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CAPACITORES
Material para estudo dirigido baseado em texto do
Prof. José Carlos Corrêa de Andrades,
complementado com textos do professor e tabelas do
livro Introdução à Análise de Circuitos de R. Boylestad.
OBJETIVOS
• Definir elementos reativos de circuito;
• Descrever fisicamente as propriedades de um capacitor;
• Calcular a capacitância de um capacitor, dadas as suas características;
• Calcular a capacitância equivalente de uma associação de capacitores;
• Calcular carga e tensão em capacitores, dada a sua capacitância;
• Analisar os gráficos de carga e descarga do capacitor;
• Elaborar os gráficos de carga e descarga do capacitor;
• Calcular a constante de tempo de um circuito RC.
Capacitores Capacitores
secos eletrolíticos
O indutor é constituído por um fio enrolado, sendo alguns de seus aspectos e simbologias
esquematizados na FIGURA 3.
GRANDEZAS E UNIDADES
Resistência elétrica é um efeito físico (oposição à circulação da corrente elétrica).
Esse efeito físico é provocado pelo componente chamado resistor, que para este fim foi
fabricado. Da mesma forma, o efeito físico relacionado ao indutor é chamado de
indutância, e ao capacitor, de capacitância. Estes efeitos serão definidos mais adiante,
bem como suas unidades.
A resistência não é encontrada apenas nos resistores, mas em qualquer
componente ou condutor. Todo condutor apresenta uma resistência elétrica. Igualmente,
uma indutância não é encontrada apenas em uma bobina. Ela existe, embora com valor
muito menor, mesmo em fios esticados. Também existirá um efeito de capacitância
sempre que dois elementos condutores estiverem separados por um dielétrico.
A unidade de capacitância é chamada de FARAD (F), e a unidade de indutância,
HENRY, em homenagem aos cientistas Michael Faraday e Joseph Henry.
CAPACITOR
O capacitor é fundamentalmente um componente que armazena cargas elétricas. A
partir desse princípio e das propriedades vistas no quadro inicial, ele pode desenvolver
várias funções nos circuitos eletrônicos.
Um capacitor é constituído basicamente de dois elementos condutores (placas
metálicas ou armaduras) separados por um material isolante (dielétrico), como ilustra a
figura a seguir.
Observa-se então que assim que se aplica tensão sobre o capacitor, circula uma
corrente de valor elevado, para carregá-lo. Portanto, no instante inicial, a tensão sobre o
capacitor é nula e a corrente é máxima, atuando o capacitor como se fosse um curto-
circuito.
Com o passar do tempo essa corrente de carga vai decrescendo (a carga
acumulada nas placas tende a repelir as outras que continuam chegando) à medida que a
tensão vai crescendo.
FIGURA 7 – Circulação de corrente no circuito com capacitor ligado a uma fonte de tensão
CEFET-RJ Curso Técnico de Eletrônica CAPACITORES 5
FIGURA 8 – Circulação de corrente no circuito com capacitor ligado a uma fonte de tensão
Se essa troca continuar sendo feita de forma bem rápida, constataremos uma
corrente alternada fluindo pelo circuito. Quanto maior for o poder de retenção de carga do
capacitor e quanto mais rápida for a troca de polaridade, mais intensa será a corrente.
Assim, aplicando-se uma fonte de tensão alternada ao capacitor, uma corrente
fluirá e sua intensidade será diretamente proporcional à capacitância do capacitor e à
frequência do sinal aplicado.
A oposição que um capacitor oferece à passagem da corrente alternada é
chamada de reatância capacitiva, assim como a oposição que o indutor oferece à
passagem de corrente alternada é chamada de reatância indutiva. Esta última, ao
contrário do capacitor, é diretamente proporciona à indutância e à freqência do sinal
aplicado.
CAPACITÂNCIA
A capacitância de um circuito é definida como sendo a oposição à variação de
tensão.
Tensão
C= Q
V
Q=CxV V= Q
C
Cálculo da capacitância
Os fatores que afetam a capacitância são:
-a área das placas (armaduras);
-a distância entre as placas (armaduras);
-o tipo de dielétrico (isolante).
Quanto maior for a área das placas, mais carga será acumulada para uma dada
tensão; portanto, maior será a capacitância.
