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Escatologia Biblica
Escatologia Biblica
ESCATOLOGIA BÍBLICA
Profa. Gerlene Vidal Vasiloski
Profa. Sandra Morais Ribeiro dos Santos
2012
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
SGEC
SECRETARIA GERAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA
RUA EDUARDO SPRADA, 3806 - CAMPO COMPRIDO - CURITIBA-PR - CEP 81210-370 - FONE/FAX: (41) 3339-0272
DIRETOR EXECUTIVO
Pr. Almir de Paula
ELABORAçãO
Profa. Gerlene Vidal Vasiloski
Profa. Sandra Morais Ribeiro dos Santos
PREPARAçãO DE ORIGINAIS
Prof. Pr. Marco Antonio Teixeira Lapa
REVISãO
Prof. Roberto Carlos de Carvalho Gomes
PROJETO GRáFICO
SGEC
DIAGRAMAçãO
Antonio Dias
1ª. Edição: 2010
PRODUçãO
Secretaria Geral de Educação e Cultura da Igreja do Evangelho Quadrangular
Gestão: Pr. Almir de Paula
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem a permissão escrita
dos autores, por quaisquer meios, salvo em citações breves, com indicação da fonte. A violação dos direitos
dos autores (Lei n.9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
APRESENTAÇÃO
Caro(a) Aluno(a)!
Neste livro estudaremos um dos ramos da Teologia Sistemática – a
Escatologia Bíblica, ou seja, a doutrina das últimas coisas. Vamos começar
uma caminhada através das profecias bíblicas concernentes aos últimos
acontecimentos da história humana.
Inúmeras pessoas se intitulam videntes, futurólogos, astrólogos, adivinhos,
etc., tentando satisfazer a sede do coração humano de conhecimento sobre
o futuro do mundo e da humanidade. Porém nós, como obreiros do Senhor,
temos a responsabilidade de conhecer o que a Bíblia diz a respeito do assunto
e conduzir essa geração às verdades incontestáveis da Palavra de Deus.
Muitos, como Daniel, perguntam assim (Dn 12.8): “Qual será o fim
dessas coisas?” Deus já escreveu tanto o primeiro quanto o último capítulo
da história de todas as coisas. Somente Ele pode responder essa pergunta. As
Escrituras respondem essa pergunta. Deus conhece e revela o futuro (Is 46.8-
11). Somente Ele pode fazer isso. O Senhor tem um plano para o desfecho da
história humana e irá concretizá-lo. No entanto, precisamos nos ater ao texto
de Deuteronômio: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus,
porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para
que cumpramos todas as palavras desta lei”. (Dt 29.29)
O que veremos neste livro é simplesmente uma minúscula parcela desse
grandioso tema que tanto permeia o imaginário humano. Não almejamos
extinguir o assunto, dado a sua enorme extensão, mas vamos analisar
biblicamente quais os principais eventos escatológicos, quando e como
ocorrerão.
Também objetivando uma educação integral do caro aluno e à medida
do possível, apresentaremos os vários pontos de vista ou interpretação
quanto a determinados tópicos mais polêmicos, porém a Igreja do Evangelho
Quadrangular como uma igreja Pentecostal na sua essência, tem uma postura
firmada em sua Declaração de Fé, a qual determina nosso posicionamento
escatológico: Pré-Milenista Dispensacionalista (Estatuto da Igreja do Evangelho
Quadrangular – Dos Princípios Basilares).
Temos em mente que todos aqueles que amam verdadeiramente a
Vinda do Senhor precisam se voltar ao estudo sistemático das Escrituras,
principalmente da Escatologia, não se deixando levar por quaisquer ventos de
doutrina ou teologias deturpadas que apenas causam distorções, modismos,
misticismos e superstições no seio da Igreja do Senhor. Precisamos desenvolver
uma concreta convicção baseados no sólido fundamento da Palavra de Deus.
Esperamos que você seja poderosamente abençoado através deste livro e
que o Espírito Santo possa conduzi-lo a águas mais profundas no conhecimento
do Senhor.
Bons Estudos!
Profa. Gerlene Vidal Vasiloski
Profa. Sandra Morais Ribeiro dos Santos
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
SUMÁRIO
PLANO DE ESTUDOS DA DISCIPLINA .................................................................................................................... 11
EMENTA........................................................................................................................................................................... 11
OBJETIVO GERAL ............................................................................................................................................................. 11
OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................................................................. 11
PLANO DE ESTUDO DA DISCIPLINA................................................................................................................................. 11
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CAPÍTULO 10 - O GLORIOSO RETORNO DE CRISTO - SEGUNDA ETAPA DA SEGUNDA VINDA DE CRISTO......... 185
1. O GLORIOSO RETORNO DE CRISTO ........................................................................................................................... 185
1.1 INTRODUçãO .......................................................................................................................................................... 185
1.2 O GLORIOSO RETORNO DE CRISTO ......................................................................................................................... 185
2. O JULGAMENTO DAS NAÇÕES; A RESSURREIÇÃO DOS SANTOS ................................................................................ 187
2.1 INTRODUçãO .......................................................................................................................................................... 187
2.2 O JULGAMENTO DAS NAÇÕES ................................................................................................................................. 187
2.3 A RESSURREIçãO DOS SANTOS ............................................................................................................................... 188
RESUMO DO CAPÍTULO ................................................................................................................................................. 188
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 10 ............................................................................................................................... 189
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FINAL................................................................................................................................................................... 229
CRÉDITO DAS AUTORAS ..................................................................................................................................... 229
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................................... 230
ANEXO 1 – TABELA DE PROFECIAS BÍBLICAS CUMPRIDAS NA PESSOA E MINISTéRIO DE JESUS CRISTO....................... 233
ANEXO 2 – RESUMO PRINCIPAIS PONTOS DE DESACORDO DENTRO DA TEOLOGIA ESCATOLÓGICA ............................ 234
ANEXO 3 – CONCEPÇÕES SOBRE O MILÊNIO................................................................................................................. 235
ANEXO 4 – PASSAGENS BÍBLICAS SOBRE O ARREBATAMENTO E A VINDA GLORIOSA DE CRISTO ................................. 238
ANEXO 5 – COMPARAÇÃO ENTRE O ARREBATAMENTO E O APARECIMENTO GLORIOSO ............................................. 239
ANEXO 6 – VINTE EVENTOS PROFéTICOS IMPORTANTES AINDA A SEREM CUMPRIDOS .............................................. 240
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
PLANO DE ESTUDOS DA
DISCIPLINA
EMENTA
Esta disciplina visa levar o aluno a estudar a doutrina das últimas coisas, os eventos relacionados à
segunda vinda de Cristo e os fatos a ela associados, com base nas Escrituras Sagradas; compreender os métodos
de interpretação escatológicos referentes aos eventos vindouros, apresentando-os de forma sistemática e
cronológica bíblica, bem como, responder às perguntas existenciais referentes ao destino da vida humana.
OBJETIVO GERAL
Que o aluno conheça e aprenda a doutrina das últimas coisas e possa tomar uma posição bíblica pessoal
a respeito.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Compreender o que é Escatologia Bíblica e os métodos de interpretação escatológica
· Entender a relação entre o Apocalipse e a Escatologia Bíblica
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CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ESCATOLOGIA
BÍBLICA
1. ASPECTOS GERAIS DA ESCATOLOGIA BÍBLICA
1.1 INTRODUÇÃO
01
O Te r m o “ ES C ATO LO G I A”
CAPÍTULO
refere-se ao estudo dos fatos que
ainda não ocorreram, ou seja, de
acontecimentos que estão por vir
num determinado período histórico.
Alguns destes eventos já ocorreram,
outros estão ocorrendo ou ainda
estão para ocorrer.
“Revelação de Jesus Cristo, a qual
Deus lhe deu, para mostrar aos seus
servos as coisas que brevemente
devem acontecer ... ” FIGURA 1: VIGIAI; em: www.
(Ap 1.1ª) adsjcampos-palmeiras.com.
br/?page_id=47; em 28 dez.2011
A Escatologia enquadra-se no
campo de estudo das profecias bíblicas e, como tal, precisa ser estudada
e utilizada como meio de glorificar a Deus, não ficando estática apenas no
conhecimento humano, ou servindo apenas para debates teológicos, pois
devemos crescer não só no conhecimento, mas também na graça do Senhor
(2 Pe 3.18), e assim poder justificar a razão de nossa fé.
Infelizmente o que se nota muitas vezes é que a maioria dos cristãos
conhece o tema superficialmente, o que acarreta muitos problemas e confusão
na cabeça de muitos irmãos bem intencionados que acabam saindo e pregando
por aí muitas coisas que vão até mesmo contra as Sagradas Escrituras. O aluno
saberia responder, por exemplo, qual é a linha de pensamento ou o tipo de
interpretação escatológica que tem acreditado? Quais são os principais eventos
que aguardam a humanidade? Qual o destino dos mortos? Como será a volta
de Cristo? A igreja será arrebatada antes ou depois da Tribulação? O Milênio
será real ou alegórico?
Tanto estas, quanto outras perguntas referentes à Escatologia serão
estudadas no decorrer do nosso curso, observando que estamos entrando
num campo extremamente importante e polêmico, o que exige a máxima
responsabilidade e dedicação quanto ao estudo e análise dos tópicos
envolvidos.
IMPORTANTE!
Prezado(a) Aluno(a), É de fundamental importância que você
estude esta disciplina, tendo ao lado a Bíblia e conferindo
todas as referências citadas. Esta é, biblicamente, uma
atitude nobre (At 17.10-11). Bons Estudos!
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povo de Israel, para revelar a sua vontade. Mais tarde, Deus ampliou o campo da sua revelação e formou
um novo povo – a Igreja – constituída de judeus e gentios (Ef 2.11-19). A partir de então, a Igreja é o alvo da
revelação divina”.
Toda a revelação aponta para o futuro e a Igreja caminha neste mundo com uma esperança, pois é
identificada como “peregrina e forasteira”, 1 Pe 2.11. Ela existe por causa da esperança (Rm 5.2; 8.24; Ef 4.4;
1 Ts 4.13). A esperança indica uma meta; traça planos para um futuro. O mundo pagão se fecha dentro de um
fatalismo histórico, sem expectativas, sem futuro, mas a Bíblia revela o futuro.
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a) produz esperança e consolo – O apóstolo Paulo cita (1 Ts 4.18): “Consolai-vos uns aos outros com
estas palavras”. Jesus disse aos discípulos (Jo 14.1-2): “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus,
crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou
preparar-vos lugar.” Com estas palavras podemos ver que um dos objetivos da Escatologia é nos dar esperança
num futuro melhor, nos mostrar que temos pelo que esperar e devemos confiar no Senhor. A carta de Paulo
a Tito nos mostra que temos uma bendita esperança (Tt 2.13).
b) Converte – O conhecimento da Escatologia provoca a conversão, isso porque Deus usa tais notícias
para esclarecer e convencer o pecador de que há um julgamento futuro pelo qual todos deverão
passar (At 17.31): , além dos demais eventos futuros. O inferno não existe para pôr medo nas pessoas,
mas Deus o usa para fazer com que muitos se convertam a Cristo. Nas palavras de Jesus (Mt 10.28):
“E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer
perecer no inferno a alma e o corpo”.
c) Purifica – O conhecimento das profecias bíblicas causa santificação, purificação, vigilância. Enquanto
aguardamos novos céus e nova terra, precisamos nos esforçar para sermos encontrados por Jesus
como sua noiva sem mácula e nem mancha, irrepreensíveis do meio de uma geração corrupta e
perversa (2 Pe 3.14).
d) Esclarece – “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32). O conhecimento liberta a
pessoa, traz luz às trevas da ignorância. Jesus alertou seus discípulos em várias passagens sobre os
acontecimentos futuros (Jo 13.19; 16.1). “Disse-vos agora, antes que aconteça, para que, quando
acontecer, vós creiais” João 14.29. O Senhor conhece e pode todas as coisas, pois é onisciente e
onipotente, e fará tudo que for preciso para cumprir o seu plano eterno, sem que alguém interfira,
pois Ele é soberano.
A própria Bíblia nos exorta em várias passagens a crescer no conhecimento da Palavra de Deus, e isso
inclui os acontecimentos escatológicos: “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as
Escrituras, nem o poder de Deus.” (Mt 22.29); “Antes crescei na graça e no conhecimento... ; “Eis que presto
venho: Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro.” (Ap 22.7). Como poderemos
guardar algo que não lemos, ouvimos, conhecemos ou aprendemos? Além de todos estes fatores, ainda
podemos citar que o estudo da Escatologia ocasiona:
a) maior vigilância por parte dos cristãos quanto aos eventos futuros e necessidade de preparação;
b) combate as heresias;
c) traz discernimento;
d) ensina a Palavra de Deus com coerência;
e) evangeliza e produz salvação;
f) prega a palavra sem distorções e escorregões doutrinários (2 Tm 2.15);
g) produz santificação e consagração;
h) produz fé e confiança no caráter e soberania de Deus;
i) dá oportunidade para que as pessoas fujam da ira de Deus que está para ser derramada;
j) firma um maior compromisso com a obra evangelística e missionária por parte da igreja e do indivíduo.
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a) falta de ortodoxia na interpretação das Escrituras – Falta-lhes a verdadeira exegese, antes o que
produzem é a “eisegese” e assim fazem uma apresentação distorcida dos eventos escatológicos, e
até mesmo absurdos são falados a respeito do texto bíblico.
b) Falta de afinidade com o Espírito Santo – Não podemos compreender a Bíblia sem a ajuda do Espírito
Santo: “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda
as profundezas de Deus. [...] Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus,
porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas
o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido (BÍBLIA, N.T., 1 Co 2.10, 14-15).
c) A Escritura foi produzida pelo Espírito Santo, e não é porque somos “antigos na fé”, intelectuais,
muitos inteligentes, ou temos muitos recursos, é que iremos compreender suas mais preciosas
verdades. O Espírito Santo é o intérprete real das Escrituras e sem Ele nada poderemos fazer, pois é
Ele que conhece até mesmo as profundezas de Deus. Nossa atitude ao estudarmos Escatologia deve
ser uma atitude de oração, de reverência, santo temor, aliado a um profundo amor às Escrituras.
d) Falsa aplicação do texto bíblico nos seus variados aspectos – A Palavra de Deus precisa ser aplicada
adequadamente em seus mais variados aspectos. Precisamos manejar bem a Palavra como cita o
apóstolo Paulo em 2 Timóteo 2.15, e isso inclui considerar os mais variados eventos relacionados
ao texto que estamos estudando, tais como: aplicação quanto aos povos bíblicos em questão, ao
tempo, ao lugar, os sentidos do texto, a sua mensagem, a procedência da mensagem etc. Tudo isso
tem relação com o texto que estamos estudando. Réu não é só aquele que corrompe a Palavra de
Deus, mas também aquele que é omisso nela.
e) Conhecimento bíblico desordenado – é um conhecimento desordenado, solto, avulso, sem sequência
alguma. Muitos cristãos possuem um notável saber bíblico, mas estão nessa situação: não sabem
o que fazer com tudo o que leram e aprenderam. Não conseguem ligar coisa com coisa, suas
informações acumuladas estão soltas e nada tem a ver umas com as outras, como um catálogo de
telefone. Não há uma organização no seu estudo, nas suas ideias.
f) Conhecimento especulativo – é um conhecimento produzido através da mera especulação do
intelecto humano (1 Co 2.14). é o saber pelo saber, sem qualquer intenção de glorificar a Deus,
mas sim de acumular conhecimento, sem comprometimento com o Senhor, sem obedecer-lhe. há
uma grande diferença entre “amar a sua vinda” (2 Tm 4.8) e “especular sobre a sua vinda”. Em qual
dessas duas situações nos encontramos?
g) Ação “venenosa” de falsos ensinadores – Esta é outra grande causa de dúvidas, confusão e
controvérsia no campo de estudo da Escatologia Bíblica. Muitos falsos ensinadores torcem a Palavra
de Deus e não sofrem qualquer disciplina e até mesmo apresentam-se como pessoas importantes,
intocáveis dentro de muitas igrejas e seitas. Temos que tomar muito cuidado com isso!
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2.1 INTRODUÇÃO
Falar em Escatologia Bíblica é falar no estudo de coisas futuras, ou seja, de profecias. É impossível estudar
Escatologia sem adentrar neste campo, porém será que todas as profecias bíblicas referem-se a eventos
escatológicos? Neste tópico serão analisadas as características das profecias bíblicas, como entender essas
profecias, ou seja, quais os princípios essenciais de interpretação das profecias bíblicas.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
Além disso, para que uma profecia tenha crédito é preciso observar tudo aquilo que já se cumpriu e
quando fazemos isso em relação às profecias bíblicas podemos notar o seu caráter divino. A Bíblia contém
mais de mil predições de eventos futuros, dos quais muitos já se cumpriram com detalhes assustadoramente
específicos. O próprio Jesus falou sobre o ministério do Espírito Santo após sua ascensão aos céus: “Ele vos
ensinará e vos anunciará as coisas que hão de vir” (Jo 16.13). Desta forma, a palavra profética inspirada pelo
Espírito Santo é completa e perfeita, da qual nada se pode tirar e nem acrescentar e para que isso ocorra, é
preciso “não ir além daquilo que está escrito”, ou seja, “não viajar”.
Aqueles que creem em Deus não dão atenção a futurólogos, adivinhadores, astrólogos, cartomantes e
outros que fazem previsões sobre o futuro, pois tais pessoas agem influenciadas ora por fontes humanas, ora
por espíritos malignos e, por isso, seus prognósticos não merecem confiança.
“As coisas encobertas são para o Senhor, nosso Deus; porém as reveladas são para nós e para nossos
filhos, para sempre, para cumprirmos todas as palavras desta lei” (Dt 29.29). Existem coisas que Deus não
revelou e estas são para o Senhor, sendo assim não convém procurar as coisas que a Bíblia não revela, aquilo
de que Jesus disse: “Não vos pertence saber” (At 1.7). Temos que ter em mente que a base de toda a revelação
divina está nas Escrituras Sagradas. (BERGSTÉN, 2007, p. 295).
Segundo Elienai Cabral (1998), “toda declaração bíblica sobre profecia é tão crível quanto àquelas
declarações históricas. Certo autor de teologia declarou que ‘a história da raça humana é a história da
comunicação de Deus com o homem’”. Toda a Bíblia é uma revelação da vontade divina para o homem e mostra
o princípio e fim deste plano, a única forma pela qual nós podemos obter uma perfeita e completa visão do
propósito divino em relação à salvação e ao nosso futuro. Por isso mesmo é tão importante estudarmos as
profecias, observando a “história do passado, presente e futuro”. Devemos confiar que assim como a Palavra
de Deus se cumpriu no passado, tem se cumprido no presente e o mesmo acontecerá com as profecias
relacionadas ao futuro, as quais irão se cumprir inevitavelmente.
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eventos futuros. Não se tratam de opiniões ou críticas humanas, mas sim de revelações vinda diretamente de
Deus, dada às pessoas (profetas) que deveriam repassá-las ao povo. O conteúdo geral das profecias bíblicas é
o parecer de Deus quanto à situação moral e espiritual de Israel, da Igreja e do mundo. Os textos apocalípticos
têm especial destaque, pois apresentam uma linguagem repleta de símbolos e retratam cenários até mesmo
surreais, inimagináveis ao homem comum, porém encontramos textos escatológicos em outros livros da Bíblia,
tais como: Daniel, Joel, Sofonias, Zacarias, 2 Tessalonicenses, 2 Pedro, dentre outros. O principal objetivo
destes textos proféticos é chamar a atenção para o conflito entre o bem e o mal, entre os crentes e as forças
de Satanás, enfatizando, porém o triunfo final e definitivo do bem, de Cristo e de sua Igreja.
Interpretar este tipo de texto constitui especial desafio para qualquer exegeta e há muitas ideias
divergentes quanto aos assuntos relacionados como, por exemplo, quanto ao arrebatamento, o milênio etc.
Por isso mesmo temos que ter uma especial atenção na forma de interpretação para não ocorrermos em erros
que possam deturpar a Palavra de Deus. Segundo Elienai Cabral (1998), existem basicamente dois métodos
de interpretação que precisamos ficar atentos quando tratamos de profecias:
1. o método alegórico ou figurado: alguns teólogos definem a alegoria “como qualquer declaração de
fatos supostos que admite a interpretação literal, mas que requer, também, uma interpretação moral ou
figurada”. Quando interpretamos uma profecia bíblica, sem atentarmos para o seu sentido real, figurado ou
literal, negamos o seu valor histórico, dando uma interpretação de somenos importância. Corremos o risco de
anular a revelação de Deus naquela profecia. Daí, as palavras e os eventos proféticos perderem o significado
para alguns cristãos.
Quando o sentido de uma profecia é literal e se interpreta alegoricamente, se está, de fato, pervertendo
o verdadeiro sentido das Escrituras, com o pretexto de se buscar um sentido mais profundo ou espiritual. Por
exemplo, há os que interpretam o Milênio alegoricamente. Não acreditam num Milênio literal. Por esse modo,
além de mutilarem o sentido real e literal da profecia, anulam a esperança da Igreja.
Tenhamos cuidado com interpretações feitas superficialmente e de qualquer maneira, sujeitas às
especulações do intérprete, com ideias próprias ou ao que lhe parece razoável. Declarações como: “eu penso
que é isso”, “eu sinto que é isso”, são típicas de interpretações vaidosas, irresponsáveis e vazias de temor a
Deus. Portanto, o método alegórico deve ser utilizado corretamente. Paulo utilizou-o em Gálatas 4.21-31.
Ele tomou as figuras ilustradas no texto com fatos literais da antiga dispensação, mas apresentou-os como
sombras de eventos futuros.
2. O método literal e textual: esse é o método gramático-histórico. Isto é: se preocupa em dar um sentido
literal às palavras da profecia, interpretando-as conforme o significado ordinário, de uso normal. A preocupação
básica é interpretar o texto sagrado consoante a natureza da inspiração da profecia. Uma vez que cremos na
inspiração plena das Escrituras através do Espírito Santo, devemos atentar para o fato de que há textos que
têm apenas um sentido espiritual, sem que exija, obrigatoriamente, uma interpretação literal ou figurada.
Ambos os métodos são válidos, mas devem ser utilizados com cuidado e precisão. há uma perfeita relação
entre as verdades literais e a linguagem figurada. Temos o exemplo bíblico da apresentação de João Batista no
texto de João 1.6, que diz: “houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João”. Notemos que o texto
está falando literalmente de um homem, cujo nome, de fato, era João. Os termos empregados referem-se
literalmente a alguém fisicamente. Mais tarde, João Batista, ao identificar Jesus, usou uma linguagem figurada,
quando diz: “Eis aí o Cordeiro de Deus”, Jo 1.29. Na verdade, Jesus era um homem real e literal, mas João usou
a forma figurada para denotar o sentido literal da pessoa de Jesus.
Assim podemos ver que as profecias não podem ser interpretadas de qualquer maneira, mas precisam
ser entendidas à luz das regras básicas da hermenêutica. Basicamente precisamos seguir algumas diretrizes
para a interpretação apropriada das profecias bíblicas (Bíblia de Estudo Profética, 2005, p. 13):
1. interpretar a profecia literalmente sempre que possível: Deus tencionava dizer o que disse e disse o que
tencionava dizer quando inspirou os escritores bíblicos (1 Pe 1.21). Assim podemos considerar literalmente
a Bíblia na maioria das vezes. Apenas quando símbolos ou figuras de linguagem não fazem sentido
algum é que deveríamos interpretá-los de forma não literal. Mesmo que algumas passagens precisem
ser interpretadas simbolicamente estas apontam para pessoas, coisas e eventos reais, por exemplo: sete
castiçais em Apocalipse 1 representam igrejas reais que existiam quando a profecia foi dada.
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2. Profecias que dizem respeito a Israel e a Igreja não devem ser transpostas: as profecias concernentes
a Israel não devem ser atribuídas à Igreja e vice-versa. A Bíblia dá promessas específicas tanto para
a Igreja de Cristo quanto para a nação de Israel, cada uma especificamente.
3. Quanto a passagens simbólicas devem ser comparados Escritura com Escritura: a Bíblia não se
contradiz. Ela é sobrenaturalmente coerente em todos os seus termos.
3. AS DIMENSÕES DA ESCATOLOGIA
3.1 INTRODUÇÃO
Muitas pessoas associam a palavra Escatologia diretamente ao livro de Apocalipse, o que não é totalmente
errado, porém há muitos outros livros da Bíblia que apresentam elementos escatológicos. Este tópico irá abordar
quais as principais características da Escatologia nas Escrituras, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo
Testamento, além de apresentar ao aluno outras escolas escatológicas. Bons estudos.
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
(Jo 1.11). Muitas profecias do Antigo Testamento agora se tornaram claras e o Novo Testamento mostra que
muitas delas descritas como único acontecimento envolvem na verdade duas etapas (a vinda de Cristo: etapa
1 – encarnação e crucificação, e etapa 2 – a segunda vinda com poder e glória). O Reino de Deus se fez presente
na pessoa e ministério de Jesus Cristo, ao mesmo tempo é um reino futuro e glorioso aguardado ansiosamente
não só pela Igreja, mas também pela nação israelita (Mc 1.15; Lc 11.20; Mt 12.28).
Os Evangelhos descrevem pormenorizadamente os aspectos da vida e
ministério de Jesus, mostrando a confirmação das profecias do A.T. (ver Anexo
1), no livro de Atos temos o início da igreja e sua expansão, o derramamento do
Espírito Santo predito pelo profeta Joel (Jl 2.28). O mistério da Igreja é revelado
no Novo Testamento: o Corpo Invisível de Cristo, aqueles que creem no seu nome,
um povo “chamado para fora” (ekklesia = “chamados para fora”, “assembleia”,
“congregação”), a fim de formar um povo para o seu nome (At 15.13-18). Assim
o foco se desloca de Israel para a Igreja de Cristo. Cristo falou da sua igreja a seus
ESTUDOS FUTUROS discípulos (Mt 16.13-19), mas foi o apóstolo Paulo quem Deus usou para trazer
Tenha Calma! No luz sobre esse mistério (Ef 3.3,9; Rm 16.25-26).
próximo Capítulo Podemos encontrar referências escatológicas em praticamente todo o
estaremos Novo Testamento em maior ou menor grau. O livro de Hebreus não relata
abordando o livro acontecimentos escatológicos, mas em compensação o livro de Apocalipse é
essencialmente escatológico, o livro da Revelação Divina, o único livro profético
de Apocalipse.
do Novo Testamento, mas isso não significa que não haja outras referências
escatológicas em outros livros neotestamentários (ShEDD, 2006).
FIGURA 4: OS PICOS DAS QUADRO: MONTANhAS DA PROFECIA; em Bíblia de Estudo Profética Tim Lahaye, 2005; em 03 jan. 2012.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
de forma mais intensa, até mesmo internamente, atacando a Escatologia clássica. Muitos se levantaram e
confrontaram os ensinos bíblicos ou os interpretaram à sua maneira, chegando a afirmar que Jesus teria até
mesmo se enganado a respeito de alguns eventos ou acontecimentos. Dentre as teorias escatológicas liberais,
as mais conhecidas são:
a) Escatologia Consistente – Também chamada de Radical ou Consequente. Albert Schweitzer (1875-
1966) é o autor desta corrente de pensamento segundo a qual as ações e doutrina de Cristo
tinham meramente um caráter escatológico, ou seja, todas as suas atitudes e ensinos teriam visado
unicamente as coisas vindouras. Jesus teria agido dominado pela vinda iminente do reino de Deus,
conceito tomado da apocalíptica judaica. Dentro desta concepção,
Jesus não consumou suas predições escatológicas, mas os fatos
“previstos” por Ele foram forjados e adaptados às circunstâncias
históricas, eles nunca ocorreram realmente. Além disso, a essência
do cristianismo seria de caráter essencialmente ético, ou seja,
o reino de Deus seria formado de acordo com os esforços dos
cristãos, progressivamente. Jesus realmente ensinou a respeito
das últimas coisas, mas jamais deixou de se preocupar com o ser
humano, sua salvação presente, com a vida prática e sofrida do ESTUDOS FUTUROS
homem no momento histórico vivido (ROLDÁN, 2001, p. 18-21 e Você verá o
ERICKSON, 1991, 15-29).
conceito de
b) Escatologia Realizada – Ponto de vista defendido pelo biblista britânico Apocalíptica
e estudioso neotestamentário Charles Harold Dodd (1884-1975), o Judaica no Capítulo
qual afirmou que as previsões escatológicas bíblicas se cumpriram
todas nos tempos bíblicos e que atualmente não nos resta nenhuma 2 deste livro.
expectativa ou esperança profética para o porvir. Para Dodd:
A nova era já está aqui; Deus estabeleceu o reino. O conceito mitológico do dia do Senhor foi transferido a
um evento histórico específico que já ocorreu, ou, na realidade, a uma série de tais eventos – o ministério,
a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. A Escatologia foi cumprida ou realizada. Aquilo que era futuro
nos tempos dos profetas do Antigo Testamento tornou-se presente. Ao invés de procurar duas vindas
de Cristo, devemos entender que há apenas uma; devemos interpretar estas predições à luz das suas
declarações de que o Reino de Deus está aqui – está próximo. Jesus não estava falando de como seria,
mas de como era (FRIBERG apud Escatologia Reformada, Disponível em: <www.monergismo.com/
textos/Escatologia_reformada.htm>. Acesso em: 02.jan. 2011).
Frente a passagens bíblicas nitidamente escatológicas, como Mateus 24.43-44 e Marcos 13.33-37, Dodd
afirma que não temos que interpretá-las literalmente, pois “parece possível dar a todas essas parábolas
escatológicas uma aplicação dentro do contexto do ministério de Jesus”. Essa Escatologia não deixa nenhum
lugar para o futuro e por isso mesmo chamada de realizada. (ROLDÁN, 2001, p. 21-23 e ERICKSON, 1991, 15-29).
Ainda há outros tipos de Escatologia: Escatologia Inaugurada, Escatologia Idealista, Escatologia Atemporal,
Escatologia Consequente, Escatologia Cósmica, Escatologia Existencialista, Escatologia Vertical, Escatologia
Transcendental etc. O mais importante do estudante saber é que existem inúmeros outros tipos de Escatologia
e que nem todas prezam pela pureza da sã doutrina da Palavra de Deus, pois embora muitos utilizem textos
bíblicos, fundamentam-se principalmente em filosofias humanas idealistas, e são em sua maioria previsões
científicas e especulativas a respeito das coisas futuras, as quais não têm o compromisso de zelar pela inerrância
e integridade da Palavra de Deus.
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b) Escatofobia: é justamente o contrário da Escatomania, ou seja, pessoas que têm medo da Escatologia,
do conhecimento das coisas vindouras, tem aversão ou mesmo recusam-se a discutir o assunto.
Acham que ninguém deveria sequer olhar para o livro de Apocalipse, pois é “um mistério que pertence
somente a Deus“. Tais pessoas na maioria das vezes ficam perplexas com os assuntos escatológicos
ou não os compreendem adequadamente, e assim acabam se alienando do assunto.
Precisamos ser pessoas equilibradas e sensatas, não cair em nenhum dos dois extremos, pois ao Senhor
pertence o dia de amanhã (Mt 6.34), ao mesmo tempo não podemos nos omitir e desprezar a Palavra de
Deus e sua revelação para nós, pois se é uma revelação é porque não está mais em oculta, e sim foi revelada
para que nós conhecêssemos o que em breve virá (Ap 1.1) e ficássemos tranquilos sabendo que o Senhor é
Soberano, ou seja, está no controle de todas as situações.
4.1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estaremos abordando as dispensações e alianças bíblicas. Deus administra o mundo
segundo a sua vontade e soberania, portanto falar em dispensações é falar na administração divina. Porém,
Deus outorga ao homem responsabilidades específicas ao longo da história, e o relacionamento entre Deus
e o homem é sempre baseado em alianças, as quais estabelecem bênçãos ou maldições pela sua obediência
ou desobediência, respectivamente.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
3. Dispensação do Governo Humano (Gn 8.15 – 11.9) – Do dilúvio até a dispersão na Torre de Babel,
cerca de 400 anos.
4. Dispensação do Governo Patriarcal ou da Promessa (Gn 11.10 – Ex 19.8) – Da chamada de Abraão
até a libertação do povo de Israel do Egito, cerca de 400 anos.
5. Dispensação da Lei (Ex 19:9 – At 2.1) – Da libertação do povo de Deus por Moisés do Egito, até a
crucificação e ressurreição de Cristo, cerca de 1430 anos.
6. Dispensação da Graça ou Eclesiástica (At 2.1 – Ap 3.22) – Da crucificação e ressurreição de Cristo até
os nossos dias, a descida do Espírito Santo, ou seja, do ano 1 a.D. a ???? (do nascimento de Cristo
até o inicio da Grande Tribulação - ????) - é a época que vivemos atualmente. Somos personagens/
atores no desenrolar dos acontecimentos. Estamos dentro desta história e fazendo história no
Reino de Deus! O apóstolo Paulo diz que é a Dispensação do Mistério (Ef. 3.2-3; Gn. 3.13; Ap. 11.7).
É também chamada de Dispensação da Igreja e do Espírito Santo, pois são mais de dois mil anos de
especial atuação e oportunidade, que na sua misericórdia, Deus está dando para todos os povos
se arrependerem de seus pecados e crerem em Cristo. Embora a Lei não fosse anulada, com o
sacrifício de Jesus Cristo começou a OPERAÇÃO DA GRAÇA E DA VERDADE por Jesus Cristo (Lc 16.16;
Jo 1.17; Mt 5.17). A Dispensação da Graça foi selada com o batismo do Espírito Santo sobre a Igreja
Primitiva (At 2.1-4). Quanto tempo ou quantos anos restam? Ninguém sabe, senão o Pai, quando
esta dispensação irá terminar. É um segredo de Deus. Jesus começou esta dispensação e somente
Ele poderá terminá-la com o arrebatamento dos salvos (Ap 3.7).
7. Dispensação do Milênio (Ef 1:10; Ap 20.4) – Durará 1000 anos e será o governo de Cristo na Terra,
e começará logo depois da grande tribulação e da guerra do Armagedom. Duração: 1000 anos.
Pela sua importância para nosso estudo, esta dispensação será abordada num tópico separado
posteriormente.
Povoar a Terra; A serpente foi é confirmada a Faria de Israel uma Dada a Israel; Melhores promessas; A Casa de Davi:
Subjugar a Terra; amaldiçoada; relação do homem grande nação; Dividida em três Mente e coração prosperidade da
Dominar sobre os Surge a primeira com a terra; A descendência seria partes: dispostos; família;
animais; promessa; é confirmada a ordem abençoada; Os mandamentos Um relacionamento O Trono – uma
Alimentar-se de ervas O estado da mulher é da natureza; Seu nome seria revelam a justiça de pessoal com Cristo; autoridade real;
e frutos; alterado; é instituído o governo grande; Deus; A destruição do O reino davídico – um
Abster-se de comer A dor do parto é humano; Quem a abençoasse Os juízos revelam as pecado; governo;
da árvore do multiplicada; Jamais voltaria seria abençoado; exigências sociais; A consumação da Perpétua, eterna;
conhecimento do Maternidade com a haver dilúvio Seria uma bênção; As ordenanças redenção; Cristo assentar-se-á
bem e do mal; sofrimento. universal, ou seja, Quem a amaldiçoasse revelam a vida Perpetuidade, no trono de Davi.
O castigo era a morte. A terra é juízo pelas águas. seria amaldiçoado; religiosa. conversão e bênçãos.
amaldiçoada; Em Israel, todas as Morte revelada.
O sofrimento na vida famílias da terra
torna-se inevitável; seriam abençoadas;
Surge o trabalho A terra prometida.
fatigante;
Surge a morte física
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Das sete dispensações, cinco já expiraram: Inocência, Consciência, Governo Patriarcal, Lei, Governo
humano. Atualmente vivemos a dispensação da Graça. Uma está por vir: Milênio (Reino Milenar). Quando esta
última for estabelecida, o Governo Divino, a dispensação da Graça terá fim e estabelecida à teocracia milenar
(Dn 2.44). Atendendo aos interesses dos nossos estudos, nos deteremos nas duas últimas dispensações.
NOTA!
Caro aluno, para aprofundar os seus conteúdos sobre dispensações
e alianças bíblicas sugerimos a leitura do livro de Lawrence Olson,
“O Plano Divino Através dos Séculos”, da editora CPAD, juntamente
com o suplemento do livro: Mapa das Dispensações.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
CONVERSANDO!
Chegamos ao fim do nosso primeiro capítulo. Espero que você
tenha gostado deste estudo. Oramos a Deus para que você possa
crescer, não só na graça, mas também no conhecimento de Deus.
RESUMO DO CAPÍTULO
Neste primeiro capítulo pudemos aprender os conceitos preliminares para nosso estudo sobre o futuro:
· aprendemos que a Escatologia é o estudo das últimas coisas ou acontecimentos,e é um dos campos de
estudo da Teologia Sistemática, além de fazer parte da dogmática cristã. é de suma importância que
todo cristão conheça o que a Bíblia diz a respeito do futuro para não cair em enganos e falsas doutrinas.
· Vimos que a Escatologia Bíblica está fundamentada nas Escrituras Sagradas, porém há outros tipos
de Escatologia.
· Aprendemos também as razões para o estudo da Escatologia, fatores que geram dúvidas e confusões.
· Estudamos que a Escatologia pertence ao campo da profecia bíblica, a divisão das profecias bíblicas e a
forma correta de interpretação da palavra profética, o caráter escatológico do Antigo e do Novo Testamento.
· Também vimos que é preciso compreender os aspectos relacionados às dispensações e alianças
bíblicas para uma melhor compreensão dos eventos escatológicos.
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ANOTAÇÕES
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
ESCATOLOGIA BÍBLICA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 1
Nome: Série: Data da Entrega:
Prezado aluno, através desta autoatividade você terá a oportunidade de rever o conteúdo estudado neste
capitulo. Esta é uma atividade avaliativa, portanto, faça-a com atenção e dedicação. Boa revisão!
QUESTÕES:
1. Defina Escatologia e responda qual a sua principal preocupação.
2. Quais os principais fatores que causam dúvida e confusão no campo de estudo escatológico?
3. Fale a respeito do caráter escatológico do Antigo Testamento e no Novo Testamento.
4. Faça um pequeno texto (máximo 10 linhas) justificando a frase: “A Escatologia pertence ao campo da
profecia bíblica, porém nem toda profecia é escatológica”.
5. Qual é procedimento correto para interpretarmos as profecias escatológicas?
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ANOTAÇÕES
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
CAPÍTULO 2
O LIVRO DE APOCALIPSE
02
CAPÍTULO
FIG. 8: ANTIGO TESTAMENTO; em: www.ieqlimeira.com.br/biblia/01Gene00.htm; em: 06 jan. 2012.
1.1 INTRODUÇÃO
No Capítulo 2 deste livro iremos estudar o Livro de Apocalipse, suas
principais características e como se conecta com os demais livros das Escrituras.
Neste primeiro tópico vamos aprender a respeito da literatura apocalíptica,
uma linguagem muito comum na época em que Apocalipse foi escrito e que
acabou originando os chamados Apocalipses Apócrifos. Depois abordaremos
as principais escolas de interpretação do Apocalipse. Bons estudos!
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IMPORTANTE!
A Apocalíptica judaica refere-se a uma corrente de
pensamento e literatura produzida entre 200 a.C. e 200 d.C.
A “Apocalíptica Judaica” surgiu durante o período intertestamentário. Era uma resposta à crise nacional
e opressão (era uma linguagem em código e mítica), pois abrange um dos períodos mais difíceis da história
judaica. Ao invés da era dourada, os judeus experimentaram invasão e dominação romana, perseguição
religiosa, além do silêncio profético por mais de quatrocentos anos. Este era um meio de responder que, apesar
das dificuldades momentâneas, no final seriam conduzidos por Deus à vitória, além de que as mensagens
simbólicas eram necessárias para transmitir mensagens codificadas para o povo que se encontrava em perigo.
Em termos de forma, estilo e assunto, o Apocalipse de João claramente parece com esse tipo de literatura.
Sua preocupação, típica da literatura apocalíptica, eram as realidades eternas, o fim do mundo, os novos céus e
a nova terra. Como os demais escritos apocalípticos, João faz uso de símbolos e imagens veterotestamentárias,
porém há diferenças significativas em relação ao apocalipse bíblico e a literatura apocalíptica.
