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Apostila de Exercicios de Filosofia PDF
Apostila de Exercicios de Filosofia PDF
ALEXSANDER / FILOSOFIA
PATRÍSTICA
I- assume criticamente elementos da filosofia platônica na “Diz o profeta: ‘Se não credes, não entendereis’;
tentativa de melhor fundamentar a doutrina cristã. certamente não diria isto se não julgasse necessário pôr
II- considera que as verdades da razão estão sempre em uma diferença entre as duas coisas. Portanto, creio tudo o
contradição com as verdades reveladas por Deus. que entendo, mas nem tudo que creio também entendo”.
III- incorpora as teses da metafísica aristotélica para fundar Sto. Agostinho. De Magistro. Coleção “Os Pensadores”. São Paulo: Abril
Cultural, 1973.
uma teologia estritamente racionalista.
IV- considera a razão como auxiliar da fé e a ela Explique a idéia central desse fragmento a partir da relação
subordinada, tal como expressa a frase de Sto. Agostinho entre Fé e Razão no contexto da Filosofia Patrística.
"creio porque entendo".
Sto. AGOSTINHO
QUESTÃO 5 (ANO 2000 - 2) II) A iluminação divina capacita o intelecto humano para
entender que há determinada ordem entre o mundo criado
"Assim até as coisas materiais emitem um juízo sobre as e as realidades inteligíveis.
suas formas, comparando-as àquela Forma da eterna III) Agostinho nomeia as realidades inteligíveis de forma
Verdade e que intuímos com o olhar de nossa mente." (Sto. pouco precisa como, por exemplo, idéia, forma, espécie,
Agostinho, A Trindade, Livro IX, Capítulo 6. São Paulo, regra ou razão e afirma, platonicamente, que essas
Paulus, 1994. p. 299) realidades já foram contempladas pela alma.
IV) A iluminação divina exige que o homem tenha
Esta frase de Sto. Agostinho refere-se à intelecto próprio, a fim de pensar corretamente os
conteúdos da fé postos pela revelação.
A) teologia mística de Agostinho, que se funda na
experiência imediata da alma humana com Deus; Assinale a alternativa que contém somente as afirmações
B) moral agostiniana que propõe ao homem regras para corretas:
uma vida santa e ascética, apartada do mundo;
C) doutrina da iluminação que afirma que o conhecimento A) II e III
humano é iluminado pela Verdade Eterna, B) I e III
isto é, Deus; C) II e IV
D) estética intelectualista de Agostinho, que consiste num D) III e IV
profundo desprezo pela sensibilidade humana.
QUESTÃO 5 (ANO 2002 - 2)
QUESTÃO 4 (ANO 2001 - 2)
Agostinho formula sua teoria do conhecimento a partir da
Sobre a doutrina da iluminação divina de Santo Agostinho, máxima “creio tudo o que entendo, mas nem tudo que
considere o conteúdo das assertivas abaixo: creio conheço”. A posição do autor não impede que cada
um busque a sabedoria com suas próprias forças; o que
I) A iluminação divina dispensa o homem de ter intelecto ainda não é conhecido pode ser revelado mediante a
próprio. consulta da verdade interior.
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PROF. ALEXSANDER / FILOSOFIA
Com base neste argumento, assinale a alternativa correta. pela filosofia de Platão, porém, diferencia-se dela em seu
aspecto central.
A) É incorreto afirmar que a verdade interior que soa no
íntimo das pessoas seja o Cristo; e o arbítrio humano Assinale a alternativa abaixo que explicita esta diferença.
é consultado sobre o que não se conhece.
B) As coisas que ainda não conhecemos só podem ser A) A filosofia agostiniana compartilha com a filosofia
percebidas pelos sentidos do corpo e podem ser platônica do dualismo, tal como este foi definido por
comunicadas facilmente por intermédio das palavras. Agostinho na Cidade de Deus. Assim, a luz da teoria da
C) A verdade interior está à disposição de cada um e iluminação está situada no plano suprasensível e só é
encontra-se armazenada na memória, de modo que o uso alcançada na transcendência da existência terrena para a
da memória dispensa a contemplação da luz interior. vida eterna.
D) A verdade interior só pode ser percebida pelo homem B) A teoria da Iluminação, tal como sugere o nome, está
interior, que é iluminado pela luz desta verdade interior, fundamentada na luz de Deus, luz interior dada ao
que é contemplada por cada um. homem interior na busca da verdade das coisas que não
são conhecidas pelos sentidos; esta luz é Cristo, que ensina
QUESTÃO 4 (ANO 2003 - 1) e habita no homem interior.
C) Agostinho foi contemporâneo da Terceira Academia,
Nos Solilóquios, Agostinho escreveu: recebendo os ensinamentos de Arcesilau e Carnéades,
o que resultou na posição dogmática do filósofo cristão
“A luz comum, à medida que pode, nos indica como é quanto à impossibilidade do conhecimento da verdade,
aquela luz. Pois há alguns olhos tão sãos e vivos que, ao se sendo o conhecimento humano apenas verossímil.
abrirem, fixam-se no próprio sol sem nenhuma D) A alma é a morada da verdade, todo conhecimento nela
perturbação. Para esses a própria luz é, de algum modo, repousa. Assim, a posição de Agostinho afasta-se
saúde, da filosofia platônica, ao admitir que a alma possui uma
sem necessidade de alguém que lhes ensine, senão talvez existência anterior, na qual ela contemplou as idéias, de
apenas de alguma exortação. Para eles é suficiente crer, modo que o conhecimento de Deus é anterior à existência.
esperar, amar”.
Agostinho, Solilóquio e Vida feliz. São Paulo: Paulus, 1998, p.23. QUESTÃO 2 (ANO 2001 - 1)
Em conformidade com a Teoria da Iluminação, analise as
assertivas abaixo. "Creio tudo o que entendo, mas nem tudo que creio
também entendo. Tudo o que compreendo conheço, mas
I – A luz comum é o conhecimento humano, obtido por nem tudo que creio conheço."
(Agostinho. De Magistro. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 319.
intermédio das demonstrações da lógica e da matemática, Coleção "Os Pensadores").
porém, ainda resta saber como tal conhecimento é
possível. A citação de Agostinho refere-se à relação entre fé e razão.
II – A luz, que é superior à luz comum, é o intelecto Explique como este filósofo concebe esta relação.
humano, que, servindo-se unicamente de si mesmo,
encontra em si toda a certeza e o fundamento da verdade.
