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ESTUDO DE CASO DA IMPLANTAÇÃO

DO CONTROLE DE QUALIDADE NA
FABRICAÇÃO E SOLDAGEM DE
ESTRUTURAS METÁLICAS EM AÇO
CARBONO
 28/11/2013

 7569Palavras
PÁGINA
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DE 31
5

Centro Paula Souza


COMPETÊNCIA EM EDUCAÇÃO PÚBLICA PROFISSIONAL
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

ETEC PHILADELPO GOUVÊA NETTO

ESTUDO DE CASO DA IMPLANTAÇÃO DO CONTROLE DE QUALIDADE NA


FABRICAÇÃO E SOLDAGEM DE ESTRUTURAS METÁLICAS EM AÇO
CARBONO

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


6

2° SEMESTRE DE 2010

Centro Paula Souza


COMPETÊNCIA EM EDUCAÇÃO PÚBLICA PROFISSIONAL
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

ETEC PHILADELPO GOUVÊA NETTO

HENRIQUE ALEXANDRE INACIO DA SILVA


JEFERSON RIOS MOTA
JOSÉ LUIS GONÇALVES
JOSÉ LUIZ DA SILVA

ESTUDO DE CASO DA IMPLANTAÇÃO DO CONTROLE DE QUALIDADE NA


FABRICAÇÃO E SOLDAGEM DE ESTRUTURAS METÁLICAS EM AÇO
CARBONO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Escola


Técnica Philadelpo Gouvêa Netto, como parte dos
requisitos de conclusão do curso de Técnico em
Mecânica sob orientação do professor Rubens Barreto
Alvarenga.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


7

2° SEMESTRE DE 2010
HENRIQUE ALEXANDRE INACIO DA SILVA
JEFERSON RIOS MOTA
JOSÉ LUIS GONÇALVES
JOSÉ LUIZ DA SILVA

Estudo de Caso da Implantação do Controle de Qualidade da Fabricação e


Soldagem de
Estruturas Metálicas em Aço Carbono.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Escola Técnica Philadelpo Gouvêa Netto como
requisito da graduação de Técnico em Mecânica.

Aprovado em ___/___/___

Rubens Barreto Alvarenga


Professor Orientador Técnico

Giuseppe Ricardo Passarini


Professor Orientador doTCC

Wellington Coelho
Professor Orientador do TCC

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


8

2° SEMESTRE DE 2010
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho aos nossos familiares e a


todos que colaboraram de maneira efetiva para a
execução deste projeto.
9

AGRADECIMENTO

Agradecemos a DEUS em primeiro lugar por tudo que


aconteceu em nossas vidas, pela formação, criação do
projeto e aos orientadores técnicos: Giuseppe Ricardo
Passarini e Wellington Coelho na construtividade e
desenvolvimento do projeto.
Ao professor orientador do TCC Professor Rubens
Barreto Alvarenga pela orientação e ajuda na elaboração
deste trabalho.
10

RESUMO

O trabalho em questão trata do controle de qualidade na fabricação e soldagem de


estruturas
metálicas de aço carbono via processo de soldagem MIG/MAG. É explicado de
forma simples
o processo de soldagem MIG/MAG e seus principais defeitos/descontinuidades,
bem como,
de forma detalhada suas as causas e soluções.

Uma tabela é apresentada das porcentagens de defeitos/descontinuidades


encontradas antes e
depois da implementação do controle de qualidade. Ao final concluímos a
importância desta
ferramenta de gestão para a elaboração do plano de ação para diminuir ou
eliminar estes
defeitos.
11

SUMÁRIO

Resumo.......................................................................................................................
.. 06
Introdução....................................................................................................................
.
07Justificativa..............................................................................................................
..... 07
Objetivo.......................................................................................................................
. 08
Histórico.......................................................................................................................

08

Fundamentação
teórica................................................................................................. 09
Desenvolvimento.........................................................................................................
. 25
Aço
carbono.................................................................................................................

25

Aços Liga.....................................................................................................................

26

Processo de soldagem MIG/MAG...............................................................................

27

Controle de qualidade na fabricação de estruturas


metálicas....................................... 32
Defeitos mais comuns encontrados na fabricação de estruturas metálicas de aço
carbono através da soldagem MIG/MAG....................................................................

34

Conclusão....................................................................................................................
.

45Bibliografias.............................................................................................................
....

45
12

INTRODUÇÃO

JUSTIFICATIVA

Como primeira justificativa tem-se a exigência de apresentação de um trabalho de


conclusão
de curso (TCC) para a obtenção do título de Técnico em Mecânica pela Escola
Técnica
Estadual Philadelpho G. Netto de São José do Rio Preto – SP. Em seguida existe
a
necessidade de integração das diversas disciplinas e conceitos aprendidos durante
o referido
curso, dentre elas: Tecnologia de Projetos, Tecnologia de Automação, Tecnologia
de
Fabricação, Tecnologia de Elementos de Máquinas, Tecnologia Mecânica,
Eletroeletrônica,
Representação Digital de Componentes de Mecânica, Representação Gráfica e
Componentes
de Mecânica, Aplicativos Informatizados em Mecânica, Linguagem, Trabalho e
Tecnologia,
Tecnologia Industrial, Tecnologia de CNC, Ética, Cidadania e Gestão Ambiental.

O projeto justifica-se também pela busca de aumento de produtividade, garantia da


qualidade
e da competitividade pelas diversas organizações presentes no parque industrial
de São José
do Rio Preto – SP. Na busca por manter ou mesmo superar sua posição no
mercado
consumidor, as empresas devem estar cientes da necessidade de implantação de
sistemas
padronizados e contínuos para sua gestão, buscando a garantia da qualidade de
seus produtos
e da produtividade de seus processos produtivos. O Controle de qualidade na
fabricação e
soldagem de estruturas metálicas de aço carbono vem como uma ferramenta para
atingir estas
metas.

