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Rodrigo Vitorino
SENAI - EXTREMA
21/2/2022
CAPACITORES
Os capacitores são componentes eletrônicos basicamente constituídos por duas placas em
paralelo que também são chamadas de “armaduras” que possuem a capacidade de
armazenar cargas elétricas durante algum tempo como se fosse uma bateria.
A imagem acima mostra como é o símbolo de um capacitor comum, mas existem vários
tipos, formatos, e símbolos diferentes de capacitores como vemos a seguir:
Note que os átomos em cada placa do capacitor têm a mesma quantidade de elétrons que
correspondem as cargas negativas (-) representados pela bolinha ‘E’ em azul e prótons
que são as cargas positivas (+) representados pela bolinha ‘P’ em vermelho e contém 3
cada um, ou seja, 3 elétrons e 3 prótons. Os átomos em estado elétrico neutro eles não
conduzem corrente elétrica, justamente por estarem em estado de igualdade.
Só existe corrente elétrica quando o átomo tem mais ou menos quantidade de elétrons
circulando em torno de seu núcleo de modo que ao se aproximar de um outro átomo com
mais ou menos elétrons também, haja uma atração ou um “roubo” de elétrons do átomo
que se aproximou.
O polo positivo (+) da pilha ou bateria por ter FALTA de elétrons (-) e excesso de
prótons (+) ele ATRAI os elétrons (-) dos átomos que estavam na placa em estado
neutro, fazendo com que o átomo da placa que antes era neutro se torne um átomo MAIS
POSITIVO POIS FOI “ROUBADO” SEUS ELETRONS QUE O DEIXAVAM ANTES
EM ESTADO NEUTRO.
Desta forma dizemos que o capacitor está eletricamente carregado com cargas positivas e
negativas criando também uma DDP, se após a carga do capacitor retirarmos a pilha
teremos o capacitor com a MESMA TENSÃO DA BATERIA nos seus terminais, como
mostra a figura abaixo:
b) Da espessura do dielétrico
Quanto mais próximo for as placas uma das outras sem se tocar, maior é a
capacidade do capacitor de armazenar cargas elétricas, do exposto podemos dizer
que “A capacitância varia inversamente a espessura do dielétrico”
É importante frisar que todo capacitor se comporta num primeiro instante como um
curto-circuito, isso pode ser facilmente comprovado através do multímetro na escala de
continuidade, quando se encosta as pontas de prova do instrumento nos terminais do
capacitor existe uma corrente circulante que sai do multímetro e vai de encontro com as
placas, nesse momento é emitido um sinal sonoro muito rápido indicando a circulação
máxima de corrente e em seguida ele é cessado indicando o carregamento total do
capacitor se tornando uma chave aberta. Esse efeito é muito usado na prática em
circuitos que vão desde um pisca-pisca simples até um conversor DC/DC passando
também por um circuito digital chamado flip-flop.
Identificação de um capacitor
A identificação de um capacitor na maioria das vezes é feita de maneira simples e
direta, pois todas as informações sobre o valor de capacitância e tensão de
funcionamento é descrita diretamente no corpo do componente, quando se tem
espaço para tais informações, no entanto existem capacitores tão pequenos que a
única informação descrita em seu corpo é somente sobre a sua capacitância e em
outros casos quando se tem espaço é colocado letras e números para a identificação
Como podemos ver no exemplo da figura temos um capacitor de disco cerâmico cuja a
anotação em seu corpo diz que se trata de um componente de 100.000 pF (cem mil pico
farads) com tensão de 250 volts (2E) e ainda com uma tolerância de simbolizado
pela letra K.
O ideal é que se tenha todas essas tabelas decoradas para que seja feita uma leitura rápida
e objetiva do componente a ser trocado ou analisado, mas com a tecnologia que tempos
hoje em dia facilmente isso é obtido através de aplicativos ou uma consulta na internet.
