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VOLUME II
Índice
Veja, ainda:
• Filmoteca
• Sites
• Paradidáticos e literatura
• Referências bibliográficas
Os Tempos no Estudo da História Africana
Toda periodização é orientada por eleição de marcos definidores, sendo
portanto arbitrada social e contextualmente. Ao dividir a história da África
de uma determinada forma, estamos elegendo momentos considerados
importantes na história do continente. Veja a periodização a seguir e
pense sobre ela
Fonte: Atlas Geográfico Escolar/IBGE. Rio de Janeiro: IBGE, 2002. In: SERRANO; WALDMAN, 2007, p. 39.
Fonte: Atlas Geográfico Escolar/IBGE. Rio de Janeiro: IBGE, 2002. In: SERRANO; WALDMAN, 2007, p. 39.
Essa projetão foi criada em 1973 pelo alemão Arno Peters procurando representar mais fielmente possível a superfície do planeta, implicitamente
buscando a valorização da auto-estima dos países subdesenvolvidos. A partir desse ponto, notemos o quanto se altera, no sentido da veracidade,
superfícies como as da América do Sul e da África.
Como a África foi vista e representada ao longo do tempo? Observe estas
5 - Considera o geógrafo Jörn
Seemann, 2003, que Mercator
duas formas de representar o planisfério. Pense que os mapas não são o
não pensava (nem sabia) nas espelho da realidade ou a representação sempre fidedigna do real, mas
repercussões e impactos socio-
culturais e políticos de suas representações convencionadas, a cada momento histórico, acerca do
projeções. Neste caso, alerta
para o que poderíamos chamar que e como representar.
de “usos” das ideias de Merca-
tor no tempo, sobre o que o
seu autor não teve controle Na primeira representação, elaborada por Gerardus Mercator (1512-1594)
ou predição, evitando-se uma
interpretação anacrônica da no século XVI, a Europa está superdimensionada, a África e a Groenlândia
obra de Mercator.
figuram como territórios com extensão praticamente equivalente e a
América do Sul está dimensionalmente menor do que a Groenlândia ou
mesmo a Oceania. No segundo mapa, elaborado no contexto da geografia
crítica do pós 1970, a superfície do planeta é redimensionada, com
8 - A polêmica cartográfica em
torno das duas representações
alteração significativa das dimensões e posições ocupadas no planisfério
pode ser mais bem enten- da África e da América do Sul. Este segundo mapa foi elaborado pelo
dida no artigo disponível em
http://www.mercator.ufc.br/ historiador alemão Arno Peters, cuja preocupação era apresentar uma
index.php/mercator/article/
viewFile /159/127 em que o representação mais justa do mundo (SEEMANN, 2003). Sugerimos que
autor apresenta os interesses,
desdobramentos e problemas a partir dos dois mapas você reflita sobre as representações cartográficas
técnicos e políticos envolvidos
nos contextos de produção dos
do mundo: elas não são neutras nem objetivas; elas criam formas de ver
dois mapas, como também a e pensar o mundo.
polêmica gerada pela recepção
– na história – de ambos.
Além disso, devemos considerar que o planisfério é uma das formas
de representação da Terra, que tem um formato próprio, chamado
geóide (uma esfera achatada nos pólos). Devemos lembrar que nesta
forma de representação, aquilo que aparece no centro do planisfério
também é fruto de opções convencionadas, assim como também é uma
convenção o fato de que o chamado “hemisfério norte” esteja acima do
9 - O que existem são dife-
renças genéticas, culturais chamado “hemisfério sul”. Você já pensou sobre isso? Por mais que o
e físicas que são expressões
de como somos diversos uns estabelecimento de convenções possa ser considerado uma necessidade,
dos outros, sendo que cada
agrupamento humano e,
aquilo que se convenciona pode variar, dependendo das disputas e jogos
mesmo, cada indivíduo, pode
ser considerado portador de
de força entre diferentes países e regiões.
qualidades e capacidades
próprias, singulares. Portanto,
as diferenças são reais entre os
Portanto, as representações que circularam – e circulam – sobre a África,
humanos de todos os continen- não apenas os mapas, mas as muitas imagens e representações sobre
tes ou sociedades. Contudo,
elas não podem ser parâmetros diferentes aspectos de sua geografia física – e política – como é o caso
para hierarquizações, ou seja,
para que pensemos que alguns da chamada geopolítica que divide o continente em dois grandes blocos,
grupos humanos são melhores
do que outros por causa de
são também fruto de sua posição desfavorável no jogo de forças mundial
suas características físicas ou
suas manifestações culturais.
dos últimos séculos, em processos históricos marcados por violenta
espoliação material e humana do continente (não esqueçamos que mais
de 11 milhões de africanos foram capturados somente para o tráfico
atlântico dos séculos XVI ao XIX!).
Em Sala de aula
Ref. Divisão política atual da África. In: MELO E SOUZA, Marina. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2006. p. 17
A população africana atual supera 800 milhões de habitantes, distribuídos
em mais de 50 países. Contudo, não podemos dizer que todos esses
países têm estruturas políticas estáveis e fronteiras construídas pela
própria dinâmica do movimento e do deslocamento das populações
africanas. Na história, a África conheceu a existência de vários “reinos” e
“cidades-estados” que surgiram, se transformaram, chegando, alguns, à
prosperidade... outros, à ruína.
Em Sala de aula
Em Sala de aula
Filmoteca
Alguns filmes recentes28 para exibição e também para sua formação como
professor/a disponíveis no mercado brasileiro
Sites
Sugestões de sites para você visitar alguns centros de estudos do Brasil
sobre história e cultura da África.
Paradidáticos sobre História e Cultura Africana
Nos últimos anos, pode-se observar um crescimento de produções
paradidáticas e de literatura que abordam aspectos diversos da história e
cultura dos povos africanos. Veja alguns exemplos de materiais que estão
disponíveis no mercado e que podem contribuir para os estudos sobre
África junto a crianças e adolescentes:
Referências Bibliográficas
ADÉLÓYÁ, Olúmúyiwá Antonhy. Yorùbá: tradição oral e história. São
Paulo: Terceira Margem, 1999.