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MTD La Matanza e Ocupação Chiquinha Gonzaga apontam uma nova forma de organização para além do capitalismo :: pg 4 e 5
AUTOGESTÃO E COOPERAÇÃO
esta é uma publicação mensal do coletivo de florianópolis do centro de mídia independente | www.midiaindependente.org
pg 2 :: o independente
jornal do CMI Floripa | número três | fevereiro 2005
A produção livre de conhecimento livre entrevista em vídeo com claudio prado, assessor do ministro: http://www.midiaindepende
nte.org/pt/blue//2005/01/305051.shtml
O 5º Fórum Social Mundial, ção da informação. Outros segmen- fecha, sim, reprime, sim, e que isto
realizado no final de janeiro, em tos como as rádios livres e comuni- é uma indecência. Preferiam negar a
Porto Alegre, foi marcado como um tárias, por exemplo, recebem outro informação de que nunca se fechou
grande momento de parceria entre tratamento do governo. tantas rádios como neste governo. E
movimentos sociais e, sobretudo, Foi a partir disso que, no mo- isso não é, de maneira alguma, uma
pelas contradições que carrega. Não mento em que o ministro Gil chegou parabenização ao governo anterior,
poderia ser diferente, considerando ao Laboratório dos Conhecimentos tão cruel e opressor.
as vastas posições políticas e for- Livres, a contradição tomou forma Vejamos bem. De acordo com
mas de atuação diferenciadas. Em de protesto. O Governo Federal uma matéria publicada no sítio da
um momento, o Governo Federal, se deparou com organizações que Radiobras, o número de fechamento
defendendo mudanças lentas, que acreditam que as mudanças não das rádios comunitárias, que operam
em sua quase totalidade apenas serão realizadas definitivamente no sem o praticamente impossível aval
impedem as conquistas sociais – e, âmbito governamental. Um grupo do Ministério das Comunicações,
pior, tomando para si as decisões de ativistas pela democratização subiu 37% somente no primeiro
que beneficiam apenas a pequena da comunicação interrompeu o ano do governo Lula. 4.412 rádios
parcela da população que controla evento que tinha o fim de divulgar utilizadas para aprofundar a demo-
os meios de produção e detém a o Software Livre, para questionar cracia direta, para democratizar o
esmagadora parte da riqueza. No o mesmo governo que, sistemati- conhecimento livre, foram fechadas.
outro, organizações que acreditam camente, fecha rádios comunitárias E não é só isso. A Associação Mun-
Às leitoras e aos leitores: que a única forma de superar nossos em favor das grandes empresas de dial de Rádios Comunitárias vem
esclarecimentos sobre a utilização problemas é uma mudança comple-
ta do sistema político e econômico,
rádios comerciais – carregavam
faixas dizendo: “Não há cultura
denunciando o aumento da violên-
cia durante esses fechamentos.
da linguagem inclusiva eliminando as instituições que dele
cuida.
livre [em referência ao projeto do
Ministério da Cultura] se a comuni-
O ministro Gil pode se defender
[defender o governo] à vontade.
Quem já leu os números anteriores deste jornal ou costuma acessar o sítio Nesse clima, o ministro da Cul- cação não for livre [em referência ao Mas os fatos demonstram que: a
do CMI, com certeza já se deparou com algo como “os/as ocupantes reivin- tura, Gilberto Gil, engendra, para o fechamento de rádios]”. população não recebe assistência
dicam...”, “as/os voluntárias/os do CMI trabalham...” etc. Poderia-se dar uma dia 27 de janeiro, uma participação para desenvolver comunicação livre
infinidade de outros exemplos como estes. Mas a questão a qual imaginamos no Laboratório dos Conhecimentos e que, portanto, e melhor ainda, ela
que muitas/os de nossas leitoras e nossos leitores se perguntam é a seguinte: se Livres – espaço utilizado por grupos mesma deve tomar os meios para
na gramática é claro que o masculino é universal – quer dizer, se num grupo de que lidam com rádio livre, Software comunicar. O Ministério das Co-
10 pessoas apenas uma delas for homem, refere-se a esse grupo no masculino, Livre e, também, o Centro de Mídia municações não age no sentido de
independente das mulheres se fazerem maioria gritante ali –, porque escrever Independente. O que ocorre é que desburocratizar os procedimentos,
incluindo o gênero masculino e o feminino? o Ministério da Cultura é, hoje, fazendo com que rádios e mais rá-
Bom, antes de falarmos das nossas próprias razões, acho importante um dos ministérios menos com- dios desistam pelo cansaço. As que
apontarmos sucintamente um exemplo de quem já fazia isso antes de nós. prometidos com grandes empresas operam, operam na ilegalidade, mas
Dentro do feminismo existem inúmeras vertentes, cada qual lida com dife- e interesses econômicos da classe legitimamente.
