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CIRCUITOS ELÉTRICOS E

MULTÍMETRO
AULA 4

Prof. Osmar Dias Jr.


CONVERSA INICIAL

Nesta aula, vamos aprofundar o que foi exposto anteriormente no que


diz respeito às cargas elétricas e, mais particularmente, aos elétrons. Nesse
sentido, veremos como funciona um tipo de dispositivo amplamente utilizado
nos circuitos eletrônicos e, também, bastante aplicado em circuitos elétricos em
geral. São os capacitores, que funcionam armazenando as cargas elétricas e
gerando efeitos muito significativos para os circuitos em que estão presentes.
Os circuitos que usam os capacitores são, na maioria das vezes, os seguintes:

1. Temporização: os capacitores podem ser carregados ou descarregados


e esses processos levam certo tempo, que depende dos parâmetros do
componente usado;
2. Armazenamento de energia para disponibilização rápida: os
capacitores podem ser carregados ou descarregados com rapidez, ação
que não pode ser executada por uma bateria, por exemplo;
3. Filtragem de sinais ou ruídos: os capacitores reagem rapidamente a
mudanças de tensão e corrente, de modo a compensar e neutralizar
essas variações. Então, podem permitir ou cortar frequências
específicas ou faixas de frequências. Nesse tipo de uso, eles podem ser
utilizados, por exemplo, em sistemas de som para permitir a passagem
das frequências baixas para um alto-falante projetado para baixas
frequências (conhecido como subwoofer).

Na sequência, apresentaremos os princípios do eletromagnetismo. Esse


tipo de fenômeno é uma ocorrência frequente em todos os circuitos elétricos.
Em alguns casos o magnetismo é a base do funcionamento de um
equipamento, como os transformadores por exemplo. Em outros casos o
magnetismo pode ser indesejável e nocivo ao bom funcionamento dos
sistemas. Explanaremos as tecnologias em que o magnetismo está presente,
seja pelo bem ou pelo mal do sistema. Porém, não aprofundaremos os
detalhes desse campo de estudo por não ser nosso objetivo, aqui, de fazer
projetos, mas entendê-los. Vamos nos ater às aplicações tecnológicas que
envolvem esse princípio, como: motores, transformadores e bobina de Tesla,
redes de comunicações de dados, transmissões e recepções de rádios,
blindagem eletromagnética, alto-falantes, entre outros.
TEMA 1 – REVENDO O MODELO ATÔMICO

Já vimos anteriormente os conceitos sobre carga elétrica e sobre o


modelo atômico. As partículas que compõem os átomos são: o elétron, o
próton e o nêutron. Há, ainda, subpartículas, mas não abordaremos esse
aspecto da estrutura do átomo. Os prótons possuem carga elétrica positiva, os
elétrons têm carga elétrica negativa, e os nêutrons não têm carga elétrica. Os
prótons e os nêutrons estão nos núcleos dos átomos e os elétrons ficam
orbitando ao redor dos núcleos. Dessa forma, os elétrons podem migrar para
outros átomos se houver condições para isso. Existem, ainda, as ligações
metálicas que são baseadas em compartilhamento de elétrons naturalmente.
Isso significa que, pelas próprias estruturas dos materiais metálicos, os elétrons
formam nuvens de elétrons que podem se movimentar pela extensão do
condutor elétrico. O aspecto de um material ser condutor tem relação com essa
liberdade dos elétrons, o que não ocorre nos materiais isolantes.
A presença das cargas elétricas em infinidades de arranjos diferentes
faz com que quantidades de energia elétrica fiquem disponíveis em algumas
regiões dos meios condutores. Por exemplo, em uma bateria ocorrem reações
químicas que separam grupos de elétrons em um polo (concentração de
cargas elétricas negativas) e, consequentemente, átomos com falta de elétrons
em outro polo (concentração de cargas elétricas positivas). Essas
concentrações de cargas acontecem porque houve alguma quantidade de
energia para separar esses grupos de cargas. Essa energia elétrica fica
armazenada nos elétrons e permanece disponível para ser transformada em
outro tipo de energia de acordo com o meio pelo qual os elétrons se
movimentarem. Essa energia acumulada nas cargas e disponível para ser
transformada é chamada de energia potencial elétrica. E, quando existe a
possibilidade de aquisição de energia, temos, simplesmente, potencial elétrico.
Então, a energia é algo que já está em um grupo de partículas. O potencial é
somente a possibilidade de partículas obterem a energia. Mas a energia
somente existe quando uma partícula já a possui. Se não há ainda a partícula
para adquirir a energia, temos somente potencial.
Para haver movimentação ordenada dos conjuntos de elétrons é
necessário que haja diferença de potencial elétrico. Com isso, as partículas
adquirem energia e podem sair do polo em que se encontram e ir para o outro

