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Monografia - AUT 221

Desenho Urbano, Ferramenta Na Expressão Conceitual 2

“Na imagem está presente muito mais


que podemos compreender
em um primeiro olhar”

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Sumário

Introdução .................................................................................................. 5
1. Estudo de Caso - Elephant & Castle ............................................................. 7
1.1. Development Framework - Estrutura do Documento ................................ 7
Capítulo 5: Espaços Públicos.................................................................. 15
Identidade................................................................................................. 16
Pontos Relevantes ...................................................................................... 16
2. Levantamento dos Parâmetros de Sustentabilidade Possíveis de Identificação . 25
2.1 Sustentabilidade Social....................................................................... 28
2.2 Sustentabilidade Ambiental ................................................................. 28
3. Método.................................................................................................. 31
4. Conclusão.............................................................................................. 35
5. Bibliografia ............................................................................................ 36

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Lista de Figuras

Figura 1. ............................................................................................................................ 8
Figura 2. ............................................................................................................................ 8
Figura 3. ............................................................................................................................ 9
Figura 4. Mapa com as seis áreas. .................................................................................... 11
Figura 5. Área 1................................................................................................................ 11
Figura 6. Área 2................................................................................................................ 11
Figura 7. Área 3................................................................................................................ 11
Figura 8. Área 4................................................................................................................ 11
Figura 9. Área 5................................................................................................................ 11
Figura 10. Área 6 .............................................................................................................. 11
Figura 11. Movimentação de pedestres. ............................................................................. 13
Figura 12. Movimentação de ciclistas. ................................................................................ 13
Figura 13. Movimentação de veículos de abastecimento e serviços. .................................... 13
Figura 14. Movimentação de veículos particulares. ............................................................. 13
Figura 15. Mapa de fluxos e conexões de transportes. ........................................................ 13
Figura 16. Croqui da proposta para rua e fotos ilustrativas. ................................................. 14
Figura 17. Ficha de apresentação dos espaços públicos própostos. .................................... 16
Figura 18. F6.4 ................................................................................................................. 18
Figura 19. 6.12 ................................................................................................................. 18
Figura 20. F6.13 ............................................................................................................... 18
Figura 21. F6.14 ............................................................................................................... 18
Figura 22. Localização dos edifícios altos........................................................................... 19
Figura 23. Estudo do impacto do edifício alto na vista da cidade. ......................................... 19
Figura 24. Croqui das fachadas com fotos ilustrativas. ........................................................ 23
Figura 25. Primeira Fase ................................................................................................... 24
Figura 26. Segunda Fase .................................................................................................. 24
Figura 27. Terceira Fase ................................................................................................... 24

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Introdução

A sustentabilidade urbana, ambiental e social tem sido


amplamente discutida e teorizada por profissionais de diversas áreas,
e dessa forma as opiniões divergem sem um fim comum em curto
prazo. Os profissionais que levam tais discussões para a prática
recebem freqüentes ataques de todos os lados. O fato é que, apesar
de muito discutidas, essas questões ainda estão no campo da teoria e
são poucos os exemplos que as traduzem em realidade.
A arquitetura e principalmente o urbanismo, por tratar de uma
área que permeia diversas outras áreas no exercício de suas
atividades têm dificuldades de transportar as questões de
sustentabilidade para a prática, ficando muita vezes estas questões
no campo das soluções dos fluxos energéticos e de consumo dentro
da cidade ou limitada por dependência das leis e regras vigentes e da
vontade dos responsáveis pela gestão dos municípios e seu
planejamento.
Para compreender melhor tais questões e verificar um exemplo de
transposição do teórico para a prática, este trabalho cujo tema é a
influência dos critérios de sustentabilidade urbana e ambiental
traduzidos na espacialidade e na forma, sendo expressa através do
desenho urbano, tem por objetivo verificar, classificar e ilustrar os
parâmetros de sustentabilidade encontrados no documento “Elephant
& Castle Development Framework, 2004” e a partir da analise deste
ressaltar um roteiro de projeto que aplica conceitos de
sustentabilidade explicitas no desenho urbano.
O estudo desse caso foi escolhido por ser uma ótima referência
entre os projetos que levam em consideração as questões objeto
desse estudo e devido à similaridade de proposta e de problemas
enfrentados com a área foco do trabalho de TFG Largo da Batata: elo

