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CALOR

Disciplina: Termo e Fototerapia


EFEITOS FISIOLÓGICOS DO CALOR

• Aquecimento tissular corporal  mudanças


fisiológicas para a homeostasia;

• Temperatura da pele além de 35ºC 


consideramos aquecimento;

• Abaixo de 35°C em tecidos profundos 


consideramos resfriamento.
MUDANÇA DE TEMPERATURA NOS TECIDOS VIVOS

• Alterações físicas e químicas: taxa metabólica,


viscosidade e extensibilidade do tecido colagenoso

• Alterações fisiológicas: sistema vascular e nervoso


(Ocorrem para proteger o corpo de lesão)
COM AUMENTO DA TEMPERATURA...
ATIVIDADE METABÓLICA

• Lei de Van’t Hoff  ↑ velocidade das reações


químicas;

• ↑ metabolismo;

• A cada 1ºC de elevação de temperatura, temos ↑


de 13% no metabolismo;
• Temperaturas acima de 45ºC  desnaturação de
proteínas (perde a sua estrutura tridimensional e,
portanto, as suas propriedades)

• Dano proteico= processo irreversível (destruição de


células e tecidos)
Ponto de vista terapêutico:

• Alterações de 5-6ºC  ideal para os tecidos


profundos.

• Para a pele e tecido subcutâneo podem ser atingidas


temperaturas muito mais baixas

• Com elevação apropriada da T°= toda atividade


celular aumenta (motilidade celular, síntese e
liberação de mediadores químicos; fagocitose e
crescimento celular)
VISCOSIDADE
• Resistência ao fluxo em um vaso sanguíneo depende
diretamente da viscosidade dos líquidos;

• O aumento da temperatura, diminui a viscosidade dos


líquidos  tanto intravascular (sangue, linfa), quanto
intra-articular.
ALTERAÇÕES DO TECIDO COLAGENOSO

• O colágeno derrete à T° acima de 50ºC;

• À temperaturas terapeuticamente aplicáveis 40-


45ºC  ↑ da extensibilidade do colágeno (se o
alongamento for realizado concomitantemente);

• Há diminuição da rigidez articular ao aquecimento.


ALTERAÇÕES NOS VASOS SANGUÍNEOS

Calor = vasodilatação

• Mecanismos:
– Efeito direto de dilatação (capilares, arteríolas e
vênulas);
– Liberação de ácido láctico e dióxido de carbono (↑
metabolismo)  acidez  dilatação;
Aquecimento adicional  desnaturação de
proteínas  reação inflamatória pela liberação de
histamina e bradicinina  vasodilatação.
SANGUE E LÍQUIDO TISSULAR

• Com o ↑ metabolismo, ↓ viscosidade,


vasodilatação de arteríolas e capilares  ↑ trocas
de líquidos através dos capilares e membranas
celulares.

• Aumento da formação de linfa e do n° de leucócitos


circulantes
Efeitos Fisiológicos do Calor

1- Vasodilatação
2-  do Fluxo Sanguíneo
3-  na Produção e Migração dos Agentes de defesa
imunológicos ( Baço / Timo / medula Óssea)
4-  do Metabolismo Celular e Tecidual
5- Alterações do Limiar de Excitabilidade Celular
6- Produção de Edema no Tecido Biológico
7-  da Extensibilidade do Colágeno

GARCIA, 2003; COLLINS, 1998


Favorecimento da cicatrização

• Aumento da taxa metabólica, atividade celular e fluxo


sanguíneo;

• NUNCA utilizar calor em fase inflamatória aguda;

• Em inflamação crônica, estágios de reparo e regeneração o


calor é prescrito;
Controle de infecção

Ativa o mecanismo de defesa


X
Mas pode também promover a crescimento e
duplicação de bactérias e vírus

• SUGESTÃO: NÃO utilizar.


Alívio da dor

• Muitos autores relatam que o calor é a forma mais


efetiva de analgesia não-medicamentosa;

• Aquecimento inicial  pele  analgesia reflexa de


tecidos subcutâneos;

• Hiperalgesia passageira após aquecimento tecidual leve;

• Alterações vasculares (o fluxo sanguíneo poderia drenar


parte dos metabólitos causadores de dor=
prostaglandina e bradicinina).
Redução do espasmo muscular

• Ativação de terminações nervosas aferentes


secundárias dos fusos musculares e dos OTG’s 
influência inibitória ao grupo de neurônios motores
(diminuem a excitação muscular);

• Com a analgesia  diminuição do espasmo muscular.


Efeito sedativo

• Durante e após o aquecimento  pacientes


adormecem mais prontamente;

• Causas:

– Alívio da dor
– Sensação de relaxamento
– Queda da PA
Aumento da ADM

• Mecanismos:

– Maior tolerância ao alongamento após o aquecimento;


– Analgesia;
– Redução da viscosidade dos líquidos intra-articulares;
– Aumento da extensibilidade do colágeno
Profilaxia de úlceras de pressão

• Maior fluxo sanguíneo;

• Será que é recomendável?