rentes aspectos da opressão das mulheres e da opressão de gênero. Uma dessas dominante. Travam uma batalha E, para não estragar a festa, o
vertentes, o estruturalismo, trabalha em cima da linguagem para apontar uma contra a propriedade privada dos Diziam que a democratização da ministro Gil entoou algumas de suas
forma específica de injustiça de gênero, legitimada pela gramática. As/os femi- softwares de computador da Micro- informação não pode ser relacio- canções, acalmando a contradição
nistas estruturalistas afirmam que, apesar das regras gramaticais, o universal soft, com uma política de utilização nada apenas a programas de com- ali exposta. Uma pena suas músi-
não é masculino. Ao considerá-lo masculino, cria-se uma hierarquia de gênero, de software não proprietário nas putador, e questionavam o Governo cas estarem circulando apenas nas
onde o feminino é mais uma vez o prejudicado, diminuído, inferiorizado. A instituições governamentais, entre Federal em relação à produção de rádios comerciais e pouco compro-
linguagem tem um papel importante como construtora de identidade, e tem outros projetos. conhecimento livre – e nesse caso metidas com a democratização dos
influência direta no imaginário das pessoas. Daí vem a preocupação de não Porém, o Governo Federal tra- a rádio comunitária e livre o faz por meios de comunicação.
se excluir um grupo que representa metade da população mundial de nossos balha através de uma equipe for- excelência.
discursos, simplesmente porque nos disseram que é assim que deve ser. mada por diversos Ministérios. Se O ministro e seus assessores troca de e-mails da camarada g. com John Perry
Há muitas críticas, inclusive dentro do próprio movimento feminista, a por um lado este, representado pelo tentaram justificar sua postura, ig- Barlow, amigo pessoal do ministro Gil, sobre o
respeito das práticas ou do foco do feminismo estruturalista. Afirma-se que músico Gilberto Gil, atua de forma norando seu papel de representante ato que chamou atenção para a contradição que
desconstruir a opressão de gênero dentro do discurso gramatical não é sufici- “não proprietária”, não podemos do quadro maior, que é o projeto é um mesmo governo estimular o software livre
ente para acabar com as injustiças de gênero com as quais convivemos todos afirmar que esta é uma decisão do em andamento do Governo Fede- enquanto fecha rádios livres e comunitárias:
os dias, e que se perde muito tempo se preocupando com isso enquanto há governo como um todo. O software ral. Patinaram em torno de sua http://www.midiaindependente.org/pt/blue/
problemas muito maiores a serem resolvidos. Ao mesmo tempo, muitas/os livre é um dos diversos itens do que defesa, quando poderiam ter sido 2005/03/309841.shtml
feministas, entendendo que existem relações de poder dentro dos discursos, se chamamos de luta pela democratiza- honestos e afirmar que o Governo :: floripa@midiaindependente.org
utilizam da linguagem inclusiva (citar os dois gêneros quando estes se fazem
presentes) para tentar desconstruir a inferiorização do feminino, sem limitar
expediente deste número
sua luta à essa questão. É nesse sentido que buscamos trabalhar.
A linguagem inclusiva não é um fim, e sim mais um meio através do qual textos :: camarada d. | cmi goiânia | graziela kunsch | john holloway | juliana passos | lilian
tentamos destruir a exclusão do feminino. Nossa intenção é destruir essa l’abbate kelian | soraia mello fotos :: centro de cultura proletária (chiquinha gonzaga) | flora
exclusão em todas as formas e modos que ela possa existir. Por isso, antes de muller (pg 3) | graziela kunsch | guga ferraz (pg 6 alto) | soraia mello (pg 3 baixo) | velot wam-
fazermos uma escala de “que tipo de injustiça é pior”, tentamos trabalhar com ba (la matanza) | videohackers (pg 2 e pg 6 meio) quadrinhos :: tiago judas | levantamento
todas as injustiças que conseguimos identificar, afim de que essa destruição,
de links no cmi :: yuri design gráfico :: editora pressa editorapressa@uol.com.br | ERRAMOS :: no
mesmo que gradativa, aconteça da forma mais ampla possível.