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de conexão da malha urbana a ser desenvolvido para o Largo da
Batata na Cidade de São Paulo, guardando as devidas proporções.
A correlação do estudo desenvolvido neste trabalho com a
proposta para o trabalho de TFG se deve ao fato da disciplina AUT-
221 Arquitetura, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, optativa
oferecida aos alunos do quarto ano, incentivar estes a desenvolverem
durante o trabalho de monografia final possibilidades para escolha de
possíveis temas a serem ampliadas no trabalho final de graduação -
TFG. Sendo assim, o presente trabalho é parte complementar do
trabalho de TFG Largo da Batata: elo de conexão da malha urbana,
ou seja, o estudo da proposta de projeto feita para Londres e o
roteiro de projeto aqui levantado serão aplicados no desenvolvimento
do projeto referente ao trabalho de TFG citado, assim como as bases
teóricas e conceituais estudadas.
Este trabalho se divide em quatro partes, sendo a primeira uma
espécie de revisão bibliográfica do Development Framework, ou seja,
um breve resumo dos aspectos relevantes de cada capítulo do
documento, a segunda parte se refere aos critérios de
sustentabilidade encontrados no documento, na terceira parte está
descrito o roteiro de projeto elaborado com base nos estudos das
etapas anteriores e a quarta parte é o fechamento do trabalho com
as conclusões obtidas.

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1. Estudo de Caso - Elephant & Castle

O projeto aqui estudado é o vencedor do concurso para o bairro


Elephant & Castle, na cidade de Londres, elaborado pela equipe do
escritório Foster & Partner.
Trata-se de um projeto de bairro com uso misto, desenvolvido
para ser um exemplo de sustentabilidade e eficiência, com metas
rígidas e inovadoras.

1.1. Development Framework1 - Estrutura do Documento

Este documento é composto de três partes com oito capítulos e


mais um apêndice com nove capítulos. Os capítulos, aparentemente,
descrevem a seqüência de produção do projeto e os apêndices seriam
as atividades realizadas para o desenvolvimento dessas.
A primeira parte é a introdução, composta pelos capítulos 1 e 2 de
títulos Função e Intenção e As Ilustrações do Projeto Urbano
respectivamente. A segunda parte contém o grande corpo do trabalho
e abrange os capítulos de 3 a 7, intitulados Uso e Ocupação do Solo,
Transportes e Acessibilidade, Poder Público, Forma Arquitetônica,
Energia, Consumo e Água. A terceira parte, Implementação e Entrega
se refere ao capítulo 8 de mesmo nome, que detalha o processo de
implementação do plano com os prazos e previsões de conclusão do
proposto.
No apêndice2 os nove capítulos referem-se as atividades realizadas
durante o processo de projeto, as quais alimentam as etapas
descritas no corpo do documento. Os títulos dos nove capítulos

1
O Documento Elephant & Castle Develpment Framework está disponível na internet para download no site
www.elephantandcastle.org.uk
2
Os nove capítulos do apêndice não estão disponíveis na internet, dificultando o entendimento preciso do
processo de projeto. Devido a este fato o roteiro descrito no item 3 desta monografia foi elaborado a partir do
entendimento e estudo da documentação disponível para download no site.

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integrantes do apêndice são respectivamente: Consultas Públicas,
Opções e Cenários, Impacto da Localização do Comércio Varejista,
Estratégias do Poder Público, Análises Ambientais, Localização dos
Sistemas de Vazão, Estratégias de Fluxos e Acessos, Integração ao
Transporte Público, Triangulo Local: Arquivos Específicos do Local.

Capitulo1: Função e Intensão

A abordagem principal deste capítulo é a descrição do local,


quanto à localização e especificidades, apresentando áreas
semelhantes à área foco do projeto de TFG para o Largo da batata,
guardando as devidas proporções e particularidades.
Nessa primeira fase são realizadas consultas à legislação existente
e adaptações da proposta aos planos maiores de âmbito nacional,
estadual, municipal e regional. A legislação existente é adotada e
melhorada em suas deficiências.
São elaborados os primeiros croquis e mapa, nos quais a
legislação existente está representada sobre a área de atuação. Desta
maneira começa a ser eleito o partido a seguir, com base no estudo
do existente, onde a problemática levantada norteará o rumo a ser
seguido.

Figura 1. Croqui. Figura 2. Mapa com levantamento.

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Após esses primeiros esboços são realizados consultas públicas


com base em uma primeira proposta e os seus conceitos.

Figura 3. Parâmetros e princípios sobre a foto aérea.

