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MANUAL DE HISTOLOGIA

MANUAL
DE
HISTOLOGIA

1
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

MANUAL DE HISTOLOGIA

FACULDADE DE MEDICINA DE
ITAJUBÁ

2015

2
MANUAL DE HISTOLOGIA

MANUAL PRODUZIDO PELA


FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Coordenadora
Prof. Dra. Roseane de Souza Cândido Irulegui

Edição e Organização
Isabella de Oliveira Fadoni

Alunos Colaboradores
Álefy Zanelato Pereira Araújo
Alexandre Albuquerque Bertucci
Aline Melon Ruegger
Beatriz Carvalho
Hugo Ribeiro Bellato
Ilton de Oliveira Filho
Isabella de Oliveira Fadoni
Isadora Isis de Oliveira Araújo
Ivy Loureiro Teodoro
Jaqueline Alves Pereira Silva
Júlia Rosante Garcia
Luísa Coelho Marques de Oliveira
Luíz Henrique Galhardo Guimarães Filho
Maria Emília de Oliveira Ambrósio
Priscila Alves da Silva

Agradecimentos
Kelly Cristina Campos Sales
Valéria Coelho

Imagem da Capa
Alexandru Stravrica1

2015

1
Capa: Stavrica A. Histology [Internet]. [Acesso em: 2014 Fev 02]. Disponível em:
http://www.deviantart.com/art/Histology-309354786

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FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

© 2015 Faculdade de Medicina de Itajubá.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998.


É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que
não seja para a venda ou qualquer fim comercial.
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é dos
autores.

Faculdade de Medicina de Itajubá


Av. Renó Júnior, 368 – São Vicente
CEP: 37502-138 / Itajubá – MG
Tel.: (35) 3629-8700

F143m Faculdade de Medicina de Itajubá.


Manual de Histologia/ Roseane de Souza Cândido
Irulegui; Isabella de Oliveira Fadoni. Itajubá/MG: FMIt,
2015.
210f. il.

ISBN: 978-85-69354-00-0

1.Histologia. I. Faculdade de Medicina de Itajubá. II.


Irulegui, Roseane de Souza Cândido; Fadoni, Isabella de
Oliveira. III. Manual de Histologia. IV. Itajubá.

NLM QS504

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MANUAL DE HISTOLOGIA

A FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Muito mais que um simples Manual de Histologia, esta obra reúne texto, atlas,
roteiro de aulas práticas e acima de tudo, uma enorme vontade de contribuir para o
processo de ensino aprendizagem de Histologia nos cursos de graduação nas áreas das
Ciências Biológicas e da Saúde.

Apresenta um texto conciso, que agrega os avanços no conhecimento da histologia


descritiva tradicional. É ricamente ilustrado com fotografias coloridas dos tecidos e órgãos
observados na microscopia e destacadas no texto.

Este livro foi redigido a partir dos roteiros de aulas teóricas e práticas da disciplina
Histologia, ministrada na Faculdade de Medicina de Itajubá ao longo de vários anos.

Essa edição será disponibilizada na internet, visando fomentar a sua acessibilidade


e assim permitr que um número maior de alunos e professores possa utilizá-lo como
recurso educacional nas aulas teóricas e práticas de Histologia.

Aos docentes, alunos, técnicos e colaboradores, que ao longo dos anos, foram
dando o melhor do seu saber, esforço e dedicação ao ensino da Histologia na Faculdade
de Medicina de Itajubá, deixamos uma palavra amiga de agradecimento.

Dr. Jose Marcos dos Reis

1º Vice-DIretor e
Coordenador de Curso da
Faculdade de Medicina de Itajubá

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FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

HOMENAGEM À MARIA CHRISTINA ANNA GRIEGER

―Há pessoas que não deveriam desaparecer. Não falo no sentido simbólico, tipo ela vai ser
eternamente lembrada. Falo no sentido real, material, humano, um ser vivo que se perpetua, como
Matusalém, porque sua missão está além da mortalidade, e dificilmente poderá ser simplesmente
substituída. Christina era uma destas pessoas, que ainda deveria estar entre nós. Dirigindo os
destinos da faculdade, lecionando, produzindo peças histológicas, contos, músicas e outras artes.
Este manual não poderia deixar de homenagear aquela que foi a maior artifice da nossa
histologia.
Pedi ao seu filho, Eric, nosso ex-aluno, que escrevesse também algumas palavras sobre ela,
ele que testemunhou sua pessoa, em casa, e a mestra, na faculdade.‖

Prof. Kleber Lincoln Gomes

―Pessoas curiosas vivem melhor. A curiosidade nos leva às bordas do mundo e ao cerne da
gente. Não há fim. Sempre podemos ir um pouco mais longe, sempre podemos dividir um pouco
mais, e mais. O céu não é o limite.
Aprendi a provar com a minha mãe. Na sala da minha casa ela ouvia Beatles, mudava o sofá
de lugar, conversava comigo e fazia suas peças de histologia. Aproveitava para desenhar os
canais de Havers com a mesma delícia de uma tela. Eram transparências, evidências e arte.
Algumas vezes fiquei frustrado porque ela não dividia a paixão do futebol comigo, mas quando ela
pintou uma camisa do Inter-RS (tão difícil de encontrar na época) entendi que o amor sempre
encontra uma fresta, mesmo se não houver paixão.
O tempo passou e fiz o curso de medicina. Já no primeiro ano as aulas que eu vi serem
confeccionadas em casa, foram expostas no retroprojetor. Tive um pouco de ciúme. Aquilo era
meu, só meu. "Como essas pessoas ousam bisbilhotar meus macrófagos e minha camada basal?"
Por outro lado, ter aula na faculdade, com a mãe, é uma experiência estupenda. E na mistura de
amor e ciência, eu percebia que ela dava aulas e exibia seus tecidos, com o deleite de uma estilista
pseudoestratificada. O amor sempre encontra uma fresta.
Histologia é coisa de curioso. E essas duas entidades (histologia e curiosidade) fizeram quem
eu sou hoje. Fui concebido e convencido através das células, das perguntas, dos slides, do salário
e, principalmente, do amor da ex professora de histologia da Faculdade de Medicina de Itajubá,
Dra Maria Christina Anna Grieger, que eu sempre chamei de mãe (inclusive na sala de aula)‖.

Eric Grieger Banholzer

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MANUAL DE HISTOLOGIA

PREFÁCIO

É com muita satisfação que publicamos este Manual de Histologia cuidadosamente


desenvolvidos pelos monitores desta disciplina da Faculdade de Medicina de Itajubá, e,
ainda é maior a satisfação quando percebemos o interesse destes monitores em contribuir
com o aprendizado de seus novos colegas.
Este manual teve como inspiração e modelo o primeiro Manual de Histologia, na
época elaborado pela professora Maria Christina Anna Grieger e seus monitores. Me
recordo deste manual no ano de 1994, quando cursava esta disciplina e vejo que até hoje
ele serve como guia para os acadêmicos do primeiro ano ao enfatizar os aspectos práticos
propostos para cada aula de microscopia, reforçando a importância da teoria associada.
Agora, acrescido de novas imagens e aprimorado pelos recursos tecnológicos, ele se
propõe a acrescentar mais teor à aula prática proposta.
Esperamos que ele cumpra com seu propósito e contamos com novas contribuições
para que possíveis erros e omissões sejam corrigidos.
Agradeço a todos que contribuíram para a concretização deste Manual e finalizo
citando as sábias palavras de Leonardo da Vinci: ―Aprender é a única coisa de que a
mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende‖.

Itajubá, janeiro de 2015.

Roseane de Souza Cândido Irulegui

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FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

SUMÁRIO

Prática 1: USO E MANUTENÇÃO DO MICROSCÓPIO ................................................................................ 9

Prática 2: IDENTIFICAÇÃO DE CÉLULAS, CONCEITOS DE BASOFILIA/ACIDOFILIA E


INTERPRETAÇÃO DE CORTES HISTOLÓGICOS .................................................................. 12

Prática 3: TECIDO ADIPOSO ..................................................................................................................... 15

Prática 4: TECIDO CARTILAGINOSO ........................................................................................................ 20

Prática 5: TECIDO ÓSSEO ......................................................................................................................... 24

Prática 6: TECIDOS MUSCULARES .......................................................................................................... 36

Prática 7: CÉLULAS DO CONJUNTIVO ..................................................................................................... 43

Prática 8: FIBRAS DO CONJUNTIVO / SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA (SFA) / TIPOS DE


CONJUNTIVO ............................................................................................................................ 53

Prática 9: VASOS SANGUÍNEOS ............................................................................................................... 57

Prática 10: CORAÇÃO E CÉLULAS DO SANGUE .................................................................................. 64

Prática 11: ÓRGÃOS LINFÁTICOS ............................................................................................................ 69

Prática 12: EPITÉLIOS DE REVESTIMENTO ............................................................................................ 77

Prática 13: ESPECIALIZAÇÕES DE MEMBRANA (CÍLIOS, FLAGELOS E MICROVILOS) ..................... 86

Prática 14: PROCESSOS DE SÍNTESE ..................................................................................................... 91

Prática 15: EPITÉLIOS GLANDULARES .................................................................................................. 107

Prática 16: TRATO GASTRO INTESTINAL .............................................................................................. 127

Prática 17: GLÂNDULAS ANEXAS DO TUBO DIGESTIVO ..................................................................... 141

Prática 18: PELE E ANEXOS .................................................................................................................... 146

Prática 19: APARELHO RESPIRATÓRIO ................................................................................................ 154

Prática 20: TECIDO NERVOSO ................................................................................................................ 159

Prática 21: NERVOS E GÂNGLIOS NERVOSOS .................................................................................... 165

Prática 22: APARELHO URINÁRIO .......................................................................................................... 176

Prática 23: GLÂNDULAS ENDÓCRINAS ................................................................................................. 179

Prática 24: APARELHO GENITAL MASCULINO ...................................................................................... 191

Prática 25: APARELHO GENITAL FEMININO 1 ...................................................................................... 196

Prática 26: APARELHO GENITAL FEMININO 2 ...................................................................................... 200

Prática 27: TIPOS DE NÚCLEO E FASES DA MITOSE .......................................................................... 205

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MANUAL DE HISTOLOGIA

PRÁTICA

1
USO E MANUTENÇÃO DO MICROSCÓPIO

Autores: Ilton de Oliveira Filho


Isabella de Oliveira Fadoni
Jaqueline Alves Pereira Silva

 COMPONENTES DO MICROSCÓPIO ÓTICO:

1
Figura 1 - Componentes do microscópio optico

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 LENTES:

Cada microscópio possui 3 lentes objetivas secas (pequeno, médio e grande


aumento) e uma objetiva de imersão.

OBJETIVA SECA PEQUENO AUMENTO


(aumenta cerca de 4 vezes a imagem)
OBJETIVA SECA MÉDIO AUMENTO
(aumenta cerca de 10 vezes a imagem)
OBJETIVA SECA GRANDE AUMENTO
(aumenta cerca de 40 vezes a imagem)
OBJETIVA DE IMERSÃO (ÓLEO) AUMENTA A IMAGEM DE 90 VEZES A
100 VEZES

A lente objetiva de imersão só deve ser usada com óleo de imersão (pois o índice de
refração deste óleo é maior que o ar e assim proporciona melhor aproveitamento dos raios
luminosos).2

*OBS.: Para uma melhor análise das lâminas e estruturas nelas contidas é
aconselhado que o aumento da imagem seja feito de modo gradual: primeiramente deve
ser focalizada a região de interesse no menor aumento (4x) e, posteriormente, focalizar a
região desejada nos aumentos 10X e 40x.

 USO DO MICROSCÓPIO (INSTRUÇÕES E CUIDADOS):

1. SÓ MEXA NO CONDENSADOR E NO DIAFRÁGMA EM CONDIÇÕES


ESPECIAIS.
2. NÃO MUDE OS MICROSCÓPIOS DE LUGAR (somente faça isso em casos de
grande necessidade e, se este for o caso, evite movimentos bruscos).
3. Escolha a lâmina a ser estudada na caixa e leia as instruções da aula em questão
(contidas neste manual).
4. Antes de colocar a lâmina que você vai examinar sobre a platina, gire o revólver
do microscópio de modo que a objetiva de menor aumento (4x) fique em posição
de uso.
5. CUIDADO PARA NÃO COLOCAR A OBJETIVA DE IMERSÃO EM USO (ela será
explicada no momento oportuno).
6. Ao colocar a lâmina, verifique se a lamínula está voltada para cima.
7. Focalize o corte movimentando primeiro o parafuso macrométrico (lentamente).
8. Se a imagem estiver embaçada, movimente o parafuso micrométrico até
encontrar o foco ideal.
9. Gire o revólver e o passe para a objetiva de aumento médio (10x) e focalize
novamente a imagem. Faça o mesmo com o grande aumento (40x).
10. CUIDADO AO TROCAR DE LENTE: muitas vezes quando platina está muito
elevada, a troca das lentes pode quebrar as laminas.
11. Procure a estrutura desejada para estudo.
12. APÓS O USO DESLIGUE O MICROSCÓPIO DA TOMADA E O CUBRA COM A
CAPA PROTETORA.

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MANUAL DE HISTOLOGIA

 REFERÊNCIAS DA AULA 1:
1
Lacerda GA. Introdução ao trabalho de microscopia [Internet]. 2013 [Acesso
em: 2014 Fev 15]. Disponível em:
http://abcdafarmacobotanica.blogspot.com.br/2013/05/microscopia.html
2
Sechinato MS, Grieger MCA, Irulegui RSC, Reis MLA. Manual de histologia. Itajubá:
FMIt; 2012. p.3-5.

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FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

PRÁTICA

2
IDENTIFICAÇÃO DE CÉLULAS, CONCEITOS DE
BASOFILIA/ACIDOFILIA E INTERPRETAÇÃO DE
CORTES HISTOLÓGICOS

Autores: Ilton de Oliveira Filho


Isabella de Oliveira Fadoni
Jaqueline Alves Pereira Silva

 CONCEITOS INICIAIS:

Os tecidos são constituídos por células e por matriz extracelular que estão em
constante interação. Ambos possuem diversos constituintes com diferentes pH, desde as
fibras colágenas e as mitocôndrias alcalinas até os ácidos nucleicos.1
Para serem estudadas no microscópio, essas estruturas devem ser coradas. Dentre
os corantes, a combinação de hematoxilina e eosina (HE) é a mais comumente usada.
Eles se comportam como substâncias de caráter ácido ou básico que tendem a fazer
ligações com os componentes dos tecidos.2 Assim, os componentes que se coram bem
por corantes básicos são chamados basófilos e os que se coram bem por corantes ácidos,
acidófilos.1
A hematoxilina é um corante básico, por isso tem afinidade por componentes ácidos
dos tecidos. A eosina é um corante ácido e tem afinidade por componentes básicos. Deste
modo os elementos básicos dos tecidos são corados pela eosina adquirindo coloração
róseo-avermelhada. Já os elementos ácidos são corados pela hematoxilina adquirindo
coloração azul-arroxeada.1

Figura 2 - Epitélio Intestinal - As suas secreções, o seu núcleo e os seus constituintes


citoplasmasmáticos são mais ácidos, corados pela hematoxilina adquirindo uma coloração
arroxeada.

12
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 3 - Epitélio da Pele - A pele apresenta queratina (proteína altamente basófila) que possui
afinidade pela eosina, adquirindo, assim, coloração avermelhada.

 INTERPRETAÇÃO DOS CORTES HISTOLÓGICOS:

A interpretação dos cortes que foram processados para obtenção de um preparado


permanente (a lâmina) dependerá do tipo de órgão (sólido ou oco), de sua constituição
microscópica e do tipo de corte que foi feito no fragmento usado. 1
De um modo geral os órgãos sólidos apresentam uma arquitetura tal que em qualquer
plano de corte é possível identificar todas as suas estruturas. Há algumas exceções como
o rim, a suprarrenal, a hipófise e outras, cuja arquitetura se divide em regiões. 1
Os órgãos ocos, por sua vez, são, em geral, estruturas tubulares e apresentam uma
cavidade (luz ou lúmen) de modo que o corte pode ser orientado de forma paralela a luz
(corte longitudinal) ou perpendicular a ela (corte transversal). Há ainda a possibilidade do
corte ser oblíquo a luz.2
Microscopicamente, as coisas funcionam da mesma forma. Assim existem estruturas
ocas como ductos e vasos sanguíneos que poderão ser cortados longitudinalmente,
transversalmente ou obliquamente.2
Com relação às células, pode-se usar o mesmo raciocínio feito para os órgãos
sólidos. É preciso lembrar, no entanto, que os cortes são muito finos podendo a célula ser
cortada em diferentes pontos com imagens e interpretações diferentes. 2

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FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

 REFERÊNCIAS DA AULA 2:
1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2011. Histologia e seus métodos de estudo; p.01-21.
2
Sechinato MS, Grieger MCA, Irulegui RSC, Reis MLA. Manual de histologia. Itajubá:
FMIt; 2012. p.6-9.