As principais características da literatura apocalíptica judaica e que diferencia os seus escritos dos escritos
cristãos canônicos são (WOODS apud LAhAYE e hINDSON, 2010, p. 61 – 67; IZIDRO, 2007):
· Na literatura apocalíptica há uso de pseudônimos – João escreve em seu próprio nome, não usa
pseudônimos, ou seja, não escreve em nome de algum personagem do passado que poderia,
supostamente, validar o que escreveu;
· Na literatura apocalíptica há relato de visões, viagens ao além (céu ou inferno) através de
arrebatamentos visionários onde o vidente geralmente os obtinha através de sonhos ou em êxtase;
· Linguagem simbólica extraída da natureza ou ficção mitológica;
· Pessimismo quanto ao presente – O Apocalipse Joanino não é pessimista, mas uma exortação e
conforto à igreja de Cristo;
· Na literatura apocalíptica não há estrutura epistolar;
· Poucas admoestações de ordem moral;
· A mensagem não é repassada como profecia, enquanto que o Apocalipse Joanino afirma ser uma
profecia revelada diretamente por Deus e confirmado por autoridade divina (Ap 1.1-3; 22.6; 18-20).
· Na literatura apocalíptica a vinda do Messias é considerada um evento exclusivamente futuro
enquanto que João escreve sobre a volta de Jesus, o Messias.
Segundo Andy Woods (apud LAHAYE e HINDSON, 2010, p. 61 – 67), por causa destes fatos, nem toda a
literatura apocalíptica judaica possui inspiração do Espírito Santo ou revela os planos proféticos de Deus. Até
o século II, muitos outros escritores surgiram e escreveram textos utilizando essa linguagem, muitos deles na
mesma época do Apocalipse Joanino, e aí apareceu uma série de obras extrabíblicas e não canônicas, como
por exemplo: Enoque, Apocalipse de Baruque, Jubileus, Assunção de Moisés, Salmos de Salomão, Testamento
dos Doze Patriarcas, Oráculos Sibilinos, Apocalipse de Paulo etc.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
2.1 INTRODUÇÃO
O Livro de Apocalipse é considerado por muitas pessoas um livro de difícil compreensão, um enigma
sem solução, mas ele não é nada disso. É sem dúvida nenhuma, um dos livros mais fascinantes da Bíblia. É a
Revelação de Jesus Cristo, a mensagem de esperança de Deus para seus filhos. Ele consola e anima, traz uma
mensagem de encorajamento, de fortalecimento, pois nos diz que ao final o nosso Senhor virá triunfante – Ele
voltará para nós: “MARANATA” – Ora vem, Senhor Jesus”.
Por ser um livro bastante polêmico, muitos cristãos preferem simplesmente ignorá-lo. Compreender o
livro de Apocalipse não é uma coisa simples, mas também não é impossível. É uma revelação (Apocalipse =
Revelação), e se é uma revelação é porque não está mais obscuro, escondido. Temos que nos achegar a ele
com humildade e em oração. Alguém disse: “Quem não tem dúvida nenhuma na interpretação de grandes
partes do Apocalipse, tem mais coragem que sabedoria” (PEARLMAN, 2006, p. 342).
há uma maravilhosa bênção para todos aqueles que estudam suas palavras: “Bem aventurado aqueles
que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas” (Ap 1.3). “Bem
aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro” (Ap 22.7). Se há tanta insistência para nós
estudarmos suas palavras é porque realmente sua mensagem é de grande valor.
Este tópico do seu livro de estudo irá apresentar um panorama geral do livro de Apocalipse, no entanto
os grandes temas a ele relacionados serão abordados em capítulos posteriores no decorrer do nosso curso,
lembrando que nosso principal objetivo é apresentar os principais assuntos relacionados à Escatologia Bíblica
(eventos futuros) e não um estudo aprofundado somente deste livro, o qual poderá ser realizado posteriormente
pelo próprio aluno.
IMPORTANTE!
Como fortalecer pessoas que são perseguidas por serem cristãs?
Como motivar pessoas que rejeitam a Deus a se arrependerem
e se voltarem para Ele? A resposta de Deus para ambas as
perguntas é a mesma: contando-lhes o que acontecerá no futuro,
exatamente o que Ele faz no último livro da Bíblia.
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IMPORTANTE!
Jesus revela, João anota, a Igreja aprende! O conteúdo de
Apocalipse é revelado ao povo de Deus, à Igreja de Cristo, e
não para pessoas descrentes (Am 3.7) e este é, sem dúvida
alguma, um dos motivos de tanta confusão e incoerência na
interpretação deste livro.
O tema central deste livro pode ser resumido em Apocalipse 1.17: “Eis que vem com as nuvens, e todo
olho o verá, até mesmo os que o transpassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente.
Amém”, ou seja, o tema envolve a volta de Jesus Cristo e todos os eventos que acompanharão seu retorno.
Esta volta será visível a todos os moradores a terra, muitos dos quais se lamentarão sobre o juízo que ele trará
contra a humanidade pecadora.
há três palavras gregas que apontam para o advento de Cristo na sua Segunda Vinda: Apokalupsis
ou Apokalypsis (revelação), Parousia (ato de chegada, vinda ou presença), Epiphaneia (manifestação,
aparecimento, resplandecer).
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
Há muitos outros símbolos neste livro que são originários das passagens dos dois Testamentos, o que
fundamenta a sua compreensão. Somente do Antigo Testamento são 285 referências, principalmente nos livros
de Isaías, Daniel, Ezequiel, Joel e Zacarias. Dentre os livros do Novo Testamento que apresentam maior ligação
com o Apocalipse estão o Evangelho de Mateus, I e II Tessalonicenses, I Coríntios e II Pedro.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
IMPORTANTE!
Apocalipse – A Revelação de Jesus Cristo. É o único livro
profético do Novo Testamento.
IMPORTANTE!
O livro de Apocalipse é a mensagem de Jesus Cristo à sua
Igreja, na qual Ele esboça o clímax da história humana.
(LAHAYE, 2005, p. 1163).
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3.1 INTRODUÇÃO
Este livro foi escrito como uma epístola – começa com uma breve introdução, endereçamento e saudação
aos destinatários. A seguir o apóstolo fala a respeito de sua responsabilidade e como o Senhor o comissionou
a escrever as visões que tanto o impressionaram. Nesta epístola estão incluídas a própria visão de Jesus
glorificado, uma mensagem para cada uma das sete igrejas da Ásia e os eventos que se tornarão conhecidos
na terra depois que os crentes fiéis forem levados para o céu no evento conhecido como arrebatamento.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
A profecia continua. João vê sete castiçais de ouro – símbolo das igrejas mencionadas logo nos capítulos
subsequentes (caps. 2 e 3). No meio destes castiçais tem uma visão de uma forma humana – “Um semelhante
ao Filho o homem” – era Jesus glorificado, profetizado por Daniel 7.13.
Jesus, o “Filho do homem” é o cabeça e juiz das igrejas, revestido de dignidade sacerdotal e majestade
real. João o chama de: Testemunha fiel, o primogênito entre os mortos, o soberano dos reis da Terra e aquele
que nos ama e nos libertou de nossos pecados por meio do seu sangue. Cristo descreve a si mesmo como
sendo: o Alfa e o ômega, Aquele que está vivo e viverá para todo o sempre, aquele que tem as chaves da
morte e do hades. Cada detalhe da visão é descrito pelo apóstolo, uma descrição simbólica que diz respeito
à obra acabada do Senhor e Salvador Jesus – o próprio Espírito Santo explica esses detalhes em outras partes
da Escritura:
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
Conforme cita John Phillips (2004, p. 278-283), existem pelo menos três formas diferentes de se estudar
as cartas às igrejas de Apocalipse. Alguns consideram que são advertências literais ás sete igrejas. Outros
reputam que são mandamentos práticos para as igrejas de todas as eras do período da igreja, sendo que estas
simbolizam situações que constantemente reaparecem entre o povo de Deus. Outros creem que as sete igrejas
são proféticas e simbolizam períodos referentes à história eclesiástica.
Do ponto de vista futurista dispensacionalista, ao qual fazemos parte, há adeptos de duas correntes de
pensamento: 1. Aqueles que acreditam que as igrejas dos capítulos 2 e 3 de Apocalipse representam os sete
períodos da história da Igreja e também as igrejas da época do apóstolo João; 2. Aqueles que acreditam que
tais capítulos apenas descrevem as Igrejas dos tempos de João.
Cada carta contém: 1. uma saudação ao anjo (mensageiro) da igreja; 2. uma descrição de Cristo ressurreto
tirada da visão de 1.9-20; 3. elogio à igreja (exceto na carta a Laodiceia); 4. crítica à igreja (exceto nas cartas a
Esmirna e Filadélfia); 5. uma advertência; 6. uma exortação que começa com as palavras “quem tem ouvidos...”;
7. uma promessa.
Segue abaixo uma tabela que resume os principais fatos referentes às sete igrejas apocalípticas:
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
Ou como mostra Dennis J. Mock (2001, p. 263) na tabela abaixo: quem é Cristo e o que Ele realmente
procura nas igrejas:
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No final do livro de Apocalipse (epílogo – 22.6-11), João recebe a promessa do Senhor de que a mensagem
que recebeu é “fiel e verdadeira” e de que haverá recompensa para aqueles que forem fiéis e leais. Essa
recompensa é trazida pelo próprio Jesus, que vem “sem demora”. Maranata – “Ora, vem, Senhor Jesus!”
ESTUDOS FUTUROS
Tenha calma!
Muitos dos assuntos abordados no Livro de Apocalipse estão
inseridos nos grandes temas da Escatologia os quais serão
estudados nos capítulos posteriores.
RESUMO DO CAPÍTULO
Neste capítulo pudemos aprender vários conceitos referentes à literatura apocalíptica e ao livro de
Apocalipse:
· aprendemos o que representa a Apocalíptica Judaica e quais os apocalipses cristãos apócrifos;
· estudamos as principais Escolas de Interpretação do Apocalipse: Preterista, histórica, Idealista,
Futurista e Eclética.
· O livro de Apocalipse é a Revelação de Jesus Cristo – Ap 1.1 “Revelação de Jesus Cristo,... para mostrar
as coisas que brevemente devem acontecer”. Autor do livro: apóstolo João, quando estava preso na
Ilha de Patmos. Data: 95 d.C. É um livro repleto de símbolos que retratam eventos e pessoas reais,
e está conectado com praticamente todos os livros da Bíblia.
· O Versículo Chave de Apocalipse: 1.17: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo
os que o transpassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém”; e
o Versículo da divisão de apocalipse: Apocalipse 1.19: “Escreve, pois, as coisas que tens visto, e as
que são, e as que depois destas hão de acontecer”. Divisão do livro: “As coisas que viste” (Passado);
“As coisas que são” (Presente); “As coisas que hão de acontecer” (Futuro).
· A primeira visão que o apóstolo João relata no livro é a do Senhor Jesus glorificado em meio a sete
castiçais (igrejas) e com sete estrelas (anjos das igrejas) na mão direita. As sete igrejas representam:
igrejas históricas localizadas na Ásia Menor no tempo de João; mandamentos práticos para as igrejas
de todas as eras; são proféticas e simbolizam a história da igreja na terra.
· Igrejas: éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia, Laodiceia Cada mensagem contém:
1. uma saudação ao anjo (mensageiro) da igreja; 2. uma descrição de Cristo ressurreto tirada da
visão de 1.9-20; 3. elogio à igreja (exceto na carta a Laodiceia); 4. crítica à igreja (exceto nas cartas
a Esmirna e Filadélfia); 5. uma advertência; 6. uma exortação que começa com as palavras “quem
tem ouvidos...”; 7. uma promessa.
· Em seguida é apresentada uma visão dos céus (4.1-5.14) e a seguir o Senhor revela a João os fatos
que hão de acontecer. No final de Apocalipse há o fechamento da epístola, com uma promessa de
Jesus para aqueles que perseverarem.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
ESCATOLOGIA BÍBLICA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 2
Nome: Série: Data da Entrega:
QUESTÕES:
1. O que você entende por literatura apocalíptica? Qual a diferença entre o Apocalipse e os apocalipses
apócrifos?
2. Explique resumidamente as principais escolas ou linhas de interpretação do Apocalipse.
3. O que significa Parousia?
4. Qual o versículo da divisão do Apocalipse e o que isso significa?
5. Descreva a visão que João teve de Cristo glorificado e a interpretação de cada um dos itens descritos.
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ANOTAÇÕES
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
CAPÍTULO 3
A MORTE, O ESTADO INTERMEDIÁRIO E A
RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
03
CAPÍTULO
FIGURA 12: CEMITéRIO; em <pbangelo.blogspot.com/.../Escatologia-1-o-estado-intermediario.html>;em:
12 jan. 2012
1. A MORTE
1.1 INTRODUÇÃO
A morte. Este é um tema que praticamente todo ser humano evita
comentar ou mesmo aceitar. É um assunto indigesto, mas durante toda a nossa
vida passamos debaixo dessa ameaça, pois desde que nascemos nos dirigimos
inevitavelmente para a morte.
Há muitos que fogem do assunto ou preferem não falar sobre ela para não
recordar de momentos tristes. Existe uma frase que diz: “Só compreendemos
a dor da morte quando ela toca alguém que amamos”. Não conseguimos
aceitá-la com naturalidade, nos é estranha, e por isso mesmo reclamamos
contra ela. Incomoda-nos de tal forma, pois não fomos criados para ela, mas
sim para termos vida e assim estarmos eternamente junto ao Senhor. Esse
era o desejo de Deus no princípio, e ainda é: que vivamos eternamente ao
seu lado. Porém, por causa do pecado o castigo da morte entrou no mundo.
“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois
disso, o juízo”. (Hb 9.27)
Embora seja uma questão não muito simpática, é sem dúvida alguma um
assunto de extrema importância para todos os seres humanos e necessário para
o entendimento dos eventos futuros. Neste capítulo estudaremos a “Doutrina
da Morte” e os tópicos a ela relacionados. Bons estudos!
Uma vez principiada, a vida segue seu curso e não reverterá nem o
interromperá, não se elevará, não te avisará de sua velocidade. Transcorrerá
silenciosamente, não se prolongará por ordem de um rei, nem pelo apoio
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
do povo. Correrá tal como foi impulsionada no primeiro dia, nunca desviará seu curso, nem o retardará. Que
sucederá? Tu estás ocupado, e a vida se apressa; por sua vez virá a morte, à qual deverás te entregar, queiras
ou não (SENECA, 1993, p. 36-37).
NOTA!
Caro aluno, neste momento é bom que você reveja alguns
conceitos aprendidos em Teologia Sistemática sobre a alma e
sua procedência, dicotomia e tricotomia.
Apenas relembrando – Conceitos Chave para o bom
entendimento dessa matéria:
Homem = Corpo + Alma + Espírito (Tricotomia)
Parte Material = Corpo (homem exterior); Parte Imaterial = Espírito e Alma (homem
interior) (2 Co 4.16; Ef 3.16);
Não confundir:Espírito de Deus ≠ espírito do homem ≠ espíritos malignos; (Rm 8.16)
Espírito do homem ≠ alma; (Hb 4.12; 1 Ts 5.23)
48
ESCATOLOGIA BÍBLICA
CONVERSANDO!
Nossa alma é imortal ou eterna?
Eterno – é tudo aquilo que não foi criado, pois sempre existiu e
sempre existirá, não teve um nascimento, ou uma criação.
Imortal – é tudo aquilo que foi criado ou teve um nascimento,
mas que nunca mais vai deixar de existir.
Deus é eterno. Nossa alma não é eterna, mas imortal.
49
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
50
ESCATOLOGIA BÍBLICA
IMPORTANTE!
O remédio para a morte espiritual é a regeneração em Cristo
Jesus, para a morte física a ressurreição através da sua vinda,
porém para a morte eterna ou segunda morte não há cura.
51
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
morte como resultado da maldição divina. Naquele dia, Adão e Eva morreram moralmente e espiritualmente.
Morte moral – porque sua natureza ficou pecaminosa, adquiriram a tendência de seguir seu próprio caminho
alheio a Deus e ao próximo. Morte Espiritual – porque o relacionamento de comunhão íntima que tinham
com Deus foram rompidos. Este relacionamento só pode ser reatado pelo homem através de Cristo. Todos
estão alienados de Deus e da vida nele, isto é estão espiritualmente mortos (Ef 4.17-18). Por fim, naquele dia
fatídico, a lei da morte eterna começou a vigorar: a eterna condenação e separação de Deus como resultado
da desobediência.
Em todos os seus aspectos, a morte resulta do pecado, é sinal e fruto dele como cita Tiago 1.14-15:
“Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a
concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte”. Portanto, o pecado
frutifica e gera a morte.
Com a queda ficamos todos num estado de pecado, separados espiritualmente de Deus (morte espiritual),
sujeitos à morte física e, ainda, destinados à condenação depois desta existência (morte eterna). Portanto,
a morte física não é apenas um fenômeno orgânico, em que as funções vitais do organismo cessam, mas o
primeiro efeito externo e visível da ação do pecado (Gn 2.17; 1 Co 15.21; Tg 1.15).
A única maneira do ser humano escapar da morte em todos os seus aspectos é através de Jesus Cristo (2
Tm 1.10). Mediante sua morte vicária e ressurreição, Jesus reconciliou com o Pai todos aqueles que o aceitarem
como Senhor e Salvador e desfez a separação espiritual resultante do pecado (2 Co 5.18 e Bíblia de Estudo
Pentecostal, 1995, p. 789)
52
ESCATOLOGIA BÍBLICA
Para os descrentes, a morte é sem dúvida alguma uma experiência terrível, porque põe fim a todas suas
esperanças e sonhos, tudo pelo que viveram e trabalharam, por terem permanecido nesta vida “mortos em
ofensas e pecados” (Ef 2.1), além de que a morte corpórea acaba com qualquer oportunidade de terem um
encontro com Jesus, de o aceitarem como Senhor e Salvador: “E, como aos homens está ordenado morrerem
uma vez, vindo, depois disso, o juízo” (hb 9.27). Para estes não há mais esperança, não lhes resta mais nada
senão os permanentes efeitos do pecado e do mal, a separação eterna da comunhão de Deus por toda a
eternidade, por terem rejeitado o unigênito filho de Deus, o Salvador: “hoje, se ouvirdes a sua voz, não
endureçais os vossos corações” (hb 4.7).
A fé em Cristo modifica nosso modo de pensar e agir, em todos os sentidos, e não é diferente quanto à
morte, pois ela não nos rouba nada pelo qual tenhamos vivido e ardentemente desejado, antes nos assegura
que teremos coisas melhores, bênçãos maiores, uma pátria celestial preparada especialmente para nós. é um
novo começo para uma vida mais plena, não um terror, mas apenas uma transição, a libertação das aflições
deste mundo e do corpo terreno, para ser revestido de glória e vida celestiais, é o descanso do trabalho e lutas
terrenas (2 Co 4.17; 5.1-5; Ap 14.13).
O apóstolo Paulo fala sobre isso: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fl 1.23), ou
seja, morrer para o crente significa ganhar em Cristo, mais de Cristo, mais vida, pois nada mais poderá nos
separar no Nosso Senhor e Salvador – e isso é muitíssimo melhor do que qualquer coisa nesta vida. Paulo fala
de sua morte não como uma derrota, mas como uma partida, como alguém que vai a uma viagem (do grego
“êxodos”) para um lugar, uma pátria melhor (hb 11.16), um lugar de paz e alegria superiores, sem comparação
a qualquer coisa que conheçamos nesta vida (Rm 8.38-39; Lc 16.22; 23.43).
“Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos” (Sl 116.15). Isso mostra que o Senhor está
atento aos seus, cuida de suas vidas, mas também das circunstâncias de sua morte (Rm 8.28, 35-39) e, neste
momento, Ele estará ali com eles, pois a morte do justo é de grande valor e, para Deus, um momento de grande
vitória e libertação total de todo o mal, jamais poderão ser tomados das mãos do seu Senhor.
A Bíblia diz que, na morte, o cristão encontrará paz (Is 57.1-2), entrará na glória (Sl 73.24), será levado por
anjos para “o seio de Abraão” (Lc 16.22), irá ao Paraíso (Lc 23.43), à casa do nosso Pai onde há muitas moradas
(Jo 14.2), é uma partida “bem-aventurada para estar com Cristo” (Fl 1.23), irá habitar com o Senhor (2 Co 5.8),
é um dormir (descansar) em Cristo (1 Co 15.18; Jo 11.11; 1 Ts 4.13), “é ganho...ainda muito melhor” (Fl 1.21,
23), pela sua perseverança receberá a Coroa da Justiça (2 Tm 4.8; Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995, p. 790)
CONVERSANDO!
“Para o cristão, a morte é o êxodo, o içar das âncoras, a chegada
ao lar. Aqui, somos como navios ancorados; na morte, somos
lançados em nosso verdadeiro elemento”. Augustus H. Strong
LEITURA COMPLEMENTAR1
O DILEMA EXISTENCIAL HUMANO
53
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
Ora, essas ideias são refutadas pela Bíblia Sagrada. A morte nada tem de natural. É algo inatural,
impróprio e hostil à natureza humana. Deus não criou o ser humano para a morte, mas ela foi
manifestada contra o pecado (Gn 2.17; 3.19; Rm 5.12, 17; Rm 6.23; 1 Co 15.21; Tg 1.15).
2. Materialismo. Não admite as coisas espirituais. Do ponto de vista dos materialistas, tudo é matéria.
Entendem que a matéria e incriada e indestrutível substância da qual todas as coisas se compõem
e à qual todas se reduzem. Afirmam ainda que, a geração e a corrupção das coisas obedecem a
uma necessidade natural, não sobrenatural, nem ao destino, mas às leis físicas. Portanto, o sentido
espiritual da morte não é aceita pelos materialistas. O cristão verdadeiro não foge à realidade
da morte, mas a enfrenta com confiança no fato de que Cristo conquistou para Ele a vida após a
morte – a vida eterna (Jo 11.25).
3. Estoicismo. Os estoicos seguem a ideia fatalista que ensina que a morte é algo natural e devemos
admiti-la sem temê-la, uma vez que o homem não consegue fugir ao seu destino.
4. Platonismo. O filósofo grego Platão ensinava que a matéria é má e desprezível, só o espírito é que
importa. Porém, não é assim que a Bíblia ensina. O corpo do cristão, a despeito de ser uma casa
material, temporária e provisória, é templo do Espírito Santo (1 Co 3.16,17). Somos ensinados a
proteger o corpo para a manifestação do Espírito de Deus.
NOTA!
Para você que gosta de enriquecer seus conhecimentos
gerais, também deixamos a sugestão de visita ao site:
<http://mrkk.forumbrasil.net/t120-o-tenebroso-museu-da-
morte-em-palermo>, o qual mostra um dos museus mais
assustadores do mundo: Museu da Morte em Palermo.
5. O ESTADO INTERMEDIÁRIO
5.1 INTRODUÇÃO
Neste segundo tópico estaremos estudando a doutrina do Estado Intermediário dos Mortos. Após o óbito,
o que acontece com a alma e o espírito de uma pessoa? Qual o local daqueles que faleceram? Onde estão?
há inúmeras teorias e suposições das mais diversas religiões cristãs e não cristãs. Neste tópico estaremos
estudando o que as Escrituras falam a respeito do estado intermediário dos mortos.
54
ESCATOLOGIA BÍBLICA
Os reformadores rejeitaram a doutrina católica do purgatório e toda ideia que implicasse num lugar
intermediário para os mortos. Para eles, quando alguém morria ia diretamente para o céu ou para o inferno,
dependendo se fosse justo ou ímpio, e isso ocorria sem fazer nenhuma parada no meio do caminho em algum
lugar de transição.
5.5 INFERNO
Segundo Orlando Boyer (2010, p. 277-278), inferno é o local de suplício das almas dos não salvos ou
perdidos, e há quatro palavras traduzidas como inferno nas Escrituras: Sheol, Hades, Gehenna e Tartaroo. Em
algumas ocasiões a palavra Queber (do hebraico qébher ou qever) também aparece traduzida como inferno,
porém seu real significado é “sepultura ou cova”.
IMPORTANTE!
Inúmeras versões da Bíblia em português traduzem as
palavras Hades, Sheol, Geena, e Tártaroo simplesmente como
“inferno” e isso, muitas vezes, foi feito para tornar a palavra
menos agressiva aos leitores, porém seus reais significados
precisam ser considerados para um melhor entendimento.
Hades possui sua origem no idioma grego e tem o mesmo significado da palavra hebraica Sheol, ambos
traduzidos comumente para o português de forma errada como inferno, porém seu verdadeiro significado é:
“lugar das almas que partiram deste mundo” (Mt 11.23), a “terra ou mundo dos mortos”. Sheol é usada em
Pv 27.20; Os 13.14 e outras passagens veterotestamentárias, enquanto que no Novo Testamento é comum
o uso da palavra Hades, mas ambas representam o lugar espiritual em que as almas e espíritos dos mortos
habitam fixamente até que seus corpos sejam ressuscitados.
Geena (ou Gehena ou Ghenna) – Palavra grega sempre traduzida como Inferno (Mt 5.22, 29; 10.28; 18.9;
23.15; 23.33; Mc 9.43, 9.45, 47; Lc 12.5; Tg 36. Diz respeito ao Vale de hinom – vale ao sul Jerusalém onde era
queimado o lixo, dia e noite, e ali também eram queimados os cadáveres de criminosos e animais; neste lugar os
israelitas apóstatas queimaram seus filhos em adoração ao deus pagão Moloque (Jr 7.8, 31). Geena é traduzido
para o hebraico como Tofete (Is 30.33), considerado pelos judeus o lugar mais repugnante do mundo. Segundo
a apocalíptica judaica, este vale se tornaria, depois do juízo final, no inferno de fogo. Esse conceito veio a ser
posteriormente aplicado a descrição do inferno, simbolicamente ligado ao conceito de punição eterna, no lugar
onde o “fogo não se apaga” (COENEN e BROWN, 2007, p. 1024-1025; Goulart, 2002, p.25; SILVA, 1988, p. 168).
55
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
Lago de fogo – Sinônimo de Geena. Também possui os seguintes sinônimos: fogo eterno (Mt 18.8; 25.41),
fogo inextinguível (Mt 3.12; Mc 9.44-48), fogo e o verme (Mc 9.48), fornalha ardente (Mt 13.42), lago de fogo
(Ap 20.14); fogo e enxofre (Ap 14.10; 19.20; 20.10). De acordo com Gênesis 19.14 (ver também Sl 11.6; Ez
38.22), este foi o castigo de Sodoma e Gomorra.
Tártaroo (tártaro ou tártaros) – “O Abismo Negro” – palavra grega que significa “o mais profundo abismo
do hades”, “o profundo”, “o abismo”, ou “poço do abismo” (2 Pe 2.4). Local onde estão aprisionados espíritos
maus e anjos decaídos das ordens mais baixas, que não obedecem nem a Lúcifer (Ap 9.1-21; 11.7, 17.8).
Abaddon – “Destruição, perdição, ruína”. Palavra de origem hebraica, em grego Apolion. Pode significar
destruição (Jó 31.12), abismo, porém seu uso mais comum é como “anjo do abismo” ou “o destruidor”, aquele
que governa as regiões do inferno (Ap 9.11, Ap 20.13-15; 21.8). (COENEN e BROWN, 2007, p. 1024-1025;
Goulart, 2002, p.25).
As Escrituras descrevem o inferno como lugar de castigo eterno (Mt 25.46), chamas eternas (Is 33.14),
fogo que não se apaga (Mt 3.12), fornalha acesa (Mt 13.41-42, 49-50), fogo eterno (Mt 25.41), fogo e enxofre
(Ap 14.9-10), lugar de punição (II Pe 2.4) e tormento (Lc 16.23), lago de fogo (Ap 20.15; Bíblia de Estudo
Pentecostal e Plenitude).
IMPORTANTE!
O inferno deve ser explicado de maneira que preserve a
integridade das Escrituras!
O Novo Testamento é rico em citações a respeito desse terrível lugar (Geena), principalmente do próprio
Jesus, que advertiu inúmeras vezes a todos que o ouviam a respeito desse destino (Mt 5.2, 29; 10.28; 23.15,33;
Mc 9.45-48; Lc 12.5, etc). Apocalipse fala sobre o lago de fogo (Ap 19.20; 20.14-15; 21.8), o qual será a morada
eterna dos incrédulos, que colherão a consequência das suas escolhas, pois excluíram a Deus de suas vidas. O
desejo de Deus é que todos sejam salvos, mas não interfere no livre arbítrio humano, não obriga ninguém a
servi-lo ou obedecê-lo. “Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto, convertei-
vos e vivei” (Ezequiel 18.32). O homem irá colher aquilo que ele mesmo plantou durante a sua vida. Deus nos
aconselha severamente para evitarmos a todo o custo este terrível lugar.
Características do Inferno – Um lugar sem amor, sem bênção alguma, sem a presença de Deus, cheio
de miséria e dor, choro e angústia (Mt 8.12; 25.46; Lc 13.28), sem compaixão nem bondade, lugar de trevas
ininterruptas, repleno de maldade, perversão e impiedade (Lc 25.30); lugar de dor física, lamentos, sofrimentos,
solidão (Ap 20.1-3), e isso durará enquanto Deus existir, ou seja “para todo o sempre” (Ap 19.3; Is 34.10). Lugar
que nunca enche (Pv 30.15-16); Não é um lugar preparado para o homem, mas para o diabo e seus anjos os
demônios (Mt 25.41; Ap 20.10; OLSON, 2002, p. 220-227; SILVA, 1988, p. 161-169).
CONVERSANDO!
É comum vermos pregadores referindo-se a Sheol ou Hades como
inferno por causa da tradução bíblica que utilizam. Se este for
o caso, então se pode considerar que inferno já foi inaugurado.
Mas se levarmos em consideração que Geena (lago de fogo)
é o inferno, então ele ainda não foi inaugurado. Depende da
interpretação que a pessoa está considerando na sua exposição.
Muitos ensinos errados são aplicados ao inferno (Geena), porém é preciso enfatizar que: o Diabo e seus
“anjos” serão lançados no inferno somente após o Milênio (Ap 20.7-14), não estão atualmente no inferno
(Geena ou Lago de Fogo), mas nos ares (Jó 1.7, 2.2; Ef 6.12); o Diabo não vai ficar “brincando” de torturar os
ímpios pois ele mesmo vai ser atormentado continuamente (Ap 20.10b). Quem vai inaugurar o inferno é a
56
ESCATOLOGIA BÍBLICA
Besta e o Falso Profeta (Ap 19.20); os ímpios serão lançados no inferno após o Juízo Final, e essa é a segunda
morte (Ap 20.14).
57
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
Eles estão conscientes de sua perdição. Os ímpios também têm consciência depois da sua morte (Lc
16.23). A alma do ímpio está consciente de sua condição: do seu sofrimento, do seu afastamento de Deus, do
abismo intransponível que o separa do povo de Deus e do povo desta Terra. Sabe que está colhendo os frutos
dos seus atos e procedimentos, por viver uma vida alheia a Deus e a sua vontade.
Eles estão sendo castigados. O texto de 2 Pedro 2.9 faz referência ao castigo dos ímpios: “Assim, sabe
o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados
(punidos)...” A punição a que Pedro se refere aqui não é a do Juízo Final, mas a que começa logo após a morte
física, portanto, no estado intermediário. No mesmo capítulo, no verso 4, o apóstolo fala que “Deus não poupou
os anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno” (tártaros), “e os entregou aos abismos da escuridão,
reservando-os para o juízo”. Esses demônios também se encontram em prisão (1 Pe 3.19). Os ímpios estão
sendo castigados, aguardando também um castigo maior, em contraste com os justos: “Então vereis outra vez
a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que o não serve” (Ml 3.18).
58
ESCATOLOGIA BÍBLICA
Zacarias de Aguiar Severa (1999, p. 428-430) cita em seu livro as grandes alegrias que os justos (salvos
em Cristo) terão no céu (Paraíso), no estado intermediário:
Os justos estão na presença de Cristo. No Antigo Testamento já é possível notar o conceito de que o
destino do justo e do ímpio é diferente depois da morte. A alma e o espírito do crente, após a morte, passa a
estar na presença de Cristo (Lc.23.43; 2 Co 5.8; Fl 1.23). O apóstolo Paulo fala sobre a existência sem o corpo
como “estar presentes com o Senhor”, ou “esta com Cristo”, e que isso é melhor do que viver neste mundo,
no corpo (2 Co 5.6-7; Fl 1.23).
Eles estão no paraíso de Deus (céu). é a morada de Deus, lugar de delícias, identificado como o próprio céu
(2 Co 12.2-4). Também chamado de Paraíso ou Seio de Abraão. é neste lugar que Jesus foi após sua ascensão e
é lá que Ele permanece (hb 9.24). é o lugar para onde os salvos em Cristo vão imediatamente após sua morte
(Lc 23.43; Ap 2.7) e estão na presença do Salvador, de onde ninguém poderá tirá-los mais. é lá que o Senhor
recebe o espírito e a alma do crente após a sua morte (At 7.59).
Eles estão aperfeiçoados. Conforme cita hebreus 12.22-23: “Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do
Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos, à universal assembleia e igreja dos primogênitos,
que estão inscritos nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados, e a Jesus, o
Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel” (hb 12.22-23).
Paulo diz que Cristo vai “perante ele vos apresentar santos, sem defeito e irrepreensíveis” (Cl 1.22; Ef 5.27).
Quando estiver no Paraíso, o crente é aperfeiçoado no seu conhecimento da realidade espiritual (1 Co 13.12) –
Lá não há pecado, mas santidade, e tanto no caráter quanto o relacionamento com Deus serão aperfeiçoados.
Eles estão no gozo das bem aventuranças. Desde o momento de sua morte, os cristãos gozam das bem
aventuranças da salvação (Ap 14.13). Estão em descanso (cessam-se todas as fadigas do corpo e do espírito);
todo peso da maldição do pecado fica para trás (Gn 3.16-19) e nunca mais sofrerão coisa alguma desta vida
(Ap 7.16-17). Apesar de todo este estado de alegria e felicidade ainda lhes falta o corpo glorificado (Fl 3.21),
o galardão das obras feitas para o Senhor (2 Co 5.10; Ap 20.12) e o “novo céu e a nova terra” (Ap 21.1). A
promessa de Deus para estes cristãos é que... a glória será ainda maior - “Olho nenhum viu, ouvido nenhum
ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam” (1 Co 2.9).
“Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles, porque o
Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para as fontes das águas da
vida; e Deus limpará de seu olhos toda lágrima.” ( Ap 7.16-17)
6.1 INTRODUÇÃO
“Todos vão para um lugar; todos são pó e todos ao pó tornarão” Eclesiastes 3.20-21. Muitas religiões e
sistemas filosóficos tentaram explicar a origem da vida e da morte, bem como qual o destino dos mortos após
a morte física. Neste tópico estaremos estudando o que algumas destas concepções apregoam e o que diz as
Escrituras Sagradas sobre o assunto. Bons estudos.
59
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
6.3 REENCARNAÇÃO
há uma série de variações quanto à ideia da reencarnação. Mas basicamente, trata da continuidade da alma
entre várias vidas – a alma ou o espírito da pessoa é encarnada repetidamente visando um crescimento do ser.
Ao fazer essa transição de um corpo para o outro a pessoa esqueceria suas vidas prévias. A ressurreição e o juízo
final são negados pela lei do karma. A pessoa tem que ser punida pelos pecados cometidos durante a sua vida
atual na próxima vida, e isso irá influenciar em qual estado social e físico ela nascerá no futuro. Várias religiões
orientais e o espiritismo apregoam esses ensinamentos, que são totalmente antibíblicos (hORTON, 1998, p. 55-58).
IMPORTANTE!
O sono na Bíblia é uma metáfora da morte isso porque
assim como o sono é temporário, a morte física também é
temporária. Todos acordam do sono para começar a vida de
novo no dia seguinte, e todos os que morrem despertarão da
morte física.
60
ESCATOLOGIA BÍBLICA
6.5.1 Purgatório
Esse dogma foi instituído pelo papa Gregório I, em 593. O Concílio de Florença (1439) o aprovou e foi
confirmado na Contrarreforma, no Concílio de Trento em 1563. Segundo esta concepção, o hades ou Sheol é
um lugar de prova, ou de segunda oportunidade para a alma daquelas pessoas que não conseguiram se purificar
o suficiente para irem diretamente para o céu. Segundo esta doutrina, os mortos que não sofreram o castigo
temporal devido aos seus pecados, e por causa disso levam sobre si a culpa de pecados veniais (perdoáveis ou
desculpáveis). Eles são provados e submetidos a um processo de purificação até que se encontrem dignos de
entrarem nas bem aventuranças do paraíso. Diz esta igreja que com exceção dos notáveis santos e mártires,
todos os demais eleitos futuros devem passar pelo purgatório (SEVERA, 1999, p. 433).
O purgatório seria então um lugar de purificação e preparação para o céu e ali o cristão sofreria angústias
resultantes da perda da visão de Deus, padecendo dores que variam de acordo com o grau de purificação
necessária. O sofrimento da alma pode ser aliviado através de orações e boas ações (esmolas) dos fiéis ainda
vivos e especialmente pelo sacrifício da missa aos mortos (chamados de sufrágios a favor do morto). O papa
pode conceder indulgências e tanto abrandar quanto acabar com o sofrimento da alma no purgatório.
Tal dogma baseia-se no texto apócrifo de 2 Macabeus 12.43-45, e é totalmente estranha aos ensinamentos
da Bíblia Sagrada que condena veementemente qualquer forma de culto (missa), ofertas em benefício ou
orações aos mortos. Se este dogma é correto, então a obra de Cristo não teria sido completa, pois a própria
pessoa precisa pagar ou sofrer através de atos purificadores pelos seus pecados para então obter a sua salvação,
o que é um absurdo, pois é a mesma coisa que dizer que o sacrifício de Jesus não foi tão perfeito assim, sua
morte não teve o resultado que era esperado, foi um sacrifício insuficiente. Temos a salvação pelos méritos
conquistados por Jesus Cristo no Calvário, uma obra completa: “O sangue de Jesus Cristo, nos purifica de todo
o pecado” 1 Jo 1.7.
Jesus não fala em nenhum purgatório nos Evangelhos: “E Jesus terminou assim: Portanto, estes irão para
o castigo eterno, mas os bons irão para a vida eterna” Mt 25.46. Não há meio termo. Somos salvos pela graça
de Deus (dom gratuito, presente) de Deus, por meio exclusivamente da fé e não por nossos atos de justiça e
obras: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não por obras,
para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9). E há um número grande de textos bíblicos que podem comprovar a
falácia deste dogma: 1 Jo 2.2; Lc 23.42-43; Fl 1.21-23; 2 Co 5.6-8; Jo 1.1,14; 1 Co 15.3; Rm 3.20-28; 5.1-9; 10.9-
13; 2 Co 5.10, 17; hb 9.27 etc. (hORTON, 1998, p. 53; SEVERA, 1999, p. 433).
Erickson diz: Tanto nesta vida como na vida futura, a base do relacionamento do crente com Deus é a
graça, não as obras. Não precisamos temer, portanto, que nossas imperfeições venham a exigir algum tipo de
purgação após a morte, antes podemos entrar confiantes na plena presença de Deus (Erickson, 1992, p. 493).
IMPORTANTE!
A obra redentora de Cristo foi completa. Não precisamos
dar nenhuma ajudinha para completar essa obra, ou sofrer
para pagar nossos pecados, mas somente aceitar esse grande
presente dado por Deus: a Salvação em Cristo Jesus.
61
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
O significado é semelhante ao Limbo das Crianças, um lugar à borda do hades onde as almas dos santos
do Antigo Testamento ficaram retidas até a ressurreição de Jesus Cristo. Para a igreja romana, o hades é
considerado a habitação dos espíritos mortos, tendo duas divisões, uma para os justos e outra para os ímpios.
A divisão dos justos era o “limbo dos pais” conhecido pelos judeus como seio de Abraão (Lc 16.23) e paraíso
(Lc 23.43). Depois do calvário, Jesus desceu e os livrou do confinamento temporário e os conduziu para o céu.
O limbus patrum não tem apoio bíblico, e nem existe uma orla para os pais (santos antigos), portanto é um
ensinamento estranho às Escrituras (SEVERA, 1999, p. 434; hORTON, 1998, p. 54).
LEITURA COMPLEMENTAR2
SAIBA COMO A MORTE É VISTA EM DIFERENTES RELIGIÕES E DOUTRINAS
De maneira geral, cristãos, islâmicos e judeus acreditam que após a morte há a ressurreição. Já os
espíritas creem na reencarnação: o espírito retorna à vida material através de um novo corpo humano
para continuar o processo de evolução. Algumas doutrinas acreditam que as pessoas podem renascer no
corpo de algum animal ou vegetal. Em algumas religiões orientais, o conceito de reencarnação ganha outro
sentido: é a continuação de um processo de purificação. Nas diversas religiões, o homem encara a morte
como uma passagem ou viagem de um mundo para outro.
· Filosofia
A sobrevivência do espírito humano à morte do corpo físico e a crença na vida e no julgamento após
a morte já era encontrada na filosofia grega, em especial em Pitágoras, Platão e Plotino. Já Sartre, filósofo
francês, defendia que o indivíduo tem uma única existência. Para ele, não há vida nem antes do nascimento
e nem depois da morte.
· Doutrina niilista
Sendo a matéria a única fonte do ser, a morte é considerada o fim de tudo.
