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Recife/PE
2013
Recife/PE
2013
GUSTAVO TENÓRIO CAMPOS SEMAAN
Página|3
Monografia:
( ) Aprovada
______________________________________________
Prof. José Durval de Lemos Lins Filho
______________________________________________
Prof.ª Erica Babini Lapa do Amaral Machado
______________________________________________
Mestrando:
RECIFE/PE
2013
Página|4
Dedicatórias
Agradecimentos
Epígrafe
Resumo
Abstract
LISTA DE ABREVIATURAS
Lista de Figuras
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................11
CONCLUSÃO ...........................................................................................................55
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................56
ANEXO .....................................................................................................................60
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INTRODUÇÃO
presídios, que se refere ao principal objetivo dessa Monografia. Para entender melhor
esse fenômeno, é imprescindível uma análise dos modelos utilizados nos Estados
Unidos, na Europa, bem como expor as razões para a realização da privatização,
traçando comparação e estabelecendo as principais diferenças, levando à adoção
deste tema para o nosso sistema penitenciário e citando os presentes no país.
Apesar da Constituição Federal no seu artigo 1º, inciso III, garantir direito
básico a qualquer cidadão à dignidade da pessoa humana, no sistema utilizado
atualmente nos presídios, não se pode vislumbrar a existência das garantias
constitucionais.
1.1 CONCEITO
<http://www.celpe.com.br/Pages/A%20Celpe/quem-somos.aspx>
3 FOLHA de São Paulo. Embraer vai contratar 3.000 funcionários neste ano. 12/04/2013. Digital.
Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u113669.shtml>
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gás e outras, citam que toda empresa privada tem como principal foco o ganho
monetário, e este, na maioria do tempo, vai de encontro à necessidade da população
de baixa renda.
No sexto capítulo do relatório Economic Growth in the 1990s: Learning
from a Decade of Reform de 2005, o Banco Mundial, declara que muitos refletem no
fato da privatização não ter se desviado demais do seu propósito inicial. Segundo o
Banco Mundial, no ano de 2002 em 17 países da América Latina, dois terços dos
entrevistados relataram que "a privatização de empresas públicas não está sendo
benéfica". Isto está ligado ao temor que será visto mais à frente.7
7 Economic Growth in the 1990s: Learning from a Decade of Reform, Washington: The
International Bank for Reconstruction and Development / The World Bank, 2005, cap. 6
8 STIGLITZ, Joseph E.Making Globalization Work. New York, London: W. W. Norton, 2006. p.142.
9 SAPPINGTON, David E. M. e STIGLITZ, Joseph E. Privatization, Information and
Incentives. Columbia University; National Bureau of Economic Research (NBER) June 1988; NBER
Working Paper No. W2196
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10 GALHARDO, Ricardo. Privatização em São Paulo Arrecadou 77,5 bilhões desde o Governo
Covas. Jornal O Globo, in Globo online; 14 de outubro de 2006 às 22:23
11 BNDES. Livro 50 anos. 15/07/2013. PDF. Disponível em
<http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/li
vro50anos/Livro_Anos_50.PDF>
12 WIKIPEDIA. Privatização No Brasil. 14/04/2013. Digital. Disponível em
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Privatização_no_Brasil>
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empresas com dificuldades financeiras, já que naquela época havia uma corrente
muito grande para preservar as riquezas nacionais com os brasileiros e um crescente
preconceito com o termo “privatização”.
14
ESTADÃO. Consulta sobre reversão da venda da Vale tem data fixada. 10/02/2013. Digital.