14
MANUAL DE HISTOLOGIA

PRÁTICA

3
TECIDO ADIPOSO

Autores: Ilton de Oliveira Filho


Isabella de Oliveira Fadoni
Jaqueline Alves Pereira Silva

 O TECIDO ADIPOSO:

O tecido adiposo é um tipo especial de tecido conjuntivo com predominância de


células adiposas, chamadas de adipócitos. Tais células podem estar isoladas ou em
pequenos grupos no tecido conjuntivo frouxo, porém a maioria forma grande agregado,
constituindo o tecido adiposo distribuído pelo corpo.1
Este tecido é o maior depósito corporal de energia, sob a forma de triglicerídeos. Está
localizado embaixo da pele, modelando a superfície. Dentre suas funções pode-se citar a
formação de coxins absorvedores de choque, principalmente na planta dos pés e na palma
das mãos. Contribui também para o isolamento térmico do organismo e preenchimento de
espaço entre outros tecidos, mantendo certos órgãos em suas posições normais. O tecido
adiposo tem também atividade secretora, sintetizando diversos tipos de moléculas. 1
Existem duas variedades de tecido adiposo: o Tecido Adiposo Unilocular, também
chamado Comum ou Amarelo, e o Tecido Adiposo Multilocular ou Pardo.1

 TECIDO ADIPOSO UNILOCULAR:

O Tecido Adiposo Unilocular é o tecido adiposo predominante em humanos adultos.


Este tipo de tecido forma o panículo adiposo que está disposto sob a pele. As células
adiposas uniloculares se originam no embrião, a partir de células mesenquimais: os
lipoblastos. Estas células são parecidas com os fibroblastos, porém logo acumulam
gordura no seu citoplasma. As gotículas lipídicas são inicialmente separadas umas das
outras, porém muitas se fundem, formando a gotícula única característica da célula
adiposa unilocular.1

2
Figura 4 - Diferenciação celular

15
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

O Tecido Adiposo Unilocular possui septos de conjuntivo que apresentam vasos e


nervos. As células adiposas uniloculares são grandes e possuem apenas uma gotícula
de gordura que ocupa quase todo o citoplasma. Os núcleos dessas células estão
deslocados para a periferia e encostados na membrana plasmática.1

3
Figura 5 - Adipócitos Uniloculares

 TECIDO ADIPOSO MULTILOCULAR:

Este tipo de tecido adiposo possui distribuição limitada, localizando-se em áreas


determinadas. No feto humano e no recém-nascido apresenta localização bem
determinada. O Tecido Adiposo Multilocular é especializado na produção de calor, tendo
papel importante para os mamíferos que hibernam. Na sua histogênese as células
mesenquimatosas tomam um arranjo epitelióide e dão origem ás células adiposas
multiloculares.1
As células adiposas multiloculares são menores, com forma poligonal e o
citoplasma é carregado de gotículas lipídicas de vários tamanhos. O núcleo é arredondado
e central ou levemente excêntrico.¹

4
Figura 6 - Adipócitos Multiloculares

16
MANUAL DE HISTOLOGIA

 LÂMINAS DO LABORATÓRIO FMIt (L-50):

Figura 7 – Tecido Adiposo Unilocular. Aumento médio.

Figura 8 – Tecido Adiposo Unilocular. Maior aumento.

Figura 9 – Tecido Adiposo Multilocular. Menor aumento.

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Figura 10 – Tecido Adiposo Multilocular. Aumento médio.

Figura 11 – Tecido Adiposo Multilocular (em maior aumento)

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MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 12 – Tecido Adiposo Unilocular e Multilocular

 REFERÊNCIAS DA AULA 3:
1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. Tecido adiposo; p.124-34.
2
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. Tecido adiposo; p.127. Fig.6.3.
3
Medicina UGF [Internet]. Tecido adiposo. 2010. [Acesso em: 2014 Fev 20].
Disponível em:
http://medgama.blogspot.com.br/2010/07/tecido-adiposo.html
4
MOL microscopia On-Line - Seu guia interativo de histologia [Internet]. M 5 - Tecido
adiposo multilocular. 2007. [Acesso em: 2014 Fev 20]. Disponível em:
http://www.icb.usp.br/mol/5-6-adiposo-multi.html

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FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

PRÁTICA

4
TECIDO CARTILAGINOSO

Autores: Ilton de Oliveira Filho


Isabella de Oliveira Fadoni
Jaqueline Alves Pereira Silva

 O TECIDO CARTILAGINOSO:
O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência
rígida. Ele é responsável principalmente por garantir o suporte de tecidos moles, revestindo
superfícies articulares, onde irá absorver choques mecânicos e facilitar o deslizamento dos
ossos nas articulações. Além disso, ele é essencial para a formação e crescimento dos
ossos longos.1 É encontrada principalmente na parede das fossas nasais, traqueia e
brônquios, na extremidade ventral das costelas e recobrindo superfícies articulares de
ossos longos.
Este tecido será estudado através da Lâmina 33 (L-33) que representa um corte da
traqueia.

L-33  Traqueia (Cartilagem Hialina):

Nesta lâmina, você deve procurar uma região da parede da traqueia que possui
coloração mais basófila / arroxeada (resultante da impregnação de um corante básico —
no caso a hematoxilina — em uma estrutura basófila).
Focalize esta região e, gradativamente, vá trocando as lentes objetivas secas até
chegar ao aumento maior (40x).
A região basófila compreende a cartilagem hialina.
No grande aumento, você poderá perceber a existência de várias células e de uma
substância entre essas células (denominada matriz).

Há dois tipos de matriz na cartilagem hialina:

1. Matriz inter-territorial: que corresponde a área basófila, situada entre os


grupos celulares (condrócitos) e que se apresenta em uma tonalidade mais
clara.2
2. Matriz territorial: que compreende a área de maior basofilia situada
imediatamente em torno dos condrócitos e que, portanto, é mais escura.2

Observe:

1) No primeiro aumento (4x), mostrado na imagem abaixo (Figura 11), a área em


destaque compreende o Tecido Cartilaginoso:

20
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 13 – Tecido Cartilaginoso em destaque

2) No segundo aumento (10x), já é possível diferenciar as regiões MATRIZ e


PERICÔNDRIO do Tecido Cartilaginoso:

MATRIZ

PERICÔNDRIO

Figura 14 – Localização da MATRIZ e do PERICÖNDRIO no Tecido Cartilaginoso

21
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

3) No terceiro aumento (40x), já é possível identificar os tipos de matrizes que


compõem o Tecido Conjuntivo. As setas pretas apontam para a matriz
territorial dos condrócitos e as setas vermelhas para a matriz inter-territorial
dos condrócitos.

Figura 15 – Matriz Territorial e Inter-territorial

É possível identificar nesta lâmina a presença de células no interior e na periferia da


matriz. As células contidas no interior da matriz são chamadas de condrócitos e as
cavidades ocupadas por estas células são denominadas lacunas. Uma lacuna pode conter
um ou mais condrócitos.1
Nesta lâmina, você também poderá notar que os condrócitos podem estar dispostos
isoladamente ou em grupos. Quando os condrócitos encontram-se agrupados em uma
mesma lacuna (2 ou mais condrócitos) eles recebem o nome de GRUPOS ISÓGENOS
(pois suas células são originadas de um único condroblasto1).
Como é percebido o Tecido Cartilaginoso é envolvido por uma bainha conjuntiva que
recebe o nome de PERICÔNDRIO1 (área mais acidófila – rosada na coloração HE). Ele se
continua gradualmente com a cartilagem por uma face e com o conjuntivo adjacente pela
outra1. Ele contém vasos sanguíneos e linfáticos, e nervos1 (portanto é através dele que há
o suprimento sanguíneo e drenagem linfática do Tecido Cartilaginoso).
O PERICÔNDRIO reveste a maioria das Cartilagens Hialinas (não está presente nas
cartilagens articulares). É uma fonte de novos condrócitos.1 É rico em fibras colágenas e

22
MANUAL DE HISTOLOGIA

também contém células: fibrócitos (de difícil visualização) e fibroblastos (de forma
fusiforme – representados por setas vermelhas na Figura 14) – estas células estão
contidas mais no interior do pericôndrio.
Na faixa de transição da matriz para o pericôndrio encontra-se outro tipo de células:
os condroblastos (representados por setas pretas na Figura 14).
Os controblastos são células que possuem a capacidade de se diferenciar em
condrócitos (que irão se localizar nas lacunas) – são células menores e com o núcleo
ovóide).

Figura 16 – Pericôndrio e Grupos Isógenos

 REFERÊNCIAS DA AULA 4:
1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2004. Tecido cartilaginoso; p.130-35.
2
Sechinato MS, Grieger MCA, Irulegui RSC, Reis MLA. Manual de histologia. Itajubá:
FMIt; 2012. p.12-14.

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PRÁTICA

5
TECIDO ÓSSEO

Autores: Ilton de Oliveira Filho


Isabella de Oliveira Fadoni
Jaqueline Alves Pereira Silva

 TECIDO ÓSSEO:

É o constituinte principal do esqueleto sendo o suporte para os tecidos moles e para


a proteção dos órgãos. Serve de alavanca para os músculos realizarem movimentos e
funcionam como depósitos de cálcio, fosfato e outros íons. 1
O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo formado pela matriz
óssea, sendo suas superfícies recobertas por periósteo (externamente) e endósteo
(internamente) que auxiliam na nutrição do osso e na formação de células
osteoprogenitoras. Suas principais células são os osteoblastos (sintetizam a matriz), os
osteócitos (fazem manutenção da matriz) e os osteoclastos (reabsorvem a matriz).1,2
Histologicamente existem dois tipos de tecido ósseo:

1) Tecido ósseo primário ou imaturo: é o primeiro tecido ósseo que aparece


sendo substituído gradativamente por tecido ósseo secundário. Em adultos é
pouco frequente.1
2) Tecido ósseo secundário, lamelar ou maduro: é o tecido ósseo encontrado
em adultos. Apresenta fibras colágenas organizadas em lamelas que se dispõe
em camadas concêntricas em torno dos canais de Havers.1

Quanto ao processo de formação do osso, pode ser divido em:

1) Ossificação intramembranosa: tem início nas membranas de tecido


conjuntivo (centro de ossificação primária) com a diferenciação das células
mesenquimatosas em osteoblastos que darão início a formação do osso. É o
processo formador dos ossos frontal, parietal e partes do osso occipital,
temporal e maxilares superior e inferior. Também contribui para o crescimento
dos ossos curtos e para o aumento da espessura de ossos longos.1,2
2) Ossificação endocondral: tem início sobre a cartilagem hialina com
processos que levam a morte dos condrócitos e a calcificação da matriz com
invasão de capilares sanguíneos. Principal responsável pela formação de
ossos longos e curtos.1,2

L-37  Osso compacto descalcificado:

As lâminas contem um corte transversal da diáfise de um osso longo. A matriz


contém numerosas lacunas de cor escura onde estavam os osteócitos. Podem-se notar
também os numerosos canalículos que se irradiam das lacunas. Importante lembrar que
essa técnica de confecção não preserva células.2

24
MANUAL DE HISTOLOGIA

As lamelas ósseas são constituídas pela deposição de colágeno em sentido ovoide


concentricamente aos canais de Havers formando sistemas de Havers ou ósteons.2

 Sistema de Havers ou Ósteon: é o conjunto de lamelas em torno dos canais


de Havers. Os canais possuem forma cilíndrica paralela ao maior eixo da diáfise.
Comunicam-se com outros canais de Havers, com o canal medular e com o
periósteo através dos canais de Volkmann.2

 Canais de Volkmann: são perpendiculares aos canais de Havers e fazem


suas ligações entre si, com o meio externo e com o canal medular.2

Figura 17 - Canal de Havers (Corte Traansversal)

25
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Figura 18 - Canal de Volkmann (Corte Longitudinal)

L-32  Ossificação Endocondral:

Como já foi dito, ela tem início sobre uma peça de cartilagem hialina através de um
processo de hipertrofia e morte dos condrócitos e posterior deposição de cálcio formando a
matriz que é invadida com capilares sanguíneos.1,2

26
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 19 - Ossificação Endocondral

Esses processos de calcificação da matriz óssea podem ser divididos e observados


histologicamente em zonas:

1) Zona de Cartilagem em Repouso: onde existe a cartilagem hialina sem


qualquer alteração morfológica.
2) Zona de Cartilagem Seriada ou em Proliferação: aqui os condrócitos
dividem-se rapidamente e formam fileiras ou colunas paralelas de células
achatadas e empilhadas.
3) Zonas de Cartilagem Hipertrófica: nessa zona, os condrócitos sofrem
hipertrofia ficando volumosos com o citoplasma repleto de glicogênio e lipídeos
iniciando processo de apoptose.
4) Zona de Cartilagem Calcificada: aqui ocorre a mineralização dos espaços
entre os condrócitos hipertrofiados terminando com a morte deles.
5) Zona de Ossificação: nessa zona parece o tecido ósseo. Capilares
sanguíneos infiltram e células progenitoras dão origem a osteoblastos que
depositam a matriz óssea.

27
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Figura 20 - Ossificação Endocondral (Aspecto Geral)

28
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 21 - Zona de Cartilagem em Repouso e Zona de Cartilagem Seriada

29
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Figura 22 - Zona de Cartilagem Seriada

30
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 23 - Zona de Cartilagem Hipertrófica. Podem-se observar nas setas os condrócitos volumosos.

31
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 24 - Zona de Cartilagem Calcificada. Pode-se observar a presença de células do sangue entre
as trabéculas ósseas.

32
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 25 - Zona de Ossificação. Pode-se observar a presença de células do sangue entre as


trabéculas ósseas.

Nessa matriz recém-formada, é possível identificar as principais células do tecido


ósseo.¹,2

1) Osteócitos: ocupam as lacunas das quais partem canalículos, sendo sempre


a disposição de um osteócito para uma lacuna. Eles são células achatadas e
escuras essenciais para a manutenção do tecido ósseo. São formados pelos
osteoblastos que ficam presos na própria matriz.
2) Osteoblastos: são as células que sintetizam a matriz. Estão dispostos sempre
nas superfícies das espículas ósseas lado a lado. Quando tem intensa
atividade de síntese possuem formato cuboide com citoplasma basófilo.
3) Osteoclastos: são células móveis, gigantes, multinucleadas e muito
ramificadas. Participam da reabsorção óssea coordenada por citocinas e
hormônios. Tem origem das células precursoras da medula que se unem para
formar osteoclastos.

33
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Figura 26 - Observe a disposição lado a lado dos osteoblastos encontrados na periferia da espícula
óssea. Quando presos na matriz, eles tornam-se osteócitos, localizados nas lacunas.

34
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 27 - Observe a morfologia do osteoclasto: célula gigante, multinucleada que apresenta várias
ramificações. São menos numerosos e podem ser encontrados na periferia da espícula óssea.

 REFERÊNCIAS DA AULA 5:
1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2011. Tecido ósseo; p.135-49.
2
Sechinato MS, Grieger MCA, Irulegui RSC, Reis MLA. Manual de histologia. Itajubá:
FMIt; 2012. p.15-17.

35
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PRÁTICA

6
TECIDOS MUSCULARES

Autores: Ilton de Oliveira Filho


Isabella de Oliveira Fadoni
Jaqueline Alves Pereira Silva

 O TECIDO MUSCULAR:

O Tecido Muscular é constituído por células alongadas que possuem grande


quantidade de filamentos citoplasmáticos de proteínas contráteis, geradoras das forças
necessárias para a contração desse tecido, utilizando a energia contida nas moléculas de
ATP.¹
Os componentes das células musculares recebem nomes especiais: a membrana
celular é chamada sarcolema, o citosol de sarcoplasma e o retículo endoplasmático liso, de
retículo sarcoplasmático.¹

Distinguem-se três tipos de tecido muscular:

1) Músculo estriado esquelético


2) Músculo estriado cardíaco
3) Músculo liso

2
Figura 28 – Tipos de Tecido Muscular

 MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO:

O músculo estriado esquelético apresenta fibras musculares organizadas em grupos


de feixes. Um conjunto de feixes de fibras musculares é envolto por uma camada de tecido
conjuntivo: o epimísio. Sendo que cada feixe é envolvido por septos de tecido conjuntivo:
o perimísio. E cada fibra muscular, individualmente, é envolvida pelo endomísio.¹

36
MANUAL DE HISTOLOGIA

3
Figura 29 – Organização do Músculo

Distinguem-se dois tipos de cortes:

1) Corte Longitudinal – fibras musculares cortadas ao longo do seu maior


eixo.
2) Corte Transversal – cortadas ao longo do seu menor eixo.

Sendo assim, os cortes para as lâminas referentes ao musculo estriado esquelético


vão se apresentar da seguinte forma:

1) Corte Longitudinal: as fibras são cilíndricas, longas, multinucleadas e com


estriações transversais. Os núcleos são numerosos e periféricos.
2) Corte Transversal: nesse corte não é possível visualizar as estrias
transversais. Os núcleos são periféricos e arredondados.

