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LIMPEZA E CUIDADOS FACIAIS

A limpeza de pele é um tratamento estético facial, realizado em clínica estéticas ou consultórios, que
tem como objetivo remover as impurezas da pele, limpar e hidratar. É indicada principalmente para a remoção
de comedões abertos ou fechados, corneócitos acumulados na camada córnea e manter a pele saudável,
viçosa e hidratada. Minimizar eritemas permanentes, sensibilizações, hiperfunção das glândulas sebáceas e
processos inflamatórios.
Indicado para todos os tipos de pele, respeitando sua tipagem e necessidades. É feito geralmente na
face, mas pode ser feito em outras áreas do corpo como colo e costas. A maioria das limpezas seguem um
passo a passo, porém não é obrigatório ficar engessado em protocolos fechados. Na sequência geralmente
se inicia, claro, com demaquilação, higienização e assepsia e esfoliações. Depois de tonificada a pele, vem a
parte da emoliência e extração. E por fim, será aplicada máscaras para aclamar, revitalizar, mas também,
podemos clarear, rejuvenescer e resplandecer a pele nesse estágio, sendo criativo no uso delas. Filtro solar
e indicação home care finaliza nosso processo.

Procedimento Passo a Passo

Ficha de Anamnese e Avaliação - um documento individual e intransferível que deve conter a história clínica
do paciente e todas suas particularidades. Para Bates (2005) a anamnese é uma entrevista realizada pelo
profissional de saúde ou estética com seu paciente e tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico
de uma doença ou patologia.

Demaquilar – se necessário – remove a maquiagem, pigmentos e resíduos que promovem a obstrução dos
poros. Com demaquilante, água micelar ou água termal. Com um pouco de produto numa gaze ou algodão,
aplique nos olhos, lábios e pele. Remova com água filtrada ou soro fisiológico o demaquilante, e aplique a
água micelar ou termal. Repita a demaquilação até a retirada total da maquiagem.
 Água Micelar retira as impurezas leves sem enxágue.
 Bifásico e Trifásico servem para maquiagens pesadas, a prova d’água e de longa duração.
 Em Creme, Gel, Loção ou Espuma são para maquiagens leves.
 Oil-Free são para as peles oleosas e sensíveis.
 Lenços Umedecidos servem para limpeza rápida e leve, mas não remove completamente.

Higienização – os sabonetes de limpeza tem a finalidade de higienizar a pele, remover as sujidades, e se na


sua composição possuírem ativos ácidos, sua higienização será mais profunda e queratolítica. Deve-se dar
preferência aos sabonetes líquidos ou cremosos ou emulsionados, por serem menos alcalinos, ressecando
menos a pele. Devem ser bem removidos da pele com água filtrada ou soro fisiológico, por terem tensoativos
com alto poder de detergência. Emulsões de limpeza são leves, com emulsionantes (duas fases – aquosa e
oleosa), muito eficazes no uso das peles acnéicas.
Sabonetes adstringentes produzem constrição, diminuindo a secreção das mucosas; contrai ou
recobre os tecidos orgânicos, diminuindo as secreções e combatendo diversas moléstias inflamatórias.
Possuem efeito antisséptico e analgésico, eficientes nas peles hiperqueratinizadas promovendo limpeza
profunda da pele e dos ósteos, remove resíduos da poluição e de maquiagem. Geralmente, é usado na etapa
pós-lavagem da face com sabonete indicado para o tipo de pele ou tratamento. Adstringentes possuem
fórmulas com efeito levemente calmantes e cicatrizantes.
Além disso, se a pele for muito oleosa e espessa, pode ser feito o desincruste (ação detergente). Uma
técnica que utiliza o aparelho de corrente galvânica, atuando através do processo eletrolítico, removendo o
excesso de oleosidade da pele, e promovendo o destamponamento pilossebáceo. Sua função desincrustante
separa as substâncias oleosas da pele com ação do sódio (solução trietanolamina), saponificando-a.

Tonificação – as loções tônicas têm a finalidade de equilibrar o pH da pele, devolvendo a normalidade que
foi quebrada com a utilização de demaquilante, higienizantes e esfoliantes. Na sua formulação os princípios
ativos são dissolvidos e absorvidos rapidamente pela pele, por isso a sua capacidade rápida de regeneração,
fornecimento de água e o equilíbrio da oleosidade acontece tudo ao mesmo tempo. Uso indispensável em
várias etapas da limpeza de pele, pois possuem calmantes, nutritivos e hidratantes que são importantes para
a recuperação homeostática da pele.