O projeto justifica-seprincipalmente pela busca contínua na melhoria educacional,


conceito
que todo ser humano deve ter, a fim de propiciar a alavancagem da vida social,
econômica,
cultural e política. Neste sentido, o projeto em tela, é o corolário de uma jornada de
14 anos
estudando, desde a 1° série do Ensino Fundamental passando pelo Ensino Médio
e finalizando
com o Ensino Técnico, uma luta com a participação efetiva da família e amigos.
13

OBJETIVO

O TCC no curso Técnico em Mecânica tem como propósito colocarmos em prática


todo o
aprendizado adquirido durante o curso na área mecânico-industrial.

O objetivo deste projeto é demonstrar que o controle de qualidade na fabricação e


soldagem
de estruturas metálicas em aço carbono é uma ferramenta fundamental de Gestão
de Processos
para planejar, controlar, acompanhar e avaliar a produção de equipamento a fim
de entregar
para o cliente final um equipamento que respeite todas as normas e requisitos de
qualidade
nacionais e internacionais.

Isto posto, analisaremos o controle de qualidade na fabricação e soldagem de


estruturas
metálicas em aço carbono através do processo de soldagem MIG/MAG utilizando
a
ferramenta de controle de qualidade de Ensaio Visual e Dimensional de Solda com
ênfase na
qualidade versus quantidade de solda aprovadas e reprovadas.

HISTÓRICO

O trabalho direcionou-se para a fabricação e soldagem de estruturas metálicas em


aço
carbono via processo de soldagem MIG/MAG, uma vez que os alunos, em sua
maioria, têm
experiência na área metalúrgica de fabricaçãoe construção de estruturas metálicas
e tem
como maior preocupação o controle de qualidade e o atendimento às normas e
requisitos de
fabricação.

Existe a necessidade de entregar para o cliente final um produto/equipamento que


tenha
qualidade e que esteja em conformidade com as Normas e Requisitos de
fabricação
reconhecidos nacionalmente e internacionalmente a fim de garantir a segurança e
confiabilidade do produto.

Tanto as normas nacionais, por exemplo, PETROBRAS e ABNT, como as


internacionais,
AWS, ASME e DIN, exigem para cada produto, no caso de Estrutura Metálica, uma
série de
características e requisitos de soldagem para sua aprovação.
14

Uma vez que as normas consideram a soldagem como um processo especial e


que devem ser
levados em consideração todos os parâmetros e suas características, há a
necessidade de um
controle rígido e sistemático destes parâmetros.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A soldagem é considerada, para o Controle de Qualidade em Soldagem na


fabricação de
estruturas metálicas de aço carbono, como uma fase especial, envolvendo
profissionais
qualificados, ou seja, suas soldas foram submetidas a testes, de acordo com a
norma de cada
equipamento, a fim de comprovar o atendimento a requisitos pré-estabelecidos.

Para um Controle de Qualidade com eficiência e eficácia todas as fases do


processo de
produção são inspecionadas/controladas, via o CQ (Controle de Qualidade),
desde:
Recebimento do Metal Base, Montagem, Soldagem, Acabamento, Embalagem e
Transporte.

Neste sentido, éfundamental para alcançar a eficiência e eficácia na qualidade do


equipamento soldado um Controle de Qualidade desde o recebimento da matéria
prima (Metal
de Base) ao transporte do equipamento.

A soldagem é um processo já em desenvolvimento desde a antiguidade. Segundo


Fernando
Laureti Thomaz da Silva (Coleção Tecnologia SENAI, 1997, pág. 13) estudos
levam a crer
que a origem dos metais tenha coincidido com a do fogo, tido como descoberto por
volta do
ano 8000 a.C.

Nestes termos a soldagem é entendida, segundo Fernando Laureti Thomaz da


Silva (Coleção
Tecnologia SENAI, 1997, pág. 13) como a técnica de unir duas ou mais partes,
assegurando
entre elas a continuidade e as características mecânicas e químicas do material.

A série de Normas NBR ISO 9000 para Sistemas de Qualidade considera a


soldagem como
processo especial que, dependendo da complexidade da construção soldada,
requer métodos
de controle que podem abranger as atividades de projeto, de seleção de materiais,
de
fabricação e de inspeção a fim de garantir que a qualidade especificada seja
alcançada.
15

No que concerne a atividade de inspeção de soldagem é importante que esta


atividade seja
desenvolvida por profissional devidamente qualificada e certificado, cuja
sistemática
encontra-se na Norma Brasileira ABNT NBR-14.842. É ela que estabelece critérios
ea
sistemática para a qualificação e certificação de inspetores de soldagem, e
descreve as
atribuições e responsabilidades para os níveis de qualificação estabelecidos.

Vários são osfatores que deves ser levados em consideração para atender as
normas e
requisitos de fabricação de Estruturas Metálicas em Aço Carbono através do
processo de
soldagem MIG/MAG. Tais fatores contribuem de maneira significativa para a
qualidade do
produto, como: normas do projeto, metalurgia dos aços carbonos, soldabilidade,
velocidade de
aquecimento, velocidade de resfriamento, diluição, contração, dilatação, repartição
térmica,
profissionais, local de soldagem, posição, inspeção, segurança, qualificação dos
profissionais,
instrumentos de medição, controle de deformações, ensaios não destrutivos,
consumíveis,
simbologia de soldagem e fatores externos.

É neste amaranhado de fatores que contribuem de maneira significativa na


qualidade da
soldagem que se encontra o Controle de Qualidade. É ele quem, através das
Normas e
Requisitos do produto, irá controlar a eficiência e eficácia no que tange ao
atendimento das
normas, ou seja, assegurar que o produto não tenha descontinuidades e defeitos
não
permitidos pela norma.

