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PATOLOGIA E TERAPIA
DAS ESTRUTURAS
INTERVENÇÕES DE
REPARO
( RESTAURAÇÕES )
ESCOLA DE ENGENHARIA
Patologia e Terapia das Estruturas
Intervenções de Reparo
(Restaurações) Prof. Élvio Mosci Piancastelli
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 02
3. REPAROS ............................................................................................... 04
3.1. Reparos Localizados Superficiais ........................................................ 04
3.2. Reparos Localizados Profundos ........................................................ 06
3.3. Reparos Superficiais de Grandes Áreas ............................................ 09
3.4. Reparos Devidos a Corrosão de Armaduras ..................................... 10
3.4.1. Corrosão por Despassivação da Armadura .............................. 11
3.4.2. Corrosão pela Presença de Cloretos ........................................ 13
3.4.3. Proteção Catódica ...................................................................... 14
3.5. Reparos de Bordas de Consolos Curtos e Dentes Gerber .................. 15
3.6. Reparos em Estruturas Submersas ...................................................... 17
3.7. Reparos em Fissuras ........................................................................... 19
3.7.1. Reparos em Fissuras Inativas ..................................................19
3.7.1.1. Fissuras de Pequena Abertura (0,3 a 1,0mm) em
Superfície Vertical ou Inclinada ................................ 19
3.7.1.2. Fissuras de Pequena Abertura (0,3 a 1,0mm) em
Superfície Horizontal ................................................. 21
3.7.1.3. Fissuras de Grande Abertura (acima de 1 mm) ........... 27
3.7.1.4. Fissuras Capilares (abertura inferior a 0,3 mm) ........... 27
3.7.2. Reparos em Fissuras Ativas (ou Inativas com Monoliticidade
Não Exigida) ............................... 28
3.8. Reparos Especiais ............................................................................... 32
5. Bibliografia ................................................................................................ 36
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Intervenções de Reparo
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1. INTRODUÇÃO
3. REPAROS
preconizada pelo fabricante para cada camada e dando-lhe acabamento final com
desempenadeira metálica;
d) executar cura úmida.
A cura através da aplicação de produtos que formam películas (comumente
chamada de cura química) pode ser utilizada, devendo-se lembrar, entretanto, que
algumas dessas películas impedem ou prejudicam a aderência de pinturas e
argamassas de assentamento ou revestimento.
B) Reparo com Argamassa Grout Tixotrópica - base mineral (Sika Grout -Tix).
a) tratar o substrato;
b) umedecê-lo sem saturação;
c) preparar o grout, conforme especificações do fabricante;
d) aplicar o material pressionando contra o substrato com espátula ou colher de
pedreiro, obedecendo-se a espessura máxima por camada preconizada pelo
fabricante, e dando-lhe acabamento final com desempenadeira metálica;
Obs.: Caso o concreto do substrato não apresente boa aderência ao grout, deve-se
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aplicar, sobre o substrato seco, adesivo de base epóxi (Sikadur 31) para
servir de ponte de aderência. Para substrato úmido utilizar adesivo de
base acrílica ou SBR (cimento + água + polímero, relação água:polímero =
1:1).
Neste tipo de reparo, podem ser usados, ainda, outros tipos de argamassas, como as
de base epóxi ou poliester, que exigem procedimentos específicos.
b) instalar formas com cachimbo (se necessário, aplicar antes adesivo epóxi de
elevado “pot-life”);
f) executar cura.
O reparo, ilustrado, também, pela Figura 3, deve ser executado conforme a seguinte
seqüência de procedimentos:
f) executar cura.
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A argamassa seca poderá ser de grout específico (Sika Grout - Tix), grout comum
(Sika Grout) com pouca água, ou argamassa de cimento e areia, de preferência
aditivada com agente expansor (pó de alumínio, Intraplast N da Sika).
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O reparo, ilustrado pela Figura 5, deve ser executado através da seguinte seqüência
de procedimentos:
b) preparar a argamassa;
d) executar cura.
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O reparo, ilustrado, também, pela Figura 5, deve ser executado da seguinte forma:
a) tratar o substrato;
c) executar a projeção;
e) executar cura.
OBS.: Nos casos de erosão ou desgaste, cujas causas não foram eliminadas,
é conveniente, após o reparo com qualquer dos dois materiais, aplicar
revestimento protetor de base epóxi. A utilização de material de reparo
com formulação epoxídica é, também, bastante indicada nesses casos.