4
Figura 30 – Músculo Estriado Esquelético

 MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO:

1) Corte Longitudinal: a forma das fibras é variada, pois elas se ramificam com
frequência, se anastomosando umas com as outras. Em geral, são cilíndricas,
acidófilas e com estriação transversal. Os núcleos são arredondados.
Observam-se os discos intercalares: linhas transversais mais coradas, em
forma de escada ou ziguezague.

37
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

2) Corte Transversal: citoplasma acidófilo, granuloso e sem estrias. O núcleo é


arredondado e central.

4
Figura 31 – Músculo Estriado Cardíaco

 MÚSCULO LISO:

1) Corte Longitudinal: a forma das fibras é alongada, mas os limites


intercelulares são pouco nítidos, por isso é acidófilo e de aspecto fibrilar. Os
núcleos são únicos, centrais e alongados.
2) Corte Transversal: a maioria dos cortes não passa pelo núcleo, de modo que
há várias células sem núcleo. Quando aparece, é redondo e central. A célula,
neste corte, também é redonda, com diâmetro variável.

4
Figura 32 – Músculo Liso

 LÂMINAS DO LABORATÓRIO FMIt:

L-10 ou L-10a  Língua (Músculo Estriado Esquelético):

38
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 33 - Corte Longitudinal do Músculo Estriado Esquelético

Figura 34 - Corte Transversal do Músculo Estriado Esquelético

39
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L-15  Coração (Músculo Estriado Cardíaco):

Figura 35 - Corte Longitudinal do Músculo Estriado Cardíaco

Figura 36 - Corte Transversal do Músculo Estriado Cardíaco

40
MANUAL DE HISTOLOGIA

5
Figura 37 - Corte Longitudinal do Músculo Cardíaco (observe os Discos Intercalares)

L-02  Intestino Grosso (Músculo Liso):

Figura 38 - Corte Longitudinal do Músculo Liso

41
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 39 - Corte Transversal do Músculo Liso

 REFERÊNCIAS DA AULA 6:
1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. Tecido muscular; p.182-203.
2
A.F.H - Os tecidos. Tipos de tecido muscular. 2010. [Acesso em: 2014 Fev 20].
Disponível em:
http://quartoanoanatomia.blogspot.com.br/2010/04/tipos-de-tecido-muscular-de-
acordo-com.html
3
Embriologia e histologia - Tecido muscular [Internet]. 2012. [Acesso em: 2014 Fev
20]. Disponível em:
http://grupomedveterinaria.wordpress.com/2012/06/21/tecido-muscular
4
Só biologia. Tecidos musculares [Internet]. [Acesso em: 2014 Fev 20]. Disponível
em:
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Histologia/epitelio21.php
5
Cunha GF. Tecido muscular estriado cardíaco [Internet]. 2010. [Acesso em: 2014
Fev 20]. Disponível em:
http://www.teliga.net/2010/01/tecido-muscular-estriado-cardiaco.html

42
MANUAL DE HISTOLOGIA

PRÁTICA

7
CÉLULAS DO CONJUNTIVO

Autores: Aline Melon Ruegger


Isadora Isis de Oliveira Araújo
Ivy Loureiro Teodoro

 O TECIDO CONJUNTIVO:

O tecido conjuntivo tem a função de estabelecer e manter a forma do corpo. Nesse


tecido, a maioria das células são produzidas localmente e permanecem nele, com exceção
de algumas como os leucócitos, que vêm de outros territórios e podem habitar
temporariamente o tecido conjuntivo. As principais células a serem observadas serão
apresentadas a seguir.1

L-26a  Estômago (Úlcera):

(A visualização dessas células em tecidos normais é mais difícil).


Visualize a porção mais interna do corte.
Procure a área que tenha muitos núcleos
Passe para o maior aumento e tente identificar as células:

1) LINFÓCITOS: Participam da produção de células imunocompetentes.1 São


células pequenas, com núcleo redondo, bastante basófilo (roxo) e com
citoplasma pouco visível. No maior aumento, apresenta-se como uma ―bolinha‖
escura entre as outras células.

Figura 40- Linfócito

43
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

2) PLASMÓCITOS: são células derivadas de linfócitos, sintetizadores de


anticorpos.1 Geralmente maiores que os linfócitos, são ovoides, com núcleo
excêntrico e esférico, e com cromatina disposta em grânulos basófilos. O
núcleo se apresenta, tipicamente, em forma de ―roda de carroça‖. Tem
citoplasma mais abundante que o linfócito, é basófilo, e às vezes mostra uma
área clara perinuclear, correspondente ao complexo de Golgi.1

Figura 41 – Plasmócitos

3) NEUTRÓFILOS: Possuem função de defesa ao organismo, fazendo fagocitose


de substancias estranhas, como as bactérias.1 São pequenos, possuem
citoplasma pouco visível e núcleo lobulado (geralmente com 2 ou 3 lóbulos,
mas podendo apresentar mais), é bem basófilo.

44
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 42 – Neutrófilos

Figura 43 – Neutrófilo

45
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

4) EOSINÓFILOS: Participam da defesa imunológica e das reações alérgicas.1


Têm aspecto semelhante aos neutrófilos. Apresentam, geralmente, núcleos
bilobulados (ou mais) e citoplasma cheio de grânulos de coloração
avermelhada (eosinófilos)- para observar isso tente mexer o foco micrométrico,
aparecerão grânulos ―brilhando‖.

Figura 44 - Eosinófilo

Figura 45 - Eosinófilos

46
MANUAL DE HISTOLOGIA

5) MACRÓFAGOS: Têm função de defesa, fagocitam substâncias estranhas e


bactérias além de processar e apresentar antígenos.1 São numerosos, mas por
variarem muito sua forma nos diferentes tipos de tecido, são difíceis de serem
identificados. Têm aspecto característico de ―grão de feijão‖ ou amendoim, em
que se tem o núcleo ovoide com uma reentrância (chanfradura) em um dos
bordos. Apresenta citoplasma claro com limites imprecisos.1

6) FIBROBLATOS: sintetizam principalmente fibras de colágeno e elastina além


de substância fundamental.1 Para visualizá-los, tente sair um pouco da área
de acúmulo de células, pois é mais fácil de identificá-los quando eles estiverem
isolados. Apresentam-se com aspecto fusiforme, núcleo grande e ovoide,
levemente basófilo e tem nucléolo evidente. Já o citoplasma é pouco visível,
com prolongamentos nas extremidades da célula e cor muito clara.1

47
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 46 - Fibroblastos

7) FIBRÓCITOS: ainda nas regiões com poucas células, podem-se ver os


fibrócitos em meio às fibras colágenas. São menores que os fibroblastos e
mais fusiformes, apresentam núcleo bem fino, denso e alongado. O citoplasma
não é visível.1

8) CÉLULAS ADIPOSAS: São importantes fontes de reserva energética e


produção de calor.1 Procure na periferia do corte células arredondadas,
grandes, com limites nítidos e citoplasma ―vazio‖. O núcleo é pequeno, denso e
deslocado para a periferia.

48
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 47 - Células Adiposas

9) MASTÓCITOS: São importantes nas reações alérgicas, na inflamação, nas


reações imunes e na expulsão de parasitas. São células globosas, grandes e
com citoplasma cheio de grânulos basófilos. Apresentam núcleo central,
esférico e pequeno e de difícil observação pela quantidade de grânulos na
célula.1

49
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 48 - Mastócito

L-49  Linfonodo (Inflamação Granulomatosa):

10) CÉLULAS GIGANTES: Tem a função de segregar e digerir corpos


estranhos1. São a fusão de vários macrófagos e podem ser vistas em maior
aumento. São geralmente arredondadas ou ovoides, apresentam citoplasma
acidófilo, homogêneo e com vários núcleos dispostos na periferia ou
amontoados na região central da célula.

50
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 49 - Célula Gigante

Figura 50 - Célula Gigante

51
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 REFERÊNCIAS DA AULA 7:
1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2011. Tecido conjuntivo; p.91-118.

52
MANUAL DE HISTOLOGIA

PRÁTICA

8
FIBRAS DO CONJUNTIVO / SUBSTÂNCIA
FUNDAMENTAL AMORFA (SFA) / TIPOS DE
CONJUNTIVO

Autores: Aline Melon Ruegger


Isadora Isis de Oliveira Araújo
Ivy Loureiro Teodoro

 O TECIDO CONJUNTIVO:

São três os principais tipos de fibras do tecido conjuntivo: colágenas, reticulares e


elásticas. As duas primeiras são formadas por proteína colágeno, e a última por proteína
elastina. A distribuição dessas fibras varia nos diferentes tipos de tecido conjuntivo, que
serão observados nessa prática. As características predominantes de cada tecido refletem
seu componente principal ou a forma de organização estrutural do tecido.1

L- 17  Pele (fibras colágenas e Tecido Conjuntivo Propriamente Dito):

 TECIDO CONJUNTIVO FROUXO:

Está presente em locais com pressão e atrito pequenos como entre células
musculares, camada entorno dos vasos e derme. Nele não há predominância de qualquer
tipo de fibra.1
Para visualizá-lo vá até a parte abaixo do epitélio estratificado da pele, ao nível das
papilas dérmicas. Lá poderão ser vistos espaços ―vazios‖, fibras coradas em rosa e
núcleos. Os espaços ―vazios‖ são a substancia fundamental amorfa (SFA), que pela sua
parte hídrica, dá esse aspecto quando processas em lâmina. A SFA embebe fibras e
células do conjuntivo, não existindo espaços vazios no tecido vivo.1
As fibras coradas vistas são as fibras colágenas, que apresentam cor acidófila e
trajeto tortuoso. Procure identificá-las em todos os tipos de corte, pois este é um dos
elementos mais frequentes em vários órgãos. Como está no tecido conjuntivo frouxo não
encontrará muitas fibras.
Os núcleos vistos são geralmente fibroblastos e fibrócitos.

 TECIDO CONJUNTIVO DENSO NÃO MODELADO:

Esse tipo de tecido está abaixo das papilas e se caracteriza por apresentar menos
SFA e mais fibras colágenas. É dito como ―não modelado‖ por conter fibras colágenas
orientadas em várias direções, o que lhe confere maior resistência às trações exercidas em
qualquer direção. É encontrado na região de derme profunda.1

53
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 51 - Tecido Conjuntivo (Pele)

L-12  Tendão:

 TECIDO CONJUNTIVO DENSO MODELADO:

Nesta lâmina, note que as fibras colágenas estão dispostas em única direção e há
fibrócitos entre elas. Alguns fibroblastos também poderão ser vistos.1

54
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 52 - Tecido Conjuntivo (Tendão)

 O TECIDO RETICULAR/ FIBRAS RETICULARES:

L-7  Tecido Reticular e Fibras Reticulares (colocação em prata):

Aqui as células não foram coradas. As fibras reticulares estão coradas em preto, são
finas e emaranhadas, formando uma rede de sustentação.

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Figura 53 - Fibras Reticulares (Coloração em prata)

 REFERÊNCIAS DA AULA 8:
1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2011. Tecido conjuntivo; p.91-118.

56
MANUAL DE HISTOLOGIA

PRÁTICA

9
VASOS SANGUÍNEOS

Autores: Aline Melon Ruegger


Isadora Isis de Oliveira Araújo
Ivy Loureiro Teodoro

L – 05 ou L – 33  Artéria Elástica:

As grandes artérias elásticas contribuem para estabilizar o fluxo sanguíneo.1 Incluem


a aorta e seus grandes ramos. O objetivo desta lâmina é identificar, numa artéria, suas
túnicas ou camadas que compõem sua parede.
Focalize de modo que você possa ver a luz do vaso. De dentro para fora você deverá
identificar2:

1) Túnica íntima: apresenta uma camada de células endoteliais (planas), de modo


que só poderá ser visto o núcleo1. Abaixo do endotélio há uma delgada faixa de
tecido conjuntivo frouxo e, na Lâmina 05, é possível distinguir uma faixa ondulada e
fina de cor rósea. É a limitante elástica interna, que separa a túnica íntima da túnica
média.2
2) Túnica média: constituída principalmente por camadas concêntricas de células
musculares lisas organizadas helicoidalmente.1 Também possui fibras elásticas
isoladas.2
3) Adventícia: é constituída por tecido conjuntivo frouxo contendo vasos (arteríolas,
capilares e vênulas), além de quantidade variável de tecido adiposo.2

57
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 54- Arteríola Elástica (Camadas)

Figura 55 - Arteríola Elástica (Camadas)

58
MANUAL DE HISTOLOGIA

3
Figura 56 - Camadas da parede de Artérias Elásticas

L – 02  Intestino Grosso:

Nesta lâmina, você já identificou o epitélio e glândulas da mucosa, o tecido conjuntivo


frouxo da submucosa e o músculo liso da muscular. Focalize a submucosa em menor
aumento (região entre as glândulas da mucosa e a muscular); passe para o aumento
médio e procure identificar2:

1) Capilares: são compostos de uma única camada de células endoteliais que se


enrolam em forma de tubo, sofrem variações estruturais que os adaptam para
exercer níveis diferentes de troca metabólica entre o sangue e os tecidos.1 Nesta
lâmina, há cortes transversais e oblíquos; o que os caracteriza é a luz estreita, vazia
ou contendo algumas hemácias e a parede fina.

*OBS.: As hemácias aparecem nos cortes corados por HE como ‗bolinhas‘


vermelhas (dica para identificar vasos sanguíneos).2

2) Arteríolas: possuem um diâmetro menor que 0,5mm e lúmen relativamente


estreito1. Íntima: uma camada de células endoteliais (aspecto semelhante aos
capilares), a limitante elástica interna geralmente não pode ser vista nos cortes
corados com HE. Média: geralmente composta de uma ou duas camadas de células
musculares lisas circularmente organizadas.2

59
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 57 - Capilares

L – 28  Timo:

Este órgão será estudado mais adiante. Por enquanto, procure distinguir arteríola,
vênula e capilar no tecido conjuntivo frouxo que separa os lóbulos de tecido linfoide.2

1) Vênulas: possuem um diâmetro de 0,2 a 1,0 mm; suas paredes, muito pequenas,
são formadas apenas por uma camada de células endoteliais. A maioria das
vênulas é do tipo muscular, possuindo pelo menos algumas células musculares lisas
na sua parede.1

60
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 58 – Vênula

Figura 59 - Vênula

61
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Figura 60 - Arteríolas e Vênulas

L – 21  Fígado:

O fígado é constituído por cordões de células epiteliais entre os quais se dispõem


capilares de luz ampla, irregular e de parede descontínua: são os sinusóides.
Ocasionalmente são vistas hemácias dentro desses vasos. Procure identificá-los.2

62
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 61 - Capilares Sinusóides Hepáticos

 REFERÊNCIAS DA AULA 9:
1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2013. Sistema circulatório. p.204-20.
2
Sechinato MS, Grieger MCA, Irulegui RSC, Reis MLA. Manual de histologia. 2012.
p.26-8.
3
SIU School of medicine [Internet]. Arterial wall. 2003. [Acesso em: 2014 Fev 20].
Disponível em: http://www.siumed.edu/~dking2/crr/CR023b.htm

63
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

PRÁTICA
CORAÇÃO E CÉLULAS DO SANGUE

10  AS CÉLULAS DO SANGUE:
Autores: Aline Melon Ruegger
Isadora Isis de Oliveira Araújo
Ivy Loureiro Teodoro

O sangue é formado pelos glóbulos sanguíneos e pelo plasma, parte líquida, na qual
os primeiros estão suspensos. Os glóbulos sanguíneos são os eritrócitos ou hemácias, as
plaquetas (fragmentos do citoplasma dos megacariócitos da medula óssea) e diversos
tipos de leucócitos ou glóbulos brancos. O sangue é principalmente um meio de transporte.
Por seu intermédio, os leucócitos, células que desempenham várias funções de defesa
percorrem constantemente o corpo, atravessam por diapedese a parede das vênulas e
capilares e concentram-se rapidamente nos tecidos atacados por microrganismos, onde
desempenham suas funções defensivas. O sangue também é responsável pelo transporte
de oxigênio e gás carbônico (CO2), o primeiro ligado à hemoglobina dos eritrócitos e o
segundo ou ligado à hemoglobina e a outras proteínas dos eritrócitos, ou dissolvidos no
plasma. Como veículo de distribuição dos hormônios, o sangue possibilita a troca de
mensagens químicas entre órgãos distantes. Tem, ainda, papel regulador na distribuição
de calor, no equilíbrio ácido-básico e no equilíbrio osmótico dos tecidos.1
Nesta prática vamos nos ater à classificação e caracterização dos glóbulos
sanguíneos – células do sangue.