III – O intelecto humano, pela sua natureza perecível, não QUESTÃO 2 (ANO 2007 - 1)
pode se colocar como a certeza do conhecimento,
pois a verdade é eterna. Aquela luz, então, acima da luz Leia com atenção o texto abaixo em que o autor comenta e
comum, é Deus. cita Santo Agostinho, e, em seguida, responda as questões
IV – A saúde é alcançada por todos, uma vez que a apresentadas.
salvação e a felicidade são unicamente o resultado do
esforço do homem nesta vida terrena. Deus cria as coisas a partir de modelos imutáveis e
eternos, que são as idéias divinas. Essas idéias ou razões
Assinale a ÚNICA alternativa que contém as assertivas não existem em um mundo à parte, como afirmava Platão,
verdadeiras. mas na própria mente ou sabedoria divina, conforme o
testemunho da Bíblia. Que a mesma sabedoria divina, por
A) II e IV quem foram criadas todas as coisas, conhecia aquelas primeiras,
B) II, III e IV divinas, imutáveis e eternas razões de todas as coisas antes de
serem criadas, a Sagrada Escritura dá este testemunho: No
C) I, II e IV princípio era o Verbo e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo
D) I e III era Deus. Todas as coisas foram feitas pelo Verbo e sem Ele nada
foi feito.. Quem seria tão néscio a ponto de afirmar que Deus
QUESTÃO 7 (ANO 2003 - 2) criou as coisas sem conhecê-las? E se as conheceu, onde as
conheceu senão em si mesmo, junto a quem estava o Verbo pelo
qual tudo foi feito?. (Santo Agostinho, Sobre o Gênese, V, 29).
A teoria da iluminação divina, contribuição original de
COSTA, José Silveira da. A Filosofia Cristã. In: RESENDE, Antônio.
Agostinho à filosofia da cristandade, foi influenciada Curso de Filosofia. Rio de
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PROF. ALEXSANDER / FILOSOFIA
Janeiro: Jorge Zahar/SEAF, 1986, p. 78, capítulo 4. QUESTÃO 2 (ANO 2008 - 1)
A) Explique a relação, sugerida neste texto, entre a teoria
das Idéias de Platão e o pensamento de Agostinho. Segundo Agostinho de Hipona (354-430), “não
aprendemos pelas palavras que repercutem exteriormente,
B) Explique como Agostinho usa essa teoria para explicar mas pela verdade que ensina interiormente”. Tal
o conhecimento humano, na sua conhecida Doutrina da pensamento ficou conhecido como a doutrina do mestre
Iluminação Divina. interior. Leia a história em quadrinhos e o texto abaixo e
responda o que se pede.
QUESTÃO 2 (ANO 2008 - 1)
Sobre a doutrina da iluminação em Santo Agostinho, leia
os trechos a seguir.
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PROF. ALEXSANDER / FILOSOFIA
QUESTÃO 4 (ANO 2000 - 1) A) Pedro Abelardo sustenta a tese de que as palavras nada
significam, porque são simples emissão da voz humana
sendo por isso, que os universais devem ser
Na Idade Média, filósofos como Anselmo de Cantuária e necessariamente incorpóreos.
Guilherme de Champeaux consideravam que o universal B) O realismo sustenta a tese de que apenas as palavras
tinha realidade objetiva. Entendiam o universal como res, são reais, porque são corpóreas enquanto som, e os
como coisa comum a outras coisas. universais nada significam porque são incorpóreos, isto é,
Sobre a posição desses filósofos realistas, é correto afirmar não possuem realidade física.
que C) O nominalismo sustenta a tese de que os universais são
corpóreos, porque o gênero e a espécie não podem estar
I- possuiam a influência platônica do Mundo das Idéias. separados dos indivíduos a que pertencem.
II- sustentaram a fé e a autoridade como critério de D) Pedro Abelardo sustenta a tese de que, por si mesmo,
verdade. os universais existem apenas no intelecto, mas eles
III- consideraram o individual mais real, porque referem-se a seres reais.
deslocaram o critério de verdade da fé e da autoridade para
a razão humana.
QUESTÃO 7 (ANO 2002 - 1)
Assinale a alternativa correta.
Na Filosofia Escolástica (séc. VIII ao séc. XIV), aparece
A) II um tema filosófico novo que ficou conhecido na História
B) I e II da Filosofia como o Problema dos universais.
C) II e III
D) III A esse respeito é correto afirmar que o Problema dos
universais
QUESTÃO 4 (ANO 2001 - 1) I - consiste em saber sobre seu modo de existência, ou
seja, se os universais existem realmente ou se são apenas
Pedro Abelardo foi o filósofo que mais se destacou na produtos do pensamento.
discussão da "questão dos universais" durante a Idade II - consiste em saber se eles constituem a essência
Média. De acordo com o pensamento de Abelardo, analise material das coisas sensíveis ou se constituem a essência
as assertivas que se seguem. espiritual de cada alma humana.
III - consiste em saber se eles estão separados das coisas
I- Os universais, por si mesmos, não existem senão no sensíveis ou se estão no interior delas.
intelecto, entretanto eles se referem a seres reais. IV - consiste em saber se eles foram as idéias gerais, os
II- Os universais existem, eles constituem uma natureza modelos, de que Deus se serviu para criar o mundo ou se
comum real que engloba indivíduos semelhantes, são apenas produtos da imaginação humana destituídos de
diferenciados apenas pelos seus acidentes. qualquer importância teórica.
III- Os universais são apenas palavras (flatus vocis) e,
enquanto palavras, nada podem significar para os Assinale a alternativa que contém as afirmativas corretas.
indivíduos.
IV- Os universais são corpóreos enquanto palavras e A) Apenas II e III.
incorpóreos pela sua função significativa, pois significam B) Apenas I e II.
algo comum para a multiplicidade dos indivíduos. C) Apenas I e III.
D) Apenas III e IV.
Assinale a alternativa cujas assertivas estejam corretas:
A) II e III.
QUESTÃO 4 (ANO 2003 - 2)
B) I e IV.
C) I e II. “Com efeito, alguns tomam a coisa universal da seguinte
D) II e IV. maneira: eles colocam uma substância essencialmente a
mesma em coisas que diferem umas das outras pelas
formas; essa é a essência material das coisas singulares nas
QUESTÃO 5 (ANO 2001 - 2) quais existe, e é uma só em si mesma, sendo diferente
apenas pelas formas dos seus inferiores.”