Como os produtos de base epoxídica são caros, têm-se optado, com ótimos
resultados, pela adoção de argamassas ou micro-concretos aditivados com
microssílica. Tal material exige, entretanto, uma cuidadosa cura úmida,
geralmente feita através de aspersão contínua.
Para que seja possível executar, com eficiência, reparos que visem interromper o
processo de corrosão das armaduras, é importante analisar como funciona o sistema
de proteção do aço dentro da massa de concreto.
Essas relações foram estudadas por Pourbaix e são mostradas na Figura 6 através do
diagrama que leva o seu nome.
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Pelo diagrama de Pourbaix, observa-se que para manter a proteção do aço dentro do
concreto deve-se:
♠ elevar o potencial de corrosão (> +0,8) a fim de que seja atingida a faixa de
passivação (princípio da utilização dos inibidores anódicos, como o nitrito de
sódio).
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O reparo, ilustrado pela Figura 7, deve ser executado através dos seguintes
procedimentos:
c) restaurar a peça com argamassa modificada com resina acrílica (ver item 3.1-A).
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Obs.: no Brasil, não se tem, ainda, dados que confirmem a eficiência da técnica.
A proteção catódica pode ser feita por anôdos de sacrifício ou por corrente
impressa. Qualquer uma dessas duas técnicas exige manutenção constante por
profissionais especializados.
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g) iniciar cura úmida do grout aparente (panos molhados) logo após o adensamento;
OBS.: O tempo de entrada em carga pode ser menor do que o indicado acima, em
função da necessidade e da resistência exigida do grout.
Na execução desse tipo de reparo, podem ser utilizados ainda grouts de base epóxi e
concreto de alto desempenho inicial (CADI).
b) preparar a argamassa de epóxi, que deve ter consistência tal que permita a
confecção manual de bolas;
c) aplicar a argamassa com as mãos, pressionando de baixo para cima a fim de evitar
aprisionamento de água, e dar acabamento.
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B) Reparo com Grout para Uso Subaquático (Sikagrout AC, ou Conbextra UW-
Fosroc)
a) tratar o substrato;
Figura 12-A
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Nos reparos de fissuras, deve ser, inicialmente, determinado se elas são ativas ou
inativas.
A regra geral é : “se o agente causador da fissura não mais atua, ela pode ser
tratada como inativa, caso contrário, como ativa”.
A aplicação dos adesivos pode ser feita por gravidade ou por injeção sob pressão
(ar comprimido), conforme o caso.
O reparo, mostrado na Figura 13, deve ser executado através da seguinte seqüência:
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OBS.: Se a fissura ocorrer dos dois lados do elemento estrutural (fissura passante),
adotar os procedimentos acima nas duas faces. Os furos das duas faces
deverão ficar defasados, e a injeção ser alternada entre elas.
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Um bom fluxo de resina pela fissura, na face inferior do elemento estrutural, será
sinal de possibilidade de aplicação da resina por gravidade. Caso contrário, a
injeção por ar comprimido deverá ser utilizada.
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c) à medida que a resina fluir por um suspiro, ele deverá ser vedado;
e) com o substrato completamente seco, colar, com resina epóxi tixotrópica (Sikadur
31), mangueiras plásticas transparentes nos furos, assim como calafetar toda a
fissura, nas duas faces, com o mesmo produto;
Caso seja exigido melhor acabamento, pode-se retirar todo o adesivo epoxídico de
calafetamento da fissura e aplicar material de reparo de melhor efeito estético.
Como no caso de fissuras passantes, nas fissuras que ocorrem apenas na face superior
do elemento estrutural, é interessante a verificação inicial da possibilidade de
aplicação da resina por gravidade.
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A verificação de tal possibilidade, neste caso, é um pouco mais complexa, mas pode
ser desenvolvida da seguinte maneira:
Caso 2-B: Fissuras Apenas na Face Superior - Aplicação de Resina por Injeção.
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d) instalar mangueiras plásticas transparentes (Sikadur 31) nos furos da face superior;
Caso seja exigido melhor acabamento, pode-se retirar todo o adesivo epoxídico de
calafetamento da fissura e aplicar material de reparo de melhor efeito estético.
Caso não seja possível a execução de furos que atinjam a face superior do elemento
estrutural, a injeção deverá ser feita pela face inferior.