 COLORAÇÃO DAS CÉLULAS DO SANGUE:

As células do sangue geralmente são estudadas em esfregaços preparados pelo


espalhamento de uma gota de sangue sobre uma lâmina, onde as células ficam estiradas
e separadas, o que facilita a observação ao microscópio. Esses esfregaços são corados
com misturas especiais, que contém eosina (corante ácido), azul-de-metileno (corante
básico) e azures (corantes básicos de cor púrpura). São muito usadas as misturas de
Leishman, Wright e Giemsa, designadas com os nomes dos pesquisadores que as
introduziram. Com essas misturas de corantes, as estruturas acidófilas ficam na cor rosa,
as basófilas em azul e as que fixam os azures, ditas azurófilas, aparecem na cor púrpura.
Para visualizar as células do sangue no esfregaço, você precisará do óleo de imersão, mas
CUIDADO, chame um monitor para auxiliá-lo caso haja dúvidas.1, 2

L-51  Esfregaço sanguíneo:

Identifique as células do sangue:

1) Hemácias: são eosinófilas (às vezes de cor parda), arredondadas, com área
central mais clara. Ao tentar observar o núcleo, perceberá que hemácias não
têm núcleo. Elas representam a maioria das células desta lâmina.

64
MANUAL DE HISTOLOGIA

2) Linfócitos: são arredondados, com citoplasma escasso e núcleo grande,


muito basófilo.

3) Monócitos: são as maiores células do esfregaço. Seu núcleo é


frequentemente chanfrado (forma de feijão) e basófilo claro. O citoplasma é
levemente basófilo.

4) Granulócitos Neutrófilos: apresentam o núcleo lobulado (2 ou mais lóbulos),


fortemente basófilo. O citoplasma é de púrpura (roxo claro).

5) Granulócitos eosinófilos: apresentam o núcleo lobulado (geralmente 2


lóbulos ou mais), fortemente basófilo e citoplasma carregado de grânulos
eosinófilos.

6) Plaquetas: são corpúsculos pequenos, arredondados e agrupados, de cor


basófila, às vezes levemente esverdeados.1, 2

Figura 62 - Eosinófilos

65
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 63 - Basófilo

Figura 64 - Basófilo

66
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 65 - Linfócito e Plaquetas

Figura 66 - Plaquetas e Hemácias

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FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 67 - Linfócito

 REFERÊNCIAS DA AULA 10:


1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. Células do sangue; p.221-36.
2
Sechinato MS, Grieger MCA, Irulegui RSC, Reis MLA. Manual de Histologia. Itajubá:
Faculdade de Medicina de Itajubá; 2012. p.29-31.

68
MANUAL DE HISTOLOGIA

PRÁTICA
ÓRGÃOS LINFÁTICOS

11  OS ÓRGÃOS LINFÁTICOS:
Autores: Aline Melon Ruegger
Isadora Isis de Oliveira Araújo
Ivy Loureiro Teodoro

As principais estruturas que participam da resposta imunitária são os órgãos


linfáticos: timo, baço, linfonodos e nódulos linfáticos. Esses nódulos são agregados de
tecido linfático, localizados na mucosa do aparelho digestivo (principalmente nas tonsilas,
nas placas de Peyer do íleo e no apêndice), na mucosa do aparelho respiratório e na do
aparelho urinário. O extenso conjunto de tecido linfático das mucosas chama-se MALT. A
ampla distribuição das estruturas linfáticas e a constante circulação das células imunitárias
no sangue, na linfa e no tecido conjuntivo proporcionam ao organismo um sistema muito
eficiente de defesa.
Uma variedade de tecido conjuntivo na qual predomina o elemento celular é
constituída por tecido linfoide. Pela grande quantidade de linfócitos nesse tecido percebe-
se uma basofilia acentuada, principalmente nas variedades nodular e denso. Utilize esse
dado para auxiliá-lo na identificação dos órgãos.1

 NÓDULO LINFÁTICO:

L-1, L-2 e L-35  Intestino (Tecido Linfoide Associado à Mucosa):

Os tratos digestivo, respiratório e gênito-urinário estão sujeitos a invasões


microbianas frequentes, pois se abrem ao meio externo. Para proteger o organismo,
existem acúmulos de linfócitos (nódulos linfáticos) associados a tecido linfático difuso
localizado na mucosa e na submucosa desses tratos. Nessas lâminas de intestino, você
conseguirá identificar esses nódulos, que se encontram entre as glândulas da mucosa e
apresentam cor basófila. Raramente se conseguirá identificar no centro deste nódulo o que
é denominado centro germinativo (área clara constituída por linfoblastos).1,2

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FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 68 - Nódulo Linfoide (associado à mucosa intestinal)

Figura 69 - Nódulo Linfático (associado à mucosa intestinal)

70
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 70 - Nódulo Linfático (associado à mucosa intestinal)

 LINFONODO:
L-36 e L-36a  Linfonodo:

Os linfonodos ou gânglios linfáticos são órgãos encapsulados constituídos por tecido


linfoide e que aparecem espalhados pelo corpo, sempre no trajeto de vasos linfáticos. Em
geral, têm a forma de rim e apresentam um lado convexo e outro com reentrâncias, o hilo.
A cápsula de tecido conjuntivo denso que envolve os linfonodos envia trabéculas para o
seu interior, dividindo o parênquima em compartimentos incompletos. O parênquima do
linfonodo apresenta a região cortical e a região medular, que ocupa o centro do órgão e
seu hilo. Entre essas duas regiões há a cortical profunda ou região paracortical. A região
cortical superficial é constituída por tecido linfoide frouxo, que forma os seios
subcapsulares e peritrabeculares, e por nódulos ou folículos linfáticos (condensações
esféricas de linfócitos). Os nódulos linfáticos podem apresentar áreas centrais claras, os
centros germinativos. Na medular, pode-se observar tecido linfoide frouxo, alternando com
cordões de tecido linfoide denso (bem basófilo).1,2

71
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 71 – Linfonodo

Figura 72 - Linfonodo (Centros Germinativos)

72
MANUAL DE HISTOLOGIA

 BAÇO:

L-8  Baço:

O baço é o maior acúmulo de tecido linfoide do organismo e, na espécie humana, o


único órgão linfoide interposto na circulação sanguínea. Observando-se o órgão no menor
aumento, podem-se identificar duas regiões: a Polpa Branca e a Polpa Vermelha. Na
primeira, que é descontínua, podem-se observar pontos esbranquiçados (na macroscopia)
no parênquima que são os nódulos linfáticos. Na polpa vermelha, observa-se que esta é
formada por estruturas alongadas, os cordões esplênicos ou cordões de Billroth e está
localizada em torno dos nódulos linfáticos.1,2

Figura 73 - Baço (Polpa Branca e Polpa Vermelha)

73
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 74 - Baço (Trabécula e Polpas)

 TIMO:

L-28  Timo:

O timo é um órgão linfoepitelial situado no mediastino, atrás do esterno e na altura


dos grandes vasos do coração. Possui dois lobos, envoltos por uma cápsula de tecido
conjuntivo denso. A cápsula origina septos, que dividem o parênquima em lóbulos
contínuos uns com os outros. Diferente dos demais órgãos linfáticos, o timo não apresenta
nódulos. Cada lóbulo é formado por uma parte periférica, denominada zona cortical, que
envolve a parte central, mais clara, a zona medular. Na cortical o tecido linfoide é denso,
enquanto na medular o tecido linfoide é frouxo. Ainda na medular, podem ser vistos os
corpúsculos de Hassall, os quais representam células epiteliais em degeneração.1,2

74
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 75 - Timo

Figura 76 - Corpúsculo de Hassall

75
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

 REFERÊNCIAS DA AULA 11:


1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. Sistema imunitário e órgãos linfáticos; p.254-82.
2
Sechinato MS, Grieger MCA, Irulegui RSC, Reis MLA. Manual de histologia. Itajubá:
Faculdade de Medicina de Itajubá; 2012. p.32-4.

76
MANUAL DE HISTOLOGIA

PRÁTICA
EPITÉLIOS DE REVESTIMENTO

12 Autores: Beatriz Carvalho

 EPITÉLIOS DE REVESTIMENTO:
Hugo Ribeiro Bellato
Maria Emília de Oliveira Ambrósio

Nos epitélios de revestimento as células são organizadas em camadas que revestem


a superfície externa ou as cavidades do corpo. Eles podem classificadas de acordo com o
número de camadas e as características morfológicas das células na camada superficial.

1
Figura 77 - Epitélios de Revestimento

77
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L-24  Rim (Zona Cortical)


Epitélio Simples Pavimentoso e Epitélio Simples Cúbico:

1) Epitélio simples pavimentoso: na zona cortical do rim identificar os


glomérulos (corpúsculos esféricos com novelos de capilares - coloração mais
escura). No aumento médio observar que há um espaço circundando o novelo
e este é revestido por células planas/ achatadas. Este epitélio também reveste
os vasos sanguíneos (endotélio).
2) Epitélio simples cúbico: na zona cortical do rim identificar vários cortes
transversais de túbulos (em torno dos glomérulos), apresentam luz estreita e
são revestidos por epitélio simples cúbico.

Figura 78 - Rim (Zona Cortical)

78
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 79 - Rim (Zona Cortical)

L-35  Intestino Delgado: Epitélio Simples Cilíndrico:

Nesta lâmina buscar uma vilosidade (na superfície mucosa). Epitélio com uma
camada de células, apesar de os limites celulares serem pouco nítidos, os núcleos são
bem corados e alongados, ficam na região basal das células, muito próximo uns dos
outros, indicando que as células são estreitas e longas (altura maior que a largura),
característica do epitélio cilíndrico/colunar/prismático. Abaixo do epitélio há tecido
conjuntivo frouxo (lâmina própria ou córion) que não contém células epiteliais.

*OBS.: Atenção para as regiões em que o tecido foi cortado tangencialmente à fileira
dos núcleos, dando a falsa impressão que o epitélio é estratificado.

79
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 80 - Intestino Delgado

Figura 81 - Intestino Delgado

80
MANUAL DE HISTOLOGIA

L-33  Traqueia (Epitélio Pseudo Estratificado Cilíndrico Ciliado):

Este epitélio reveste a luz da traqueia, ele apresenta os núcleos em várias alturas
dando aspecto de estratificado, porem se observado mais atentamente pode-se perceber
que todas as células epiteliais tocam a lâmina basal (algumas vezes é difícil de visualizar).
A maioria das células é cilíndrica.

*OBS.: Este como todos os outros epitélios, se apoia sobre uma camada de tecido
conjuntivo frouxo, a lâmina própria.

Figura 82 - Traqueia

81
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 83 - Traqueia

L-5  Esôfago (Epitélio Estratificado Pavimentoso Não Queratinizado):

Epitélio reveste a luz do esôfago e fica repousado sobre tecido conjuntivo (lâmina
própria ou córion), a delimitação entre os dois tecidos é ondulada, com formação de
papilas (reentrâncias do tecido conjuntivo em direção ao epitélio). Como é estratificado, o
epitélio possui vários camadas, a mais interna (junto ao conjuntivo) as células são
cilíndricas/ cúbicas. Nas próximas camadas (medias), as células são maiores, poliédricas,
e os núcleos são redondos e afastados entre si. Nas últimas camadas (junto à luz), os
núcleos são densos e alongados ou arredondados, são picnóticos e estão bem afastados
uns dos outros. As células são pavimentosas/achatadas e empilham-se como discos.

*OBS.: Não há queratina neste epitélio estratificado.


*OBS.: Epitélio também chamado de escamoso (porque as células superficiais
descamam) e/ou malpighiano (descrito originalmente por Malpighi).

82
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 84 - Esôfago

L-17  Pele (Epitélio Estratificado Pavimentoso Queratinizado):

Epitélio que também contem várias camadas. Na última camada de células com
núcleo há no citoplasma grânulos muito roxos de querato-hialina (substância precursora de
queratina). Acima desta camada com grânulos não há mais núcleos, observa-se uma longa
faixa acidófila de queratina (células mortas). O epitélio repousa sobre o tecido conjuntivo
que na pele é chamado de derme. Há grande número de papilas dérmicas.

83
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 85 – Pele

Figura 86 - Pele

84
MANUAL DE HISTOLOGIA

 REFERÊNCIAS DA AULA 12:

¹ Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. Tecido epitelial. p.66-90.

85
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PRÁTICA
ESPECIALIZAÇÕES DE MEMBRANA

13 (CÍLIOS, FLAGELOS E MICROVILOS)

Autores: Beatriz Carvalho

 ESPECIALIZAÇÕES DE MEMBRANA:
Hugo Ribeiro Bellato
Maria Emília de Oliveira Ambrósio

A superfície livre de algumas células epiteliais possui modificações com a função de


aumentar sua superfície ou mover partículas.

1) Microvilos: pequenas projeções do citoplasma, são de numero variado,


podem ser expansões curtas ou longas em formas de dedos ou pregas de
trajeto sinuoso. As células que exercem função absortiva como as do intestino
delgado e as dos túbulos proximais do rim possuem centenas de microvilos,
nestas células o glicocálice é mais espesso. Conjunto glicocalice e microvilos é
chamado de borda em escova ou borda estriada¹;
2) Estereocílios: prolongamentos longos e imóveis do epidídimo e do ducto
deferente, que na verdade são microvilos longos e ramificados, portanto não
devem ser confundidos com cílios verdadeiros. Os estereocilios aumentam a
área de superfície da célula, facilitando o movimento de moléculas para dentro
e para fora da célula.¹
3) Cílios: são prolongamentos longos e dotados de motilidade, presente na
superfície de algumas células epiteliais. São envolvidos pela membrana
plasmática. Os cílios estão inseridos em corpúsculos basais (estruturas
situadas no ápice das células, logo abaixo da membrana). Os cílios exibem
rápido movimento de vai e vem, o movimento ciliar é frequentemente
coordenado para que corrente de fluido ou de partículas seja impelida em uma
direção ao longo da superfície do epitélio, ATP é a fonte de energia para o
movimento ciliar.¹
4) Flagelos: no corpo humano estão presentes somente nos espermatozoides, a
estrutura é semelhante a dos cílios porem são mais longos e limitados a um
por célula.¹

L-25 ou L- 42  Testículo e Epidídimo (HE):

1) Flagelos: testículo é formado por túbulos enovelados cujo revestimento


contém as células da linhagem espermatocitária. Nas regiões próximas a luz
dos túbulos percebem-se filamentos alongados, formando feixes delgados, são
os flagelos dos espermatozoides.

86
MANUAL DE HISTOLOGIA

2) Estereocílios: no epidídimo, canal longo, muito enovelado, na qual a parede é


constituída por uma camada de células epiteliais apresentando no bordo livre
expansões finas e longas, podendo variar no tamanho e disposição, são os
microvilos.

Figura 87 - Testículo

87
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 88 - Testículo

Figura 89 - Epidídimo

88
MANUAL DE HISTOLOGIA

L-33  Traqueia (Cílios):

No corte transversal é parecido com um arco, e parede com basofilia intensa. Os


cílios se encontram no revestimento interno voltado para a luz no bordo livre das células do
epitélio de revestimento (identificado no aumento médio e maior), são estruturas retas,
curtas e uniformes (semelhante a uma escovinha).

Figura 90 - Traqueia

L-35  Intestino Delgado – Duodeno (Microvilos):

Na superfície mais arroxeada, voltada para a luz (região pregueada e irregular),


localizar o revestimento interno do órgão. Ele é constituído por células enfileiradas, finas e
colunares, com núcleos ovoides muito próximos uns dos outros, na base da célula. No
ápice destas células nota-se uma faixa mais corada, mexendo no micrometro observam-se
duas linhas muito finas (como se brilhassem), elas correspondem aos microvilos do bordo
livre das células absortivas. O que se vê é uma condensação na área onde estão as
microvilosidades, pois são estruturas muito pequenas visíveis ao microscópio eletrônico,
por isto essa região é denominada como cutícula estriada ou bordo em escova.

89
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 91 - Intestino Delgado

 REFERÊNCIAS DA AULA 13:

¹ Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. Tecido epitelial; p.66-90.

90
MANUAL DE HISTOLOGIA

PRÁTICA
PROCESSOS DE SÍNTESE

14  PROCESSOS DE SÍNTESE:
Autores: Beatriz Carvalho
Hugo Ribeiro Bellato
Maria Emília de Oliveira Ambrósio

Dependendo do tipo de substância sintetizada, teremos células com aspectos


diferentes, como é o caso de células que sintetizam glicoproteínas e de células que
sintetizam proteínas.1

 SÍNTESE DE GLICOPROTEÍNAS:

L-01 ou L-02  Intestino Grosso (Célula Caliciforme)


ou
L-35  Intestino Delgado (Célula Caliciforme)

A camada mucosa do intestino delgado possui vilosidades e microvilosidades.


