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Memorial O Pharol PDF
Memorial O Pharol PDF
JUAZEIRO-BA
JUNHO DE 2008
JEAN CARLOS DO NASCIMENTO CORRÊA
NOMERIANA CAVALCANTI FERREIRA
JUAZEIRO-BA
JUNHO DE 2008
Ficha Catalográfica
___________________________________________________________
Profª Ms. Andréa Cristiana Santos (orientadora)
___________________________________________________________
Prof. Ms. Moisés Almeida
________________________________________________
Prof. Esc. Geovani Siqueira
À memória do jornalista João Ferreira Gomes,
Seu Joãozinho do Pharol.
AGRADECIMENTOS
1. APRESENTAÇÃO.................................................................................................. 7
1.1 Problemática da Pesquisa........................................................................................ 8
1.2 Justificativa............................................................................................................. 9
2. PERCURSO ACADÊMICO
2.1 Algo em comum: a fotografia............................................................................... 11
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Natureza do projeto............................................................................................... 12
3.2 Referências para a reconstituição da História....................................................... 13
4. PERCURSO METODOLÓGICO....................................................................... 16
5.1.3 Foto-digitalização.............................................................................................. 22
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 29
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 31
ANEXOS.................................................................................................................... 38
7
1 APRESENTAÇÃO
1
SÁ Y BRITTO (1995) lista a fundação de pelo menos 20 jornais em Petrolina desde o final do século XIX até o
início dos anos 80 do século XX. CUNHA (1978) relaciona 17 veículos impressos a partir do século XIX.
9
1.2 JUSTIFICATIVA
2
Constituída em abril de 2001, na cidade do Rio de Janeiro, a Rede Alfredo de Carvalho tem como prioridade a
atualização do inventário da imprensa brasileira até este ano e realizar a interpretação dos dados acumulados,
para construir indicadores capazes de balizar o trabalho dos historiadores e dos cientistas da comunicação
(MELO; 2007).
10
2 PERCURSO ACADÊMICO
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Sousa (2000) identifica as etapas históricas do uso da fotografia pelos jornais até o
estabelecimento do fotojornalismo moderno. Ele relaciona as mudanças dos gêneros
fotográficos, a assimilação progressiva das fotos como recurso jornalístico e as revoluções
tecnológicas que contribuíram para a constituição do fotojornalismo.
No entanto, ele reconhece a dificuldade de estabelecer fronteiras claras quanto ao que
constitui o fotojornalismo – termo que pode incluir as fotografias de notícias, dos grandes
projetos documentais, ilustrações fotográficas e features (fotos intemporais de situações
peculiares) entre outras (SOUSA; 2004).
Tão logo iniciamos as pesquisas para a produção do CD-ROM, identificamos que não
seria suficiente apenas relacionar as fotografias encontradas nas edições do jornal aos fatores
que levaram ao desenvolvimento do fotojornalismo ou atrasaram sua concretização – os
avanços tecnológicos da fotografia, os gêneros fotojornalísticos e o reconhecimento da
atividade profissional do repórter-fotográfico, por exemplo.
As fontes escritas consultadas traziam informações escassas e não raro,
desencontradas, sobre O Pharol e a pessoa de João Ferreira Gomes. Livros e documentos que
contam a história de Petrolina, Juazeiro e demais cidades do Submédio São Francisco, em que
pese sua importância enquanto fontes, carecem do rigor acadêmico que deve permear uma
pesquisa. Referências, escritas ou orais não são citadas, fotografias carecem de créditos, e a
depender da fonte, é comum o desencontro de datas para um mesmo acontecimento.
Ao voltarmos o olhar para a história do fotojornalismo na imprensa de Petrolina, no
caso específico d’O Pharol, necessitávamos de referências para reconstituir a história do
jornal e sua evolução enquanto meio de comunicação, observando o contexto da Região do
Submédio São Francisco, do Brasil e do mundo durante os anos de existência do periódico.