Segundo a Apostila de Inspetor de Soldagem do Instituto Santista de Qualidade


Industrial
(pág. 36), descontinuidade é a interrupção das estruturas típicas de uma peça, no
que se refere
à homogeneidade de características físicas, mecânicas e metalúrgicas. Não é
necessariamente
um defeito. A descontinuidade sé deve ser considerada defeito, quando, por sua
natureza,
dimensões ou efeito acumulado, tornar a peça inaceitável, por não satisfazer os
requisitos
mínimos da norma técnica aplicável.

Asdescontinuidades que podem ser encontradas no processo de soldagem


MIG/MAG e são
definidas na Norma PETROBRAS N- 1738 e estão elencadas na Apostila de
Inspetor de
Soldagem do Instituto Santista de Qualidade Industrial:

1.

Abertura de arco - Imperfeição local na superfície do metal de base resultante da

abertura do arco elétrico.


16

2.

Ângulo excessivo de reforço – Ângulo excessivo entre o plano da superfície do


metal

de base e o plano tangente ao reforço de solda traçado a partir da margem da


solda.

Ilustração 1 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

3.

Cavidade alongada – Vazio não arredondado com a maior dimensão paralela ao


eixo

da solda, podendo estar localizado:


(a) na solda – situada ao longo do centro do cordão (Figura A)
(b) na raiz da solda (Figura B)

Ilustração 2 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

4.

Concavidade – Reentrância na raiz da solda, podendo ser:


(a) central – situada ao longo do centro do cordão (Figura A)
(b) lateral - situada nas laterais do cordão (Figura B)

Ilustração 3 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)
17

5.

Concavidade excessiva – Solda em ângulo com a face excessivamente côncava.

Ilustração 4 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

6.

Convexidade excessiva -Solda em ângulo com a face excessivamente convexa.

Ilustração 5 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

7.

Deformação angular – Distorção angular da junta soldada em relação a


configuração

de projeto exceto para junta soldada de topo.

Ilustração 6 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)
18

8.

Deposição insuficiente – insuficiência de metal na face da solda.

Ilustração 7 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

9.

Desalinhamento – Junta soldada de topo, cujas superfícies das peças, embora

paralelas, apresentam-se desalinhadas, excedendo à configuração de projeto.

Ilustração 8 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

10.

Embicamento – Deformação angular da junta soldada de topo.

Ilustração 9 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

11.

Falta de Fusão – Fusão incompleta entre a zona fundida e o metal de base, ou


entre

passes da zona fundida, podendo estar localizada:


(a) na zona de ligação (Figura A)
(b) entre os passes (Figura B)
(c) na raiz da solda (Figura C e D)
19

Ilustração 30 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

12.

Falta de Penetração – Insuficiência de metal naraiz da solda.

Ilustração 41 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

13.

Inclusão de escória – Material sólido não metálico retido no metal de solda ou


entre o

metal de solda e o metal de base podendo ser:


(a) alinhada (Figura A e B)
(b) isolada (Figura C)
(c) agrupada (Figura D)

Ilustração 52 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)
20

14.

Inclusão metálica – Metal estranho retido na zona fundida

15.

Micro-trinca – Trinca com dimensões microscópicas

16.

Mordedura – Depressão sob a forma de entalhe, no metal de base acompanhando


a

margem da solda.

Ilustração 63 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

17.

Mordedura na raiz – Mordedura localizada ma margem da raiz da solda.

Ilustração 74 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)
21

18.

Penetração excessiva – Metal da zona fundida em excesso na raiz da solda.

Ilustração 85 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

19.

Perfuração – Furo na solda ou penetração excessiva localizada resultante de


perfuração

do banho de fusão durante a soldagem.

Ilustração 96 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

20.

Poro – Vazioarredondado, isolado e interno à solda.

21.

Poro superficial – Poro que emerge á superfície da solda.

22.

Porosidade – Conjunto de poros distribuídos de maneira uniforme, entretanto não

alinhado.

Ilustração 107 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)
22

23.

Porosidade Agrupada – Conjunto de poros agrupados.

Ilustração 118 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

24.

Porosidade alinhada – Conjunto de poros dispostos em linha, segundo uma


direção

paralela ao eixo longitudinal da solda.

Ilustração 129 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

25.

Porosidade vermiforme – Conjunto de poros alongados ou em forma de espinha de

peixe situados na zona fundida.

Ilustração 20 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

26.

Rachadura – ver termo preferencial: trinca.


23

27.

Rechupe de cratera – Falta de metal resultante da contração da zona fundida,

localizada na cratera do cordão de solda (Figura A 21).

Ilustração 213 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

28.

Rechupe interdendrítico – Vazio alongado situado entre dendritas da zona fundida.

29.

Reforço Excessivo – Excesso de metal da zona fundida, localizado na face da


solda.Ilustração 22 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte:
Fundação Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

30.

Respingos – Glóbulos de metal de adição transferidos durante a soldagem e


aderidos à

superfície do metal de base ou à zona fundida já solidificada.

31.

Sobreposição – Excesso de metal da zona fundida sobreposta ao metal de base


na

margem da solda, sem estar fundido ao metal de base.

Ilustração 23 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)
24

32.

Solda em ângulo assimétrico – Solda em ângulo, cujas pernas são


significativamente

desiguais em desacordo com a configuração de projeto.

Ilustração 24 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

33.

Trinca – Tipo de descontinuidade planar caracterizada por uma ponta aguda e uma
alta

razão comprimento e largura.

34.

Trinca de Cratera – Trinca localizada na cratera do cordão de solda, podendo ser:

(a) longitudinal (Figura A)


(b) transversal (Figura B)
(c) em estrela (Figura C)

Ilustração 25 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

35.

Trinca em estrela – Trinca irradiante de tamanho inferior à largura de um passe da

solda considerada.
25

36.