Disponível em <http://www.estadao.com.br/ultimas/nacional/noticias/2006/nov/26/139.htm>
15 WIKIPEDIA. Privatização No Brasil. 14/04/2013. Digital. Disponível em
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Privatização_no_Brasil>
16 BNDES. Livro 50 anos. 15/07/2013. PDF. Disponível em
<http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/li
vro50anos/Livro_Anos_50.PDF>
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O jurista Miguel Reale Jr. chegou a afirmar “Estão querendo achar pelo
em ovo. Essas decisões são políticas e não jurídicas. Estão impedindo o leilão por
conta de questionamentos irrelevantes...” Ivan Granda Martins acrescentou “O
judiciário está sendo utilizado como instrumento de luta ideológica entre o governo e
a oposição”.20 Este empecilho jurídico foi tão grande que após uma pesquisa nos
tribunais se descobriu que ações iguais foram impetradas em foros diferentes para
complicar o prosseguimento do leilão. Com isso, os Investimentos estrangeiros foram
afastados podendo ter, caso participassem, aumentado o valor da compra da estatal.
Deixando claro que na venda da Vale o valor da compra que se aproxima de 3 bilhões
de reais foi acrescido de 4 bilhões que a estatal tinha de dívida.
Hoje em dia com uma rápida pesquisa se nota que após a o processo de
privatização, a vale dobrou de valor e faturamento. Mas esse crescimento não foi
unicamente da Vale, grandes porções das empresas privatizadas mostraram nos
primeiros anos um crescimento gigantesco comparado a suas épocas sobre o controle
do governo. A crítica também em torno da Vale é que a empresa exporta minério de
ferro para fora e depois o Brasil importa os produtos que foram derivados do produto
exportado. Segundo uma entrevista do presidente da Vale, o Sr. Murilo Ferreira o
maior causador disso é o governo. Que com suas altas taxas e impostos acaba
18 CONSTANTINO, Rodrigo. Privatize já. 1ed. São Paulo: editora Leya Brasil, 2012.
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Hoje em dia, essa queda de braços poderá ser revivida com as discussões
que estão em torno do pré-sal, onde o governo quer chamar as empresas para
participar da extração do petróleo nas bacias encontradas. Parte da população em
junção com partidos políticos lutaram para que, segundo eles, a introdução de
empresas internacionais iria se apossar de riquezas do Brasil.
Mesmo discurso dos anos do regime militar.
19 CONSTANTINO, Rodrigo. Privatize já. 1ed. São Paulo: editora leya Brasil, 2012.
20 GARANI, João Peixoto. Privatização das Prisões no Brasil. 09/09/2013. Digital. Disponível em <
http://jus.com.br/artigos/19945/privatizacao-de-prisoes-no-brasil>
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contratado para assumir uma facilidade em Hamilton Country, Tennessee. Isto marcou
a primeira vez em que um governo no país tinha firmado um acordo com entidade
privadas para gerenciar uma prisão. Segundo Eric Bates, autor do livro “private
Prison”, no ano seguinte, a CCA ganhou ainda mais a atenção do público quando se
ofereceu para tomar conta do sistema penitenciário de todo o estado do Tennessee,
mas acabou derrotado devido à forte oposição de funcionários públicos que tinham
medo de perder seus empregos.
Uma das mais famosas prisões que existiram foi a bastilha. A Bastilha foi
Construída, por Carlos V da França. Inicialmente serviu apenas como mero portal de
entrada para o bairro de Saint-Antoine, mas de 1370 a 1383 o portal foi ampliado e
reformado para se transformar numa fortaleza, que serviria para defender o lado leste
de Paris, além de um palácio real que ficava nas proximidades, constituindo-se no
mais forte ponto de defesa da muralha do rei. Após a guerra, começou a ser utilizada
pela realeza francesa como prisão estadual. O rei Luís XIII foi o primeiro a enviar
prisioneiros para lá. A maioria dos presos eram políticos ou pessoas que não
concordavam com a ideologia do regente que para não ter oposição os enviava, a
maioria sem pena, para morrerem na prisão. A grande prisão teve seu fim em 14 de
julho de 1789 na revolução francesa, quando terminou sendo invadida.22
Oliveira Cita:
22 TORRES, João Camillo de Oliveira. A revolução francesa. Rio de Janeiro: Record, 1963
23 FALCONI, Romeu. Sistema Prisional: Reinserção social? . 1ed. São Paulo. Ícone, 1998.
24 OLIVIERA, Odete Maria de. Prisão: um Paradoxo Social. 1ed. Santa Catarina: UFSC, 1984. P 40
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O Sistema era baseado na prisão celular, peculiar pela forma que uma só
pessoa podia exercer, em qualquer momento um posto de observação, a vigilância
dos interiores das celas.