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polo. Em uma bateria, a ação de algum sistema externo que faça a reação
química ser revertida cria a possibilidade de as cargas obterem energia e se
movimentarem por meio de um material condutor. A diferença de potencial é a
tensão elétrica. A movimentação de elétrons é a corrente elétrica. A
transformação da energia elétrica em energia térmica é o efeito Joule. Como já
vimos anteriormente, essas grandezas estão relacionadas pela lei de ohm (V =
i x R) e pelo efeito Joule (P = i . V).
Agora, vamos entender outro fenômeno relacionado a essas cargas
elétricas. Quando um objeto tem um número de cargas negativas diferente do
número de cargas positivas, esse objeto está eletrizado ou carregado
eletricamente. Se a quantidade de elétrons for maior, o objeto está carregado
negativamente e quando o número de prótons é maior, o corpo fica eletrizado
positivamente. Ocorre, nessas situações, que as cargas de sinal contrário se
atraem. Então, por exemplo, se colocarmos um objeto carregado positivamente
próximo a outro, metálico (somente aproximar, não encostar), os elétrons que
possuem liberdade para movimentação serão atraídos para a região onde
estamos aproximando o primeiro corpo. Devemos observar que isso gera uma
separação de cargas no segundo objeto.

Figura 1 – Um objeto eletrizado induzindo a separação de cargas em outro

Créditos: SciFiMan/Shutterstock.

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Nos condutores, os elétrons têm liberdade e facilidade para se
movimentarem. Da mesma forma, é mais fácil estabelecer um campo elétrico
nesse tipo de material, porque já há uma predisposição para isso. Basta alterar
as concentrações de cargas em uma região para estabelecer o campo elétrico
no interior do condutor. Junto com o campo elétrico está diretamente associado
o potencial elétrico. E esse sistema é o caminho perfeito para as nuvens de
elétrons se deslocarem.
Podemos fazer um arranjo como na Figura 2, em que um gerador de
tensão e corrente contínua está associado a um par de placas metálicas
paralelas.

Figura 2 – Circuito com uma fonte e um capacitor

Fonte: Dias Jr., [S.d.].

Essas placas paralelas formam um dispositivo chamado capacitor. O


capacitor adquire cargas elétricas e as aprisiona por atração, ou seja, o fato de
cargas movimentarem-se para o capacitor faz com que ali permaneçam. Isso
torna o capacitor um dispositivo que armazena cargas elétricas e energia
elétrica. O capacitor comporta-se de forma semelhante a uma bateria, mas com
maior facilidade em escoar as cargas se houver condições para isso. Esse fato
torna esse componente uma ótima opção para os casos em que se necessita
energia elétrica em maiores quantidades e em curto intervalo de tempo. Isso é
conveniente nos lugares em que uma bateria não teria um funcionamento
adequado ou em circuitos que exigiriam correntes elétricas intensas demais
que a prejudicariam. A unidade de capacitância é farad representado por F.

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O capacitor está presente em todos os circuitos eletrônicos. Estão
presentes em filtros elétricos para sistemas de som, temporizadores,
prevenção de ruídos provenientes da alimentação elétrica, entre outros.
Os capacitores, quando ligados em tensão alternada, oferecem certa
resistência. Essa resistência é chamada de impedância. A diferença entre a
impedância e a resistência elétrica pura é que a primeira varia de acordo com a
frequência e a capacitância. A impedância capacitiva é calculada por:
1
𝑍𝑍𝐶𝐶 =
2𝜋𝜋𝜋𝜋𝜋𝜋

Em que:

• ZC – impedância capacitiva em ohms (Ω);


• f – frequência da fonte de tensão aplicada ou onde o capacitor está
presente, em hertz (Hz);
• C – capacitância em farads (F).

Pela equação da impedância capacitiva vemos que quanto maior a


frequência menor será a impedância capacitiva. Da mesma forma, quanto
maior a capacitância, menor a impedância. Por exemplo, consideremos o
circuito da figura 3.

Figura 3 – Circuito com uma fonte de tensão variável e um capacitor em série


com um alto-falante

Fonte: Dias Jr., [S.d.].

Nesse circuito, temos um capacitor em série com o alto-falante. Se a


frequência aumentar, a impedância oferecida pelo capacitor diminui e vice-

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versa. Então podemos concluir que esse capacitor está fazendo a função de
permitir a passagem de sinais de maior frequência e bloquear as frequências
menores. Esse circuito é conhecido como filtro passa-alta e pode ser utilizado
em ligação de um tweeter (um tipo de alto-falante especial para frequências
mais altas), por exemplo.