O epitélio dos vilos é formado principalmente por células absortivas (enterócitos) e
células caliciformes.
As células absortivas são colunares altas, cada uma com um núcleo oval em sua
porção basal. No ápice de cada célula existe uma camada homogênea denominada borda
em escova, a qual é composta por microvilosidades densamente agrupadas.
A função mais importante das células absortivas é internalizar as moléculas nutrientes
produzidas durante a digestão. Enzimas como dissacaridases e dipeptidases são
produzidas pelas células absortivas e podem fazer parte da membrana plasmática
(glicocálice) nas microvilosidades.
As células caliciformes estão distribuídas entre as células absortivas. Elas são menos
abundantes no duodeno e aumentam em número em direção ao íleo. Estas células
produzem glicoproteínas ácidas do tipo mucina que são hidratadas e formam ligações
cruzadas entre si para originar o muco, cuja função principal é proteger e lubrificar o
revestimento do intestino.
O epitélio do intestino delgado é o simples cilíndrico (colunar, prismático).2

A camada mucosa do intestino grosso não tem pregas, exceto em sua porção distal
(reto), nem vilosidades. Contudo, possui microvilosidades.
As criptas intestinais são longas e caracterizadas por abundância de células
caliciformes e absortivas e um pequeno número de células enteroendócrinas.
As células absortivas são colunares e possuem microvilosidades curtas e irregulares.
O epitélio do intestino grosso é o simples cilíndrico (colunar, prismático).2

Ao longo do revestimento da superfície e das glândulas, há uma fileira de células


colunares com citoplasma claro, pouco visível, mas com núcleos de cor púrpura dispostos
na base das células, formando uma fileira contínua.

91
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Entre estas células ressaltam outras maiores, globosas, com citoplasma muito claro
(parecendo vazio). Estas são as células caliciformes do intestino. Os seus núcleos estão
na porção basal, são escuros e achatados. O citoplasma é pouco corado por que as
glicoproteínas têm pouca afinidade pelos corantes usuais, tipo HE.1

Figura 92- Intestino Delgado

Figura 93 - Intestino Delgado

92
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 94 - Intestino Delgado

Figura 95 - Intestino Delgado

93
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 96 - Intestino Grosso

Figura 97 - Intestino Grosso

94
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 98 - Intestino Grosso

L-27  Intestino Grosso:


(Alcian Blue- Coloração específica para glicoproteínas de células caliciformes)

Esta lâmina é de um tecido idêntico ao anterior. Aparecem as mesmas células claras


e colunares, porém as células caliciformes apresentam o citoplasma corado em azul-
piscina ("bolotas azuis" ao longo da glândula). Os núcleos estão com uma coloração lilás,
mais clara que a cor habitual e estão fora das "bolotas azuis".1

95
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 99 - Intestino Grosso

96
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 100 - Intestino Grosso

97
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 101 - Intestino Grosso

98
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 102 - Intestino Grosso


 SÍNTESE DE PROTEÍNAS:

99
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

L-43  Glândula Salivar Submandibular:

É um órgão compacto, sólido. Situa-se no assoalho bucal, para onde drena seu
conteúdo.
É uma glândula exócrina que produz saliva, fluido que possui funções digestivas,
lubrificantes e protetoras. É uma glândula tubuloacinosa composta, sua porção secretora
contém tanto células serosas quanto células mucosas. As células serosas são o principal
componente desta glândula, sendo facilmente distintas das células mucosas.1,3

1) Células serosas: possuem geralmente um formato piramidal, com uma base


larga que repousa sobre uma lâmina basal e um ápice com microvilos
pequenos e irregulares voltados para o lúmen. Elas exibem características de
células secretoras de proteínas. Células secretoras adjacentes estão unidas
entre si por complexos juncionais e formam uma massa esférica denominada
ácino, contendo um lúmen central.3

2) Ácinos serosos: produz uma secreção de aspecto fluido, pouco denso,


semelhante a soro. O citoplasma das células é basófilo, arroxeado e
granuloso. Isto se deve ao fato de existir, nesta célula, abundante retículo
endoplasmático rugoso. Nem sempre é possível ver os núcleos, por causa da
coloração escura do citoplasma. A luz é estreita e muitas vezes difícil de ser
vista.1

3) Células mucosas: possuem geralmente um formato cubóide ou colunar; seu


núcleo é oval e encontra-se pressionado junto à base da célula. Elas exibem
características de células secretoras de muco.3

4) Ácinos mucosos: produz uma secreção viscosa, constituída de


glicoproteínas. O citoplasma é claro, pouco corado. Os núcleos são basais,
mais visíveis, e a luz também é estreita.1

5) Meia lua serosa: células mucosas e serosas estão arranjadas num padrão
característico. As células mucosas formam túbulos, mas no término destes
túbulos existe um grupo de células serosas que constituem a meia lua serosa.3

100
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 103 - Ácinos Mucosos e Ácinos Serosos

Figura 104 - Ácinos Mucosos e Ácinos Serosos

101
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 105 - Ácinos Mucosos e Ácinos Serosos

102
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 106 - Ácinos Mucosos

Figura 107 - Ácinos Mucosos e Ácinos Serosos

103
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 108 - Ácinos Mucosos, Ácinos Serosos e Meia Lua Serosa

Figura 109 - Ácinos Mucosos, Ácinos Serosos e Meia Lua Serosa

104
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 110 - Ácinos Mucosos, Ácinos Serosos e Meia Lua Serosa

Figura 111 - Ácinos Mucosos e Ácinos Serosos

105
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

 REFERÊNCIAS DA AULA 14:


1
Sechinato MS, Grieger MCA, Irulegui RSC, Reis MLA. Manual de histologia. Itajubá:
Faculdade de Medicina de Itajubá; 2012. p.42-3.
2
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. O Trato digestivo; p.283-316.
3
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. Órgãos associados ao trato digestivo; p.317-38.

106
MANUAL DE HISTOLOGIA

PRÁTICA
EPITÉLIOS GLANDULARES

15  EPITÉLIOS GLANDULARES:
Autores: Beatriz Carvalho
Hugo Ribeiro Bellato
Maria Emília de Oliveira Ambrósio

L-02  Intestino Grosso (Glândula Exócrina Tubular Reta):

A camada mucosa do intestino grosso não tem pregas, exceto em sua porção distal
(reto), nem vilosidades. Contudo, possui microvilosidades. Essa camada é composta por
células caliciformes e absortivas e um pequeno número de células enteroendócrinas.1
Ao localizar a mucosa, podem-se identificar as glândulas tubulares retas percorrendo
a região. Observa-se que o epitélio de revestimento emite projeções tubulares e retilíneas
para dentro da mucosa. A luz mostra um diâmetro variável, parecendo às vezes não
existir.2
O epitélio do intestino grosso é o simples cilíndrico (colunar, prismático).1

Figura 112 - Glândula Exócrina Tubular Reta

107
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 113 - Glândula Exócrina Tubular Reta

Figura 114 - Glândula Exócrina Tubular Reta

108
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 115 - Glândula Exócrina Tubular Reta

109
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 116 - Glândula Exócrina Tubular Reta

Figura 117 - Glândula Exócrina Tubular Reta

110
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 118 - Glândula Exócrina Tubular Reta

111
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 119 - Glândula Exócrina Tubular Reta

L-09  Glândula Salivar Sublingual (Glândula Exócrina Tubuloacinosa Composta):

A glândula sublingual, assim como a submandibular, é uma glândula tubuloacinosa


composta formada por células serosas e mucosas.3
As células mucosas predominam nesta glândula, enquanto as células serosas
apresentam-se exclusivamente constituindo semi-luas serosas na extremidade de túbulos
mucosos. Assim como na glândula submandibular, as células que formam as semiluas
serosas nesta glândula secretam lisozima.3
Os ácinos mucosos têm um citoplasma muito claro, com núcleos basais e luz estreita.
Entre os ácinos podem ser visualizados ductos de excreção, revestidos por epitélio cúbico,
com citoplasma róseo e luz mais ampla.2

112
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 120 - Glândula Exócrina Tubuloacinosa Composta

Figura 121 - Glândula Exócrina Tubuloacinosa Composta

113
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 122 - Glândula Exócrina Tubuloacinosa Composta

Figura 123 - Glândula Exócrina Tubuloacinosa Composta

114
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 124 - Glândula Exócrina Tubuloacinosa Composta

L-20  Tireoide (Glândula Endócrina Vesicular ou Folicular):

A tireoide é uma glândula endócrina de origem endodérmica que se desenvolve a


partir do endoderma da porção cefálica do tubo digestivo.4
Sua função é sintetizar os hormônios tiroxina (T4) e triiodotironina (T3) que controlam
a taxa de metabolismo do corpo. Situada na região cervical anterior à laringe, a glândula
tireoide é constituída de dois lóbulos unidos por um istmo.4
A tireoide é formada por vesículas ou folículos. Os folículos são formados por epitélio
simples cúbico e a sua cavidade contém uma substância gelatinosa chamada coloide, um
material acidófilo e homogêneo. Nele fica contido o produto de secreção da tireoide que
será armazenado até ser lançado nos vasos.2,4

115
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 125 - Glândula Endócrina Vesicular ou Folicular

Figura 126 - Glândula Endócrina Vesicular ou Folicular

116
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 127 - Glândula Endócrina Vesicular ou Folicular

Figura 128 - Glândula Endócrina Vesicular ou Folicular

117
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 129 - Glândula Endócrina Vesicular ou Folicular

118
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 130 - Glândula Endócrina Vesicular ou Folicular

L-16  Suprarrenal (Glândula Endócrina Cordonal):

As adrenais, também chamadas de suprarrenais, são duas glândulas achatadas com


forma de meia lua, cada uma situada sobre o polo superior de cada rim. O órgão é
encapsulado e dividido em duas camadas concêntricas: a cortical (periférica, de cor
amarelada) e a medular (central, de cor acinzentada).4
Essas duas camadas podem ser consideradas dois órgãos distintos, de origens
embriológicas diferentes, apenas unidos topograficamente. Elas têm funções e morfologia
diferentes, embora seu aspecto histológico geral seja típico de uma glândula endócrina
formada de células epiteliais dispostas em cordões cercados por capilares sanguíneos.
Não há ductos.2,4

119
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 131 - Glândula Endócrina Cordonal

Figura 132 - Glândula Endócrina Cordonal

120
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 133 - Glândula Endócrina Cordonal

Figura 134 - Glândula Endócrina Cordonal

121
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 135 - Glândula Endócrina Cordonal

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MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 136 - Glândula Endócrina Cordonal

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FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 137 - Glândula Endócrina Cordonal

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MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 138 - Glândula Endócrina Cordonal

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Figura 139 - Glândula Endócrina Cordonal

 REFERÊNCIAS DA AULA 15:


1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. O trato digestivo; p.283-316.
2
Sechinato MS, Grieger MCA, Irulegui RSC, Reis MLA. Manual de histologia. Itajubá:
Faculdade de Medicina de Itajubá; 2012. p.44-5.
3
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. Órgãos associados ao trato digestivo; p.317-38.
4
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. Glândulas endócrinas; p.389-413.

126
MANUAL DE HISTOLOGIA

PRÁTICA
TRATO GASTRO INTESTINAL

16  O SISTEMA DIGESTIVO:
Autores: Beatriz Carvalho
Hugo Ribeiro Bellato
Maria Emília de Oliveira Ambrósio

O sistema digestivo consiste no trato digestivo: cavidade oral, esôfago, estômago,


intestinos, (delgado e grosso) e pâncreas. Sua função é obter, a partir dos alimentos
ingeridos, as moléculas necessárias para a manutenção e o crescimento e demais
necessidades energéticas do organismo.¹

 CARACTERÍSTICAS COMUNS:

Tubo oco, composto por luz (lúmen), e parede formada por 4 camadas:

1) Mucosa: composta por a) revestimento epitelial e b) lâmina própria (tecido


conjuntivo frouxo rico em vasos); c) muscular da mucosa (camada (s) delgada
(s) de musculo liso).¹
2) Submucosa: composta por tecido conjuntivo, vasos linfáticos e sanguíneos.
Possui o plexo nervoso submocoso – plexo de Meissner.¹
3) Muscular: Contem células musculares lisas formando camadas orientadas em
espiral (parte circular, e parte longitudinal). Entre as duas subcamadas de
musculo liso se observa o plexo mioentérico ou de Auerbach.¹
4) Serosa: Camada delgada de tecido conjuntivo frouxo que pode ser revestida
com mesotélio. Na cavidade abdominal é chamada peritônio visceral e pode
ser continuada por mesentério nos órgãos dessa cavidade.¹

*OBS.: Invaginação = Penetração de parte de um órgão em outro, ou nele mesmo.²


‘Ir para dentro‘. Evaginação= é quando há protrusão do órgão ou parte dele. ‗Ir para fora‘.

 LÍNGUA:

L-10ª  Língua:

Massa de músculo estriado esquelético, coberta por mucosa variável de acordo com
a região.¹

1) Mucosa: composta por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado e


lâmina própria³ (na nossa lâmina o epitélio é queratinizado, pois trata-se de
língua de cão).

127
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Esses dois componentes se projetam para fora, formando as papilas linguais (as
principais são as filiformes, fungiformes, foliadas e circunvaladas). Nesse corte as mais
comuns são as filiformes.¹
2) Submucosa: ausente nesse órgão.
3) Muscular: é a própria língua, composta de massa muscular estriada
esquelética com feixes de músculos em todas as direções.¹
4) Serosa: ausente nesse órgão.

Figura 140 - Língua

128
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 141 - Língua

 ESÔFAGO:

L-05  Esôfago:

Tubo oco, muscular que tem a função de transportar os alimentos da boca até o
estômago por movimentos peristálticos.¹

1) Mucosa: Revestida por um epitélio pavimentoso estratificado não


queratinizado e pela lâmina própria (chamada também de córion).¹,3 Nessa
lamina própria há glândulas esofágicas da cárdia, próximo a junção esôfago-
estomacal (não visível nesse corte).¹
2) Submucosa: composta por tecido conjuntivo frouxo, muito parecido com o
córion (lâmina própria) da mucosa. Há grupos de glândulas secretoras de
muco, ácinos mucosos, cujo produto auxilia no transporte do alimento.³
3) Muscular: Músculo estriado esquelético (corte da porção superior do esôfago).
Demais regiões apresentam musculatura lisa (mais musculo liso quanto mais
distal for o corte).³

129
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

*OBS.: A porção superior é composta por músculo esquelético, pois o controle da


deglutição em níveis até o esfíncter superior é voluntário e muito importante para engolir os
alimentos. Na porção média há uma mistura dos dois tipos de músculo e na porção distal
só há músculo liso.¹

4) Serosa: Ausente neste órgão (só existe na porção que está na cavidade
peritoneal). O restante é envolto por camada de tecido conjuntivo que se
mistura com o tecido conjuntivo circunjacente; essa camada presente no
esôfago é chamada Adventícia.¹

Figura 142 - Esôfago

130
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 143 - Esôfago

Figura 144 - Glândulas Mucosas Esofágicas

131
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

 ESTÔMAGO:

L-06  Estômago (Região Fúndica):

Trata-se de uma porção dilatada do TGI que transforma o bolo alimentar (vindo da
boca e esôfago) em quimo, uma massa viscosa e pré-digerida, por meio de atividade
mecânica e química. Histologicamente há 3 regiões distintas: O cárdia; O corpo (igual ao
fundo); e o piloro (antro).¹

1) Mucosa: É composta por epitélio simples cilíndrico (colunar) que sofre


inúmeras invaginações em direção a lamina própria formando as fossetas
gástricas (nas quais desembocam as secreções das glândulas tubulares
retas). Possui muscular da mucosa.¹,3

A lâmina própria na região fúndica possui essas glândulas gástricas e a distribuição


das células nessas glândulas não é uniforme. Existem:

A. Células mucosas: produtoras de muco, de cor clara*;


B. Células principais: produtoras de enzimas, possuem cor basófila* e;
C. Células oxínticas (parietais): produtoras de ácido, são de coloração acidófila*.³

*OBS.: Muitas vezes essas colorações são difíceis de identificar, por problemas
técnicos.

2) Submucosa: composição tradicional das submucosas do TGI, porém com


tecido conjuntivo mais denso, vasos sanguíneos e linfáticos e infiltrado de
macrófagos. Como dito anteriormente se separa da mucosa pela subcamada
dita ‗ muscular da mucosa‘.1,3
3) Muscular: No corte é possível identificar músculo liso em posições tanto
longitudinais quanto transversais.³
4) Serosa: composição clássica de serosas de órgãos da cavidade abdominal:
tecido conjuntivo frouxo com vasos que se continua com o mesotélio (camada
com epitélio simples pavimentoso).³

132
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 145 - Estômago

Figura 146- Estômago

133
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Figura 147- Estômago

 INTESTINO DELGADO:

L-35  Intestino Delgado:

Órgão que é sítio terminal de digestão dos alimentos, absorção de nutrientes e


secreção endócrina; composto por três segmentos: duodeno, jejuno e íleo.¹

1) Mucosa: É formada por dezenas de evaginações (projeções) de seus


componentes (epitélio + lamina própria), chamadas vilosidades (como se
fossem dedos de uma luva). Nas transições entre um vilo e outro, há aberturas
de glândulas tubulares retas formando criptas (à semelhança do estômago),
denominadas glândulas (criptas) de Lieberkuhn.¹
O epitélio é formado basicamente por células absortivas, do tipo colunares
altas (epitélio simples colunar) que apresentam uma borda em escova ou
cutícula estriada, de coloração escura ao M.O, que são as microvilosidades em
seus ápices.1,3
Há ainda:
A.
Células caliciformes: produtoras de muco que protege e lubrifica o
revestimento intestinal¹;

134
MANUAL DE HISTOLOGIA

B.
Células de Paneth: localizadas no fundo das criptas (glândulas) de
Lieberkuhn, possuem uma série de grânulos acidófilos no citoplasma
apical. Secretam lisozima e tem função de defesa.¹
Há muscular da mucosa.