Para Sá:
25 FALCONI, Romeu. Sistema Prisional: Reinserção social?. 1ed. São Paulo. Ícone, 1998. P 62
26 SÁ, Geraldo Ribeiro de. A prisão dos excluídos. Origem e reflexões sobre a pena privativa de
liberdade. 1 ed. Rio de Janeiro: Diadorim, 1996. p. 99.
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27 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral. 2006, p.161.
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A solicitação feita pelo povo foi aceita e com isso duas novas prisões foram
construídas, a Western Penetenciary e a Eastern Penitenciary. As características do
Sistema se baseiam no isolamento celular, a obrigatoriedade do silêncio e a oração.
28 Ibidem
29 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral. 2006, p. 162
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Fonte - Google.com.br
Conforme Prado:
No princípio, a prisão como cárcere era aplicada apenas aos acusados que
estavam aguardando suas sentenças. Este contexto se prolongou durante as
Ordenações, as quais tinham por princípio o direito penal baseado na brutalidade das
sanções corporais e na violação dos direitos do acusado.
Conforme Porto:
31 BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
32 ASSIS, Rafael Damaceno. Privatização de prisões e adoção de um modelo de gestão
privatizada. 02/05/2013. Digital. Disponível em
<http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3483/Privatizacao-de-prisoes-e-adocao-de-um-modelo-
degestao-privatizada>
33 PORTO, Roberto. Crime Organizado e Sistema Prisional. São Paulo. Editora Atlas. 2007, p.14
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Cita Porto:
Segundo Porto:
...Passou logo após sua criação a acolher, também, presos condenados com
a capacidade para abrigar 3.250 presos. A casa de detenção de São Paulo
chegou a hospedar 8 mil presos. Visto hoje como recorde Mundial de
encarcerados em um único estabelecimento.35
Conforme Thompson:37
34 ibidem
35 PORTO, Roberto. Crime Organizado e Sistema Prisional. São Paulo. Editora Atlas. 2007, p.14
36 BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
37 THOMPSON, Augusto. A questão penitenciaria. 5. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002. P. 03
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No seu Art. 5º, XLVI a constituição prevê vários tipos de penas a serem
impostas para os indivíduos que acabam cometendo infrações penais como: privação
ou restrição de liberdade, perda de bens, multa, prestação social alternativa e
suspensão ou interdição de direitos.
Nisso, o direito criou várias teorias. Com isso o Direito Penal tem
respondido às questões de como solucionar o problema que está esculpida na
sociedade que é o da criminalidade. Essas soluções podem ser chamadas como
Teorias da pena, que são opiniões científicas consideradas as principais formas de
reação do delito. 38
38 MIRABETE, Julio Fabrini. Manual de direito penal: parte geral. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
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Para Kent, não é digno de cidadania aquele que não realiza o que as leis
dispõem. Sendo a responsabilidade de o soberano impor uma sanção a este infrator.
Ele a descreve como sendo um imperativo categórico. A pena deve ser aplicada
simplesmente porque a lei foi violada, sem se preocupar se ela trará algum benefício
para o acusado ou para a sociedade, importando apenas que o indivíduo que cometeu
o crime seja punido pelo ato. 40
39 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: Parte Geral 1. 15. ed. São Paulo:
Saraiva, 2010.
40 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: Parte Geral 1. 15. ed. São Paulo: Saraiva,
2010.