Edema de membros

• Edemas crônicos de mãos e pés (com o membro

elevado);

• Aumento da taxa das trocas de líquidos;

• Ajuda a aumentar a reabsorção do exsudato

(resultante do processo inflamatório);


Precursores de outro tratamento

• Alongamento muscular;
• Mobilização articular;
• Massagem;
• Tração;
• Relaxamento muscular;
• Diminuição de dor;
• Cinesioterapia.
TERAPIA POR AQUECIMENTO POR
CONDUÇÃO
Introdução

• Aquecimento da superfície corporal  “terapia”


mais primitiva para a dor;

• Aquecimento local  não altera a temperatura


central (é dispersado através do corpo);

• Temperaturas > que 45ºC  lesão tecidual 


quanto maior a temperatura, mais rápido surgem
as lesões.
A taxa de aumento da T° nos tecidos depende:

• Da temperatura aplicada

• Do tamanho da área envolvida

• Da condutividade térmica dos tecidos


Introdução

• Condução na pele  geralmente não acomete


tecidos mais profundos  isolamento térmico pelo
tecido adiposo;

• Epitélio e gordura tem condutividade + baixa que os


tecidos aquosos (abaixo da pele)
Introdução
• Ordem normal de aquecimento tecidual:
– Pele  Tec. subcutâneos  Músculos superficiais
(aumenta cerca de 1ºC e demora cerca de 20-25
min para ocorrer)

• Quando a pele aumenta 10ºC a sua temperatura, o


músculo subjacente apresenta um incremento de
1ºC;

• Temperatura da pele  volta rapidamente ao normal


 vasodilatação (resfria a pele)
Resumo

O aquecimento local da superfície da pele por condução


leva:

• Aumento acentuado e rápido na T° da pele por alguns


minutos e depois é mantida constante
• Vasodilatação cutânea acentuada evidenciada por um
eritema
• Leve aumento na T° dos tecidos profundos que se
estabiliza em 30 minutos
• Dissipação para outras partes, assim como perda de
calor, para manter o equilíbrio térmico
TERAPIA ATRAVÉS DO
AQUECIMENTO POR RADIAÇÃO
Introdução

• Radiações Infravermelhas
“Radiações cujos comprimentos de onda são
maiores que os da luz vermelha visível e menores
que os das microondas”

• IVA – 760 / 1400 nm utilizadas


IVB – 1400 / 3000 nm terapeuticamente
IVC – 3000 nm / 1 mm
Introdução

• Radiações Infravermelhas → emitidas por todo e


qualquer corpo aquecido!

Quanto mais alta a temperatura do corpo, menor o


comprimento de onda da radiação infravermelha
emitida.

• A absorção de radiações infravermelhas promove


incremento nas vibrações moleculares → CALOR !!!
PRODUÇÃO DE INFRAVERMELHO
TERAPÊUTICO
Lâmpadas de Infravermelho
terapêutico
• GERADORES NÃO-LUMINOSOS
Fio de resistência submetido a passagem de uma corrente elétrica
(emissor) montado atrás de uma placa metálica ou dentro de um
tubo metálico refletor hemisférico → emite apenas radiação
infravermelha

• GERADORES LUMINOSOS
Lâmpadas incandescentes → filamento de tungstênio dentro de
um invólucro largo de vidro que apresenta superfície interna
prateada que funciona como refletor → emite radiações
infravermelhas e visíveis
FORNO DE BIER – NÃO-LUMINOSO
LÂMPADA DE

INFRAVERMELHO - LUMINOSO
Lâmpadas de Infravermelho
terapêutico
• POTÊNCIA DAS LAMPÂDAS DE IV

Pequenas (luminosas ou não) → 250-500 W


Grandes (não-luminosas) → 750-1000W
Largas (luminosas) → 600-1500W

A escolha da lâmpada deve variar de acordo com a área de


tratamento.
Absorção e Penetração das radiações
infravermelhas
• Radiação na superfície da pele:
- Reflexão
- Penetração
- Refração → Absorção pelos tecidos

• Reflexão de infravermelho é insignificante (< 5%)

• Alta absorção de infravermelho → água e proteínas


REFLEXÃO-REFRAÇÃO
EFEITOS FISIOLÓGICOS
• VASODILATAÇÃO CUTÂNEA

• SUDORESE

• SENSAÇÃO DE CALOR

• AUMENTO DO METABOLISMO DA PELE


USOS TERAPÊUTICOS DO INFRAVERMELHO

• ALÍVIO DA DOR

• ALÍVIO DO ESPASMO MUSCULAR

• ACELERAÇÃO DA CICATRIZAÇÃO DA PELE

• PRECEDENDO A ELETROTERAPIA → pele mais vascularizada →


melhor condução de corrente elétrica
Técnica de Aplicação

• Preparo do Equipamento
Deve ser ligado 15 minutos antes da aplicação

• Preparo do Paciente
Posicionamento ideal, exposição da parte tratada e
explanação

• Exame e Teste
Inspeção da pele e exame da sensação térmica do
paciente
Técnica de Aplicação

• Regulagem

Incidência a 90o com a superfície da pele

Distância lâmpada / pele:


- 60-75cm p/ lâmpadas grandes
- 45-50cm p/ lâmpadas pequenas

Tempo de tratamento: 20 a 30 min


Técnica de Aplicação
• Instruções e Alertas
Paciente
Sensação de calor confortável
Não tocar no equipamento
Permanecer imóvel

• Aplicação
Controle da intensidade do aquecimento

• Término do tratamento
Eritema moderado e hipertermia da pele
Perigos do tratamento
• Queimaduras

• Irritação da pele (inflamação piora com IV)

• Pressão arterial reduzida

• Áreas de fluxo sanguíneo arterial deficiente (pode levar a


necrose tecidual)

• Dano aos olhos

• Desidratação (pela sudorese)


Contraindicações
• Sensibilidade térmica cutânea comprometida
• Circulação cutânea arterial deficiente
• Paciente com redução no nível de consciência
• Doença aguda da pele (dermatite)
• Regulação deficiente da pressão arterial
• Enfermidade febril aguda
• Tumores de pele

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