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Texto: Salmos 51.

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Como ter uma vida vitoriosa?

Devido ao avanço da teologia da prosperidade no meio evangélico quando se fala


em uma vida “vitoriosa” geralmente os crentes logo pensam em sucesso material,
imaginam que o pregador vai profetizar ou revelar os segredos de que estão
precisando para realizar os seus sonhos e desejos pessoais.

No entanto, quando a bíblia fala em Vitoria ela nos coloca diante da cruz do
calvário e aponta para a vitória de Jesus Cristo. Na Cruz Cristo venceu os
poderes das trevas, o mundo, a morte e o poder do pecado. Portanto a verdadeira
vitória do cristão estar em ser unido a Cristo na sua morte e ressurreição pela
fé. Em cristo somos mais do que vencedores!

Precisamos tomar posse dessa vitória todos os dias, porque embora possamos
ter a certeza da salvação em Jesus por causa da nossa natureza carnal ainda
estamos sujeitos a falhas e a quedas. Todos nós temos de travar diariamente
uma guerra interior para nos santificarmos ao Senhor.

“Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes


as obras do corpo, vivereis.” Rm 8:13

Comentado esse versículo o teólogo puritano John Owen afirmou “Mate


continuamente o pecado ou ele matará você continuamente”

O cristão tem a responsabilidade de batalhar para mortificar o poder do pecado,


dia a dia temos que vencer as tentações do pecado para seguirmos vitoriosos
crescendo em santidade. Por isso a vitória do crente é a sua santificação. E isso
claro, só se torna possível a partir da graça de Deus na pessoa do Espírito Santo
e sua ação santificadora.

Portanto se quisermos viver uma vida vitoriosa:

Precisamos viver em total dependência da graça de Deus.

I. É pela graça de Deus que temos o perdão de nossos pecados (Sl 51.
1,2,7,9).

Salmos 51 é para nós, como palavra de Deus, um manual de fé prático para


aprendermos o quanto somos dependentes de Deus. Este salmo de maneira
especial nos mostra o quanto Deus é bom, misericordioso e gracioso.

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O subtítulo desse salmo faz referência a história trágica do pecado de Davi.
Porque tradicionalmente, este salmo é considerado a oração de Davi,
lamentando o adultério com Bate-Seba e o assassinato do marido dela, Urias.

Este é um dos salmos de penitência que melhor expressa as preocupações e os


desejos de um pecador arrependido. E está registrado como forma de
advertência a todos nós, para que aquele que pensa estar de pé cuide para que
não caia (1Co 10.12).

A ênfase dessa mensagem na graça de Deus se dá pelo fato de que o


arrependimento que Davi expressa neste salmo veio a ele, não por iniciativa
própria, mas por meio da ministração do profeta Natã (2Sm 12. 1-15), que foi
enviado por Deus para convencê-lo do seu pecado, depois de ele persistir ao
longo de quase um ano (ao que parece) sem qualquer demonstração específica
de remorso ou arrependimento pelo erro.

A primeira ação é a de Deus. A manifestação da graça de Deus foi anterior ao


arrependimento de Davi. Fica claro, portanto, que o arrependimento é a reação
humana à graça de Deus. De modo que, a Escritura nos diz que não podemos
ignorar que é a graça de Deus que nos conduz ao arrependimento (Rm 2.4).

II. É pela graça de Deus que nos arrependemos e confessamos os


nossos pecados (Sl 51.3-6).

Se considerarmos que ainda não somos perfeitos e que estamos no processo


continuo da obra salvadora de Deus, ou seja, a santificação, então até que Cristo
volte e nos glorifique há coisas escondidas nos porões da nossa alma pelas quais
devamos diariamente ser conduzidos ao arrependimento.

O Senhor graciosamente usa o ministério da palavra para nos trazer de volta


para si, e fazer com que a paz e comunhão com seu Espírito sejam restauradas.

A Escritura diz em 2 Samuel 12 que o profeta Natã vai ao encontro de Davi


confrontar o seu pecado, e só a partir de então que ele confessa “pequei contra
o Senhor! ” (v.13). Depois de ser convencido da gravidade de seu pecado, Davi
buscou desesperadamente pela graça de Deus para restaurar a sua situação.

A confissão de Davi tem duas características:

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a) Uma confissão é específica “Fiz o que é mau perante os teus olhos” (v.
4).