Os parâmetros de projetos definidos nessa fase são:


• Preservação das comunidades e atividades existentes e criação
de novas;
• Proteção das áreas verdes e geração de alta qualidade
ambiental;
• Criação de habitação diferenciada de alta qualidade e
diversidade de tipologias e padrões econômicos;

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• Implantação de um sistema de transportes acessível e
conveniente;
• Remoção das barreiras de acesso entre moradia e trabalho;
• Promoção do eficiente uso do solo com alta qualidade e usos
mistos;
• Proteção ao patrimônio histórico e cultural;
• Criação de espaços públicos seguros para o lazer e cultura;
• Redução dos níveis de poluição e consumo de recursos;
• Criação de oportunidades e novos empregos;

Capítulo 2: Projeto Urbano

Neste capítulo foram colocadas as ilustrações e perspectivas feitas


a partir do exercício de projeto realizado nesta etapa preliminar e da
contribuição das consultas públicas.
São listados os três grandes desafios a serem desenvolvidos nesse
projeto:
™ Novos Edifícios/Facilidades
™ Nova implantação de espaços públicos
™ Investimentos em transportes
A área total é dividida em seis subáreas com características
peculiares.
™ Característica da Área 1: Extensão da Rua High Street;
™ Característica da Área 2: A Praça Cívica;
™ Característica da Área 3: Os Arcos da Ferrovia e Praça
do Mercado;
™ Característica da Área 4:Parque Central;
™ Característica da Área 5: Heygate Boulevard;
™ Característica da Área 6: A Igreja de Stª Mary;
Estas áreas são explicadas uma a uma através de textos,
perspectivas e fotos ilustrativas da pretensão da proposta, além da
planta do projeto.

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Figura 4. Mapa com as seis áreas.

Mapa

Perspectiva

Foto Ilustrativa
Figura 5. Figura 6. Figura 7. Figura 8. Figura 9. Figura 10.
Área 1 Área 2 Área 3 Área 4 Área 5 Área 6

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Capítulo 3: Uso e Ocupação do Solo

Este capítulo pertence a segunda parte desse documento referente


ao desenvolvimento do projeto, no qual são estipulados os usos
destinados a cada parte do complexo dando ênfase ao uso misto e a
maximização da infraestrutura de transporte.
O uso misto aqui abordado tem caráter amplo, na medida que
abrange não apenas a mistura tipológica, mas também a mistura de
atividades e classes sociais, fazendo desta área na cidade um local
com múltipla vivacidade usado 24 horas por dia, assumindo a
verdadeira dinâmica da cidade através do projeto bem elaborado e do
desenho urbano sustentável.
É proposto o uso misto com térreo permeável em grande parte do
complexo, as áreas de uso público e comercial de pequeno porte são
tratadas com relevância e estão estrategicamente amarrando o
conjunto. Existe uma vasta área residencial, entretanto o térreo em
sua maioria está destinado ao uso público com comércio de varejo.
Esse projeto propôs criar grande número de novas habitações em
um curto prazo e gerar novos empregos. Para tanto contam com o
investimento associado do poder público e privado.
O uso misto proposto detém os seguintes princípios:
™ Manter a alta qualidade dos espaços com uso diversificado,
intenso e seguro;
™ Encorajar investimentos em cultura e promover novos
empregos;
™ Gerar para os diversos setores a necessidade de usos
mistos, através de aspectos econômicos, sociais, culturais e
educacionais;
™ Criar uma faixa de alta qualidade de recreação,
entretenimento e facilidades de comércio;
™ Gerar um balanço entre usos mistos e área privadas e
adensamento;

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Capítulo 4: Transportes e Acessibilidade

A estrutura de transporte foi pensada de maneira a hierarquizar


vias e fluxos, facilitando os acessos e privilegiando o pedestre. Dessa
forma foram propostos os locais de trabalho (comércios, serviços e
instituições) em locais estratégicos, sendo o acesso do pedestre e dos
ciclistas facilitado com ciclovias e caminhos que atravessam as
quadras e cruzam os lotes pelo térreo.
Foi realizado o estudo separado e em conjunto do acesso e fluxos
do pedestre, ciclistas e transporte público, veículos de abastecimento
e serviços e veículos particulares.

Figura 11. Figura 12. Figura 13. Figura 14.


Movimentação de Movimentação de Movimentação de Movimentação de
pedestres. ciclistas. veículos de veículos particulares.
abastecimento e
serviços.
As estações de transporte público ganham papel de destaque no
projeto, fazendo a conexão do transporte local com a infraestrutura
maior da cidade, além de estruturar a acessibilidade do complexo e
incentivar o uso do transporte público.

Figura 15. Mapa de fluxos e conexões de transportes.

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Este projeto detém a preocupação com as poluições vindas do
trafego, das ruas e das avenidas (ar, ruído, visual, etc). No intuito de
minimizar estes aspectos foram realizadas medições e simulações
para verificação e previsão das condições antes e pós-implementação
do projeto.
A proposta de cada rua é desenvolvida através de croquis e
ilustrações do que se pretende.

Figura 16. Croqui da proposta para rua e fotos ilustrativas.