· Doutrina panteísta
O Espírito, ao encarnar, é extraído do todo universal. Individualiza-se em cada ser durante a vida e
volta, com a morte, à massa comum.
· Dogmatismo Religioso
A alma, independente da matéria, sobrevive e conserva a individualidade após a morte. Os que
morreram em ‘pecado’ irão para o fogo eterno; os justos, para o céu, gozar as delícias do paraíso.
· Budismo
O Budismo prega o renascimento ou reencarnação. Após a morte, o espírito volta em outros corpos,
subindo ou descendo na escala dos seres vivos (homens ou animais), de acordo com a sua própria conduta.
O ciclo de mortes e renascimentos permanece até que o espírito liberte-se do carma (ações que deixam
marcas e que estabelece uma lei de causas e efeitos). [...]
· Hinduísmo
A visão hindu de vida após a morte é centrada na ideia de reencarnação e do carma. Para os hinduístas,
a alma se liga a este mundo por meio de pensamentos, palavras e atitudes. Quando o corpo morre ocorre
a transmigração. A alma passa para o corpo de outra pessoa ou para um animal, a depender das nossas
ações, pois a toda ação corresponde uma reação - Lei do Carma. [...]
· Islamismo (Religião Muçulmana)
Para o islamismo, Alá (Deus) criou o mundo e trará de volta a vida todos os mortos no último dia. As
pessoas serão julgadas e uma nova vida começará depois da avaliação divina. Esta vida seria então uma
preparação para outra existência, seja no céu ou no inferno. Quando a pessoa morre, começa o primeiro
dia da eternidade. Ao morrer, a alma fica aguardando o dia da ressurreição (juízo final) para ser julgado
pelo criador. O inferno está reservado para as almas ‘desobedientes’, que foram desviadas por Satanás.
2 - NASCIMENTO, Carolina. Saiba como a morte é vista em diferentes religiões e doutrinas. Revista Época, São Paulo, Editora Globo, n. 325,
05/08/2004.
62
ESCATOLOGIA BÍBLICA
No Alcorão, livro sagrado, ele é descrito como um lugar preto com fogo ardente, onde as pessoas são
castigadas permanentemente. Para o paraíso, vão as almas que obedeceram e seguiram a mensagem de
Alah e as tradições dos profetas (entre eles, os cinco principais: Noé, Abrão, Moisés, Jesus filho de Maria e
Mohammed). No Alcorão, o paraíso é descrito como um lugar com rios de leite, córregos de mel e outras
belezas jamais vistas pelo homem.
· Espiritismo
Defende a continuação da vida após a morte num novo plano espiritual ou pela reencarnação em outro
corpo. Aqueles que praticam o bem evoluem mais rapidamente. Os que praticam o mal recebem novas
oportunidades de melhoria através das inúmeras encarnações.
· Igreja Adventista do Sétimo Dia
Na Igreja Adventista do Sétimo Dia, os mortos dormem profundamente até o momento da ressurreição.
Quem cumpriu seu papel na Terra recebe a graça da vida eterna, do contrário desaparece. [...]
· Catolicismo
A vida depois da morte está inserida na crença de um Céu, de um Inferno e de um Purgatório.
Dependendo de seus atos, a alma se dirige para cada um desses lugares.
A alma é eterna e única. Não retorna em outros corpos e muito menos em animais. Crê na imortalidade
e na ressurreição e não na reencarnação da alma. [...]
· Judaísmo
O judaísmo crê na sobrevivência da alma, mas não oferece um retrato claro da vida após a morte, e
nem mesmo se existe de fato. é uma religião que permite múltiplas interpretações. [...] Não creem que
Jesus foi o messias.
· Candomblé
Não existe uma concepção de céu ou inferno, nem de punição eterna. As almas que estão na terra
devem apenas cumprir o seu destino, caso contrário vagarão entre céu e terra até se realizar plenamente
como um ser consciente e eterno. [...]
· Umbanda
A Umbanda sofre influências de crenças cristãs, espíritas e de cultos afros e orientais. [...] alguns
umbandistas admitem o céu e o inferno dos cristãos, enquanto outros falam apenas em reencarnação
e Carma. Com a morte do corpo físico, os espíritos bons podem se tornar protetores, enquanto os maus
(espíritos de pouca evolução, devido às poucas encarnações) podem virar perturbadores. Os mortos
(desencarnados) podem ser contatados, ajudados ou afastados.
7.1 INTRODUÇÃO
Como pudemos observar até agora, a morte não é um ponto final na vida humana, porém uma vírgula.
O que será escrito após essa vírgula depende muito da escolha realizada em vida pela pessoa: andar com
Deus ou sem Ele. Não há meio termo e nem outro caminho, segundo as Escrituras. Ou é o caminho largo ou
o estreito, a vida ou a morte, a bênção ou a maldição. é andar com Deus em santidade, entregando nossas
vidas diariamente a Cristo em sacrifício vivo, ou a separação eterna do Criador. Toda nossa vida nesta terra e
mesmo depois da morte dependem dessa decisão. Isso é uma escolha pessoal de cada um de nós. Deus não
interfere em nosso livre arbítrio.
O Novo Testamento afirma que Deus vai ressuscitar os mortos e que isso não é algo difícil para Ele fazer,
pois por toda a Bíblia vemos exemplos de pessoas sendo ressuscitadas. No último tópico deste capítulo
estaremos estudando alguns aspectos relacionados à ressurreição dos justos e dos ímpios. Esta será apenas
uma introdução ao assunto, onde apontaremos os aspectos básicos relacionados à doutrina da ressurreição.
Posteriormente teremos um maior aprofundamento no assunto, principalmente quando tratarmos do
Arrebatamento da Igreja e do Juízo Final.
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“Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida
a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus, vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e
não outros o contemplarão; e por isso os meus rins se consomem no meu interior” (Jó 19.25-27).
64
ESCATOLOGIA BÍBLICA
indicava que todos deveriam arrepender-se e converter-se a Jesus (At 17.30-31). A ressurreição dos crentes é
baseada na ressurreição de Jesus: 1 Co 6.14; Fl 3.21; 1 Jo 3.2 (LAhAYE e hINDSON, 2010, p. 396).
A ressurreição de Cristo foi predita no Antigo Testamento por Davi (Sl 16.10), Isaías (Is 53.10-12) e pelo
próprio Senhor (Mt 12.38-40; 17.22-23; 20.18-19; 2632; Lc 9.22; Jo 2.18-22). Jesus mostrou que o Messias
padeceria, mas depois ressuscitaria dentre os mortos. Muitas foram as testemunhas desta ressurreição
(SOARES, 2008).
Quando afirmamos que Cristo foi o primeiro (primícias) a ressuscitar, isso quer dizer que Ele foi o primeiro
a ter um corpo glorificado e incorruptível. Sua ressurreição é a garantia, a prova de que Ele é o filho de Deus e
a certeza dos salvos de que tal qual Ele é, assim também seremos, pois o Senhor não mente e não quebra suas
promessas. Essa é a glória do cristianismo: temos um Deus vivo, ressurreto, enquanto que outras religiões têm
seus fundadores embaixo na sepultura. Nele o que era até então promessa, torna-se cumprimento, pois se ele
ressuscitou, nós também ressuscitaremos, é a nossa segurança no presente e no futuro (OLSON, 2002, p. 184).
IMPORTANTE!
A doutrina da Ressurreição é para nós cristãos um dos elementos
mais consoladores e tranquilizadores da Palavra de Deus. Porém
precisamos saber que o termo ressurreição é usado também
com outros significados (CABRAL 1998):
Ressurreição Nacional – é uma metáfora e diz respeito à
restauração e renovação do povo de Israel em termos políticos, geográficos, materiais
e espirituais, em cumprimento a várias profecias do Antigo Testamento. Terá seu auge
no Reino Milenar (Zc 14.1-5).
Ressurreição Espiritual – também é uma metáfora, e refere-se àqueles que mortos
em seus delitos e pecados ressurgem espiritualmente para uma nova vida com Cristo
(Rm 6.4).
Ressurreição Física – não é uma metáfora, mas algo real, literal. Pessoas que
morreram e serão ressuscitadas fisicamente: os justos para a glória eterna e os
ímpios para o juízo eterno (sentido escatológico), ou pessoas que morreram, foram
ressuscitadas e tornaram a morrer (sentido temporal, como no caso de Lázaro).
65
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IMPORTANTE!
Todos serão ressuscitados da morte física: uns para o céu,
outros para o inferno. A ressurreição física significa um novo
tipo de vida!
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
desfeito e o último inimigo: a morte do corpo será vencida, pois será aniquilada com a ressurreição (1 Co
15.26). Não podemos nos esquecer de que nossa ressurreição está garantida pela ressurreição de Cristo. Tudo
isso ocorrerá para que venhamos a ser tudo o que Deus pretendeu que fossemos desde a criação (2 Co 2.9) e
possamos conhecer a Deus integralmente (Jo 17.3), (GRUNDEM, 1999, p.697-703; CABRAL, 1998; SOARES, 2008).
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Portanto, esta ressurreição ocorrerá mil anos após a primeira ressurreição. Os perdidos de todas as eras serão
então recolhidos do lugar dos mortos (hades ou Sheol) e trazidos diante do Grande Trono Branco (Ap 20.11-
15), onde serão condenados a passar a eternidade no lago de fogo (Geena), Mt 25.41-46.
Esta é a ressurreição dos não redimidos, ou seja, nenhuma pessoa redimida passará pela segunda
ressurreição, mas apenas os perdidos destinados ao castigo eterno. Apocalipse 20.13 diz que todos os mortos,
independentemente de onde morreram e da condição dos seus corpos, serão ressuscitados para serem julgados
pelo supremo juiz.
Assim entende-se que os ímpios ressuscitarão para a “segunda morte” (Ap 21.8), que não significa
aniquilamento como muitos pregam, mas banimento eterno da presença de Deus (2 Ts 1.9) num lugar terrível,
que arde continuamente com fogo inapagável – o tormento eterno (Ap 14.10-11).
João 5.29 também fala desta segunda ressurreição que envolve apenas os não remidos de todas as eras.
Qual a base deste julgamento? Rejeitaram a Deus e a Cristo, e por isso ficarão eternamente separados do Criador.
QUADRO: AS CINCO RESSURREIÇÕES; FONTE: Bíblia de Estudo Profética Tim Lahaye, 2005, p. 1053; em 18.abr.2012
68
ESCATOLOGIA BÍBLICA
RESUMO DO CAPÍTULO
Aprendemos sobre o que a Bíblia diz a respeito da morte e do estado intermediário tanto dos justos
quanto dos ímpios.
· Estudamos os três tipos de morte: física, espiritual e eterna segundo as Escrituras.
· Também vimos o que diversas religiões pensam a respeito do assunto.
· é nesta vida que o homem deve fazer sua escolha de onde passará a eternidade.
· QUADRO RESUMO: a Morte, o Estado Intermediário e a Ressurreição dos Mortos
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ANOTAÇÕES
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
ESCATOLOGIA BÍBLICA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 3
Nome: Série: Data da Entrega:
Prezado aluno, através desta autoatividade você terá a oportunidade de rever o conteúdo estudado neste
capitulo. Esta é uma atividade avaliativa, portanto, faça-a com atenção e dedicação. Boa revisão!
QUESTÕES:
1. O que é a morte? Explique os diferentes tipos de morte.
2. O que diz a Bíblia sobre o estado intermediário dos ímpios e dos justos mortos, antes e depois de Cristo?
Resuma as principais posições contrárias às Escrituras acerca da morte e do estado intermediário.
3. há alguma possibilidade de comunicação dos mortos com os vivos? O que a Bíblia diz a respeito?
4. Explique como será a primeira ressurreição e quem passará por ela.
5. Explique como será a segunda ressurreição e quem passará por ela.
71
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ANOTAÇÕES
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
CAPÍTULO 4
SINAIS DOS TEMPOS
1. SINAIS DOS TEMPOS
1.1 INTRODUÇÃO
“Passará os céus e a terra, mas as
minhas palavras não passarão”
04
(Mt 24.35).
CAPÍTULO
O evento central da Escatologia
cristã é a Segunda Vinda de Cristo
– a Parousia. Todos os demais
acontecimentos escatológicos estão
ligados a ela.
A volta de Jesus é a promessa
mais gloriosa que está para se
cumprir, com efeitos jamais vistos em
toda a história da humanidade. Para
termos uma ideia, basta analisarmos
a primeira vinda de Cristo que foi FIGURA 23: FINAL DOS TEMPOS; em:
suficiente para mudar o rumo de toda www.endtime.com; em 20.abr.2012
a história humana. Com a segunda
vinda não será diferente.
Os sinais da vinda de Cristo estão muito presentes nos dias atuais. O
mundo ainda não percebeu isso, e muitos vivem alheios a esses sinais, mas a
Igreja de Cristo precisa estar alerta, pois o Dia do Senhor está muito próximo.
Neste capítulo estaremos abordando os assuntos relacionados à Segunda Vinda
de Cristo, mais precisamente os sinais que antecedem tal evento. Bons estudos!
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poderá dizer com exatidão o retorno de Jesus, nem os anjos do céu, nem o filho, senão somente o Pai sabe
qual é este dia (Mc 13.32; Mt 24.36). Sabemos que este dia está bem próximo (Fl 4.5).
Mesmo não revelando a data, há na Bíblia, segundo estudiosos, 217 sinais que antecedem a Segunda
Vinda de Cristo. Neste livro não teremos como abordar todos estes sinais, porém vamos dividi-los de forma
que o estudo a respeito do assunto se torne mais fácil para o caro aluno.
Apenas no Novo Testamento há mais de 300 referências à volta do Senhor. Um em cada 25 versículos do
Novo Testamento fala a respeito desse evento o que mostra o tamanho e a importância do mesmo. O estudo
desta doutrina é importante por que: admite-se que seja a chave para a história da humanidade; seu imenso
valor é destacado em toda a Bíblia; permite uma melhor compreensão das Escrituras; é a principal esperança
da igreja; estimula o serviço cristão.
Inserir Ícone 6
Legenda: NOTA!
Vamos relembrar os três principais termos utilizados para a Segunda Vinda de Cristo no
Novo Testamento?
Parousia – Significa “presença” ou “chegada”. Esta palavra designava a chegada e a
presença real de um rei no Novo Testamento (Mt 24.3; 1 Ts 2.19).
Apocalipsis (Apokalupsis) – Significa “revelação” e indica que agora Cristo não está agindo
de maneira pessoal e visível no mundo, mas que um dia Ele será revelado em toda a sua
glória, na sua natureza verdadeira, na sua plenitude (1 Co 1.7; 2 Ts 1.7).
Epifaneia (Epiphanea) – Significava no Novo Testamento o aparecimento e uma divindade
para socorrer o seu povo (Tt 2.13; 2 Tm 4.8).
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
IMPORTANTE!
A Segunda Vinda de Cristo – a Parousia – é o evento mais
profetizado, mais certo, mais definitivo do Novo Testamento.
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Jesus virá como o ladrão: “O dia do Senhor virá como o ladrão de noite” (1 Ts 5.2). Aqui noite refere-se
à noite espiritual, moral, significando pecado, ódio, maldade, violência, imoralidade, e temos visto que isso
tem aumentado muito a cada dia. O ladrão vem quando é menos esperado (Ap 16.15): “Eis que venho como
ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas roupas, para que não ande nu, e não se vejam as
suas vergonhas”.
As Escrituras alertaram que este seria um tempo de demora durante o qual muitas vezes a igreja seria
tentada a duvidar do retorno do seu salvador (Lc 18.7-8), enquanto alguns estariam se preparando, outros
seriam negligentes por causa da demora do noivo (Mt 25.1-11). “Ministros infiéis desviar-se-ão, dizendo consigo
mesmos: ‘O meu Senhor tarda a vir’ “ (Lc 14.45). “Muito tempo depois...” (Mt 25.19). “...meia noite” (Mt 25.6).
O Senhor avisa seus servos: “Negociai até que eu venha”. Deus jamais se atrasa. Se há demora no retorno
de Cristo, devem existir boas e convenientes razões para isso: um coração amoroso e misericordioso. Um Deus
compassivo que ainda está aguardando que muitos ouçam o Evangelho e atendam à mensagem crendo, pois
é seu desejo que todos sejam salvos. (PEARLMAN, 1996, p.311; hORTON, 1998, p.23).
Na história do cristianismo, alguns grupos tentaram calcular e até marcaram o dia da volta de Cristo (veja
a Leitura complementar no final deste tópico), porém todos fracassaram. há muitas suposições e especulações,
mas ninguém sabe. Especular neste caso significa tentar marcar a data de sua volta. Assim como no tempo
de Jesus os fariseus enganaram-se sobre a sua vinda (Lc 17.20-23), também hoje muita gente está enganada,
crendo errado e pior, ensinando errado sobre o assunto. Não somos donos da verdade, mas a Palavra de
Deus é a verdade. Há muitos fariseus dentro das igrejas especulando sem levar em consideração os princípios
basilares da hermenêutica bíblica. O fato é que: Ele virá. Só serão pegos de surpresa os incrédulos e os incautos
(crentes que não estiverem vigiando), (APOLONIO, 1985, p. 16-18)
Para os crentes vigilantes esse dia não será inesperado e nem serão tomados de surpresa, antes será
um dia de grande alegria e regozijo. Por isso somos alertados a ser cautelosos: “acautelai-vos” é o conselho
de Jesus em vários textos, o que significa que precisamos estar de sobreaviso, nos prevenir, precaver, pois o
tempo está próximo.
76
ESCATOLOGIA BÍBLICA
despreparo dos crentes quanto a volta de Cristo (Mt 24.3-6; 33; 37-39; 1 Ts 5.4-6; 2 Ts 2.1-4 ) e para não irmos
atrás de qualquer “vento de doutrina” ou “falsas profecias”. Assim como numa estrada há sinalizações ao
longo do caminho para que o motorista não se perca e saiba para onde está indo, os sinais da volta de Cristo
nos alertam que o tempo se aproxima e por isso mesmo nos servem de orientação, além de ser um excelente
motivo para nos aplicar mais ao trabalho evangelístico (ThIESSEN, 1989. p. 316 – 319).
Enfim, a Bíblia nos ordena a conhecer e enfatiza a importância do conhecimento dos sinais proféticos, e
por isso mesmo não podemos negligenciá-los. Jesus ensinou a necessidade de discernimento dos sinais dos
tempos mais do que qualquer apóstolo e repreendeu severamente as pessoas de sua geração por não prestarem
atenção aos sinais que apontavam para a sua primeira vinda: “E dizia também à multidão: Quando vedes a
nuvem que vem do ocidente (Mar Mediterrâneo), logo dizeis: Lá vem chuva; e assim sucede. E, quando assopra
o vento sul (área desértica do Neguebe), dizeis: Haverá calma; e assim sucede. Hipócritas, sabeis discernir a
face da terra e do céu; como não sabeis, então, discernir este tempo?” (Lc 12.54-56).
O Senhor mostra que há consequências severas para indivíduos, famílias, cidades e nações quando há
uma geração profética desinformada e insensível, prova disto é a destruição de Jerusalém pelos exércitos
romanos (de 66 a 70 d.C.): “Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou e dizia: Ah! Se conheceras por ti
mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos. Pois sobre ti virão dias
em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras e, por todos os lados, te apertarão o cerco; e te arrasarão e
aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade
da tua visitação” (Lc 19:41-44).
Pode-se notar que Jesus afirma que o juízo de Deus viria sobre a nação de Israel porque foram insensíveis a
Deus, porque não reconheceram o tempo da sua visitação. A situação atual não é diferente. Muitos negligenciam
o estudo dos sinais proféticos, erram não conhecendo as Escrituras e os sinais dos tempos, e por causa disto não
alertam o povo de Deus sobre a iminência da volta do Senhor. A estes o Senhor chama de néscios (ignorantes,
tolos) e tardos de coração (Lc 24.25).
LEITURA COMPLEMENTAR
AS LOUCAS PREVISÕES SOBRE A VOLTA DE JESUS3
Já que muitos estão fazendo previsões sobre a Segunda Vinda de Jesus Cristo, também farei a minha!
E eu tenho certeza absoluta de que ela vai se cumprir. Quem não quiser acreditar, que não acredite, mas a
minha previsão está baseada inteiramente nas Escrituras!
Bem, antes de revelar quando o Senhor Jesus voltará, gostaria de mencionar algumas previsões que
falharam...
Willian Miller, um homem “especialmente escolhido por Deus para iniciar a proclamação da vinda de
Cristo” — segundo Ellen G. White — previu, em 1831, que Jesus voltaria em 10 de dezembro de 1843. Com
base em cálculos, Miller estabeleceu, ainda, outras datas: outubro de 1844, 1847, 1850, 1852, 1854, 1855,
1863, 1877... Nenhuma previsão se confirmou.
Charles Russel fundador das Testemunhas de Jeová afirmou que a volta de Jesus se daria em 1914.
Mais tarde, adiou-a para 1918. Depois da sua morte, em 1916, seu sucessor, Joseph Rutherford, começou a
proclamar que, segundo novos cálculos, a vinda de Cristo havia sido transferida para 1925... Nenhuma das
predições se cumpriu, mas as testemunhas de Jeová, temendo passar por mentirosas, resolveram voltar
à primeira predição: Cristo teria voltado “em espírito”, em 1914, como Russel havia predito a princípio...
Que confusão!
Willian Branham, líder do Tabernáculo da Fé — o “Mensageiro do Apocalipse” —, garantiu que a volta
do Senhor se daria em 1977. Pregava que seu ministério perduraria até este ano. Mas, para a frustração de
seus fiéis seguidores, ele morreu em 1965, doze anos antes de se cumprir a sua predição!
3 - Nas pegadas do Mestre Jesus. Disponível em: <http://oulorivallanforumeir.77forum.com/t1738-as-loucas-previsoes-da-volta-de-jesus>.
Acesso em: 31 jan. 2012.
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Edgar Whisenant, em 1988, lançou o livro Tempo Emprestado: 88 Razões Por Que o Arrebatamento se
Dará em 1988. Ele se baseou em cálculos matemáticos “precisos”... Várias pessoas creram na sua predição...
Mas o óbvio aconteceu... Whisenant sequer pediu desculpas. Simplesmente afirmou que se esquecera de
um detalhe: fizera seus cálculos até o ano de 1988, enquanto Roma deixara de lado o ano zero. houve,
portanto, no primeiro século, apenas noventa e nove anos. E Jesus voltaria em 1989!
Bang-Ik Ha, um jovem profeta da Missão Mundial Taberah, tinha razões “mais convincentes” para
afirmar que Jesus viria em outubro de 1992. Não chegara a essa conclusão apenas por meio de cálculos
matemáticos. Ele mesmo fora ao céu várias vezes e recebera “diretamente de Deus” mensagens específicas
sobre o futuro do planeta Terra! Vários panfletos alusivos ao acontecimento foram distribuídos pela missão,
e a notícia espalhou-se pelo mundo. Até um livro, intitulado O último Plano de Deus, foi publicado, com
o intuito de provar “biblicamente” que a vinda de Jesus se daria na data mencionada... Que desperdício!
Recentemente, certa “apóstola” (Valnice Milhomens – Ministério Palavra da Fé) profetizou que Jesus
voltaria em um sábado de 2007, possivelmente 7/7/2007. E agora há alguém afirmando que Ele virá em
21 de Maio de 2011...
Na verdade, o próprio Senhor Jesus asseverou que “daquele dia e hora ninguém sabe” (Mt 24.36).
“Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1.7),
afirmou ainda. é evidente que Ele, que é o Todo-poderoso (Mt 28.18; Ap 1.8), sabe o dia e a hora de sua
volta! Quem não o sabe somos nós. Paulo afirmou: “acerca dos tempos e das estações, não necessitais de
que se vos escreva” (1 Ts 5.1). Mas você quer mesmo saber quando se dará o Arrebatamento da Igreja?
Então, vou lhe revelar isso agora! Abra sua Bíblia em Apocalipse 22.20. Eis a resposta: “Certamente, cedo
venho”. Esteja preparado, pois pode ser hoje a volta do Rei!
O FIM DO MUNDO
78
ESCATOLOGIA BÍBLICA
2.1 INTRODUÇÃO
O sermão profético é o mais longo discurso profético proferido por Jesus e também uma das mais
importantes passagens escatológicas de toda a Bíblia. Esse sermão foi proferido na terça feira da paixão, no
monte das Oliveiras que é considerado o monte escatológico, isso porque é justamente sobre esse monte que
se dará a volta do Senhor em socorro de Israel (2FSV).
A profecia referente a este sermão em parte já se cumpriu, porém muitos eventos foram previstos para
os tempos que antecedem a volta de Cristo, a tribulação, o milênio e a consumação dos séculos.
79
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
80
ESCATOLOGIA BÍBLICA
Neste capítulo nos deteremos a estudar o primeiro grupo de sinais, ou seja, aqueles que antecedem a
Segunda Vinda do Senhor (Mt 24.4-14) e os textos paralelos. Nos capítulos subsequentes serão abordados
os demais sinais à medida em que os temas escatológicos forem sendo analisados. Portanto iremos retomar
alguns assuntos citados aqui.
81
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
B) Apostasia: o mundo não tem de que se apostatar, portanto a apostasia só pode ocorrer na igreja. Antes
da vinda de Cristo, muitos crentes se deixarão enganar por falsos ensinamentos, darão ouvidos e aceitarão
“novas revelações”, mesmo que elas entrem em conflito com a Palavra de Deus. haverá homens que ocuparão
posições de liderança estratégica dentro das igrejas e pregarão um evangelho misto o que fará com que
muitos se desviem da sã doutrina. Isso trará descrédito, frieza espiritual, modernismo teológico, mundanismo,
secularismo, conformismo, materialismo filosófico, para dentro das igrejas. Ou seja, um desvio espiritual no
cristianismo, formando um pseudocristianismo (corresponde a Apocalipse 3.14-18 – Igreja de Laodiceia). A
igreja apóstata tem aparência de piedosa, mas nega o poder de Deus (ANTONIO SILVA, 1998, p. 9).
QUADRO: GRANDES FURACÕES E TUFÕES; FONTE: www.geraçãomaranata.com.br. Acesso em: 05 fev. 2012.
C) Pestes (Mt 24.7b) ou pestilências (Lc 21.11), pragas e doenças: os jornais mostram que enfermidades
têm ceifado a vida de milhares de pessoas em todo o mundo. O câncer, a AIDS, dentre outras doenças matam
homens, mulheres e crianças. Novas bactérias e vírus letais são identificados pela ciência com uma frequência
82
ESCATOLOGIA BÍBLICA
assustadora. A cólera, febre tifoide, meningite, peste bubônica, se disseminam cada vez mais. Ficamos
assustados e perplexos ao ver surgir novas doenças como a gripe do frango, gripe A (H1N1), entre tantas outras
alastrando-se nos mais diversos lugares do planeta (BEGSTéIN, 2007, p. 304).
D) Outros sinais na natureza: mudanças climáticas, aquecimento global, o que aumenta a quantidade
e a força de furacões e tornados; desertificação, aumento na emissão de gases, derretimento das geleiras,
aumento no nível dos oceanos, enchentes em vários lugares, ciclones, frio ou calor extremo matando pessoas
etc. Jesus disse que seu retorno seria precedido por catástrofes naturais, pode-se observar com nitidez que,
nas últimas décadas, elas têm aumentado tanto em quantidade, quanto em intensidade.
E) Sinais nos céus (sinais astronômicos, no firmamento): assim como houve sinais no firmamento quando
Jesus veio pela primeira vez (Mt 2.2), também haverá sinais importantes no Sol, na Lua e nas estrelas antes
da segunda vinda do Senhor (At 2.19; Lc 21.11; Jl 2.30-31). Além de coisas extraordinárias no firmamento,
que tem sido vistas por muitas pessoas em diferentes partes do mundo, inclusive aqui no Brasil (BEGSTÉIN,
2007, p. 306-307).
83
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
D) Perseguição, traição, tribulação e martírio (Lc 21.12; Mt 24.9-10), (BEGSTéIN, 2007, p. 305); em vários
países o ateísmo tem promovido perseguições contra cristãos. O número de mártires tem aumentado durante
os últimos sessenta anos. Movidos pelo nacionalismo, muitos acusam os cristãos de abandonares a religião
tradicional e muitas vezes oficial do país, e por isso mesmo são torturados e não raras vezes mortos.
O Século XX foi considerado como o ”Século dos Mártires”, isso porque nesse século foram mortos mais
cristãos do que em todos os séculos anteriores (cristãos de várias vertentes do cristianismo). Calcula-se que
desde o inicio da era cristã até o século passado, quase 70 milhões de cristãos foram mortos por causa de
sua fé, sendo que destes, 45 milhões somente entre 1900 e o ano 2000 (Evangelização pelo Martírio, 2010).
Os perseguidores e suas vítimas entre 33 e 2000 d.C.:
TABELA 13: OS PERSEGUIDORES E SUAS VÍTIMAS ENTRE 33 E 2000 d.C. FONTE: <www.timedecristo.files.wordpress.com>. Acesso em: 7 fev. 2012.
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D) Federação Russa: há profecias relacionadas à Rússia (antiga URSS) em Ezequiel 38. Apesar de todas
as dificuldades que esta nação tem encontrado no período de transição do socialismo para o capitalismo, aos
poucos tem se fortalecido. O partido político da Federação Russa, de extrema direita, defende o neofascismo e o
antissemitismo. Não podemos subestimar o seu poderio político, econômico e militar (BEGSTéIN, 2007, p. 312).
NOTA!
Neofascismo – Ideologia pós - Segunda Guerra Mundial a
qual inclui elementos significativos do fascismo.
Antissemitismo – Preconceito ou hostilidade
contra judeus baseada em ódio contra seu
histórico étnico, cultural ou religioso.
E) Instabilidade Econômica: atualmente os Estados Unidos é a primeira economia mundial, seguida pela
China e o Japão. Todos os três passam por situações econômicas difíceis. Aos assistir o jornal diariamente
podemos notar que o sistema político-econômico mundial não vai muito bem: crise na Espanha, na Grécia,
e em outros países chamados de “desenvolvidos”. A desestabilização do sistema econômico mundial é um
dos mais fortes sinais da volta de Cristo, pois o Anticristo virá justamente com a promessa de paz mundial e
estabilidade econômica (Dn 11.21, 24).
O Vaticano sugeriu a criação de uma autoridade financeira com “competência mundial”, e assim evitar
novas crises. Aliado a esse fato, a Conferência da ONU para o comércio e desenvolvimento (UNCTAD/2011),
defende a criação de uma nova moeda única global, pois afirma que isso protegeria os mercados emergentes
como o Brasil, da especulação financeira, e também seria a solução para a atual crise econômica mundial. Uma
economia global e unificada (sem papel moeda) é necessária para que se cumpra a profecia de Apocalipse
13.16-18 (Notícias Gospel, 2011).
86
ESCATOLOGIA BÍBLICA
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Viagens – “... muitos correrão de uma parte para outra” (Daniel 12.4)
Escarnecedores – “Sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo
as suas próprias concupiscências, E dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que
os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação” (2 Pe 3.3-4).
Divórcios e relacionamentos liberais – “Como nos dias de Noé... casavam-se e davam-se em
casamento” (Mt 24.38-39).
Predomínio da violência, como em Gênesis 6.11.
Escândalos – Mt 24.10.
Dias de Sodoma – aumento do homossexualismo, do lesbianismo e da prostituição (Lc 17.28-30, Rm
1.26-27; 2 Pe 2.7). Os homens mudaram seu agir (sexual) preferindo os homens às filhas de Ló (Gn 19.5).
Negação de Deus – Lc 17.26; 2 Tm 3.4-5.
Negação de Cristo – Jo 3.18, 1 Pe 2.6.
Negação da volta de Cristo – Jo 3.18; 1 Pe 2.6.
Negação da fé – 1 Tm 4.1-12.
Negação da sã doutrina – 2 Tm 4.3-4.
Negação da vida santa – 2 Tm 3.1-7.
Negação da Liberdade Cristã – 1 Tm 4.3-4.
Negação da vida moral – 2 Tm 3.1-8.
Negação da autoridade – 2 Tm 3.4.
Lares divididos – Mt 24.10, 12.
Doenças Incuráveis – Lc 21.11
Ensinos demoníacos – 1 Tm 4.1-2.
Revolta de filhos contra os pais, juventude rebelde – 2 Tm 3.2.
Fabricação de armamentos – Jl 3.9-10.
Poder atômico – 2 Pe 3.10-12.
Transportes – “Os carros correrão furiosamente nas ruas, colidirão um contra o outro nos largos
caminhos; o seu aspecto será como o de tochas, correrão como relâmpagos” (Naum 2.4).
Desconsideração pelos pobres e famintos – Ez 16.49.
Greves e problemas trabalhistas – Tg 5.1-4.
Ganância por dinheiro – 2 Tm 3.2.
Os homens preferirão as fábulas – 2 Tm 4.4.
Propagação da Nova Era – “... porque estão cheios de adivinhadores do Oriente...” (Is 2.6) –
proliferação de conceitos de religiões e filosofias orientais.
Jerusalém pisada pelos gentios – Lc 21.24 – Jerusalém hoje é uma cidade internacional e visitada
por milhões de pessoas de todos os credos e nações.
E a lista continua ...
3.1 INTRODUÇÃO
O que a volta de Cristo representa para os três grupos de povos representados na Bíblia? Deus tem um
88
ESCATOLOGIA BÍBLICA
programa profético universal que com frequência é subdividido em três planos distintos: um plano para Israel,
um plano para a Igreja e um plano para as nações gentias. Todos esses três planos giram em torno do povo judeu.
Neste tópico estaremos analisando o significado da Volta de Cristo para a Igreja, Israel e para os Gentios.
Bons Estudos!
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Porém, temos que levar em consideração que atualmente pela palavra vivemos na época da Igreja que
é uma brecha aberta na história do povo judeu. A Bíblia então pode ser dividida em cinco seções gerais da
história dos povos:
90
ESCATOLOGIA BÍBLICA
4.1 INTRODUÇÃO
“Porei os meus olhos sobre eles, para seu bem, e os farei voltar a esta terra; e edificá-los-ei, e não os
destruirei, e plantá-los-ei, e não os arrancarei”. (Jr 24.6)
Neste tópico estaremos abordando particularmente a nação de Israel, isso porque ela é considerada o
relógio divino na Terra pelo qual conhecemos os desígnios de Deus para o final da história da humanidade.
O que acontece com a história de Israel mostra diretamente o cumprimento do plano escatológico de
Deus, e por isso mesmo é preciso que conheçamos e fiquemos atentos a todos os fatos históricos que ocorrem
com essa nação.
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partes do mundo. Mais de um milhão de judeus morreram neste evento que ficou conhecido como a Queda
de Jerusalém (BEGSTéIN, 2007, p. 307-311).
Desde então Jerusalém tem sido pisada pelos gentios. Porém, Deus prometeu à nação israelita a
restauração de sua terra e do povo judeu: “Portanto, dize: Assim diz o Senhor Jeová: hei de ajuntar-vos do meio
dos povos, e vos recolherei das terras para onde fostes lançados, e vos darei a terra de Israel.” (Ezequiel 11.17).
Este é, sem dúvida alguma, um dos mais fortes sinais históricos da volta do Senhor, pois Israel foi reconhecida
como uma nação pela ONU (Organização das Nações Unidas) e em 14 de maio de 1948 foi proclamada a
independência do Estado de Israel. Após 1878 anos de espera os judeus ganham um país, uma pátria, como
Deus havia prometido (Gn 12.1-2, 7; Dt 32.9-11; Lv 26.33, 36-37; Jr 24.6; Ez 36.24, 28; Am 9.15; Ob 17; Is 66.8).
“E plantá-los-ei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o SENHOR teu
Deus”. (Am 9.15)
“Mas no monte Sião haverá livramento, e ele será santo; e os da casa de Jacó possuirão as suas
herdades.” (Ob 1.17)
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
vê um vale cheio de ossos secos que representam “toda a casa de Israel”, tanto Israel quanto Judá, no exílio,
cuja esperança já pereceu na dispersão entre as nações. Deus mandou Ezequiel profetizar sobre os ossos, o que
corresponde à restauração, e os ossos reviveram: 1. Restauração Nacional – ligada a terra (v.7-8); 2. Restauração
Espiritual – ligada à fé (v. 9-10). é uma das mais maravilhosas promessas de esperança e restauração pelo
poder de Deus: o restabelecimento como nação na terra prometida, mesmo diante de tantas adversidades (v.
11-14), (Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995, p.1223; BEGSTéIN, 2007, p. 307-311).
Esta visão tem, segundo a Bíblia de Estudo Profética (2005, p. 743), cinco estágios: 1. os ossos secos
espalhados (v.2); 2. os ossos secos se juntam, desenvolvem tecidos conjuntivos, são recobertos de carne (v.7-
8); 3. o vento sopra espírito dentro dos corpos (v. 9-10); 4. a restauração também é espiritual (v.24-28); 5. a
“raiz da geração de Davi” (Ap 22.16) reinará sobre a nação.
Estágios de restauração de Israel prevista em Ezequiel 37
ESTáGIO CUMPRIMENTO HISTÓRICO
Ossos espalhados Israel disperso
Nervos ligados aos ossos Congregação pré-1948
Carne sobre os ossos Israel se torna uma nação (Estado Atual)
Pele cobre o corpo Israel durante a Tribulação
Espírito no corpo Israel depois da conversão nacional
QUADRO: ESTÁGIOS DE RESTAURAÇÃO DE ISRAEL PREVISTA EM EZEQUIEL 37
FONTE: Bíblia de Estudo Profética Tim Lahaye, 2005, p. 742.
NOTA!
Sionismo – Movimento político apoiado por judeus e não
judeus que defende a existência do Estado Judaico, o direito
dos judeus constituírem uma nação e viverem em sua terra
natal – “volta para Sião”. Foi formalmente fundado em 1897
pelo jornalista judeu Teodoro Herzl. Em 1917 definiu-se que
o estado de Israel deveria ser localizado não em outro lugar
senão na localização do antigo Reino de Israel, na Palestina.
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QUADRO: PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS DOS ÚLTIMOS SÉCULOS REFERENTES A ISRAEL APÓS A DISPERSÃO; FONTE: Compilado pelos autores
a partir dos livros: 50 Fatos – Israel e o Fim do Mundo; Bíblia de Estudo Profética Tim Lahaye, site Israel Ministry of Foreign Affairs; Enciclopédia
Popular de Profecias Bíblicas; Guerras Modernas de Israel (Israel Ministry of Foreign Affairs).
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
A Segunda reunião de Israel se dará no evento da Grande Tribulação, na “angústia de Jacó” (Ap 16.12-
21). A Grande Tribulação será terrível para o povo judeu, o qual será provado e julgado pelo Senhor, quando
então se lembrarão daquele a quem transpassaram: Jesus, o Messias, que virá libertá-los. Muitos aspectos
da profecia de Ezequiel 37.1-11 já tiveram seu cumprimento na história, porém a restauração integral desta
nação ainda está para se cumprir no futuro.
NOTA!
Para se aprofundar neste assunto, recomendamos a página
em inglês do Temple Institute (Instituto do Templo em
Jerusalém) em www.templeinstitute.org.
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RESUMO DO CAPÍTULO
· Aprendemos o que são os sinais dos tempos; o que representam, a certeza, a natureza, o propósito
e o tempo da Segunda Vinda de Cristo – Parousia.
· Estudamos o Sermão Profético e Vimos os principais sinais relacionados à pré-vinda.
· Examinamos o significado da Parousia para os três grupos de povos da Bíblia: Igreja; Israel e Gentios.
· Vimos que Israel é a peça chave para compreendermos o plano de Deus para o fim dos tempos, pois
os eventos relacionados a esta nação afetam todas as nações e povos direta ou indiretamente – por
isso mesmo Israel é conhecida como “relógio escatológico de Deus”.
· Analisamos as principais profecias ligadas à nação de Israel, o seu cumprimento e significado para
a Segunda Vinda de Cristo.
96
ESCATOLOGIA BÍBLICA
ESCATOLOGIA BÍBLICA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 4
Nome: Série: Data da Entrega:
Prezado aluno, através desta autoatividade você terá a oportunidade de rever o conteúdo estudado neste
capitulo. Esta é uma atividade avaliativa, portanto, faça-a com atenção e dedicação. Boa revisão!
QUESTÕES:
1. Defina o que são “sinais dos tempos” e por qual motivo Deus os deixou para nós?
2. Quais são as duas fases ou etapas da Segunda Volta de Cristo? O que significa “princípio das dores”?
3. A que conclusão você chega ao confrontar os sinais da volta de Cristo com os jornais seculares? Cite alguns
exemplos de sinais da volta de Cristo que tenha observado ultimamente na mídia.
4. Quais os três grandes povos da profecia bíblica e o que a volta de Cristo representa para cada um deles?
5. Por que Israel é chamado o “relógio escatológico de Deus”? Quais profecias relacionadas a Israel se
cumpriram e que demonstram a proximidade da volta de Cristo?