Quanto mais isolante o meio for, mais cargas serão acumuladas e
consequentemente maior será a capacitância.
C = εo εr A
d
C é a capacitância, em F (Farads).
εo é a constante dielétrica do vácuo, igual a 8,85 x 10-12 F/m (Farads por metro).
εr é a constante dielétrica relativa do material isolante (indica quantas vezes o material é
mais isolante que o vácuo, logo não tem unidade).
A é a área de cada placa (se forem idênticas e superpostas) ou a área comum às placas,
em m2 (metros quadrados).
d é distância entre as placas ou a espessura do isolante (dielétrico), em m (metros).
RIGIDEZ DIELÉTRICA
Define o quanto um material isolante é capaz de suportar um campo elétrico sem
conduzir. Em outras palavras, todo material isolante apresenta um valor limite de tensão
por unidade de comprimento (tensão de ruptura ou de isolamento) a partir do qual passa a
conduzir corrente, ou seja, se torna condutor. Valores iguais ou maiores que tal tensão
nunca podem ser aplicados a um capacitor sob pena dele se danificar irremediavelmente
e também causar danos aos demais componentes do circuito ao qual se encontra ligado.
Assim, um capacitor é sempre especificado pelo valor de sua capacitância e
também de sua tensão máxima de isolamento.
Vemos a seguir uma tabela que define a máxima tensão que certos materiais
isolantes suportam, em Volts por milésimo de polegada (uma polegada = 2,54 cm e um
mil é a sigla para milésimo de polegada).
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Todo material isolante, na verdade, apresenta uma corrente mínima através dele,
chamada de corrente de fuga. Em um capacitor, essa corrente provoca sua descarga ao
longo do tempo, mesmo se ele estiver desligado de qualquer circuito. Podemos
representar o efeito da corrente de fuga por um resistor ligado em paralelo com o
capacitor, como ilustrado a seguir.
Para a maioria dos dielétricos secos, a resistência de fuga é da ordem de 100 MΩ,
mas nos capacitores eletrolíticos (dielétrico úmido) ela pode ser bem menor, o que faz
com que tais capacitores retenham carga por pouco tempo.
ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES
Associação em paralelo
C1 C2 C3
V
V = V1 = V2 = V3 = ... = Vn
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Ceq = C1 + C2 + C3 + ... + Cn
Associação em série
C1 C2
C3
Ceq = 1
1 + 1 + 1 + ... + 1
C1 C2 C3 Cn
Vn = QT
Cn
0 t
Tempo de carga (5RC) Tempo de descarga (5RC)
ICAPACITOR
Imax
0 t
- Imax
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Exercícios:
1) Calcule a capacitância de um capacitor formado por duas placas idênticas de raio 1
cm separadas por uma folha de mica com 0,1 mm de espessura.
2) Calcule a carga acumulada em um capacitor de 27 nF sendo a diferença de
potencial entre seus terminais de 100 V.
3) Calcule a tensão entre os terminais de um capacitor de 300 pF carregado com 15
pC.
4) Calcule a capacitância equivalente entre os terminais A e B do circuito abaixo, bem
como a carga acumulada no capacitor de 40 nF e a tensão no capacitor de 5 nF..
A 40 nF
5 nF 20 nF 60 nF
B 30 nF
5) No circuito abaixo, a chave estava na posição 1 por longo tempo e no instante t = 0
é levada para a posição 2, retornando à posição 1 após sete segundos. Esboce as
curvas de tensão e corrente sobre o capacitor entre os instantes t = 0 e t = 15 s.
Indique os valores de tempo, tensão e corrente nos gráficos.
EC
2 1 MΩ
1 t
100 V 1 µF IC
Atividades complementares:
1) Ler a 3ª. Prática de Painel (Capacitores) da apostila de laboratório de Eletrônica do CEFET-RJ
para o primeiro período, disponível em http://sites.google.com/site/coordelt/apostilas/ Note que
é uma edição nova, diferente da edição de 2010.
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BIBLIOGRAFIA
BOYLESTAD, R. Introdução à análise de circuitos. 10ª. ed. São Paulo: Pearson, 2004
VALKENBURGH, Van; Nooger & Neville. Eletricidade básica. Curso completo. Rio de
Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1960.