Trinca interlamelar – Trinca em forma de degraus, situados em planos paralelos à

direção de laminação, localizada no metal de base próxima a zona


fundida.Ilustração 26 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte:
Fundação Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

37.

Trinca irradiante – Conjunto de trincas que partem de um mesmo ponto, podendo


estar

localizada:
(a) na zona fundida (Figura A)
(b) na zona afetada termicamente (Figura B)
(c) no metal de base (Figura C)

Ilustração 27 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

38.

Trinca longitudinal – Trinca com direção aproximadamente paralela ao eixo

longitudinal do cordão de solda, podendo esta localizada:


(a) na zona fundida (Figura A)
(b) na zona de ligação (Figura B)
(c) na zona afetada termicamente (Figura C)
26

(d) no metal de base (Figura D)

Ilustração 28 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

39.

Trinca na margem – Trinca que se inicia na margem da solda, localizada


geralmente

na zona afetada termicamente.

Ilustração 29 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

40.

Trinca na raiz – Trinca que se inicia na raiz da solda, podendo estar localizada:

(a) na zona fundida (Figura A)


(b) na zona afetada termicamente (Figura B)
27

Ilustração 30 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

41.

Trinca ramificada – Conjunto de trincas que partem de uma trinca, podendo estar

localizada:
(a) na zonafundida (Figura A)
(b) na zona afetada termicamente (Figura B)
(c) no metal de base (Figura C)

Ilustração 314 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

42.

Trinca sob cordão – Trinca localizada na zona afetada termicamente não se


estendendo

à superfície da peça (Figura A) .


28

Ilustração 32 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

43.

Trinca transversal – Trinca com direção aproximadamente perpendicular ao eixo

longitudinal do cordão de solda, podendo estar localizada:


(a) na zona fundida (Figura A)
(b) na zona afetada termicamente (Figura B)
(c) no metal de base (Figura C)

Ilustração 33 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação


Brasileira de Tecnologia da
Soldagem, 1996)

Várias são as ferramentas lançadas pelo Controle de Qualidade no que tange a


Fabricação de
Estruturas Metálicas em Aço Carbono, via processo de soldagem MIG/MAG com o
objetivo
de atender as normas e os requisitos do produto, dentre elas podemos citar:
Ensaio Visual e
Dimensional de Soldas, Ensaio Macrográfico, Ensaio de Dureza, Ensaio de
Dobramento,
29

Ensaio de Tração, Ensaio de Fratura, Ensaio de Impacto, Ensaio de Líquido


Penetrante,
Ensaio de Partículas Magnéticas, Ensaio de Ultrassom e por fim Ensaio de
Radiografia.

Para o Ensaio Visual e Dimensional de Soldas em juntas soldadas é usado a


Norma PR059/2004, que tem como critérios de aceitação:

1.

Junta detopo, considerar inaceitável: Trinca, Falta de fusão, Falta de Penetração,

Concavidade com profundidade maior que 2mm, Deposição Insuficiente, Poro


Isolado,
Porosidade Agrupada, Mordedura na face ou raiz com profundidade maior que
1mm,
Sobreposição, Abertura de Arco, Respingo, Desalinha mento superior a 2mm,
Embicamento
ou pré-deformação superior a 5°, Perfuração, Altura do reforço da face e da
penetração da raiz
acima do especificado na tabela a seguir:

Tabela de especificação da altura do reforço da face e da


penetração da raiz
Espessura nominal do metal de base
Altura máxima
e ≤ 6,4mm
6,4mm < e ≤ 12,7mm

2,4mm

12,7mm < e ≤ 25,4mm

4,0mm

e > 25,4mm

2.

1,6mm

4,8mm

Juntas de ângulo considerar inaceitável: Diferença entre pernas maior que 3,2mm,

Dimensões de pernas abaixo do valor mínimo indicado na tabela abaixo:

Tabela de especificação de diferença de pernas


Espessura nominal da alma
Valor mínimo da perna

e ≤ 9,5mm

9,5mm

9,5mm < e ≤ 12,7mm

12,5mm

12,7mm < e < 15,9mm

16,0mm

e > 15,9mm

22,0mm
30

DESENVOLVIMENTO

1.

Aço Carbono

A soldagem é normalmente realizada com a aplicação localizada de calor e/ou


deformação
plástica na junta a ser soldada. Como resultado, temos alterações significativas
nas
propriedades do metal base. Essas alterações dependem das reações ocorridas
durante o
aquecimento/resfriamento da poça de fusão. Isto posto, é de grande importância
para os
profissionais que atuarão na construção e fabricação do projeto oconhecimento
dos materiais
de base utilizados para a construção/fabricação.

O aço é uma liga ferro-carbono que contém geralmente entre 0,008% até 2,11%
de carbono,
além de outros elementos que resultam dos processos de fabricação. É obtido a
partir do ferro
gusa líquido que é produzido nos altos fornos das usinas siderúrgicas no setor da
aciaria.

Na aciaria temos o processo de descarbonetação, ou seja, remoção de parte do


carbono
existente no gusa. Outros elementos são reduzidos a quantidades mínimas:
Enxofre (S),
fósforo (P), Silício (Si) e o Manganês (Mn). Tais elementos têm influência direta
nas
propriedades mecânicas do aço e devem ser controlados:
 Manganês – Em aços com pouco carbono torna o aço mais dúctil e maleável.
Em aços
com muito carbono endurece e aumenta a resistência aos choques;
 Silício – Contribui para o aumento da dureza e tenacidade. Evita porosidade.
 Fósforo – Em teores elevados torna o aço frágil e quebradiço.
 Enxofre – Torna o aço granuloso e áspero. Enfraquece a resistência.
Segundo a Apostila de Tecnologia Aplicada I – Caminhão Betoneira – SENAI, pág.
85, os
aços carbonos são especificados dependendo do teor de carbono em três classes:
 Aços com baixos teores de carbono: entre 0,008% a 0,3%;
 Aços com médios teores de carbono: entre 0,3% a 0,7%;
 Aços com altos teores de carbono: entre 0,7% a 2,11%.
31

A lógica aplicada ao aço carbono é a de que a quantidade de carbono influencia


diretamente
nas propriedades mecânicas dos aços quanto a dureza, tenacidade,resistência a
tração,
maleabilidade, ou seja, quanto mais carbono o aço contiver, mais duro ele será. A
lógica vale
também para o contrário, ou seja, quanto menos carbono ele contiver, menos duro
ele será.

