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M-14-PM

Polícia Militar do Estado de São Paulo

MANUAL BÁSICO DE POLICIAMENTO OSTENSIVO

DA

POLÍCIA MILITAR

3ª Edição

Tiragem: exemplares

1997

Setor Gráfico do CSM/MInt

1
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMANDO GERAL
São Paulo, 15 de janeiro de 1997.
DESPACHO Nº DSist-000/322/97

O Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, nos


termos dos Artigos 16 e 43 das I-1-PM, aprova, manda pôr em execução e
autoriza a impressão do Manual Policiail Militar (M-14-PM) MANUAL
BASICO DE POLICIAMENTO OSTENSIVO DA POLÍCIA MILITAR, deve
entrar em vigor a contar de sua publicação em Bol G. Fica revogado o M-14-
PM Manual Basico de Policiamento Ostensivo, aprovado pelo Despacho nº
Dsist-001/22/93 e publicado no Bol G. Nº 213/93, de 16Nov93.

CLAUDIONOR LISBOA
Cel PM - Cmt Geral

2
QUADRO DISTRIBUIÇÃO-CARGA

1.Órgãos de Direção
a. Geral
Cmt G ........................................................................................ 01
S Cmt PM ................................................................................... 02
Gab Cmt G ................................................................................. 02
EM/PM (cada) ............................................................................ 02
Corregedoria PM ........................................................................ 10
b. Setorial
Diretorias (cada) ......................................................................... 03

2. Órgãos de Apoio
OPM de Apoio ao Ensino (cada) ................................................ 10

3. Órgãos Especiais de Apoio


a. AG ........................................................................................ 02
b. C Com Soc. ............................................................................ 02
c. Centros ................................................................................. 02

4. Órgãos de Execução
a. Grandes Comandos (cada(a)................................................. 02
b. CPA/M e CPA/I (cada(a) ........................................................ 03
c. Btl/M e I .................................................................................. 05

5. APM (cada) ............................................................................. 03

6. Consultoria Jurídica................................................................. 01

7. Reserva
a. Na Dsist ................................................................................. 05

8. Para Venda
a. No CSM/MInt .......................................................................... demais
b. Tiragem: ................................................................................ 10.000

(*) observação: Os exemplares da distribuição carga deverão ser incluídos


em carga nos termos do Artigo 57 da I-1-PM (Instruções para as Publica-
ções da Polícia Militar).

3
ÍNDICE DOS ASSUNTOS

Capítulo l - Introdução .............................................................. 017


Artigo l - Finalidade ................................................................... 017
1-2. Objetivos .............................................................................. 017
Artigo II - Conceitos Básicos.................................................... 017
1-3. Constituição.......................................................................... 017
1-4. Polícia Militar ........................................................................ 018
1-5. Poder de polícia ................................................................... 018
1-6. Segurança pública................................................................ 018
1-7. Ordem pública...................................................................... 019
1-8. Preservação da ordem pública ............................................ 019
1-9. Policiamento ostensivo......................................................... 019
1-10. Polícia ostensiva ................................................................ 019
1-11. Defesa pública.................................................................... 020
1-12. Tática policial-militar........................................................... 020
1-13. Técnica policial-militar ........................................................ 020
1-14. Região ................................................................................ 020
1-15. Área.................................................................................... 020
1-16. Subárea.............................................................................. 020
1-17. Setor................................................................................... 020
1-18. Subsetor ............................................................................. 021
1-19. posto................................................................................... 021
1-20. Itinerário de patrulhamento ................................................ 021
1-21. Patrulhar............................................................................. 022
1-22. Local de risco ..................................................................... 022
1-23. Ocorrência policial-militar ................................................... 023
1-24. Ação policial-militar ............................................................ 023
1-25. Operação policial-militar..................................................... 023
1-26. Fração elementar ............................................................... 023
1-27. Fração constituída.............................................................. 023
1-28. Sistemas de policiamento .................................................. 023
Artigo III - Características e Princípios das Atividades Policiais
Militares ...................................................................................... 023
1-29. Características ................................................................... 023
1-30. Princípios............................................................................ 023
Artigo IV - Características do Policiamento Ostensivo ......... 024
1-31. Ação pública....................................................................... 024
1-32. Totalidade........................................................................... 024
1-33. Dinâmica ............................................................................ 024
1-34. Legalidade.......................................................................... 025
1-35. Ação de presença .............................................................. 025
Artigo V - Princípios de Policiamento Ostensivo................... 025

4
1-36. Universalidade.................................................................... 025
1-37. Responsabilidade territorial................................................ 026
1-38. Continuidade ...................................................................... 026
1-39. Efetividade.......................................................................... 026
1-40. Aplicação............................................................................ 026
1-41. Isenção............................................................................... 027
1-42. Emprego lógico .................................................................. 027
1-43. Antecipação........................................................................ 027
1-44. Profundidade ...................................................................... 028
1-45. Unidade de comando ......................................................... 028
1-46. Objetivo .............................................................................. 028
Artigo VI - Variáveis do Policiamento Ostensivo ................... 028
1-47. Conceituação ..................................................................... 028
1-48. Tipos................................................................................... 028
1-49. Processos .......................................................................... 029
1-50. Modalidades ....................................................................... 029
1-51. Circunstâncias.................................................................... 029
1-52. Lugar .................................................................................. 030
1-53. Número .............................................................................. 030
1-54. Forma................................................................................. 030
1-55. Tempo ................................................................................ 030
Artigo VH - Procedimentos Básicos ........................................ 031
1-56. Conceituação ..................................................................... 031
1-57. Requisitos básicos ............................................................. 031
1-58. Formas de empenho em ocorrências ................................ 032
1-59. Prevalência do aspecto preventivo sobre o repressivo na atuação
da Polícia Militar .......................................................................... 036

CAPÍTULO 2 - Conhecimentos Básicos .................................. 037


Artigo I - Aspectos Legais ........................................................ 037
2-1. Crime.................................................................................... 037
2-2. Contravenção ....................................................................... 037
2-3. Traço distintivo entre crime e contravenção ........................ 037
2-4. Crimes de ação pública e de ação privada .......................... 037
2-5. Exclusão da criminalidade ................................................... 038
Estado de necessidade ............................................................... 038
Legítima defesa........................................................................... 038
Estrito cumprimento do dever legal............................................. 039
Exercício regular de direito.......................................................... 039
2-6. Imunidades........................................................................... 039
Imunidades diplomáticas............................................................. 039
Imunidades parlamentares.......................................................... 040
Atitudes do PM em relação às imunidades ................................. 040
2-7. Prisão ................................................................................... 040

5
Prisão em flagrante delito............................................................ 040
Prisão emanada de ordem escrita de autoridade competente ... 040
Prisão de funcionário público ...................................................... 040
2-8.Fiança.................................................................................... 041
2-9.Violação de domicílio ............................................................ 041
2-10.Busca e apreensão ............................................................. 043
Busca domiciliar .......................................................................... 044
Busca pessoal ............................................................................. 045
Apreensão em território sujeito à jurisdição alheia...................... 045
2-11. Abuso de autoridade .......................................................... 045
Atentado à liberdade de locomoção............................................ 045
Atentado à inviolabilidade do domicílio ....................................... 045
Atentado ao sigilo da correspondência ....................................... 046
Atentado à liberdade de consciência e de crença e ao livre
exercício de culto religioso .......................................................... 046
Atentado à liberdade de associação e ao direito de reunião
Atentado contra a incolumidade pública...................................... 046
Conceito de autoridade ............................................................... 046
Sanções....................................................................................... 046
2-12. Violência arbitrária.............................................................. 047
2-13. Propina ............................................................................... 047
2-14. Corrupção........................................................................... 048
2-15. Concussão ......................................................................... 048
2-16. Resistência......................................................................... 048
2-17. Resistência à prisão........................................................... 048
2-18. Agressão ............................................................................ 048
2-19. Desobediência.................................................................... 049
2-20. Desacato ............................................................................ 049
2-21. Tentativa de fuga................................................................ 049
2-22. Porte de arma .................................................................... 049
Arma ........................................................................................ 049
Armas proibidas .......................................................................... 050
Armas regulamentares ................................................................ 050
Armas de defesa pessoal............................................................ 050
Armas de caça ou de tiro ao alvo................................................ 050
Restrições.................................................................................... 050
Cassação da licença ................................................................... 051
Isenção de licença....................................................................... 051
2-23. Uso de algema ................................................................... 051
Artigo 11 - Entorpecentes......................................................... 052
2-24. Conceito ............................................................................. 052
2-25. O uso de entorpecentes ..................................................... 052
2-26. O comércio de entorpecentes ............................................ 052
2-27. Caracterização, no aspecto penal, do crime de tráfico e uso de

6
entorpecentes.............................................................................. 052
2-28. Ação do PM em ocorrência de tráfico e uso de entorpecentes 053
2-29. Entorpecentes injetáveis .................................................... 054
2-30. Efeito das drogas ............................................................... 054
2-31. Drogas usadas com maior freqüência ............................... 054
Artigo III - Local de Crime ......................................................... 055
2-32. Conceito ............................................................................. 055
2-33. Preservação do local.......................................................... 055
2-34. Ação policial no local de crime........................................... 056
2-35. Testemunhas ..................................................................... 058
Artigo IV - Socorros de Urgência ............................................. 058
2.36. Conceito ............................................................................. 058
2-37. Aspecto essencial .............................................................. 058
2-38. Objetivo .............................................................................. 059
2-39. Vítima consciente............................................................... 059
2-40. Utilização de meios disponíveis ......................................... 059
2-41. Procedimentos em casos de emergência.......................... 059
Feridas ........................................................................................ 059
Feridas no tórax........................................................................... 060
Feridas no abdômen ................................................................... 060
Feridas nos olhos ........................................................................ 060
Hemorragias externas nos braços ou pernas ............................. 061
Hemorragias difíceis de estancar - Torniquetes ......................... 062
Hemorragias no tronco ou na cabeça ......................................... 063
Hemorragia nasal ........................................................................ 064
Hemorragias internas .................................................................. 064
Estado de choque........................................................................ 064
Ameaça de desmaio.................................................................... 065
Desmaio ...................................................................................... 066
Convulsões.................................................................................. 066
Parada respiratória - respiração artificial..................................... 066
Parada cardíaca e respiratória .................................................... 068
Queimaduras............................................................................... 069
Insolações ................................................................................... 072
Choques elétricos........................................................................ 073
Fraturas ....................................................................................... 074
Luxações ou fraturas em articulações ........................................ 074
Envenenamentos......................................................................... 075
Picadas de animais peçonhentos: cobras, aranhas, escorpiões e
mordidas de animais raivosos ........................................................... 076
Partos de urgência ...................................................................... 077
Afogamento ................................................................................. 080
2-42.Vítima inconsciente ............................................................. 081
2-43. Transporte de feridos ......................................................... 081

7
Transporte de traumatizados da coluna...................................... 082
Os vários meios de transporte .................................................... 082
Princípios gerais de transporte.................................................... 082
Transporte manual ...................................................................... 082
Retirada de pessoas e animais ................................................... 112
Capturas ...................................................................................... 112
Extermínio de insetos .................................................................. 113
2-56. Salvamento em altura ........................................................ 114
Conceito ...................................................................................... 114
Pessoas presas em elevador ...................................................... 114
Pessoas presas em locais elevados ........................................... 115
Retirada de objetos oferecendo perigo ....................................... 115
Tentativa de suicídio e captura de débil mental .......................... 115
2-57. Salvamento aquático.......................................................... 116
Inundação.................................................................................... 116
2-58. Salvamento em incêndio.................................................... 116
2-59. Acidentes de trânsito.......................................................... 117
Em caso de incêndio - procedimentos ........................................ 117
Em caso de salvamento - procedimentos ................................... 117
Artigo VII - Armamento.............................................................. 118
2-60. Revólver ............................................................................. 118
2-61. Conservação do armamento em uso................................. 119
2-62. Limpeza após o tiro ............................................................ 119
2-63. Regras de segurança......................................................... 120
2-64. Medidas de segurança no estande .................................... 120
Artigo VIII - Comunicações....................................................... 121
2-65. Definições........................................................................... 121
2-66. Normas para uso do microfone.......................................... 122
2-67. Código "Q".......................................................................... 122
2-68. Siglas mais usadas - código "Q" ........................................ 122
2-69. Alfabeto da ONU ................................................................ 123
2-70. Algarismos ......................................................................... 123
Artigo IX - Manutenção de Viaturas......................................... 124
2-71. Generalidades .................................................................... 124
2-72. Reabastecimento ............................................................... 124
2-73. Verificação e recompletamento do óleo do cárter ............. 124
2-74. Recompletamento de água do sistema de arrefecimento . 124
2-75. Cuidados com os pneumáticos .......................................... 124
2-76. Cuidados com as baterias.................................................. 125
2-77. Reparos de emergência..................................................... 125
2-78. Conclusão .......................................................................... 125

CAPÍTULO 3 - Policiamento Ostensivo Geral......................... 127


Artigo I - Introdução .................................................................. 127

8
3-1. Conceito ............................................................................... 127
3-2. Missão .................................................................................. 127
3-3. Apresentação ....................................................................... 127
Análise dos fatores determinantes, componentes e condicionantes 128
3-4. Procedimentos gerais .......................................................... 129
Policiamento a pé ........................................................................ 129
Policiamento montado................................................................. 130
Policiamento motorizado ............................................................. 130
Policiamento com bicicletas ........................................................ 132
Policiamento em embarcação ..................................................... 132
3-5 Posto ..................................................................................... 134
Ponto-base .................................................................................. 134
Cartão-programa ......................................................................... 134
Boletim de ocorrência.................................................................. 134
Procedimento no posto ............................................................... 134
Extensão do posto....................................................................... 136
Condições individuais para o serviço .......................................... 136
3-6 Generalidades ....................................................................... 137
Presença do PM .......................................................................... 137
"Onde e como atuar'.................................................................... 139
Relações com a comunidade ...................................................... 139
Durante o patrulhamento............................................................. 139
Transporte de pessoas na viatura............................................... 140
Procedimento em caso de tiroteio............................................... 140
Artigo II - Técnicas Usuais........................................................ 142
3-7. Busca pessoal...................................................................... 142
Busca preliminar.......................................................................... 142
Busca minuciosa ......................................................................... 142
Procedimento do PM na busca preliminar .................................. 142
Procedimento em busca minuciosa ............................................ 143
Recomendações para quem faz busca pessoal ......................... 145
Busca pessoal em mulheres ....................................................... 145
3-8. Abordagem e vistoria ........................................................... 146
Veículos....................................................................................... 146
Edificações .................................................................................. 150
Pessoas a pé............................................................................... 154
Pessoas na multidão ................................................................... 155
Pessoas alienadas mentais......................................................... 155
Pessoas alcoolizadas .................................................................. 155
Pessoas drogadas....................................................................... 155
3-9. Cerco.................................................................................... 156
Cerco programado ...................................................................... 156
Cerco ocasional........................................................................... 156
Normas de procedimento durante o cerco.................................. 156

9
3-10. Bloqueio relâmpago ........................................................... 159
Disposição das viaturas............................................................... 160
Emprego dos PM no bloqueio ..................................................... 161
Da seleção................................................................................... 161
Da vistoria.................................................................................... 161
Do anotador................................................................................. 161
Da segurança .............................................................................. 161
3-11. Condução de preso............................................................ 161
Como algemar............................................................................. 161
Condução de menores ................................................................ 162
Condução de doentes ................................................................. 163
Condução de doentes mentais.................................................... 163'
Condução de ébrios .................................................................... 163
Entrega de presos ....................................................................... 163
3-12. Perseguição ....................................................................... 163
A pé ........................................................................................ 163
Atuação em tiroteio...................................................................... 163
Motorizada................................................................................... 164
3-13. Normas gerais para efetuar prisão..................................... 166
Considerações............................................................................. 166
Conduta do PM............................................................................ 167
Identidade.................................................................................... 168
3-14. Descrição ........................................................................... 168
3-15. Ocorrências envolvendo integrantes das Forças Armadas,
Polícia Militar e Polícia Civil ............................................... 169
3-16. Ocorrências policiais em veículos de transporte coletivo
(ônibus, trem e metrô)........................................................ 170
3-17. Ocorrências de queda de aeronave................................... 170
3-18. Providências policiais em crimes contra a pessoa e o
patrimônio .......................................................................... 171
Homicídio..................................................................................... 171
Tentativa de homicídio ................................................................ 171
Suicídio e tentativa de suicídio .................................................... 172
Morte súbita................................................................................. 172
Agressão ..................................................................................... 172
Ameaça (crime de ação privada) ................................................ 172
Desinteligência ............................................................................ 172
Roubo e furto............................................................................... 172
Artigo 111 - Atividades Sociais e Políticas ............................. 173
3-19. Conceitos ........................................................................... 173
Guerrilha urbana.......................................................................... 173
Aglomeração ............................................................................... 173
Multidão ....................................................................................... 173
Turba ........................................................................................ 173

10
Manifestação ............................................................................... 173
Tumulto ....................................................................................... 173
Distúrbio interno ou civil .............................................................. 174
Calamidade pública ..................................................................... 174
Perturbação da ordem pública .................................................... 174
Terrorismo ................................................................................... 174
Sabotagem .................................................................................. 174
3-20. Ação do PM :...................................................................... 174
Coesão e espírito de equipe........................................................ 174
Local com explosivos .................................................................. 174
Vigilância de pontos vitais ........................................................... 175
3-2 1. Informação ........................................................................ 175
Artigo IV - Recintos Fechados de Freqüência Pública .......... 175
3-22. Prescrições gerais.............................................................. 175
Estabelecimentos de ensino ....................................................... 175
Posto de saúde, pronto-socorro, hospital e similares ................. 177
Estações de embarque e desembarque de passageiros............ 177
Locais interditados....................................................................... 178
Casas de apostas na Loteria Esportiva e Loto............................ 179
Postos de gasolina ...................................................................... 179
Firmas comerciais ou industriais na denominada "Operação
pagamento" ................................................................................. 180
Estabelecimento de freqüência suspeita..................................... 180
Bancos e estabelecimentos financeiros ...................................... 182
Artigo V - Diversões Públicas .................................................. 182
3-23. Prescrições gerais.............................................................. 182
3-24. Policiamento em salões de baile........................................ 183
Artigo VI - Policiamento de Praças Desportivas .................... 184
3-25. Conceito de segurança de praça desportiva...................... 184
3-26. Efetivo a ser empregado .................................................... 185
3-27. Planejamento ..................................................................... 186
Dos contatos externos................................................................. 186
Relacionamento........................................................................... 186
Características próprias das praças desportivas ........................ 187
3-28. Da conduta do público........................................................ 187
Dos fatores psicológicos ............................................................. 187
Reações do público ..................................................................... 187
Dos fogos .................................................................................... 187
Armas de fogo e bebidas alcoólicas............................................ 188
Conseqüência da euforia............................................................. 188
3-29. Conduta do policiamento.................................................... 188
Locais a serem policiados ........................................................... 188
Prioridades a serem consideradas.............................................. 189
Controle do trânsito ..................................................................... 189

11
Nas bilheterias............................................................................. 190
Nos portões de acesso................................................................ 190
Diante da euforia da assistência ................................................. 190
Brigas e desordens...................................................................... 190
Diante de crimes e contravenções .............................................. 190
Nos bares .................................................................................... 190
No interior da área de jogo .......................................................... 190
Diante das invasões da área de jogo .......................................... 191
No controle de tumultos e distúrbios ........................................... 191
Em situações de pânico .............................................................. 191
Em apoio aos organizadores do espetáculo ............................... 192
Frente à ação delituosa dos guardadores de veículos................ 192
Escolta de árbitros, auxiliares, representantes e delegações. .... 192
3-30. Limitações à ação do policiamento .................................... 192
Tarefas administrativas próprias da organização do espetáculo 192
No uso de agentes químicos....................................................... 193
No uso de bombas de efeito moral ............................................. 193
3-31. Disposições gerais ............................................................. 193
Armas ........................................................................................ 193
Garrafas e objetos cortantes ....................................................... 193
Objetos e documentos encontrados............................................ 193
Menores de idade........................................................................ 193
Ocorrências especiais ................................................................. 193
Do armamento da tropa .............................................................. 193
Das comunicações ...................................................................... 193
Artigo VII - Defesa Civil ............................................................. 194
3-32. Considerações ................................................................... 194
3-33. Ação do PM........................................................................ 194

CAPÍTULO 4 - Policiamento de Guarda................................... 197


Artigo I - Introdução .................................................................. 197
4-1. Conceito ............................................................................... 197
4-2. Apresentação ....................................................................... 197
Artigo II - Guarda de Estabelecimentos Penais...................... 198
4-3. Condições gerais.................................................................. 198
Ocorrências típicas do serviço de guarda externa dos estabele-
cimentos penais .......................................................................... 200
Elementos fundamentais na segurança de estabelecimentos
penais ........................................................................................ 200
4-4. Deveres do PM..................................................................... 200
4-5. Responsabilidade penal ....................................................... 201
Artigo III - Escolta de Presos.................................................... 201
4-6. Normas gerais de escolta .................................................... 201
4-7. Recebimento do preso ......................................................... 202

12
4-8. Condução do preso.............................................................. 203
4-9. Apresentação e entrega do preso........................................ 204
4-10. Locomoção - meios e procedimentos ................................ 205
Por via férrea ............................................................................... 205
Por viaturas ................................................................................. 205
Por ônibus ................................................................................... 205
Por avião ..................................................................................... 205
Por automóvel ............................................................................. 206
4-11. Utilização de sanitários ...................................................... 206
4-12. Escolta em velórios ............................................................ 206
4-13. Escolta em hospitais .......................................................... 207
4-14. Deveres dos componentes da escolta ............................... 208
Artigo IV - Guarda de Repartições Públicas ........................... 208
4-15. Condições gerais................................................................ 208
4-16. Métodos e dispositivos de segurança ................................ 209
4-17. Relacionamento com o público .......................................... 209

CAPÍTULO 5 - Policiamento de Trânsito ................................. 211


Artigo I - Introdução .................................................................. 211
5-1. Conceito ............................................................................... 211
5-2. Apresentação ....................................................................... 211
5-3. Missão .................................................................................. 211
5.4. Abrangências........................................................................ 212
Artigo 11 - Regras Gerais de Execução .................................. 212
5-5. Policiamento preventivo ....................................................... 212
5-6. Princípio de legalidade ......................................................... 213
Legalidade das providências ....................................................... 213
Aplicação das penalidades.......................................................... 213
Dúvidas quanto à caracterização ................................................ 213
Infrações simultâneas ................................................................. 213
Infração e ilícito penal.................................................................. 213
5-7. Sinalização ........................................................................... 213
Artigo III - Procedimentos Gerais............................................. 214
5-8. Deveres do policial-militar .................................................... 214
Cumprimento das ordens ............................................................ 214
Conhecimento do posto de serviço ............................................. 214
Relacionamento com o público ................................................... 214
5-9. Policiamento a pé................................................................. 215
Posto de Controle de Trânsito (PCTran)..................................... 215
Posto de Fiscalização de Trânsito (PFTran) ............................... 217
5-10. Policiamento motorizado.................................................... 217
Em viaturas.................................................................................. 217
Em motocicletas .......................................................................... 218
Artigo IV - Procedimentos Particulares................................... 218

13
5-11. Em terminais de transporte ................................................ 218
5-12. Em eventos especiais ........................................................ 219
"Blitz" ........................................................................................ 219
Guinchamento ............................................................................. 219
Escoltas ....................................................................................... 219
Escolta de dignitários .................................................................. 219
Escoltas de competições desportivas ......................................... 220
Escoltas de cargas excepcionais ................................................ 221
Considerações gerais.................................................................. 222
Artigo V - Dos Fatores Adversos à Segurança e à Circulação222
5-13. Conceito e generalidades................................................... 222
S-14. Fatores adversos mais freqüentes .................................... 223
Sinalização incorreta, insuficiente ou defeituosa......................... 223
Obras ........................................................................................ 223
Cargas na pista ........................................................................... 223
Saliências na pista....................................................................... 224
Veículos quebrados..................................................................... 224
Veículos abandonados ................................................................ 224
Queda de fios .............................................................................. 224
Queda de árvores........................................................................ 225
Animais na pista .......................................................................... 225
Incêndios ..................................................................................... 225
Desabamentos ............................................................................ 225
Inundações .................................................................................. 225
Lama ........................................................................................ 225
Artigo VI - Técnicas Específicas .............................................. 225
5-15. Interceptação e abordagem de condutores ....................... 225
5-16. Fiscalização de veículos .................................................... 226
Critérios ....................................................................................... 226
Aspectos gerais da fiscalização .................................................. 227
Particularidades........................................................................... 227
5-17. Verificação de documentos................................................ 228
Critérios ....................................................................................... 228
Documentos obrigatórios ............................................................ 229
Verificação................................................................................... 230
Fotocópias ................................................................................... 231
5-18. Fiscalização da velocidade ................................................ 231
Cronometragem .......................................................................... 231
Controle de velocidade à distância.............................................. 232
Controle através de comboio de viatura...................................... 232
Radar ........................................................................................ 233
5-19. Fiscalização de condutores embriagados.......................... 233
Conceito ...................................................................................... 233
Métodos de controle de alcoolemia............................................. 233

14
Amparo legal ............................................................................... 233
Providências ................................................................................ 234
Recomendações básicas ............................................................ 234
Artigo VII - Da Aplicação de Penalidades................................ 235
5-20. Infração .............................................................................. 235
5-21. Penalidades........................................................................ 235
5-22. Da apreensão de documentos ........................................... 235
5-23. Da remoção do veículo ...................................................... 236
5-24. Da retenção do veículo ...................................................... 236
5-25. Da apreensão do veículo ................................................... 236
5-26. Impedimento ...................................................................... 236
5-27. Recibo e precauções ......................................................... 237
Artigo VIII - Atendimento dos Acidentes de Trânsito ............ 237
5-28. Procedimentos gerais . ...................................................... 237
5-29. Acidentes sem vítimas ....................................................... 238
5-30. Acidentes com vítimas ....................................................... 238
5-31. Acidentes com veículos oficiais ......................................... 240
5-32. Acidentes envolvendo composição ferroviária e metroviária. .240
5-33. Acidentes em recintos fechados de freqüência pública..... 240
Artigo IX - Aprestos ................................................................... 240
5-34. Utilização............................................................................ 240
Radiotransceptor ......................................................................... 240
Farolete ....................................................................................... 240
Sirene 241
Luz intermitente da viatura .......................................................... 241
Bafômetro.................................................................................... 241
Artigo X - Orientação de Trânsito ............................................ 241
5-35. Introdução .......................................................................... 241
5-36. Recomendações básicas ................................................... 242

CAPÍTULO 6 - Policiamento Florestal e de Mananciais......... 245


Artigo I - Introdução .................................................................. 245
6- 1. Conceito .............................................................................. 245
6-2. Apresentação ....................................................................... 245
6-3. Missões ................................................................................ 246
Artigo II - Peculiaridades do Emprego .................................... 246
6-4. Procedimentos gerais .......................................................... 246
6-5. Procedimentos particulares.................................................. 247
Patrulhamento a pé ..................................................................... 247
Patrulhamento montado .............................................................. 248
Patrulhamento motorizado .......................................................... 249
Patrulhamento aquático............................................................... 249
Patrulhamento aéreo ................................................................... 250
Artigo III - Técnicas Particulares.............................................. 250

15
6-6. Vistorias para queimadas........................................................... 250
6-7. Abordagem em locais de desmate............................................. 250
6-8. Abordagem em locais de queimadas ......................................... 251
6-9. Acampamentos de caçadores e pescadores ............................. 252
6-10. Indústria, comércio, consumo e transporte de produtos e/ou
subprodutos florestais ............................................................. 253
6-11. Campanhas educativas............................................................ 253

16
CAPÍTULO - I
INTRODUÇÃO

1.0.- FINALIDADE

1.1 - Este manual consolida, em documento básico, conceitos e normas es-


senciais à uniformidade de procedimentos na execução do policiamento os-
tensivo fardado.

1.2 - Objetivos
a) Constituir fonte de consulta fundamental para o desenvolvimento do ensino,
da instrução e o desempenho da atividade-fim da Corporação.
b) Estabelecer normas gerais, que não devem ser contrariadas, em desdobra-
mentos, nos manuais específicos de cada tipo de policiamento ostensivo fardado.
c) Estabelecer a integração de todas as estruturas dedicadas ao Policiamento
Ostensivo, de forma a obter o funcionamento harmônico, pela fixação de uma dou-
trina de atuação na PMESP, facilitando, assim, a elaboração do planejamento, em
seus escalões, visando atingir a eficiência, na execução da atividade-fim.
d) Padronizar procedimentos operacionais comuns aos diversos tipos de polici-
amento ostensivo fardado.
e) Harmonizar o entendimento de termos e expressões, normalmente usadas
no trato dos assuntos relativos às missões policiais-militares.
f) Ressaltar o aspecto preventivo na execução das atividades policiais militares.

2.0 - CONCEITOS BÁSICOS

2.1 - Constituição: É o conjunto de normas, fixando a estrutura fundamental do


Estado, determinando as funções e competência de seus órgãos principais, estabe-
lecendo os processos de designação dos governantes e declarando os direitos
essenciais das pessoas e suas respectivas garantias. É a lei reguladora ou supre-
ma de um país.

2.2 - Polícia Militar: É a Instituição Pública, organizada com base na hierarquia e


disciplina, incumbida da preservação da ordem pública e da polícia ostensiva, nos
respectivos Estados, Territórios e no Distrito Federal.

2.3 - Poder de polícia:


a) O poder de polícia, um dos poderes administrativos, é a faculdade de que
dispõe a administração pública para o controle dos direitos e liberdades das pesso-
as, naturais ou jurídicas, inspirado nos ideais do bem COMUM;
b) São atributos do poder de polícia:
1) Discricionariedade: compete ao policial aferir e valorar a atividade policiada,
segundo critérios de conveniência, oportunidade e justiça, inclusive quanto à san-
ção de polícia a ser imposta, tudo nos limites da lei.
2) Auto-executoriedade: o ato de polícia independe de prévia aprovação ou
autorização do Poder Judiciário para ser concretizado.

17
3) Coercibilidade: o ato de polícia é imperativo, admitindo-se o emprego de
força para concretizá-lo. Entretanto, não pode descambar para o arbítrio, caracteri-
zado pela violência, pelo excesso.
c) São modos de atuar do poder de polícia:
1) Ordem de polícia: preceito pelo qual o Estado impõe limitação às pessoas,
naturais ou jurídicas, para que não se faça aquilo que pode prejudicar o bem co-
mum ou não se deixe de fazer aquilo que poderia evitar prejuízo público.
2) Consentimento de polícia: controle prévio feito pelo Estado, compatibilizan-
do o interesse particular com o interesse público. Manifesta-se pela licença, vincu-
lada a um direito, ou pela autorização, discricionária e revogável a qualquer tempo.
3) Fiscalização de polícia: é a verificação, de ofício ou provocada, do cumpri-
mento das ordens e consentimentos de polícia. Tem dupla utilidade, a prevenção e
a repressão das infrações. Quando a fiscalização de polícia é exercida em matéria
de ordem pública, recebe a denominação de policiamento.
4) Sanção de Polícia: é a intervenção punitiva do Estado para reprimir a infra-
ção. Tratando-se de ofensa à ordem pública, é o constrangimento pessoal, direto e
imediato, na justa medida para restabelecê-la.

2.4 - Segurança pública


a) Estado antidelitual, de valor comunitário, que resulta da observância dos
preceitos contidos na legislação penal, podendo resultar das ações policiais preven-
tivas ou repressivas ou ainda da simples ausência, mesmo que temporária, dos
delitos. A segurança pública é aspecto da ordem pública e tem nesta seu objeto.
b) A comunidade tem direito e responsabilidade pela segurança pública, dela
participando, quando adota meios de defesa, que visem a sua segurança física e,
também, de seu patrimônio.

2.5 - Ordem pública


a) Situação de tranqüilidade e normalidade que o Estado deve assegurar às
instituições e a todos os membros da sociedade, consoante as normas jurídicas
legalmente estabelecidas. A ordem pública existe quando estão garantidos os direi-
tos individuais, a estabilidade das instituições, o regular funcionamento dos serviços
públicos e a moralidade pública, afastando-se os prejuízos à vida em sociedade,
isto é, atos de violência, de que espécie for, contra as pessoas, bens ou o próprio
Estado.
b) A ordem pública é, sempre, uma noção de valor nacional, composta pelos
seguintes aspectos:
1) Tranqüilidade pública: clima de convivência pacífica e bem-estar social,
onde reina a normalidade das coisas, isenta de sobressaltos ou aborrecimentos. É
a paz pública na ruas.
2) Salubridade pública: situação em que se mostram favoráveis às condições
de vida.
3) Segurança pública- vide conceito no item anterior.

2.6 - Preservação da ordem pública: A preservação da ordem pública comporta


duas fases: a primeira, em situação de normalidade, quando é assegurada median-
te ações preventivas com atitudes dissuasivas e a segunda, em situação de anor-
malidade, estando ofendida a ordem pública, quando deverá ser restabelecida
mediante ações repressivas imediatas, com atitudes de contenção.

18
2.7 - Policiamento ostensivo: São ações de fiscalização de policia, sobre matéria
de ordem pública, em cujo emprego o homem ou a fração de tropa sejam identifica-
dos de relance, quer pela farda, quer pelo equipamento, armamento ou viatura.

2.8 - Polícia ostensiva


a) Denominação brasileira que evoluiu da expressão "policiamento ostensivo",
ganhando dignidade constitucional com a Carta de 1988 e destinada a preservar a
ordem pública,
b) A polícia ostensiva apresenta o seguinte perfil:
1) atua preventivamente para assegurar a ordem pública;
2) atua repressivamente para restabelecer a ordem pública. No tocante às
infrações penais comuns, limita-se à repressão imediata, caracterizada no atendi-
mento da ocorrência, incluído o estado de flagrância;
3) compreende os quatro modos de atuar do poder de polícia;
4) possui investidura militar;
5) exerce as funções de força policial nos termos da lei;
6) exerce as funções de polícia judiciária militar estadual sobre seus compo-
nentes;
7) integra-se ao sistema de defesa territorial da Nação como força auxiliar e
reserva do Exército.

2.9 - Defesa pública: É o conjunto de atitudes, medidas e ações adotadas para


garantir o cumprimento das leis de modo a evitar, impedir ou eliminar a prática de
atos que perturbem a ordem pública.

2.10 - Tática policial militar: É a arte de empregar a tropa em operações policiais-


militares que visam a assegurar ou restabelecer a ordem pública.

2.11 - Técnica policial militar: É o conjunto de métodos e procedimentos usados


para a execução eficiente das atividades policiais-militares nas ações e operações
que visem à preservação da Ordem Pública.

2.12 - Região: É o espaço físico atribuído à responsabilidade de um Comando


Regional de Polícia Militar (CR/PM), atualmente denominado CPA.

2.13 - Área: É o espaço físico atribuído à responsabilidade de uma OPM, de esca-


lão Batalhão de Polícia Militar (BPM) ou Regimento de Polícia Montada (RPMont).

2.14 - Subárea: É o espaço físico, fração de área, atribuído à responsabilidade de


uma OPM, de escalão Companhia PM (Cia PM), ou Esquadrão de Polícia Montada
(Esqd P Mont).

2.15 - Setor: É o espaço físico, fração de subárea, atribuído à responsabilidade de


um Pelotão PM (Pel PM).

2.16 - Subsetor: É o espaço físico, fração de setor, atribuído à responsabilidade de


um Grupo PM (Gp PM).

19
2.17 - Posto
a) Módulo
1) É o espaço físico onde se presume que uma patrulha ou o PM isolado pos-
sa cumprir suas atribuições regulamentares e legais.
2) Para cada processo, modalidade e condição de carga de trabalho o posto é
elaborado a um modulo, e havendo necessidade poderão vir tantos quantos forem
necessários.
b) Ponto de estacionamento
1) É o local onde a patrulha deve permanecer estacionada desde que não
esteja atendendo ocorrência policial ou em patrulhamento;
2) São eles:
- PEP: Ponto de Estacionamento Principal e,
- PES: Ponto de Estacionamento Secundário.
c) Ponto base
É o espaço físico que, por ser local de risco, exige a presença da patrulha,
contínua ou temporariamente.

2.18 - Itinerário de patrulhamento: É a sucessão de pontos, de passagem obriga-


tória, sujeitos à vigilância por um homem, uma dupla ou mesmo, maior número de
PM.
a) Forças e Serviços de Apoio
1) São constituídas por órgãos e frações de alto grau de especialização, desti-
nando-se ao apoio, quando necessário, às demais forças;
2) São elas:
- Apoio aéreo;
- Serviços de informações;
- Serviços de subsistência;
- Serviços de transportes;
- Serviços de guarda interna;
- Serviços de assuntos internos;
- Serviços de escolta de presos;
- Serviços de bombeiros.
b) Forças Táticas
1) São destinadas, principalmente, a emprego, sem que haja vínculação à área
a ser coberta por elas, em missões táticas e eventuais, existam ou não de forma
permanente na Corporação;
2) Constituem reservas dos Comandos incumbindo-lhes a execução das se-
guintes missões:
- Policiamento de choque;
- Policiamento ostensivo geral;
- Patrulhamento tático;
- Policiamento de eventos.
c) Forças Táticas Especiais
1) Fração de ações táticas especiais: destina-se ao apoio às Forças de Patru-
lha em casos graves, sendo de estrutura permanente na Capital, podendo ser em-
pregada em todo o Estado;
2) Fração de operações especiais: destina-se à execução de missões especi-
ais em zonas rurais, particularmente montanhas e áreas florestais, visando buscas

20
e capturas, sendo de estrutura permanente na Capital, podendo ser empregada em
todo o Estado.
3) Fração de operações com cães: destina-se à execução de policiamento com
auxílio de cães.
d) Forças de Patrulhas Territoriais
1) incumbe-lhes desenvolver o patrulhamento voltado para o policiamento
ostensivo em seus processos e modalidades, sob comando único na área de res-
ponsabilidade;
2) são ligadas por organização e doutrina à responsabilidade territorial.
e) Forças de Patrulhas Especiais
1) são as que possuem competência especial em razão da matéria sobre a
qual, atuam, desenvolvendo missões especializadas, juntamente com as Forças de
Patrulhas Territoriais, no mesmo espaço físico, porém sob o comando de policia-
mento especializado.
2) São elas:
- Policiamento de trânsito urbano;
- Policiamento florestal e de mananciais;
- Policiamento de trânsito rodoviário;
- Policiamento de guarda.
f) Cartão Itinerário de Patrulhamento (CIP)
É a representação gráfica dos itinerários a serem percorridos durante o patru-
lhamento.

2.19 - Patrulhar: É exercer atividade móvel de observação, de fiscalização, de


proteção, de reconhecimento, ou, mesmo, de emprego de força.

2.20 -Local de risco: É todo local que por suas características apresenta elevada
probabilidade de risco para a ordem pública, especialmente, à íncolumidade das
pessoas e do patrimônio.

2.21 - Ocorrência policial-militar: É todo fato que exige intervenção policial-militar,


por intermédio de ações ou operações.

2.22 - Ação policial-militar: É o desempenho isolado de fração elementar ou cons-


tituída, com autonomia para cumprir missões rotineiras de Policiamento Ostensivo.

2.23 - Operação policial-militar: É a conjugação de ações, executada por fração


de tropa constituída, que exige planejamento específico.

2.24 - Fração elementar: É o efetivo de até três PM para emprego coordenado.

2.25 - Fração constituída: É o efetivo de tropa com, no mínimo, 1 Gp PM.

2.26 - Sistemas de policiamento:


a) São constituídos pelas subestruturas de patrulhamento da PMESP, especifi-
cadas na forma adiante, que agem sobre área geográfica comum:
1) Forças de Patrulhas Territoriais (BPM e CPA da Capital e Interior);
2) Forças de Patrulhas Especiais;
3) Forças Táticas;

21
4) Forças e Serviços de Apoio.

3.0 - CARACTERÍSTICAS E PRINCÍPIOS DAS ATIVIDADES POLICIAIS-


MILITARES

3.1 - Características: São aspectos gerais de que se reveste a atividade policial-


militar, definindo-lhe o campo de atuação e as razões de seu desencadeamento.

3.2 - Princípios: São os fundamentos que devem ser considerados no planejamen-


to e na execução das atividades policiais-militares, visando a eficácia operacional.

4.0 - CARACTERÍSTICAS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO

4.1 - Ação pública: O policiamento ostensivo é exercido, visando a preservar o


interesse geral de segurança pública nas comunidades, resguardando o bem co-
mum em sua maior amplitude. Não se confunde com zeladoria - atividade de vigi-
lância particular de bens ou áreas -, nem com a segurança pessoal de indivíduos
sob ameaça. A eventual atuação, nessas duas situações, poderá ocorrer por conta
das excepcionalídades e não como regra de observância imperativa.

4.2 - Totalidade: O Policiamento Ostensivo é uma atividade essencialmente dinâ-


mica, que tem origem na necessidade comum de segurança da comunidade, permi-
tindo-lhe viver em tranqüilidade pública. É desenvolvido sob os aspectos preventivo
e repressivo, consoante seus elementos motivadores, assim considerados os atos
que possam se contrapor ou se contraponham à Ordem Pública. Consolida-se por
uma sucessão de iniciativas de planejamento e execução ou em razão de clamor
público. Deve fazer frente a toda e qualquer ocorrência, quer por iniciativa própria,
quer por solicitação, quer em razão de determinação. Em havendo envolvidos (pes-
soas, objetos), quando couber, serão encaminhados aos órgãos competentes, ou
estes cientificados para providências, se não implicar em prejuízo para o início do
atendimento.

4.3 - Dinâmica
a) O desempenho do sistema de policiamento ostensivo será feito, com priori-
dade, no cumprimento e no aperfeiçoamento dos planos de rotina, com o fim de
manter continuado o íntimo engajamento da tropa com sua circunscrição, para
obter o conhecimento pormenorizado do terreno e dos hábitos da população, a fim
de melhor servi-Ia. O esforço é feito para manutenção dos efetivos e dos meios na
execução daqueles planos - que conterão o rol de prioridades - pela presença con-
tinuada, objetivando criar e manter na população a sensação de segurança que
resulta na tranqüilidade pública, objetivo final da manutenção da ordem pública. As
operações policiais-militares, destinadas a suprir exigências não atendidas pelo
policiamento existente em determinados locais, poderão ser executadas esporadi-
camente, em caráter supletivo, por meio de saturação - concentração maciça de
pessoal e material para fazer frente à inquietante situação temporária, sem prejuízo
para o plano de policiamento.

22
b) Toda análise e trabalho de planejamento administrativo ou operacional de-
vem levar em conta objetivos globais, de forma que conheçamos o todo, para ter-
mos eficiência operacional e o máximo de aproveitamento.
c) O policiamento ostensivo não deve ser organizado de maneira rígida e imu-
tável. Terá de ser flexível para adaptar-se às situações anormais atendendo o cla-
mor da comunidade objetivando o pronto e pleno restabelecimento da ordem públi-
ca.

4.5 - Legalidade
As atividades de policiamento ostensivo desenvolvem-se dentro dos limites que
a lei estabelece. O exercício do poder de polícia é discricionário, mas não arbitrário.
Seus parâmetros são a própria Lei, em especial os direitos e garantias fundamen-
tais previstos na Constituição Federal.
Há situações em que o policial-militar atua discricionariamente em defesa da
moralidade pública e do bem comum, nesses casos seus limites continuam sendo
as garantias constitucionais.

4.6 - Ação de presença


a) É a manifestação que dá à comunidade a sensação de segurança, pela
certeza de cobertura policial-militar. Ação de presença real consiste na presença
física do policial-militar, agindo por dissuasão nos locais onde a probabilidade de
ocorrência seja grande.
Ação de presença potencial é a capacidade de o policiamento ostensivo, num
espaço de tempo mínimo (tempo de resposta), acorrer a local onde uma ocorrência
policial-militar é iminente ou já se tenha verificado.
b) Entre outras são ações de policiamento ostensivo:
1) verificações localizadas de pessoas e/ou instalações;
2) patrulhamento a pé e motorizado;
3) investigações de campo;
4) pronto-socorrismo;
5) fiscalização das normas de trânsito;
6) colaboração no fluxo de trânsito local;
7) atendimento de acidente de trânsito;
8) segurança escolar;
9) prevenção de tumultos.

5.0 - PRINCÍPIOS DE POLICIAMENTO OSTENSIVO

5.1 - Universalidade
As atividades policiais-militares se desenvolvem para a preservação da ordem
pública, tomada no seu sentido amplo. A natural, e às vezes imposta, tendência à
especialização, não constitui óbice à preparação do policial-militar capaz de dar
tratamento adequado aos diversos tipos de ocorrências. Ao PM, especialmente
preparado para determinado tipo de policiamento, caberá a adoção de medidas,
ainda que preliminares, em qualquer ocorrência policial-militar. O cometimento de
tarefas policiais-militares específicas não desobriga o PM do atendimento de outras
ocorrências, que presencie ou para o qual seja convocado.
Os atos de polícia ostensiva, exteriorização do poder de polícia, ocorrem sem-
pre nas formas preventiva ou repressiva, de polícia administrativa ou de polícia

23
judiciária, independentemente da legislação específica que o policial-militar estiver
aplicando.

5.2 - Responsabilidade territorial: Os elementos em comando, com tropa desdo-


brada no terreno são responsáveis, perante o escalão imediatamente superior, pela
preservação da ordem pública na circunscrição territorial que lhes estiver afeta,
para execução do policiamento ostensivo. Como dever, compete-lhes a iniciativa de
todas as providências legais e regulamentares, visando a ajustar os meios que a
Corporação aloca ao cumprimento da missão naquele espaço territorial considera-
do.

5.3 - Continuidade: O policiamento ostensivo é atividade essencial, de caráter


absolutamente operacional, e será exercido diuturnamente. A satisfação das ne-
cessidades de segurança da comunidade compreende um nível tal de exigências,
que deve encontrar resposta na estrutura organizacional, nas rotinas de serviço e
na mentalidade do PM.

5.4 - Efetividade: O aproveitamento dos recursos destinados à PMESP deverá se


realizar de forma a otimizá-los. A busca da eficácia operacional realizar-se-á tendo
em vista a eficiência e o constante aprimoramento da produtividade da Corporação.

5.5 - Aplicação
(a) O policiamento ostensivo fardado, por ser uma atividade facilmente identifi-
cada pelo uniforme, exige atenção e atuação ativas de seus executantes, de forma
a proporcionar o desestímulo ao cometimento de atos antisociais, pela atuação
preventiva. A omissão, o desinteresse e a apatia são fatores geradores de descrédi-
to e desconfiança, por parte da comunidade, e revelam falta de preparo individual e
de espírito de corpo.
(b) O policial-militar deve estar o mais próximo possível da comunidade onde
serve, sabendo das opiniões, dos problemas, procurando conhecer a população
com a qual está em contato.

5.6 - Isenção: No exercício profissional, o policial-militar, através de condiciona-


mento psicológico, atuará sem demonstrar emoções ou concepções pessoais. Não
deverá haver preconceitos quanto à profissão, nível social, religião, raça, condição
econômica ou posição política das partes envolvidas. Ao PM cabe observar a igual-
dade do cidadão quanto ao gozo de seus direitos e cumprimento de seus deveres
perante à lei, agindo sempre com imparcialidade e impessoalidade.

5.7 - Emprego lógico


a) A disposição de meios, para execução do policiamento ostensivo, deve ser o
resultado de julgamento criterioso das necessidades, escalonadas em prioridades
de atendimento, de dosagem do efetivo e do material, compreendendo o uso racio-
nal do que está disponível, bem como de um conceito de operação bem claro e
definido, consolidado em esquemas exeqüíveis.
b) Deverá a Polícia Militar distribuir seus recursos, de acordo com as necessi-
dades, fazendo com que a comunidade tenha um bom nível de serviços prestados,
evitando-se o atendimento preferencial.

24
c) O policiamento ostensivo sendo empregado de forma integrada e coordena-
da sob um único Comando proporcionará o emprego racional de recursos humanos
e materiais.

5.8 - Antecipação
a) A fim de ser estabelecido e alcançado o espírito predominantemente preven-
tivo do policiamento ostensivo, devem ser adotadas providências táticas e técnicas,
destinadas a minimizar a surpresa, fazendo face ao fenômeno da evolução da cri-
minalidade, caracterizando, em conseqüência, um clima de segurança na coletivi-
dade.
b) Para que haja sucesso na antecipação faz-se necessária a utilização de
informações de natureza administrativa e criminal, pois com base nessas informa-
ções ocorrerá o planejamento adequado.

5.9 - Profundidade: A cobertura de locais de risco não ocupados e (ou) o reforço a


pessoal empenhado devem ser efetivados ordenadamente, seja pelo judicioso
emprego da reserva, seja pelo remanejamento dos recursos imediatos, ou mesmo,
se necessário, pelo progressivo e crescente apoio, que assegura o pleno exercício
da atividade. A supervisão e a coordenação, realizadas por oficiais e graduados,
também integram este princípio, à medida que corrigem distorções e elevam o
moral do executante.

5.10 - Unidade de comando: Em eventos específicos, que exijam emprego de


diferentes unidades, a missão é melhor cumprida quando se designa um só co-
mandante para a operação, o que possibilita a unidade de esforço pela aplicação
coordenada de todos os meios.

5.11 - Objetivo: O objetivo do policiamento ostensivo é assegurar ou restabelecer a


ordem pública. É alcançado por intermédio do desencadeamento de ações e ope-
rações, integradas ou isoladas, com aspectos particulares definidos.

6.0 - VARIÁVEIS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO

6.1 - Conceituação: São os critérios (tipo, processo, modalidade, circunstância,


lugar, tempo, número, forma), que identificam os aspectos principais da execução
do policiamento ostensivo fardado. (Fig. I-I)

6.2 - Tipos: São qualificadores das ações e operações de policiamento ostensivo:


6.2.1 - Policiamento ostensivo geral: Tipo de policiamento ostensivo que visa a
satisfazer as necessidades básicas de segurança, inerentes a qualquer comunida-
de ou a qualquer cidadão.
6.2.2 - Policiamento de trânsito urbano ou rodoviário: Tipo específico de policiamen-
to ostensivo, executado em vias terrestres abertas à livre circulação, visando a
disciplinar o público no cumprimento e respeito às regras e normas de trânsito,
estabelecidas por órgão competente, de acordo com o Código Nacional de Trânsito
e legislação pertinente.
6.2.3 - Policiamento florestal e de mananciais: Tipo específico de policiamento os-
tensivo que visa a preservar a fauna, os recursos florestais, as extensões d'água e

25
mananciais, contra a caça e a pesca ilegais, a derrubada indevida ou a poluição.
Deve ser realizado em cooperação com órgãos competentes, federais ou estaduais.
6.2.4 - Policiamento de guarda: Tipo específico de policiamento ostensivo que visa
à guarda de aquartelamentos, à segurança externa de estabelecimentos penais e à
segurança física das sedes dos poderes estaduais e outras repartições públicas de
importância, assim como à escolta de presos fora dos estabelecimentos penais.

6 3 - Processos: São caracterizados pelos meios de locomoção utilizados, que


podem ser:
1) a pé;
2) motorizado,-
3) montado;
4) aéreo;
5) em embarcação:
6) em bicicleta.

6.4 - Modalidades: São modos peculiares de execução do policiamento ostensivo:


6.4.1 - Patrulhamento: É a atividade móvel de observação, fiscalização, reconheci-
mento, proteção ou, mesmo, de emprego de força.
a) Tendo em vista sua ampla utilidade a patrulha tem de ser o centro de aten-
ção, no desenvolvimento tecnológico da Polícia Militar, visando a que o usuário seja
atendido no local onde se encontra.
6.4.2 - Permanência: É a atividade predominantemente estática, executada pelo
policial militar, isolado ou não, em local de risco ou posto fixo, dentro do módulo,
preferencialmente contando com possibilidade de comunicação.
6.4.3 - Diligência: É a atividade de busca e apreensão de objetos e (ou) busca e
captura de pessoas em flagrante delito ou mediante mandado judicial.
6.4.4 - Escolta: É a atividade de policiamento ostensivo destinada à custódia de
pessoas ou bens, em deslocamento.

6.5 - Circunstâncias: São condições que dizem respeito à freqüência com que se
torna exigido o policiamento ostensivo.
6.5.1 - Ordinário: É o emprego rotineiro de meios operacionais em obediência a um
plano sistemático, que contém a escala de prioridades.
6.5.2 - Extraordinário: É o emprego eventual e temporário de meios operacionais,
face a acontecimento imprevisto, que exige manobra de recursos.
6.5.3 - Especial: É o emprego temporário de meios operacionais, em eventos previ-
síveis que exijam esforço específico.

6.6 - Lugar: É o espaço físico em que se emprega o Policiamento Ostensivo.


6.6.1 - Urbano: É o policiamento executado nas áreas edificadas e de maior con-
centração populacional dos municípios.
6.6.2 - Rural: É o policiamento executado em áreas que se caracterizam pela ocu-
pação extensiva, fora dos limites da área urbana municipal.

6.7 - Número: É o efetivo empenhado em uma ação ou operação.


a) Fração elementar:
1 PM
2 PM

26
3 PM
b) Fração constituída:
Gp PM
Pel PM
Cia PM - Esqd
BPM - RPMont

6.8 - Forma: É a disposição da tropa no terreno para execução do Policiamento


Ostensivo.
6.8.1 - Desdobramento: Constitui a distribuição das UOp no terreno, devidamente
articuladas até o nível Gp PM, com limites de responsabilidades perfeitamente
definidos.
6.8.2 - Escalonamento: É o grau de responsabilidade dos sucessivos e distintos
níveis da cadeia de comando, no seu espaço físico.

6.9 - Tempo: É a duração de empenho diário do policial-militar no Policiamento


Ostensivo.
6.9.1 - Jornada: É o período de tempo, equivalente às 24 horas do dia, em que se
desenvolvem as atividades de Policiamento Ostensivo.
6.9.2 - Turno: É a fração da jornada com um período de tempo previamente deter-
minado.

Erro! Vínculo não válido.


Fig. 1.1 - variáveis do policiamento ostensivo

7.0 - PROCEDIMENTOS BÁSICOS

7.1 - Conceituação: São Comportamentos padronizados, que proporcionam as


condições básicas para o pleno exercício das funções policiais-militares, e, por isso,
refletem o nível de qualificação profissional do homem e da corporação. Compre-
endem os requisitos básicos, as formas de empenho em ocorrências, os fundamen-
tos legais e as técnicas mais usuais.

7.2 - Requisitos Básicos


7.2.1 - Conhecimento da missão: O desempenho das funções de policiamento
ostensivo impõe como condição essencial para eficiência operacional, o completo
conhecimento da missão, que tem origem no prévio preparo técnico-profissional,
decorre da qualificação geral e específica e se completa com o interesse do PM.
7.2.2 - Conhecimento do local de atuação: Compreende o conhecimento de to-
dos os aspectos físicos do terreno, de interesse policial-militar, assegurando a fami-
liarização indispensável ao melhor desempenho operacional.
7.2.3 - Acessibilidade: Deve ser facilitada à comunidade, o acesso aos serviços da
Polícia Militar seja pelo telefone ou pelo local de estacionamento da patrulha. Tam-
bém devem ser amplamente divulgados os endereços das unidades policiais-
militares.
7.2.4 - Relacionamento: Compreende o estabelecimento de contatos com os inte-
grantes da comunidade, proporcionando a familiarização com seus hábitos, costu-
mes e rotinas, de forma a assegurar o desejável nível de controle policial-militar,

27
para detectar e eliminar as situações de risco, que alterem ou possam alterar o
ambiente de tranqüilidade pública.
7.2.5 - Postura e compostura: A atitude, compondo a apresentação pessoal e a
correção de maneiras no encaminhamento de qualquer ocorrência, influi decisiva-
mente na confiabilidade do público em relação à Corporação e mantém elevado o
posicionamento do PM, facilitando-lhe, em conseqüência, o desempenho operacio-
nal.
7.2.6 - Comportamento na ocorrência: O caráter impessoal e imparcial da ação
policial-militar revela a natureza eminentemente profissional da atuação, em qual-
quer ocorrência, e requer seja revestida de urbanidade, energia serena, brevidade
compatível e, sobretudo, isenção.

7.3 - Formas de empenho em ocorrências


7.3.1 - Averiguação
a) Conceituação
É o empenho do PM, visando à constatação do grau de tranqüilidade desejável
e (ou) à tomada de dados e exame de indícios, que poderão conduzir a providên-
cias subseqüentes.
b) Destaques
A averiguação normalmente se processa para esclarecimento de comporta-
mento incomum ou inadequado e de alteração na disposição de objetos e instala-
ções. Merecem a atenção especial do policial-militar os seguintes eventos, dentre
outros:
- pessoa encostada em carro, altas horas da noite;
- pessoa retirando-se furtivamente por ruas mal iluminadas;
- estabelecimentos comerciais às escuras, quando normalmente permane-
cem iluminados, ou vice-versa;
- aglomeração em torno de pessoa caída na via pública;
- veículos estacionados de maneira irregular ou abandonados;
- elementos em terrenos baldios;
- elementos rondando escolas, parques infantis etc.

7.3.2 - Advertência
a) Conceituação
É o ato de interpelar o cidadão encontrado em conduta inconveniente, buscan-
do a mudança de sua atitude, a fim de evitar o cometimento de contravenção penal
ou crime.
b) Destaques
1) Em sendo a prevenção das infrações a principal meta do policiamento os-
tensivo, o policial-militar intervirá, advertindo quem se encontre em atitude anti-
social, que possa ser sanada. Advertir não significa ameaçar ou proferir lição de
educação moral. A advertência é, antes, uma interpelação feita pelo PM, para que
alguém mude de atitude, e compreende apenas:
- dizer que aquilo que o indivíduo está fazendo poderá constituir-se em con-
travenção penal ou crime;
- solicitar que o advertido adote conduta conveniente.
2) Jamais o PM deverá dizer o que pode fazer, como por exemplo: posso
prendê-lo por isso", ou "se eu quisesse, poderia prendê-lo". Se atacado, mudando o
advertido seu comportamento, o caso será encerrado; mantendo-se intolerante o

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admoestado, o PM deverá conduzi-lo ao Distrito Policial respectivo. As advertências
serão feitas em tom de voz compatível e atitudes profissionais e impessoais. De-
vemos considerar que ninguém recebe uma advertência sem argumentar, alegando
sempre ter razão; a inabilidade do policial-militar poderá transformar uma simples
advertência em ocorrência mais grave. Em tais tipos de contato, é importante a
forma de interpelação, que poderá ser realizada da seguinte maneira:
- encaminhar-se ao cidadão com naturalidade, sem qualquer gesto ou atitude
que denuncie exaltação de ânimo;
- manter a cabeça erguida e os membros eretos, refletindo atitude de firmeza;
- não empunhar talão de notificação, caneta ou bastão, antes da interpelação,
pois isso demonstra uma conduta preconcebida da parte do policial-militar.
3) Lembrar sempre que firmeza, com serenidade, desencoraja reação. Nada
poderá ser alegado contra sua conduta se a mesma for de cortesia e firmeza ao
fazer cumprir a Lei.
7.3.3 - Orientação
a) Conceituação: é o ato de prevenir a ocorrência de delitos através do esclare-
cimento ao cidadão, sobre as medidas de segurança que o mesmo deve tomar.
b) Destaques
1) Sendo o policial-militar o responsável pela segurança pública, deve ser o
principal orientador da comunidade nesse mister. A orientação segura e precisa faz
com que o cidadão sinta-se protegido, ou seja, um alvo de atenção por parte do
PM, o que proporciona o desenvolvimento da confiança e do respeito ao serviço
executado. A confiança e o respeito, por sua vez, trarão ao PM grandes benefícios
na área das informações sobre delitos e pessoas, facilitando em muito o seu servi-
ço.
2) Os estabelecimentos comerciais de qualquer espécie, merecem atenção
especial do PM, no sentido da orientação quanto às medidas de segurança que
devem ser tomadas. Também o cidadão comum deve ser observado e orientado,
sempre com correção de atitudes e cortesia sobre as maneiras pelas quais poderá
prevenir ou dificultar o arrombamento de sua casa, o furto de sua bolsa, um "assal-
to", o roubo de seu automóvel etc.
7.3.4 - Prisão
a) Conceituação
É o ato de privar da liberdade alguém encontrado em flagrante delito ou em
virtude de mandado judicial.
b) Destaques
1) Flagrante delito
- Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão
prender quem:
- está cometendo a infração penal;
- acaba de cometê-la;
- é perseguido pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, logo
após cometer a infração penal,
- é encontrado, logo depois, com instrumentos, objetos ou papéis que façam
presumir ser ele o autor da infração.
2) Mandado Judicial
- É a ordem escrita da autoridade competente (juiz de direito) determinando a:
- prisão preventiva;
- prisão em virtude de pronúncia;

29
- prisão por efeito de condenação.
- O mandado judicial deve: ser lavrado pelo escrivão e assinado pela autori-
dade que o expede;
- designar a pessoa, que deve ser presa, pelo seu nome, alcunha e sinais
característicos;
- mencionar a infração penal que motivar a prisão;
- ser dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.
c) Precauções
1) A prisão pode ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, desde que
respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.
2) Para efetuar a prisão, é admissível que o policial-militar empregue força
física moderada, sempre sem violência arbitrária ou abuso de poder, nos casos de:
- resistência;
- agressão;
- tentativa de fuga.
3) É necessário, portanto, que o policial-militar, ao efetuar a prisão, adote cau-
telas apropriadas, não se excedendo no emprego de força, mesmo sendo provoca-
do. Prendendo alguém, o policial militar é responsável pela preservação da sua
integridade física. A inexistência de testemunho não impedirá que uma prisão seja
feita. Em havendo testemunhas, serão relacionadas, preferencialmente, as que
presenciaram os fatos.
4) Diante de anormalidade ou irregularidade que não puder solucionar, a inter-
venção do policial-militar, quer solicitando a presença de seu superior, quer condu-
zindo o cidadão à delegacia, far-se-á, sempre, no sentido de resguardar o interesse
social e evitar mal maior. Em havendo fundadas suspeitas de responsabilidade em
crime ou contravenção, isto é, quando os elementos de convicção do PM forem
suficientes e necessários para estabelecer nexo entre o suspeito e um fato ocorrido,
não constitui constrangimento ilegal conduzir alguém ao Distrito Policial para escla-
recimento mais amplo dos fatos.
5) com o desenvolvimento do Sistema de Informações Policiais (SIPO), o poli-
cial-militar poderá de imediato, via rádio ou fone, consultar os antecedentes crimi-
nais do detido, especialmente sobre a existência ou não de mandado de prisão
contra ele. Da mesma forma poderão ser consultados veículos e armas. Com tais
providências reduz-se a condução de pessoas a Distritos Policiais, ao mínimo ne-
cessário.
7.3.5 - Assistência
a) Conceituação
É todo auxílio essencial ao público, prestado pelo policial-militar de forma pre-
liminar, eventual e não compulsória.
b) Destaques
Existem órgãos públicos e particulares incumbidos e especializados em prestar
assistências diversas. Contudo, há circunstancias que exigem imediato auxílio, a
fim de evitar ou minimizar riscos e danos à comunidade; nestes casos, o PM pode
acorrer por iniciativa própria ou atendendo a solicitações. A assistência é prestada
no interesse da segurança e do bem-estar público e deve contribuir para realçar o
conceito da Corporação junto ao público externo. Gestos de civilidade e elegância
repercutem favoravelmente e devem ser praticados, embora não constituam um
dever legal.
7.3.6 - Autuação

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a) Conceituação
É o registro escrito da participação do PM em ocorrência, retratando aspectos
essenciais, para fins legais e estatísticos, normalmente feito em ficha, talão ou
Boletim de Ocorrência da Polícia Militar (BO/PM), em se tratanto de infração penal,
terá sempre em vista o êxito da persecução criminal,
b) Destaques
O PM, ao registrar particularidades de ocorrência atendida, deve primar pela
imparcialidade, somente mencionando circunstâncias relevantes constatadas. Não
deve, sob qualquer pretexto, transcrever as versões apresentadas pelas partes
envolvidas ou conclusões pessoais apressadas.

7.4 - Prevalência do aspecto preventivo sobre o repressivo na atuação da Po-


licia Militar

7.4.1 - Consideração fundamental


a) Embora a Corporação possa atuar, em determinadas circunstâncias, de
maneira repressiva, a ação da Polícia Militar deve ser essencialmente preventiva,
porque a presença constante e irrepreensível do PM tem, em termos concretos,
maior influência no comportamento dos cidadãos do que o caráter intimidativo da
própria lei.
b) Deve ser dado ênfase às ações preventivas, de modo que a patrulha fique
liberada, para policiar o seu modulo, em pelo menos 90% de seu turno. Para que
isso efetivamente ocorra há necessidade de adequar o modulo ao objetivo.
7.4.2 - Aspectos relevantes
a) A atuação, em termos preventivos, da Polícia Militar, é importantíssima,
porque a simples ação de presença ostensiva, hábil, atenta, apoiada sempre no
exemplo e no espírito de justiça, constitui fator de desestímulo à prática de ilícitos
penais e a melhor garantia da respeitabilidade da lei;
b) Em razão de a Polícia Militar atuar de maneira ostensiva, exercendo suas
atribuições à vista de todos, utilizando uniforme que a identifica, o PM deve adotar,
permanentemente, elevada conduta moral, quer no exercício funcional, quer na vida
privada;
c) Na execução do policiamento ostensivo, o PM deve colocar-se, sempre, em
condições de observar bem e, simultaneamente, ser facilmente visto, com o objeti-
vo de melhor atender, em caso de informações e auxílio ao público, desestimulan-
do, em decorrência, a prática de ações anti-sociais ou delituosas.

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CAPITULO II
Conhecimentos Básicos

1.0 - ASPECTOS LEGAIS

1.1 - Crime: É toda a ação típica, antijurídica, culpável e punível, a que a lei comina
pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulati-
vamente com a pena de multa.

1.2 - Contravenção: É a infração penal a que a lei comina isoladamente pena de


prisão simples, ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.