Isso nos levou ao uso de referenciais que permitiram analisar o cenário histórico e as
mudanças políticas e sociais em Petrolina, durante o período no qual o jornal circulou. Sem
essa abordagem, as imagens d’O Pharol estariam descontextualizadas, ou como sustenta
Kossoy (1989; p. 89) nada informariam “àqueles que nada sabem do contexto em que tais
documentos se originaram. Para estes, não há como decifrar os conteúdos visuais plenos de
incógnitas”. Mais adiante, ele reforça:
3
Sousa (2004) propõe a classificação dos seguintes gêneros fotojornalísticos: fotografias de notícias (a maior
parte das fotografias publicadas num jornal) referenciadas em spot news (fotografias de acontecimentos
imprevistos) e notícias em geral (a cobertura de entrevistas coletivas, reuniões, congressos, etc.); features photos
(fotografias que encontram grande parte do seu sentido em si mesmas), subdivididas em features de interesse
humano, pictográfico e as fotografias de animais; desporto (de ação desportiva e features de desporto, em que o
interesse humano se sobrepõe à ação) retratos, ilustrações fotográficas e histórias em fotografias (que incluem o
foto-ensaio e a foto-reportagem).
15
“Não raras vezes, esse registro torna-se a mais completa, se não a única,
documentação dos fatos recorrentes em uma comunidade e as notícias
arquivadas, o fio da memória local. O jornalismo, mesmo
involuntariamente, escreve a história do lugar”.
Barbosa (2007b) reforça que a análise histórica dos meios de comunicação tem sido
relegada a segundo plano no Brasil, contraditoriamente até ao fato de, nas Faculdades de
Comunicação brasileiras, multiplicarem-se as disciplinas sobre as várias “histórias” (da
comunicação, do rádio e da televisão e da imprensa).
Para Strelczenia (2007), o jornal é um suporte à memória. Assim, é capaz,
simultaneamente, de abolir o tempo, representá-lo, transformando-se numa ferramenta que
nos permite “rastrear a origem das coisas, mas também para decifrar de alguma maneira o que
virá”.
16
4 PERCURSO METODOLÓGICO
4
Os primeiros estudos foram desenvolvidos por Wolf (2003)
17
A escolha do suporte CD-ROM se deveu ao fato de constituir uma fonte para consulta
acessível a pesquisadores, correspondendo a um dos formatos de publicação eletrônica,
levando-se em conta a definição de Stanek:
Como suporte físico para o projeto experimental, o CD-ROM atende a uma série de
vantagens, similares às observadas por Sabattini (2007) em relação às publicações eletrônicas
científicas na Internet: podem atingir audiência potencial, devido à disponibilidade universal
da informação; disponibilidade para todas as plataformas de hardware/software; baixo custo
de investimento, de produção e de acesso, e novas formas de apresentação - áudio, vídeo - e
interação com o usuário final da informação.
Um aspecto a ser destacado: o CD-ROM (sigla para Compact Disc - Read Only
Memory, “disco compacto memória apenas leitura”) convencional suporta 700 megabytes de
informação – o suficiente para armazenar 15.000 fotografias, 250.000 páginas de texto ou 70
minutos de vídeo5 - o que assegura um espaço suficiente para a produção de um suporte com
conteúdo multimídia.
O segundo aspecto diz respeito à característica do CD-ROM enquanto suporte
hipertextual para imagem, texto, áudio e vídeo. O hipertexto, segundo definição de Bonilla
(2008), é uma forma de indexar e organizar informações, a partir da retomada e transformação
de elementos de outras mídias que dão ao documento um aspecto dinâmico.
Silva (2008) lembra que o hipertexto, termo cunhado por Teodor Holm Nelson em
1964, designa uma estrutura eletrônica “não seqüencial e não linear” que permite ao leitor o
acesso a um número “praticamente ilimitado” de outros textos, a partir de escolhas locais.