Sobre a questão dos universais, todas as afirmativas abaixo ABELARDO, Lógica para principiantes. São Paulo: Abril Cultural,
1973. Coleção “Os Pensadores”. p. 218.
são falsas, EXCETO:
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Leia o texto a seguir e responda às questões propostas. Adso: “Porém, quando vós lestes as pegadas sobre a neve
e nos ramos, ainda não conhecíeis (o cavalo) Brunello. De
Para os filósofos, durante a Idade Média, que faziam da certo modo, os rastros nos falavam de todos os cavalos, ou
idéia geral uma realidade, a própria espécie constituía pelo menos de todos os cavalos daquela espécie. Não
necessariamente uma realidade, ao passo que se a idéia devemos então dizer que o livro da natureza nos fala só
geral for apenas um nome, a verdadeira realidade se por meio de essências, como afirmam admiráveis
encontra nos indivíduos que constituem a espécie. Em filósofos?” (...)
outras palavras, para um realista, a humanidade é uma Guilherme: “Só então soube que meu raciocínio anterior
realidade, existe realmente como algo separado dos me levara para perto da verdade. De modo que as ideias,
homens singulares; para um nominalista, a única coisa real que eu usava antes para figurar-me um cavalo que ainda
são os indivíduos humanos, “humanidade” não passa de não tinha visto, eram puros signos, como eram signos da
um conceito, ou nome. Roscelino adota abertamente a ideia de cavalo as pegadas (que vimos) sobre a neve: e
segunda solução do problema. Para ele, o termo “homem” usam-se signos e signos de signos apenas quando nos
ou “humanidade” não designa nenhuma realidade que seja, fazem falta as coisas”.
em qualquer grau, a da espécie humana. Adso (refletindo sobre o seu mestre Guilherme):
GILSON, ETIENNE. A filosofia na Idade Média. São Paulo: Martins
“Outras vezes eu o tinha escutado falar com muito
Fontes, 1998. p. 289.
ceticismo das ideias universais e com grande respeito das
A) Segundo o texto acima, nominalistas e realistas coisas individuais: e depois parece que essa tendência ele a
interpretam de modo diferente a relação entre as palavras tivesse tanto por ser britânico como por ser franciscano”.
ECO, Umberto. O nome da rosa. Tradução de Aurora F. Bernardini e
ou idéias e a realidade existente fora de nossa mente.
Homero F. de Andrade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983. p. 42-43.
Explique essas duas posições filosóficas (nominalismo e
realismo). O trecho em questão pode ser interpretado como uma
reflexão sobre o problema dos universais na Idade Média.
B) Segundo o texto, Roscelino é nominalista ou realista?
Por quê? Nesta famosa questão, destacam-se duas posições: o
Realismo e o Nominalismo. Segundo o Realismo, os
QUESTÃO 2 (ANO 2007 - 2) conceitos universais são entidades que existem por si e
separadas das coisas individuais. Para o Nominalismo, ao
Leia o texto a seguir e responda o que se pede. contrário, os universais não passam de entidades ou signos
mentais, sem existência real separada das coisas
“O grande inspirador da questão (dos universais) foi o individuais.
neoplatônico Porfírio, que em sua obra Isagoge afirma:
‘Não tentarei enunciar se os gêneros e as espécies existem Responda as seguintes questões.
por si mesmos ou somente na inteligência, nem, no caso de
subsistirem (existirem por si), se são corpóreos ou A) Guilherme de Baskerville está defendendo a posição
incorpóreos, nem se existem separados dos objetos (que nominalista ou realista? Por quê?
nomeiam), formando partes dos mesmos’. Esse problema
gerou muitas disputas. Era a grande discussão sobre a B) Justifique sua resposta destacando elementos do trecho
existência ou não das idéias gerais, isto é, os chamados apresentado.
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PROF. ALEXSANDER / FILOSOFIA
A Escolástica é o período da filosofia cristã da Idade "Se é verdade que a verdade da fé cristã ultrapassa as
Média, que vai do século IX ao século XIV. Sobre capacidades da razão humana, nem por isso os princípios
a Escolástica é correto afirmar, EXCETO inatos naturalmente à razão podem estar em contradição
com esta verdade sobrenatural."
A) no século XIII, servindo-se das traduções das obras de (Tomás de Aquino, Suma contra os Gentios, São Paulo.
Aristóteles, que foram feitas diretamente do grego, Tomás Abril Cultural, 1973. p. 70)
de Aquino realizou a síntese magistral entre a teologia Com base no texto acima, explique como Tomás de
cristã e a filosofia aristotélica. Aquino harmoniza as verdades da fé com as verdades
B) a fundação das universidades, já no século XI, permitiu da razão natural.
a expansão da cultura letrada, secularmente guardada nos
mosteiros, e a fermentação de idéias que culminaria nos QUESTÃO 2 (ANO 2001 - 2)
grandes sistemas filosóficos e teológicos do século XIII.
C) no século XII a Igreja condenou o pensamento “Todas as coisas brutas, que não possuem inteligência
platônico, principalmente na sua versão árabe, porque os própria, existem na natureza cumprindo uma função, um
teólogos perceberam um ateísmo intrínseco na forma de objetivo, uma finalidade, semelhante à flecha dirigida pelo
argumentação dialética da personagem Sócrates. arqueiro. Devemos admitir, então, que existe algum ser
D) no século XIV surgiram pensadores, tais como inteligente, que dirige todas as coisas da natureza para que
Guilherme de Ockam, que criticaram a filosofia tomista cumpram seu objetivo. Este ser é Deus.”
pelo seu caráter substancialista; isto abriu perspectivas Tomás de Aquino. Compêndio de Teologia. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
fecundas para o advento da ciência moderna. Coleção “Os Pensadores”.
O texto acima apresenta uma das cinco “provas” da A) Comente a influência de Aristóteles na elaboração do
existência de Deus chamada por alguns de argumento do argumento dessa prova.
Primeiro Motor Imóvel, proposta por Tomás de Aquino. A
propósito desse tema, responda o que é pedido nos itens A B) Cite e exponha uma das outras quatro “provas”
e B. desenvolvidas por Tomás de Aquino.
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PROF. ALEXSANDER / FILOSOFIA
TEORIA DO CONHECIMENTO
RENÉ DESCARTES
QUESTÃO 6 (ANO 2000 - 1) claramente que, para pensar, é preciso existir, julguei
poder tomar por regra geral que as coisas que concebemos
Sobre a filosofia de Descartes, pode-se afirmar, com mui clara e mui distintamente são todas verdadeiras,
certeza, que as suas mais importantes conseqüências foram havendo apenas alguma dificuldade em notar bem quais
são as que concebemos distintamente."
(DESCARTES, Discurso do Método. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p.
I- a afirmação do caráter absoluto e universal da razão que, 55. Coleção "Os Pensadores")
através de suas próprias forças, pode descobrir todas as
verdades possíveis. I- Este "eu" cartesiano é a alma e, portanto, algo mais
II- a adoção do Método Matemático, que permite difícil de ser conhecido do que o corpo.
estabelecer cadeias de razões. II- O "eu penso, logo existo" é a certeza que funda o
III- a superação do dualismo psico-físico, isto é, a primeiro princípio da Filosofia de Descartes.
dicotomia entre corpo e consciência. III- O "eu", tal como está no Discurso do Método, é
inteiramente distinto da natureza corporal.