As mulheres estão presentes nos movimentos sociais, assim como estão nº2, onde se lê “juliana lopes” leia-se “juliana passos”; e seu e-mail correto é jupassos@riseup.net
cometendo atrocidades e injustiças dentro do poder institucional. São liber-
tárias, assim como orgulhosamente ostentam os mais conservadores valores O Centro de Mídia Independente – CMI – é uma rede internacional de produtoras e produtores
da nossa sociedade. Lutam conosco, assim como são nossas inimigas declara- de informação livre e independente de interesses empresariais ou governamentais. O CMI
das. Isso precisa ser dito, em alto e bom som. Essas mulheres precisam ser
busca oferecer ao público informação crítica de qualidade que contribua para a construção
citadas em todos os espaços que ocupam. Não deixemos que uma tradição
preconceituosa nos apague do imaginário das pessoas. Das reportagens dos de uma sociedade livre, igualitária e que respeite o meio ambiente. A política editorial do
jornais e dos livros de história. Não deixemos que a feminização continue CMI Brasil não permite conteúdo que seja de cunho racista, sexista ou em qualquer sentido
sendo utilizada como desqualificação, continue legitimando o sexismo e a ho- discriminatório, da mesma forma que não veicula ofensas pessoais, qualquer tipo de
mofobia. A possibilidade de vivermos em um mundo mais livre e igualitário propaganda comercial, promoção de candidato, candidata ou partido político, ou artigos que
depende, entre outros fatores, de uma ampla liberalização das mulheres e da
estejam em oposição aos princípios e valores da rede.
destruição de relações desiguais de gênero. É por isso que achamos importante
a utilização da linguagem inclusiva. Para mais informações escreva para floripa@midiaindependente.org
:: soraia mello é membro do CMI mulheres e do CMI Floripa
soraia mello soraia@riseup.net + cmi-mulheres@lists.indymedia.org
ou para Caixa Postal 758 Florianópolis – 88010-970
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nacional :: o independente :: pg 3
jornal do CMI Floripa | número três | fevereiro 2005
nTRANSPORTE camarada d.
nSEM-TETO | PIQUETEROS/AS
Autogestão e cooperação
Você tem problemas na hora de pagar suas contas? Já precisou atrasar os tudo isso poderia ser diferente? Já sonhou com um mundo em que você, neira autogestionária e cooperando
pagamentos de luz e água? Já teve seu telefone cortado alguma vez? Já sofreu por exemplo, não tivesse mais que pagar aluguel? Um mundo em que você uns/umas com os outros/as outras,
ameaça de despejo por não pagar o aluguel? Já deixou de comprar comida pudesse trabalhar para você mesmo e para a sua comunidade, junto com a eles estão mostrando como é que
para poder pagar suas despesas com habitação? Em caso afirmativo, pode sua comunidade, não mais para um patrão/uma patroa? Acredite, algumas a vida coletiva pode se tornar
estar certo/certa: você não está sozinho/sozinha. Somos muitas as pessoas pessoas estão tornando isso possível. Esta matéria apresenta um pouco da possível.
com dificuldades cada vez maiores para sobreviver neste sistema capitalista, experiência da ocupação Chiquinha Gonzaga, no Rio de Janeiro e do MTD
onde a falta de dinheiro nos priva das necessidades mais básicas como mo- – Movimento de Trabalhadores Desempregados – La Matanza, cidade
As experiências da ocupação Chiquinha Gonzaga e do MTD La Matanza radia e alimentação. Agora outra pergunta: você já parou para pensar que localizada na Grande Buenos Aires (Argentina). Organizando-se de ma- graziela kunsch
“O que aproximou as pessoas reunidas Algumas pessoas do coletivo defendem brevivem no mercado informal, como a porta e as paredes como acharam me- logia “Chiquinha Gonzaga”, ou seja: a do sistema representativo que domina o *leia entrevista com Marcelo
no coletivo foi o sonho de ter um local que a cozinha precisa ser retomada e aos camelôs. Há também moradores/as que lhor”. Em decorrência de um despejo metodologia de ensino/aprendizado mundo, qualquer governo sempre será Edmundo na íntegra: http://w
para morar, livrando-se do aluguel, da poucos isso está acontecendo. Só posso são pedreiros, artesãos/artesãs, emprega- próximo ao prédio, os pertences dos/as é criada na própria aula, a partir do um governo para as elites, jamais para ww.midiaindependente.org/pt/
ameaça de despejo ou mesmo da rua. A dizer que acordar com o café da Dona das domésticas, garçons/garçonetes, despejados/as foram guardados nesse que os/as alunos/as trazem, das suas o povo. Particularmente na questão red/2005/02/308889.shtml
partir desse sonho é que estimulamos Roselene, em companhia de gente tão catadores de lixo, professores/as e espaço, fechando o mesmo para as histórias pessoais. O quadro negro do urbana, não houve efetivamente avanço
o debate sobre a questão da moradia; querida é uma das minhas melhores artistas. A ocupação recebe apoio crianças. Há moradores/as dispostos/as pessoal é uma tábua de parede, faltam nenhum. Mais de dois anos de governo **sobre o problema da
perguntamos se apenas ter um lugar lembranças dos meus primeiros dias na financeiro de alguns sindicatos e algu- a lançar uma campanha de reabertura cadeiras e mesas e eles/as não têm car- e até hoje os movimentos de moradia fragmentação enfrentado nas
para morar transformaria efetiva- ocupação… mas entidades que apóiam sua luta e o da sala. De qualquer forma, o morador tilhas, mas em nenhum momento se não foram recebidos pelo presidente. ocupações (em outras palavras,
mente a vida das pessoas.”* Assembléias coletivo anarcopunk de moradores/as Seu João lembra que “a ocupação serve deixaram abalar por essas dificuldades. Ocupar um prédio do Incra chega ser as pessoas se fecharem em
A ocupação Chiquinha Gonzaga tem 4 frequentemente organiza eventos que não somente de moradia, mas... se o pai Optaram por começar com o que (não) irônico, ocupamos um prédio urbano seus apartamentos e deixarem
Em 23 de julho de 2004, um grupo assembléias semanais, sendo: segunda- arrecadam alimento e dinheiro. Mas e a mãe têm que trabalhar, ela [a ocu- tinham em mãos e hoje comemoram o do órgão que tem como objetivo fazer de trabalhar coletivamente),
de pessoas que vinha se reunindo se- feira – reunião de produção (para a Chiquinha Gonzaga não quer viver pação] serve de creche também. Elas [as lançamento, em breve, de um pequeno a reforma agrária”.
