brasileira é repleta de
regras, especialmente de competência, cuja finalidade é, precisamente, alocar e limitar o
exercício do poder".
Segundo Ávila, a interpretação e a aplicação de princípios e regras dar-se-ão com base nos
POSTULADOS NORMATIVOS INESPECÍFICOS, quais sejam:

A PONDERAÇÃO (ATRIBUINDO-SE PESOS);

A CONCORDÂNCIA PRÁTICA E A PROIBIÇÃO DE EXCESSO (GARANTINDO A


MANUTENÇÃO DE UM MÍNIMO DE EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS),
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REGRAS X PRINCÍPIOS. "DERROTABILIDADE". POSTULADOS
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e
POSTULADOS NORMATIVOS ESPECÍFICOS

POSTULADO DA IGUALDADE

POSTULADO DA RAZOABILIDADE

POSTULADO DA PROPORCIONALIDADE fls 171 livro lenza

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