Assinale a alternativa correta. IV- Ao concluir com o "logo existo", fica evidente que o
"eu penso" depende das coisas materiais.
A) II e III
B) III Assinale a alternativa cujas assertivas estejam corretas.
C) I e III
D) I e II A) Apenas II e IV.
B) I, II, IV.
QUESTÃO 8 (ANO 2000 - 2) C) Apenas III e IV.
D) Apenas II e III.
Descartes (1596-1650) é importante para a Filosofia
Moderna porque foi quem superou o ceticismo da filosofia QUESTÃO 3 (ANO 2001 - 2)
do século XVI. Embora tenha se servido do recurso dos
céticos . a dúvida ., Descartes utilizou este recurso para O exercício da dúvida é o procedimento identificado com
atingir a idéia clara e distinta, algo evidente e, portanto, o ceticismo. Descartes, no entanto, utilizou do expediente
irrefutável. Com base neste argumento, da dúvida com outro propósito. A respeito de sua conduta
e o comportamento dos céticos, Descartes manifestou-se
I- a evidência não diz respeito à clareza e à distinção das na Terceira Parte do Discurso do Método:
coisas; “Não que imitasse, para tanto, os céticos, que duvidam
II- a análise é o procedimento que deve ser realizado para apenas por duvidar e afetam ser sempre irresolutos: pois,
dividir as dificuldades até a sua menor parte; ao contrário, todo o meu intuito tendia tão-somente a me
III- a enumeração é a primeira regra do método para a certificar e remover a terra movediça e a areia, para
investigação da verdade; encontrar a rocha ou a argila.”
IV- a síntese proporciona a ordem para os raciocínios, R. Descartes. Discurso do Método. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção “Os
Pensadores”.
desde o mais simples até o mais complexo.
Estão corretas as afirmações: Com base na citação acima, explique o uso da dúvida e a
finalidade do seu emprego.
A) I, II e III
B) I, III e IV QUESTÃO 2 (ANO 2002 - 1)
C) II e IV
D) II e III Leia com atenção a exposição dos preceitos fundamentais
do Método, feito por Descartes.
QUESTÃO 6 (ANO 2001 - 1) “O primeiro era de jamais acolher alguma coisa como
verdadeira que não conhecesse evidentemente como tal;
Leia com atenção a citação e, em seguida, analise as (...). O segundo, o de dividir cada uma das dificuldades
assertivas. que eu examinasse em tantas parcelas quantas possíveis e
"E, tendo notado que nada há no eu penso, logo existo, que quantas necessárias fossem para melhor resolvê-las. O
me assegure de que digo a verdade, exceto que vejo muito terceiro, o de conduzir por ordem os meus pensamentos,
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PROF. ALEXSANDER / FILOSOFIA
começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de QUESTÃO 3 (ANO 2003 - 2)
conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus,
até o conhecimento dos mais compostos, (...) e o último, o Descartes afirmou no Discurso do método que a boa
de fazer revisões tão gerais, que eu tivesse a certeza de condução da razão na pesquisa da verdade das coisas deve
nada omitir.” ser feita em poucas regras. Sendo assim, o primeiro dos
DESCARTES. Discurso do Método. Coleção “Os Pensadores”. São
Paulo: Abril Cultural, 1987. quatro preceitos básicos do seu método diz o seguinte:
jamais acolha alguma coisa como verdadeira que não
A efetivação do método ocorre graças ao esforço do conheça evidentemente como tal.
pensamento que objetiva descobrir a verdade das coisas
existentes. Tomando o texto de Descartes por referência, A aplicação desta primeira regra evita dois graves defeitos.
indique as quatro operações mentais que cada um deve Responda: quais são e como se caracterizam os dois
fazer para executar o método proposto pelo filósofo defeitos a que se refere Descartes?
francês.
QUESTÃO 2 (ANO 2009 - 1)
QUESTÃO 2 (ANO 2002 - 2)
O texto abaixo é de René Descartes (1596 – 1650). Leia-o
De acordo com Descartes: com atenção.
a razão (...) “é naturalmente igual em todos os homens; e,
destarte, que a diversidade de nossas opiniões não provém “Mas, logo em seguida, adverti que, enquanto eu queria
do fato de serem uns mais racionais do que outros, mas assim pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente
somente de conduzirmos nossos pensamentos por vias que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que
diversas e não considerarmos as mesmas coisas. Pois não é esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão
suficiente ter o espírito bom, o principal é aplicá-lo bem.” certa que todas as mais extravagantes suposições dos
DESCARTES. Discurso do Método, para bem conduzir a própria razão céticos não seriam capazes de a abalar, julguei que podia
e procurar a verdade nas ciências. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p.29. aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio da
filosofia que procurava.”
Com relação ao fragmento acima, responda. Descartes. Discurso do Método. Coleção OsPensadores. São Paulo: Abril
Cultural, 1973. p. 41.
Quais são as vias diversas, que prejudicam a boa aplicação
Com base no pensamento de Descartes, reponda o que se
da razão?
pede.
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PROF. ALEXSANDER / FILOSOFIA
DAVID HUME
HUME. “Investigações acerca do entendimento humano” — Seção II. In:
Da origem das idéias. Coleção “Os Pensadores”. São Paulo: Abril
QUESTÃO 8 (ANO 2001 - 1) Cultural, 1989. (Grifos do autor).
A respeito da filosofia de David Hume (1711-1776), Observando os exemplos empregados pelo filósofo
escolha entre as alternativas abaixo a única que oferece, escocês, analise as assertivas abaixo.
respectivamente, uma característica empirista e uma
característica cética do pensamento deste filósofo escocês. I - Todas as idéias utilizadas pela razão originam-se,
diretamente, do pensamento puro, sem nenhuma relação
A) Nenhuma idéia complexa pode ser derivada das com as sensações.
sensações; a idéia de eu pode ser representada pelo II - A vinculação de uma coisa — o ouro, com outra — a
pensamento puro. montanha, não depende da vontade de querer associá-las.
B) As idéias simples são inatas e independem dos sentidos; III - Tudo aquilo que está no pensamento deriva das
a causalidade é uma conexão necessária e facilmente sensações externas e internas: o cavalo e a virtude do
observável. exemplo acima.
C) As idéias se originam da experiência sensível; as IV - Toda composição das coisas, conhecidas em separado,
impressões não são constantes e invariáveis a ponto de depende do espírito e da vontade que as empregam.
constituir a idéia de eu.