TEMA 2 – CARGA ELÉTRICA EM MOVIMENTO GERA CAMPO MAGNÉTICO

Quando uma carga elétrica está em movimento ela produz uma certa
perturbação ao seu redor. Essa alteração de característica ao redor dessa
carga em movimento é chamada de campo magnético. É importante observar
que esse campo somente produzirá algum tipo de efeito se houver outra carga
elétrica na região de atuação da primeira, que está gerando o campo
magnético.
O campo magnético e seus efeitos são encontrados em vários
fenômenos da natureza e em vários dispositivos muito utilizados no nosso dia a
dia. Um grande exemplo da presença desse fenômeno é o ímã. O ímã é um
objeto composto por material ferromagnético, condição necessária para um
objeto ser magnetizado. Além disso, o ímã possui os elétrons orbitando ao
redor de seus núcleos de modo relativamente organizado que gera um efeito
macroscópico de campo magnético. Quando os elétrons estão orbitando seus
átomos de forma aleatória os campos magnéticos individuais não estão
alinhados e o objeto como um todo não apresenta comportamento magnético.

Figura 4 – Material não magnetizado e material magnetizado apresentando


comportamento magnético

Créditos: OSweetNature/Shutterstock.

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O ímã possui dois polos que, por convenção, foram nomeados de norte
e sul. O campo magnético é representado por linhas de força ou linhas de
campo. No polo norte magnético partem as linhas de campo e no polo sul elas
chegam. Estabelece-se assim um fluxo magnético, indo do polo norte
magnético para o polo sul magnético. Quando observamos um campo
magnético mais intenso, e, portanto, um fluxo magnético também mais intenso,
representamos isso com um número maior de linhas de campo e mais
agrupadas. Quando o campo e o fluxo magnéticos são menos intensos,
representamos com menos linhas de campo e menos agrupadas. Na figura 05
vemos as linhas de campo produzidas por polos magnéticos de ímãs sendo
aproximados. Nas proximidades dos polos temos mais linhas de campo e mais
agrupadas do que em um ponto um pouco mais afastado. Nesse exemplo,
observamos que os polos de mesma natureza se repelem e os polos de
natureza diferentes se atraem, ou seja, esses polos fazem força de atração ou
de repulsão. Esse fato de os polos magnéticos exercerem força um sobre o
outro será o conceito mais importante quando virmos os dispositivos que
produzem força por meio do magnetismo, como motores e solenoides.

Figura 5 – Os polos de mesma natureza atraem-se e os de natureza oposta


repelem-se

Créditos: udaix/Shutterstock.

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O planeta Terra é um ímã gigante. Por causa das movimentações de
grandes massas de metais ferromagnéticos em estado líquido em seu interior e
de forma ordenada, a Terra produz um campo magnético permanente. Isso
permite um alinhamento com uma agulha ou objeto similar que também possua
magnetismo. É a bússola. Esse instrumento alinha uma haste magnetizada
com o campo magnético da terra. O polo norte geográfico da Terra é o polo sul
magnético e o polo sul geográfico é o polo norte magnético.

Figura 6 – A Terra é um grande ímã

Créditos: yaruna/Shutterstock.

Nos dispositivos de navegação, tais como GPS e aparelhos celulares,


existem sensores de campo magnético que permitem a orientação geográfica
do usuário. Os aparelhos de GPS (Global Position System) utilizam ondas
magnéticas de rádio para comunicação com satélites que orbitam a Terra de
modo a calcular e estabelecer com muita precisão a localização onde esse
equipamento encontra-se. Veremos mais detalhes adiante.
Anteriormente, vimos que, quando há uma diferença de potencial entre
dois pontos, como em dois polos de uma bateria, por exemplo, as cargas
elétricas estão separadas e concentradas nos polos e disponíveis para se
movimentarem. Quando existe uma possibilidade de movimentação dessas
cargas, por meio de um circuito formado por um material condutor e por algum
dispositivo elétrico, essas cargas deslocam-se de um polo para o outro. Essa

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movimentação é a corrente elétrica. A movimentação dessas cargas elétricas
(corrente elétrica) gera campo magnético ao redor do fio condutor e do
dispositivo, de acordo com a montagem do dispositivo. Essa constatação foi
obtida pela experiência de Oersted, um físico dinamarquês, que deu início ao
estudo científico dos fenômenos eletromagnéticos ainda na primeira metade do
século XIX (em torno de 1830). Ele observou que um fio condutor sendo
atravessado por uma corrente elétrica causava uma mudança de direção em
uma bússola colocada na proximidade do condutor.

Figura 7 – Experiência de Oersted

Créditos: Sergey Merkulov/Shutterstock.

Na experiência de Oersted, pode-se constatar que o campo magnético é


gerado em uma geometria circular, ao redor do fio condutor. O sentido do
campo magnético pode ser abstraído com a regra da mão direita (abstração,
aqui nessa frase, significa o ato de imaginar algo que acontece na realidade,
mas que não conseguimos visualizar na prática, uma imagem mental).
Colocamos a mão direita de modo a envolver o fio condutor com a palma da

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mão e o polegar no mesmo sentido que a corrente elétrica. Assim os demais
dedos irão informar o sentido do campo magnético ao redor do fio condutor.
Então a conclusão importante é que uma corrente elétrica gera um
campo magnético circular ao redor do fio condutor.