1.3 - Traço distintivo entre crime e contravenção


a) Das definições anteriores concluí-se que tanto o crime como a contravenção
constituem violação da norma penal e que, segundo a lei brasileira, o traço que os
distingue reside unicamente na cominação. Isto porque ambos - crime e contraven-
ção - não diferem no que diz respeito à natureza, mas, sim, relativamente à gravi-
dade. O crime é falta grave, da qual resulta sempre um dano para o cidadão, consi-
derado isoladamente, ou para a sociedade a que ele pertence. A contravenção é
falta leve, em que existe somente expectativa de, através dela, chegar-se a um
resultado danoso.
b) A punição dos atos contravencionais tem aspecto mais preventivo do que
propriamente repressivo, de vez que, ao puni-lo, a lei visa, acima de tudo, a evitar
mal maior. As penas cominadas às contravenções - prisão simples, ou muita - são
mais leves do que as impostas aos crimes.

1.4 - Crimes de ação pública e de ação privada


a) Como regra, a ação penal é pública.
b) Somente quando a lei expressamente declara, será privativa do ofendido.
c) Quando o crime for de ação privada, constará abaixo do Artigo ou Capítulo a
expressão: "Só se procede mediante queixa".
d) Há ainda a chamada Ação Pública Condicionada, que dependerá de uma
representação do ofendido e, em certos casos, de requisição do Ministro da Justiça.
Nestes casos, também constará a expressão: ."Representação" ou "Requisição",
abaixo do Artigo ou Capítulo.
e) Principais crimes de ação privada:
- Atentado ao pudor
- Calúnia
- Concorrência desleal
- Corrupção de menores
- Dano
- Difamação
- Esbulho possessório
- Estupro
- Injúria
- Rapto
- Sedução
f) Nos crimes de ação privada, o PM não pode forçar uma situação, que é priva-
tiva do ofendido; ele pode orientar a vítima a proceder a queixa ou a representação.

32
Ex.: é comum o PM, ao atender a uma ocorrência de desavença entre marido e
mulher, ao invés de orientar a parte queixosa, agir além do que a lei lhe permite e,
ao final, acaba por responder em juízo, por violação de domicílio, lesões corporais
etc.

1.5 - Exclusão de criminalidade


a) Não há crime quando o agente pratica o fato:
1) em estado de necessidade;
2) em legítima defesa;
3) em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular de direito.
b) Estado de necessidade - considera-se em estado de necessidade quem
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem
podia de outro modo evitar, direito próprio ou de outrem, cujo sacrifício, nas circuns-
tâncias, não era razoável exigir-se. Não pode alegar estado de necessidade quem
tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
c) Legítima defesa - entende-se em legítima defesa quem, usando moderada-
mente os meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
seu ou de outrem. São requisitos essenciais da legítima defesa:
1) Uso moderado de meios - trata-se da moderação da repulsa ao agressor.
Permite o uso moderado de meios desde a simples defesa até a ofensiva violência,
tudo dependendo da intensidade da agressão. Não se entende em legítima defesa
o cidadão que, sendo agredido a bofetões, por uma pessoa fraca, desfecha-lhe um
tiro de revólver.
2) Agressão injusta - é aquela sem prévia provocação da vítima, pois se esta a
provocou, não fica caracterizada a agressão injusta.
3) Atualidade ou iminência da agressão - só podemos empregar os meios
necessários para nos defender, quando a agressão está sendo praticada ou prestes
a ocorrer; passada a atualidade já terá desaparecido o direito.
4) Direito a defender - este requisito abrange todo o interesse, juridicamente
protegido, do agente que invoca a legítima defesa sua ou de terceiros. Normalmen-
te é a vida, a integridade física, a propriedade etc.
d) Estrito cumprimento do dever legal - é fazer exatamente aquilo que, por força
de lei, estava obrigado a fazer. Ex.: num país em que haja pena de morte, o carras-
co que executa o sentenciado não comete crime, pois age no estrito cumprimento
do dever legal.
e) Exercício regular de direito - é fazer aquilo que a lei permite que se faça. Ex.:
o cirurgião que, com um bisturi, corta o abdômen de outra pessoa com a finalidade
de operá-la, estará no exercício regular de direito, embora tenha praticado lesão
corporal.

1.6 - Imunidades
a) Imunidade significa inviolabilidade, isenção de certas pessoas em vista do
cargo ou função que exercem.
b) Há dois tipos de imunidades: Diplomáticas ou Absolutas e Parlamentares ou
Relativas.
1.6.1 - Imunidades Diplomáticas (absolutas):
a) as Embaixadas (pessoas jurídicas) e os Embaixadores (pessoas físicas)
gozam de imunidades absolutas; a Embaixada é uma extensão do território de uma
Nação em outra; qualquer violação pode até mesmo acarretar conflito armado entre

33
os países; os embaixadores não podem ser presos, nem mesmo em flagrante delito
de crimes inafiançáveis;
b) gozam de imunidades diplomáticas: os soberanos, Chefes de Estado, os
agentes diplomáticos, que podem ser Embaixadores, Ministros Plenipotenciários de
Negócios, Legados, Núncios e lnternúncios;
c) o pessoal sem caráter oficial, pessoas da família dos diplomatas ou da famí-
lia dos funcionários e os empregados estrangeiros, no serviço doméstico, quando
no exercício imediato da função;
d) a inviolabilidade atinge também a residência particular, oficial e bens dos
diplomatas;
e) os condutores de veículos do Corpo Diplomático (CD), Corpo Consular (CC)
e Organismos Internacionais (IO) não podem ser autuados, em talões de AIIP; ao
cometerem infrações de trânsito, seus veículos não podem ser removidos, retidos
ou apreendidos;
f) quando forem constatadas infrações de condutores de veículos citados, a
irregularidade deverá ser objeto de comunicação, na qual conste todas as anota-
ções necessárias para uma autuação, bem como outras informações que forem
julgadas indispensáveis, a fim de que se proponha ao órgão de transito as provi-
dências cabíveis.
NOTA: Os Cônsules não gozam de imunidades diplomáticas, a menos que
investidos de missões diplomáticas especiais.-
1.6.2 - Imunidades Parlamentares (relativas)
a) São asseguradas aos Senadores e Deputados (Federais, em todo o território
brasileiro, e Estaduais, no território do Estado).
b) Os parlamentares só podem ser presos em flagrante delito nos casos de
crimes inafiançáveis.
c) Os Vereadores gozam de imunidade parlamentar nos casos de crime de
opinião (injúria, difamação etc ... ) quando exercendo atividade parlamentar nos
limites territoriais do seu município.
1.6.3 - Os magistrados (Ministros dos Tribunais, Desembargadores e juizes) e os
membros do Ministério Público (Procuradores da República, Procuradores de Justi-
ça e Promotores) só poderão ser autuados em flagrante delito nos casos de crime
inafiançável.
1.6.4 - Também não serão autuados em flagrante delito:
a) os candidatos, mesários e eleitores, durante as eleições;
b) o motorista, que mesmo tendo causado acidente, socorrer a vítima e não
fugir.
c) Atitudes do PM em relação às Imunidades:
1) Respeitar as imunidades diplomáticas, que são absolutas, e parlamentares,
que são relativas;
2) Reconsiderar imediatamente sua atitude, se por acaso ferir a inviolabilidade
pessoal do diplomata ou parlamentar, por desconhecer sua identidade;
3) Em se tratando de flagrante delito, o policial militar deve:
(a) identificar o diplomata ou parlamentar, anotando-lhe o nome, função, en-
dereço e país que representa (ou mandato que exerce);
(b) arrolar testemunhas;
(c) comunicar o fato ao Distrito Policial da área, imediatamente;
(d) preencher o BO/PM. e comunicar o fato, através de parte circunstanciada.

34
1.7 - Prisão
a) Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fun-
damentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
b) Portanto temos quatro formas de prisão admitidas em nosso direito:
1) prisão em flagrante delito;
2) por ordem escrita de autoridade judiciária competente;
3) por transgressão militar - prisão administrativa disciplinar de
militar;
4) por crime propriamente militar - prisão de militar decretada no curso de IPM.
c) Prisão em flagrante delito
1) diz a lei que qualquer pessoa do povo poderá prender e têm o direito, e a
autoridade e seus agentes deverão e têm o dever de prender quem quer que seja
encontrado em flagrante delito.
2) considera-se em flagrante delito quem:
(a) está cometendo a infração penal (crime ou contravenção);
(b) acaba de cometê-la;
(c) perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer
outra pessoa, em situação que faça presumir ser ele o autor da infração; e
(d) é encontrado, logo após, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que
façam presumir ser ele o autor da infração.
d) prisão emanada de ordem escrita de autoridade competente:
1) Por ordem do Juiz Criminal:
(a) prisão preventiva (art. 311 e seguintes do CPP);
(b) prisão em virtude de sentença condenatória (art. 393, do CPP);
(c) prisão em virtude de pronúncia (art. 408. § 1.", do CPP),
(d) prisão no caso de medida de segurança de exílio local (art. 771, 1. I, do
CPP).
2) Prisão por ordem do Juiz Cível:
(a) prisão pelo não cumprimento de julgado ou acordo relativo a alimentos
(art. 19 da Lei S.478/68);
(b) prisão de depositário infiel, em caso de dívidas de contrato de alienação
fiduciária;
(c) prisão de falido (art. 13, VI, e 151, § 3.", da Lei de Falências);
(d) prisão contra depositário infiel;
(e) prisão do síndico (art. 69, § S. O, da Lei de Falências);
(f) prisão de trapaceiro e administradores de armazéns gerais;
(g) prisão por ordem de autoridade administrativa (prisão administrativa).
- é uma medida cautelar, de caráter interno da Administração. Está prevista
no artigo 319 do CPP.
e) Prisão de Funcionário Público
1) Dentro da Repartição, o funcionário público pode ser preso em flagrante
delito, devendo, contudo, ser apresentado ao respectivo chefe, antes de ser condu-
zido.
2) Fora do expediente, ele não goza de privilégios, recomendando-se, entre-
tanto, tratamento condizente com seu cargo.

1.8 - Fiança

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a) É a faculdade dada ao indiciado para permanecer em liberdade, quando
autuado em flagrante, mediante o pagamento de determinada quantia.
b) A autoridade policial poderá conceder diretamente a fiança nos casos de
infração punida com detenção ou prisão simples (art. 322 do Código de Processo
Penal).
c) A fiança só poderá ser concedida pelo juiz nos casos de infração punida
com reclusão (art. 322, § único, do CPP).
d) Nos crimes cuja pena de reclusão seja superior a 2 anos e nas contraven-
ções penais de vadiagem e mendicância não pode ser concedida a fiança.
e) O valor da fiança será arbitrado pela autoridade que a conceder no limites
previstos nos CPP.
f) Se o réu é pobre, o juiz conceder-lhe-á liberdade provisória.
g) Cabe ressaltar que o acusado se livra solto independentemente de
fiança, sendo posto em liberdade após lavrado o auto de prisão em flagrante, no
caso de infração a que não for, isolada, cumulativa ou alternativamente, cominada
pena privativa de liberdade e, também, quando a pena privativa de liberdade não
exceder a três meses (art. 321 do CPP).
h) Em conseqüência, o PM não poderá sentir-se desprestigiado, caso um preso
seja liberado, mesmo após ter sido surpreendido em flagrante delito, porquanto
poderá tratar-se de fiança ou a exceção acima.

1.9 - Violação de domicílio


a) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
b) Crime de violação de domicílio - entrar ou permanecer, clandestina ou astu-
ciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa
alheia ou em suas dependências,
c) Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário públi-
co, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em
lei ou com abuso de poder.
d) A expressão "casa" abrange:
1) qualquer compartimento habitado;
2) aposento ocupado de habitação coletiva;
3) compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou
atividade. Ex.: interior do balcão de bar, escritórios comerciais, consultórios, etc.
e) A expressão "casa" não compreende:
1) hospedaria, estalagem, ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto
aberta, salvo a restrição do nº 1.9 d. 2) anterior;
2) taverna, casas de jogos e outras do mesmo gênero;
3) museu, bar, cinema, loja e teatro não são protegidos.
OBS.: A proteção penal, convém lembrar, se estende às dependências do
domicílio, como jardins, alpendres, garagens, quintais, pátios (art. 150 do Código
Penal, parte final, caput).
f) Casos de entrada em casa alheia.
1) Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em sua
dependência:
(a) durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar pri-
são ou outra diligência; - em caso de flagrante delito - estando o policial em perse-

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guição do criminoso, a menos que a urgência não permita, explicará ao morador o
motivo da perseguição e solicitará licença para entrar, a fim de prender o criminoso
ou continuar em sua perseguição. Concedida a licença, o policial entrará sem ferir
os preceitos da boa educação, empenhando-se em demonstrar respeito ao lar do
cidadão. Se porventura o morador recusar conceder tal permissão, o policial convo-
cará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas
se preciso; se for noite, providenciará sejam guarnecidas todas as saídas, tornando
a casa interditada até que amanheça, quando então efetuará a entrada na casa e a
prisão do criminoso.
- em caso de mandado de prisão - dará conhecimento ao morador da ordem
de prisão contida no mandado, e o intimará a entregar o réu. Se houver desobedi-
ência, o procedimento é igual ao do caso anterior.
- em caso de busca domiciliar - as buscas domiciliares são efetuadas durante
o dia, salvo se o morador permitir que se realizem à noite. Antes de penetrarem na
residência, os executores da diligência chamarão o morador ou quem suas vezes
fizer; depois de se darem a conhecer ou de exibirem o mandado, intimá-lo-ão a
franquear a entrada. Em caso de desobediência, sendo dia, arrombarão a porta e
entrarão à força.
(b) A qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo prati-
cado ou na iminência de o ser;
(c) A iminência de crime autoriza o policial a entrar em casa alheia e, nesse
caso, não são exigidas as formalidades legais, pois a que se visa é evitar o ato
criminoso; entretanto, havendo tempo, deverá anunciar a sua entrada.
g) Resumo
1) É possível entrar à noite em casa alheia quando:
(a) o morador der o consentimento;
(b) no caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro;
(c) em caso de legítima defesa ou estado de necessidade.
h) Conceito de Noite: deve-se obedecer à regra do Código de Processo Civil,
que diz: “noite é o período que vai das 18:00 às 06:00 horas".

1.10 - Busca e apreensão


a) A busca será domiciliar ou pessoal.
1) Busca domiciliar
(a) Proceder-se-á à busca domiciliar quando fundadas razões a autorizarem,
para:
- prender criminosos,
- apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; - apreender
instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
- apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou
destinados a fins delituosos;
- descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
- apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder,
quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à
elucidação do fato;
- apreender pessoas vítimas de crime;
- colher qualquer elemento de convicção.
(b) Necessidade de mandado

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- ressalvados os casos de flagrante delito, desastre ou prestação de socorro,
a busca domiciliar será sempre feita durante o dia e mediante mandado judicial. A
dispensa do mandado só ocorrerá se o Juiz de Direito realizar a busca pessoalmen-
te.
- o pedido de mandado de busca domiciliar poderá ser feito pela própria Polí-
cia Militar, mediante ofício direto ao Juiz de Direito da área, fundamentando-se no
documento as suspeitas existentes, o local e as pés soas envolvidas, mesmo que
por prenome ou características físicas, destacando-se ainda o interesse na preser-
vação da ordem pública. O respectivo Termo de Busca e Apreensão será lavrado
pela autoridade de polícia ostensiva que comandou a busca, sendo cópia enviada
ao Juiz de Direito. As demais providências de polícia judiciária serão feitas através
do Distrito Policial da área.
(c) Considerações gerais
- as buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador con-
sentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mos-
trarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em
seguida, a abrir a porta.
- em caso de desobediência, será arrombada a porta, e forçada a entrada.
- recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra as coisas
existentes no interior da casa para o descobrimento do que se procura.
- proceder-se-á da mesma forma quando ausentes os moradores, devendo,
neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver
presente.
- se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será
intimado a mostrá-la.
- descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente apreen-
dida e posta sob custódia dos policiais.
- os executores do mandado deverão ser no mínimo dois.
- são exigidas duas testemunhas presenciais.
2) Busca pessoal
(a) É aquela levada a efeito na própria pessoa. A busca pessoal é feita não
somente nas vestes ou nos objetos que a pessoa traga consigo (valises, pastas,
etc.), como também imediatamente sobre o corpo, quer através de investigações
oculares ou manuais, quer por meios mecânicos, ou até meios radioscópicos, já
que ladras e ladrões preferem esconder pequenos objetos, pedras preciosas, ma-
conha, em qualquer esconso natural.
(b) Proceder-se-á a busca pessoal quando houver fundada suspeita de que
alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nos subitens do 1-10.
a) 1) 6).
(c) Necessidade de mandado
- a busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão, ou quando
houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de
objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determi-
nada no curso de busca domiciliar.
- como conseqüência, se os policiais, durante a realização de uma busca
domiciliar, quiserem revistar pessoas que se encontrarem no interior do prédio ou
compartimento onde se realiza a busca, não só poderão como deverão fazê-lo.
(d) Busca pessoal em mulher
- a busca pessoal em mulher será feita por outra mulher.
3) Apreensão em território sujeito a jurisdição alheia

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Os policiais poderão penetrar no território de jurisdição alheia, ainda que de
outro Estado, quando, para o fim de apreensão, forem no seguimento de pessoa ou
coisa, devendo apresentar-se à competente autoridade local, antes da diligência ou
após, conforme a urgência desta.

1.11 - Abuso de autoridade:


1.11.1 - Constitui abuso de autoridade qualquer:
a) Atentado à liberdade de locomoção
1) Toda pessoa tem o direito de locomover-se, transportando-se para onde
desejar, sem limitações, ressalvados os casos expressos em lei ou por imperiosas
necessidades ditadas pelo Estado;
2) Como exemplo típico poder-se-ia citar o "trottoir". A infratora só poderá ser
presa caso esteja provocando escândalo, portando-se de modo inconveniente,
devendo conseqüentemente ser autuada em flagrante delito.
b) Atentado à inviolabilidade do domicílio
Neste caso faz-se necessário atentar para o disposto nos subparágrafos 1-9,
Violação de domicílio, e 1-10, Busca e apreensão.
c) Atentado ao sigilo da correspondência
Trata-se de garantia constitucional: "É inviolável o sigilo da correspondência e
das comunicações telegráficas e telefônicas.
d) Atentado à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício de culto
religioso
1) É plena a liberdade de consciência e fica assegurado aos crentes o exercí-
cio de cultos religiosos que não contrariem a ordem pública e os bons costumes.
2) Aquele que embaraça ou impede a liberdade religiosa de um indivíduo ataca
um direito.
3) A liberdade de consciência consiste no direito que o indivíduo tem não só de
se filiar à religião que entender, como o de não professar religião alguma.
4) A liberdade de consciência é ilimitada, enquanto a liberdade de culto está
sujeita às restrições legais.
e) Atentado à liberdade de associação e atentado ao direito de reunião.
1) Tanto a liberdade de associação como o direito de reunião estão protegidos
contra os abusos de autoridade desde que os seus fins sejam lícitos e não contrari-
em preceitos de ordem pública.
2) Em face do direito de reunião (CF, art. 5. O, XVI), cabe à polícia registrá-la
previamente, de forma a evitar que uma reunião venha a frustrar outra marcada
para o mesmo local e garanti-la mediante policiamento preventivo.
f) Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formali-
dades legais ou com abuso de poder,
Neste caso faz-se necessário atentar para o disposto no subparágrafo 1-7,
Prisão.
g) Ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando
praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal.
1) Conceitos a destacar:
(a) honra - conjunto de predicados ou condições da pessoa, que lhe conferem
consideração pessoal e estima própria.
(b) patrimônio - conjunto de bens que servem a todas as necessidades huma-
nas.

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2) excesso de poder - ocorre quando a autoridade, embora competente, ultra-
passa os limites de sua atribuição ou se excede no uso de suas faculdades admi-
nistrativas.
h) Atentado contra a incolumidade pública
1) a violência abrange desde a mais grave, o homicídio, como a mais leve, as
vias de fato. Pode, ainda, a violência ser real ou moral. O meio pode não ser físico,
mas produz o mesmo resultado, como o hipnotismo, narcotização, emprego de
gases, disparo de armas para o ar, etc.
2) nem toda a violência praticada pela autoridade deverá ser erigida como
abuso de autoridade.
3) além das causas de exclusão de criminalidade, da antijuridícidade, o Código
Penal estatui, de forma precisa:
- "Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência a prisão em flagran-
te ou a determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o
auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a
resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas".
Logo, é a violência legal a que a lei autoriza. A regra tem como finalidade assegurar
a sua própria eficiência.

1.11.2 - Conceito de autoridade


a) Considera-se autoridade, para os efeitos desta Lei, quem exerce cargo,
emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração.
b) Considerações
1) é o exercício da função pública o que caracteriza o funcionário público pe-
rante o direito penal.
2) é funcionário público aquele que exerce cargo público, ainda que a título de
experiência e precário.
3) também são considerados funcionários públicos os serventuários de Justi-
ça, os guardas-noturnos, os comissários de menores, os vereadores, os funcioná-
rios de empresa particular incorporada ao Estado, os funcionários autárquicos.
4) para caracterizar o abuso de autoridade, o abuso há que ser praticado no
exercício da função, por funcionário público.
c) Sanções
O abuso de autoridade sujeitará o seu autor a sanção penal e administrativa
(perda do cargo).

1.12 - Violência arbitrária


a) Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercé-la.
b) São elementos do delito:
1) A violência, ou seja, um ato de força, praticado sem necessidade contra as
pessoas, pouco importando a sua maior ou menor gravidade
2) A qualidade de funcionário público: é preciso que as violências, sejam prati-
cadas no exercício da função ou a pretexto de exercê-la;
3) A ausência de motivo legítimo, o que se verifica quando for inútil ou desne-
cessária a violência empregada. Ex.: o indivíduo que, preso regularmente, por haver
praticado um crime, é espancado.

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1.13 - Propina: É a gratificação indevida por serviços prestados e o policial-militar
não tem o direito de aceitar dinheiro como gratificação por serviços prestados no
desempenho da função, pois é pago pelo Estado.

1.14 - Corrupção
a) Chamada, também, de suborno, a corrupção pode ser passiva ou ativa.
b) O funcionário público que solicita ou recebe vantagem indevida, em razão de
sua função, comete corrupção passiva; quem lhe oferece ou promete essa vanta-
gem, comete a corrupção ativa.
c) O PM que recebe dinheiro para relaxar uma prisão, comete o crime de cor-
rupção passiva.
d) O PM, sendo tentado em oferta ou promessa de vantagem indevida, deverá
dar voz de prisão ao inescrupuloso indivíduo e conduzi-lo ao Distrito Policial da
área.

1.15 - Concussão: Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda


que fora da função ou antes de assumí-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
Não confundir a concussão com a corrupção. Na concussão há exigência. Na cor-
rupção passiva, há solicitação ou recebimento de vantagem indevida.

1.16 - Resistência
a) Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça, a funcioná-
rio competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio.
b) Por violência se entende força física.
c) Por ameaça se entende a violência moral.
d) A vítima de crime de resistência pode ser só o funcionário (PM) como tam-
bém, a pessoa que o esteja auxiliando (a pedido do PM) voluntariamente.
e) A resistência passiva não constitui crime e se dá quando o preso se recusa a
andar, agarrando-se a postes, portões etc. Ao PM cumpre retirá-lo do obstáculo
(sem espancá-lo e sem arrastá-lo pela via pública), apresentando-o ao Distrito Poli-
cial da área,

1.17 - Resistência à prisão: Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistên-
cia à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade judiciária competente, o
executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para
defender-se ou para vencer resistência, de que se lavrará auto subscrito, também,
por duas testemunhas.

1.18 - Agressão: O PM, ao ser agredido por qualquer indivíduo, empregará os


meios necessários para se defender, repelindo a agressão injusta e, em seguida,
adotará as providências legais complementares junto ao Distrito Policial respectivo.

1.19 - Desobediência
a) Desobedecer a ordem legal de funcionário público.
1) Na desobediência, o agente limita-se a não cumprir a ordem legal dada por
funcionário competente, sem entretanto molestá-lo física ou moralmente,
2) Se a ordem for ilegal, como na prisão arbitrária, por exemplo, não se confi-
gura o delito, isto é, a pessoa do povo que se opõe a uma prisão arbitrária, não
comete o delito de desobediência nem de resistência.

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1.20. Desacato
a) "Desacatar funcionário público no exercício de função ou em razão dela".
b) Desacato é a ofensa ao prestígio da função na pessoa do seu titular, faltan-
do-lhe a consideração devida e a obediência funcional. Não deve, entretanto, ser
considerada com esse efeito, a simples impolidez, a indelicadeza, reveladora da
falta de educação, máxima, em se tratando de indivíduo ignorante, de condição
social inferior.
c) Expressões de cólera, proferidas irrefletidamente no calor de uma discussão,
não serão bastante para caracterizar o crime de desacato. Podem, conforme o
caso, constituir injúrias, mas não desacato.
d) Para que o desacato se caracterize é necessária a vontade deliberada de
ofender, de afrontar a autoridade de alguém. Há de ser praticado na presença de
funcionário, isto é, face a face ou achando-se ele presente.
e) O delito em questão somente pode ocorrer quando o funcionário está no
exercício da função ou quando em razão desta, pouco importando o local onde se
encontre.

1.21 - Tentativa de fuga


a) O PM empregará também a força física no caso de tentativa de fuga de pre-
so, a fim de evitar essa fuga.
b) O PM usará de um expediente qualquer, tomará um táxi etc., para capturar
um preso que foge, mas nunca deverá atirar contra quem está desarmado e de
costa.

1.22 - Porte de arma


a) Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem autoriza-
ção, constitui a contravenção penal de porte ilegal de arma.
b) Arma - na designação geral de arma para os efeitos penais, enquadram-se
tanto as destinadas à ofensa ou à defesa pessoal, como os instrumentos aciden-
talmente empregados na prática de crime. As armas para efeito de registro, autori-
zação e porte, são classificadas em: armas proibidas, armas regulamentares, ar-
mas de defesa pessoal, armas de caça ou de tiro ao alvo (esporte).
1) Armas proibidas
(a) as armas de canos ou coronhas desmontáveis em várias partes;
(b) as partes metálicas (tubos redutores) que possam ser empregadas em
armas de importação permitida, aumentando-lhe grandemente o poder mortífero;
(c) as armas de ar comprimido (não compreendidas as de funcionamento por
mola, até calibre de 6 mm);
(d) os silenciadores aplicáveis às armas de fogo e destinados a amortecer o
estampido do tiro;
(e) as munições com artifício ou dispositivos visando a provocar explosão,
incêndio etc.
(f) as armas brancas e secretas, exclusivamente utilizadas para a prática de
crime e fim meramente ofensivo: punhais, facas e canivetes punhais (com lâmina
de até 10 centímetros, inclusive); as bengalas, guardas-chuvas ou quaisquer outros
objetos que contenham, em disfarce, espadas, estoques, punhais ou espingardas;
soco inglês ou boxe; a caneta revólver;
(g) as setas, bombas e petardos;

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(h) os facões em forma de punhais.
2) Armas regulamentares - são as armas de guerra, usadas pela Forças Ar-
madas e as armas destinadas ao serviço policial.
3) Armas de defesa pessoal - são aquelas, discriminadas a seguir, que podem
ser registradas e licenciadas para porte:
(a) revólver (até calibre 38, inclusive);
(b) pistolas automáticas (tipo "parabellum" até calibre 6,35; as demais até
calibre 7,65);
(c) garruchas (até calibre 380, inclusive).
4) armas de caça ou de tiro ao alvo (esporte) - também permitidas para regis-
tro e licenciamento, as armas de caça ou de tiro ao alvo são as seguintes:
(a) espingardas, rifles, carabinas e todas as armas dessa classe, não raiadas,
quaisquer que sejam os sistemas, calibre e modelo;
(b) idem, raiadas, até calibre máximo de 11,17 mm, não podendo tais armas
terem alça de mira com graduação superior a 200 metros, nem espaço que se pres-
te a uma ampliação de graduação. (Não estão incluídas as de pressão por mola,
que atiram setas ou pequenos grãos de chumbo, usadas nos "stands" de tiro, até o
calibre máximo de 6 mm).
(c) Restrições
1) Não podem possuir, adquirir, comprar, nem conduzir ou transportar armas e
munições de qualquer espécie, sob pena de apreensão:
(a) os menores de 18 anos;
(b) os incapazes e inídôneos, a juízo da polícia;
(c) os já condenados, em sentença incorrível, por qualquer prática de violên-
cia física, ou os envolvidos em processo-crime, cujas decisões não hajam transita-
do em julgado;
(d) os que, por imprudência, imperícia ou negligência, houverem dado causa a
qualquer infração penal, proveniente do mau emprego de arma de fogo.
2) Cassação de autorização
(a) A cassação da autorização verificar-se-á nos casos de:
- exibição desnecessária da arma;
- usar a arma como ameaça contra qualquer pessoa;
- demonstrar visivelmente que está armado;
- não cumprimento das instruções relativas ao porte de arma.
3) Isenção de autorização
(a) Podem andar armados, independente de autorização: - os oficiais das
Forças Armadas, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, uniformizados ou em trajes
civis;
- as praças das mesmas Corporações, quando em serviço, ou mediante or-
dem dos respectivos comandantes;
- os policiais civis e federais, na conformidade de seus regulamentos;
- os vigilantes de empresas autorizadas a executar serviços de proteção e
bens imóveis e móveis e transporte de valores, quando uniformizados, em serviço
ou em trânsito da sede da empresa para o posto de serviço e vice-versa.

1.23 - Uso de algema


a) O uso de algema no Estado de São Paulo é regulamentado pelo Decreto
19.903/50, sendo permitido:

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1) para conduzir os delinqüentes presos em flagrante delito, desde que ofere-
çam resistência ou tentem a fuga;
2) para conduzir os ébrios, os viciados e os turbulentos apanhados na pratica
de infração e que devam ser postos em custódia, desde que seu estado de extrema
exaltação torne indispensável o emprego de força;
3) para transportar de uma dependência para outra presos que, pela sua peri-
culosidade, possam tentar a fuga durante a diligência, ou tenham tentado ou ofere-
cido resistência, quando da prisão;
b) O abuso do uso da algema, por parte da autoridade ou de seus agentes,
acarretará responsabilidade penal. As dependências policiais devem manter livro
especial para registro das diligências em que tenham sido empregadas algemas,
lavrando-se o termo respectivo.
c) Cautelas a adotar:
1) algemar sempre o detido com os braços para trás;
2) quando tiver que conduzir dois detidos, algemar sempre o pulso direito de
um ao direito de outro. Desta forma, dificultará a reação deles, principalmente a de
correr;
3) dar duas voltas na chave, evitando que a algema se abra;
4) não apertar demais a algema no pulso, pois poderá provocar escoriações ou
inchaço, pela falta de circulação. Isso dará chance ao delinqüente de alegar agres-
são, e o exame de corpo de delito comprovará as lesões.

2.0 - ENTORPECENTES

2.1 - Conceito: São substâncias capazes de produzir alterações psíquicas seme-


lhantes às determinadas pela embriaguez, e cujo uso tem a propriedade de alterar
gravemente a saúde, colocando em risco a integridade física, psíquica e a própria
vida do dependente ou viciado.

2.2 - O uso de entorpecentes: Em sendo adquirido o vício, dificílimo é abandoná-


lo. O indivíduo torna-se dependente, com personalidade fraca, caráter debilitado e
sem forças para lutar contra essa forma de escravidão. Os dependentes tornam-se
presas fáceis e eternas dos que os conduziram à desgraça, porque os traficantes
jamais os abandonam.

2.3 - O comércio de entorpecentes: O tráfico de entorpecentes é internacional,


sendo que as drogas são guardadas nos chamados "paióis", de onde são levadas
para os locais denominados pelos traficantes de "bocas de fumo". Daí vão para as
esquinas, praças etc. O "passador" é o elemento de ligação entre os diferentes
pontos e é o homem que negocia diretamente com o dependente. Quase sempre
utiliza automóvel, o que dificulta a ação da polícia.

2.4 - Caracterização, no aspecto penal, do crime de tráfico e uso de entorpe-


centes
a) Importar ou exportar, preparar, produzir, vender, expor à venda ou oferecer,
ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, mi-
nistrar, ou entregar, de qualquer forma, a consumo, substância entorpecente, ou

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que determine dependência física ou psíquica, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar.
b) No mesmo crime incorre quem:
1) oferece, fornece, ainda que a título gratuito, transporta, traz consigo ou tem
em depósito ou sob sua guarda, matérias-primas destinadas à preparação de en-
torpecentes ou de substâncias que determinem dependência física ou psíquica;
2) faz ou mantém o cultivo de plantas destinadas à preparação de entorpecen-
tes ou que determine dependência física ou psíquica;
3) traz consigo, para uso próprio, substância entorpecente ou que determine
dependência física ou psíquica;
4) adquire substância entorpecente ou que determine dependência física ou
psíquica,
5) prescreve (médico ou dentista) substância entorpecente, ou que determine
dependência física ou psíquica, ou em dose evidentemente maior que a necessária
ou com a infração do preceito legal ou regulamentar;
6) instiga ou induz alguém a usar entorpecentes ou substância que determine
dependência física ou psíquica;
7) utiliza o local de quem tem propriedade, posse, administração ou vigilância,
ou consente que outrem dele se utilize, ainda que a título gratuito, para uso ilegal
de entorpecentes ou de substância que determine dependência física ou psíquica;
8) contribui de qualquer forma para incentivar ou difundir o uso de entorpecen-
te ou de substância que determine dependência física ou psíquica.
c) Infratores viciados
Ficam sujeitos a medidas de recuperação em estabelecimentos hospitalares,
pelo tempo necessário à recuperação.

2.5 - Ação do PM em ocorrência de tráfico e uso de entorpecentes


a) Genericamente, o PM deve:
1) averiguar, com cautelas e cuidados especiais, nos locais suspeitos de tráfi-
co e uso ilegal de substâncias entorpecentes;
2) prender quem faz comércio clandestino de entorpecentes, ou proporciona
seu uso em desacordo com a Lei, apreendendo a substância;
3) conduzir preso, ao Distrito Policial da área respectiva, o viciado, apreenden-
do a substância;
4) quando possível pesar em farmácia o entorpecente apreendido, fazendo
constar a quantidade no BO/PM.
b) Aspectos relevantes
1) não fazer comentários nem fornecer quaisquer dados a órgãos de imprensa,
relativos à ocorrência de tráfico ou uso de entorpecentes, eis que somente o juiz de
Direito pode quebrar o sigilo em ocorrências dessa natureza;
2) esforçar-se, ao máximo, para arrolar testemunhas o que na prática, é difícil;
3) estar ciente de que o viciado poderá ser liberado na Unidade Policial da
área, pelo Delegado de plantão, após a prestação da fiança.

2.6 - Entorpecentes injetáveis


a) Observar os seguintes aspectos:
1) utensílios reveladores: saquinhos de celofane, em que geralmente vem o
entorpecente; uma seringa de injeção ou um conta-gotas e uma agulha; uma colher

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ou tampa de garrafa (para dissolver o entorpecente); bolinhas de algodão (para
filtrar a substância);
2) sinais de injeção crônicos; marcas como tatuagens pretas ou azuis, peque-
nas escaras ou cicatrizes compridas junto das veias, especialmente nos antebra-
ços, costas das mãos e nas solas dos pés; manchas de sangue nas roupas;
3) sintomas de alienação: agitação, nervosismo, bocejos e transpiração exces-
sivos, nariz escorrendo, olhos lacrimejantes, cacoetes, cãibras, vômitos e diarréia.

2.7 - Efeito das drogas: O efeito de qualquer droga depende, basicamente, de


potência, da quantidade tomada, da maneira e freqüência do uso.

2.8 - Drogas usadas com maior freqüência


a) Maconha (fumada em cigarros, cachimbos e engolida com a comida).
Efeito: euforia, aceleração do pulso. Altas doses podem levar à redução de
motivação, comportamento impulsivo, angústia, reações psicóticas.
b) Haxixe (fumado, comido),
Efeito: como a maconha, porém cerca de seis vezes mais forte. Tendência
para alucinação depois de altas doses.
c) Cocaína (aspirada ou injetada).
Efeito: hiperatividade, atividades paranóicas, possíveis convulsões,
d) Heroína (aspirada, injetada por via subcutânea ou endovenosa).
Efeito: euforia, seguida de sonolência. Probabilidade de dependência física
com sintomas dolorosos de falta e morte em caso de dose excessiva.
e) LSD (engolidas - cápsulas, líquidos, cubos de açúcar; injetadas).
Efeito: alucinações, hilariedade fora do comum, intensa angústia, diminuição
da motivação normal, algumas reações psicóticas prolongadas. Repetições ocasio-
nais das alucinações mesmo sem tomar novas doses.
f) Anfetaminas, Metanfetaminas (engolidas - tabletes; aspiradas em cristais e
injetadas).
Efeito: vivacidade e agressividade anormais, perda de apetite, atividades para-
nóicas, depressão aguda quando o efeito passa e rápido aumento de tolerância.
g) Barbitúricos (engolidos - tabletes ou cápsulas; injetados);
Efeito: indolência, discernimento imperfeito. Cria dependência. Perigo de morte
por dose excessiva, especialmente em combinação com o álcool.
h) Tranqüilizantes (engolidos - cápsulas).
Efeito: sonolência, náuseas. Possível dependência física por doses excessivas
durante um longo período de tempo com sintomas de falta, incluindo convulsões.

3.0 - LOCAL DE CRIME

3.1 - Conceito
a) Local de crime é todo o sítio onde tenha ocorrido um evento delituoso, que
necessite ou exija providências da Polícia, devendo ser preservado pelo policial, que
primeiro comparecer no local, lá permanecendo, até a sua liberação pela autoridade
competente.
b) Classificação:
1) INTERNO é todo sítio que abranja ambiente fechado, estando a salvo de
intempéries;
2) EXTERNO é todo sítio não coberto ou que esteja fora de habitações.

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c) Subclassificação:
1) RELACIONADOS são dois ou mais sítios interligados que tenham relação
com um mesmo evento delituoso.
2) ÁREA IMEDIATA é aquela onde ocorreu o evento delituoso.
3) ÁREA MEDIATA é aquela que cobre as adjacências ou cercanias, de onde
ocorreu o evento delituoso.

3.2 - Preservação do local de crime


a) A preservação do local de crime visa resguardar vestígios que poderão ser
relacionados com o suspeito, com o instrumento de crime ou com a forma pela qual
foi perpetrado o evento delituoso.
b) Em princípio, somente o perito criminal terá competência para recolher os
vestígios, encontrados no local de crime, podendo, porém, por solicitação da autori-
dade competente, o policial-militar recolher no local, armas ou objetos relacionados
com o evento delituoso.
1) O vestígio encontrado no local de crime deve ser preservado, protegido e
resguardado.
2) Em locais externos, os vestígios deverão ser protegidos, por qual quer meio
disponível, para que transeuntes ou a ação do tempo não os prejudiquem.
3) em locais internos, fecha-se o respectivo compartimento, impedindo, dessa
forma, a entrada de quem não esteja devidamente autorizado.
4) na preservação do local de crime o policial-militar empregado deverá privar-
se em tecer comentários sobre o evento delituoso.
5) O PM, empenhado na preservação do local de crime, deve abster-se de
comentar seu ponto de vista pessoal, mesmo que evidente, sobre o fato, sob pena
de comprometer o trabalho policial;
6) O Delegado de Polícia da área respectiva deve ser acionado de imediato;
7) As primeiras providências, tomadas no local de crime, permitirão o sucesso
ou o insucesso das investigações.

3.3 - Ação policial no local de crime:


a) As primeiras providências, bem como o rápido e correto atendimento, em
locais de crime, contribuirão, sobremaneira, para o sucesso da persecução criminal,
além de agilizar a liberação de pessoas e/ou coisas podendo, assim, minimizar o
sofrimento e a angústia das partes envolvidas.
1) A autoridade competente deverá ser cientificada, de imediato, sobre o even-
to delituoso.
2) O policial-militar, no local de crime, deverá isolá-lo, adequadamente, não
permitindo a sua violação. Ato contínuo, deverá transmitir o evento delituoso, por
intermédio de breve discrição, contendo:
(a) nome e RE do policial - militar responsável pela transmissão.
(b) natureza da ocorrência esclarecendo se é de autoria conhecida ou desco-
nhecida;
(c) a localização correta da ocorrência do evento delituoso;
(d) esclarecimentos sobre o tipo de local de crime, se é interno ou externo,
público ou privado, de fácil ou difícil acesso.
3) Quando houver possibilidade em saber sobre as circunstâncias em que
ocorreu o evento delituoso, o policial-militar deverá exigir prova de identidade das
testemunhas arroladas.

47
4) A descrição do evento delituoso deverá sofrer a adequação necessária para
a sua transmissão e, somente após, deverá ser elaborado o Boletim de Ocorrência
da Polícia - Militar.
5) O local de crime sempre deverá ser guarnecido por um policial militar, de
modo que, se houver necessidade de deslocamento da viatura, para eventual per-
seguição ou outra missão ligada ao evento delituoso, deverá ser acionada outra
viatura.
b) Ação policial no local de crime contra a pessoa:
1) A vítima deverá ser socorrida, com prioridade, sobre as outras providências;
(a) o policial-militar deverá observar detalhes do local, onde ocorreu o evento
delituoso, arrolando testemunhas e, conduzindo, juntamente com a vítima, o seu
autor, para a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante Delito, pela autoridade com-
petente.
(b) em sendo possível, o policial-militar, antes de socorrer a vítima, deverá
marcar com giz, tinta, tijolo ou outro meio a exata posição em que ela foi encontra-
da;
(c) o policial-militar deverá certificar-se sobre o destino dado à vítima, quando
essa for socorrida por terceiros, anotando seus dados, bem como de testemunhas
para a confecção do Boletim de Ocorrência da Polícia Militar.
2) Em sendo vítima fatal:
(a) local de difícil acesso, acionar o Corpo de Bombeiros;
(b) não alterar a posição do cadáver, ou seja:
- não revisar os bolsos das vestes;
- não recolher pertences;
- não mexer nos instrumentos do crime, especialmente em armas;
- não movê-lo de sua posição original;
- não tocar nos objetos que estão sob sua guarda;
- não se preocupar com a identificação do cadáver.
c) a constatação da realidade da morte deverá ser feita por autoridade compe-
tente.
d) observar a aparência pessoal da vítima, como: - vestes e cabelos em desali-
nho;
- peças de vestuário rasgadas;
- ferimentos externos;
- posição em relação ao solo.
e) Vestígios: Deverá ser feito no local do crime um exame minucioso sem, con-
tudo, tocar ou alterar a forma, os elementos materiais existentes. Assim são classi-
ficados:
1) vestígios, propriamente ditos: cadeiras e mesas fora do lugar, papéis, cigar-
ros, palitos de fósforo, tecidos, armas ou algum outro instrumento que possa ter
sido utilizado naquele evento delituoso;
2) vestígios, em forma de marcas, que deformam suporte: os encontrados
sobre areia, terra, barro, madeira, solo etc ... ;
3) vestígios, em forma de impressões, que não chegam a deformar suportes:
rastros de tinta ou de qualquer outra substância, sinais pneumáticos em asfalto ou
em via pavimentada, ou, ainda, as impressões digitais visíveis;
4) Manchas: substâncias incrustadas no solo ou em paredes, sobre imóveis e
utensílios, mesmo em forma de crostas que somente os exames laboratoriais pos-
sam identificá-las.

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5) outras substâncias como: restos de alimentos, bebidas, medicamentos,
tóxicos, fezes, urina, terra, areia, cimento e outros de igual importância.
6) pêlos humanos ou de animais, caso possam ser diferenciados.

3.5 - Testemunhas
a) Testemunha é a pessoa que comparece à presença da autoridade para dizer
o que sabe a respeito de determinado fato.
Qualquer pessoa pode servir de testemunha, porém são classificadas conso-
ante suas individualizações em:
1) Numerárias - prestam compromisso, depondo sob a palavra de
honra e a promessa de dizer a verdade;
2) Informantes - não depõem sob compromisso, entre elas se incluem os doen-
tes mentais e os menores de 14 anos;
3) Referidas - são as que, mencionadas nos depoimentos já prestados, são
chamadas a depor sobre o que conhecem do fato; e
4) Instrumentárias - são as que assinam o auto de qualificação e de interroga-
tório dos indiciados, após ouvirem a leitura da peça.
b) Ação do policial-militar ao arrolar testemunhas:
1) Escolher, preferencialmente, pessoas aparentemente mais idôneas, capa-
zes, que saibam algo a respeito da ocorrência.
2) Anotar nome, através do documento de identidade exigido, número deste,
residência e local de trabalho;
3) O PM não deve reter desnecessariamente as testemunhas, ressalvados os
casos de prisão em flagrante delito;

4.0 - SOCORROS DE URGÊNCIA

4.1 - Conceito: São aqueles feitos no paciente, em caráter de urgência, visando a


minimizar as conseqüências dos ferimentos, enquanto se aguarda a chegada da
ambulância ou se adotam providências para o socorro específico.

4.2 - Aspecto essencial: O essencial, no atendimento ao acidentado, é a manu-


tenção da tranqüilidade, transmitindo à vítima um sentimento de confiança que, por
si só, às vezes, é suficiente para que se aguarde o socorro definitivo.

4.3 - Objetivo: O objetivo fundamental dos primeiros socorros é evitar o agrava-


mento das lesões. Em conseqüência, o socorrísta deverá agir firmemente, porém
com delicadeza, especialmente quando haja necessidade de transportar a vítima de
um local para outro.

4.4 - Vítima consciente: Durante toda a operação de socorro a vítima consciente, é


interessante que se converse com a mesma, evitando-se o pânico e obtendo-se
dados a seu respeito e de como ocorreu o acidente, com os quais pode-se avaliar
seu estado, bem como a existência de dores que indiquem as lesões internas ou
fraturas.

4.5 - Utilização de meios disponíveis: Durante a operação de socorro, o PM deve-


rá, na medida do possível, utilizar-se dos meios de que dispõe à sua volta, solici-

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tando-os em farmácias, bares ou outros estabelecimentos comerciais, de modo a
aumentar a segurança do socorro prestado.

4.6 - Procedimentos em casos de emergência


a) Feridas - recomendações gerais:
1) A idéia principal nestes casos é a de evitar uma contaminação maior do
local ferido, o que se consegue com uma proteção do mesmo, com gaze, lenço ou
qualquer pano limpo.
2) Nunca use materiais que possam aderir ao ferimento, como lenços de pa-
pel, algodão etc. e não procure remover corpos estranhos do ferimento; estes po-
dem estar evitando uma hemorragia externa e nem aplique qualquer medicamento
local (Fig. 2-1 e 2-2).
3) Conduza a vítima, se necessário, à farmácia ou hospital mais próximo, para
o tratamento adequado.

Erro! Vínculo não válido.

Fig. 2-1 - Observe bem a ilustração para ver como a gaze é colocada sobre a ferida.
Veja como o esparadrapo é fixado.

Erro! Vínculo não válido.

Fig. 2-2 - Se no momento você não tiver gaze, use um lenço ou qualquer pedaço de
pano limpo. Amarre-o no local ferido sem apertar.

b) Feridas no tórax
1) É preciso verificar se a ferida atingiu os pulmões
2) Quando se ouve o ar entrando, é porque a ferida atingiu os
pulmões.
3) Neste caso, proceda da seguinte maneira:
(a) observe a respiração da vítima e espere momento em que terminar a expi-
ração (saída do ar);
(b) neste momento cubra a ferida firmemente com um pano limpo, compressa
ou gaze;
(c) prenda o curativo com uma atadura ou com um cinto;
(d) não faça uma pressão forte demais sobre a ferida, para não
prejudicar a respiração normal da vítima (Fig. 2-3).

Erro! Vínculo não válido.

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Fig. 2-3 - Feridas no tórax

c) Feridas no abdômen
1) Uma ferida no abdômen pode ser perigosa, se houver uma evisceração (um
órgão ou parte de um órgão saindo pela perfuração) ou se houver um órgão perfu-
rado,
2) Nestes casos, proceda da seguinte maneira:
(a) Coloque uma gaze molhada com água limpa sobre o ferimento, sem aper-
tar o local.
(b) Não faça mais nada. Não procure recolocar o órgão na sua posição nor-
mal. Só ao médico cabe tomar qualquer outra providência.
d) Feridas nos olhos
1) Procure lavar o olho ferido com água limpa. Vire de lado a cabeça da vítima
para que a água possa escorrer melhor.
2) Não tente extrair o corpo estranho se ele estiver entranhado, para não ferir
ainda mais o olho acidentado,
3) Cubra o olho ferido com urna gaze ou pano limpo. Prenda o curativo com
duas tiras de esparadrapo. (Fig. 2-4).
Encaminhe a vítima ao médico.
4) Encaminhe a vítima ao médico

Fig. 2-4 - Feridas nos olhos

e) Hemorragias externas nos braços ou nas pernas


1) Deite a vítima;
2) Levante o braço ferido ou a perna ferida; isto diminui o afluxo de
sangue para o local ferido;
3) Coloque sobre a ferida uma gaze ou pano limpo dobrado;
4) Pressione o curativo sobre a ferida para o sangue parar de sair;
5) Coloque um pano ou uma atadura sobre o curativo e amarre o
curativo em torno do braço ou perna feridos;
6) Não aperte com mais força, para não interromper a circulação normal do
sangue;
7) Se a hemorragia não diminuir com essas providências, faça pressão com as
duas mãos sobre a artéria próxima à ferida (na parte anterior do quadril ou na parte
interna do braço). (Fig. 2-5).

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Fig. 2-5 - Pressão sobre as artérias nas hemorragias externas

8) Não retire o curativo;


9) Mantenha a vítima deitada, não deixe que ela se movimente;
10) Procure auxílio médico.
(a) Atenção: - Não se deve fazer pressão sobre a ferida nos seguintes casos:
- se houver um corpo estranho entranhado na ferida;
- se a ferida for muito extensa.
f) Hemorragias difíceis de estancar - torniquetes
1) Há hemorragias externas que exigem um tratamento especial;
2) São as hemorragias provocadas por amputações e as hemorragias muito
fortes, que nenhum dos outros recursos tenha dado resultado. Nesses casos, é
preciso fazer um torniquete.
3) Eis o procedimento a adotar:
(a) Use um pano de 5 cm de largura ou mais;
(b) O torniquete deve ser aplicado acima do ferimento, de preferência em dois
lugares: a parte média do braço ou a parte média da coxa;
(c) Dê duas voltas com o pano na parte média do braço ou da coxa, conforme
o membro que estiver machucado
(d) Dê um meio nó nas pontas do pano;
(e) Sobre o meio nó coloque um pedaço de pau, um lápis, urna caneta etc.; dê
um nó completo, prendendo assim o objeto colocado sobre o meio nó;
(f) Aperte o torniquete, girando um pedaço de pau, até que a hemorragia es-
tanque. (Fig. 2-6).

Fig. 2-6 - Torniquete

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(g) Quando a hemorragia estancar, amarre as pontas do pano para trás; caso
as pontas sejam meio curtas, coloque uma outra tira de pano sobre a primeira e
amarre bem;
(h) Atenção: - Os seguintes materiais, muito duros ou muito estreitos, nunca
devem ser usados para fazer um torniquete:
- arame;
- cordão;
- meias de seda;
- cordões de sapatos;
- correias;
- ataduras com menos de 5 cm de largura,
- cintos com menos de 1 cm de largura.
(i) Anote num papel a hora em que foi feito o torniquete;
(j) Prenda este papel na roupa da vítima. Se possível, coloque no papel tam-
bém o nome e o endereço da vítima (Fig. 2-7),

Fig. 2-7 - No papel preso à roupa da vítima deve ser anotada a hora em que foi feito
o torniquete e, se possível, o nome e endereço da vítima.

1) Atenção: - Providência Importantíssima


- Enquanto você aguarda a chegada do médico você deve afrouxar por alguns
segundos o torniquete, a cada 15 minutos. Se isto não for feito, a vítima poderá
perder a perna ou o braço. Se a hemorragia cessar, deixe o torniquete frouxo no
lugar e só reapertar em caso de necessidade.
g) Hemorragias no tronco ou na cabeça
1) Procure deitar a vítima;
2) Coloque um apoio sob as suas costas e cabeça para que a cabeça e tronco
fiquem mais altos que o resto do corpo;
3) Coloque sobre a ferida um curativo de gaze ou um pedaço de pano dobra-
do;
4) Pressione o curativo, segurando-o até notar que estancou a hemorragia;
5) Procure evitar que a vítima se movimente.
h) Hemorragia nasal
1) Ponha o paciente sentado com a cabeça voltada para trás e aperte-lhe a(s)
narina(s) durante cinco minutos;
2) Coloque um pano molhado em água gelada sobre o rosto da vítima e deixe-
o por algum tempo,
3) Caso a hemorragia não ceda, coloque um tampão de gaze ou algodão úmi-
do por dentro da narina e, se possível, um saco de gelo sobre o nariz;
4) Evite deixar que a pessoa assoe o nariz e permaneça de cabeça baixa

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5) Se tiver necessidade de remoção, esta deve ser feita na posição inicialmen-
te descrita.
i) Hemorragias internas
1) As hemorragias internas acontecem quando há o rompimento dos vasos
dentro do corpo, sem que tenha havido o rompimento da pele,
2) Suspeita-se de hemorragia interna quando houver forte contusão do abdô-
men ou tórax e/ou a vítima apresentar os seguintes sinais:
(a) escoriações e/ou equimoses (manchas arroxeadas na pele do abdômen
e/ou tórax);
(b) pulsações fracas e rápidas;
(c) pele fria, pálida e úmida (suor frio);
(d) inquietação;
(e) fraqueza; e
(f) sede.
3) Estes casos são graves, mas nada há que você possa fazer;
4) Não ministre líquido, mesmo que a vítima se queixe de sede
intensa;
5) Procure imediatamente auxílio médico.
j) Estado de Choque
1) Estado de choque é uma condição que põe a vida em perigo,
ocorrendo quando falta agudamente circulação de sangue para órgãos vitais (cére-
bro, coração, rim), por queda súbita de pressão arterial. A causa pode ser uma
hemorragia interna, queimaduras ou ferimentos extensos, desidratação avançada,
ataque cardíaco, reações alérgicas ou doenças outras graves desencadeantes.
2) Você reconhece o estado de choque pelos seguintes sinais:
(a) pulsações fracas e rápidas;
(b) pele fria e pálida;
(c) sensação de frio e fraqueza;
(d) testa suada e inquietação.
3) Para atender a uma vítima em estado de choque, você deve fazer o seguin-
te:
(a) não movimente a vítima, para não agravar a hemorragia;
(b) coloque a vítima deitada;
(c) levante as pernas da vítima, para que o sangue chegue com
facilidade ao coração;
(d) cubra a vítima com um cobertor, para mantê-la aquecida;
(e) afrouxe as roupas;
(f) procure auxílio médico;
(g) atenção: - nunca dê nada para beber a uma vítima em estado de choque.
l) Ameaça de desmaio
1) Há casos em que a pessoa percebe que vai desmaiar. Os sintomas de uma
ameaça de desmaio são:
(a) tontura;
(b) frio;
(c) corpo amolecido e sem forças.
2) Nestas condições, você pode evitar o desmaio, procedendo da
seguinte maneira:
(a) sente a pessoa numa cadeira, com os braços para baixo e as
pernas separadas;

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(b) abaixe a cabeça da pessoa, colocando-a entre as duas pernas da mesma,
com isto aumenta-se a quantidade de sangue que chega ao cérebro da pessoa e o
desmaio é evitado.
(c) não deixe que a pessoa se levante imediatamente; deixe-a sentada por
algum tempo (fig. 2-8).

Fig. 2-8 - Ameaça de desmaio

m) Desmaio
1) Reconhecemos o desmaio pelos seguintes sinais:
(a) inconsciência;
(b) respiração fraca;
(c) palidez.
2) Para socorrer uma vítima de desmaio, proceda da seguinte maneira:
(a) deite a vítima, coloque sua cabeça de lado;
(b) procure desobstruir as vias respiratórias da vítima, retirando
qualquer objeto que esteja impedindo a passagem de ar pela boca e pelo nariz da
vítima;
(c) afrouxe as roupas da vítima, pois as peças de roupas apertadas dificul-
tam a respiração e a circulação;
(d) levante e apoie as pernas da vítima, para que a cabeça da mesma fi-
que mais baixa do que o resto do corpo;
(e) se a vítima não se recuperar, apesar de todas essas providências, pro-
cure auxílio médico;
(f) depois que a pessoa se recuperar, não deixe que ela se levante imedia-
tamente, ela deve ficar sentada por mais algum tempo, a fim de evitar que o esforço
de levantar produza um novo desmaio.
n) Convulsões
1) As convulsões podem ser causadas por febre alta ou por uma enfermida-
de mais séria, como a epilepsia.
2) Uma pessoa com convulsões apresenta os seguintes sinais:
(a) inconsciência;

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(b) sacudidas e contrações violentas do corpo.
3) Para proteger a vítima e impedir que ela se machuque, proceda da se-
guinte maneira:
(a) deite a vítima no chão;
(b) afaste tudo o que estiver ao redor da vítima e que possa machucá-la,
como móveis, objetos, pedras etc.;
(c) retire óculos, colares e outras coisas que possam quebrar ou machu-
car;
(d) não impeça os movimentos da vítima. Proteja sua cabeça;
(e) mantenha aberta a boca da vítima, para impedir que ela morda a lín-
gua; para isto, coloque um pano dobrado em sua boca, entre seus dentes. Se você
não tiver um pano por perto, use outro objeto, mas escolha um objeto que não ve-
nha a machucar a vítima;
(f) a pessoa que está com convulsões tem abundante salivação, mas não
pode engolir a saliva, porque está inconsciente. Deite a cabeça da vítima de lado e
segure-a nesta posição, para que a saliva possa escoar e não sufocar a vítima;
(g) após a convulsão, a pessoa dorme profundamente. Não procure acor-
dar a pessoa; coloque-a na cama ou em algum lugar confortável e deixe-a dormir.
o) Parada respiratória - Respiração artificial
1) A parada respiratória pode ser devida à presença de algum elemento que
esteja obstruindo as vias respiratórias.
2) Antes de mais nada, verifique se existe algum elemento que impeça a
passagem do ar pelas vias respiratórias da vítima e remova-o, se ele existir. Muitas
vezes, com esta providência, a respiração se normaliza imediatamente.
3) Se a parada respiratória persistir, tome as seguintes precauções iniciais:
(a) verifique se a pessoa está sangrando ou vomitando. Nunca se deve a-
plicar respiração artificial a uma pessoa nestas condições.
(b) retire as dentaduras, pontes ou aparelhos dentários removíveis e remo-
va as secreções que porventura existirem dentro da boca.
4) Feito isso, você pode aplicar a respiração artificial.
5) Proceda da seguinte maneira:
(a) deite a vítima de costas, com os braços estendidos ao longo do corpo,
(b) segure a cabeça da vítima, com uma das mãos colocadas sobre a testa
e a outra embaixo do queixo;
(c) incline a cabeça da vítima para trás;
(d) apoie o pescoço da vítima com uma toalha e mantenha a boca da víti-
ma fechada;
(e) encha os seus pulmões de ar e abra bem a boca da vítima (Fig. 2-9);
(f) coloque a sua boca sobre a da vítima, sem deixar frestas pelas quais o
ar possa escapar, e oclua as narinas com os dedos da mão que está sobre a testa;
(g) sopre o ar para dentro da boca da vítima, com força suficiente para que
ele possa chegar aos pulmões da mesma. Se soprar com muita força, o ar vai para
o estômago, podendo provocar vômito ou parada cardíaca, pela dissensão aguda
do mesmo (Fig. 2-10);
(h) retire a sua boca e deixe que o ar que você soprou seja expulso natu-
ralmente dos pulmões da vítima (Fig. 2-11);
(i) repita as etapas de (c) à (g). A operação completa, etapas de (c) à (g),
deve ser realizada de 12 a 15 vezes por minuto, ou de 20 a 25 vezes por minuto
para crianças e recém-nascidos,

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(j) não desista e não interrompa o processo caso a respiração não se nor-
malize imediatamente. Algumas vezes pode levar até 1 hora para que haja recupe-
ração;
(I) quando for restabelecida a respiração normal, deite a vítima de lado, pa-
ra evitar que ela se sufoque;
(m) em crianças muito pequenas, você pode aplicar a respiração Artificial
da mesma forma, porém soprando o ar pelo nariz da vítima. A Respiração artificial
pelo nariz também pode ser usada em adultos, caso a Respiração artificial pela
boca não tenha produzido resultados, Observe bem a seqüência das ilustrações:

Fig. 2-9 - Encha seus pulmões de ar.


Abra bem a boca da vitrina.

Fig. 2-10 - Coloque sua boca sobre a da vítima, sem deixar frestas para o ar esca-
par. Sopre então o ar para que ele chegue aos pulmões da vítima.

Fig. 2-11 - Retire sua boca. Encha novamente seus pulmões de ar. Deixe que o ar
que você soprou seja expulso naturalmente dos pulmões da vítima. Repita a opera-
ção completa.

p) Parada cardíaca e respiratória

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1) Para socorrer uma vítima de parada cardíaca e respiratória, você deve
usar dois recursos de primeiros socorros: a respiração artificial e a massagem car-
díaca externa.
2) Para fazer a massagem cardíaca externa, proceda da seguinte maneira:
(a) deite a vítima de costas, sobre uma superfície bem firme. De preferên-
cia, deite-a no chão;
(b) ajoelhe-se ao lado da vítima. Coloque a palma de uma de suas mãos
sobre a parte inferior do osso externo da vítima e a outra mão sobre a primeira.
Mantenha seus braços esticados (fig. 2-12);
(c) solte o peito da vítima;
(d) pressione e solte várias vezes, com o maior intervalo possível entre ca-
da pressão, até que a vítima se recupere.
3) A assistência deve ser prestada, preferivelmente por duas pessoas: uma
das pessoas faz a massagem cardíaca, enquanto a outra aplica a respiração artifi-
cial (fig. 2-13).
4) Para cada 5 compressões cardíacas devem ser feitas duas aplicações da
respiração artificial.
5) Atenção: Em crianças menores de 10 anos, as pressões devem ser feitas
com uma das mãos, enquanto a outra apóia as costas. Nestes casos, as compres-
sões e respirações devem ser alternadas, de modo a completarem 100 compres-
sões e 20 respirações por minuto.
6) É preciso ter muito cuidado quando a parada cardiorrespiratória for cau-
sada por acidentes ou quando a vítima for uma pessoa idosa. Em tais casos, um
osso fraturado, ou que seja mais frágil, pode perfurar um pulmão e pôr em perigo a
vida da vítima.

Fig. 2-12 - Pressione o tórax da vítima, aproveitando a força do seu corpo. Enquan-
to isso, mantenha os braços bem esticados.

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Fig. 2-13 - A assistência deve ser prestada, preferivelmente por duas pessoas; uma
das pessoas faz a massagem cardíaca, enquanto a outra aplica a respiração artifi-
cial.

q) Queimaduras
1) Classificamos as queimaduras, conforme sua gravidade e suas caracterís-
ticas, em queimaduras de 1º., 2.º e 3.º graus.
2) Queimadura de 1º grau.
(a) As queimaduras de 1º grau são mais leves.
(b) Uma queimadura de 1º grau se caracteriza por:
- pele avermelhada;
- dor não muito forte no local queimado.
(c) Uma queimadura de 1º grau somente é grave no caso em que a área
queimada é muito extensa.
3) Queimaduras de 1º grau pouco extensas.
(a) Neste caso, proceda da seguinte maneira:
- deixe correr água fria (de uma torneira, chuveiro etc.) sobre a queima-
dura, para aliviar a dor;
- coloque sobre a região queimada um creme especial para queimadu-
ras ou azeite;
- cubra as regiões queimadas com um curativo de gaze.
4) Queimaduras de 1º grau muito extensas.
(a) Estas queimaduras exigem um tratamento especial: - deite a vítima;
- cubra a vítima com lençol limpo molhado em água fria;
- leve a vítima imediatamente a um hospital.

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5) Queimaduras de 2º grau.
(a) Uma queimadura de 2º grau se caracteriza por:
- pele avermelhada;
- dores no local queimado;
- formação de bolhas;
(b) Às vezes, uma queimadura de 2º grau pode produzir estado de choque.
(c) Para socorrer a vítima, proceda da seguinte maneira:
- deixe correr água fria sobre a queimadura;
- cubra as regiões queimadas com um curativo de gaze molhada;
- não estoure as bolhas;
- não use azeite, cremes ou pomadas;
- faça a vítima ficar deitada, para prevenir o estado de choque;
- procure auxílio médico.
6) Queimaduras de 3º grau.
(a) As queimaduras de 3º grau são as mais graves e apresentam sérios
perigos para a vítima.
(b) Uma queimadura de 3º grau se caracteriza por: - feridas profundas na
pele, atingindo órgãos abaixo dela; - dores muito fortes.
(c) Uma queimadura de 3º grau provoca quase sempre o estado de cho-
que.
(d) Para socorrer a vítima, proceda da seguinte maneira:
- mantenha a vítima deitada. Esta posição é indicada para tratar a quei-
madura e para evitar ou combater o estado de choque;
- lave bem as mãos antes de tratar das queimaduras, para não provocar
infecções;
- corte as roupas que estão perto das regiões queimadas. Não descole a
roupa que ficou sobre as queimaduras, para não aumentar as feridas;
- cubra as feridas com um curativo grosso de gaze ou um pano limpo,
molhado em água limpa. Não use outro material;
- procure não arrebentar as bolhas nem tocar as feridas, para não pro-
vocar uma infecção;
- procure auxílio médico.
7) Queimaduras por fogo.
(a) Se a queimadura for causada por fogo e as roupas da vítima
estiverem se incendiando, é preciso apagar o fogo. Isto pode ser feito: - jogando
água sobre as chamas:
- usando o extintor de incêndio; (Cuidado! Não aponte o extintor para o
rosto da vítima) (fig. 2-14);
- enrolando a vítima num cobertor para abafar as chamas (fig. 2-15);
- rolando a vítima no chão (fig. 2-16).