recomendo um texto do Marco
manalmente há cinco meses ocupou estudar formas de financiamento da de doações, daí a produção e venda de crianças] já estão dentro de uma creche. jornal com reportagens que contam Projetos
Fernandes no número 1 deste
um prédio do Incra (Instituto Nacional ocupação, por exemplo a produção de camisetas com a estampa da ocupação Porque conforme o lugar as crianças suas histórias, escritas por eles/as Sobre projetos de novas ocupações
jornal, pg 7: http: //www.midi
de Colonização e Reforma Agrária), artesanato, de camisetas e reciclagem de e o projeto de reciclagem de lixo (este vão sair, os pais não podem trabalhar, mesmos/as. Atualmente os educadores em andamento, os/as moradores/as
aindependente.org/pt/blue//
localizado no centro do Rio de Janeiro, lixo); quarta-feira – discussão/formação ainda em fase de criação). e tudo né... Então lá já está guardado pensam em dividir as aulas em módu- revelam: “Enquanto existir o problema
2004/12/301169.shtml
que se encontrava abandonado há 20 política (leitura de textos, mostras de A sala das crianças porque tem a portaria. Elas brincam lá los – história, geografia e matemática, da moradia em nosso país, sempre
anos. O prédio já não tinha nem água vídeos, presença de convidados/as Segundo o morador Carlos, em fala du- dentro do prédio. A pessoa já tem um de modo a articular esses diferentes haverá pessoas organizando novas
nem luz funcionando, estava cheio de para falar sobre um tema especí- rante uma atividade no 5º Fórum Social lugar pra ficar e desenrolar um outro conteúdos com a alfabetização. ocupações”. Ao tomar conhecimento do ***ouça entrevista com o Seu
entulho, de urubus. Com disposição e fico); sexta-feira: avaliação da semana; Mundial (Porto Alegre), de apresenta- Orientação política envolvimento deles/as nas reuniões de João Ângelo: http://www.midi
lado…”***
organização essas pessoas conseguiram sábado – assembléia deliberativa (de ção da ocupação, as crianças (que repre- O regulamento interno da ocupação organização de algumas dessas futuras aindependente.org/pt/blue//
Aulas de alfabetização
recuperar este prédio, onde moram estrutura horizontal/sem hierarquia, sentam 30% dos/as ocupantes) foram as Duas vezes por semana os/as moradores/ proíbe qualquer vínculo partidário, res- ocupações tiramos que a experiência na 2005/02/308551.shtml
atualmente cerca de 200 pessoas. São na qual todos/as moradores/as têm o primeiras a se organizar. “Elas logo ocu- as interessados/as têm aulas de alfabe- peitando a opção de cada um. Segundo Chiquinha Gonzaga é muito mais que
68 apartamentos e uma área comum a mesmo direito de participação, sendo param uma sala no primeiro andar e tização, em sua maioria adultos/as de Marcelo, do coletivo de apoio, ali “con- ter um lugar para morar, é aprender a se vídeo de dentro da ocupação,
todos/todas, no primeiro andar da ocu- as decisões tomadas por consenso e/ou fizeram algumas manifestações internas terceira idade. Miguel, que junto com vivem anarquistas, marxistas, punks, organizar coletivamente e a ser sujeito pelo morador Arcanjo Guer-
pação, dividida entre sala de reuniões votação). até concordarmos que o espaço fosse Cacá é responsável pelas aulas, ambos membros do PT, do PSOL e do PSTU nos processos políticos. É tomar para reiro: http://www.midiaindep
e/ou atividades de confraternização, Sustentabilidade só delas. Batizaram o espaço de DDC membros do coletivo de apoio, conta tranquilamente, desde que não queiram si (e para as pessoas ao seu redor) a res- endente.org/pt/blue//2004/
uma cozinha comunitária e uma sala só A grande maioria dos/as ocupantes so- – Sala Direitos das Crianças, pintaram que esses encontros seguem a metodo- impor suas ideologias ao coletivo”. Sobre ponsabilidade de construir uma nova 11/294652.shtml
das crianças. o governo Lula, Marcelo diz: “Dentro sociedade, para além do capitalismo.