41 HASSEMER, Winfried y MUÑOZ CONDE, Francisco. Op. cit., pág. 127
42 Ibidem
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Pode se dizer sobre a finalidade que a pena deve atingir um fim de igual
com as normas e prosseguimentos citados nas leis e na constituição. O ponto central
é visualizar que o Estado só deve recorrer a pena quando a conservação da ordem
jurídica não se possa a ter por outros meios, isto é, com os meios próprios do direito
civil ou de outros ramos do direito.
43MIR PUIG, Santiago. El derecho penal en el Estado social y democrático. 2ed. Editora La
LEY. pag. 56 46 ibidem
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47
PRADO, Luís Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro: Parte Geral. 2 edições. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2008.
A Lei de Execução Penal indica em seu artigo 41, os direitos do Condenado, que
são:45
I - Alimentação suficiente e vestuário;
II - Atribuição de trabalho e sua remuneração;
III - Previdência social;
IV - Constituição de pecúlio;
V - Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso.
E a recreação;
VI - Exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e.
Desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII - Assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII - Proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX - Entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X - Visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias.
44 BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. lei que regulamenta as execuções penais. Lex:
45 BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. lei que regulamenta as execuções penais. Lex:
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Determinados;
XI - Chamamento nominal;
XII - Igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da
Individualização da pena;
XIII - Audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV - representação E petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV - Contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, Da. Leitura
de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons Costumes.
46 Ibidem
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47 BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. lei que regulamenta as execuções penais. Lex:
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A Lei prevê a aplicação do RDD para quem está cumprindo pena por
condenação ou estiver temporariamente em reclusão. No RDD, o preso é colocado
em cela individual e fica recluso por 22 horas por dia, com a possibilidade de ser
visitado por no máximo duas pessoas por semana, através de uma cabine isolada
onde o preso poderá falar através de um sistema de áudio que se for necessário
poderá ser gravado. 48 Este sistema está em torno de um grande debate que
argumenta que o Regime fere os direitos do preso. O preso também poderá tomar um
banho de sol de duas horas no máximo. Não é permitido ao preso ter ligações com o
mundo exterior através de jornal ou televisão.
O preso poderá ficar no regime por 360 dias, renováveis por mais 360
dias, entretanto, não poderá exceder 1/6 da pena a ser cumprida, tendo que retornar
ao regime prisional tradicional.49
janeiro de 2004.
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Rio de Janeiro. Como o motivo da criação do regime era minimizar a influência dos
líderes nas suas organizações criminosas do lado de fora dos presídios, Fernandinho
Beira Mar foi um dos primeiros a frequentar o Regime Disciplinar diferenciado.
Fonte - http://www1.folha.uol.com.br/
Figura 6 – Presos
Fonte: http://jenisandrade.blogspot.com.br
54NATASHA Pitts. Pesquisa revela, em números, realidade carcerária do país. 10/09/2013. Digital
Disponível em <http://revistaforum.com.br/blog/2012/11/pesquisa-revela-em-numeros-
realidadecarceraria-do-pais/> 59 Ibdem.
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podendo os outros comerem à vontade. Até este ponto o sistema parece ser cruel
com o preso, mas é a única maneira de mudar os hábitos dos detentos.55
55WELCH, Michael (2004). "A Social History of Punishment and Corrections". Corrections: A Critical
Approach. McGraw-Hill.
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56 LE QUÉAU, P., Ailet, V., Dubéchot, P., Fronteau, A., & Olm, L'autre peine, enquête exploratoire
sur les conditions de vie des familles de détenus. Département évaluation des Politiques
Sociales, Crédoc, l'entreprise de recherche. Cahier de recherche, n o 147, 2000
57 REDE RECORD DE JORNALISMO. Minas gerais vai inaugurar[...]. 12/09/2013. Digital. Disponível
em < http://www.hojeemdia.com.br/minas/minas-vai-inaugurar-o-primeiro-complexopenitenciario-
construido-em-ppp-em-ribeir-o-das-neves-1.78691>
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Fonte - http://noticias.uol.com.br/
A grande motivação para o início das PPPs, para uma boa parcela, é a de
que a União e os estados não possuem verbas suficientes para investimentos nas
áreas em que tem o dever de atuar. Desse modo, as PPPs têm a prerrogativa de atuar
como um meio poderoso para unir a iniciativa privada e a estatal.