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ANOTAÇÕES
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
CAPÍTULO 5
AS PROFECIAS DE DANIEL
1. AS PROFECIAS NO LIVRO DE DANIEL
1.1 INTRODUÇÃO
No capítulo 2 deste livro
estudamos o livro de Apocalipse.
05
N e s t e c a p í t u l o e n fo c a r e m o s
CAPÍTULO
principalmente as profecias do livro
de Daniel, que é um dos livros mais
intrigantes de toda a Bíblia.
Daniel foi ricamente inspirado
pelo Espírito Santo para transmitir
a palavra profética principalmente
acerca do fim dos tempos. Muitas de
suas profecias se cumpriram e outras
ainda aguardam seu devido tempo.
Estudaremos a supremacia divina
sobre o domínio político e religioso
humano. Refletiremos a respeito das
principais profecias do livro, as quais
relatam o futuro das nações gentílicas FIGURA 31: DANIEL; em http://prjoseiadrn.
e do povo de Israel. Bons Estudos! blogspot.com; em 15 fev. 2012
99
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Nos primeiros sete capítulos de Daniel tratam do futuro das nações gentílicas, já os capítulos 8-12 referem-
se ao povo de Israel. As principais profecias do livro são as encontradas no capítulo 2 (nações gentílicas) e as
do capítulo 9 (nação israelita). Nosso estudo focará algumas destas profecias de maior relevância escatológica,
mas mostramos a seguir alguns quadros que facilitarão uma posterior consulta às profecias de Daniel caso
haja interesse por parte do aluno.
Outro ponto importante a ser considerado quando estudamos as profecias de Daniel é saber que este
livro não pode ser estudado isoladamente, mas em conjunto com toda a Escritura, principalmente aliado ao
livro de Apocalipse. Ambos os livros combinam-se e completam-se. há entre eles um paralelismo notável,
pois Apocalipse se fundamenta na visão de Daniel. Daniel ocupa-se principalmente do “tempo dos gentios”
mencionado em Lc 21.24. Já Apocalipse salienta a “plenitude dos gentios”.
Deus nos mostra através deste livro que Ele é soberano governador das nações do mundo (Dn 2.21;
4.17-35). Ele é o Senhor da história. Ela não é uma sequência de fatos desconexos e nem pode ser controlada
pelos homens. há alguém maior nos bastidores conduzindo-a para um ponto determinado: “... a fim de que
conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até ao
mais humilde dos homens constitui sobre ele” (Dn 4.17b). “E ele muda os tempos e as estações; ele remove os
reis e estabelece os reis...” (Dn 2.21a; Bíblia de Estudo Profética Tim Lahaye, 2005, p.760-762; BERGSTéN, 1995).
NOTA!
Nos quadros que se seguem são apresentadas as principais
profecias do livro de Daniel, as quais o caro aluno poderá
consultar sempre que houver necessidade.
100
ESCATOLOGIA BÍBLICA
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9.27 O “príncipe, que há de vir” (v.26) fará O anticristo firmará um concerto com Israel por
um “concerto com muitos por uma sete anos, mas se voltará contra Israel depois
semana”, mas no meio dessa “semana”, de três anos e meio. A septuagésima “semana”
ele interromperá os sacrifícios. começará após o arrebatamento da Igreja.
11.3 Depois do governo da Pérsia (v.2), um Alexandre, o Grande, derrotou o império Persa
valente rei se levantará. em 334-330 a.C.
11.4 O reino do valente rei será dividido entre Logo depois da morte de Alexandre, em 323
outros. a.C., seu reino foi dividido entre quatro de seus
generais, incluindo Ptolomeu (Egito) e Selêuco
(Síria).
11.5-35 Vários reis do Sul e vários reis do Nort Uma prolongada luta na terra de Israel entre
e o reino Ptolemaico, do Egito (os reis do Sul), e
lutarão entre si com força e muitas intrigas. o reino Selêucida, da Síria (os reis do Norte)
,
levou à profanação do templo de Jerusalém, em
167 a.C., pelo rei selêucida Antíoco Epifânio IV.
Esta profecia também aponta para os grandes
conflitos militares que acontecerão durante o
11.36-39 Um rei se exaltará acima de todos tempo
Apesar dade angústia.
alguns sustentarem que este rei seja
os poderes, humanos ou divinos, e Antíoco Epifânio IV, outros creem que ele é
blasfemará contra Deus “até que a ira se o anticristo, que reinará durante o tempo da
complete” (v. 36) angústia.
11.40-45 “E, no fim do tempo”, o rei do Sul atacará o O anticristo invadirá Israel em função das
rei do Norte. Este rei (o de 11.36) invadirá batalhas que se travarão ali entre os aliados do
a terra gloriosa e governará ali, mas será Egito e os poderes do Norte. O anticristo reinará
destruído. em Israel, mas será derrotado no fim do tempo
da angústia.
12.1 Miguel libertará o “teu povo” de um O arcanjo Miguel intervirá para libertar Israel
tempo de angústia, tal “qual nunca houve, da grande tribulação na batalha do Armagedom
desde que houve nação”. (Ap 16.12-16).
12.2-3 Os mortos ressuscitarão, alguns para a Os justos serão ressuscitados para reinar com
vida eterna e outros para condenação cristo no reino do milênio (Ap 20.4). Os ímpios
eterna. serão ressuscitados depois do milênio para a
condenação eterna (Ap 20.5).
QUADRO: PROFECIAS REFERENTES À ISRAEL EM DANIEL 8 – 12
FONTE: Bíblia de Revelação Profética, 2010.
2.1 INTRODUÇÃO
A história humana registra a existência de vários Impérios Mundiais, os quais aparecem descritos nas
profecias de Daniel. Neste tópico estaremos estudando as profecias referentes ao “tempo dos gentios”, os
grandes impérios mundiais e como Deus usa até mesmo monarcas pagãos para cumprir seus propósitos, o
que mostra a sua soberania e poder sobre o reino dos homens. Bons estudos!
102
ESCATOLOGIA BÍBLICA
NOTA!
O “tempo dos gentios” refere-se ao extenso período da
história em que os gentios são as forças dominantes do
mundo e o povo de Israel sujeito a estas forças.
103
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adivinhos o podem declarar ao rei; Mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios; ele, pois, fez saber ao rei
Nabucodonosor o que há de acontecer nos últimos dias; o teu sonho e as visões da tua cabeça que tiveste na tua
cama são estes: Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos, acerca do que há de ser depois
disto. Aquele, pois, que revela os mistérios te fez saber o que há de ser. E a mim me foi revelado esse mistério,
não porque haja em mim mais sabedoria que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber
ao rei, e para que entendesses os pensamentos do teu coração. Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande
estátua; esta estátua, que era imensa, cujo esplendor era excelente,
e estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível. A cabeça
daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços de prata;
o seu ventre e as suas coxas de cobre; As pernas de ferro; os seus pés
em parte de ferro e em parte de barro. Estavas vendo isto, quando uma
pedra foi cortada, sem auxílio de mão, a qual feriu a estátua nos pés de
ferro e de barro, e os esmiuçou. Então foi juntamente esmiuçado o ferro,
o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como pragana
das eiras do estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para
eles; mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte, e encheu
toda a terra” (Dn 2.26-35).
Esse sonho perturbou o rei a tal ponto que chegou a decretar
a morte dos “sábios” da Babilônia (em sua maioria astrólogos,
encantadores, magos, videntes etc.). Daniel também era conselheiro
do rei nesta época, e foi apontado como o homem mais sábio da
Babilônia, porém a princípio não foi chamado para interpretar o sonho
provavelmente pela sua pouca idade (Dn 1.20).
Mesmo sob ameaça de morte, nenhum dos sábios da Babilônia FIGURA 33: O SONhO DE NABUCODONOSOR;
conseguiu revelar o mistério. Daniel pediu então ao rei a oportunidade Disponível em <www.zgaxr.com/Item/1423.
aspx> e <http://ipadut.blogspot.com/2009/09/
de interpretar o sonho visando evitar a morte de muitas pessoas, o-sonho-do-rei-e-interpretado-por.html>.
inclusive a sua e de seus amigos. Após um período de consagração, Acesso em: 17 fev. 2012
Deus deu ao profeta a interpretação do sonho, o que acalmou o ansioso coração do monarca.
O sonho consiste num resumo profético dos acontecimentos que vão desde o cativeiro babilônico até
a vinda de Cristo em glória, no término da Grande Tribulação. é uma visão que nos ajuda a compreender
globalmente a palavra profética.
Consiste em dois assuntos principais: uma estátua e uma pedra. A estátua de um ser humano, terrível de
se ver por causa do seu tamanho e brilho: cabeça de ouro, braços e peito de prata, ventre e coxas de cobre,
duas pernas de ferro e pés e artelhos de ferro e barro mesclados. A pedra cortada do lado de um monte e sem
o auxílio de mãos (Dn 2.45), indicando que sua origem não é humana. A pedra atingiu os pés da estátua com
tal força que os pés foram esmagados e a estátua desintegrou-se e o vento levou seus restos por toda a terra.
Então a pedra tornou-se um grande monte que encheu toda a terra (LAhAYE e hINDSON, 2010, p.447-452).
Daniel estudou a estátua da cabeça aos pés e o Senhor lhe concedeu a interpretação (Dn 36-45). Esse
estudo descendente indica a passagem do tempo, de modo que a parte superior da estátua indicava um período
anterior à parte inferior. Daniel explicou ao rei que a estátua representava não só o Império Babilônico, mas
104
ESCATOLOGIA BÍBLICA
também outros grandes impérios que se sucederiam e seus respectivos líderes (os orientais consideravam
sinônimos os reis e seus reinos). Ele não sabia o nome destes impérios, mas através da interpretação que Deus
lhe concedeu pode ter um vislumbre da grandiosidade e declínio destes. Em resumo, a estátua mostra a ascensão
e queda dos grandes impérios mundiais, que conhecemos atualmente através de achados arqueológicos e
registros históricos-científicos, os quais comprovam a veracidade das profecias.(BERGSTéN, 1995).
FIGURA 36: QUATRO ANIMAIS (Imagem Ilustrativa) Disponível em <http://marleneecarloscumprindoochamado.blogspot.com>. Acesso em: 19 fev. 2012
A Daniel foi revelado a interpretação do sonho. Animais: reis ou reinos (Dn 7.17, 23). O mar e águas: é uma
representação de povos, multidões, nações e idiomas (Ap 17.1,15; Is 8.7). Quatro ventos combatendo no mar:
simbolizam contendas, guerras entre os povos da Terra (Is 11.12; Ez 7.2; Jr 4.11-13; 49.35-37; Os 13.15-16). O
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quadro do sonho mostra cenas de conquista e revolução pelas quais os reinos atingiram seu grande poder. As
asas representam velocidade, rapidez com que os reinos foram formados (Jr 48.40-41).
Deus revela novamente o tempo dos gentios, agora diretamente a Daniel. A primeira visão foi dada a um
rei pagão, e os impérios são vistos do ponto de vista político, com relação à sua degeneração quanto à forma
de governo. Já Daniel vê estes impérios do ponto de vista moral, em relação ao seu caráter de ferocidade, o
que é representado pelas bestas feras.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
o cristianismo só foi oficializado no Império Romano em 313 d.C. através do Edito de Milão de Constantino
(SILVA, Antonio Gilberto, 1997, p. 49-51).
O Império Romano Revivido será um reino dividido (dez dedos, dez chifres, dez nações, dez governos) –
formado por uma aliança (Dn 2.41). A organização política e administrativa será forte neste novo império, assim
como era no Império Romano. Politicamente será forte, mas terá deficiências, e a maior delas é sua divisão
(ferro e barro dos pés da estátua; Dn 2.43), pois assim como num casamento, farão acordos e tratados, porém
terão suas identidades e características preservadas. Mais detalhes sobre o assunto no capítulo 7, Tribulação,
deste livro (MATTOS. Disponível em: www.igrejasementedavida.com.br).
A descrição detalhada sobre o fim dos tempos, o quarto animal, os dez chifres seguidos pelo décimo
primeiro chifre que venceu os outros três nunca foi cumprida na história. Alguns intérpretes têm tentado
descobrir dez reis no passado e o décimo primeiro rei que se levantaria para, de algum modo, cumprir
essa profecia, mas não há nada que corresponda a isso na história do Império Romano. Os dez chifres
não reinam um após o outro, mas reinam simultaneamente. Além disso, eles não são o império mundial,
mas são os precursores do pequeno chifre que, depois de subjugar três dentre os dez chifres, se tornará
o governante mundial; Ap 13.7; Dn 7.23; (John Walvoord apud LAHAYE, ICE, 2009, p.85).
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
3.1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estaremos estudando uma das mais valiosas profecias da Bíblia: As Setenta Semanas de
Daniel (Daniel 9), que é justamente uma das profecias chave para compreendermos os eventos escatológicos.
Daniel buscou profundamente a Deus, com oração, jejum, súplicas, humilhando-se diante do Senhor,
intercedendo pelo seu povo que estava no cativeiro babilônico. A resposta de Deus veio através de um panorama
profético que facilita a compreensão dos acontecimentos sobre o fim dos tempos. Tal panorama mostra a
sequencia dos últimos acontecimentos relativos a Israel e como Deus executará os seus planos. Bons Estudos!
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NOTA!
Lembre-se:
1 semana = 7 anos
70 semanas = 70x7 = 490 anos
Estes 490 anos proféticos têm cada um 360 dias. Isso fica
comprovado pelas referências bíblicas à septuagésima
semana de sete anos, que está dividia em duas metades. É descrita como “Quarenta e
dois meses” (Ap 11.2; 12.6; 13.5) e 1.260 dias (Ap 12.6), correspondentes a três anos
e meio, com meses de 30 dias cada, conforme o calendário judaico.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
Malaquias e Mateus. É quando o Messias vem ao mundo, é rejeitado pelos seus pares e é morto. Logo depois
ocorre a destruição da Cidade Santa, Jerusalém (70 d.C.), pelos romanos (SILVA, 1997, p. 59-68).
· Terceiro período – UMA SEMANA
é a 70ª Semana, a qual ainda não se cumpriu. Sobre este período a profecia diz: “Ele firmará um concerto
com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre
a asa das abominações virá o assolador” (Dn 9.27).
Esta semana profética não se segue imediatamente às sessenta e nove. Com a rejeição do Messias pelos
judeus e a expulsão destes da sua terra, uma época de permeio é intercalada no tempo, em que a Igreja é
formada, edificada e arrebatada antes que comece a última semana de sete anos (APOLôNIO, 1985, p. 5-8;
SILVA, 1997, p. 59-68).
Após a 69ª Semana, o tempo ficou suspenso para Israel até que se atinja a “plenitude dos gentios”,
do original grego “totalidade da Igreja”, (Rm 11.25). Ou seja, a contagem das setenta semanas parou. Esse
intervalo entre a 69ª Semana e a 70ª Semana é chamado “Era ou Dispensação da Igreja” ou “Dispensação da
Graça de Deus”.
NOTA!
A Igreja possui um plano à parte do povo judeu. Por isso
o período da Igreja não é contado nas 70 semanas, pois
ela não corresponde a “teu povo (Israel) e a tua santa
cidade (Jerusalém)”. (Dn 9.24). A profecia é para Israel e
Jerusalém.
“Depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais [a crucificação e ascensão de
Jesus]; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá o santuário, e o seu fim será com uma inundação [a
destruição de Jerusalém no ano 70 d.C.]; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações.”
(Dn 9.26)
Israel foi rejeitado (Ex 19.5-6; Dt 7.6; 14.2; 26.18), foi quebrado da oliveira, e Deus enxertou nela a Igreja,
como um “zambujeiro” (Rm 11.17-21). Deus formou assim um povo seu especial “zeloso de boas obras” (Tt
2.14) pela qual Deus fez conhecer a sua multiforme sabedoria (Ef 3.10). Essa dispensação terá fim com o
arrebatamento da Igreja (Mt 24.36); (BERGSTéN, 2007, p. 299-302).
CUIDADO!
Não confunda “Era da Igreja” com “Tempo dos gentios”!
Era da Igreja – Inicio: no Pentecostes; término: no
arrebatamento.
Tempo dos Gentios – Inicio: Jerusalém sob domínio
gentílico desde o cativeiro babilônico; Término: Segunda
Vinda de Jesus a terra para julgar as nações (Dn 2.35) e
estabelecer o Reino Milenar.
Após o arrebatamento terá inicio a 70ª Semana – os sete anos que correspondem ao período de Tribulação,
descrita em detalhes nos capítulos 6 a 18 de Apocalipse.
Jesus falou sobre este tempo em Mateus 24.15, 21, e sem dúvida alguma será um tempo de grande
aflição, sofrimento e tumulto jamais visto na história humana. Ezequiel chama este tempo de “angústia de
Jacó”, quando então um “príncipe que há de vir” (o Anticristo) “reinará” por sete anos. O Anticristo não poderá
se manifestar enquanto a Igreja estiver na Terra: “Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que,
agora, resiste até que do meio seja tirado; e, então, será revelado o iníquo [o Anticristo], a quem o Senhor
desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda (2 Ts 2.7-8).
111
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
Apesar de a última semana ser referente a Israel, todas as nações sofrerão consequências do governo
do Anticristo durante a Tribulação, porém temos que ter em mente que as setenta semanas de anos não se
referem a nós cristãos ou a igreja. Elas foram determinadas por Deus para Israel. O tempo da igreja ocorre no
intervalo profético antes da Tribulação (última semana) e da manifestação do Anticristo.
FIGURA 46: AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL. A 70ª SEMANA CORRESPONDE AO PERÍODO DA TRIBULAÇÃO.
FONTE: LAHAYE e ICE, 2009, p. 87.
112
ESCATOLOGIA BÍBLICA
ESCATOLOGIA BÍBLICA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 5
Nome: Série: Data da Entrega:
QUESTÕES:
1. Quais as maiores profecias escatológicas encontradas no Livro de Daniel?
2. Qual a diferença entre “Tempo dos Gentios” e “Era da Igreja”?
3. Faça um quadro relacionando as partes da estátua do sonho de Nabucodonosor; os animais da visão de
Daniel e quais Impérios são referentes e seus significados.
4. Que versículo do capítulo 9 de Daniel mostra que as Setenta Semanas são referentes a Israel e não à
igreja? Faça uma breve descrição das Setenta Semanas de Daniel.
5. A atual dispensação da igreja está inserida entre quais Semanas da profecia de Daniel?
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ANOTAÇÕES
114
ESCATOLOGIA BÍBLICA
CAPÍTULO 6
A SEGUNDA VINDA DE CRISTO
06
CAPÍTULO
FIGURA 48: A SEGUNDA VINDA DE CRISTO; em http://www.ipbvilatoninho.com.br ; em: 25 fev. 2012
1.1 INTRODUÇÃO
O evento central da Escatologia cristã é a Segunda Vinda de Cristo. Todos
os demais acontecimentos escatológicos estão ligados a este evento.
A volta de Jesus é a promessa mais gloriosa que está para se cumprir, com
efeitos jamais vistos em toda a história da humanidade. Para termos uma ideia,
basta analisarmos a primeira vinda de Cristo que foi suficiente para mudar o
rumo de toda a história humana. Com a segunda vinda não será diferente.
Neste tópico estaremos iniciando este assunto tão empolgante e importante
para nós cristãos, mostrando os principais aspectos relacionados à segunda
vinda do Senhor. Bons Estudos!
115
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viva a “bendita esperança”. Até o terceiro século não houve quase exceção a essa regra, porém a partir de
Constantino, esta verdade começou a ser rejeitada e até mesmo chegou a ser deixada de lado. Foi somente
nos último século que houve uma restauração dessa doutrina na Igreja, apesar de haver ainda desconfiança
e até oposições a ela.
Quatro coisas geraram uma má reputação a essa doutrina e a conduziram até mesmo ao descrédito:
1. estabelecimento de datas da volta de Cristo por vários falsos profetas;
2. doutrinas imaginosas e não bíblicas;
3. ideias preconcebidas e preconceituosas dificultam que muitos que estão apegados ao tradicionalismo
interpretem a Bíblia de acordo como os princípios gramático-históricos que ela exige;
4. pessoas escarnecedoras e descrentes que possuem um coração não regenerado, as quais não creem na
volta do Senhor, antes se opõem às verdades bíblicas dizendo “Onde está a promessa da sua vinda?” Somente
um cristão realmente convertido a Cristo consegue dizer sinceramente: “Amém. Vem, Senhor Jesus” (Ap 22.20).
O fato é que essa é uma doutrina importantíssima para nós cristãos que cremos no cumprimento pleno
da Palavra de Deus. Sua volta é importante não apenas para a igreja, mas para toda a humanidade, pois é a
chave para a história humana, como poderemos notar pelo seu imenso valor destacado em toda a Bíblia. Seu
estudo também produz uma melhor compreensão das Escrituras, estimula o serviço cristão, a santidade, a
evangelização e o interesse missionário.
116
ESCATOLOGIA BÍBLICA
IMPORTANTE!
A Segunda Vinda de Cristo – a Parousia – é o evento mais
profetizado, mais certo, mais definitivo do Novo Testamento.
Diversas doutrinas essenciais da Bíblia são dependentes da volta de Cristo, como por exemplo, a
ressurreição dos mortos e a vitória completa de Cristo sobre Satanás. Se Jesus não voltar, então cremos numa
mentira, e Deus simplesmente não pode mentir. Portanto, a Segunda Vinda de Cristo não é somente uma
certeza; é também uma necessidade doutrinária.
NOTA!
Vamos relembrar os três principais termos utilizados para a
Segunda Vinda de Cristo no Novo Testamento?
1. Parousia – Significa “presença” ou “chegada”. Esta palavra
designava a chegada e a presença real de um rei no Novo
Testamento (Mt 24.3; 1 Ts 2.19).
2. Apocalipsis (Apokalupsis) – Significa “revelação” e indica que agora Cristo não está
agindo de maneira pessoal e visível no mundo, mas que um dia Ele será revelado em
toda a sua glória, na sua natureza verdadeira, na sua plenitude (1 Co 1.7; 2 Ts 1.7).
3. Epifaneia (Epiphanea) – Significava no Novo Testamento o aparecimento e uma
divindade para socorrer o seu povo (Tt 2.13; 2 Tm 4.8).
Não se pode negar que todos esses eventos citados são “vindas de Cristo” a nós, porém a Bíblia nos relata
um evento específico. Cristo voltará pessoalmente, ele mesmo em pessoa. Não podemos confundir a atuação
do Espírito Santo na Igreja com a Segunda Volta de Cristo (Jo 14.3; At 1.10-11; 1 Ts 4.16).
há também um conceito errado que diz que a morte corresponde à segunda vinda de Cristo, contudo já
estudamos que a morte é o oposto, pois mortos em Cristo ressuscitarão nessa ocasião. Com a morte iremos para
Cristo, mas na sua vinda ele virá nos buscar. Passagens bíblicas como Mateus 16.28 e Filipenses, perdem totalmente
o sentido se substituíssemos morte por segunda vinda. Além disso, a morte é um inimigo, enquanto que a vinda de
Cristo é nossa esperança (Mt 24.36-42; Fl 3.20). (PEARLMAN, 1996, p.310).
Alguns acham que a conversão do mundo antecede a volta de Cristo e afirmam que tão depressa o
mundo aceite os princípios de Cristo, Ele virá. Porém as Escrituras afirmam que haverá deserção (apostasia)
da fé nos últimos dias (Lc 18.8; 2 Ts 2.3-12; 1 Tm 4.1), serão tempos difíceis (trabalhosos) (2 Tm 3.1 e versículos
seguintes), em que a sã doutrina não será tolerada e que heresias condenáveis serão introduzidas (2 Tm 4.1-
4; 2 Pe 2.1-2), e que prevalecerão as condições dos dias de Noé e Ló (Lc 17.26-30). Este com certeza não é
o retrato de um mundo convertido por ocasião da volta de Cristo. Além disso, a Bíblia também afirma que a
volta do Senhor será repentina, como o “relâmpago”, num “abrir e fechar de olhos” (Mt 24.27; 1 Co 15.52) e
isso não se encaixa com a ideia de uma conversão gradual do mundo (THIESSEN, 1989, p. 321).
Há correntes religiosas que garantem que a segunda vinda já ocorreu no ano 70 d.C. quando Jerusalém
foi destruída pelas tropas do Império Romano. Porém em nenhum desses eventos houve ressurreição dos
117
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
mortos, não houve arrebatamento dos vivos transformados e nenhum outro dos acontecimentos preditos
pelas profecias bíblicas referentes ao segundo advento (THIESSEN, 1989. p. 316 – 319).
118
ESCATOLOGIA BÍBLICA
119
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
2.1 INTRODUÇÃO
O que a volta de Cristo representa para os três grupos de povos
representados na Bíblia? Deus tem um programa profético universal que com ESTUDOS FUTUROS
frequência é subdividido em três planos distintos: um plano para Israel, um
plano para a Igreja e um plano para as nações gentias. Todos esses três planos Trataremos das
giram em torno do povo judeu. duas etapas da
Neste tópico estaremos analisando o significado da Volta de Cristo para Segunda Vinda
a Igreja, Israel e para os Gentios. Bons Estudos! de Cristo mais
detalhadamente
2.2 A VOLTA DE CRISTO PARA OS TRÊS GRANDES nos próximos
POVOS DA PROFECIA BÍBLICA capítulos.
Do ponto de vista humano os povos da terra estão divididos em centenas
de nações e grupos étnicos, porém do ponto de vista de Deus a humanidade compõe-se em apenas três
grupos que Ele mesmo dividiu: judeus, gentios e a Igreja de Deus (1 Co 10.32). A segunda vinda de Cristo está
relacionada particularmente com esses três grupos de povos.
120
ESCATOLOGIA BÍBLICA
compreendiam, era-lhes oculto (Rm 16.25-26; Cl 1.25-27), é um parêntesis histórico nos milênios do povo
eleito que começaria quando o Messias “fosse tirado do meio” (Dn 9.25) e terminaria quando da sua volta
para cumprir as promessas feitas a Israel (para o cumprimento da 70ª Semana Daniel). Na igreja a salvação é
individual e não nacional. Iniciou repentinamente em Atos 2, e por isso também terminará repentinamente
no arrebatamento.
A Igreja possui uma posição exclusiva nos planos de Deus, desvinculada dos planos divinos para Israel.
Participa das promessas espirituais da Aliança Abraâmica: “...em ti serão benditas todas as famílias da terra”
Gn 12.3 (ver também Gn 28.14; Gl 3.8), na pessoa de Jesus Cristo, o descendente de Abraão. Já Israel (não a
Igreja) cumprirá seu destino como nação após a Grande Tribulação, durante o Milênio (Enciclopédia Popular
de Profecia Bíblica, 2010, p. 163).
Para esse grupo o Senhor virá como o seu Noivo, a fim de levá-la para si, para a glória celestial (Jo 14.3).
Esse é o povo do céu, nossas promessas são de uma pátria celestial, não terrestre como Israel (PEARLMAN,
1996, p.314; APOLONIO, 1985; LAhAYE e hINDSON, 2010, p.369).
121
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
ESCOLHA DE DEUS Deus escolheu Israel para a sua Deus escolheu a Igreja para a sua
glória na Terra glória no céu
(Gn 15.7; Js 11.23; Ex 32.13) (Ef 2.4-7)
TEMPO DA ESCOLHA Israel foi escolhido através do A Igreja foi escolhida antes da
chamado de Abraão fundação do mundo
(Gn 12.1-3) (Ef 1.4)
O PROPÓSITO DE DEUS Fazer de Israel uma nação diferente Fazer da Igreja um corpo diferente
de todas de todos
(Gn 12.2; 46.3) (Ef 1.15-23; 2 Co 11.2; Ct 4.1)
O CHAMADO Deus chamou uma pessoa para dela A Igreja é chamada entre muitos
formar uma nação para formar um só corpo
(Is 51.2) (Ef 2.11-16)
O ENCONTRO COM CRISTO Os judeus serão chamados de volta A Igreja será chamada aos céus
a sua pátria (1 Ts 4.13-15)
(Jr 33.7-9)
A RELAçãO COM CRISTO Cristo será o Rei de Israel Cristo é a cabeça do corpo, o noivo
(Zc 14.17) da igreja
(Ef 1.22; 4.15)
A HERANçA A herança de Israel é a terra A herança da Igreja é o céu
(Gn 12.7) (Ef 1.3)
TABELA 23: CONTRASTES ENTRE ISRAEL E A IGREJA
FONTE: Compilado a pelos autores a partir de Estudos de Escatologia de Edson Prado (2011, p.4).
Segundo Arnold G. Fruchtenbaum (apud Bíblia de Estudo Profética Tim Lahaye, 2005, p. 1032), não há
evidência bíblica de que a Igreja tenha começado com Adão ou Abraão, ou mesmo que tenha existido no
Antigo Testamento ou durante a vida terrena de Cristo (Mt 16.18).
A primeira evidência de que a Igreja é distinta de Israel é que ela surgiu no Pentecostes (Cl 1.18; Co 12.13;
At 11.15-16; At 2.1-4 ).
A segunda evidência diz respeito a três pré-requisitos básicos cumpridos pelo Senhor na sua primeira
vinda, os quais deram base para o estabelecimento da Igreja:
1. a morte de Jesus, pela qual a propiciação foi oferecida (Mt 16.18-21);
2. a ressurreição de Jesus (Ef 1.20-23);
3. a ascensão de Jesus (Ef 2.7-11). O Espírito Santo só foi concedido após esse evento.
A terceira evidência que mostra a distinção entre Israel e a Igreja são as chamadas características
“misteriosas” (“mistérios”) da igreja, isto é, verdades do “Novo Testamento” não reveladas no “Antigo
Testamento” (Ef 3.3-5; 9; Cl 1.26-27). Veja a Figura 4 do Capítulo 1 e observe os “vales” das profecias bíblicas,
que correspondem a esses “mistérios” a que Paulo se refere em várias passagens.
Quatro traços da igreja existem que não foram revelados no Antigo Testamento:
1. o conceito de crentes judeus e gentios unidos num só corpo (Ef 3.1-12);
2. a doutrina do Messias habitando em todo crente (Cl 1.24-27; 2.10-19; 3.4,11);
3. a Igreja como a noiva de Cristo (Ef 5.22-32);
4. o Arrebatamento, com seus eventos correlacionados da ressurreição dos “mortos em Cristo” e o
translado aos céus dos crentes vivos (1 Co 15.50-58).
A quarta evidência diz respeito ao conceito do “novo homem” mostrado em Efésios 2.15. Este “novo
homem” já não é mais judeu ou gentio, mas cidadão do céu, filho de Deus, criado em Deus para as boas obras.
São os membros do corpo de Cristo, identificados como a Igreja em Efésios 2.16 (“um só corpo”) e Efésios 3.6
(“mesmo corpo”).
A quinta evidência que distingue Israel da Igreja é o que já estudamos: os três grupos de povos bíblicos
122
ESCATOLOGIA BÍBLICA
possuem planos distintos entre si, como descreve 1 Coríntios 10.32: “Portai-vos de modo que não deis escândalo
nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus.”
E, enfim, a sexta evidência diz respeito ao fato de que o termo “Israel” nunca é usado sobre a Igreja. No
Novo Testamento há uma distinção bem clara quando se fala sobre os judeus em geral e os judeus crentes
(Gl 6.16; 2.7-9).
Desta forma, precisamos levar em consideração quando estudamos a Segunda Volta de Cristo a que
grupo estamos nos referindo: se a Israel, à Igreja ou aos gentios. Atualmente pela Bíblia vivemos na época
da Igreja que é uma brecha aberta na história do povo judeu, mas esta brecha irá se fechar para que haja o
cumprimento da última semana de Daniel (70ª Semana).
FIGURA 52: ISRAEL E A IGREJA; FONTE: Compilado pelos autores a partir da Bíblia de Estudo Profética Tim Lahaye, 2005, p. 1074; em 21.abr.2012.
RESUMO DO CAPÍTULO
123
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
· Vimos diversos aspectos relacionados à doutrina da Segunda Vinda de Cristo: sua importância,
certeza, natureza, tempo e propósitos.
· Vimos que a Segunda Vinda do Senhor será em duas etapas:
1ª Fase da Segunda Vinda – Sua vinda nos ares – O arrebatamento da igreja.
2ª Fase da Segunda Vinda – Sua vinda à terra – A manifestação ou retorno glorioso de Jesus com os
seus anjos e os santos após a Tribulação – Inicio do Milênio.
· O arrebatamento e o retorno glorioso são etapas da Segunda Vinda de Cristo, atestada por várias
passagens bíblicas.
· Examinamos o significado da Parousia para os três grupos de povos da Bíblia: Igreja; Israel; Gentios.
· Estudamos várias evidências que mostram a distinção entre Israel e a Igreja.
124
ESCATOLOGIA BÍBLICA
ESCATOLOGIA BÍBLICA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 6
Nome: Série: Data da Entrega:
QUESTÕES:
1. Fale resumidamente sobre: a importância, a certeza, a natureza, o tempo e o propósito da doutrina da
Segunda Vinda de Cristo.
2. Quais são as duas fases ou etapas da Segunda Volta de Cristo?
3. Com que base você pode afirmar que o Arrebatamento e o Retorno Glorioso são eventos separados?
4. Quais os três grandes povos da profecia bíblica e o que a volta de Cristo representa para cada um deles?
5. Descreva os pontos de distinção entre Israel e a Igreja e justifique por que é importante fazer essa distinção.
125
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
ANOTAÇÕES
126
ESCATOLOGIA BÍBLICA
CAPÍTULO 7
O ARREBATAMENTO (1ª ETAPA
DA SEGUNDA VINDA), O QUE ESTÁ
ACONTECENDO NO CÉU?
07
FIGURA 55: O ARREBATAMENTO (imagem ilustrativa) CAPÍTULO
FONTE: Disponível em: <http://vvchapel.org>. Acesso em: 5 mar. 2012
1. O ARREBATAMENTO
1.1 INTRODUÇÃO
“Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por
ele salvos da ira.” Rm 6.9
Estudamos no capítulo anterior que a Segunda Vinda de Cristo é um
acontecimento que abrange certo período de tempo e que ocorrerá em duas
etapas distintas. Na primeira etapa Jesus virá para os seus, na segunda etapa
Ele virá com os seus. Observamos que os sinais dos tempos nos conduzem
a afirmar: Jesus virá brevemente! Porém, chegará o dia em que o mundo
afirmará: Jesus já veio!
Neste capítulo estaremos estudando a primeira etapa da Segunda Vinda
de Cristo: o Arrebatamento, a sua vinda nos ares para encontrar a sua Igreja e
os eventos que se sucederão no céu após esse episódio. Bons Estudos!
127
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
“Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos (referindo-se a morte dos cristãos), mas transformados
seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos.” (1 Co 15.51-52) Segundo as palavras de Eurico
Bergstén (2007, p.317): “O mesmo Jesus que se manifestou primeiro em cumprimento às profecias e que
nasceu da virgem, viveu em perfeição, morreu pelos pecados do mundo, ressuscitou e ascendeu ao céu, há de
voltar uma segunda vez, ainda em cumprimento às profecias. [...] Na primeira fase... Jesus voltará invisível aos
olhos do mundo, detendo-se nas nuvens, e, em um abrir e piscar de olhos arrebatará para si todos os santos”
(BERGSTÉN, 2007, p. 317).
A primeira etapa da segunda vinda de Cristo é o arrebatamento, descrito pelo apóstolo Paulo na primeira
carta aos irmãos de Tessalônica: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem,
para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu
e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois,
isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que
dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus;
e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados
juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.
Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1 Ts 4.13-18).
Arrebatados (do grego “harpazo”), ou arrebatamento (do grego “harpagesometha”) significa literalmente
“arrancados poderosamente”, “apanhar para cima” ou “agarrar” e tráz a ideia de apoderar-se rapidamente de
algo, ação rápida e enérgica. Frequentemente também traduzido como “rapto”. A palavra “arrebatamento” não
aparece no Novo Testamento grego por ser uma palavra latina e aqueles que traduziram o Novo Testamento
grego para o latim usaram a palavra Arrebatamento para descrever este “agarrar” ou “levantar rápido”. “A
encontrar o Senhor” (do grego “eis apantesin tou kuriou”) pode ser traduzido literalmente por “para um
encontro com o Senhor”. Segundo Stanley Horton (1998, p.76), a palavra encontro descrevia o povo saindo
ao encontro de um rei ou general a alguma distância da cidade para acompanhá-lo. Essa é a mesma palavra
usada na parábola das dez virgens quando vão ao “encontro” do noivo (Mt 25.1-10), o que corresponde ao
uso do vocábulo “parousia”.
Tanto os apóstolos quanto a igreja dos três primeiros séculos aguardavam ansiosamente o arrebatamento,
o que motivava grandemente os cristãos ao serviço e à prática evangelística e missionária.
Alguns desses nossos irmãos, os de Tessalônica, ficaram abalados em sua fé devido ao fato de se propagar
um boato de que o “dia” já havia passado e que eles haviam sido deixados para trás. Paulo então lhes escreveu
duas cartas (1 e 2 Tessalonicenses) visando acalmar seus corações e orientá-los a respeito das verdades que
envolvem o assunto.
Embora o termo “arrebatamento” não fosse usado por esses primeiros cristãos, eles aguardavam ansiosos
pela volta do Senhor, a primeira ressurreição, quando então os mortos em Cristo seriam ressuscitados e os
vivos seriam transladados em corpos gloriosos ao encontro do Senhor. Essa esperança era tão vívida e forte
na vida desses primeiros cristãos que Paulo testemunha sua paixão em compartilhar a fé com outras pessoas:
“E vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do
Espírito Santo. De maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia. Porque por vós soou
a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para
com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma; Porque eles
mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a
Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos,
a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1 Ts 1:6-10).
Segundo Lahaye e Ice (2010, p.49-50), mesmo durante a Idade das Trevas (Idade Média), quando a
tradução literal da Bíblia foi ofuscada e introduzida muitos falsos ensinos e doutrinas ao seio cristão, havia um
remanescente: alguns cristãos que aguardavam a volta iminente do Senhor.
hugh Latimer era um desses cristãos. Foi queimado vivo numa estaca em 1.555 d.C. por causa de sua fé.
Nas suas palavras: “Talvez aconteça em meus dias, velho como estou, ou nos dias de meus filhos... os santos
serão levados ao encontro com Cristo nos ares e depois voltarão com Ele novamente” (apud LAHAYE e ICE,
2010, p.50).
128
ESCATOLOGIA BÍBLICA
O certo é que mesmo a tantos percalços ao longo dos anos, a pureza da sã doutrina sempre foi preservada
de uma forma ou de outra por Deus. Nós, cristãos modernos, precisamos ver o arrebatamento como a Igreja
Primitiva o via e fazia dessa esperança sua motivação diária para servir ao Senhor, esperando com alegria e
certeza aquele momento em que num “abrir e fechar de olhos” será dada a ordem nos céus e “os mortos em
Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com
eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares” (1 Ts 4.16-17).
129
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
de Jesus, inclusive na sua crucificação (hb 9.14), jamais o deixou, e foi pelo seu poder que Jesus ressuscitou
e ascendeu ao céu (Rm 8.11; Ef 1.19-20). é este Espírito que está em nós, agindo na Igreja e será este poder
tremendo que fará a ressurreição e o arrebatamento dos salvos (Rm 8.11; 1 Co 6.14). (BERGSTéN, 2007, p. 321).
A trombeta de Deus soará. Os salvos irão escutá-la e atender ao chamado (Quem tem ouvidos...). No
Antigo Testamento, Deus ordenou que se fizessem duas trombetas de prata, que seriam usadas tanto para
reunir o povo quanto para alertá-los da partida (Nm 10.1-7). Naquele dia tocará do céu a trombeta de Deus
como sinal de que devemos partir deste mundo no qual somos peregrinos. Essa trombeta não faz parte das
sete trombetas do juízo (Ap 8.13; 11.15), é antes uma trombeta de bênção cujo som convocará a Noiva do
Cordeiro para a celebração no céu.
O motivo dessa etapa da segunda vinda é justamente de Jesus levar para o céu todos os salvos. Naquele
momento, a maior parte dos salvos já estará morta em seus corpos e outros ainda estarão vivos, quando ao
som da trombeta de Deus, o Espírito Santo começará a agir. Primeiro despertará da morte aqueles que dormem
e depois arrebatará os salvos que estiverem na terra.
Os mortos ressuscitarão primeiro (1 Ts 4.16) – Ocorrerá a primeira ressurreição, um milagre para o qual
o homem natural não pode encontrar explicação e por isso mesmo tem dificuldade em crer, pois se baseia na
fé, não na razão. Os mortos em Cristo receberão seus corpos glorificados, ou seja, tornarão a viver fisicamente
por meio de uma nova união entre o espírito e o corpo que foram separados por ocasião da morte física.
“Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados” (1 Ts 4.17) – Ao soar da Trombeta de Deus,
no mesmo instante em que a primeira ressurreição ocorrer, ocorrerá outro milagre: os que estiverem vivendo
como verdadeiros cristãos serão transformados, receberão corpos gloriosos – o corpo mortal será revestido
do mesmo corpo glorioso que Jesus recebeu após a sua ressurreição pela ação do Espírito Santo.
Observe a tabela sobre o arrebatamento em João 14:
Termos usados em João 14 Termos usados em 1 Tessalonicenses 4
Não se turbe (v.1) Não vos entristeçais (v.13)
Crede (v.1) Cremos (v.14)
Deus, mim (v.1) Jesus, Deus (v.14)
Vo-lo teria dito (v.2) Dizemo-vos (v.15)
Virei outra vez (v.3) A vinda do Senhor (v.15)
Vos levarei (v.3) Arrebatados (v.17)
Para mim mesmo (v.3) A encontrar o Senhor (v.17)
Onde eu estiver, estejais (v.3) Estaremos sempre com o Senhor (v.17)
TABELA 24: O ARREBATAMENTO EM JOÃO 14; FONTE: Bíblia de Estudo Profética Tim Lahaye, 2005, p. 976.
130
ESCATOLOGIA BÍBLICA
IMPORTANTE!
Por que precisamos saber isto?
Precisamos compreender as diversas posições sobre a grande
tribulação e o arrebatamento para que as passagens bíblicas
sobre esses acontecimentos não sejam um completo mistério
para nós. Precisamos desenvolver uma convicção sobre esses
acontecimentos e viver de maneira coerente com essa convicção.
Para compreender o arrebatamento precisamos saber o que vem a ser o período de Tribulação (ou Grande
Tribulação) já que esse dois eventos estão interligados na profecia.
Tribulação: é um período de intenso sofrimento e de juízo divino que ocorrerá nos últimos tempos,
correspondente ao cumprimento da septuagésima semana de Daniel (70ª Semana). Entendida literalmente,
esse será o período mais terrível da história da humanidade, quando ocorrerão cataclismos jamais vistos em
todo o mundo (voltaremos a esse assunto no próximo capítulo).
131
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
4. A igreja deve ficar preparada para o iminente retorno de Jesus Cristo. Isso significa que o
arrebatamento pode acontecera qualquer momento e os cristãos devem estar constantemente
aguardando a volta de Jesus. Há muitos versículos que apontam o arrebatamento como sendo o
próximo grande evento profético que irá ocorrer.
132
ESCATOLOGIA BÍBLICA
Os pós-tribulacionistas são em geral menos literais em sua maneira de estudar as profecias bíblicas do
que os pré-tribulacionistas. Muitos deles não têm certeza, por exemplo, se a tribulação será realmente num
período de sete anos e também não sabem se a duração do milênio será de exatamente mil anos. Concordam
que a tribulação será um período extenso – pelo que no seu entender os cristãos irão passar também e que
o Senhor irá governar pessoalmente a terra durante um longo período.
Na visão pré-tribulacionista, a igreja não ficará exposta à ira divina, pois os juízos a que se refere Daniel
9.27 não são destinados à igreja e, para isso, citam passagens importantes para validar seu argumento, como
já vimos anteriormente. Já a visão mesotribulacionista concorda com isso, porém acha que o escape da ira é
diferente. Os pós-tribulacionistas dizem que os cristãos serão preservados da ira divina sobrenaturalmente
aqui mesmo na terra, passando pela grande tribulação com ajuda da graça de Deus.
Das três posições, a mais coerente com as Escrituras é sem dúvida a pré-tribulacionista, que encara os
acontecimentos de maneira literal e ortodoxa. Independente de qual seja a concepção adotada pelo indivíduo,
o certo é que temos todos que estar preparados e alertas, pois certamente Ele vem.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
Esta posição afirma que Igreja é isenta da ira de Deus, mas limita o tempo da ira a um curto período de
tempo antes do final da Tribulação, talvez durante apenas um ano e meio. Os que sustentam este ponto de
vista creem que o Arrebatamento se dará depois de transcorridos cerca de três quartos do período de sete
anos da Tribulação. (Bíblia de Estudo Profética Tim Lahaye, 2005, p. 1114).
2.1 INTRODUÇÃO
O arrebatamento dará inicio a uma série de eventos, tanto na terra quanto no céu. A igreja, a noiva de Cristo,
irá se reunir com seu noivo: Jesus Cristo, nas nuvens e dois eventos acontecerão no céu após o arrebatamento:
o Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro. Neste tópico estaremos explicando mais detalhadamente esses
dois acontecimentos escatológicos. Bons Estudos!
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Duas palavras gregas são utilizadas com o sentido de Tribunal no Novo Testamento:
1. “Criterion”, que significa “instrumento ou meio para provar ou julgar qualquer coisa”, ou “a regra pela
qual alguém julga”, ou ainda “lugar onde se faz juízo”, o tribunal de um juiz ou de juízes;
2. Bema ou Bimá – Nos antigos estádios gregos, a assembleia se reunia defronte de uma “plataforma”
chamada “Bema” de onde as questões oficiais eram conduzidas. Originalmente Bema significava “degrau”,
“plataforma elevada”, “plataforma ou assento onde o juiz ficava para julgar”. Era o tribunal da recompensa,
especialmente utilizado nos jogos gregos de Atenas onde os atletas vencedores eram julgados perante o juiz
da arena e galardoados (recompensados) por suas vitórias. O apóstolo Paulo toma esta palavra para significar
“Tribunal de Cristo” os crentes receberão suas recompensas.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
um julgamento de como administramos aquilo que o Senhor colocou sobre nossa responsabilidade,
em nossas mãos para fazer: bens, dons, dádivas, nossa vida, energias, talentos etc. Tudo aquilo que
recebemos ou fizemos para Deus: fomos bons ou maus mordomos?
Será um julgamento onde se observará mais a qualidade do que a quantidade. Segundo Antonio
Gilberto da Silva (1998, p. 18), ali encontraremos pessoas que “trabalharam o dia todo” e receberão
o mesmo salário daquele que trabalhou apenas uma hora.
2. Será um julgamento da conduta do cristão – Qual foi o procedimento de cada um no corpo? Esse
será um julgamento particular: bom ou mau. há por isso a necessidade de sermos temperantes
(equilibrados) em tudo (2 Co 5.10).
3. Será um julgamento do tratamento dispensado aos irmãos na fé – Temos que zelar pela nossa
maneira de tratarmos uns aos outros, principalmente os mais fracos. “Mas tu, por que julgas teu
irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o
tribunal de Cristo.” (Romanos 14.10). “Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que não
sejais condenados. Eis que o juiz está à porta”. (Tiago 5:9). Ver também Mateus 18.23-35.
IMPORTANTE!
Três observações são importantes até aqui:
1. não se trata do julgamento do Trono Branco, pois este
acontecerá somente após o Milênio e será destinado aos
não salvos (Ap 20.11-15);
2. apenas os remidos participarão do Tribunal de Cristo;
3. não se trata de um julgamento para condenação e sim
para recompensas (Lc 14.14b), isto é, a pessoa aqui já
está salva (não há mais o risco de perder a salvação).
IMPORTANTE!
No Tribunal de Cristo poderão ser reprovadas as obras, não
o obreiro (1 Co 3.13). “Por que você faz” é mais importante
do que “o que você faz”! O Senhor julgará segundo a
motivação do coração. Não somos salvos através das boas
obras, porém fomos criados para realizá-las! (Ef 2.10).
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a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que
alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá
detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.” (1 Co 3.12-15)
As obras dos remidos aparecerão na forma de diferentes materiais e tudo passará pelo fogo para ser
provado. O louvor perante Deus está relacionado com a fidelidade, a renúncia, a obediência, o amor, a
abnegação, a humildade com que tais coisas foram feitas e não apenas com a aparência externa.
Ouro – Simboliza as coisas de procedência divina, as coisas celestiais, assim como a Palavra de Deus (Jó
22.23-25; Ap 22.18-21; 3.18; Ml 3.3). Representa as obras feitas em Deus (Jo 3.21) ou conforme a sua Palavra
(1 Co 4.6).
Prata – O material usado no pagamento da redenção dos primogênitos simboliza a redenção de Cristo
(Ex 30.11-16; 16.25). Simboliza as obras feitas pela fé em Cristo, e não através da força natural do homem (1
Co 15.10). A prata simboliza o espírito de conciliação que tanto caracterizou Jesus (Lc 23.34) e esse é o espírito
que deve dominar todos quantos sirvam ao Senhor (Mc 11.25; Gn 45.15; 2 Tm 4.16), pois sem este sentimento
nobre, mesmo grandes obras realizadas poderão perder seu valor (Mc 11.25; Mt 18.35).
Pedras Preciosas – Simboliza o Espírito Santo dado pelo Senhor como um adorno à sua Noiva (Jo 17.22),
pois era costume os noivos adornarem suas noivas com joias (Ez 16.11-14; Gn 24.22, 53; Ct 1.10-11; 4.9).
Simboliza as obras feitas pelo poder do Espírito Santo (Rm 15.19; Fp 3.3; Cl 1.29).
O ouro, a prata e as pedras preciosas simbolizam a Trindade – Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo
– operando ativamente nas obras dos crentes que dessa maneira terão valor perante Deus.
Onde falta a operação divina, as obras assemelham-se a materiais fracos e não resistentes, representadas
por trabalhos conduzidos por esforços meramente humanos.
Madeira – Simboliza coisas humanas, pois cresce de “si mesma”. Existem obras que qualquer pecador
pode fazer (Lc 6.32-34).
Feno – Simboliza tudo que carece de renovação, trabalhar por costume, tradição.
Palha – Significa instabilidade, pois é muito fraco (Ef 4.14). Palha fala também de escravidão, pois foi
palha que os israelitas tiveram que colher no Egito (Ex 5.7). Devemos servir a Deus na liberdade do Espírito e
não em escravidão imposta por nós mesmos ou por outros.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor” (1 Co 4.5). Ele observa tudo
o que fazemos e considera todas as coisas, independentemente de qual seja nossos dons e talentos, porém
todos temos oportunidade de fazer escolhas certas as quais irão desenvolver nosso caráter cristão e darão
glórias a Deus. Todos os salvos, sem exceção, irão comparecer diante de sua presença e tudo, absolutamente
tudo, o que foi feito através do corpo será julgado (ou bem ou mal).
Não haverá nenhum segredo, nada oculto, que não venha a ser revelado (Rm 2.16). Tudo será julgado:
palavras, atos, motivos, atitudes, caráter, sofrimentos, uso dos dons e talentos, utilização dos bens materiais
e do dinheiro (1 Co 3.12-15; Mt 6.1,2,5; 7.22-23; Gl 6.6.8-10; Fl 1.17).
Nossas vidas como crentes serão provadas – Como temos edificado nossa vida espiritual em Jesus?
“... mas veja cada um como edifica sobre ele.” (1 Coríntios 3:10b).
Nossa maneira de viver e agir de acordo com a Palavra de Deus – Temos sido obedientes à Palavra
de Deus? Temos feito dela nosso manual de vida? Edificado sobre ela? Deus reconhece aqueles que
guardam a sua Palavra (Ap 3.10; Jo 14.23).
A forma de tratarmos nossos irmãos também será submetida à prova – O bem ou o mal que fazemos
a qualquer irmão reflete na pessoa de Cristo (1 Co 8.12; Mt 25.40, 45; At 9.4-5). Temos expressado
amor uns pelos outros não só no falar, mas principalmente nas ações? Mostramos que amamos
Jesus no trato com os irmãos.
Serão julgadas as obras feitas no serviço do Mestre – Deus irá honrar aqueles que o serviram
fielmente (Jo 12.26; Pv 27.18) com seus talentos, seus bens, seu tempo, suas vidas. Os pastores irão
dar contas a Deus dos seus rebanhos ao Sumo Pastor (1 Pe 5.4). Temos agido com prudência e amor
com as ovelhas do Senhor, cuidando para que nenhuma se perca? Os cargos de confiança no Reino
de Deus, tais como intercessores, mestres etc. também serão julgados e suas obras apreciadas. E
aqueles que se esforçam por ganhar almas? Todos possuem a incumbência de serem atalaias que
advertem o pecador do seu mau caminho e os que se descuidam nesse sentido verão, naquele dia,
que os pecadores pereceram por causa dos seus descuidos e o sangue será requerido daqueles que
não cumpriram o seu dever (Ez 33.8, 17, 3.18; Pv 24.11-12).
PARA REFLEXÃO!
O que o Senhor Jesus verá em nós naquele dia? O que tem
motivado nossas ações? Amor? Fidelidade? Fé? Renúncia?
Promoção do Reino de Deus ou própria? Murmurações ou Ações
de Graça? Egoísmo? Preguiça? Fofoca? Inveja? Competição?
Teimosia? Estamos manifestando em nosso corpo mais os frutos do
Espírito ou as obras da carne? Estamos tentando impressionar mais
aos homens ou a Deus? Amamos mais a Deus e a seu Reino ou a nós mesmos e o nosso
reino particular? Examinemos nossos corações e voltemos ao primeiro amor enquanto
é tempo para que não tenhamos nossas obras consumidas pelo fogo (Ef 2.10). Qual
a QUALIDADE do nosso serviço cristão, daquilo que iremos apresentar ao Senhor
naquele dia?
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“Meu galardão está comigo para dar a cada um segundo as suas obras” (Ap 22.12). Deus é galardoador
dos que O buscam (hb 11.6). Jesus disse que o que ceifa recebe galardão (Jo 4.36), assim como aquele que
planta e o que rega também recebe galardão, cada um segundo o seu trabalho (1 Co 3.8). Aqueles cujas obras
permanecerem receberão galardão (1 Co 3.14) que será trazido pelo Senhor.
Tipos de Recompensa (CABRAL, 1998, p. 37; LAhAYE e ICE, 2009, p. 52):
a) Coroa da Vitória (Incorruptível) (1 Co 9.25-27) – é a Coroa dos Vencedores. A vida cristã se constitui
numa batalha espiritual contra três inimigos terríveis: a carne, o mundo e Satanás. Esta coroa é
destinada aqueles que venceram o velho homem, não voltaram à velha vida e procuraram dia a
dia reproduzir o caráter de Cristo buscando uma vida agradável a Deus, com transparência, sendo
honestos, fortalecendo seu caráter cristão.
b) Coroa de Gozo (Exultação ou Alegria) (1 Ts 2.19; Fp 4.1) – é a Coroa do Ganhador de Almas. Gozo
significa prazer, alegria, felicidade. Essa é uma coroa destinada aos ganhadores de alma, pois não há
nada que mais alegre o coração do crente do que ganhar almas para Cristo. Essa é a coroa destinada
aos pescadores de almas, que consagraram suas vidas no resgate de vidas para o Senhor. Nenhuma
alegria conquistada nessa vida é comparável a conquistar almas para o reino de Deus. Por isso quem
ganha almas é sábio (Pv 11.30; Dn 12.3).
c) Coroa da Justiça (2 Tm 4.7, 8) – é a Coroa daqueles que amam seu Retorno. Recompensa dada
aos fiéis, aqueles que batalharam na fé, não desistiram mesmo em face às piores circunstâncias e
situações, os combatentes do Senhor. Será dada para todos aqueles que amam a vinda do Senhor
Jesus. Viveram uma vida dedicada à justiça e a santidade aguardando a volta de Cristo.
d) Coroa da Vida (Ap 2.10; Tg 1.12) – é a Coroa dos Mártires. é um prêmio especial concedido àqueles
que sofrem injustiças por causa do Evangelho. é a vida conquistada mediante a obra expiatória de
Cristo, a vida eterna. é o galardão dado para os crentes fiéis, que suportaram as provações da vida
sem negociar a fé e foram aprimorados no meio de provas, e foram “fiéis até a morte”.
e) Coroa de Glória (1 Pe 5.2-4) – é a Coroa do Pastor ou do Bispo. é a recompensa dos ministros fiéis,
dos obreiros que apascentarem bom o rebanho do Senhor e que promoveram o reino de Deus na
terra, sem esperar recompensa material.
Aqueles cujas obras se
queimaram pelo fogo da
prova verão o que poderiam
ter feito se na terra tivessem
dedicado mais de si ao
serviço do Senhor. Estarão
alegres, pois entrarão na
glória, embora tenham
perdido o galardão por sua
própria negligência (1 Co
3.14-15). Portanto é possível
tanto perder como ganhar o
galardão (Pv 24.20; Cl 3.24;
Ap 22.12).
FIGURA 64: TRIBUNAL DE CRISTO; FONTE: Bíblia de Estudo Profética Tim Lahaye, 2005; em 21.abr.2012.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
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Apocalipse 19 localiza as bodas do Cordeiro no céu (Ap 19.7-16). Será uma grande ceia e Jesus,
pessoalmente, há de servir aos salvos sentados à mesa junto com Abraão, Isaque e Jacó (Lc 12.35, 37; 22.30;
13.28-29).
Ao instituir a Santa Ceia, o Senhor disse que não beberia mais neste mundo do fruto da videira, até o dia
em que o bebesse de novo no Reino de seu Pai (Mt 26.29; Mc 14.25). A Bíblia não nos revela muitos detalhes,
mas através dos textos bíblicos como Apocalipse 5.9 e 7.14 sabemos que haverá um cântico de louvor pelo
sangue que foi derramado e que Jesus terá em suas mãos os sinais dos cravos que o feriram (Ap 5.9; 7.14).
“Já a sua esposa se aprontou” (Ap 19.7). Depois da grande festa ela será chamada de “a esposa, a mulher do
Cordeiro” (Ap 21.9). (Antonio G. SILVA, 1998, p.20; BERGSTéN, 2007, p.337).
Quando Jesus vier, a nossa comunhão com Ele, como Noiva que somos, será elevada a uma união eterna
e perfeita. Por isso, essa união é chamada de “bodas”. A Noiva e o Noivo passarão a morar juntos por
toda a eternidade. A Bíblia não nos revela detalhes sobre tão grandiosa festa. Não podemos imaginar
de que maneira será realizada, pois não há semelhança entre um casamento na terra e as bodas do
Cordeiro. Uma coisa, porém é certa: nossa posição como glorificados ao lado de Jesus será conhecida e
proclamada. Que dia feliz! Breve virá esse dia! Sejamos fiéis até o fim! Aleluia! (BERGSTÉN, 2007, p. 337).
RESUMO DO CAPÍTULO
Neste capítulo aprendemos os principais acontecimentos que ocorrerão no “Dia de Cristo”.
· Aprendemos os principais aspectos relacionados à primeira etapa da Segunda Vinda de Cristo: o
Arrebatamento.
· Vimos que há interpretações ou posições quanto ao tempo em que o Arrebatamento ocorrerá:
Pré-tribulacionismo; Mid-tribulacionismo (ou Meso-tribulacionismo); Pós-tribulacionismo;
Arrebatamento Parcial; Arrebatamento Pré-ira.
· Aprendemos que após o Arrebatamento da Igreja ocorrerá dois eventos no céu (na terra estarão
acontecendo os sete anos da Tribulação): o Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro.
· O Tribunal de Cristo será o tempo em que ocorrerá o julgamento da igreja onde os salvos serão
julgados pelas suas obras e receberão (ou não) seu galardão. Somente os salvos participarão deste
julgamento.
· As Bodas do Cordeiro será um momento de grande celebração no céu onde Cristo (o noivo) receberá
a Igreja (a noiva) como sua esposa glorificada e coroada.
142
ESCATOLOGIA BÍBLICA
ESCATOLOGIA BÍBLICA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 7
Nome: Série: Data da Entrega:
QUESTÕES:
1. Explique o que é o Arrebatamento e quem são seus participantes.
2. Quais as posições que existem a respeito do Arrebatamento? Explique-as.
3. Qual dessas linhas de interpretação que as Escrituras mais honram? Por quê?
4. Quais os dois principais eventos que ocorrerão no céu após o Arrebatamento da Igreja?
5. Quantos julgamentos a Bíblia menciona? O que é o Tribunal de Cristo? O que será submetido à prova no
Tribunal de Cristo?
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ANOTAÇÕES
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
CAPÍTULO 8
A TRIBULAÇÃO - O QUE ESTARÁ
ACONTECENDO NA TERRA?
08
CAPÍTULO
FIGURA 66: SCROLL.
FONTE: Disponível em <http://www.the-tribulation-network.com/dougkrieger/despise_not_prophecies.
htm>. Acesso em: 3 abr. 2012.
1. A TRIBULAÇÃO – PARTE 1
1.1 INTRODUÇÃO
“Castigarei o mundo por causa da sua maldade, os perversos por causa
da sua iniquidade; farei cessar a arrogância dos atrevidos, e abaterei a
soberba dos violentos.” (Is 13.11)
Enquanto no céu os salvos estarão passando um momento de alegria
inexprimível, ao lado do Salvador, na terra terá inicio, após o arrebatamento
da Igreja, um tempo de horror indizível, o tão profetizado: “O Dia do Senhor”,
conhecido por nós como sendo o período da ”Tribulação”.
Deus é fiel às suas promessas, e precisa cumprir sua palavra dada aos
patriarcas Abraão, Isaque e Jacó: Israel é seu povo escolhido na Terra, e o
Senhor tratará diretamente com essa nação a fim de purificá-la e prepará-la
para recebê-lo como seu Senhor, Salvador e Rei.
Neste capítulo aprenderemos qual o significado da Tribulação, os
acontecimentos e personagens que estão ligados a este período tão insólito
e terrível da história humana futura. Bons Estudos!
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
Este mundo ainda há de provar um tempo de “... grande aflição, como nunca houve desde o princípio do
mundo até agora” como profetizou nosso Senhor em Mateus 24.21. Em Apocalipse 3.10, Ele prometeu que
guardaria os seus “da hora de tentação que há de vir sobre todo o mundo”.
Tribulação significa aflição, sofrimento, angústia. A Bíblia cita vários sinônimos para esta palavra, dentre
eles o “comprimir com força”, “pisar uvas no lagar”, ou “moer cana de açúcar num moinho” (Is 13.11).
Será um período de transição entre a era da Igreja e o Milênio. Enquanto no céu estará ocorrendo o
julgamento da Igreja no Tribunal de Cristo e as bodas do Cordeiro, na terra acontecerá a maior de todas as
aflições, uma tribulação sem precedentes na história humana, cuja duração corresponde justamente a um
período de 7 anos, no qual se cumprirá a septuagésima semana de Daniel (70ª Semana).
Segundo muitos estudiosos das Escrituras, “Será um período de indescritível horror” que começará logo
após o Arrebatamento da Igreja. Este período, apesar de se relacionar intimamente com Israel, afetará todo
o mundo, quando Deus derramará sua ira e juízo contra o pecado e os pecadores.
Somente o termo “Grande Tribulação” já faz com que muitas pessoas visualizem um grande terror, e
com toda a razão. Como cita Tim Lahaye (Bíblia de Estudo Profética, 2005, p. 1177), tal tempo será pior do
que qualquer coisa ou evento já vivido pelo ser humano em sua história: muito pior do que a destruição de
Jerusalém em 70 d.C. (1 milhão de vítimas), do que a Peste Negra (9 milhões de mortos), do que a Primeira
Guerra Mundial (20 milhões de mortos), do que a devastação da Segunda Guerra Mundial e o Holocausto dos
Judeus promovido por hitler (6 milhões de judeus e pelo menos 4 milhões de cristãos mortos).
O retrato de Deus sobre a Tribulação é de um espaço de tempo de sete anos no qual haverá um terror
inimaginável jamais presenciado por qualquer ser humano e que só pode ser descrito como sendo um “inferno
na Terra” (Bíblia de Revelação Profética, p. 1187). A razão por que este tempo será um holocausto em grandes
proporções é que ela associa a ira de Deus, a fúria de Satanás e a maldade natural do homem em descontrole.
Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento podemos encontrar referências sobre esse período, sendo
que somente no Antigo Testamento os profetas falam 39 vezes sobre o assunto. Daniel, o profeta que Jesus
mais citou, predisse que tempos terríveis viriam e que durariam sete anos e seriam inaugurados com através
de uma aliança de sete anos entre Israel e o “príncipe que há de vir” (chamado em outras passagens de
“anticristo” ou “besta”), o qual seria um poderoso governante político.
O profeta Sofonias descreve o “Dia do Senhor” como: “Aquele dia será um dia de indignação, dia de
tribulação e de angústia, dia de alvoroço e de assolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de
densas trevas, dia de trombeta e de alarido contra as cidades fortificadas e contra as torres altas” ( Sf 1.15-16).
Mateus 24 apresenta a descrição desse tempo dada pelo Senhor Jesus. Nos versículos de 4 a 14 há descrição
dos eventos da primeira metade do período e nos versículos 15 a 28, a última metade. Nos versículos 21 e
22 há uma afirmação de congelar os ossos: “porque haverá, então, grande aflição, como nunca ouve desde
o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais. E, se aqueles dias não fossem abreviados,
nenhuma carne se salvaria”.
O apóstolo João escreve em Apocalipse que “é vindo o grande Dia da sua ira“ (Ap 6.17). Ele se refere ao
“vinho da ira” e “lagar da ira de Deus” (Ap 14.10, 19). Relata ainda que taças cheias da “ira de Deus” serão
derramadas sobre a terra (Ap 15.7; 16.1).
“E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o
livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; E diziam aos montes e aos rochedos:
Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro;
Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?” (Ap 6:15-17).
Há pouca dúvida sobre quando a Tribulação irá ocorrer e quanto tempo durará, isso porque o profeta
Daniel deixou bem claro em seu livro através de suas profecias: durará uma semana (sete anos – Dn 9.27). Em
Apocalipse, o apóstolo João divide em dois períodos de três anos e meio cada, ou 1260 dias cada, perfazendo
o total dos sete anos profetizados por Daniel.
Nos primeiros três anos e meio centenas de pessoas irão morrer. Durante os últimos três anos e meio,
as condições pioram ainda mais, pois Satanás possuirá o Anticristo e exigirá a adoração de todos em todo o
146
ESCATOLOGIA BÍBLICA
mundo. Essa Tribulação somente terá fim com o retorno de Jesus Cristo
(Segunda Etapa da Segunda Vinda – Manifestação Gloriosa do Messias),
que irá estabelecer o seu reino Milenar (Mt 24.29; Dn 9.24).
A Terra será abalada por Deus, isso para diminuir a falsa sensação de
segurança do homem, que acha que não precisa de Deus ou que vive bem
sem Ele. Através da sua infinita misericórdia e graça, muitos nesse período
encontrarão a salvação, porém a encontrarão em meio a sofrimentos e IMPORTANTE!
perseguições terríveis. O Senhor enviará 144.000 judeus convertidos e
cheios do Espírito Santo (Ap 7; Jl 2.28-32), além das duas outras testemunhas
A Tribulação afetará
para pregar o Evangelho nesse tempo e muitas almas se converterão a Cristo. drasticamente o mundo
todo, mas tem a ver
1.3 TRIBULAÇÃO OU GRANDE TRIBULAÇÃO? especialmente com
há muitos nomes relacionados a este período da história humana, Israel (Jr 30.4-9; Dn
tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento. Muitos autores 12.1; Mt 24.15,21-22).
chamam todo o período de sete anos correspondentes a septuagésima
semana da profecia de Daniel de “Grande Tribulação”, enquanto que outros
denominam o mesmo período simplesmente de Tribulação.
Segundo Ice e Randall (apud LAhAYE e hINDSON, 2010, p. 457), denomina-se Tribulação todo o período
de sete anos e de Grande Tribulação o período final de três anos e meio, quando a intensidade do sofrimento
criado pela ira de Deus se tornará inimaginável.
Por convenção, visando facilitar nosso estudo e nos adequar ao linguajar bíblico, adotaremos a
denominação dos autores citados: chamaremos todo o período de sete anos de “Tribulação”, porém à última
metade (últimos 3 anos e meio) chamaremos de “Grande Tribulação”. Entretanto nota-se que mais importante
do que discutirmos qual o nome mais adequado para usarmos nesse período (visto que há muitos nomes,
como poderemos observar) é conhecer os acontecimentos e fatos a ele relacionados.
147
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
Nem todos os termos citados referem-se exclusivamente a Tribulação do fim dos tempos, pois o conteúdo
por eles citados normalmente apontam tempos definidos ou um futuro indefinido. Por exemplo, no caso do
termo “o dia do Senhor” é uma referência profética à iminente invasão assíria ou a babilônica, mas também
para um acontecimento futuro ainda mais distante (a Tribulação e o Milênio).
NOTA!
A palavra Tribulação pode ter sentido específico e não
específico na Bíblia. Quando é usada de forma não específica
ela fala da provação ou sofrimento que o indivíduo pode
enfrentar. Quando usada de forma específica, ela se refere ao
período de sete anos que se seguirá ao arrebatamento da Igreja (Bíblia de Revelação
Profética, 2010, p.1187).
148
ESCATOLOGIA BÍBLICA
começado: “Ninguém, de maneira nenhuma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia
e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama
Deus ou se adora; de sorte que se assentará como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2.1-2).
Em meio a tantas passagens bíblicas referentes a este tempo, podemos dizer que o livro de Apocalipse
apresenta o “grosso” sobre o tema, pois a maior parte deste livro profético se relaciona justamente com o
período da Tribulação (Apocalipse 6.1 a 18.24), onde estão detalhados os eventos que ocorrerão sobre a Terra,
os quais também foram profetizados no Antigo Testamento e por Jesus nos Evangelhos – o derramamento da
ira divina contra o pecado.
Conforme veremos adiante em nosso estudo e como cita Dennis J. Mock (2001, p.265), vamos encontrar
três séries de eventos, com sete juízos cada, descritos no livro de Apocalipse:
Sete Selos (Ap 6 ao 8);
Sete Trombetas (Ap 8 e 9);
Sete Taças (Ap 16).
O juízo dos selos ocorre na primeira metade (3 anos e meio iniciais) da Tribulação, enquanto que os juízos
das trombetas ocorrem na segunda metade (3 anos e meio finais), e os juízos das taças ocorrerão já bem no
final do período de sete anos (Dennis J. Mock, 2001, p.265).
Note os termos bíblicos para tribulação no Novo Testamento:
O Dia do Senhor 1 Tessalonicenses 5.2
O Dia da Cólera de Deus Apocalipse 14.10, 19; Apocalipse 15.1,7; 16.1
A Hora do Julgamento Apocalipse 3.10
A hora do Juízo Apocalipse 14.7
A Hora da Tentação Apocalipse 3.10
O Grande Dia da Cólera do Cordeiro de Deus Apocalipse 8.16, 17
A Ira Vindoura 1 Tessalonicenses 5.9; Apocalipse 11.18
A Ira de Deus Apocalipse 14.10, 19; 15.1-7; 16.1
A Ira do Cordeiro Apocalipse 6.16, 17
A Ira Futura 1 Tessalonicenses 1.10
A Grande Tribulação Mateus 24.21; Apocalipse 2.22; 7.14
A Grande Aflição Mateus 24.21; Apocalipse 2.22; 7.14
A Tribulação Mateus 24.29
A Aflição Mateus 24.29
A Ira (ou furor) 1 Tessalonicenses 5.9; Apocalipse 11.18
Dores de Parto Mateus 24.4-7
TABELA 29: TERMOS BÍBLICOS PARA TRIBULAçãO NO NOVO TESTAMENTO
FONTE: Compilado a partir de: Enciclopédia Popular de Profecias Bíblicas, 2010, p. 456; Bíblia de Estudo Profética Tim Lahaye, 2005, p.1189 ; LAhAYE
e ICE, 2009 p.54.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
2. A TRIBULAÇÃO – PARTE 2
2.1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos o período da Tribulação e sua relação com a profecia de Daniel sobre as Setenta
Semanas. Também abordaremos qual será a ação do Espírito Santo durante esse tempo.
Estudaremos a respeito da trindade satânica, como será a operação do Anticristo, do Falso Profeta e o
que representa a marca da besta. Bons Estudos!
1260 dias = 42 meses = “tempo, dois tempos e metade de um tempo” = 3,5 anos
Misteriosamente entre a 69ª semana e a 70ª semana ocorre um intervalo profético na sequência natural
das 70 Semanas. As “semanas” foram detidas por causa da Igreja do Senhor, o tempo da Graça de Deus que
vivemos (dispensação da Graça ou da Igreja) onde todos, tanto judeus quanto os gentios, temos a oportunidade
de nos reconciliar gratuitamente com Deus através de Jesus Cristo. No entanto essa dispensação findará no
Arrebatamento.
Falta ainda o cumprimento da última semana, correspondente à Tribulação, portanto podemos notar que
tal evento está relacionado diretamente e intimamente ao povo de Israel e não com a Igreja.
NOTA!
As Escrituras ensinam claramente que a Tribulação não foi
projetada para a Igreja. A igreja aparece até o capítulo 3 de
Apocalipse, porém quando se inicia o período da Tribulação não
há mais menção nela, que só vai aparecer no capítulo 19, quando
no Retorno Glorioso de Jesus. O Corpo de Cristo não está destinado à ira divina que será
derramada como castigo sobre o pecado (Dennis J. Mock, 2001, p.265).
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Em Daniel 9.26 surge “um povo e um príncipe” que virão para assolar e destruir Israel sob “as asas das
abominações”. Esse “príncipe” é o “assolador”, o “Anticristo”, o “homem do pecado”, a “besta”, o “príncipe que há
de vir” (Dn 9.26). Virá com astúcia, com inteligência e grande poder de persuasão, de forma que todos o honrarão
e o admirarão. Ele fará uma aliança com Israel por uma semana (sete anos), prometendo paz, principalmente no
Oriente Médio. haverá uma falsa paz, porém na metade da semana (três anos e meio) quebrará essa aliança e
iniciará “a grande angústia de Jacó” (2 Ts 2.4; Ap 13.8-15) – a Grande Tribulação (Cabral, 1998, p.45-46).
A profecia de Daniel também nos mostra que esse homem do pecado terá apoio de uma força política
mundial, correspondente ao simbolismo de “um chifre pequeno” que surge no meio de “dez chifres” do “animal
terrível” visto por Daniel (Dn 7.8). Esse pequeno chifre diz respeito a uma confederação de países que surgirão
como uma sombra, um remanescente do Antigo Império Romano, e apoiarão o Anticristo em suas manobras
políticas. “Mas tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até o tempo do fim...” (Dn 12.4).
ANTICRISTO - DANIEL 7 ANTICRISTO - APOCALIPSE 13
Quatro animais do mar (v. 3) Quatro Bestas sobem do mar (v.1 e 2)
Leão (v.4) Leão (v. 2)
Urso (v. 5) Urso (v. 2)
Leopardo (v. 6) Leopardo (v. 2)
Animal com dez chifres (v. 7) Dez animais com chifres (v. 1)
Boca que falava grandes coisas contra o Altíssimo (v. 8) Boca que falava grandes coisas contra o Altíssimo (v. 5)
Faz guerra com os santos (v. 21) Faz guerra com os santos (v. 7)
Poder por um tempo, e tempos e a metade de u Poder por 42 meses (v. 5)
m
tempo
TABELA 30:(3,5 anos = ENTRE
COMPARAçãO 42 meses)
DANIEL (v.
7 E 25)
APOCALIPSE 13
FONTE: Próprios autores; em 23.abr.2012
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
Segundo o autor,
“O Espírito Santo já estava presente na terra mesmo antes de começar a cumprir, no dia de Pentecostes,
o ministério que lhe foi separado. Durante a era do Antigo Testamento, Ele conscientizou e regenerou
pecadores. Após o arrebatamento, Ele fará um ministério semelhante ao que tinha antes do surgimento
da Igreja: continuará a conscientizar e a regenerar pecadores. [...] Como o Espírito Santo é Deus, Ele
também é onipresente. Por isso, apesar de deixar o mundo com o arrebatamento e já não habitar na
Igreja, Ele continuará na terra e seguirá regenerando pecadores como fizera antes da era da Igreja”
(Robert Gromacki apud LAHAYE e HINDSON, 2010, p.221).
Ou seja, o Espírito Santo continuará agindo na terra, porém não como hoje habitando nos crentes, mas
como era antes da dispensação da graça, será dado por medida como no Antigo Testamento.
IMPORTANTE!
Não existe salvação sem Jesus. Ninguém é salvo sem fé, apenas por
entregar sua vida à morte. A fé é a base da salvação: fé em Cristo,
a fé salvífica que leva a pessoa a testemunhar destemidamente
sobre Cristo.
Além disso, já vimos que a operação do Espírito de Deus será diferente na Tribulação, porém sua missão
de convencer o pecador do pecado, do juízo e da justiça continuará, como afirmou o próprio Senhor Jesus (Jo
3.5-6). Mas então qual a diferença? hoje, na Graça, quando uma pessoa é salva, o Espírito de Deus vem habitar
nela, e isso não acontecerá nos dias da Tribulação: o Espírito não habitará naquele que crer, e por causa de
seu testemunho (fé) terão que enfrentar a perseguição e o martírio por amor a Cristo.
As Escrituras também nos mostram que haverá dois grupos de salvos durante esses dias: os israelitas e
os gentios (Ap 7.4-14). Outro conceito errado ensinado em muitos meios cristãos diz que a Bíblia perderá sua
inspiração. A própria Escritura diz que “Seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra do nosso Deus subsiste
eternamente” (Is 40.8). A Palavra de Deus subsistirá e muitos se salvarão, porém a mensagem que será pregada
não será a do Evangelho da Graça, mas a do Evangelho do Reino: “Jesus voltará para reinar! Ele voltará para
reinar! Aquele que crer se salvará e entrará no seu reino milenar”. A Palavra será pregada, porém perseguida
pelo anticristo e seus representantes.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
as massas com seus discursos inflamados (Ap 13.5), a ponto de praticamente toda a terra se maravilhar após a
Besta (Ap 13.3). Usará de astúcia e habilidade sobrenaturais para suas conquistas e muitas nações consentirão
em ficar sob seu domínio (Ap 17.13). “Ele fará concerto com muitos por sete anos” (Dn 9.27).
Segundo Lahaye e hindson (2010, p.51), as Escrituras descrevem algumas características do Anticristo:
1. Intelectualmente poderoso (Dn 7.20);
2. Orador impressionante (Dn 7.20);
3. Mestre político (Dn 11.21);
4. Possuidor de grandes habilidades comerciais (Dn 8.25);
5. Gênio militar (Dn 8.24);
6. Perito administrador (Ap 13.1-2);
7. Grande conhecedor das religiões (2 Ts 2.4).
Sua característica mais marcante é descrita em Daniel 11.21b: “Depois se levantará em seu lugar um homem
vil, ao qual não tinham dado a dignidade real; mas ele virá caladamente, e tomará o reino com engano”. Será
um mestre no engano, fortalecido pelo “pai da mentira”, conquistará o poder diplomaticamente, disfarçado
de anjo de luz apenas para mergulhar o mundo nas mais densas trevas espirituais jamais vistas. Prometendo
paz, trará guerra. O próprio Satanás nele habitará e o capacitará.
Os contrastes entre Cristo e o Anticristo mostram que são completamente opostos. Uma rápida olhada
nas características do Anticristo confirma que ele é tanto um falso Cristo (pseudochristos), como também se
opõe a Cristo (antichristos):
JESUS CRISTO O ANTICRISTO
Um cordeiro que foi morto (Ap 5.6) Um animal feroz (Ap 13.2)
Sete chifres, olhos e espíritos (Ap 5.6). Sete cabeças, dez chifres e dez diademas (Ap 13.1).
Quatro criaturas celestes e 24 anciãos se prostram diante Todo o mundo adora a Besta e o Dragão (Ap 13.3-4)
do Cordeiro (Ap 5.8)
Adoram dizendo: “Digno é o Cordeiro” (Ap 5.12) Adoram dizendo: “Quem é semelhante à besta?” (Ap 13.4)
Todos no céu, na terra, debaixo da terra e no mar adoram . terra e quase todos os que habitam nela adoram a besta
A
o Cordeiro (Ap 5.13). (Ap 13.12)
Uma grande multidão redimida está diante do Cordeiro A Besta engana a todos (exceto os crentes, v.8) os que
(Ap 7.17) habitam na terra (Ap 13.7).
O Cordeiro consola e sustenta os seus seguidores (Ap 7.17 Não se pode comprar ou vender sem que se tenha a marc
) a
As 144 mil testemunhas do Cordeiro, com o nome do Seu da Besta
Quase (Ap os
todos 13.7)
que habitam na terra tem a marca da Best
Pai escrito na fronte (14.1). a
Os 144 mil livremente seguem o Cordeiro por onde Ele for na mãoadireita
Impõe marca ouda na testa
Besta (Ap seus
sobre 13.16)
seguidores (Ap 13.17)
(Ap 14.4)
Aqueles que seguem o Cordeiro vivem eternamente na Aqueles que seguem a Besta vivem eternamente no lago
Nova Jerusalém (Ap 22.5) de fogo (Ap 14.9-10)
A Verdade A mentira
O Santo O iníquo
Homem de Dores Homem de pecados
Filho de Deus Filho de Satanás
Mistério de Deus Mistério da injustiça
Bom Pastor Pastor inútil
Exaltado nas alturas Lançado no inferno
humilha-se a si mesmo Exalta-se a si mesmo
Desprezado Admirado
Purifica o Templo Profana o Templo
Deu a vida pelas pessoas Mata as pessoas
O Cordeiro A Besta
TABELA 32: CRISTO VERSUS O ANTICRISTO
FONTE: Compilado a partir de: Bíblia de Estudo Profética Tim Lahaye, 2005, p. 1186; LAhAYE e hINDSON, 2010, p. 51.