Chiquinha Gonzaga: 1. oficina de crochê com a Dona Rosilene | 2. confecção de faixas | 3. oficina de serigrafia/produção de camisetas da ocupação
Comissões de trabalho
Desde o início do processo da ocupação
até hoje os moradores e as moradoras se
dividem em comissões de trabalho, tais
O significado da autonomia para educação
como comissão da portaria, comissão A autonomia está em voga no discurso pedagógico. Quase todos que vêm pensando que é possível construir uma comunidade
da elétrica, comissão da hidráulica, os projetos pedagógicos das escolas têm por objetivo formar uma escolar com autonomia. São escolas e experiências de educação
comissão da cozinha, comissões de lim- pessoa autônoma, um sujeito crítico, um cidadão. Mas quando e informal que buscam revolucionar as relações no interior da
peza (uma por andar), comissão de como começa a experiência da autonomia? Na maioria das ações escola: abolindo a compulsoriedade das atividades escolares e
produção, entre outras. Atualmente a pedagógicas, nunca. Dos projetos de educação infantil aos do en- construindo uma autogestão administrativa e pedagógica por
principal tarefa é a da portaria, onde sino superior, o estudante só se torna relativamente autônomo na estudantes, pais e educadores. Preocupadas com a construção de
a cada duas horas dois companheiros/
duas companheiras diferentes con- La Matanza La Matanza: 1. pátio da escola recuperada | 2. ateliê de costura | 3. padaria pós-graduação.
Alega-se que o estudante não está preparado para assumir as
uma comunidade horizontal e solidária, estas escolas também se
depararam com outras opressões: a violência contra a criança, a
trolam cada pessoa que entra e cada Em 1995, em Casanova, bairro de politana de Buenos Aires, bem como abriga uma pequena experiência a todos/as que queiram, sejam do dificuldades enfrentadas no pro- + sobre o MTD La Matanza, responsabilidades que a autonomia implica e que para chegar lá questão de gênero e a da sexualidade, a marginalização das famí-
pessoa que sai da ocupação, de modo La Matanza (maior município da os/as (ex)empregados/as estatais. comunitária que vem chamando movimento ou não. cesso autogestionário, Soledad diz recomendo fortemente a leitura ele terá que passar pela experiência de ter seu tempo totalmente lias não convencionais, o consumismo etc.
a garantir a segurança da habitação e Grande Buenos Aires, Argentina), Em 1996 essas pessoas se nomearam atenção de pessoas de todo o mundo. que “o maior obstáculo se dá na do recém-lançado “De la culpa controlado, de dedicar toda sua capacidade criativa a assuntos que Embora não seja um movimento recente, o movimento pela
de modo a facilitar a comunicação in- os/as vizinhos/as se juntaram para re- Movimento de Trabalhadores De- Organizado de maneira horizontal e A produção para dentro X reconstrução da cultura do tra- a la autogestión - um recorrido não escolheu, de ser avaliado por critérios absolutamente arbi- educação democrática ganhou força a partir das décadas de 1960
terna – como não existe um sistema de solver um problema que tinham para sempregados (MTD) e passaram a autogestionária, sobre a base de tare- a produção para fora balho perdida durante tantos anos del Movimiento de Trabajadores trários, de ser obediente a uma autoridade inquestionável, de não e 1970, inspirado por dois importantes críticos da educação con-
interfone no prédio, o controle da por- pagar a conta de luz e descobriram organizar uma série de piquetes (blo- fas e responsabilidades, esse coletivo Segundo Jorge, que trabalha dia- de desemprego, com o costume Desocupados de La Matanza”, ter nenhuma participação efetiva nas decisões que lhe afetam. Só vencional: Alexander Sutherland Neill (1888-1973) e Ivan Illich
taria é uma forma de saber quem está que esse problema se devia à condição queios de pontes e avenidas) visando hoje é responsável por uma padaria, riamente na padaria do CEFoCC, à dependência incentivada pelas Toty Flores (organizador). Na pode ser um paradoxo que nos tornemos autônomos através da (1926-2002). Por uma série de razões, as escolas democráticas,
