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“Assobiando à vontade”,

de Mário Dionísio

1.1. O conto é constituído por três partes: situação inicial (ll.1-58),


peripécias (ll. 59-134) e desenlace (ll. 135-149).
Na primeira parte, descreve-se o ambiente e as convenções
rotineiras vividas numa viagem de elétrico.
Na segunda parte, narra-se um acontecimento inusitado vivido
numa determinada viagem de elétrico: um homem, depois de
incomodar os restantes passageiros para se sentar, começa a assobiar, quebrando as convenções
sociais; a dada altura, levanta-se e sai do elétrico.
Finalmente, na situação final, apresenta-se o desfecho da ação, explicitando-se a atitude
dos demais passageiros: todos se riem momentaneamente, mas, confrontados com a
desadequação do próprio comportamento, rapidamente recuperam a compostura, voltando ao
estado inicial.

2.1.
a. Vestido de forma modesta;

b. Bem vestidos e arranjados;

c. Comportamento desadequado e irreverente, baseado no


desrespeito pelas convenções sociais;

d. Comportamento socialmente adequado/politicamente


correto, tendo em conta a distinção entre classes
ricas/classes pobres;

e. Personagem irreverente, com espírito crítico e que, consciente da igualdade social a que tem
direito, luta pelos seus direitos;

f. Personagens que tendem a não exteriorizar os seus sentimentos e a agir de forma artificial e
convencional, empenhadas em manter a estratificação social.

2.2. Resposta pessoal.

3.1. Quanto à participação, o narrador é


heterodiegético, pois não participa na história como
personagem e narra a ação na terceira pessoa.

3.2.
a. O facto de estarem num espaço apertado levava as
pessoas a interagir umas com as outras, contra a sua
vontade, devido à necessidade de se desculparem por
incomodarem os outros com a sua presença.
b. Por respeito às convenções sociais, os homens que se consideravam cavalheiros e as mulheres
de condição social mais baixa não se sentavam, para que as senhoras da alta sociedade pudessem
fazê-lo.

c. As pessoas olhavam para o homem, sem se perceber, no entanto, que sentimento as motivava
(alegria, desprezo ou inveja).

d. Envergonhadas por terem exteriorizado os seus sentimentos, as pessoas voltaram a calar-se e


recuperaram a compostura.

3.2.1.
a. Nesta afirmação estão presentes uma metáfora e uma antítese.

b. Nesta afirmação destaca-se a ironia (construída com base no uso expressivo do advérbio, do
adjetivo valorativo e do diminutivo).

c. Nesta afirmação demarca-se a enumeração e a interrogação.

d. Envergonhadas por terem exteriorizado os seus sentimentos, as pessoas voltaram a calar-se e


recuperaram a compostura.

3.2.1. a. Nesta afirmação estão presentes uma metáfora e uma antítese.

b. Nesta afirmação destaca-se a ironia (construída com base no uso expressivo do advérbio, do
adjetivo valorativo e do diminutivo).

c. Nesta afirmação demarca-se a enumeração e a interrogação retórica.

d. Nesta afirmação sobressai a metáfora e a utilização expressiva do advérbio, que se traduzem


num tom irónico e de censura.

3.2.2. O narrador é subjetivo, revelando um tom crítico e de censura em relação ao


comportamento das pessoas.

4. Sugestão de resposta:
Este conto pretende alertar os leitores para a consciência da
injustiça social e criar neles a necessidade de agirem contra essa
mesma injustiça.

4.1. O título “Assobiando à vontade” remete para o


comportamento do protagonista do conto; esse comportamento
poderá ser entendido exatamente como uma forma de lutar
contras as convenções sociais que se baseiam na estratificação
social e na desigualdade de direitos.

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