2.

Aços Liga

Conforme o teor de elementos de liga, ou seja, elementos adicionados de maneira


intencional
para conferir aos aços propriedades especiais, os aços podem ser subdivididos
em:
 Aço de Baixa Liga ( soma dos teores de liga inferior a 5%);
 Aços de Média Liga (elementos de liga entre 5 e 10%); e
 Aço de Alta Liga (com mais de 10% de elementos de liga).

Os principais elementos de liga adicionados ao aço carbono são:


 Alumínio - Al;
 Manganês - Mn;
 Níquel - Ni;
 Cromo – Cr;
 Molibdênio - Mo;
 Vanádio –V;
 Silício – Si;
 Cobre – Cu;
 Cobalto – Co; e
 Tungstênio – W.

A adição de elementos de liga tem por objetivo obter ligas, ou metais de base, com
diferentes
finalidades e propriedades mecânicas, tais como:
 Alterar as propriedades mecânicas;
 Aumentar a usinabilidade;
 Aumentar a temperabilidade;
 Conferir dureza a quente;
 Aumentar a capacidade de corte;
 Conferir resistência ao desgaste;
32

 Conferir resistência á corrosão;


 Conferir resistência à oxidação – calor;
 Modificar as características elétricas e magnéticas.

Elementos de liga
Níquel

Estabiliza
os
carbonetos. Ajuda
a
criar
microestrutura
dura por meio de
têmpera. Diminui
a velocidade de
resfriamento.
Forma carbonetos.
Acelera o
crescimento de
grãos.

Manganês

CromoMolibdênio

Silício

Título de elementos de liga e suas funções


Influência
na Influência
nas Aplicações
estrutura
propriedades
Refina o grão. Aumento
da Aço
para
Diminui
a resistência
à construção
velocidade
de tração.
mecânica.
transformação na Alta ductibilidade. Aço Inoxidável.
estrutura do aço
Aço resistente a
altas temperaturas.

Influencia
estabilização
carboneto
Auxilia
desoxidação
fluidez.

na
do

Aumento
da
resistência
mecânica
e
temperabilidade da
peça. Resistência
ao choque.

Aço
construção
mecânica

para

Aumento da
resistência à
corrosão e à
oxidação e altas
temperaturas
Aumento
de
resistência à tração

Aços para
construção
mecânica. Aços
ferramenta. Aços
Inoxidáveis.
Aço ferramenta.
Aço cromo-níquel.

Produtos
Peças
para
automóveis.
Utensílios
domésticos.
Caixas
para
tratamento
térmico.
Peças
para
automóveis
e
peças para uso
geral
em
engenharia
mecânica

Produtos para a
indústria química:
talheres, válvulas
e peças para
fornos.
Ferramentas
de
corte

na
e

Aumento
da Aços com alto Peças fundidas.
resistência
à teor de carbono.
oxidação
em
temperaturas
elevadas.
Tabela - Fonte: Tabela dos efeitos dos elementos de liga mais comuns
Tecnologia Aplicada I –2005.

3.

Processo de soldagem MIG/MAG

3.1

Fundamentos

Segundo a Norma ASME – Séc. IX a sigla do processo é GMAW – Gás Metal Arc
Welding.
Marques, Modenesi e Bracarense entendem que a soldagem GMAW onde a união
de peças
metálicas éestabelecida entre um eletrodo metálico nu, consumível, e a peça de
trabalho.
Para a proteção da poça de fusão é usado um gás ou uma mistura de gases que
podem ser
ativos ou inertes. No Brasil o processo é popularmente e comercialmente
conhecido como
33

MIG (Metal Inerte Gás) quando o gás para proteção usado é inerte ou MAG (Metal
Ativo
Gás) quando o gás para proteção usado é ativo.

3.2

Aplicação

O processo GMAW é utilizado em diversas aplicações uma vez que pode ser
utilizado em
todas as posições, ou seja: plana, horizontal, vertical e sobrecabeça. São
indicados para a
soldagem de estruturas metálicas, tanques, reconstrução de peças desgastadas –
amantegamento, vigas e outras. Podem ser usados para a soldagem de materiais
ferrosos e não
ferrosos, como alumínio, magnésio, cobre aço carbono e inoxidável. Como não é
utilizado
fluxo, a possibilidade de inclusão de escória é mínima, mas pode ocorrer em
função do silício
do arame eletrodo. Tem uma taxa de deposição de aproximadamente de 15 kg/h.

3.3

Parâmetros de Soldagem

Os parâmetros de soldagem influenciam diretamente na qualidade do cordão de


solda. São
eles: intensidade de corrente (amperagem), tensão (voltagem), velocidade de
soldagem,
comprimento do arco (stick-out), gases de proteção, diâmetro do arame eletrodo,
posição de
soldagem, polaridade, modo de transferência.

Intensidade de Corrente

Tensão e comprimento do arco


A tensão depende diretamente do comprimento do arco e do diâmetro do eletrodo,
do

gás de proteção e domodo de transferência. Com a constância destas variáveis o


aumento da
tensão provocará uma largura maior e altura menor do cordão de solda. Melhor
molhagem e
redução da penetração. Tensões elevadas provocam porosidade, respingos e
mordeduras no
cordão.