ou não em seu apartamento, evitando de desempregados/as da maioria da interromper o fluxo das mercadorias. um ateliê de costura, uma oficina de o grande diferencial do MTD La práticas assistencialistas do Estado ficha técnica do livro se lê: mais pura heteronomia. A autonomia está no discurso enquanto como são chamadas, permaneceram num relativo isolamento
que se suba até 12 lances de escada população. As reformas neoliberais Daí os MTDs serem mais conhecidos serigrafia, uma editora e uma escola Matanza é que ele não se limita a clientelista e a ruptura dos laços “Este livro foi impresso no mês as práticas pedagógicas continuam as mesmas. até pouco tempo. Em 1989, uma organização chamada AERO
atrás de alguém. Sobre a rede elétrica A autonomia é a capacidade de uma pessoa ou de uma
na economia argentina - a abertura pelo nome “movimento piquetero” (jardim de infância; no próximo ano produzir para as pessoas do coletivo, solidários derivada da cultura do de janeiro de 2005, na Coope- (Alternative Education Resource Organization, <www.education
e hidráulica da habitação, o ideal seria comunidade de tomar as decisões que a afetam, construindo
do mercado interno para produtos - ou mesmo “movimento piquetera”, devem abrir o primário). Esses em- para suprir as necessidades internas individualismo proposto pela ideo- rativa Chilavert Artes Gráficas, revolution.org>) foi criada com o objetivo de construir uma rede
trocar tudo, mas o que poderia ter sido suas próprias regras, refletindo sobre as consequências de suas
estrangeiros, as privatizações em em reconhecimento à atuação das preendimentos funcionam no Com- do coletivo. Eles produzem para logia capitalista, em sua fase neoli- empresa autogestionada por de escolas e outras experiências educacionais, incentivar e reunir
feito sem um grande financiamento ações, assumindo responsabilidades. Ora, não há outra maneira
massa de todo o aparato estatal e o mulheres piqueteras. plexo Educacional e Produtivo Raoul fora, para a comunidade. “Quando beral”. E o que é trabalho para vocês? seus trabalhadores, tão logo publicações sobre o tema, construir listas de discussão, possibilitar
já foi resolvido e assim as comissões de tornar-se autônomo que não pela experiência própria da
com essa função só se formam espo-
controle de mão-de-obra por meio Wallenberg, dentro de uma coope- vendemos o nosso pão para as pes- “Trabalho é a capacidade do homem foi recuperada para impedir a troca de experiências e informações e fortalecer a luta das escolas
da flexibilização das relações de tra- La Matanza de La Juanita rativa batizada CEFoCC - Centro de soas, vendemos pela metade do preço para transformar a realidade e seu esvaziamento” :) democracia. O estudante (independente da idade que tenha) que ameçavam ser fechadas por medidas autoritárias de governos
radicamente, para resolver problemas
balho (perda de direitos trabalhistas) Uma das cidades com maior densi- Formação de Cultura Comunitária, em relação ao mercado e ainda assim transformar-se”. só pode alcançar a autonomia se pouco a pouco ele tem a opor- conservadores. Em 1993, a AERO foi uma das responsáveis pela
emergenciais/circunstanciais. Da cozi-
- resultaram em um surto de desin- dade demográfica do planeta - onde localizada em uma escola particular temos um ganho. Contamos isso para mtdlamatanza@yahoo. tunidade de tomar as decisões que o afetam. Se estamos falando fundação do IDEC (International Democratic Education Confe-
nha comunitária, ela está parada desde
dustrialização e precarização da força o desemprego atinge mais de 30% que se encontrava desativada até as pessoas no momento da venda do com.ar de crianças, referimo-nos a decisões mais pessoais e concretas rence, <www.idec2005.org>), uma conferência internacional de
que os/as moradores/as se mudaram
de trabalho, afetando especialmente da população e 50% vivem abaixo ser ocupada e recuperada pelos/as pão e as perguntamos: quem você leia entrevista com Soledad na íntegra: como o que vestir, quando e quanto comer, com quem brincar, escolas que vem ocorrendo desde então todos os anos.