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Fig. 2-14 - Uso do extintor de incêndio nas queimaduras por fogo.

Fig. 2-15 - Enrolando a vítima num cobertor para abafar as chamas - queimaduras
por fogo.

Fig. 2-16 - Rolando a vítima no chão nas queimaduras por fogo.

8) Queimaduras por substâncias químicas:


(a) retire todas as peças de roupas que estejam impregnadas da substân-
cia química que causou a queimadura;
(b) lave demoradamente, com água fria, todas as feridas, para que não
reste qualquer resíduo da substância química. Se a queimadura tiver atingido os
olhos, aja da mesma maneira;
(c) depois de lavar bem a ferida, coloque sobre ela um curativo grosso de
gaze.
9) Queimaduras no tórax, abdômen e costas:
(a) jogue água fria sobre as feridas para acalmar as dores;
(b) remova a vítima para um hospital;

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(c) atenção: Estes casos são tão graves que a vítima deve ser removida,
mesmo que esteja em estado de choque.
r) Insolações
1) Uma insolação pode apresentar um ou mais dos seguintes sintomas:
(a) tontura;
(b) enjôo;
(c) dor de cabeça;
(d) pele seca e quente;
(e) rosto avermelhado;
(f) febre alta;
(g) pulso rápido;
(h) respiração difícil;
(i) às vezes, inconsciência e convulsões.
2) Em caso de insolação, proceda da seguinte maneira:
(a) chame o médico com urgência;
(b) enquanto aguarda a chegada do médico, coloque a vítima num lugar
com sombra;
(c) molhe o corpo da vítima com água fria;
(d) deite a pessoa de costas, apoiando a cabeça e os ombros para que fi-
quem mais altos que o resto do corpo;
(e) coloque sobre a cabeça da vítima, axilas e virilha, uma bolsa de gelo ou
uma toalha com água gelada para baixar a febre.
s) Choques elétricos
1) Como proceder se a vítima ficar presa à corrente elétrica:
(a) não toque na vítima sem antes desligar a corrente elétrica:
(b) você pode desligar a corrente elétrica;
- desligando a chave geral;
- tirando os fusíveis;
- tirando o plug da tomada. (fig. 2-17);
(c) se não for possível desligar a corrente elétrica, procure afastar a vítima
do condutor, usando uma vara de madeira ou um cabo de vassoura, bem secos
(fig. 2-18);
(d) cuidado! Verifique se seus pés estão secos e se você não está pisando
em chão molhado, para não levar você mesmo um choque elétrico.

Figas. 2-17 e 2-18 - Cuidados nos casos de choques elétricos.

62
2) Como socorrer a vítima depois de afastá-la do condutor:
(a) deite a vítima;
(b) verifique se ela está respirando. Caso a vítima não esteja respirando,
aplique a respiração artificial;
(c) verifique se houve queimadura. Trate as queimaduras de acordo com o
seu grau.
3) Choque elétrico produzido por corrente de alta tensão:
(a) se o choque elétrico for produzido por corrente de alta tensão (os gran-
des cabos elétricos que existem na rua), é impossível socorrer a vítima antes que
tenha sido desligada a corrente, o que só pode ser feito na Central Elétrica;
(b) em tais casos, você deve proceder da seguinte maneira: - procure um
telefone e chame a Central Elétrica, a fim de desligar a corrente;
- enquanto a corrente não for desligada, mantenha-se a uma distância
mínima de 4 metros da vítima. Não deixe que ninguém se aproxime da vítima e
tente socorrê-la.
t) Fraturas
1) As fraturas podem ser fechadas (quando não há rompimento da pele e
expostas (quando a pela é perfurada pelo osso quebrado ou por algum objeto que
tenha penetrado e causado a fratura.
2) Fraturas fechadas:
(a) só uma radiografia pode confirmar a existência de uma fratura, mas
desde que haja suspeita, aja como se realmente existisse uma fratura;
(b) não tente mover o local fraturado ou sob suspeita de fratura, pois isto
poderia causar dores, feridas ou até o rompimento de veias e nervos;
(c) imobilize imediatamente o local fraturado (fig. 2-19),
(d) use duas talas de madeira, papelão etc., e amarre-as com tiras de pano
em torno da fratura.
(e) no caso de fratura do braço, as talas devem cobrir inclusive a mão para
impedir o movimento do pulso. É preciso impedir o movimento de qualquer parte do
membro fraturado;
(f) faça uma tipóia para impedir os movimentos do cotovelo. Dobre um len-
ço em triângulo e prenda-o ao pescoço da vítima. Passe o braço por dentro do
lenço;
(g) no caso de fratura da perna, imobilize a mesma com duas talas, que
devem atingir o joelho e o tornozelo, de modo a impedir qualquer movimento destas
articulações;
h) no caso de uma perna fraturada, não deixe que a vítima tente andar. Se
for necessário transportá-la, use urna maca ou peça ajuda a alguém para carregá-
la;
i) caso a fratura tenha provocado a deformação de um membro, tente reco-
locar o membro na posição normal antes de imobilizá-lo. Se encontrar resistência,
não force, imobilize na posição encontrada.
3) Fraturas expostas
(a) Estanque a hemorragia;
(b) Faça um curativo de gaze ou pano limpo sobre a ferida para evitar a
penetração de poeira na mesma;
(c) Evite movimentos do membro fraturado; se possível ponha o braço ou
perna fraturados entre duas talas.
(d) Procure imediatamente auxílio médico.

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Fig. 2-19 - tipos de Imobilização

4) Casos Especiais - fraturas de crânio, coluna, bacia e fêmur.


(a) Não há nada que você possa fazer;
(b) Não toque na vítima;
(c) Providencie ambulância imediatamente;
(d) No caso de a vítima se queixar de dor no pescoço ou nas costas e,
principalmente, se referir alterações de sensibilidade (formigamento, insensibilidade
e/ou dificuldade de movimentação dos braços e dedos das mãos, deve-se suspeitar
de lesão instável na coluna cervical. Por outro lado, caso apresente esses mesmos
sintomas nas pernas, suspeitar de lesão na coluna tóraco-lombar.
(e) Se tiver que remover o paciente faça-o com técnica adequada (com o
máximo cuidado, em maca dura, com a mínima movimentação da vítima), para
evitar o agravamento da lesão da medula, que é irreversível. Luxações ou fraturas
em articulações (ombro, cotovelo, pulso, joelho e tornozelo)
(f) Imobilize o membro acidentado e conduza ao médico,
u) Envenenamento
1) Antes de mais nada, procure descobrir a causa do envenenamento.
Se o envenenamento foi causado por um remédio ou por algum produto
químico, procure o vidro ou a caixa onde ele se encontrava. Caso o envenenamento
tenha sido causado por plantas ou comida, procure saber o que foi.

64
2) Você deverá dizer ao médico que vai tratar da vítima:
(a) o que causou o envenenamento;
(b) há quanto tempo isto aconteceu;
(c) a quantidade ingerida ou cheirada.
3) Providências que você pode tomar, mesmo sem saber a causa do enve-
nenamento:
(a) Faça a vítima beber vários litros de água ou leite. Isto vai diluir o vene-
no que está no estômago.
(b) Esta recomendação não se aplica se a vítima estiver inconsciente, ou
se a ingestão ocorreu há uma hora ou mais.
- Você sabe que não se pode dar nada de beber a uma pessoa que está
inconsciente.
(c) Se a pessoa estiver consciente e tiver ingerido água ou leite, procure
fazer a pessoa vomitar, para que elimine o veneno.
(d) Você pode fazer a vítima vomitar, introduzindo uma colher ou o dedo na
garganta da vítima. Faça isto com cuidado, para não machucar a vítima.
(e) Atenção: - Não provoque vômito se a vítima estiver inconsciente, ou se
o envenenamento for causado por gasolina, querosene, diluentes de tintas, ácidos
ou soda cáustica.
4) Procedimento se você souber a causa do envenenamento:
(a) Envenenamento por ácidos
- Faça a vítima beber uma destas coisas:
- leite;
- água com bicarbonato;
- azeite de oliva,
- clara de ovos.
- Estes produtos ajudam a aliviar a irritação do aparelho digestivo.
5) Envenenamento por soda cáustica
(a) Faça a vítima beber uma solução de vinagre e suco de limão diluídos
em água;
(b) A seguir, dê leite, água, azeite ou clara de ovos.
v) Picadas de animais peçonhentos: cobras, aranhas, escorpiões e mordidas
de animais raivosos:
1) É importante capturar o animal que picou a vítima, pois a identificação do
animal facilita o tratamento. (É claro que a busca do animal e o atendimento à víti-
ma devem ser feito por duas pessoas).
2) Em caso de picadas de cobras, se o atendimento for feito nos primeiros
30 minutos após o acidente, o veneno ainda pode ser extraído. Isto pode ser feito
por sangramento ou por sucção.
3) Procure uma agulha, ou um alfinete ou mesmo um espinho e faça perfu-
rações não muito profundas em torno do local picado.
4) Em seguida, esprema a área perfurada para que -sangre bastante. Desta
forma, uma parte do veneno sairá junto com o sangue.
5) Você também pode extrair o veneno fazendo sucção com a boca.
Entretanto, você só pode fazer isto se não tiver nenhuma lesão na boca,
como feridas, aftas ou úlceras.
6) No caso de picada de aranha ou escorpião, não faça o sangramento.
7) Em qualquer caso, a vítima deve ser removida imediatamente para um
hospital ou uma farmácia onde possa receber auxílio.

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8) Não deixe que a vítima caminhe, principalmente se a picada foi nos mem-
bros inferiores. Sempre há algum meio de transportar a vítima.
9) Nunca faça um torniquete nem faça cortes. Em determinados tipos de pi-
cadas, um torniquete pode ter conseqüências fatais, pois certos venenos causam
gangrena e outras hemorragias.
10) Aplique o soro polivalente imediatamente, se o tiver em mãos, de acordo
com as instruções na bula, e em seguida encaminhe diretamente ao hospital (em
São Paulo, Instituto Butantã).
11) Mordidas de animais raivosos:
(a) Qualquer animal pode contrair a raiva e se tornar um transmissor. To-
dos os animais que causaram mordedura devem ser mantidos em observação num
período de pelo menos 10 dias. Mesmo vacinados, os animais podem às vezes
contrair doença.
(b) Todas as mordidas de animais devem ser vistas por um médico.
(c) As vítimas devem ser levadas ao Instituto Pasteur ou outras institui-
ções, a fim de serem examinadas pelo especialista.
x) Parto de Urgência
1) O atendimento de urgência a um parto resume-se em ajudar a parturiente
a amparar o bebê. Só o médico ou as parteiras podem tomar outras providências.
2)Você pode fazer o seguinte:
(a) Deite a parturiente. Se não houver uma cama ou um sofá por perto,
deite-a no chão forrado com almofadas ou panos;
(b) Faça a parturiente urinar e evacuar, antes que as dores do parto fiquem
muito fortes e os intervalos entre elas fiquem muito curtos;
(c) Quando o intervalo entre as dores for de 2 a 3 minutos, coloque a par-
turiente na posição correta para iniciar o parto;
(d) Lave bem as suas mãos para amparar o bebê;
(e) Cada vez que a parturiente sentir uma contração, faça com que ela
prenda a respiração e faça força para expulsar o bebê;
(f) Quando a cabeça aparecer, cubra o ânus da parturiente com um peda-
ço de gaze ou pano limpo; (Fig.2-20).

Fig. 2-20 - Quando a cabeça aparecer, cubra o ânus da parturiente com gaze ou um
pano limpo.

(g) Enquanto a cabeça da criança for saindo, peça à parturiente que respi-
re em ritmo bem acelerado (respiração curta e rápida);
(h) No momento em que a cabeça do bebê sair, ampare a cabeça para
que a criança não se machuque (Fig. 2-21);

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(i) Depois de sair a cabeça do bebê, o resto do corpo vai sair com facilida-
de e rapidez. Não puxe o corpo da criança; você deve apenas ampará-lo (Fig. 2-
22).

Fig. 2-21 - Não puxe o bebê. Espere o desenrolar do nascimento. Ao sair, a cabeça
do bebê faz um pequeno giro.

Fig. 2-22 - Neste momento começam a sair também os ombros e o resto do corpo.

(j) Nos raros casos em que houver dificuldade de saída dos ombros:
(k) Pegue a cabeça da criança em suas mãos e abaixe-a com muito cuida-
do para um ombro poder sair. Depois levante a cabeça do bebê um pouco para sair
o outro ombro;
(I) Após o nascimento, ajude a criança a respirar. Retire a secreção muco-
sa que se acumulou na boca e no nariz do bebê, com gaze ou com um pano bem
limpo. Não use lenço de papel nem algodão;
(m) Se a criança chorar, é sinal de que está respirando. Se a criança não
chorar, segure-a firmemente pelas pernas, de cabeça para baixo. Isto permitirá a
saída de qualquer líquido que esteja impedindo a respiração;
(n) Dê alguns tapinhas bem delicados nas costas do bebê, para ajudar a
respiração;
(o) os bebês nascem cobertos por uma secreção mucosa (como uma
“gosma");
(p) Você deve tirar toda esta secreção que se acumulou na boca e no nariz
do bebê. Isto deve ser feito com gaze ou pano bem limpo; (Fig. 2-23).

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Fig. 2-23 - Retirar a secreção que cobre o bebê.

(q) Se tudo isto não der certo, aplique a respiração artificial. Sopre suave-
mente. Lembre-se de que os pulmões do bebê são frágeis;
(r) Amarre o cordão umbilical a mais ou menos quatro dedos de distancia
do corpo do bebê. Use um barbante ou fita bem fina e limpa;
(s) Faça dois outros nós no cordão, um pouco mais adiante;
(t) Corte o cordão entre o 2. O e o 3. O nó; portanto, ficarão dois nós do la-
do da criança. O corte não causará dores à criança nem à mãe, (Fig. 2-24).

Fig. 2-24 - Corte o cordão umbilical entre o 2.o e 3.0 nó

(u) Coloque o bebê deitado de bruços, com a cabeça de lado, sobre a bar-
riga da mãe. Cubra-o para mantê-lo aquecido;
(v) Agora, dê assistência à mãe. Não tente puxar o cordão umbilical. Ele
sairá naturalmente junto com a placenta mais ou menos vinte minutos após o nas-
cimento;
(w) Se após a saída da placenta, houver hemorragia forte, tampone a va-
gina com gaze, algodão ou panos limpos;
(x) Comprima com as mãos a parte de cima da barriga da mãe e enfaixe
firmemente;
(y) Recomendações especiais:
- se o médico não chegar até o final do parto, transporte a mãe e a cri-
ança para um hospital. Não deixe que a parturiente ande, leve-a deitada;
- não deixe que a mãe amamente o bebê. O primeiro choro não é sinal
de fome, é apenas vitalidade;
- se ao invés da cabeça, o nascimento se iniciar por alguma outra parte
do corpo (braços e pernas) não faça nada. Leve a mãe imediatamente para o hospi-
tal ou aguarde a chegada do médico.
z) Afogamento.
1) Antes de mais nada, é preciso retirar a vítima da água;
2) Você deve agir rapidamente, mas sem precipitação. Verifique se existem
correntezas; verifique também o tamanho e o peso da vítima, e se a vítima está
consciente ou inconsciente;

68
3) Se a vítima estiver consciente, é provável que ela esteja desesperada e
em pânico. Você deve se atirar na água para salvá-la (desde que você mesmo
saiba nadar, é claro ... ), mas deve evitar que a vítima, em desespero, se agarre a
você;
4) Procure colocar ao alcance da vítima alguma coisa em que ela possa se
agarrar; barcos, pranchas, bóias, pedaços de pau, cordas etc.;
5) Se a vítima estiver desacordada, você deve arrastá-la para a margem.
Neste processo, mantenha o rosto da vítima fora da água;
6) Uma vez alcançada a margem, se a vítima estiver consciente, bastará ge-
ralmente aquecê-la e tranqüilizá-la;
7) Se a vítima do afogamento estiver inconsciente, é provável que ela esteja
com frio, arroxeada e com a respiração suspensa. Neste caso, é preciso reanimá-
la;
8) Coloque a vítima deitada de bruços, com a cabeça mais baixa do que o
resto do corpo. O tórax e o abdômen da vítima devem estar calçados com o braço
da vítima;
9) Nesta posição comprimir e descomprimir a base do tórax com as mãos
abertas, adotando-se a posição dita "posição montada";
10) Se você conseguir reanimar a vítima desta maneira, vire-a e aplique a
respiração boca a boca;
11) Assim que a vítima estiver melhor, providencie a sua remoção para o
hospital.

4.8 - Vítima inconsciente


a) Diante de uma vítima inconsciente, procederemos da seguinte forma, na se-
qüência:
1) Desobstruir as vias aéreas, retirando dentaduras, pontes móveis, secre-
ções e qualquer tipo de corpo estranho que esteja dificultando a respiração;
2) Posicionar a cabeça de forma que fique estendida para trás, impedindo
que a língua obstrua a garganta;
3) Estancar eventuais hemorragias externas com o método adequado;
4) Palpar o corpo todo, delicadamente, para verificar a existência de fraturas;
5) No caso do paciente inconsciente não haverá referência da dor. Suspei-
tar-se-á, no caso, de fratura, se alguns dos seguintes sinais forem observados:
(a) Posicionamento anômalo do membro;
(b) Inchaço localizado no membro ou articulações;
(c) Crepitação (como quando se esfregam os cabelos entre os dedos sua-
vemente, a palpação do foco da fratura.
6) Imobilizar as fraturas conforme foi descrito anteriormente;
7) Chamar o médico ou transporte especializado;
8) Se não for possível atender ao item anterior, transportar o paciente pelo
método da padiola, como descrito adiante neste manual.

4.9 - Transporte de feridos


a) Quem presta primeiros socorros pode ver-se na necessidade de transportar
um ferido ou uma pessoa atingida inesperadamente por enfermidade grave.
b) É preciso pesar bem os prós e os contra do transporte de um ferido, Casos
há em que a natureza da lesão torna imperioso o transporte, e outros em que pode

69
haver dúvida. Se há médico próximo, ele decidirá se a lesão pode tratar-se em casa
ou é necessário transportar o paciente para uma instituição médica.
c) Sempre que possível, é melhor que o transporte seja realizado por pessoal
especializado em ambulância de hospital, ou outras pessoas orientadas por um
médico. Será preciso usar o bom senso para saber o que é melhor em cada caso.
Dar-se-ão neste capítulo algumas noções acerca da maneira de levantar e
transportar os feridos segundo as diversas facilidades existentes. Erguer ou
transportar um traumatizado de maneira incorreta pode, em muitos casos, agravar a
lesão.
d) Para preparar o ferido para o transporte, deve-se fazer o que explicamos nos
capítulos anteriores (exame do ferido, prevenção e tratamento do choque etc.). É
óbvio que é preciso descobrir com urgência, pelo exame do paciente, se alguma
lesão requer precauções especiais para o transporte.
e) Transporte de traumatizados de coluna
1) Se for imprescindível a remoção da vítima com suspeitas de fratura de co-
luna, tomar as seguintes precauções;
(a) O transporte deve ser feito em maca ou padiola duras com a vítima em
decúbito dorsal (de barriga para cima);
(b) Os pacientes devem ser transferidos e manipulados com muito cuidado
para se evitar flexão ou extensão excessiva de regiões da coluna com suspeita de
lesão;
(c) Evite movimentos de virar ou dobrar a coluna, principalmente no mo-
mento de se colocar na maca ou padiola;
(d) No caso de coluna cervical traumatizada, ao transportar a vítima, colo-
que um calço de cada lado da cabeça para manté-la imóvel.
f) Os vários meios de transporte
O transporte pode ser manual (quando se transporta o ferido sem ajuda de
aparelho algum), ou por meio de material especial ou improvisado (padiola, cadeira
etc.), ou por meio de veículos, automóvel, ambulância, avião, helicóptero, carro etc.
g) Princípios gerais de transporte
1) Para maior proveito do paciente, deve tratar-se de transportá-lo na medida
do possível deitado, de maneira ao mesmo tempo suave e rápida, sendo preferível,
salvo em casos de extrema urgência, sacrificar a rapidez em favor da suavidade de
movimentos, ainda que mais lentos. Conseguir ou improvisar uma padiola é melhor
que o transporte manual
2) Evitar a pressa indevida e os movimentos desatinados que ela provoca.
Os movimentos serão suaves e lentos. Evitar, na medida do possível, movimentos
bruscos e solavancos.
3) Se há mais de uma pessoa, uma delas, a mais experiente, será quem di-
rige, e a outra ficará com o paciente e o atenderá até que seja posto em mãos do
médico.
4) Se a lesão é pequena e não incapacita o paciente, pode permitir-se-lhe
que vá caminhando, se a distância é curta.
5) Pode ir sentado, o paciente que tem lesões leves e não está inconsciente
nem com o estado geral afetado. Quando há dificuldade de respirar, pode, se ne-
cessário colocá-lo semí-sentado.
6) Em todos os demais casos é preferível que o transporte se faça deitado
h) Transporte manual (Fig. 2-25)
O método de levantamento e transporte de um ferido variará segundo o nú-
mero de pessoas que possam ajudar, a força, ou melhor ainda, a habilidade dos

70
mesmos, o peso e a espécie de lesão do paciente. É preferível obter a ajuda de 3
ou 4 pessoas para tornar o transporte o melhor possível.
i) Levantamento e transporte do ferido, por uma pessoa
1) Sempre que possível, tratar de conseguir que outra pessoa ajude a levan-
tar e transportar o ferido, pois assim se fará com menor esforço e com maior suavi-
dade para o paciente. As circunstâncias poderiam, no entanto, obrigar a quem pres-
ta primeiros socorros a atuar só. Em caso de fratura é preferível não tentá-lo, a fim
de não agravar o estado do ferido ou não provocar-lhe sofrimentos.
(a) Pessoa consciente:
- colocar-se à esquerda do ferido, com o joelho esquerdo apoiado no so-
lo;
- colocar o braço direito debaixo da parte superior do tórax e o esquerdo
por baixo dos joelhos;
- pedir ao ferido que se pegue com os braços ao pescoço de quem o le-
vanta;
- por-se em pé e transportá-lo;
- pode-se levar também nas costas, método este menos cansativo.
(b) Pessoa inconsciente
- Varia o procedimento para levantá-lo segundo esteja de costas ou de
bruços.
- Enfermo de Costas:
- amarrar ambas as mãos com uma "gravata". Passar as mãos amarra-
das pelo pescoço de quem auxilia, e levantá-lo depois na forma descrita para a
pessoa que esteja na posse dos sentidos.
- Enfermo de bruços:
- ajoelhar-se diante do caído, olhando para sua cabeça. Pôr os braços
debaixo das axilas do acidentado e levantá-lo, até que esteja sobre seus joelhos.
Pegá-lo pela cintura e levantá-lo, até que esteja em pé (ajudando com os joelhos).
Pegar depois, com a mão esquerda, o punho do paciente, e agachar-se, jogando o
paciente para cima do ombro e das costas.
Com o braço direito, pegar o joelho direito do paciente e levantar-se. O
paciente ficará sobre os ombros de quem o socorre. Este, com seu braço e mão
direitos, o pega pelos membros inferior e superior direitos (ver fig 2-25).
- O descrito acima é válido quando se tem absoluta certeza de que:
- a vítima está respirando bem;
- não há qualquer tipo de fratura;
- não há mais ninguém por perto para ajudar.
j) Como ajudar a caminhar um acidentado leve
Pôr-se do lado do paciente, passar o braço são do mesmo sobre o ombro e suster-
lhe o punho com a mão. Se necessário, passar o outro braço pela cintura do enfer-
mo para ajudá-lo a suster-se e caminhar.
l) Levantamento por duas pessoas (Fig. 2-26).
1) Pessoa inconsciente ou que deve se movimentar pouco:
2) Dois métodos são aplicáveis:

71
72
Fig. 2-25 - Transporte de feridos
a) Pôr-se de joelhos, um de um lado e outro do outro e passar cada um
uma das mãos debaixo do dorso e a outra por trás dos joelhos, segurando-as de-
baixo do paciente. Para levantar é mais prudente que um deles se levante primeiro,
ficando agachado, e em seguida o outro.
b) Outra maneira é a seguinte: porem-se ambos os socorristas do mesmo
lado, ajoelhados, passando um deles um braço por trás da cintura e o outro por
baixo da parte alta do dorso, e quem se encontra na extremidade das pernas e das
coxas. Ao comando de quem dirige, por-se-ão em pé.
c) O transporte poderá fazer-se na mesma forma em que está o ferido ao
terminar de levantá-lo do chão, podendo utilizar-se qualquer dos procedimentos de
transporte em padiola verdadeira ou improvisada, que mencionaremos a seguir.
m) Transporte por duas pessoas
1) Segundo o estado geral do paciente, este poderá ir a pé, ajudado por du-
as pessoas, sentado ou semideitado.

Fig. 2-26 - Transporte por duas pessoas

73
(a) A pé
- Este método é semelhante ao já descrito para o caso de um único so-
corrista. Neste caso, haverá um de cada lado. Caminhar lentamente, marcando
passo com o paciente.
(b) Sentado
- É semelhante este transporte ao brinquedo que as crianças chamam
"cadeirinha". Forma-se um assento com três mãos ou com quatro. É aplicável a um
paciente que não possa caminhar, mas sem tendência a desmaios, e que possa
utilizar um dos braços ou ambos. Se puder usar ambos, fazer-lhe um assento com
três mãos, para que o braço de um dos socorristas fique livre para suster o paciente
do lado ferido.
(c) Cadeira com quatro mãos
- Cada um dos socorristas se ajoelha a um lado do paciente sentado,
pede-se-lhe que ponha os braços sobre os ombros dos auxiliares. Passar a seguir
os braços por baixo das coxas do paciente, pegando cada um seu próprio punho
direito, e a seguir, com a mão direita pegar o punho esquerdo do outro auxiliar.
Levantam-se juntos e caminham com "passo desencontrado", começando quem
está à esquerda, com o pé esquerdo e quem está à direita, com o pé direito (Fig. 2-
27).

Fig. 2-27 Fig. 2-28

Fig. 2-27 - Levantamento por duas


Fig. 2-28 - Cadeira com três mãos.

(d) Cadeira com três mãos


- É semelhante à anterior, salvo em que as mãos se entrelaçarão na
forma que mostra a gravura, ficando livre o braço de um dos socorristas para pas-
sá-lo debaixo dos ombros do paciente. (Fig. 2-28).
(e) Cadeira com duas mãos
- Pode-se levá-lo também sobre duas mãos entrelaçadas, que se pas-
sam por baixo das coxas. Passar, cada um, um braço pelas costas do paciente e
pegar o ombro um do outro. O paciente passa os braços pelos ombros de ambos.
(f) Enfermo sem sentidos (transporte semideitado).
- Um dos socorristas se põe entre as pernas do acidentado (ou doente),
pegando-lhe os membros inferiores por baixo dos joelhos, enquanto o outro passa
os braços por baixo das axilas, cruzando as mãos por cima do peito do paciente.
Levantam-se juntos e começam a marcha, um com o pé esquerdo e o outro com o

74
direito, para evitar o excessivo balanço do paciente. O ajudante mais forte sustenta-
rá a cabeça e os ombros. Não se deve usar este modo de transporte se há fraturas
ou luxações ou alguma lesão grave.
n) Levantamento e transporte com três pessoas
1) Na falta de padiola, este método é um bom substituto dela. Não se pode
usar, entretanto, quando há fratura na coluna vertebral ou de membro inferior, a
menos que esteja muito bem imobilizado, e unido ao são, o membro fraturado.
2) Se há um lado lesionado, pôr-se do outro. Os três estarão sobre o mesmo
lado, o mais forte na altura dos quadris, que lhe segue em forças na altura dos
ombros, e o menos forte na altura das pernas e pés. Cada um estará apoiando no
solo o joelho que fica para a extremidade dos pés do ferido.
3) Quem está mais próximo da cabeça passará um braço por trás da nuca e
dos ombros e o outro por trás da parte alta das costas. O do meio passará os bra-
ços por baixo dos quadris, e o terceiro por baixo dos joelhos e tornozelos. Levantá-
lo a seguir até colocá-lo sobre o joelho que não se apóia em terra e sustê-lo ali
enquanto é melhor acomodado. Feito isto, os auxiliares se levantam. Colocá-lo de
lado, com o peito contra o peito de quem está suportando a cabeça e o tórax. Ca-
minhar, marcando todos passos certos. (Fig. 2-29).
o) Levantamento com seis pessoas
Pode utilizar-se, para levantar um fraturado de coluna vertebral. Colocam-se
três pessoas de um lado e três do outro e passam alternadamente as mãos por
baixo do paciente, mantendo um joelho em terra. Levantam-se todos a um tempo,
lentamente, tratando para que não se mova o lugar fraturado.
p) Transporte em material especial ou improvisado
1) Transporte em uma cadeira

Fig. 2-29 - Padiola improvisada com cobertor

É uma boa maneira de subir ou descer com um paciente por escadas. É


conveniente que a cadeira tenha o encosto mais reto possível. O paciente será
sentado na cadeira, sendo transportado com um ajudante em cada extremidade da
mesma e um de cada lado, segundo a largura da escada.
2) Padiolas improvisadas
(a) Quando não se pode conseguir uma padiola, com um pouco de enge-
nho pode improvisar-se uma. Algumas das coisas que podem ser usadas, são:
- uma tábua, porta, veneziana, escada, catre. São mais fáceis de trans-
portar as descritas a seguir.

75
- com um cobertor - arranjar duas varas compridas e redondas e nelas
enrolar as extremidades do cobertor, até que fique da largura de 60 centímetros.
Fixar a parte enrolada com alfinetes de segurança, ou com cordas que se passarão
por orifícios feitos no cobertor. Muito bom resultado dá o método que mostra a figu-
ra abaixo. Se não se conseguem varas, dobrar o cobertor várias vezes. Neste caso
deve ser levado por três pessoas de cada lado, para impedir que afunde na parte
média (Fig. 2-29).
- com sacos - dois sacos fortes se atravessam por seus lados com duas
varas. (Fig. 2-30).

fig. 2-30 - Padiola improvisada com sacos

- casaco e colete - pôr os casacos com as mangas viradas para dentro e


abotoadas. Passar as varas pelas mangas. A parte que corresponde às costas será
a que formará a face superior da padiola. Pode fazer-se também a padiola com um
casaco e um colete, usando a parte correspondente a este para os membros inferi-
ores.
3) Maneira de usar as padiolas improvisadas
Se usa uma tábua, porta, escada ou veneziana, pôr por cima cobertores,
palha ou roupa, para que fique mais confortável. Nas outras, provar a padiola com
uma pessoa sã, para ver se resiste ao peso. Ver, adiante, as instruções gerais para
o transporte em padiola.
4) Padiola propriamente dita
a) Há muitos e variados modelos. Têm todas em comum o fato de serem
leves, simples e desarmáveis. Uma forma muito comum utilizada em hospitais e
sanatórios é a de ferro esmaltado ou niquelado, com lona. As pernas e as braçadei-
ras são dobráveis.
b) A padiola tipo Furley é utilizada na Inglaterra e Estados Unidos. É do-
brável.
5) Maneira de levar a padiola.
a) Segundo o peso do paciente, o número de pessoas que podem ajudar e
a distância a percorrer, a padiola poderá ser levada por duas ou quatro pessoas.
Quando são quatro as pessoas, poderia cada urna delas pegar uma das braçadei-
ras (do lado de fora), ou podendo dois dos carregadores colocarem-se ao lado da
padiola, pegando uma borda.
b) Para evitar os solavancos que prejudiquem o paciente, prudente é se-
guir os conselhos seguintes:
- ao levantar a padiola, fazê-lo simultaneamente em ambas as extremi-
dades e de maneira suave.
- caminhar com passo desencontrado (começar a caminhar um com o
pé direito e o outro com o esquerdo). Se são quatro os carregadores da padiola,
começarem todos a caminhar com o pé que dá para a padiola.

76
- quando o terreno é plano, levar o paciente com os pés para adiante.
Quando for inclinado, tratar de manter a padiola horizontal. Se cansa levá-lo hori-
zontalmente, em caso de fratura de membro inferior, levar na forma habitual em
subida e em descida com a cabeça para adiante, com o propósito de impedir que o
peso do corpo comprima a fratura. No caso de um paciente que se sente bem, para
manter a cabeça um pouco mais elevada que o corpo, levá-lo com a cabeça para
adiante nas subidas e na forma habitual nas descidas.
- se possível, evitar passar a padiola atravessando valos, paredões ou
cercas de arame.
q) Transporte em veículo
1) Transporte em carroça
É freqüente no campo ter que recorrer a este meio de transporte de feridos
ou enfermos. Colocar a padiola verdadeira ou improvisada sobre um colchão ou
utilizar como padiola um estrado de cama com o colchão por cima. Na falta de outra
coisa, colocar palha e o colchão por cima. É conveniente que alguém vá atrás com
o paciente para evitar que se mova com os solavancos da carroça, às vezes inevi-
táveis. A cabeça estará para diante.
2) Transporte em caminhão
(a) Far-se-á na mesma forma que em carroça. É mais conveniente que se-
ja um caminhão leve, pois tem molas mais suaves. Evitar as freadas bruscas. É
preferível ir devagar.
(b) Para levantar a padiola sobre uma carroça ou caminhão, é conveniente
que haja pelo menos três pessoas. Depois de haver-se levantado a padiola até o
nível do assoalho do caminhão, será mantida por duas pessoas, enquanto outra
sobe para ajudar a pô-Ia dentro do veículo. Se há somente duas pessoas, apoiar
uma extremidade da padiola sobre o assoalho e, enquanto uma pessoa sustém a
extremidade livre, a outra sobe ao veículo.
3) Transporte em automóvel
(a) Se é um automóvel de duas portas, colocar a padiola com a parte que
corresponde à cabeça sobre o assento traseiro, e a parte anterior da padiola sobre
o dianteiro, dobrado. Se há desnível, compensá-lo colocando sobre o assento mais
baixo cobertores ou outra coisa para nivelar. Se custa colocar a padiola, pôr primei-
ro a padiola e em seguida o enfermo sobre ela.
(b) Em um automóvel comum, ter-se-á que colocar o traumatizado sem
padiola, deitado sobre o assento, com as pernas dobradas, para que possa ali ca-
ber. No lugar que corresponde à cabeça, pôr travesseiros, ou melhor ainda, para
que atenda o paciente durante a viagem, alguma pessoa, sobre cujas pernas ele
apoiará a cabeça e os ombros. Às vezes, o transporte poderá fazer-se em um rebo-
que.
4) Transporte em ambulância
É o meio ideal de transporte, pois está provido de padiola, lugar para colocar
um ou dois pacientes e pessoal especializado para efetuar o transporte.
r) Transporte por estrada de ferro
Em um trem comum pode ser necessário pôr paciente sobre uma padiola no
vagão destinado ao transporte de mercadorias, se não há vagão-dormitório nem
compartimento em que possa ficar deitado. Em caso de catástrofe ou de guerra
costuma haver composições sanitárias especiais.
s) Transporte em barcos

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Onde há rios navegáveis, um dos métodos mais suaves de transporte é o
fluvial. Tem ele o inconveniente de lentidão. Para o embarque e desembarque,
aplicar-se-ão os mesmos princípios gerais que já explicamos anteriormente.
t) Transporte por via aérea
1) Está-se utilizando mais e mais para o transporte de feridos e enfermos
graves, este meio que permite, em poucas horas, levar o paciente aos grandes
centros do país.
2) Um grande progresso constituem os helicópteros, que permitem atingir as
zonas de outra maneira inacessíveis e isoladas, onde um avião comum não encon-
traria lugar para pouso e onde uma ambulância não teria estrada praticável. É de se
esperar que multiplique o número destes aparelhos dedicados a tão humanitário
propósito.

5.0 - RELACIONAMENTO COM O PÚBLICO

5.1 Fundamentos
a) Todo PM, de serviço ou não, é um agente de relações públicas da Corpora-
ção.
b) Qualquer ato praticado é considerado como manifestação da instituição a
que pertence.
c) Além da vida profissional, sua vida particular tem que ser exemplar uma vez
que o PM, normalmente, exerce liderança na comunidade.

5.1 Virtude
a) Absoluto respeito pela vida humana, jamais usando seus conhecimentos,
posto ou instrumentos que lhe são confiados pela sociedade, de forma arbitrária ou
em situações não amparadas pela lei.
b) O PM não deverá, jamais, fazer comentários desairosos a seus superiores,
pares ou subordinados.
c) A solidariedade não pode induzir o PM a ser conivente com a infração das
leis em vigor, devendo agir segundo os preceitos regulamentares.
d) Exercer as funções com dignidade e consciência, observando, na profissão
ou fora dela, as normas prescritas neste manual, pautando seus atos pelos mais
rígidos princípios morais, de modo a se fazer estimado e respeitado na Corporação
ou na parcela da sociedade onde atuar ou conviver.
e) Cultuar a instituição da família, em todos os seus aspectos, por ser a “célula
mater" da sociedade, tendo em vista que o comportamento particular dos integran-
tes da Corporação refletirá sobre o posicionamento da Instituição, perante a opinião
pública.
f) Pautar a conduta de forma a apresentar-se para o serviço em perfeitas condi-
ções físicas, psíquicas e mentais, a fim de bem desempenhar as funções.

5.2 Atitude e conduta do PM


a) Manter atitude serena, postura erecta, não gesticulando exageradamente ao
falar. A atitude do PM em serviço deve distinguir-se da do mero espectador ou pas-
sante. Deve demonstrar atitude profissional de quem sabe o que faz e está cônscio
de estar fazendo.

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b) Evitar atitude de patrulha disciplinar ou de patrulha militar em zona ocupada,
afetada, rígida, exageradamente marcial, pois isto o distanciará da população, ini-
bindo a aproximação daqueles que necessitem.
c) Não fumar durante o atendimento ao público e atendimento de ocorrência e,
fora disto, fazê-lo com discrição. Também não comer frutas ou lanches em vias
públicas. Se tiver que tomar um lanche, fazê-lo em lugar sóbrio, de preferência ao
fundo do estabelecimento.
d) Ser sociável, evitando, entretanto, participar de "rodinhas".
1) O patrulheiro deve integrar-se na vida do seu subsetor, especialmente, no
caso de patrulhas de vias públicas.
2) Deve conversar com motoristas de táxis, gerentes de bancos e de lojas,
bem como com demais freqüentadores do subsetor, estabelecendo um relaciona-
mento que lhe permita a coleta constante de informações.
3) Sua conversa, especialmente com mulheres, deve ser comedida, evitando
a intimidade que possa tolher-lhe qualquer ação futura ou ser mal interpretado.
4) Lembrar-se que toda informação tem sempre valor se analisada e somada
a outras. Não deve o patrulheiro fazer segredo ou monopólio das informações que
recebe, mas transmiti-las ao seu Comandante. Muitas informações que colha serão
úteis aos seus colegas que trabalham em Outros horários de serviços.
5) Muitas vezes a pessoa que está informando nem se apercebe do fato,
portanto o patrulheiro deve ter tato para colher todos os informes possíveis, mas
sem despertar-lhe suspeitas.
6) Além das pessoas já citadas, são excelentes fontes de informações, pela
atividade que exercem ou pelo tempo ocioso de que dispõem:
(a) entregadores de leite, jornais, bebidas e outros;
(b) pessoas que trabalham em bancas de jornais;
(c) vendedores de bilhetes de loteria;
(d) empregados de bares, bilhares;
(e) aposentados;
(f ) engraxates.
e) No trato com o público, ser sempre cortês, principalmente no atendimento de
ocorrências, jamais tomando partido, lembrando-se sempre que representa a lei e
não deve transformar-se em parte da ocorrência.
f) Evitar a permanência desnecessária dentro de estabelecimentos, entrando
naqueles suspeitos ou incompatíveis apenas quando, para o desempenho de fun-
ções próprias de patrulheiro (vigilância, detenção ou averiguações).
g) Quando abordado pelo rondante ou outro superior hierárquico, de qualquer
posto ou graduação, apresentar-se correta e cortesmente, numa demonstração
pública de disciplina consciente. Nada impressiona mais o público do que conhecer
no "seu patrulheiro", um PM disciplinado.

5.3 Ritual de abordagem


a). Envolve cinco pontos fundamentais, a saber:
1) Cumprimento
(a) Compete ao PM "quebrar o gelo", cumprimentando o usuário:
- Bom dia, cidadão;
- Boa tarde, senhora;
- Boa noite, cavalheiro.
(b) A seguir, o PM esclarece os motivos da abordagem.

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2) Tom de voz
Adequado e moderado - não adianta "gritar" ou "falar grosso" para se fa-
zer ouvir, nem para impressionar e muito menos para reprimir. Uma frase aparen-
temente normal pode ser ofensiva, dependendo da tonalidade de voz empregada.
Uma voz áspera machuca os ouvidos. Lembre-se: a maioria dos atritos são devidos
unicamente a uma tonalidade de voz inadequada.
3) Linguagem
Falar com correção. Existe o chavão "fale a linguagem de seu interlocu-
tor", o qual até certo ponto é válido para nós, porém não nos é dado descer em
demasia. O PM deve desenvolver uma linguagem dentro dos padrões da Polícia
Militar; para isso precisa ler muito e com freqüência.
4) Gestos
Os gestos dizem bastante, até mais do que às vezes pretendemos dizer.
É preciso cuidado com os gestos. Ao abordar um infrator, devemos eliminar as
gesticulações. Há PM que têm o hábito de levar a mão ao coldre quando conver-
sam com as pessoas, gesto este que pode ser explorado maldosamente. Outros
apontam com o dedo ao dar uma informação e podem atingir a face de alguém que
esteja passando. Muitos outros gestos desagradáveis, os quais depõem contra a
pessoa do PM, poderiam ser citados, porém o importante é corrigir-se desses ges-
tos.
5) Atitude
Deve ser condizente com a formação policial-militar. Atentar para a pos-
tura. Não se encostar na porta do veículo ou apoiar-se em suas laterais. Tomar uma
posição elegante, capaz de impressionar por si só. Estabeleça um paralelo mental
entre a continência e a abordagem. Por exemplo, se o militar faz a continência
parado, atentando apenas para o gesto e para a duração, o que acontece? - A
saudação fica ridícula, sendo notório, a qualquer leigo, que algo está errado. Porém
se toma a posição de sentido, atentando para a atitude, qualquer um percebe sua
formação e respeito. Na abordagem ocorre a mesma coisa; pela atitude do PM, à
primeira vista, o infrator já sabe com quem fala. É importante lembrar, ainda uma
vez mais, que a primeira impressão é a que fica, que facilita ou que complica o
relacionamento entre pessoas. Tome uma atitude que demonstre atuação e não
medo.

5.4 Procedimentos diversos


a) Para com oficiais e praças da reserva ou reformados - Não só o respeito exi-
gido pelas normas regulamentaras, mas o apreço que merece quem, com galhardia
e entusiasmo, nos legou um passado de glórias, do qual hoje nos orgulhamos.
b) Para com oficiais e praças da ativa - Colaborar com todos, não só prestando
serviços profissionais, bem como solidarizando-se em dificuldades particulares que
estejam ao seu alcance minimizar.
c) Com oficiais e praças das Forças Armadas - O relacionamento será sempre
em termos corteses e de alta camaradagem.
d) Com oficiais e praças das Polícias Militares de outros Estados e Territórios -
O relacionamento será afável, devendo empenhar-se ao máximo, quando visitado,
para demonstrar hospitalidade e respeito às co-irmãs.
e) Com infratores - Aplicar a punição sem ódio, não considerando a infração
cometida como desrespeito à pessoa do PM.

80
f ) Com senhoras - O relacionamento será feito sempre em termos cavalheires-
cos.
g) Com idosos e crianças - Além de tratamento carinhoso, por representarem a
futura e passada geração, ambos receberão atendimento especial por parte do PM
por serem extremamente vulneráveis aos perigos que a sociedade oferece.
h) Com a imprensa - Não solicitar, provocar ou sugerir publicidade que importe
promoção pessoal ("vedetismo") de seus merecimentos ou atividades profissionais.
Quando solicitado pela imprensa, transmitir, apenas, dados gerais e concretos
sobre a ocorrência, sem dar entrevista, não emitindo opinião pessoal, orientando,
polidamente, para que procure o órgão responsável de sua Unidade ou da Corpora-
ção.
i) Com membros das diversas carreiras da Polícia Civil - O relacionamento será
feito em termos de respeito e de colaboração mútuos.
j) Em caso de dificuldade no atendimento de ocorrência, por interferência de
terceiros (integrantes da Corporação, da Polícia Civil, políticos e membros de outros
órgãos públicos), solicitar a presença de seu Comandante imediato.

5.5 Uso da viatura


a) A viatura é mais visível do que o próprio PM que a conduz, portanto é alta-
mente representativa da Organização, devendo ser dirigida com total observância
das regras de circulação de trânsito, servindo, em conseqüência, de exemplo aos
demais usuários da via.
b) A viatura, quando utilizada na ronda normal, nas vias de grande movimento,
obedecerá a velocidade do trânsito, posicionando-se à direita da via para facilitar o
estacionamento, quando se defrontar com problemas. Nas vias de pouco tráfego, o
deslocamento será em velocidade reduzida, sem prejudicar os demais usuários,
facilitando a observação dos patrulheiros.
c) O uso da sirene e o equipamento da sinalização luminosa ("giroflex" ou "pis-
ca-pisca") será restrito aos deslocamentos de emergência ou sinalização.

5.6 Atividades de representação


a) Funeral
1) Identificar os parentes próximos do falecido, apresentando condolências
em seu próprio nome ou de quem esteja representando.
2) Evitar as aglomerações, gestos ou quaisquer outros atos que
chamem a atenção. Agir com discrição.
b) Casamento - apresentar-se da melhor forma possível, fazendo uso modera-
do de bebidas alcoólicas.
c) Solenidades religiosas - agir, com todo respeito e discrição; eis que o fato de
estar fardado fará com que todos percebam sua presença.
d) Filmagens - aja com naturalidade e, no caso de ser solicitado previamente
para fazê-lo, instruir o interessado para que obtenha autorização dos escalões
superiores.

6.0 - PROCEDIMENTOS EM INCÊNDIO E SALVAMENTO

6.1 Providências antes da chegada dos bombeiros


a) Verificar e salvar vítimas;

81
b) Combater o incêndio;
c) Isolar o local;
d) Levantar dados, sobre vítimas, o que está queimando, onde está o fo-
go,entradas e acessos, para preparar a chegada dos bombeiros.

6.2 Providências após a chegada dos bombeiros


a) Prestar informações ao "socorro de bombeiro";
b) Isolar a área, não permitindo a entrada de curiosos, imprensa e outros ele-
mentos, a não ser bombeiros;
c) Só atuar em situações de combate a incêndio e salvamento, quando solicita-
do pelo CCB (oficial em comando da operação), procurando ater-se, principalmen-
te, às ações de policiamento, evitando saques, furtos, depredações, pungas etc.;
d) Carrear ao posto de comando da operação, os integrantes da imprensa e au-
toridades que tentarem adentrar a área isolada;
e) Deixar livres (automóveis e pessoas) as principais vias de acesso ao local
sinistrado, à passagem de carros de bombeiro;
f) Desviar o trânsito;
g) Outras missões determinadas pelo seu chefe imediato ou na falta
deste, pelo CCB.

6.3 Como chamar o bombeiro


a). Ao chamar o bombeiro, o PM deve fornecer os seguintes dados:
1) nome;
2) local da ocorrência (rua, av., pontos de referência);
3) o que está ocorrendo (fogo, salvamento etc);
4) número do telefone usado;
5) no caso de orelhão, dar o código do mesmo, existente na parte inferior la-
teral;
6) permanecer junto ao telefone (se não for orelhão) desligado, para O CCB
confirmar a chamada;
7) na confirmação, informar da gravidade da ocorrência.

6.4 Prevenção e combate a incêndio


1) Os elementos que compõem o fogo são quatro: combustível, comburente,
calor e reação em cadeia.
(a) Esse quarto elemento, também denominado transformação em cadeia,
vai formar o quadrado ou tetraedro do fogo, substituindo o antigo triângulo do fogo
(Fig. 2-31).
(b) Para que haja fogo, necessitamos reunir o combustível, que atingindo
seus pontos de fulgor e combustão, gera gases inflamáveis, os quais misturados
com um comburente (geralmente o Oxigênio contido no ar), necessita apenas de
uma fonte de calor (uma faísca elétrica, uma chama ou um superaquecimento) para
inflamar e começar a reação em cadeia.

82
Fig. 2-31 - O tetraedro ou quadrado do fogo, substituindo o antigo triângulo.

2) Vejamos agora elemento por elemento, suas características e sua função


no fenômeno químico do fogo:
(a) Combustível é o elemento que alimenta o fogo e que serve de campo
para sua propagação.
- Onde houver combustível, o fogo caminhará por ele, aumentando ou
diminuindo sua faixa de ação.
- Os Combustíveis podem ser: sólidos, líquidos e gasosos, sendo ne-
cessário que os sólidos e líquidos sejam, primeiramente, transformados pela ação
do calor em gases, a fim de se combinarem com o comburente e formar dessa
maneira uma substância inflamável.
(b) Comburente é o elemento ativador do fogo; ele dá vida às chamas.
- O fogo, em ambiente rico de comburente (Oxigênio) terá suas chamas
intensas, desprenderá mais luz e gerará maior quantidade de calor.
- O comburente mais comum é o Oxigênio que está contido no ar atmos-
férico, numa porcentagem da ordem de 21%; portanto é o elemento do fogo que
está contido em quase todos os ambientes.
- Quando o Oxigênio está numa porcentagem abaixo de 13%, não have-
rá chama, somente brasa.
- Sem o comburente não poderá haver fogo.
(c) Calor é o elemento que dá início ao fogo; é ele que faz o fogo se pro-
pagar pelo combustível.
- Como já dissemos em nossa definição de fogo, os materiais necessi-
tam, primeiramente, ser aquecidos até gerar gases que, combinando-se com um
comburente (Oxigênio), formam uma mistura inflamável, a qual, submetida a uma
temperatura maior, inflamar-se-á, gerando maior quantidade de calor que vai aque-
cendo novas partículas do combustível e, inflamando-as de uma forma contínua e
progressiva, vai gerando maior calor.
- Esse processo contínuo e progressivo é o que chamamos de "Reação
em Cadeia".
(d) Reação Em Cadeia: os combustíveis, após iniciarem a combustão, ge-
ram mais calor; esse calor provocará o desprendimento de mais gases ou vapores
combustíveis, desenvolvendo uma transformação em cadeia ou reação em cadeia
que, em resumo, é o produto de uma transformação gerando outra transformação.

83
b). Métodos de Extinção do Fogo
1) Partindo do princípio de que para haver fogo é necessário o combustível,
o comburente e o calor, que formando o triângulo do fogo, ou agora modernamente
o quadrado ou tetraedro do fogo, quando já se admite a reação em cadeia, para
nós extinguirmos o fogo basta retirar um desses elementos.
(a) Com a retirada de um dos elementos do fogo, temos os seguintes mé-
todos de extinção: retirada do material, abafamento, resfriamento e química.
2) Extinção por retirada do material: quando retiramos o combustível, evita-
mos que o fogo seja alimentado e tenha um campo de propagação.
Exemplos: aceiro feito para apagar fogo em mato; quando fechamos o registro
de gás, o fogo do queimador se apagará por falta de combustível.
3) Extinção por retirada do comburente: quando retiramos o comburente
chamamos método de extinção por abafamento, e consiste em evitar que o Oxigê-
nio contido no ar se misture com os gases gerados pelo combustível e forme uma
mistura inflamável. Exemplo: Se colocarmos um copo emborcado de modo que o
Oxigênio não penetre no seu interior e tivermos uma vela acesa dentro do copo,
notaremos que, após alguns segundos, quando o fogo consumir todo o Oxigênio do
interior do copo, o fogo apagar-se-á por falta de comburente.
4) Extinção por retirada do calor: quando retiramos o calor do fogo, até que o
combustível não gere mais gases ou vapores e se apague, dizemos que extingui-
mos o fogo pelo método de resfriamento.
5) Extinção química: quando fazemos a interrupção da reação em cadeia.
(a) Esse método consiste no seguinte: o combustível, sob a ação do calor,
gera gases ou vapores que, ao se combinarem com o comburente, formam uma
mistura inflamável.
(b) Quando lançamos determinados agentes extintores ao fogo, suas mo-
léculas se desassociam pela ação do calor e combinam com a mistura inflamável
(gás ou vapor mais comburente), formando outra mistura não inflamável.
c) Propagação do fogo
1) O fogo se propaga por contato direto da chama sobre os materiais com-
bustíveis ou pelo deslocamento de partículas incandescentes que se desprendem
de outros materiais já em combustão e pela ação do calor.
2) O calor é uma forma de energia produzida pela combustão, ou originada
do atrito dos corpos. Ele se propaga por três processos de transmissão:
(a) Condução: quando o calor se transmite de molécula a molécula ou de
corpo a corpo.
- Para que haja transmissão por condução ou contato, é necessário que
os corpos estejam juntos. Exemplos: se colocarmos a ponta de uma barra de ferro
sobre o fogo, após algum tempo podemos verificar que a outra ponta não exposta à
ação do fogo estará aquecida.
- Nesse caso, o calor se transmitiu de molécula a molécula até atingir a
outra extremidade da barra de ferro.
- Se colocarmos um fardo de algodão junto a uma chapa de ferro e, na
outra face da chapa, a chama de maçarico, em breve notaremos que a parte do
fardo de algodão encostada na barra de ferro estará também aquecida. (Fig. 2-32).

84
fig. 2-32 - Transmissão de calor por Condução.

(b) Convecção: quando o calor se transmite através de uma massa de ar


aquecida que se desloca do local em chamas, levando para outros locais quantida-
de de calor suficiente para que os materiais combustíveis desses locais atinjam seu
ponto de combustão, originando outro foco de fogo. Exemplo de transmissão do
calor por convecção: o ar quente projetado pelo secador de cabelos.
- Nesse caso, quando o ar é aspirado pela ventoinha do motor do seca-
dor, passa antes pelas resistências aquecidas projetando ar quente sobre os cabe-
los.
- O mesmo acontece quando num incêndio localizado nos andares bai-
xos (ou porão) de um prédio, os gases aquecidos sobem pelas aberturas verticais
e, atingindo combustíveis dos locais elevados do prédio, irão provocar outros focos
de incêndios (Fig. 2-33).

Fig. 2-33 - Transmissão do calor por Convecção.

85
(c) Irradiação: quando o calor se transmite por ondas; nesse caso, o calor
se transmite através do espaço, sem utilizar qualquer meio material.
- Por comparação a estes últimos, se diz que o foco calorífico "irradia"
calor, e o calor se manifesta então como sendo irradiado.
- O calor irradiado se compara com a luz por todas as propriedades,
com exceção de que a luz é vista a olho nu e o calor irradiado não é percebido pela
vista.
- Exemplo típico de transmissão do calor por irradiação é o caso do calor
solar para o nosso planeta (Fig. 2-34).

Fig. 2.34 - Transmissão do calor por Irradiação

d) Classes de incêndio
1) Quanto ao material que se queima, podemos dizer que há uma divisão
clássica, onde encontramos três tipos de incêndio que são: "A", "B" e ,,c,,.
(a) Classe "A": fogos em sólidos de maneira geral queimam em superfícies
e profundidade.
- Após a queima deixam resíduos e o efeito de "resfriamento" pela água
ou soluções contendo água, é primordial para sua extinção. Exemplos: madeira,
papel, tecidos etc.
(b) Classe "B": fogos em líquidos combustíveis ou inflamáveis queimam
somente em superfície, não deixam resíduos depois da queima e o efeito de "aba-
famento" e "rompimento da cadeia iônica" são essenciais para sua extinção.
(c) Classe "C": fogos em materiais energizados (geralmente equipamentos
elétricos) onde a extinção só pode ser realizada com agente extintor não condutor
de eletricidade, para o operador não receber uma descarga elétrica.
2) Atualmente, se admite uma quarta classe de incêndio, CLASSE em que
os estudiosos do assunto ainda não chegaram a uma conclusão, pois enquanto
alguns autores consideram como sendo fogo em metais pirofóricos, como magné-
sio, antimônio, etc, que necessitam de agentes extintores especiais, outros a consi-
deram como fogo em produtos químicos e, outros, ainda, incêndios especiais, tais
como: veículos, aviões, material radioativo etc.
e) Agentes extintores

86
1) São todas as substâncias capazes de interromper uma combustão, quer
por resfriamento, abafamento ou extinção química, utilizando, inclusive, simultane-
amente esses processos; os principais agentes extintores são:
(a) Água: cuja ação de extinção é o resfriamento, podendo ser empregada
tanto no estado líquido como no gasoso.
- No estado líquido sob a forma de jato compacto, chuveiro e neblina.
- Nas formas de jato compacto e chuveiro, sua ação de extinção é so-
mente o resfriamento.
- Na forma de neblina, sua ação é de resfriamento e abafamento.
- A água no estado gasoso é aplicada em forma de vapor.
- A água é condutora de corrente elétrica.
(b) Espuma: agente extintor cuja ação de extinção é de abafamen-
to(principal) e resfriamento (secundária); por utilizar razoável quantidade de água
na sua formação, conduz corrente elétrica.
- A espuma pode ser obtida através de uma reação química de sulfato
de alumínio com bicarbonato de sódio e mais um agente estabilizador de espuma.
- Esse tipo de espuma se chama espuma química.
- Por um processo de batimento de uma mistura de água com um agen-
te espumante (extrato) e aspiração simultânea de ar atmosférico em um
- No estado líquido sob a forma de jato compacto, chuveiro e neblina.
- Nas formas de jato compacto e chuveiro, sua ação de esguicho pró-
prio, temos também a formação de espuma mecânica, que pode ser de baixa, mé-
dia e alta expansão.
(c) Gases inertes: tais como o anidrido carbônico ou gás carbônico (C02),
nitrogênio e hidrocarbonetos halogenados, não conduzem corrente elétrica, são
incompatíveis, mais pesados que o ar e extinguem o fogo por abafamento ou rom-
pimento da cadeia iônica.
(d) Pós químicos: tais como bicarbonato de sódio, sulfato de alumínio, gra-
fite, pós especiais próprios para o fogo em magnésio, sódio e potássio.
- Estes pós químicos geralmente atuam por abafamento e rompimento
da cadeia iônica e não são condutores de eletricidade.
(e) Líquidos voláteis: são agentes extintores atualmente em desuso, devi-
do a problemas de toxidez, formação de gases venenosos e corrosão quando em
seu emprego.
- Os mais conhecidos são o tetracloreto de carbono, o brometo de metila
e clorobromometano.
- Entretanto, são ainda utilizados na aviação, devido ao pequeno peso e
volume do aparelho extintor; atuam por abafamento (principal) e resfriamento (se-
cundário).
(f) Outros agentes: Além dos elementos já citados, podemos considerar
como agentes extintores, terra, areia, cal, talco etc.
f). Tipos de extintores
1) Os tipos de extintores mais conhecidos são:
(a) Químicos:
- de espuma; e
- carga líquida.
(b) Pressurizados:
- dióxido de carbono (C02);
- de pó químico seco; e
- de água;

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- de líquidos vaporizantes (compostos halogenados);
- tetracloreto de carbono;
- brometo de metila;
- clorobromometana; e
- outros.
g). Aplicações dos diversos tipos de extintores:
1) Os extintores de espuma são indicados para extinguir princípios de incên-
dios da classe "A" (madeira, papéis, tecidos, algodão etc.) quando em pequenos
focos e "B" (líquidos inflamáveis ou combustíveis, graxas e óleos).
(a) Não devem ser usados em equipamentos elétricos energizados, metais
pirofóricos incandescentes e incêndios em álcool, éteres, acetona e bissulfeto de
carbono, estes últimos, por dissolverem a espuma.
(b) Podem ser usados também em extinção de substâncias betuminosas
(asfalto etc.).
2) Os extintores de carga líquida são indicados unicamente para extinguir
princípios de incêndios em combustíveis comuns (classe "A"), tais como: madeiras,
papéis, tecidos etc., onde são necessárias as ações de resfriamento e umidificação;
não são recomendados para as demais classes de incêndio.
3) Os extintores de dióxido de carbono (C02) são indicados principalmente
para incêndios em equipamentos elétricos (classe "C"), pelo fato de não serem
condutores de eletricidade e em produtos líquidos (classe "B").
(a) Podem ser empregados também em equipamentos ou aparelhamentos
de alto valor, nos quais os outros extintores possam causar estragos irreparáveis.
(b) Entretanto, não são indicados para uso em equipamentos sensíveis às
bruscas mudanças de temperatura.
(c) São particularmente eficientes em incêndios, em numerosos líquidos in-
flamáveis, que dissolvem a espuma.
(d) Devido à formação de uma nuvem de descarga, podem ser facilmente
empregados nos incêndios em escapamento de gases.
(e) Não são indicados em incêndios de materiais comuns (classe "A") por
não possuírem efeito umidificante e não devem ser empregados em materiais livres
ou soltos, devido a sua ação de sopro.
(f) São particularmente indicados para extinção de incêndios em equipa-
mentos elétricos delicados e em centros de computação.
4) Os extintores de pó químico seco são indicados para extinção de fogo em
líquidos inflamáveis (classe "B") e em equipamentos elétricos energizados (classe
"C").
(a) Podem ser empregados em incêndios superficiais classe "A", desde
que se disponha de outros agentes extintores com ação umidificante para comple-
tar a extinção do fogo em profundidade.
(b) Podem ser usados em incêndios, em graxas, óleos e em substâncias
betuminosas (asfalto etc.).
- Nestes últimos, por não causarem efeito de ebulição violenta sobre a
superfície dos mesmos.
(c) Não são recomendados para metais pirofóricos em geral, exceto se
contiverem pó indicado para incêndios dessa classe.
5) Os extintores de água são indicados para extinção de incêndios em mate-
riais comuns (classe "A").

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Não devem ser usados nas demais classes, principalmente na classe "C",
tendo em vista que poderão conduzir corrente elétrica, pondo em perigo a vida do
operador.
6) Os extintores de líquidos vaporizantes, de um modo geral, são recomen-
dados para extinção de pequenos focos em equipamentos elétricos, veículos a
motor; são largamente utilizados para a proteção de motores de aeronaves, devido
ao seu pequeno peso e volume.
(a) Podem ser usados em princípios de incêndio em líquidos inflamáveis
ou combustíveis comuns, mas não são recomendados, devido a sua limitada capa-
cidade extintora, quando comparados com outros tipos mais adequados para esses
casos.
(b) Também não são indicados para uso sobre equipamentos de
precisão e sobre sistemas elétricos delicados, tendo em vista que os vapores pro-
duzidos podem danificar esse tipo de equipamento.
h). Manejo dos diversos tipos de extintores
1) O extintor de espuma funciona por inversão, isto é, necessita ser virado
com fundo para cima, para que as soluções contidas em seu interior se misturem,
dando início à reação.
(a) Em caso de incêndio deve ser feito o seguinte: - conduza o extintor até
o local das chamas, em pé, na vertical, seguro pela tampa tipo volante;
- a seguir, com o esguicho fixo voltado para as chamas, inverta o apare-
lho com o auxílio da alça situada em sua base; e
- dirija o jato para a base do fogo, movendo lentamente o aparelho para
que todos os focos de fogo sejam atingidos (dirija o jato contra um anteparo, quan-
do se tratar de fogo em recipiente contendo líquido inflamável ou combustível).
(b) Alguns extintores de espuma, de fabricação mais antiga, possuem
mangueira com um esguicho que facilita alcançar os focos de fogo com maior segu-
rança.
(c) O extintor de espuma é irreversível, pois após iniciada a reação não
pode mais ser interrompida, devendo o extintor ser usado até o seu esgotamento
total.
2) O extintor de carga líquida tem manejo idêntico ao de espuma.
3) O extintor de dióxido de carbono é manejado do seguinte modo:
(a) conduza o extintor de C02 até o local das chamas, seguro pela alça de
transporte;
(b) coloque o aparelho no chão e retire a trava de segurança;
(c) retire o difusor do suporte;
(d) suspenda-o novamente pela alça e pressione o dispositivo de aciona-
mento, dirigindo o jato para a base do fogo, movimentando o difusor.
4) O extintor de pó químico seco, funciona do seguinte modo:
(a) Tipo pressão injetada:
- conduza o extintor até o local das chamas, usando para isso a alça de
transporte e observando a direção do vento que deverá lhe ser favorável para maior
eficiência na extinção;
- coloque o aparelho no chão e abra a válvula do cilindro de gás, para
pressurizar o recipiente;
- suspenda-o novamente pela alça e empunhe a pistola difusora;
- acione o gatilho da pistola e dirija o jato para o fogo, movimentando a
pistola para cobrir toda a área atingida.
b) Tipo pressão interna:

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- conduza o extintor até o local das chamas pela alça ou cabo para
transporte, observando a direção do vento;
- coloque o extintor no chão e retire a trava de segurança;
- suspenda-o novamente pela alça ou cabo e empunhe a pistola difuso-
ra;
- acione o dispositivo de descarga e dirija o jato para o fogo, movimen-
tando a pistola para cobrir toda a área atingida.
5) Extintores de água funcionam do seguinte modo:
a) Tipo pressão injetada, com dispositivo para descarga controlada:
- conduza o extintor até o local das chamas, pela alça de transporte;
- coloque o aparelho no chão e retire a trava de segurança;
- suspenda-o novamente pela alça, empunhe a mangueira, acione o
dispositivo de descarga e dirija o jato para a base do fogo.
b) Tipo de pressão injetada sem o dispositivo de descarga controlada:
- conduza o extintor até o local das chamas, pela tampa tipo volante;
- coloque o extintor no chão, retire a trava de segurança e acione o
mecanismo de perfuração;
- suspenda-o pela tampa tipo volante, dirigindo o jato para a base do
fogo.
c) Tipo pressão interna:
- conduza o extintor até o local das chamas, através da alça de transpor-
te;
- coloque o aparelho no chão, retire a trava de segurança e empunhe a
mangueira;
- acione o gatilho de descarga e dirija o jato para a base do fogo.
d) Existem, ainda, em uso, extintores de água tipo bomba manual que funcio-
nam do seguinte modo:
- levar o extintor até o local das chamas, pela alça de transporte;
- colocar o extintor no chão, empunhar a mangueira e o cabo da bomba;
- bombear para formar pressão, dirigindo o jato para a base das cha-
mas.
6) Os extintores de líquidos vaporizantes funcionam do seguinte
modo:
a) Tipo pressurizado (pressão interna):
- levar o extintor até o local do fogo, pela alça de transporte;
- retirar a trava de segurança;
- acionar o gatilho de descarga, dirigindo o jato para a base do fogo

b) Tipo bomba manual:


- levar o extintor até o local do fogo;
- destravar o cabo da bomba;
- bombear para formar a pressão, dirigindo o jato para a base das cha-
mas
i) Proteção contra incêndios em gases liqüefeitos de petróleo:
1) O GLP (gás liqüefeito de petróleo) é um combustível composto de carbo-
no e hidrogênio.
a) É incolor e inodoro e para que possamos reconhecê-lo, quando
ocorre vazamentos, é adicionado um produto químico que tem um odor penetrante
e característico.
b) É muito volátil e se inflama com muita facilidade.