Velocidade de Soldagem

A velocidade de soldagem está ligada a quantidade de energia liberada na


soldagem. Assim,
quanto maior é a velocidade de soldagem menor é a quantidade de calor
desprendida no
cordão de solda. Velocidades excessivas provocam menor penetração e
velocidades baixas
provocam alterações estruturais.

Gases de Proteção

Os gases de proteção influem diretamente na soldagem de diversas maneiras: na


proteção do
cordão de solda da contaminação atmosférica, no tipo de transferência,
profundidade e
formato do cordão de solda.
34

Os gases mais utilizados no processo de soldagem GMAW são o Argônio, CO2,


Hélio e
misturas destes. São divididos em dois tipos: Gases Inertes (Argônio, Hélio e suas
misturas) e
Gases Ativos (CO2, Oxigênio e Nitrogênio). Cada tipo de gás e misturas tem
objetivos
diferentes e deve ser levadas em consideração pelo projeto.
Tabela de comparação das características de soldagem com os gases hélio e
argônio puro.
Característica
Argônio
Hélio
Condutividade Térmica

Baixa

Elevada

Tensão do Arco

Menor

Maior

Calor gerado no arco

Menor

Maior

Aplicações
Penetração central

Chapas finas e Metais de baixa


condutividade térmica
Maior que nas laterais

Chapas grossas e metais de altacondutividade térmica


Menor

Largura do cordão

Mais estreito

Mais largo

Transferência metálica

Todos os tipos
Globular ou curto circuito

Estabilidade do arco

Boa

Instável

Velocidade de soldagem

Menor

Maior

Efeito de limpeza na soldagem

Maior

Menor

Custo/volume de gás

Menor

Maior

Peso em relação ao ar

38%

14% do ar

de alumínio e suas ligas

Tabela - Fonte: Tabela de comparação das características de soldagem com os


gases hélio e argônio puro.
Emílio, 1992.

Segundo Wainer, Brandi e Mello, as misturas gasosas visam obter

características

intermediárias, já que a adição de hélio ao argônio melhora o contorno do cordão.


Com a
adição de gases ativos (CO2 e/ou oxigênio) aos gases inertes visam melhorar a
estabilidade do
arco voltaico, porém neste caso o processo de soldagem e MAG.

O processo de soldagem é considerado MAG, utilizado em soldagem de aço


carbono e suas
ligas, quando na mistura tiver mais que 3% de um gás ativo (CO2, Oxigênio e
Nitrogênio).
Quando na mistura tiver até 3% de um gás ativo o processo é considerado MIG e é
utilizado
em soldagem de alumínio e suas ligas.

Diâmetro do arame eletrodo

O diâmetro do eletrodo está ligado diretamente com a intensidade de corrente, ou


seja, quanto
menor o diâmetro do eletrodo menor será a intensidade de corrente.
35

Sentido de Soldagem

O sentido de soldagem diz respeito ao ângulo e direção da tocha. Considerando


um sentido de
soldagem da direita para a esquerda(Empurrando) temos menor penetração e
maior largura
do cordão de solda. Já um sentido de soldagem esquerda para a direita, com o
mesmo grau de
inclinação da tocha, conforme abaixo, temos uma maior penetração, menor largura
e maior
altura do cordão de solda.

Fonte: Apostila SENAI: Processo de Soldagem MIG/MAG, Julho de 2003.

Polaridade

Temos dois tipos de polaridade: direta e inversa. A polaridade direta é o tipo de


ligação para
soldagem em corrente contínua, onde os elétrons deslocam-se do eletrodo para a
peça. A peça
é considerada como pólo positivo e o eletrodo como pólo negativo. A polaridade
inversa é o
tipo de ligação para soldagem com corrente contínua, onde os elétrons deslocam-
se da peça
para o eletrodo. A peça é considerada como pólo negativo e o eletrodo como pólo
positivo.

Fonte: Apostila SENAI: Processo de Soldagem MIG/MAG, Julho de 2003.


36

Modos de Transferências

Para a soldagem do processo GMAW é fundamental conhecer os modos de


transferência, ou
seja, a forma como a gota se desprende do eletrodo para a poça de fusão. São
eles:

Transferência por curto circuito

Segundo Quites, este módulo de transferência ocorre quando a tensão e a


corrente de
soldagem são baixas. Em geral, é usado na soldagem fora de posição ou na
soldagem de
chapas finas, quando estes baixos valores são necessários. Uma gota de material
se forma na
ponta do eletrodo e vai aumentando de tamanho até tocar na poça de fusão. O
arco se apaga
momentaneamente e a gota é rapidamente atraída para a poçade fusão.

Fonte: Apostila SENAI: Processo de Soldagem MIG/MAG, Julho de 2003.

Transferência globular

Segundo Quites, este tipo de transferência ocorre para valores mais altos de
tensão. Neste
caso as gotas de metal se transferem para a poça de fusão antes que ocorra o
curto circuito. O
diâmetro médio das gotas transferidas varia com a corrente e são geralmente
maior que o
diâmetro do eletrodo.

Fonte: Apostila SENAI: Processo de Soldagem MIG/MAG, Julho de 2003.


37

Transferência por “spray”

A transferência por “spray” ocorre quando temo elevadas amperagens e tensões.


A taxa de
deposição é cerca de 10 kg/h e é utilizada somente nas posições plana e
horizontal. As
gotículas são extremamente pequenas.

Fonte: Apostila SENAI: Processo de Soldagem MIG/MAG, Julho de 2003.

Consumíveis

Os consumíveis para a soldagem pelo processo GMAW são especificados pela


Norma AWS
A5.18 e prescreve os requerimentos para a classificação de eletrodos sólidos ou
compostos e
varetas na soldagem de aço carbono. São escolhidos de acordo com o metal base
a ser
soldado.