2) Submucosa: composição tradicional das submucosas do TGI.


Especificamente no duodeno existem as glândulas de Brünner, que secretam
muco alcalino. Há ainda a presença de nódulos linfoides, formando o GALT
(tradução livre: tecido linfoide associado ao intestino); quando agregados são
chamados de placas de Peyer. Possui também o plexo submucoso
(Meissner).¹
3) Muscular: músculo liso em cortes transversais e longitudinais. ³ Possui o plexo
de Auerbach (mioentérico).¹
4) Serosa: Tecido conjuntivo frouxo, vasos e mesotélio.³

Figura 148- Intestino Delgado

135
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Figura 149- Intestino Delgado

Figura 150- Intestino Delgado

136
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 151- Intestino Delgado

 INTESTINO GROSSO:

L-01 e L-02  Intestino Grosso:

Esse órgão exerce função de absorção de água, fermentação, formação de massa


fecal e produção de muco. É composto por ceco, colón ascendente, colón transverso,
colón sigmoide, reto e ânus.¹

1) Mucosa: composta por um epitélio simples colunar. Não forma vilosidades como no
intestino delgado, mas invagina-se em direção à lâmina própria, formando glândulas
tubulares retas, as quais possuem abundancia de células caliciformes e absortivas.¹
2) Submucosa: Separada da mucosa pela muscular da mucosa. Apresenta tecido
conjuntivo frouxo com vasos sanguíneos e linfáticos (clássico). Possui riqueza de
tecido linfoide associado ao intestino (GALT).1,3
3) Muscular: composição tradicional de músculo liso, vistos aqui em cortes
transversais e longitudinais.³
4) Serosa: Composta por tecido conjuntivo frouxo e mesotélio.³

137
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Figura 152 - Intestino Grosso

Figura 153- Intestino Grosso

138
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 154- Intestino Grosso

Figura 155- Intestino Grosso

139
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

 REFERÊNCIAS DA AULA 16:


1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. O trato digestivo; p.283-316.
2
Silva CRL, Silva RCL, Viana DL. Compacto dicionário ilustrado de saúde. 6ª ed. São
Caetano do Sul: Yendis; 2012. 443p.
3
Sechinato MS, Grieger MCA, Irulegui RSC, Reis MLA. Manual de histologia. Itajubá:
Faculdade de Medicina de Itajubá; 2012. p.46-9.

140
MANUAL DE HISTOLOGIA

PRÁTICA
GLÂNDULAS ANEXAS DO TUBO

17  O SISTEMA DIGESTIVO:
DIGESTIVO

Autores: Alexandre Albuquerque Bertucci


Júlia Rosante Garcia
Luísa Coelho Marques de Oliveira
Luíz Henrique G. Guimarães Filho

O sistema digestivo consiste no trato digestivo - cavidade oral, esôfago, estômago,


intestinos delgado e grosso – e suas glândulas associadas – glândulas salivares, fígado e
pâncreas. Sua função é obter, a partir dos alimentos ingeridos, as moléculas necessárias
para a manutenção, o crescimento e as demais funções energéticas do organismo.
Falaremos agora um pouco de cada glândula anexa.

 GLÂNDULAS SALIVARES:

L-43 e L-20  GLÂNDULA SALIVAR:

Figura 156 - Glândula Salivar

141
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 157 - Glândula Salivar

Glândulas salivares são exócrinas e produzem a saliva, que possui funções


digestivas, lubrificantes e protetoras. Na cavidade oral, possui diversas glândulas
pequenas e, existem também três pares de glândulas salivares maiores: parótida,
submandibular e sublingual.1

1) Glândula Salivar Submandibular: é revestida por uma cápsula de tecido


conjuntivo que dela se originam septos separando a glândula exócrina túbulo-
acinosa em lóbulos. Ela se divide em duas porções; a secretora possui mais
células serosas do que mucosas e a porção excretora que se divide em ductos
intralobulares (intercalares – pequenos, luz estreita e citoplasma claro – ou
estriados – luz um pouco mais ampla, células de revestimento mais acidófila) e
extralobulares (são grandes, luz ampla e se localizam nos septos de tecido
conjuntivo).1

2) Glândula Salivar Sublingual: é também túbulo-acinosa composta, mas há


predomínio das células mucosas, sendo que as serosas apresentam-se
exclusivamente constituindo semi-luas ao redor das mucosas. Seu sistema de
ducto é igual ao da glândula salivar submandibular.1

142
MANUAL DE HISTOLOGIA

L-48  PÂNCREAS:

Figura 158 - Pâncreas Exócrino

Pâncreas exócrino é a junção de glândulas túbulo-acinosas compostas, dispostas em


lóbulos separados por tecido conjuntivo. Não possui ácinos mucosos, sendo constituído
por ácinos serosos em que suas células têm intensa basofilia na região basal e acidofilia
na região apical; possui uma luz estreita. O sistema de excreção se inicia da luz dos
próprios ácinos; os ductos maiores são encontrados ocasionalmente entre os ácinos, mas
é nos septos conjuntivos que são melhor observados.1

143
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

L-21  FÍGADO:

Figura 159 - Fígado

144
MANUAL DE HISTOLOGIA

2
Figura 160 – Fígado

Fígado é uma glândula constituída por cordões de hepatócitos, por vezes,


anastomosados entre si e separados por capilares sinusóides, estes se convergem para
região central para as veias centro-lobulares.
É formado por lóbulos hepáticos que são hexagonais e à sua volta se localizam os
espaços porta (arteríola, vênula e ducto biliar).1

 REFERÊNCIAS DA AULA 17:


1
Gama P. Órgãos associados ao trato digestivo. In: Junqueira LC. Histologia básica.
11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011. p.317-38.
2
Histologia-UFGD. Glândulas associadas ao sistema digestivo[Internet]. 2010.
[Acesso em: 2014 Mar 05]. Disponível em:
http://histologiaufgd.blogspot.com.br/2010/05/gd12-espaco-porta-100x.html

145
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

PRÁTICA
PELE E ANEXOS

18  PELE:
Autores: Alexandre Albuquerque Bertucci
Júlia Rosante Garcia
Luísa Coelho Marques de Oliveira
Luíz Henrique G. Guimarães Filho

L-17  Pele Fina:

Há duas regiões diferentes neste órgão, sendo a epiderme e a derme. A epiderme é


constituída por 5 camadas diferentes (começando da camada mais superficial): camada
córnea, camada lúcida, camada granulosa, camada espinhosa e camada basal ou
germinativa. Elas recebem estes nomes devido ao que caracteriza cada uma delas, e é
graças a essas camadas que a epiderme apresenta epitélio estratificado pavimentoso
queratinizado.1

2
Figura 161 - Camadas da Pele

146
MANUAL DE HISTOLOGIA

1) Camada Córnea: Por ser representada pela queratina, sua espessura varia
dependendo da região do corpo. Quanto maior estímulo (atrito) uma região
recebe, mais espessa é essa camada nessa local. Trata-se de uma camada
amorfa ou lamelar de coloração eosinófila.1

2) Camada Lúcida: Difícil de ser identificada na maioria dos cortes, apesar de


ser precursora da queratina. É representada por células epidérmicas (ou
queratinócitos) mortas.1

3) Camada Granulosa: Células vivas porém com núcleos picnóticos e com


citoplasma repleto de grânulos de querato-hialina, uma proteína precursora da
queratina.1

4) Camada Espinhosa: É constituída por células grandes, de formato poligonal,


núcleos vesiculosos e citoplasma acidófilo. Depois da camada córnea, é a
camada que mais aumenta de espessura dependendo da quantidade de atrito
na área. A união das células é feita por desmossomas, onde se inserem
microfilamentos que aparecem como projeções em forma de espinhos em
vários cortes histológicos.1

5) Camada Basal ou Germinativa: As células dessa camada mais profunda


ainda não diferem morfologicamente das espinhosas devido a sua imaturidade.
Devido a sua alta capacidade mitótica, recebe também o nome ―germinativa‖,
já que ela é responsável pela renovação da epiderme. Seu aspecto remete a
um epitélio cúbico.

*OBS.: Nessa camada, podem ser vistos os melanócitos, as células produtoras


de melanina. (Pigmento de cor castanha que dá essa coloração às células).1

3
Figura 162 - Camadas da Pele

147
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

4
Figura 163 - Camadas da Pele

Figura 164- Camadas da Pele: Legenda: B – Camada Basal; E – Camada Espinhosa; G – Camada
5
Granulosa; C – Camada Córnea.

148
MANUAL DE HISTOLOGIA

Já a derme é composta pela derme papilar, derme reticular e os anexos cutâneos.


Ela é constituída por tecido conjuntivo que difere de composição dependendo da região.

1) Derme Papilar: Trata-se de tecido conjuntivo frouxo localizado nas regiões abaixo
das papilas dérmicas (reentrâncias do conjuntivo em direção à epiderme).1

2) Derme Reticular: Situada logo abaixo da derme papilar, sem ter uma delimitação
nítida entre essas camadas. É constituída de tecido conjuntivo denso, não
modelado, formando um aspecto de rede. Há presença de anexos cutâneos e vasos
em menor quantidade.1

3) Anexos Cutâneos: São glândulas sudoríparas, sebáceas e folículos pilosos. As


glândulas sudoríparas são tubulares enoveladas, com uma porção secretora com
luz mais ampla e células com coloração mais clara e outra porção excretora, com
luz mais estreita e células com citoplasma mais corado.1

L-39  Pele:

Figura 165 - Ponteira apontada na derme reticular

149
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

6
Figura 166 - Derme Papilar e Reticular

7
Figura 167 - Derme Papilar e Reticular

150
MANUAL DE HISTOLOGIA

 ANEXOS CUTÂNEOS:

L-39 e L-41  Pele - Glândulas Sebáceas e Folículo Piloso:

Localizar na derme reticular:

1) Glândulas sebáceas: estruturas arredondadas ou ovóides, com núcleos


picnóticos, irregulares e citoplasma muito claro. São glândulas alveolares
simples cujo seus ductos excretores desembocam em folículos pilosos.1

2) Folículos Pilosos: São invaginações da epiderme, com uma estrutura


amarelada acastanhada em seu interior. Apresenta um epitélio estratificado
pavimentoso que envolve a cavidade que contêm o pelo.1

*OBS.: Na base dessas invaginações, é possível identificar na raiz do pelo, -


caso este esteja em fase de crescimento - a papila: uma reentrância de tecido
conjuntivo frouxo. O músculo pilo-eretor também pode ser visto como um feixe
de músculo liso inserido na bainha conjuntiva envolvendo o pelo, estendendo-
se até a derme papilar.1

8
Figura 168 - Glândula Sebácea e Folículo Piloso

151
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

9
Figura 169 - Glândulas Sebáceas

 REFERÊNCIAS DA AULA 18:


1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2004. Pele e anexos; p.359-70.
2
Minerva. UFPEL. Pele espessa - 2012 [Internet]. [Acesso em: 2014 Mar 01].
Disponível em:
http://minerva.ufpel.edu.br/~mgrheing/cd_histologia/especial/peleespessa.htm
3
Dermatologia para iniciantes. Epiderme e zona de membrana basal – 2011
[Internet]. [Acesso em:2014 Mar 01]. Disponível em:
http://dermatopatologiaparainiciantes.blogspot.com.br/2011/05/epiderme.html
4
Meldau DC, InfoEscola. Epiderme [Internet]. [Acesso em: 2014 Mar 01]. Disponível
em: http://www.infoescola.com/anatomia-humana/epiderme/
5
Minerva. UFPEL. Pele delgada - 2012 [Internet]. [Acesso em: 2014 Mar 01].
Disponível em:
http://minerva.ufpel.edu.br/~mgrheing/cd_histologia/especial/peledelgada.htm
6
Minerva. UFPEL. Pele delgada - 2012 [Internet]. [Acesso em: 2014 Mar 01].
Disponível em:
http://minerva.ufpel.edu.br/~mgrheing/cd_histologia/especial/peledelgada.htm
7
Minerva. UFPEL. Pele espessa - 2012 [Internet]. [Acesso em: 2014 Mar 01].
Disponível em:
http://minerva.ufpel.edu.br/~mgrheing/cd_histologia/especial/peleespessa.htm

152
MANUAL DE HISTOLOGIA

8
AuladeAnatomia. Sistema tegumentar [Internet]. [Acesso em: 2014 Mar 01].
Disponível em: http://www.auladeanatomia.com/tegumentar/tegumentar.htm
9
Goldfeder EM. Sistema tegumentar [Internet]. 2010. [Acesso em: 2014 Mar 01].
Disponível em: http://dc162.4shared.com/doc/RPTH-9lB/preview.html

153
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

PRÁTICA
APARELHO RESPIRATÓRIO

19  OAPARELHO RESPIRATÓRIO:
Autores: Alexandre Albuquerque Bertucci
Júlia Rosante Garcia
Luísa Coelho Marques de Oliveira
Luíz Henrique G. Guimarães Filho

O aparelho respiratório é composto pelos pulmões e um sistema de tubos que


comunicam o parênquima pulmonar com o meio exterior. Ele é dividido em:

1) Porção condutora: compreende as fossas nasais, nasofaringe, laringe, traqueia


brônquios e bronquíolos.
2) Porção respiratória: constituída pelos bronquíolos respiratórios, ductos alveolares
e alvéolos.

A maior parte da porção condutora é revestida por epitélio ciliado pseudo-estratificado


colunar com cílios contendo muitas células caliciformes denominado epitélio respiratório.1

 TRAQUEIA:

L-33  Traqueia:

Esta lâmina contém cortes de esôfago, linfonodo, tireoide, músculo estriado e


traqueia. Focalize a traqueia no menor aumento (estrutura em forma de anel), passe para o
aumento médio e identifique:

1) Mucosa: revestida pelo epitélio respiratório. Abaixo do epitélio há uma


pequena faixa de tecido conjuntivo frouxo, o córion.
2) Submucosa: constituída por tecido conjuntivo frouxo contínuo com córion da
mucosa. Caracteriza-se por apresentar um arco de cartilagem hialina aberto na
porção posterior do órgão, onde surgem feixes estreitos de músculo liso que se
inserem no pericôndrio da cartilagem.1
3) Muscular: ausente.

154
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 170 - Traqueia (Camadas)

 PULMÃO:

L-31  Pulmão:

O pulmão é um órgão poroso cheio (cheio de espaços, os alvéolos), separados em


porções irregulares por traves de tecido conjuntivo frouxo onde se encontram as
ramificações dos brônquios, bronquíolos e vasos. Pode-se notar nessas regiões:

A. Brônquios:

Originam-se da traqueia até entrarem nos pulmões pelo hilo, estes são chamados de
primários. Ao penetrarem nos pulmões os brônquios primários dirigem-se para baixo e
para fora dando origem a 3 brônquios nos pulmões direitos e 2 brônquios no pulmão
esquerdo, estes por sua vez ramificam-se inúmeras vezes até dar origem aos bronquíolos
As camadas que a compõem são:

1) Mucosa: nos ramos maiores dos brônquios a mucosa é idêntica a da traqueia


enquanto que nos ramos menores o epitélio pode ser cilíndrico simples ciliado.
2) Submucosa: composto de tecido conjuntivo frouxo, blocos arredondados de
cartilagem hialina e glândulas serosas e mucosas.

155
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

3) Muscular: é escassa e constituída por fibras musculares isoladas que ficam


entremeadas às ilhotas de cartilagem.1

Figura 171 - Brônquio

B. Bronquíolos:

São segmentos intralobulares que não possuem cartilagem ou nódulos linfáticos ou


glândulas. O epitélio, nas porções iniciais, é cilíndrico simples ciliado, passando a cúbico
ciliado ou não, na porção final. Continuamente à mucosa está a muscular.

C. Bronquíolos terminais:

São as últimas porções da árvore brônquica, têm estrutura semelhante à dos


bronquíolos tendo, porém, parede mais delgada.

156
MANUAL DE HISTOLOGIA

D. Bronquíolos Respiratórios:

São as divisões finais dos bronquíolos terminais e constituem a divisão da porção


condutora e a respiratória. É um tubo curto com estrutura semelhante a do bronquíolo
terminal exceto pela presença dos sacos alveolares.

E. Ductos alveolares:

Revestidos por epitélio simples plano cujas células são extremamente delgadas.