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“Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado;
E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo
esplendor da sua vinda; A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais
e prodígios de mentira, E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam
o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam
a mentira; Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na
iniquidade.” (2 Ts 2.7-12).
Esse “mistério da iniquidade” descrito por Paulo é o diabólico princípio oculto da rebelião contra Deus.
O espírito do Anticristo já opera no mundo de várias maneiras, porém não de forma completa como vai ser
na Tribulação, pois neste tempo não haverá restrição para sua manifestação completa. O arrebatamento da
igreja tornará livre o caminho para a atuação total dos desígnios de Satanás e aparição pública do Anticristo,
que será um homem personificando o próprio Diabo, porém apresentando-se como se fosse um deus. Não
haverá limites para o mal e o pecado.
“E este rei fará conforme a sua vontade, e levantar-se-á, e engrandecer-se-á sobre todo deus; e contra o
Deus dos deuses falará coisas espantosas, e será próspero, até que a ira se complete; porque aquilo que
está determinado será feito.” (Dn 11.36).
“Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e
se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se
chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer
Deus.” (2 Ts 2.3-4).
O Templo de Jerusalém será reconstruído. O Anticristo exigirá adoração de todos os moradores da terra.
Esse império do mal, regido por um regime ditatorial e tirânico, surgirá na área do antigo Império Romano – de
uma determinada forma será um Império Romano Revivido, ou seja, relembrará em muito ao antigo império.
E por que os homens crerão tão facilmente nas promessas do Anticristo? Quando o homem rejeita a Deus
e a verdade, facilmente entrega-se ao engano e a mentira do Diabo, seja ela qual for.
“A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, E
com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se
salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam
julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” (2 Ts 2.9-12).
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
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satânica: Satanás, o Anticristo e o Falso Profeta. Durante o período da Tribulação o mundo estará sob o domínio
dessa trindade do mal, e o Anticristo fará uso deste número: 666 (Bíblia de Revelação Profética, p. 1009).
“Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou
o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta;
porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.” (Ap 13.17-18).
Esse número também representa um nome e uma marca. Há muitas conjecturas sobre o assunto,
principalmente o nome desse personagem, porém sua identidade somente será revelada após o arrebatamento
da Igreja (2 Ts 2.7-8). Este número repetido três vezes fala da suprema exaltação do homem – pode significar
o homem exaltando-se a si mesmo como se fosse Deus (2 Ts 2.4). (A. G. SILVA, 1998, p. 40).
Podemos, no entanto ressaltar que muitas nações já projetam pôr em prática sistemas numéricos em
seus cidadãos visando facilitar a identificação da pessoa ou mesmo encontrá-la mais facilmente através de
rastreamento via satélite (por GPS e implantação de chips). Estamos cercados de computadores que controlam
animais e mercadorias. Não iremos adentrar no mérito desta questão neste livro, por muito do assunto se
tratar de especulação. Certo é que tudo indica que estamos próximos ao fim dos tempos e ao arrebatamento
da Igreja.
O que é certo é que esta marca da besta não será colocada em ninguém acidentalmente, mas sim pelo
consentimento pessoal: a pessoa escolhe se quer ou não a marca, como cita Apocalipse 14.9-10. Quem adquirir
essa marca poderá comprar e vender durante o período da Tribulação, porém perderá para sempre a chance
de salvação por meio de Jesus Cristo, pois terão que se curvar diante do Anticristo e adorá-lo em sinal de
reverência, porém aqueles que escolherem ser fiéis a Cristo e não receberem a marca da Besta perderão sua
vida na terra, pois morrerão por ordem do Anticristo.
“Um terceiro anjo os seguiu, dizendo em alta voz: “Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber a
sua marca na testa ou na mão, também beberá do vinho do furor de Deus que foi derramado sem mistura
no cálice da sua ira. Será ainda atormentado com enxofre ardente na presença dos santos anjos e do
Cordeiro, e a fumaça do tormento de tais pessoas sobe para todo o sempre. Para todos os que adoram a
besta e a sua imagem, e para quem recebe a marca do seu nome, não há descanso, dia e noite.”
(Ap 14.9-11).
3. OS JULGAMENTOS DA TRIBULAÇÃO
3.1 INTRODUÇÃO
Neste tópico abordaremos os julgamentos ou juízos que serão derramados na terra durante a Tribulação:
o julgamento dos selos, das trombetas e das taças e alguns conceitos importantes para a devida compreensão
de muitos assuntos polêmicos que norteiam a escatologia bíblica. Bons Estudos!
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
Primeiro, há a abertura dos seis primeiros selos e na abertura do sétimo (Ap 8), ouve-se sete trombetas,
também de juízos sobre a terra. Por sua vez, ao ser tocada a sétima trombeta (Ap 11), se dará inicio aos piores
acontecimentos da Grande Tribulação – as sete taças da ira de Deus (Ap 15 – 16). Ou seja, do último selo saem
as trombetas, da última trombeta saem as taças, isso tudo numa sequência cada vez mais terrível da ira divina
sobre a terra.
NOTA!
Os sete selos, as sete trombetas e as sete taças são
três séries de julgamentos de Deus que são diferentes e
consecutivos, porém estão conectados uns aos outros – o
sétimo selo inicia as sete trombetas e a sétima trombeta
inicia as sete taças.
Desde os selos rompidos até a última taça da ira de Deus, várias vezes o texto é interrompido em sua
narrativa e se concentra em determinados aspectos do relato de Apocalipse, tais como as 144 mil testemunhas
(Ap 7.1-8), as duas testemunhas (Ap 11.1-14), as terríveis guerras sobre a terra (Ap 12), a revelação da Besta
e do Falso Profeta (Ap 13), Babilônia, a prostituta (Ap 17), a Babilônia Comercial (Ap 18), a segunda vinda de
Cristo em Glória (Ap 19.1-16), a batalha do Armagedom (Ap 19.17-21), a vinda do Milênio (Ap 20.1-3) e os
eventos do Milênio (Ap 20.4-10) (LAhAYE e hINDSON, 2010, p.420).
João é convidado para ir ver o que estava acontecendo na terra após a abertura do primeiro selo: “Vem,
e vê.” (Ap 6.1). De sua perspectiva no céu, João olha para baixo, para a terra, e vê o juízo de Deus sobre os que
foram deixados para trás depois do Arrebatamento. Enquanto Cristo, o Senhor e Soberano do céu abre cada
um dos selos, na terra é desencadeada uma série de acontecimentos. Os primeiros quatro selos introduzem
os “quatro cavaleiros” do Apocalipse – a conquista, a guerra, a fome e a morte.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
possui passagens paralelas com Zacarias 1.7-17 e 6.1-8 que tratam do simbolismo dos quatro cavalos. Muitos
estudiosos chegam até mesmo a conclusões opostas, totalmente díspares sobre o assunto. Seria ele Jesus
ou o Anticristo? Representaria passagens históricas? As interpretações mais aceitas são as que consideram o
cavaleiro como sendo Cristo ou o Anticristo. Apresentaremos aqui alguns desses pontos de vista a respeito do
assunto, porém há muitas outras opiniões a respeito do tema.
“Vi então, e eis um cavalo branco e seu cavaleiro com um arco; e foi-lhe dado a coroa; e ele saiu vencendo
e para vencer.” (Ap 6.2)
Algumas interpretações a respeito do primeiro selo:
1. como os outros cavaleiros podem ser personificações ou representações simbólicas, muitos afirmam
que este cavaleiro também deve ser uma representação simbólica do governo ou das autoridades
“nos últimos dias nas mãos dos gentios”;
2. Almeida (2008, p.10) em seu artigo “Os Cavaleiros Apocalípticos” mostra a opinião de vários
estudiosos sobre o tema: “Phillips alega que o cavaleiro representa as blasfêmias filosóficas dos
últimos dias. Robbins o vê como a presença espiritual do demônio. Medill acredita que ele simboliza
as histórias sangrentas vitoriosas do rei da França, vencendo o imperador. Pardini o tem como “a
personificação do julgamento do Senhor”. Draper o vê como representante de Enoch. Boll propõe
uma influência astrológica e liga o primeiro dos quatro cavaleiros com especulações zodíacas”
(ALMEIDA, 2008, p. 10).
3. Outra interpretação, embora não popular, é a de que o cavaleiro representa os antigos e agressivos
partos (Império da Pártia, povo da região do Cáucaso, atual Rússia) que foram eficientes até mesmo
contra as fortes legiões romanas.
4. Alguns historicistas interpretam os selos como passagens históricas: a glória e o declínio do Império
Romano pagão. William Barclay (apud ALMEIDA, 2008, p. 10) interpreta o cavalo branco como as
conquistas militares, as do Império Romano e as de outros impérios que se levantaram depois dele.
O cavalo branco era usado pelo rei vencedor e o arco, um símbolo do poderio militar. Edward Mc
Dowell também alega que o cavalo branco é a representação de todo indivíduo que se empenha
em conquistar o mundo.
5. Segundo a interpretação de Orlando Boyer (apud BENTHO, 2008), o primeiro selo representa a
“conquista do evangelho no mundo” e que o cavalo branco, representa “a santidade demonstrada
e guerreando, deve representar a força irresistível e veloz de Deus”. Simon Kistemaker e George
Ladd (apud ALMEIDA, 2008, p. 10) também interpretaram o cavalo branco como sendo a pregação
do Evangelho em dimensões universais, que mesmo em meio às terríveis perseguições, o Evangelho
tem sido pregado e será pregado vitoriosamente no mundo inteiro para testemunho a todas as
nações (Mt 24.14), pois: mesmo sem escolas, os cristãos confundiram os letrados rabinos. Sem poder
político ou social, mostraram-se mais fortes que o Sinédrio. Não tendo um sacerdócio, desafiaram
os sacerdotes e o Templo. Sem um soldado sequer, foram mais poderosos que as legiões romanas.
E foi assim que fincaram a cruz acima da águia romana (ALMEIDA, 2008, p.10).
6. Alguns afirmam que o cavaleiro sobre o cavalo branco representa Cristo, em sua segunda vinda,
porque o cavalo branco é símbolo de vitória. Esta hipótese, no entanto, parece improvável porque:
a) Não pode ser Cristo porque é Ele quem está abrindo os selos (neste caso, o Cordeiro – Cristo –
acabou de abrir o primeiro selo – veja o versículo 1), do qual saem o cavalo branco e o cavaleiro do
versículo 2 (A. G. SILVA, 1985, p.126);
b) Os outros cavaleiros que se seguem falam de guerra (Ap 6.3-4), fome (Ap 5-6) e peste (v.7-8) (A. G.
SILVA, 1985, p.126) e se fosse Cristo este primeiro cavaleiro, ia destoar em sua finalidade e objetivo
dos demais que se seguem e que relatam apenas calamidades;
c) Retratar a volta de Cristo em Glória no inicio da Tribulação seria no mínimo estranho, pois Ele virá
num cavalo branco no final dela e não em seu início.
7. Segundo Lahaye e hindson (2010, p.419), a interpretação mais aceita pelos pré-milenistas é a de que
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o cavalo branco e seu cavaleiro retratam o Anticristo em seus primeiros anos de governo político.
Segundo alguns exegetas, a cor branca acaba causando dificuldade na interpretação, pois na maioria
dos textos bíblicos essa cor relaciona-se a Cristo ou a vitória espiritual (LADD, 2004), no entanto,
neste caso, deve-se levar em consideração vários aspectos da passagem e seus contextos. Observe:
este cavaleiro leva um arco como arma de guerra, ao passo que Cristo na sua volta não traz nenhuma
arma, exceto a espada da sua boca (Ap 19.15);
o cavaleiro tem uma coroa, ao passo que Cristo tem muitas coroas (Ap 19.12), e a coroa do cavaleiro
é chamada de “stephanos”, uma “coroa de vitória”, que representa conquistas, ao passo que a coroa
de Cristo é um diadema, ou seja, uma “coroa real”.
“A coroa” lhe foi dada – A coroa representa um reino. Foi permitido que governasse sobre um reino
durante determinado tempo, porém as terríveis calamidades que se seguem (outros selos) mostram
o que haverá nesse reino; a coroa representa o triunfo do Anticristo, sua vitória e estabelecimento
do seu reino, porém este será temporal, pois será vencido pelo próprio Cristo.
O Arco não está retesado e está sem flechas, ou seja, o cavaleiro mantém as flechas na aljava, o
que simboliza uma guerra não declarada, um domínio que será estabelecido pela diplomacia e no
modelo da “guerra fria” através do estabelecimento de tratados.
Note que a passagem bíblica mostra a cor do cavalo: branca, e não retrata a cor da roupa do cavaleiro.
Biblicamente, o cavalo representa força, poder e conquistas. Representa a habilidade em atacar
rapidamente e com resultados assustadores, e é justamente o que irá acontecer durante o período
da Tribulação. Além disso, era costume dentre os romanos que ao chegar de uma batalha em outras
terras, o general vitorioso desfilava pelas vias de Roma montado sobre um cavalo branco. O Anticristo
será um conquistador vitorioso do mal, e não um conquistador da justiça.
A cor branca comumente é indicativa de pureza e paz, porém neste caso indica uma falsa paz, uma
paz disfarçada, uma falsa inocência, pois o reino do Anticristo iniciará com “ares” de paz, uma paz
imposta, como a “Pax Romana” imposta aos povos conquistados pelo Império Romano (LADD, 2004,
p. 76). O domínio será conquistado rapidamente, porém se converterá em morte, fome e guerras,
como mostra os cavalos e cavaleiros que seguem o primeiro cavalo. Esta cor representa neste caso
a vitória e a falsa paz, uma paz diplomática, temporal e falsa, que será imposta pelo Anticristo. Na
sequência dos selos, vemos o cavalo vermelho, símbolo da guerra e derramamento de sangue. A paz
diplomática imposta no inicio da Tribulação será substituída na sequência por guerras e sofrimentos
terríveis. A chegada deste cavaleiro antecede uma série de eventos trágicos: guerras, fomes, pestes,
mortes, além das catástrofes naturais que se seguirão.
“Ele saiu vencendo e para vencer” – Saiu para conquistar, para vencer, buscar vitórias. Diferente de
Cristo, que já venceu.
O Anticristo virá com jeito de “bom moço”, como o próprio “retrato da bondade”, querendo imitar
a Cristo que é o verdadeiro cavaleiro no cavalo branco (Ap 19). O falso Cristo tentará enganar a
muitos (e conseguirá) com grande astúcia, com grande poder político e excelente oratória, aliado
a um grande carisma. Muitos o verão como um salvador, alguém que dará “jeito nas coisas“. Fará
se passar por um salvador da humanidade, falará em paz (uma falsa paz), fará alianças e ludibriará
os incautos. Por fim, será usado pelo próprio Satanás para cumprir seus planos. A Bíblia diz que o
Diabo, se pudesse, enganaria até mesmo os escolhidos do Senhor, e que se for preciso para atingir
seus objetivos é capaz até mesmo se apresentar como anjo de luz (Mt 24.3-5). Ele tenta imitar Cristo
e, com isso, engana a muitos, mas é finalmente frustrado em seus planos, pois Cristo já o venceu.
Segundo Almeida (2008, p.10): Adolf Pohl e Warren Wiersbe interpretaram o cavalo branco e seu cavaleiro
como sendo o anticristo. O argumento é que o Apocalipse usa imagens duplas para fazer contrastes – duas
mulheres: a mulher e a prostituta; duas cidades: Jerusalém celeste e Babilônia; dois personagens sacrificados:
o Cordeiro e a Besta. Assim, o anticristo estava se contrapondo ao Cristo. Desta forma, o cavalo branco seria
uma inocência encenada, fingida, de uma luz falsa: o anticristo é um deslumbrador. O anticristo apresenta-se
como um pacificador. Ele terá estupendas vitórias. Ele será aclamado como invencível. Ele controlará o mundo
162
ESCATOLOGIA BÍBLICA
inteiro. O senhorio do Cordeiro é que impele o anticristo a deixar sua posição de reserva para que se manifeste.
O diabo gosta de esconder-se. O lobo predador precisa ser despido de sua pele de ovelha (ALMEIDA, 2008, p.10).
A Revista “Os Quatro Cavaleiros” da Ed. Chick Publications de 1994 (apud CARVALhO, 2008, p.46) apresenta
uma comparação entre o Cavaleiro de Apocalipse Seis e o Cavaleiro de Apocalipse 19:
APOCALIPSE 6 APOCALIPSE 19
No versículo um, o cavaleiro de branco saiu de um dos No versículo onze, o Cavaleiro sai do céu;
selos que foi aberto por Jesus;
No versículo dois, o cavaleiro não tem título próprio; No versículo dezesseis, Jesus tem o título de Rei dos
Reis e Senhor dos Senhores.
No versículo dois, o cavaleiro tem um arco sem flechas, No versículo quinze, Jesus tem uma espada para ferir
não tem armas; seus seguidores lutam por ele. as nações;
No versículo dois, o cavaleiro tem uma coroa que lhe No versículo doze, Jesus tem várias coroas (diademas);
foi dada;
Do versículo quatro ao oito, a destruição e o inferno No versículo quatorze, os exércitos de Deus seguem
seguem esse cavaleiro; a Cristo;
Concluindo: Esse cavaleiro é o falso Cristo, “O Concluindo: Esse Cavaleiro é o nosso Senhor e Salvador
Anticristo”. Jesus Cristo.
TABELA 33: COMPARAçãO ENTRE OS CAVALEIROS DE APOCALIPSE 6 E 19
FONTE: CARVALhO, 2008, p. 46..
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(Ver estudo sobre os 144 mil judeus selados no tópico 4 deste capítulo). (A. G. Silva, 1997, p.129-132).
7º SELO (Ap 8.1) – Ao abrir o sétimo selo houve silêncio no céu durante meia hora, na expectativa do
que viria a seguir, como uma calmaria antes da tempestade. Neste sétimo selo estão os juízos das trombetas.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
contra Israel, a volta gloriosa do Senhor Jesus e os eventos que se seguirão (3º “ai”);
Mesmo diante de tantas calamidades a maioria das pessoas não se converterá, antes blasfemarão contra
Deus e darão ouvidos aos enganos do Anticristo e do Falso Profeta.
Este é a última série de julgamentos descrito em Apocalipse (16.1 – 21). Assim como o sétimo selo
introduziu o julgamento das sete trombetas, assim o julgamento das sete taças é introduzido pelo soar da última
trombeta (7ª Trombeta). O toque desta última trombeta corresponde, em parte, ao relato de Mateus 24.15-31.
Antes, porém, de João relatar os juízos das sete taças, ocorre um grande “parêntese” na narração – do
capítulo 12 ao 14 – onde o apóstolo fala sobre o sofrimentos dos santos da Tribulação e a sua vitória, descreve
cenas como a visão do santuário de Deus que se acha no céu, a Mulher e o Dragão (Ap 12), as duas Bestas (Ap
13), e afirmações sobre o triunfo final de Cristo e do julgamento dos ímpios contidos em sete eventos (Ap 14)
(A. G. SILVA, 1997). Ver tópico 4 que tratará dos eventos parentéticos.
Após esse grande “parêntese”, o apóstolo continua descrevendo os juízos divinos, agora o julgamento
das taças, que é parecido com os julgamentos das trombetas, porém enquanto o julgamento das trombetas
tem efeito parcial, o julgamento das taças tem efeito extremo.
A última taça – 7ª Taça – anuncia a grande batalha do Armagedom e descreve a ruína final do Anticristo.
1ª TAÇA – (Ap 16.2) – feridas, úlceras malignas na humanidade, nos adoradores da besta;
2ª TAÇA – (Ap 16.3) – o mar vira sangue: perece toda a vida marinha;
3ª TAÇA – (Ap 16.4-7) – os rios e fontes de águas viram sangue;
4ª TAÇA – (Ap 16.8-9) – queimaduras feitas pelo sol em brasa – terrivelmente quente (as pessoas
ainda recusam a se arrepender e blasfemam do nome de Deus);
5ª TAÇA – (Ap 16.10-11) – o Reino do Anticristo é devastado. Grande escuridão e intensificação das
feridas da primeira taça; os homens mordem a língua e blasfemam do nome de Deus;
6ª TAÇA – (Ap 16. 12-16) – secam-se completamente as águas do rio Eufrates deixando o caminho
livre para as tropas orientais do Anticristo avançarem contra Israel, para a batalha do Armagedom,
que se avizinha. Tropas do Oriente, provavelmente os países chave da parte do mundo do “sol
nascente”, como Japão, China e Índia.
Seguindo o exemplo do que ocorreu entre o sexto e o sétimo selo, bem como entre a sexta e a sétima
trombeta, aqui também ocorre um “parêntese” na narrativa (Ap 16.13-16), o qual explica situações ligadas à
sexta praga e faz uma antevisão da derrocada das nações na Batalha do Armagedom (Ap 19.17-21). há aqui
um relato da atuação da trindade satânica (Ap. 16.13): “E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do
falso profeta vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs”. De suas bocas saem demônios os quais incitam
as potências do Oriente a se unirem e avançarem em direção Oeste para se congregarem em Armagedom,
onde ocorrerá a batalha final das forças do Anticristo contra Israel (A. G. SILVA, 1997, p.164).
7ª TAÇA (Ap 16.17-21) – Destruição por todo o canto da Terra; ao derramar da última taça, ouvem-
se trovões, vozes e um grande e terrível terremoto, tão devastador tal qual nunca se viu na história
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humana – as grandes cidades serão destruídas. Segue-se uma grande saraiva com pedras de granizo
gigantes pesando um talento (aproximadamente 34 kg). Grandes transformações na superfície
terrestre (Zc 14.4, 10; Is 35.6b), já preparando a terra para o reino milenar do Messias. As Ilhas
sumiram e as montanhas foram aplainadas.
Apocalipse 16.5-7 declara: “E ouvi o anjo das águas, que dizia: Justo és tu, ó Senhor, que és, e que eras, e
santo és, porque julgaste estas coisas. Visto como derramaram o sangue dos santos e dos profetas, também
tu lhes deste o sangue a beber; porque disto são merecedores. E ouvi outro do altar, que dizia: Na verdade, ó
Senhor Deus Todo-poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos” (Ap 16:5-7).
4. EVENTOS PARENTÉTICOS
4.1 INTRODUÇÃO
Neste tópico trataremos de alguns dos eventos referentes aos interlúdios ou parênteses feitos pelo apóstolo
João na descrição do período da Tribulação, tais como o selar dos 144 mil judeus, as duas testemunhas, a
mulher e o dragão, a ascensão e queda de Babilônia como centro de um sistema religioso, comercial e político.
Bons Estudos!
Dentro desses parênteses, tomaremos alguns assuntos para estudo que acabam causando maiores
dificuldades no estudo de Apocalipse, mesmo porque sendo este um livro didático sobre Escatologia Bíblica,
seria praticamente impossível abordarmos todos os temas propostos no livro de Apocalipse sem fugirmos do
nosso intuito (o de conduzir o aluno ao conhecimento dos principais assuntos referentes à Escatologia Bíblica),
porém o caro aluno poderá futuramente aprofundar-se no assunto caso seja do seu interesse.
DICAS!
Indicamos para você que gostaria de se aprofundar no estudo
de Apocalipse, os livros de Antônio Gilberto da Silva: “Daniel e
Apocalipse” e “O Calendário da Profecia”, ambos da Editora CPAD,
e “Apocalipse – Introdução e Comentário” de George E. Ladd,
Editora Vida Nova. Além destes, também aconselhamos as obras
citadas no final deste livro de estudos.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
sido interrompida (Is 11.11-16), Deus, pela sua onisciência, conhece quais são as tribos e onde estão e assim
guardará esses judeus dos juízos da tribulação que assolará a terra no final dos tempos. Serão 12 mil judeus
de cada tribo. Essa preservação é simbolizada por um “selo” (Ef 1.13-14). A tribo de Dã e Efraim são omitidas
devido ao seu envolvimento com a idolatria (Dt 29.18-21; 1 Rs 12.25-30) (A. G. SILVA, 1997, p.129-130).
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“E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas
de saco. Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra. E, se alguém
lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca, e devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser
fazer mal, importa que assim seja morto. Estes têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos
dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com
toda a sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem. E, quando acabarem o seu testemunho, a besta
que sobe do abismo lhes fará guerra, e os vencerá, e os matará. E jazerão os seus corpos mortos na
praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi
crucificado. E homens de vários povos, e tribos, e línguas, e nações verão seus corpos mortos por três
dias e meio, e não permitirão que os seus corpos mortos sejam postos em sepulcros. E os que habitam na
terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes
dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra. E depois daqueles três dias e meio o
espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os
que os viram. E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi para aqui. E subiram ao céu em uma
nuvem; e os seus inimigos os viram.” (Ap 11.3-12)
Durante os dias da Tribulação, Deus levantará duas testemunhas para profetizar aqui na terra. De acordo
com a Bíblia, esses dois personagens se vestem com pano de saco, profetizam, realizam milagres espantosos
e testemunham da graça de Deus no meio da mais perversa cultura humana.
há muita especulação a respeito da identidade das duas testemunhas: seria Enoque e Elias, pois ambos
foram transladados ao céu? Ou Moisés e Elias representando a Lei e os Profetas? Não podemos ir além do
que a própria Bíblia afirma sobre o assunto e ela silencia sobre isso.
O que precisamos saber é que essas duas testemunhas serão intocáveis até que cumpram sua missão
(Ap 11.7). Junto com os 144 mil judeus selados, as duas testemunhas de Apocalipse 11 produzirão um grande
impacto na Evangelização durante a Tribulação e haverá uma grande colheita de almas nos primeiros 42 meses
do período de sete anos (Ap 7).
Deus, através de suas vidas, demonstrará o seu grande poder e misericórdia pelo homem e o Anticristo
não terá poder sobre suas vidas até que se cumpra o propósito do Senhor, e qualquer um que os tocar antes
desse tempo será morto (Ap 11.5). Serão inimigos mortais do Anticristo e seus seguidores (os que adoram a
imagem da besta e rejeitaram a Cristo). Deus permitirá que o Anticristo os vença e os mate quando acabarem
o seu testemunho (Ap 11.7). Seus cadáveres ficarão expostos para todo o mundo ver nas ruas de Jerusalém, e
muitos até festejarão seus assassinatos. “Homens de vários povos, e tribos, e línguas, e nações verão os seus
corpos mortos por três dias e meio” (Ap 11.9).
Como é que o mundo inteiro, e ao mesmo tempo, poderia ver as duas testemunhas mortas? Até poucos
anos atrás muitos se perguntavam como seria possível todos do planeta verem ao mesmo tempo o que estava
ocorrendo com esses homens em Jerusalém. Era realmente um mistério! Hoje é fácil até mesmo de uma
criança responder: com o rápido desenvolvimento das comunicações e o advento da Internet estamos ligados
simultaneamente a todas as partes do globo sabendo e vendo notícias do outro lado do planeta, praticamente
no mesmo instante em que essas ocorreram.
Através desse desenvolvimento da tecnologia é que essa profecia já tem como se cumprir em nossos dias:
o mundo todo testemunhando a morte das duas testemunhas, e o mais incrível: Deus prediz que todo o mundo
verá um poderoso milagre! (Ap 11.11-13). Todos testemunharão do grande poder de Deus ao ressuscitar os
seus dois profetas e levá-los ao céu, o que tornará sua existência e poder notórios ao mudo todo (A. G. SILVA,
1998, p.45; Bíblia de Estudo Profético Tim Lahaye, 2005, p.1183).
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
suas tentativas de impedir que o Filho de Deus, já manifesto, chegasse até a cruz, onde pagaria o alto preço
pela redenção da humanidade.
Segundo Antonio Gilberto de Souza em seu livro Daniel e Apocalipse (1997, p.146-150), as sete cabeças
NOTA!
Outras interpretações referentes a essa passagem afirmam
que a mulher representa a igreja. Mas podemos notar que
Israel é muitas vezes comparada na Bíblia a uma mulher (Is
54.1, 6; Jr 3.1, 14; Os 2.14.23). Observe:
A MULHER MULHER COMO ISRAEL A MULHER COMO A MULHER COMO A MULHER COMO
DE (pré-tribulacionismo) IGREJA IGREJA IGREJA
APOCALIPSE 12.1-6; (pós-tribulacionismo) (mas sendo arrebatada Ap. 13.17
13.1-18 no meio da tribulação) (Arrebatamento
parcial)
do dragão falam da plenitude de sua astúcia; os sete chifres simbolizam o seu poderio e os sete diademas
falam do seu domínio; vermelho, cor de fogo e de sangue, indica violência e crueldade contra Israel e contra
todo ser humano (Gn 4.5, 8; 1 Jo 3.12). A terça parte das estrelas do céu corresponde aos anjos que aderiram
à rebelião de Lúcifer e caíram com ele (Is 14.12; Ez 28.16).
A mulher refugiada no deserto diz respeito à fuga de muitos Israelitas durante os últimos três anos e meio,
quando muitos judeus fugirão em busca de abrigo da perseguição atroz do Anticristo. No inicio da Tribulação,
o Anticristo fará aliança com Israel por sete anos (Dn 9.27), o que dará a Israel a oportunidade de construir o
Templo e adorar a Deus. Os israelitas, que rejeitaram a Cristo (seu messias e salvador), agora aceitam facilmente
o Anticristo, se deixam enganar, e com ele ainda estabelecem uma aliança (Jo 1.11; 5.43; Dn 8,,25). Porém,
pagarão muito caro por esse pacto com o Diabo. O Anticristo romperá a aliança feita com Israel na metade
da Tribulação (Dn 9.27) e começará a perseguir ferozmente os judeus. Atacará Jerusalém, tomará o Templo e
o profanará (2 Ts 2.3-4; Dn 8.13). O próprio Jesus predisse esse acontecimento (Mt 24.15; 24) e aconselha os
judeus a fugirem para as montanhas (Mt 24.16), e é justamente isso que muitos farão (BERGSTéN, 2007, p.347).
Neste ataque maligno, as nações ao redor de Israel também sofrerão, porém Deus dará o escape ao seu
povo (Dn 12.1): “naquele tempo será salvo o teu povo”. Três nações escaparão: Edom, Moabe e Amom, o que
corresponderia hoje à Jordânia (Is 16.4; Daniel 11.40, 41, 44). Nesse lugar os judeus fugirão da ira de Deus que
irá varrer a Terra (Is 26.20). Elas são milagrosamente poupadas justamente para abrigar os refugiados israelitas
(Apocalipse 12 relata essa fuga – Deus cuidou de seu povo no deserto durante quarenta anos, salvará também
um remanescente israelita das garras do Anticristo). Jesus falou sobre essa fuga em Mateus 24.15-22. Essa
fuga também foi predita pelo profeta Isaías (Is 16.1, 9) (A. G. SILVA, 1997, p.146-150).
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severo possível que está para cair sobre os seguidores da Besta, “serão atormentados com fogo e
enxofre”, símbolos de grande tormento;
Apocalipse 14.13 – Mensagem da bem aventurança dos mortos no Senhor – Neste tempo terrível
de densas trevas espirituais, Deus mostra que é melhor morrer no Senhor do que viver, porém
aqueles crentes que escaparem com vida da Tribulação entrarão no reino Milenar de Cristo, porém
os que morrerem pela sua fé irão estar com o Senhor e por isso mesmo serão mais bem aventurados;
Apocalipse 14.14-16 – A ceifa dos gentios – é uma antevisão da Batalha do Armagedom (Ap 16.16;
19.19); Esta ceifa citada por João é das nações gentílicas; Jesus também relatou esses eventos finais
(A. G. SILVA, 1997, p.158):
“Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará
o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que
cometem iniquidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. Assim será
na consumação dos séculos: virão os anjos, e separarão os maus de entre os justos. E lançá-los-ão na
fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes.” (Mt 13:40-42; 49-50).
Apocalipse 14.17-20 – A ceifa de Israel – A ceifa anterior foi geral, porém agora se trata da vindima,
ou seja, somente de Israel, as uvas que já estão maduras. No Antigo Testamento a nação de Israel
é mencionada como a videira do Senhor (Os 10.1; Sl 80.8-15; Jr 2.21; Jl 1.7). Essa videira ou vinha
trata-se da Israel apóstata nos dias desses juízos. Essa videira agora não é mais chamada de “videira
de Deus”, mas de “videira da terra”. Jeremias 2.21 diz: “Eu mesmo te plantei como vide excelente,
da semente mais pura; como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada, como de vide
brava?”; Joel 3.13 afirma: “Lançai a foice, porque está madura a seara; vinde, pisai, porque o lagar
está cheio, os seus compartimentos transbordam; porquanto a sua malícia é grande”. As duas ceifas
– dos gentios e a de Israel – não são ceifas de santos para o céu, mas de ímpios para o justo juízo
(A. G. SILVA, 1997, p.159).
170
ESCATOLOGIA BÍBLICA
Babilônias, uma religiosa e outra comercial. Essa interpretação condiz mais com o quadro religioso
e político para o qual caminha a história do mundo globalizado – uma grande e interligada Babilônia
Mundial.
O texto bíblico faz referência ao surgimento de um sistema político-religioso que estará em evidência
durante a Tribulação. Dessa forma, o termo “Babilônia” de Apocalipse representa dois aspectos diferentes:
1. A Babilônia Religiosa – simbolizada por uma mulher, uma prostituta, a qual é destruída em Ap 17.16;
2. A Babilônia Comercial – representando o sistema comercial e político em vigor durante a Tribulação.
Babilônia simboliza o sistema mundial satânico, centro de tudo o que é falso e mau, de idolatria
e de opressão. Consiste no conjunto da humanidade irregenerada organizada segundo princípios
malignos tendo Satanás por cabeça (cf. 1 Jo 2.15-17), com ênfase nos aspectos eclesiásticos (cap.
17), político e mercantilista (cap. 18) desse sistema (UNGER, 2006, p. 692).
Tudo será destruído antes de Cristo retornar em glória para a Terra. A queda da Babilônia já foi
profetizada e decretada antes, em Apocalipse 14.8: “E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu babilônia,
aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição”.
A besta neste caso representa o governo do Anticristo e a mulher, a religião profana liderada pelo falso
profeta. Ambos opõem-se a Jesus Cristo e ao seu Reino.
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ela, e a destruirão como vingança, e o Falso Profeta tomará as rédeas da direção de toda prática religiosa no
mundo – e se formará uma ditadura religiosa mundial, onde todos terão que adorar a imagem da besta. Ou
seja, o falso sistema religioso do inicio da Tribulação será substituído pela religião do Anticristo (A. G. SILVA,
1997, p.169-172).
RESUMO DO CAPÍTULO
ASSUNTO REFERÊNCIAS BÍBLICAS
Um período de sete anos Dn 9.27; Ap 11.3, 7; 13.5
Setenta semanas estão determinadas sobre Israel Dn 9.2,24
Período de sete anos dividido em dois períodos de 3 Dn 9.27; Ap 12.14
anos e meio cada
Tempo de muito sofrimento Dn 9.26-27; Mt 24.15-22; Mc 13.14-20; Ap 6.1-10
;
A septuagésima semana que ainda falta é chamada 16;
Jl 13.14-17
2.1; Dn 9.27; Ez 20.37, 38; Zc 13.8-9; Ap 1.10
de “O Dia do Senhor”
A Igreja será preservada desse tempo de provação Lc 21.36; Jo 14.1-3; 2 Co 5.2,4; Fl 3.20, 21; 1 Ts1.10;
4.16-18; 5.8-10
A Tribulação só tem início depois do Espírito Santo se 2 Ts 2.6-8
afastar junto com a Igreja
Iniciará depois de uma grandiosa apostasia e rebelião 2 Ts 2.3-4
contra a fé
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
O Anticristo, filho da perdição, o homem da iniquidade, 2 Ts 2.3-10; Dn 6.26-27; Ap 12.12; 13. 1-18; 16.2
aparecerá ;
A Tribulação começa com a abertura dos sete selos 17.8-18
Ap 6.1-2
Quatro cavaleiros do Apocalipse trarão muita Mt 24.21-22; Ap 6.2-8; Ap 6-19
destruição e aflição
Surgirão falsos profetas e farão proezas Mt 24.24; 2 Ts 2.9; Ap 13.13-14; 16.14; 19.20
O Evangelho será pregado pelos 144.000 judeus Ap 7.1-4
selados, sendo 12.000 de cada uma das doze tribos
As duas testemunhas de Jesus profetizarão por três Ap 11.3-7
anos e meio
Três anjos levarão o Evangelho Ap 14.6-12
Muitos alcançarão a salvação durante esses terríveis Dt 4.30-31; Rm 11.25-32; Ap 7.14; 6.9-11; 12.17; 14.6
dias -
Miguel expulsará Satanás das regiões celestiais (1º 7; 15.2;
Ap 20.4
12.7-9, 12
Céu)
Regozijo no céu e guerra na terra Ap 12.10-12, 17
Perseguição a todos que reconhecerem Jesus e forem Dn 12.10; Mt 24.15-21; Ap 6.9-11; 7.9-17; 9.3-5; 12.12
testemunhas fiéis a Ele ,
TABELA 35: PRINCIPAIS EVENTOS DA TRIBULAçãO (Período total de 7 anos)
17; 13.7, 15-17; 14.6,13; 17.6; 18.24; 20.4
FONTE: Goulart, 2002, p. 10.
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
ESCATOLOGIA BÍBLICA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 8
Nome: Série: Data da Entrega:
QUESTÕES:
1. Explique com suas palavras o que é o período de Tribulação.
2. Qual relação há entre a profecia de Daniel sobre as Setenta Semanas e o período da Tribulação?
3. Fale sobre os personagens da trindade satânica e sua atuação na Tribulação.
4. Qual a atuação do Espírito Santo durante a Tribulação?
5. Quais são as três séries de julgamentos que ocorrerão no período da Tribulação? Quantos e quais os
grupos de salvos durante a Tribulação?
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ANOTAÇÕES
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
CAPÍTULO 9
BATALHA DE GOGUE MAGOGUE E BATALHA
DO ARMAGEDOM
09
CAPÍTULO
FIGURA 83: guerra; em tradicaoemfococomroma.com; em 23.abr.2012
1.1 INTRODUÇÃO
Dentre os vários assuntos que podem causar confusão no livro de
Apocalipse encontram-se duas guerras: “Batalha de Gogue e Magogue” e
a “Batalha do Armagedom”. Muitas pessoas se confundem ao tratar destas
guerras, porém são eventos distintos com objetivos diversos e que ocorrem
em épocas diferentes e que terminam de formas distintas uma da outra. Esse
será nosso tema de estudo nesse capítulo. Bons Estudos!
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Presidente, Rei, César, Faraó, Chefe etc. Seu significado é “montanha elevada”, “monte” ou “algo supremo”. A
melhor tradução, segundo Mark hitchcock, é interpretar seu significado indicando um nome próprio referindo-
se a um lugar específico: a Rússia. Segundo o autor, Gogue a Rússia será o líder da invasão.
As nações apresentadas mudaram de nome, porém sua localização geográfica permanece a mesma.
Observe a tabela abaixo:
NOME ANTIGO NOME ATUAL
Rôs (antiga Sarmácia) Rússia
Ásia Central (repúblicas islâmicas ao sul da antiga União
Magogue (antigos Citas) Soviética, com mais de 60 milhões de muçulmanos. Este
território poderia incluir o atual Afeganistão).
Meseque (antiga Mogui e Moscovi, na Cilícia e Turquia (também o sul da Rússia e o Irã)
Capadócia)
Tubal (antiga Tubalu na Capadócia) Turquia (também o sul da Rússia e o Irã)
Pérsia Irã (nove foi alterado para Irã em 1935)
Etiópia (amtoga Cuxe, ao sul do Egito) Sudão
Líbia (antiga Pute, a oeste do Egito) Líbia
Gomer (antigos cimérios que, do século VII ao
século I a.C., habitaram a região centro-oeste Turquia
da Anatólia)
Bete-Togarma (Tilgarimu – entre a antiga Turquia
Carquemis e Harã)
TABELA 38: CORRELAÇÃO DOS NOMES ANTIGOS E NOVOS DA PROFECIA DE EZ 38-39
FONTE: LAhAYE e hINDSON, 2010 p. 244.
Virão a partir dos “montes de Israel” e invadirão Israel (Ez 38.7-9). Ezequiel também afirma que isso
ocorrerá “nos últimos dias” (Ez 38.16), ou seja, nos tempos finais da história. Além disso, para que essa invasão
ocorra é necessário que Israel esteja reunido em sua terra – essa reunião ocorreu em 1948 com a fundação
do Estado de Israel. A passagem bíblica também enfatiza que a nação estará desprevenida para esse evento
(Ez 38.8,11,14).