Assim como acontece com os resistores, por vezes precisamos de valores de capacitores
que não dispomos no momento, mas precisamos para efetuar algum teste ou reparo em
um determinado produto. Nestas situações nós podemos recorrer a associação de
capacitores que tanto pode ser feita em série como em paralelo para que cheguemos no
valor que precisamos.
a) Associação em série
Diferentemente do que acontece com a associação em série dos resistores que quando é
associado sua Req é somada, nos capacitores Ceq é dividida.
Ceq = C1 x C2 / C1 + C2
E o resultado final será que a Ceq vai ser sempre menor que a menor capacitância da
associação.
Nessa associação os terminais são ligados paralelamente de modo que fique de frente um
com o outro, a forma de montagem e a simbologia deste tipo de associação pode ser vista
abaixo:
Ceq = C1 + C2 + C3
Capacitor Eletrolítico
Quando se deseja capacitâncias elevadas em tamanho reduzido, usa-se um tipo especial de
capacitor que é o eletrolítico. Basicamente, o capacitor eletrolítico é composto de uma
lâmina de alumínio enrolada em espiral emersa em uma solução solida, que se chama
eletrólito, daí resultando em seu nome.
Note que esse “X” em cima dos capacitores eletrolíticos não é por um acaso, pois em
caso de estufamento ou caso eles estourem esse “X” funciona como um escape para toda
a substancia interna possa sair mais rapidamente do seu interior. É como se fosse uma
válvula de panela de pressão. Veja um capacitor com sua aparência intacta abaixo:
Capacitores PTH e SMD
Toda explicação e demonstração através de figuras vistas até aqui foi feito em cima de
componentes PTH (Pin Through hole) em uma tradução livre significa “pino através do
orifício”, ou seja, pinos que atravessam a placa e são soldados por baixo dela. Visto que já
foram muito explorados no nosso estudo creio que você já entendeu o que é um componente
PTH por isso não vamos mais nos alongar no que é tal componente.
Já os capacitores SMD (Surface Mounted Device) que significa em tradução livre “montado
sobre superfície” são os mesmos capacitores estudados até aqui com a única diferença de
serem de tamanho minúsculo em relação aos componentes PTH e serem soldados por cima da
placa. Seu funcionamento e construção são exatamente os mesmos de seus irmãos maiores.
Como pode ser visto nas figuras a seguir:
Capacitores Eletrolíticos
Construção interna
Já para a corrente alternada AC, o capacitor se torna uma chave FECHADA através de
um efeito muito interessante que ocorre quando é submetido em seus terminais uma
corrente variável, ou seja, uma corrente que varia a sua polaridade no tempo ora positiva,
ora negativa
Como pode ser visto na figura acima que representa uma onda senoidal as polaridades
positivas e negativas variam, essa mesma forma de onda pode ser conferida através de
um osciloscópio nas tomadas residenciais de nossas casas.
Essa forma de onda que representa a corrente alternada quanto mais rápidas ela for
(frequência) mais facilidade ela terá de passar pelo capacitor.
Nos capacitores existem um efeito chamado REATÂNCIA que se assemelha muito a
resistência de um resistor, pois essa reatância ela é a PROPRIEDADE que um capacitor
tem de se OPOR as variações de corrente alternada, ou seja, o capacitor através de sua
reatância se comporta como um resistor variável, onde a sua capacidade de se opor ou
deixar passar a corrente alternada vai variar de acordo com seu valor capacitivo e valor
da frequência do sinal aplicado sobre ele.
Quanto MAIOR A FREQUÊNCIA, MENOR É A REATÂNCIA (RESISTÊNCIA) de
um capacitor, ou seja, o capacitor em frequências altas se comporta como uma chave
verdadeiramente fechada.
É muito comum usarmos capacitores em circuitos de Rádio Frequência (RF) justamente
por causa do seu efeito de reatância, pois em nosso em torno existem diversas
frequências de diferentes valores e é através de componentes reativos como o capacitor
por exemplo que conseguimos sintonizar uma estação de rádio, selecionar o canal de
uma TV, fazer ligações em celulares, falar através de um microfone sem fio e etc..
Em circuitos como estes citados acima é comum o emprego dos capacitores para que o
mesmo barre a corrente continua, mas deixe passar livremente a corrente alternada
dependendo de seu valor é claro.