Para atingir sua meta, o Governo de Minas optou por uma parceria que da
importância a modernização da infraestrutura, valoriza a arquitetura e busca o mais
alto padrão internacional de funcionamento do mesmo, com conforto e segurança. Um
61 Ibidem.
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modelo que ao mesmo tempo busca novidade na visão comercial, ao tratar o torcedor
como cliente.
Assim sendo, sob o ponto de vista ético, não seria possível o Estado
outorgar a atividade a um particular, além disso, quando este viria a auferir uma
determinada vantagem econômica decorrente do trabalho carcerário.
63 JESUS, Damásio E. de. Sistema penal brasileiro: execução das penas no Brasil. Revista
Consulex. Ano I, n. 1, p. 24-28, Jan. 1997.
64 JESUS, Damásio E. de. Sistema penal brasileiro: execução das penas no Brasil. Revista
problemas com o sistema penitenciário traz, que tanto lhe causa problemas com a
sociedade por vários motivos, apenas excluindo de sua responsabilidade,
transferindo-a para o particular.
O Estado ainda teria a responsabilidade pelo fato de que ele deve agir no
sentido de fiscalizar com que esses novos modelos prisionais venham a ressocializar
o detento, e não apenas fazer com que atenda aos interesses privados, como tem
ocorrido na maioria das privatizações.66
34 § 2que diz: 67
67 BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. lei que regulamenta as execuções penais. Lex:
68 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,DF: 1988.
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CONCLUSÃO
Prova-se então, que as regras do atual sistema adotas pelo Estado nas
penitenciarias está deficiente, causando um número elevado de problemas em que os
presos, ao invés de serem ressocializados para a voltar ao convívio na sociedade,
estão sendo deixados de lado e com isso agravando os crimes cometidos por eles
quando liberados.
não podendo ser implantado conforme sistemas utilizados no exterior como Europa e
Estados Unidos, nota-se acima que já existe uma iniciativa de tentar levar essa ideia
para a frente com presídios modelo que estão provando sua eficiência na reeducação
de quem está’ lá sobre sua guarda.
Bem como vislumbrar que as críticas contra a privatização não são validas
já que foi demonstrado acima, que a Constituição Federal não impede a privatização
das penitenciarias ou mesmo a participação do privado na administração do sistema,
apenas dita que as exigências de lei de Execução penal sejam respeitadas.
BIBLIOGRAFIA
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BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: Parte Geral 1. 15. ed. São Paulo: Saraiva,
2010.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: 1988.
BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. lei que regulamenta as execuções penais. Lex:
BRASIL. lei no 11.079, de 30 de dezembro de 2004. Regulamenta as Parcerias entre o setor privado
e o Estado. Lex:
BRASIL. lei no 10.792, de 1º de dezembro de 2003. Cria e Disciplina as regras e obrigações do Regime
Disciplinar Diferenciado. Lex:
CONSTANTINO, Rodrigo. privatize já. 1ed. São Paulo: editora leya Brasil, 2012.
ESTADÃO. Consulta sobre reversão da venda da Vale tem data fixada. 10/02/2013. Digital.
Disponível em <http://www.estadao.com.br/ultimas/nacional/noticias/2006/nov/26/139.htm>
Economic Growth in the 1990s: Learning from a Decade of Reform, Washington: The
International Bank for Reconstruction and Development / The World Bank, 2005, cap. 6 STIGLITZ,
Joseph E.Making Globalization Work. New York, London: W. W. Norton, 2006. p.142.