FIGURA 84: MAGOG INVASION. Disponível em: <http://joaorevela.blogspot.com.br>. Acesso em: 17 abr. 2012.
Desde 1948, Israel jamais desfrutou de um momento de paz e segurança, no qual pudesse baixar sua
guarda. A nação de Israel moderna nunca teve realmente um tempo de paz, mas apenas pequenas tréguas
178
ESCATOLOGIA BÍBLICA
sem guerras. Quando contemplamos a volátil situação do Oriente Médio em nossos dias, podemos refletir:
“Quando Israel desfrutará de um tempo de paz e segurança tal qual o descrito em Ezequiel 38?” (LAhAYE e
hINDSON, 2010, p.245).
A Bíblia menciona que Israel terá apenas dois períodos de paz:
1. quando fizer aliança com o Anticristo, na primeira metade da Tribulação (Dn 9.27);
2. quando vier o seu Messias, o Príncipe da Paz, durante o Reino Milenar (Is 2.4).
Ao observarmos todos estes fatos, podemos chegar a uma conclusão: a profecia de Ezequiel 38 sobre a
Batalha de Gogue e Magogue ocorrerá na primeira metade da Tribulação.
2. A BATALHA DO ARMAGEDOM
2.1 INTRODUÇÃO
No transcorrer da história humana houve centenas
de batalhas tanto locais quanto globais, mas nenhuma
delas chama tanto a atenção quanto a Batalha do
Armagedom, que é profetizada como um evento
terrivelmente catastrófico e devastador. Muitas
conjecturas ocorreram e ocorrem com relação a essa
guerra que mexe com o imaginário humano: filmes, livros,
propagandas, comentários etc. falam sobre o assunto.
Muitas ideias são bíblicas, porém a maioria não passa
de invenção. Precisamos nos basear no que a Bíblia diz
FIGURA 85: TANQUE DE GUERRA. .FONTE: Disponível
17 abr. em: <http://
a respeito, pois quer as pessoas creiam ou não, Deus tutoradehistoria.blogspot.com.br> Acesso: 2012.
179
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
cumprirá a sua Palavra. Neste capítulo estudaremos as questões referentes ao final do período da Tribulação.
Falaremos sobre a Batalha do Armagedom e o seu glorioso ápice: o retorno Glorioso de Cristo para salvar
Israel. Bons Estudos!
2.2 O ARMAGEDOM
“Eis que vem o dia do Senhor, em que teus despojos se repartirão no meio de ti. Porque eu ajuntarei
todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as
mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será extirpado da
cidade. E o Senhor sairá, e pelejará contra estas nações, como pelejou, sim, no dia da batalha.” (Zc 14.1-3)
A Batalha do Armagedom ocorrerá nos dias finais da Grande Tribulação. Lemos sobre essa batalha em
Daniel 11.40-45; Joel 3.9-17; Zacarias 14.1-3; Apocalipse 16.14-16.
A palavra Armagedom vem da palavra grega “har-Magedone”, que significa Colina Megido (Zc 12.11).
A palavra “Armagedom” ocorre apenas em Apocalipse 16.16. Essa colina localiza-se ao sul do vale de Jezreel
(hebraico), também conhecido como Esdraelom (grego) ou mesmo Vale de Megido (BOYER, 2010, p.202). Este
vale localiza-se ao norte de Israel, é cercado de montes e já presenciou mais de duzentas batalhas ao longo
da história por ser um local estratégico, por isso mesmo passou a ser sinônimo de combates (Josafá significa
“o Senhor é Juiz” – lugar de decisão).
FIGURA 86: 1. Megiddo Valley. 2. Colina Megido. Disponível em: <www.bibleplaces.com>. Acesso em: 17 abr. 2012.
Também virou sinônimo da batalha futura na qual Deus vai intervir e destruir os exércitos do Anticristo
como predito através das profecias bíblicas (Ap 16.16; 20.1-3, 7-10). Em Apocalipse este lugar também é
chamado simbolicamente de lagar (grande tanque de moer). Por que a Bíblia fala desta batalha? Essa batalha
afirma a soberania de Deus sobre a história humana e nos lembra de que os planos de Deus jamais poderão
ser frustrados: Deus julgará todo o mal e estabelecerá seu reino universal de justiça (BERGSTéN, 2007, p.349).
Apocalipse 16 mostra que Deus derramará as taças da sua ira, as quais servirão como uma introdução
à batalha de Armagedom. Ao ser derramada a sexta taça (Ap 16.12) o rio Eufrates se secará para preparar o
caminho para uma invasão militar sobre Israel pelos reis do Oriente. “Multidões, multidões no vale da decisão;
porque o dia do Senhor está perto, no vale da decisão” (Jl 3.14).
O Anticristo reunirá todos os exércitos da terra para essa batalha (Jl 3.2; Zc 12.2; 14.2). Os demônios
incitarão os homens a desejarem a guerra (Ap 16.13-14) e exércitos do leste e do oeste vão se encontrar nessa
planície. Isso indicará que a Segunda Vinda de Jesus em glória está muito próxima.
Já vimos que no inicio da Tribulação, através do engano e poder satânicos, um governo mundial é formado,
com o governante de dez nações do Império Romano Revivido tornando-se o ditador sobre toda a terra (Ap
13.7) – o Anticristo. Visando a supremacia global, os exércitos do mundo entrarão em guerra e serão guiados
para se encontrarem na Terra Santa, porém o que realmente será o propósito dessa batalha será uma luta
para contender contra os exércitos do céu (Ap 16.16).
Na verdade, como outras passagens bíblicas descrevem a cena (Dn 11.40-45), essa batalha terá uma
extensão muito maior: cerca de 320 km de norte a sul do território israelense, e se estenderá desde o mar
180
ESCATOLOGIA BÍBLICA
Mediterrâneo ao oeste até o rio Eufrates a leste. Segundo a Bíblia de Revelação Profética (2010, p.1009), “... a
Batalha do Armagedom cobrirá toda a região. Ela começa nas planícies de Megido, no norte, descendo através
do vale de Josafá, incluindo a terra de Edom, no sul e leste, e Jerusalém”. Tanto os exércitos invasores quanto
os defensores entrarão em guerra pelo controle global contra o governante mundial, enquanto que o mundo
todo desfalece sob os vários juízos divinos.
Será uma batalha sangrenta: “E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios
dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios”. (Ap 14.20). Mesmo no dia da Segunda Vinda de Cristo
haverá combate (Zc 3.9; 14.1-3; 6-7). Com o derramamento da ultima taça da ira divina – um terremoto
terrível e devastador aliado a uma chuva de granizo (saraiva) sobrenatural, com pedras chegando a pesar
aproximadamente 34 quilos cada uma (1 talento) – muitas cidades das nações serão destruídas (Ap 16.16-19),
ilhas e montanhas desaparecerão (Ap 16.20), ou seja, o mundo ficará em ruínas. é para esta cena que Cristo
retornará afinal em poder e glória (Ap 19.11-16). (Bíblia de Estudo Profética Tim Lahaye, 2005, p. 1192).
Essa batalha não representa apenas uma alegoria ou mito, mas um conflito real que terá o Oriente Médio
como palco principal. Está prevista e descrita na Bíblia, como vimos: será um evento real e trágico para aqueles
que desafiam o poder de Deus. Uma luta entre o bem e o mal, cujo principal propósito é o extermínio do povo
judeu da terra. Tanto é assim que a Bíblia diz que um terço dos israelitas morrerá (Zc 13.8). Serão quilômetros
de sangue.
181
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O Senhor pede ajuda na execução do julgamento sobre O Senhor é retratado pisando sozinho o lagar ond
Gogue (Ez 38.21) e
estarão reunidos os exércitos dos povos, e os esmagará
na Sua ira (Is 63.3-6)
TABELA 39: Comparação das Batalhas de Gogue e Magogue e do Armagedom
FONTE: Próprios autores.
RESUMO DO CAPÍTULO
· Aprendemos os conceitos referentes a duas importantes batalhas apocalípticas: Gogue e Magogue
e Armagedom;
· vimos que se tratam de eventos diferentes, que ocorrerão em tempos distintos.
· Observamos as principais diferenças existentes entre as duas batalhas.
182
ESCATOLOGIA BÍBLICA
ESCATOLOGIA BÍBLICA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 9
Nome: Série: Data da Entrega:
QUESTÕES:
1. O que significa o nome “Gogue” e a quem se refere?
2. Quais as nações que invadirão Israel na Batalha de Gogue e Magogue? Descreva a Batalha e como
terminará.
3. O que significa Armagedom?
4. Descreva a Batalha do Armagedom.
5. Quais os oito estágios da Batalha do Armagedom?
183
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ANOTAÇÕES
184
ESCATOLOGIA BÍBLICA
CAPÍTULO 10
O GLORIOSO RETORNO DE CRISTO - SEGUNDA
ETAPA DA SEGUNDA VINDA DE CRISTO
CAPÍTULO
10
FIGURA 90: JESUS RETURN
FONTE: Disponível em: <http://www.ldolphin.org/Sadvent.html> . Acesso: 17 abr. 2012.
1.1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos acontecimentos futuros relacionados com
a “Manifestação Gloriosa do Senhor Jesus” ou a “Revelação Visível de Jesus
Cristo” – correspondente à sua Segunda Vinda em Glória.
Este será o evento mais emocionante da história humana que está por vir,
o clímax de toda a profecia. As palavras parecem inadequadas para descrever a
grandiosidade do que virá, pois as esperanças e sonhos de bilhões de pessoas
que colocaram sua fé em Deus, desde Adão e Eva até o final do período da
tribulação culminam neste ponto.
185
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socorro, purificados e arrependidos, reconhecerão Jesus como seu Messias e redentor prometido e o aceitarão
chorando (Is 4.3; 59.20-21; 60.21; Os 3.5; Zc 12.10-14), e clamarão “Baruch habá b’shem Adonai” como o
próprio Jesus profetizou em Mateus 23.39: “Pois eu lhes digo que vocês não me verão desde agora, até que
digam: ‘Bendito é o que vem em nome do Senhor’”. Chorarão pelo que fizeram com Cristo na sua primeira
vinda e se converterão (CABRAL, 1998, p.58).
Zacarias 12.10 fala do espírito de súplicas que será derramado sobre a casa de Davi: “E derramarei
sobre a família de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de ação de graças e de súplicas.
Olharão para mim, aquele a quem traspassaram, e chorarão por ele como quem chora a perda de
um filho único, e lamentarão amargamente por ele como quem lamenta a perda do filho mais velho.
Naquele dia muitos chorarão em Jerusalém, como os que choraram em Hadade-Rimon no vale de Megido.
Todo o país chorará...” (Zc 12.10-12a)
Então haverá outra invasão, mas esta virá do céu: “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava
assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama
de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão
ele mesmo. E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de
Deus. E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro. E da sua
boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o
que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso. E no manto e na sua coxa tem escrito este
nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores” (Ap 19.11-16).
Este é o momento que todo o universo aguarda! (Mt 24.30-31). Tito 2.13 chama este momento de “glorioso
retorno” ou ainda “manifestação gloriosa”. Será o retorno visível e físico de Cristo à terra, em contraste com
a “bendita esperança” (Tt 2.13), que foi o arrebatamento da igreja, ou a vinda de Cristo para os cristãos antes
do período da tribulação (corresponde à primeira etapa da sua Segunda Vinda) (LAhAYE e ICE, 2009, p.63).
Zacarias 14.3-5 profetiza essa intervenção divina sobre o Monte das Oliveiras, em Israel: “Depois o Senhor
sairá à guerra contra aquelas nações, como ele faz em dia de batalha. Naquele dia os seus pés estarão sobre o
Monte das Oliveiras, a leste de Jerusalém, e o monte se dividirá ao meio, de leste a oeste, por um grande vale,
metade do monte será removido para o norte, a outra metade para o sul. Vocês fugirão pelo meu vale entre
os montes, pois ele se estenderá até Azel. Fugirão como fugiram do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá.
Então o Senhor, o meu Deus, virá com todos os seus santos”. (Zc 14.3-5)
O Monte das Oliveiras, o lugar exato de onde Cristo subiu ao céu, também será o local onde Ele descerá
gloriosamente. O Senhor fala a esse respeito em Mateus 24.27-30.
“Porque assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra no Ocidente, assim será a vinda do Filho do
homem. Onde houver um cadáver, aí se ajuntarão os abutres. “Imediatamente após a tribulação daqueles
dias ‘o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu, e os poderes celestes serão
abalados’. “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as nações da terra se lamentarão e
verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória.” (Mt 24.27-30).
Virá como justo guerreiro. Invencível. De acordo com Zacarias 14.4-5 e Apocalipse 19.11.-16, a Segunda
Volta de Cristo em glória ocorrerá juntamente com seus santos, seguido pelos exércitos no céu (anjos), vestidos
de linho fino, branco e puro e, à vista de todos. Essa aparição será pública: “... todo olho o verá...”.
Joel 3.2,12 fala que no Vale de Josafá o Senhor encontrará as nações inimigas de Israel. As nações reunidas
pelo Anticristo para combater e destruir Israel serão surpreendidas pela vinda do Senhor. O Anticristo se encherá
de ódio e furor e convocará seus exércitos para combater contra Jesus (Ap 19.19). O Senhor sairá contra o Anticristo
como um fogo, e seus carros como uma tempestade (Is 66.15-16). Ele brandirá a sua foice, pois vem para limpar
a sua eira (Jl 3.13; Ap 14.17-18; Mq 4.12-13; Mt 3.12; Sl 110.5-6). Pisará o lagar da sua ira (Is 63.1-6). As forças
da natureza se levantarão contra o Anticristo e seus aliados (Ez 38.20) e, pela presença do Senhor, perderão suar
organização e ordem, e voltarão suas espadas uns contra os outros (Zc 14.13; Ez 38.21). Uma repentina destruição
chegará sobre o mundo, pois diante de Jesus toda a resistência será inútil (1 Ts 5.3; 2 Ts 1.8).
As passagens bíblicas indicam que naqueles dias muitos judeus se converterão, porém haverá ainda judeus
rebeldes, e esses sofrerão o juízo de Cristo (Ez 20.33-38; Ml 3.1-5). (CABRAL, 1998, p.58).
186
ESCATOLOGIA BÍBLICA
O Anticristo e o Falso Profeta serão trazidos à presença de Jesus. Ele os condenará sumária e imediatamente
ao lago de fogo e enxofre, não passarão pelo estado intermediário (2 Ts 2.8; Ap 19.20; Mt 25.41). Satanás, o
Dragão, também será preso. Será um anjo que cumprirá a ordem divina de prisão. Trará na mão a chave do
abismo (que Jesus havia dado ao próprio Diabo, conforme Ap 1.18; 9.1) e uma candeia (Ap 20.1-2). Então
Satanás será preso por mil anos no poço do abismo juntamente com todos os seus “anjos”. O povo de Deus
estará presente nesse dia, cumprindo-se a profecia de Romanos 16.20, e então terá inicio o Milênio (BERSTéN,
2007, p.351).
O sol da justiça já terá raiado (Ml 4.1-3) e toda a humanidade reconhecerá que Jesus Cristo é o Senhor (Fp
2.11). As armas serão destruídas (Is 2.4; Mq 4.3) e os sobreviventes da luta voltarão para suas terras, sabendo
que Deus operou e pelejou por seu povo.
2.1 INTRODUÇÃO
“Levanta-te, Senhor! Não prevaleça o homem; sejam julgadas as nações perante a tua face” (Sl 9.19).
Neste tópico abordaremos o Julgamento das Nações e a Ressurreição dos Santos da Tribulação e do Antigo
Testamento. A Bíblia mostra claramente que haverá vários julgamentos escatológicos, da mesma forma que
haverá várias etapas da “primeira ressurreição”, os quais ocorrerão em momentos diferentes e com grupos
distintos.
187
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
que após a catástrofe do Armagedom e do caos generalizado sobre todo o mundo, quando mais de um terço
da humanidade terá perecido na guerra, é evidente uma reorganização total das nações e seus limites no mapa
político mundial (BERGSTéN, 2007, p.352-353; A.G. da SILVA, 1998, p. 56-57).
NOTA!
O julgamento das nações (gentios que ficaram vivos até o
final da Tribulação) não deve ser confundido com o Juízo
Final diante do trono branco, que terá lugar após o Milênio,
o qual será um julgamento dos mortos, no espaço, será
precedido pela segunda ressurreição e haverá só uma classe:
dos ímpios (Ap 20.11-15). (S. P. da SILVA, 1988, p.118).
RESUMO DO CAPÍTULO
· Aprendemos sobre o Glorioso Retorno de Cristo e os eventos a ele relacionados;
· estudamos o julgamento das nações (povos gentílicos), ou seja, o destino dos gentios que
sobreviveram o período da Tribulação.
· Falamos a respeito da ressurreição dos salvos da Tribulação e dos salvos do Antigo Testamento.
188
ESCATOLOGIA BÍBLICA
ESCATOLOGIA BÍBLICA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 10
Nome: Série: Data da Entrega:
QUESTÕES:
1. Onde Cristo voltará?
2. Faça um resumo sobre os principais eventos relativos à volta gloriosa de Cristo.
3. O que acontecerá com Satanás após a Tribulação? Quais serão os primeiros habitantes do lago de fogo
e enxofre?
4. Como será o julgamento das nações?
5. Como será a ressurreição dos santos após a tribulação? Quem fará parte dessa ressurreição?
189
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
ANOTAÇÕES
190
ESCATOLOGIA BÍBLICA
CAPÍTULO 11
O MILÊNIO
11
CAPÍTULO
FIGURA 92: YESHUA KADOSH
FONTE: Disponível em <http://fineartamerica.com/featured/yeshua-in-the-outer-court-bill-stephens.
html> Acesso em: 13 abr. 2012
1. O MILÊNIO
1.1 INTRODUÇÃO
“Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra como no
céu...”. A mais de dois mil anos cristãos de todo o mundo se proclama essa
oração ensinada pelo Senhor Jesus. Mas o que realmente estamos pedindo
com essas palavras?
Durante toda a história humana existiram muitos reinos, dinastias e
impérios, todos regidos por líderes humanos. Alguns foram espetaculares e
repletos de resplendor, outros terríveis, que massacraram e aterrorizaram
nações inteiras. Mas a Bíblia nos mostra que a história humana tem um reino
terreno futuro e glorioso, onde as orações dos cristãos serão respondidas e o
próprio Deus, na pessoa de Jesus Cristo, a segunda pessoa da Trindade, reinará
e governará na terra durante mil anos. Assim será o Milênio. Este reino tão
esperado e pedido por milhões de orações do povo de Deus e muito aguardado
por Israel desde os tempos do Antigo Testamento.
Esse é sem dúvida um dos temas mais empolgantes e polêmicos da Bíblia.
Empolgante por nos informar como será o futuro, nos dando esperança de
uma vida realmente perfeita. Polêmico por causa das grandes divergências
existentes entre os estudiosos da área quanto ao tempo e a forma deste Reino.
Este capítulo mostrará qual a época e propósitos do Milênio, os fatos e
aspectos a ele relacionados, além de mostrar qual a sua relação com Israel.
Bons estudos!
191
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
NOTA!
A Palavra Milênio é um termo que no latim indica um
período de “mil anos”. Apocalipse 20.1-7 diz que Cristo virá
estabelecer seu reino na terra e aqui reinará durante mil
anos depois de sua segunda vinda.
Em Apocalipse 20 pode-se encontrar 6 vezes a expressão “mil anos” com uma significação especial. Este
termo provém do grego “chilliad” e do latim “millennium”, e aponta para o futuro governo universal e terreno
a ser exercido pelo “Príncipe da Paz”. Nessa época o centro de adoração para todos os povos e nações da Terra
será a Capital religiosa do mundo: Jerusalém (Jr 3.17; Zc 14.14-21). (SILVA, 1988, p. 133).
Segundo o teólogo Severino Pedro da Silva (1988. P. 134-135), “O Milênio será, de acordo com as Escrituras,
um tempo de restauração para todas as coisas. [...] “Ao invés de pecado, a justiça encherá a terra; Satanás
terá sido amarrado (Ap 20.1-3), o Anticristo e o falso profeta terão sido lançados no ardente lago de fogo (Ap
19.20). Por conseguinte, a injustiça cederá lugar a justiça que esteve de luto durante o tempo sombrio da
Grande Tribulação; a violência à quietude, o ódio e a inimizade ao amor e à doce amizade e o mundo ficará em
descanso, sob o domínio daquele cujo poder se estenderá de mar a mar e cujo reino trará alegria e tranquilidade
aos corações de todas as pessoas, que haverão de aclamá-lo como Senhor e Rei [...}” (SILVA, 1988, p. 134-135)
Isaías (700 anos a.C.) previu essa era futura:
“Nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cimo dos montes e se
elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão todos os povos. Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos
ao monte do Senhor e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas
192
ESCATOLOGIA BÍBLICA
veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do Senhor, de Jerusalém. Ele julgará entre os povos e corrigirá
muitas nações; estas converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma
nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.” (Is 2.2-4).
NOTA!
O Milênio é um período da história que precede a eternidade.
Nesse tempo Jesus será o foco de toda a criação, e Ele
reinará fisicamente sobre o mundo inteiro, com poder e
grande glória. Será um tempo maravilhoso em que a justiça e
a paz prevalecerão.
Passagens do Antigo Testamento que falam sobre o Milênio: Salmos 2.6-9; Isaías 2.2-4; 11.6-9; 65.18-23;
Jeremias 31.12-14; 31-37; Ezequiel 34.25-29; 37.1-6; 40-48; Daniel 2.35; 7.13, 14; Joel 2.21-27; Amós 9.13, 14;
Miquéias 4.1-7; Sofonias 3.9-20 etc.
Passagens do Novo Testamento que falam sobre o Milênio: Mateus 5.1-20; 19.27-30; 26.27-29; Marcos 14.25;
Lucas 22.18; 1 Coríntios 6.9-11; Apocalipse 20. Somente Apocalipse fala da duração do Reino Messiânico: mil anos.
CONCLUSÃO
Existem muitos pensamentos variados com relação ao milênio, e até alguns estudiosos que creem que
jamais se cumprirá literalmente, surgindo assim diferentes pontos de vista ou interpretações quanto ao tema.
Muitos acreditam que o número 1000, que aparece em Apocalipse 20.1-10, é apenas simbólico e significa
apenas um longo período de tempo. Tais interpretações serão estudas mais detalhadamente no próximo tópico.
2.1 INTRODUÇÃO
A Segunda Vinda de Cristo foi ensinada pelos apóstolos, a Igreja Primitiva acreditava nela, e tem sido
reconhecida por todos os credos e concílios da cristandade. Contudo, há pouco acordo sobre o tempo desse
acontecimento, o que gerou três pontos de vista, teorias ou linhas de interpretação em relação ao Milênio.
São elas: amilenismo, pós-milenismo, pré-milenismo (histórico e dispensacionalista).
2.2 AMILENISMO
Representa um tempo ou reino simbólico. O prefixo “a” significa “não existente”. Isso quer dizer que os
amilenistas não creem num governo terreno de forma literal, mas sim um governo espiritual de Cristo e seu
povo no céu, durante esta dispensação, entre a primeira e a segunda vinda de Cristo.
A expressão “mil anos” é em sentido figurado e designa um longo período de tempo em que os propósitos
de Deus vão se realizar e Apocalipse 20.1-10 é uma descrição da era da igreja. Esta vertente teológica começou a
ser ensinada na igreja desde o século IV promovido por Agostinho em “A Cidade de Deus”, e tem sido a posição
escatológica preferida da Igreja Católica pelos últimos 1600 anos, que interpreta o milênio como sendo uma
experiência espiritual que já está em curso e o livro de Apocalipse é uma coletânea de experiências espirituais
do passado (SEVERA, 1999, p. 442-446). Esta posição é ainda mantida por muitos católicos e alguns protestantes
reformados. Pode ser também chamado de: amilenialismo, amilenarismo, ou ainda milenialismo concretizado
ou realizado por se tratar de um milênio já presente (ROLDAN, 2001. p. 95).
Para os amilenistas não haverá um governo político de Cristo sobre a terra e consideram que a prisão
de Satanás já ocorreu com a primeira vinda do Senhor, e esta prisão significa “que Jesus restringiu o poder
de Satanás de modo que não pudesse impedir a difusão do Evangelho por entre as nações do mundo”. Desta
forma, ao seu entender, Satanás já foi amarrado para não mais enganar as nações e por isso o Evangelho
pode ser pregado a todas as nações e povos e, assim, as pessoas estão sendo convertidas e libertas por Cristo,
formando um novo povo, a Igreja. As portas do inferno não prevalecem contra ela.
193
ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
Entendem que o reino milenar de Cristo com os santos é presente e desenvolve-se no céu. Cristo já reina
com os salvos, embora não de modo final. O reinado de mil anos não acontece na Terra, mas no céu, onde está
Jesus. Creem que da ascensão até a segunda vinda, tanto o bem quanto o mal coexistirão, e prosperarão, ou
seja, tanto o Reino de Deus quanto o de Satanás estão crescendo juntos. Satanás já está aprisionado, mas o
mal continua a aumentar. A Igreja é identificada como verdadeiro Israel espiritual e a verdadeira herdeira das
promessas feitas à nação de Israel. Os que defendem este ponto de vista creem que após o presente período
do Evangelho na terra, Jesus retornará à terra fisicamente, com poder e grande glória, para julgar e assim dará
inicio à eternidade e não ao Milênio. O reino de Deus será então eterno e não limitado a mil anos, crendo assim
no eterno estado futuro – Nova Jerusalém (Is 9.7; Dn 7.14; Lc 1.33; hb 1.8; 12.28; 2 Pe 1.11).
Resumo das principais características do amilenismo (PRADO, p. 41):
· O Método de interpretação das escrituras é Alegórico.
· Negam o reinado literal de Cristo na terra.
· Não admitem o Arrebatamento.
· Creem que Satanás foi preso na primeira vinda de Cristo.
· O tempo entre a primeira e a segunda vinda de Cristo é o cumprimento do milênio de forma espiritual,
Cristo reinando no coração do homem na terra e simultaneamente com os salvos no céu, e não
fisicamente. Ou seja, já estamos no milênio.
· Assemelha-se ao PÓS-MILENISMO crendo que Cristo retornará no final do milênio.
· Visão espiritualista das profecias bíblicas.
· Creem que a primeira ressurreição corresponde ao Novo Nascimento.
194
ESCATOLOGIA BÍBLICA
3. PÓS-MILENISMO
O Evangelho e progresso em prol
do paraíso.O prefixo “pós” significa
“depois”. Também conhecido como “pós-
milenarismo”, “pós-milenialismo”. Surgiu no
século XVI com os puritanos na Inglaterra,
mas seu momento de esplendor foi no FIGURA 94: AMILENISMO; FONTE: GRUDEM, 1999, p. 946; em 23.abr.2012
avivamento do século XIX, caindo depois
em colapso. De acordo com este ponto de vista, Cristo voltará somente após o milênio. Os pós-milenistas
defendem que através da pregação do Evangelho a maior parte do mundo será cristianizado e submetido a
Cristo e, somente então, Ele retornará em poder e grande glória. Assim como os amilenistas, também negam o
reino literal de Cristo na terra após sua vinda e afirmam que todas as promessas feitas a Israel serão cumpridas
na igreja, ou seja, o governo por intermédio da igreja.
Entendem que as profecias de Daniel, Mateus 24 e a maior parte do Apocalipse já se cumpriram e
encontram fatos históricos para forçar a comprovação de suas conclusões quanto às profecias. Portanto, há
semelhanças entre o amilenismo e o pós-milenismo, pois ambos creem no reino de Deus têm lugar na presente
era e não de forma literal. A diferença é que para os pós-milenistas este reino não está apenas nos corações,
mas produz impactos na sociedade trazendo assim o reino de Deus para a Terra através da regeneração da
sociedade cristianizada.
Resumindo, as principais características do pós-milenismo são (PRADO, p. 41):
· O Método de interpretação das Escrituras é Alegórico, não literal, aplicando à igreja as promessas
direcionadas a Israel.
· Creem que o milênio não será necessariamente mil anos, mas sim um período de anos muito extenso,
não creem nos mil anos de forma literal.
· Creem que já estamos passando pelo período milenar, mas não sabem dizem quando começou, mas
que se encerrará com a segunda vinda de Cristo a este mundo.
· Creem no Evangelismo mundial onde a maior parte dos habitantes do planeta se converterá ao
cristianismo, não sendo de uma forma total, mas em grande número, gozando assim de todas as
bênçãos de saúde, paz, prosperidade e justiça de Deus, e isto na presente era.
· Não aceitam o arrebatamento da igreja.
· O Reinado acontece de forma espiritual onde Cristo reina no coração do homem.
· Praticamente ignora Apocalipse 20.1-7.
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Os que aceitam este ponto de visão entendem que o milênio será um período que o Evangelho será
pregado em todas as nações, as quais terão como base da lei social os princípios éticos da Palavra de Deus. A
tecnologia irá continuar a se desenvolver, mas aliada a base cristã, oferecerá solução aos males que assolam a
humanidade, produzindo uma restauração total, inclusive da natureza. é o poder do Evangelho para transformar
vidas e mudar o mundo! Uma forma mais recente de pós-milenialismo relaciona-se com o humanismo e
evolucionismo, caracterizada por uma visão otimista que entende que o mundo está num processo de melhora
(ROLDAN, 2001, p. 93). A igreja estabelecerá o reino na terra antes da volta de Cristo (Mt 13.31-33; 28.18-20) e
a segunda vinda do Senhor se dará somente após o milênio, ou seja, após o período de pregação do evangelho
no mundo, então Jesus virá para encerrar a história e iniciar a eternidade, ressuscitando os mortos (crentes e
não crentes), irá julgá-los e dar o destino eterno: céu ou inferno.
Segundo Tim Lahaye e Ed hindson (2010, p. 342-343), as principais dificuldades na interpretação pós-
milenista são:
1. O afastamento da expectativa da volta iminente de Cristo, o que se opõe ao ensino bíblico. Para os
pós-milenistas a volta de Cristo fica afastada para muito longe, só para depois desse longo período de
glória do Evangelho que ainda não chegou, o que prejudica o ensino bíblico que diz que precisamos
estar vigilantes por causa da volta
repentina do Senhor.
2. O otimismo com triunfo do
Evangelho não se harmoniza com
o ensino bíblico, onde a rejeição
do Evangelho, a apostasia e
perseguições aos cristãos não
pararam e parecem antes
aumentar, pois nunca na história
foram mortos tantos cristãos
como na atualidade e tal fato
tende a continuar até o fim dos FIGURA 95: PÓS-MILENISMO
tempos. FONTE: GRUDEM, 1999, p. 947.
4. PRÉ-MILENISMO
Antes do paraíso, um reino paradisíaco.O prefixo “pré” significa “antes”. Todas as formas de pré-milenismo
fazem uma interpretação literal de Apocalipse 20.1-10, ou seja, haverá realmente um reino messiânico na terra,
que será implantado logo após a segunda vinda de Cristo (Apocalipse 19.11-21). Cristo retornará corporalmente
no final da Era da Igreja e estabelecerá um reino físico na terra por mil anos. Neste reinado terreno do Messias
e Rei, todas as promessas e alianças de Deus a Israel serão cumpridas de forma literal, sendo este um reino
de paz, prosperidade e justiça para todos (Mt 5.3-10). Portanto, este governo será terrestre, teocrático, com
sede em Jerusalém, Cristo reinará como Rei.
Também concordam com a visão de que Satanás será preso por mil anos e será solto no final deste reino,
quando fará guerra contra Cristo e seus santos e o Senhor o derrotará pela última vez e a seus seguidores,
provando assim que Cristo será o Rei Eterno e que nem mesmo Satanás e todas as suas forças poderão lhe
roubar o reino. Assim Cristo entregará todo o poder a Deus, e se fundirá num reino eterno, cumprindo todas
as profecias de um reinado eterno, tal como prometeu a Davi (Sm 7.12-14; Is 9.7; Dn 7.14).
O pré-milenismo tem suas origens na Igreja Primitiva (séculos I a III). Era conhecido como “chiliasmo”
e é a mais antiga das três interpretações, contando não só com a autoridade dos apóstolos, como também
com o apoio dos pais da Igreja, os quais defenderam essa visão: Papias, Irineu (170), Justino Mártir (150),
Tertuliano, hipólito etc.
Os outros dois pontos de vista se desenvolveram em reação ao pré-milenismo, após o concílio de Nicéia.
Essa era a visão predominante na Igreja Primitiva entre os primeiros e ortodoxos pais da Igreja. Segundo J.C.
Ayer (apud LAhAYE, hINDSON, 2010, p. 342): “O cristianismo primitivo foi marcado por um grande entusiasmo
pelo chiliasmo [...]”. Os primeiros cristãos acreditavam que o chiliasmo, ou seja, a volta de Jesus e implantação
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
do seu reino terrestre, seria um evento imediato. A esperança da volta de Cristo, para o estabelecimento do seu
reino, lhes deu força suficiente para resistirem às perseguições. Apesar disso, muitos estavam esmorecendo,
por isso também Deus deu a João as revelações do Apocalipse, para que lhes servisse de conforto e esperança.
Que esperança teriam se as profecias apocalípticas fossem entendidas apenas espiritualmente, excluindo o
fato de que Cristo voltaria para por fim as perseguições? Interpretando Apocalipse de forma literal, não teriam
os cristãos incorrido em erro, e Deus não estaria dando esperanças falsas? (FERRAZ, 1995, p. 18).
é evidente que o Milênio foi corretamente interpretado pelos cristãos primitivos e, com tal esperança,
fizeram resistência ao Império. Tal resistência fez com que o cristianismo fosse finalmente aceito por Constantino
no século IV. A suposta conversão de Constantino e o término das perseguições fizeram os cristãos reverem seus
conceitos sobre o milênio. é claro que muitos cristãos se mantiveram fiéis à interpretação literal do milênio,
recusando a interpretação da Igreja oficial baseada no método alegórico de Orígenes. A primeira pessoa a
interpretar simbolicamente os mil anos foi Gaio (ou Caius) (Século III) em oposição ao pré-milenismo. Ele
também rejeitou o livro do Apocalipse e dizia que não deveria fazer parte do Cânon.
Somente após a reforma o pré-milenismo voltou a ganhar força, isto porque os reformadores voltaram
a enfatizar o método literal de interpretação das Escrituras, embora eles próprios tenham recusado a crença
em um Milênio literal. Entretanto, o pré-milenismo nunca deixou de existir. Em toda a história da Igreja cristã
sempre houve homens que defenderam com suas vidas essa doutrina.
Recentemente o pré-milenismo tem recebido a atenção de homens de reconhecido saber teológico,
autoridades bíblicas e comentaristas de renome. homens como o calvinista Johann heinrich Alsted (1588-1638),
o anglicano Joseph Mede (1586-1638), J. h. Bengel, Issac Newton, Joseph Priestley, Edward Irving(1782-1834),
J.N. Darby(1800-1882), W. E. Blackstone, James hall Brooks, G. Campbell Morgan, h. A. Ironside, henry
Moorhouse, D. L. Moody (1837-1899), A. C. Gaebelein, C. I. Scofiel, C. h. Mackintosh, William Kelly, F. W. Grant
e muitos outros.
Resumo das principais características do pré-milenismo de forma geral (PRADO, p. 42):
· O Método de interpretação das escrituras é Literal.
· O Reinado de Cristo acontece literalmente aqui na terra estabelecido no segundo advento de Cristo,
após a batalha do Armagedom, no final da grande tribulação.
· Cristo é bem presente neste reinado onde estará governando a todas as nações, sendo ele um Rei
não somente de uma pessoa, mas sim de todo o planeta.
· O Reinado de Cristo será estabelecido de forma dramática através de uma grande guerra contra
todas as nações da terra, sendo o oposto do Pós-milenismo e amilenismo, que creem num reinado
conquistado paulatinamente.
· O reino será restabelecido a Israel, e Cristo será Rei para sempre. Atos 1:6
A maioria dos pré-tribulacionistas também acredita que o retorno de Cristo será precedido pela
septuagésima semana (de anos) de Daniel (Dn 9.27), que inclui a Grande Tribulação de sete anos. O motivo da
discórdia neste ponto de vista está na questão de quando a Igreja será arrebatada: antes (pré-tribulacionistas),
durante (mesotribulacionistas) ou depois (pós-tribulacionistas) da Grande Tribulação. Basicamente, podem-se
encontrar dois tipos de pré-milenismo: O histórico (ou Clássico) e o Dispensacionalista (ou pré-tribulacionista).
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de Israel. O pré-milenismo histórico considera a Igreja como verdadeiro Israel espiritual de Deus. O Reino de
Deus se concretiza presentemente na Igreja, embora os judeus ainda venham a ter um tempo de participação
especial na história da salvação, convertendo-se e fazendo parte da Igreja. Para o pré-milenismo histórico não
há “arrebatamento secreto” antes da segunda vinda e a ela (a igreja) passará pela Grande Tribulação, pois
entendem que antes do retorno de Cristo se manifestará o mistério da iniquidade, em cumprimento a predição
do apóstolo Paulo em 2 Tessalonicenses 2, o que para estes intérpretes corrige a iminência do evento de 1
Tessalonicenses 4.13.
Segundo este ponto de vista (GRUDEM, 1999, p. 948-949), a dispensação atual da igreja irá continuar até que
venha um grande período de Grande Tribulação e sofrimento. Após este período, no final da era da igreja, então Cristo
voltará à terra estabelecer um reino milenar.
Na sua volta, os crentes que tiverem morrido
serão ressuscitados e terão o corpo reunido
ao espírito e, esses crentes, reinarão com
Cristo sobre a terra por mil anos, tempo no
qual Cristo estará fisicamente presente sobre
a terra em seu corpo ressurreto e dominará
como Rei sobre toda a Terra. Tanto os crentes
ressuscitados quanto os que tiverem sobre a
terra quando Cristo voltar receberão o corpo
glorificado da ressurreição, o qual jamais
morrerá, e é neste corpo que viverão sobre
a terra e reinarão com Cristo. Quanto aos
incrédulos que estiverem sobre a terra, muitos
se converterão a Cristo, porém nem todos.
FIGURA 96: PRé-MILENISMO CLÁSSICO OU hISTÓRICO
Aqueles que se converterem serão salvos e FONTE: GRUDEM, 1999, p. 948.
Jesus reinará em perfeita justiça e paz.
198
ESCATOLOGIA BÍBLICA
de 1 Tessalonicenses 4.16-17. Cristo então irá retornar ao céu com os crentes arrebatados na terra. Quando
isso acontecer, na terra haverá um período de sete anos de tribulação, onde muitos sinais preditos quanto à
volta de Cristo irão ocorrer.
Mesmo em meio a grande sofrimento deste período, chamado de “Grande Tribulação”, muitos irão aceitar
Cristo. Após este período, Jesus voltará e aí sim tocará a terra, e reinará por mil anos. No final do Milênio
haverá uma rebelião e Satanás e suas forças serão derrotadas e então virá a ressurreição dos incrédulos, o
juízo final e enfim a eternidade.
Outras características do pré-milenismo pré-tribulacionista (GRUDEM,1999, p. 949-951):
· Interpreta literalmente as profecias bíblicas sempre que possível, inclusive as profecias do Antigo
Testamento referentes a Israel.
· Essa postura distingue claramente a Igreja e Israel.
· O povo judeu converte-se após a retirada da igreja do mundo, no evento conhecido como Armagedom,
quando clamarão pelo Senhor Jesus.
· Afirma que as profecias futuras de bênção de Deus a Israel ainda irão se cumprir entre o próprio
povo judeu.
· P ro fe c i a s n ã o d e v e m s e r
espiritualizadas, tentando ver o
cumprimento na igreja.
· Como o arrebatamento será um
evento inesperado, os cristãos
são incentivados a estar prontos
e vigilantes para a volta de Cristo.
· Admite o cumprimento literal
dos sinais que precedem a volta
de Cristo.
· Cristo introduziu a igreja no
mundo como um “parêntesis”
até que se complete o tempo
dos gentios, quando então o T = Tribulação
reino voltará a ser anunciado aos FIGURA 97: PRé-MILENISMO DISPENSACIONALISTA
FONTE: GRUDEM, 1999, p. 946.
judeus e estabelecido na terra.
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200
ESCATOLOGIA BÍBLICA
ou o texto precisa ser tratado de forma literal, ou seja, Jesus virá reinar realmente na terra? Analisando as
profecias bíblicas que se cumpriram até o presente momento, podemos ver que as Escrituras devem ser
interpretadas literalmente:
Estes são apenas alguns exemplos de profecias que se cumpriram literalmente:
EVENTO PROFECIA CUMPRIMENTO
Uma virgem daria a luz a um filho Isaías 7:14 São Mateus 1:23
O cativeiro no Egito por 400 anos Gênesis 15:13 Êxodo 12:40
(o cativeiro começou depois de 30 anos )
O cativeiro babilônico por 70 anos Jeremias 25:1-11 Daniel 9:2
A fuga de José e Maria com o menino Jesus para o Egito Oséias 11:1 São Mateus 2:15
João Batista pregando no deserto Isaías 40:3 São Mateus 3:1-3
TABELA 41: COMPARAÇÃO ENTRE OS PONTOS DE VISTA PRÈ-MILENISTAS
FONTE: PRADO, Edson. Apostila Estudos de Escatologia. Disponível em: <http:/www.palavraviva.org.br>. Acesso em: dez. 2011.