5
APRESENTAÇÕES EM CD-ROM. Disponível em: <http://www.variograma.com/po/svc.html?id=3>. Acesso
19 dez. 2007
19
6
Fundada em 1962, a Emissora Rural AM é uma rádio católica e teve como primeiro diretor-presidente o bispo
Dom Antonio Campelo de Aragão.
21
5.1.3 FOTO-DIGITALIZAÇÃO
sobre os 60 anos do jornal de Seu Joãozinho. O autor? O próprio Homero Fonseca que, assim,
viria a ser mais uma fonte oral.
Dessa forma, por meio de um site e um correio eletrônico, duas das novas tecnologias
da informação – assim como este CD-ROM também se inclui entre essas tecnologias - haviam
nos permitido, quase que fortuitamente, o encontro com a memória e o resgate de fatos do
passado, retirados do esquecimento.
Uma terceira ferramenta, dentro das tecnologias da informação, também nos foi
extremamente útil: o comunicador instantâneo MSN. Por meio dele interagimos com
freqüência, para a troca de arquivos e dados, para o planejamento do trabalho e tomada de
decisões, desde a fase de pré-projeto até a finalização do CD-ROM.
Ao final do trabalho de campo, havíamos localizado 651 jornais, dos quais 203 foram
foto-digitalizados, destes 115 selecionados para compor o CD, além de havermos realizado
nove entrevistas, sendo três delas por correio eletrônico.
24
passado, tendo como condição ser uma interface simples. Evitamos o uso de muitas imagens e
textos em uma mesma janela e a conseqüente “poluição” visual do trabalho.
A arte de abertura do CD-ROM foi trabalhada tomando como base a reprodução do
cabeçalho do jornal em 1939, redesenhada linha por linha. Os desenhos do farol, do rio e da
personificação da Liberdade - ou da República - sintetizavam a imagem que buscávamos. Ela
permitiu adicionar uma animação que reforçou conceitos subjetivos, como o transcorrer do
tempo representado pelo rio e a emissão do facho de luz característico de um farol, como o
elemento que leva a abertura dos tópicos do CD.
A música foi usada como recurso para aprimorar a estética do CD-ROM. Adicionamos
um BG (background ou uma música de fundo) com um trecho do 2º Movimento (Adágio) do
Concerto para Piano nº. 20 KV 466, obra do compositor Wolfgang Amadeus Mozart.
Selecionamos especificamente essa obra por um motivo em particular: durante a
pesquisa descobrimos, nas edições iniciais de O Pharol, referências recorrentes ao conjunto
Filhas de Mozart, um grupo de música erudita integrado por mulheres de Petrolina, na
primeira década do século XX. Neiva Gomes, esposa de João Ferreira Gomes, fez parte desse
grupo. Assim, consideramos essa ligação entre o nome do grupo e naturalmente, a relação
com a obra do compositor, como critério para a escolha do trecho da obra.
Ao finalizarmos o conteúdo do suporte, decidimos que ele deveria ser auto-executável.
Significa dizer que, uma vez inserido no computador, o CD-ROM se auto-reproduzirá. Essa
opção, apesar de fazer com que o arquivo final ocupasse maior espaço na memória do CD-
ROM, traz facilidade aos usuários, pois, caso fosse mantida a opção pelo formato padrão em
Flash (swf), poderia ser necessária a instalação de um plug-in (pequeno programa de
computador que serve para adicionar funções a outros programas) para executar o CD.
As possibilidades do suporte CD-ROM permitiram que “brincássemos” com os
elementos intertextuais (as informações adicionais aos textos, por exemplo, foram inseridas
em janelas a partir de links), e evitarmos agrupar muitas informações em um único texto, o
que poderia tornar a leitura maçante. Seguindo esse conceito, optamos por dispersar no CD-
ROM as informações que julgávamos indispensáveis, o que permitiu diminuir o tamanho dos
textos principais.