Ele confessa a sua verdadeira transgressão “Contra ti, contra ti somente pequei.”
Porque primeiramente o pecado é uma ofensa direta contra a santidade de Deus.

Aqui aprendemos que é importante sermos específicos ao confessarmos os


nossos pecados, para que possamos ser mais objetivos em nossos pedidos de
perdão e, como isso, possamos desfrutar de uma pacificação maior com nós
mesmo e com o Senhor.

b) Uma confissão geral (v.5).

Ele confessa a sua corrupção original, ou seja, herdou a natureza caída de Adão.
Além de ser culpado de adultério e homicídio, tenho uma natureza adúltera e
assassina. Em outras palavras ele está dizendo “Senhor perdoa o que eu fiz,
perdoa o quem eu sou”.

A graça de Deus nos leva a entender quem realmente somos e consequentemente


a confessarmos nossa total depravação, de que o pecado nos corrompeu por
completo (corpo, mente e alma).

Pelo exemplo dessa confissão geral de Davi, nós lembramos de quem realmente
somos, pecadores, e assim devemos tomar consciência de quão grande é a nossa
dependência da graça de Deus.

III. É pela graça de Deus que nos mantemos de pé (Sl 10,11,12).

Davi entendeu que tão somente pela graça de Deus que ele poderia se manter
de pé novamente. Ela não só buscou o perdão e a restauração de sua comunhão
com Deus, mas também buscou a graça para se firmar dentro dos propósitos do
Senhor.

A Escritura diz em Rm 14:4 que o Senhor é poderoso para nos sustentar de pé.
E diz também em 1Co 10:13 que o Senhor Deus nos dá livramento na hora da
tentação.

Por esse entendimento dado pelo Espirito, Davi ora pela graça santificadora; a
sua maior preocupação é modificar a sua natureza corrompida. Pois ele entende
que não tem forças para melhorar sozinho e, portanto, roga a Deus que crie nele
um coração puro.

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Renova em mim um espírito constante, segundo alguns intérpretes. Ele tinha,
neste tocante, descoberto muitas inconstâncias e inconsistências dentro de si e,
por isso, orou: “Senhor, conserta-me para o futuro, para que jamais volte a me
afastar de ti desta forma”.

Davi clama para Deus não tire de sobre ele a sua graça “não retires de mim o
teu Espírito Santo”. Porque ele entende que o Espirito Santo de Deus é quem
opera nele, quem o aperfeiçoa para a santificação; e quem o capacita para poder
cumprir o ministério do seu Reinado em Israel, assim também como salmista.

IV. Conclusão:

Mesmo que não sejamos culpados de adultério ou homicídio, ou outro pecado


semelhante, ao meditarmos e orarmos sobre as palavras desse salmo, veremos
que ele pode ser aplicado de forma sincera a todos nós.

E se fizermos isto com a devida reverência, por intermédio de Cristo, haveremos


de encontrar perdão gracioso e força para continuar firmes nos caminhos do
Senhor.

A carne é fraca, não temos forças em nós mesmos, mas pela em Jesus, Deus
nos dá o poder na pessoa do Espírito Santo para ter uma vida vitoriosa sobre
qualquer pecado. Por tudo isso se quisermos viver uma vida vitoriosa:

Precisamos viver em total dependência da graça de Deus.

Dependência tem tudo a ver com a prática da oração. Jesus disse vigiai e orai
para não cair em tentação (Mt 26:41). Quando dobramos os joelhos diante do
Pai essa dependência se torna realidade em nossas vidas e então somos
prontamente socorridos pela graça do Senhor.

1. “Devemos orar para que Deus preserve nossas almas e guarde nossos
corações e caminhos, de tal maneira que não sejamos pegos pela tentação.
2. Devemos orar para que a providência divina, boa e sábia, ordene nossos
caminhos e nossos assuntos a fim de que nenhuma tentação persistente
nos ataque.
3. Devemos pedir que Deus nos dê diligencia, cuidado e vigilância sobre
todos nossos caminhos.
4. Se aprendemos a orar nesta maneira com uma consciência real de nossa
necessidade da ajuda divina, experimentaremos liberação.
5. Se recusamos orar, cairemos continuamente no pecado. ” John Owen.

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