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Contemporânea:
Como o colonialismo e politicas de extermínio indígena afetam a vida dos
povos nativos até hoje.
(Ailton Krenak)
“Nós estamos em guerra. O seu mundo e o meu mundo estão em guerra. Os nossos mundos estão todos
em guerra. A falsificação ideológica de que os nossos mundos estão em paz é para manter as coisas
funcionando. Não tem paz em lugar nenhum. É guerra em todos os lugares, o tempo todo”, Ailton Krekak,
líder da etnia Krenak no Brasil. A fala de Ailton descreve a América Latina colônia europeia tão
bem quanto a América Latina atual. A diferença vem que o extermínio não parte mais do
Estado, na maioria das vezes, mas a negligência deste quanto as necessidades indígenas
em seu território ainda faz vítimas.
Uma convenção da Organização Internacional do Trabalho, OIT, de 1989, assegura aos
indígenas americanos o livre direito às terras de seus ancestrais, para as atividades de
subsistência da sua etnia, instrumento parecido foi introduzido na constituição brasileira
de 88. Porém, este direito é muitas vezes contestado quando a área é visada para
interesses econômicos, um exemplo é o julgamento do Marco Temporal no Supremo
Tribunal Federal, que tenta determinar que somente os indígenas que ocupavam uma
terra antes da promulgação da constituição de 88 teriam o direito à tais terras, o que
levaria inúmeras etnias a perderem os territórios atualmente ocupados, já que o massacre
estatal do Séc. XX ocasionava numa fuga dos indígenas para outros territórios, que não
os de seus ancestrais.
Isto quando a agressão ao direito de terra parte de meios legais, entretanto, garimpeiros
e grileiros costumam invadir terras, matando e expulsando indígenas, com frequência,
forçando o isolamento cada vez mais.
A discriminação estrutural sofrida pelos povos indígenas, ainda vistos como brutos por
muitos, o empobrecimento causado pelo roubo de seus territórios desde o período
colonial até hoje, os entraves que políticas focadas nos indígenas, e para a representação
dos povos nos parlamentos, sofrem, são uma influência negativa para a saúde dos povos,
tanto a individual quanto a coletiva.
Um grande exemplo é a pandemia de Covid-19 e como ela se propagou nos povos
indígenas. A desinformação, causada pelo isolamento geográfico forçado ou o isolamento
linguístico, a falta de suprimentos e a dificuldade de deslocamento de levar um enfermo
até a uma unidade hospitalar, fizeram a pandemia de Covid-19 ser muito mais aguda nos
povos indígenas. Um exemplo é a extinção, isto mesmo, da etnia Juma em Porto Alegre,
em 31 de março de 2021.
A pobreza, os indígenas são 26% mais pobres do que os não indígenas, consequência
do colonialismo e das políticas de confisco de terra sistemática impostas pela metrópole e
pelos governos do século XIX e XX, geram outros problemas e, por mais que 17 países
Latino Americanos tenham em suas constituições a defesa da saúde indígena, doenças.
Diabetes, desnutrição e morte por doenças respiratórias são mais comuns em indígenas
do que em outras populações. Além disso, a mortalidade infantil indígena é alta, sendo a
Bolívia o caso que se destaca, com 77 mortes de crianças a cada 1000, antes dos 5 anos
de idade.
(Deputada Joênia Wapichaba, única representante indígena no Congresso brasileiro)
Nem tudo é guerra, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, CEPAL,
em seu último levantamento, em 2014, demonstrou avanços no reconhecimento dos
territórios indígenas e na proteção desses povos durante o início dos anos 2000, assim
como a melhoria dos dados de saúde indígena, mencionados no parágrafo anterior.
O avanço na representatividade indígena nos parlamentos e congressos na América
Latina, por meio de cotas parlamentares, também foi um passo importante para o
atendimento das demandas indígenas.
Porém, infelizmente, esses poucos avanços não são o suficiente para melhorar de forma
significativa a vida das populações indígenas, 5 séculos de extermínio e furto não são
sarados tão facilmente.
Os dois primeiros tópicos foram uma visão geral da situação a qual os povos pré-
colombianos foram, e são, sujeitos. Neste tópico, discorrerei sobre algumas etnias
indígenas numerosas, principalmente com descendência direta dos povos pré-
colombianos.
Segundo a Cepal, baseada em dados censitários dos países, o México possui a maior
população indígena das Américas (cerca de 17 milhões), seguido do Peru (7 milhões), da
Bolívia (6,2 milhões) e da Guatemala (5,9 milhões). Mas quando se fala de números
relativos, a posição não é a mesma. Na Bolívia, eles representam 62,2% do total de
habitantes, na Guatemala 41%, no Peru 24% e no México 15%. A maioria dos indígenas
que moram nesses países são oriundos das civilizações pré-colombianas tidas como as
mais avançadas do continente: inca, maia e asteca.
(Mulher Quichuá)
Os Nauátles, ou Nahuas, de origem asteca, compõem o grupo majoritário de indígenas
no México, por mais que 60 etnias habitem as mesmas terras. Os Nauátles se destacam
pelo contraste com os outros descendentes dos povos pré-colombianas, por conta da elite
asteca. A elite asteca formou parcerias duradouras com os espanhóis e prevaleceu. À
dinastia Moctezuma foi dado o título de conde, por conta do casamento entre um herdeiro
Moctezuma e uma aristocrata espanhola, tendo até mesmo uma promoção de conde para
duque durante o processo colonial no Vice-Reino do México, e um dos duques se
tornando Vice-Rei do México durante 5 anos.
Atualmente, essa elite asteca que se aliou aos espanhóis continua exercendo poder no
México por meio de seus descendentes, principalmente pelo meio político. As
comunidades mais humildes Nahuas vivem da policultura e afastado dos centros,
sofrendo dos maus gerais que os indígenas de todo o continente sofrem.
(Crianças Nahuas)
(Ganhadora do Nobel da Paz de 1992, a guatemalteca Rigoberta Menchú lamenta que a celebração do
B'aktun tenha se 'desvirtuado')
Os Guaranis-Kaiowas são uma das maiores etnias indígenas brasileiras, 31000 indígenas
ao Sul do Mato Grosso do Sul segundo a Funasa, se estendendo também para território
internacional, 15000 no Paraguai. Eles tem como tronco linguístico o Tupi-Guarani. São
principalmente agricultores, mas apreciam a caça e a pesca. Desde o Séc. XX, os
Guaranis-Kaiowas disputam as terras que habitam. Seus maiores inimigos sendo os
grileiros, garimpeiros e madeireiros da região.
(Guaranis-Kaiowas)
Referências Bibliográficas:
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/12/tradicao-maia-se-populariza-mas-
descendentes-estao-esquecidos.html
http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-artigos/reportagens/16378-povos-
indígenas-das-américas,-ontem-e-hoje-2
https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/37773/1/S1420764_pt.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Quíchuas
https://www.brasildefato.com.br/2020/05/11/os-povos-originarios-da-america-latina-na-era-
da-covid-19
https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2021/08/13/
interna_internacional,1295588/os-descendentes-do-imperador-asteca-montezuma-e-seu-
atraente-legado.shtml
https://en.wikipedia.org/wiki/Nahuas#National_period_(1821-present)
https://www.youtube.com/watch?v=ya1TgJ_5N0Q
https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Guarani_Kaiowá