90
c) O GLP é constituído de uma mistura de hidrocarbonetos gasosos (butano e
propano), os quais se liqüefazem à baixa pressão e são encontrados em botijões,
cuja capacidade varia de I kg até grandes instalações de reservatórios fixos ou
autotransportados.
d) Tem uma densidade aproximada de uma e meia mais pesada que o ar.
e) Esta propriedade faz com que o gás permaneça nos lugares baixos em ca-
sos de vazamentos e, em locais de difícil ventilação, o gás permanece acumulado,
misturando-se com o ar ambiente, formando uma mistura explosiva ou inflamável,
dependendo da proporção da mesma...
f) O maior número de ocorrências de vazamentos acontece nos botijões de 13
kg que são encontrados mais facilmente nas residências.
g) O vazamento normalmente se dá na válvula de vedação, junto à manguei-
ra.
2) Constatado o vazamento de gás, deverá ser isolado o local num raio mí-
nimo de 10 metros e ninguém deverá se aproximar, a não ser a guarnição de bom-
beiros, responsável pelo atendimento da ocorrência.
a) Em caso de fogo, o calor produzido acima da válvula queima o fuzível (ve-
dação), originando maior vazamento e, conseqüentemente, maior quantidade de
gás em combustão.
b) Ao atender, no local onde houver um botijão de gás em chamas, deve o
bombeiro proceder como segue:
- não extinguir de imediato as chamas, para evitar o acúmulo de gás a
não ser que haja muito risco de propagação;
- verificar quais as possibilidades de retirada do botijão, sem extinguir as
chamas, para um local ventilado e de preferência ao ar livre;
- remover o botijão, com ou sem fogo, para local seguro, procurando, ao
mesmo tempo, isolá-lo;
- fazer uso do estancador de gás, imediatamente após extinguir o fogo;
- em caso de botijão vazando, sem danos e não havendo possibilidade
de removê-lo para local ventilado, deve-se promover a ventilação do próprio ambi-
ente, abrindo-se portas e janelas e provocando aeração através de movimentos
rotativos em toalhas ou panos;
- se a concentração for muito forte, convém aplicar jato em neblina de
baixa velocidade, pó químico seco, ou ainda, gás carbônico, objetivando desfazer
as condições de explosividade da mistura gás-ar;
- não permitir a entrada de pessoas nem mesmo de autoridades. propri-
etários ou usuários;
- apenas deverão ter acesso os bombeiros que irão trabalhar, os, quais
deverão estar protegidos com equipamentos de proteção individual;
- quando possível, desligar a chave de entrada de força elétrica ou pro-
videnciar para que o órgão competente desligue a luz pela parte externa do prédio:
- a guarnição encarregada do serviço deve usar o estancador de gás
sempre que isso seja possível;
- cuidados a serem tomados no uso do estancador de gás:
- extinguir as chamas do botijão antes de colocar o aparelho;
- colocar a cúpula do aparelho bem em cima do regulador de pressão do
botijão, fazendo com que a arruela de borracha toque o corpo do botijão na parte
superior;

91
- colocar os ganchos nos vãos entre o botijão e o colarinho, acionando
depois o volante de rosca-sem-fim do aparelho, para dar aperto necessário até que
o volante não mais gire à direita, com um simples aperto de mão:
- não há necessidade de desatarraxar o regulador de pressão, pois a
cúpula é bastante alta para permitir o seu emprego sem que haja necessidade de
retirada do regulador;
- nos casos de botijões que, por ventura, ainda são dotados com CLICK,
antes de usar o aparelho estancador e vazamento, deve-se retirar o CLICK, fazen-
do-se uma pressão para baixo e girando-se para a esquerda;
- manejar o aparelho estancador de vazamento com bastante cuidado, a
fim de não permitir que partes do mesmo, como garras, batam sobre o corpo do
botijão, para não surgir, pelo atrito, faíscas que poderão incendiar a mistura gás-ar,
existente no ambiente;
- transportar, com cuidado, o botijão de gás devidamente estancado.
- aproxime-se do fogo ou do vazamento de gás a favor do vento;
- caso necessário, interdite o local e leve o botijão para um ambiente li-
vre e, após, oriente o proprietário de como proceder para regularizar a substituição
por outro, através da Cia. Distribuidora de Gás.
j) Cuidados no combate ao fogo em matas
1) A maioria dos incêndios em pequenas florestas ou mato pode ser comba-
tida por uma turma bem treinada de 2 a 5 homens, se o trabalho for iniciado no
princípio do incêndio.
(a) Os incêndios de grandes proporções ou de elevada rapidez de propagação
exigem maior número de homens e equipamentos, supervisão especializada e
comunicações em larga escala.
(b) Os homens empenhados no combate devem ter sua atenção voltada para
os problemas de segurança individual e coletiva, devendo observar as seguintes
regras:
- no transporte em caminhão aberto, viajar sentado e tomar cuidado com
ramos de árvores;
- cuidados ao manejar ferramentas cortantes;
- machados e pás devem ser carregados ao lado do corpo e nunca no
ombro;
- não trabalhar acima dos seus limites, pois os excessos de fadiga colo-
cam em risco sua vida e a dos companheiros:
- evitar chutar ou fazer com que pedras ou troncos rolem, pois poderão
atingir pessoal que esteja trabalhando em plano inferior:
- durante a noite usar farolete:
- nunca ultrapassar o fogo ladeira acima, isto pode ser fatal;
- caso se veja em perigo corra para os planos e, se possível, entre em
uma parte resfriada, dentro da área queimada, pois é o lugar mais seguro;
- se for necessário, corra pela margem do fogo, proteja a face com um
pano molhado;
- nunca se separe de sua turma e mantenha contato permanente com
seu chefe;
- sempre que for escalado para participar de combate a fogo em mato
ou floresta, leve consigo cantil, farolete, corda, espia, facão e luvas, além do uni-
forme reforçado, capacete e botas, que protejam até os joelhos.
l) Extinção de incêndios florestais

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1) Ao participar do combate ao fogo em floresta ou mato, primeiramente evi-
te que ele se propague, depois extinga-o completamente.
(a) Para remover ou cortar o fornecimento de combustível faça uma barreira
na frente do fogo, separe o combustível com rastejo ou cave uma valeta (aceiro) até
o solo firme, com pás, enxadas, arados, escavadeiras ou outro equipamento meca-
nizado.
(b) Para diminuir a oxidação, abafe ou bata nas chamas.
(c) Para reduzir a temperatura jogue água, terra ou, ainda, separe o
combustível inflamado.
(d) Misture o material inflamado com a sujeira ou areia e amasse-os depois.
(e) Caso um material combustível for coberto, como medida temporária, des-
cubra-o e depois extinga-o completamente, durante o rescaldo.
(f) Caso participar da leitura de aceiro, lembre-se que deve cavar até atingir o
chão firme.
(g) Siga as ordens recebidas e transmita, com urgência, qualquer
novidade de que venha a tomar conhecimento.

6.5 Salvamento terrestre


a) Conceito
1) Cornpreende-se por salvamento terrestre todas as operações de
salvamento realizadas no solo.
2) Estas ocorrências necessitam de completo conhecimento de equipamen-
tos e técnicas de atendimento.
b) Desastre
1) Em qualquer tipo de acidente seja ele ferroviário, rodoviário ou aeroviário,
a principal preocupação é com a vítimas, e para atendê-la devem ser tomadas as
seguintes providências:
(a) cuidar primeiramente das vítimas;
(b) Só retirar urna vítima dos escombros se houver perigo de incêndio ou
se suspeitar que ela corre risco de vida. Caso contrário, deixá-la no local: os socor-
ristas saberão retirá-la de um modo mais eficiente;
(c) caso a vítima apresente sinais de parada respiratória ou cardíaca, reti-
rá-la com cuidado dos escombros, e procurar reanimá-la, sem perda de tempo;
(d) ter cuidado com a coluna vertebral do acidentado e nunca dobrar seu
corpo; quando a vítima já estiver deitada, não tentar sentá-la ou colocá-la de pé;
(e) deitar sempre os feridos com a cabeça de lado e não colocar nada sob
sua cabeça.
(f) nunca fazer respiração artificial comprimindo o tórax, pois pode haver
fratura de costela. Caso a respiração artificial seja necessária, prefira o método
boca-a-boca;
(g) nunca dar água aos feridos:
(h) procurar não transportar um ferido em carro pequeno, onde ele não
possa ficar deitado; o corpo da vítima não deve viajar dobrado, no caso de ferimen-
tos graves;
(i) em casos de hemorragia, estancá-la; havendo suspeita da existência de
fraturas, imobilizar a região;
(j) caso o socorrista esteja de carro, seu veículo deverá ficar pelo menos a
100 metros do acidente, e no acostamento;

93
(l) sinalizar o acidente (com triângulo de segurança, galhos árvores, lanter-
nas etc.), de modo a não dar origem a outros desastres;
(m) se houver inicio de incêndio combatê-lo com os meios disponíveis;
(n) afastar os curiosos; mas aceitar o auxílio de pessoas dispostas a aju-
dar.
2) Os acidentes, de acordo com o seu tipo, apresentam algumas peculiarida-
des, que devem ser observadas para um bom atendimento da ocorrência:
(a) Nos acidentes rodoviários, atentar para possível vazamento de com-
bustível, evitando incêndio. Para maior segurança, desligar os cabos da bateria do
veículo.
- A extinção de incêndio pode ser feita com extintores das viaturas poli-
ciais e de autos que passem pelo local.
(b) Nos acidentes ferroviários, geralmente o principal problema é o número
elevado de vítimas, devendo ser mobilizados todos os recursos disponíveis para o
atendimento e transporte.
- Toda remoção de pessoa com vida deve ser realizada com cautela.
- Nos trens elétricos deve-se ainda tomar cuidados com a rede elétrica
que deverá, o mais rapidamente possível, ser desligada.
- Os curiosos devem ser afastados da área, a fim de evitar que saquea-
dores se aproveitem da situação.
- Os homens do salvamento, quando intervêm em tais ocorrências, le-
vam sempre consigo equipamentos que lhes permitem o corte de chapas grossas e
o deslocamento de elevados pesos para liberação das vítimas, além de materiais
de primeiros socorros.
(c) Nos acidentes aeroviários deve-se atentar para os perigos de explosão,
devido à grande quantidade de combustível presente. A principal norma de ação,
nestes casos, reside na rapidez em retirar as vítimas.
- Os grandes aeroportos são dotados de pessoal especializado para rá-
pida evacuação dos aviões sinistrados.
- Por ser grande o perigo de explosão, deve o socorrista preocupar-se
também, com isolamento da área, evitando que qualquer causa externa provoque
um incêndio.
c) Desabamentos
1) Os desabamentos caracterizam-se por quedas de estruturas construídas
pelo homem (casas, armazéns etc.) ou de estruturas naturais (elevação de terra,
morros etc.), por desequilíbrio de suas bases.
2) Normalmente, a intervenção nestas ocorrências, é efetuada nas seguintes
condições:
(a) Início de desabamento: a edificação apresenta fissuras, trincas ou bre-
chas em suas paredes, o que exigirá uma análise do socorrista para calcular se
haverá progressão ou não dos fenômenos. Isto se aplica também a pequenos
deslizamentos.
(b) Desabamento parcial: é quando parte da estrutura desabou; estando a
outra parte em equilíbrio aparente, podendo desabar a qualquer momento.
- nestes casos, o socorrista deverá fazer o escoramento das partes em
equilíbrio ou derrubá-las, quando estiverem oferecendo riscos à vida ou à proprie-
dade;

94
- É bom ter-se em mente que é de vital importância evitar em locais de
desabamentos a presença de curiosos, pois as estruturas poderão vir abaixo, a
qualquer momento, ocasionando soterramento com vítimas.
(c) Desabamento total: a estrutura veio abaixo; neste caso, o socorrista
deverá isolar o local e procurar ajudar no salvamento dos objetos que ainda não
foram danificados.
3) As ocorrências de desabamento exigem do homem conhecimentos bási-
cos de construção civil, para que sejam aplicados escoramentos com eficiência, ou
na sua impossibilidade, executada a demolição sem riscos.
d) Socorro de soterramento
1) Compreende-se por socorro de soterramento as operações que envolvam
a retirada de vítimas sob os escombros, resultantes de desabamentos, deslizamen-
tos ou desmoronamentos.
2) Existe uma ordem de prioridade para atendimento destas ocorrências,
que muito facilitará a ação do socorrista:
(a) Salvamento imediato: o salvamento de vítimas deve ser imediato,
quando sua localização é possível; nos deslizamentos em que dificilmente se terá
esta chance, o socorrista deve lembrar-se de que cada segundo é importante para
a retirada da vítima, pois ela, na maioria das vezes, está asfixiada, e se demorar
para retirá-la, mesmo que não venha a falecer, poderá adquirir lesões cerebrais ou
neurológicas irremediáveis;
(b) Exploração: consiste em procurar possíveis locais em que as vítimas
estejam soterradas, porém não localizadas, executando, após análise, a seleção
dos escombros a serem removidos;
(c) Remoção geral dos escombros: quando todos os outros métodos para
localização e remoção de vítimas falharem, deve-se iniciar a remoção sistemática
dos escombros, usando os meios disponíveis, tais como tratores, guinchos, esca-
vadeiras e outros apetrechos, tomando sempre o cuidado necessário para não
causar danos maiores aos acidentados.
3) Tendo em vista que a parte mais importante para as operações de salva-
mento de soterramento é, sem dúvida, a localização e retirada de vítimas, o policial
militar poderá ajudar muito o Bombeiro de Salvamento, se até sua chegada tomar
as providências seguintes:
(a) localizar a vítima e iniciar o trabalho para sua remoção;
(b) uma vez iniciada a remoção, procurar desobstruir as suas vias aéreas
(nariz, boca) e o tórax, e iniciar, de imediato, a ressuscitação cardiopulmonar, caso
necessário;
(c) conforme for retirando os escombros ou a terra em caso de
deslizamentos, deve escorar o local com os meios de fortuna (existem técnicas de
escoramentos, mas isso demandará um estudo específico); o socorrista deve usar
o bom senso, apoiando todas as partes que ameaçam ruir ou deslizar, ao mesmo
tempo em que deve continuar o trabalho de liberação e, para tanto, deverá procurar
o auxílio de outras pessoas.
4) Outros cuidados a serem tomados são:
(a) gases domésticos, provenientes de vazamentos de botijões ou de en-
canamentos, devem ser objeto de alerta ao socorrista; podem causar explosão ou
incêndio; o botijão deve ser retirado da área e o vazamento estancado; em qualquer
caso não se deve fumar;
(b) eletricidade: entre escombros pode haver fios elétricos ligados, que pode-
rão causar lesões à vítima e ao socorrista; deve ser interrompida imediatamente a

95
energia; sendo a libertação do soterrado importante, o socorrista deve tomar os
cuidados necessários para não se converter também em vítima.
e) Operações em poços e locais gasados
1) Compreende-se por operações em poços ou locais gasados todos os tra-
balhos de salvamento executados em uma escavação manual, realizada para a
captação de água (poço), ou lançamento de detritos, muito comum na zona periféri-
ca das cidades.
2) Temos, nesses locais, como principal perigo, o metano, gás resultante da
decomposição de substâncias orgânicas da própria terra ou produzido pelo homem
no trabalho de escavação (fogo, explosivos etc.).
3) Entende-se também como local gasado aquele em que podem
surgir gases de outros tipos de emanação como caixas-d'água (gás proveniente do
impermeabilizante usado), galerias (resultante da decomposição de detritos), po-
rões (resultantes da utilização de motores a explosão).
4) Quando o policial militar for solicitado a atender uma ocorrência em que
haja pessoas ou animais em poço, a primeira providência é verificar a presença ou
não de gás; esta verificação poderá ser feita de diversas maneiras: se a vítima está
consciente e falando, isso indica a inexistência de gases tóxicos; se suspeitar da
existência de gás, deve o policial militar evitar entrar no local gasado, pois sem um
aparelho autônomo para respirar ou ventilação adequada, o socorrísta se tornará
mais uma vítima.
5) O policial militar deve estar atento também à existência de água no poço e
a sua profundidade.
6) Deve ainda verificar as paredes do poço, pois se estiverem desabando
poderá acabar soterrado juntamente com a vítima.
7) Entretanto, sempre que adentrar um poço deve-se ter uma corda amarra-
da ao tronco; ela servirá para o próprio resgate em caso de acidente.
8) Um outro modo de se executar o salvamento quando a vítima estiver
consciente é jogar-lhe uma corda com laçada fixa e puxá-la para cima.
9) Quando for chamado para intervir em uma ocorrência de vítimas em po-
ços, fossas ou galerias, deve o policial militar sempre solicitar a presença do Corpo
de Bombeiros, que está aparelhado para atender a qualquer eventualidade dessa
natureza, desde um sarilho, que é um duplicador de força projetado especialmente
para operações em poço, até ressuscitador automático.
10) Ocorre, com certa freqüência, a queda de animais de grande porte
(cavalo, vaca etc.) em poço abandonado na periferia das cidades.
11) Nesse caso, a intervenção do socorrista será somente para proporcionar
mais ar (usando meios de fortuna, como fole, agitação de ramagens etc.) ao animal,
que irá se auto-asfixiar pelo grande consumo de seus Pulmões; a retirada deve ser
feita por guarnições do Corpo de Bombeiros.
f) Retirada de pessoas e animais
1) Não são tratadas, neste manual, as operações para retirada de pessoas e
animais, com ou sem vida, quando se encontram em locais de difícil acesso e não
podem ser retirados sem o concurso de equipamentos especiais e pessoal treinado.
2) É comum, por exemplo, a retirada de criança presa em banheiros ou em
cofres, de pessoa com o pé preso em escada rolante, de pessoa com parte do
corpo presa em maquinário, de cachorro em valeta etc.
3) Devido à grande variedade dessas ocorrências, não é possível estabele-
cer-se uma linha única de ação, porém nem sempre é fácil a libertação da vítima,
exigindo iniciativa do socorrista em cada situação.

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4) Por causa dessa situação imprevisível é que os auto-salvamentos possu-
em grande variedade de equipamentos, para o bom desempenho das suas múlti-
plas finalidades.
g) Capturas (pessoas e animais)
1) Compreende-se por captura as operações realizadas para tolher a ação
agressiva de pessoas desequilibradas e animais raivosos ou selvagens, que amea-
çam a população.
2) Os animais de natureza selvagem, aprisionados em circos e zoológicos,
poderão escapar, oferecendo perigo à população e obrigando a pronta intervenção
do policial militar que tomou conhecimento da fuga.
3) O melhor procedimento é alertar toda a área do perigo existente, procu-
rando solicitar apoio do pessoal especializado em captura.
4) É necessário ressaltar o valor do exemplar selvagem, cuja vida só deve
ser tirada em último recurso.
5) Têm-se notado ultimamente inúmeros casos em que fogem, causando
confusão à vizinhança, animais como macacos, papagaios, cobras, lagartos, cuja
captura demanda simplesmente bom-senso com o emprego de qualquer meio im-
provisado, tais como cobertores, redes, panos etc.
6) É comum a ocorrência em que loucos e desequilibrados mentais entram
em fase de agressividade ou depressão suicida.
7) A atitude do socorrista, em princípio, é persuadi-lo, porém, quando isso se
mostrar inútil, deve-se usar a força física, tentando dominá-lo para o devido enca-
minhamento.
8) Atentar, com especial carinho, para o caso do suicida que a qualquer
momento pode tentar concretizar o seu intento.
9) Nunca se deve deixar que a situação se revista de sensacionalismo, com
numerosa assistência de curiosos, pois isso vai concorrer para encorajá-lo.
10) No caso de animais raivosos, a captura do animal doméstico é a mais
comum. Dentre eles há especial destaque para o cão e o gato, porquanto a raiva é
suscetível de ser contraída por todos os animais de sangue quente, oferecendo
perigo de vida inclusive ao homem.
11) O comportamento do animal raivoso varia de acordo com sua natureza,
mas em geral todos apresentam uma fase branda inicial, seguida de uma fase agu-
da.
12) Provavelmente só se toma conhecimento da fase aguda quando o ani-
mal se torna agressivo e o policial-militar é chamado a intervir.
13) De modo geral, o cão, na sua fase aguda, torna-se agressivo e apresen-
ta contração involuntária da parte posterior (quartos traseiros e cauda), e dos mús-
culos da boca (apresenta dentes semicerrados e boca com abundante salivação e
rica em vírus).
14) Ao contrário do que se pensa, o cão não repele a água, só não a bebe
em virtude da contração da mandíbula, podendo às vezes lamber com dificuldade.
15) A captura deve ser feita sem sacrificar o animal; não sendo isso possí-
vel, jamais matá-lo pela cabeça com destruição do crânio, pois a análise correta
para a determinação da doença é a clínica (a análise química da parte do cérebro
do animal apresenta variação percentual de erro). Caso haja dificuldade na captura
do animal, procurar confiná-lo num quintal para facilitar o aprisionamento.
16) As vítimas ou suspeitos de contato com o animal deverão ser
orientados para acompanhar na referida análise, nas clínicas competentes (Postos
de Saúde e Instituto Pasteur). Dependendo da localização do ferimento haverá

97
urgência ou não do encaminhamento das vítimas, pois a gravidade está diretamen-
te ligada à proximidade do ferimento em relação à cabeça e coluna vertebral (espi-
nha).
17) Ao contrário do cachorro, o gato aumenta sua agilidade, tornando-se ex-
tremamente perigoso e de difícil captura, convindo mantê-lo em ambiente fechado e
solicitar pessoal habilitado para o aprisionamento.
18) Em casos de outros animais raivosos cuja causa é de difícil identifica-
ção, o socorrista deve procurar confiná-los, eliminando a periculosidade e solicitan-
do pessoal especializado para sua captura.
h) Extermínio de insetos
1) O extermínio de insetos ocorre quando estes estão agressivos e oferecem
perigo iminente à população ou pessoa isolada.
2) O procedimento correto, nesses casos, varia de acordo com o inseto a ser
exterminado. Entretanto, a estatística mostra que o maior número de ocorrências se
refere às abelhas, do tipo africanizadas, e é necessário o conhecimento de algumas
particularidades para o seu atendimento. O extermínio das citadas abelhas deve ser
realizado à noite e sem luz, quando se encontram mais calmas e com dificuldade
visual, oferecendo ao socorrista maior eficácia no seu trabalho e menor risco à
vizinhança.
3) Quando tomar conhecimento do ataque agressivo de insetos durante o
dia, o socorrista deve restringir sua ação em isolar a área e orientar as pessoas
com relação a não provocar movimentos bruscos, ruídos estridentes, nem expor
objetos de cores vivas que ativam o sistema nervoso dos insetos, aumentando sua
agressividade. Preservar o local para o extermínio noturno.
4) O agente usado pelo socorrista no extermínio, dependendo do local, pode
ser fogo, inseticidas ou combustíveis derivados do petróleo. A época de maior inci-
dência de periculosidade é aquela que antecede a primavera, ou seja, na estiagem,
em que há carência de alimentos na natureza.

6.6 Salvamento em altura


a) Conceito
1) Entende-se por salvamento em altura toda operação necessária à retirada
de pessoas ou animais de locais elevados e de difícil acesso, em risco de vida ou,
ainda, de objetos oferecendo perigo iminente, exigindo do socorrista preparo físico
e psicológico, aliados ao conhecimento técnico do equipamento a ser empregado.
2) As ocorrências que se enquadram neste capítulo são variadas e sempre
de grande periculosidade.
b) Pessoas presas em elevador
1) O crescimento vertical das cidades, com o conseqüente arrojo arquitetôni-
co dos elevados edifícios, faz aumentar o número de ocorrências nos elevadores,
por defeitos diversos, ocasionando o confinamento de pessoas em suas cabinas ou
acidentes em que as vítimas permanecem parcialmente presas ou feridas.
2) Muitas vezes os circunstantes desnecessariamente arrebentam as portas
dos elevadores ou causam mais ferimentos nas vítimas ao tentarem movimentá-las
ou libertar as pessoas presas. Na verdade, sempre é importante que, nessas emer-
gências, sejam chamados os técnicos da firma do elevador defeituoso ou guarni-
ções de salvamento do Corpo de Bombeiros, os quais possuem conhecimentos e
equipamentos necessários à liberação das pessoas. No entanto, mesmo não co-
nhecendo o funcionamento mecânico e elétrico do elevador, o socorrísta poderá

98
ajudar, principalmente nas ocorrências mais comuns desse tipo, em que as vítimas
ficam retidas no interior da cabina, sem perigo iminente à integridade física, por
falta de energia elétrica ou defeito do sistema. Basta, primeiramente, localizar o
andar em que se encontra a cabina, acalmar as vítimas e desligar a eletricidade
que dá movimento ao sistema. Posteriormente, utilizar a chave própria para abrir
portas de pavimento, que deverá estar de posse do zelador ou porteiro dos prédios,
destravar e depois puxar para abri-las.
3) Existem situações em que as vítimas são retiradas pelas saídas de emer-
gência no teto ou paredes laterais de alguns elevadores; no primeiro caso, desligar
a energia e abrir a porta do pavimento superior para retirar as pessoas; e no se-
gundo, deve-se emparelhar o outro elevador, desligar a energia do sistema e, fi-
nalmente, abrir as portas laterais de emergência,.
c). Pessoas presas em locais elevados
1) Pelos mais diversos motivos, as pessoas e animais são encontrados em
situações de perigo nos locais elevados, de tal forma que precisam ser auxiliados
para se evitar a queda, quase sempre exigindo do policial militar coragem e técnica
no salvamento.
2) Torna-se difícil, neste Manual, procurar explicar como agir em cada caso.
Isoladamente, considerando a variedade e peculiaridade das ocorrências de forma
geral, as maneiras de se efetuar os salvamentos são parecidas.
3) São comuns os atendimentos das seguintes ocorrências: crianças presas
em apartamentos e especialmente em banheiros, empregados que durante a lim-
peza de vidros ficam presos em janelas e sacadas, suspeita de pessoa morta em
apartamento, pedreiro em perigo do lado externo do prédio de construção, pintores
intoxicados durante a impermeabilização de caixas-d'água, animais e aves que
sobem em sacadas, árvores, andaimes etc. e não podem descer sem ajuda, pes-
soas e animais, com ou sem vida, que caem sobre telhados, sacadas etc.
4) Somente nos casos de muita urgência se justifica o arrombamento das
portas. Geralmente, com a utilização de cordas, o policial militar deve descer do
pavimento superior, entrando no apartamento pelas janelas ou áreas de serviço.
5) Os problemas de perdas de chaves e defeitos nas fechaduras devem ser
resolvidos por chaveiros, desde que não haja periculosidade.
6) Nos trabalhos em altura, deve-se considerar que as quedas quase sem-
pre são fatais, portanto, proteger-se adequadamente, bem como a vítima, com o
auxílio de amarrações, isto é, cordas, presilhas, redes etc.
d) Retirada de objetos oferecendo perigo
1) Qualquer objeto que se precipite de locais elevados poderá causar danos
às casas, rede elétrica, automóveis, ao trânsito, e principalmente às pessoas, nas
quais ferimentos graves e às vezes fatais poderão ocorrer.
2) Portanto, sempre que o policial militar tomar conhecimento de que qual-
quer objeto possa estar oferecendo perigo iminente à população, deverá, imediata-
mente, isolar a área e procurar eliminar, de pronto, o perigo, Por meio de fixações
provisórias ou mesmo forçando a queda do objeto. Nos casos mais graves, que
exigem conhecimentos técnicos, treinamentos e equipamentos especiais, deverão
ser acionados o Corpo de Bombeiros e/ou as firmas especializadas, após a ação de
isolamento da área de queda. Essas ocorrências se tornam mais freqüentes nos
dias chuvosos ou ventos fortes, quando telhas, placas, luminosos, árvores e andai-
mes devem ser retirados por oferecerem perigo iminente à população.
e) Tentativa de suicídio e captura de débil mental

99
1) Em princípio, deve-se lembrar que essas pessoas são doentes e, Portan-
to, há necessidade de tratá-las com carinho, apesar de que, inicialmente, elas pro-
vavelmente não aceitarão a aproximação do socorrista.
2) Exige-se muito cuidado por parte daqueles que irão auxiliar no salvamen-
to, pois o débil mental é quase sempre perigoso e agressivo e o suicida facilmente
se atira para a morte.
3) Deve-se armar dispositivos de proteção, dependendo da altura, medida
que por si só pode desestimular o suicida e fortalecer o ânimo daquele que está em
situação difícil. A aproximação para o salvamento, no caso de suicida, deverá ser
de surpresa.

6.7 Salvamento aquático


a) Inundação
1) Nos dias chuvosos, as áreas mais baixas ficam alagadas, deixando pes-
soas ilhadas, ou residências com seus alicerces abalados, oferecendo perigo à vida
e ao patrimônio, além de dificultar a movimentação de pessoas e veículos.
2) Convém lembrar que, no atendimento, o socorrista pode ser surpreendido
por buracos, bocas-de-lobo, bueiros, ou poços de visitas das galerias, abertos.
Dependendo da situação, poderão ser verdadeiras armadilhas de sucção.
3) A Polícia Militar sempre é chamada para atender esses casos de calami-
dade pública, devendo seus integrantes, com o auxílio de cordas e barcos, retirar
pessoas ilhadas pelas águas, proteger materiais e desviar o trânsito na área. Nas
ocorrências em que há ameaça de desabamento,, devem ser feitos escoramentos
e, conforme o caso, aberturas em paredes, a fim de dar vazão à água represada.

6.8 Salvamento em incêndio


a) Nos incêndios em andares elevados, geralmente as pessoas ficam presas
pelo fogo ou fumaça, desmaiadas ou em pânico, sem vias fáceis de saída, tornan-
do-se difícil e perigoso o salvamento.
b) A colaboração da pessoa envolvida é de grande importância, portanto a in-
tervenção do socorrista deve ser feita de forma a inspirar confiança na vítima em
pânico.
c) Devem ser feitos esforços para que ela se acalme e tenha comportamento o
mais racional possível.
d) Quem estiver dentro de um prédio em chamas deverá adotar as seguintes
regras de segurança para evitar intoxicação, queimaduras, contusões e até a pró-
pria morte:
1) não subir, procurar sempre descer;
2) nunca utilizar os elevadores para abandonar o prédio;
3) impossibilitado de abandonar o prédio, procurar um local que
tenha a menor quantidade possível de material combustível, geralmente:, banheiros
amplos, e abrir as torneiras, molhar paredes e portas; não tirar roupas, mas sim
molhá-las totalmente, assim como todo o corpo, inclusive sapatos e colocar papéis,
bem molhados, nas frestas da porta para evitar penetração de fumaça;
4) no caso de estar em outro compartimento, livrar-se de todo material de fá-
cil combustão existente dentro dele e próximo à porta do lado de fora;
5) as pessoas devem abandonar o prédio pelas escadas, aos grupos e de
mãos dadas;
6) sair da frente de grupos em pânico, se não puder controlá-los;

100
7) ao abandonar um compartimento, fechar a porta atrás de si, sem trancá-
la, para diminuir a ventilação que favorece a combustão;
8) não tentar salvar objetos, o importante é a preservação da vida;
9) para ultrapassar uma barreira com fogo, molhar todo o corpo,
roupas e sapatos, encharcar uma cortina e enrolar-se nela, molhar um lenço e a-
marrá-lo, cobrindo a boca e nariz; atravessar o mais rápido que puder;
10) ficar sempre em lugares contra o vento;
11) evitar prender-se em salas ou elevadores onde exista pouco ar e muita
fumaça;
12) o ar quente e a fumaça são mais leves que o ar, portanto caminhar aga-
chado constitui providência acertada;
13) nunca tirar as roupas que protegem o corpo, exceção feita às
roupas de tecido de "nylon" ou similar; e
14) não saltar do prédio, pois muitas pessoas morrem inútil e absolutamente
antes de um socorro que, às vezes, chegará em poucos minutos.

6.9 Acidentes de trânsito


a) Em caso de incêndio - Procedimentos
1) Desligar o cabo da bateria;
2) Verificar vazamentos,-
3) Utilizar os extintores disponíveis;
4) Isolar a área;
5) Se houver vazamento, cobrir os locais com areia, terra ou qualquer tipo de
pó ou espuma;
6) Se houver fogo em motor, procurar extingui-lo com extintores de pó;
7) Se houver fogo em estofamento, extinguir com água.
b) Em caso de salvamento - Procedimentos
1) Para cada situação haverá um modo diferente de operações de
salvamento.
2) Evitar quebrar o pára-brisa, procurando retirar a vítima sempre pelas por-
tas normais do veículo.
3) Verificar se a vítima não se encontra presa nas ferragens; caso esteja,
procurar soltá-la.
4) Atentar para os cuidados no tocante aos preceitos e primeiro socorros nos
casos de vítimas de fraturas, hemorragias, desmaios e maneira de transportá-las.
5) Para o transporte, procurar utilizar ambulância; caso não haja utilizar au-
tomóveis que passam pelo local (antes de solicitar o transporte peça os documen-
tos do motorista, para evitar a negação). De preferência escolher veículos onde a
vítima possa ser transportada com conforto, ocupa dos apenas pelo condutor, que
não transportem senhoras ou crianças, par evitar traumas.

101
7.0 - ARMAMENTO

7.1 Revólver
a) Para conservar um revólver de modo que permaneça sempre e condições de
uso, devem ser observadas as seguintes particularidades:
1) Evitar o acionamento do gatilho "a seco", ou seja, sem que a arma esteja
devidamente municiada, para não causar a ovalização do orifício de passagem do
percussor.
2) Quando houver necessidade absoluta de se acionar o gatilho seco", deve-
se sempre municiar o revólver com estojos vazios.
3) O encaixe do tambor na armação do revólver deve ser feito suavemente,
conduzindo-o com a mão, de modo a não provocar choque bruscos.
4) Para a limpeza do cano, introduzir a vareta pela boca amparando-a com a
mão, de modo a evitar o contato da haste da vareta com a parte interna do cano, e
não provocar avarias das raias e conseqüente te descalibramento da arma.
b) Para inspeção de um revólver, além de verificar a aparência geral suavidade
de funcionamento, deficiência ou perda dos parafusos da armação, observar os
seguintes itens:
1) Examinar o funcionamento do cão, fazendo pressão sobre ele, com a ar-
ma segura e apoiada sobre uma superfície firme, para verificar se percussor aflora
no orifício de passagem.
2) Examinar se a folga entre o tambor e o cano está dentro do
padrões, ou seja, de 0,15mm a 1,25mm
3) Verificar o estado das placas do punho, quanto a fendas o afrouxamento
do parafuso.
4) Verificar se a massa de mira está com rebarba ou amassamento.
5) Engatilhar vagarosamente, verificando se o ressalto do retém do tambor
está encaixando perfeitamente no seu alojamento (situado no tambor). Caso não
haja um perfeito encaixe, ocorre desalinhamento entre câmara e o cano, o fato
exige imediata manutenção corretiva (3. O escalão).
6) Verificar se há ferrugem onde o gatilho penetra na armação, fato que
revela também ferrugem nas peças internas.
7) Verificar se há corrosão na parte interna do cano e sinais de intumesci-
mento do mesmo.

7.2 Conservação do armamento em uso


a) Ao ser retirado o armamento da reserva para a instrução ou serviço, deve-se
proceder da seguinte maneira:
1) Retirar com um pedaço de pano o óleo de sua parte externa e do cano.
2) Manter as partes móveis cobertas com leve camada de óleo lubrificante
(de preferência óleo leve para armamento), para assegurar seu bom funcionamen-
to.
3) Antes de devolver o armamento à reserva, devem-se ter os seguintes cui-
dados:
(a) Limpar e secar todas as peças,
(b) Lubrificar as peças. A melhor maneira de aplicar lubrificante é por meio
de pano limpo, que após ter sido embebido no óleo é esfregado nas superfícies
metálicas. O óleo em excesso é nocivo, pois favorece o acumulo de sujidade, que
poderá prejudicar o funcionamento da arma.

102
4) O lubrificante indicado para o armamento utilizado diariamente é o óleo
leve para armamento (OLA).
5) O responsável pela reserva deve obrigatoriamente observar a correção
dessa manutenção.
6) Nunca usar lixa, esponja de aço ou similares para limpeza.
7) Estas atividades correspondem ao 1º escalão, e devem ser executadas
pelo usuário do armamento.

7.3 Limpeza após o tiro


a) Todo cuidado é indispensável para a limpeza das armas que realizarem o ti-
ro, a fim de prolongar-lhes a vida e para que estejam sempre em perfeitas condi-
ções de emprego. A falta dessa manutenção ocasiona sérios danos ao armamento.
Tão cedo quanto possível, ainda no mesmo dia do tiro, o armamento deve ser limpo
a fim de evitar a ação dos resíduos de pólvora. Para tanto:
1) Desmontar a arma dentro do Escalão permitido.
2) Empregar a escova de limpeza embebida em querosene e presa à vareta,
procedendo do seguinte modo:
(a) Introduzir a vareta no sentido da câmara para a boca (quando for Pos-
sível) e nunca inverter o sentido do movimento antes que a escova aflore totalmente
o cano. Fazer o movimento repetidas vezes.
(b) Secar o cano, introduzindo um pano limpo com a vareta, até que saia
completamente limpo.
(c) Lubrificar o cano com OLA.
(d) As escovas de pêlo podem ser utilizadas para lubrificação dos canos.
3) As demais peças de metal do armamento devem ser limpas da seguinte
maneira:
(a) Introduzir as peças numa vasilha contendo querosene.
(b) Esfregar com uma escova de pêlo as partes afetadas pelos
resíduos de pólvora.
(c) Repetir a operação, usando querosene limpo.
(d) Secar convenientemente as peças e, em seguida, lubrificá-las com
OLA.
4) A operação de limpeza prevista no artigo anterior deve ser repetida duran-
te três dias consecutivos.
Se no fim do terceiro dia ainda restarem sinais de resíduos, repetir a limpeza
diariamente até que a arma fique completamente limpa.
5) Nos dias subseqüentes ao tiro, deve-se passar no interior do cano um pe-
daço de pano preso à vareta de limpeza, até que ele saia completamente limpo.

7.4 Regras de segurança


a) Nunca aponte uma arma para alguém, carregada ou não, a menos que pen-
se em atirar.
b) Nunca pergunte se uma arma está carregada. Veja por si mesmo, sem colo-
car o dedo no gatilho e com a arma apontada numa direção segura.
c) Nunca pratique tiro "em seco", salvo se em algum lugar próprio e após rigo-
rosa inspeção na arma.
d) Enquanto estiver no estande, sempre transporte o revólver com o tambor
aberto.

103
e) Quando estiver com um grupo de atiradores em treinamento, tenha sempre
alguém encarregado da disciplina no estande.
f ) Use somente as cargas normais para as quais a arma tenha sido construída
e veja se há obstrução no cano.
g) Mantenha a arma limpa.
h) Nunca deixe a arma carregada onde alguém possa pegá-la.
i ) Atire somente em alvos próprios.

7.5 Medidas de segurança no estande


a) Durante o exercício de tiro, fica terminantemente proibido:
1) grito de qualquer natureza, mesmo com o objetivo de estabelecer comuni-
cação entre a posição dos atiradores e dos mercadores;
2) conversas ou comentários em torno dos atiradores;
3) circulação de homens entre os abrigos e a posição dos atiradores sem ser
objeto de serviço;
4) movimento de pessoas nas proximidades dos atiradores;
5) sinais sem ordem do Oficial de Tiro;
6) manter a arma com a culatra fechada e com o cobre-mira na
turma de tiro; qualquer arma que passe de um a outro atirador, estando carregada,
deve ser acompanhada do aviso: "está carregada".
7) abandonar a arma carregada;
8) manter o percussor armado após haver terminado o seu exercício de tiro;
9) executar exercício de pontaria no estande, na ocasião em que se fazem
os tiros;
10) apontar a arma ou manobrar o mecanismo da culatra fora do lugar de-
signado para atirar;
11) carregar ou municiar a arma fora do lugar onde se atira;
12) manter a arma carregada fora do momento de tiro;
13) estabelecer comunicações por meio de homens, sem que elas se façam
por caminhos abrigados;
14) manter a arma destravada se o tiro for suspenso, mesmo momentanea-
mente.
IMPORTANTE: Se durante o tiro houver uma falha, o atirador deve esperar
alguns segundos antes de abrir o tambor para evitar o perigo de, acidente devido a
um retardo de deflagração. Aberto o tambor, retira-se o cartucho, substituindo-o.

8.0 - COMUNICAÇÕES

8.1 Definições
a) As definições, conceituações e competições dos meios de comunicação da
Polícia Militar têm por objetivo a sua padronização, emprego adequado do material
e a instrução respectiva.
b) Com a finalidade de estabelecer procedimento uniforme na Corporação, ado-
tam-se as seguintes definições, na exploração das comunicações operacionais:
1) Centro de Comunicações: é o órgão responsável pelo recebimento,
transmissão e entrega das mensagem de um Posto de Comando (P(C).
2) Rede-rádio: é o conjunto de estações ou aparelhos rádios, trabalhando na
mesma freqüência.
3) "Handie-Talkie" (pronuncia-se "hendtólqui" ou simplesmente

104
"H.T."): equipamento rádio transceptor portátil, que pode ser conduzido por um só
homem e opera mesmo em movimento.
4) PBX: central telefônica destinada a processar chamadas de telefone atra-
vés de um comutador.
5) PAX: central telefônica destinada a comutar chamadas de telefone entre
ramais, automaticamente. Não pode receber chamadas externas.
6) PABX: central telefônica destinada a comutar chamadas de telefone entre
ramais, automaticamente, admitindo ligações para fora sem auxílio do operador.
7) Telex: máquina teleimpressora usada na recepção e transmissão de men-
sagens escritas, através de uma central funcionando em rede.

8.2 Normas para uso do microfone


O tipo de microfone usado na PM é o "Push to talk", ou seja, aperte para falar;
quando apertada a tecla do microfone, liga o transmissor e permanece desligado o
receptor. O operador deverá manter o microfone distante dos lábios aproximada-
mente de 1 (um) a 3 (três) centímetros. Manter a velocidade da voz a um nível
constante de conversação. Somente usar a rede-rádio para assuntos de serviço

8.3 Código "Q"


O código "Q" visa à simplificação das mensagens e ao mínimo consumo possí-
vel do equipamento. Visa também poupar o funcionamento do repetidores nas re-
des que operam as 24 horas do dia.

105
8.4 Siglas mais usadas - código "Q"
QAP - Escuta, escutar
QAR - Autorização para abandonar a escuta (QAR-20)
QRA - Prefixo da estação
QRG - Influência exata
QRI - Tonalidade dos sinais:
1-Bom; 2-Variável; 3-Mau
QRK - Legibilidade dos sinais:
1-Ilegível; 2-Legível com intermitência; 3-Legível com dificuldade;
4-Legível; 5-Perfeitamente legível
QSA - Intensidade dos sinais:
1-Apenas perceptível: 2-Muito fraca; 3-Um tanto fraca; 4-Boa;
5-Ótima,
QRM - Interferência de outra estação
QRN - Interferência estática
QRO - Aumentar potência
QRP - Diminuir potência
QRQ - Mais depressa
QRS - Mais devagar
QRT - Parar
TKS - Grato, obrigado
NIL - Nada, nenhuma
QRV - Pronto para receber
QRX - Espere
QRZ - Quem me chama?
QSB - Seus sinais estão sumindo
QSD - Manipulação defeituosa
QSJ - Dinheiro
QSL - Confirmação, compreendido
QSO - Contato entre duas estações
QSP - Retransmissão gratuita
QSY - Mudar para outra freqüência
QTA - Cancelar mensagem, última forma
QTC - Telegrama, mensagem
QTH - Endereço
QTR - Hora exata
QTI - Rumo verdadeiro
QTJ - Velocidade do veículo
QTU - Horário de funcionamento
QUA - Notícias
QUB - Informar sua visibilidade
QRU - Tens algo para mim?
TNX - Grato, obrigado

106
8.5 Alfabeto da ONU
A - Alfa I - Juliet S - Sierra
B - Bravo K - Kilo T - Tango
C - Charlie L - Lima U - Uniform
D - Delta M - Mike (maique) V - Victor
E - Echo (éco) N - November W - Whiskey
F - Forkstrot O - Oscar X - x-ray (éksrei)
G - Golf P - Papa Y - Yankee
H - Hotel Q - Quebec Z - Zulu
I - India R - Romeo

8.6 Algarismos
a Quando transmitir algarismos, deve-se pronunciá-los sempre precedidos das
palavras "algarismos ou números", da seguinte forma:

0 - ze-ro 3 - três 6 - meia-dú-zia


1 - uno 4 - qua-tro 7 - se-te
2 - do-is 5 - cin-co 8 - oi-to
9 - no-ve

9.0 - MANUTENÇÃO DE VIATURAS

9.1 Generalidades
A manutenção de primeiro escalão é unia operação diária executada pelo moto-
rista, auxiliado pela guarnição da viatura, e compreende as inspeções, o reabaste-
cimento, a lubrificação, os reapertos, a limpeza, os cuidados com as ferramentas,
equipamentos, pneus, baterias e acessórios.

9.2 Reabastecimento
a) É a verificação ou recompletamento do combustível.
1) No reabastecimento deve-se:
(a) evitar derramar o combustível;
(b) não abastecer a viatura próximo a fogo e não fumar durante a realiza-
ção do abastecimento.

9.3 Verificação e recompletamento do óleo do carter


a) Deve-se:
1) colocar a viatura em lugar plano;
2) retirar a vareta medidora e limpá-la com pano limpo;
3) recolocar a vareta, verificando o nível do óleo;
4) não colocar óleo demasiado no carter (ver a marca de mínimo e
máximo);
5) limpar o óleo derramado.

107
9.4 Recompletamento de água do sistema de arrefecimento
a) Deve-se:
1) verificar o nível de água no radiador, que é normal quando atinge o tubo
ladrão;
2) reabastecer sempre com o motor frio ou se estiver quente ir colocando
água aos poucos:
3) usar sempre que possível água limpa, de preferência potável.

9.5 Cuidados com os pneumáticos


a) O motorista deve verificar constantemente a pressão dos pneus quando es-
tes estiverem frios e completar-lhes o enchimento sempre que preciso.
b) O motorista deve estar sempre atento a desgastes excessivos ou anormais
dos pneumáticos e que quase sempre podem ser atribuídos a enchimento insufici-
ente ou excessivas partidas bruscas, uso impróprio de freios, desalinhamento das
rodas ou excesso ou má distribuição da carga.

9.6 Cuidados com as baterias


a) verificar diariamente o nível da solução, que deve cobrir as placas internas.
b) conservar limpos e ajustados os cabos da bateria, que poderão ser untados
com uma camada protetora de graxa fina.
c) conservar a bateria limpa e firmemente presa ao seu suporte.

9.7 Reparos de emergência


a) Ao fazer reparações, o motorista não deve forçar peça, nem praticar o reparo
sem que esteja seguro do motivo da avaria. E, na primeira oportunidade, deve in-
formar o seu chefe imediato, a fim de que o trabalho possa ser revisto por um me-
cânico.
b) São os seguintes os reparos de emergência que poderão ser executados pe-
lo motorista: trocar, limpar e instalar velas de ignição, apertar as porcas, vedar com
fita adesiva os vazamentos dos condutores de óleo, cobrir com fita isolante cabos
elétricos notadamente avariados, substituir rodas, substituir lâmpadas queimadas
etc.

9.8 Conclusão
a) Para o bom êxito da manutenção de primeiro escalão é necessário que a a-
tenção do motorista seja completa e sistemática compreendendo não somente a
direção das viaturas, mas também a execução correta da manutenção preventiva
de sua alçada.
Não se esqueça: a responsabilidade pela manutenção de primeiro escalão é
do motorista da viatura, auxiliado pela respectiva guarnição.

108
CAPITULO III
Policiamento Ostensivo Geral

1.0 Introdução

1.1 Conceito
Tipo de Policiamento objetivando satisfazer as necessidades basilares
de segurança pública, inerentes à comunidade ou a qualquer cidadão.

1.2 Missão
Atuar sistemática e permanentemente na preservação do patrimônio
público e privado e da integridade do indivíduo, a fim de garantir o cumpri-
mento dos dispositivos legais, que regulam a vida da comunidade.

1.3 Apresentação
a) O policiamento ostensivo geral, em sua maior intensidade, se mani-
festa pelo emprego das frações elementares e/ou constituídas em um pos-
to, a fim de realizar observação, reconhecimento ou proteção. Em sua es-
sência, a soma de postos articulares constituirão o mosaico que retrata a
área onde atua a maior fração constituída.
b) Fundamentalmente apresenta-se pela combinação de:
1) Processo:
(a) a pé;
(b) a cavalo;
(c) em bicicleta;
(d) em embarcação;
(e) motorizado
(1) automóvel
(2) motocicleta.
2) Modalidade:
(a) patrulhamento;
(b) permanência;
(c) escolta;
(d) diligência.
3) Circunstância:
(a) ordinária;
(b) extraordinária;
(c) especial.
4) Lugar:
(a) urbano;
(b) rural.
5) Duração:
(a) turno;
(b) jornada.

109
6) Número:
(a) fração elementar;
(b) fração constituída.
c) A análise dos fatores determinantes, componentes e condicionantes,
propiciará a escolha das variáveis que conduzirão à eficácia operacional.
1) Fatores determinantes: tipicidade, gravidade e incidência de ocor-
rências policiais-militares, presumíveis ou existentes.
2) Fatores componentes: custos, espaços a serem cobertos; mobili-
dade; possibilidade de contato direto, objetivando conhecimento do local de
atuação e relacionamento, autonomia, facilidade de fiscalização e controle,
flexibilidade, proteção ao PM.
3) Fatores condicionantes: local de atuação; características físicas e
psicossociais, clima, dia da semana, horário, disponibilidade de recursos.
d) O exame comparativo dos fatores componentes permite elaborar a
seguinte tabela:

Obs.:
Mx - máximo
Gr - grande
Md - médio
Pe - pequeno
Mn - mínimo

a pé a cavalo Auto- Moto- Bicicleta


móvel cicleta
Custo Mn Md Mx Gr Pe
Espaços a serem cobertos Mn Md Mx Gr Pe
Mobilidade Mn Md Mx Gr Pe
Conhecimento Local Mx Gr Mn Pe Md
Relacionamento Mx Md Mn Pe Gr
Autonomia Mn Md Gr Gr Pe
Fiscalização Mn Md Gr Gr Pe
Flexibilidade Mx Md Mn Pe Gr
Proteção ao PM Mn Gr Mx Md Pe

e) O processo em embarcação não foi comparado na presente tabela,


em virtude da alternativa do emprego se restringir apenas às vias aquáteis.
f) Nenhuma variável em si, pode ser tomada como a melhor indicação
ou a mais eficaz, já que o pleno rendimento operacional será obtido pela
associação de processos, modalidades, número e duração.

1.4 Procedimentos gerais


a) Policiamento a pé.

110
1) Nas áreas urbanas, é empregado em postos situados: em zonas
residenciais de elevada densidade demográfica ou de maciça concentração
vertical; em zonas de concentração comercial; em logradouros públicos,
particularmente onde o trânsito de veículos é proibido e predomina a circu-
lação de pedestres; na cobertura a divertimentos públicos e eventos especi-
ais.
2) Em áreas rurais, normalmente o emprego se restringe à perma-
nência, em face de sua limitação de mobilidade, ou à cobertura a eventos
especiais.
3) Em qualquer lugar, realiza escolta e diligência.
4) À noite, não é recomendável a utilização do PM isolado, sendo o
efetivo mínimo indicado para o posto de 2 (dois) PM, por propiciar apoio
mútuo e maior flexibilidade operacional.
5) Em determinadas formas de empenho, seu rendimento será au-
mentado quando suplementado pelo processo motorizado, dada a capaci-
dade adicional de transporte de pessoas e material.
6) A utilização de rádio transceptor aumenta consideravelmente a efi-
ciência do processo.
7) O turno de seis horas se apresenta como o mais indicado para o
policiamento a pé.
8) A patrulha a pé deve ser distribuída ao longo da via pública, em
seus dois lados, de forma que um policial militar não perca o outro de vista,
facilitando o apoio mútuo.
9) O Policiamento a pé tem de ser dinâmico procedendo a identifica-
ção e a busca pessoal em suspeitos.
10) À patrulha é vedado:
- entrar e/ou permanecer em estabelecimentos comerciais, exceto
no cumprimento de missão;
- reunir-se junto à viatura, ou mesmo na via pública, exceto sob
Comando;
11) A patrulha deverá portar:
- papeleta de ronda;
- formulários para relatar ocorrências;
Esse material deverá ser entregue na sede da Cia PM, ao término do
quarto de serviço, onde serão comunicadas as novidades havidas durante o
serviço.
b) Policiamento montado.
1) Nas áreas urbanas, é empregado em postos situados: em logra-
douros públicos de considerável extensão; em zonas residenciais suburba-
nas, de ocupação horizontal; em zonas de difícil acesso a veículos e em que
não é recomendável o processo a pé; em apoio ao policiamento a pé; em
divertimentos públicos e eventos especiais.

111
2) Em áreas rurais, é empregado em pequenas povoações interiora-
nas, guarnecendo postos de grande extensão e em estradas vicinais, que
unem propriedades rurais.
3) Em qualquer lugar executa diligência e, excepcionalmente, efetua
escolta.
4) A fração elementar é constituída por 3 (três) PM, sendo que, no a-
tendimento de ocorrências, 2 (dois) atuam e o terceiro é o guarda-cavalos.
5) Sua presença desencoraja o cometimento de infração, pois é visí-
vel à distância e tem poder intimidativo pelo impacto que causa. Por sua
natureza, é de alto valor repressivo. Apresenta a vantagem de manobrar em
qualquer terreno.
6) Em determinadas formas de empenho, terá seu rendimento au-
mentado quando suplementado pelo processo motorizado.
7) A utilização de rádio transceptor aumenta consideravelmente a
eficiência do processo.
8) Desloca-se do aquartelamento ao posto, pelos próprios meios.
Quando a distância for superior a 6km, é conveniente que o deslocamento
de homens e animais seja efetuado em veículos, para evitar o desgaste
físico fora do posto.
9) Recomenda-se que os patrulheiros no posto realizem deslocamen-
tos montados por tempo de 50 minutos, em média, intercalando com per-
manência apeado, no PB, por 10 minutos, o que deve constar do roteiro do
cartão-programa. Esse procedimento beneficiará tanto o cavaleiro com seu
cavalo, aquele para manter postura correta e este para ser aliviado de so-
brecarga contínua.
10) O PM empregado no policiamento montado rural deve ser, prefe-
rentemente oriundo daquele meio, afeito aos usos e costumes do homem
do campo, o que contribuirá para maior eficiência de sua ação.
c) Policiamento motorizado.
1) É empregado em áreas urbanas e rurais:
(a) realizando patrulhamento e permanência em zonas comerciais
residenciais e em logradouros públicos;
(b) suplementando os demais processos, em face de sua autono-
mia;
(c) cobrindo locais de risco que estejam a descoberto;
(d) atuando em eventos especiais;
(e) realizando escoltas e diligências.
2) O policiamento motorizado, quando empregar viaturas de 4 (qua-
tro) rodas equipadas com rádio, ligadas a um Centro de Comunicações par
fins de controle e acionamento, recebe o nome particular de radiopatrulha
(RP).
3) Denomina-se guarnição (Gu) a fração que atua no processo de po-
liciamento motorizado, composta, no mínimo, de 2 (dois) patrulheiros, sendo
um deles o motorista.

112
4) São consideradas também RP as viaturas com reforço de guarni-
ção, armamento e equipamento, empregadas em ações de força, que po-
dem receber denominações como PATAMO, PTM etc.
5) O planejamento da articulação dos postos da RP é da competência
da fração constituída com responsabilidade operacional na área, nos mol-
des do policiamento a pé (cartão-programa).
6) A experiência recomenda, para o radiopatrulhamento, turno de ser-
viço não superior a 8 (oito) horas.
7) Para que a viatura apresente aspecto inquestionável de que se en-
contra em serviço de policiamento, é necessário que observe rigorosamente
o binômio "baixa velocidade e atitude expectante da guarnição".
8) Tanto para trafegar como para estacionar, não estando engajada
em atendimentos de emergência, a Vtr de RP deverá obedecer às regras de
trânsito.
9) A sirene, sendo um sinal sonoro regulamentar de trânsito, para que
seja obtida prioridade de trânsito, deve ser utilizada em casos de emergên-
cia, dado que a vulgarização do recurso leva ao descrédito e, conseqüente-
mente, à desmoralização.
10) Ao parar nos pontos-base, a Vtr deverá estacionar em local em
que seja facilmente avistada e de fácil saída para mais de uma direção. No
PB, a guarnição deve desembarcar, pois a exibição dos patrulheiros aumen-
ta a ação de presença. À noite, este procedimento evita que a guarnição
seja vencida pelo sono.
11) A comunicação é importante componente das operações por as-
segurar rapidez e mobilidade no emprego dos meios disponíveis. Seu uso
adequado pressupõe exploração judiciosa e racional, baseada em conjunto
de regras que disciplinam o tráfego de mensagens. Assim, a disciplina da
rede é fator vital para a utilização do equipamento, sem que se desgaste
prematuramente e sem causar congestionamento no tráfego de mensa-
gens. Nesse sentido, o patrulheiro só justificadamente chamará a central de
comunicações, que o atenderá com presteza. As mensagens são operacio-
nais, portanto, profissionais e não pessoais, devendo ser precisas e curtas,
sem prejuízo da clareza. É recomendável a adoção de códigos que facilitem
o tráfego de mensagens e, particularmente, a codificação de ocorrências.
12) Atribuições do patrulheiro:
Os patrulheiros terão as seguintes atribuições e procedimentos:
(a) As viaturas terão, via de regra, guarnição de dois homens, e em
locais predeterminados pela Norma de Dimensionamento, ou selecionados
Pelos Comandantes, poderão ser guarnecidas. por um único patrulheiro.
(b) os patrulheiros, quando em dupla, conforme sua função n mo-
mento, terão as funções determinadas do seguinte modo:
n.º 1 - encarregado da viatura;
n.º 2 - encarregado do relatório.

113
(c) O Comandante da Patrulha será o patrulheiro de maior posto o
mais antigo.
(d) O encarregado da viatura é o responsável pela conferência do
material.
(e) O encarregado do relatório é o responsável pela elaboração do
Relatórios de Ocorrências e condução de detidos.
d) Policiamento com bicicletas.
1) O emprego de bicicletas no policiamento ostensivo obedece à
mesmas prescrições para o policiamento a pé.
2) Atua em postos de maior extensão, normalmente em terreno pou-
co acidentados.
3) A fração elementar é constituída de 2 (dois) PM, no mínimo.
4) É desaconselhável seu emprego em condições climáticas adversa
(chuva, granizo, canícula etc.) e à noite.
e) Policiamento em embarcação
1) É empregado:
(a) em vias aquáticas e tem as missões previstas para o policiamen-
to a pé;
(b) no espaço físico atribuído à sua responsabilidade, coopera com
Policiamento Florestal e de Mananciais, preservando a fauna, a flora e a
extensões d'água;
(c) na disciplina e balizamento das extensões d'água, quando utiliza
das como balneário;
(d) na complementação de ações e operações de terra;
(e) no apoio à população ribeirinha, em calamidades públicas o
emergências.
2) As embarcações devem satisfazer necessidades de segurança, es-
tabilidade, velocidade em deslocamentos e manobras, abordar ou atracar
sob as mais variadas condições. Toda embarcação policial-militar deverá se
inscrita na capitania, delegacia ou agência da Marinha do Brasil, de acordo
com o regulamento para o tráfego marítimo e deverá sofrer inspeção anual
pela autoridade naval, para a verificação das condições de segurança exigi-
das.
3) A guarnição embarcada será constituída de 3 patrulheiros que
também exercerão atribuições de marinheiros, assim distribuídos:
(a) Arrais - cabe aos arrais dirigir e manobrar a embarcação. Deve
possuir a Carta de Habilitação correspondente, fornecia pela Marinha do
Brasil, após preenchidas as formalidades legais;
(b) Condutor - cabe ao condutor zelar pela manutenção do motor o
motores da embarcação, bem como eixos, mancais e hélices da mantendo-
a abastecida e lubrificada, em condições de uso;
(c) Marinheiro - cabe ao marinheiro auxiliar o arrais nas manobras
da embarcação e estar em condições de substituí-lo. É o responsável pela
limpeza, conservação e manutenção da mesma.

114
4) A embarcação deve ser equipada com rádio, bússola, binóculo,
âncora, choque-sonda, remo, cabo, coletes salva-vidas, extintor de incêndio,
apito ou sirene e material de pronto-socorro.
5) Na observação continuada, a patrulha detectará fatos passíveis de
averiguação ocorridos no seu serviço, tomando as providências cabíveis e
informando ao escalão imediatamente superior, se julgado conveniente.

115
6) Cooperando com a proteção à ecologia, a guarnição:
(a) fará levantamento de animais mortos (espécie e quantidade), ve-
rificando as possíveis causas, pela análise de indícios (armadilha, tiro, en-
venenamento etc.). Especial atenção será dada às espécies em extinção;
(b) os locais habitualmente freqüentados por caçadores e pescado-
res devem ser constantemente inspecionados, identificados seus usuários e
examinados os equipamentos e as peças abatidas e/ou capturadas. Tomar
as providências cabíveis ao constatar que a legislação federal ou estadual
está sendo infringida;
(c) deverá evitar e coibir as derrubadas, queimadas e outros danos
causados pela ação humana e contrários à legislação vigente;
(d) observará indícios de poluição em mananciais hídricos, tais co-
mo manchas, cheiro e coloração da água, peixes mortos e outros sintomas.
A normalidade e sua possível origem devem ser comunicadas ao escalão
superior, com brevidade.
7) A patrulha deve manter-se sempre em condições de realizar ações
de emergência, pois uma ação rápida pode salvar vidas e bens e evitar fe-
rimentos e pânico, por ocasião de incêndios, enchentes, explosões, desmo-
ronamentos, quedas de pontes, vendavais e naufrágios, A ação adequada
no salvamento de vidas, na evacuação de ilhados, na prestação de primei-
ros socorros e na proteção dos bens em localidades evacuadas, sujeitas à
ação de aproveitadores e saqueadores, são as primeiras providências a
serem tomadas.
8) O policiamento de balneários é feito com a finalidade de:
(a) patrulhar as áreas demarcadas para o local de banho;
(b) encaminhar à autoridade competente os banhistas que tenham
ultrapassado a área demarcada, pondo em risco a própria vida e os que
apresentarem sintomas de embriaguez, uso de entorpecentes ou euforizan-
tes;
(c) prestar socorro imediato em caso de afogamento, aplicando os
primeiros socorros e removendo a vítima para local adequado;
(d) auxiliar, nas buscas iniciais, para a localização de pessoas afo-
gadas;
(e) efetuar a prisão de infratores, nos casos de condução perigosa
de embarcação que ponha em risco a segurança de banhistas e encami-
nhá-los à autoridade competente.
9) A guarnição deverá prestar auxílio às comunidades e ao público lo-
calizado às margens das vias aquáticas, realizando o transporte de doentes
e feridos, de médicos, de parteiras e outros considerados de urgência.
10) A patrulha desembarcada atuará como faz o processo a pé. Junto
à embarcação, fundeada ou atracada, deverá permanecer um patrulheiro
em condições de manter a escuta permanente de rádio e a guarda do mate-
rial e equipamento.

116
1.5 Posto
a) É constituído por um ou vários pontos-base (PB), interligados por iti-
nerários. Havendo vários pontos-base, a fração que atuar no posto obede-
cerá a um cartão-programa. A numeração dos PB de um posto é feita sobre
a planta da cidade, de sul para norte e de oeste para leste.
1) Ponto-base
(a) Espaço físico limitado que exige presença real, contínua ou tem-
porária, por ser local de risco.
(b) Deve possuir iluminação suficiente para que, à noite, a fração
seja facilmente localizada.
(c) Quando o processo utilizado for o motorizado, deve ser instalado
de maneira a permitir deslocamento imediato em duas direções, pelo me-
nos.
2) Cartão-Programa de Patrulhamento (CPP)
(a) É a representação gráfica do(s) módulo(s) atribuído(s) ao posto,
indicando a localização do(s) PE e/ou PB, os itinerários a percorrer e os
horários a serem observados.
(b) O cumprimento do horário do cartão-programa obriga o PM a es-
tar, por determinado espaço de tempo, em certos locais, porém não o dis-
pensa do atendimento a eventuais ocorrências, no posto, fora do itinerário.
(c) Engajando-se em ocorrências que o impeça de cumprir o roteiro
e horários previstos, o PM fará o registro do fato no Boletim de Ocorrência,
assim justificando o não cumprimento do programa.
3) Boletim de Ocorrência da Polícia-Militar (BO/PM)
(a) É o documento que se destina ao registro de ocorrências, pelo
PM empenhado em policiamento ostensivo.
b) Procedimento no posto
1) Compreende 3 (três) formas de ação:
(a) atendimento a chamados do público;
(b) inspeção de locais específicos, para verificar o grau de normali-
dade;
(c) intervenção, em cumprimento a determinação ou por iniciativa
própria.
2) No posto, o PM faz observação e toma providências em face da
existência de fato anormal, assim considerado aquele que, no mínimo, exige
averiguação por se tratar de comportamento a atitudes não usuais.
3) Parada ou em marcha adotará sempre uma atitude inequívoca de
quem está e de forma a ser notado por um maior número de pessoas.