4.

Controle de qualidade na fabricação de estruturas metálicas – Ensaio Visual e

Dimensional de Solda

O ensaio visual e dimensional de solda é um ensaio não destrutivo básico.


Qualquer ensaio de
soldagem deve vir precedido de uma avaliação visual. É utilizado para controlar,
durante e
após a fabricação, os vários aspectos que poderão interferir na qualidade da solda
desejada.

Procedimentos para o Ensaio

Segundo aColeção Tecnologia SENAI de Soldagem, o local para a realização do


ensaio deve
estar limpo, bem iluminado e deve ser feita em três etapas:

Verificação antes da soldagem

É a verificação documental, ou seja, a qualificação dos procedimentos de


soldagem, o
certificado de qualificação do soldador, a validade das amostras de produção e os
certificados
de materiais envolvidos quanto materiais base quanto consumíveis.
38

Após a verificação documental é feita a inspeção visual e dimensional das áreas a


serem
soldadas. Nesta fase procura-se detectar descontinuidades que possam causar
defeitos no
cordão de solda. Uma atenção especial a limpeza é feita nesta etapa. Não deve
haver
impurezas como graxas, óleos.

É feita a verificação dos consumíveis e certificados de qualificação. Por último


inspeção
dimensional das juntas a serem soldadas e parâmetros de soldagem de acordo
com a IEIS –
Instrução e Execução de Inspeção de Soldagem.

2.

Verificação durante a soldagem

Após a inspeção das condições antes da soldagem é feita a inspeção durante a


soldagem. Esta
etapa, assim como as outras, é de fundamental importância, pois é nela que
verificaremos se
as condições pré-estabelecidas estão sendo cumpridas pelos profissionais
envolvidos no
processo de soldagem. Nesta etapa verificamos os parâmetros de soldagem
como: intensidade
de corrente, tensão, polaridade, velocidade de soldagem, vazão do gás de
proteção, controle
de temperatura interpasse e limpeza.

3.

Verificação após a soldagem

Averificação após a soldagem é feita mediante os critérios de aceitação do


projeto/norma do
produto. Nesta etapa são verificados as descontinuidades e defeitos existentes no
cordão de
solda em comparação com o critério de aceitação da norma. Para o Ensaio Visual
e
Dimensional de Soldas em juntas soldadas é usado a Norma PR-059/2004, que
tem como
critérios de aceitação:

1.

Junta de topo, considerar inaceitável: Trinca, Falta de fusão, Falta de Penetração,

Concavidade com profundidade maior que 2mm, Deposição Insuficiente, Poro


Isolado,
Porosidade Agrupada, Mordedura na face ou raiz com profundidade maior que
1mm,
Sobreposição, Abertura de Arco, Respingo, Desalinhamento superior a 2mm,
Embicamento
ou pré-deformação superior a 5°, Perfuração, Altura do reforço da face e da
penetração da raiz
acima do especificado na tabela a seguir:
39

Tabela de especificação da altura do reforço da face e da


penetração da raiz
Espessura nominal do metal de base
Altura máxima
e ≤ 6,4mm
6,4mm < e ≤ 12,7mm

2,4mm

12,7mm < e ≤ 25,4mm

4,0mm

e > 25,4mm

2.

1,6mm

4,8mm

Juntas de ângulo considerar inaceitável: Diferença entre pernas maior que 3,2mm,

Dimensões de pernas abaixo do valor mínimo indicado na tabela abaixo:

Tabela de especificação de diferença de pernas


Espessura nominal da alma
e ≤ 9,5mm

9,5mm

9,5mm < e ≤ 12,7mm

12,5mm

12,7mm < e < 15,9mm

16,0mm

e > 15,9mm

5.

Valor mínimo da perna

22,0mm

Defeitos mais comuns encontrados na fabricação de estruturasmetálicas de aço

carbono através da soldagem MIG/MAG.


A definição de descontinuidade/defeito, segundo a Apostila de Inspetor de
Soldagem do
Instituto Santista de Qualidade Industrial (pág. 36), descontinuidade é a
interrupção das
estruturas típicas de uma peça, no que se refere à homogeneidade de
características físicas,
mecânicas e metalúrgicas. Não é necessariamente um defeito. A descontinuidade
sé deve ser
considerada defeito, quando, por sua natureza, dimensões ou efeito acumulado,
tornar a peça
inaceitável, por não satisfazer os requisitos mínimos da norma técnica aplicável.
40

1.

Abertura de arco.

Ilustração 34 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. Abertura de Arco de


uma junta soldada.
(www.google.com.br).

2.

Convexidade excessiva.

Ilustração 35 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).


41

3.

Deposição insuficiente.

Ilustração 36 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).

4.

Falta de Fusão.

Ilustração 37 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).


42

5.

Falta de Penetração.

Ilustração 38 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).

6.

Mordedura.

Ilustração 39 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).


43

7.

Penetração excessiva.

Ilustração 40 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).

8.

Porosidade.

Ilustração 41 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).


44

9.

ReforçoExcessivo.

Ilustração 42 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).

10.

Respingos.

Ilustração 43 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).


45

11.

Sobreposição.

Ilustração 44 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).

12.

Solda em ângulo assimétrico.

Ilustração 45 - Exemplos de descontinuidade em soldagem.


46

13.

Trinca de Cratera

Ilustração 46 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).

14.

Trinca longitudinal.

Ilustração 47 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).


47
Tabela de porcentagens de defeitos
Correção

Defeito

Origem do defeito

Porosidade

Óleo, oxidação grosseira, carepa.

Limpeza do metal base

Corrente de ar, bocal obstruído ou pequeno.

Proteção do ambiente de solda.

Vazão de gás excessiva.