Afinamento - esfoliantes físicos e químicos – após limpar completamente a pele, é hora de remover as
células mortas através da esfoliação. Promove a renovação celular, o afinamento da camada córnea,
facilitando a penetração de princípios ativos. Aplica-se na face, pescoço e colo, com movimentos circulares.
Remova com compressa de gaze embebida em água filtrada ou soro fisiológico. Um esfoliante pode ter ação
química na pele pela sua ação queratolítica, substâncias que reagem quimicamente com a pele (podem ser
descamativos ou não), desfazendo a camada superficial de queratina, diminuindo a espessura da pele,
ativando os fibroblastos, controlando a secreção sebácea e colaborando com a despigmentação. Também
podem ter ação física ou mecânica, onde sua formulação há microesferas de polietileno, caroços de frutas
triturados, apricó ou qualquer substância granulosa que gere atrito na pele e remova as células mortas de
maneira mecânica. Os esfoliantes a base de cristais provocam microrranhuras e microfissuras, por isso temos
de ter cautela no seu uso e saber recuperar essa pele. Temos dois tipos:
 Peeling de Cristal – microdermoabrasão que projeta sobre a pele cristais de óxido de alumínio
promovendo renovação celular.
 Peeling de Diamante – promove através da microesfoliação com ponteiras diamantadas a
remoção das células mortas, acelerando a renovação celular. Indicado para redução das
linhas de expressão, sequelas de acnes, manchas superficiais e poros dilatados.

Emoliência e Extração – a emoliência é um passo importante na limpeza de pele que pode ser feita com um
creme ou loção emoliente, que facilitarão a extração. Com compressas embebidas na loção emoliente, faz-
se uma máscara de gaze e se aguarda pelo tempo da ação. Juntamente com o vapor de ozônio, um calor
úmido associado à baixa pressão que gera ozônio (três átomos de oxigênio O³) de ação vasodilatadora,
redutora da resistência elétrica da pele, dilatação dos ósteos, ação bacteriostática, bactericida e antisséptica.
A extração deve ser feita manualmente, com gaze embebida em soro fisiológico ou loção antisséptica.
Também podemos utilizar um extrator (cureta) para comedões mais difíceis de extrair, o sugador da
endermoterapia ou a técnica Tissue, que utiliza o “Tissue paper”, parecido com um adesivo.
Muito importante na extração é a ordem com que as sujidades têm de ser retiradas. Usa-se “do menos
contaminado para o mais contaminado”. Ou seja, primeiro, extrai-se o que tem secreção purulenta e os
milliuns que provavelmente serão extraído com o auxílio de uma agulha e podem sangrar. Depois, troca-se
as luvas e a curete ou as gazes, ou ainda, se substitui o cabeçote da endermoterapia, e extrai-se os comedões
abertos ou fechados. Assim, não recontaminamos a pele.

Assepsia e Cicatrização – a alta-frequência é uma corrente de elevada tenção e de baixa intensidade que é
aplicada sobre a pele através de eletrodos de vidro que se fixam a uma bobina. Quando a corrente atravessa
os eletrodos de vidro, estes adquirem colorações dependendo do gás que há dentro (laranja ou vermelho –
se for neônio; azul – se for argônio).
Os efeitos bactericidas e antissépticos da alta-frequência são complementares do quadro de
descontaminação da pele. Também possui função vasodilatador e hiperemiante, aproveitando melhor a
absorção dos ativos aplicados sobre a pele como os nutritivos e revitalizantes, cauterização das pústulas.
Para a maior proteção, coloque uma gaze fina no rosto da paciente antes de utilizar o equipamento.

Descongestão e Tonificação – usar um tônico novamente com as mesmas intensões acima e aplicar a
drenagem linfática manual com ativos descongestionantes e clamantes.

Permeação dos Ativos – podem permear as camadas da epiderme através de veículos vetoriais e
iontoforese.
 Os veículos vetoriais são carreadores que levam os princípios ativos para dentro da epiderme
numa formulação de baixo peso molecular. Podemos citar ativos lipossomados – vesículas
revestidas de camada fosfolipídica semelhante a membrana plasmática que permitem a
liberação do princípio ativo no seu interior; nanosferas – estruturas porosas que carregam
ativos e liberam gradativamente na epiderme, dentro do citoplasma da pele; silanóis –
compostos a base de silício que possuem alta capacidade de penetração e permeação,
estimulando a síntese proteica e a formação do colágeno; géis e séruns - formulações feitas
a base de água que veiculam os ativos hidrossolúveis e lipossomas, de fácil espalhabilidade
e absorção; e Aquaporinas – canais de água do sistema de irrigação da célula, formadas por
proteínas que atravessam a membrana celular e conduzem seletivamente as moléculas de
água para dentro e para fora da célula.
 A iontoforese é uma corrente contínua ou alternada que tem como objetivo a penetração dos
princípios ativos na epiderme por trocas iônicas e o aumento do fluxo sanguíneo local.

Máscaras – utilizadas para finalizar procedimentos ou potencializar princípios ativos. Podem ter ação
calmante, hidratante, nutritiva, secativa ou tensora. Sua finalidade é aumentar a penetração dos ativos que já
estão na pele ou os seus próprios durante a oclusão.
Existem as em pó que devem ser diluídas em soro fisiológico ou tônico; as chamadas hidroplásticas,
que tem alginato, formando uma película plástica de fácil remoção; as em creme, onde algumas nem precisam
de remoção; as de gesso ou porcelana, que devem ser aplicadas sobre uma máscara de gaze e muitas outras.