D) A relação causa-efeito é apreendida pelo raciocínio a Assinale a alternativa que contém as assertivas
priori; as impressões são variáveis, por isso não há nada de verdadeiras.
regular no mundo.
A) Apenas II e III.
QUESTÃO 10 (ANO 2001 - 2) B) Apenas I, III e IV.
C) Apenas I e II.
Para David Hume, a negação da validade universal do D) Apenas III e IV.
princípio de causalidade e da noção de necessidade que tal
princípio implica, é fundamentada: QUESTÃO 8 (ANO 2002 - 2)
A) na observação dos fenômenos que permite a David Hume escreveu que “podemos, por conseguinte,
compreensão e o conhecimento do mecanismo interno das dividir todas as percepções do espírito em duas classes ou
coisas reais. Assim, qualquer ciência pode atingir o espécies, que se distinguem por seus diferentes graus de
conhecimento pleno e definitivo dos fenômenos. força e vivacidade”.
B) na observação dos fatos e no hábito que permitem a HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo:
Nova Cultural, 1989, p. 69.
afirmação mais geral quando a observação permite a
associação de situações semelhantes; o hábito, portanto, Assinale a ÚNICA alternativa, que apresenta estas
vai além da experiência. duas classes de percepções:
C) em toda relação de causa e efeito, porém, é a
causalidade que permite a passagem de um objeto para A) os pensamentos e as impressões.
outro objeto, cada associação permite o conhecimento da B) as idéias inatas e os dogmas religiosos.
natureza íntima das coisas, ou seja, da sua realidade C) as certezas evidentes e os hábitos sociais.
interior. D) as superstições e as intuições intelectuais.
D) no conhecimento que só é possível pela refutação de
todas as crenças; isto significa purificar o entendimento QUESTÃO 7 (ANO 2003 - 1)
dos hábitos que o condicionam, permitindo o fluir das
idéias inatas e independentes da experiência. De acordo com David Hume, “... embora nosso
pensamento pareça possuir esta liberdade ilimitada,
QUESTÃO 2 (ANO 2002 - 1) verificamos, através de um exame mais minucioso, que ele
está realmente confinado dentro de limites muito reduzidos
Hume escreveu: “Quando pensamos numa montanha de e que todo poder criador do espírito não ultrapassa a
ouro, apenas unimos duas idéias compatíveis, ouro e faculdade de combinar, de transpor, aumentar ou diminuir
montanha, que outrora conhecêramos. Podemos conceber os materiais que nos foram fornecidos pelos sentidos e
um cavalo virtuoso, pois o sentimento que temos de nós pela experiência.“ HUME, David. Investigação acerca do
mesmos nos permite conceber a virtude e podemos uni-la à entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1989. Coleção “Os
Pensadores”. p. 70.
figura e forma de um cavalo, que é um animal bem
conhecido”.
Com base na citação acima é correto afirmar:
10
PROF. ALEXSANDER / FILOSOFIA
11
PROF. ALEXSANDER / FILOSOFIA
12
PROF. ALEXSANDER / FILOSOFIA
IMMANUEL KANT
Kant (séc. XVIII) distinguiu duas modalidades de O criticismo de Kant representa a reação do pensamento
conhecimentos: os empíricos e os apriorísticos. Segundo do Século das Luzes à polarização decorrente do
ele, esse dois tipos de conhecimentos se exprimem como racionalismo e do empirismo do século anterior. Logo, na
juízos sintéticos e juízos analíticos. Assim, introdução da sua obra Crítica da razão pura, Kant
defende a realização da revolução copernicana na filosofia.
I- juízo analítico é aquele em que o predicado é a Sobre esta revolução, analise as assertivas abaixo.
explicitação do conteúdo do sujeito.
II- juízo sintético é aquele no qual o predicado não I - A filosofia, até então, sempre se guiou pelos instintos,
acrescenta novos dados sobre o sujeito. deixando sempre no plano inferior o objeto do
III- um juízo, para ter valor científico ou filosófico, deve conhecimento.
ser universal e necessário e verdadeiro. II - Nas atividades filosóficas é preciso que o objeto seja
IV- juízo sintético, a priori, é o conhecimento universal, regulado pelo conhecimento humano, o conhecimento a
necessário e verdadeiro. priori.
III - O conhecimento a priori resulta da faculdade de
Estão corretas as afirmativas. intuição, cuja comprovação é alcançada com a experiência.
IV - Só é verdadeiro o conhecimento resultante da
A) I, II e III experiência, quando esta toma o objeto como a coisa em si
B) I, III e IV mesma, sem o auxílio da razão.
C) I, III, e IV Assinale a alternativa que contém as assertivas
D) I e II verdadeiras.
I) O conhecimento empírico resulta da experiência A respeito dos juízos analíticos e dos juízos sintéticos em
sensível e é expresso pelas impressões, portanto, trata-se Kant, é correto afirmar que:
de um conhecimento a priori.
II) O conhecimento a priori é um conhecimento puro e A) Juízos analíticos ou de experiência são aqueles em que
independente de todas as impressões dos sentidos, a relação entre o sujeito e seu predicado é pensada sem
portanto, livres dos elementos empíricos. identidade; juízos sintéticos ou afirmativos são aqueles em
III) O conhecimento puro, a priori, é um juízo pensado que há identidade entre o sujeito e seu predicado.
com universalidade rigorosa, de modo que tal juízo não B) Juízos analíticos ou afirmativos, são aqueles que
aceita nenhuma exceção. resultam da identidade do sujeito com seu predicado; os
IV) O conhecimento empírico, a posteriori, é um juízo juízos sintéticos ou de experiência são aqueles que são
analítico, pois ele só é possível por intermédio de um pensados sem a identidade entre o sujeito e seu predicado.
conhecimento analítico dos conceitos. C) Juízo analítico é fundado sobre a experiência, porque o
fundamento é sempre o testemunho da experiência; os
Assinale a alternativa que contém as assertivas juízos sintéticos, que são princípios de identidade, não
verdadeiras: acrescentam ao sujeito nenhum predicado novo.
D) Juízos analíticos, resultantes da identidade do sujeito
A) II e III com o seu predicado, podem ser denominados de juízos de
B) I, II e IV ampliação; os juízos sintéticos, nos quais não há
C) I, III e IV identidade, podem ser denominados de juízos de
D) III e IV elucidação.
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FILOSOFIA POLÍTICA
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THOMAS HOBBES
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JEAN-JACQUES ROUSSEAU
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JOHN LOCKE
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NICOLAU MAQUIAVEL
Muito citado e pouco conhecido, Nicolau Maquiavel é um dos maiores expoentes do Renascimento e sua
contribuição determinou novos horizontes para a filosofia política.