P á g i n a | 58
FALCONI, Romeu. Sistema Prisional: Reinserção social? 1ed. São Paulo. Ícone, 1998.
FOLHA de São Paulo. Embraer vai contratar 3.000 funcionários neste ano. 12/04/2013. Digital.
Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u113669.shtml FRIEDMAN, Milton.
Capitalismo e Liberdade. São Paulo: Abril Cultura, 1984.
G1 RIO. STJ nega saída de Beira-Mar. 10/09/2013. Digital. Disponível em < http://g1.globo.com/riode-
janeiro/noticia/2012/04/stj-nega-saida-de-beira-mar-de-regime-disciplinar-diferenciado.html>
GALHARDO, Ricardo. Privatização em São Paulo Arrecadou 77,5 bilhões desde o Governo Covas.
Jornal O Globo, in Globo online; 14 de outubro de 2006 às 22:23
JESUS, Damásio E. de. Sistema penal brasileiro: execução das penas no Brasil. Revista Consulex.
Ano I, n. 1, p. 24-28, Jan. 1997.
LE QUÉAU, P., Ailet, V., Dubéchot, P., Fronteau, A., & Olm, L'autre peine, enquête exploratoire sur
les conditions de vie des familles de détenus. Département évaluation des Politiques Sociales,
Crédoc, l'entreprise de recherche. Cahier de recherche, no 147, 2000
MIR PUIG, Santiago. El derecho penal en el Estado social y democrático. 2ed. Editora La LEY.
pag. 56
MIRABETE, Julio Fabrini. Manual de direito penal: parte geral. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2007. v. 1.
NATASHA Pitts. Pesquisa revela, em números, realidade carcerária do país. 10/09/2013. Digital
Disponível em <http://revistaforum.com.br/blog/2012/11/pesquisa-revela-em-numeros-
realidadecarceraria-do-pais/>
OLIVIERA, Odete Maria de. Prisão: um Paradoxo Social. 1ed. Santa Catarina: UFSC, 1984.
PRADO, Luis Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro: Parte Geral. 2 edição. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2008.
PORTO, Roberto. Crime Organizado e Sistema Prisional. São Paulo. Editora Atlas. 2007
REDE RECORD DE JORNALISMO. Minas gerais vai inaugurar[...]. 12/09/2013. Digital. Disponível
em < http://www.hojeemdia.com.br/minas/minas-vai-inaugurar-o-primeiro-complexo-
penitenciarioconstruido-em-ppp-em-ribeir-o-das-neves-1.78691>
SÁ, Geraldo Ribeiro de. A prisão dos excluídos. Origem e reflexões sobre a pena privativa de
liberdade. 1 ed. Rio de Janeiro: Diadorim, 1996
THOMPSON, Augusto. A questão penitenciaria. 5. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002. P. 03 TORRES,
João Camillo de Oliveira. A revolução francesa. Rio de Janeiro: Record, 1963
WELCH, Michael (2004). "A Social History of Punishment and Corrections". Corrections: A Critical
Approach. McGraw-Hill.
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ANEXO
TÍTULO I
CAPÍTULO I
Art. 1º. As normas que se seguem obedecem aos princípios da Declaração Universal
dos Direitos do Homem e daqueles inseridos nos Tratados, Convenções e regras
internacionais de que o Brasil é signatário devendo ser aplicadas sem distinção de
natureza racial, social, sexual, política, idiomática ou de qualquer outra ordem.
Art. 2º. Impõe-se o respeito às crenças religiosas, aos cultos e aos preceitos morais
do preso.
Art. 4º. O preso terá o direito de ser chamado por seu nome.
CAPÍTULO II
DO REGISTRO
Art. 5º. Ninguém poderá ser admitido em estabelecimento prisional sem ordem legal
de prisão.