Finalização – a aplicação de gel secativo ou sérum ou loção e FPS de acordo com o tipo de pele.
A mais de 60 anos no mercado, o protetor solar foi desenvolvido para proteção da pele contra
queimaduras do sol e, especialmente, contra a radiação UVB, onde permite o bronzeamento através da
radiação UVA. Diminui o acúmulo de lesões provocadas pela radiação UVB, inclusive a quantidade dessa
radiação que penetra na pele tanto por absorção ou reflexão. Os protetores solares são classificados em duas
classes, orgânicos e inorgânicos, com efeito químico e físico.
O valor do FPS compõe a razão entre o tempo de exposição à radiação ultravioleta necessário para
produzir eritema na pele protegida pelo protetor e o tempo, com o mesmo efeito, para uma pele desprotegida.
É considerado as mesmas condições geográficas, estações do ano, condições climáticas e período do dia,
que uma pessoa de pele clara pode ficar exposta por 20 minutos ao sol sem protetor solar, ou ficar 300
minutos exposta ao sol com proteção de FPS 15 (20x15 = 300). Quanto maior o fps maior a proteção, pois
será maior o tempo permitido de exposição e proteção sem causar um eritema. O produto deve ter um bom
espalhamento, quando aplicado sobre a pele, formando um filme homogêneo.

LEVAR A HIDRATAÇÃO EM CONTA NOS PROTOCOLOS

A integridade do estrato córneo é fundamental para o balanço de hidratação da pele. O conteúdo aquoso do
estrato córneo é um dos mais importantes parâmetros na avaliação da função barreira, além da chamada
perda transepidérmica de água. O aumento excessivo dessa perda indica que a função barreira da pele está
prejudicada. Diversos fatores fisiológicos e fisiopatológicos alteram a integridade da barreira cutânea, como
por exemplo: mudanças no estrato córneo, anormalidades no processo de queratinização, alterações dos
lipídios intercelulares e da emulsão epicutânea, e mudanças no pH cutâneo. Uma das alterações que
apresentam elevada frequência, provocadas pelo processo de envelhecimento cronológico é a “xerose senil”
(pele seca).
O ressecamento anormal do tecido cutâneo pode ser desencadeado também por fatores
genéticos, endógenos, desordens na estrutura e na função da epiderme ou mesmo por fatores ambientais,
como umidade e temperatura baixas, por fatores comportamentais, exposição a produtos químicos, como
tensoativos, ácidos e bases e por falta de adaptação a produtos cosméticos.
Portanto, o que faz a pele permanecer saudável, macia, com flexibilidade e elasticidade é o
equilíbrio que existe no mecanismo de sua hidratação, na capacidade que o organismo tem de promover a
renovação celular e nas substâncias que compõem a epiderme. Para um bom funcionamento do mecanismo
de hidratação, a camada córnea deve ser capaz de reter água, de modo que a sua taxa de evaporação sempre
se mantenha num nível normal. O uso de produtos cosméticos hidratantes previne ou tratam a desidratação
cutânea, de maneira geral eles vão atuar aumentando a absorção de água na superfície cutânea por
substâncias capazes de atrair a água, como por exemplo, as substâncias umectantes e/ou promovendo a
redução na evaporação de água por agentes emolientes que agem como agentes oclusivos na pele.
Os cosméticos hidratantes são capazes de restabelecer o conteúdo hídrico da pele
desidratada, protege-la e proporcionar as condições necessárias à recuperação das suas propriedades
naturais. Os mecanismos de atuação dos produtos cosméticos podem ocorrer de três formas:
OCLUSÃO: ingredientes lipídicos, os óleos e emolientes, retardam a perda de água transepidérmica pela sua
capacidade oclusiva, reduzindo consideravelmente, a taxa de evaporação normal para o meio externo.

UMECTAÇÃO: por aplicação de substâncias higroscópicas que estão no estrato córneo e fazem parte do
FNH (aminoácidos, ácidos carboxílicos {PCAs}, lactatos, carboidratos e ureia), estas, são capazes de se
ligarem a água retendo-a na superfície da pele, reduzindo sua evaporação. Essas substâncias umectantes
possuem a capacidade de atrair a água para as camadas epidérmicas.

HIDRATAÇÃO ATIVA: oferecidas por ingredientes que ativam canais intracelulares de água, chamados
“aquaporina” (AQP3), permitindo desta forma uma hidratação muito mais profunda e eficaz. A proposta da
hidratação ativa é cada vez mais promissora, já que além da manutenção aquosa, estimula a regeneração
tecidual. Sem falar que este mecanismo de atuação permite a formulação de hidratantes totalmente livres de
óleos e parabenos (Os tipos mais comuns são o metilparabeno, o propilparabeno, o etilparabeno e
o butilparabeno).

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