I – A virtú é a qualidade dos oportunistas, que agem guiados pelo instinto natural e irracional do egoísmo e almejam,
exclusivamente, sua vantagem pessoal.
II – O homem de virtú é antes de tudo um sábio, é aquele que conhece as circunstâncias do momento oferecido pela fortuna e
age seguro do seu êxito.
III – Mais do que todos os homens, o príncipe tem de ser um homem de virtú, capaz de conhecer as circunstâncias e utilizá-las
a seu favor.
IV – Partidário da teoria do direito divino, Maquiavel vê o príncipe como um predestinado e a virtú como algo
que não depende dos fatores históricos.
A) I, II, e III
B) II e III
C) II e IV
D) II, III e IV
“Portanto, um príncipe deve gastar pouco para não ser obrigado a roubar seus súditos; para poder defender-se; para não se
empobrecer, tornando-se desprezível; para não ser forçado a tornar-se rapace; e pouco cuidado lhe dê a pecha de miserável;
pois esse é um dos defeitos que lhe dão a possibilidade de bem governar.”
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção Os Pensadores. p. 66.
A) O príncipe não precisa roubar os súditos, porque a ele é reservada a fortuna, toda riqueza possível de ser
acumulada graças à capacidade de poupar os tesouros. Esta definição de fortuna, cunhada por Maquiavel, é típica da época em
que havia o apego às riquezas materiais, especialmente, a prata e o ouro da América.
B) A visão política de Maquiavel era a mesma dos seus contemporâneos, favorável ao poder absoluto dos governantes e
defensora da opressão do Estado sobre os súditos, o que resultou na manutenção do Estado feudal, caracterizado pela
expropriação da sociedade, por meio de tributos elevados e injustos.
C) A defesa da sobriedade administrativa do príncipe evidencia a forte ligação que unia Maquiavel à Igreja Católica, ambos
imbuídos na defesa do poder divino dos soberanos. Prova disso é que, em seu livro O Príncipe, Maquiavel exorta o novo
príncipe a ser sempre piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso.
D) Maquiavel identifica o príncipe com o homem de ação, cujo caráter é formado pela ética que lhe permite o uso dos meios
apropriados para a organização do seu Estado; o novo príncipe deve ser corajoso e inteligente, evitando a opulência e a
ostensão em favor de seu poder político.
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.Creio que isto [a usurpação de um principado] seja conseqüência de serem as crueldades mal ou bem praticadas. Bem usadas
se podem chamar aquelas (se é que se pode dizer bem do mal) que são feitas, de uma só vez, pela necessidade de prover
alguém à própria segurança, e depois são postas à margem, transformando-se o mais possível em vantagem para os súditos.
Mal usadas são as que, ainda que a princípio sejam poucas, em vez de extinguirem-se [as crueldades], crescem com o tempo..
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Trad. Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 38. Coleção .Os Pensadores..
O primeiro texto afirma a falácia do argumento da política bélica norte-americana após 11de setembro de 2001. O texto de
Maquiavel faz menção aos resultados do emprego da violência para a conquista de novos principados e, conseqüentemente, a
expansão do poder despótico.
Por que o recurso à agressão e à fraude são ineficazes, tal como assevera a autora do primeiro texto, só fazendo aumentar a
violência e a instabilidade política, como concluiu Maquiavel, no segundo texto citado?
Sobre os conceitos de fortuna e virtù na filosofia política de Maquiavel, considere o trecho abaixo.
O desejo de conquistar é coisa verdadeiramente natural e ordinária e os homens que podem fazê-lo serão sempre louvados
e não censurados. Mas se não podem e querem fazê-lo, de qualquer modo, é que estão em erro, e são merecedores de
censura.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Tradução de Lívio Teixeira. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 14.
Responda:
A) Em que condições a ação bem sucedida de quem quer conquistar não deve ser censurada?
E há de se entender o seguinte: que um príncipe, e especialmente um príncipe novo, não pode observar todas as coisas a que
são obrigados os homens considerados bons, sendo freqüentemente forçado, para manter o governo, a agir contra a caridade, a
fé, a humanidade, a religião. É necessário, por isso, que possua ânimo disposto a voltar-se para a direção a que os ventos e as
variações da sorte o impelirem, e, como disse mais acima, não partir do bem, mas podendo, saber entrar para o mal, se a isso
estiver obrigado.
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 8. Coleção Os Pensadores
A) Extraia uma expressão do texto acima que defina a idéia de que, para Maquiavel, “os fins justificam os meios” e justifique
sua resposta.
B) Extraia uma expressão do texto acima que esteja adequada ao conceito de fortuna e explique por que ela é adequada.
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FRIEDRICH HEGEL
Leia com atenção o fragmento abaixo, extraído das Lições Considere o fragmento abaixo.
de Filosofia da História, do filósofo alemão G.W.F.
Hegel. O Estado é a idéia moral exteriorizada na vontade humana
e liberdade desta. Por isso, a alteração da história pertence
“A finalidade do espírito universal é encontrar-se, voltar-se essencialmente a ele, e os momentos da idéia nele se
para si mesmo e encarar-se como realidade. Porém, o que apresentam como princípios diferenciados..
poderia ser questionado é se essa vitalidade dos indivíduos HEGEL, G.W.F. Filosofia da História. Trad. de Maria Rodrigues e Hans
Harden. 2.ed. Brasília: Editora da UnB, 1998. p. 45.
e dos povos, quando buscam os seus interesses e os
satisfazem, é também meio e instrumento de algo mais
A constatação de Hegel foi feita no início do século XIX e
sublime e abrangente — a respeito do que eles nada
retrata a nova constituição do Estado que deixou de ser a
sabem, e que realizam sem consciência.”
encarnação do poder divino na figura do soberano, ou
ainda, o despotismo monárquico. Com base na citação
Analise as assertivas abaixo.
acima, explique o Estado moderno como processo
histórico.
I - Quando Hegel fala da finalidade do espírito universal,
ele refere-se a algo que se concretiza na história sob a
forma do Estado, tendo como ápice o Estado Moderno, QUESTÃO 4 (ANO 2006 - 1)
inspirado na revolução francesa, cuja constituição reuniu
os direitos do homem, isto é, os direitos naturais, e os Na obra Introdução à História da Filosofia, Hegel
direitos do cidadão, ou seja, os direitos civis. expressou o seguinte juízo:
II - Aquilo que merece ser questionado conduz à refutação
da vitalidade dos indivíduos e dos povos como agentes “Na realidade, porém, tudo o que somos, somo-lo por obra
históricos, pois a edificação do Estado acontece graças à da história; ou para falar com maior exatidão, do mesmo
cadeia cega dos eventos humanos, que são arrastados pelo modo que na história do pensamento o passado é apenas
destino e sempre produziram, como resultado, o melhor uma parte, assim no presente, o que possuímos de modo
dos mundos. Essa teoria foi enunciada por Leibniz. permanente está inseparavelmente ligado com o fato da
III - A questão, levantada por Hegel, se a vitalidade “dos nossa existência histórica. O patrimônio da razão
indivíduos e dos povos quando buscam os seus interesses e autoconsciente que nos pertence não surgiu sem
os satisfazem, é também meio e instrumento de algo mais preparação, nem cresceu só do solo atual, mas é
sublime e abrangente”, encontra, no próprio texto da característica de tal patrimônio o ser herança e, mais
Filosofia da História, uma resposta afirmativa, pois Hegel propriamente, resultado do trabalho de todas as gerações
acreditava que o Estado Moderno é resultado da astúcia da precedentes do gênero humano.”