Parágrafo Único. No local onde houver preso deverá existir registro em que constem
os seguintes dados:
I – Identificação;
II – Motivo da prisão;
Art. 6º. Os dados referidos no artigo anterior deverão ser imediatamente comunicados
ao programa de Informatização do Sistema Penitenciário Nacional – INFOPEN,
assegurando-se ao preso e à sua família o acesso a essas informações.
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CAPÍTULO III
Art. 7º. Presos pertencentes a categorias diversas devem ser alojados em diferentes
estabelecimentos prisionais ou em suas seções, observadas características pessoais
tais como: sexo, idade, situação judicial e legal, quantidade de pena a que foi
condenado, regime de execução, natureza da prisão e o tratamento específico que
lhe corresponda, atendendo ao princípio da individualização da pena.
§ 2º. Serão asseguradas condições para que a presa possa permanecer com seus
filhos durante o período de amamentação dos mesmos.
CAPÍTULO IV
Art. 8º. Salvo razões especiais, os presos deverão ser alojados individualmente.
§ 1º. Quando da utilização de dormitórios coletivos, estes deverão ser ocupados por
presos cuidadosamente selecionados e reconhecidos como aptos a serem alojados
nessas condições.
Art. 9º. Os locais destinados aos presos deverão satisfazer as exigências de higiene,
de acordo com o clima, particularmente no que ser refere à superfície mínima, volume
de ar, calefação e ventilação.
Art. 10º O local onde os presos desenvolvam suas atividades deverá apresentar:
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II – Quando necessário, luz artificial suficiente, para que o preso possa trabalhar
sem prejuízo da sua visão;
III – Instalações sanitárias adequadas, para que o preso possa satisfazer suas
necessidades naturais de forma higiênica e decente, preservada a sua privacidade.
Art. 11. Aos menores de 0 a 6 anos, filhos de preso, será garantido o atendimento em
creches e em pré-escola.
CAPÍTULO V
DA ALIMENTAÇÃO
CAPÍTULO VI
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Art. 14. O preso que não se ocupar de tarefa ao ar livre deverá dispor de, pelo menos,
uma hora ao dia para realização de exercícios físicos adequados ao banho de sol.
CAPÍTULO VII
Art. 19. Ao médico cumpre velar pela saúde física e mental do preso, devendo realizar
visitas diárias àqueles que necessitem.
CAPÍTULO VIII
DA ORDEM E DA DISCIPLINA
Art. 21. A ordem e a disciplina deverão ser mantidas, sem se impor restrições além
das necessárias para a segurança e a boa organização da vida em comum.
Art. 23. Não haverá falta ou sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal
ou regulamentar.
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Art. 24. São proibidos, como sanções disciplinares, os castigos corporais, clausura em
cela escura, sanções coletivas, bem como toda punição cruel, desumana, degradante
e qualquer forma de tortura.
Art. 25. Não serão utilizados como instrumento de punição: correntes, algemas e
camisas-de-força.
Art. 26. A norma regulamentar ditada por autoridade competente determinará em cada
caso:
Art. 27. Nenhum preso será punido sem haver sido informado da infração que lhe será
atribuída e sem que lhe haja assegurado o direito de defesa.
CAPÍTULO IX
Art. 29. Os meios de coerção, tais como algemas, e camisas-de-força, só poderão ser
utilizados nos seguintes casos:
Art. 30. É proibido o transporte de preso em condições ou situações que lhe importam
sofrimentos físicos
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XI
Art. 33. O preso estará autorizado a comunicar-se periodicamente, sob vigilância, com
sua família, parentes, amigos ou instituições idôneas, por correspondência ou por
meio de visitas.
§ 1º. A correspondência do preso analfabeto pode ser, a seu pedido, lida e escrita por
servidor ou alguém opor ele indicado;
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§ 2º. O uso dos serviços de telecomunicações poderá ser autorizado pelo diretor do
estabelecimento prisional.