definitivamente, passando a cozinhar
nos seus próprios apartamentos**. os/as operários/as da região metro- da linha de pobreza, La Matanza trabalhadores/as desempregados/as. acha que ganha mais com a venda http://www.midiaindependente.org/pt/ como os conflitos podem ser resolvidos, como os materiais Desenvolvendo experiências muito diversas, o principal traço
O MTD La Matanza de La Juanita do pão? O patrão ou o trabalhador? podem ser partilhados etc. Os jovens e adultos, por outro lado, deste movimento é a pluralidade. São escolas estatais como o
red/2005/02/308888.shtml
conta com apenas 50 militantes, Como é possível que o salário do têm condições de participar da gestão escolar e de construir seus Liceu Autogerido de Paris e a Escola da Ponte em Portugal ou
dos/as quais aproximadamente trabalhador seja tão baixo, se até nós próprios planos de estudo, organizando o tempo dedicado a iniciativas privadas como Summerhill na Inglaterra e a escola
25 trabalham no CEFoCC. Mas as que vendemos o pão pela metade do cada assunto e orientando-se para os seus temas preferidos, Lumiar em São Paulo ou comunitárias como o Jardim da Infân-
diferentes atividades da cooperativa preço tiramos um excedente?” “Isto → colaborou Velot Wamba sempre na relação com os educadores. A autonomia dos es- cia do MTD (Movimento de Trabalhadores Desempregados) La
chegam a envolver até 600 pessoas [a produção para fora] garante a tudantes só é possível se os educadores não apenas a tem por Matanza, na Argentina. Todas eles estão construindo os muitos
:: Graziela Kunsch é membro do coletivo objetivo, como eles próprios a vivenciam na organização teórica caminhos de que é feita a autonomia.
e seus produtos (por exemplo pães, transferência de fundos dos setores
editorial deste jornal e desenvolve um
e prática da sua concepção pedagógica e do seu trabalho.
roupas, livros) e seus serviços educa- ricos até os desfavorecidos”, comple- vídeo-documentário junto aos moradores
Há um movimento marginal, embora crescente, de pessoas
llilian lʼabbate kelian
cionais, assistenciais e comunitários ta Soledad, integrante do coletivo. e às moradoras da Chiquinha Gonzaga
(por exemplo a escola) são oferecidos Perguntada sobre as maiores grazi@kein.org :: Lilian L’Abbate Kelian é historiadora e educadora da Escola Lumiar www.lumiar.org.br
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pg 6 :: o independente :: internacional
jornal do CMI Floripa | número três | fevereiro 2005
nLIVRE-COMÉRCIO → reunião de textos, fotos, áudios e vídeos já publicados no cmi sobre a Alca: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2005/02/307726.shtml
Os co-presidentes da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), o das despesas militares. O representante brasileiro tentou levar adiante um
brasileiro Adhemar Bahadian e o estadunidense Peter Allgeier, se reuniram acordo entre Mercosul e Estados Unidos como um primeiro passo para
entre os dias 22 e 23 de fevereiro em Washington, Estados Unidos. As a implantação da área de livre comércio. Porém, Allgeier foi enfático na
conversações em torno da Alca voltaram após o anúncio do governo dos insatisfação do governo estadunidense com a proposta, o que fez com que
Estados Unidos sobre a possível redução dos subsídios agrícolas, o principal a reunião não fosse muito além das proposições gerais. Agora, os 34 países
desacordo e motivo para a paralisação das negociações. O corte na ajuda que formariam a Alca (toda a América exceto Cuba) devem montar um
financeira à agricultura nos EUA acompanha a redução nos gastos sociais, calendário de negociação coincidindo com o calendário da Organização
também proposto pelo presidente Bush. O motivo principal é o aumento Mundial do Comércio.
O que é a Alca?* o norte americano Peter Allgeier, co-presidente da Alca, é tortado no Rio de Janeiro em 2003. textos, fotos, vídeo da tortAlca e vídeo com o depoimento do confeiteiro sem fronteira detido em:
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/08/262137.shtml
Alca é a sigla para Área de Livre Co- populares em Buenos Aires (Argen- da sociedade civil, da imprensa ou
mércio das Américas, um acordo que tina), São Paulo e Québec (Canadá) dos congressos. Apesar disso, mais
visa constituir um bloco comercial em abril de 2001, os governos deci- de 500 grandes empresas têm acesso
com livre circulação de bens, ser- diram divulgar uma versão parcial ao conteúdo do acordo na condição
viços e capitais em todo o continente do acordo em julho do mesmo ano. de “assessores”. Com base no que já
americano (com a exceção de Cuba). Essa versão liberada é confusa porque acontece no Nafta e na Organização
A Alca começou a ser discutida em lista propostas contraditórias entre os Mundial do Comércio e no que se
1994 por iniciativa dos Estados Uni- países que participam das discussões sabe da versão liberada do acordo, a
dos, que queria ampliar a experiência sem mencionar quem sugeriu o quê. Alca pode gerar maior desigualdade
do Nafta (Acordo de Livre Comércio Como já divulgaram essa versão social, perda dos direitos trabalhis-
da América do Norte) para todo o preliminar e obscura, os governos tas, privatização de serviços sociais,
continente. O processo de negociação executivos acham que já deram por regras mais rígidas de propriedade
da Alca é alvo de muitas críticas, uma cumprido seu dever “democrático”. intelectual e pode dar às empresas
vez que é totalmente feito a portas Todas as negociações posteriores poder para barrar leis sociais que
fechadas sem a participação da socie- continuaram e continuarão sendo ameacem seus lucros. *texto retirado do jornal Ação Direta números 1 e 4.