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Os pontos marcantes deste capítulo são:
™ Alta qualidade das vias e calçadas para pedestre;
™ Facilidades para os ciclistas (ciclovias e estacionamento
seguro para as bicicletas)
™ Transporte público eficiente e integrado (trem e ônibus);
™ Redução do uso do automóvel particular e incentivo a
utilização de meios de transportes mais eficientes;
™ Alta qualidade e relevância para as estações de transporte
público e parada destes;
™ Extinção de estacionamentos nas ruas;
™ Localização dos estacionamentos apenas em locais
necessários e em ruas secundárias;

Capítulo 5: Espaços Públicos

Neste capítulo são propostos novos e convidativos espaços


públicos, fazem parte da proposta os térreos dos edifícios e os
espaços semipúblicos.
Os espaços públicos são projetados baseados nos acessos, nas
atividades previstas e na diversidade de usos. São utilizados croquis,
mapas e ilustrações dos resultados esperados desses espaços.
As principais metas a serem atingidas no projeto destes espaços
são:
™ Vivacidade, segurança e atratividade em espaços públicos
como ruas, praças, jardins e calçadas, privilegiando o
pedestre, ciclistas e usuários do transporte público com
espaços de alta qualidade;
™ Promoção de uma imagem limpa e funcional, que identifique
o complexo projetado;
™ Sistema de segurança de alta qualidade que encorajem as
atividades e uso pelas pessoas;

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™ Maximizar e estender as diversidades ecológicas nas áreas
existentes e nas novas;

O aspecto mais importante deste capítulo é o estudo das


atividades e do tipo de uso próximo ou nos arredores de cada um dos
seis espaços públicos propostos. A escala, a qualidade e o tratamento
que se dá a cada espaço configura e reflete neste a intenção de uso e
função do espaço projetado.
Para cada um dos seis espaços públicos projetados (Praça Cívica,
Ao longo da Rua High Street, Nova Praça do Mercado, Igreja Stª.
Mary, O Parque Central, Praça Comercial) acompanha a seguinte
estrutura de apresentação da proposta:

Croqui explicativo Identidade


Ilustrações em perspectiva (características principais de
Fotos ilustrativas do que se identificação do local, bem como
pretende do espaço projetado suas potencialidades)
Pontos Relevantes
(identificação e listagem das
limitações e problemas a serem
vencidos)
Diretrizes de Projeto
Definições de parâmetros a
respeito de:
™ Escala
™ Acesso de pedestres
™ Funções
™ Usos

Figura 17. Ficha de apresentação dos espaços públicos própostos.

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Capítulo 6: Forma Arquitetônica

Este capítulo começa com um lembrete de três princípios


estipulados no inicio do processo de projeto e que agora serão
desenvolvidos:
™ Criação de edifícios sustentáveis, esteticamente bem
elaborados e flexíveis;
™ Definição da melhor implantação para os edifícios altos;
™ Criação de edifícios eficientes e apropriados para as questões
de resíduos sólidos, água e consumo energético;

É nítida a preocupação com a ambiência dos espaços projetados e


com o conforto dos usuários. Neste aspecto é incentivada a criação
de espaços que produzam um micro-clima diferenciado e agradável a
seus usuários.
Fazem parte da discussão desse capítulo os espaços de cobertura
dos edifícios e os edifícios altos. O skyline é valorizado e as vistas
assumem papel relevante na concepção do projeto, proporcionando
espaços públicos e marcos na cidade e no contexto urbano.
A localização dos edifícios foi feita com base nos prévios estudos
de fluxos privilegiando o pedestre, insolação e níveis de ruído nas
avenidas levando em conta as condições do clima local.

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Figura 18. Estudos de fluxos.

Figura 19. Análises climáticas e Figura 20. Análises climáticas e Figura 21. Estudos de
de conforto ambiental antes do de conforto ambiental após o ventilação e Insolação.
projeto. projeto.

A localização dos edifícios altos, bem como suas propostas foram


submetidas a consultas públicas e as legislações vigentes. Foram
implantados no centro mais ativo do empreendimento, dessa forma é
aproveitada ao máximo a infra-estrutura existente e são minimizados
os impactos causados por este tipo de edifícios. O uso misto e a
diversidade de oportunidades foram critérios para a escolha do local
mais apropriado. Existe também, a preocupação com o skyline e com
o impacto e sobrevivência deste tipo de edificação na cidade.

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Figura 22. Localização dos edifícios altos.

Foram realizados varias simulações para prever o impacto destes


edifícios na paisagem urbana.

Figura 23. Estudo do impacto do edifício alto na vista da cidade.