Art. 35. O preso terá acesso a informações periódicas através dos meios de
comunicação social, autorizado pela administração do estabelecimento.
Art. 36. A visita ao preso do cônjuge, companheiro, família, parentes e amigos, deverá
observar a fixação dos dias e horários próprios.
Art. 37. Deve-se estimular a manutenção e o melhoramento das relações entre o preso
e sua família.
Capítulo xiri
Art. 40. A instrução primária será obrigatoriamente ofertada a todos os presos que não
a possuam.
Art. 41. Os estabelecimentos prisionais contarão com biblioteca organizada com livros
de conteúdo informativo, educativo e recreativo, adequados à formação cultural,
profissional e espiritual do preso.
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Art. 42. Deverá ser permitido ao preso participar de curso por correspondência, rádio
ou televisão, sem prejuízo da disciplina e da segurança do estabelecimento.
CAPÍTULO XIII
Art. 43. A Assistência religiosa, com liberdade de culto, será permitida ao preso bem
como a participação nos serviços organizado no estabelecimento prisional.
CAPÍTULO XIV
DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA
Art. 44. Todo preso tem direito a ser assistido por advogado.
CAPÍTULO XV
§ 1º. Todos os objetos serão inventariados e tomadas medidas necessárias para sua
conservação;
CAPÍTULO XVI
DAS NOTIFICAÇÕES
§ 2º. O preso terá direito de comunicar, imediatamente, à sua família, sua prisão ou
sua transferência para outro estabelecimento.
CAPÍTULO XVII
Art. 47. O preso não será constrangido a participar, ativa ou passivamente, de ato de
divulgação de informações aos meios de comunicação social, especialmente no que
tange à sua exposição compulsória à fotografia ou filmagem
Art. 48. Em caso de deslocamento do preso, por qualquer motivo, deve-se evitar sua
exposição ao público, assim como resguardá-lo de insultos e da curiosidade geral.
CAPÍTULO XVIII
DO PESSOAL PENITENCIÁRIO
Art. 50. O servidor penitenciário deverá cumprir suas funções, de maneira que inspire
respeito e exerça influência benéfica ao preso.
TÍTULO II
CAPÍTULO XIX
DOS CONDENADOS
Art. 54. Tão logo o condenado ingresse no estabelecimento prisional, deverá ser
realizado exame de sua personalidade, estabelecendo-se programa de tratamento
específico, com o propósito de promover a individualização da pena.
CAPÍTULO XX
DAS RECOMPENSAS
CAPÍTULO XXI
DO TRABALHO
CAPÍTULO XXII
Art. 57. O futuro do preso, após o cumprimento da pena, será sempre levado em conta.
Deve-se anima-lo no sentido de manter ou estabelecer relações com pessoas ou
órgãos externos que possam favorecer os interesses de sua família, assim como sua
própria readaptação social.
CAPÍTULO XXIII
DO DOENTE MENTAL
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Art. 59. O doente mental deverá ser custodiado em estabelecimento apropriado, não
devendo permanecer em estabelecimento prisional além do tempo necessário para
sua transferência.
Art. 60. Serão tomadas providências, para que o egresso continue tratamento
psiquiátrico, quando necessário.
CAPÍTULO XXIV
DO PRESO PROVISÓRIO
Art. 61. Ao preso provisório será assegurado regime especial em que se observará:
V – Uso da própria roupa ou, quando for o caso, de uniforme diferenciado daquele
utilizado por preso condenado;
CAPÍTULO XXV
Art. 62. Nos casos de prisão de natureza civil, o preso deverá permanecer em recinto
separado dos demais, aplicando-se, no que couber, as normas destinadas aos presos
provisórios.
CAPÍTULO XXVI
Art. 63. São assegurados os direitos políticos ao preso que não está sujeito aos efeitos
da condenação criminal transitada em julgado.
CAPÍTULO XXVII
Edmundo Oliveira
Conselheiro Relator