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Universidade de Brasília

Faculdade de Educação

Aluna: Virgínia Andrade Comenale Gomes. Matricula: 13/0018538

Tendo como base a discussão realizada em sala de aula, leitura do texto de


SEGATA (2011) e breve pesquisa realizada sobre alguns conceitos básicos da
antropologia, percebo que o documentário dialoga bem com a antropologia e fica visível
a apresentação de alguns conceitos básicos dessa ciência no filme. Primeiro percebemos
o protagonista tentando fazer parte da vida dos ursos. Ele vive em um tipo de imersão e
de certa forma começa a se apropriar dos costumes e cultura desses animais, o que
podemos chamar de etnografia, já que existiu um contato entre o homem e o seu objeto
de pesquisa, os ursos. Ao falar em cultura nos deparamos com outro conceito
antropológico que diz respeito as crenças, costumes, hábitos, etc. que é adquirida pelo
pertencimento a um determinado grupo. No caso do documentário esse conceito pode ser
bem questionável de acordo com a concepção de cada um, já que nem todos acreditam
que entre os animais exista cultura. No entanto eu parto da concepção de que essa exista,
uma vez que como mostrado no filme, os ursos especificamente possuem seus próprios
hábitos, seus costumes e assim vivem à sua forma.

O etnocentrismo culturalista permite somente aos homens a possibilidade de


diferenciação, e em sua definição naturalista acredita que os demais animais são iguais e
seguem programações genéticas (p. 91). O protagonista do documentário teve a
capacidade que a maioria de nós humanos não teríamos, ele conseguiu enxergar as
singularidades dos demais animais não – humanos, fato este que o fez se aproximar dos
ursos e de certa forma tentar protegê-los. Para a análise das relações entre humanos e
animais é preciso pensar que a vida social faz parte da vida biológica e as diferenças
culturais ocorrem pelas habilidades biológicas que são socialmente desenvolvidas (p.98).
A partir de um período vivendo com os ursos, o homem começa a se sentir urso,
desenvolvendo certas características que só são possíveis de se desenvolverem
socialmente. No entanto o fator biológico existe e na minha percepção o humano é
diferente do não-humano, nesse sentido, fato este que resultou na morte do rapaz, sendo
comido por um dos ursos.
Referência Bibliográfica:
SEGATA, Jean. “Pessoas, coisas, animais e outros agentes sobre os modos de
identificação e relação entre humanos e não – humanos” In: Revista Caminhos, Rio do
Sul, a.2, n.1, p. 87 – 119, jan./mar.2011.

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