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d) aplicar a resina por uma das mangueiras de injeção, enquanto as outras ficam
obstruidas;
e) quando a resina começar a sair por um dos suspiros, parar a injeção, obstruí-lo,
assim como a mangueira por onde se executava a injeção; e começar a injetar pela
mangueira seguinte;
f) continuar a sequência até que a resina flua pelo último suspiro, que deve ser
instalado na extremidade final da fissura;
Caso seja exigido melhor acabamento, pode-se retirar todo o adesivo epoxídico de
calafetamento da fissura e aplicar material de reparo de melhor efeito estético.
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a) resina de base epoxídica de elevada fluidez (Sikadur 52) pura ou misturada com
areia sintética de grande finura.
A mistura garante redução de custos e previne problemas de expansão e retração
térmicas, sendo que a relação areia/resina é, também, definida em função da
abertura da fissura;
Fissuras com aberturas inferiores a 0,3mm não podem ser tratadas através de injeção
de resina epoxídica, porque seria necessária uma resina com fluidez bem maior do
que as existentes no mercado.
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Salienta-se que fissuras com abertura igual ou menor do que 0,1mm, teoricamente,
não pecisam ser tratadas, por não significarem risco à durabilidade do concreto ou
das armaduras. O mesmo acontece com as que apresentam abertura menor ou
igual a 0,2mm, desde que o elemento estrutural não esteja em meio fortemente
agressivo.
Quando o tratamento for julgado necessário ou conveniente, ele pode ser executado
utilizando-se produtos que reajam com os sub-produtos de hidratação do cimento
(Xypex Concentrado -MC-Bauchemie). Na reação, são formados cristais
insolúveis que preenchem o vazio criado pela fissura, colmatando-a.
Para impedir a penetração de materiais que impeçam sua livre movimentação (pó,
areia, brita, etc) ou que sejam deletérios ao concreto (água, óleos, fuligens, etc), as
novas juntas devem ser vedadas com mastiques ou outros materiais elásticos.
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a) definir a junta através de disco de corte ou desbaste, conforme mostra a Figura 16.
É importante salientar que a seção 2, mostrada na Figura 16, deve ser utilizada,
apenas em juntas inativas com monoliticidade não exigida, quando o mastique tem
a simples função de vedante.
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e) isolar as bordas externas da junta com fita crepe para facilitar a limpeza;
c) preparar a resina expansiva e executar a injeção (cada plug é injetado várias vezes);
Caso tenha sido aplicada a resina hidro-ativada MC-Injekt 2033, injetar, à seguir,
a resina gel MC-Injekt 2300NV.
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a) lixar e limpar toda a superfície do concreto, que pode estar úmida mas não
saturada;
c) preparar e aplicar o adesivo epóxi (camada com espessura de 1 a 2 mm) dos dois
lados da fissura, numa faixa de 5 a 6 cm. Em fissuras estreitas deixar uma faixa
central sem adesivo de, no mínimo, 2 cm;
d) fixar a manta sobre o adesivo, e recobrir suas bordas com uma camada de
espessura decrescente de adesivo;
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• não era possível retirar o concreto de entre as barras mais centrais, e mesmo que
fosse, não poderia ser executado, tendo em vista a elevada redução da aderência
entre concreto e aço e a precoce solicitação do reparo (oito horas);
• o volume de vazios era muito grande para injeção de resinas, e, para injeção de
argamassa, criavam dificuldades, a extensa área de obturação superficial e o
curto tempo disponível entre a injeção e a solicitação dos elementos estruturais.
Pelo acima exposto, e pelo tempo diário disponível para os trabalhos, a intervenção
foi idealizada para execução em etapas e por trechos de viga, da seguinte forma:
OBS.: a vedação frontal de cada trecho das vigas foi feito através de estopas
embebidas em calda de gesso, encunhadas entre as barras da armadura e
entre estas e as faces laterais e inferiores da forma.
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a2) preparação, lançamento (inicialmente apenas por um dos lados das formas) e
adensamento de argamassa grout (Sika-grout);
c2) imediato início da cura da argamassa “grout”, com aplicação de panos úmidos
sobre as superfícies expostas.
3a Etapa:
4a Etapa:
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Portanto:
5. BIBLIOGRAFIA
[3] Cánovas, M.F. - Patologia e Terapia do Concreto Armado, 1a ed., Editora Pini,
São Paulo, 1988, 522p.
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