Figura 8 – O campo magnético de acordo com a corrente elétrica

Créditos: fridas/Shutterstock.

Exemplo: vamos tomar um circuito elétrico contendo uma bateria de 12


V uma chave liga-desliga e uma lâmpada fabricada para operar em 12 V e
consumir 60 W, tudo devidamente interligado por um fio condutor corretamente
instalado. Já sabemos que um fio elétrico, conduzindo uma corrente, gera
campo magnético. Isso significaria que existe um campo magnético no fio do
positivo da bateria e outro campo magnético no fio que retorna ao negativo?

Figura 9 – Um circuito simples para acender uma lâmpada

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A resposta é sim! Esse exemplo nos mostra, na prática, que um único
dispositivo pode gerar campos magnéticos em toda a região por onde os fios
passam. Nesse exemplo simples, podemos ver que todos os circuitos geram
campos magnéticos de várias formas. Mas e um automóvel, que possui
dezenas de circuitos elétricos? Todos esses circuitos geram campo magnético?
A reposta, mais uma vez, é sim! Mas então um carro comum possui, em sua
instalação, um verdadeiro emaranhado de campos magnéticos de várias
intensidades e orientações? Novamente sim. Em um veículo, que possui
dezenas de circuitos transportando corrente elétrica, existe bastante campo
magnético. Porém, com as evoluções tecnológicas, esses campos magnéticos
poderiam causar problemas. Principalmente em equipamentos eletrônicos
como os instrumentos do painel. Para evitar problemas com emanações de
campos magnéticos, os veículos são projetados de modo a contornar ou anular
emissões e blindar eletromagneticamente os sistemas sensíveis a esse
fenômeno. A blindagem eletromagnética consiste em colocar uma capa
metálica sobre a placa eletrônica ou sobre o equipamento inteiro. Essa carcaça
metálica é aterrada, ou seja, ligada eletricamente ao potencial zero volt do
veículo. A maioria dos veículos ou quase todos possuem os chassis e as
carrocerias ligadas ao negativo da bateria, que é considerado o zero volt do
sistema ou também conhecido como GND (abreviação da palavra inglesa
ground, o mesmo que terra).
O campo magnético é calculado pela seguinte equação:
𝜇𝜇0 . 𝑖𝑖
𝐵𝐵 =
2. 𝜋𝜋. 𝑅𝑅
Nessa fórmula, temos os seguintes dados:

• B – campo magnético;
• µ0 – é a permissividade do meio à existência do campo magnético;
• i – é a corrente elétrica atravessando o condutor;
• R – raio ou distância do fio ao ponto onde estamos medindo o campo
elétrico.

Em nossos estudos, não iremos fazer cálculos de campo magnético


porque não temos o objetivo de fazer projetos ou avaliações sobre projetos.
Mas é importante sabermos quais fatores influenciam no campo elétrico e
quanto eles fazem diferença. Nesse sentido, podemos observar que, se a
distância em relação ao fio condutor for maior, o campo é menor. O campo
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diminui de acordo com o aumento da distância em relação ao fio. Ou seja, o
campo magnético é inversamente proporcional à distância ou raio (porque o
campo é circular ao redor do fio). Além disso, pela fórmula também, notamos
que quanto maior a corrente elétrica, maior será o campo magnético, são
diretamente proporcionais. E, também, temos a permissividade do meio onde o
campo magnético está ocorrendo. O mais comum é o fio elétrico estar no ar,
que possui uma permissividade relativamente baixa. Quando um fio está
enrolado em um material ferromagnético, que possui alta permissividade
magnética, o campo no interior desse material é muito maior. É por isso que os
dispositivos e sistemas que utilizam o magnetismo como princípio básico de
funcionamento são construídos com materiais ferromagnéticos.
A ideia de percorrer um fio por uma corrente elétrica e gerar campo
magnético pode ser utilizada em uma espira ou em um conjunto de espiras. Um
conjunto de espiras é chamado de bobina ou, também, solenóide. Nesse caso,
a cada espira adicionada na bobina, teremos um aumento diretamente
proporcional no campo magnético gerado. Então quanto mais espiras houver
mais campo magnético haverá. Se a corrente elétrica for constante o campo
também será. Se a corrente elétrica for variável, o campo magnético também
será.