Foram estabelecidas para Londres algumas qualidades e


especificidades que o edifício alto deveria ter para ser implantado:
™ Ser acessível ao público e promover a integração da
rua com o térreo desses edifícios;
™ Estabelecer boas relações com outros edifícios do
contexto, rua, pessoas e espaços públicos e privados;

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™ Ser um elemento de atração na cidade, contribuir de
forma interessante para o skyline e sua cobertura deve
ser bem explorada;
™ Ter acesso público a andares superiores com
plataformas destinadas à vista da cidade com acesso
público;
™ Ser um exemplo de construção e utilização de recursos
sustentáveis utilizando energias renováveis e
reciclagem;
™ Evitar os efeitos prejudiciais de micro-climas;
™ Ser apropriado em relação aos seus possíveis
impactos;

Nesse trabalho existe a preocupação com a minimização dos


impactos, com a maximização de questões ambientais e dos
benefícios de micro-clima gerado e com a proteção dos usuários
quanto ao ruído e a poluição em geral. Para resolver estas questões
foram feitas simulações e medidas referentes ao acesso solar,
ventilação, poluição e ruído. Estas medidas e simulações
influenciaram na forma, posição e localização dos edifícios.
Para proposição das ruas e espaços projetados foi realizado um
levantamento das possibilidades e qualidades de cada lugar, assim
identificando a vocação destes, seja ele para ser um boulevards ou
uma rua de comércios e negócios.

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Nessa fase do projeto foi utilizado um guia para definir as


características de cada área e as oportunidades de uma boa proposta
a partir de uma ficha com tópicos a serem questionados para cada
área a ser projetada;

Pontos de Acesso:
Atividades:
Fachadas:
Composição:
Articulações:
Público e Privado:

Após serem respondidas estas questões fica definida a


característica para esta área, que pode ser desde uma rua comercial
a um parque ou praça pública ou ainda um caminho para pedestres,
dependendo da sua potencialidade.
Com as características das ruas definidas passa-se a fase de
croquis, nos quais são expressas, para cada rua do empreendimento,
um detalhe de como estas devem ser, com a largura, número de
faixas, tipo de veículos, tipo de uso, fachadas e alturas dos edifícios.
Dessa forma é associada uma imagem à idéia contida no
projeto, ou seja, o conceitual passa a ser materializado na forma de
desenho, gerando uma imagem da informação conceitual
desenvolvida durante a fase de projeto.

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Figura 24. Croqui das fachadas com fotos ilustrativas.

Capítulo 7: Energia, Resíduos e Água

A proposta para o Elephant & Castle quanto ao consumo


energético apresenta metas ousadas e inovadoras, para isso foi
desenvolvido um plano de consumo e geração de energia, baseados
em novas e renováveis energias e no conceito de distrito energético,
no qual as áreas comerciais e de serviços estão associadas às
residências no sentido de repassar o excedente de energia geradas
em suas atividades diárias.
A principal meta desse plano é o crescimento zero de emissão de
carbono com a implantação do projeto.
Quanto a água são identificados os problemas ligados aos custos e
escassez futura e assim são propostas varias alternativas para a
minimização do consumo e reuso do possível, além do incentivo de
novas tecnologias.
Em relação aos resíduos foi adotadas uma política de redução,
reciclagem e compostagem destes, no intuito de minimizar os
impactos causados pela geração e destino dos resíduos.

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A estratégia adotada se inicia pela redução e reutilização dos
resíduos causados pela demolição e construção na implementação do
complexo.
Esta política de minimização dos resíduos, conta com a educação
dos usuários e pontos de coleta facilitado e associado aos órgãos
públicos ligados a uma rede de âmbito municipal.
Com a criação de uma companhia de serviços ambientais e de
energia este projeto pretende solucionar as seguintes questões:
™ Social: promover condições de moradia de interesse social
com saúde e propiciar novos investimentos e regeneração do
existente;
™ Ambiental: Promover a eficiência energética e a não
emissão de CO2, flexibilidade de combustíveis para o futuro,
transição do baixo carbono para o uso do hidrogênio;
sistemas eficientes de uso de água e desenvolvimentos de
alternativas para este sistema.
™ Econômicas: Implementar baixos investimentos, baixos
custos e corporativismo.

Capítulo 8: Implementação e Entrega

O complexo todo está previsto para implantação e funcionamento


com seu total potencial proposto em 10 a 15 anos. Para tanto foi
dividida em 3 fases de implementação.
A primeira fase corresponde aos 5 primeiros anos. A segunda fase
vai do 5 ao 8 ano. A terceira e ultima fase corresponde a mais de oito
anos até a completa implementação do complexo.