Erro! Vínculo não válido.


Fig. 3 - cartão-programa

4) No interesse do policiamento, o PM deve familiarizar-se com a lo-


calização de prédios públicos, farmácias, hospitais, hotéis, residências de

117
autoridades policiais e judiciárias, de médicos, casas de diversões, casas
comerciais e outros. É conveniente, ainda, conhecer porteiros, zeladores de
edifícios, vigias de garagens, funcionários de postos de gasolina, garçons,
motoristas de táxi, vigias particulares noturnos, bem como outras pessoas
que, trabalhando à noite, constituirão excelentes fontes de informes. É re-
comendável que o policial-militar seja designado para o mesmo posto e no
mesmo horário, por período de tempo considerável, pois isto lhe permitirá
um pleno conhecimento do espaço físico em que atua e dos hábitos da co-
munidade ali radicada.
5) É no posto que se cristaliza a essência da atuação das frações
empenhadas no policiamento ostensivo, procedendo a averiguações, adver-
tindo, efetuando prisões, lavrando autuações e prestando assistência. Nes-
sas tarefas é que se firma a capacidade operacional da OPM. Portanto, a
fração elementar ou constituída, orgânica ou reforçada, que atuar no posto,
deve ser auto-suficiente no desempenho das ações e/ou operações acima
referidos.
c) Extensão do posto
A extensão do posto, com mais de um PB, varia em função do pro-
cesso a ser adotado e deve proporcionar a possibilidade de ser percorrido
entre 3 e 5 vezes, pela fração, num turno. Esses limites se justificam por-
que, aquém do mínimo (3), o posto pode estar sendo escassamente policia-
do e, além do máximo (5), densamente policiado, em detrimento de outros
espaços a serem cobertos. O tempo de permanência em pontos-base não
deve comprometer o patrulhamento em um posto, isto é, o PB não tem prio-
ridade em relação ao itinerário. Para delimitação dos postos, devem ser
considerados o índice de ocorrência (quantidade) e a incidência (horário,
local, tipo). Estes fatores determinam, também, a prioridade de cobertura.
d) Condições individuais para o serviço:
1) O PM deverá assumir seu posto com o uniforme impecável e apre-
sentação pessoal apurada.
2) Deverá cumprir os requisitos básicos:
(a) conhecimento da missão;
(b) conhecimento do local de atuação;
(c) postura e compostura;
(d) comportamento da ocorrência.
3) Buscará inteirar-se, com seu antecessor ou membros da comuni-
dade, de fatos anormais havidos ou existentes no posto que irá assumir,
dando continuidade a providências iniciadas e/ou avaliando reflexos em
seus serviços.
4) Após o turno, o policial-militar retomará à sua sede, onde fará a en-
trega do material e da documentação de policiamento. Esta prática objetiva
a supervisão e o controle, permitindo avaliação imediata de seu desempe-
nho e eventuais reajustes em planejamentos.
e) Rendição

118
1) Deverá a tropa ser dividida em duas partes, de forma que, sempre,
a metade das patrulhas esteja em operação, não havendo, dessa forma,
solução de continuidade no policiamento ostensivo.
2) Deverá, também, no ato da rendição verificar o estado da viatura,
bem como seu material.
3) O Comandante da Patrulha é o de maior posto ou graduação sen-
do responsável:
- pela conferência do material e o estado geral da viatura;
- pelo preenchimento de relatórios e a condução de detidos;
4) Normalmente a patrulha será composta por dois policiais-militares
podendo, todavia, ser guarnecida por um, havendo necessidade;
5) Antes de colocar o policial-militar no policiamento a pé, deverá ser
verificado se não há outro processo de policiamento possível e que produza
melhor resultado.
f) Instrução
1) O responsável pela rendição deverá instruir a tropa, sobre as nor-
mas e ordens em vigor, comentando ocorrências do serviço anterior, abor-
dando falhas e acertos, orientando sobre o melhor procedimento em cada
caso.
2) Deverá, ainda, fiscalizar, de forma geral, a apresentação pessoal
do policial-militar, bem como o equipamento, o armamento e a munição.
3) Verificar se o policial-militar tem os seguintes requisitos básicos:
- conhecimento da missão e do local de atuação;
- postura e compostura;
- conhecimento de procedimento em ocorrência.

1.6 Generalidades
a) A principal preocupação do PM na execução de policiamento ostensi-
vo geral, deve ser "0 QUE VER" e "ONDE E COMO ATUAR", percebendo a
diferença entre o cidadão honesto e o delinqüente, empregando adequada-
mente os meios disponíveis atuantes dentro da Lei, granjeando respeito e a
confiança da população, tornando-se, em conseqüência, parte integrante e
atuante da sociedade, responsável pela sua segurança.
b) Presença do PM - deve ser um elemento desencorajador àquele ou
àqueles que tenham em mente a perpetração de ilícito penal ou mesmo de
um ato anti-social. Esta ação inibidora será resultante de sua atitude, de sua
maneira de agir, de seu aspecto pessoal. O PM deve ser observador e estar
atento a tudo que ocorre a seu redor, percebendo a diferença de comporta-
mento de indivíduos e eventuais mudanças de procedimentos das pessoas,
características típicas de que ali há algo para ser verificado.
1) Exemplos de situações que merecem verificação:
(a) Indivíduos que, ao ver o PM, alteram o comportamento, disfar-
çando, ou mudando de rumo, ou largando algum objeto, ou saindo correndo,

119
ou demonstrando, de alguma forma, preocupação com a chegada do PM
(pode ser um delinqüente).
(b) Pessoas aflitas ou nervosas sem motivo aparente ou adultos se-
gurando crianças que choram, pedindo o pai ou a mãe (pode ser seqüestro).
Crianças pequenas vagando em lugares públicos ou ermos, podem estar
perdidas.
(c) Indivíduo cansado, suado por correr, sujo de lama ou sangue
(pode estar fugindo da policia ou de local de crime).
(d) Indivíduo parado ou veículo parado muito tempo, próximo a es-
tabelecimento de ensino (pode ser um traficante). Vendedores ambulantes
(carrinhos de pipocas, sorvete etc.) também devem ser objeto de atenção.
(e) Indivíduos carregando sacos ou objetos (eletrodomésticos, pica-
reta, pé-de-cabra, macaco de automóvel) pode ser "arrombador" que já agiu
ou vai agir. Indivíduo com saco nas costas vendendo amendoim nas praias,
em atitude suspeita, junto a objetos deixados por banhistas (pode ser "rato
de praia”.
(f) Indivíduo com odor característico de tóxico (pode ser viciado ou
traficante).
(g) Indivíduo parado muito tempo nas proximidades de estabeleci-
mento comercial ou bancário (pode estar esperando a hora de agir).
(h) Indivíduo agachado, dentro ou ao lado do veículo parado ou es-
tacionado (pode estar se escondendo, fazendo ligação direta ou roubando
toca-fitas etc.).
(i) Grupo de pessoas paradas em local ermo ou mal-iluminado ou
de má freqüência (podem ser viciados, traficantes ou delinqüentes).
(i) Indivíduo ou veículo que passa várias vezes pelo mesmo local
(pode ser delinqüente esperando a hora de agir).
(k) Indivíduo ou veículo que foge à aproximação do PM (pode ser
um delinqüente em fuga).
(I) Estabelecimento comercial com a porta semi-fechada (pode es-
tar havendo um ilícito penal no seu interior).
(m) janelas ou portas abertas em residências ou estabelecimento
comercial, especialmente no período noturno (pode haver delinqüente no
seu interior).
(n) Ocupantes de um veículo cujas aparências estão em desacordo
com o tipo de veículo (podem ser marginais em carro roubado).
(o) Veículo que passa em alta velocidade, com ocupantes apavora-
dos ou empunhando armas (podem estar fugindo da polícia ou de local de
crime).
(p) Carro estacionado, com motorista no volante ou outras pessoas
dentro, parado há muito tempo no mesmo local (podem ser delinqüentes,
esperando a hora de agir).

120
(q) Veículo parado, mal-estacionado, luzes acesas, portas abertas,
chaves no contato (pode ser carro roubado ou ocupado por delinqüentes em
fuga ou cometendo ilícito penal por perto).
(r) Veículo em movimento que procure chamar a atenção do PM a-
través de sinais, como luz, buzina, freadas etc. (alguém pode estar preci-
sando de ajuda).
(s) Ruídos que quebram a rotina como gritos, explosão, disparos de
arma de fogo etc. (alguém pode estar precisando de ajuda).
(t) Veículo velho com placa nova, veículo com placa dianteira dife-
rente da traseira, veículo com lataria amassada ou vidros estilhaçados, veí-
culo com marcas de bala na lataria (pode ser carro roubado).
(u) Indivíduo estranho, muito atencioso e carinhoso com crianças
nas ruas (pode ser um tarado).
2) Em qualquer situação suspeita, em princípio, o PM só deve atuar
se estiver como superioridade numérica ou de poder de fogo. Não preen-
chendo essas duas condições, deverá solicitar reforço.
c) "Onde e como atuar"
1) Em princípio, não sair de sua área de atribuições e de atuação.
Preocupar-se em cumprir o seu papel. Auxiliar seus companheiros, quando
solicitado. Trabalhar em conjunto. Ninguém obtém resultados satisfatórios
sozinho.
2) Conhecer a fundo a área de atuação (rotina, moradores, comerci-
antes, vias de acesso, locais de má freqüência, delinqüentes e seus pontos
de reunião etc.).
3) Fazer um bom relacionamento com a comunidade que lhe prestará
informações e lhe dará ajuda em caso de necessidade.
4) Não se envolver emocionalmente na ocorrência, não tomando par-
tido, permanecendo sereno sem sofrer influência ou pressões das partes ou
terceiros, mesmo diante de fatos extremamente chocantes.
d) Relações com a comunidade
1) Auxiliar crianças, pessoas idosas, deficientes físicos a atravessa-
rem as ruas, parando a viatura para isso, se necessário.
2) Prestar informações solicitadas pelas pessoas. Ser atencioso. Não
conversar como se estivesse falando com delinqüentes. Recorrer a colegas
ou mesmo a civis, se for preciso, para solucionar o problema.
3) Auxiliar pessoas em dificuldades em locais ermos, mal-iluminados
ou em horários impróprios (Ex.: veículo com família dentro, com pneu fura-
do ou problemas mecânicos).
4) Socorrer pessoas acidentadas ou vítimas de mal súbito.
e) Durante o patrulhamento
1) Encontrando alguma situação considerada suspeita, não titubear e
verificá-la, observando os princípios de segurança individual.
2) Não observar rotina no trajeto de patrulhamento.
3) Com viatura, respeite rigorosamente todas as regras de trânsito.

121
4) Adequar a velocidade da viatura ao local, de forma a poder
perceber tudo o que ocorre em seu redor, sem interromper o fluxo de tráfe-
go.
5) Quem dirige a viatura é, além de motorista, um integrante da guar-
nição também atento para perceber situações suspeitas e entrar imediata-
mente em ação.
6) Desconfiar, em princípio, de informações recebidas por terceiros.
Identificar o informante e verificar a veracidade da informação antes de agir,
evitando possíveis "armadilhas" ou o cometimento de injustiças.
7) Em locais de freqüência pública (inclusive de parada para alimen-
tação e cafezinho), coloque-se sempre próximo e de costas para uma pare-
de, com ampla visão sobre a entrada e o interior do local.
8) Em estacionando a viatura, prever, sempre, um PM da guarnição
para fazer a segurança dos demais, ficando fora da viatura, próximo e de
costas para a parede, atento ao movimento das proximidades (pessoas e
veículos) e atento ao rádio.
9) Só conduzir ao DP indivíduos presos em flagrante ou sobre quem
haja fundadas suspeitas de ter praticado ilícito penal. "A falta de documen-
tos não constitui ilícito penal e o indivíduo pode conseguir, no local, provar
ser um cidadão honesto e trabalhador".
f) Transporte de pessoas na viatura
1)Em princípio, todos os suspeitos devem sofrer, antes de entrar na
viatura, busca pessoal. As vítimas e as testemunhas, dependendo das cir-
cunstâncias, poderão, também, ser submetidas a essa busca.
2) O transporte de delinqüentes ou indivíduos perigosos deve ser feito
no guarda-preso da viatura, algemados de forma conveniente.
g) Ocorrências em que não se caracterize o ilícito penal - Oriente as par-
tes, conforme o caso, a agir judicialmente ou a recorrer a assistentes soci-
ais.
h) Procedimento individual em caso de tiroteio:
1) Manter a calma. Não entrar em pânico.
2) Utilizar os abrigos disponíveis no momento; diminuir a silhueta
(fig 3-1)
3) Tomar todas as cautelas para não ferir companheiros ou terceiros;
cuidado com fogo cruzado.
4) Contar o número de disparos feitos.
5) Cessada a ação do delinqüente, cessar a reação.
6) Em caso de rendição ou indivíduo ferido, procurar ter total visão
dele, antes de desarmá-lo e socorrê-lo (cuidado com simulação de ferimen-
tos por parte do delinqüente).

122
Erro! Vínculo não válido.

fig. 3-1 - Utilização de Abrigos para proteção

i) Socorro de suspeitos ou de delinqüentes


1) Fazer busca preliminar no ferido, rapidamente, com o objetivo de
preservar a segurança da guarnição.
2) No caso específico de delinqüentes, algemar os que estiverem
conscientes.
3) O socorro, em princípio, deve ser feito na viatura, mantendo-se a
guarnição atenta aos feridos durante o deslocamento, evitando possíveis
surpresas; no socorro, a viatura deve ter pelo menos dois PM.
4) Caso o socorro seja feito por terceiros, cuidar para que estejam em
número superior ao de feridos; anotar os dados do veículo e do condutor
para constar do histórico do Talão. Em caso de recusa e na impossibilidade
de detê-los, anotar, se possível, dados pessoais ou do veículo, para posteri-
ores providências.
5) Todos esses procedimentos não devem retardar, mais que o ne-
cessário, o socorro.
6) No PS, exercer vigilância para que o ferido não fuja.

2.0 Técnicas Usuais

2.1 Busca pessoal


a) Divide-se, quanto à atuação do PM, em busca preliminar e busca
minuciosa.
b) Busca preliminar é a realizada em situações de rotina quando não há
fundadas suspeitas sobre a pessoa a ser verificada, mas em razão do local
e da hora de atuação. Ex.: local público de má freqüência, local de alta inci-
dência criminal, entrada de pessoal em campo de futebol e bailes populares.
c) Busca minuciosa é aquela realizada em pessoas altamente suspeitas
ou em delinqüentes.
d) Procedimento do PM na busca preliminar: (Fig. 3-2).
1) Antes de iniciar a busca, evitar que o indivíduo fique de posse de
quaisquer objetos (blusa, sacola, bolsa, pacote, guarda-chuva, jornal etc.).
2) Colocar o revistado em pé, com a frente voltada para uma parede
(na falta, utilizar a lateral da viatura) e as costas para si.
3) Se não houver parede, veículo próximo ou qualquer superfície ver-
tical no local de busca preliminar (campo aberto) deve o policial obrigar o
suspeito a deitar de frente ao solo com os braços esticados e para a frente.
4) Proceder ao porte de arma por trás do revistado, mantendo sempre
uma perna atrás da outra (perna direita à frente, bem flexionada, a perna

123
esquerda atrás, levemente flexionada), mantendo o pé direito próximo e
paralelo ao pé esquerdo do revistado, ao verificar a sua metade esquerda;
quando da verificação da metade direita, manter o pé esquerdo próximo e
paralelo ao pé direito do revistado.
5) Em caso de reação, desequilibrar o revistado, deslocando-lhe a
perna com o pé.
6) Durante a busca, observar a seguinte seqüência:
(a) tirar a cobertura (gorro, chapéu etc.) do revistado. Examiná-lo;
(b) apalpar a garganta, o peito e a cintura, em toda volta;
(c) apalpar ao longo das costas, desde a área dos ombros até a
cintura e daí até a axila direita. A mesma coisa na axila esquerda;
(d) apalpar firmemente ao longo de cada braço, até os dedos, sem-
pre apertando;
(e) apalpar a região pubiana e as nádegas;
(f) esvaziar todos os bolsos da roupa;
(g) examinar as partes interna e externa de cada perna até o calca-
nhar.
7) Verificar se não há cheiro de tóxicos nas mãos ou picadas nos bra-
ços.
8) Verificar todos os objetos e volumes em poder do revistado, inclu-
sive cigarros, fósforos etc.
9) Nada encontrando de ilegal, agradecer a colaboração, liberando o
indivíduo.
10) Na busca preliminar em campo de futebol, o rigor fica vinculado a
circunstâncias momentâneas.

Erro! Vínculo não válido.


Fig. 3-2 - Particularidades da busca pessoal

124
e) Procedimento em busca minuciosa: (Fig. 3-3 e 3-4).
1) Deverá ser feita, sempre que possível, na presença de, no mínimo,
uma testemunha e em local isolado do público.
2) Adotar os procedimentos da busca preliminar e mais:
(a) tirar toda a roupa e os sapatos do revistado. Se estiver com ata-
duras ou gesso, verificar se são falsos;
(b) verificar todo o corpo do revistado, inclusive orifícios externos.
indagar da procedência de cicatrizes e tatuagens. Se tiver cabelos muito
grandes ou espessos, passar um pente;
(c) verificar a roupa do revistado:
- cobertura: parte interna e externa;
- sobretudo ou paletó: colarinho, lapelas, bolsos, costuras, re-
mendos, botões e outros ornamentos;
- colete: forro, costuras e botões;
- cinto: bolsos, interiores falsos, fivela;

Erro! Vínculo não válido. Erro! Vínculo não válido.


Erro! Vínculo não válido.

Erro! Vínculo não válido.


Erro! Vínculo não válido.

figs.3-3 e 3-4 - Particularidades da busca pessoal

- camisa: colarinho, punho, bolsos (verdadeiros e/ou falsos);


- gravata: forro e nó;
- calças: costuras, bolsos (verdadeiros ou falsos), cinturas e bar-
ras;
- sapatos: parte interna e externa (saltos).
f) Recomendações para quem faz busca pessoal; (fig. 3-5).
1) É recomendável que a busca pessoal seja feita por dois PM fican-
do um com o encargo da busca propriamente dita e o outro com a respon-
sabilidade pela segurança do companheiro. O PM que faz a segurança deve
ficar atrás do suspeito e do lado contrário do seu companheiro, mantendo-
se atento ao revistado.
2) A busca pessoal deve ser feita com toda aplicação, visando a a-
preender armas ou objetos que possam ser usados contra o PM ou objetos
de ilícito penal, que possam incriminar o indivíduo.
Erro! Vínculo não válido.
Fig. 3-5 - Particularidades de busca pessoal

g) Busca pessoal em mulheres

125
1) Em princípio, deve ser realizada por policiais femininas, observan-
do-se as normas preconizadas para busca pessoal em homens, no tocante
à segurança.
2) Quando feita por PM do sexo masculino, a busca preliminar deve
iniciar-se pelo pedido gentil à mulher para que entregue a sua bolsa (sacola,
embrulho etc.), a fim de ser verificada quanto à existência de armas Ou
objetos que possam ser usados contra o PM ou objetos de ilícito penal, que
venham a incriminar a pessoa. Sempre que possível, essa verificação deve-
rá ser feita em presença de testemunhas.
3) Nada encontrando de ilegal, agradecer a colaboração, desculpan-
do-se pelo incômodo.
4) Em caso de mulheres delinqüentes ou em que haja necessidade
de ser procedida revista mais minuciosa, não havendo policiais femininas no
local, a busca pessoal não deverá ser feita, conduzindo-se a mulher com
toda a segurança até o DP, onde poderá ser melhor revistada (fig. 3-4).

2.2 Abordagem e vistoria


a) Veículos - A abordagem e a vistoria em ocupantes de veículos é uma
das mais perigosas ações do PM. Em princípio, não devem ser feitas por
homem isolado, nem por PM em inferioridade numérica em relação aos
ocupantes do veículo. Nessas hipóteses, solicitar reforço e, enquanto não
chegar, acompanhar discretamente o veículo suspeito, comunicando a sua
posição continuadamente. Antes de ser efetuada a abordagem, elaborar um
plano de ação, prevendo precauções a ser tomadas e a atuação de cada
PM.
1) Procedimentos
(a) Local ermo - é o que oferece melhores condições de atuação do
PM, pois evita as desvantagens que possa ter devido às distrações de uma
rua movimentada, além de diminuir o risco da presença de terceiros em
caso de reação e tiroteio. Sempre que possível, deve-se procurar parar o
veículo suspeito em ruas relativamente calmas ou em locais ermos.
(b) Locais com tráfego intenso - é importante a adoção de cautela,
para evitar: colisões com outros veículos, atropelamentos e risco à vida de
terceiros. A ação deve ser a mais rápida possível e as armas só poderão
ser usadas em legítima defesa. É preferível permitir a fuga momentânea a
atingir inocentes.
(c) Local com movimentação de pedestres - deve ser evitado em fa-
ce da possibilidade de colocar em risco a integridade física de terceiros,
caso haja reação ou inabilidade dos motoristas. Além disso, haverá a natu-
ral aglomeração de curiosos. Em tais situações, não havendo outra alterna-
tiva, alertar os transeuntes, afastando-os através de palavras e gestos. Du-
rante a vistoria, impedir a presença de curiosos e não descuidar da segu-
rança dos PM; tais locais oferecem maior facilidade para arrolar testemu-

126
nhas. Nesses casos, também, é preferível permitir a fuga momentânea a
atingir inocentes.
(d) Posição da viatura - a viatura deve ser parada a aproximada-
mente dois metros atrás do veículo e um metro e meio à sua esquerda.
Nunca estacionar a viatura defronte ou ao lado do veículo suspeito. Avisar,
via rádio, sobre a abordagem e vistoria. O pisca-pisca permanece ligado,
alertando os demais veículos em trânsito.
(e) Atuação da guarnição de RP (dois homens):
- Parados, o veículo e a RP, o motorista coloca-se do lado de fora
da mesma, atrás da porta esquerda que estará aberta. O motor da viatura
deve permanecer ligado. De onde está, o motorista pode observar os ocu-
pantes do veículo e dar segurança ao encarregado.
- O encarregado, colocado atrás da porta direita da viatura, orde-
na aos ocupantes do veículo que desliguem o carro e, após, mantenham as
mãos em posição visível, atrás da cabeça ou nas portas do veículo.
- Em seguida, o encarregado desloca-se em direção ao pára-lama
direito traseiro do veículo, de onde pode observar os seus ocupantes pela
retaguarda e fica fora do campo de visão oferecido pelo espelho retrovisor
(manter a arma na mão, sem engatilhá-la).
- o motorista desloca-se para junto do pára-lama traseiro esquer-
do do veículo (manter a arma na mão sem engatilhá-la).
- O encarregado, com a segurança dada pelo motorista, manda
que os ocupantes abram a porta direita do veículo e, por ela, desçam deva-
gar, com as mãos entrelaçadas em cima da cabeça.
- com os ocupantes fora do veículo, o encarregado verificará o
seu interior, vendo se não há ninguém de tocaia ou amarrado, ou algum
objeto facilmente visível que levante fundada suspeita de serem delinqüen-
tes (revólveres sobre bancos, tóxicos, jóias, muito dinheiro esparramado
etc.), quando então adotará um dos sinais convencionados que se verá
adiante.
- Nada constatando, adotam-se os procedimentos de busca pes-
soal nos suspeitos.
- Proceder revista minuciosa no interior do veículo, buscando ar-
mas, tóxicos ou produtos de ilícitos penais. Essa revista é feita pelo encar-
regado, enquanto o motorista permanece vigiando os suspeitos. Em princí-
pio, o proprietário do auto deve acompanhar a vistoria, tomando-se os cui-
dados necessários para que não possa arrebatar a arma do encarregado ou
fugir.
- Caso não tenha sido feito durante a eventual perseguição, verifi-
car se o carro é roubado ou se não está envolvido em nenhuma ocorrência
Se o lacre estiver violado, conferir o número do chassis com o documento
do carro.
- Durante toda a atuação de abordagem e vistoria, o rádio deve
estar ligado em condições de ser ouvido.

127
- Se tudo estiver em ordem (veículo e ocupante), agradecer a co-
laboração e desculpar-se pelo incômodo.
- À noite, acrescentar os seguintes cuidados:
- Os faróis da viatura devem ser utilizados para cegar os ocupan-
tes do auto suspeito e aumentar a visibilidade do PM
- que os ocupantes do veículo suspeito acendam as luzes inter-
nas;
- a lanterna de pilhas ou "spotlight" deve ser mantida ao lado e
não à frente do corpo do PM, e o seu foco deve ser dirigido aos olhos do
suspeito, para ofuscá-lo;
- não cruzar na frente do farol da viatura.
- Nunca encostar no veículo suspeito para falar com seus ocupan-
tes ou determinar-lhes que desçam, nem abrir a porta do veículo suspeito
para que os seus ocupantes desçam (Fig. 3-6).
Erro! Vínculo não válido.
Fig. 3-6 - Particularidades da abordagem de veículos

(f) Atuação de guarnição de PTM ou ROTA (quatro homens).


- As variações ocorrem no posicionamento e na função dos
integrantes da guarnição.
- Os procedimentos são semelhantes:
- parada do veículo e da viatura;
- ordens para desligar o veículo e manter as mãos em posição vi-
sível;
- abertura da porta do veículo e descida do mesmo;
- verificação, no interior do veículo, de outras pessoas ou objeto
comprometedores.
- busca pessoal;
- verificação da existência de valores no veículo;
- revista minuciosa no veículo, se for o caso (fig. 3-7);
- rádio ligado;
- verificação se o veículo é roubado;
- liberação.
- cuidados adicionais à noite;
- nunca encostar no veículo suspeito para falar com seus ocupan-
tes ou determinar-lhes que desçam, nem abrir a porta do veículo suspeito
para que desçam.
- Em guarnições com quatro homens, as funções ficam assim dis-
tribuídas:
- motorista - segurança da viatura, segurança dos demais e escu-
ta do rádio;
Erro! Vínculo não válido.
Fig. 3-7 - Revista minuciosa do veiculo

128
- encarregado - orienta e fiscaliza a operação; cobre a ação do
auxiliar 2;
- auxiliar um - faz a segurança do lado esquerdo do veículo;
- auxiliar dois - faz a busca pessoal e a vistoria no veículo (fig.
3-8).
g) Sinais convencionados
- Toda guarnição deve ter uma série de sinais convencionados,
para utilização quando necessário. Esses sinais objetivam a comunicação
entre os PMs, sem que terceiros entendam o que se passa. Os sinais de-
vem ser simples. Ex.: piscar, tossir, pigarrear, palavra-chave etc. Numa
situação de abordagem e vistoria de veículos, eles serão úteis para indicar a
descoberta de alguma anormalidade ou transmitir necessidade de redobrar
as precauções para evitar fuga ou, ainda, para selecionar quem deve mere-
cer mais atenção na busca pessoal.

Erro! Vínculo não válido.


Fig. 3-8 - Abordagem de veículo por PTM ou ROTA.

h) Procedimentos suplementares (quando necessário):


- Descoberto algo incriminador no veículo, deve-se mandar que
os ocupantes se deitem no chão, onde serão algemados e, após, submeti-
dos a uma revista minuciosa. Evitar que conversem entre si, impedindo,
assim, o acerto de declarações".
- Os indivíduos deverão deitar-se de barriga no chão, com as
mãos sobre a cabeça.
- Arrolar testemunhas para a apreensão de objetos, armas, valo-
res etc.
b) Edificações
1) Não esquecer da fiel observância das prescrições legais, relativas
à inviolabilidade do domicílio.
2) Edificações ocupadas:
(a) Se os ocupantes forem delinqüentes, principalmente homens
armados, procede-se, normalmente, como no cerco, com todas as cautelas
próprias da técnica do cerco.
(b) A dificuldade será realmente muito grande se entre os ocupantes
da edificação estiverem pessoas enfermas, idosas e crianças.
(c) Nessas hipóteses, os PM deverão empregar os meios possíveis
para que tais pessoas se retirem; em seguida, realizar a abordagem.
(d) Se a edificação estiver ocupada por pessoas que não oferecem
perigo aos PM ou não são delinqüentes, o procedimento será cortês.
(e) De qualquer forma, tais abordagens não deverão ocorrer com as
guarnições em inferioridade numérica ou de poder de fogo.
(f) Se os PM forem até a edificação para fazer a abordagem, em fa-
ce de denúncia do detido, será necessária muita atenção, pois poderão

129
estar sendo atraídos para uma tocaia ou até mesmo para a própria residên-
cia do detido que passará a gritar pelos familiares pedindo ajuda e fazendo
acusações contra os PM.
3) Edificações desocupadas.
(a) Em princípio, o procedimento é como se o local estivesse ocu-
pado, isto é, com cuidado para não ser surpreendido por alguém que esteja
escondido, adotando-se técnica análoga à prevista para edificações ocupa-
das.
(b) Em se tratando de edificação desocupada, existe a possibilidade
de que esteja em estado de abandono, oferecendo perigo aos PMs, pois
poderá haver vigas e paredes prestes a desabar, escadas quebradas, asso-
alho solto etc.
4) Edificações com reféns:
(a) Colher informações no local e transmiti-Ias via rádio, para provi-
dências decorrentes.
(b) Cercar o local, impedindo a evasão dos criminosos.
(c) Em havendo possibilidade de tiros, com risco à integridade de
terceiros, as guarnições não deverão tentar a invasão do local ou arrebatar
o seqüestrado antes da chegada de oficial (fig. 3-9).
(d) A aproximação e a chegada ao local, quando em perseguição,
deverão obedecer aos seguintes preceitos:
- A aproximação deve ser feita de modo a evitar que seja notada,
para obter a vantagem do elemento surpresa. Se possível, deve aproximar
por uma rua paralela ou por local que não ofereça campo de vista.
- A viatura deve estacionar um pouco antes do local, evitando ser
prematuramente vista, e seu estacionamento deve ser o mais seguro possí-
vel, diante das circunstâncias.
- As chaves não devem ficar no contato da viatura, para evitar que
sejam utilizadas em possível fuga.
- Devem ser evitados os ruídos, decorrentes do rádio, batidas de
porta da viatura, sirene etc.
- Devido à gravidade da ocorrência será fundamental ganhar tem-
po, o supervisar e o Cmt. do Pelotão serão acionados para o local.
(e) A viatura designada para cobrir a frente do prédio tem duas res-
ponsabilidades imediatas:
- determinar se há vítimas e se necessitam de assistência médica
urgente. Se for o caso, providenciar o socorro médico urgente, ainda que o
delinqüente possa fugir; e
- comunicar ao controle as informações específicas e necessárias
para dirigir e orientar o reforço necessário.
(f) O PM não deve oferecer-se como refém, pois aumentará o
poder dos delinqüentes.
(g) Se for noite os faróis da viaturas devem ser usados para iluminar
a edificação.

130
h) Se for feito uso de gás lacrimogênio para forçar a saída dos mar-
ginais observar a posição do vento e cuidado ao aproximar-se de janelas,
portas e corredores.
i) Outras viaturas devem ser designadas, se necessário, para cobrir
os flancos e os fundos do prédio, a fim de não permitir a fuga.
j) Antes da ordem do oficial, as guarnições não devem responder a
tiros dados pelos homiziados, mantendo-se abrigadas e com vistas ao local.
Erro! Vínculo não válido.Fig. 3-9 - Cerco a sequestradores

131
1) O comandante da operação é o único que dará ordens para a en-
trada na edificação e emprego de armas em último caso. Todos os PM que
estiverem na operação devem ter em mente que um tiro pode causar a mor-
te de reféns ou de outro policial,
m) Para o sucesso da operação é fundamental a calma, o tempo estará
a nosso favor e o prestígio da Corporação depende desse sucesso. (figura
n.º 3-9).
ATENÇÃO: O GRPAe (Grupamento de Radiopatrulhamento Aéreo)
sendo acionado para o local, dará melhores condições para o cerco e per-
seguição em caso de fuga além de ser de extrema valia no caso de socorro
urgente de vítimas que possam estar em estado grave."
Depois que o local estiver cercado o tempo passa a ser o elemento mais
importante. Os patrulheiros no local não devem ser precipitados colocando
em risco a vida dos reféns.
A prisão dos delinqüentes deve ser negociada dando-lhes garantias de
vida pela liberdade dos reféns, isso deverá ser testemunhado, fato que aju-
da a credibilidade dos marginais.
Os policiais não devem provocar uma ação do marginal sobre os reféns,
coisa que poderá acontecer se perceberem que não haverá condições de
prisão ou fuga.
Não menospreze o grau de periculosidade ou desespero dos marginais.
n) No caso dos criminosos tentarem a fuga, utilizando os reféns como
escudo, os PM devem:
- Permitir a fuga, sem atirar.
- Informar de imediato à Central, fornecendo os seguintes dados:
- direção em que é tentada a fuga;
- se a fuga está sendo processada a pé ou em veículo;
- no caso de ser em veículo, informar a chapa, a marca e a cor;
- a quantidade e as características das pessoas tomadas como
reféns:
- a descrição dos seqüestradores; e
- procurar seguí-los à distância.
o) Em sendo determinado, pela Central, cerco à área para interceptar a
fuga, os PM devem atentar para:
- Procurar informações junto a proprietários de bares, lojas e ou-
tros comerciantes que possam ter visto os delinqüentes em fuga.
- Linhas de transportes coletivos, que circulam nas vizinhanças,
poderão ser excelentes vias de fuga.
- Bares, lojas, postos de gasolina, supermercados, pontos de ôni-
bus, etc., tendo o cuidado de incluir os sanitários desses locais para vistori-
ar.
p) Para evitar conflito de Comando local a Corporação criou o GATE
(Grupo de Ações Táticas Especiais), que com pessoal mais preparado e

132
melhor equipado será acionado para o cerco, assumindo o controle da situ-
ação, na seqüência da missão iniciada pelos patrulheiros.
O GATE existe para facilitar a atuação profissional e são policiais como
os demais, de uma mesma Corporação.
Coletes a prova de balas, atiradores especializados, rnegafones, armas e
equipamentos são úteis para uma ação policial dessa natureza, e o GATE
as possui.
5) Edificações com débeis mentais no seu interior:
(a) Atuar consciente de que o débil mental não é um delinqüente,
mas, ao revés, um doente, que necessita de cuidados médicos.
(b) Suas atitudes são imprevisíveis, podendo passar de um estado
de calma à violência ou vice-versa, o que exige prudência e cuidados espe-
ciais de segurança.
(c) Antes de entrar em contato com o demente, o PM deve fazer al-
gumas perguntas a alguém que o conheça, como, por exemplo, um parente
ou amigo, objetivando ter idéia do comportamento do demente. Assim, in-
dagará se o débil mental é violento ou não; se está ou não armado e, em
caso positivo, qual o tipo de arma; se recebe bem os PM; enfim, procurar
saber tudo sobre o grau de periculosidade do alienado mental.
(d) Antes de fazer a abordagem, os PM deverão procurar a prote-
ção, empregando cautelas necessárias e manter o diálogo com o demente
na tentativa de inspirar confiança.
(e) Lembrar-se, antes de agir, de que a Corporação dispõe de mei-
os necessários para resolver tais situações. Ter calma e acionar os meios.
(f) Se as circunstâncias exigem imediata entrada na edificação, não
esquecer de arrolar testemunhas e obter autorização do morador ou res-
ponsável.
(g) Utilizar, se for o caso, camisa de força ou meios de fortuna que a
substituam (cobertores, japonas etc.), para conter o demente.
(h) Lembrar que a criatividade, a improvisação e o bom diálogo são
úteis na abordagem de débeis mentais.
c).Pessoas a pé - A abordagem e a revista pessoal (porte de arma ou
vistoria) podem ocorrer nos seguintes casos:
1) Durante o patrulhamento de rotina, quando os PM tentam averiguar
suspeitos e detectar pormenores, que possam indicar alguma anormalidade
ou em locais notoriamente suspeitos.
2) Quando o indivíduo avistado for um suspeito, procurado pela Polí-
cia, para esclarecimento de ilícito penal.
3) Quando o indivíduo porta objetos que possam ser produtos de cri-
me.
d) Pessoas isoladas, a pé:
1) A abordagem deve ser processada com atenção e cautela, vigian-
do todos os movimentos do suspeito, pois poderá sacar uma arma, procurar
desfazer-se de tóxico, jogando-os fora ou até mesmo colocando-os na boca.

133
2) Em seguida, o PM ordena que coloque as mãos sobre a cabeça e
realiza a busca pessoal preliminar.
3) Se o indivíduo estiver indevidamente armado, portar tóxico ou pro-
duto de crime, o PM deve algemá-lo, fazendo, a seguir, a busca minuciosa,
providenciando, ato contínuo, para que seja encaminhado à Unidade Policial
da área, arrolando testemunhas, sempre que possível.
e) Pessoas na multidão
1) A primeira providência será afastar ou retirar o indivíduo do meio
da multidão para, em seguida, revistá-lo.
2) Constitui erro crasso a abordagem e a revista de pessoa suspeita
no meio da multidão, eis que a reação do público poderá ser contrária ao
PM, podendo ocorrer tentativa de desarmá-lo ou de agredi-lo.
3) Se o PM precisar usar a arma, não poderá fazê-lo com segurança,
correndo o risco de atingir os circunstantes e, dessa forma, fazer vítimas
inocentes.
f) Pessoas alienadas mentais
1) As providências serão as mesmas indicadas nas ocorrências com
débeis mentais em edificações, devendo o PM adotar medidas de seguran-
ça, visando a não ser surpreendido com a eventual reação do débil mental.
2) Possíveis gritos e ofensas, despertando a atenção de transeuntes,
não deverão perturbar a ação do PM, que deverá com calma e tranqüilida-
de, tentar resolver a situação.
3) Não esquecer de arrolar testemunhas e relacionar tudo o que per-
tencer ao demente, tais como objetos de valor, dinheiro, jóias, relógios etc.,
para, em seguida, encaminhá-los à Unidade Hospitalar própria, mais próxi-
ma.
g) Pessoas alcoolizadas
1) Se o indivíduo estiver em coma alcoólica portanto inconsciente e,
em conseqüência, sem capacidade para se manter em pé, não deverá ser
conduzido à Unidade Policial da área, mas sim ao PS.
2) No PS, relacionar os pertences e valores do alcoolizado, arrolando
testemunhas, para evitar queixas e eventuais acusações posteriores.
3) Se o bêbado estiver ferido, após ser medicado, pode ser conduzido
à Unidade Policial da área, para providência,. complementares.
4) Se o bêbado ficar internado ou em observação no PS, haverá ne-
cessidade de transmitir os dados à Unidade Policial da área.
5) Não levar em conta as prováveis ofensas do bêbado, pois tal com-
portamento é comum, uma vez que o indivíduo não está sóbrio e, portanto,
não tem plena noção do que faz e nem do ridículo a que se expõe.
h) Pessoas drogadas:
1) O PM deverá abordá-las com atenção e cautela para não sofrer
qualquer reação.
2) Efetuar a busca pessoal.

134
(a) se houver drogas a serem apreendidas, fazê-lo, preferencial-
mente, na presença de testemunhas;
(b) não esquecer que, pelo fato de estar drogado, o indivíduo po-
derá estar violento e reagir sem medir as conseqüências dos seus atos,
pondo em risco a integridade do PM.

2.3 Cerco
a) Podemos considerar, para fins policiais, duas modalidades de cercos,
a saber: cerco programado e cerco ocasional.
1) Cerco programado: aquele para que, anteriormente à ação, é exe-
cutado um trabalho planejado de levantamento de dados do local a sofrer o
cerco e das medidas a serem adotadas em cada situação específica que
surgir. Para o levantamento de dados, deve-se levar em consideração os
seguintes fatores:
(a) situação do terreno;
(b) vias de acesso ao local;
(c) vias de retraimento ou fuga do local;
(d) probabilidade de reação dos delinqüentes;
(e) grau de periculosidade dos delinqüentes;
(f) possibilidades de riscos de vida aos moradores das cercanias do
cerco;
(g) possibilidade do surgimento de reféns.
2) Cerco ocasional: aquele que se torna imperioso durante uma ação
policial rotineira, quando delinqüentes se homiziam em edificações, ou se
escondem em matagais.
b) Normas de procedimento durante o cerco, que deve ser, preferenci-
almente, comandado por oficial.
1) É necessário que seja traçado um plano específico, de forma sim-
ples, contendo os dados completos sobre o local ou sobre a edificação que
será cercada e as informações adicionais existentes.
2) Número de viaturas ou de PM em quantidade suficiente, sem ex-
cessos.
3) Todos os PM, participantes do "cerco", deverão ter perfeito conhe-
cimento dos objetivos da missão e das atribuições de cada um para evitar a
indecisão no momento de "cerco".
4) Para a aproximação do local, deverá merecer consideração espe-
cial o elemento surpresa.
5) As viaturas devem estacionar à distância, salvo se o local permitir a
chegada das viaturas sem que, com isso, os elementos fujam.
6) Os PM não deverão esquecer de pôr em prática técnicas como:
progredir no terreno, aproveitando os abrigos e cobertas, sempre protegi-
dos, levando em conta: Onde vou?, Quando vou? e Por que vou?
7) Nas proximidades, deverá haver um número maior de PM para a
prisão de eventuais fugitivos da edificação visada ou edificações vizinhas.

135
8) Após as providências iniciais, os PM deverão ser distribuídos de
forma a fazer um semicírculo em torno da edificação cercada, vigiando to-
das as saídas, com o cuidado para não ocorrer fogo cruzado.
9) Procedido o cerco, determina-se aos delinqüentes que acendam as
luzes (se for noite) e saiam com as mãos sobre a cabeça, após o que, serão
algemados, se for o caso, e revistados; a edificação será cuidadosamente
revistada (inclusive observando-se frestas de paredes, portas e janelas)
com vistas à existência de outros delinqüentes em seu interior. Para essa
revista, o PM deve abrir rapidamente a porta, tomando uma posição junto à
parede interna que lhe dê visão ampla do ambiente e o torne um alvo difícil.
Em se tratando de edificação térrea, o PM deverá tomar cuidados especiais
com o teto, mormente se este for de madeira, sobre o qual os delinqüentes
poderão ocultar-se.
10) Se a ordem não for acatada, os PM farão uso do armamento
químico, tais como bombas fumígenas e de gás lacrimogênio, o que forço-
samente obrigará os marginais a deixarem o interior da edificação.
(a) É preciso muita atenção quando da saída dos indivíduos, pois
poderão tentar abrir caminho à bala; daí a importância do emprego, por
parte dos PM, dos cuidados individuais, relativos à progressão no terreno,
aproveitamento de cobertas e abrigos e proteção individual.
11) Em seguida, o local será totalmente vasculhado, quando, então,
os PM farão as buscas, visando a encontrar objetos furtados ou roubados,
armas e tóxicos.
12) Para a entrada na edificação, evitar desvantagem numérica ou de
poder de fogo.
13) A lanterna deve ser usada afastada do corpo, somente o neces-
sário, e com facho de luz intermitente (fig. 3-10).

136
Fig. 3-10 - Uso da lanterna em buscas

137
14) Os PM não devem atuar separadamente para evitar serem sur-
preendidos isolados pelos delinqüentes, ou atirar um contra o outro e para
fins de auxílio mútuo em caso de necessidade (fig. 3-11).
Erro! Vínculo não válido. Fig. 3-11 - Ação conjunta para detenção de delin-
qüentes

15) O revólver, sem estar engatilhado, deve ser conduzido à mão (fig.
3-12)
16) Erros que não podem ser concebido em operação “cerco”.
(a) falta de planejamento básico;
(b) descoordenação;
(c) falta de comando único;
(d) excesso de meios e homens no local;
(e) deixar de cientificar a Central de Operações;
(f) falta de definição concernente à distribuição de cada PM;
Erro! Vínculo não válido. Fig. 3-12 - Condução do revólver em perseguição

(g) falta de cautela, inobservando os princípios de segurança e não


aproveitando a utilização do terreno para se proteger (fig. 3-13);
(h) desejo de resolver a ocorrência rapidamente, não aguardando
os reforços indispensáveis;
(i) agir antes de contar, no local, com material e armamento quími-
co.

138
2.4 Bloqueio relâmpago
a) Para esse tipo de ação, deve-se efetuar um planejamento, providen-
ciando-se o material necessário (lanternas, pinchos, cordas etc.) e esco-
lhendo-se local adequado para a realização do bloqueio. Nesta operação,
devem ser empregadas quatro viaturas, no mínimo, comandadas por um
oficial, observadas as seguintes diretrizes:

Erro! Vínculo não válido. Fig. 3-13 - Cautela para se proteger

1) O local escolhido deverá ser, em princípio, onde os motoristas dos


autos particulares não tenham visão das viaturas, a mais de duzentos me-
tros, a fim de evitar que delinqüentes, ocupando um veículo, utilizem vias
secundárias para a fuga.
2) Disposição das viaturas:
(a) uma viatura deverá ficar afastada cem metros antes do bloqueio,
com os PM embarcados, a fim de evitar possíveis fugas, e estar em condi-
ções de executar perseguição;
(b) uma viatura deverá ficar a cem metros após o bloqueio, para im-
pedir a passagem de veículos que desobedeçam à ordem de parada ou
tentem evadir-se;
(c) no bloqueio propriamente dito, devem permanecer duas viaturas,
em direções opostas, somente com os motoristas embarcados.
3) Emprego dos PM no bloqueio:
(a) Os PM desembarcados devem efetuar as seguintes missões:
um oficial responsável pela operação;
- um Sgt. comandante da guarnição, que auxiliará o oficial; dois
PM para a segurança;
- um PM selecionador de veículos;
- um PM anotador;
- dois PM para execução das vistorias.
b) Da seleção
O(s) selecionador(es), dependendo das mãos de direção, deve(m)
escolher, corretamente, os autos para vistoria, devendo preocupar-se com
aqueles realmente suspeitos, que são facilmente observados pelas caracte-
rísticas das pessoas que os ocupam. A ordem de parada será transmitida
por meio de sinal de lanterna, para que o auto estacione.
c) Da vistoria
Os PM que efetuam a vistoria devem verificar todas as partes do au-
to, com vistas a objetos furtados, armas, entorpecentes ou qualquer material
que indique suspeita de ação delituosa.
d) Do anotador
O PM encarregado dessa missão deve verificar toda a documentação
e anotar, em folha apropriada, os dados relativos ao auto e ao seu condutor.
e) Da segurança

139
Os PM que efetuarem a segurança devem estar atentos a todos os
autos e, principalmente, aos PM desembarcados que efetuam seleção, vis-
toria e anotação, a fim de evitar surpresa por parte de delinqüentes que
estacionam o auto na barreira e o abandonam, fazendo uso de armas contra
a tropa.

2.5 Condução de preso


a) Em princípio, todo preso será submetido à busca pessoal, por mais
pacífico que aparente ser. Quanto à utilização de algemas, somente ocorre-
rá para detidos que ofereçam perigo à segurança do PM ou possibilidade de
fuga, conforme legislação específica citada no parágrafo 2-23 deste Manual.
Na falta de algemas, aproveitar os meios de fortuna, como o cassetete ou a
cinta do próprio preso. Evitar brutalidade ou violências desnecessárias.
b) O transporte do preso deverá ser feito em viaturas e, enquanto esta
não chega, o preso deve ser mantido sob severa vigilância, de preferência
em local isolado e longe do público. Nenhum preso deve ser subestimado,
em termos de capacidade de reação.
c) Como algemar:
1) Algemar sempre o preso com as mãos para trás.
2) Partir da posição de busca pessoal:
(a) colocar a arma no coldre e segurar as algemas com a mão
direita:
(b) mantendo-se afastado do preso, mandá-lo abaixar a mão direita,
colocando-a nas costas, com a palma da mão voltada para cima e os dedos
esticados;
(c) aplicar a algema no pulso direito, mantendo-a voltada para fora
com a parte que tem o buraco da fechadura. Deve aplicar a algema firme-
mente no pulso, mas não apertá-la a ponto de se tornar demasiado descon-
fortável, ou causar ferimentos;
(d) utilizar o fecho duplo da algema;
(e) continuar segurando com a mão direita o punho direito algema-
do. Segurar o preso pela roupa no meio das costas, com a mão esquerda;
(f) mandar o preso abaixar a mão esquerda, colocando-a nas cos-
tas, com a palma da mão para cima e os dedos esticados;
(g) utilizar o fecho duplo;
(h) colocar a algema na mão esquerda do preso usando a mão
esquerda, enquanto a mão direita segura firmemente as algemas;
(i) mandar o preso erguer-se, mantendo-se afastado dele;
(j) conduzir o preso sempre do lado oposto à arma, para evitar que
ele possa apoderar-se dela;
(l) verificar sempre durante a locomoção do preso as condições da
algema e do algemado.
3) Retirada das algemas:
(a) feita por um PM, enquanto outro dá cobertura;

140
(b) permanecer atento para eventual ataque do preso;
(c) não relaxar a vigilância;
(d) só remover as algemas após o preso estar em local seguro;
(e) para algemar dois ou mais presos, proceder conforme a (Fig. 3-
14).
Erro! Vínculo não válido. Erro! Vínculo não válido.

Fig. 3-14 - Algemando dois ou três presos.

d) Condução de menores
Em princípio, serão conduzidos em viaturas específicas para tal fim.
Casos excepcionais, serão transportados na boléia da viatura.
e) Condução de doentes
Em princípio, através de viaturas apropriadas. Em casos excepcionais
serão transportados na viatura. Quando se tratar de doença infecto-
contagiosa, após o transporte, a guarnição e a viatura deverão ser desinfe-
tadas.
f) Condução de doentes mentais
Em princípio, serão conduzidos por viatura apropriada. Em casos ex-
cepcionais, os agitados, agressivos, serão conduzidos no "guarda-preso" e
os presumivelmente inofensivos na boléia, adotadas precauções especiais.
g) Condução de ébrios
Serão transportados em viaturas, adotando-se medidas similares às
previstas para débeis mentais.
h) Entrega de preso
Na entrega do preso a quem de direito, entregar o que dele foi retira-
do, por medida de segurança, durante a busca pessoal. É recomendável
pedir recibo dos objetos entregues, bem como atestado do estado físico do
preso.

2.6 Perseguição - Lembrar sempre que fugir não é crime


a) A pé
1) O PM que persegue a pé deve correr o máximo, mantendo,
somente se necessário, a arma na mão, sem engatilhá-la e com o dedo fora
do gatilho para evitar disparos acidentais. Nunca atire primeiro, só em legí-
tima defesa própria ou de terceiros.
2) A cada esquina, dobrá-la com cautela para evitar surpresas.
3) Ao aproximar-se do fugitivo, procurar desequilibrá-lo, mantendo-o,
após, deitado de barriga no chão, com as mãos na cabeça. Algemá-lo e
submetê-lo à busca pessoal.
4) Com viatura, os PM devem dividir-se, ficando metade na viatura
para fazer o cerco e a outra metade perseguindo a pé. Ter sempre em men-
te a necessidade de evitar inferioridade numérica e de poder de fogo.

141
5) Enquanto a viatura é deslocada para o cerco, o rádio é utilizado pa-
ra pedir reforço, se imprescindível.
6) Após a perseguição, refaça o trajeto de fuga em busca de objetos
ou armas atiradas fora pelo fugitivo, fazendo-se acompanhar de testemu-
nha.
7) Caso o fugitivo se esconda sob vegetação densa, ou qualquer local
cuja visibilidade seja limitada, o PM nunca deverá, isoladamente, fazer uso
de lanterna na tentativa de localizá-lo sozinho. Providenciará rapidamente
para que a região seja cercada, onde então se fará um "pente fino".
8) Atuação em tiroteio
(a) É uma situação delicada. A primeira preocupação deve ser a de
não ferir inocentes, sendo preferível permitir a fuga momentânea, adiando a
abordagem para o local propício. Procure afastar curiosos.
(b) Caso seja atingido o indivíduo, chegar até ele com cautela, de-
sarmá-lo, fazer a busca preliminar se estiver desacordado, e algemá-lo se
estiver consciente. Socorrê-lo imediatamente.
(c) Caso seja atingido um PM, manter a calma e então, logo que
possível, prestar-lhe socorro. Nesse caso, é preferível deixar o fugitivo eva-
dir-se, pois a vida do PM ferido depende da calma e prudência de seus co-
legas de farda.
(d) Arrolar testemunhas visuais do ocorrido, sempre que possível.
b) Motorizada
1) O principal fator para o sucesso da perseguição consiste na ação
imediata. Qualquer tempo perdido para iniciá-la poderá levá-la ao fracasso.
Esse imedíatismo pode implicar o desrespeito de algumas normas de trânsi-
to, porém, com toda cautela para evitar acidentes, que podem, inclusive,
envolver terceiros inocentes. É preferível permitir a fuga momentânea.
2) Caso já não tenha certeza, verificar, pelo rádio, se não é carro rou-
bado ou envolvido em alguma ocorrência.
Erro! Vínculo não válido.
Fig. 3-15 - Perseguição motorizada sem riscos

3) Passar as características do veículo e de seus ocupantes, via rá-


dio, para que outras viaturas possam fazer o cerco.
4) Informar os locais por onde se desenvolve a perseguição e a dire-
ção tomada pelo veículo perseguido.
5) Procurar manter o veículo sempre à vista, permanecendo atento à
ação de outros veículos.
6) Não ler o velocímetro da viatura durante a perseguição.
7) Tomar cuidado nos cruzamentos e vias de trânsito intenso.
8) Ao iniciar a perseguição, acionar todos os sistemas de alerta (sire-
ne, pisca-pisca, faróis) da viatura. Isso ajudará a abrir caminho e indicará
aos ocupantes do veículo perseguido que devem parar.

142
9) Durante a perseguição, é fundamental que as mensagens por rádio
sejam transmitidas com voz firme e clara, sem pânico ou afobação, permi-
tindo o entendimento e o reforço imediato. Para tanto, o PM deverá pedir
prioridade de comunicações.
10) Procurar manter a viatura na mesma bitola do veículo perseguido.
Da perícia do motorista depende o sucesso da perseguição.
Erro! Vínculo não válido.
Fig. 3-16 - perseguição motorizada sem riscos

11) Quando o veículo perseguido parar, adotar os procedimentos pre-


vistos em Abordagem e Vistoria.
12) A perseguição motorizada não deve ser feita por motociclistas,
que se limitam a seguir o auto. Pedir reforço e ir transmitindo, pelo rádio, no
trajeto seguido (Fig 3-15) e (Fig. 3-16).
13) Atuação em tiroteio
(a) É uma situação delicada. A primeira preocupação deve ser a
de não ferir inocentes, sendo preferível permitir a fuga momentânea, adian-
do a abordagem para local propício.
(b) A viatura deve ser colocada em bitola à esquerda do veículo
perseguido, diminuindo-lhe o campo de tiro e aumentando o campo de tiro
da guarnição. (Figs. 3-17 e 3-18.)

Erro! Vínculo não válido.


Fig. 3-17 - Perseguição motorizada

(c) Grande importância tem o motorista nestas situações, pois a


manobra afoita ou o posicionamento errado podem colocar em risco a vida
dos PM.
(d) Não atirar primeiro, somente fazê-lo em legítima defesa, certifi-
cando-se, antes, de que não há reféns no veículo perseguido.
(e) Atentar também para a possibilidade de o proprietário do veículo
estar dentro do porta-malas do mesmo.

2.7 Normas gerais para efetuar prisão


a) Considerações
1) Entre as mais perigosas atribuições do PM está o ato de efetuar
prisão.
2) Nestas circunstâncias, o PM não deve esquecer que está lidando
com seres humanos, não descuidando também do fator surpresa, em face
das múltiplas reações do indivíduo, variáveis em cada caso, na iminência de
perder a liberdade.
3) Ao prender, o PM só terá êxito se estiver efetivamente bem instruí-
do e observar, rigorosamente, diretrizes essenciais, comprovadas e indis-
pensáveis ao exercício da missão.

143
4) Em se adotando procedimentos corretos, o PM elimina ou reduz os
perigos da ação e, em decorrência, evita conseqüências danosas para tran-
seuntes e curiosos.
Erro! Vínculo não válido.
Fig. 3-18 - Atuação em tiroteio

5) O PM deverá estar atento para o fato de que só existem dois tipos


legais de prisão: em flagrante delito e por mandado judicial.
b Conduta do PM
1) O PM deve ter confiança em si mesmo, transmitindo essa circuns-
tância ao indivíduo, por intermédio da maneira firme de agir e do tom de
voz.
2) O tom de voz firme e calmo fará com que o delinqüente acate a au-
toridade do PM mais do que qualquer outra atitude. Nunca se justifica o uso
de palavras grosseiras ou pornográficas que, muitas vezes, denotam a falta
de confiança do PM ou uma dissimulação do seu nervosismo.
3) A ação rápida e decisiva e o elemento surpresa poderão ser muito
proveitosos. A surpresa terá o efeito de paralisar o suspeito, limitando sua
possibilidade de decidir pela fuga e aumentando, em conseqüência, o tempo
à disposição do PM.
4) Em princípio e sempre que possível, a prisão ou detenção deve ser
feita com superioridade numérica.
5) Somente aceitar colaboração de civis para efetuar prisão ou deten-
ção, se esses não colocarem em risco a integridade do PM ou a do detido.
6) Evitar que civis se aproximem do detido, pois esses poderão tentar
alguma coisa contra ele (ferir, agredir etc.) ou para tentar libertá-lo.
c) Identidade
1) É o conjunto de caracteres que individualizam uma pessoa ou coi-
sa.
2) São documentos de identidade:
(a) Carteira de Identidade;
(b) Título de Eleitor;
(c) Carteira de Trabalho;
(d) Certificado de Reservista;
(e) Certificado de Alistamento Militar;
(f) Cédula de Identidade Militar,-
(g) Carteira de Identidade Profissional (advogado, engenheiro, mé-
dico, dentista etc.); e
(h) Passaporte.
3) Não constitui crime nem contravenção alguém deixar de portar do-
cumento de identidade, já que a contravenção se caracteriza pela recusa de
fornecer dados sobre a própria identidade, o que evidentemente não é a
mesma coisa que não ter consigo documentos:
4) O PM exigirá prova de identidade pessoal nos seguintes casos:

144
(a) Reconhecimento - quando precisa reconhecer um cidadão.
(b) Suspeita - quando o indivíduo parecer suspeito, por fundadas ra-
zões, de autoria ou co-autoria de crime ou contravenção.
(c) Infração - quando o indivíduo comete uma infração penal.
5) Caberá ao PM o ônus de, colher provas ou confirmar, se entender
como falsos, os dados fornecidos por pessoas sobre a própria identidade.

2.8 Descrição
a) Essa técnica visa despertar no policial militar a preocupação com
pormenores. É importante, no cumprimento da missão rotineira e no enca-
minhamento de solução em eventos inusitados, permitindo-lhe realizar re-
conhecimentos de pessoas, de veículos, de objetos e transmitir as informa-
ções respectivas.
b) Ao descrever pessoas ou solicitar a descrição, deverá atentar para:
1) aspectos físicos: estrutura, peso, tez, cabelo, bigode, barba, olhos,
orelhas, nariz, boca, ventre;
2) modo de andar e trajar;
3) peculiaridades tais como cicatrizes, amputações, deformações,
dicção, tatuagens etc.;
4) peças do vestuário;
c) Ao descrever veículo ou solicitar a descrição atentar para:
1) tipo: passageiro, carga, misto;
2) marca: a designada pelo fabricante nacional ou, quando estrangei-
ra desconhecida, comparada com similar nacional;
3) cor: genérica, como o azul, verde, branco, e não designadas pelo
fabricante como gelo, caramelo etc.;
4) tipo de carroceria, como caminhonete, ônibus, cupê-,
5) placa: Estado, alfanumérica, cor;
6) particularidades apresentadas pelo veículo descrito.
d) Em se tratando de objetos:
1) forma: arredondada, triangular, outras;
2) tamanho: grande, médio, pequeno;
3) natureza: ferramenta, jóia, móvel, outras;
4) peso aproximado;
5) particularidades: pintado, embrulhado, outras.
6) Toda cautela deve ser tomada nos casos em que o suspeito se
recuse a ficar na posição de abordagem, pois o PM fará uma revista em
situação normal.
7) A busca pessoal deve ser feita com toda aplicação, visando apre-
ender armas ou objetos que possam ser usados contra o PM ou objetos de
ilícito penal, que possam incriminar o indivíduo.

2.9 Ocorrências envolvendo integrantes das Forças Armadas, Polícia


Militar e Polícia Civil

145
a) No atendimento de ocorrências em que, pelo fardamento ou pela i-
dentidade, se venha a conhecer a qualidade dos envolvidos como integran-
tes das FFAA e Polícias Militar e Civil, de pronto, adotar-se-á o seguinte
procedimento:
1) Se for superior hierárquico, prestar os sinais de respeito regula-
mentares e comunicar, diretamente ou através da Central de Operações, ao
Cmt imediato.
2) Se for subordinado, acionar o Comando Militar - o órgão policial a
que pertença o envolvido.
b) Deve ser evitado o transporte de tais envolvidos em xadrez da Vtr, o
uso de algema ou o emprego de força física, entretanto, em sendo absolu-
tamente necessário o uso desses meios, deve-se precatar contra futuras
medidas disciplinares ou penais, arrolando, de pronto, testemunhas que
possam posteriormente justificar essa conduta.

146
2.10 Ocorrências policiais em veículos de transporte coletivo (ônibus,
trem e metrô)
a) Ao constatar ou ser solicitado para atender ocorrência policial em veí-
culo de transporte coletivo, o PM deve:
1) socorrer as vítimas;
2) identificados os autores do delito, efetuar a prisão em flagrante,
conduzindo-os à Unidade Policial da área, solicitando à vítima que o acom-
panhe;
3) quando os autores do delito não forem identificados, porém, houver
suspeitas, conduzi-los à Unidade Policial da área, juntamente com à vítima;
4) arrolar testemunhas;
5) elaborar boletim de ocorrência.
b) Nos trens e metrôs, onde os agentes de segurança são reconhecidos
por Legislação Federal, como agentes de autoridade policial, o PM deve agir
em perfeita harmonia com eles, solicitando apoio ou os apoiando em suas
ações.
c) As ocorrências policiais devem ser atendidas no próprio local ou no
próximo ponto de parada ou estações, sem desviar os coletivos de seus
itinerários normais ou retardar as viagens.

2.11 Ocorrências com aeronaves


a) Na hipótese de pouso ocasional em rodovia, a aeronave deverá ser
retida para averiguação de sua documentação e da do piloto, devendo ser
registrada a ocorrência pela Polícia Militar e Polícia Civil.
A Polícia Militar deve comunicar o fato ao SERAC - 4, Serviço Regional
de Aviação Civil - 4, telefone (011) 240-2333, rede Telex Ministério da Aero-
náutica ZVU-24436, Divisão de Investigação e Prevenção de Acidentes Ae-
ronáuticos.
b) Na hipótese de aeronave acidentada fora de aeródromo, deverá ser
prestado imediato socorro às vítimas e registrada a ocorrência pela Polícia
Militar e Civil;
1) a Polícia Militar deverá imediatamente comunicar o fato ao Serviço
Regional de Aviação Civil - 4, do Ministério da Aeronáutica;
2) a Polícia Militar providenciará a proteção e salvaguarda do local do
acidente, bem como dos destroços e dos vestígios do aparelho sinistrado,
até a chegada do pessoal credenciado para a competente investigação;
3) o material recolhido e sob guarda, como pertences de tripulantes e
os destroços da aeronave, deverá ser protegido e entregue com as cautelas
necessárias para as pessoas legalmente autorizadas.
c) Na hipótese de pouso fora de aeródromo, sem que se tenha caracte-
rizado acidente ou incidente aeronáutico, o fato deverá ser comunicado pela
Polícia Militar ao Serviço Regional de Aviação Civil - 4, para fins de apura-
ção de infração às normas de tráfego aéreo, conforme estabelece o Código
Brasileiro de Aeronáutica, registrando-se a ocorrência pela Polícia Militar;

147
1) as aeronaves ultraleves não podem sobrevoar áreas densamente
povoadas, sendo a altura mínima para as demais áreas igual a 100 metros
no período do dia, compreendido entre o nascer e o pôr do sol;
2) as ocorrências envolvendo aeronaves ultraleves deverão ser co-
municadas pela Polícia Militar imediatamente ao Serviço Regional de Avia-
ção Civil - 4, do Ministério da Aeronáutica;
3) a presente norma aplica-se no que couber às atividades e ocorrên-
cias envolvendo helicópteros.
d) os órgãos policiais estaduais deverão aplicar no que couber a legisla-
ção pertinente, particularmente o artigo 35 da Lei das Contravenções Penais
- abuso na prática da aviação.