F. Alvéolos:

São estruturas responsáveis pela estrutura esponjosa do parênquima pulmonar. São


pequenas bolsas responsáveis por fazer a hematose sanguínea.

G. Artérias e Veias:

Estão localizadas ao lado dos brônquios. As artérias apresentam luz regular,


arredondada, com parede espessa (túnica média) enquanto as veias apresentam luz
irregular, ampla e parede fina.1

Figura 172 - Bronquíolo Terminal e Artéria Pulmonar

157
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

 REFERÊNCIAS DA AULA 19:


1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. O aparelho respiratório; p.339-57.

158
MANUAL DE HISTOLOGIA

PRÁTICA
TECIDO NERVOSO

20  O TECIDO NERVOSO:
Autores: Alexandre Albuquerque Bertucci
Júlia Rosante Garcia
Luísa Coelho Marques de Oliveira
Luíz Henrique G. Guimarães Filho

O tecido nervoso encontra-se distribuído pelo organismo irteligando-se e formando


uma rede de comunicações, que constitui o sistema nervoso, este apresenta dois
componentes principais:

1) Os neurônios
2) Vários tipos de células da glia ou neuróglia

As funções fundamentais do sistema nervoso são: (1) Detectar, transmitir, analisar e


utilizar as informações geradas pelos estímulos sensoriais representados por calor, luz
energia, mecânica e modificações químicas do ambiente externo e interno. (2) Organizar e
coordenar direta ou indiretamente o funcionamento de quase todas as funções do
organismo, entre as quais as funções motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas.1

 CEREBELO:

L-04  Cerebelo (Células de Purkinje):

O cerebelo apresenta uma constituição peculiar com circunvoluções onde podem


observados a substância cinzenta (córtex) e a substância branca.
O córtex cerebelar apresenta 3 camadas:

1) Camada Molecular: mais externa e suas células são muito esparsas


2) Camada de Células de Purkinje: mais central, as células que a compõem são
grandes, bem visíveis e seus dendritos são muito desenvolvidos assumindo o
aspecto de leque.
3) Camada Granulosa: mais interna formada por neurônios muito pequenos e
organizados de modo compacto.1

159
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 173 - Cerebelo (Camadas)

 MEDULA ESPINHAL:

L-52  Medula Espinhal (Neurônio Motor, Células Ependimárias):

Na lâmina, a medula encontra-se cortada transversalmente. Nota-se que a substância


branca se localiza externamente e que a substância cinzenta internamente com a forma da
letra H com um orifício central, o canal central da medula revestido por células
ependimárias. Focalize a região mais escura e identifique:

1) Neurônios grandes de forma triangular ou poliédrica, com citoplasma


carregado de grânulos e grosseiros e basófilos, por sua vez obscurecendo o
núcleo que, nas célulaspodem ser visto, é claro com nucléolo proeminente.
Estes são os neurônios motores do corno anterior da medula. Os
corpúsculos basófilos são chamados de Corpúsculos de Nissl e apresentam
acúmulos de REG, muito desenvolvidos nestas células.

160
MANUAL DE HISTOLOGIA

*OBS.: Entre os neurônios podem ser vistos muitos núcleos menores que pertencem
às células da glia.

2) No canal do epêndima observe células com aspecto epitelial (justapostas),


lembrando vaamente um epitélio simples cúbico, com núcleos bem corados e
citoplasma claro, mal delimitado. São células ependimárias ou simplesmente
epêndima. Em algumas classificações, são chamadas de neuróglia epitelial.

3) Na substância branca vê-se também fibras nevosas mielínicas em sua


maioria cortadas transversalmente. Neste tipo de corte o axônio é visto como
um ponto escuro por uma faixa clara, mas como é uma estrutura delicada,
muitas vezes não aparece. A faixa mais clara é a bainha ou mielina destes
axônios, entre as fibras podem ser vistas núcleos da glia. Em algumas
lâminas podem ser vistos tecido conjuntivo frouxo envolvendo a substância
branca, representando a leptomeninge.

4) Na substância cinzenta na parte mais interna são vistos neurônios motores


(são os maiores) e sensitivos, fibras amielínicas que são um emaranhado
pouco visível de linhas róseas e células da glia.1

Figura 174 - Medula Espinhal

161
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 175 - Medula Espinhal

 CÓRTEX CEREBRAL:

L-22  Córtex Cerebral (Astrócito - coloração em prata):

São células de forma estrelada com múltiplos processos irradiando do corpo celular,
na lâmina nota-se os muitos prolongamentos negros(o citoplasma e núcleos não podem
ser vistos, pois existem muitos prolongamentos). São os astrócitos protoplasmáticos.1

162
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 176 - Córtex Cerebral

L-23  Tecido Nervoso em reparo


(micróglia e oligodendrócito – coloração em prata):

1) Micróglia ou Microgliócitos: São pequenos ovóides ou alongados,


apresentam alguns prolongamentos finos, longos e tortuosos, que saem das
extremidades docorpo celular. Representam as células do sistema
mononuclear fagocitario no Sistema Nervoso Central.

2) Oligidendrócitos: São células grandes de formas arredondadas ou piriformes.


Elas produzem as bainhas de mielina que servem de isolantes elétricos para
os neurônios do Sistema Nervoso Central.1

163
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 177 - Tecido Nervoso em reparo

 REFERÊNCIAS DA AULA 20:


1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. Tecido nervoso; p.153-74.

164
MANUAL DE HISTOLOGIA

PRÁTICA
NERVOS E GÂNGLIOS NERVOSOS

21
 NERVO:
Autores: Alexandre Albuquerque Bertucci
Júlia Rosante Garcia
Luísa Coelho Marques de Oliveira
Luíz Henrique G. Guimarães Filho

L-19  Nervo Mielínico:

Existem 2 tipos de corte na lâmina: longitudinal e transversal.

1) Corte longitudinal: Os axônios são basófilos, dispostos em fios muito finos


onde, em volta, está a bainha de mielina, vista como um espaço claro. A
membrana plasmática das células de Schwann (produtoras de mielina) 2
aparece como uma linha. Sua coloração também é um pouco menos corada
que o axônio e seus núcleos também podem ser vistos ocasionalmente. Os
nódulos de Ranvier são vistos em áreas em que a membrana de Schwann
criam uma reentrância em intervalos regulares.1

2
Figura 178 - Corte Longitudinal: Axônio e Células de Schwann

165
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

2
Figura 179 - Nódulos de Ranvier

3
Figura 180 - Axônio e Mielina

166
MANUAL DE HISTOLOGIA

3
Figura 181 - Nódulo de Ranvier e Célula de Schwann

2) Corte Transversal: Há uma melhor visualização da bainha de mielina já que


os axônios são vistos apenas como pontos centralizados, revestidos pelo
espaço claro, que representa a bainha. Os núcleos da célula de Schwann
também podem ser vistos nesse corte.1

O perineuro pode ser visto como uma faixa de tecido conjuntivo denso,
individualizando as fibras em feixes. O epineuro é a cápsula de tecido
conjuntivo denso que envolve todo o nervo. O endoneuro, mais delicado,
reveste cada fibra individualmente, e é de difícil visualização.1

167
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

3
Figura 182 - Corte Trabsversal

3
Figura 183 - Corte Transversal

168
MANUAL DE HISTOLOGIA

3
Figura 184 - Organização do Nervo

3
Figura 185 - Organização do Nervo

169
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

3
Figura 186 - Organização do Nervo

 GÂNGLIO SIMPÁTICO:

L-11  Gânglio Simpático:

Aglomerados de corpos de neurônios situados fora do SNC são denominados


gânglios. Seus axônios constituem os nervos mielínicos e amielínicos.

170
MANUAL DE HISTOLOGIA

4
Figura 187 - Gânglio Simpático

4
Figura 188 - Gânglio Simpático

171
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

 GÂNGLIOS NERVOSOS INTRAMURAIS (INTESTINO GROSSO):

L-02  Intestino Grosso (Gânglios nervosos intramurais/ Plexo


Mioentérico/ Plexo de Auerbach):

Situados dentro de vísceras ou localizados próximos delas. No intestino grosso, estão


entre os cortes longitudinal e transversal de feixes musculares da parede, por isso a
denominação intramural ou plexo mioentérico. Procure neurônios no aumento médio,
buscando as seguintes características: núcleo claro, citoplasma de coloração rósea ou azul
claro. Mude para o aumento maior para confirmar se os encontrou. Entre eles há núcleos
de células satélites, e o tecido conjuntivo que reveste os neurônios é comum ao da parede
do órgão, portanto não há cápsula envolvendo-os.1

5
Figura 189 - Intestino Grosso

172
MANUAL DE HISTOLOGIA

6
Figura 190 - Plexo Mioentérico

7
Figura 191 - Plexo Mioentérico

173
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

8
Figura 192 - Plexo Mioentérico

 REFERÊNCIAS DA AULA 21:


1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2004. Tecido nervoso; p.154-83.
2
ICB.USP. MOL microscopia on line seu guia interativo de histologia. Módulo 9 -
Tecido nervoso - organização do tecido nervoso no sistema nervoso periférico
[Internet]. [Acesso em: 2014 Mar 02]. Disponível em:
http://www.icb.usp.br/mol/9-45-nervo10.html
3
Anatpat.unicamp. Nervo norma [Internet]. [Acesso em: 2014 Mar 02]. Disponível
em: http://anatpat.unicamp.br/nervnormal.html
4
García Peláez I. SOS biologia celular ytisular [Internet]. 2011. [Acesso em: 2014 Mar
02]. Disponível em:
http://sosbiologiacelularytisular.blogspot.com.br/2011_01_01_archive.html
5
Fonsêca YCA, Ciências morfológicas – UFRN. Intestino delgado [Internet]. 2010.
[Acesso em: 2014 Mar 02]. Disponível em:
http://cienciasmorfologicas.blogspot.com.br/2010/05/intestino-delgado_5445.html
6
Caceci T. VM8054 veterinary histology [Internet]. [Acesso em: 2014 Mar 02].
Disponível em:
http://www.vetmed.vt.edu/education/curriculum/vm8054/Labs/Lab19/Lab19.htm
7
Instituto biomédico LaBEc - Laboratório de biomorfologia celular e extracelular. Atlas
de histologia veterinária [Internet]. [Acesso em: 2014 Mar 02].
Disponível em: http://www.uff.br/atlashistovet/SistDigestorio.htm
8
Meddic.jp. Auerbach‘s myenteric plexus [Internet]. [Acesso em: 2014 Mar 02].
Disponível em: http://meddic.jp/myenteric

174
MANUAL DE HISTOLOGIA

175
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

PRÁTICA
APARELHO URINÁRIO

22  O APARELHO URINÁRIO:
Autores: Alexandre Albuquerque Bertucci
Júlia Rosante Garcia
Luísa Coelho Marques de Oliveira
Luíz Henrique G. Guimarães Filho

O sistema urinário humano tem como função produzir, armazenar e eliminar a urina e
garantir a manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico do organismo. Ele é composto por
rins, bexiga, uretra, ureteres e esfíncteres.
Agora, falaremos um pouco sobre alguns órgãos:

L-24  Rim:

O rim possui duas faces, a convexa e a côncava em que há uma escavação chamada
hilo renal. Por ela entra a artéria renal, que leva sangue arterial ao rim; por aí também sai a
veia renal, que retira o sangue venoso do rim, levando-o para a veia cava inferior.
Externamente, os rins são envolvidos por uma cápsula fibrosa. Internamente, cada
rim contém cerca de 1 milhão de pequenos tubos chamados, néfrons. Ele é formado por
duas partes principais: a cápsula de Bowman e os túbulos renais. Os túbulos estão
identificados como túbulo distal, túbulo proximal e túbulo coletor.
O rim ainda se divide em duas zonas, a cortical e a medular.

1) Cortical: há muitos glomérulos (estruturas arredondadas e são envoltas pela


cápsula de Bowmann com revestimento interno simples e pavimentoso, e no
interior um enovelado de capilares) e dois tipos de túbulos: 1- contorcidos
proximais: luz estreita, epitélio de revestimento cúbico simples e citoplasma
das células acidófilo. 2- contorcidos distais: luz mais ampla e o citoplasma das
células mais claro, quando encosta-se ao glomérulo denomina-se aparelho
justa-glomerular.
2) Medular: apresenta um aspecto estriado devido a disposição retilínea dos
túbulos. São eles: 1- Alça de Henle: divide-se em duas partes uma mais
espessa (se parece com o túbulo contorcido distal, mas não se confunde, pois
ele só se localiza na cortical), outra mais delgada (possui aparência de um
capilar). 2- Túbulo coletor: assemelha-se à porção espessa da alça de Henle,
mas sua luz é bem mais ampla.

176
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 193 - Rim (Cortical)

Figura 194 - Rim (Cortical e Medular)

177
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

L-13  Bexiga:

A bexiga é um órgão muscular oco e elástico, que funciona como reservatório


temporário da urina. Divide-se em:

1) Mucosa: consiste no epitélio de transição e na sua lâmina própria


2) Sub-mucosa: tecido conjuntivo frouxo
3) Muscular: músculo liso

Figura 195 - Bexiga

 REFERÊNCIAS DA AULA 22:


1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. Aparelho urinário; p.371-88.

178
MANUAL DE HISTOLOGIA

PRÁTICA
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS

23  HIPÓFISE:
Autores: Álefy Zanelato Pereira Araújo
Priscila Alves da Silva

L-03  Hipófise:

Pequeno órgão revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo e com origem
embriológica dupla: nervosa (neurohipófise) e ectodérmica (adenohipófise). Essa glândula
mantém importantes relações anatômicas e funcionais com o hipotálamo.1
Na lâmina, você conseguirá ver a divisão de 3 porções: a adenohipófise (pars distalis
+ pars tuberalis + pars intermedia), a neurohipófise (pars nervosa) e a pars intermedia.
Focalize o órgão com o menor aumento e procure a região mais escura, a adenohipófise.
Agora passe para o aumento médio.1,2

Figura 196 - Hipófise

179
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

A. ADENOHIPÓFISE:

É uma glândula endócrina cordonal, ou seja, suas células se dispõem em cordões


anastomosados entre si.2 Essas células produzem hormônios que são armazenados em
grânulos de secreção, o que confere suas características tintoriais. 1 Você vai ver muitas
células organizadas em cordões não muito bem definidos e que, por suas características
de coloração e de secreção, subdividem-se em 3 tipos2:

Figura 197 - Adenohipófise

1) Células Basófilas: responsáveis pela produção dos hormônios FSH, LH, TSH
e ACTH.1 Como o nome está dizendo, têm o citoplasma basófilo. Em geral,
estão situadas mais no interior da glândula.2

180
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 198 - Células Basófilas

2) Células Acidófilas: responsáveis pela produção dos hormônios somatotropina


e prolactina.1 Têm o citoplasma alaranjado e em geral, estão situadas mais na
porção periférica.2

Figura 199 - Células Acidófilas

181
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

*OBS.: há células que não pertencem às categorias descritas. São as células


cromófobas, cujo citoplasma é pouco corado, isso porque elas não apresentam ou quase
não apresentam grânulos de secreção. Ainda não se conhece muito sobre a sua função.
Tente achá-las.1,2

B. NEUROHIPÓFISE:

É uma porção estreita, situada ao lado da adenohipófise, constituída por axônios


amielínicos, que provêm do hipotálamo. Como esses axônios são pouco visíveis pela
ausência de mielina, esta região se mostra com aspecto fibrilar, de cor clara. Entre as
fibras podem ser vistos núcleos de células da glia, chamados pituícitos.2 Essa região é
formada por neurônios secretores, que secretam 2 hormônios: oxitocina e ADH. 1

Figura 200 - Neurohipófise

C. PARS INTERMEDIA:

Situa-se entre a adenohipófise e a neurohipófise, e é constituída por cordões e


folículos de células fracamente basófilas que contêm pequenos grânulos de secreção,
chamadas de ―cistos de Rathke‖. Essa região não tem função conhecida.1

182
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 201 - Pars Intermédia

 TIREÓIDE:

L-20  Tireóide (corte menor):

É uma glândula endócrina de origem endodérmica constituída por vesículas de


vários tamanhos contendo material acidófilo e homogêneo, o colóide, e revestidas por
epitélio simples cúbico.2 Ela sintetiza T3 e T4, hormônios responsáveis pela manutenção
da taxa de metabolismo do organismo.1
Essa glândula é revestida externamente por uma cápsula conjuntiva.1

183
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 202 - Tireóide

 SUPRARRENAIS:

L-15 ou 16  Suprarrenais:

Órgãos encapsulados situados sobre as regiões superiores dos rins.1


São glândulas endócrinas do tipo cordonal (corte menor). Subdividem-se em 2
regiões: cortical e medular.2

184
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 203 - Suprerrenal

A. CORTICAL:

As células do córtex são células secretoras de esteroides, porém não armazenam o


hormônio, pois esse é sintetizado após estímulo e é secretado rapidamente.1
A cortical é a região mais periférica e nela há 3 regiões diferentes:

185
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

1) Zona Glomerulosa: formada por cordões celulares de citoplasma claro,


dispostos em forma de arcos ou glomérulos. É uma região estreita, situada
logo abaixo da cápsula conjuntiva do órgão.2

Figura 204 - Zona Glomerulosa da Suprarrenal

186
MANUAL DE HISTOLOGIA

2) Zona Fasciculada: formada por cordões paralelos de células, dispostos


perpendicularmente a capsula do órgão, com citoplasma às vezes esponjoso.
Representa a maior parte da espessura da cortical. Os capilares se dispõem
entre as colunas (ou fascículos) de células glandulares.2

Figura 205 - Zona Fasciculada da Suprarrenal

187
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

3) Zona Reticular: é a mais interna da cortical, e também a mais estreita.