Figura 25. Primeira Fase Figura 26. Segunda Fase Figura 27. Terceira Fase

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2. Levantamento dos Parâmetros de Sustentabilidade


Possíveis de Identificação

Uma das características marcantes deste projeto é o peso dado


aos princípios adotados como parâmetros norteadores, pois são todos
tratados de maneira homogênea, ou seja, os critérios escolhidos
como relevantes não apresentam hierarquia ou destaque por
determinado tema ou corrente filosófica, todos são tratados como
metas a serem atingidas.
Os parâmetros de sustentabilidade encontrados são:
™ Promover o crescimento zero de emissão de CO2;
™ Desenvolver na área do Elephant & Castle ações energéticas
que levem o empreendimento a ser definido como o maior e
melhor em estratégias energéticas de Londres;
™ Estabelecer uma companhia de energia que une poder público e
privado para criar uma proposta especial na qual o centro
empresarial fornece a energia excedente, vinda do aquecimento
e refrigeração, para a comunidade.
™ Estabelecer um planejamento energético com metas para as
áreas residenciais, de serviços e comerciais.
™ Estabelecimento de vários potenciais para sistemas renováveis
de energia;
™ Incentivo à sistemas passivos de aquecimento e ventilação;
™ Incentivos ao uso máximo da insolação para aquecimento de
água e para sistemas fotovoltaicos;
™ Incentivos a estratégias de iluminação natural que substituam a
iluminação artificial em shoppings, supermercados e lojas de
departamento;
™ Promover o uso de “fachadas ativas” em edifícios comerciais,
por exemplo, com a utilização de painéis fotovoltaicos e
fachadas duplas;

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™ Incentivar, onde for apropriada, a utilização de sistemas de
ventilação natural com baixa pressão;
™ Investigar o potencial de instalação de turbinas eólicas ou
outras tecnologias de geração de energia através dos ventos;
™ Desenvolvimento da integração do aquecimento da
comunidade, do calor e da energia produzida nas áreas
comerciais e de serviços;
™ Investigar a viabilidade de utilizar combustíveis vindo de
resíduos;
™ Desenvolver alternativas ao uso de água;
™ Plano de metas para o consumo de água pelas residências,
comércios e serviços;
™ Incentivo a redução do consumo de água;
™ Diminuir o fluxo de água disponível nos banheiros;
™ Especificação de espécies de plantas nativas que consomem
pouca água para as praças e jardins;
™ Uso de sistema a vácuo nos mictórios em substituição a água;
™ Uso de ar na limpeza de áreas comerciais e industriais em
substituição ao uso da água;
™ Uso de água não potável na limpeza de ruas e veículos;
™ Desenvolvimento de sistemas de reservatórios de águas
potáveis e não potáveis;
™ Compostagem dos resíduos orgânicos para serem utilizados em
jardins;
™ Uso de materiais pré-fabricados passiveis de reciclagem e reuso
de resíduos da construção no próprio local;
™ Integração com os sistemas públicos de reciclagem;
™ Todos os resíduos devem ser enviados para tratamento;
™ Uso dos resíduos orgânicos das cozinhas e jardins para a
compostagem;
™ Intensiva educação e programas de minimização de resíduos
para os setores público e privado;

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™ Substituição dos sistemas de aquecimento, refrigeração e
energia;
™ Instalação de medidores de eficiência energética nos setores
público e privado;
™ Companhia de energia contando com profissionais
especializados realizando analises e medidas para garantir a
eficiência dos sistemas nas fases de projeto e uso do complexo;
™ Promover o fácil acesso;
™ Priorizar o pedestre e o transporte público;
™ Promover a eficiência de uso e ocupação do solo;
™ Proteger os espaços públicos e áreas históricas;
™ Reduzir a poluição;
™ Criar variedades de tipologias com alta qualidade;
™ Criação de espaços públicos com segurança;
™ Geração de novos empregos;

Neste projeto são tratadas as questões relativas a sustentabilidade


social e ambiental com igual cuidado, esse fato faz desse exemplo de
projeto um avanço no desenho urbano e na produção arquitetônica,
visto que existe a dificuldade amplamente discutida pelos teóricos3,
tema recorrente de dificuldade dos projetistas em geral, relativo a
resolver questões sociais dissociadas das questões ambientais.