Na impossibilidade de identificar as representações presentes no material
fotojornalístico, pela ausência de referências textuais nas matérias jornalísticas, decidimos ora
por acrescentar às legendas informações sobre a história do jornal O Pharol, ora por incluir
dados técnicos relacionados à produção e publicação de fotografias, gêneros fotojornalísticos
e linguagem fotojornalística.
27
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim como Seu Joãozinho do Pharol pretendeu fazer do jornal o fanal para o
desenvolvimento de Petrolina, consideramos o CD-ROM O Pharol – Tempo, Imagem &
Memória uma pequena luz, suficiente o bastante para orientar os navegantes que, agora em
diante, pretendem partir em busca da História da Imprensa na região do São Francisco.
31
REFERÊNCIAS
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2000.
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DIETRICH, Ana Maria. Nazismo Tropical? O Partido Nazista no Brasil. São Paulo: NEHO,
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download em: http://americanhistory.si.edu/about/pubs/harris3.pdf. Acesso em 4 maio 2008.
MAUAD, Ana Maria. Através da Imagem: fotografia e história-interfaces. Tempo [on line],
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http://www.historia.uff.br/labhoi/modules/rmdp1/uploads/May07nGmehMYF_atraves_image
m.pdf. Acesso em 11 maio 2008.
33
MONTENEGRO, Rosilene Dias; SILVA, Fábio Ronaldo da. Por uma digitalização da
memória jornalística. Disponível para download em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/rosilene-
montenegro-fabio-silva-memoria-jornalistica.pdf. Acesso em 19 dez. 2007.
SÁ Y BRITTO, Maria Creusa. Petrolina: origem, fatos, vida, uma história (do
desbravamento do município a 1992). Petrolina: Tribuna do Sertão, 1995.
SOUSA, Jorge Pedro de. Uma história crítica do fotojornalismo ocidental. Chapecó:
Grifos; Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2000.
THOMPSON, Paul. A Voz do Passado: História Oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
34
WOLF, Mauro. Teoria das comunicações em massa. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
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MONTEIRO, Filipe Pinto. Fanatismo na Era Vargas. Nossa História, São Paulo, nº. 30, p.
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PENA NAZISTA Adolf Hitler, colaborador de jornais americanos. Revista Veja. São
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Sites
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disputas-politicas-em-pernambuco/>. Acesso em 4 maio 2008.
Fontes orais
Darcy Neiva Gomes Coelho. Filha de João Ferreira Gomes. Entrevistada no dia 13 fev. 2008,
na residência a Rua Vila São Francisco, Centro, Petrolina (PE).
Elizabete Campos de Souza. Atuou como tipógrafa do jornal O Pharol. Entrevistada no dia 4
jan. 2008, na residência a Rua Maurício de Nassau nº. 517, bairro Gercino Coelho, Petrolina
(PE).
Francisco José Cavalcante. Padre, autor do livro Catedral de Petrolina: Profecia e Evocação.
Entrevistado no dia 22 jan. 2008, no Palácio Episcopal, Diocese de Petrolina (PE).
Inah Torres. Atuou como colunista do jornal O Pharol. Entrevistada no dia 7 jan. 2008, na
residência a Avenida Fernando Góes nº. 1032, Centro, Petrolina (PE).
Jota Mildes. Atuou como diretor de edição de O Pharol. Entrevistado por meio de correio
eletrônico. Questionário encaminhado no dia 1 jan. 2008 e respondido em 23 jan. 2008.
Acervos
Emissora Rural AM. Consulta a exemplares avulsos das décadas de 1970 e 1980.
GLOBO Collection. Classical Movie Themes. Wolfgang Amadeus Mozart: Piano Concerto nº
20 KV 466 2nd Movement.: Adagio. Svletana Festival Orchestra. São Paulo: Movie Play:
1996. Disco compacto (74 min): digital, estéreo. MV017.
ANEXOS