TEMA 3 – FLUXO MAGNÉTICO E INDUÇÃO MAGNÉTICA

3.1 Fluxo magnético variável

Até agora, vimos que, em essência, uma corrente elétrica gera um


campo magnético e que são grandezas diretamente proporcionais. Ainda não
entramos no detalhe relativo ao comportamento da corrente, se é contínua ou
alternada e qual fenômeno pode ser obtido de acordo com o tipo de corrente.
Mas, se o campo magnético é diretamente proporcional à corrente, podemos
deduzir que se essa corrente variar o campo magnético também varia. Então
se a corrente for constante o campo magnético é constante e se a corrente
variar o campo magnético também varia.
Para o próximo conceito, precisamos analisar a concentração de campo
magnético de uma forma diferente. Trata-se do fluxo magnético. Esse conceito
é diferente da análise simples do campo magnético porque mostra quanto
campo existe em uma região do espaço em vez de quanto campo há em um

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ponto. O fluxo magnético depende diretamente do campo magnético em uma
área. Essa área é determinada pela análise que estamos fazendo. Ou seja,
estabelecemos a área de acordo com nossa necessidade ao analisar quanto
campo magnético está acontecendo nessa área. Mas, ao estabelecermos a
área, precisamos observar quanto campo magnético está concentrada nela.
Estabelecemos a área, não o campo magnético, e analisamos quanto campo
está concentrado nessa região.
Podemos estabelecer o seguinte raciocínio:

• O campo magnético é produzido pela corrente elétrica;


• O fluxo magnético é produzido pelo campo magnético que ocorre em
uma área;
• Então o fluxo, se a área não mudar, é diretamente proporcional à
corrente elétrica;
• Se a corrente for variável, o fluxo magnético também será;

Esse encadeamento lógico será útil para o próximo conceito:

• A indução magnética.

Estamos estabelecendo uma abstração sobre a formação de um campo


magnético e sobre sua concentração em uma área. Agora, vamos pensar que
essa área em que o campo se concentra é delimitada por um fio elétrico,
podendo ser uma espira circular, por exemplo. Essa espira está submersa em
um campo magnético e possui uma concentração de campo em seu interior.
Pela espira está ocorrendo, então, um fluxo magnético (campo magnético
concentrado na área interna da espira). Se esse fluxo no interior dessa espira
condutora for variável irá surgir uma corrente elétrica (também variável) a
circular pela espira. Esse fenômeno é a indução eletromagnética.

3.2 Indução eletromagnética

Indução eletromagnética é o fenômeno de produzir uma corrente


elétrica variável em um condutor por meio de um fluxo magnético
variável.
É muito importante observar o fato de que o fluxo magnético precisa ser
variável. Se o fluxo for constante, não há indução de corrente elétrica.

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Figura 10 – Um ímã em movimento gerando uma corrente variável

Créditos: Fouad A. Saad/Shutterstock.

Na Figura 10, temos uma simulação de um ímã permanente sendo


movimentado no interior de uma bobina ligada a um galvanômetro. Na medida
em que o ímã é aproximado da bobina, o ponteiro do galvanômetro move-se
para um lado e, quando o ímã é afastado, o ponteiro move-se no sentido
contrário. Esse é o experimento de Faraday que comprova a relação entre o
fluxo magnético variável e a corrente variável. O ímã em si produz um campo
magnético constante e, consequentemente, um fluxo magnético constante,
observando que a área da bobina também é constante. Ao aproximar ou
afastar o ímã estamos variando o fluxo magnético. Isso porque a distância
entre o ímã e a bobina varia.

3.3 Modos de variar o fluxo magnético

Vimos que, para induzir corrente elétrica, precisamos de fluxo magnético


variável. Então precisamos definir meios de obter tal fluxo. Uma forma é a
movimentação de um ímã permanente. Mas existem outras maneiras.
Sabemos que o fluxo depende da área de captação do campo magnético.
Dessa forma podemos obter o fluxo magnético variável ao mudarmos a espira
(ou bobina) de posição.

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Figura 11 – Variando a área de captação de campo magnético, o fluxo também
varia

Fonte: Dias Jr., [S.d.].

Na Figura 11, vemos uma possibilidade de variar o fluxo magnético ao


variar a área de captação da espira. Ao mudar de posição a espira, a
concentração de campo magnético no interior dessa também muda. Esse
método é usado em equipamentos geradores de energia elétrica, tais como
alternadores e geradores.
Nesse tipo de arranjo, no qual existe uma corrente na espira por meio de
um certo campo magnético, pode ser usado para fazer a própria espira ser
movimentada. Isso ocorre porque a corrente induzida na espira a transforma
em um ímã, ou seja, a espira com corrente induzida gera campo magnético,
também. Dessa forma a espira pode ser movimentada diante do arranjo
adequado. Esse tipo de utilização da corrente induzida para movimentar a
espira ou bobina induzida ocorre nos motores elétricos. Esses motores podem
conter ímãs permanentes ou bobinas que serão convenientemente energizadas
para estabelecerem as ações de indução de campo magnético e corrente para
o motor rodar corretamente. Estudaremos os motores com maior profundidade
mais adiante.
Outra forma de variar o fluxo magnético é variando o campo magnético.
Isso, como visto anteriormente, pode ser feito com auxílio da corrente elétrica.
Então podemos ter em um lado uma bobina com corrente elétrica variando e
gerando campo magnético variável o que gera fluxo magnético variável. E, em
outro lado, adequadamente acoplado, outra bobina submersa nesse campo e
fluxo magnéticos variáveis. Dessa forma obtemos uma corrente elétrica na
segunda bobina. Esse sistema com duas bobinas acopladas para obtenção de

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um conjunto de tensão e corrente diante de outro conjunto dessas grandezas é
conhecido como transformador.