Apresenta cordões celulares anastomosados entre si, dando um aspecto de
rede (na verdade, uma região totalmente bagunçada).2

Figura 206 - Zona Reticular da Suprarrenal

B. MEDULAR:
É a região central da glândula. É constituída por cordões irregulares, anastomosados
entre si, entre os quais se dispõem os capilares. Podem ser vistas vênulas com luz muito
ampla e parede delgada.2

 PÂNCREAS ENDÓCRINO:

L-48  Pâncreas Endócrino:

A parte exócrina, constituída por ácinos serosos já foi vista. Agora, procure, com o
menor aumento, no meio dos ácinos, as ilhotas de Langerhans.2

188
MANUAL DE HISTOLOGIA

São áreas pequenas, arredondadas, contendo um aglomerado de células que


conferem um aspecto pontilhado mais basófilo. Nas ilhotas é possível ver 4 tipos de
células, secretoras de hormônios, identificadas como1:

A – secretora de glucagon,
B – secretora de insulina,
D – secretora de somatostatina
F – secretora de polipeptídio pancreático

Passe para o aumento médio e tente identificar cordões celulares entremeados por
capilares (não é muito fácil, mas não é impossível).2

Figura 207- Pâncreas Endócrino

 QUESTÕES:

1) O que produzem as células basófilas, acidófilas e cromófobas da


adenohipófise?
2) Qual o tipo celular da neurohipófise e o que produzem estas células?
3) O que é coloide do ponto de vista químico?
4) Qual é a função das células das zonas glomerulosa, fasciculada e reticular?
5) Qual é a relação existente entre a zona glomerulosa e o rim?
6) Onde é lançado o produto de secreção da tireoide?
7) Seria bom você saber quem controla as secreções de todas essas glândulas.

189
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

 REFERÊNCIAS DA AULA 23:


1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. Glândulas endócrinas; p.389-410.
2
Silva MS, Reis MLA, Grieger MCA, Irulegui RSC. Manual de Histologia. Itajubá:
Faculdade de Medicina de Itajubá; 2012. p.75-7.

190
MANUAL DE HISTOLOGIA

PRÁTICA
APARELHO GENITAL MASCULINO

24 Autores: Álefy Zanelato Pereira Araújo

 O APARELHO GENITAL MASCULINO:


Priscila Alves da Silva

L-25  Testículo e Epidídimo:

A. TESTÍCULO:

O testículo está apresentado pelo corte circular maior que já foi estudado no início do
curso. Você vai rever agora os túbulos seminíferos em corte transversal, com seu
revestimento característico constituído por células da linhagem espermatogênica e pelas
células de Sertoli.

1) ESPERMATOGÔNIAS: são células pequenas, que na puberdade entram em


mitose, se multiplicando. A partir daí algumas vão continuar se dividindo,
formando novas espermatogônias e outras vão se diferenciar, dando origem
aos espermatócitos primários.1 Elas estão localizadas junto à membrana basal
do túbulo e este é o único dado para diferenciá-las das outras.2
2) ESPERMATÓCITOS DE PRIMEIRA ORDEM: são as maiores células do
túbulo, próximas à membrana basal, e apresentam-se em prófase I da meiose,
de modo que é possível observar o núcleo com aspecto característico dos
cromossomos.2
3) ESPERMATÓCITOS DE SEGUNDA ORDEM: originados da primeira divisão
da meiose dos espermatócitos de primeira ordem, são muito difíceis de serem
vistos porque entram rapidamente na meiose II.1,2
4) ESPERMÁTIDES: surgem do resultado da divisão dos espermatócitos de
segunda ordem.1 São as menores células do túbulo e aquelas que estão mais
próximas da luz. O núcleo é claro, com nucléolos evidentes.2
5) ESPERMATOZOIDES: originados da transformação das espermátides,
apresentam-se aderidos às células do túbulo, com os flagelos voltados para a
luz. Geralmente, são vistos em grande quantidade.1,2

As células de Sertoli têm um formato de pirâmide, em que sua base está localizada
na lâmina basal dos túbulos seminíferos e seu ápice está no lúmen desses túbulos. Essas
células têm várias funções, como: secreção, produção do hormônio antimülleriano,
fagocitose, barreira hematotesticular e suporte, proteção e suprimento nutricional dos
espermatozoides em desenvolvimento.1 Tente identificá-las.

191
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 208 – Testículo (Túbulos Seminíferos)

Figura 209 - Espermatozóide, Espermatócito e Espermatogônia

192
MANUAL DE HISTOLOGIA

No tecido intersticial dos testículos ainda é possível encontrar as células de Leydig.


São células arredondadas e eosinófilas responsáveis pela produção de testosterona.1

Figura 210 - Célula de Leydig

B. EPIDÍDIMO:

É uma estrutura que participa do transporte dos espermatozoides e da absorção e


digestão dos resíduos das espermátides.1
Procure, na periferia do corte, uma área menor, ou coloque a L-42, para observar o
epidídimo.2
Este órgão se apresenta como um túbulo enovelado e assim pode ser visto cortes
transversais, onde você deverá identificar o epitélio de revestimento constituído por epitélio
pseudo-estratificado cilíndrico, em cujo bordo livre são encontrados os estereocílios.
Observe, externamente, o músculo liso.2

193
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 211 – Epidídimo

Figura 212 - Epidídimo (Estereocílios)

194
MANUAL DE HISTOLOGIA

 REFERÊNCIAS DA AULA 24:

1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. Aparelho reprodutor masculino; p.414-26.
2
Silva MS, Reis MLA, Grieger MCA, Irulegui RSC. Manual de Histologia. Itajubá:
Faculdade de Medicina de Itajubá; 2012. Aparelho genital masculino e feminino.
p.78-80.

195
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

PRÁTICA
APARELHO GENITAL FEMININO 1

25  OVÁRIO E TUBA UTERINA:


Autores: Álefy Zanelato Pereira Araújo
Priscila Alves da Silva

L-53  Ovário e Tuba Uterina:

1) OVÁRIO:

Focalize o corte em aumento menor e procure uma região aproximadamente circular,


o ovário. Passe para o aumento médio e identifique:

A. Folículos Primários: são constituídos por uma camada de células achatadas


(células foliculares imaturas) circundando o ovócito. Há vários deles na região
periférica do órgão (cortical).1

Figura 213- Ovário (Folículos Primordiais ou Primários)

196
MANUAL DE HISTOLOGIA

B. Folículos em crescimento: o ovócito aumenta de volume e as células


foliculares multiplicam-se formando várias camadas em torno do ovócito.
Aparece a zona pelúcida, uma faixa de cor rósea em torno do ovócito.1

*OBS.: Este corte é de ovário de gata, motivo pelo qual há tantos folículos
amadurecendo ao mesmo tempo.

Figura 214 - Ovário (Folículo em Crescimento)

C. Folículos Maduros: no final da fase anterior começam a aparecer espaços


entre as células foliculares, até formar uma cavidade grande, o antro folicular,
que se apresenta cheio de líquido produzido pelas células foliculares. O
ovócito fica preso à parede do folículo por um pedículo de células foliculares, o
―cúmulos ooforus‖ e apresenta-se revestido, externamente à zona pelúcida, por
uma camada de células foliculares denominada ―coroa radiada‖.1

*OBS.: Em torno de folículos em crescimento e folículos maduros, o estroma ovariano


se modifica e produz as células da teca. Na lâmina, elas são semelhantes à fibroblastos e
estão imediatamente em volta do folículo. Identifique a teca interna.

197
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 215 - Ovário (Folículo Maduro)

2) TUBA UTERINA:

Procure a tuba uterina no tecido que envolve o ovário. Você vai ver vários cortes
passando pela luz desse órgão. Observe que a mucosa apresenta-se pregueada e
revestida por epitélio simples cilíndrico. Por motivos técnicos, não se pode ver os cílios
destas células. Em torno da mucosa há camada estreita de músculo liso.1

198
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 216 - Tuba Uterina

 REFERÊNCIAS DA AULA 25:


1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. Aparelho reprodutor feminino; p.431-51.

199
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

PRÁTICA
APARELHO GENITAL FEMININO 2

26  COLO UTERINO:
Autores: Álefy Zanelato Pereira Araújo
Priscila Alves da Silva

L-55  Colo Uterino (ou Cervix Uterina):

Esta lamina também já foi vista em tecido epitelial. Reveja os dois tipos de tecido
epitelial que compõem o revestimento do colo.

1) ECTOCERVIX (revestimento externo, voltado para a cavidade vaginal): epitélio


estratificado pavimentoso não queratinizado. É daqui que descamam as
células observadas nos esfregaços cérvico-vaginal.

2) ENDOCERVIX (revestimento do canal endocervical): epitélio simples cilíndrico,


mucossecretor, semelhante ao das glândulas tubulares ramificadas
encontradas no córion. O citoplasma das células é muito claro, indício de
secreção de muco.1

*OBS.: Procure a região de transição entre o epitélio da ectocervix. Esta região é


chamada ―junção escamo-colunar‖ ou simplesmente ―JEC‖ (―escamo‖ vem de epitélio
escamoso, sinônimo de estratificado pavimentoso). A maioria dos processos de metaplasia
e transformação e transformação maligna se inicia nessa região, por ser ela a mais sujeita
a agressões bem como pela ativa renovação celular a que está submetida.

200
MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 217 - Colo Uterino (Junção Escamo-Colunar, JEC)

201
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 218 - Junção Escamo-Colunar (JEC)

Figura 219 - Junção Escamo-Colunar (JEC)

202
MANUAL DE HISTOLOGIA

L-47  Esfregaço Cérvico-Vaginal, Fase Estrogênica:

Nesta fase ocorre predomínio de células superficiais, que são acidófilas e têm o
núcleo picnótico. As células estão mais ou menos dispersas e o fundo da lâmina é ―limpo‖,
ou seja, não há detritos.1

L-47ª  Esfregaço Cérvico-Vaginal, Fase Progesterônica:

O esfregaço agora é constituído por células INTERMEDIÁRIAS, que têm o


citoplasma azulado ou esverdeado e se apresentam agrupadas. O fundo da lâmina é
―sujo‖, ou seja, há muitos bacilos de Doederline, que realizam citólise para obtenção de
glicogênio.2

Figura 220 - Esfregaço Cérvico-Vaginal

203
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 221 - Esfregaço Cérvico-Vaginal

 QUESTÕES:

1) Justifique a presença de 2 tipos de epitélio no revestimento do colo uterino.


2) Qual o significado da junção escamo-colunar?
3) Explique porque na primeira fase do ciclo as células predominantes no
esfregaço são as superficiais.
4) Pode-se dizer que o esfregaço na fase progesterônica é hipertrófico. Como
você explicaria essa afirmativa?

 REFERÊNCIAS DA AULA 26:


1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. Aparelho reprodutor feminino. p.431-51.
2
Sechinato MS, Grieger MCA, Irulegui RSC, Reis MLA. Manual de histologia. Itajubá:
Faculdade de Medicina de Itajubá; 2012. p.83-4.

204
MANUAL DE HISTOLOGIA

PRÁTICA
TIPOS DE NÚCLEO E FASES DA

27  INSTRUÇÕES DA AULA:
MITOSE

Autores: Álefy Zanelato Pereira Araújo


Priscila Alves da Silva

Antes de começar, leia e procure entender as construções abaixo:

1) Os núcleos se coram de cor púrpura devido ao seu teor de ácidos nucleicos.


Na verdade, são os grãos de cromatina que se coram, pois o nucleoplasma é
incolor, e, como a cromatina costuma ficar dispersa nos núcleos interfásicos,
tem-se a impressão, nos aumentos menores, de coloração uniforme.
2) Os grãos de cromatina colados na carioteca permitem uma delimitação nítida
do núcleo interfásico, embora a carioteca seja invisível à microscopia óptica.
3) É possível notar, em que fase todas as células, o nucléolo, em numero
variável, geralmente esférico e mais corado que o resto do núcleo.
4) Uma vez que os limites celulares são poucos nítidos em cortes corados por HE
e como a maioria dos nucléolos aparece mais corada que o resto do núcleo, é
fácil cometer o engano de pensar que os núcleos são as células e os
nucléolos, seus núcleos.1

 NÚCLEOS INTERFÁSICOS:

L-21  Fígado (Núcleos Interfásicos):

Focalize o corte com o aumento menor, passe para o médio e identifique um


hepatócito. Nesta lâmina, com o maior aumento, é possível perceber a trama uniforme e
granulosa do núcleo interfásico, que corresponde à cromatina disposta em grãos delicados
de cor púrpura (num nível ultraestrutural, são os cromossomos desespiralizados).
Identifique agora os nucléolos e a carioteca (cromatina periférica do núcleo).

**ATENÇÃO: algumas células, quando em intensa atividade de síntese, apresentam


núcleo muito claro, dando a impressão às vezes de estarem vazios. Isso acontece com
frequência nos neurônios e será visto mais a frente.2

 NÚCLEOS PCNÓTICOS E CÉLULAS MULTINUCLEADAS:

L-10 ou L-10ª  Língua:

A. NÚCLEOS PICNÓTICOS:

205
FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

A língua é um órgão revestido por epitélio estratificados, com várias camadas


celulares. Nestas, as células das camadas mais profundas apresentam o padrão
interfásico visto acima, semelhante, semelhante ao do hepatócito. Nas camadas mais
superficiais (mais próximas da superfície), por um processo de diferenciação os núcleos
diminuem gradualmente de volume até se transformar em pontos escuros e densos, sendo
denominados NUCLEOS PICNÓTICOS (de picnose = condensação).2
Focalize estas áreas superficiais e identifique os núcleos picnóticos com maior
aumento.

B. CÉLULAS MULTINUCLEADAS:

Abaixo do epitélio da língua, mais para o meio do corte, você vai encontrar células de
músculo esquelético. São muito longas, cilíndricas, de cor rósea (acidófila). Note que há
vários núcleos nestas células e que são alongados e dispostos junto à membrana celular,
ou seja, periféricos. Este é um exemplo de célula multinucleada e também uma exceção a
regra de núcleos centrais. Eles são periféricos por que a célula precisa acumular proteínas,
para o processo de contração.2

 FASES DA MITOSE:

L-29  Raiz de cebola (Fases da Mitose):

Focalize, em menor aumento, a região da ponta da raiz, que tem uma forma
arredondada. Passe para o maior aumento e identifique:

1) Núcleos interfásicos: esféricos, centrais, e com cormatina vesiculosa (as


células são aproximadamente cúbicas).
2) Prófase: desaparece da carioteca. Os cromossomos se individualizam e
aparecem como filamentos escuros que se entrecruzam.
3) Metáfase: os cromossomos são curtos e espessos e se organizam no meio da
célula, formando a placa equatorial.
4) Anáfase: Os dois grupos de cromossomo começam a se separar cada um
para um polo da célula. Com alguma sorte, você poderá ver o fuso mitótico.
5) Telófase: Os dois grupos de cromossomos, já nos polos, tomam a forma
arredondada, típica de núcleos interfásico.1

*OBS.: Você poderá ver a telófase de duas formas:

1) No início, em que os núcleos ainda aparecem escuros e às vezes pode ser


vista a septação das células filhas;
2) No final, em que a aparência das células filhas é similar às outras células, só
que em tamanho menor.

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MANUAL DE HISTOLOGIA

Figura 222 - Fases da Mitose (Intérfase, Prófase e Anáfase)

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FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

Figura 223 - Fases da Mitose (Telófase)

208
MANUAL DE HISTOLOGIA

3
Figura 224 - Fases da Mitose

 REFERÊNCIAS DA AULA 27:


1
Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2008. O núcleo celular; p.51-65.
2
Sechinato MS, Grieger MCA, Irulegui RSC, Reis MLA. Manual de histologia. Itajubá:
Faculdade de Medicina de Itajubá; 2012. p.85-7.
3
Rangel T. Atlas de histologia e citologia [Internet]. [Acesso em: 2014 mar 05].
Disponível em: http://histologia.icb.ufg.br/citol/open.htm

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FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

ASSOCIAÇÃO DE INTEGRAÇÃO
SOCIAL DE ITAJUBÁ

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MANUAL DE HISTOLOGIA

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