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Teoria da Contabilidade I    Prof.

 Moreira 

 
POSTULADOS CONTÁBEIS 
Exercícios 
 
1. Compare os termos objetivo e princípios na Contabilidade. 
2. Os  Princípios  Fundamentais  valem  para  uma  empresa  em  descontinuidade?  Justifique  sua 
resposta. 
3. Que  são  postulados,  em  sentido  geral?  E,  na  Contabilidade,  que  tipos  de  postulados 
poderíamos ter? 
4. Qual  a  importância  dos  postulados  para  a  teoria  contábil?  Poderiam  ser  chamados  de 
“princípios”? Por quê? 
5. Em  que  consiste  o  postulado  da  entidade?  Confunde‐se  a  entidade  com  seus  sócios?  Qual  a 
diferença entre os conceitos jurídico e contábil de entidade? 
 
6. Estudo de Caso: 
 
A empresa Box S.A., criada há cerca de dez anos, tem experimentado, nos últimos três anos, um 
histórico  de  prejuízos  crescentes,  devido  ao  efeito  combinado  de  uma  situação  desfavorável  de 
mercado (queda de demanda), estrutura de endividamento inadequada para a empresa, gerando 
encargos  financeiros  apreciáveis,  sem  o  devido  retorno,  e,  possivelmente,  em  virtude  da  má 
administração. Segue um resumo dos principais itens de receita e despesa nos últimos três anos e 
a projeção para o próximo exercício dos mesmos itens. 
 
 
BOX S.A. 
 
Em $ milhões  Projeção 
Resultado dos últimos três  para o 
DRE 
exercícios  próximo 
período 
  19x5  19x6  19x7  19x8 
Receitas operacionais  450  428  375  435 
         
(‐) Despesas Operacionais         
    (exclusive financeiras)  443  448  438  420 
  ‐‐‐‐‐‐‐  ‐‐‐‐‐‐‐  ‐‐‐‐‐‐‐  ‐‐‐‐‐‐‐ 
= Resultado operacional  7  (20)  (63)  15 
         
(‐) Despesas financeiras  (14)  (17)  (21)  (20) 
  ‐‐‐‐‐‐‐  ‐‐‐‐‐‐‐  ‐‐‐‐‐‐‐  ‐‐‐‐‐‐‐ 
= Resultado Líquido  (7)  (37)  (84)  (5) 
 
 
 
Os  balanços  e  as  outras  peças  contábeis  revelam,  nos  anos  analisados,  queda  dos  índices  de 
liquidez  corrente,  certa  estabilidade  dos  índices  de  liquidez  geral  e  índices  de  rotatividade 
adequados  para  a  atividade  exercida  (calçados,  fabricação  e  venda  por  atacado).  O  auditor  J.  B. 
Arfolder ficou impressionado com o histórico de prejuízos dos anos de 19x5 a 19x7 e recomendava 
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que, conseqüentemente os ativos fossem avaliados a valores de realização no próximo balanço, se 
persistisse o prejuízo. O parecer de 19x7 não foi dado. O auditor apenas remeteu à administração 
uma  carta  descrevendo  o  trabalho  de  auditoria  realizado  e  que,  de  fato,  a  empresa  havia 
procedido aos registros e ao levantamento de peças contábeis de forma correta, de acordo com os 
princípios de Contabilidade geralmente aceitos, aplicados em uma base consistente com os do ano 
anterior. Entretanto, como a empresa tem apresentado prejuízos crescentes, em sua opinião, tais 
princípios não se aplicariam, e omitiu‐se de dar parecer formal sobre os relatórios. 
 
A empresa, que mantinha ações em bolsa, achou que a não‐divulgação do parecer iria prejudicar 
sua imagem e, sinceramente, acreditava que a situação não era tão grave a ponto de justificar o 
abandono  dos  princípios  contábeis  geralmente  aceitos  para  avaliar  a  valores  de  liquidação. 
Apresentou a seguinte argumentação: 
 
1. O quadro de resultados dos últimos três exercícios e a projeção do próximo estão expressos 
em moeda constante (de 19x7). Os demonstrativos históricos, com os procedimentos oficiais 
de correção monetária normalmente aplicados, sobre os quais os auditores se detiveram em 
suas análises, apontam resultados individualmente diferentes, mas de tendência final bastante 
parecida. 
 
2. A série revela, de fato, tendência decrescente de receitas e crescente de despesas. Entretanto, 
a) A empresa prevê um resultado operacional positivo para 19x8, que, por sinal, é maior do 
que o de 19x5; 
b) Prevê‐se  um  expressivo  acréscimo  nas  receitas,  como  resultado  de  uma  política  mais 
agressiva de marketing e de abrir linhas de produção mais populares, eliminando algumas 
que apresentavam margens de contribuição negativas; e 
c) O grande peso nos resultados finais negativos é derivante das despesas financeiras. 
 
Todavia, a administração argumenta que tais despesas são ainda reflexo da fase de expansão 
sofrida  pela  entidade  em  19x1,  quando  contraiu  empréstimo  vultosos,  nem  sempre  bem 
dimensionados quanto a condições de prazo, juros etc. A administração acredita que a partir 
de 19x11 os encargos financeiros tenderão a diminuir consideravelmente. 
 
3. A administração pondera que o auditor se impressionou com os dados dos últimos três anos, 
não  analisando,  com  devida  ênfase,  a  projeção  para  o  próximo  exercício,  nem  efetuando 
projeções  para  outros.  Considera,  também,  que  a  empresa,  com  uma  adequada  política  de 
controle  de  despesas,  expansão  de  vendas  e  racionalização  da  produção,  poderá 
perfeitamente ser considerada como “em andamento” por um longo período de tempo. Você 
foi convidado a emitir uma opinião sobre a situação. Quais as considerações que faria a fim de 
decidir  se  a  empresa  se  encontra  no  fim  de  suas  atividades  econômicas  ou  não?  Quais  as 
informações  adicionais  que  exigiria,  se  fosse  o  caso,  antes  de  emitir  uma  opinião?  Supondo 
válidas  as  informações  contidas  na  projeção  de  resultados  para  19x8  e  as  alegações  da 
administração  com  relação  às  despesas  financeiras,  acha  você  que  a  opinião  do  auditor  foi 
correta? Por quê? 
 
Observação: Deve ficar claro que, nesse exemplo, procurou‐se delimitar ou suscitar algumas das 
questões  e  dúvidas  envolvidas  em  casos  de  natureza  semelhante,  apenas  para  finalidades 
didáticas,  sem  termos  a  pretensão  de  esgotar  o  assunto,  que  é  exatamente  complexo  e  que 
envolve outras especializações, além de Teoria da Contabilidade. 

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