TEMA 4 – INDUTORES

As bobinas formam um dispositivo que gera um campo magnético e,


com isso, armazena energia. Esse fenômeno é chamado de autoindução ou
indutância. De modo similar aos capacitores, quando um indutor está ligado a
uma fonte de tensão alternada, comporta-se como uma impedância. Nesse
caso o cálculo da indutância é dado pela seguinte equação:
𝑍𝑍𝐿𝐿 = 2 𝜋𝜋 𝑓𝑓 𝐿𝐿
Em que:

• ZL – impedância indutiva em ohms (Ω);


• f – frequência em hertz (Hz);
• L – indutância em henry (H).

Segundo essa expressão matemática concluímos que a resistência do


indutor é diretamente proporcional à frequência e à indutância, ou seja, quanto
maior a frequência maior a impedância indutiva e quanto maior a indutância
maior a impedância. Por exemplo, vamos analisar o circuito a seguir:

Figura 12 – Circuito com fonte de tensão alternada com indutor e alto-falante

Fonte: Dias Jr., [S.d.].

Nesse circuito, vemos o indutor em série com o alto-falante. Disposto


dessa forma o indutor oferece uma resistência maior se a frequência for maior.
Então esse indutor bloqueia frequências maiores permitindo somente
frequências mais baixas passarem para sensibilizar o alto-falante. Esse é um

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filtro conhecido como passa-baixa e é utilizado, nesse exemplo, para apenas
os sons mais graves excitem o alto-falante.

TEMA 5 – TRANSFORMADORES

5.1 O funcionamento do transformador

Os transformadores são dispositivos que transformam as tensões e


correntes de acordo com os números de espiras das bobinas que compõem o
aparato. Esses aparelhos são construídos, na maioria dos casos, com duas
bobinas acopladas em um núcleo ferromagnético. O núcleo do transformador
tem duas funções: ser um suporte para o melhor acoplamento mecânico e,
sendo constituído com material ferromagnético, para melhor permissividade ao
campo magnético, perfeita transferência do fluxo magnético e ótima indução. A
bobina à qual inserimos a tensão e a corrente a serem transformadas é
chamada de primário, podendo ser considerada a entrada do transformador. A
bobina em que obtemos a tensão e corrente já transformadas, é chamada de
secundário, que pode ser considerada a saída.

Figura 13 – Um típico transformador montado em núcleo de ferrite e duas


bobinas

Créditos: Fouad A. Saad/Shutterstock.

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No transformador, o que permanece constante é a potência elétrica. Ou
seja, a potência elétrica que estiver aplicada ao primário será transferida para o
secundário. Então, podemos ter a seguinte relação entre os números de
espiras entre o primário e o secundário.
𝑁𝑁1 𝑉𝑉1
=
𝑁𝑁2 𝑉𝑉2
Em que:

• N1 – número de espiras no enrolamento primário;


• N2 – número de espiras no enrolamento secundário;
• V1 – tensão alternada aplicada ao primário;
• V2 – tensão alternada obtida no secundário.

Nessa equação, notamos que, se o número de voltas do secundário for


maior que o primário, a tensão no secundário também será maior.
Exemplo 1: um transformador possui 1000 espiras no primário e 2000
espiras no secundário. Quando aplicamos 110 volts ao primário, obtemos qual
tensão no secundário?

𝑁𝑁1 𝑉𝑉1 1000 110 110 𝑥𝑥 2000 220.000


= => = => 𝑉𝑉2 = => 𝑉𝑉2 = = 220 𝑉𝑉
𝑁𝑁2 𝑉𝑉2 2000 𝑉𝑉2 1000 1000

Nesse exemplo o transformador tinha o dobro de espiras no secundário.


Então qualquer tensão alternada aplicada ao primário será dobrada também.
Outra análise importante é quanto às correntes elétricas no primário e no
secundário. Para sabermos quanta corrente elétrica ocorre nos enrolamentos
do transformador utilizamos o princípio da transferência de potência, no qual a
mesma potência aplicada ao primário será transferida ao secundário. Então,
vamos considerar, no exemplo 1, que há uma demanda de corrente no
secundário de 2 A. Quanto haveria de corrente no primário? Vejamos:

440
𝑃𝑃1 = 𝑃𝑃2 => 𝑉𝑉1 𝑖𝑖1 = 𝑉𝑉2 𝑖𝑖2 => 110 𝑥𝑥 𝑖𝑖1 = 220 𝑥𝑥 2 => 𝑖𝑖1 = => 𝑖𝑖1 = 4 𝐴𝐴
110

Para um consumo de corrente no secundário de 2 amperes precisamos


inserir no primário uma corrente de 4 amperes. Resumindo, o transformador
aumentou a tensão, mas diminuiu a corrente. Isso porque a potência elétrica é
mantida na transformação, ou seja, para haver aumento de uma das
grandezas, é necessário que haja diminuição da outra, na mesma proporção.