3
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2.1 Sustentabilidade Social

Quanto a sustentabilidade social são desenvolvidas as questões


listadas abaixo:
™ Geração de novos empregos;
™ Habitação de interesse social;
™ Transporte público de qualidade;
™ Manutenção dos existentes e criação de novas áreas de
lazer e cultura;
™ Promoção do espaço público com alta qualidade e
segurança;
™ Facilidade de acesso;
™ Incentivo a investimentos em instituições voltadas para a
cultura e educação;
™ Acesso público ao térreo dos edifícios, bem como em
plataformas para visualização e contemplação pública e
nas coberturas;

2.2 Sustentabilidade Ambiental

No que se refere a sustentabilidade ambiental, são abordadas


as questões listadas abaixo:
™ Maximização da iluminação natural em substituição dos
sistemas artificiais, onde possível, e maior eficiência dos
sistemas artificiais necessários;
™ Opção por sistemas de ventilação natural em substituição aos
sistemas de refrigeração e utilização de massa térmica e
sistemas mistos quando necessário;
™ Incentivos às fachadas eficientes;
™ Redução dos níveis de ruído e poluição sonora;
™ Redução na emissão de CO2;
™ Implantação adequada;
™ Consideração do clima local no desenvolvimento do projeto;

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Incentivos às coberturas verdes e espaços públicos de qualidade;

2.2.1 Aspectos de Conforto Ambiental Possíveis de Serem


Identificados nas Imagens

Ao deste estudo foi possível observar que muitos aspectos do


conforto ambiental são facilmente identificados nas imagens
utilizadas para ilustrar a proposta. A partir dessa informação foi
elaborada a tabela abaixo com alguns exemplos:

ƒ Brises - proteção da
radiação solar
direta, evita o calor
excessivo e permite
o acesso a luz
natural difusa.

ƒ A implantação
garante o acesso
solar a todos.

ƒ Teto jardim - evita o


ganho excessivo de
calor pela cobertura,
e varandas
sombreando as
fachadas,
aumentando a área
de janela ventilável
e diminuindo o ruído
que chega aos
ambientes internos.

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ƒ Vasta área de janela


protegida pelos
brise -
proporcionando
iluminação é
ventilação natural.

ƒ Átrios retiram o
calor por efeito
chaminé e criam
espaços agradáveis
de estar e
passagem.

ƒ Implantação
favorecendo a
ventilação e a
insolação, além de e
evitar que o ruído
da rua atinja as
áreas mais
reservadas das
quadras.

Figura 28. Aspectos do conforto ambiental nas imagens do projeto.

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3. Roteiro de Projeto

Partindo da documentação disponível e da dificuldade de


comprovar o processo real de projeto foi sugerido neste trabalho um
possível roteiro de concepção do desenho urbano com base em
sólidos princípios de sustentabilidade na sua mais ampla concepção.
A partir dos croquis, ilustrações, mapas e fotos exibidas neste
trabalho é possível verificar que para cada etapa de projeto são
obtidos:
1. Croqui geral de idéias.
2. Mancha das idéias expressa no croqui
apresentadas também sobre a foto aérea.
3. Hierarquização das idéias em mapa contendo
ruas, quadras e lotes.
4. Proposta de projeto preliminar (desenho sobre a
foto aérea).
5. Fotos e imagens ilustrativas do que se pretende
com os espaços projetados (usos e aparências).

A hierarquia extraída desse documento tem como guia uma linha


de tempo de projeto que vai do papel em branco até a proposta
finalizada com todos os seus passos, até o capítulo oito de
implementação do projeto.

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Os oito capítulos disponíveis no documento Development


Framework estão apresentados na seqüência das etapas cronológica
de avanço no desenvolvimento do projeto, ou seja:
1. Levantamento do existente somados ao estudo
da legislação vigente e o desenvolvimento de
parâmetros a serem seguidos e metas a atingir;
2. Ilustração da proposta inicial em cima dos dados
levantados e dos parâmetros definidos. É nesta
etapa, que são realizadas a consulta pública,
através do esboçado neste estudo preliminar
ilustrativo;
3. Hierarquização dos fluxos e acessos;
4. Determinação das áreas a serem desenvolvidas
de acordo com sua potencialidade de uso;
5. Definição das áreas a serem tratadas como
espaços públicos e as metas a serem atingidas
nestas áreas de acordo com sua potencialidade e
a legislação vigente;
6. Definição da qualidade das edificações, fachadas
e espaços criados. É nesta etapa que são
desenvolvidas as simulações e alterações
necessárias de acordo com as necessidades
impostas pelo clima e localização dos edifícos.
7. Detalhamento dos sistemas e propostas para o
consumo eficiente e a conservação dos recursos
e energia, bem como o destino adequado dos
resíduos inevitáveis;
8. Planejamento das etapas e necessidades para a
implementação da proposta;

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O roteiro4 consiste em eleger critérios e metas para desenvolver
através do desenho urbano expresso nos croquis, mapas e ilustrações
do que se pretende.
Para tanto temos uma seqüência de 11 etapas5:

1º) Listar os objetivos a serem atingidos;