Hegel. Introdução à História da Filosofia. São Paulo: Nova Cultural,
razão. 1989. Coleção “Os Pensadores”, p. 87.
IV - O voltar-se para si é típico da visão da história como
passado, essa visão não admite o progresso na história Responda:
universal, de maneira que todos os eventos humanos A) qual é a meta, segundo Hegel, do processo histórico?
concorrem para a ruína da sociedade humana.
Por isso, o “voltar-se para si mesmo” equivale ao mito do B) aponte a diferença fundamental entre a concepção de
eterno retorno, amplamente popularizado no século XIX
história de Hegel e a de Marx.
com a filosofia de Nietzsche.
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PROF. ALEXSANDER / FILOSOFIA
KARL MARX
Sobre a filosofia de Marx, analisando o conceito de Apenas determina o lugar exato que lhe cabe na totalidade
trabalho, é correto afirmar que objetiva da evolução da natureza e da sociedade.”
LUKÀCS, G. Existencialismo ou marxismo. São Paulo: Senzala, 1967. p.
127.
I- a produção e a reprodução das condições de existência
se realizam através do trabalho; A citação acima exprime, com rigor, o método materialista
II- a divisão social do trabalho não é uma simples divisão dialético, concebido por Karl Marx para a investigação
de tarefas, mas a manifestação da existência da social, cujo propósito era a transformação da sociedade,
propriedade; tendo em vista a superação do capitalismo e a construção
III- os seres humanos distinguem-se dos animais porque da sociedade sem classes.
são dotados de consciência e não porque produzem.
Com base na citação, assinale a alternativa correta.
Assinale a alternativa correta.
A) II e III A) Os fundamentos materiais da ação humana decorrem
B) III das relações sociais, manifestadas nas relações de
C) I e III produção, que determinam o ser social do homem e
D) I e II interferem no mundo da natureza.
B) A subjetividade é o motor da história, pois é ela, como
QUESTÃO 3 (ANO 2002 - 1) consciência, que determina todo o progresso material e
dirige a integração do homem com a natureza, resultando,
O filósofo alemão Karl Marx (1818-1883) afirmou que a então, a objetivação da natureza.
totalidade “das relações de produção forma a estrutura C) As relações de produção, enquanto relações materiais
econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta celebradas entre os homens, são relações mecânicas e
uma superestrutura jurídica e política”. independentes da vontade e da subjetividade humana, que
MARX, Karl. Para a crítica da economia política. Coleção “Os se submetem à lei natural.
Pensadores”. São Paulo: Abril Cultural, 1987, pp: 29-30. D) A totalidade objetiva da evolução da natureza e da
sociedade cumprem seu destino natural e realizam a sua
Considerando a afirmativa de Karl Marx, assinale a finalidade, que é a harmonia, a paz e a prosperidade do
alternativa correta. homem graças ao trabalho assalariado.
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ÉTICA
ARISTÓTELES
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PROF. ALEXSANDER / FILOSOFIA
IMMANUEL KANT
QUESTÃO 4 (ANO 2007 - 1)
QUESTÃO 6 (ANO 2002 - 2)
Leia com atenção o texto abaixo.
O esclarecimento exige liberdade. Kant associou a
liberdade ao exercício da razão em todas as circunstâncias Um menino, a pedido de sua mãe, foi de manhã à padaria
da vida. para comprar pães de queijo. Como estivesse em
Frente às informações apresentadas, analise as assertivas dificuldades financeiras, o comerciante cobrou-lhe trinta
abaixo. centavos a mais pela mercadoria, considerando que este
I - A liberdade consiste no uso público da razão, ou seja, dinheiro por certo não faria falta a uma criança de
cada um faz uso de sua própria razão e fala em seu próprio aparência tão saudável. No início da noite, o pai do menino
nome. voltou à padaria para comprar leite, e equivocou-se ao
II - O uso privado da razão é, sempre e em todas as pagar o comerciante, dando-lhe cinqüenta centavos a mais.
circunstâncias, o impedimento do progresso do O comerciante, no entanto, prontamente, restituiu ao
esclarecimento. freguês os cinqüenta centavos pagos a mais, considerando
III - A prática de uma profissão, a do professor por que o pai do menino era fiscal da prefeitura e que, em
exemplo, quando destituída de crítica, ela é tão só o uso qualquer caso, seria conveniente manter boas relações com
privado da razão. as autoridades locais.
IV - O sábio é aquele que, além de desempenhar uma
função profissional, exerce sua liberdade de expor Em conformidade com o pensamento kantiano, responda
publicamente suas idéias. as três questões que se seguem.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmações A) Por que a primeira atitude do comerciante (em relação
corretas. ao menino) é contrária ao dever e imoral?
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PROF. ALEXSANDER / FILOSOFIA
FRIEDRICH W. NIETZSCHE
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PROF. ALEXSANDER / FILOSOFIA
JEAN-PAUL SARTRE
Para Sartre (1905-1980) o homem a todo momento está QUESTÃO 4 (ANO 2004 - 1)
escolhendo o caminho a seguir em sua existência, e esta
escolha tem valor porque é feita entre outras inúmeras O nada, impensado para Parmênides, encontrou em Sartre
possibilidades; esta situação é de angústia, mas, uma vez valor ontológico, pois o nada é o ponto de partida da
feita a escolha, a angústia passa a ser a autonomia do existência humana, uma vez que não há nenhuma
querer. A situação existencialista da escolha, tal como foi anterioridade à existência, nem mesmo uma essência. Esta
descrita, implica tese apareceu no livro O Ser e o Nada. Tal afirmação
encontra-se também em outro livro, O existencialismo é
A) a má fé do homem, pois a escolha é feita somente para um humanismo, no qual está escrito:
satisfação de si mesmo. .Porém, se realmente a existência precede a essência, o
B) a responsabilidade do homem, pois ele é sempre o autor homem é responsável pelo que é. Desse modo, o primeiro
da escolha feita. passo do existencialismo é o de pôr todo homem na posse
C) a falsa consciência, que desconhece a autonomia e do que ele é, de submetê-lo à responsabilidade total de sua
aceita aquilo que fazem de si. existência..