2.12 Providências policiais em crimes contra a pessoa e o patrimônio.


a) Homicídio
1) preservar o local e diligenciar para a possível prisão do homicida
(caso de autoria conhecida);
2) arrolar testemunhas;
3) transmitir os dados ao DP. Nesses casos, geralmente o delegado
comparece ao local; encaminhar ao DP as pessoas suspeitas, se houver;
4) as demais providências (peritos, carro de cadáver, especializada
de homicídios) são tomadas pelo delegado, devendo o PM anotar os prefi-
xos e os nomes dos encarregados das viaturas de apoio;
5) em princípio, a ocorrência só estará encerrada após a saída do
carro de cadáver.
b) Tentativa de homicídio
1) socorrer a vítima;
2) preservar o local e diligenciar para a possível prisão do agressor
(autoria conhecida);
3) arrolar testemunhas;
4) transmitir dados ao DP, junto com a papeleta do PS, se a vítima
permanecer internada; encaminhar, se houver, suspeito ao DP;
5) a peritagem cabe ao delegado;
6) em princípio a ocorrência só estará encerrada após a saída dos
peritos (anotar prefixo e nome do encarregado da viatura).
c) Suicídio e tentativa de suicídio
1) socorrer a vítima, se possível (tentativa de suicídio);
2) preservar o local;
3) arrolar testemunhas e encaminhar, ao DP, suspeitos de indução,
instigação ou auxílio à tentativa de suicídio;
4) encaminhar dados ao DP, junto com a papeleta do PS, se a vítima
permanecer internada (tentativa de suicídio);
5) as demais providências (peritos, carro de cadáver) são tomadas
pelo delegado, que geralmente comparece ao local;

148
6) em princípio, a ocorrência só estará encerrada após a saída do
carro de cadáver (suicídio) ou dos peritos (tentativa). Anotar os prefixos e os
nomes dos encarregados das viaturas de apoio.
d) Morte súbita
1) preservar o local;
2) arrolar testemunhas;
3) transmitir os dados ao DP. Geralmente, o delegado comparece ao
local;
4) as demais providências (peritos, carro de cadáver) são tomadas
pelo delegado, devendo ser anotados prefixos e nome de encarregados das
viaturas de apoio;
5) em princípio, a ocorrência se encerra com a saída do carro de ca-
dáver;
e) Agressão
1) socorrer a vítima. Se terceiros o tiverem feito, passar no PS para
apanhar a papeleta e ver o estado da vítima. Anotar os dados dos que so-
correram a vítima;
2) arrolar testemunhas, nome da vítima e do agressor (se conhecido
ou detido);
3) encaminhar dados ao DP, conduzindo, se possível, a vítima, o a-
gressor e o objeto utilizado;
4) encerrar a ocorrência.
f) Ameaça (crime de ação privada)
1) conduzir dados, testemunhas e vítimas ao DP;
2) encerrar a ocorrência.
g).Desinteligência
1) em princípio, tentar resolver o caso;
2) não conseguindo, tomar as mesmas medidas previstas em "Amea-
ça".
h) Roubo e furto
1) socorrer a vítima, quando houver. Neste caso, pegar a papeleta do
PS para entregar ao DP. Se o socorro foi efetuado por terceiros, além da
papeleta do PS, o PM providenciará os dados dos que socorreram a vítima;
2) preservar o local, fazendo-se acompanhar de testemunhas, para
adentrá-lo;
3) arrolar testemunhas do ilícito penal;
4) transmitir os demais dados e conduzir, se houver, o autor do crime
à Unidade Policial da área;
5) outras providências (peritos) ficarão a cargo do delegado, devendo
ser anotados o prefixo e o nome do encarregado da viatura de apoio;
6) em princípio, a ocorrência será encerrada após a saída dos peritos.

149
3.0 Atividades Sociais e Políticas

3.1 Conceitos
a) Guerrilha urbana
É a forma de operação ou de luta que obedece a princípios definidos
e a processos empíricos ou circunstanciais, empreendida por forças irregu-
lares em centros urbanos.
b) Aglomeração
Grande número de pessoas temporariamente reunidas. Geralmente,
os membros de uma aglomeração pensam e agem como elementos isola-
dos e não organizados. A aglomeração poderá resultar da reunião acidental
e transitória de pessoas, tal como acontece na área comercial de uma cida-
de em seu horário de trabalho ou nas estações ferroviárias em determina-
dos instantes.
c) Multidão
Aglomeração psicologicamente unificada por interesse comum. A
formação da multidão caracteriza-se pelo aparecimento do pronome "nós"
entre os membros de uma aglomeração; assim, quando um membro de
uma aglomeração afirma: "nós estamos aqui para cultura,... ”..... “nós es-
tamos aqui para prestar solidariedade..." ou "nós estamos aqui para protes-
tar...”, podemos também afirmar que a multidão está constituída e não se
trata mais de uma aglomeração.
d) Turba
Multidão em desordem. Reunião de pessoas que, sob o estímulo de in-
tensa excitação ou agitação, perdem o senso da razão, o respeito à lei e
passam a obedecer indivíduos que tomam a iniciativa de chefiar ações des-
tinadas. A turba pode fazer tumultos e distúrbios.
e) Manifestação
Demonstração, por pessoas reunidas, de sentimento hostil ou simpá-
tico a determinada autoridade ou a alguma condição ou movimento político,
econômico ou social.
f) Tumulto
Desrespeito à ordem, levado a efeito por várias pessoas, em apoio a
um desígnio comum de realizar certo empreendimento, por meio de ação
planejada contra quem a elas se possa opor. (O desrespeito à ordem é uma
perturbação da mesma por meio de ações ilegais, traduzidas numa
demonstração de natureza violenta ou turbulenta.)
g) Distúrbio interno ou civil
Inquietação ou tensão civil, que toma forma de manifestação. Situação
que surge dentro do País, decorrente de atos de violência ou desordem, que
é prejudicial à manutenção da lei e da ordem. Poderá provir da ação de uma
turba ou originar-se de um tumulto.
h) Calamidade Pública

150
Desastres de grandes proporções ou sinistros. Resulta da manifesta-
ção de fenômenos naturais em grau excessivo e inconsolável, como inun-
dações, incêndios em florestas, terremotos, tufões, furacões; de acidentes,
como explosões, colisão de navios, trens etc. ou da disseminação de subs-
tâncias letais, que poderão ser de natureza química, radioativa ou bacterio-
lógica.
i) Perturbação da ordem pública
Em sentido amplo, são todos os tipos de ações que comprometam, pre-
judiquem ou perturbem a organização social, pondo em risco as pessoas,
as atividades e os bens privados ou públicos.
j) Terrorismo
Os atos de terrorismo caracterizam-se por atentados e destruições, e
a seqüência desses atos visa conduzir a população a um estado de des-
crença em relação às possibilidades de repressão por parte das autoridades
legais.
l) Sabotagem
São ações passivas ou ativas, diretas ou indiretas, de maneira sub-
reptícia, que visam perturbar, causar dano ou destruir objetos de ordem
material.

3.2 Ação do PM
a) O PM deve ter sempre em mente que a coesão e o espírito de equipe
são fatores que lhe proporcionarão inteiro sucesso. Neste caso, o PM isola-
do, a pé ou motorizado, não deve intervir, quer no contato direto, quer na
dispersão, uma vez que pode ser envolvido pela massa, ser espancado, ter
seu armamento subtraído, podendo redundar até no uso desse armamento,
agravando a situação, que pode chegar até sua morte. O PM deve exercer
ação de observação à distância, fora da área do distúrbio e da linha de evo-
lução dos manifestantes, mantendo o Centro de Operações informado sobre
o desenvolvimento dos acontecimentos. Com a chegada das forças da re-
pressão, o PM pode engajar-se no apoio às tropas de choque.
b) O PM, tomando conhecimento de que, em determinado local, existe
uma bomba explosiva ou qualquer outro tipo de explosivo, deverá:
- lembrar-se que as bombas explosivas podem acondicionar-se
de diversas formas: pacotes, embrulhos de jornal, maletas, caixas etc.;
- lembrar-se que o seu funcionamento pode se dar sob pressão,
compressão, energia elétrica, desequilíbrio em mecanismos de relógios
(bomba-relógio);
- jamais tocar no recipiente que contém a bomba;
- interditar o local;
- afastar as pessoas;
- evitar pânico;
- comunicar ao Centro de Operações, para que seja enviada ao
local equipe especializada;

151
- não abrir portas nem acender luzes;
- em aeroportos e rodoviárias, prestar atenção em maletas que
parecem estar abandonadas e em posição de desequilíbrio.
c) Deverá o PM, em caso de sabotagem, exercer especial vigilância em
pontos vitais, como reservatórios d'água, estações de força, torres de o
c-
municações, gasômetros etc.

3.3 Informação
a) Tendo em vista a preservação da ordem pública, é dever de todo PM
informar aos seus superiores imediatos o que souber sobre a organização
de movimentos sociais e políticos.
b) Para alimentação do Sistema de Informações Policiais (SIPO) é im-
portante que o policial militar informe, por via administrativa, os seguintes
dados:
1) pessoas: nome, qualificação completa, data-hora-local e natureza
da ocorrência, Distrito Policial, número de BO/PM e BO etc.;
2) armas e objetos envolvidos em infração penal: descrição, marca,
número, calibre etc.;
3) veículos envolvidos em infração penal: descrição, placa, chassi
etc.;
4) "Modus operandi" criminoso: forma de atuação criminosa com to-
das as suas características.

4.0 RECINTOS FECHADOS DE FREQÜÊNCIA PÚBLICA

4.1 Prescrições gerais


a) Estabelecimento de Ensino
1) Proceder a travessia de alunos, sempre que o local exigir, procu-
rando educá-los quanto ao modo correto de atravessar a via.
2) Não permitir aglomerações nas imediações do estabelecimento,
durante o período das aulas, impedindo:
(a) batucadas, cantarias e algazarras;
(b) uso inadequado de buzinas;
(c) competições, demonstrações, correrias com automóveis e moto-
cicletas;
(d) a presença de "galãs motorizados", que visam corromper estu-
dantes,
(e) indivíduos que ficam no interior dos veículos ouvindo música em
tom muito alto, prejudicando as aulas;
(f) elementos que ficam na parte externa observando as alunas, du-
rante as aulas de educação física.
.

152
3) Manter um bom relacionamento, em clima de mútuo respeito entre
a PM e a direção do estabelecimento, inclusive com os demais funcionários.
4) Não se imiscuir nos assuntos administrativos e nem executar fun-
ções de competência dos funcionários da escola, a não ser em casos de
emergência.
5) Garantir a integridade física dos professores e alunos e preservar o
patrimônio da escola.
6) Atender às solicitações da direção do estabelecimento, nos casos
de garantir a sua autoridade para retirar indesejáveis ou prestar socorro a
alunos.
7) Não agir por iniciativa própria quanto à disciplina dos alunos no in-
terior da escola, somente o fazendo por solicitação da diretoria.
8) Evitar afastar-se do estabelecimento para acompanhar aluno até a
residência, exceto em caso de doença ou para garantir-lhe a integridade.
9) Em estabelecimento onde estudem crianças, ter especial cuidado
com a presença de anormais (pederastas, ativos ou passivos, tarados, lés-
bicas etc.).
10) Reprimir, em qualquer tipo de estabelecimento de ensino, a pre-
sença de traficantes de drogas.
11) Conhecer perfeitamente a localização dos extintores de incêndio
da escola, para utilização em caso de necessidade.
12) Conhecer as saídas possíveis, para utilização em caso de neces-
sidade de evacuação rápida do prédio.
13) Tratar com cortesia e educação, tendo especial carinho para com
os alunos e seus pais, cativando-lhes a simpatia para com a Polícia Militar.
14) Dar sempre bons exemplos, pois os alunos, encontrando-se em
fase de formação, assimilam os procedimentos dos adultos.
15) Orientar o estacionamento de veículos que comparecem nos ho-
rários de troca de período, evitando congestionamento de trânsito e propici-
ando segurança aos pedestres (estacionamento sobre as calçadas, desres-
peito às faixas de segurança, abandono de veículo em frente a guias rebai-
xadas etc.).
16) Em casos de veículos suspeitos, condutores aparentando não ser
habilitados, veículos com escapamento irregular, não havendo possibilidade
de identificação e verificação, comunicar o fato, a fim de que possam ser
acionados os órgãos responsáveis pela fiscalização do trânsito, através da
cor e marca do veículo e identificação de placas.
b) Posto de Saúde, Pronto-Socorro, Hospital e similares
1) Conhecer perfeitamente o sistema de funcionamento da repartição,
particularmente os casos médicos atendidos, para poder prestar informa-
ções seguras, evitando desperdício de tempo pelos usuários.
2) Manter, sempre que necessário, os clientes em fila, evitando-se a
obstrução dos corredores.

153
3) Ter cuidado especial com os exploradores da fé alheia, que fre-
qüentam esses locais, oferecendo-se para "quebrar galho", preencher pa-
péis, obter atestados de óbito etc.
4) Não permitir o estacionamento de veículos atravancando o local de
desembarque de doentes, o estacionamento de ambulâncias e viaturas que
podem chegar a qualquer momento, com urgência.
5) Ao tomar conhecimento de ocorrências com vítimas de agressão,
homicídio, suicídio, acidentes de trânsito, se houver no local um investigador
de polícia de plantão, comunicar-lhe o ocorrido para as providências especí-
ficas da Polícia Judiciária.
6) Ter em mente, principalmente em se tratando de Pronto-Socorro,
que o local é de desespero, onde chegam feridos de todos os tipos, acom-
panhados de amigos ou parentes, os quais exigem o rápido atendimento,
nem sempre possível, em face de atenção a outros pacientes que estão
sendo medicados, surgindo então, reclamações quanto à demora do aten-
dimento. Em conseqüência, há necessidade de se proteger a integridade
física dos médicos, enfermeiros, demais funcionários e os bens materiais.
7) Prestar auxílio para conter ébrios, desordeiros e dementes.
8) Dedicar atenção para delinqüente que esteja sendo atendido, im-
pedindo-o de fugir e solicitando, em tempo hábil, escolta para, após medi-
cado e liberado, conduzi-lo à Unidade Policial da área
9) Evitar o envolvimento em assuntos internos da organização, não se
promiscuir com funcionários e não perambular pelas dependências internas,
exceto em situações excepcionais, caso haja interesse para o serviço.
c) Estações de embarque e desembarque de passageiros
1) Conhecer a localização dos guichês, das várias plataformas e dos
locais de embarque e desembarque e, se possível, os horários para bem
informar ao público.
2) Ter cuidado com os punguistas, "trombadinhas" e vigaristas, que
se aproveitam dos incautos, com os "agenciadores" de motoristas de táxis
etc., que selecionam e induzem passageiros para serem logrados nas corri-
das.
3) Organizar filas, evitando dessa forma alcançarem o leito carroçável
e impedirem o trânsito de pedestres pelo passeio.
4) Onde existir o costume, fiscalizar para que primeiro subam nos ve-
ículos, os passageiros da fila dos que viajam sentados, depois a dos que
viajam em pé.
5) Não permitir que vendedores ambulantes dificultem o acesso aos
veículos e o trânsito de passageiros.
6) Não permitir que os veículos saiam com a porta aberta ou com
passageiros dependurados para fora.
7) Procurar solucionar, de maneira pacífica, as desinteligências entre
os passageiros e entre estes e os cobradores e motoristas.

154
8) Atender as solicitações do chefe da estação, para a manutenção
da ordem pública.
9) Não permitir que os passageiros transitem pelo leito carroçável.
10) Manter a ordem para evitar atropelos.
11) Ter cuidado especial com menores que estejam desacompanha-
dos, pois poderão estar fugindo de casa. Comunicar o fato ao Juizado.
12) Se suspeitar de algum indivíduo, proceder a abordagem, com se-
gurança, e realizar o porte de armas. Existe a possibilidade de alguém ter
cometido um crime e estar tentando viajar para fugir.
d) Locais interditados
1) Ao assumir o serviço, inteirar-se com seu antecessor de todas as
ordens particulares referentes ao serviço e ao local.
2) Verificar se existe alguém, devidamente autorizado, fazendo o le-
vantamento do material ali guardado.
3) Tomar conhecimento da relação e conferir o material existente; na
impossibilidade de fiscalizar e conferir o material, comunicar o fato por escri-
to, justificando as dificuldades.
4) Ver se as entradas estão lacradas.
5) Observar o estado do lacre.
6) Não permitir a entrada no local de pessoas que não estejam devi-
damente autorizadas pela autoridade competente.
7) Não permitir a retirada de qualquer objeto do local interditado sem
a ordem da autoridade competente; quando houver tal autorização, após
identificar a pessoa, exigir-lhe um comprovante da retirada do material.
8) Não permitir a entrada de estranhos e, quando tiver que entrar, em
casos de suspeita, fazer-se acompanhar de testemunhas.
9) Constatando que o material guardado corre risco de deterioração
ou dano, seja por iminente ruína do prédio ou goteiras etc., comunicar ao
seu Cmt para que seja notificada a autoridade que interditou o local.
10) Evitar informações a terceiros sobre o local interditado, quais os
valores guardados, sua disposição etc.; quando solicitado, limitar-se a in-
formar quem é a autoridade responsável.
11) Não se afastar do posto, exceto para o atendimento de ocorrên-
cias urgentes e, nesse caso, comunicar imediatamente ao seu Cmt para
que providencie substituição.
12) Se por qualquer motivo a rendição não comparecer ou atrasar-se,
não deverá abandonar o posto. Comunicará o fato ao rondante ou ao seu
Cmt, que tomará as providências.
13) Lembrar-se de que, principalmente nos casos de interdições judi-
ciais, a responsabilidade é grande, visto envolver a proteção de valores,
podendo, em diversas circunstâncias, acarretar responsabilidade civil e pe-
nal ao PM.
e) Casas de apostas na Loteria Esportiva e "Loto"

155
1) Manter-se onde possa ser facilmente visto, desestimulando, em fa-
ce da ação de presença, a prática de ilícitos penais.
2) Ter em mente suas responsabilidades e a periculosidade da mis-
são.
3) Estar atento às pessoas que estão ao seu redor, principalmente
aquelas que estão à sua retaguarda, quando isso for inevitável.
4) Não se deixar levar por assuntos atinentes a jogos realizados no
local do serviço.
5) Estar atento a veículos ocupados por pessoas suspeitas que esta-
cionam próximos ao local, ou que já estejam estacionados.
6) Procurar saber a localização do telefone mais próximo, para utiliza-
ção caso haja necessidade.
7) Não fugir da sua missão, participando de serviços exclusivos da
casa de jogo, possivelmente solicitados por gerente ou proprietário.
8) Evitar tumulto no interior da casa lotérica.
9) Evitar qualquer tipo de conversas que possam desviar sua atenção
da missão desempenhada.
10) Ter em mente a forma de poder abrigar-se, utilizando-se de por-
tas, balcão ou qualquer outro obstáculo, no caso de haver necessidade de
reprimir a tentativa de roubo.
11) Não se descuidar da arma, evitando que pessoas fiquem junto ao
coldre.
f) Postos de gasolina
1)Ter em mente a facilidade de ação de marginais, por ser um local
de livre acesso, de grande movimentação e pelo uso de veículos.
2) Colocar-se em local isolado e de boa cobertura, evitando, assim,
que as pessoas transitem ao seu redor e, principalmente, a sua retaguarda,
porém deve ser facilmente visto, desencorajando delinqüentes, pela eficien-
te e perfeita prevenção.
3) Ter boa visibilidade dos pontos críticos, como local de serviço dos
frentistas, localização da caixa, cofre, etc.
4) Não exercer atividades próprias da firma, facilitando, assim, a ação
de delinqüentes e se omitindo no desempenho da missão específica.
5) Evitar tumulto no local, principalmente no horário de fechamento do
posto.
6) Inteirar-se dos meios de comunicação existentes no local, para e-
ventual pedido de reforço.
7) Estar atento em relação a veículos ocupados por pessoas suspeita
que se aproximem do local, principalmente no encerramento dos serviços,
8) Obter, junto à Central de Comunicações, antes de iniciar o serviço,
a relação dos "Caráter Geral" mais recentes e ficar atento, pois poderá che-
gar, a qualquer momento, veículo ocupado por "assaltantes".

156
9) Manter-se atento ao serviço, não se distraindo em conversas, e
não esquecer-se de que, nas sextas-feiras à noite, devido ao grande movi-
mento, a possibilidade de roubos é maior.
g) Empresas comerciais ou industriais na denominada "Operação
Pagamento".
1) Ter em mente a relevância da missão, em face da grande quantia de
dinheiro existente no local, constituindo atrativo para os delinqüentes.
2) Identificar as pessoas que realmente receberão o pagamento; isto
poderá ser feito entrando em contato com o tesoureiro da firma.
3) Verificar os acessos de pessoas ao local (entradas e saídas).
4) Ter ampla visão do local, procurando o melhor ponto estratégico para
se posicionar.
5) Não se descuidar da retaguarda.
6) Verificar quais poderão ser os obstáculos para sua proteção no caso
de roubo e tiroteio.
7) Estabelecer, mentalmente, seqüência de procedimentos para agir no
caso de tentativa de roubo (plano de ação).
8) Procurar saber a localização do telefone mais próximo, para eventual
solicitação de apoio ou reforço.
9) Evitar tumulto no interior da firma, sem envolver-se em assuntos
administrativos da empresa.
10) Atentar para pessoas e veículos suspeitos, próximos ao local.
11) Se houver necessidade de abordar algum veículo ou elemento sus-
peito, deverá fazê-lo com total segurança e com cobertura.
12) Não se afastar do local, exceto se for substituído.
13) Se for consultado para efetuar escoltas de numerário ou alterar
procedimento do pagamento, comunicar imediatamente o fato a seus supe-
riores, solicitando orientação a respeito.
14) Tomar cuidado para não ser ludibriado por ocorrências ou alarmes
falsos nas imediações, pois podem ter o objetivo de afastar o PM do local.
15) Contatar com alguém do estabelecimento para ligar pedindo reforço
em casos de emergência ou impedimento por parte do PM.
h) Estabelecimento de freqüência suspeita (Fig. 3-19).
1) No caso de suspeita relativa a estabelecimento comercial, por qual-
quer integrante de uma guarnição de partrulhamento motorizado, a viatura
deve parar e, mediante ordem do Cmt da guarnição, seus integrantes de-
vem descer rapidamente, a fim de causar impacto aos elementos, dentro do
estabelecimento.

Erro! Vínculo não válido. Fig. 3-19 - Buscas em estabelecimentos suspeitos

2) O Cmt deve ordenar para que o som da vitrola seja baixado, os ta-
cos de bilhar sejam colocados sobre a mesa e que todos se coloquem con-

157
tra a parede, com os braços bem acima da cabeça e pernas afastadas, a
fim de se proceder à busca pessoal preliminar.
3) Um PM deve efetuar a segurança dos componentes e companheiros
dentro do estabelecimento, com vistas a possíveis reações.
4) Dois PMs devem proceder à busca pessoal preliminar.
5) O motorista deve permanecer fora e ao lado da viatura, junto à porta,
ouvindo o rádio e dando cobertura aos companheiros.
6) Elementos suspeitos deverão ser conduzidos à Unidade Policial da
área.
7) Durante a revista é necessário, também, verificar sobre o balcão,
junto às vitrines, atrás das caixas vazias de bebidas, dentro do banheiro,
dentro da caixa d'água de descar ga; eis que poderá haver, nesses locais,
armas ou tóxicos escondidos.
8)A ação deve ser rápida e eficiente.
9) Devem ser evitados diálogos desnecessários entre os PM e os
fregueses.
10) O PM não deve fazer provocações, que podem resultar em respos-
tas desagradáveis e conseqüências imprevisíveis.
11) Realizar a missão sem arbitrariedades e violências.
12) A reação da guarnição deve ser firme, enérgica, porém com o má-
ximo de respeito ao ser humano.
13) Não se distraia.
14) O PM não deve efetuar ação fumando ou comendo.
15) Ao iniciar a ação, cumprimenta-se, pede-se licença e ao se retirar,
despede-se, agradece e explica rapidamente a missão, obtendo, dessa
forma, a simpatia popular.
i) Bancos e estabelecimentos financeiros - Nas imediações desses lo-
cais, cabe ao PM:
1) Intensificar a vigilância, visando dar maior proteção e segurança aos
funcionários, clientes e bens.
2) Dispensar maior atenção aos estabelecimentos localizados em zo-
nas afastadas e ruas de pouca pavimentação.
3) Identificar, com cautela e com superioridade numérica, ocupantes de
veículos suspeitos estacionados aos citados estabelecimentos.

5.0 DIVERSÕES PÚBLICAS

5.1 Prescrições gerais


a) Tratar com prudência e delicadeza o público em geral.
b).Conservar-se nos postos ou locais que lhe forem designados, comu-
nicando aos responsáveis, quando for o caso, os riscos decorrentes do ex-
cesso de lotação.

158
c).Não penetrar na platéia, camarotes e outros locais destinados ao
público, salvo em caso de perturbação da ordem ou por determinação do
comandante do policiamento no local.
d) Vigiar para que as filas não causem embaraços ao trânsito.
e) Não favorecer a quem quer que seja para chegar à bilheteria, antes
de chegar a sua vez, fazendo entrar na fila aqueles que quiserem se anteci-
par.
f) Verificar, ao assumir o serviço, as ordens existentes.
g) Procurar saber se a iluminação está funcionando perfeitamente.
h) Verificar as portas de saída, não permitindo que as mesmas fiquem
trançadas à chave, nem que objetos ou móveis obstruam as passagens.
i) Verificar onde se encontram os extintores de incêndio.
j).Verificar onde se localiza o quadro de força (eletricidade, chave geral).
k) Ver onde se localiza o telefone para eventual uso no caso de precisar
de reforço.
l) Encaminhar ao gerente do estabelecimento, os objetos achados que
lhe forem entregues.
m) Encaminhar ao DP os detidos que forem encontrados cometendo
crime ou contravenção.
n) Não permitir o ingresso, no local, de pessoas ébrias ou elementos
que estejam armados.
o) Nenhum espectador pode ser introduzido no recinto, antes da abertu-
ra das bilheterias.
p) Ninguém pode entrar a não ser pelos lugares apropriados, auxiliando,
quando solicitado, o Comissário de Menores, no exercício das funções es-
pecíficas.
q) Não permitir que perturbem os artistas durante a apresentação, salvo
o direito de aplaudir ou reprovar, não admitindo ainda, em hipótese alguma,
que os espectadores lancem objetos e que molestem as pessoas.
r) Não permitir tumulto, gritarias, assobios ou outros quaisquer atos que
perturbem o espetáculo.
s) Compelir os espectadores no sentido de que ocupem os lugares que
lhes forem indicados.
t) Evitar qualquer tipo de pânico.
u) Cientificar-se do local em que poderão ser prestados socorros médi-
cos às pessoas que forem acometidas de algum mal súbito, ou vítimas de
acidentes.
v) Não abandonar o local de serviço, antes do término da diversão e só
fazê-lo quando não mais houver público.
w) Durante a execução do serviço, manter a compostura regulamentar,
não fumando, não se encostando às paredes, bem como não se distraindo
com coisas estranhas ao serviço.
x) Solicitar apoio quando, nas proximidades do local do evento, estive-
rem agindo "guardadores de carros".

159
y) Solicitar apoio quando a ação dos cambistas conturbar a formação de
filas e acesso às bilheterias.

5.2 Policiamento em salões de baile


a) Proceder à inspeção do salão, verificando o funcionamento das saí-
das de emergência, localização de extintores e demais medidas e materiais
de combate ao fogo.
b) Entender-se com a diretoria do salão, certificando-se do tipo de baile,
se é para associados ou com venda de convites ou entradas, a fim de verifi-
car e se certificar da necessidade de proceder à busca pessoal preliminar.
c) Quando o baile for com cobrança de ingressos, orientar as filas nas
respectivas bilheterias.
d) Evitar que menores de idade ingiram bebidas alcoólicas.
e) Estar atento para combater o tráfico e o uso de drogas.
f) Não permitir que ingressem na pista de danças carregando copos ou
garrafas, especialmente em salões lotados.
g) Toda vez que notar comportamento impróprio de freqüentadores,
acionar, primeiramente, a diretoria do clube ou comissão organizadora do
baile, para que tome as providências iniciais, agindo depois, se não atendi-
do.
h) Procurar solucionar as desinteligências da forma mais amigável pos-
sível, evitando detenções; se necessário, fazer o infrator se retirar do salão.
i) Solicitar à diretoria para retirar do salão aqueles que se excederem na
ingestão de bebidas alcoólicas.
j) Evitar o excesso de lotação no salão, pois gerará confusão e desor-
dem.
l) Estar sempre atento, especialmente em bailes carnavalescos com
salões lotados, a fim de evitar alarmes falsos e o pânico em caso de aciden-
tes.
m) Em caso de início de pânico, procurar acalmar os presentes, liberan-
do todas as saídas e orientando a evacuação ordeira do salão.
n) Não se distrair conversando com mulheres freqüentadoras do salão;
é malvisto pelo público o PM que, logo à saída do baile, faz-se acompanhar
por alguma freqüentadora.
o) Não se descuidar da arma colocada no coldre.
p).Não ingerir bebida alcoólica e, tendo que lanchar, procurar fazê-lo em
local reservado.
q) Não relaxar quanto ao uniforme e à postura; não ficar descoberto.
r).Não dançar.
s).Não deverá, em hipótese alguma, aceitar dinheiro do responsável
pelo baile, nem qualquer outra forma de presente, a título de agradecimento.
t).É terminantemente proibido ao componente da Polícia Militar, traba-
lhar em salões de baile sem estar escalado para tal.

160
6.0 POLICIAMENTO DE PRAÇAS DESPORTIVAS

6.1 Conceito de segurança de praça desportiva


a) A segurança das praças desportivas é compreendida:
1) pela arquitetura;
2) pela respectiva administração;
3) pelos promotores do evento;
4) pelas autoridades competentes, dentro de suas respectivas atribui-
ções; e
5) pela ação do policiamento.
b) Da arquitetura das praças desportivas
A arquitetura de um estádio é apoiada no Código de Edificações, que
especifica inclusive as normas técnicas quanto à sua segurança; sua fiscali-
zação está, conforme disposições legais, a cargo do órgão público munici-
pal.
c) Da administração das praças desportivas
1) Constitui competência natural da administração das praças despor-
tivas:
(a) providenciar reformas e consertos das instalações;
(b) atuar junto ao serviço de bares e restaurantes, a fim de que dis-
posições legais sejam obedecidas;
(c) fiscalizar o ingresso, a circulação e a localização física dos es-
pectadores; e
(d) empenhar todos os esforços, no sentido de garantir a integridade
física dos espectadores, com vistas a incêndios, desmoronamentos e outros
eventos catastróficos.
d) Dos promotores dos eventos desportivos
Aos promotores dos eventos desportivos compete naturalmente a
realização do espetáculo e a fiscalização de quem deva ou possa dele parti-
cipar.
e) Da Polícia Militar
À Polícia Militar compete a preservação da ordem pública e o policia-
mento ostensivo sobre o evento.

161
6.2 Efetivo a ser empregado
a) Determinação dos efetivos
1) O cálculo do efetivo a ser empregado no policiamento em praças despor-
tivas sofre a ação de inúmeras variáveis, algumas abaixo enumeradas:
(a) natureza da disputa a ser realizada;
(b) tipo de público específico quanto à quantidade e nível social;
(c) características do estádio;
(d) momento psicológico;
(e) interesse de terceiros;
(f) local;
(g) atenção dada pela Imprensa ao evento;
(h) condições climáticas e atmosféricas;
(i) cobertura irradiada e/ou televisionada ou não, simultaneamente com a
disputa;
(j) policiamento somente interno ao estádio; e
(I) policiamento externo ao estádio, englobando, inclusive, problemas de
trânsito, o que já se integra a um outro sistema.
b) Reforço
1) Sempre que forem necessários, devem ser solicitados, com antecedência,
reforços como:
(a) bombeiros;
(b) cavalaria;
(c) policiais com cães;
(d) policiais femininas,-
(e) trânsito;
(f) intérpretes;
(g) policiamento motorizado e a pé para as imediações;
(h) policiamento reservado; e
(i) outros reforços julgados úteis.
c) Efetivos de mais de uma OPM
No caso em que efetivos de duas ou mais OPM forem trabalhar juntos, deve
haver comando da missão-tarefa unificado, de modo a se estruturar linhas de ação
e em se definir responsabilidades.

6.3 Planejamento
a) Dos contatos externos
1) As OPM ou suas frações, empenhadas no policiamento em praças des-
portivas, podem realizar tal modalidade de serviço eventual ou constantemente, por
força das circunstâncias; de qualquer forma, todos os contatos com a autoridade
responsável pelo evento desportivo devem ser realizados oficialmente e com a
antecedência necessária; e
2) A par do contato oficial citado no parágrafo anterior, devem ser realizados
contatos possíveis com os responsáveis pelo acontecimento, bem como devem ser
feitos um ou mais reconhecimentos do local.
b) Relacionamento
1) A OPM empenhada no policiamento em praças desportivas, no todo ou
em parte, deve, de acordo com sua estrutura e organização, manter relacionamento
com:
(a) a imprensa especializada;

162
(b) as diretorias dos clubes;
(c) as torcidas uniformizadas ou organizadas;
(d) autoridades civis, militares e desportivas vinculadas ao evento despor-
tivo;
(e) a administração do estádio;
(f) os patrocinadores e promotores do evento;
(g) comerciantes ligados ao evento, se for o caso; e
(h) terceiros, ligados ao evento, desde que, por sua posição, possam influir
no êxito da operação.
c) Características próprias das praças desportivas
1) Cada estádio tem características próprias e requer um planejamento es-
pecífico, com vistas a:
(a) setores e postos, quer nos jogos considerados "pequenos", "médios",
"grandes" e "clássicos";
(b) planos de evacuação e hospitalização, com as respectivas vias de a-
cesso;
(c) estudo minucioso de suas dependências;
(d) estacionamento de veículos e viaturas;
(e) horários de chegada e saída das delegações e da arbitragem;
(f) horários de abertura das bilheterias e dos portões de acesso ao público;
(g) planos de ações com as respectivas alternativas, referentes a ativida-
des, como controle de tumultos e de pânico e operações especiais; e
(h) peculiaridades do estádio.

6.4 Da conduta do público


a) Dos fatores psicológicos
1) O espectador, quando envolvido numa massa, geralmente deixa de racio-
cinar e agir como indivíduo isolado, passando a reagir na proporção em que a
mesma reage, uma vez que sofre influência de fatores psicológicos, COMO:
(a) número;
(b) sugestão;
(c) contágio;
(d) anonimato;
(e) expansão de emoções reprimidas; e
(f) imitação.
b) Reações do público
1) Os fatores psicológicos levam os espectadores a reagir agressiva e até
violentamente a estímulos muitas vezes insignificantes; tal comportamento coletivo
e contagiante revela-se por:
(a) provocações verbais;
(b) impropérios;
(c) arremesso de objetos, como copos e garrafas;
(d) tiros de fogos, como rojões;
(e) arremesso de sacos plásticos, contendo água ou outra substância; e
(f) tiros de armas de fogo.
c) Dos fogos
1) Fogos são proibidos, nos termos da legislação vigente, de serem utiliza-
dos em locais de aglomeração, todavia, apesar das revistas individuais, os fogos
são introduzidos, clandestinamente, no interior dos estádios:

163
(a) em bolsas de mulheres;
(b) sob as vestes de homens, mulheres e crianças;
(c) enrolados em mastros de bandeiras ou no interior dos mastros,,
(d) no interior de sacolas, cestas e geladeiras de isopor dos vendedores
ambulantes;
(e) por cordas;
(f) por entradas restritas às delegações, autoridades, imprensa e funcioná-
rios dos estádios, dentro de pertences pessoais;
(g) mediante processos que se antecipara à realização da partida e à che-
gada do policiamento;
(h) no interior de tambores e instrumentos semelhantes; e
(i) de outras maneiras, conforme a imaginação de cada um.
d) Armas de fogo e bebidas alcoólicas
Com relação à introdução de bebidas alcoólicas e armas de fogo no interior
de, estádios, os sistemas são os mesmos do parágrafo anterior.
e) Conseqüências da euforia
1) Todo o clima de euforia normalmente existente, mais a influência dos fato-
res psicológicos, agravado pelo consumo de bebidas alcoólicas, acontecimentos
palpitantes e pseudoimagem de agressões e perigos, podem gerar:
(a) brigas simples;
(b) desordens;
(c) invasões de campo;
(d) tumultos;
(e) distúrbios;
(f) agressões a tiros; e
(g) pânico,

6.5 Conduta do policiamento


a) Locais a serem policiados
1) Locais de estacionamento (quando isto não for da competência da OPM
de trânsito ou de outra, com tal missão) de:
(a) viaturas da tropa,-
(b) veículos oficiais;
(c) veículos das delegações;
(d) veículos especiais (Imprensa e serviços essenciais); e
(e) veículos do grande público que aflui ao estádio, inclusive de torcidas vi-
sitantes.
2) Bilheterias,
3) Postos de arrecadação.
4) Escolta de numerários, se houver solicitação por funcionários
competentes.
5) Catracas e locais de entrada do público.
6) Locais de acesso da Imprensa e de autoridades.
7) Embocaduras e corredores.
8) Tribunas.
9) Vestiários de árbitros e de atletas.
10) Cabines de som e da Imprensa escrita, falada e televisada.
11) Casas de força e geradores.
12) Torres de som e de iluminação.

164
13) Bares.
14) Posto de Comando.
15) Escolta de árbitros.
16) Postos de comunicações.
17) Arquibancadas.
18) Local de disputa.
19) Locais de aglomeração, que permitam a ação de punguistas, trombadi-
nhas", assaltantes e outros.
20) Outros locais necessários, característicos de estádio.
b) Prioridades a serem consideradas
1) Antes de iniciar o jogo:
(a) Prioridade 1 - trânsito (a cargo do Pol. Trânsito).
(b) Prioridade 2 - bilheterias.
(c) Prioridade 3 - portões.
(d) Prioridade 4 - assistência.
(e) Prioridade 5 - área destinada ao jogo.
(f) Prioridade 6 - bares.
2) Durante o desenrolar do jogo:
(a) Prioridade I - assistência.
(b) Prioridade 2 - área destinada ao jogo.
(c) Prioridade 3 - bares.
(d) Prioridade 4 - portões.
(e) Prioridade 5 - bilheterias.
3) No intervalo do jogo:
(a) Prioridade I - bares.
(b) Prioridade 2 - assistência.
(c) Prioridade 3 - área destinada ao jogo.
4) Ao final do jogo:
(a) Prioridade I - trânsito.
(b) Prioridade 2 - vestiários.
(c) Prioridade 3 - assistência.
(d) Prioridade 4 - portões de saída.
c) Controle do trânsito
Observar o contido no Capítulo V deste Manual.
d) Nas bilheterias
1) Nas bilheterias haverá permanente vigilância, assegurando que as pesso-
as comprem ingressos obedecendo à ordem de chegada.
2) Reprimir a ação dos cambistas.
3) Prevenir a ação de "assaltantes", quanto ao produto de arrecadação.
e) Nos portões de acesso
1) Nos portões de acesso, o PM colocar-se-á na parte interna dos mesmos,
junto aos porteiros, com a missão de:
(a) efetuar buscas ligeiras nos assistentes, a fim de impedir a entrada de
armas de fogo, armas brancas, fogos de artifícios ou similares e outros objetos que
poderão ser utilizados como arma; e
(b) apoiar em força o trabalho dos porteiros.
f) Diante da euforia da assistência
Na exaltação própria do assistente ou no simples desvio de sua conduta,
que não configurem a conduta inconveniente, a atuação do policial-militar far-se-á,

165
predominantemente, através da advertência, não cabendo a retirada do infrator do
estádio. Há casos em que a mudança compulsória de um exaltado para outro local
dentro do estádio supera dificuldades eventuais e evita outras conseqüências.
g) Brigas e desordens
As brigas simples e as desordens são resolvidas retirando-se os responsá-
veis do local, podendo neste serem deixados policiais-militares para garantir o res-
tabelecimento da ordem, enquanto se fizer necessário.
h) Diante de crimes e contravenções
Será preso em flagrante na forma da Lei, e conduzido imediatamente ao Dis-
trito Policial mais próximo, todo aquele que cometer crime ou contravenção, inclusi-
ve a deflagração de foguetes ou quaisquer outros artefatos explosivos.
i) Nos bares
Nos locais em que for proibida a venda de bebida em recipiente de vidro ou
lata, considerando que é mais fácil exercer controle sobre poucos locais de venda
do que sobre milhares de compradores, os elementos de serviço prenderão, na
forma da Lei, os vendedores que, após advertidos, persistam na entrega daqueles
recipientes aos compradores.
j) No interior da área do jogo
1) O policiamento não deve se preocupar com a condução da partida em si,
o que é atribuição da Justiça Desportiva.
2) Deve ser deixada para os funcionários do órgão competente a determina-
ção de quem, da Imprensa, pode ter acesso ao interior do campo.
3) Apoio em força aos porteiros dos túneis, sem entretanto interferir no con-
trole ou na seleção de pessoas quanto à qualidade, para o acesso.
4) Apoio em força às decisões do representante da federação ou liga e auto-
ridades administrativas, competentes que são para sanar qualquer desvio de con-
duta, contrário às regras convencionais para o espetáculo, que não constituam caso
policial.
5) A tropa ou sua fração só ultrapassará as linhas que delimitam o local de
realização da peleja, quando:
(a) a arbitragem solicitar;
(b) a arbitragem estiver em sério risco;
(c) houver quebra do princípio de legalidade, como brigas envolvendo jo-
gadores, torcida e Imprensa; e
(d) houver invasão do campo.
6) A proteção física do juiz e auxiliares contra agressões, através de escolta,
executada por fração para isso designada.
7) Caso a tropa seja utilizada como meio de prevenção e dissuasão de inva-
são do campo, deve:
(a) ser disposta com a frente voltada para o público;
(b) não desviar sua atenção para a peleja, principalmente quando o público
começa a se manifestar, pois estando este eufórico e o PM com a cabeça voltada
para o centro do campo, pode ocorrer de espectadores aproveitarem a oportunida-
de para saltar no interior do campo ou arremessar objetos no PM;
(c) não agredir fisicamente os torcedores, devendo conduzi-los para fora
do campo, utilizando os conhecidos meios de condução de adversário;
(d) manter sempre a atitude correta e marcial; e
(e) agir durante todo o tempo enquadradamente, sem rompimento da ca-
deia de comando.
l) Diante das invasões da área de jogo

166
1) As invasões de campo em massa são resolvidas empregando-se a tropa
em linha, a qual empurrará os invasores para um local designado, normalmente
para uma via de saída.
(a) Nos estádios não se corre nem se permite correr.
(b) Movimentos de tropa em velocidade atraem a atenção do público po-
dem conduzir a correrias e até a pânico.
m) No controle de tumultos e distúrbios
O controle de tumultos e distúrbios no interior de praças desportivas deve
ser planejado com antecedência e por locais, de modo que a ação física da tropa
aproveite a arquitetura existente, uma vez que a peculiaridade dessas ações no
interior de estádios é justamente a limitação do uso de agentes químicos e de bom-
bas de efeito moral, sendo que estas últimas não podem ser utilizadas.
n) Em situações de pânico
1) O pânico deve ter suas causas previstas quando isto for possível, de mo-
do a se evitar a sua ocorrência; se entretanto ocorrer devem ser abertas todas as
vias de acesso a tempo, para permitir a vazão da massa e acionar-se, rapidamente,
os meios de Defesa Civil para evacuação e hospitalização.
2) Além das causas já citadas podem resultar em pânico:
(a) explosões acidentais ou não;
(b) descidas de aeronave no interior de praças desportivas;
(c) abalos na estrutura do estádio;
(d) fenômenos atmosféricos;
(e) desabamentos;
(f) acidentes coletivos,
(g) incêndios; e
(h) falsos alarmes.
o) Em apoio aos organizadores do espetáculo
1) O elemento do serviço de policiamento em estádio prestará apoio em for-
ça, para manter a autoridade administrativa dos organizadores do espetáculo, des-
de que:
(a) o objeto da exigência já esteja estabelecido nas regras de organização
do espetáculo;
(b) a ação direta e pessoal dos organizadores não seja bastante por si só;
(c) os elementos de organização do espetáculo estejam presentes para
assumir a responsabilidade do ato apoiado.
p) Frente à ação delituosa dos guardadores de veículos
1) Não será permitida, nas áreas públicas externas, a atuação de elementos
que, a título de guardar veículos, venham a exigir dinheiro dos proprietários e em
caso de recusa de pagamento danificar referidos veículos.
Devem ser detidos e encaminhados ao Distrito Policial da área
q) Escolta de árbitro, auxiliares, representantes e delegações
1) Ao término da disputa, a arbitragem, as delegações e outros julgados por
bem devem receber a proteção policial-militar, na conformidade da evolução dos
acontecimentos e das necessidades.
2) A proteção policial militar, de que trata o parágrafo anterior, será encerra-
da quando o responsável pelo grupo protegido se sentir em local seguro e dispen-
sar sua escolta expressamente.

6.6 Limitações à ação do policiamento

167
a) Tarefas administrativas próprias da organização do espetáculo:
1) Nas missões de policiamento ostensivo não se incluem as tarefas admi-
nistrativas próprias da organização do espetáculo, motivo porque não serão assu-
midos os encargos de:
(a) silenciar bandas, cornetas, ou qualquer outro instrumento sonoro;
(b) impedir a entrada furtiva de elementos por sobre as barreiras perime-
trais que, por inadequação de construtura, não constituam obstáculo razoável a
esse acesso;
(c) organizar estacionamentos de veículos em áreas internas;
(d) impedir a passagem de elementos de um local para outro, dentro do
estádio;
(e) reprimir qualquer atitude ou manifestação de assistente, que não cons-
titua crime ou contravenção penal.
b) No uso de agentes químicos
A limitação do uso de agentes químicos dentro das praças desportivas, ou
mesmo sua proibição, é devido ao fato de as mesmas não possuírem vias de aces-
so fáceis para escoamento das massas, como ocorre em locais abertos como ruas,
avenidas ou praças.
c) No uso de bombas de efeito moral
Pelas razões do parágrafo anterior, bombas do tipo "efeito moral" não po-
dem ser utilizadas, em hipótese alguma, dentro de estádios, mesmo porque resul-
tam em pânico.

168
6.7 Disposições gerais
a) Armas
Armas de qualquer tipo são proibidas dentro do estádio, conforme a Lei de
Contravenções Penais.
b) Garrafas e objetos cortantes
Garrafas e objetos cortantes têm sua circulação restrita dentro dos estádios,
no Estado de São Paulo, conforme Resolução SS-32 de O4Nov74.
c) Objetos e documentos encontrados
Objetos e documentos encontrados dentro dos estádios devem ser encami-
nhados ao Distrito Policial da área, nos termos da legislação em vigor, e o recibo de
entrega deverá seguir em anexo ao Relatório Geral do Policiamento. Fogos de
artifícios deverão ser recolhidos, não devendo ser introduzidos nos estádios, pelo
risco à integridade física dos presentes.
d) Menores de idade
Autorização de entrada de menores nas praças desportivas, bem como ocor-
rências que os envolvem são da competência do Juizado de Menores.
e) Ocorrências especiais
Ocorrências que envolvam componentes de outras instituições militares,
bem como elementos com imunidade diplomática, devem ser levados ao Oficial, o
qual deve tomar as providências a cada situação peculiar, nos termos da Lei.
f) Do armamento da tropa
A tropa, em princípio, não deve conduzir armas de fogo, salvo oficiais, gra-
duados (se for o caso) e o escalão de operações especiais; as armas a serem con-
duzidas serão determinadas pelo Cmt da OPM.
g) Das comunicações
1) Da finalidade das comunicações
(a) A necessidade das comunicações no policiamento em praças desporti-
vas diz respeito à transmissão de ordens, orientações, informes e informações,
entre o escalão de comando, os escalões subordinados ou entre os escalões de
mesmo nível.
2) Dos meios de comunicações
(a) Os meios de comunicações na realização do Policiamento em praças
desportivas são:
- rádio portátil (HT);
- gestos;
- telefones internos do estádio;
- sistema de alto-falantes do estádio;
- megafones;
- mensageiros; e
- sinais convencionais

169
7.0 DEFESA CIVIL

7.1 Considerações
a) Defesa Civil é um conjunto de medidas adotadas pelo governo de um país,
em tempo de paz, e que são postas em ação para o atendimento à população civil,
nas situações de emergência e estados de calamidade pública, e que poderão ser
ampliadas para atender às situações de ataques inimigos, em tempo de guerra.
b) A Defesa Civil é realizada, preventivamente, sendo organizada, planejada e
executada sob a responsabilidade do Governo, constituindo, principalmente, medi-
das de proteção individual e coletiva, serviços de atendimento de primeiros socor-
ros e de restauração dos serviços e das instalações essenciais à vida do país, limi-
tando as perdas e danos e mantendo, em alto nível, o moral da população civil.
c) No Estado de São Paulo, a Casa Militar é encarregada de coordenar a Defe-
sa Civil, contando com o apoio irrestrito de todas as repartições e serviços do Esta-
do, principalmente da Polícia Militar, nas operações de socorro e apoio, em casos
de acontecimentos catastróficos.

7.2 Ação do PM
a) A Corporação desempenha papel importante na Defesa Civil, pois a pronta
ação da Polícia, ainda que somente orientando o povo, livra-o de confundir-se e
desorientar-se, evitando maior número de vítimas pessoais e de danos materiais.
b) Diversos tipos de calamidades públicas podem ocorrer, como por exemplo:
inundações, incêndios de grandes proporções, desabamentos, explosões, tremores
de terra etc.
c) No caso de inundações, o PM desempenhará as seguintes missões:
1) exercer o policiamento, mantendo a ordem, orientando o povo e
vigiando contra furtos, saques etc.
2) cooperar no salvamento de pessoas;
3) cooperar no salvamento de materiais;
4) comandar turmas de salvamento compostas de civis.
d) Nos outros casos, de modo geral, a ação do patrulheiro consistirá em:
1) comunicação ao Corpo de Bombeiros, diretamente ou através. do Centro
de Operações;
2) orientação de pessoas;
3) comunicação ao Centro de Operações, se ainda não tiver feito;
4) salvamento de pessoas que estiverem em perigo de vida.
e) O isolamento do local
1) O isolamento do local poderá ser feito através de cordas, obstáculos, ho-
mens, veículos etc. e destina-se a:
(a) impedir o acesso ao local de pessoas e veículos desnecessários;
(b) evitar que se estabeleça confusão, agravando as conseqüências do si-
nistro;
(c) possibilitar a livre ação dos especialistas (bombeiros, médicos etc.);
(d) evitar que indivíduos desonestos pratiquem furtos, saques etc.
f) A orientação das pessoas, em caso de calamidade pública, é a mais impor-
tante das medidas.
g) Ainda que no local haja só um policial militar, deverá estar apto a salvar o
grupo humano ameaçado, pela ação direta e orientadora.

170
8.0 TATICAS POLICIAlS AVANÇADAS

8.1 DEFINIÇÃO
a) Taticas Policiais Avançadas podem ser definidas como sendo o emprego de
técnicas policiais utilizadas em operações de policiamento ostensivo quando existe
risco de vida para o policial, situação em que as táticas policiais convencionais
serão substituídas por procedimentos de segurança mais rigorosos que o normal.
b) Para o sucesso do emprego de táticas avançadas, existe a necessidade de
um treinamento rigoroso e constante por parte do policial.

8.2 VISTORIA DE LOCAIS SUSPEITOS


a) A vistoria de um local onde haja a suspeição de perigo iminente, como crimi-
noso encurralado, demente e ate mesmo animais perigosos, e feita por melo de
uma varredura visual, de forma que o local suspeito seja tomado visualmente o
máximo possível antes de a presença ou visualização do policial ser enfocada.
b) Para a realização dessa varredura, o policial fará uso das seguintes técnicas:
1)Tomada de Angulo
(a) Compreende no afastar gradativo do policial da porta, muro ou posto de
abrigo antes do local suspeito. A medida que se afasta, vai tomando um campo de
visão major do local (fig. 3-20).

Fig 3-20 - Tomada de ângulo

(b) Essa técnica e mais adequada pare locais amplos como galpões, corredo-
res largos e outros que permitam o afastamento gradativo do policial pare observa-
ção.
2) Relógio
(a) E basicamente a mesma técnica de tomada de angulo, porem realizada
em locais sem muito espaço, como corredores estreitos, armários, etc.
(b) Nessa situação, o policial usara sue arma como pivô de movimento, fa-
zendo o giro de corpo e o conseqüente aumento do campo de visão (fig. 3-21).

171
Fig 3-21 - Técnica de relógio

3) Olhada Rápida
(a) Essa técnica requer muita habilidade, velocidade e capacidade de obser-
vação e memorização do policial, porem só deve ser usada em locais onde não
seja possível' o uso das técnicas anteriores.
(b) A olhada rápida consiste em o policial, uma vez posicionado em um campo
de abrigo, fazer um movimento brusco e veloz com a cabeça, projetando a menor
parte do corpo possível, e retornar ao seu ponto de abrigo. Nessa ação, o policial
devera ter observado todo o local suspeito, a fim de preparar-se para a progressão.
(c) Caso seja necessária uma nova observação, e importante que esse movi-
mento seja feito de um ponto diferente, pois poderá ter denunciada a presença do
policial no local (fig. 3-22).

Fig 3-22 - Olhada rápida.

172
8.3 DESLOCAMENTOS TATICOS
a) Os deslocamentos táticos são progressões em áreas suspeitas de perigo, de
um ponto abrigado pare outro, em segurança.
1) Deslocamento em Duplas
Consiste no policial tomar uma posição abrigada e realizar a segurança do
perímetro, analisando o local enquanto seu companheiro se desloca. O outro polici-
al devera visualizar o perímetro e escolher o ponto de abrigo mais conveniente e se
deslocar rapidamente pare lá, de onde passara a fazer a segurança, enquanto o
seu companheiro fez o deslocamento (fig. 3-23).

Fig. 3-23 - Deslocamento em Dupla.

2) Deslocamento em Grupo
O deslocamento em grupo e usado quando ha necessidade de uma progres-
são rápida, sem a necessidade de sigilo. O deslocamento se dará com o grupo todo
em file indiana (coluna por um). O primeiro homem se deslocara ao ponto de abrigo
e fará a segurança pare que o restante do grupo progrida (fig. 3-24).

173
Fig. 3-24 - Deslocamento em Grupo

b) A progressão será frontal ou lateral, conforme for o campo de tiro e observa-


ção do local do suspeito. Dessa forma, mesmo surpreendendo a tropa, o criminoso
ou suspeito não identificara com certeza a quantidade de policiais. A escolha do
deslocamento em grupo, em vez do deslocamento em duplas, e baseado também
no fator surpresa, pois todos se deslocam ao mesmo tempo, impedindo que o cri-
minoso passe a fazer uma tocaia ao visualizar os policiais se deslocando aos pon-
tos.

8.4 Transposição DE OBSTACULOS


a) São técnicas de deslocamentos táticos por melo de obstáculos artificiais
como muros, janelas, telhados, etc.
1) Subida com Apolo de Costas
Consiste no policial apoiar sues costas na parede, mantendo as pernas em
um angulo reto, formando com seu corpo uma escada pare seu companheiro ob-
servar ou transpor um obstáculo (fig. 3-25).

174
Fig. 3-25 - Subida com apoio de costas

2) Subida com Apoio de Frente


Consiste no policial apoiar seu tórax na parede, mantendo as pernas flexiona-
das. Após seu companheiro subir, o policial se levantara aumentando a altura (fig.
3-26).

Fig. 3-26 - Subida com apoio de frente.

3) Descida Apoiada
(a) Para descer de um obstáculo com altura superior a do policial, deve ser
utilizada a descida com apoio total do corpo. O policial permanecera apoiado pelas
mãos e pemas, soltando lentamente o apoio das pemas ate permanecer na posição
vertical, soltando então as mãos (fig. 3-27).

175
Fig. 3-27 - Descida apoiada.

(b) E importante nessa técnica manter o corpo em equilíbrio, a fim de que, na


queda, 0 policial não venha a sofrer leves.

8.5 AÇÕES EM LOCAIS COM CONDIÇÕES ADVERSAS


a) Ambiente sem Luminosidade
1) A vistoria em locais sem luminosidade devera ser feita com auxilio de lan-
ternas. A lanterna devera ser posicionada junto com a arma. Essa técnica favorece
a identificação de alvos e, simultaneamente, a visada pare o tiro.
2) A antiga técnica de iluminação com a lanterna afastada do corpo e obsoleta,
pois ao invés de esconder, o policial projeta ainda mais a sue silhueta, alem de
dificultar o tiro, que será realizado sem visada e somente com uma mão (fig. 3-28).

Fig. 3-28 - Técnica de iluminação.

b) Escadas
1) A progressão em escadas devera ser feita, no mínimo, por uma dupla, em-
pregando-se as técnicas do relógio e tomada de angulo.

176
2) A progressão devera ser feita cobrindo os pontos de perigo da escada (fig.
3-29).
c) Telhados
1) Muitas vezes, principalmente a noite, a Policia Militar e solicitada pare averi-
guar suspeita de marginais andando sobre telhados. Antes de mais nada, os polici-
ais militares cercam e vistoriam toda a cercania da residência. Em seguida, dois PM
procurarão a maneira mais segura de escalar e atingir o telhado.
2) Na progressão sobre o telhado, deve-se preocupar com a forma de pisar
sobre as telhas, sem causar danos a sue integridade física nem ao patrimônio a-
lheio. Como o madeiramento do telhado e composto por vigas, caibros e ripas, o
ideal e que se pise somente sobre as telhas apoiadas nas vigas ou caibros. Mas
como tal procedimento nem sempre e possível, pare que o PM tenha certeza que
esteja, ao menos, pisando sobre as ripas, ele devera pisar sobre a chamada "cabe-
ça de telha".
3) E importante salientar que nunca se deve subir em telhados em dias chuvo-
sos, porque as telhas, que são de barro, não suportarão o peso humano. As telhas
do tipo "eternite" são fracas e normalmente não resistem ao peso de uma pessoa.
4) A progressão devera ser feita em lanços; enquanto um policial militar progri-
de, o outro permanece parado em posição de segurança. Tal deslocamento e feito
lentamente e com muita atenção, pois, dependendo da inclinação do telhado, o
risco de queda e enorme
d) Sótão, Porões, Bueiros, etc.
A vistoria nesses pontos, devido as condições de espaço e ambiente, devera
ser feita com auxilio de um espelho. A inexistência desse equipamento tornara a
vistoria desses locais mais perigosa, pois o policial não terá outra alternativa senão
expor seu corpo pare a varredura visual.

8.6 VISTORIA EM MATAS


a) A capture de marginais em mates e uma das operações mais delicadas e
difíceis de serem executadas, pois quem esta adentrando a mate, por major que
seja o seu grau técnico, já esta em desvantagem, comparando-se ~ situação privi-
legiada de quem esta esperando.
b) O adestramento do policial em selva resume-se, basicamente, em três tópi-
cos importantíssimos:
- condições psicológicas;
- utilização de técnicas e táticas apropriadas; e
- bom condicionamento físico.
c) Os tipos de deslocamento fazem por parte de organização e controle, reali-
zados com a conformidade do terreno, tipos de vegetação e condições meteoroló-
gicas.
d) O melhor dispositivo pare o deslocamento em mates e em coluna por 1 ou
por 2, de acordo com o relevo, densidade da vegetação e condições meteorológi-
cas. Tal dispositivo e composto de um rastreador, um segurança do rastreador, um
observador a esquerda, um a direita e outro a retaguarda.
e) Devido a visão limitada no interior da mate e as desvantagens de quem esta
entrando, o trabalho de rastreamento tem que ser lento, sigiloso e seguro, pois uma
vez distribuídos os ninhos cercando a área, não ha pressa em encontrar o meliante.
f) Em mates fechadas, uma pessoa sem o facão consegue deslocar-se, no
máximo, um quilometro por hora de caminhada. Tal velocidade de progressão de-

177
pendera de vários fatores, entre eles: necessidade de utilização de carta topográfi-
ca, porte e tipo de mate e condições meteorológica. Em ocorrências de marginais
homiziados em mates, muitas vezes ha a adulteração do terreno por outros polici-
ais, fator que inviabiliza um trabalho técnico por por parte dos especialistas do
COE, que acaba abortando a missão. Caso a mate seja de grande porte e a adulte-
ração for pequena, avança-se cem metros a frente e começa-se 0 rastreamento.
g) Acuidade auditiva, visual, olfativa e tato
1) Dependendo do tipo de vegetação local, a visibilidade se restringe a 4 ou 5
metros. Dessa forma, o PM tem que se utilizar das outras acuidades, observando a
discipline de luzes e ruídos, comunicando-se com os outros PM por meio de gestos.
2) O rastreamento, por meio de sues ramificacoes táticas, e 0 único melo pare
encontrar um ou mais grupos homiziados em mates, levando-se em consideração a
preservação do local, o horário de infiltração e 0 tipo de vegetação.
h) Topografia
1) Devido ao armamento peculiar de selva utilizado pelo COE, o conhecimento
do terreno por melo da carta torna-se pega fundamental na confecção de um plane-
jamento, pois o cerco da área não pode se limitar a ação de fogo da patrulha de
rastreamento, nem os azimutes de abate e alvos compensadores podem ser execu-
tados na direção dos ninhos estipulados pare 0 cerco.
2) O conhecimento topográfico ajuda salvaguardar a vida dos moradores da
região.
i) Tomada de Posição
A tomada de posição dar-se-á quando ha resistência por por parte do meliante,
ou grupo, sendo necessária a abertura na angulação de tiro, esta e feita por melo
de lanços dissimulados pare obstáculos laterais (deslocamentos curtos e rápidos
abrigando-se em obstáculos ou acidentes naturais).
j Tipos de Vasculhamento
1) Quadrado e Retângulo Crescente
Consiste em estabelecer um ponto de partida (ultimo local onde a pessoa foi
vista) e ir se deslocando em forma de um quadrado ou retângulo crescente (fig. 3-
30).

Fig. 3-30 - Quadrado crescente.

2) Linha (Pente-fino)
Consiste em deslocamento de 5 homens em formação em linha (homens lado
a lado) se deslocando no mesmo sentido (fig. 3-31). Tal técnica e utilizada em ter-
reno pouco acidentado.

178
Fig. 3-31 - Linha (pente-fino)

3) Leque
Consiste no deslocamento, simultâneo ou em etapas, em varies direções
como na forma de um leque. Tal técnica e bastante utilizada em terrenos monta-
nhosos (fig. 3-32).

Fig. 3-32 - Leque.


4) Espiral
E uma variação do quadrado ou retângulo crescente, só que em forma espiral
(fig. 3-33). Tal técnica e normalmente utilizada em terreno acidentado e com vege-
tação densa.

Fig. 3-33 - Espiral

5) Off-set
Partindo-se de um determinado ponto, realize-se a varredura com 4 linhas
(pente/fino), deslocando-se em forma de quadrado ou losango (fig. 3-34).

179
Fig. 3-34 - Off-set.

180
CAPITULO IV
Policiamento de Guarda

4.1.0 Introdução

4.1.1 Conceito
Tipo específico de policiamento ostensivo, que visa à Guarda de aquartelamen-
tos, à segurança externa de estabelecimentos penais e à segurança física das
sedes dos poderes estaduais e outras repartições públicas de importância, assim
corno à escolta de presos fora dos estabelecimentos penais.

4.1.2 Apresentação
a). O Policiamento de Guarda se manifesta pelo emprego de fração constituída,
visando à segurança física de estabelecimento e proteção e vigilância de pessoas.
b). Fundamentalmente, se apresenta:
1) Processo:
(a) a pé;
(b) a cavalo;
(c) motorizado.
2) Modalidade:
(a) permanência;
(b) patrulhamento.
3) Circunstância:
(a) ordinário;
(b) extraordinário;
(c) especial.
4) Lugar:
(a) urbano;
(b) rural.
5) Duração:
jornada.
6) Número:
(a) fração elementar;
(b) fração constituída.
c).A análise do grau crítico da vulnerabilidade, do nível de segurança exigido,
dos dispositivos de proteção existentes, do perímetro a ser coberto, dos meios
materiais e humanos disponíveis, indicará as variáveis a serem adotadas.

4.2.0 Guarda de Estabelecimentos Penais

4.2.1 Condições gerais


a).Entende-se como estabelecimento penal a instalação oficial a que são reco-
lhidos os que tenham contra si decretadas medidas ou penas privativas de liberda-
de.
b).A segurança externa do estabelecimento penal se limita à faixa que o circun-
da, coincidindo com a barreira perimetral, onde o PM atua em postos, para impedir
a evasão dos presos.

181
c).Aos postos, instalados na barreira perimetral, serão atribuídos campos de
observações e vigilância internos e externos, de maneira a criar condições que
impeçam a fuga ou ajuda de fora para a sua realização.
d).O número de postos da guarda externa varia em função de:
1) estrutura física do prédio;
2) população carcerária;
3) grau de periculosidade que a caracteriza;
4) localização;
5) dimensões do prédio;
6) disponibilidade de meios complementares do sistema de segurança.
e).Os postos são distribuídos de maneira a que o campo de observação e vigi-
lância de cada um cruze com o de seus vizinhos, propiciando recíproco cobrimento.
f).A guarda externa atua nos postos, combinando a permanência com o patru-
lhamento, este executado por frações, com a finalidade de proceder aos necessá-
rios apoio e ligação entre os postos, completando o sistema de segurança.
g) Atenção especial da vigilância deve ser dispensada aos postos sensíveis ou
vulneráveis, que são aqueles que poderão ser danificados, ou que, pela construção
ou situação, apresentam facilidade para acesso ou saída.
h).O posto do portão principal assume características especiais, que reclamam
a cobertura por fração porque, além das atribuições de observação e vigilância
comum aos postos de barreira, outras se adicionam, quando em apoio à adminis-
tração do estabelecimento na execução de normas estabelecidas e que reflitam em
seu posto.
i).Ocorrências típicas do serviço de guarda externa dos estabelecimentos pe-
nais:
1) tentativa de fuga de um ou mais sentenciados;
2) fuga de um ou mais sentenciados;
3) levante ou motim;
4) incêndio, casual ou proposital;
5) ação externa de uma ou mais pessoas, para propiciar ou facilitar fuga de
preso;
6) ação externa de uma ou mais pessoas contra as instalações ou pessoal
de serviço;
7) ação interna (subversão, espionagem, sabotagem física ou psicológica, a-
tividades terroristas);
8) incidentes naturais devidos a falha humana ou do material (incêndios não
provocados, curtos-circuitos).
j).Conceituação
1) Tentativa de fuga: preso ou presos, com ou sem meios, chegam até a bar-
reira perimetral e a ultrapassam ou não sem sair do controle da guarda externa.
2) Fuga: preso ou presos, com ou sem meios, chegam até a barreira perime-
tral e a ultrapassam conseguindo sair das vistas da guarda externa. Escapar da
esfera da vigilância e observação, perdendo-se o controle visual sobre o sentencia-
do, é a característica da fuga.
3) Levante ou motim: movimento coletivo de rebeldia, desordem e indiscipli-
na, obediente a um final comum, manifestando-se por reação contra punições im-
postas, contra determinação regulamentar, como meio de obrigar funcionário a
praticar qualquer ato, para facilitar fuga.