Adequar a vazão do gás

Falha na remoção da escória vítrea entre os


passes de solda.

Limpeza da escória do cordão de solda

Junta de solda muito estreita.

Aumentar a junta.

Corrente de soldagem muito baixa;

Aumentar a corrente.

Extensão do eletrodo muito grande.

Diminuir a extensão do eletrodo

Tensão e/ou corrente de soldagem muito


baixa.

Aumentar a corrente.

Falta de
penetração

Falta de fusão.

Porcentagens
de defeitos
anteriores
22%

Porcentagem
de Defeitos
atuais
4%

12%

3%

13%

3%

18%

8%

Usar CC+.
Polaridade errada;
Diminuir a velocidade.
Velocidade de soldagemmuito baixa.
Soldagem sobre um cordão convexo.

Eliminar a convexidade do cordão


anterior.

Oscilação da tocha muito larga ou muito


estreita.
Mordedura

Diminuir a oscilação da tocha.

Velocidade de soldagem muito alta.

Diminuir a velocidade.
48
Tensão de soldagem muito alta.
Corrente de soldagem excessiva.

Adequar a composição química do


arame eletrodo.
Aumentar a largura do cordão.
Substituir o metal base.

Uso de CO2
Tensão do arco muito baixa.

Use misturas Ar-CO2 ou Ar-O2 no lugar


de CO2.
Aumentar a tensão do arco.

Indutância Baixa.

Aumente a indutância.

Tensão do arco ou corrente de soldagem


muito baixa.

Aumentar a tensão.

Extensão do eletrodo excessiva.

Diminuir a extensão do eletrodo.

Indutância Baixa.

Aumente a indutância.

Polaridade errada.
Furo da raiz

Composição química incorreta do arame de


solda.

Má qualidade do material de base sendo


soldado

Convexidade
Excessiva

Para ma margem para preenchimento do


cordão.

Cordão de solda muito pequeno.

Respingos
excessivos
Diminuir a corrente de soldagem.

Parada insuficiente às margens do cordão de


solda.
Trincas.

Diminuir a tensão.

Polaridade CC+

Corrente de soldagem muito alta.

Diminuir a corrente de solda.

7%

2%

35%

15%

15%

6%

5%

1%
49
Velocidade de soldagem muito baixa.

Aumentar a velocidade.

Composição química incorreta do arame de


solda.

Adequar a composição química do


arame eletrodo.

Cordão de solda muito pequeno.Aumentar a largura do cordão.

Má qualidade do material de base sendo


soldado

Substituir o metal base.

Solda em
ângulo
assimétrico

Ângulo incorreto de soldagem.

Corrigir o ângulo de soldagem.

Mão de obra desqualificada.

Treinamento da mão de obra.

Sobreposição

Corrente de soldagem alta.

Reforço
Excessivo

Deposição
Insuficiente

36%

12%

Diminuir a corrente de soldagem.

18%

8%

Velocidade de soldagem baixa.


Aumentar a velocidade de soldagem.

26%

12%

Aumentar a tensão de soldagem.

Montagem inadequada.

Adequar a montagem.

16%

2%

Diminuir a corrente de soldagem.

Montagem inadequada.

Adequar a montagem.

16%

5%

Corrente de soldagem alta.

Desalinhamento

2%

Corrente de soldagem alta.

Embicamento

6%

Tensão de soldagem baixa.

Trinca
longitudinal

Diminuir a corrente de soldagem.

Velocidade de soldagem alta.


Mão de obra desqualificada.

Diminuir a velocidade.
Treinamento da mão de obra.

22%
2%
50
CONCLUSÃO

Sendo a soldagem reconhecida, pelo fabricante de estruturas metálicas, como um


processo especial, que deve ser levado em consideração desde a compra de
produtos de
qualidade a certificação e qualificação dos profissionais envolvidos na produção,
faz-se
necessário um controle da qualidade na fabricação e soldagem de estruturas
metálicas
em aço carbono a fim de controlar os processos com o objetivo de entregar para o
cliente final um equipamento que atenda as normas de projeto e produto.Através
do mapeamento das descontinuidades/defeitos nas soldagens foi elaborado um
plano de ação com o objetivo de diminuir ou eliminar os defeitos/descontinuidades
encontrados processos. O plano de ação da empresa consistia basicamente de
alguns
pontos: qualificação da mão de obra, conscientização da qualidade do produto,
controle
e inspeção (inicial e final) das soldagens.

Desta forma concluímos que foi possível demonstrar que o controle de qualidade é
uma
ferramenta de gestão de processos uma vez que fez o mapeamento dos defeitos e
descontinuidades existentes e indicou um Plano de Ação com o objetivo de
diminuir ou,
em alguns casos, eliminar os defeitos e descontinuidades encontradas nos
processos de
soldagem.
51

BIBLIOGRAFIAS

1. Coleção Tecnologia SENAI: Soldagem, Vários autores. São Paulo, 1997.


2. Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem. Inspetor de Soldagem. Rio de
Janeiro: FBTS, 1996.
3. Instituto Santista de Qualidade Industrial. Inspetor de Soldagem. São José dos
Campos: ISQI, 2005.
4. Marques, Paulo Villani. Soldagem: Fundamentos e Tecnologia. 2° ed. Belo
Horizonte: UFMG, 2007.
5. NBR-14.842: Critérios para a qualificação e certificação de inspetores de
soldagem. ABNT. Rio de Janeiro, 2003.
6. Quites, Almir Monteiro. Introdução à soldagem a arco elétrico. Florianópolis:
Soldasoft, 2002.
7. Wainer, Emílio. Soldagem: processos e metalurgia. 2° ed. São Paulo: Blucher,
1992.
8. Tecnologia Aplicada I: Caminhão Betoneira Cara Chata. 2° ed. São Paulo:
SENAI, 2005.

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