2º) Listar as características (problemas e potencialidades)
da área a ser projetada;
3º) Esboçar a proposta preliminar e submete-la a consulta
pública;
4º) Dividir em subáreas de acordo com as potencialidades
levantadas na 2ª etapa;
5º) Desenvolver os estudos de fluxo e acessos para cada
uma das subáreas e suas conexões com as demais;
6º) Projeto do térreo e dos espaços públicos e
semipúblicos levando em conta as condicionantes de
conforto ambiental e sustentabilidade definidas na 1ª etapa;
7º) Projeto das ruas e avenidas de acordo com suas
potencialidades, assim como as fachadas das edificações;
8º) Localização e projeto dos edifícios altos de acordo
com as condicionantes do conforto ambiental e
sustentabilidade definida na 1ª etapa, bem como as
legislações vigentes;
9º) Simulações do projeto;
10º) Modificações necessárias e finalização do projeto;
11º) Implementação do projeto em fases descritas com
prazos e impactos previstos;

4
Este roteiro será aplicado no projeto de TFG Largo da Batata: elo de conexão da malha
urbana, com exceção da 10ª etapa, por se tratar de um trabalho acadêmico, sem a pretensão
real de construção.
5
Todas estas etapas são apresentadas e desenvolvidas seguindo o sistema de projeto com
croquis, mapas e ilustrações.

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Os parâmetros de sustentabilidade citados abaixo devem estar
presentes ao longo do processo como fonte norteadora das etapas
acima explicitadas.

™ Redução do trafego, melhor qualidade do transportes públicos;


™ Criação dos distritos energéticos;
™ Geração de novos empregos;
™ Uso misto;
™ Privilégio ao pedestre;
™ Facilidades de acesso;
™ Térreo público;
™ Acesso público aos edifícios de serviços e comércio para vista
da cidade;
™ Acesso público e tratamento diferenciado das coberturas dos
edifícios de comércios e serviços;
™ Maximização da iluminação natural em substituição dos
sistemas artificiais, onde possível, e maior eficiência dos
sistemas artificiais necessários;
™ Opção por sistemas de ventilação natural em substituição aos
sistemas de refrigeração e utilização de massa térmica e
sistemas mistos quando necessário;
™ Incentivos às fachadas eficientes;
™ Redução dos níveis de ruído e poluição sonora;
™ Redução na emissão de CO2;
™ Implantação adequada;
™ Consideração do clima local no desenvolvimento do projeto;

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4. Conclusão
Os conceitos de sustentabilidade levantados no estudo de caso
(item1) e descritos no item 2 juntamente ao roteiro de projeto
representam um material relevante no exercício de projeto,
configurando uma das diversas maneiras de expressar os conceitos
de sustentabilidade através do desenho e da espacialidade.
Os parâmetros encontrados e o modo peculiar de dar seqüência
lógica no ato de projetar sem deixar de lado as questões estéticas e
de qualidade, configuram um documento metodológico atual e
necessário.
As diversas vertentes da sustentabilidade convivem sem
conflitos e com igualdade de peso, demonstrando a clareza conceitual
e desenvolvimento do projeto por inteiro.
A alta qualidade, conforto aos usuários, preocupação com as
limitações climáticas, sociais, culturais e ambientais estão bem
distribuídas e atendidas sem suprimir o caráter formal da estética
arquitetônica, combatendo o mito de que o projeto bem resolvido
para as questões ambientais e funcionais não detém compromisso
com a estética.
Os resultados obtidos neste trabalho foram satisfatórios, e os
conceitos destacados juntamente ao roteiro de projeto serão
explorados no desenvolvimento do TFG Largo da Batata: elo de
conexão da malha urbana.

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5. Bibliografia

ACSELRAD, Henri (org.). A Duração das Cidades: Sustentabilidade e


Risco nas Políticas Urbanas. Rio de Janeiro: DP&A,2001.

EDWARDS, Brian, HYETT, Paul. Rough Guide to Sustainability.


London: RIBA, 2001. (versão em espanhol Guia Básica de la
Sostenibilidad, Gustavo Gili).

ROGERS, Richard, GUMUCHDJIAN, Philip (ed.). Cities for a Small


Planet. London: Faber and Faber, 1997. (versões em espanhol
Ciudades para un pequeño planeta e português Cidades para um
pequeno planeta, Gustavo Gili)

HAGAN, Susannah. Taking Shape – A new contract between


architecture and nature. Oxford: Architectural Press, 2001.

UK. Southwork Council. Elephant and Castle. London Borough of


Southwark. Development Framework, 2004. Disponível
em:<http://www.elephantandcastle.org.uk>.Acesso em: março
2004.

Bruna Luz N°USP: 3268901


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