182
(a) A rebeldia há de ser de presos, isto é, reunião deles; um, jamais consti-
tuirá motim que se consuma quando a ordem ou a disciplina forem transgredidas já
com os primeiros atos do motim, pouco importando a duração da perturbação.
4) Incêndio - casual ou provocado: o que causa maiores problemas à guar-
da, geralmente provocado, dada a presença de interesse de preso ou grupo de
presos na deterioração das condições de normalidade, com reflexos na segurança
externa.
5) Ação externa: destinada a propiciar ou facilitar a fuga de presos ou dirigi-
da contra instalações ou pessoal do presídio. Ambas as ações são perigosas e,
para combatê-las, a guarda deve estar permanentemente atenta e preparada para
agir com determinação e alta eficiência.
l).São elementos fundamentais na segurança de estabelecimentos
penais os sistemas de iluminação, de alarme, de comunicações e barreiras
físicas.
1) A iluminação instalada e apropriadamente operada serve para
dissuadir o preso da pretensão de fuga e para dificultar a aproximação de pessoas
pela parte externa da barreira perimetral.
(a) Tipos de iluminação
- Contínua: abrange o sistema permanente de iluminação;
- Reserva: é a alternativa disponível para a eventualidade de suspensão
do fornecimento de energia elétrica da rede pública; e
- De emergência: é o equipamento acionado em casos excepcionais, pa-
ra fazer frente a eventos em que a contínua e a reserva sejam insuficientes.
2) Sistema de alarme
(a) Constituí requisito essencial à segurança do estabelecimento, devendo
permitir o acionamento de todos os postos e do corpo da guarda, de maneira a
assegurar possibilidade de adoção de providências imediatas.
3) Sistema de comunicação
(a) Entre os postos de serviço e o posto central e entre este e os
órgãos de segurança há necessariamente comunicação permanente para facilitar e
completar o sistema de segurança.
(b) Os policiais militares de serviço deverão estar instruídos sobre o em-
prego eficiente do sistema.
4) Barreiras Físicas
(a) Devem ser mantidas, em ambos os lados das barreiras físicas, zonas
livres para melhor observação da guarda e operações necessárias.

4.2.2 Deveres do PM
a).Exercer completa vigilância e fiscalização para que os presos não tentem fu-
ga.
b).Não conversar com presos, descuidando-se da vigilância.
c).Não manter contado com os presos, exceto os estritamente necessá- rios ao
cumprimento das missões.
d).Estar sempre alerta para, em caso de necessidade, pedir auxílio, acionando
o alarme.
e).Manter vigilância sobre os presos que executam trabalhos permitidos pela
legislação, de forma que os materiais e ferramentas não sejam usados para fins
escusos e sim para o trabalho.
f).Evitar violências, a fim de não provocar insubmissão e ódio nos detentos.

183
g).Não aceitar presentes ou favores e tampouco efetuar transações comerciais
com detentos.
h).Conhecer detalhadamente o regulamento interno do estabelecimento penal,
a fim de evitar problemas funcionais.
i).Conhecer detalhadamente o sistema de alarme, usando-o somente em casos
de emergência.
j).Manter-se em movimento, quando for o caso, durante todo seu turno de ser-
viço, a fim de que a área sob sua responsabilidade seja dinamicamente fiscalizada.
1).Quando no seu horário de descanso, deverá permanecer no local desti-
nado para tal, em condições de seu emprego imediato e somente dele se afastando
mediante autorização de seu Cmt.
m).Permanecer no seu posto de serviço, dele se afastando somente quando
devidamente substituído e autorizado, não efetuando compras para os presos.
n).Toda observação ou reclamação sobre o estabelecimento penal deverá ser
trazida ao Comandante da Guarda.
o).Durante as rondas, anotar os dados de interesse, fazendo observações pes-
soais, que conduzam ao aprimoramento do serviço.
p).Quando de serviço, manter o armamento em boas condições de uso, devi-
damente municiado e, ao manejá-lo, não descuidar das cautelas necessárias.
q).Não se distrair com mulheres, porque o encarcerado poderá usar uma mu-
lher para desviar a atenção do policial, dando condições para que o preso concreti-
ze a fuga.

4.2.3 Responsabilidade penal


a).O Código Penal não comina pena ao preso que foge.
b).A fuga de preso constitui delito somente quando ele se evade,
praticando violência à pessoa.
c).A lei não permite, entretanto, que outros contribuam para a fuga dos presos.
d).A lei leva em consideração o dever funcional, prevendo maior punição quan-
do o fato for praticado por quem é responsável por sua vigilância.
e).A lei cuida, também, da forma culposa, isto é, fuga de presos por culpa da-
quele que está encarregado da sua guarda ou custódia.
f).É importante ter sempre em mente que uma guarda omissa em seus deveres,
por desatenção e negligência, só facilitará e induzirá o preso a tentar a fuga.
g).Como se vê, o componente da guarda não pode ficar inativo na ocorrência
de fuga de preso.
h).Por dever funcional ele deve obstar a fuga de presos por todos os meios
possíveis.
1) Recomenda-se que primeiro o PM dê o sinal de advertência, alertando a
guarnição para o acesso necessário.

4.3.0 Escolta de Presos

4.3.1 Normas gerais de escolta


a).Escolta de presos é todo deslocamento do policial-militar conduzin- do, com
segurança, o preso da Justiça Pública:
1) à presença da Autoridade judiciária;
2) de um para outro estabelecimento penal;

184
3) de uma para outra Comarca;
4) aos Institutos de Saúde Física e Mental; e
5) a outros lugares, por ordem da Autoridade judiciária.
b). A escolta destina-se a proceder à vigilância, proteção e assistência ao preso
fora do estabelecimento penal e nos seus diversos deslocamentos.
1) A escolta somente se realizará mediante prévia requisição judicial, dire-
tamente ou através do Diretor do Presídio.
2) Basicamente, a escolta deve zelar pela entrega de pessoas no local de
destino, preservando sua integridade e segurança.
3) Os encarregados da escolta devem tomar todas as medidas para impedir
a fuga de presos. Para isso, devem evitar que mantenham contato com outras pes-
soas e locais que possam criar oportunidades de fuga.
4) O efetivo deve obedecer, em princípio, à proporção de 02 (dois) PM por
indivíduo a ser escoltado:
(a) Nos deslocamentos de grande número de presos, o efetivo da escolta
deverá ser especialmente planejado, considerando-se a periculosidade deles e
meio de transporte a ser utilizado.
5) A escolta poderá ser feita a pé ou transportada:
(a) Quando transportada, os meios serão, em princípio, fornecidos pela au-
toridade requisitante.
6) Ao Cmt da tropa, sob cuja responsabilidade está a guarda de presos, ca-
berá elaborar previamente o planejamento das diversas modalidades de escolta:
(a) Na elaboração do planejamento deverão ser observados, além de ou-
tros, os seguintes aspectos:
- Número de presos escoltados;
- destino;
- periculosidade;
- tinerário;
- meios de transporte;
- tempo de duração; e
- apoios.

4.3.2 Recebimento do preso


a).Antes do contato com o preso, os encarregados da escolta deverão, através
de informação da seção competente do presídio, procurar saber: seu grau de
periculosidade (medida pelo tipo de crime); se faz parte de quadrilha, pelo número
de processos a que responde; e o número de anos a que está condenado e se já
tentou fuga alguma vez.
b).Ao receber o preso, deverão examinar a documentação referente à escolta
do mesmo, conferindo a exatidão dos dados nela contidos através de uma leitura e
de perguntas ao que será escoltado, evitando assim uma troca de presos acidental
ou maldosa, que poderá acarretar em sérias conseqüências futuras. Verificando
que a documentação está em ordem, os policiais militares assinarão o recibo fican-
do, após a devolução esse documento, totalmente responsável pelo preso.
c).Logo em seguida, deverão os policiais-militares providenciar, num comparti-
mento fechado, minuciosa revista no preso.
d).O preso não pode conduzir objetos ou valores possíveis de comercialização,
dos quais poderá valer-se para corromper terceiros ou, no caso de libertar-se da
escolta, deixar o local com mais facilidade.

185
e).Após a busca, deve-se fazer uma relação por escrito de todos os
objetos encontrados, comunicando imediatamente a Diretoria do Presídio
para as providências necessárias.
f).Antes do embarque, deverão os policiais-militares examinar o inte-
rior da viatura, verificando se não foi deixado algum objeto para o preso.

4.3.3 Condução do preso


a).Todo preso será submetido à busca pessoal e algemado, por mais pacífico
que aparente ser, antes de ser transportado. Na falta de algemas, o preso deve ter
seus membros superiores imobilizados com meios de fortuna, tais como o cassete-
te ou a própria cinta de preso; neste caso, envidar esforços para não ferir o preso.
b).A condução do preso será feita, preferencialmente, em viatura, para segu-
rança do policial-militar e do próprio preso, conforme circunstâncias da prisão.
c).Sempre que a escolta for realizada a pé, o preso deverá ser conduzido al-
gemado a um dos componentes da escolta.
1) O policial-militar, ao conduzir o preso a pé, deverá mantê-lo
algemado ao lado oposto de sua arma.
2) O uso de algemas deve obedecer ao disposto no Decreto n.º
19.903, de 30 de outubro de 1950, que regulamenta a matéria.
d). O preso somente poderá ser desalgemado mediante ordem da autoridade
competente, que deverá ser previamente informada de sua periculosidade.
e). O preso não poderá:
1) trazer consigo dinheiro ou objetos pessoais;
2) permanecer livre da vigilância da escolta em qualquer ocasião;
3) manter contato com parentes, amigos ou quaisquer outras pes-
soas;
4) ser entregue sem o devido recibo; e
5) ser algemado em objetos fixos, salvo em situações excepcionais.
f).Quando do embarque e desembarque de coletivos, ter em vista a incolumi-
dade própria e dos demais passageiros.
g) Vindo o preso a ser acometido de mal súbito, valer-se dos meios imediatos a
seu alcance, sem descuidar-se das medidas de segurança (precaver-se de que o
preso poderá estar simulando doença para criar uma situação qualquer).
1) Nestas circunstâncias providenciar, na primeira localidade, os necessários
cuidados médicos, através das autoridades competentes.
2) Ficando o preso internado, cientificar seu comandante.
h).As medidas de segurança não deverão ser aliviadas pela escolta, ainda que
o preso esteja doente.
i).No caso de a escolta conduzir vários presos, estes seguirão algemados braço
a braço.
j).Cautelas especiais devem ser tomadas quando da escolta de menores, doen-
tes infecto-contagiosos, doentes mentais, os quais deverão ser transportados em
viaturas apropriadas.
1).Os policiais-militares devem portar armas de tal modo que os presos se-
jam incapazes de apanhá-las.
m).Não devem ser dadas informações aos escoltados e terceiros, quanto ao lu-
gar onde estão indo, hora de chegada, local de parada, mudança e meios de trans-
portes.
n).Os presos nunca devem ficar fora da vista da escolta.

186
o).A ninguém deve ser permitido passar entre o preso e o condutor.

4.3.4 Apresentação e entrega do preso


a).Apresentado com documentos necessários para ser ouvido em juízo ou as-
sistir à audiência, o preso permanecerá algemado, independente do grau de pericu-
losidade.
1) Caso haja ordem expressa do juiz para tirar as algemas, o Cmt deverá a-
lertar o magistrado, se for o caso, sobre o alto grau de periculosidade do preso e,
em seguida, cumprir a determinação, permanecendo um dos componentes próximo
à porta e outro junto ao preso e com vistas às janelas.
2) Antes de se retirar da sala, colocam-se novamente as algemas para o
deslocamento de regresso.
b).Apresentado a Instituto de Saúde, o preso deve ser acompanhado pela es-
colta durante a realização dos exames clínicos ou psíquicos e deve permanecer
algemado, salvo em casos especiais que requeiram a liberdade dos braços.
c).A entrega do preso no destino far-se-á mediante os princípios
seguintes:
1) via de regra, o preso é destinado a determinada Comarca, sendo entre-
gue, na respectiva cadeia pública, com ofício dirigido à Polícia Civil local.
2) nos estabelecimentos penais, os presos são recebidos pelos assistentes
penais, os quais assinarão os recibos de entrega.
d).O recibo de entrega do preso por parte da escolta é de suma importância,
pois visa resguardar situações que coloquem a mesma em sérios riscos morais.

4.3.5 Locomoção - meios e procedimentos


a). Por via férrea
1) Previsão da respectiva requisição de passes de ida e volta.
2)Proporção de dois PM para cada preso a ser transportado.
(a) Caso o escoltado possua periculosidade presumida, e não seja possí-
vel utilizar outro meio, deve-se aumentar a proporção dos escoltantes, podendo
inclusive seguir na diligência, um ou mais PM em trajes civis, garantindo a seguran-
ça da escolta.
3) O coldre do PM deve estar sempre do lado oposto ao do assento do pre-
so.
4) O preso será algemado ao braço esquerdo de um dos escoltantes, fican-
do outro para exercer a vigilância.
5) Os sanitários da composição devem ser previamente revistados
toda a vez que forem utilizados pelos presos, sendo cauteloso alternar o uso des-
sas dependências. Em princípio, não deverá ser permitido ao preso utilizar o sanitá-
rio quando o trem estiver parado.
b) Por viaturas
1) Todos os réus de periculosidade presumida devem, em princípio, ser
transportados por viaturas. Neste caso, a escolta deverá levar verba suficiente para
aquisição de combustível e alimentação, inclusive para o preso.
2) Os presos são conduzidos algemados até a viatura e, no instante em que
se encontrarem no compartimento de presos, são desalgemados, visto a segurança
do próprio meio utilizado; no desembarque, o preso será algemado tão logo saia da
viatura.

187
3) O abastecimento deverá se fazer em locais alternados, evitando, assim,
possível surpresa por parte de terceiros.
4) O detento se alimentará no próprio compartimento de presos.
c).Por ônibus
1) Nos deslocamentos por meio de ônibus, o policial-militar observará as
mesmas regras dis postas nas escoltas por via férrea.
2) A alimentação do preso, no presente caso, será fornecida nos restauran-
tes verificados nas paradas do coletivo.
3) Nos deslocamentos por ônibus, o comandante da escolta, ao providenciar
as passagens, deve reservar as últimas poltronas, porque há melhores condições
de segurança, inclusive para uso de sanitários.
d).Por avião
1) As escoltas que usarem aviões de carreira darão disso ciência ao coman-
dante da aeronave, esclarecendo ainda quanto à periculosidade do escoltado.
2) O preso será colocado, juntamente com a escolta, em posição e local que
não constranjam os demais passageiros.
3) O preso não tomará refeições munido de faca e garfo, visando à seguran-
ça pessoal do próprio e dos escoltantes; preferencialmente utilizar copos e pratos
de papelão.
4) Trinta ou quarenta minutos antes do pouso no local do destino, a escolta
solicitará ao comandante da aeronave que se comunique, via rádio, com os policiais
locais, a fim de garantirem a segurança no desembarque.
5) A escolta embarcará antes dos passageiros normais e desembarcará a-
pós.
e).Por automóvel
1) Às vezes, há necessidade de utilizar-se táxi. Quando isto ocorrer, a escol-
ta deve anotar a placa do carro, nome do motorista, bem como a sua residência.
Nesse transporte, devemos tomar as seguintes medidas:
(a) o preso é conduzido no banco traseiro, no lado oposto do motorista,
enquanto um dos policiais toma lugar atrás do motorista e o outro ao lado do moto-
rista no banco da frente;
(b) os dois policiais poderão também tornar lugar no banco traseiro do mo-
torista, ocupando o preso o lugar entre eles; neste caso, o policial que se sentar ao
lado esquerdo do preso, deve colocar a arma ao lado oposto do preso;
(c) o preso deve seguir algemado a um dos componentes da escolta, e
uma segunda algema deve unir seus pulsos.
(d) é aconselhável que um dos policiais fique do lado de fora até a acomo-
dação do preso no interior do veículo.

4.3.6 Utilização de sanitários


a).Todos sanitários a serem utilizados pelo preso deverão ser minuciosamente
revistados, tomando-se as seguinte precauções:
1) evitar-se-á aqueles que possuam mais de uma porta ou janelas que pro-
piciem a saída do preso;
2) a porta dos sanitários não poderá, em hipótese alguma, permanecer fe-
chada, enquanto estiver sendo utilizado pelo detento; e
3) um dos componentes da escolta manterá o pé entre 0 batente e a bandei-
ra da porta, a fim de evitar que a mesma seja fechada por dentro pelo escoltado.

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4.3.7 Escolta em velórios
a).Dada a sua peculiaridade, esse tipo de escolta deve ser executada por três
ou mais policiais e deverão ser adotadas rígidas medidas de segurança, especial-
mente se o local de destino for freqüentado por marginais.
b).Antes do desembarque do preso é preciso se fazer um estudo da situação,
para que se possa adequar as medidas de segurança às necessidades da ocasião
e do local. Assim, um dos escoltantes:
1) entra em entendimento com o parente mais próximo do preso (pai, mãe,
irmão, esposa ou filho), expondo-lhe as condições em que o preso entrará no veló-
rio;
2) verifica se o local oferece condições à segurança do serviço (fragilidade
das paredes, muitas saídas etc.);
3) examinará, cuidadosamente, as portas ou outras aberturas que
possam facilitar a fuga.
c).Caso as condições de segurança e o ambiente não forem favoráveis:
1) a escolta não desembarca o preso;
2) retorna o mais rapidamente possível e comunica o fato à Diretoria do Pre-
sídio e ao seu Comandante, esclarecendo os motivos que levaram a agir dessa
maneira.
d) Caso as condições de segurança e o ambiente sejam favoráveis, as seguin-
tes providências devem ser tomadas:
1) o veículo deve ser colocado o mais próximo possível da saída do velório e
em condições de se deslocar rapidamente do local, em caso de anormalidade;
2) deve ser pedido o afastamento dos que se encontram na sala do velório e
só deve entrar, nesse local, a escolta e o preso;
3) o preso não deve ser desalgemado:
4) devem ser acompanhados de perto todos os movimentos do preso, duran-
te o tempo de visita, o qual não deverá exceder a 15 minutos;
5) não deve ser permitido que se dê comida ou bebida de qualquer espécie
ao preso;
6) não deve ser permitido que o preso debruce sobre o caixão da pessoa fa-
lecida, pois no interior do mesmo poderá ter alguma arma escondida e que dela
poderá valer-se para tentar a fuga, com isso ferindo a integridade e a segurança da
escolta.

4.3.8 Escolta em hospitais


a). Caso haja necessidade da Polícia Militar executar tal tipo de serviço, condu-
zindo preso para atendimento médico, devem ser tomadas as seguintes medidas:
1) confirmar se haverá ou não atendimento, evitando-se permanecer com o
preso perambulando por salas e corredores,-
2) cientificar-se da gravidade da enfermidade ou ferimento do preso, man-
tendo, para tal, contato com médicos e direção do hospital;
3) verificar as condições de segurança oferecidas pelo local em que está o
preso, mediante contato com a Administração;
4) não permitir visita de espécie alguma ao preso, a não ser de
elementos do hospital (corpo clínico, enfermeiros e auxiliares);
5) evitar que o preso se locomova nas dependências externas ou
internas do hospital (a escolta deve estar sempre presente).

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6) se o médico recusar-se a atender o preso perante os componentes da es-
colta ou se determinar a retirada das algemas, o PM, com habilidade, solicitará a
identificação do médico e procurará a Administração do Hospital para esclarecer
sobre a responsabilidade por eventuais fugas ou violência praticada pelo preso.

4.3.9 Deveres dos componentes da escolta


a).Além de outros deveres já citados anteriormente, aos policiai: militares em
escolta de preso compete:
1) verificar, antes do serviço, o estado de uso e funcionamento das algemas,
do armamento e das munições;
2) nunca algemar o preso em lugares fixos, pois as algemas si
destinam a incapacitar as 2 (duas) mãos e braços do escoltado;
3) usar sempre os meios de transporte normais, nunca aceitar "caro nas" du-
rante o serviço de escolta, a não ser de pessoas conhecidas perfeitamente identifi-
cadas;
4) nunca aceitar os itinerários de ruas e logradouros públicos indica dos pelo
escoltado e utilizar, sempre que possível, outro roteiro quando retornar com
a escolta e o preso;
5) ao conduzir presos dementes ou agitados, servir-se somente d
veículos apropriados e, se necessário, providenciar para que sejam imobilizados
com camisa de força ou estejam sob efeito de tranqüilizantes aplica dos por médi-
cos;
6) conduzir, sempre que possível, e com prioridade, em carros d presos (car-
ro forte), os presos de reconhecida periculosidade, devendo escolta ser reforçada
com mais policiais-militares;
7) não aceitar, em hipótese alguma, refeições e bebidas oferecida pelo es-
coltado ou por familiares, amigos e pessoas estranhas;
8) não permitir que o escoltado tenha contato com parentes, amigos pessoas
estranhas;
9) verificar, antes do serviço, as condições de funcionamento do carro forte;
e
10) os componentes da escolta não deverão manter relacionamento amisto-
so com o preso, posto que poderão ser enganados pelo mesmo, tão logo ele per-
ceba haver conquistado a confiança dos escoltantes.
11) A fuga deve ser evitada de forma preventiva pela vigilância aos mais su-
tis movimentos do preso.

ARTIGO IV
4.4.0 Guarda de Repartições Públicas

4.4.1 Condições gerais


a).A Polícia Militar executa policiamento de guarda nas repartições públicas,
para fins de proteção ao patrimônio do Estado e em vista d importância das pesso-
as que nela trabalham (ou residem).
b).Emprega seu efetivo desde uma presença preventiva, até uma segurança fí-
sica efetiva, variando de conformidade com as características das repartições e das
pessoas, cuja proteção se tem em vista.

190
c).O pessoal empregado nas repartições, em virtude do contato permanente
com o público, deverá primar pela apresentação pessoal (correção de uniforme,
atitudes, asseio individual etc.) e pelo tratamento com o público.
d).O uniforme previsto poderá ser adequado ao serviço, podendo, mediante au-
torização, ser acrescido com alamares, braçadeiras e outros adornos específicos.

4.4.2 Métodos e dispositivos de segurança


a).Deverá ser estudado o controle de entrada e saída de pessoas dentro da á-
rea proibida ao público em geral, assim como o controle de pessoas autorizadas
para prestação de serviços nesses locais.
b).Conforme o caso, poderá ser feito o controle dos veículos que adentram a
área da repartição.
c).O sistema de alarme, de iluminação, de comunicação e as barreiras físicas
serão objetos de preocupação constante do PM.
d).Atenção especial deve ser dispensada aos pontos sensíveis ou
vulneráveis.
e).A tropa empregada deverá ter conhecimento dos meios de extinção de in-
cêndio existentes na repartição, para poder executar os combates aos princípios de
incêndios e colaborar com os Bombeiros em casos de necessidade.
f).O uso das armas deve ficar adstrito aos casos de anormalidades.

4.4.3 Relacionamento com o público


a) O PM empregado no policiamento de guarda de repartições públicas sempre
é procurado como fonte de informação e orientação, devendo capacitar-se para
exercer bem esta missão; em conseqüência, deve:
1) conhecer os nomes dos chefes das repartições;
2)conhecer os procedimentos das repartições, para fins de orienta- ção ao
público;
3) ter paciência com pessoas, procurando saber das suas necessidades e
dar as respostas as mais completas possíveis;
4) agir com educação para com todos e com cavalheirismo para com as da-
mas.

191
CAPITULO V
Policiamento de Trânsito

5.1.0 Introdução

5.1.1 Conceito
Tipo específico de policiamento ostensivo, executado em vias terrestres abertas
à livre circulação, visando a disciplinar o público no cumprimento e respeito às re-
gras e normas de trânsito, estabelecidas por órgão competente, de acordo com o
Código Nacional de Trânsito e legislação vigente.

5.1.2. Apresentação
a).Este capítulo aborda os aspectos específicos do policiamento de trânsito,
dispensando a análise daqueles que, pela sua generalidade, mereceram tratamento
no Capítulo 3 - Policiamento Ostensivo Geral, cujo conhecimento é indispensável
para a compreensão dos assuntos particulares relativos ao Policiamento de Trânsi-
to
b).O Policiamento de Trânsito é executado através de combinações variáveis
do fluxo, da sinalização, do grau de educação de trânsito dos usuários, das priori-
dades de lançamento e outros fatores de cada região.
c).Fundamentalmente, é executado pela combinação de:
1) Processo: a pé, motorizado, a cavalo;
2) Modalidade: patrulhamento, permanência, escolta;
3) Circunstância: ordinária, extraordinária, especial;
4) Lugar: urbano, rural;
5) Duração: turno, jornada;
6) Número: fração elementar e fração constituída.

5.1.3. Missão
a).Atuar sistematicamente na fiscalização, orientação e controle, com o objetivo
de proporcionar segurança e fluidez do trânsito e assegurar o cumprimento das leis
e regulamentos.
b).É cumprida através do exercício das seguintes atribuições:
1) Atuar em pontos-base - cruzamentos, pontos críticos, eixos e vias - com
vistas à disciplina de trânsito, obediência à sinalização e proteção a condutores,
pedestres, pistas de rolamento, sinalização e obras de arte, com vistas à redução
de acidentes de trânsito.
2) Atender a acidentes de trânsito, com ou sem vítimas.
3) Apreender, remover, reter veículos por prática de infrações de
trânsito.
4) Remover ou promover remoção de obstáculos, animais e veículos que
impeçam ou dificultem a livre circulação.
5) Fiscalizar veículos (documentos, estado de conservação, cargas) e con-
dutores (documentos, condições físicas).
6) Notificar infratores e, conforme o caso, efetuar prisões.
7) Promover e (ou) participar de campanhas educativas de trânsito.

5.1.4. Abrangências

192
a). Vias terrestres - Para efeitos deste Manual, são consideradas vias terrestres
as ruas, avenidas, logradouros, estradas, caminhos, passagens de domínio público
e praias abertas ao trânsito.
b).Recintos internos - Não estão sujeitos às normas estabelecidas pela legisla-
ção de trânsito os recintos internos de clubes, associações, entidades públicas ou
privadas, não podendo o PM, nesses locais, disciplinar a circulação de veículos,
nem efetuar Auto de Infração para Imposição de Penalidades (AIIP) ou adotar me-
didas complementares, previstas na legislação de trânsito, por força de impedimen-
to legal.

5.2.0 Regras Gerais de Execução

5.2.1 Policiamento preventivo


a).Atuação - Em princípio, a atuação do PM deve ser preventiva, orientando
motoristas e pedestres.
Nos casos de manifesta inobservância à legislação de trânsito, o PM deve atuar
repressivamente, efetuando as autuações cabíveis e adotando medidas comple-
mentares, se previstas.
b).Prioridade - A segurança prevalece sobre a velocidade do tráfego, porque a
preservação da integridade física dos motoristas e pedestres tem prioridade sobre a
fluidez do tráfego, devendo ser dispensada especial atenção aos pedestres.
c).Serviços de urgência - A prioridade de circulação concedida a
veículos oficiais e aos de prestação de serviços públicos essenciais à população,
para atender a casos de urgência, acionando sirenes, não lhes concede o direito de
desrespeitar regras elementares de cautela para a segurança de terceiros.
Os condutores de tais veículos não podem escudar-se na prioridade de trafégo,
a pretexto de urgência, para atentar contra a integridade física própria e de tercei-
ros, acionando desnecessariamente a sirene.
d).Obstáculos à circulação - Qualquer obstáculo à livre circulação ou à segu-
rança de pedestres e veículos, no leito das vias terrestres ou calçadas, deve ser
imediata e devidamente sinalizado ou removido.
1) Nos casos necessários, o PM deve, preventivamente, utilizar-se de sinali-
zação de fortuna com os meios ao seu alcance, acionando, a seguir, o órgão com-
petente ou responsável.
2) A entidade que executa obra na via pública é responsável pela
correta sinalização do local.
3) As obras na via pública só podem ser iniciadas, mediante prévia autoriza-
ção da autoridade competente com atribuição sobre a via, devendo o PM, nos ca-
sos de inobservância, comunicar o fato ao órgão competente.

5.2.2 Princípio de legalidade


a).Legalidade das providências - Na execução do policiamento, só podem ser
lavradas autuações e adotadas medidas complementares previstas na legislação
específica de trânsito, porque o poder de polícia não é arbitrário, estando sujeito às
regras legais e regulamentares, dentro de cujos limites deve ser exercido sob pena
de vir o PM a incorrer na prática de ilícito penal.
b).Aplicação das penalidades - Quando para determinada infração for prevista,
unicamente, a penalidade de multa, o PM somente lavrará a autuação cabível, não

193
podendo remover, reter ou apreender o veículo, a Carteira Nacional de Habilitação
ou qualquer outro documento.
c).Dúvida quanto à caracterização.
1) Em caso de dúvida quanto à caracterização da infração à legislação de
trânsito, o PM não deverá lavrar a autuação, sanando, posteriormente, a dúvida,
com os superiores hierárquicos, para procedimento futuro em casos semelhantes.
2) Em casos de dúvida sobre a perfeita identificação do veículo, não lavrar a
autuação.
d).Infrações simultâneas - Quando o mesmo condutor do veículo,
praticar, simultânea ou seguidamente, duas ou mais infrações à legislação de trân-
sito, o PM lavrará as autuações correspondentes, observando com rigor os horá-
rios.
e).Infração e ilícito penal - No caso de prática simultânea de infração de trânsito
e de ilícito penal, o PM deve lavrar a autuação devida e, em caso de prisão em
flagrante delito, apresentar o autor do crime ao Distrito Policial da respectiva área
de atribuições.

5.2.3 Sinalização
a).Obrigatoriedade - Toda e qualquer restrição no uso da via pública deve ser
regulamentada por sinalização específica, correta e suficiente no local, não poden-
do ser estabelecida unicamente por meio de portaria ou qualquer outro documento.
A sinalização de trânsito deve se apresentar de forma suficiente e correta, a-
tendendo às condições essenciais de suprir necessidades importantes, chamar a
atenção dos usuários, expor mensagem clara e simples, impor respeito aos usuá-
rios, ser bem localizada e apresentar visibilidade suficiente.
b).Falta, insuficiência ou incorreta colocação - Das infrações que exijam, para
perfeita caracterização, sinalização específica (placas de regulamentação), o PM
não deverá lavrar as autuações na falta, insuficiência ou incorreta sinalização do
local, solicitando com a possível urgência, a ação do órgão competente para sanar
a anomalia verificada.
c).Sinais e ordens do PM - As ordens, emanadas por gestos do PM, prevale-
cem sobre as regras de circulação e sobre as normas definidas por outros sinais de
trânsito.

5.3.0 Procedimentos Gerais

5.3.1 Deveres do policial-militar


a).Cumprimento das ordens - Cumprir, integralmente, as ordens dos superiores
hierárquicos, relativas à execução do serviço, em face da inteira responsabilidade
deles pelos resultados do fiel cumprimento às ordens.
b).Conhecimento do posto de serviço - Conhecer a direção do tráfego nas ime-
diações do posto de serviço, estando, conseqüentemente, em condições de efetuar,
em caso de necessidade, desvios das correntes de tráfego ou auxiliar e substituir
outros PM nos postos localizados nas imediações.
1) Ao assumir o posto, deverá efetuar um reconhecimento prévio, buscando
identificar as principais artérias de ligação, desvios possíveis, alterações nas pistas
de rolamento, hospitais, pronto-socorros, farmácias, delegacias, quartéis, oficinas

194
mecânicas, "borracheiros", guinchos e outros serviços de utilidade, com o objetivo
de facilitar o cumprimento da missão.
2) Ao ser escalado em posto de sinalização recém-implantado, ou onde hou-
ver mudança recente do sistema viário, deverá verificar, previamente, se todas as
placas de regulamentação estão colocadas corretamente e se não há falta de sina-
lização complementar. Nestes casos, a ação do PM deve ser mais de orientação do
que de repressão.
c) Relacionamento com o público - Reduzir ao absolutamente necessário, ex-
plicações e informações aos que as solicitarem.
1) Receber as sugestões, reclamações ou queixas do público em geral, com
atenção e urbanidade, transmitindo-as, para devida apreciação, aos seus superio-
res hierárquicos, ou orientando o interessado a procurar o setor competente.
2) Evitar, quando de serviço, palestras desnecessárias.

5.3.2 Policiamento a pé
a) É executado em ponto-base e em eixo. No ponto-base, que é o Posto de
Controle de Trânsito, emprega-se a permanência em semáfaros, em locais de obra,
em desvios, em passagens de pedestres, em locais de sinistro e em outros prescri-
tos em planos especiais. No eixo, que é o Posto de Fiscalização de Trânsito, é
realizado o patrulhamento em trechos da via pública, variável de acordo com a
intensidade do trânsito, topografia e outras peculiaridades do local.
1) Posto de Controle de Trânsito (PCTran-Base Operacional)
(a) As atribuições do PCtran são:
- compelir os condutores de veículos e os pedestres à obediência das
determinações legais e regulamentares, bem como às contidas nas demais normas
em vigor, referentes ao trânsito em geral;
- colocar-se à vista do público em seu posto, diligenciando no sentido de
evitar que os motoristas cometam infrações;
- zelar pela fiscalização de trânsito em geral, a fim de evitar congestio-
namento de qualquer espécie;
- conhecer a direção do trânsito nas imediações de seu posto, manten-
do-se em condições de desviá-lo, em caso de necessidade, para outra via;
- autuar o condutor do veículo pelas infrações involuntárias e sem gravi-
dade somente quando a advertência não for suficiente para convencer o infrator;
- autuar, nos demais casos, os que transgridem os preceitos do Código
Nacional de Trânsito, seu Regulamento e demais normas pertinentes;
- reduzir ao estritamente necessário, suas explicações e informações
aos que as solicitarem, sejam referentes ao serviço ou a outros assuntos;
- permanecer no posto, dele não se afastando, a não ser em situações
excepcionais;
- manter-se atento ao serviço, evitando palestras com outros ele- men-
tos da Corporação ou com o público;
- usar linguagem própria nas relações com os condutores de veículos ou
pedestres, evitando termos de gíria ou gestos deselegantes;
- conhecer os pontos de táxis, ônibus e de outros veículos de condução
coletiva, a fim de bem informar aos transeuntes a respeito;
- zelar pela segurança do trânsito, dispensando especial atenção aos
pedestres;

195
- estar sempre atento à aproximação de ambulâncias, viaturas do Corpo
de Bombeiros, da Polícia, e outros de prestação de serviços públicos essenciais à
população, que estejam com a sirene ligada para, de imediato, lhes possibilitar a
prioridade de passagem;
- relatar as novidades verificadas durante o transcorrer de seu turno ao
seu substituto;
- preencher a ficha de ocorrência, quando houver anormalidade que fuja
ao padrão rotineiro;
- apresentar, aos superiores hierárquicos, medidas e sugestões que vi-
sem à melhoria do serviço;
- executar os sinais regulamentares de apito e braços, sempre com cor-
reção.
(b) Alguns pontos de melhor localização do PM em cruzamento:
- Em geral, nos cruzamentos com ilhas centrais, este é o ponto mais in-
dicado:

Erro! Vínculo não válido.


- Nos cruzamentos de duas vias com sentido único, o policial deve se
postar no canto do passeio, do lado de onde procedem as correntes:
Erro! Vínculo não válido.

- Nos cruzamentos de vias de mãos duplas ou de mais de duas vias, o


centro é o local mais indicado:
Erro! Vínculo não válido.

2) Postos de Fiscalização de Trânsito (PFTran)

(a) Além das prescritas para os PCTran, no que for aplicável, o


PFTran tem as seguintes atribuições:
- desenvolver, perante aos motoristas e principalmente aos pedestres,
uma ação efetiva de orientação, informação e educação de trânsito;
- deslocar-se de forma a ser sempre notado por motoristas e pedestres
e por onde possa melhor observar todo o fluxo de veículos;
- verificar as condições da sinalização estatigráfica e semafórica, suprin-
do, eventualmente, suas deficiências por meio de gestos, apitos e sinalização de
fortuna e solicitando providências ao escalão imediatamente superior;
- verificar a existência de irregularidades (veículos estacionados ou pa-
rados em desacordo com a regulamentação; veículos danificados; inexistência,
insuficiência ou incorreção na sinalização de obras na pista, etc.), providenciando
sua correção;
- conhecer a mão de direção das diversas ruas próximas de seu posto,
ficando em condições de desviar o transito em situações de emergência;
- orientar, sempre que possível, os infratores que cometem transgres-
sões casuais;
- impedir que um usuário contrarie as regras de trânsito, não abrindo
precendentes, a não ser em casos de necessidade (doença, socorro médico, etc.),
ou nos casos regulamentares;
- estar apto para apoiar ou reforçar outras ações ou operações policiais-
militares.

196
5.3.3 Policiamento motorizado
a).Em viaturas
1) Suas atribuições são as mesmas do policiamento a pé, acrescidas de:
(a) apoiar o policiamento nos PCTran e PFTran a pé;
(b) atender as ocorrências de trânsito, por sua própria iniciativa, a pedido
ou por determinação;
(c) solucionar ou pedir solução para irregularidades encontradas em seu i-
tinerário;
(d) realizar escoltas;
(e) realizar patrulhamento de acordo com cartão-programa:
2) Além do que foi tratado no Capítulo 3 - Policiamento Geral -, a
viatura, empregada no policiamento de trânsito, deve conduzir material que lhe
permita sinalizar anormalidades na via pública, prestar socorros de urgência e fisca-
lizar, mais detalhadamente, veículos e condutores (radar, bafômetro e analisador de
fumaç(a).
b).Em motocicleta
1) Em princípio, as motocicletas serão empregadas diariamente, nos horá-
rios em que os Mapas Estatísticos mostrarem ser de maior incidência de infrações
de trânsito.
2) As vias onde as motocicletas serão empregadas devem ser pavimentadas
e apresentar um fluxo de veículos tal que a possibilidade de ocorrências de trânsito
seja grande.
3) Sob condições climáticas adversas (chuva, cerração, neblin(a) é desa-
conselhável o uso de motocicleta.
4) A atuação dos patrulheiros motociclistas deverá estar enquadrada numa
das seguintes situações:
(a) Individual - situação em que o patrulheiro motociclista é respon- sável
pela normalidade do trânsito num determinado trecho, nunca superior a 10 Km de
extensão. O procedimento do patrulheiro motociclista, nesta situação, deverá norte-
ar-se pelas seguintes prescrições;
-a velocidade de patrulhamento deve ser compatível com o fluxo da cor-
rente de trânsito;
- o tempo de utilização da motocicleta deve ser na proporção de cinco
módulos em movimento, por um módulo de observação, sendo o módulo igual a 10
(dez) minutos.
(b) Integrado - situação em que o patrulheiro motociclista age em combi-
nação com outros patrulheiros, em qualquer processo e tipo preconizados, dentro
de um espaço geográfico determinado.

5.4.0 Procedimentos Particulares

5.4.1 Em terminais de transporte


a).Disciplinar as filas de passageiros e de táxis para o embarque, observando
sempre a ordem de chegada e diligenciando para que nem táxis nem passageiros
passem à frente dos seus precedentes.
b).Não permitir que táxis permaneçam estacionados fora da fila e nas proximi-
dades do ponto.

197
c).Permitir, quando os primeiros táxis da fila forem pequenos, que passageiros
com muitas malas ou grupos numerosos aguardem no início da fila, até a chegada
de carro maior.
d).Não permitir que motoristas angariem passageiros, devendo, neste caso, a-
tuar repressivamente.
e).Não permitir que os veículos permaneçam estacionados nas áreas de de-
sembarque, após a descida dos passageiros.
f).Prestar as informações que lhe forem solicitadas. Para isto deverá estar pre-
parado, conhecendo ao máximo sua cidade, hotéis, pensões, lugares turísticos,
repartições públicas, saídas para outras localidades e vias de ligação do centro com
os bairros.
g) Atuar nas ocorrências de trânsito e, na falta de outro policiamento, em ocor-
rências de qualquer natureza.

5.4.2 Em eventos especiais


a)."Blitz" - Executada por uma equipe, com a finalidade de fiscalizar documen-
tos e, através de vistorias completas, verificar as condições de conservação dos
veículos; reprimir energicamente desmandos que são praticados por motoristas
(tais como: "pegas", "cavalo de pau", excesso de velocidade) e dissolver aglomera-
ções que bloqueiem a circulação.
b).Guinchamento - Executado com a finalidade de remover veículos que este-
jam impedindo ou dificultando o trânsito, por infração de trânsito, por abandono, ou
em caso de "limpeza" da via em solenidades, desfiles, visita de autoridades, provas
desportivas, etc.
c).Escoltas
1) São realizadas escoltas de vários tipos, destacando-se:
(a) escolta de dignitários;
(b) escolta de provas desportivas;
(c) escolta de cargas excepcionais.
2) Escolta de dignitários - Consiste em acompanhar uma autoridade em des-
locamentos, para defendê-la a resguardá-la, assegurando-lhe prioridade de trânsito,
a critério da autoridade ou instruções de sua segurança pessoal. Os veículos que
não concederem a prioridade, são infratores do Código Nacional de Trânsito e,
como tal, devem ser autuados.
(a) Em função da segurança requerida, três tipos de escolta poderão ser
organizadas. Em qualquer dos três, a viatura que conduz a autoridade será sempre
enquadrada por duas viaturas de segurança (uma à frente e outra à retaguard(a),
constituindo um comboio.
- Escolta com segurança normal: é aquela em que o comboio é precedido por uma
vtr de "varredura".

Erro! Vínculo não válido.

- Escolta com segurança reforçada: é aquela em que o comboio é en-


quadrado por uma vtr de "varredura" e uma "fecha-comboio"; é imprescindível que
estas duas possuam comunicação entre si.

Erro! Vínculo não válido.

198
- Escolta com segurança máxima: é aquela em que, além das viaturas
citadas anteriormente ' acrescenta -se uma vtr "batedor avançado"; é imprescindível
que as três viaturas da escolta possuam comunicação entre si.

Erro! Vínculo não válido.


3) Escoltas de competição desportivas - Quando da realização de competi-
ções desportivas nas vias públicas, previamente autorizadas pelo órgão que tenha
jurisdição sobre a via, o policiamento de trânsito é empregado para proporcionar
total segurança aos demais usuários, evitando que a competição seja prejudicada
por alguma interrupção, desvio ou acidente de trânsito.
(a) Nesse caso, a atividade se concentra em:
- orientação do itinerário, destacando viaturas que irão "puxar" os com-
petidores;
- sinalização do itinerário, previamente, através de placas, ou destacan-
do PM que irão interromper ou desviar o trânsito, para que os competidores venham
a encontrar a pista livre, sem quaisquer obstáculos e desenvolverem a velocidade
necessária, bem como Proporcionar a segurança aos competidores e aos demais
usuários; para tal, destacando PM em motocicletas ou outras viaturas, as quais irão
à frente, ao lado e à retaguarda dos atletas.
(b) Normalmente, também são realizadas escoltas ao "Fogo Simbólico da
Pátria", cuja atividade dos PM é praticamente a mesma das competições desporti-
vas.
4) Escolta de cargas excepcionais - Quando um veículo for transportar car-
ga, que por exceder às dimensões estabelecidas pela legislação de trânsito, por
suas características ou por seu acondicionamento irregular nas partes externas do
veículo vier a constituir risco à segurança do trânsito, haverá necessidade de escol-
ta para que circule. Nos casos previstos na legislação de trânsito, o policiamento de
trânsito deve exigir a apresentação da permissão especial, expedida pelo órgão de
trânsito que jurisdicione a via, verificando se foi autorizada com ou sem escolta ou
outras exigências, conforme o excesso apresentado. Na execução destas escoltas,
a atividade do policiamento visa evitar que haja risco à segurança dos usuários,
bem como que a fluidez do trânsito não seja prejudicada.
(a) Para atender a estas finalidades, são destacadas viaturas à
retaguarda e/ou frente do veículo que transporte a carga, para sinalizar
devidamente sua circulação e orientar o trânsito, fazendo as interdições e desvios
necessários. Às vezes, a escolta é retardada em horas e até dias, ou é feita por
lance (circula 5 km e depois pára nos acostamentos), dependendo das condições
da via e da intensidade do tráfego, para facilitar a fluidez do tránsito e evitar
congestionamentos, salvo se a carga, pelo valor ou por importância para a
economia e segurança nacionais, não puder ser retardada.
(b) A colocação da viatura, bem como a sua distância do veículo transpor-
tador, varia de acordo com o tipo de carga e excesso (lateral, longitudinal (traseira),
altura e peso). Ao transpor por passagens inferiores, redes de energia elétrica, fios
telefônicos etc., o PM desloca-se à frente para observar se a carga é mais baixa
que o obstáculo.
(c) A distância da viatura varia de conformidade com o tipo de carga e em
razão do traçado e desnível da via, contudo jamais deverá ser permitida a introdu-
ção de outros veículos entre os batedores e o transportador.

199
(d) A mesma atividade é desenvolvida quando de escolta de comboios mi-
litares.
d).Considerações Gerais
1) Resta finalizar que o objetivo principal da escolta é a "segurança de to-
dos", portanto, ainda que determinadas escoltas gozem de prioridade de trânsito, o
PM batedor deve ter o bom senso necessário para, com cautela, realizar sua mis-
são sem que envolva outros veículos em acidentes.
2) Batedores motociclistas poderão ser empregados como reforço ou substi-
tuindo viaturas de escolta, desde que o trecho a ser percorrido e as condições at-
mosféricas e de visibilidade ofereçam segurança para esse tipo de veículo.
3) Na escolta, em perímetro urbano, as distâncias serão reduzidas, de acor-
do com o volume de trânsito ao longo do itinerário. De maneira geral, são observa-
das as distâncias indicadas nas figuras anteriores.
4) Na escolta em rodovias, as viaturas observam maior distância, de acordo
com as condições técnicas da pista de rolamento. De maneira geral, são observa-
das as distâncias constantes das figuras anteriores. A viatura "fecha-comboio" des-
loca-se o mais próximo possível da última viatura do comboio, observando os limi-
tes de segurança e não permitindo ultrapassagens.
5) A velocidade da escolta deve ser compatível com a segurança e obedecer
à sinalização, particularmente:
(a) diante de escolas, hospitais, estações de embarque e desembar que,
vias estreitas ou onde haja grande movimentação de pedestres;
(b) nos cruzamentos não sinalizados, quando não estiver circulando em vi-
as preferenciais;
(c) quando houver má visibilidade.

5.5.0 Dos Fatores Adversos à Segurança e à Circulação

5.5.1 Conceito e generalidades


a. Conceito
1) Entende-se por fator adverso qualquer obstáculo à livre circulação de veí-
culos e pedestres, que cause risco à segurança ou prejuízo à fluidez do trânsito.
2) Ação do PM
(a) Prevenir: evitar mal maior, sinalizando o local e socorrendo
vítimas, se houver, e ainda, impedindo o acesso de curiosos.
(b) Descongestionar: aliviar a situação do tráfego, efetuando cortes e des-
vios necessários, orientando os condutores e pedestres.
(c) Solucionar: remover o obstáculo ou providenciar a sua remoção, acio-
nando o órgão competente para fazê-lo.
- Ao remover o obstáculo pessoalmente, o PM utilizará meios de fortuna
ao seu alcance, bem como o auxílio de usuários e seus veículos.
- A comunicação com autoridade, órgão, instituição responsável, Corpo
de Bombeiros ou outros meios de socorro, será feita diretamente ou através do
Centro de Operações ou das BOp.
- Enquanto estiverem sendo adotadas providências pelos órgãos ou ins-
tituições responsáveis, o PM deve prestar auxílio, objetivando garantir o livre aces-
so e a indispensável segurança do pessoal e material empregados.

200
5.5.2 Fatores adversos mais freqüentes
a).Sinalização incorreta, insuficiente ou defeituosa
1) Falta de condições essenciais
Quando, por qualquer circunstância, a sinalização não se apresentar de forma cor-
reta ou suficiente ou, ainda, não atender a uma das condições essenciais, o PM
deve, inicialmente, suprir a deficiência, por meio de gestos, sons, sinalização de
emergência ou de fortuna e solicitar, com a possível urgência, as providências ca-
bíveis ao órgão competente.
2) Semáforo defeituoso
(a) Quando o semáforo apresentar defeito, com lâmpadas queimadas ou
desligado por falta de energia elétrica, o PM deve passar a controlar o tráfego, efe-
tuando os cortes necessários através de gestos e sons, solicitando ao órgão de
trânsito responsável os devidos reparos.
(b) Se o defeito do semáforo não afetar todas as fases, o PM deve atentar
para as fases defeituosas, substituindo-as por gestos e sons, orientando as corren-
tes de tráfego.
b). Obras
1) Fiscalização
(a) Qualquer obra que se realize sobre a pista, calçada, canteiro ou acos-
tamento, que interfira na fluidez ou segurança do trânsito, deve merecer atenção
constante do PM, principalmente quanto à sinalização, existên- cia e observância
de autorização.
(b) Na falta, insuficiência ou incorreta colocação da sinalização exigida, o
PM deve solicitar ao responsável pela obra que a providencie, comunicando a falta
à autoridade responsável.
c).Cargas na pista
1) Em sendo identificado o veículo que causou o derramamento, deve ser
solicitado ao condutor que sinalize ou remova a carga, adotando-se as providências
previstas no Código Nacional de Trânsito.
2) Oleosas - Tratando-se de carga, cujo derramamento torne a pista escor-
regadia, o PM deve sinalizá-la, desviando o trânsito de veículos do local e providen-
ciar. ou solicitar ao órgão responsável a lavagem ou a cobertura da pista por terra
ou areia.
3) Combustíveis - Caso a carga derramada seja combustível, deve ser proi-
bida a circulação de veículos e pessoas no local, pois qualquer fagulha de fósforo,
ponta de cigarro ou faísca de motor poderá ocasionar incêndio.
A lavagem da pista deve ser providenciada, com a máxima urgência, junto
ao órgão responsável.
4) Obstáculos - Tratando-se de carga que constitua obstáculo físico, contra a
qual os veículos possam chocar-se e sofrer danos, o -PM deve sinalizar, -alertando
os usuários e providenciar ou solicitar a -remoção do obstáculo.
d). Saliências na pista
Quando a pista apresentar saliências ou -reentrâncias, o -PM deve sinalizar as
que representam risco à segurança, orientar o trânsito, de forma a disciplinar as
correntes, acelerando as que se retardam pelas deficiências da pista, e solicitar os
reparos necessários, ao órgão responsável.
e).Veículos quebrados

201
1) o constatar a presença de veículo quebrado sobre a pista, o -PM provi-
denciará, sempre que possível, sua remoção para o meio-fio, calçada, acostamento
ou canteiro central, a fim de preservar a segurança dos demais usuários.
(a) Na impossibilidade de -rertlovê-lo, deve ser providenciada a sinalização
correta e adequada.
(b) Quando o veiculo estiver sendo consertado soabre a pista de rolamen-
to, sem que a avaria se tenha dado por motivo fortuito ou de força maior, dessa
forma constituindo infração de trânsito, o PM deve adotar as medidas previstas no
Código Nacional de Trânsito -(CNT), lavrando a autuação cabível.
f) Veículos abandonados
1) Preliminarmente, assegurar-se de que o abandono não se deu por motivo
de força maior ou momentâneo.
2) Após, comunicar-se com o Centro de Operações para verificar se não se
trata de objeto de crime, principalmente de roubo ou de furto.
(a) em se tratando de objeto de crime, o -PM aguardará, no local, as provi-
dências do Centro de Operações, não tocando no veículo, preservando eventuais
vestígios para a perícia e preenchendo o Talão de Ocorrência;
(b) não constatando queixa de crime, mas estando abandonado em condi-
ções que façam presumir ter sido objeto de crime (chave de fenda junto ao contato,
ligação direta, quebra-vento partido etc.-), comunicar o fato à Unidade Policial da
área, preenchendo o Talão de Ocorrência;
(c) não se tratando de objeto de crime, mas estando abandonado na via
pública, por vários dias, solicitar ao Centro de Operações que providencie a remo-
ção, junto ao órgão competente.
3) Os veículos e os pertences deverão ser entregues, mediante Recibo ou
Auto de Apreensão, Exibição e Depósito.
g). Queda de fios
Quando houver queda de fios elétricos, principalmente de alta- tensão, o PM
deve isolar a área, evitando o acesso de pessoas ou veículos, orientar o trânsito,
desviando-o, e solicitar o comparecimento do órgão ou instituição responsável para
sanar a irregularidade.
h). Queda de árvores
Nos casos de queda de árvores ou de seus galhos sobre a pista, o PM deve
sinalizar, orientar o trânsito e providenciar ou solicitar ao órgão responsável para
que efetue a remoção.
i).Animais na pista
1) Os animais mortos, que estiverem sobre a pista, devem ser prontamente
removidos para o meio-fio ou, na impossibilidade, sinalizados, solicitando-se ao
órgão responsável que proceda a sua remoção.
(a) Tratando-se de animais vivos, principalmente de grande porte, o PM
deve procurar afastá-los da pista ou apreendê-los, solicitando, ao órgão responsá-
vel, o recolhimento.
(b) Se o animal estiver raivoso, solicitar a presença do órgão competente.
j).Incêndios
1) Solicitar ao Centro de Operações o comparecimento do Corpo de Bombei-
ros. Coordenar o desvio do trânsito, remover ou ordenar aos condutores que retirem
os veículos das proximidades, de forma a isolar a área para permitir o acesso e o
trabalho do pessoal de socorro e extinção.

202
2) Coordenar, na área do sinistro, o trânsito das viaturas de emergência, tais
como viaturas do Corpo de Bombeiros, Ambulâncias, Caminhões-tanque dos ór-
gãos de apoio, etc.
l). Desabamentos
Procurar socorrer as vítimas, acautelando-se para não agravar a situação,
solicitar o comparecimento do Corpo de Bombeiros, -isolar a área, afastando curio-
sos, orientar o trânsito, desviando-o, remover ou ordenar aos condutores para reti-
rarem os veículos das proximidades, facilitando o acesso e o trabalho das equipes
de socorro e salvamento.
m). Inundações
Solicitar a presença do Corpo de Bombeiros,- evitar o acesso de pessoas e
veículos às áreas -alagadas, orientar e desviar o trânsito, socorrer e remover -
ilhados.
n). Lama
Ao constatar a existência de lama sobre a pista, o -PM deve sinalizar o local,
orientando o trânsito, desviando os veículos ou fazendo com que circulem em velo-
cidade reduzida, bem como solicitar ao órgão responsável a lavagem ou raspagem
da pista.

5.6.0 Técnicas Específicas

5.6.1 -lnterceptação e abordagem de condutores


a). A pé
1) captar a atenção do condutor;
2) dar tempo e espaço ao condutor para que realize as manobras
necessárias que -estamos ordenando (de acordo com a situação topográfica, esta-
do do terreno e velocidad(e),
b).Em viaturas
1) colocar-se ao lado esquerdo do condutor;
2) captar a atenção -(sirene, -gíroflex, luz, buzin(a);
3) determinar onde, quando e como parar ou reduzir a velocida-
de.
c).Movimentos durante o dia
1)-adentrar a pista com cuidado (estando atento, para desviar-se do veícu-
lo);
2) verificar se o condutor percebeu sua intenção ou presença;
3) elevar o braço direito, com a mão espalmada para a frente, na
vertical, braço esquerdo na horizontal, mão -espalmada para a frente ou com o
dedo indicando onde parar.
d).Movimentos durante a noite
1) posição, idem ao dia;
2) usar a lanterna de mão para captar a atenção do condutor
(pisca-pisca, girando em pequeno circulo, apontando para o solo dois -metros adi-
ante, evitando ofuscar);
3) indicar o acostamento com o facho de luz.
e). Cuidados
1) Aproximar-se do veículo pela retaguarda;
2) observar os ocupantes, seus gestos e o interior do veículo;

203
3) tomar cuidado, em vista do resto do tráfego;
4) evitar distrações-,
5) nunca entrar no carro do infrator;
6) parar a viatura na retaguarda;
7) sair com calma da viatura, já planejando o que vai fazer,
protegendo-se usando a porta;
8) manter o rádio ligado com volume aumentado:
9) manter o motor funcionando, se o afastamento for pequeno;
10) desligar, engrenar e fechar o veículo, se o afastamento for longo ou on-
de perca de vista a viatura;
11) colocar-se junto à lateral esquerda do veículo para evitar atropelamentos
provenientes de golpes com a porta dianteira, e
12) à noite, determinar que se acendam as luzes internas, apague as exter-
nas e desligue o motor; -isto antes de qualquer medida no caso de haver suspeitas.

5.6.2 Fiscalização de veículos


a). Critérios
1) Para execução da fiscalização, o -PM, inicialmente, deve fazer uma tria-
gem, selecionando os veículos que dela mais necessitem.
(a) Nesta seleção, alguns critérios devem ser -adotados, entre os
quais:
- veículos não identificados;
- veículos avariados;
- veículos em mau estado de conservação;
- condições de segurança da carga;
- condições de segurança dos passageiros;
- ano de fabricação do veículo;
- condutores indecisos; e
- elementos suspeitos no interior do veículo.
(b) Com a utilização desses critérios, apenas visualmente, durante a apro-
ximação dos veículos, o -PM tem condições de selecionar aqueles que mais neces-
sitam de fiscalização.
2) O local da fiscalização deve ser, prévia e convenientemente, escolhido e
sinalizado de forma a serem ordenadas as correntes de tráfego, fazendo com que
os veículos trafeguem em velocidade reduzida.
3) O responsável pela equipe de fiscalização deve montar um esquema de
segurança do pessoal empregado, de acordo com as normas vigentes e necessi-
dades locais.
b). Aspectos gerais da fiscalização
1) O PM deve, permanentemente, estar atento às condições de segurança
dos veículos em circulação, para bem desempenhar sua atitude fiscalizadora.
2) Genericamente, ao fiscalizar o veículo, deve verificar:
(a) existência e funcionamento dos equipamentos obrigatórios;
(b) estado de conservação e segurança do veículo (portas que não fe-
cham, folga na direção, carroceria danificada, falta de partes nos veículos, rodas
tortas ou com jogo, obstrução de visão por decalques, adesivos, falta de freios,
pneus -desgastados e eixos, etc.); e
(c) -licenciamento do veículo.
c).Particularidades

204
1) Cargas excedentes -- Nos veículos que transportem cargas excedentes
das dimensões ou nas partes externas, deve verificar as condições de acondicio-
namento da carga, se está sinalizada, se há necessidade de "escolta", se não há
risco aos demais usuários e se tal transporte está atendendo ao contido na autori-
zação do órgão de trânsito, quanto ao itinerário, dia e horário.
2) Cargas perigosas -- Nos veículos que transportam explosivos, combustí-
veis, inflamáveis ou corrosivos, ou ainda carga com perigo de cair ou derramar
sobre a pista, deve verificar as condições de acondicionamento e de segurança da
carga, risco de queda, necessidade de cobertura ou de retenção, até a regulariza-
ção.
3) Passageiros em veículos de carga -- Nos veículos de carga, que transpor-
tem passageiros, tripulação ou carga sobre as carrocerias, nos ter-mos da legisla-
ção vigente, deve verificar as condições de segurança do veículo e dos transporta-
dos, determinando que se acomodem melhor, sentando-se com segurança ou en-
trem na cabine, ou ainda que desçam e usem outro meio de transporte. São condi-
ções necessárias, entre outras,
(a) grade alta;
(b) bancos fixos;
(c) cobertura toldo;
(d) anotação no Certificado de Registro pela autoridade de trânsito, que o
veículo foi adaptado e autorizado a transportar os passageiros; e
(e) autorização da autoridade que tenha jurisdição sobre a via.
4) Coletivos Preferencialmente, a fiscalização deve ser efetivada nos termi-
nais (no início da viagem), verificando-se as condições de segurança, higiene e
conforto, se necessário, possibilitará a retenção do veículo e a sua substituição por
outro, nos casos em que as condições de segurança não permitam a circulação
sem risco aos passageiros e a terceiros.
(a) Ao longo do itinerário, se as portas estão fechadas, se os passageiros
estão dentro do veículo, se a lotação está completa, determinando-se. parada do
veículo até que os passageiros entrem; o fechamento das portas; e
- o prosseguimento da viagem, sem parar para pegar passageiros, en-
quanto a lotação estiver completa.
(b) Nas linhas íntermunicipais não é permitido passageiros em pé, com ex-
ceção das linhas suburbanas, que é autorizado até 24 passageiros, nos percursos
inferiores a 20 km e 18 passageiros, nos percursos com mais de 20km.
5) Táxis Verificar as condições de segurança, higiene e conforto do veículo,
lacração e aferição do taxímetro, ou uso adequado de tabelas.
6) Veículos avariados Os acidentados, quando o PM os interceptar, ou
mesmo antes de os liberar, quando no atendimento de ocorrência, deve verificar se
as avarias decorrentes não afetaram as condições de segurança ou os equipamen-
tos obrigatórios, de forma a impossibilitar o trânsito sem risco ao condutor, passa-
geiro e demais usuários, via ou sinalização.
(a) O PM pode autorizar o rebocamento de veículos por outro, com corda
ou cabo metálico, em caso de emergência, atendidos os requisitos elementares de
segurança.
(b) Não deverá ser autorizado o reboque com corda ou cabo metálico à
noite, com tempo chuvoso, neblina ou para distância além do local do socorro mais
próximo.

205
5.6.3 Verificação dos documentos
a). Critérios
1) A verificação de documentos, em princípio, deve ser feita em Conseqüên-
cia de outra fiscalização que esteja sendo efetuada, salvo quando o PM suspeitar
da atitude do condutor ou quando da prática de alguma infração.
2) Não é recomendável -interceptar um veículo, unicamente para verificar os
documentos de porte obrigatório, a não ser em operações específicas para esse
fim.
b).Documentos obrigatórios
1) Para verificar os documentos, o PM precisa conhecer -quais são os de
porte obrigatório, ou necessário para situações especiais, devendo também conhe-
cer os respectivos modelos, conforme prescrevem as for-mas de trânsito vigentes.
2) São documentos de porte obrigatório de todos os condutores de veículos
-automotores:
(a) Carteira Nacional de Habilitação (CNH);
(b) Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo; e
(c) Um documento de identidade
(3) Condutores de táxis
Os condutores de táxi, além dos documentos do parágrafo anterior, devem
portar outros que sejam exigidos pela legislação municipal, porquanto compete ao
município regulamentar o serviço de veículos de aluguel.
(4) Particularidades
(a) Em aluga-mas situações específicas, outros documentos, enumerados
a seguir, devem ser fiscalizados.
- Circulação Internacional:
- Certificado -Internacional para Automóvel;
- Permissão Internacional para Conduzir; e
- Caderneta de Passagem nas Alfândegas.
- Transporte de cargas excedentes das dimensões máximas permi- ti-
das:
- Autorização do órgão de trânsito, com atribuição sobre a via; e Tránsito
de veículo novo:
- Da fábrica ao município de destino, é necessário a Licença para Trân-
sito de Veículo, aceitando-se a nota fiscal, no caso de percurso inferior a 20 km.
- No município de destino, ou seja, aquele onde o veículo será licencia-
do pela primeira vez, é necessária a obtenção de uma autorização para transitar,
enquanto aguarda a complementação do licenciamento, sendo admitida a nota
fiscal por dois dias úteis, no horário de expediente da repartição de trânsito, conta-
dos a partir da data de expedição.
- Veículos oficiais: Cédula de Identidade Funcional do Condutor.
- Veículos do Corpo Diplomático:
- Cartão de Identidade fornecido pelo Cerimonial das Relações
Exteriores.
- Veículos de auto-escola:
- O aprendiz deve portar a licença para aprender a conduzir; e
- O instrutor deve portar o documento fornecido pela Repartição de
Trânsito, que o habilite para tal mister.
- Nas rodovias não é permitida aula de direção.
5) Obras ou atos na via pública

206
Para a realização de obras ou de qualquer ato na via pública, é
necessário que, previamente, se obtenha autorização da autoridade competente
com atribuições sobre a via.
c).Verificação
1) O que se deve verificar, em cada uni dos documentos citados, vincula-se
às normas e aos modelos vigentes. Atualmente, adotar os seguintes procedimen-
tos:
(a) Na carteira nacional de habilitação, verificar:
- Assinatura ou chancela mecânica da autoridade -expedidora (na falta
deve ser apreendida por dúvida quanto à autenticidade e o portador ser encami-
nhado à unidade policial da áre(a).
- Nome (confrontar com outros documentos de identidade e, em caso de
dúvida, conduzir o portador à unidade policial da áre(a).
- Exame médico (caso esteja vencido, apresentar o condutor à unidade
policial da área e, em caso de acidente, fazer constar no histórico do boletim de
ocorrência).
- Necessidade de uso de aparelho corretivo (caso não esteja usan-do,
constitui infração por dirigir sem estar devidamente habilitado).
(b) Quanto ao certificado de registro de veículo, devem ser conferidas as
suas características e -verificadas as condições de autenticidade do
documento.
(c) No caso de alteração das características, deve ser lavrada a autuação
correspondente e apreendido o veículo, mediante o comprovante de recolhimento
(CR) ou auto de retirada de veículo da circulação (ARVC).
(d) Não constitui alteração da cor do veículo a aposição de emblemas, es-
cudos, letreiros, -logotipos e outros recursos utilizados como -referencia ou propa-
ganda, desde que não afete a plena identificação da cor básica e não esteja no
pára-brisa ou na parte traseira da carroceria do veículo.
(e) As características que não podem ser alteradas nos veículos são, atu-
almente:
- marca (nome do fabricant(e);
- modelo (ano modelo);
- cor;
- número do chassi;
- classificação;
- capacidade nominal,-
- suspensão (rebaixamento);
- pára-lamas (ampliação),
- rodas (diâmetro e largur(a); e
- reservatórios de combustível.
(f) Quanto ao Comprovante de Pagamento de -IPVA, confrontar as carac-
terísticas do veículo com os dados constantes do Certificado de Registro, obser-
vando a autenticação -mecânica referente ao recolhimento.
d).Fotocópias
A fotocópia ou pública-forma dos documentos de porte obrigatório, exceto a
CNH, os substituem, quando registrados na repartição de trânsito, para registro
correto.