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Sempre que for necessário utilizar um transformador é preciso
dimensioná-lo de forma correta para o perfeito funcionamento e durabilidade.
Na prática, utilizamos os transformadores prontos que já apresentam os
parâmetros de funcionamento, principalmente a potência de trabalho. Nosso
trabalho é selecionar o equipamento que fica mais próximo da tarefa em que
vai ser aplicado. Por exemplo, precisamos utilizar uma geladeira fabricada para
funcionar em 110 V e possui uma potência máxima de 1.000 W em uma rede
de 220 V. O parâmetro "potência máxima" é o que deve ser considerado, pois a
geladeira não trabalha nessa potência o tempo todo, apenas quando o
compressor está trabalhando.
No mercado, existem vários modelos de transformadores. Precisamos
de um que realize a diminuição da tensão de 220 V da rede para os 110 V
necessários e obrigatórios para o funcionamento da geladeira. Mas existem
vários transformadores que fazem essa tarefa. No entanto, os transformadores
disponíveis podem trabalhar com potências de 100 W até 10.000 W e a
máxima potência de trabalho do refrigerador é de 1.000 W. Nesse caso
devemos utilizar um transformador com potência de trabalho entre 1.100W e
1.200 W, pois é necessário que haja uma folga para o transformador trabalhar
dentro de uma margem razoável, de modo que não fique constantemente em
sua carga máxima, e também não tenha sobra demais, o que traria um
desperdício de energia e um custo maior do próprio transformador.

5.2 Transformadores especiais

Nos sistemas automotivos são usados transformadores em


configurações especiais. Os princípios de funcionamento são os mesmos, mas
os arranjos são adequados a cada utilização. O uso desse princípio mais
importante nos veículos é a bobina de ignição. Ignição é o ato de produzir uma
faísca para iniciar a queima de algo. No caso do motor automotivo a faísca faz
a mistura de ar e combustível explodir dentro do cilindro, fazendo o motor
rodar. A bobina de ignição é um transformador que produz no secundário uma
alta tensão, da ordem de 12.000 V a 20.000 V por meio de uma tensão muito
baixa que é a tensão do veículo, 12 V ou 24 V. Podemos deduzir, então, que a
relação de espiras entre o primário e o secundário deve ser bastante grande.
Mas a potência elétrica não precisa ser elevada uma vez que não há
necessidade de corrente elétrica no secundário, somente tensão elevada. Por
20
exemplo: supondo uma bobina de ignição que possa fornecer 12.000 volts no
secundário diante de 12 volts no primário. Consideremos que no primário haja
100 espiras. Quantas espiras precisaríamos ter no secundário? Vejamos:

𝑁𝑁1 𝑉𝑉1 100 12 100 𝑥𝑥 12.000


= => = => 𝑁𝑁2 = => 𝑁𝑁2 = 100.000 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒
𝑁𝑁2 𝑉𝑉2 𝑁𝑁2 12000 12

A bobina de ignição teórica aqui proposta teria 100 espiras no primário e


100.000 espiras no secundário. Isso é possível ser feito uma vez que não há
necessidade de corrente elétrica elevada no secundário e os fios condutores
podem ser bem finos. Então, mesmo com um número alto de espiras no
secundário, podemos ter uma montagem mecanicamente relativamente
pequena.
Exercício: calcule as tensões de saída para cada bobina de ignição de
acordo com cada conjunto de dados:

a) a) V1 = 12 V N1 = 50 espiras N2 = 75.000 espiras V2 = _________


b) b) V1 = 12 V N1 = 20 espiras N2 = 120.000 espiras V2 = _________
c) c) V1 = 24 V N1 = 125 espiras N2 = 125.000 espiras V2 = _________

Figura 14 – Bobina de ignição comum

Créditos: bernardo guerriera/Shutterstock.