Nos anexos apresentamos um quadro que mostra as profecias que se cumpriram literalmente em Jesus
e seu ministério terreno. Será que temos motivo para duvidar da literalidade das profecias bíblicas? Estas
profecias não ocorreram de maneira alegórica, mas aconteceram realmente como os profetas haviam previsto.
Deus já nos deu muitas provas de profecias cumpridas, isso porque sua palavra não pode “cair por terra”. O
que Ele falou, Ele cumprirá. Desta forma porque deveríamos duvidar dos acontecimentos futuros preditos
nas profecias bíblicas?
Segundo Dr. John Walvoord (apud LAhAYE, hINDSON, 2010, p. 343): “... o maior desafio teológico do
futuro imediato será o problema hermenêutico de não se interpretar a Bíblia de forma literal, especialmente
as passagens proféticas.” Tal qual a Igreja Primitiva, amilenistas e pós-milenistas muitas vezes começam a
explicar suas posições com um ataque ao pré-milenismo. Porém, uma natural, literal e detalhada exposição das
Escrituras pode demonstrar que a Bíblia ensina o pré-milenismo. Uma teologia sólida precisa ser desenvolvida
a partir da própria Bíblia, pois não há confusão nas Escrituras, mas elas apresentam apenas um ponto de vista.
O amilenismo e o pós-milenismo não são encontrados em nenhuma parte, mas o pré-milenismo é percebido
ao longo de toda a Bíblia, e traz harmonia a todo o seu conteúdo.
Por exemplo, há uma grande diferença entre Israel e a Igreja. O objetivo de Deus com Israel nação é um,
com a Igreja é outro totalmente diferente. Deus prometeu a Davi que seu filho iria estabelecer o reino, sendo
rei para sempre (2 Sm 7.12-14); os apóstolos perguntaram a Jesus quando iria restaurar o reino de Israel de
acordo com a promessa de Deus a Davi (At 1.6-7), e a resposta do Senhor foi que aquele não era o tempo
estabelecido por Deus, sendo assim, podemos entender que os apóstolos criam num reinado de Cristo de
forma literal, e o próprio Senhor demonstrou a mesma coisa, porém disse que o tempo não era aquele, mas
também não disse que 2 Samuel 7.12-14 não se cumpriria. Assim, o reino de Cristo no Milênio será nesta terra,
mais precisamente em Jerusalém, onde Davi reinou. A profecia não se cumpriu em Salomão, pois seu reino
foi temporal, mas se cumprirá em Jesus Cristo.
NOTA!
Ninguém perderá a salvação por acreditar em outra posição
sobre o Milênio. Há pessoas sérias e dedicadas que possuem
concepções pré-milenistas, pós-milenistas e amilenistas.
Devemos respeitar o ponto de vista de cada um e repudiar
qualquer atitude que leva à falta de respeito e à intolerância. O mais importante é
que ao final Satanás será finalmente derrotado e os salvos já fazem parte no reino de
Deus (1 Pe 2.9; Cl 1.13) e, por meio de Cristo, já são mais que vencedores (Rm 8.37)
(OLIVEIRA, 2010, p. 90).
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5.1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos a respeito da necessidade do Reino Milenar, a época e algumas ilustrações
sobre o tema. Falaremos a respeito principalmente dos propósitos desses mil anos de paz, onde Deus cumprirá
as profecias referentes a Israel propostas no Antigo Testamento e mostrará ao homem como é bom viver sob
o governo e autoridade de Cristo. Bons Estudos!
202
ESCATOLOGIA BÍBLICA
a) fazer convergir em Cristo todas as coisas, isto é, toda a criação – O pecado trazido pelo diabo trouxe uma
série de malefícios a toda a criação: desunião, divergências, desagregação em tudo e em todos os lugares,
o que afetou não só o ser humano, mas toda a criação divina criada em sua origem para ser perfeita. O
diabo não parou de trabalhar sequer um minuto com suas hostes malignas visando destruir o homem
e tudo o que Deus fez de bom, mas durante o Milênio ele e seus anjos serão aprisionados pelo Senhor
durante mil anos e a criação terá descanso. Efésios 1.10 diz: “De tornar a congregar em Cristo todas as
coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra”.
b) Estabelecer a justiça e a paz na Terra – Toda rebelião contra Deus será eliminada. 1 Coríntios 15.24-28:
“Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último
inimigo que há de ser aniquilado é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas,
quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas
as coisas. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará
àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos” (1 Co 15.24-28)
c) Fazer convergir nele (o Milênio) todas as alianças da Bíblia – Efésios 1.10 fala sobre a “Plenitude
dos Tempos” – Serão cumpridas as promessas: da provisão de terra da Aliança Abraâmica; de Rei/
Trono da Aliança Davítica; de bênçãos materiais/espirituais prometidas a Israel na Nova Aliança, à
medida que Israel é reunido e restaurado. (Isaías 2.2; Mt 19.28; Ef 1.9,10; Ap. 10.7; 11.15).
d) Fazer Israel ocupar toda a terra que lhe pertence e fazê-lo cabeça das nações – Is 11.10; Gn 15.18;
1 Cr 16.15-18. O apóstolo Paulo tinha um grande amor pelo seu povo e pergunta em Romanos 11.1:
“Porventura, rejeitou Deus o seu povo?” Ele mesmo responde: “De modo nenhum”. Deus jamais
permitirá que isso aconteça. Está claro que Deus não rejeitou Israel, e o contexto mostra que a Bíblia
fala de um Israel literal, e que Deus não alterou suas promessas e irá cumpri-las no devido tempo.
Certamente o Milênio será o período mais feliz da história de Israel (e da humanidade).
e) Cumprir as profecias a respeito do reino do Messias – As profecias prometidas no Antigo Testamento
serão cumpridas num tempo de paz, prosperidade e justiça mundiais sobre a Terra, onde Cristo será
o Rei conforme Deus prometeu no Salmo 2, embora Ele tenha sido rejeitado na sua primeira vinda.
Os sacrifícios memoriais no templo, durante o Reino Milenar, retratarão como a adoração deveria
ter sido feita. O Senhor demonstrará sobre a Terra como queria que o homem vivesse e também
confirmará a pecaminosidade humana e a Sua Justiça à medida que pessoas, nascidas após o inicio
do Reino Milenar, também rejeitarão a Cristo, mesmo estando Satanás preso durante este tempo.
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a
transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a
visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo” (Dn 9.24).
“E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos
tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o
princípio” (At 3:20-21).
6. ILUSTRAÇÕES DO MILÊNIO
Lucas 9.27-31 mostra uma ilustração do Milênio. Nesta passagem temos:
1. Jesus em glória; não em humilhação, como quando esteve na terra (v. 28 e 31);
2. Moisés, representando os santos que dormiram no Senhor (v. 30);
3. Elias, representando os santos transladados (v. 30);
4. Pedro representando os santos que estarão vivos (v. 32 e 33). Três apóstolos estavam com Jesus,
mas somente Pedro teve destaque.
5. A multidão ao pé do monte, representando as nações que terão um lugar no Milênio (v. 37).
6. O tema do Milênio: a morte redentora do Cordeiro de Deus (v. 31). Em algumas traduções o termo
encontrado para morte é partida (êxodo), que no caso de Jesus refere-se à sua morte.
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para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque a longevidade do meu povo será
como a da árvore, e os meus eleitos desfrutarão de todo as obras das suas próprias mãos. Não trabalharão
debalde, nem terão filhos para a calamidade, porque são a posteridade bendita do Senhor, e os seus filhos
estarão com eles” (Is 65.18-23).
A restauração de Israel incluirá a regeneração, reunião e posse da Terra e o restabelecimento do trono
davídico (2 Sm 7. 11-16; 1 Cr 17.10-14; Jr 33.17-26). Segundo Jeremias 3.18 e Ezequiel 37.15-23, a nação será
reunida de tal forma que a antiga divisão entre Israel e Judá será eliminada. Como nação, Israel se tornará o
centro das atenções para os gentios (Is 14.1-2; 49.22-23; Sf 3.20; Zc 8.23) e desfrutará de todas as bênçãos
físicas e espirituais mencionadas nos textos de Isaías 32.16-20; 35.5-10; 51.3; 55.12-13; 61.10-11.
ISRAEL SERÁ UMA BÊNÇÃO PARA O MUNDO
Jerusalém será a sede do governo milenial mundial (Is 2.3; 60.3; Jr.3-17; Zc 8.3; 14.16) e da cidade sairão
diretrizes religiosas e leis civis para todo o mundo. Tanto a lei quanto a Palavra do Senhor sairão de Jerusalém
(Is 2.2; Mq 4.2). Esta Jerusalém não é a Jerusalém Celestial de Apocalipse 21 e 22, pois a Jerusalém sede está
numa terra que contém mar (Ez 47.15), ao passo que na época da Jerusalém Celeste, o mar não mais existirá
(Ap 21.1).
Israel realizará o seu destino original e potencial como povo de Deus, e será uma nação através da qual
Ele abençoará toda a Terra. Paulo diz de Israel (Romanos 11:12,15): “Se a sua queda constitui riqueza para
o mundo, e o seu fracasso riqueza para os gentios, quanto mais não será a sua plenitude! [...] Porque, se o
serem afastados constitui a reconciliação do mundo o que será a sua aceitação senão vida depois da morte?”
Através da queda de Israel, ao rejeitar e crucificar o seu Messias, o evangelho da reconciliação com Deus foi
oferecido não só aos judeus mas também aos gentios. Que bênção tremenda para os gentios! Quanto mais
não será Israel uma bênção para o mundo no Milênio, ao proclamar os louvores do Messias entre as nações!
Isto será a muito esperada mas grande consumação do chamamento e destino desta nação única como povo
escolhido por Deus.
A SANTA CIDADE DE JERUSALÉM CELESTIAL DESCERá E IRá PAIRAR NAS ALTURAS SOBRE A JERUSALÉM
TERRESTRE
A santa cidade de Jerusalém Celestial descerá e pairará nas alturas, sobre a Jerusalém terrestre (Is 2.2;
Mq 4.1). A glória e o esplendor da Jerusalém Celeste iluminarão a Jerusalém terrestre e seu templo (Is 4.5;
24.23; Ez 43:2-5).
Ezequiel viu essa glória saindo do templo, mas depois a viu voltando sobre o templo de Jerusalém (Ez
10.18). Essa glória divina será visível a partir do templo (Ez 43.4) e toda a carne a verá manifesta (Is 40.5; 35.2).
Trata-se da glória de Deus, o “shekinah”, que pairava sobre a arca entre os querubins, que pairava também
sobre o tabernáculo, como nuvem ou coluna de fogo (Nm 9.15-16). é a mesma nuvem luminosa que desceu
sobre o Monte da Transfiguração (Mt 17.5). A ela terão acesso os salvos no Senhor e os anjos.
A IGREJA ESTARá GLORIFICADA COM CRISTO
No Arrebatamento, a Igreja será removida da terra e estará presente com Cristo por toda a Grande
Tribulação. A Igreja será julgada por suas obras no tribunal de Cristo depois do Arrebatamento e participará das
bênçãos do Reino Milenar (Rm 14.10-12; 1 Co 3.11-16; 4.1-5; 9.24-27; 2 Co 5.10-11; 2 Tm 4.8). Assim, quando
Jesus vier para reinar, nós, sua igreja, estaremos com Ele e participaremos das bênçãos do Reino Milenar.
Em Mateus 19.28, Jesus disse aos seus discípulos que estariam com Ele no reino e reinariam sobre as doze
tribos de Israel. Em 2 Timóteo 2.12 diz: “Se perseveramos, também com ele reinaremos”. Apocalipse 20.4 fala
sobre os santos martirizados na Tribulação que também participarão do reinado de Cristo e em Apocalipse
20.6 diz que todos os que fizeram parte da primeira ressurreição reinarão com Cristo.
A Igreja é seu povo especial, como povo espiritual (Tt 2.14). Já Israel é um povo especial de Deus para
uma missão terrena (Dt 7.6). A Igreja estará glorificada com Cristo na Jerusalém Celeste (Cl 3.4; 1 Pe 5.1; Rm
8.17-18). Os salvos virão a terra sempre que quiserem, pois teremos um corpo como o de Cristo ressurreto,
que se locomovia sem limitações (Fl 3.21; Jo 20.19; 26; Lc 15.31). A glória divina, que o homem perdeu ao cair
(Rm 3.23), será restaurada (Lc 2.9, 14): o Milênio será uma época da manifestação dessa glória maravilhosa
206
ESCATOLOGIA BÍBLICA
de Deus – glória da Jerusalém Celeste, glória do Templo Milenial, e glória na Igreja. O propósito principal do
Milênio é a restauração de Israel e o reinado de Cristo sobre ele; a Igreja como Noiva de Cristo não estará
ausente das atividades do Milênio (SILVA, 1985, p. 75-88).
O CONHECIMENTO DE DEUS SERá UNIVERSAL
O conhecimento de Deus será abundante, como as águas cobrem o mar (Is 11.9; Jr 31.34; hc 2.14), e não
virá primeiro pelo estudo, mas pelo conhecimento do Altíssimo. Será intuitivo. Aos judeus caberá a pregação
do Evangelho num grande movimento missionário (Is 66.19). Multidões serão salvas (Is 52.7), a população
terrestre se multiplicará rapidamente (SILVA, 1985, p. 75-88).
A PIEDADE PREVALECERÁ ENTRE AS NAÇÕES
Sl 22.27; 102.15,22; Is 60.3; 66.23; Jr 3.17. Caravanas das nações irão a Jerusalém buscar a lei do Senhor
(Is 2.3; Zc 8.20-23). Isso não significa que o pecado será removido da terra. A natureza humana continuará
a mesma, mas, devido às bênçãos do reinado e da presença pessoal de Cristo, e estando Satanás preso (Ap
20.1-3), ninguém terá obstáculos espirituais para segui-lo, como agora tem. Também não haverá desculpas
nesse sentido, porque condições melhores de toda espécie jamais houve em tempo algum, a não ser no éden,
antes da entrada do pecado no mundo. A impiedade, a incredulidade, a rebelião não serão tolerados como
nos tempos atuais da dispensação da graça (Is 60.12) e toda transgressão será corrigida (Is 65.20; Zc 14.17;
Ap 19.15). Será um governo inflexível (Cetro de Ferro), que aplicará disciplina quando necessário (SILVA, 1985,
p. 75-88).
A PAZ E A JUSTIÇA PREVALECERÃO ENTRE AS NAÇÕES PELA AUTORIDADE E PRESENÇA DE CRISTO
Isso quer dizer que não haverá mais guerras, pois quem promover a guerra será castigado (Mq 4.3; Zc
9.10). haverá total desarmamento (Is 2.4), nada de armas, nada de serviço militar. A justiça será para todos
sem exceção (Is 32.16). Isaías 11.4 diz: “Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com equidade aos
mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará o ímpio [...]”. Não
haverá motivo para descontentamento ou rebeliões, pois: “O efeito da justiça será a paz, e o fruto da justiça,
repouso e segurança para sempre” (Isaías 32.17). A paz que o mundo busca, a paz tão almejada entre os povos
e nações enfim prevalecerá, pois quem estará reinando é o Príncipe da Paz (Is 9.6) (SILVA, 1985, p. 75-88).
HAVERá PLENO DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO
haverá outros fatos gloriosos durante o Milênio resultantes da operação do Espírito Santo. Sendo o
Milênio o reino do Messias, e, sendo o Espírito Santo aquele que glorifica a Cristo (Jo 16.14), é de se esperar
um sublime e incomparável derramamento do Espírito Santo.
“E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas;
olharão para aquele a quem transpassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e
chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito” (Zc 12.10).
Ezequiel 39.29 diz: “Nem lhes esconderei mais a minha face, pois derramarei o meu Espírito sobre a casa
de Israel, diz o Senhor Deus” (SILVA, 1985, p. 75-88).
HAVERá RESTAURAçãO E RENOVAçãO EM TODA A FACE DA TERRA
Mateus 19.28 e Atos 3.21 contém essas palavras: “regeneração” e “restauração”, respectivamente.
Restauração vem do grego “apokatastaseos”, e não diz respeito à religião ou a algum movimento religioso
como muitos querem afirmar, mas ambas palavras estão relacionadas ao Milênio e a obra que se operará neste
período em toda a face da terra (Cl 1.20) (SILVA, 1985, p. 75-88).
UM RIO FLUIRá DO TEMPLO MILENIAL, EM JERUSALÉM
O leito desse rio será aberto por terremoto no momento da revelação de Cristo (Zc 14.4) e ficará dividido
em dois, correndo um canal para o mar Morto, e outro para o mar Mediterrâneo (Zc 14.8). O mar Morto,
onde atualmente nenhuma vida prolifera, terá muito peixe. Noutras palavras: suas águas serão transformadas
e saradas (Ez 47.8-12). Este rio será muito largo (Ez 47.3-5). às margens desse rio crescerão árvores cujos
frutos e folhas servirão de alimento e remédio, prolongando a vida (Ez 47.12). Sua frutificação será mensal e
não anual e suas folhas terão a propriedade de renovar as células do corpo e produzir longevidade. Será uma
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fonte de saúde, um rio sanador que fluirá de debaixo do Tempo (Ez 47.9). Não confundir esse rio com o rio de
Apocalipse 22.1 (rio da vida na nova terra) (SILVA, 1985, p. 75-88).
A FERTILIDADE DO SOLO SERá MARAVILHOSA
Segundo Gênesis 3.17-18, o reino vegetal está debaixo de maldição. Vemos que doenças, vermes e insetos
atacam toda espécie de vida vegetal, em todos os países e em todos os climas, sem falar da proliferação de
ervas daninhas (sarças e abrolhos). Mesmo com a luta do homem para combater as pragas, com fungicidas,
inseticidas, agrotóxicos, criação de transgênicos e melhoramentos genéticos, tais pragas sempre surgem de
uma forma ou de outra, pois são consequência do pecado do homem sobre o reino vegetal. Legumes, frutas
e verduras sofrem ataques de pestes, parasitas, e outros males, sem contar o aumento de áreas desérticas
oriundas do mau aproveitamento do solo pelo homem. Tudo isso cessará no Milênio. A maldição que paira
sobre a terra será praticamente removida. Mas a remoção total do mal dar-se-á na nova terra. Dela está escrito
que não haverá mais maldição (Ap 22.3) (SILVA, 1985, p. 75-88).
A VIDA HUMANA SERá PROLONGADA COMO NO PRINCÍPIO
haverá muita fertilidade também no gênero humano. Zacarias 8.5 diz que as praças da cidade se encherão
de meninos e meninas, que nelas brincarão (Jr 30.19; 33.22; Os 1.10). Com o prolongamento da vida e muita
saúde, será elevado o índice de natalidade e a população da terra durante o Milênio será restaurada da redução
que sofreu durante a Grande Tribulação (Zc 10.8).
A morte será uma excessão. Os óbitos serão reduzidos (Is 65.20). Os cemitérios não terão a grande freguesia
de atualmente. Morrerão apenas os que cometerem pecado digno de morte. É o que se pode compreender
da referência acima (Is 65.20,22; Zc 8.4). haverá abundância de saúde para todos. Isso em muito contribuirá
para prolongar a vida (Is 33.24).
Outros fatores contribuintes são: as bênçãos especiais de Deus, as mudanças climáticas, a redução do
efeito do pecado e da ação dos demônios; as condições mais favoráveis da vida e a melhor nutrição. Não
haverá deformados, nem paralíticos, nem aleijados (Is 35.5,6). haverá muito mais luz (Is 30.26). Isso resultará
em benefícios em muitos sentidos: influirá no clima e na vegetação. Certamente acarretará em abundância
de frutas, verduras, grãos e outros produtos mais nutritivos (SILVA, 1985, p. 75-88).
HAVERá MUDANçA NO REINO ANIMAL
haverá mudança na natureza dos animais. Sua ferocidade será tirada e não atacarão mais uns aos outros
e nem ao homem (Is 11.6-9; 65.25; Ez 35.25).
Os animais, sem exceção, passarão a comer erva como era no princípio (Gn 1.30). Toda a criação tem sofrido
desde a queda do homem e entrou em desarmonia, mas nesta época gloriosa será restaurada e participará das
bênçãos milenares (Rm 8.19-22). A serpente, no entanto, continuará a rastejar pelo pó da terra, mostrando
sempre a sua degradação por ter sido o instrumento da queda do homem (Is 65.25).
“O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o
animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias
juntas se deitarão; o leão comerá palha como o boi. A criança de peito brincará sobre a toca da áspide,
e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu
santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar. [...]
O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; o pó será a comida da
serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor” (Is 11.6-9; 65.25).
HAVERá PROSPERIDADE GERAL PARA TODOS
Todos possuirão casas (Is 65.21,22) e coisas como hipotecas, aluguéis e dívidas de casas serão coisas
do passado. (Mq 4.4; Zc 3.10.) O hebraísmo constante dessas últimas referências denota prosperidade geral
(SILVA, 1985, p. 75-88).
O RELEVO TERRESTRE SERá ALTERADO
No Milênio haverá alterações no relevo do solo (Zc 14.4,10; Is 2.2; 11.15,16; 35.6; 41.18. 86). A alteração
do relevo se dará durante a Grande Tribulação (Ap 6.14 e 16.12,21). Durante o Milênio dificilmente se saberá
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
onde ficava determinado país. Certamente tudo isso faz parte do plano de Deus para implantar a paz (SILVA,
1985, p. 75-88).
OS ANJOS E O MILÊNIO
Dos anjos está escrito a respeito de Jesus: “E todos os anjos de Deus o adorem” (Hb 1.6). Reinando aqui
na Terra o Príncipe da Paz, certamente os anjos terão um ministério de muita atividade, aumentando as glórias
do Milênio. Graças a Deus pelo poderoso, eficaz e fiel ministério dos anjos em todos os tempos e, numa escala
tão vasta, a nosso favor (SILVA, 1985, p. 75-88).
O MILÊNIO E O CUMPRIMENTO DA FESTA DOS TABERNÁCULOS
“Porém aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido os produtos da terra, celebrareis
a festa do Senhor por sete dias; ao primeiro dia, e também ao oitavo, haverá descanso solene” (Lv 23.39).
Passaram as provas do deserto que a Igreja enfrentou! O plano redentor de Deus para com o homem findará
com o Milênio (SILVA, 1985, p. 75-88).
O QUE ACONTECERÁ COM SATANÁS NO MILÊNIO?
Satanás e os demônios serão presos no abismo, durante os mil anos do milênio (Ap 20.1-3), mas no
final dos mil anos o diabo será solto (Ap 20.7). Isaías 24.21-22 diz que na vinda de Jesus os demônios serão
encarcerados no inferno, até o julgamento final. Então durante mil anos não haverá diabo nem demônios
incomodando na terra e seus habitantes (SILVA, 1985, p. 75-88).
AS BEM-AVENTURANÇAS SE CUMPRIRÃO NO MILÊNIO
Mateus 5 relata o Senhor Jesus Cristo falando as bem-aventuranças, das pessoas que mesmo passando
por grandes problemas podem se considerar felizes, pois existe algo de muito bom reservado para aqueles que
são bem aventurados. Olhando atentamente a estes textos bíblicos, descobriremos que não há como estas
promessas se cumprirem em nossos dias, muito menos se cumpriram no passado, mas com certeza durante
o Milênio elas terão o seu cumprimento, pois Cristo irá proporcionar toda a sorte de bênçãos (SILVA, 1985,
p. 75-88).
NO REINADO DE CRISTO A PAZ SERÁ RESTABELECIDA
Quando mencionamos que a paz será restabelecida estamos afirmando através da palavra que:
O lobo e o cordeiro apascentarão juntos. Isaías 65:25
Os homens não edificarão para que outros habitem Isaías 65:22
A oração será respondida antes mesmo de se encerrar Isaías 65:24
Os trabalhadores plantarão, e colherão os seus frutos. Isaías 65:21
Os habitantes da terra viverão muito mais Isaías 65:20
Os filhos serão obedientes Isaías 65:23
Os trabalhadores receberão um salário digno Isaías 65:23
TABELA 43: PAZ RESTABELECIDA
FONTE: PRADO, Edson. Apostila Estudos de Escatologia. Disponível em: <http:/www.palavraviva.org.br>. Acesso em: dez. 2011.
NO MILÊNIO hAVERÁ
Obediência Efésios 1:9-10
Santidade Isaías 4:3-4.
Verdade Zacarias 8:3
Proteção Isaías 4:5
Prosperidade Jeremias 23:5 a 8
TABELA 44: NO MILÊNO hAVERÁ...
FONTE: PRADO, Edson. Apostila Estudos de Escatologia. Disponível em: <http:/www.palavraviva.org.br>. Acesso em: dez. 2011.
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8. O FIM DO MILÊNIO
“E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que
os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.” (Ap 20.3)
Apocalipse 20.3 e 3.7-8 apresenta o que haverá na terra ao fim do Reino Milenar. Satanás, que havia
sido preso no inicio deste tempo, será solto juntamente com seus “anjos” e sairá para enganar as nações e
promover sua última batalha contra o povo de Deus (Ap 20.8-9) (CABRAL, 1998, p.59).
O texto bíblico não deixa margem para interrogações e todas as linhas de interpretação concordam que
Satanás será solto no final do Milênio. Nesta época, haverá milhões de pessoas vivendo na terra, muitas delas
nascidas durante o reino Milenar e que jamais foram provadas, porque Satanás estava preso. Todos os homens,
desde o casal no éden até o próprio Jesus, como homem, foram provados (Gn 3.1-6;Mt 4.1-7; Tg 1.1-13). Por
isso, devem também os homens do Milênio ser provados.
NOTA!
Uma das questões levantadas sobre Apocalipse 20.3 é se
essa prisão ocorreu no passado ou ocorrerá no futuro.
Os pré-milenistas acreditam que ele está solto e atuante
no mundo, enquanto que os amilenistas e pós-milenistas
acreditam que ele está preso desde a primeira vinda
do Senhor Jesus, e que de alguma forma atua na terra,
conforme leem e interpretam Mateus 12.29 e Apocalipse
20.2-3, alegam que a palavra utilizada por Mateus
para amarrar o valente é a mesma de Apocalipse para
acorrentamento de Satanás (GOULART, 2002, p.57-61).
210
ESCATOLOGIA BÍBLICA
A prisão por mil anos não modificará a natureza de Satanás e também será possível ver que, mesmo
vivendo sob um maravilhoso estado de bênção, a natureza humana continuará pecaminosa. Um tempo de
paz e felicidade, que o mundo gozou sob o governo de Jesus, não será suficiente para garantir que o homem
não caia no ardil de Satanás. Isso acontecerá para provar que apesar da bondade e misericórdia de Deus, o
homem continua tendo em sua essência o pecado. Muitos irão rejeitar ir a Jerusalém adorar o Senhor (Zc
14.16) e, inconformados com o governo de Cristo, farão uma grande revolta.
As Escrituras descrevem que serão muitas pessoas, uma multidão, tão grande como a areia do mar, irão
cercar a Cidade Santa para guerrearem contra o Senhor, pois nos seus corações não houve lugar para Deus (Ap
20.10), antes obedecerão a Satanás (Sl 2.1-3; Ap 7-9). Essa última batalha recebe também o nome de Gogue e
Magogue, porém de forma figurada, isso porque Gogue indica ”trevas” enquanto que Magogue indica “terra”:
terra das trevas (GOULART, 2002, p.61).
Paz restabelecida:
Então do céu descerá fogo e consumirá todos os rebeldes. Todos os que se levantarem contra o Senhor
morrerão e serão lançados no hades, a fim de ali aguardarem a ressurreição para o julgamento final (BERGSTéN,
2007, p.361-362).
Satanás será então preso e lançado ao lago de fogo e enxofre, onde já estão o Anticristo e o Falso Profeta
(Ap 19.20; 201.10) e, para todo o sempre, serão atormentados (Rm 16.20). O Milênio terminará com vitória,
pois milhões jamais se deixarão enganar. Todos os que se levantaram contra Jesus serão vencidos e julgados.
Satanás foi totalmente vencido e Jesus, o Rei dos Reis, é o eterno vencedor.
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212
ESCATOLOGIA BÍBLICA
RESUMO DO CAPÍTULO
Neste capítulo aprendemos vários aspectos relacionados à última dispensação: O MILÊNIO.
· Aprendemos qual o significa deste tempo maravilhoso que ocorrerá aqui na Terra: Satanás será
aprisionado e durante mil anos Cristo reinará soberano sobre toda a terra;
· as linhas de interpretação sobre o Milênio: pós-milenar; pré-milenar e amilenar.
· As característica e propósitos do Milênio;
· os principais fatos que ocorrerão durante este período;
· seu fim trágico: Satanás será solto e enganará a muitos.
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ANOTAÇÕES
214
ESCATOLOGIA BÍBLICA
ESCATOLOGIA BÍBLICA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 11
Nome: Série: Data da Entrega:
Prezado aluno, através desta autoatividade você terá a oportunidade de rever o conteúdo estudado neste
capitulo. Esta é uma atividade avaliativa, portanto, faça-a com atenção e dedicação. Boa revisão!
QUESTÕES:
1. O que é o Milênio e depois de quais eventos ocorrerá o Milênio?
2. Quais são as linhas de interpretação sobre o Milênio? Explique-as.
3. Quais são os propósitos do Milênio?
4. Quais as características do Reino Milenar?
5. Quem será solto no final do Reino Milenar e qual evento ocorrerá após o Milênio?
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ANOTAÇÕES
216
ESCATOLOGIA BÍBLICA
CAPÍTULO 12
O GRANDE TRONO BRANCO E A
ETERNIDADE
12
FIGURA 104: WhITE ThRONE; CAPÍTULO
em http://www.lamblion.com/articles/articles_second7.php; em 17 abr. 2012.
1.1 INTRODUÇÃO
“E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário,
todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daqueles a quem
temos de prestar contas” (Hb 4.13).
Neste capítulo estaremos estudando a respeito do Julgamento do Grande
Trono Branco, ou como é comumente chamado: Juízo Final e também a respeito
do Estado Eterno ou Eternidade. Esse é nosso capítulo de conclusão deste livro
e vimos como Deus zela pela sua Palavra para que seus planos se cumpram
integralmente. Bons Estudos!
217
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E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar
os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um
segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele
que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Ap 20.11-15).
O Julgamento do Grande Trono Branco ocorrerá logo imediatamente depois do Reino Milenar, depois de
Cristo extinguir a última rebelião humana, e antes do começo da Eternidade. é um dia determinado por Deus
(Rm 2.4), porém a Bíblia diz que esse julgamento será no fim (1 Co 15.24). Não é um julgamento para cumprir
uma sentença de culpado ou inocente, salvo ou condenado. É um momento onde ocorrerá a chamada segunda
ressurreição, onde os mortos ímpios ressuscitarão com seus corpos literais e imortais, porém não glorificados,
apenas para que lhes sejam aplicada a sentença a qual já estavam condenados.
As profecias do Antigo Testamento falam desse julgamento (Dn 7.11; Sl 9.7-8; Sl 50.1-6; Is 1.17-28).
Jesus anunciou um juízo vindouro (Mt 10.15; 16.27; Jo 5.25-29; 12.48). Os apóstolos também anunciaram
o julgamento vindouro (hb 9.27; Rm 2.16). Paulo afirmou que a ressurreição de Jesus é a garantia que esse
julgamento irá se realizar (At 17.25.31) (LAhAYE e ICE, 2009, p.123).
218
ESCATOLOGIA BÍBLICA
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desse ato (Mc 16.16): “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”. Sua própria
recusa os levará a viver eternamente longe de Deus. (Rm 8.1; Mt 10.8; Mc 16.16; Jo 3.18) (BERGSTéN, 2007,
p.366-367; LAhAYE e hINDSON, 2010, p.251-254).
220
ESCATOLOGIA BÍBLICA
2. A ETERNIDADE
2.1 INTRODUÇÃO
“Bem aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o
direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas” (Ap 22.14).
Um novo céu. Uma nova terra. Uma nova cidade. Mais do que o povo israelita que tinha a promessa da
conquista de uma “terra prometida” terrestre, nossa “terra prometida” é muito mais importante, pois é eterna
e espiritual. Neste tópico estudaremos o que ocorrerá na eternidade. Bons Estudos!
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Nos últimos três capítulos de Apocalipse há uma inversão dos efeitos dos primeiros capítulos de Gênesis:
Gênesis 1-3 Apocalipse 20-22
Criação Recriação
(Gn 1.1; 2.1) (Ap 21.1,4)
Queda do Homem Restauração do Homem
(Gn 3.6-7) (Ap 21.6,7)
Triunfo de Satanás Juízo Final de Satanás
(Gn 3.1-5) (Ap 20.10)
Maldição imposta Maldição removida
(Gn 3.15-19) (Ap 21.4,5; 22.3)
O homem expulso do Jardim do Éden e da árvore da O homem desfrutando do paraíso e da árvore da
Vida Vida
(Gn3.22-24) (Ap 22.1-5)
TABELA 46: “GÊNESIS 1-3” VERSUS “APOCALIPSE 20-22”
FONTE: MOCK, 2002, p.248.
222
ESCATOLOGIA BÍBLICA
Já durante o Milênio, a Jerusalém Celestial poderá ser vista pairando suspensa nos céus sobre a Jerusalém
terrestre (Ez 40-46). Nesta época Cristo e seus remidos reinarão sobre a terra, mas terão morada e acesso
irrestrito à santa cidade (Ap 21.2).
A Nova Jerusalém Celestial, a capital do estado eterno, pré-construída no céu, será a mais deslumbrante
cidade de toda a história! O mais maravilhoso, é que nessa cidade, a qual estará livre do mal, será possível que
Deus, que é santo, habite com a humanidade: “Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com
eles. Eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus” (Ap 21.3). Será um eterno e
perfeito estado, um lugar onde o Deus Santo, o Cordeiro Santo e o Espírito Santo habitarão com o seu povo
santo, lavado e remido pelo sangue do Cordeiro (Ap 1.5; 7.14).
223
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6. A VIDA ETERNA
Todo o cristianismo fundamenta-se na ressurreição física de Jesus Cristo. A seus seguidores, Jesus prometeu:
“... porque eu vivo, vós vivereis” (Jo 14.19). Várias passagens atestam a promessa do Senhor de nos dar a vida eterna
(Jo 11.25-26; 5.24-29, etc.) e, falam mais, que tanto os justos como os injustos serão ressuscitados, todos terão
vida eterna, mas onde e quando passaremos esse futuro depende exclusivamente na nossa posição em Cristo.
Dennis Mock (2002, p.246) cita o estado eterno dos justos (crentes) e injustos (não crentes):
· O Estado Eterno dos não crentes: não haverá segunda chance. O estado eterno deste é de punição
eterna e separação de Deus no Lago de Fogo, com tormento, culpa e remorso.
Eternamente separados de Deus, eternamente em tormento.
· O Estado Eterno dos crentes: será um novo céu e uma nova terra, onde apenas a justiça habita.
Deus purificará e redimirá os velhos céus e a velha terra com uma destruição por meio do fogo e
criará um novo céu e a nova terra.
Eternamente presentes com o Senhor, eternamente num estado de bênção e paz.
224
ESCATOLOGIA BÍBLICA
NOTA!
Com relação ao nosso destino eterno, há apenas duas
escolhas – céu ou “inferno”. Nós determinamos qual destes
será pelo modo como respondemos a Deus.
Cada pessoa que já viveu, vive agora ou viverá no futuro, se encaixa em uma dessas categorias (segundo
a Bíblia não existe uma terceira opção) (Mock p.249):
“GÊNESIS 1-3” VERSUS “APOCALIPSE 20-22”
Em Adão ou Em Cristo
(Rm 5.12; 1 Co 15.22) (Rm 5.17; Ef 2.6)
Filho de Satanás ou Filho de Deus
(Jo 8.44) (Jo 1.12-13; Ap 21.7)
No reino das trevas ou No Reino da Luz
(Ef 5.8; Cl 1.13; At 26.18) (Ef 5.8; Cl 1.13; At 26.18)
Morto em pecados ou Morto para o pecado
(Ef 2.1) (Rm 6.11)
Destino = “Inferno” ou Destino = Céu
(Mt 25.41; Ap 20.15) (Ap 21.3, 7; Ap 22.1-5, 14)
TABELA 47: “GÊNESIS 1-3” VERSUS “APOCALIPSE 20-22”
FONTE: MOCK, 2002, p.248.
CONVERSANDO!
“Eternidade, para o fiel, é um dia que não tem crepúsculo;
para o incrédulo, é uma noite que não tem alvorada”
Thomas Watson.
A Bíblia menciona ainda que haverá uma sucessão de eras futuras, sobre as quais nada nos é dito no
presente “para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco,
em Cristo Jesus” (Ef 2.7). Certamente à medida que essas eras bíblicas forem passando, conheceremos mais
e mais as insondáveis riquezas da sua graça!
· AINDA Há OPORTUNIDADE
Este é o plano perfeito de Deus para redenção de toda a sua criação. Onde nós passaremos a eternidade?
No céu, com Deus, ou no lago de fogo, com Satanás? Isso depende justamente da escolha que fizermos agora,
enquanto temos oportunidade: “Por isso é que se diz: “Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o
coração”,...” (hb 3.15). “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Is 55.6).
O tempo é hoje. Temos oportunidade de escolher a bênção ou a maldição, a vida ou a morte, viver com
Deus ou sem Ele. Essa é uma escolha pessoal que cada ser humano teve, tem ou terá que fazer, e a maneira
como responder a essa questão afetará todo seu futuro ETERNAMENTE!
RESUMO DO CAPÍTULO
· Aprendemos que o Juízo Final ou Julgamento do Grande Trono Branco ocorrerá imediatamente
depois do Reino Milenar e antes do início da eternidade.
· Estudamos vários fatos relacionados ao Julgamento do Trono Branco: quem será o Juiz, o local desse
Tribunal, quando ocorrerá, quem participará, qual será a sentença.
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· Vimos que a terra como a conhecemos será destruída e serão criados novos céus e nova terra.
· Após o Juízo Final, terá início a eternidade.
· Estudamos sobre o estado eterno dos justos e dos ímpios.
· Identificamos as principais características da Nova Jerusalém Celestial.
226
ESCATOLOGIA BÍBLICA
ESCATOLOGIA BÍBLICA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 12
Nome: Série: Data da Entrega:
QUESTÕES:
1. Quando ocorrerá o Julgamento do Grande Trono Branco? Quem será julgado neste tribunal? Quais livros
serão abertos neste Tribunal?
2. Qual será a condenação dos ímpios?
3. O julgamento dos descrentes será baseado em quê?
4. O que virá após o Julgamento do Trono Branco?
5. O que acontecerá com a terra e o céu atuais? Por que há necessidade de se trocar os céu e a terra?
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ANOTAÇÕES
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ESCATOLOGIA BÍBLICA
FINAL
Querido(a) Aluno(a),
Chegamos ao final dessa importante disciplina para a sua capacitação ministerial! Antes de tudo
gostaríamos de parabenizá-lo(a) pelo seu empenho e dedicação ao estudo.
Caminhamos juntos esses doze capítulos nos deliciando nas insondáveis riquezas do conhecimento da
Palavra de Deus, porém esperamos que este tenha sido apenas um despertar em seu coração quanto ao tema,
visto que somos eternos aprendizes e que o Senhor tem muito mais a nos ensinar.
Sabemos ainda que seria humanamente impossível exaurirmos o tema “Escatologia Bíblica” nesse livro.
há muito mais a ser descoberto, lido, pesquisado, mas preferimos ficar com as palavras do patriarca Jó:
“Porventura alcançarás os caminhos de Deus, ou chegarás à perfeição do Todo-Poderoso? Como as alturas
dos céus é a sua sabedoria; que poderás tu fazer?
E mais profunda do que o inferno, que poderás tu saber?” (Jó 11.7-8)
Nossa oração é para que você não desista desse caminho de aprendizado, que seus olhos espirituais
sejam abertos dia após dia, e que o Espírito Santo de Deus o capacite a ensinar e orientar essa nova geração
de cristãos a se firmar verdadeiramente nos fundamentos da fé cristã, pois vivemos dias trabalhosos.
Que nesta despedida possamos todos juntos pronunciar com veemência e fé as palavras de João em
Apocalipse 22.20: MARANATA – ORA VEM, SENHOR JESUS!
Deus lhe abençoe!
“Sole Deo Gloria!”
Profa. Gerlene Vidal Vasiloski
Profa. Sandra Morais Ribeiro dos Santos
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REFERÊNCIAS
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