D) a natureza humana imutável do indivíduo, que é a SARTRE, J.P. O existencialismo é um humanismo. Trad. de Rita Correia
Guedes. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 6. Coleção .Os Pensadores..
certeza da liberdade espiritual. A responsabilidade para Sartre diz respeito
D) ao partido político que tem a primazia na condução do B) O existencialismo é uma doutrina que propõe a adoção
processo de edificação da nova imagem de homem de certos valores como liberdade e angústia. Para o
comprometido com a revolução e que faz de cada um existencialismo, a liberdade significa a total recusa da
aquilo que deverá ser, tal como ficou célebre no mote responsabilidade.
existencialista: o que importa é o resultado daquilo que nos C) Defender que “tudo é permitido” significa que o
fizeram. homem não deve assumir o que faz, pois todos os homens
são essencialmente determinados por forças sociais.
QUESTÃO 10 (ANO 2006 - 1) D) Para Sartre, a expressão “tudo é permitido” significa
que o homem livre nunca deve considerar os outros e pode
“(...) não encontramos, já prontos, valores ou ordens que fazer tudo o que quiser, sem assumir qualquer
possam legitimar a nossa conduta. Assim, não teremos responsabilidade.
nem atrás de nós, nem na nossa frente, no reino luminoso
dos valores, nenhuma justificativa e nenhuma desculpa. QUESTÃO 10 (ANO 2009 - 2)
Estamos sós, sem desculpas. É o que posso expressar
dizendo que o homem está condenado a ser livre. Leia o texto abaixo.
Condenado, porque não se criou a si mesmo, e como, no “A doutrina que lhes estou apresentando é justamente o
entanto, é livre, uma vez que foi lançado no mundo, é contrário do quietismo, visto que ela afirma: a realidade
responsável por tudo o não existe a não ser na ação; aliás, vai longe ainda,
que faz”. acrescentando: o homem nada mais é do que o seu projeto;
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. 3ª ed. São só existe na medida em que se realiza; não é nada além do
Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 9.
conjunto de seus atos, nada mais que sua vida”.
SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um humanismo. São Paulo:
Tomando o texto acima como referência, assinale a Nova Cultural, 1987, Col. Os Pensadores. p. 13.
alternativa correta.
Tomando o texto acima como referência, assinale a
A) Sartre afirma que o homem está condenado a ser livre e alternativa correta.
que, por esta razão, deve ser responsável por tudo o que
acontece ao seu redor. A) A frase “a realidade não existe a não ser na ação”
B) Sartre considera que o homem não é responsável por significa que é o homem aquele que cria toda a realidade
seus atos, “porque não se criou a si mesmo”, sendo, por possível e imaginável, que o homem é o ser que cria o
esta razão, totalmente livre. mundo todo a partir de sua existência.
C) Ao dizer que “(...) não encontramos, já prontos, valores B) O existencialismo sartreano é uma espécie muito
ou ordens que possam legitimar a nossa conduta”, Sartre particular de quietismo, porque afirma que o homem é
defende que o existencialismo não admite qualquer valor, livre a partir do momento em que deixa a decisão sobre a
nem a liberdade. própria existência nas mãos dos outros.
D) O existencialismo de Sartre defende a tese da absoluta C) Quando Sartre afirma que o homem “nada mais é do
responsabilidade do homem em relação aos atos que que a sua vida”, ele está dizendo que todos são iguais na
pratica, porque sua moral parte do princípio de uma indeterminação de seus atos e que, portanto, é indiferente
liberdade coerente e comprometida com o bem comum. ser responsável ou não pelas ações praticadas.
D) O existencialismo de Sartre é o contrário do quietismo,
QUESTÃO 50 (ANO 2008 - 2) porque defende que a vida humana é feita a partir das
ações e escolhas que cada ser humano realiza juntamente
Considere o texto abaixo. com outros homens. A vida do homem é um projeto que se
realiza em plena liberdade.
Dostoiévski escreveu: “Se Deus não existisse, tudo seria
permitido”. Eis o ponto de partida do existencialismo. De QUESTÃO 4 (ANO 2001 - 1)
fato, tudo é permitido se Deus não existe, e, por
conseguinte, o homem está desamparado porque não "E, quando dizemos que o homem é responsável por si
encontra nele próprio nem fora dele nada a que se agarrar. próprio, não queremos dizer que o homem é responsável
Para começar, não encontra desculpas. pela sua restrita individualidade, mas que é responsável
SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um humanismo. Trad. De Rita
Correia Guedes. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 9. por todos os homens."
(Sartre, J-P. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Abril
Cultural, 1978. p. 219 Coleção "Os Pensadores")
Tomando o texto acima como referência, marque a
alternativa correta. Explique a afirmação de Sartre, segundo a qual a
responsabilidade de cada um, ela própria, envolve toda a
A) Nesse texto, Sartre quer mostrar que sua teoria da humanidade.
liberdade pressupõe que o homem é sempre responsável
pelas escolhas que faz e que nenhuma desculpa deve ser QUESTÃO 4 (ANO 2003 - 1)
usada para justificar qualquer ato.
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PROF. ALEXSANDER / FILOSOFIA
Jean-Paul Sartre foi um dos principais filósofos do século QUESTÃO 4 (ANO 2003 - 2)
XX. Ele sustentou um projeto existencialista centrado na
ação da pessoa, que diante do mundo se dilacera para “Gostaria de defender, aqui, o existencialismo de uma
poder realizar sua vida como projeto de autonomia da série de críticas que lhe foram feitas”, assim começa Sartre
própria existência. o seu opúsculo O existencialismo é um humanismo.
Eis o comentário de Sartre: “O existencialismo não é tanto
um ateísmo no sentido em que se esforçaria por Quais foram as principais críticas dirigidas ao
demonstrar que Deus não existe. Ele declara, mais
existencialismo sartreano?
exatamente: mesmo que Deus existisse, nada mudaria; eis
nosso ponto de vista.”
SARTRE, Jean-Paulo. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: QUESTÃO 4 (ANO 2009 - 1)
Nova Cultural, 1987. Coleção “Os Pensadores”. p.
O que Sartre colocou em evidência com esta afirmação Leia atentamente o texto abaixo.
“[...] se a existência precede a essência, nada poderá jamais
polêmica?
ser explicado por referência a uma natureza humana dada e
definitiva; ou seja, não existe determinismo, o homem é
livre, o homem é liberdade.”
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