dade civil ou mesmo do poder legis- feitas às escondidas, sem a participa- você pode baixar o número 1 em http://216.17.145.88/media/acao-direta1.pdf
lativo dos países. Depois de protestos ção e nem mesmo o conhecimento e o número 4 em http://216.17.145.88/media/acao-direta4.pdf
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jornal do CMI Floripa | número três | fevereiro 2005
De onde surgiu o PT? Você me fala- Do ponto de vista ideológico, os história das lutas de nosso país. Para como pontos positivos a concepção a reprodução, a cada eleição, desta
va sobre um tripé que representava setores oriundos da chamada es- estes sindicalistas, sobretudo os do de lutas concretas e um profundo legenda eleitoral. O que interessa é
os segmentos do partido. querda revolucionária eram os únicos ABC paulista, o movimento sindical respeito pelas bases. Este setor foi manter o governo central, é ter o
Era um momento muito especial segmentos com uma visão marcada- começou com as greves de 78, 79 e completamente destruído com o ad- maior número de governos estaduais
da história política brasileira. A mente anti-capitalista. Pensávamos 80. As deformações porque passou vento do atual Papa João Paulo II. e municipais, em suma, é o poder
ditadura militar preparava sua saída não em construir uma sociedade o movimento sindical - não somente pelo poder. Na realidade o PT hoje
de cena. O chamado “novo” movi- melhor dentro dos marcos possíveis, no Brasil – fazendo com que o centro Há, hoje, ligação sincera entre o PT e não somente representa a continui-
mento sindical crescia e aparecia. nosso norte era a revolução, mudar o das lutas passasse a ser a disputa do movimentos sociais? dade e o aperfeiçoamento das políti-
Os movimentos populares que já mundo, era destruir o capitalismo e aparelho sindical, ou seja, o poder O que existe hoje, nada mais é do cas do governo anterior, portanto,
existiam, apareciam. E, com a anistia, construir uma nova civilização, uma de administrar os recursos enormes, que cooptação e utilização recíproca. sem nenhuma dúvida, porta-voz dos
os militantes da chamada esquerda nova sociedade. Este segmento se o poder de ser liberado do trabalho, Não estaria à vontade se deixasse de setores dominantes da sociedade.
revolucionária voltavam do exílio, da dissolveu dentro do PT. E no meio do podendo assim “em tese” dedicar-se remarcar que em parte o MST está
clandestinidade e da cadeia – sobre- caminho muitos saíram sem dar uma integralmente ao movimento, sem fora disso.
tudo do exílio. seqüência política, e outros, infeliz- bater cartão e sem relação direta com
A discussão do momento era a ne- mente a maioria, foram se adaptando a produção, só poderia formar novos O PT passou a ser incorporado no
cessidade de criar um partido que a esta triste história que culmina no quadros com estas mesmas aspira- quadro eleitoral comum. O partido
fizesse com que os movimentos sin- PT que existe hoje. ções. Deve haver alguma exceção que é um fim em si próprio?
dical e popular tivessem sua própria O chamado “novo” sindicalis- confirme a regra, de que nenhum O PT foi sendo cooptado pelo status
representação na institucionalidade. mo tem como característica central, dirigente sindical ao fim de seu man- quo institucional, isto é, deixou de
Isto é, um partido que organizasse as como não podia deixar de ser, a dato, volta para a base. propor o que considerava o melhor
lutas, mas que também tivesse uma questão reivindicatória. Embora A terceira perna de nosso para a sociedade e passou a formular
representação eleitoral. E daí surge o tenha se apossado do jargão, das pa- tripé, os chamados movimentos o menos pior e possível. Logo, temos
PT. Quanto ao tripé, era composto lavras de ordem anti-capitalistas, populares, foram formados nas lutas que fazer uma composição com a
basicamente pelos três segmentos no fundo o que pesava eram as rei- localizadas e tiveram uma enorme chamada centro-direita para que
aos que me referi acima. vindicações por melhores salários, influência da igreja católica através saia um projeto realizável. A partir
melhores condições de trabalho etc. das Comunidades Eclesiais de Base. de 1995, começa um processo, con-
Qual a orientação política do PT Um traço marcante deste chamado Na Igreja Católica predominava a solidado em 1999, em que o partido vídeo O Espetáculo Democrático!, sobre a ascen-
durante sua formação? De “esquer- “novo” sindicalismo era a arrogância Teologia da Libertação que, mesmo já se torna um fim em si próprio. O são do PT ao poder: http://brasil.indymedia.org/
da”, revolucionário, reformista? mesclada ao desconhecimento da sendo oriunda de uma religião, tinha objetivo passa a ser a consolidação e pt/green/2004/03/276386.shtml
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