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Na Figura, 14 temos uma bobina de ignição comum, amplamente
utilizada por décadas nos veículos em geral. Os dois terminais com as porcas
são do enrolamento primário, em que é inserida a tensão de 12 V ou 24 V,
conforme o veículo. No centro e acima dos terminais existe um orifício bastante
isolado eletricamente onde está conectado um dos polos do secundário. Mas
por onde haverá um circuito que permita utilizar a alta tensão? O circuito é feito
com a carcaça do próprio motor por meio das velas de ignição. A faísca
acontece no eletrodo da vela que está acoplada eletricamente ao motor do
veículo e é por onde o circuito se completa para sua formação.
Mas, se os transformadores só funcionam com tensão e corrente
alternadas e os veículos somente possuem tensão e corrente contínuas, como
a bobina de ignição funciona? O uso de transformadores em automóveis exige
um tratamento especial. Lembremos que os transformadores funcionam
somente com tensão e correntes alternadas. E os veículos possuem somente
tensão e corrente contínuas. Para um transformador ser utilizado em um
veículo é necessário acoplar algum dispositivo que alterne a tensão (e
consequentemente a corrente). Nos veículos antigos isso era feito por uma
peça chamada platinado, que era uma chave que ligava e desligava a tensão
no primário da bobina de ignição de acordo com a rotação do motor. O
platinado fica fixado em um suporte dentro do distribuidor de faíscas e
acoplado a uma peça com faces e quinas, algo parecido com uma porca
sextavada, com o número certo de faces e quinas de acordo com o número de
cilindros do motor. O platinado fecha o contato quando está no momento de o
cilindro fazer a explosão da mistura ar e combustível. Na medida em que o
motor gira, o distribuidor também gira essa peça facetada e faz o platinado
abrir e fechar, gerando a alternância necessária para a bobina gerar as altas
tensões para as velas. Quando o platinado fecha seu contato, a bobina de
ignição é energizada e gera uma tensão elevada, suficiente para gerar uma
faísca. Nesses casos a tensão gerada seria na ordem de 10.000 volts a 15.000
volts. Esse sistema evoluiu com o surgimento da ignição eletrônica (não
confundir com injeção eletrônica). No sistema eletrônico de ignição, existe um
circuito eletrônico que oscila e carrega um capacitor com uma tensão maior
que a tensão do veículo. Quando é o momento de gerar a faísca, a energia
elétrica do capacitor é descarregada sobre a bobina de ignição gerando
tensões mais elevadas, que podem chegar aos 35.000 volts.

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Nos sistemas de ignição sempre houve um problema associado com a
interferência com os aparelhos de som instalados no veículo. Isso é
compreensível uma vez que cada descarga da ignição ocorre uma passagem
de corrente pelos cabos condutores do distribuidor para as velas e,
consequentemente, uma emissão de campo magnético. Com o rádio, que
possui amplificadores de sinais diversos, captando essas emissões
eletromagnéticas, as amplificava e inseria um ruído audível nos alto-falantes.
Com a introdução da ignição eletrônica e, ao mesmo tempo, aparelhos de som
mais potentes esse problema tornou-se muito mais aparente. Para diminuir
esses efeitos foram tomadas, principalmente, duas ações. Uma possibilidade
era a instalação de supressores diretamente na bobina de ignição. Isso fazia a
própria bobina diminuir as emissões eletromagnéticas. Outra forma foi de os
cabos de vela passaram a serem fabricados com resistência elétrica interna um
pouco maior. Desse modo a corrente era menor e as emissões também.
Quando sistemas de som mais poderosos são utilizados, eles próprios
possuem circuitos eletrônicos passivos e ativos, conhecidos como filtros, para
tornar a alimentação a mais pura possível (sem ruídos).
Atualmente, os veículos com motor a explosão possuem uma bobina
para cada vela acoplada diretamente. Somente recebem a alimentação de
tensão do veículo e o sinal de comando para emitir a faísca diretamente do
sistema de controle do motor, geralmente o que conhecemos como o módulo
de injeção eletrônica. Esse módulo não comanda mais somente a injeção de
combustível. Nesses sistemas são feitas diversas leituras de sensores para o
maior controle do motor como um todo, incluindo aspectos de segurança.

Figura 15 – As bobinas individuais em um motor de 3 cilindros

Fonte: Dias Jr., [S.d.].

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Na Figura 15, vemos um motor de três cilindros com as bobinas
individuais acopladas diretamente às velas. Além da bobina, está no mesmo
corpo emborrachado um circuito eletrônico para gerar a alta tensão necessária
para gerar a faísca e o conector que fornece a alimentação e o comando
proveniente do controle do motor. Note que existem somente dois fios na
conexão, pois o negativo é ligado à carcaça do motor.

FINALIZANDO

Nesta aula, vimos os princípios de funcionamento que embasam os


principais componentes e dispositivos presentes em todos os circuitos elétricos
e eletrônicos. Vimos os seguintes princípios:

• O campo elétrico é a base do funcionamento dos capacitores;


• O campo magnético é o princípio do funcionamento dos indutores;
• Quando há corrente elétrica circulando, há campo magnético ao redor
do condutor;
• O campo magnético produz fluxo magnético;
• Quando o fluxo magnético é variável pode induzir corrente elétrica em
um condutor imerso nesse fluxo;
• Corrente gera campo magnético e campo magnético gera corrente.

Com esses princípios e dispositivos, pudemos conhecer alguns sistemas


presentes no universo automotivo, como bobina de ignição, filtros para o
sistema de som, capacitores, indutores e alto-falantes.

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REFERÊNCIAS

Hugh D. Young, Roger A. Freedman. Física III – Sears e Zemansky:


eletromagnetismo. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016.
HALLIDAY, D.; RESNICK; R. Jearl Walker: Fundamentos de Física 3 –
Eletromagnetismo. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

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