5.6.4 Fiscalização da Velocidade

207
a).O controle de velocidade pode ser feito de várias formas, sendo os mais co-
muns a cronometragem, aferição através do radar, o controle à distância e o com-
boio de viaturas.
b).Qualquer modalidade que se empregue para controlar a velocidade, deve ser
observada a velocidade permitida para a via, através da sinalização existente.
Quando não houver sinalização, prevalece o disposto no -RCNT.
c).Cronometrassem
1) Nesta modalidade, o controle é feito utilizando-se do cronômetro, binócu-
lo, e pontos de referência. Sua operacio-nalização é prática e segura durante o dia
e com pista seca, à noite, pode-se operar em condições especiais de iluminação
dos pontos de referência e no local de abordagem dos veículos. Para a realização
da -cronornetragem, -deve-se observar os itens abaixo:
(a) Estabelecimento de ponto inicial e final de referência (placa, marcas na
pista, guardas de pontes etc.) bem visíveis, com distância entre ambos de I.OOO
metros, admitindo-se até 500 m.
(b) O local de cronometragem deve apresentar boa visibilidade e que per-
mita visualização do veículo, desde antes do ponto inicial, até 250 metros após o
ponto final de referência, local em que deverá apresentar boas condições de abor-
dagem do veículo e onde postarão os PM cronometristas e autuadores.
(c) O cronometrista, de posse do cronômetro e binóculo, procura com este
visualizar os veículos antes do ponto inicial de referência, e após individualizar o
que apresenta maior velocidade, acionará o cronômetro no momento exato em que
o veículo cronometrado passar pelo ponto inicial. O PM deve acompanhar o veículo
pelo binóculo durante todo o percurso da cronometragem e parar o cronômetro no
preciso momento em que o veículo cruzar o ponto final da referência, obtendo as-
sim o tempo gasto (segundos) pelo veículo no espaço cronometrado e, conseqüen-
temente, a velocidade desenvolvida pela fórmula:
V = E -x 3.600,
T
onde:
- "E" é o espaço em -metros entre os dois pontos de referência;
- 3.600 é o número de segundos existentes na hora;
- "T" é o número de segundos gastos pelo veículo para percorrer o es-
paço da cronometragem.
(d) Constatando que o veículo cometeu a infração, o PM adentrará a pista
e, com toda a cautela e sinais regulamentares e bem visíveis, determinará a parada
do veículo para ser fiscalizado, autuado e orientado.
d).Controle de velocidade à distância
1) É uma modalidade prática e eficiente para o controle de velocidade de ve-
ículos em geral, entre dois pontos ou bases -operacionais com estações de rádio,
principalmente à noite, quando a -cronometragem é dificílima e o número de veícu-
los diminui, o que possibilita maiores velocidades, porém, menores condições de
segurança e de visibilidade.
2) Sua operacionalização é fácil e constitui na anotação de dados -
identificadores dos veículos que se vai controlar e a hora em que passou pelo pri-
meiro ponto. A seguir, transmite-se os dados e horas ao segundo ponto, cujos PM
empenhados no controle devem ter seus relógios rigorosamente acertados. Quando
o veículo chegar ao segundo ponto, calcula-se o tempo gasto e a velocidade de-
senvolvida no percurso, a qual é calculada pela fórmula:

208
V -= E -x 60, onde:
T
(a) "E" é o espaço do percurso em que se controlou o veículo,
distância essa dada em quilômetros;
(b) 60 é o número de minutos existentes na hora; e
(c) "T" é o número de minutos que o veículo gastou para fazer o
percurso.
3) Esse controle pode ser realizado a grandes distâncias, mas o ideal é que
não ultrapasse a 50 Km, uma vez que, em maiores percursos, os veículos poderão
parar em postos de serviços ou entrar em cidades ou ainda tomar outros destinos.
(e) Controle através de comboio de viatura
(1) Comboiar consiste em manter uma viatura circulando em velocidade
permitida ou adequada com a segurança, nos casos de má visibilidade, ocasionada
pelas condições climáticas (cerração, neblina, chuvas, etc.).
(2) É um controle essencialmente preventivo e educatívo, seu objetivo
principal é auxiliar os motoristas nos casos em que a visibilidade fica reduzida a
poucos metros e ainda os educar a manter velocidade compatível com a seguran-
ça, em quaisquer circunstâncias, contudo, esporadicamente, passa a ser repressi-
vo, quando condutores persistem em cometer infrações, ultrapassar pela direita ou
colar na traseira da viatura "puxa-comboio".
(3) Ocorrendo a ultrapassagem e constatada que foi em velocidade su-
perior à permitida, pode-se autuar por esta infração, desde que tenha sido aferido
por aparelho técnico ou pelo próprio velocímetro da viatura, se este estiver aferido,
rigorosamente.
f). RADAR - Rádio Decteting and Ranging
1) Atualmente, com o enorme número de veículos lançados no mercado e,
cada vez mais possantes, necessita o policiamento de equipamentos mais sofisti-
cados e que possibilitem a detectação de infratores, com rapidez e eficiência.
2) Para o controle de velocidade, o radar atende be-m às necessidades do
policiamento, quer pela presteza e eficiência que detecta os inúmeros e seguidos
infratores, quer pela própria aceitação dos infratores do CNT, que vêm no radar a
tecnologia sem possibilidade de erros, ao contrário da cronometragem, em que o
homem é fator principal da operação e, portanto, susceptível a erros.
3) Existem vários modelos e marcas de radares para controle de velocidade.
Há modelos que registram os veículos infratores através de fotografias, o que cons-
titui excelente prova, como também há modelos que apenas apresentam a veloci-
dade em digitais e "bips" (sons), sem qualquer registro posterior para comprovação.
Quanto à operacionalização, alguns modelos permitem o controle tanto em movi-
mento como estacionado, enquanto outros modelos operam apenas estacionados. -
Logicamente, o que vai determinar a aquisição de aparelhos mais sofisticados é o
recurso financeiro disponível, pois quanto mais sofisticado mais alto será o preço.

5.6.5 Fiscalização de condutores embriagados


a). Conceito
Alcoolismo é o conjunto de perturbações orgânicas e psíquicas resultantes
do uso imoderado do álcool.
b) Métodos de controle de Alcoolemia
1) Harger No ar expirado, o processo consiste em mandar o examinado so-
prar um pequeno balão de borracha e fazer esse ar passar através de uma mistura

209
de permanganato de potássio e ácido sulfúrico, oxidando o álcool que ali passa e
deve estar presente, descorando o permanganato. Este é o método de Harger.
Fundamentalmente, neste método estão os aparelhos de ar alveolar, alcoolteste,
alcoolimitri, bafômetro; este por ser de fabricação brasileira é o mais usado pela PM
(ver sua operacionalidade no artigo IX).
2) Niclox - A taxa de álcool no sangue pode ser determinada pelo método
Niclox e consiste na oxidação a quente de álcool pelo dicromato de potássio, em
meio sulfúrico, variando a coloração, que vai desde o amarelo até o amarelo-
esverdeado, devido à formação do sulfato de sesquióxido de cromo, tendo o san-
gue sido destilado, acrescentando-se ao ácido pícrico.
3) Exame clínico - Realizado por médico, tem plena validade para fins pro-
cessuais e para as penalidades previstas para o trânsito, desde que seja fornecido
laudo médico.
c). Amparo legal
A legislação atual proíbe a todo condutor dirigir em estado de embriaguez
alcoólica ou sob o efeito de substâncias tóxicas de qualquer natureza, estipulando
como penalidade multa do Grupo 1 e apreensão da CNH. Oito decigramas ou mais
de álcool por litro de sangue constitui prova de que o condutor se acha sob influên-
cia de estado alcoólico.
d) Providências
1) Após constatar que o condutor está dirigindo com nível acima ou igual a 8
decigramas de álcool por litro de sangue, o PM deverá:
(a) autuá-lo;
(b) preencher o relatório apropriado;
(c) encaminhar o condutor ao Distrito Policial, para as demais
providências.
e).Recomendações básicas
1) Realizar o teste somente 15 minutos após a última libação alcoólica.
2) O ácido usado para o teste é corrosivo, não deixar cair sobre a pele rou-
pas, e após o teste jogá-lo em água corrente e lavar as mãos.
3) Resta finalizar que o álcool exerce efeitos diferentes no organismo de
pessoas também diferentes, que a mesma quantidade de álcool pode acarretar.
Resume-se na tabela abaixo a porcentagem de álcool que contém determinadas
bebidas e quantos gramas de álcool poder-se-á constatar, por litro de sangue, na
pessoa que a ingerir, o que por sua vez, poderá ter uma pequena variação, confor-
me a quantidade de sangue que a pessoa possui em seu corpo, e esta quantidade
de sangue é proporcional ao peso da pessoa.

Espécie Porcentagem Quantidade Milímetros Gramas - Litros


de álcool de sangue
Whiskey e Gin 40% Uma dose 50 de 0,20 a 0,25
Brandy 34 a 48 % Uma dose 50 de 0,20 a 0,25
Cherry 50 de 0,05 a 0,15
Vinhos 16 a 20 % Uma dose

Licores 34 a 50 % Uma dose 50 de 0,15 a 0,25


Run 50 a 59 Uma dose 50 de 0,25 a 0,30
Cerveja 02 a 06% 1 Cerveja 600 de 0,30 a 0,40
Cachaça e outros 40 a 60% Uma dose 50 de 0,20 a 0,25
destilados

210
destilados

5.7.0 Da Aplicação de Penalidades

5.7.1 Infração
a).Considera-se infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito do
CNT, RCNT ou Resolução do Conselho Nacional de Trânsito.

5.7.2 Penalidades
a). O responsável pela infração fica sujeito às seguintes penalidades:
1) advertência;
2) multa;
3) apreensão da CNH;
4) cassação da CNH;
5) remoção do veículo;
6) retenção do veículo; e
7) apreensão do veículo.
b). As infrações de trânsito serão notificadas mediante talões numerados, pre-
enchidos no ato pelo PM.
Sempre que possível, o PM deverá apresentar a autuação ao infrator para
assinatura, como prova de recebimento da notificação, contudo o infrator não pode
ser obrigado a assiná-la não cabendo nenhuma providência pela recusa.
c).A advertência será aplicada verbalmente pelo PM, quando em face das cir-
cunstâncias, entender involuntariamente e sem gravidade, infração punível com
multa classificada nos grupos 3 e 4.

5.7.3 Da apreensão de documentos


a).A apreensão da CNH ou de qualquer outro documento deve cingir-se
aos casos previstos na legislação de trânsito.
1) A Carteira Nacional de Habilitação só pode ser apreendida pelo
PM nos seguintes casos:
(a) suspeita de autenticidade;
(b) após decisão fundamentada da Autoridade competente.
- se o exame estiver vencido, não cabe autuação nem apreensão pela
PM e sim a apresentação do infrator à Unidade Policial da área. Cabe observar que
o cartão de saúde Oficial Aviador ou Piloto Civil, no período de sua vigência, substi-
tui os exames de sanidade física e mental e o -psicotécnico.
b). Os documentos relativos ao licenciamento do veículo (Certificado de Regis-
tro e Comprovante de Pagamento do IPVA), bem como qualquer outro documento
que for exigido por lei ou regulamento, só poderá ser apreendido pelo PM no caso
de dúvida quanto a sua autenticidade.
c). A apreensão só poderá ser efetuada pelo PM, mediante recibo que compro-
ve o recolhimento do documento.

5.7.4 Da remoção do veículo


a). A remoção do veículo consiste na sua transferência de um local, onde se
encontre dificultando o tráfego e oferecendo risco à segurança do trânsito ou con-
trariando as normas de estacionamento, para outro onde não cause prejuízo à

211
segurança e fluidez do tráfego, ou onde fique sob a guarda da administração públi-
ca.
b). Quando o condutor estiver presente, o PM, após lavrar a autuação cabível,
solicitará que ele proceda à remoção do veículo e, em caso de negativa, requisitará
o guincho para fazê-lo, conduzindo, a seguir, o infrator à Unidade Policial da área.
c). Quando o condutor estiver ausente, o veículo deve ser recolhido ao pátio, a
fim de possibilitar a sua guarda.
d). Nos casos de remoção, quando o condutor se fizer presente, dispondo-se a
remover o veículo, a única providência cabível é a autuação referente ao estacio-
namento irregular, permitindo-se ao condutor que remova o veículo, mesmo que
tenha sido solicitado o guincho, ou que este já tenha alçado o veículo.

5.7.5 Da retenção do veículo


a) A retenção do veículo consiste na sua paralisação no local em que se verifi-
cou que ele não preenche os requisitos necessários para circular, ou quando o
condutor não apresente as condições exigidas para dirigi-lo.
b) Não sendo possível sanar prontamente a causa da retenção, o
veículo poderá ser removido e retirado de circulação.
c).Uma vez sanada a irregularidade que resultou na retirada da
circulação, o veículo será imediatamente liberado.

5.7.6 Da apreensão do veículo


a).A apreensão do veículo consiste em retirá-lo de circulação por não preen-
cher os requisitos legais, efetuando-se o recolhimento nos pátios previamente esta-
belecidos.
b) Sanada a irregularidade que motivou a apreensão, o veículo deverá ser ime-
diatamente liberado.

5.7.7 Impedimento
a).A apreensão do veículo não se dará enquanto estiver transportando passa-
geiros, carga perecível ou carga passível de causar danos à ordem pública, exceto
nos casos em que a circulação do veículo esteja pondo em risco a segurança de
pessoas, ou causando danos à via e à sinalização.

5.7.8 Recibo e precauções


a). Sempre que o PM recolher documentos ou veículo, deve preencher o im-
presso apropriado: comprovante de recolhimento ou auto de retirada de veículo da
circulação (ARVC).
1) No CR ou ARVC consignará o fato, os dados do veículo, do proprietário e
do condutor e o motivo determinante da providência.
2) Em se tratando de veículo, deve ainda consignar as avarias existentes, o
estado de conservação, o rol de pertences e os acessórios que nele se encontrem.
3) Ao receber ou entregar o veículo, os responsáveis pela remoção e guarda
devem conferir os dados constantes do CR ou ARVC, recibando-o, com a finalidade
de salvaguardar responsabilidade em eventuais casos de extravios de pertences e
aparecimento ou agravamento de avarias.
b).Em princípio, o recolhimento de veículo deve ser feito pelos guinchos à dis-
posição do órgão fiscalizador e para os pátios previamente determinados.

212
-Aceita-se que o condutor ou o responsável pelo veículo, quando devi-
damente habilitado, proceda ao recolhimento se assim o desejar e o veículo apre-
sentar condições de segurança para tal.
c). Antes de recolher um veículo, o PM deve certificar-se junto ao Centro de
Operações se não se trata de objeto de crime, principalmente de furto ou de roubo.
d).Antes do recolhimento, procurar convencer o condutor ou responsável para
que retire tudo o que estiver no veículo e puder ser facilmente subtraído, a fim de
aliviar o patrimônio a ser guardado.
e).Quando o condutor ou responsável estiver presente, por ocasião do recolhi-
mento do veículo, deve ser orientado sobre como proceder para liberá-lo.
f).As providências enumeradas neste Capítulo só poderão ser adotadas com
estrita observância das prescrições legais vigentes e quando expressamente previs-
tas.
g) Não podem ser removidos, retidos e nem apreendidos, por força de acordos
internacionais, os veículos de Representações Estrangeiras, abrangendo:
1) veículos do Corpo Diplomático (CD e CMD);
2) veículos do Corpo Consular (CC ); e
3) veículos de Organismos Internacionais (OI).

5.8.0 Atendimento dos Acidentes de Trânsito

5.8.1 Procedimentos gerais


a).Em um local de acidente, vários são os procedimentos peculiares a cada ca-
so, mas como regras gerais, o PM deve:
1) verificar primeiramente se há vítimas, socorrendo-as ao pronto-socorro ou
Hospital mais adequado e, se for o caso, inclusive, aplicar socorros de urgência no
próprio local;
2) sinalizar o local, evitando, em conseqüência, novos acidentes. Dependen-
do do local (desnível, curva) e das circunstâncias do momento (chuva, neblina, à
noite), sinalizar é prioritário. Atentar para a presença de óleo ou inflamáveis sobre a
pista, solicitando, se for o caso, apoio do Corpo de Bombeiros;
3) remover os veículos que estejam no leito da via pública prejudicando a
circulação ou pondo em risco a segurança, para local próximo onde não perturbem
o trânsito;
4) descongestionar o tráfego e, na impossibilidade de remover os veículos,
sinalizar o local, solicitando guincho ao Centro de Operações e orientar os demais
usuários da via pública;
5) arrolar duas ou mais testemunhas, anotando nome, documento e endere-
ço;
6) ser imparcial, não fazendo julgamento precipitado, nem comentar eventu-
ais causas do acidente com pessoas envolvidas ou terceiros;
7) lavrar as autuações relativas às infrações que efetivamente constatou,
observando no histórico do Boletim de Ocorrência os números das autuações e
descrição suscinta das infrações;
8) finalmente, preencher o Boletim de Ocorrência (BO/PM).

5.8.2 Acidente sem vítimas

213
a).Nos acidentes de trânsito sem vítimas, após preencher o Boletim de Ocor-
rência, o PM fornece às partes o Talão Requerimento da Certidão de Ocorrência ou
as orienta de como proceder.
b).Só devem ser conduzidos ao Distrito Policial da área quando houver vee-
mentes indícios de crime ou contravenção (condutor não habilitado, embriaguez,
danos materiais dolosos, direção perigosa ou de veículo de categoria para a qual
não está habilitado, etc.); após esta providência, o PM está liberado.
c).Quando ao chegar ao local do acidente, o PM constatar que uma das partes
se evadiu, preencherá o Boletim de Ocorrência, com os dados fornecidos pela outra
parte, consignando esta circunstância, orientando-a sobre como requerer a Certi-
dão.
d).Quando o veículo tiver sido abandonado após o acidente, relacionar os per-
tences encontrados, anotando testemunhas e entregá-los ao Distrito Policial da
área, mediante Auto de Exibição e Apreensão, juntamente com o veículo.

5.8.3 Acidentes com vítimas


a).Remoção dos veículos
1) Os veículos envolvidos em acidentes de trânsito com vítimas, bem
como os mortos, devem ser removidos pelo PM, do leito da via pública, quando
estiverem prejudicando a circulação ou pondo em risco a segurança do trânsito, por
força da Lei Federal nº O 5.970 de 11Dez73.
(a) No caso, os veículos serão removidos para local próximo, onde não
perturbem o trânsito, para pátios previamente determinados, ou para a Unidade
Policial da área, a fim de serem examinados e fotografados pela perícia.
(b) Se os veículos forem removidos para local próximo, o PM permanecerá
no local aguardando a perícia para fotografá-los, quando:
- não houver pessoas responsáveis, devidamente identificadas (paren-
tes dos condutores ou dos proprietários dos veículos envolvidos) que os fiquem
guardando, enquanto não chega o perito;
- no caso de haver responsáveis, devem ser identificados, anotando-se
o nome, número de documento e endereço no histórico do Boletim, não necessi-
tando o PM permanecer no local;
- houver pessoas mortas no local;
- for acidente rodoviário.
b).Preservação do local
1) Quando o PM não determinar a remoção dos veículos ou mortos, por en-
tender que não estão prejudicando a circulação nem a segurança do trânsito, deve
preservar o local para exame por parte da perícia técnica.
(a) No caso de preservar o local ou então de guardar os veículos para fo-
tografia e exame, o PM só estará liberado da ocorrência após tomar as seguintes
providências:
- auxiliar o pessoal da perícia, efetuando os cortes de trânsito necessá-
rios e afastando curiosos;
-entregar os veículos às partes ou a quem sua vez fizer, desde que pa-
rente e devidamente identificado no histórico da ocorrência;
- se for o caso, aguardar o recolhimento do veículo no local designado
pela Polícia Civil.
c). Preenchimento do Boletim de Ocorrência

214
O PM que determinar a remoção preencherá o Boletim de Ocorrência, o qual
será remetido, através do Comando de sua OPM, por meio de Ofício, dentro de 48
horas, à Unidade Policial da área.
d).Encaminhamento das partes
1) Após socorrer as vítimas, remover os veículos e preencher o Boletim de
Ocorrência, o PM solicitará aos condutores e vítimas não internadas, e não sendo
caso de prisão em flagrante, que compareçam à Unidade Policial da área.
(a) Caso não queiram atender à solicitação, o PM deve transmitir a qualifi-
cação do pessoal envolvido ao Distrito Policial da área, contudo não lhe compete
obrigá-las a irem, a menos que se trate de prisão em flagrante delito.
(b) Não haverá prisão em flagrante delito, por lesões corporais ou homicí-
dio culposo, para o condutor que socorrer as vítimas do acidente. e. Pertences
Não havendo responsáveis, o PM deve relacionar os pertences encontrados
nos veículos e nas imediações, anotando duas testemunhas, e entregá-los na Uni-
dade Policial da área, mediante Auto de Exibição, Apreensão e Depósito.

5.8.4 Acidentes com veículos oficiais


Nos acidentes de trânsito em que estejam envolvidos veículos oficiais, com ou
sem vítimas, devem ser -adotadas as mesmas providências exigidas para o aten-
dimento de ocorrência com vítimas, previsto no parágrafo anterior.

5.8.5 Acidente envolvendo composição ferroviária e metroviária


Nos eventos resultantes de atropelamento ou colisão de veículos, envolvendo
composição ferroviária ou metroviária, o PM adotará os procedimentos preconiza-
dos neste artigo, isoladamente ou em apoio aos agentes de segurança das respec-
tivas Companhias responsáveis, que também são agentes da autoridade policial em
suas áreas de atuação, conforme legislação federal.

5.8.6 Acidentes em recintos fechados de freqüência pública


Os acidentes nesses recintos, apesar de não serem de trânsito, devem ser a-
tendidos pelo PM, como imperativo da ordem pública, para evitar agravamento da
situação. A circunstância de o acidente haver ocorrido em recinto fechado, deve
constar do histórico do Boletim de Ocorrência.

5.9.0 Aprestos

5.9.1 Utilização
a).Radiotransceptor
1) É usado normalmente para:
(a) Informar ao Centro de Comunicações sobre acidentes, congestio-
namentos e situações de emergência.
(b) Pedir orientação, assistência, apoio, reforço ou socorro.
(c) Manter contato -operacional com outras frações em patrulhamen-
to nos PCRV (BOpRv).
b). Farolete
1) Usado para:
(a ) Emitir sinais de emergência, face a perigo atual ou iminente.
(b) Iluminar, como meio de fortuna, ainda que precariamente, local

215
de acidente.
c).Sirene usada para pedir prioridade de passagem em serviço de urgência e
alertar o condutor para que estacione.
d).Luz intermitente da viatura usada para advertir os usuários sobre a existên-
cia de qualquer situação de perigo, representada por acidente, queda de barreiras,
desvio de emergência, obstrução provisória e outras formas de perigo.
e). Bafômetro usado para dosagem alcoólica
1) Tempo de técnica:
(a) coloca-se uma peça de boca no adaptador de metal;
(b) abre-se uma ampola teste e adiciona-se-lhe, até a marca, o
líquido reagente, esperam-se 30 segundos;
(c) manda-se o paciente encher bem os pulmões e soprar através da peça
até o fim da expiração (a duração do sopro deverá ser no mínimo de 10 ( segun-
dos). Enquanto o paciente estiver -assoprando, manter a válvula de retenção aber-
ta;
d) escoa-se pela torneira o ar do aparelho, até que a seta, que está presa à pe-
ça, alcance o primeiro traço da escala;
(e) coloca-se a ampola-teste no suporte apropriado e adapta-se-lhe o tubo
de plástico que sai da torneira;
f) abre-se a torneira para permitir o escoamento do ar através do
líquido da ampola-teste;
g) observa-se a solução da ampola-teste para interromper a passa-
gem do ar quando a cor vermelha do líquido teste desaparecer e tornar-se incolor;
h) lê-se na escala graduada, diretamente, a quantidade de álcool por litro de
sangue. Após cada dosagem, adaptar nova peça (pêra) de borracha no bocal, e
bombam-se 10 vezes, para que o ar atmosférico retire do sistema qualquer vestígio
do álcool proveniente do ar expirado pelo paciente que fora anteriormente examina-
do. Assim procedendo, o aparelho estará pronto para nova dosagem.

5.10.0 Orientação de Trânsito

5.10.1 Introdução
a).As atividades de orientação de trânsito visam a alcançar níveis satisfatórios
de fluidez e segurança no trânsito, em decorrência do estrito relacionamento entre o
PM e o usuário, as vias terrestres e a legislação de trânsito. A orientação de trânsito
manifesta-se pela utilização de variados
meios, como palestras, boletins nos órgãos de Imprensa, campanhas de educação
de trânsito, ou mesmo verbalmente, pelo PM.
b).A orientação verbal pelo PM pressupõe o completo conhecimento da legisla-
ção e das peculiaridades de trânsito, e exige qualificação pessoal para transmitir
ensinamentos ao usuário ou proceder à advertência. A advertência, como instru-
mento de orientação, é aplicada quando da consta-tação de infrações leves ou para
evitar o seu cometimento.
c).As palestras serão proferidas a entidades de classe, a motoristas de veículos
específicos (ônibus, caminhões, táxis) e a escolares. Exige preparação minuciosa e
criteriosa escolha de assuntos, diretamente ligados aos condutores desses veículos
e interesse global dos escolares.

216
d).Os boletins de órgãos de Imprensa devem ser divulgados períodicamente,
em programas de rádio e televisão, ou em colunas de jornais. Destinam-se a um
tipo de público particularizado (motoristas de ônibus, caminhoneiros, "dominguei-
ros", jovens, mulheres), abordando temas específicos para o dia, a hora e condi-
ções do tempo e das vias. Cabem, às vezes, antes do desencadeamento de opera-
ções especiais, divulgar-se as razões e os objetivos da operação, com o fim de
obter a espontânea cooperação do usuário.
e).Engajando órgãos públicos e entidades privadas, as campanhas educativas
de trânsito não podem prescindir da participação de todos os membros da socieda-
de. Sempre será necessário definir, previamente, o tipo de público que se deseja
atingir, para adequada seleção de assuntos e escolha dos veículos de divulgação.
O policial militar é diretamente empenhado através do contato pessoal com os usu-
ários, proferindo palestras, distribuindo material impresso e apoiando iniciativas da
comunidade.

5.10.2 Recomendações básicas


a).Em qualquer das formas escolhidas para promover orientação de trânsito,
devem estar contidas as seguintes recomendações básicas, relacionadas com:
1) Condutor:
(a) Evitar álcool ou qualquer substância tóxica, pois reduzem os reflexos,
impedindo raciocinar e agir com rapidez.
(b) Abster-se de iniciar viagens logo após as refeições.
(c) Somente iniciar viagem quando sentir que a estafa ou sono não
impedirão de concluí-Ia em segurança.
2) Veículo
(a) Antes de iniciar viagem, verificar os equipamentos obrigatórios.
limpadores de pára-brisa (existência e funcionamento);
- espelhos retrovisores (existência e condições de uso);
sistema de iluminação faróis, lanternas, indicadores de mudança de direção, sinais
de alarme, luz de freios, faroletes (regulagem e funcionamento);
- pneus (estado e calibragem);
- silencioso (condições de uso);
- triângulo sinalizador (existência);
-extintor de incêndio (carga).
b) Conservar pára-brisa e vidros livres de qualquer etiqueta ou
similar e de objetos pendurados, que dificultem a visão de quem dirige.
(c) Certificar-se de que todas as portas estão fechando e travando
corretamente, para evitar queda de passageiros ou do condutor.
3) Documentos obrigatórios.
(a) Carteira Nacional de Habilitação (CNH);
(b) Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV);
(c) Documento de Identidade.

217
CAPITULO VI
Policiamento Florestal e de Mananciais

6.1.0Introdução

6.1.1 Conceito
Tipo específico de policiamento ostensivo que visa a preservar a fauna, os re-
cursos florestais, as extensões d'água e mananciais, contra a caça e a pesca e- il
gais, a derrubada indevida ou a poluição. Deve ser realizado em cooperação com
órgãos competentes, Federais ou Estaduais, mediante convênio.

6.1.2 Apresentação
a).Abordar aspectos específicos do policiamento florestal e de mananciais, cujo
conhecimento torna-se indispensável aos assuntos particulares, afetos a esse tipo
de policiamento.
b).O Policiamento Florestal e de Mananciais é executado através de combina-
ção das demais variáveis, observados os efetivos e recursos materiais disponíveis,
as vias aquáteis existentes, o patrimônio florestal a ser preservado, o grau de obe-
diência à legislação de caça, pesca e florestal e outros indicativos próprios de cada
região.
c).Fundamentalmente, se apresenta:
1) Processo: a pé, motorizado, a cavalo, em embarcação e aéreo.
2) Modalidade: patrulhamento, permanência, diligência e "escolta".
3) Circunstância. ordinário, extraordinário e especial.
4) Lugar: área rural e área urbana.
5) Duração. turno e jornada.
6) Número: fração elementar e fração constituída.
d).Basicamente, o Policiamento Florestal e de Mananciais será executado em
um ponto-base (Posto de Controle Florestal - PCFlo), e em pontos base (Postos de
Fiscalização Florestal - PFFlo), respectivamente, através de permanência em par-
ques florestais, reservas biológicas, locais de competição de caça e pesca, locais
especificamente destinados ao controle da exploração de recursos florestais e da
fauna e em outros, e patrulhamento em espaço físico que varia com a topografia, a
jornada, índice de infrações, atribuições particulares da fração e demais particulari-
dades pertinentes.

6.1.3 Missões
a).Proceder à vigilância sistemática, visando a:
1) proteger a fauna e a flora contra os danos, conseqüentes da ação do ho-
mem ou não;
2) controlar as explorações florestais;
3) a fiscalização de parques e florestas;
4) proteger a fauna ictiológica, em locais destinados a competições
esportivas e jornadas de pesca.
b). Colaborar:
1) na difusão da legislação florestal, de caça e pesca;
2) na assistência às populações rurais, através de medidas sanitárias
de cooperação;

218
3) os socorros às populações rurais, particularmente as ribeirinhas;
4)no resgate de extraviados em florestas e montanhas.
c) Por delegação específica:
1) exercer a Polícia Judiciária, prevista no Código Florestal;
2) conceder licenças para caça e pesca amadorista.

6.2.0 Peculiaridades de Emprego

6.2.1 Procedimentos gerais


a). Atribuições das frações:
1) localizar desmates irregulares e queimadas não programadas;
2) fiscalizar o transporte de produtos e subprodutos florestais;
3) inspecionar viaturas, visando à existência de animais e seus
produtos, instrumentos e objetos transportados em desacordo com a legislação de
caça;
4) inspecionar viaturas que possam conduzir pescadores com material em-
pregado em pesca criminosa;
5) por delegação, conceder licença para a caça e pesca amadorista;
6) combater pequenas queimadas;
7) coordenar os mutirões, para apagar incêndios maiores, na impos-
sibilidade de se recorrer ao Corpo de Bombeiros;
8) orientar os proprietários rurais e companhias que possuam áreas flores-
tais quanto à construção de aceiros preventivos, nas épocas que antecedem as
queimadas;
9) embargar os desmates clandestinos, autuando os infratores, quan-
do for o caso;
10) inspecionar caçadores e pescadores acampados, apreendendo
armas e aparelhos empregados na pesca e caça ilegais;
11) fazer recolhimento de armadilhas criminosas, na prática da caça e da
pesca;
12) fiscalizar veículos, ao longo da estrada, que transportem produtos e
subprodutos florestais apreendendo materiais ilegais e, se for o caso, autuando os
infratores;
13) inspecionar serrarias, depósitos de lenha, carvão, madeira e demais fon-
tes de consumo de produtos e subprodutos florestais, exigindo a documentação
necessária, autuando infratores e apreendendo os produtos e subprodutos;
14) realizar vistorias de locais de desmates e queimadas;
15) imprimir ação educativa sobre derrubadas, queimadas, caça e
pesca, nos sindicatos rurais, nos clubes de caçadores e pescadores, nos ginásios,
nos grupos escolares e nas escolas rurais.

6.2.2 Procediinentos particulares


a).Patrulhamento a pé
1) Vantagens
(a) grande flexibilidade no cumprimento das missões;
(b) desloca-se praticamente em qualquer terreno, onde nenhum meio
de transporte é capaz de deslocar-se;

219
(c) grande aproveitamento do fator surpresa, podendo surgir nos mais va-
riados pontos, inesperadamente;
(d) grande capacidade de observação e vigilância;
(e) grande capacidade de improvisação de recursos, utilizando meios
naturais;
(f) possibilidade de contato pessoal, para orientação e repressão.
2) Deslocamentos
(a) Normalmente, são realizados em picadas previamente prepara-
das para atingir pontos estratégicos com maior rapidez. Nas incursões fora das
picadas, realizadas por medidas táticas, o terreno será simplesmente balizado para
fins de orientação evitando-se ao máximo produzir danos à floresta.
- Durante o dia, os patrulheiros deslocam-se silenciosamente, afastados
uns dos outros, comunicando-se por gestos e sinais convencionais.
- Durante a noite, redobrando as medidas de segurança, utilizam sinali-
zadores luminosos.
- Tomar especial precaução contra armadilhas (especialmente as que
detonam armas de fogo) para a localização de animais e insetos peçonhentos e
procurar discernir ruídos vindos do interior da mata e interpretá-los.
- Nos deslocamentos em locais onde estejam ocorrendo litígios, ou que
sirvam de áreas de homízio a criminosos, o patrulhamento acautelar-se-á contra
emboscadas e providenciará:
- contato visual permanente entre os componentes da fração,
- elemento de reconhecimento distanciado, à frente;
- vigilância para espias em árvores;
- ações preestabelecidas para eventualidades.
3) Observação de vestígios
(a) Os componentes da patrulha observam determinados vestígios denun-
ciadores da presença de pessoas, tais como:
- posição da vegetação, as folhas da vegetação indicam o sentido do
deslocamento de pessoas no interior da mata;
- marcas e rastros denunciam o sentido do deslocamento e a presença
de pessoas ou animais utilizados nas penetrações;
- presença de orvalho: a passagem de pessoas pela manhã retira o or-
valho das folhas da vegetação e posiciona o sentido do deslocamento.
b).Patrulhamento montado
1) Vantagens
(a) média mobilidade;
(b) cobre espaço físico relativamente grande, conforme a andadura
determinada e a urgência da missão;
(c) bom rendimento, mesmo em terreno acidentado e em dias chuvo-
sos;
(d) permite melhor observação, face estar o patrulheiro mais eleva-
do;
(e) permite jornada mais longa, pela facilidade de transporte, tanto
de suprimento, como de equipamento;
1) facilidade na transposição de cursos de água, de pequena profundidade,
e outros obstáculos.
2) Deslocamento
(a) O patrulhamento montado normalmente se utiliza de estradas e cami-
nhos para cobrir seu itinerário com maior rapidez.

220
(b) Nas florestas mais densas, é possível o delocamento, por picadas bem abertas. Nas á-
reas impraticáveis à penetração a cavalo, as verificações e abordagens serão feitas a pé.
(c) Conforme a duração prevista, a fração deverá levar unia montada extra para transporte
de suprimento, equipamentos e para emergências.
(d) Nos deslocamentos em locais onde a segurança da fração esteja -ameaçada, desloca-se
um -patrulheiro à frente, para reconhecimento do percurso.
(e) O deslocamento da patrulha normalmente deverá ser efetuado a passo.
3) Observação e interpretação de vestígios
No deslocamento, os patrulheiros observam vestígios denunciadores da
presença ou passagem de pessoas, utilizando em seu favor a vantagem de se
situarem em um plano mais elevado que favorece a visagem. Os artifícios e ardis
utilizados pelos infratores devem ser considerados, cabendo ao Comandante da
patrulha determinar as verificações necessárias.
4) Abordagem
A patrulha a cavalo procede às abordagens no interior da mata, observan-
do os princípios já determinados para tal.
c).Patrulhamento motorizado
1) Vantagens
(a) grande mobilidade e eficiência para patrulhar grandes espaços, em
pouco tempo;
(b) capacidade de transportar equipamentos pesados a longa distância e
em curto tempo;
(c) possibilita ampla movimentação, sem desgaste físico.
2) Deslocamentos
(a) Realizados através de itinerários previamente estabelecidos.
(b) No patrulhamento, o itinerário poderá ser alterado para atendi-
mento a queixas, denúncias sobre irregularidades existentes e outros casos fortui-
tos, desde que não implique em prejuízo total à missão principal.
d).Patrulhamento aquático (em embarcação)
1) Vantagens
(a) facilidade no exercício da vigilância e inspeção quanto à proteção flo-
restal ciliar, de caça e pesca, ao longo dos rios, lagoas, lagos artificiais, naturais,
orla marítima e mar territorial;
(b) permite maior rigor na fiscalização das reservas florestais, considera-
das de preservação permanente, às margens dos cursos d'água, particularmente na
falta de estradas que margeiam os leitos dos rios;
(c) permite detectar armadilhas para as -faunas aquática e silvestre.
2) Deslocamentos
(a) Ao longo dos rios, atentar para as margens, a fim de identificar
locais de derrubadas, queimadas e armadilhas criminosas de caça e
pesca.
(b) Cuidados especiais quanto à existência de pedras, tocos, galhadas de
árvores mortas, espinhéis, cabos de aço e redes de pesca que são atravessadas,
com muita freqüência, nos leitos dos rios, impedindo o livre trânsito dos peixes e
criando sérios perigos à navegação.
(c) Quando realizados em rios navegáveis, cuja largura seja superior a 300
metros, e o calado da embarcação o permitir, serão feitas próximo à margem, a fim
de que toda e qualquer armadilha existente nas mesmas seja localizada e recolhi-
da.

221
(d) Em lagoas e lagos artificiais, o deslocamento será feito, tendo em vista
principalmente as margens fazendo o seu contorno.
(e) A velocidade de deslocamento deve ser compatível com as condições
de navegação, de modo a oferecer segurança e boa visibilidade.
(f) Em princípio, o patrulhamento em embarcação deve ser executa-
do por fração constituída.
(g) Redobrar as medidas de segurança quando em patrulhamento noturno.
(h) Evitar transposição de locais perigosos, tais como corredeiras, estrei-
tos, cachoeiras etc.
e).Patrulhamento aéreo
1) Vantagens
Permite amplo reconhecimento (detectar queimadas, desmates, acampa-
mentos e outros tipos de ação predatória) em curto espaço de tempo, cobrindo
grande área física.
2) Deslocamentos
Efetuados de acordo com as normas reguladoras do tráfego aéreo, dando-
se preferência para aeronaves do tipo helicóptero, dada a sua versatilidade na
decolagem e aterrisagem.

6.3.0 Técnicas Particulares

6.3.1 Vistorias para queimadas


a).Para a realização de vistorias em locais de queimadas, o PM percorrerá com
o requerente a área a ser queimada, fazendo:
1) inspeção pormenorizada do aceiro construído, com largura mínima de 6
metros;
2) verificação da possibilidade de propagação, em vistas das condições to-
pográficas e meteorológicas da região;
3) verificação da finalidade da queimada e qual o tipo de material combustí-
vel existente na área;
4) verificação, em caso de propagação, das possibilidades de obtenção de
auxílio existente nas proximidades;
5) verificação, em caso de propagação, quanto a danos materiais que o in-
cêndio poderá causar antes de ser dominado;
6) verificar se o requerente fez o aviso prévio aos confinantes, com 24 horas
de antecedência, e se os mesmos estão em regime de alerta, para acorrerem em
caso de emergência;
7) constatação da existência de equipe de vigilância.
b) Depois do estudo do local, analisando os elementos colhidos, o PM decidirá
se a queimada poderá ser feita, em que ponto deverá ser ateado o fogo e quando
poderá ser colocado.
c).Em sendo possível, o PM permanecerá no local até o final da queimada, reti-
rando-se somente após constatar que não existe perigo de propagação do incêndio.

6.3.2 Abordagem em locais de desmate


a).De posse da licença de desmate, o PM verificará sua autenticidade, e se es-
tá dentro do prazo concedido.

222
b).Após, percorrerá o local de desmate em companhia do responsável, verifi-
cando se não existe irregularidades, tais como:
1) se a área desmatada não ultralpassa a área concedida;
2) se o desmate está sendo feito dentro das normas técnicas;
3) se as essências nobres (madeira de lei) não estão sendo cortadas
para lenha ou carvão;
4) se a floresta em desmate ou desmatada é realmente suscetível de
ser explorada;
5) se as árvores que hospedam abelhas inócuas estão sendo poupadas;
6) se a área de reserva florestal obrigatória está sendo preservada;
7) se o desmate está sendo feito sem o uso de fogo, a fim de facilitar
regeneração natural da floresta;
8) se o desmatamento não abrange área de preservação permanente,
no todo ou em parte.
c) Ocorrendo irregularidade em área de desmate autorizado, o PM
procurará corrigi-Ia, orientando o responsável pela execução do trabalho, proce-
dendo a autuação regular, o embargo administrativo, apreendendo, se for o caso, o
produto e subproduto florestal, bem como as ferramentas utilizadas, comunicando à
autoridade competente para ulterior cassação da autorização.
d).Ocorrendo desmatamento em área não considerada de preservação perma-
nente, sem autorização da autoridade competente, o PM procederá na conformida-
de com a letra anterior.
e).Ocorrendo desmatamento em área considerada de preservação permanente,
o PM fará autuação regular, o embargo, apreendendo o produto e subproduto flo-
restal, bem como as ferramentas utilizadas, prendendo em flagrante o responsável
pelo desmatamento, ou fazendo chegar ao conhecimento da autoridade competen-
te, no mais curto prazo possível, para que sejam -adotadas as providências proces-
suais cabíveis, com vistas à apuração de responsabilidade pela contravenção pe-
nal. O PM adotará todas as precauções necessárias para que o material apreendido
(produtos, -subprodutos, objetos, instrumentos, etc.) seja mantido sob a guarda e
vigilância de pessoas idôneas, com vistas a instruir Inquérito Policial Florestal ou
Processo Contravencional, como também providenciará para que não seja alterado
o local da infração.
f).Ocorrerão casos em que o PM encontrará local de desmate abandonado.
Nessa hipótese, diligenciará para apurar o responsável, tomando as providências
adequadas para cada caso, conforme letras "c", "d" e "e" anteriores.

6.3.3 Abordagem em locais de queimadas


a) O PM fará o patrulharnento nos locais de queimadas, conforme o previsto
para os locais de desmates, lembrando-se que não é permitido
efetuar queimadas de áreas florestais. O uso de fogo será permitido nos seguintes
casos:
1) nos campos, para formação de pastagens;
2) limpeza da área para a agricultura, depois do aproveitamento dos
produtos e subprodutos extraídos do local;
3) limpeza de área destinada a florestamento e reflorestamento.
b).Em qualquer dos casos, o proprietário dependerá de autorização das autori-
dades florestais e somente poderá proceder à queimada, depois das seguintes
providências:

223
1) estar de posse da licença;
2) fazer aceiramento da área;
3) dispor de pessoal suficiente para dominar incêndio em caso de
emergência (o fogo saltar o aceiro);
4) avisar previamente aos -confinantes, com 24 horas de antecedência, no
mínimo, para que se mantenham alertas e em condições de prestar auxílio em
defesa de sua propriedade, em caso de emergência. O fogo deverá ser posto, pre-
ferencialmente, à noite, a fim de aumentar a margem de segurança dos aceiros e
causar menor dano possível ao solo;
5) manter vigilância permanente na área, patrulhando os aceiros
enquantodurar a queimada.
c).No local da queimada, o PM fará inspeção, tendo em vista os dados
acima. Notando irregularidades, procederá segundo as circunstâncias, corrigindo-
as, ou adotando providências para combater o fogo, usando os recursos da patru-
lha, convocando os homens em condições, nas moradias vizinhas. Em caso de
incêndio que não possa extinguir com os recursos da própria área, o PM providen-
ciará os recursos necessários para dominar ou debelar o incêndio, fornecendo, na
oportunidade, os seguintes dados a localização do incêndio, a sua extensão e ou-
tros dados necessários à avaliação.
d).Depois de debelado o incêndio, o PM diligenciará para apurar a origem do
mesmo, bem corno o responsável, se houver, sendo que, era caso positivo, proce-
derá a autuação regular, orientando o proprietário, para as demais providências que
houver por bem adotar.

6.3.4 Acampamentos de caçadores e pescadores


a).A abordagem a pescadores e caçadores em acampamentos visa
verificar:
1) se há autorização do proprietário rural para a prática da caça ou da pesca
em seus domínios, conforme preceitua a legislação vigente;
2) se todos os pescadores e caçadores possuem licenças para a pesca e
caça, respectivamente;
3) se as armas de caça estão devidamente registradas e têm licença para o
trânsito atualizada;
4) espécies e quantidades de animais selvagens abatidos;
5) se os pescados estão dentro do tamanho e peso estabelecidos em porta-
rias.
b). Tratando-se de pescadores profissionais, o PM verificará:
1) estado de conservação dos pescados, bem como o tamanho, de acordo
com as espécies;
2) matrícula de pesca profissional atualizada, expedida pelo órgão compe-
tente;
3) inscrição na colônia de pescadores da região.
c) Quando a patrulha constatar, diretamente ou por denúncia, a existência de
armadilhas (caça ou pesca) ou qualquer outro aparelho proibido armado, assim
como atos de caça ou pesca predatórios em locais e épocas proibidas, procederá à
autuação regular do responsável, bem como a apreensão dos apetrechos.

6.3.5 Indústria, comércio, consumo e transporte de produtos e/ou subprodu-


tos florestais

224
a). O patrulhamento, com vistas à fiscalização das fontes de consumo de pro-
dutos e subprodutos florestais consistirá da:
1) verificação da procedência dos produtos e subprodutos florestais estoca-
dos nos estabelecimentos, em conformidade com as guias florestais apresentadas:
2) verificação do registro da firma no IBAMA devidamente atualizado;
3) verificação de guias florestais para o transporte de produtos e subprodu-
tos florestais;
4) autuação, nos termos da legislação florestal.

6.3.6 Campanhas educativas


a).Campanhas educativas, através de palestras, conferências, cartazes, folhe-
tos, concursos, gincanas, projeção de filmes e slides, visando ressaltar o valor da
flora e da fauna (alada, terrestre e aquática), face às suas utilidades, bem como
sobre a forma correta de conduzi-Ias e perpetuá-las.
b).Essas campanhas deverão processar-se com maior regularidade, principal-
mente no período que antecede aos dias:
1) mundial do meio ambiente;
2) da árvores;
3) dos animais;
4) das aves-,
5) do protetor das florestas;
6) do pescador;
7) do índio; e
8) outros.
c) Essas campanhas também deverão ser intensificadas nos dias que
antecedem às épocas propícias para queimadas.

225
TRABALHOS PESQUISADOS.

1. Trabalhos Monográficos de Oficiais dos Cursos de Aperfeiçoamento para


Oficiais CAO/Centro de Aperfeiçoamento e Estudos Superiores da Polícia Militar do
Estado de São Paulo.

2. Trabalhos Monográficos de Oficiais dos Cursos Superiores de Polícia -


CSP/Centro de Aperfeiçoamento e Estudos Superiores da Polícia Militar do Estado
de São Paulo.

3. Leis e Resoluções:
- Lei Fed nº 5.970/73 - Acidente de Trânsito;
- Lei Fed nº 6.368/76 - Lei de Tóxicos;
- Lei Fed nº 7.716/89 - Preconceito Racial;
- Lei Fed nº 7.783/89 - Lei de Greve;
- Lei Fed nº 7.960/89 - Prisão Temporária;
- Lei Fed nº 8.072/90 - Crimes Hediondos;
- Lei Fed nº 8.137/90 - Crimes Tributários;
- Lei Fed nº 6.544/89 - Licitações e Contratos;
- Dec Est nº I.990/50 - Uso de Algemas;
- Res SSP/SP nº 19/74 - Boletim Esp de Ocorrência;
- Res SSP/SP nº 41/83 - Reconstituição de Delitos;
- Res SSP/SP nº 154/85 - Escolta de Presos

4. Códigos:
- Penal;
- Penal Militar,
- Processo Penal;
- Processo Penal Militar;
- Civil

226
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

APOSTILAS - Curso de Criminalística da Academia da Polícia Civil de São


Paulo:
BOYSON, Ten Cel Willian A e outros. "Military Review" (diversos Artigos) -
Escola de Comando e Estado Maior do Exército/EUA, 1963 a 1988;
CAETANO, Marcelo. Princípios Fundamentais de Direito Administrativo, I a
edição, 1977, Forense, Rio de Janeiro;
COSTA LOPES, Manuel Carlos da. Comentários da Lei das Contravenções
Penais;
CRETELLA JÚNlOR, José
* Curso de Direito Administrativo, 5ª edição, 1977, Forense, RJ;
* Dicionário de Direito Administrativo, 3ª edição, 1978, Forense, RJ;
* Tratado de Direito Administrativo, 1966, Forense, RJ;
* Comentários à Constituição Brasileira de 1988, vol VI, 1992,
Forense, Rio de Janeiro;
DELMANTO, Celso. Código Penal Anotado - Freitas Bastos;
FAORO, Raymundo. Os Donos do Poder, Ed. Globo, 1979;
FÁVERO, Flamini. Medicina Legal;
FERREIRA, Arnaldo Amado. Técnica Médico-Legal na Investigação Forense;
GROPPALI, Alexandre. Doutrina do Estado, Ed. Saraiva, SP, 1962;
LAZZARINI, Álvaro.
* Direito Administrativo da Ordem Pública, 2a edição, 1987, Forense, Rio de
Janeiro; Manual de Ensino Fundamental, Direito Administrativo, Poder de Polícia -
MEF-18-23-APMBB/SP - Imprensa da Polícia Militar do Estado de São Paulo, 1982;
* Do Poder de Polícia, Revista de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo, Ed. Lex, São Paulo;
* Do Poder de Polícia na Identificação de Transeuntes, Revista de Jurispru-
dência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Ed. Lex, São Paulo;
* Limites do Poder de Polícia, Publicado na Revista "0 Alferes", Academia de
Polícia Militar de Minas Gerais, ano V, 1987;
* Da Segurança Pública na Constituição de 1988, Revista de Informação Legis-
lativa, SENADO FEDERAL, 1989, Brasília;
* Preservação da Ordem Pública, Encontro dos Comandantes das Polícias
Militares e Corpos de Bombeiros Militares, 1991, SP;
MACEDO SOARES, Oscar de. Código Penal Militar - 2 volumes;
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 17 a edição, 1992,
Editora Revista dos Tribunais, São Paulo;
MILLS, C Wright. O Poder e a Política, Editora Zabar, 1965, Rio de Janeiro;
MIRABETE, Júlio. Manual de Direito Penal, Ed. Atlas, São Paulo;
MOREIRA NETO, Díogo de Figueiredo. Curso de Direito Administrativo, 8 a
edição, 1989, Ed. Forense, R);
NORONHA, E. Magalhães. Direito Penal, Ed. Saraiva, SP;
PESSOA, Mário. O Direito da Segurança Nacional, BIBLIEX, Editora Revista
dos Tribunais, SP, 1971;
PORTO, Gilberto. Manual de Criminalística, Coleção Acácio Nogueira, Acade-
mia de Polícia Civil de São Paulo;

227
RIVERO, lean. Direito Administrativo, Tradução de Rogério B. Soares, 1981,
Livraria Almedina, Coimbra, Portugal;
STATT, David A. Introdução à Psicologia, Edição Harper e Row do Brasil Ltda.,
1978;
TÁCITO, Caio. O Abuso do Poder Administrativo no Brasil, 1959, Rio de Janei-
ro;
WAISBERG, Bonow lva. Elementos de Psicologia, Editora Melhoramentos, 12 a
edição, 1971, Rio de janeiro;
WEBER, Max. Ciência Política, Editora Cultrix, São Paulo, 1970.

228
ÍNDICE ALFABÉTICO REMISSIVO

ASSUNTOS PAG

Abordagem e Vistoria........................................................ .................... 142


Abuso de Autoridade......................................................... .................... 045
Acidentes de Trânsito............................................................................ 117
- com composição ferroviária e metroviária........................................... .240
- com veículos Oficiais...........................................................................240
- com vítimas.................................................................... .....................238
- em recintos fechados de freqüência pública..................... ..................240
- procedimentos gerais..................................................... .....................237
- sem vítimas................................................................... ......................238
Ação de presença.................................................................................. 024
Ação Policial Militar.......................................................... .....................023
Ação Pública.......................................................................................... 024
Agentes Extintores........................................................... .....................100
- aplicação...................................................................... ....................... 100
- extintores............................................................................................. 101
manejo................................................................................................... 103
Agressão........................................................................ ....................... 048
Antecipação........................................................................................... 027
Aplicação de penalidades......................................................................235
- apreensão de documentos..................................................................235
- apreensão de veículos................................................... .....................236
- impedimentos................................................................ ......................236
- infração................................................................................................ 235
- penalidades.................................................................. ....................... 235
- recibo e precauções..................................................... ....................... 237
- remoção do veículo...................................................... ....................... 236
- retenção do veículo...................................................... ....................... 236
Aplicação de Polícia Ostensiva...................................... ....................... 026
Apresentação e entrega do preso.................................. ....................... 204
- locomoção................................................................... ........................ 204
Aprestos........................................................................ ........................ 240
Área.............................................................................. .........................020
- utilização.................................................................... .........................240
Armamento................................................................... .........................115
- conservação em uso.................................................. .........................119
- limpeza após o uso....................................................... ......................119
- regras de segurança..................................................... ......................120
- revólver................................................................................................ 118
Aspectos Legais............................................................. ....................... 027
Atividades sociais e políticas.................................................................173
- ação do PM.................................................................. ....................... 174
- conceitos..................................................................... ........................ 173
- informações.........................................................................................175
Bloqueio relâmpago............................................................................... 159
Busca e Apreensão........................................................ ....................... 043

229
Busca pessoal............................................................... ........................ 142
Características das atividades policiais-militares.............. .................... 023
Características do policiamento ostensivo........................ .................... 024
Casos de emergências.......................................................................... 059
- afogamento................................................................. ........................ 080
- ameaça de desmaio.................................................... ........................ 064
- convulsões.................................................................. ........................ 066
- desmaios.................................................................... .........................065
- estado de choque................................................................................064
- envenenamento...................................................................................075
- feridas..................................................................................................059
- feridas no abdômen.............................................................................060
- feridas nos olhos....................................................... ..........................060
- feridas no tórax.................................................................................... 060
- fraturas....................................................................... .........................074
- fraturas expostas................................................................................. 074
- hemorragias difíceis de estancar - tornique.................. ......................062
- hemorragias externas nos membros............................... .................... 061
- hemorragias internas........................................................................... 064
- hemorragias nasais...................................................... ....................... 063
- hemorragias no tronco e na cabeça....................................................063
- parada cardíaca e respiratória...................................... ......................068
- parada respiratória-respiração artificial......................... ......................066
- parto de urgência........................................................ ........................ 077
- queimaduras........................................................................................069
Cerco........................................................................... ..........................156
Classes de incêndio....................................................... ....................... 100
Circunstâncias de policiamento ostensivo.............................................029
Comunicações....................................................................................... 121
- alfabeto da ONU.................................................................................. 123
- algarismos................................................................... ........................ 123
- código "Q"................................................................... ........................ 122
- definições.................................................................... ........................ 121
- siglas........................................................................... ........................ 122
- uso do microfone................................................................................. 122
Conceituação do manual.......................................................................017
Conceituação de policiamento ostensivo........................... ................... 028
Concussão............................................................................................. 048
Condução de preso......................................................... ......................161,203
Continuidade do policiamento ostensivo............................ ................... 026
Corrupção.............................................................................................. 060
Contravenção................................................................. ....................... 037
- distinção entre crime e contravenção..................................................037
Crime............................................................................ .........................037
- ação privada........................................................................................ 037
- ação pública................................................................ ........................ 037
Crimes contra a pessoa......................................................................... 171
- agressão..............................................................................................172
- ameaça................................................................................................172
- desinteligência..................................................................................... 172

230
- homicídio.................................................................... .........................171
- morte súbita......................................................................................... 172
- suicídio........................................................................ ........................ 172
- tentativa de homicídio................................................... ......................172
- tentativa de suicídio............................................................................. 172
Crimes contra o patrimônio............................................. ......................172
- roubo e furto............................................................... .........................171
Crimes de tráfico e uso de entorpecentes.............................................052
- ação do PM................................................................ .........................053
Defesa Civil.................................................................... ....................... 194
- considerações............................................................. ........................ 194
- ação do PM................................................................. ........................ 194
Defesa Pública................................................................ ......................020
Desacato........................................................................ ....................... 049
Desobediência....................................................................................... 049
Deveres do PM - Policiamento de Trânsito......................... ..................214
- policiamento a pé.......................................................... ......................215
- policiamento motorizado................................................ .....................217
- procedimentos gerais.................................................... ......................214
Dinâmica do Policiamento Ostensivo................................. ................... 024
Diversões Públicas.......................................................... ......................182
- prescrições gerais........................................................ ....................... 182
- policiamento em salões de bailes................................... .................... 183
Drogas mais comuns.............................................................................054
Efeito das drogas................................................................................... 054
Efetividade do policiamento ostensivo............................... ................... 026
Emprego lógico do policiamento ostensivo........................ ................... 027
Entorpecentes................................................................ ....................... 052
- comércio..............................................................................................052
- conceito....................................................................... ........................ 052
- uso.......................................................................................................052
Entorpecentes injetáveis................................................... .................... 054
Escolta - deveres dos componentes.................................. ................... 208
Escolta de presos............................................................ ......................201
- normas gerais de escolta............................................... .....................201
Escolta de velórios........................................................... .....................206
Escolta em hospitais..............................................................................2(Y7
Estande de tiro................................................................ ......................120
- medidas de segurança................................................ ........................ .120
Exclusão de criminalidade..................................................................... 038
Fatores adversos à segurança e à circulação....................................... 222
- conceitos e generalidades...................................................................222
- fatores mais freqüentes.......................................................................223
Fiança.................................................................................................... 041
Fogo - elementos de composição................................... ......................095
Formas de empenho........................................................ .....................032
Fração constituída........................................................... ......................023
Fração elementar............................................................ ......................023
Guarda de estabelecimentos penais.................................. ................... 198
- condições gerais............................................................ .....................198

231
- deveres do PM............................................................... .....................200
- responsabilidade penal.................................................. .....................201
Guarda de repartições públicas............................................................. 208
- condições gerais............................................................ .....................208
- métodos e dispositivos de segurança............................... ..................209
- relacionamento com o público............................................................. 209
Imunidades...................................................................... ......................039
lnterceptação e abordagem de condutores......................... ..................225
- fiscalização da velocidade...................................................................231
- fiscalização de condutores embriagados......................... ................... 233
- fiscalização de veículos.......................................................................226
- técnicas específicas....................................................... .....................225
lnterceptação e abordagem de condutores-cont.............. .....................025
- verificação de documentos..................................................................028
Itinerário de patrulhamento....................................................................021
Isenção do Policiamento Ostensivo.................................... ..................027
Legalidade do Policiamento Ostensivo................................ ................. 025
Local de crime................................................................. ......................055
- conceito........................................................................ ....................... 055
- ação policial......................................................................................... 056
Local de risco.................................................................. ......................022
Manutenção de viaturas.................................................... .................... 124
- material - cuidados........................................................ ......................125
- generalidades......................................................................................124
- óleo do cárter - cuidados.....................................................................124
- pneus - cuidados........................................................... ......................124
- reabastecimento..................................................................................124
- reparos de emergência.................................................. .....................125
- sistema de arrefecimento - cuidados............................... ................... 124
Métodos de extinção de incêndio...................................... .................... 097
Modalidades de Policiamento Ostensivo...............................................029
Normas gerais para efetuar prisão.................................... .................... 166
Objetivo do manual................................................................................017
Objetivo do Policiamento Ostensivo.................................... ..................028
Ocorrência Policial-Militar......................................................................023
Ocorrências - descrição.........................................................................168
Ocorrências envolvendo FFAA, PM e PCivil....................... ..................169
Ocorrências específicas.................................................. ......................170
- com aeronaves.................................................................................... 170
- transporte coletivo......................................................... ......................170
Operação Policial-Militar........................................................................023
Ordem Pública....................................................................................... 019
Orientação de trânsito..................................................... ......................241
- introdução............................................................................................ 241
- recomendações básicas......................................................................242
Patrulhar........................................................................ ........................ 022
Peculiaridades de emprego...................................................................246
- procedimentos gerais.................................................... ......................246
- procedimentos particulares............................................ .....................247
Perseguição........................................................................................... 163

232
Poder de polícia..................................................................................... 018
Polícia Militar - conceito.........................................................................018
Polícia Ostensiva...................................................................................019
Policiamento Florestal e de Mananciais............................. ................... 245
- apresentação....................................................................................... 245
- campanhas educativas........................................................................253
- conceito........................................................................ ....................... 245
- missões......................................................................... ......................246
Policiamento Ostensivo Geral............................................ ................... 019, 127
- apresentação.......................................................................................127
- conceito......................................................................... ......................127
- generalidades......................................................................................137
- missão........................................................................... ......................127
- procedimentos gerais...................................................... .................... 129
Policiamento de Guarda.................................................... .................... 197
Policiamento de Guarda - cont.......................................... .................... 197
- apresentação.......................................................................................197
- conceito........................................................................ ....................... 197
Policiamento de Trânsito.................................................... ................... 211
- abrangências.......................................................................................212
- apresentação.......................................................................................211
- conceito........................................................................ ....................... 211
- missão.......................................................................... ....................... 211
Porte de arma........................................................................................ 049
Posto............................................................................ .........................021, 134
Praças desportivas.......................................................... ......................184
- conceito....................................................................... ........................ 184
- conduta do policiamento................................................ .....................188
- conduta do público........................................................ ......................187
- disposições gerais............................................................................... 193
- efetivo a ser empregado......................................................................185
- limitações e ações do policiamento................................ .................... 192
Preservação da ordem pública..............................................................019
Preservação do local de crime........................................ ......................055
Prevalência da prevenção sobre a repressão................... .................... 040
Princípios das atividades policiais-militares...................... .................... 023
Prisão.......................................................................... ..........................040,168
Procedimentos básicos.................................................. ....................... 031
- conceituação.............................................................. .........................031
- requisitos básicos................................................................................031
procedimentos em incêndios e salvamento...................... .................... 095
- como chamar o Bombeiro............................................ ....................... 095
- prevenção e combate.......................................................................... 095
- providências antes da chegada do Bombeiro................. .................... 095
- providências após a chegada do Bombeiro.................... .................... 095
Procedimentos particulares............................................. ......................218
- eventos especiais................................................................................ 219
- terminais de transporte........................................................................ 218
Processos de policiamento ostensivo............................... .................... 029
- forma.......................................................................... .........................030

233
- lugar........................................................................... .........................030
- número....................................................................... .........................030
- tempo......................................................................... .........................030
Produtos florestais................................................................................. 253
- indústria, comércio, consumo e transporte..................... .................... 253
Profundidade do policiamento ostensivo............................................... 027
Propina.......................................................................... ........................ 047
Recebimento do preso..................................................... .....................202
Recintos fechados de freqüência pública.............................................. 175
- prescrições gerais........................................................ ....................... 175
Região............................................................................ ....................... 020
Regras gerais de policiamento de trânsito.......................... ..................212
- policiamento preventivo.......................................................................212
- princípio da legalidade................................................... .....................213
- sinalização........................................................................................... 213
Relacionamento com o público.......................................... ................... 090
- atitude e conduta do PM................................................. .................... 091
- atividades de representação........................................... .................... 094
Relacionamento com o público - cont................................ ................... 090
- fundamentos........................................................................................ 090
- procedimentos diversos................................................. .....................093
- ritual de abordagem...................................................... ......................092
- uso da viatura...................................................................................... 094
- virtude.................................................................................................. 090
Resistência..................................................................... ....................... 048
Resistência à prisão........................................................ ......................048
Responsabilidade territorial.............................................. .....................026
Salvamento aquático........................................................ .....................116
Salvamento em altura............................................................................114
Salvamento em incêndio................................................... .................... 116
Salvamento terrestre........................................................ .....................108
Segurança pública - conceito........................................... .....................018
Setor.............................................................................. ........................ 020
Sistema de policiamento.................................................. .....................023
Socorro de urgência....................................................... ....................... 058
- aspecto essencial................................................................................ 058
- conceito....................................................................... ........................ 058
- objetivo......................................................................... ....................... 058
Subárea......................................................................... ........................ 020
Subsetor........................................................................ ........................ 021
Tática policial militar........................................................ ......................020
Técnica policial militar..................................................... ......................020
Técnicas particulares de policiamento florestal..................................... 250
- abordagem em locais de desmate.................................. .................... 250
- abordagem em locais de queimada................................ .................... 251
- acampamentos de caçadores e pescadores....................................... 252
- vistoria para queimadas................................................ ......................250
Técnicas usuais de Polícia Ostensiva............................... .................... 142
Tentativa de fuga................................................................................... 049
Testemunha........................................................................................... 058

234
Tipos de extintores......................................................... ....................... 101
Tipos de Polícia Ostensiva.............................................. ......................028
Totalidade de Polícia Ostensiva....................................... .....................024
Transporte de feridos..................................................... ....................... 081
Transporte manual......................................................... ....................... 082
- a pé........................................................................... ..........................085
- cadeira com duas mãos............................................... ....................... 086
- cadeira com quatro mãos.................................................................... 086
- cadeira com três mãos................................................. ....................... 086
- com material especializado-improvisado........................ .................... 087
- em veículo................................................................... ........................ 089
- levantamento e transporte com seis pessoas................... ..................087
- levantamento e transporte com três pessoas................... ..................086
- por via aérea................................................................ ....................... 090
- sentado................................................................................................ 085
Transporte de traumatizados.................................................................082
Unidade de comando...................................................... ......................028
Universalidade do policiamento ostensivo......................... ................... 025
Uso de algemas..................................................................................... 051
Utilização de meios disponíveis....................................... .....................059
Utilização de sanitários.......................................................................... 206
Violação de domicílio............................................................................. 042
Violência arbitrária................................................................................. 047
Vítima consciente........................................................... ....................... 059
Vítima inconsciente........................................................ ....................... 081

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